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4.º Anno Julho 1899 N.º 48 - REVISr rA DE TYPIILOLOGIA Premiada coma med al ha de prata na Industrial do P orto em 1 897 e como G ra n de D ip loma de Honra. na Ex posição da Impren sa . L isboa 1898 IMPRESSA Á CUSTA DO ESTADO A importa.nela total da venda. d'esta publiOaQãO reverte a favor das ·Officiuas Branco Rodrigues REDACÇAO REDACTOR PREÇO DO VOLUME Li vr aria Cath olica BRANCO RODRIG UES Um anno- t4 numeras Rocio-Lisboa 500 is INSTITUTOS ESTRANGEIROS YISIT.A.DO S rf :I,O RED.A..CTOR D :llESTE JORN"AL In stituto dos ceg·os de Milão ( Continuação) \s cond i çõe s de admi s são são as seguintes: L º, que não tenham meno, de oito annos, nem mais de doze; 2. 0 , que sejam completamente cegas, e te nham co n stit u ição phy s ica sã, sufficiente desenvolvimento inlellec tua l e seja m vaccin adas; :3. 0 , <1ue os paes se ohrign em a satisfaze r as pensões, qumido são aiu m nos po r cion i stas, e a retira r os alumnos qu ando terminem o curso ou em caso de doença, ou por outro motivo eventual e imperioso. Os cegos pobres da cidade de Mil ão são adm ittidos gratu itament e. D epois da mo rt e de Zirnll i a ad mi ssão tornou-se extens i va a lodos os

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4.º Anno Julho 1899 N.º 48

-

REVISrrA DE TYPIILOLOGIA

Premiada com a medalha de prata na Exposiç~o Industrial do Porto em 1897 e com o Grande Diploma de Honra. na Exposição da Imprensa. Lisboa 1898

IMPRESSA Á CUSTA DO ESTADO

A importa.nela total da venda. d'esta publiOaQãO reverte a favor das ·Officiuas Branco Rodrigues•

REDACÇAO REDACTOR PREÇO DO VOLUME Livraria Catholica BRANCO RODRIGUES Um anno- t4 numeras

Rocio-Lisboa 500 r é is

INSTITUTOS ESTRANGEIROS YISIT.A.DOS rf:I, O

RED.A..CTOR D :llESTE JORN"AL

Instituto dos ceg·os de Milão

( Continuação)

\s condições de admissão são as seguintes: L º, que não tenham meno, de oito annos, nem mais de doze; 2.0

, que sejam completamente cegas, e tenham constituição physica sã, sufficiente desenvolvimento inlellectual e sejam vaccinadas; :3. 0 , <1ue os paes se ohrignem a satisfazer as pensões, qumido são aiumnos porcionistas, e a retirar os alumnos quando terminem o curso ou em caso de doença, ou por outro motivo eventual e imperioso.

Os cegos pobres da cidade de Milão são admittidos gratuitamente. Depois da morte de Zirnlli a admissão tornou-se extensiva a lodos os

3n8 JORNAL DOS CEGOS -------

cegos pobres das communas da provincia de Milão, porque esse benemerito assim o deixou determina<lo no testamento com que contemplou esta in­stilui~ão .

,, Os cegos pobres que não forem milaneses ~ão admiltidos pagando a pcn~ão ::mnual de 3ü0 liras, considerada de favor, porque cada cego custa au instituto não menos de t :000 liras. Com igual pensão de favor são a<lmit­tidos os que forem apresentados ou estiverem a cargo dos outros estabe­lccünentos de beneflcencia, ou das diversas commuuas de llalia. Para os cegos jdosos a pensão não póde ser inferior a 500 liras. Ila tambem lo­garcs instituídos por diversos bemfeitorcs; assim o conde de Moudolf'o legou a quantia 11eressaria para a admissão de 10 ergo$, o cav. Gerolamo Cor­ridori, para um cego de Modena, a sr.ª Antonia Mantegazza, para uma cega da cidade de l\fonza, a sr.ª Carolina Prinelli, o arcebispo de Milão cada um para um cego. Existem ainda outras pensões; entre ellas uma da Rainha.

O ln ·tilnto divide-se em duas secções: a secção masculina e a sec~ão feminina.

r\a secção masculina dá-se instrucção elementar em dois graus, isto é, iuferior e superior, instrucção musical e instrucrão industrial.

A instrrn:ção elementar de grau inferior é commum a todos os alumnos, e dura quatro annos. Comprehende o ensino religioso, a leitura dos cara­cteres cornmuns em relevo e dos caracteres convencionaes de pontos, se­gundo o systema llraille, a escripta por um methodo particular inventado no institutot, a escripta em pontos salientes do systema Braille, a língua italiana, a arithmetica, noções elementares do systema metrico e de geo­metria e algumas noções de geographia e de historia palria.

Durante o curso inferior, todos os alunmos são iniciados no estudo da musica com solfejo e com o canto coral, depois com o piano, e em seguida, e srgnmlo a clispo~ição do alumno, ensina-se-lhe qualquer instrumento, sendo possível á oscoll1a do discípulo, e a notação musical em relevo.

Os alumnos que concluem o curso inferior e que são dotados de dis­posição especial para a musica e para as letras, são a<lmilli<los no curso de grau superior ; os outros passam para a instrucçf10 industrial.

i É a eseri pla a lapis, feita com o auxilio de uma pauta C!' (H'<'tal clrnmac1a 111at1to.

JORNAL DOS CEGOS 359

.. \ instrucção ele grau superior diYídc-se em duas classes, dura quatro annos e comprehcnde, alem do desenvolvimento das materias de grau in­ferior, as regras da composi\ão; o fim da ü1slrucção n' este Instituto é tornar o cego apto para fallar e para escrever com cuientemcnte, segundo as necessidades ordinarias da vida.

A iustrncção musical comprehende o estudo de pjano, do orgão e de outro instrumenLo, da harmonia e ela composirão e a afinarão de pianos . .. \ irl 'lrucção a que ~e dá mais importancia é a do orgão, porque é a in­strucção que póde mais fadlmrnte proporcionar ao cego, quando sáia do Insti tuto, uma occupação vanlnjosa.

Com a instruc\ão industrial enjna-, e :1 fazer cordeis, alacaclores, e~lei­ras, o entalho na maueira, a empalliar cat.leira::; e a fazer stores ue madeira.

Na secção femin ina en~iuam-se cspedalmente os trabalhos domesticos mais utPi~ e de mais uso, tomo são os lrahall1os de malha, costu ra, rendas, flores de lã e de paprl e bonlados Toda~ as alunmas seguem um cu r:-o de insl rucção elementar com prograrnma especial: são tarnbem exercitadas no canto e no piano; as mais babeis aprendem francez e harpa.

A inslrucção, quer litteraria, quer musical, nas duas secções, é ~in i s­

trada por professores cegos e professores com Yisla. Os professores cego .. são principalmente encarregados do ensino elementar ou do <1ue exige mais paciencia.

No fi m do anno escolar ha para cada classe um exame de toda as ma terias ensinadas. No fim d(' dezembro realisa-, e uma sessão litteraria e musical para se mostrar a multipliciua4c de instrucção ministrada no Ins­tituto. A esta sessão assistem os representantes da aucloriclade, as famílias dos bemfeitores, e o publico. Ha alguns annos esta sessão tem tido qne se repetir em dois dias consecutivos para satisfazer numerosos pedidos.

O instituto possue uma typographia para a impressão de livros em ca­racteres salientes, tanto commnns, como do s.rstcma Braille. Desde a fun ­dação do Instituto até hoje teem sido impressos mai~ de tres mil volumes. Muitos dos Institutos da Italia fornecem-se dos livros d'esle instituto, <1uc lhes são cedidos pelo custo.

Os alumnos de ambos os sexos s~to exerdtados ua gymnastica, sul> a di reccão de um professor e de uma lJrofcssora das escolas municipae~ .

Os dois sexos estão sempre separados. Na scerão masculilla ha lrcs diYisõcs para separar os alurnnu, de differentes cdades.

360 .JORNAL DOS CEGOS

O instituto é Yisitado lndos os dias por um medico: alem dºis~o ha mais dois medicas para consultas, um para doenças commun$, outro espe­cialista para cloenças de olhos.

Quando o tempo é propicio, os alum11us saem a passeio, sob a vigi­l'1ncia do pessoal do Inslilulo. Podem ir uma vez por mez passar um dia com os sens paes e com as pessoas a quem estejam reronunendado~ . No tempo da~ ferias podPm ir para casa de suas familia~. Os que ficam no JH:--tituln Yão passar as ferias para uma C'1Sa de campo, propriNlacl r, do Instituto, indo primeiro a secção masculina e depois a feminina.

O tratamento no Instituto é egual para todos, tanto para os alumnos porcionistas, como para os que são admittido::; gratuit'1nwnle. Con::;istc cm unas ref1~içôcs e jantar. O pão é dado ú di scricão. Tem todos os dias dois decilitros de vinhn. No~ dias festiYos é augmentada uma das refeições cm virtude de um lcg·ado esp(1Cial.

Ainda depois da saída do estabelecimento, a direcção procura dura ntc algum tempo infornur-~e do procedimento e do estado dos alurnnns, PS­

pecialmrnlc sr são pobre:-; e ~cm parente", afim de lhes dar conselhos, de lhes procurar uma occupa~.ão ou ele llies dar algum subsidio cm caso de necessidade. Por occasfüo <las sessões publicas, algons alumnos que já saíram do asylo são chamados para virem augmentar a orchestra, e assim ~w pratica um duplo acto de caridade: o de os suste11tar por algum túmpo e o de lhes proporcionar cxercicio na in ·trucção musical já recebida.

Esta as ·istcncia de patronato vae tornar-se mai. extensa e efficaz com a fundação das Officiua ~ Zcrotli. (Continúa)

MUSEU TYPHLOLOGICO PARA O ENSINO DOS CEGOS

Para este museu, fundado em Castello de Vide pelo nosso collega Branco Hodrigut>s , chegaram 67 C'\.emplares de a11i111aes embalsamados, entre elles um gamo, uma corvma f'

dílTerentes aves, que foram remellidos do museu de zoologia da uuh ersiclatle de Coimbr.1. r escolhidos pelo clirector d'esle museu, o st·. dr. Bernardo .\Fe::;.

O sr. dr. Barb'osa dli Bocage, director do u111s<'u zoologico da Escola Polytel'lrnica de Lisboa, vae lambem procederá escolha de alguns animaes que hão de enriquecer o primeiro museu para o ensino dos crgos que se fundou no nosso paiz

(JYO Sm1lo, ele Lisboa.)

JORNAL DOS CEGOS 3ü1

A IMPRENSA E O JORNAL DOS CEGOS

JORNAL DOS CEGOS

li Porlughesn Dollor Jo:ío Juzarle de Sequeira Sameiro, la cui famigl ia contava molli infermi d'occhi, ebbe la filanlropica e generosa iclea di proncdere ai ciechi portoghesi colla fonclazione di un asilo, che si effettuó il 20 luglio 1863. Piü tardi, morcndo l'egregio ti ílofilo, dotó lo slabilimcnto da fui fondalo, di lulta la sua ingente for tuna. Queslo unico asilo pei cicchi rhe ha\' i ora in Portogallo, ha stanza nel Castello de Vide, antico con­rt'nlo d i francescani, iu salubre ed ame11c posizionc; rsso consta di un largo fabbricalo <1uadrato nrl cui centro sla mi vasto rorlilo circondato d'albcri e di porticali; ai nord, la cappela ove i ciccbi possono assistcre alie funzioni rnligiosc, prcmlcndovi anche parl" 1·0Jla musica da e. si eseguita. rno spazioso giarcli110, in~randilo coll'annessionc cli un vi­ci110 cimilero. porge gradito e salutare svago ai ricoverati che possono passeggiarve e sco­razzan·i in ogni ora del giorno. L' interno dei fabbricalo che, per volontà dei defunto benefatlore, non deve cssere, per quanto e possibilc, modificato, puó dare asilo atl un nu­mero quasi doppio dei cicchi ricovcrati al presente e la limitazione deite ammissioni ê in ragioue <lei le rendi te. I cicchi ricoverati sono di anibo i sessi e di ogne età; peró la sepa­razione dei fanciulli dagli adulti ê rigorosa1nente ossen'élla.

li piano terreno é occupalo dalJa sezione maschile, dalla tlirezione, segreteria, refet­tori, dor111itori e sale di ricevimento; il secondo piano, occupato dalla sezione femminile, r simile ai terreno, coll'aggiu11ta di due grandi ,·erande e due terrazi.

li vestia rio e d i saia o panno color marrone, i himbi vcstono di rigalino bleu e bianco, lutti indistintamente portano la medaglia di N. S. della peranza, Patrona dei luogo.

AI suo primo nasccre, l'istiluzione tlcl Castcllo De Vide a vera per iscopo di servirf' ela ~emplicc ricovero, . ma poco dopo la di rezione ~rcdcttc opportuno di aggiungí'rvi la parle istrutth·a, modellandosi sui sistemi delle altre istiluzioni curopee.

L'attuale direzione, presiPdula dal signor Aniceto Xavier. col Yalido concorso del se!!rPlario signor ~tanuel Diogo Coelho e dali' islilutore Padre Severino Diniz Porto, die­de grande impulso all'i~lruz ione Jetleraria e musirale. Ogni allicvo deve studiarc il fran-1·rse, il portog!Jesc, l'aritmetica, la geografia e la storia. non clie la musica, la quale oltre ai senire d'rducazione. !\Prvc nnche di s,·ngo. Lo scorso anno parecchi alunni, che are' ano studiato ~olto la scorta <li Padre Sr' cri no Diniz Porto, ottennero la licenza in uM dei ltc<' i go \ ernat i vi e q uesf anno lo slesso Padre, che prPsta r opera · sua gratuitamente, e che i-1 e condanualo pn que lo scopo bencfico ad una speciP di reclusione. presenterà allri giovani ciechi alio stesso liceo pPr con5eguire jf mcdesimo scopo.

Sotlo la clirczione dei maestro D. Yicente ~farçal, una fanfarra eseguisce con valentia della buona musica e la direzione presenterà hen presto a Lisbona una completa orchestra, per la formaziorw della <1uale, :.;i i• gi 1 proncduto agli strumcuti ecl t1gli iusPgnanli.

362 JORNAL DOS CEGOS

II signor Branco Rodrigues. redattore clel Jornal dos Cegos di Lisbona e fervente amico dei ci<'chi, venne incaricalo nel 1895 llal go' ei·no portoghese cli Yisitare il CaslE'llo De Yide; to::;lo egli vi noto la mancanza di un laboratorio per.lc opere ma.nua.li e, coll'in­lenclirnenlo cli offrire al cieco un mezzo di piu per campare la vila, propose ai consiglio dircttivo dcll'istituzione, di occupare i ciechi nei lavori manuali ad e3si adalti e fonuare rosi un laboratorio. II progetlo fu accolto con plauso; seduta stan tP, si poscro le prime basi per la sua realizzaúone ed un membro del Consiglio offri spontaneamente <li fa r fronte alle spese. Ad unanimità vennc delibera.to cli chiamarc il Jaboratorio col nome <li Branco Rodrigues. Pocl1i mcsi dopo, alcuni lavori erano in pronto ecl una soeietá de Lis­hona si prese l'incarico eh operarne la vendila e tenerne il deposito.

La gralitucline dei ciech1 e cJe1 tiflofili portoghesi pcl fonclalo1·e de Ir asilo dei Caslel lo De Vide, non ha diminuito cogli anni e ne fa fede la solennc c1' ri111onia che ebbe luogo nell'Istituto q11ando s1 'ollero lra::;portare dai cimit1•ro nella cappr>lla dPIJ'lstilulo stesso le ossa dell'inlera famiglia Juzarle de Sequrira Sa111eir<>. raccoll1 in un mau!-olc'o.

Medianle l'opera solerte, cflkaci> e Lc1wlica dei s1g. Branco Rod rigues e <lei suo gior nalr, mediante i buoni nsultati dl'll'Ist iluto dt>I Casl• Jlo De Vide, che publilicamenlc si conslatarono all'Esposiz1one dPI Palazzo di Cri. t:1llo di Porto, la causa clc·i ciechi lro\a i11 Purtog:dlo grande :\i11Jpat1a e be11 presto si \etlrà 1'011da della lwnefi1;enza liflofila fare largo e sal11lare progresso. (Do Annco dei Ciechi, de Florença.)

OFFICINAS BRANCO RODRIGUES

Sua ~fage lade o Imperador da Austria ordenou ao seu mini:lro n'esta côrte, o sr. conde de Brandis, que entregasse ao nosso collega Branco Hodrigues a quantia de cem francos para a sua inslituição dos ce~os.

Este donativo, recebido hontem na redacção do Jornal dos Crgos, vinha acompanhado de uma allmciosa e lisongeira carta do sr. conde de Brandis, da qual extraclárnos os se­gui ntes períodos:

1eSa Magesté Impériale et Royalc Apostolique a daigné agréer le numéro cornmémoralif du 4,e centenaire de la découverte des Indes du Journal des Auugles et ordonner que l'e:x.ern­plaire de ce jourp.al que vous Lui avez soumis soit incorporé dans la bibliothéque de la famille impériale et royale.

En vous informant, monsieur. tle ce qui précêdc, j'ai l'honneur, par ordre de mon .\ uguste Sourerain, de YOUS transmettre ci-prês la somme de mo francs en fa\eur des ceuvres des arnugles .

.M'eslirnant trcs-hcurcux ele pouvoir \OUS eommuniquer C!'L acte de gé11érosité de Sa Majeslé l'Empereur cl Hoi, je vous prie, monsieur, de recernir ra~surance de ma haule con­~1deration. Conte de Bradis, ministre d'Aulriche-Hongric1.

O nosso collega Branco Rodrigues foi hontem mesmo a casa <lo sr. ministro agradecer a generosa offerta de Sua )lagestade o Imperador de Austria.

(Do TJiario de Aolicias, de Lisboa.)

JORNAL DOS CEGOS 363

Na Junta do Credito Publico averbaram- e hontem sete inscripções de 100~000 réis cada uma, em nome d'estas Oflicinas de Cegos, que o nosso collega. Braneo Rodrigues comprou ~om o saldo do producto das assig11aturas do l <mial dos Cegos, que sobejou da. construcção do cdificio das oliicinas e com alguns donativos, que tinham siuo enviados á direcção do Instituto de Cegos de Castello de Vide, cuja gcrencia termina no fim d't'sle rnez, por diversos bemfeitores, entre estes Sua Magestadc o Imperador de Austria e a sr.ª duqueza tlc Palmella.

De hoje cm diante a imporlancia das assignalnras do jornal, que só será entregue ao instituiJor das officinas, o sr . • \nlonio José Repenicado, servirá para o augmento do fundo d'esta bcnP111eri la instituição.

Os llonalivos com que os bcmfeitores dos cC'gos queiram beneficiar as officinas po(lpm ser enviados ao sr. prior de S. João de Caslello de Vide, que genProsamente se lcrn encar­regado da aüminislração tlo Jornal dos Ce9os, e <'lrt Lisboa ao rcdactor d'este jornal, na

Livraria Catholil'a, ao Hocio. (Do Diario d1' 1'oticias, de Lisboa.)

* O redactor do Jornal dos Cegos recebeu honlem, da direcção do Palacio de Cr) slal

Portuen~e as medalhas e os respcctivos diplomas com que foram premiadas estas oliicinas de Cegos e a sua revista de typhlologia, na ullima exposição que se realisou n'aquclla l'Í<lade, em i897, onde os alumnos cegos foram trabalhar perante o p11blico, sob a direcç<.to tlo nosso collcga Branco Rodrigues, causando admiração o grau ele adiantamento litlerario e profissional que patentearam, e que se deve exclusivamente á generosa dedicação do seu bencmerilo professor, sr. padre Severino Diniz Porto, e a Manuel Diogo Coelho, que, durante 35 annos, teem generosamente trabalhado para o desenvolvimento e prosperi<latle do lnslituto de Ct>gos de Ca tello de Vide. (D'O Seculo, de Lisboa.)

*

METHODO ESTENOGRAPITICO PARA USO DOS CEGOS Saiu da Imprensa 1'acional esta obra do nosso collega Branco Rodrigues, que é uli ­

lissima para os cegos. Applicando este melhodo, <1ue emprega abreviaturas do syslema Braille, :í lingua

portugueza podem os cegos escrever e ler tão rapidamente como se tivessem vista e es­crevessem á penna.

O numero do Jornal dos Cegos, que acaba de se publicar e que insere as explicações, regras e exemplos d'este melhorlo, contém um quadro sypnotico das abreviaturas de letras P locuções portuguesas, e duas gravuras typographicas, impressas em relevo e a negro, para poderem ser comprehentliclas por cegos e 'identes, nas quacs se apresentam todos os signaes das abre' iaturas portuguesas de Braille e um exemplo tle emprego d'essas abre­\'iatnras.

É mais um relevante sen iço que o nos~o collega Branco Rodrigues prestou á causa <los cegos a q11r111 tão austradar11t>11le e tem dedieacl11. (D°O Setulo, de Lt::.boa.)

JORNAL DOS CEGOS

DONATIVOS AOS CEGOS

.A redacção do Jomal do Commercio entregou ao nosso cnllega Branco Hodrigues a quantia de 20~000 réis que recebeu de dois bemfeilores, para ser distribuída a 110 cegos iudigentes de Lisboa que inscriptos na redacção do Jornal dos CPgos e que mio foram con­templados por occasião do Anno Ilom.

A distribuição das esmolas é feita pelo sr. Joaquim A. Pacheco, director da Livrn1'ia Catholica, sélle da redacção do Jornal dos Cegos. N'esta livraria recebem-se quaesquer outros donativos para contemplar os cegos e indicam-se as moradas de todos os cegos in­digentes da capital, a quem os quizer esmolar directamente.

*

A quantia de 20$000 réis que a redacção elo Jornal do Commrrno recebeu c.le doí:> hemfeitores para ser distribuida a 40 cegos indigen tes de Lisboa, que não foram contem­plados por occasião do Anno Bom, foi entregue pelo reclactor do Jornal dos Ce9os a : Emiha , de Jesus, rua Saraiva de Carvalho, 83; Francisco Garcia, paleo Carlos Dias, 91, (Arroios); Ignacia ~atividade. rua do Sol a Santa Calharina, 66; lgnez Maria, campo de Santa Clara, :l9, 2.0 , Joaquim Fernandes, rua da Alegria, U6, 3.0 ; Joaquim Huas, tra' essa do ~lonte ,

21); Joaquim Sampaio, be1:0 do Forno do Sol, á Gt'aça. Joaquim Santos. rua da OliYeim ao Carmo, 97, 2.0 ; José .\ntonio Damasceno, traves a das Alma . :28 ; João B. Oliveira. rua do Sol a Santa Catharina, 82, 5.0 ; José Castanheira Moura, rua Terreiro do Trigo, titi ; .José J. Martins, traYessa do Carvalho, i5, 5.0

; José C. Sousa, tra\essa do Comento de Jc>rns, :rn, 2.0 ; José Maria Silva, rua N. S. da Gloria á. Graça, 108, loja; José Maria Marçal, hospital de S. José enfermaria S. Luiz; José Ramos, travessa da Fonte Santa, 66; Luiza Corrêa, rua do Loureiro, 3, loja, Alfama; Luiz Nunes, rua do Sol a Santa Catharina, 78; Manuel Lopes, estrada da Circumvallação, pateosinho, 1; Mnnncl Marlins, travessa da Tor­rinha, 27, loja, Fonte Sanla; :\Ianuel Almeida, rua Caetano Palha, 7; Manuel Costa, rua João Braz, J; Margarida Abreu, ilha das Cabras, H>, calçada <la Ajuda; jJariá do Carmo, paleo Tanoeiros, ti, calçada do Combro; Maria Leite, rua do Sol, :33, L0 ao campo clf' Sanl' Anna ; Maria Graça, rua das GaYeas, 67; :\faria Campello, lravt"ssa de Santo Antonio 59, ü Graça; Maria Julia, rua de Sá lia Bandeira, 7; :\Iaria Luiza, rua das Trilas, 121, palco; .Maria ~unes, rua da Peuha c.l.e França, 31; .Maria Paixão, travessa do Poço dos :\Pgros, 9; Ri La dl' Jesu ·, rua de Santos o Velho, 6, 3. 0 ; Taurina Conceição, tra' essa do .A lcaide. 10, loja; Raphacl do acramenlo, travessa dos Inglezinhos, 3ti; ~1aria .loaquina, rua Marcos Barrei ros, 2i; ~faria Silva, rua S. Vicente Borga, 74, a.0 : Luiza. )forques, rua S. Vicente llorja, 3, t.0 ; José dos Santos, rua da Barroca, :38; José Balloa, tra\ essa do Za­gallo, J:>, loja ; Frauci~co Sanches. rua da Fonte Santa, 112

(Do Jonial do Commercio, de Lisboa.)

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