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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS ALINE MADAKIS ARIAS VALDIR XAVIER JUNIOR APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE PRODUÇÃO ENXUTA: Estudo de caso em uma indústria de eletroeletrônica SÃO CARLOS 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS

ALINE MADAKIS ARIAS VALDIR XAVIER JUNIOR

APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE PRODUÇÃO ENXUTA: Estudo de caso em uma indústria de eletroeletrônica

SÃO CARLOS 2017

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ALINE MADAKIS ARIAS VALDIR XAVIER JUNIOR

APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE PRODUÇÃO ENXUTA: Estudo de caso em uma indústria de eletroeletrônica

Monografia apresentada ao Instituto Federal

de São Paulo – campus São Carlos, como

parte das exigências para a conclusão do

Curso Superior de Tecnologia em Processos

Gerenciais.

Orientador(a):

Profa. Dra. Marcela Avelina Bataghin Costa

SÃO CARLOS

2017

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A744a Arias, Aline Madakis Aplicação dos conceitos de produção enxuta: estudo de caso em uma indústria de eletroeletrônica / Aline Madakis Arias; Valdir Xavier Junior; orientadora, Profª. Dra. Marcela Avelina Bataghin Costa - São Carlos, SP, 2017.

47 p. : il. Monografia – Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo, Campus São Carlos, Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Inclui referências bibliográficas 1. Processos gerenciais. 2. Produção enxuta. 3. Automação. 4.

Setor eletroeletrônico. 5. Sistema de produção. I. Xavier Junior, Valdir, segundo autor. II. Instituto Federal de São Paulo. III. Título.

CDD 658

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RESUMO

Produção enxuta é um termo usado para definir um sistema de produção mais eficiente,

flexível, ágil e inovador do que a produção em massa e habilitado a enfrentar um mercado em

constante mudança. A implantação de um sistema de produção enxuta envolve uma série de

princípios, ferramentas e conceitos para que seja efetiva e se bem conduzida pode trazer

grandes benefícios para empresa. Este trabalho teve como objetivo verificar se a adoção dos

princípios e pilares da produção enxuta, mais especificamente a automação, seria capaz de

reduzir tempos e desperdícios de materiais em uma empresa fabricante de componentes

eletroeletrônico, localizada em São Paulo- SP. Além disso, o trabalho também se propôs a

identificar possíveis melhorias resultantes da adoção de ferramentas propostas pela literatura.

Para atingir estes objetivos foi realizada uma revisão bibliográfica e documental, seguida de

um estudo de caso. O estudo de caso foi conduzido por meio de visitas, entrevistas e aplicação

de questionário semiestruturado a um dos sócios da empresa. Os dados coletados

possibilitaram a realização de uma caracterização geral da empresa e da e da fabricação dos

produtos que estão sendo manufaturado de acordo com princípios e com uso de ferramentas

da produção enxuta. De modo geral observou-se que a substituição do alicate de corte rente

utilizado para cortar de forma manual a sobra do componente após a soldagem pela máquina

Ren Thang KA-8, automatizou o processo, reduzindo drasticamente os tempos de fabricação e

desperdícios. Além disso, com a adoção da filosofia dos 5’S a empresa conseguiu se organizar

e caminha rumo a melhoria contínua (Kaizen). Observou-se também que a adoção de

Kanbans tornaram o processo de fabricação mais rápido e o Poka Yoke tem impedido que

itens defeituosos cheguem ao cliente. Portanto, conclui-se que nesta empresa a adoção de

princípios, ferramentas e pilares da produção enxuta tem conseguido trazer grandes melhorias.

No que diz respeito à relação ao custo benefício, os benefícios superam em muito os custos já

no curto prazo. Em longo prazo acredita-se que tais melhorias alcançadas possa levar a

empresa a um novo patamar, inclusive incluindo novos produtos em seu portfólio e a entrada

em outros nichos de mercado.

Palavra chave: Produção Enxuta; Princípios e Ferramentas; Setor Eletroeletrônico.

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ABSTRACT

Lean production is a term used to define a production system more efficient, flexible, agile

and innovative than mass production and enabled to face an ever changing market. The

implementation of a lean production system involves a series of principles, tools and concepts

to be effective and if well conducted can bring great benefits to the company. This work aims

to verify if the adoption of principles and pillars of lean production, more specifically

automation, would be able to reduce the time and waste of materials in a company

manufacturing electronic components, located in São Paulo. In addition, the paper also sought

to identify possible improvements resulting from the adoption of tools proposed in the

literature. To achieve these objectives a bibliographic and documentary review was carried

out, followed by a case study. The case study was conducted through visits, interviews and

application of semi-structured questionnaire to one of the partners of the company. The

collected data enabled the realization of a general characterization of the company and of the

manufacture of products that are being manufactured according to principles and with the use

of tools of lean production. In general, it was observed that the replacement of the close-cut

pliers used to manually cut the remaining part of the component after welding by the Ren

Thang KA-8 machine, automated the process, dramatically reducing manufacturing times and

waste. In addition, with the adoption of the 5's philosophy, the company was able to organize

and move towards continuous improvement (Kaizen). It has also been noted that adopting

Kanbans has made the manufacturing process faster and Poka Yoke has prevented defective

items from reaching the customer. Therefore, it is concluded that in this company the

adoption of principles, tools and pillars of lean production has managed to bring great

improvements. As far as the cost benefit ratio is concerned, the benefits far outweigh the costs

in the short term. In the long term, it is believed that such improvements can lead the

company to a new level, including new products in its portfolio and entry into other niche

market.

Keyword: Lean Production; Principles and Tools; Electrical Sector.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Alicate de corte rente...............................................................................................33

Figura 2 - Ren Thang KA-8......................................................................................................34

Figura 3 - Giga de Teste............................................................................................................36

Figura 4 - Linha de Produção....................................................................................................37

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Produtos fabricados pela empresa..........................................................................31

Quadro 2 - Distribuição de Funcionários da Empresa.............................................................32

Quadro 3 - Fabricação dos produtos da empresa estudada.......................................................32

Quadro 4 - Tempos de fabricação antes e depois da aquisição da máquina.............................35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IMVP: International Motor Vehicle Program

JIT: Just in time

MIT: Massachusetts Institute of Technology

PIB: Produto Interno Bruto

PHT: Pin Through Hole

TPM: Total Productive Maintenance

TRM: Troca rápida de ferramenta

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos nossos pais pela oportunidade da vida e pelos costumes éticos

ensinados por eles, nos proporcionando uma visão de respeito e humildade com tudo que

existe no Universo.

Agradecemos a nossa orientadora Profa. Dra. Marcela Avelina Bataghin Costa por

toda sua dedicação, paciência e respeito com nossas limitações, foi gratificante e honroso essa

oportunidade.

A todos os professores do IFSP por dedicar uma parte de suas vidas ao exercício mais

nobre que pode existir, em especial alguns mestres que nos marcaram para sempre: Carla R.

Rufo, Antonio Cano, Diego Fogaça, Marcela A. B. Costa, Rita Farjado, Thereza Zavarese e

Marcelo José Carrer.

Aos nossos colegas de faculdades que acabaram se tornando amigos por toda vida,

simplesmente pelo fato de nos transformarem em pessoas diferentes e melhores, um

agradecimento especial para nossa turma TPG3.

Eu Valdir, agradeço minha esposa Monique Sousa, meu filho Arthur S. Xavier, minha

mãe Sonia M. R. Xavier, meu pai Valdir Xavier, meus amigos mais queridos: Aline Madakis,

João Biancolin, Iago Borges, Gabriel Malavazi e Danilo Freire.

Eu Aline, agradeço a todos meus amigos e familiares, em especial meu pai Rogerio

Arias que contribuiu de forma íntegra para o desenvolvimento do nosso trabalho e meu amigo

Valdir Xavier, por todo o apoio e parceria durante o curso.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 11

1.1OBJETIVOS DA PESQUISA......................................................................................................13

1.1.1 Objetivo Geral.................................................................................................................. 13

1.1.2 Objetivos Específicos....................................................................................................... 13

1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................................................14

1.3 MÉTODO DE PESQUISA................................................................................................. 15

2 MANUFATURA ENXUTA................................................................................................. 17

2.1 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO............................................................ 18

2.2 SURGIMENTO DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO........................................... 20

2.3 JUST IN TIME....................................................................................................................20

2.3.1 Produção puxada e Produção Empurrada........................................................................ 21

2.4 PRINCÍPIOS ENXUTOS................................................................................................... 21

2.4.1Características dos Sistemas de Produção Enxuta para Manufatura.................................22

2.5 PRINCIPAIS FERRAMENTAS DA MANUFATURA ENXUTA.................................. 25

2.5.1 Kaizen.............................................................................................................................. 25

2.5.2. Benchmarking................................................................................................................. 25

2.5.3. Seis sigma....................................................................................................................... 26

2.5.4. Brainstorming................................................................................................................. 26

2.5.5. Brown paper.................................................................................................................... 26

2.5.6. Kanban............................................................................................................................ 27

2.5.7 5s...................................................................................................................................... 28

2.5.8. Teoria das Restrições...................................................................................................... 28

2.5.9. Poka Yoke....................................................................................................................... 28

2.5.10. Troca Rápida................................................................................................................. 29

2.5.11 Total Productive Maintenance –TPM............................................................................ 29

2.6 POSSÍVEIS PROBLEMAS NA IMPLANTAÇÃO DA MANUFATURA ENXUTA......30

3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO PESQUISA DE CAMPO...................... 31

3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA................................................................ 31

3.2 PRODUÇÃO E PROCESSO PRODUTIVO...................................................................... 32

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 38

4.1 SÍNTESE E CONCLUSÕES.............................................................................................. 38

5 REFERÊNCIAS............................................. ..................................................................... 41

APENDICE I – ROTEIRO DE PESQUISA- ENTREVISTA........................................... 43

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1 INTRODUÇÃO

A expressão “Lean Manufacturing” foi definida por John Krafcik, pesquisador do

IMVP-International Motor Vehicle Program, um programa de pesquisas ligado ao

Massachusetts Institute of Technology - MIT, para definir um sistema de produção mais

eficiente, flexível, ágil e inovador do que a produção em massa e habilitado a enfrentar um

mercado em constante mudança (WOMACK; JONES; ROSS, 1992). No ocidente de forma

geral o sistema ficou bastante conhecido Lean Production, Produção Enxuta ou Manufatura

Enxuta. Este sistema possui em seu cerne uma dimensão fundamental, ou seja, requer

menores recursos, maximização da eficiência e da produtividade e, principalmente,

maximização da flexibilidade, sendo mais ágil, inovadora e capaz de enfrentar melhor as

mudanças conjunturais e de mercado. Em quase todos os aspectos, contrapõe-se a dois outros

métodos de produção concebidos pelo homem: a Produção Artesanal e a Produção em Massa

(WOMACK; JONES; ROSS 1992).

O principal objetivo da produção enxuta é que a implementação de princípios reduzem

gradativamente os desperdícios à medida que a empresa os introduz, diminuindo, portanto,

custos. Fullerton (2003), encontraram uma relação positiva entre a lucratividade da empresa e

o grau em que as práticas de produção com redução de desperdícios são implementadas.

Womack e Jones (1996), em seu livro Lean Thinking, estabeleceram cinco princípios

da produção enxuta nas empresas sendo: i) valor: capacidade oferecida a um cliente no

momento certo a um preço justo e adequado, conforme definido e esperado pelo cliente; ii)

fluxo de valor: atividades específicas indispensáveis para projetar, produzir e oferecer um

produto específico, da concepção ao lançamento, do pedido à entrega, e da matéria-prima às

mãos dos clientes; iii) fluxo contínuo: progressiva realização de tarefas ao longo do fluxo de

valor fazendo com que o produto passe da concepção ao lançamento, do pedido à entrega e da

matéria-prima às mãos do cliente sem interrupções, refugos ou retro fluxos; iv) valor puxado

pelo cliente: sistema de produção no qual nada é produzido pelo fornecedor sem que o cliente

sinalize uma necessidade; v) perfeição: eliminação total de desperdício para que todas as

atividades ao longo de um fluxo de valor criem valor percebido pelo cliente (MOYANO e

SACRISTÁN, 2011).

Segundo Krajewski; Ritzman; Malhotra, (2004) este sistema possui características que

reforçam seus princípios sendo eles: método puxado do fluxo de trabalho; qualidade na

origem; lotes pequenos; cargas uniformes das estações de trabalho; componentes e métodos

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de trabalho padronizados; proximidade com fornecedores; componentes e métodos de

trabalho padronizados; automação; 5 S e fluxo em linha. Todas essas características serão

detalhadas no Tópico 2, no entanto, a seguir falar-se-á brevemente sobre a automação.

A automação segundo Ritzman; Krajewski; Malhotra (2009) acontece através da

substituição de trabalhadores por máquinas. Em algumas atividades aumenta a produtividade,

reduzindo estoques (mais grave problema segundo a produção enxuta), produtos defeituosos,

perda de materiais e custos podendo deste modo aumentar o lucro devido ao aumento de

participação no mercado (resultado de melhor produtividade e maior qualidade) e da redução

de custos.

Nas indústrias do setor eletroeletrônico a precisão conseguida com a automatização é

significativamente maior do que aquelas conseguidas com fabricação manual.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica- ABNEE (2017) o

faturamento da indústria eletroeletrônica, no ano de 2016, atingiu R$ 129,4 bilhões, o que

corresponde a aproximadamente 3% do Produto Interno Bruno – PIB do país. No entanto este

valor foi 9% inferior ao verificado no ano de 2015 (R$ 142,5 bilhões), o que representou

queda real de 13%. A baixa atividade dessa indústria foi indicada tanto pelo segmento de bens

de consumo, como de bens de capital.

Pelo lado dos bens de consumo, a queda da renda da população, a alta e crescente taxa

de desemprego e o elevado endividamento foram fatores que efetivamente inibiram a

iniciativa de compra dos consumidores. Somando-se a estes fatos, durante o ano de 2016, os

consumidores conviveram com juros elevados e crédito contraído, elementos fundamentais na

decisão do consumo (ABNEE, 2017).

De acordo com os dados apresentados, as indústrias do setor precisam se modernizar e

adotar práticas de redução de desperdícios e aumento da qualidade para se fortalecerem não

só no mercado nacional, mas também no mercado internacional.

Deste modo este estudo teve como intuito estudar uma empresa do setor

eletroeletrônico, que atua na Montagem de Circuitos Eletrônicos e alguns aparelhos

completos, como aparelho de Medição do Ibope e Bastidor de Sistema de Telefonia,

Semáforos Leds, entre outros.

A empresa estudada foi fundada em 1985, possui administração familiar e ainda utiliza

corte manual para a maioria de seus equipamentos.

O corte manual se da através alicates de corte rente. Estes alicates são usados para

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corte dos componentes Pin Through Hole (PTH) ou terminal inserido no furo, que são

soldados nas placas de circuito impresso. No entanto, feito através de alicates, geram grande

desperdício de solda e tempo, pois gera muito retrabalho. Muitas vezes a empresa é obrigada a

parar a produção devido ao excesso de retrabalho, gerando não só atrasos como pagamentos

de horas extras.

Deste modo e visando ser mais competitiva no mercado, a empresa está

implementando a produção enxuta para a fabricação de alguns componentes. A

implementação começou com a aquisição de uma máquina Ren Thang KA-8, buscando

maximizar a produção, eliminando desperdícios e realocando os funcionários para áreas de

funções não automatizadas.

Considerando o exposto, a questão de pesquisa que guiará este trabalho é: Quais

melhorias a adoção da máquina Ren Thang KA-8, considerada uma ferramenta de automação

da produção enxuta trará em uma empresa de pequeno porte do setor eletroeletrônico?

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.1.1 Objetivo Geral

Verificar se a adoção de princípios e pilares da produção enxuta, mais especificamente

a automação, reduzirá tempos e desperdícios de materiais em uma empresa fabricante de

componentes eletroeletrônico.

1.1.2 Objetivos Específicos

● Fazer uma revisão bibliográfica sobre produção enxuta;

● Analisar a produção atual da empresa e identificar os principais gargalos;

● Apresentar melhorias alcançadas com a adoção da automação;

● Analisar o custo benefício da implantação das ferramentas de produção enxuta.

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1.2 JUSTIFICATIVA

As empresas buscam incansavelmente maneiras de reduzir ou eliminar perdas ou

desperdícios na tentativa de se tornarem mais competitivas. Uma alternativa que vem sendo

compartilhada e adaptada à realidade de cada empresa é a metodologia da produção enxuta ou

Lean Production (PERGHER; RODRIGUES; LACERDA, 2011). Este trabalho tem como um

de seus objetivos verificar se a introdução de princípios e pilares da produção enxuta pode

reduzir tempos, desperdícios e consequente custos em uma empresa do setor eletroeletrônico

situada na cidade de São Paulo. A redução de tempos, desperdícios e custos pode melhorar a

competitividade da empresa, justificando, portanto, sua relevância econômica.

As empresas do setor eletroeletrônico investem e desenvolvem novas tecnologias. O

domínio desta tecnologia é estratégico nos países desenvolvidos. Foi na Ásia que esse setor

passou a ser considerado o principal passaporte para o desenvolvimento. No entanto o

domínio tecnológico permanece nos países que tradicionalmente investem na criação

conhecimento. Este setor foi o sustentáculo do avanço econômico do Japão, Tigres Asiáticos e

China desde os anos 70 (PERGHER; RODRIGUES; LACERDA, 2011).

O Brasil é um dos maiores produtores da América Latina, mas ainda deixa a desejar

nos quesitos de qualidade, rapidez e ainda é seguidor tecnológico de potências como Japão,

Alemanha e Estados Unidos. Assim, estudar e buscar melhorar a produtividade de uma

empresa brasileira do setor de eletroeletrônico pode favorecer sua competitividade, e o

interesse em desenvolvimento de tecnologia nacional. O desenvolvimento de soluções no país

pode levar a geração de emprego justificando, portanto, sua importância social.

Do ponto de vista acadêmico esta pesquisa se justifica já que tem por objetivo o estudo

do sistema de produção enxuta, uma das metodologias de gestão mais apreciadas da

atualidade. Conhecer o funcionamento da produção enxuta bem como avaliar as melhorias

trazidas para uma empresa nacional de eletroeletrônicos além de gerar conhecimentos pode

despertar o interesse tanto de acadêmicos quanto de profissionais do setor em pesquisas sobre

o tema.

Pessoalmente esta pesquisa se justifica, pois, um dos pesquisadores é proprietário da

empresa e como futuro Tecnólogo em Processos Gerenciais, busca soluções modernas e

eficazes para melhorar a qualidade e produtividade de seus produtos, além de buscar reduzir

custos e melhorar a rentabilidade da mesma.

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1.3 MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa desenvolvida neste trabalho pode ser classificada como uma pesquisa

aplicada, pois tem como finalidade gerar conhecimentos a partir da resposta da seguinte

questão: Quais melhorias a adoção da máquina Ren Thang KA-8, considerada uma ferramenta

de automação da produção enxuta trará em uma empresa de pequeno porte do setor

eletroeletrônico? Deste modo tem uma aplicação prática em um problema concreto do

cotidiano. Do ponto de vista da forma de abordagem da pesquisa, esta pode ser considerada

exploratória e descritiva. Para Zikmund (2000), estudos exploratórios são úteis para

diagnosticar situações, explorar alternativas ou descobrir novas ideias. No caso do objetivo

descritivo a pesquisa descreve os conceitos e princípios de produção, além de buscar

descrever os possíveis benefícios trazidos para a empresa estudada após a adoção de

automação, um dos pilares da produção enxuta. Para Trivimôs (1987), o estudo descritivo

pretende descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade.

Ainda com relação a sua natureza esta pesquisa possui natureza qualitativa, pois tende

a enfatizar mais o processo do que o produto, além disto, não será tratado a questão numérica

e sim o relacionamento das melhorias que se pode obter através da ferramenta da produção

enxuta. Triviños (1987) diz que a abordagem de cunho qualitativo trabalha os dados buscando

seu significado, tendo como base a percepção do fenômeno dentro do seu contexto. O

objetivo de estudo da pesquisa se dará através de um estudo de caso único, com uma empresa

de eletroeletrônicos localizada na cidade de São Paulo.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos esta pesquisa pode ser considerada

como uma revisão bibliográfica e documental, seguida por um estudo de caso.

A revisão bibliográfica é segundo Gil (2008) desenvolvida com base em pesquisas em

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, dissertações,

teses e outros materiais cuja origem científica seja comprovada. Já pesquisa documental é

semelhante a bibliográfica diferindo-se na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de

materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser

reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Podem ser relatórios de empresas, tabelas

entre outros (GIL, 2008).

Já o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos,

de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 2008). Neste caso, o

estudo consistir-se-á em verificar se a adoção de princípios e pilares de produção enxuta como

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a adoção da automação na empresa Polycomp pode auxiliar na redução de tempos e

desperdícios na fabricação de eletroeletrônicos.

A empresa Polycomp foi intencionalmente escolhida de um universo de empresas do

setor eletroeletrônico como o objeto desta pesquisa. Atualmente conta com cerca de 80

funcionários. Destes 65 estão alocados no setor de produção. Trata-se de uma amostra não

probabilística e intencional sendo o setor de produção o objeto de estudo, já que o mesmo

intenciona aplicar conceitos de produção enxuta visando melhorar sua produtividade,

reduzindo custos e desperdícios.

O método de coletas de dados utilizados foi uma entrevista com aplicação de um

roteiro semiestruturado, durante o ano de 2017 com (questões abertas e fechadas) com um dos

sócios da empresa, conforme APÊNDICE A.

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2 PRODUÇÃO ENXUTA

Segundo Ohno (1997) o sistema de manufatura ou produção enxuta também conhecida

como Sistema Toyota de Produção tem em sua base organizar um fluxo no processo de

manufatura. Isso se dá com a organização sincronizada e sequencial das atividades realizadas

na manufatura de um produto. Um exemplo divergente seria um determinado produto que se

encontra em transformação em uma linha de produção, ter que retornar para um determinado

ponto da linha, realizar os ajustes para depois ter condições de avançar novamente, o correto é

adaptar a linha de produção proporcionando um fluxo continuo. Para Ohno (1997) existem

dois pilares que sustentam a manufatura enxuta: o Just in Time e a Automação.

O Just in Time é o primeiro pilar da manufatura enxuta e corresponde ao fluxo do

processo que tem como conceito ideal a chegada de materiais para o cliente na quantidade

solicitada e no tempo solicitado, nem mais nem menos, ou seja, apenas o que foi ou o que é

necessário e no tempo solicitado. O cliente nesse caso tanto pode ser externo como pode ser

um próprio funcionário da linha de produção, que necessita de um material na quantidade

certa no tempo certo. O segundo pilar, automação é a forma de transformar uma operação

manual realizada por um empregado em uma operação semiautomática ou totalmente

automática. Essa automação é obtida através da tecnologia aplicada em algum tipo de

equipamento ou software que substituirá parcialmente ou totalmente uma operação realizada

manualmente.

Dias (2006) relata o grande número de empresas que investem em atividades buscando

eliminar os desperdícios. Algumas das ferramentas que são utilizadas para auxiliar na

melhoria das empresas são o Kaizen, Benchmarking, Brainstorming, Seis Sigma e Brown

Paper. Essas ferramentas têm como objetivo identificar e propor as melhorias, e para

operacionalizar as informações obtidas através delas existem ferramentas como o Kanban, 5S,

Teorias das Restrições, Poka Yoke, Troca Rápida e Total Productive Maitanence.

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2.1 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

O primeiro sistema de produção conhecido foi a produção artesanal, esse sistema

manteve-se até o final do século XlX. Nele o artesão fabricava os produtos e tinha a missão de

produzir para o cliente um produto altamente customizado, fabricado de acordo com o que o

cliente solicitava por esse motivo o custo era muito alto. No início do século XX após a

revolução industrial criou-se teorias com a intenção de sistematizar a administração das

indústrias, que antes era realizada de maneira livre, sem qualquer método de produção,

direcionada pela produção artesanal. Uma das teorias surgidas na época foi a Administração

cientifica. Segundo Chiavenato (2000) a abordagem básica dessa escola é a ênfase na tarefa.

Seu início ocorreu a partir de experiências do engenheiro americano Frederick Taylor, que

tinha como meta a eliminação dos desperdícios e das perdas ocorridas pelas indústrias, com

isso aumentando os níveis de produtividade. Sua obra ficou conhecida como Taylorismo e

fundamentou-se no estudo de tempos e movimentos, divisão do trabalho, padronização,

desenho de cargos e tarefas, incentivos salariais e prêmios de produção.

Ainda na escola de Administração cientifica surgiu a produção em massa. Segundo

Chiavenato (2000), Henry Ford promoveu a grande inovação do século XX com a produção

em massa. Ford modernizou na organização do trabalho: uma produção potencialmente maior,

mais garantia de qualidade e um custo reduzido. Utilizando um sistema vertical de produção,

onde se produzia desde a mátria prima até o produto acabado, além da concentração

horizontal por cadeia de distribuição e agências próprias. Nesse sistema a mão de obra

utilizada era altamente especializada e as maquinas conseguiam produzir um alto volume de

produtos padronizados (CHIAVENATO, 2000).

Enquanto nos Estados Unidos Taylor e Ford encabeçavam o desenvolvimento da

Administração Cientifica, surgia na França a Teoria Clássica da Administração, sua ênfase foi

a estrutura que a organização necessita para sua eficiência. Henry Fayol foi o fundador dessa

teoria, que analisava o sistema a partir de uma abordagem sintética, global e universal da

empresa. Nessa teoria a preocupação básica era com a estrutura organizacional, que seria a

disposição dos setores da empresa e as relações entre o mesmo. Com essa razão a Teoria

Clássica se classifica inversa a Administração cientifica, partindo de cima para baixo, tendo

início da organização para os departamentos. Portanto se define Teoria Clássica com ênfase

na estrutura, e Administração Cientifica ênfase nas tarefas.

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Logo após esse período, surgiu a Abordagem Humanística, na qual a ênfase era nas

pessoas que faziam parte da organização. A abordagem humanística da administração foi a

primeira teoria administrativa a ter uma percepção mais atenta ás necessitadas e

características dos colaboradores, enxergando-os mais como seres humanos e menos como

simples empregados, percebendo que características pessoais influenciavam diretamente no

ambiente de trabalho, consequentemente propiciou uma ligação dos aspectos técnicos e

formais e os aspectos psicológicos e informais.

A partir dessa teoria criou-se o modelo Sociotécnico que segundo Chiavenato (2000),

definida a organização como um sistema aberto em constante interação formado por dois

subsistemas: técnico e social, com isso esse sistema unia a parte tecnológica com a parte

humana.

Após todas as teorias abordadas anteriormente, Eiji Toyoda e Taiichi Ohno iniciaram o

conceito de manufatura enxuta, com origem no Japão na década de 50. Os dois perceberam

que o conceito americano de produção em massa se aplicado naquela região, poderia ser

arriscado em função das exigências dos consumidores que necessitavam de uma variedade

maior de produtos. Dessa forma surgiu um novo modelo de produção, conhecido como

Sistema de Produção Enxuta ou Sistema Toyota de Produção (Lean Manufacturing ou Lean

Production) (OHNO, 1997).

Segundo Toledo (2002), o pensamento enxuto pode ser interpretado como a forma de

produzir mais com cada vez menos recursos, ao mesmo tempo oferecer aos clientes o que

realmente desejam, proporcionando um retorno imediato com a redução de desperdícios

sendo transformado em economia. Segundo Campos (1996), o desperdício é qualquer recurso

gasto além do necessário para sua fabricação, desde a matéria-prima ao tempo de produção. O

desperdício é tudo que aumenta o valor do produto ou serviço sem agregar valor para o

cliente. Na visão japonesa a manufatura tem como significado a eliminação de todos os

desperdícios que trazem custos para o cliente.

Segundo Ohno (1997), os sete desperdícios que devem ser perseguidos e eliminados

na produção são: superprodução; espera; transporte; processamento; estoque; desperdício de

movimentos e retrabalho. Estes serão detalhados no tópico 2.4.1.

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2.2 SURGIMENTO DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO

Segundo Krajewski, Ritzman, Malhotra, (2009) a Produção “Enxuta” foi um termo

criado no final dos anos 80 pelos pesquisadores do International Motor Vehicle Program,

(IMVP) um programa de pesquisas ligado a Massachusetts Institute of Technology, para

definir um sistema de produção mais eficiente, flexível, ágil e inovador do que a produção em

massa e um sistema habilitado a enfrentar um mercado em constante mudança. Devido ao uso

de suas técnicas na Toyota Motor Company desde a década de 50, o termo atualmente é mais

conhecido como Sistema Toyota de Produção.

2.3 JUST IN TIME

Criado por Taiichi Ohno no início dos anos 50 e considerado um dos dois pilares de

sustentação do Sistema Toyota de Produção, o Just in time ou JIT é um sistema de

administração que determina que todo o processo deve ser feito na hora certa, ou seja, nada

deve ser comprado, produzido ou transportado antes da hora. Podendo ser aplicado em

qualquer organização, tem como principal objetivo reduzir ou eliminar qualquer tipo de

desperdício em questão de tempo, estoque, transporte, entre outros (OHNO, 1997).

A metodologia do JIT consiste em uma série de atividades voltadas a alta produção,

trabalhando com um mínimo de estoque possível, com produtos de qualidade e em um fluxo

de processo sincronizado, na qual a etapa fornecedora só produz no momento em que o

cliente necessitar (DAVIS, 2001).

A técnica JIT tem como filosofia e cultura organizacional, trabalhar com o mínimo de

estoque possível, passando a adotar uma produção por demanda. Isto significa que a compra

dos materiais necessários e sua fabricação é feita somente após o pedido do cliente. Porém,

para que a aplicação desse conceito se torne favorável para a empresa, é necessário que haja o

comprometimento dos colaboradores para que os erros na produção sejam cada vez menores

devido ao baixo estoque e, além disso, a aplicação das ferramentas adotadas pela produção

enxuta, que tem como foco eliminar desperdícios, garantindo uma produção mais ágil e com

maior qualidade. O JIT se baseia numa produção puxada.

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2.3.1 Produção Puxada e Produção Empurrada

Segundo Krajewski, Ritzman, Malhotra, (2009) a produção empurrada é baseada em

uma previsão de vendas, independente da demanda dos clientes. Neste caso o processo de

fabricação se inicia a partir de lotes que são produzidos e "empurrados" para a venda. Muitas

vezes causando o acúmulo de produtos, tanto nas empresas que produzem, quanto nas

intermediárias que vendem os lotes provenientes da produção empurrada. Um exemplo

comum são os produtos que compramos em um supermercado ou pequenos eletrodomésticos

que já estão na gondola esperando apenas para serem vendidos.

Diferente da produção empurrada apresentada anteriormente, a produção puxada tem

como um dos principais objetivos diminuir o estoque das empresas e evitar desperdícios de

matéria prima, tempo de trabalho e transporte. A produção puxada tem seu processo iniciado

somente após o pedido do cliente, produzindo somente a quantidade solicitada, atendendo aos

princípios da manufatura enxuta (KRAJEWSKI, RITZMAN, MALHOTRA 2009).

2.4 PRINCÍPIOS ENXUTOS

O Sistema de Manufatura Enxuta é composto por cinco princípios básicos, chamados

“Princípios Enxutos”, que em conjunto formam um processo de identificação e eliminação

dos desperdícios e melhora contínua na organização (JONES e WOMACK 1998). Estes são:

1. Valor: segundo Jones e Womack (1998), o ponto de partida para o pensamento enxuto

é o valor. O valor só pode ser definido pelo cliente em termos de produto específico (um bem

ou um serviço ou ambos simultaneamente) que atenda às necessidades do cliente a um preço

específico em um momento específico

2. Fluxo de valor: o fluxo de valor envolve todo o processo de confecção do produto

final, identificando as informações desde o pedido do cliente até a entrega e a transformação

física do produto. São geradas três tipos de ações durante todo o fluxo (WOMACK e JONES,

1998):

a) Atividades que agregam valor: processos que geram alterações nos produtos às quais

os cliente está disposto a pagar;

b) Atividades que não agregam valor: são atividades consideradas como desperdícios,

pois o cliente não está disposto a pagar e por isso, devem ser eliminadas da produção;

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c) Atividades que não agregam valor, mas são necessárias: atividades que também

são consideradas desperdícios, mas que são inviáveis de serem eliminadas da produção e

devem ser minimizadas no processo;

3. Fluxo contínuo: o princípio do fluxo contínuo é criar dentro das atividades de valor

um efeito imediato em relação à redução do tempo produção, processamento de pedidos e

solicitação de estoque, dentro de uma sequência sem desperdícios;

4. Puxar a produção: ocorre a inversão do fluxo produtivo, pois a empresa não mais

produz e empurra o produto para o cliente (produção empurrada). Nesse conceito de produção

puxada, segundo Womack e Jones (1998) o produto ou serviço só é iniciado a partir do pedido

do consumidor, reduzindo assim a necessidade de estoques e contribuiu para valorizar o

produto;

5. Busca pela perfeição: para Womack e Jones (2004) o objetivo constante deste

princípio é que a eliminação dos desperdícios se constitua em uma rotina entre todos os

envolvidos nos fluxos e nas organizações. Dessa maneira, a empresa não deve nunca

interromper esforços para realizar e criar melhorias nos processos de produção e eliminação

de desperdícios.

2.4.1 Características dos Sistemas de Produção Enxuta para Manufatura

O Sistema de Produção Enxuta é a forma da organização se manter competitiva no

mercado. Para Liker e Meier (2007) a quantidade de informações que esse sistema

proporciona inicialmente gera uma sobrecarga em sua aplicação, sendo que muitas vezes os

gestores acabam fazendo mal-uso das suas ferramentas o que os levam a acreditar que o

sistema enxuto não funciona naquele ambiente. Porém, segundo Liker e Maier (2007) é

necessário rever se a abordagem utilizada foi acima do que a empresa suportava no momento.

Para a implementação da produção enxuta, a empresa precisa primeiro “organizar a casa”

utilizando por exemplo a metodologia do 5S ou HouseKeeping, discutida no tópico 2.6.

Para Taiichi Ohno (1988) tudo o que uma empresa faz ao aplicar uma produção enxuta

é olhando para a linha do tempo, desde o momento que o cliente faz um pedido até o

momento que se coleta o pagamento. E essa linha do tempo sempre pode ser reduzida,

removendo perdas sem valor agregado através dos conceitos enxutos.

Na manufatura quase sempre existe ocorrem perdas no processo. A produção enxuta

ou Sistema Toyota de Produção se baseia no simples fato de eliminar essas perdas, lembrando

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que a eliminação dessas perdas vai muito além da identificação delas. Para realmente ter

sucesso com esse modelo acontecera antes um ambiente de desconforto e conforme Liker e

Meier (2007) três características principais regem o êxito desse desafio.

• Foco na compreensão dos conceitos que sustentam as filosofias do sistema enxuto,

estratégias para implementação e uso eficaz de metodologias enxutas, em vez de foco na

aplicação descuidada de ferramentas enxutas (Kanban, 5S, etc.);

• Firme aceitação de todos os aspectos do prazo enxuto, inclusive daqueles que

produzem efeitos indesejáveis de curto prazo. Isso impede a “retirada” apenas dos elementos

que não ultrapassam a zona de conforto;

• Planos de implementação cuidadosamente concebidos que contenham a erradicação

sistemática, cíclica e contínua das perdas;

Além dessas três características a Toyota identificou os sete tipos principais de

atividades sem valor agregado em processos de manufatura, e um oitavo que segundo Liker e

Meier (2007) é o fechamento desses princípios.

1. Superprodução: produzir itens mais cedo ou em maiores quantidades do que o cliente

necessita. Produzir antes ou mais do que é necessário gera outras perdas, tais como custos

com excesso de pessoal, armazenagem e transporte devido ao estoque excessivo;

2. Espera (tempo à disposição): trabalhadores meramente servindo como vigias de uma

máquina automatizada ou tendo que ficar esperando pela próxima etapa do processamento ou

próxima ferramenta, suprimento, peça, entre outros, ou ainda, simplesmente não tendo

trabalho por falta de estoque, atrasos de processamento, paralização do equipamento e

gargalos de capacidade;

3. Transporte ou transferência: movimentação de trabalho em processo de um local

para outro, mesmo se for em uma curta distância. Movimentação de materiais, peças ou

produtos acabados para estoca-los ou retirá-los do estoque ou entre processos;

4. Superprocessamento ou processamento incorreto: realização de atividades/tarefas

desnecessárias para processar as peças. Processamento ineficiente devido à má qualidade das

ferramentas e do projeto do produto, causando deslocamentos desnecessário ou produzindo

defeitos. A perda é gerada quando são oferecidos produtos de maior qualidade do que o

necessário. Às vezes, “trabalho” extra é realizado para preencher o excesso de tempo em vez

de esperá-lo passar;

5. Excesso de estoque: excesso de matéria prima, estoque em processo ou produtos

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acabados, causando lead times mais longos, obsolescência, produtos danificados, custo de

transporte e armazenagem e atrasos. Além disso, o estoque extra oculta problemas, tais como

desequilíbrio na produção, entregas com atraso por parte dos fornecedores, defeitos,

paralização de equipamentos e longos períodos de preparação de equipamentos (setup);

6. Deslocamentos desnecessários: qualquer movimento que os funcionários têm que

fazer durante seu período de trabalho que não seja para agregar valor à peça, tais como

localizar, procurar ou empilhar peças, ferramentas, etc. Além disso, caminhar também é

perda;

7. Defeitos: produção ou correção de peças defeituosas. Conserto ou retrabalho, descarte,

produção para substituição e inspeção significam desperdício de tempo, de manuseio e de

esforço.

Liker e Meier (2007) acrescenta que um oitavo desperdício possa atualmente ser

acrescentado ao sete desperdícios originais:

• Não-utilização da criatividade dos funcionários: Perda de tempo, ideias,

habilidades, melhorias e oportunidades de aprendizagem por não envolver ou não escutar seus

funcionários.

Segundo Liker e Meier (2007), Ohno considerou que a perda mais importante era a

superprodução, pois ela ocasiona a maioria dos outros tipos de perda. Produzir mais que o

necessário sempre gera em algum momento da operação algum tipo de estoque desnecessário,

um exemplo clássico é que havendo qualquer problema na linha de produção o material

produzido simplesmente ficará parado esperando ser processado na operação seguinte. Ainda

observa-se que os sete tipos de perdas são tão críticos, que de acordo com Ohno 1997, é o

impacto que gera no que ele chamou de oitava perda.

Além disso, a superprodução, os estoques, entre outros, ocultam problemas nas linhas

de produção pois, se tem estoque, os problemas não são visíveis, e assim, os funcionários da

equipe não são obrigados a pensar. A redução de perdas expõe os problemas e força a equipe

usar sua criatividade para resolvê-lo (LIKER; MEIER 2007).

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2.5 PRINCIPAIS FERRAMENTAS DA MANUFATURA ENXUTA

Para aplicação do conceito de manufatura enxuta em uma organização, é importante

seguir os princípios enxutos e utilizar as ferramentas como apoio e aplicação prática. As

ferramentas que serão destacadas nesse tópico são Kaizen, Benchmarking, Braintorning, Seis

Sigma, Brown Paper. Essas cinco ferramentas tem o objetivo de identificar possíveis

problemas. Além destas são apresentadas o Kanban, 5S, Teoria das Restrições Poka Yoke,

Troca Rápida e Total Productive Maintanence, que são ferramentas que auxiliam a

operacionalizar o que as cinco ferramentas anteriores identificaram.

2.5.1 Kaizen

Segundo Dias (2006) Kaizen ou melhoria contínua, objetiva o aperfeiçoamento de um

processo. Para o autor deve haver continuamente uma melhoria, seja ela na estrutura da

empresa ou no próprio indivíduo. Sua metodologia traz resultados concretos, tanto

qualitativamente, quanto quantitativamente, em um curto espaço de tempo e a um baixo custo,

proporcionando aumento na lucratividade, pois, é apoiado na sinergia gerada por uma equipe

reunida para alcançar metas estabelecidas pela direção da empresa. A palavra Kaizen de

origem Japonês quer dizer mudar para melhorar.

2.5.2. Benchmarking

É um processo de comparação de produtos, serviços e práticas empresariais, entre as

referências do segmento. Esse processo permite realizar comparações com o objetivo de se

criar a melhor prática para a organização. Segundo Sorio (2017) a empresa interessada em

implantar Benchmarking deve analisar os seguintes fatores: ramo, objetivo, amplitude,

diferenças organizacionais e custos, antes da definição ou aplicação do melhor método, pois

cada empresa tem sua particularidade e necessidades que devem ser avaliadas

antecipadamente à aplicação do processo.

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2.5.3. Seis Sigma

Segundo Rotondaro (2008) o Seis Sigma é uma filosofia de trabalho para alcançar,

maximizar e manter o sucesso comercial, por meio da compreensão das necessidades do

cliente (internos e externos). É um conceito que se concentra no cliente e no produto. Busca

incrementar a qualidade por meio de melhoria continua dos processos envolvidos na produção

de um bem ou serviço, seu objetivo é conseguir a excelência na competitividade de seus

processos.

O termo sigma mede a capacidade do processo em trabalhar livre de falhas. A adoção

do 6ϭ, significa redução da variação no resultado entregue aos clientes numa taxa de 3,4

falhas por milhão ou 99,99966% de perfeição.

Conforme Harry (1998), o Seis Sigma é um processo de negócio que permite às

organizações incrementar seus lucros por meio da otimização das operações, melhoria da

qualidade e eliminação de defeitos, falhas e erros. O Seis Sigma está relacionado à melhoria

da lucratividade. Organizações que adotam essa ferramenta fazem isso para melhorar seus

lucros.

2.5.4. Brainstorming

O termo Brainstorming ou tempestade de ideias é uma atividade desenvolvida para

explorar a criatividade de um indivíduo ou grupo, reunindo o maior número possível de

ideias, visões, propostas e possibilidades a respeito do tema tratado (FERREIRA, 2004).

Segundo Ferreira (2004), sendo uma ferramenta de fácil aplicação, utilizada por

equipes de diferentes visões e opiniões para solucionar um problema em questão. Através

dele, várias ideias são geradas, sem críticas ou restrições, e registradas por um responsável

designado para coordenar esse processo. Após isso, realiza-se uma triagem, selecionando-se

as melhores ideias.

2.5.5. Brown Paper

É considerada uma ferramenta simples, de fácil acesso e requer baixa tecnologia para

seu uso. O Brown Paper é uma ferramenta que mostra uma visão geral do processo,

facilitando a identificação de melhorias para o processo apresentado. É construído a partir de

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uma folha comprida, onde é realizado o mapeamento de todo o processo e depois de pronto o

chamado realiza-se então o Brown Paper, com sugestão de ideias e sugestões de melhorias ao

processo que também são inseridas e identificadas nessa ferramenta (DIAS, 2006).

2.5.6. Kanban

O sistema Kanban trata-se de um sistema de abastecimento e controle de estoque,

baseado em um sistema visual no qual o produto só é reabastecido após ser consumido

(vendido). Segundo Ohno (1997), para o controle e funcionamento do Kanban, são utilizados

cartões que indicam que um material foi utilizado e precisa ser reposto; estes mesmo cartões

são divididos por prioridade de reabastecimento, sendo separado pelas cores verde, amarela e

vermelha, que determina a urgência de cada produto ou material ser reposto para dar

continuidade na produção.

Desenvolvido e adotado pela Toyota na década de 60, o sistema kanban tem como

objetivo tornar simples e rápidas as atividades de programação, controle e acompanhamento

de produção em lotes. Existem diversos tipos de Kanbans sendo os mais utilizados:

• Kanban de Produção: também chamado de kanban em processo, é empregado para

autorizar a fabricação ou montagem de determinado lote de itens, tendo sua área de atuação

restrita ao centro de trabalho que executa a atividade produtiva nos itens;

• Kanban de Fornecedor: utilizado para avisar ao fornecedor que é necessário enviar

material ou componentes para um estágio de produção. São executadas as funções de uma

compra convencional, o fornecedor externo é autorizado a fazer uma entrega de um lote de

itens especificados no cartão (TUBINO, 1999). O uso do sistema kanban com fornecedores, a

partir da filosofia proposta pelo Just in Time, simplifica e racionaliza as atividades de

reposição de estoque de curto prazo por parte dos fornecedores, pois os mesmos ficam

previamente cientes e autorizados a reporem os itens consumidos;

• Kanban de Transporte - utilizado para avisar o estágio anterior que o material pode

ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica. Funciona como uma

requisição de materiais, autorizando o fluxo entre a célula ou centro de trabalho produtor ou

consumidor;

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2.5.7 Cinco Sensos -5S

O 5S é uma metodologia de organização criada no Japão, que tem como foco otimizar

e simplificar procedimentos, recursos e tempo. É a base de todas as ferramentas de

manufatura enxuta, e é representada pelos 5 sensos, sendo eles (RIBEIRO, 1994):

● SEIRI – Senso de utilização: Consiste em descartar ou guardar tudo que for

desnecessário para execução do trabalho;

● SEITON – Senso de Ordenação: este senso é referente a identificação de todos os

itens utilizados, ou seja, cada item deve ter seu lugar identificado;

● SEISO – Senso de limpeza: o ambiente de trabalho deve estar sempre limpo e em

condições favoráveis;

● SEIKETSU – Senso de padronização: todo trabalho dos demais sensos deve seguir

uma padronização, sem alteração no modo que é feito;

● SHITSUKE – Senso de autodisciplina: refere-se à educação e comprometimento com

o cumprimento do programa 5S.

2.5.8. Teoria das Restrições

Segundo Goldratt (1984), a Teoria das Restrições propõe um conjunto de regras que

visam gerenciar plenamente a organização. Essa abordagem planeja e controla a produção e

venda de produtos e serviços e reconhece o importante papel que a restrição desempenha no

sistema de produção como um todo. É utilizada para auxiliar organizações a alcançar seus

objetivos seguindo conceitos básicos de estratégias, foco, causa e efeito, processos de

raciocínio e dedução lógica em áreas específicas. De acordo com Goldratt (1984), toda

organização tem, pelo menos, uma restrição que limita o desempenho do sistema em relação à

sua meta. Essas restrições podem ser classificadas como restrições internas e restrições

externas, ou de mercado.

2.5.9. Poka Yoke

O Poka Yoke é um sistema a prova de erros, criado para eliminar defeitos ou falhas em

processos de fabricação e ou na utilização de produtos (SHINGO, 1996)

Os defeitos podem ser detectados antes que realmente aconteçam ou depois que o

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produto foi processado. De qualquer forma, o mais importante nessa abordagem é que o erro

seja identificado antes que este defeito chegue ao cliente final.

2.5.10. Troca Rápida

A troca rápida de ferramentas (TRF) é um processo utilizado para reduzir tempo de

preparação de equipamentos, possibilitando a produção econômica em pequenos lotes.

(SHINGO, 2000).

Além da redução do lead times e da incidência de erros na regulagem dos

equipamentos, a TRF traz a vantagem de uma produção econômica em pequenos lotes de

fabricação, o que geralmente exige baixos investimentos no processo produtivo (SHINGO,

2000). Considerado um diferencial no processo de manufatura, a redução do lead time resulta

na satisfação do consumidor e na redução de custos da produção. Movimentações de materiais

por meio de operações mais rápidas resultam em sistema mais enxuto e produtivo (GARCIA

et al. 2001).

2.5.11 Total Productive Maintenance -TPM

A TPM, também conhecida como Manutenção Produtiva Total, é um sistema

desenvolvido com o objetivo de eliminar perdas, reduzir paradas, garantir a qualidade e

diminuir custos nos processos contínuos das empresas. É uma ferramenta que pode auxiliar na

redução de reparos feitos em máquinas, muitas vezes realizada pelo próprio operador, através

da manutenção autônoma, aumentando a eficiência dos equipamentos. Essa manutenção pode

ser feita de maneira preventiva - detecção anterior do possível problema, ou, ainda, de

maneira corretiva, com a solução do problema gerado. A manutenção produtiva total tem

como objetivo principal tornar os equipamentos capazes de produzir sempre que solicitados,

impedindo que a produção seja interrompida por algum motivo (WOMACK e JONES, 1998)

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2.6 POSSÍVEIS PROBLEMAS NA IMPLANTAÇÃO DA MANUFATURA ENXUTA

No início da implantação da Manufatura Enxuta, as empresas se planejam para que

não ocorram problemas e o sistema seja implantando com sucesso, esperando que gere

benefícios à empresa. Porém, para que haja sucesso na implantação, todos os colaboradores

da empresa devem estar conscientes dos problemas internos e externos e nas possíveis

limitações no processo de implantação da Manufatura Enxuta.

A maior dificuldade encontrada na implantação da manufatura enxuta é a mudança

cultural necessária em todos os colaboradores em todos os níveis organizacionais. A falta de

apoio da alta direção para Profeta (2003), é a causa de insucesso. Lembrando que esse apoio

não é somente essencial no fornecimento de recursos necessários financeiros para a execução

do projeto, mas também ao envolvimento nas tarefas da organização.

A resistência às mudanças e falta de comprometimento são outros problemas comuns

enfrentados nessas implantações, pois as pessoas estão acostumadas com a cultura atual da

empresa. Womack, Jones e Ross (2004) afirmam que “as dificuldades na difusão de esquemas

participativos devem-se essencialmente às características da cultura organizacional das

empresas instaladas no Brasil”.

Algumas empresas possuem dificuldades de nivelar sua produção, gerando acúmulos e

consequentemente ocorrendo desperdícios, estoques e a empresa não consegue atender aos

princípios da Manufatura Enxuta, não se tornando enxuta. Isso se mostrou como um desafio,

pois desde o início da Manufatura Enxuta até hoje, as empresas costumam ter essa dificuldade

de controle de produção. Segundo Womack e Jones (2004), muitos gestores encontram

dificuldades ao tentar implantar partes isoladas de um sistema enxuto sem entender o todo e,

portanto, sem conhecimento de como deve ser desenvolvido, implantado e avaliado um

processo de transformação enxuta em suas empresas.

Durante toda a pesquisa sobre Manufatura Enxuta não foi encontrado um método

convencional ou padronizado para implantação deste conceito e uma justificativa para isto é

mencionada por Lewis (2000), ressaltando que o modo como as empresas implantam a

Manufatura Enxuta são únicas, sendo necessário uma adequação para cada contexto

organizacional, ao ambiente externo e tecnológico da empresa.

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3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO PESQUISA DE CAMPO

Este capítulo apresenta os resultados da pesquisa de campo, realizas pessoalmente na

empresa Polycomp.

3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA

O estudo de caso foi desenvolvido na empresa Polycomp, uma indústria e comércio do

setor eletroeletrônico, situada em São Paulo e que atua na fabricação e montagem de circuitos

eletrônicos, aparelhos de medição do Ibope, bastidores de sistema de telefonia, entre outros,

como mostra o Quadro 1.

Quadro 1- Produtos fabricados pela empresa

Produtos fabricados ou montados pela Polycomp

• Montagem de Circuitos Eletrônicos • Aparelhos para Medição de Ibope • Bastidor de Sistema de Telefonia • Semáforos • Fontes (carregador) • GPS • Break Light

Fonte: Empresa estudada

Fundada em 1985 em uma pequena sala com apenas 5 funcionários, sua produção era

totalmente manual. Em 1989 após um pequeno crescimento, a sede da empresa foi transferida

para um prédio maior, possibilitando um aumento de sua linha de produção e quantidade de

funcionários. Como parte de sua estratégia de crescimento a empresa passou a utilizar fontes

de demanda incluindo, por exemplo, os prestadores de serviços para auxiliá-los no aumento

da demanda. Estes passaram a relatar demandas de determinados produtos e tendências

auxiliando a empresa a aumentar sua produção e alcançar um mercado maior.

Segundo o Diretor de produção e sócio da empresa, atualmente, a empresa é composta

por 80 funcionários e deste número total, cerca de 65 estão alocados na linha da produção,

conforme Quadro 2. Atualmente a empresa tem um faturamento anual de aproximadamente

R$2.500.000,00.

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Quadro 2- Distribuição de Funcionários da Empresa

Área Funcionários Produção 65

Administrativo (RH, financeiro) 7 Logística 4

Qualidade (ISO) 2 Serviços gerais 2

Fonte: Empresa Estudada

Para fabricação de seus produtos a empresa trabalha com fornecedores que estão

localizados em diversos países, pois a matéria prima nem sempre é encontrada em território

nacional. A empresa também exporta muitos dos seus produtos para os países do Mercosul.

3.2 PRODUÇÃO E PROCESSO PRODUTIVO

Este tópico apresenta os resultados do estudo de caso. Para sua realização, foi

realizada uma entrevista, utilizando um questionário semiestruturado previamente elaborado.

Eventualmente outras questões foram abordadas no decorrer da pesquisa. As dúvidas que

surgiram durante a transcrição da entrevista foram esclarecidas via telefone e e-mail.

Parte dos principais produtos fabricados pela empresa utiliza o sistema de produção

puxada. Para fabricação desses produtos, algumas máquinas e equipamentos já são utilizadas

há algum tempo, conforme descritos no Quadro 3.

Quadro 3- Fabricação dos produtos da empresa estudada

Maquinas e Ferramentas

Utilização/processamento

Máquina preformadora de componentes

Utilizada para cortar de forma automática, precisa e em conjunto os componentes, de acordo com o tamanho necessário para cada produto.

Estação de solda Ferramenta manual utilizada nos processos de soldagem de componentes eletrônicos em placas de circuito impresso. É soldado um componente de cada vez.

Cadinho de solda Equipamento eletrônico utilizado para aquecer estanho de solda em maior quantidade, soldando um maior número de componentes de uma vez. Necessário ter um operador para inserir a placa de forma correta no equipamento através de um utensílio próprio.

Soldadora por ondas Processo automatizado no qual os componentes são soldados sob uma placa de circuito impresso, a placa passa por uma onda de soldagem. É a forma mais rápida, pois a soldagem é feita de uma só vez, independentemente do tamanho da placa.

Alicate de corte rente Utilizado para cortar de forma manual a “sobra” do componente após a soldagem.

Fonte: Empresa Estudada

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Embora a empresa já utilizasse as máquinas mencionadas no Quadro 3 na montagem e

fabricação de quase todos os seus aparelhos, alguns defeitos estavam sendo constantes na

finalização dos produtos, resultantes do corte manual feito incorretamente nos componentes

dos circuitos eletrônicos, o que ocasionava mal funcionamento do produto. A Figura 1 mostra

o corte realizado por meio do Alicate de corte rente.

Figura 1 – Alicate de corte rente

Fonte: empresa estudada

Esse corte incorreto gerava retrabalho. O Retrabalho era feito fora do horário normal,

ou seja, em horas extras, gerando custos para a empresa que eram ainda mais elevados devido

ao desperdício de materiais. Além disso, ocorriam atrasos nas entregas dos pedidos, devido à

falta de produtos acabados. Conforme citado no texto uma empresa que está buscando adotar

a manufatura enxuta em todos os seus processos, estas perdas são inaceitáveis.

No início desta pesquisa a empresa Polycomp, buscava eliminar todos esses

desperdícios e maximizar sua produção, devido às falhas ocorridas na finalização do produto

iniciou a implantação da manufatura enxuta no setor de fabricação e montagens dos circuitos

e aparelhos eletrônicos produzidos pela mesma.

Visto pela direção da empresa como uma alternativa para resolver os problemas e

atrasos na produção dos seus equipamentos, a empresa fez a aquisição de uma nova máquina,

denominada Ren Thang KA-8 (Figura 2). Trata-se de uma máquina chinesa que substitui o

alicate de corte rente (Figura 1), ferramenta da produção tradicional da empresa, utilizada no

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corte manual dos componentes após a soldagem.

Figura 2- Ren Thang KA-8

Fonte: Empresa estudada

Seu uso é totalmente automatizado já que todas as placas de circuito impresso após

passar pela inserção de componentes e soldagem, são inseridas nessa máquina e o corte é feito

igual e corretamente em todos os componentes, de modo a eliminar as falhas causadas no

corte manual.

Antes da aquisição da máquina Ren Thang KA-8, todos os produtos fabricados pela

Polycomp utilizavam as máquinas e ferramentas mencionadas no Quadro 3, somente

alternando o uso de cada um, dependendo do tamanho e quantidade do lote fabricado. Por

exemplo, se a produção era com placas pequenas e/ou poucas unidades, a soldagem dos

componentes poderia ser feita pela estação de solda e caso fosse um lote com placas maiores

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e/ou em grande quantidade, utilizavam-se a soldadora por ondas. Porém, independente de qual

fosse o produto o seguinte padrão de fabricação era seguido:

1o Corte dos componentes através da preformadora de componentes;

2o Inserção dos componentes nas placas;

3o Soldagem dos componentes;

4o Corte da ‘sobra’ do componente após sua soldagem.

Após a aquisição da máquina, o único processo alterado foi a finalização das placas, o

que antes era feito através do alicate de corte rente, passou a ser feito pela máquina Ren

Thang KA-8. Embora seja considerada uma simples mudança no processo de produção, houve

uma diminuição considerada no tempo de fabricação. O Quadro 4 mostra alguns exemplos

aproximados do tempo de fabricação antes e após a adoção da automação no processo de

finalização dos produtos.

Quadro 4- Tempos de fabricação antes e depois da aquisição da máquina

Finalização com alicate de corte rente

Finalização com Ren Thang KA-8

Porcentagem de redução de tempo

Circuito eletrônico simples 5 minutos 3 minutos 60% Aparelho de medição Ibope 4 horas 2h30 62,5%

Bastidor Sistema de Telefonia

2 horas 1h10 58,33%

Fonte: Empresa estudada

A finalidade desta máquina, além de diminuir o tempo gasto no corte da “sobra” dos

componentes, foi realizar um corte com maior precisão e qualidade, sem a necessidade de

gerar um retrabalho e como essa expectativa foi alcançada, o uso do alicate de corte rente foi

praticamente descartado nessa parte da fabricação, fazendo com que a empresa automatizasse

quase todos os seus processos, o que não gerou grandes transtornos para os funcionários e

para a cultura organizacional da empresa, já que em alguns processos a automação já era

praticada. Foram necessários somente treinamentos para utilização da nova máquina e os

funcionários que antes realizavam o corte manual dos componentes, foram qualificados para

novas funções.

Além da automação, a empresa passou a adotar algumas outras ferramentas da

produção enxuta, como a Poka Yoke (dispositivos a prova de erros), que de acordo com a

Figura 3, é um equipamento chamado Giga de Teste, que testa as placas finalizadas. A placa é

inserida nesse equipamento de modo que todos os componentes sejam “encaixados” a esses

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pregos, realizando o teste em todos os produtos montados e fabricados. Se o aparelho não

possuir defeitos, acende o led verde e caso haja algum defeito, o led vermelho acenderá para

que o funcionário corrija o defeito e o produto seja entregue perfeito ao cliente final.

Figura 3 - Giga de Teste

Fonte: Empresa estudada

A empresa atualmente adota o sistema 5’S que tem como foco simplificar e otimizar

processos e para isso todo o trabalho realizado é padronizado.

Os itens desnecessários para montagem ou fabricação de algum item são descartados

ou guardados, com a finalidade de manter um ambiente limpo e organizado. Os itens não

utilizados, são guardados em armários e no caso de componentes, são guardados em

cumbucas conforme Figura 4 de modo a deixar organizado para um uso futuro.

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Figura 4 – Linha de produção

Fonte: Empresa estudada

A Filosofia Kaizen, ou seja, a busca pela melhoria juntamente com a certificação da

ISO 9001 que a empresa possui, que tem como principal objetivo melhorar a gestão da

empresa e os seus processos de funcionamento seguindo uma norma de padronização.

De acordo com o Diretor de Produção e sócio da empresa, houve um aumento no lucro

final, obtido a partir diminuição no tempo de produção, melhora na qualidade da apresentação

e funcionalidade dos produtos. Embora a máquina custe aproximadamente R$9.000,00 o

respondente afirma que é um custo relativamente baixo de investimento considerando um

ótimo custo-benefício a curto, médio e longo prazo trazido por ela.

Segundo o respondente, a busca por melhorias nos procedimentos da empresa e em

aquisição de novas tecnologias para auxiliá-los na produção da empresa é de extrema

importância para que possam continuar no mercado pois, a concorrência está cada vez mais

acirrada.

Além disso o governo tem dificultado cada vez mais o empresariado brasileiro, com

aumento na carga tributária, dificuldades nos financiamentos gerados principalmente por

excesso de burocracia e restrições e mudanças constantes na legislação nos processos de

importação e exportação.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 4.1 SÍNTESE E CONCLUSÕES

A manufatura ou produção enxuta tem sido bastante estudada e aplicada em empresas

de todos os setores pelo mundo. O sucesso da produção enxuta a partir de sua adoção no

Sistema Toyota de Produção a tornou visível e desejada pelas empresas.

Desse modo, atualmente encontra-se difundida por todas as partes e vem se

transformando em um elemento essencial na manutenção da competitividade das empresas

que, independente do porte, veem na produção enxuta um caminho assertivo na busca da

maior qualidade e do menor custo.

Sendo assim diversas empresas no Brasil, tem tentado adotar no mínimo alguns de

seus aspectos e princípios na tentativa de se tornarem mais ágeis, eficazes e de alcançar a uma

melhor qualidade a custos menores, favorecendo assim sua competitividade e sobrevivência

no mercado.

Deste modo este trabalho além de fazer um levantamento bibliográfico sobre o tema,

buscou verificar se a adoção de princípios e pilares ligados a produção enxuta, mais

especificamente a automação poderiam reduzir tempos e desperdícios de materiais em uma

empresa fabricante de componentes eletrônicos de pequeno porte e quais melhorias a adoção

da máquina Ren Thang KA-8, poderia efetivamente trazer para a empresa.

Diante das informações coletadas, observou-se na empresa estudada que parte da

produção já era automatizada, no entanto, na parte não automatizada ocorriam considerável

desperdícios de tempo e de materiais, gerando retrabalho; mau funcionamento do produto, e

consequentemente aumento nos custos totais da produção. Estes custos eram considerados

péssimos para empresa que acabava tendo que repassá-los aos clientes. O repasse de custos

aos clientes muitas vezes significa perda de clientes.

Buscando eliminar ou minimizar esses problemas encontrados na produção da

empresa, foi adotado o uso da automação no processo de acabamento da fabricação e

montagem dos circuitos eletrônicos.

O principal gargalo identificado na produção da empresa foi o corte manual realizado

por alicates de corte rente. Estes alicates eram usados para corte dos componentes Pin

Through Hole (PTH) ou terminal inserido no furo, que são soldados nas placas de circuito

impresso. O corte manual gerava muitos erros, desperdícios de tempo e materiais e

consequentemente custos.

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Em razão disso a empresa decidiu automatizar esse processo, adquirindo uma máquina

chinesa denominada Ren Thang KA-8.

A adoção da Ren Thang KA-8 possibilitou ao processo a realização de um corte

preciso, eliminando todos os problemas gerados pelo corte manual.

Como a empresa trabalha em sistema de produção puxada a primeira melhoria foi à

eliminação de estoques (que eram mantidos como forma de segurança, caso ocorresse

problemas no corte).

Rapidamente perceberam-se outras melhorias tais como:

• Redução de tempo gasto na produção e melhoria da produtividade, já que a produção

automatizada possibilita produzir em maior quantidade e em menor tempo;

• Eliminação dos erros causados no acabamento que anteriormente eram causados pelos

alicates de corte manual;

• Redução quase total de retrabalho;

• Melhoria da qualidade do produto final e;

• Redução de custos tanto de materiais perdidos no processamento, quanto de produtos

acabados e defeituosos;

• Eliminação da necessidade de horas-extras que além de reduzir custo para empresa,

reduz o stress e cansaço dos funcionários com a sobrecarga de trabalho.

Com base no exposto acima e em consonância com a questão e objetivos que

conduziram este trabalho, constatou-se que a adoção de princípios e pilares da produção

enxuta pode de fato melhorar tanto a qualidade dos produtos fabricados, quanto reduzir

desperdícios de tempo e materiais, ocasionando consequentemente a redução de custos de

fabricação e melhorando a competitividade da empresa estudada.

Cabe aqui ressaltar que a empresa também passou a adotar os 5’S para melhor

organizar todos os ambientes da empresa e criar uma cultura mais pautada na disciplina. Os

5’S foram a base para a filosofia de melhoria contínua (kaizen) que a empresa adota.

A empresa já utiliza Kanbans e Poka Yoke, para dar maior agilidade ao processo, e

identificar erros antes que os produtos saiam da empresa.

A partir desta experiência a empresa pretende implantar a produção enxuta em todos

os seus processos. Isso será feito aos poucos, devidos aos custos iniciais e a necessidade de

treinamento e capacitação dos funcionários.

De maneira geral observou-se que com relação ao custo benefício, os benefícios

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superam em muito os custos já no curto prazo. Em longo prazo acredita-se que os benefícios e

melhorias alcançadas pode levar a empresa a um novo patamar, inclusive incluindo novos

produtos em seu portfólio e a entrada em outros nichos de mercado.

4.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

As principais limitações desta pesquisa foram:

• A entrevista foi realizada diretamente com o sócio proprietário da empresa, que

embora tenha respondido a todas as perguntas, pode por questão de sigilo omitir informações

consideradas estratégicas;

• A forma de coleta de dados através de questionário mesmo que não intencionalmente

pode enviesar a resposta do respondente;

• A empresa ainda não está totalmente automatizada e nem todos os processos utilizam

princípios enxutos. Deste modo o tempo também foi um limitador, pois, no momento em que

todos os processos estiverem trabalhando no sistema de produção enxuta, com a utilização de

mais ferramentas e princípios enxutos, outras melhorias poderão ser observadas, bem como as

dificuldades inerentes a toda mudança.

Deste modo sugere-se para trabalhos futuros que novas pesquisas venham a ser

realizadas após a implantação da produção enxuta em toda a empresa, buscando identificar de

maneira mais completa as melhorias alcançadas. Além disso, existem outros departamentos

como os de qualidade e o departamento de teste de ibope que podem precisar ser estudados,

analisados e melhorados.

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APENDICE I – ROTEIRO DE PESQUISA - ENTREVISTA

O questionário abaixo tem como objetivo coletar informações essenciais para o conhecimento

da empresa analisada bem como para verificar as possíveis mudanças trazidas para a mesma

no que diz respeito a introdução dos princípios de produção enxuta. Deste modo este

questionário está dividido em duas etapas. A primeira busca coletar dados básicos da empresa,

buscando sua caracterização. A segunda etapa relaciona-se aos processos produtivos.

ETAPA 1 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA

Caracterização Respostas

Nome do entrevistado

Cargo do entrevistado

Setor da empresa

Ano de fundação da empresa

Localização

Tipo de Administração da empresa

Nacionalidade do capital da empresa

Número de Funcionários da Empresa

Número de Funcionários da produção

A empresa exporta seus produtos

Faturamento anual da empresa (opcional)

ETAPA 2 – PRODUÇÃO E PROCESSO PRODUTIVO

1- Quais os principais produtos fabricados ou montados pela empresa? ( ) Montagem de circuitos eletrônicos

( ) Aparelho de Medição do Ibope

( ) Bastidor de Sistema de Telefonia

( ) Outros: Fontes, semáforos, GPS, Break Light.

2- Os produtos são fabricados ou montados na empresa?

( ) Fabricados

( ) Montados

( ) Fabricados e montados

3- Os produtos são montados ou fabricados

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( ) Produção em massa

( ) Produção em lote

( ) Produção por encomenda

4- O sistema de produção adotado pela empresa é:

( ) Produção empurrada

( ) Produção puxada

5- Quais maquinários utilizados para a fabricação/montagem de cada produto

Montagem de circuitos eletrônicos

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Aparelho de Medição do Ibope

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Bastidor de Sistema de Telefonia

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6- Qual o tempo necessário para a fabricação/ montagem destes equipamentos (máquinas

tradicionais)

Montagem de circuitos eletrônicos

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Aparelho de Medição do Ibope

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Bastidor de Sistema de Telefonia

___________________________________________________________________________

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7- Qual o tempo necessário para a fabricação/ montagem destes equipamentos (Ren thang k-8

- pcb lead cutte).

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Montagem de circuitos eletrônicos

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___________________________________________________________________________

Aparelho de Medição do Ibope

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Bastidor de Sistema de Telefonia

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8- Como a empresa concilia o uso de maquinário tradicional e a máquina Ren thang k-8 - pcb

lead cutte?

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9- Qual a finalidade desta máquina

___________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________

10- Qual custo desta nova máquina? Em termos de custo benefício, seu valor se paga em

curto, médio ou longo prazo?

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11- Ao adotar uma máquina usada em processos de fabricação enxuta a empresa tinha

consciência da necessidade de mudar a cultura organizacional?

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12- A empresa conhece os princípios da Produção Enxuta?

( ) Sim

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( ) Não

13- A empresa adota 5S? Explique.

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14 – A empresa conhece e utiliza Kanbans?

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15- A empresa adota Poka Yoke?

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16- A empresa adota o Kaizen?

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17- Quais os principais benefícios trazidos com a implantação da nova ferramenta (máquina)

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18- Quais as principais dificuldades encontradas na adoção da ferramenta?

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19- A empresa já consegue mensurar os benefícios trazidos para após a adoção da máquina

Ren Thang KA-8?

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20- A empresa pretende expandir a utilização da máquina para outras linhas?

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21- Quais melhorias esperadas?

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22- Outros comentários

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Nós alunos e orientador (IFSP- São Carlos) agradecemos a disponibilidade e prontidão

em responder. Sua ajuda é valiosa para o crescimento profissional e científico de alunos e

sociedade em geral.