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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA ANDREICE PATRICIA ROCHA, ELIANE DE QUEIROZ LEMES E MICAELY PEREIRA DE ARRUDA EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ENTEROLOBIUM CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG. SÃO JOÃO EVANGELISTA MG JUNHO DE 2009

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Page 1: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E ......demanda de serviços e produtos florestais, em especial na produção de mudas para recuperação de áreas degradadas, revegetação,

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DE MINAS GERAIS CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA

ANDREICE PATRICIA ROCHA, ELIANE DE QUEIROZ LEMES E MICAELY PEREIRA DE ARRUDA

EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ENTEROLOBIUM

CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG.

SÃO JOÃO EVANGELISTA MG

JUNHO DE 2009

Page 2: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E ......demanda de serviços e produtos florestais, em especial na produção de mudas para recuperação de áreas degradadas, revegetação,

ANDREICE PATRICIA ROCHA, ELIANE DE QUEIROZ LEMES E

MICAELY PEREIRA DE ARRUDA

EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ENTEROLOBIUM

CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG.

Orientador: Prof. Msc. Fabricio Gomes Gonçalves

SÃO JOÃO EVANGELISTA MG

JUNHO DE 2009

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura, do IFMG -Campus São João Evangelista -

MG, como parte dos requisitos para obtenção do título de Tecnólogo em Silvicultura.

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R671e

ROCHA, Andreice Patrícia. Efeito de diferentes substratos na emergência de plântulas e no crescimento de mudas de Enterolobium contortisiliquum / Andreice Patrícia Rocha; Eliane de Queiroz Lemes; Micaely Pereira de Arruda; São João Evangelista, MG: IFMG - Campus

São João Evangelista,

2008. 38p.

Monografia (graduação) apresentada ao Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Minas Gerais -

Campus São João Evangelista, Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura, 2008.

Orientador: Fabrício Gomes Gonçalves 1. Substrato. 2. Mudas de Enterolobium contortisiliquum. I. Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Minas Gerais -

Campus São João Evangelista. Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura. II. Título.

CDD 634.923232

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ANDREICE PATRICIA ROCHA, ELIANE DE QUEIROZ LEMES E

MICAELY PEREIRA DE ARRUDA

EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ENTEROLOBIUM

CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG.

Aprovado em: ____ de ____________ de 2009.

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________________________________________ Prof. Msc. Fabricio Gomes Gonçalves - Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de Minas Gerais - Campus São João Evangelista (Orientador).

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Sobreira Alexandre - Universidade Federal do

Espírito Santo - Campus São Mateus.

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Aderlan Gomes Gonçalves - Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de Minas Gerais - Campus São João Evangelista.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura, do IFMG -

Campus São João Evangelista -

MG, como parte dos requisitos para obtenção do título de Tecnólogo em Silvicultura.

Page 5: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E ......demanda de serviços e produtos florestais, em especial na produção de mudas para recuperação de áreas degradadas, revegetação,

Aos nossos pais, pela compreensão e estímulo

em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre presente em nossas vidas e ser a base essencial de

nossas conquistas.

À nossa família pela base sólida, e por nos ajudarem a encarar a vida de frente. Aos

nossos pais, pela dedicação, apoio e carinho em todos os momentos.

Ao nosso orientador Fabricio Gomes Gonçalves e co-orientador Rodrigo Sobreira

Alexandre, por todo o conhecimento passado, pela excelente supervisão.

A todos os professores deste instituto que fizeram parte dessa jornada. Em especial

ao professor Aderlan, que nos auxiliou na realização desse trabalho de conclusão de

curso.

À nossa turma pelos 3 anos de convivência e aprendizado. Em especial ao Antônio

(Vô), Leandro (Lee), João (071), Érica (Kika), Jéssica (Jé) e Tânia (Gabira) pelo

apoio na realização do experimento.

Aos nossos amigos que mesmo à distância, estiveram sempre presentes. Em

especial a Jéssica e Lucinéia Aparecida. Aos amigos que conquistamos nesse

período de graduação, que nos ajudaram e apoiaram nos momentos difíceis longe

de casa. Em especial a família Neneco, República K Entre Nós e Regina Pereira.

À Instituição pela estrutura oferecida para execução da pesquisa.

Aos funcionários por todo o suporte, pelo sorriso no rosto e dedicação ao resolver

nossos problemas.

A nós pela união e esforço na realização desse trabalho, mesmo diante das

dificuldades e obstáculos encontrados.

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ROCHA, A. P.; ARRUDA, M. P.; LEMES, E. Q. Efeito de diferentes substratos na emergência de plântulas e no crescimento de mudas de Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG. São João Evangelista, MG: IFMG - Campus São João Evangelista, Junho de 2009. 38p. Orientador: Msc. Fabricio Gomes Gonçalves.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a emergência e o crescimento de plântulas de Enterolobium contortisiliquum em diferentes substratos, permitindo assim a busca de um melhor crescimento da muda, tanto da parte aérea como da raiz. Os substratos utilizados foram vermiculita (VE), terra de barranco (TB), composto orgânico (CO), serragem de madeira (SM), moinha de carvão (MC) em proporções variadas. Analisou-se o índice de velocidade de emergência - (IVE), porcentagem de emergência

(E%), tempo médio de emergência - em dias (TME), altura total da planta, comprimento da raiz, comprimento da parte aérea, diâmetro do colo (DC), número de nódulos (NOD), massa seca da raiz, massa seca da parte aérea, volume de raiz (VR) e índice de qualidade de Dickson (IQD). O melhor resultado para E (%) e IVE foi à mistura de TB (33%) + CO (33%) + SM (33%) e o substrato que proporcionou melhor crescimento foi CO (50%) e VE (50 %). Mesmo o tratamento 3 VE (33%) + MC (33%) + SM (33%), apresentando melhor VR e NOD, as mudas não apresentaram qualidade para plantio, podendo provavelmente não resistirem as condições adversas. O DC não variou significamente nos tratamentos, diferentemente do NOD e do VR que apresentaram melhores resultados no tratamento 3.

Palavras - chave: Enterolobium contortisiliquum, recuperação de área degradada, produção de mudas.

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ROCHA, A. P.; ARRUDA, M. P.; LEMES, E. Q. Effect of different substrates in the emergence of seedlings and growth of seedlings of Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG. São João Evangelista, MG: IFMG - Campus São João Evangelista, June of 2009. 38p. Advisor: Msc. Fabricio Gomes Gonçalves.

ABSTRACT

The objective of this work was to evaluate the emergency and growth of the seedlings of Enterolobium contortisiliquum different substrata, allowing with this the search a better growth of the seed, both the aerial part and the root. The used substrata were vermiculita (VE), ravine earth (TB), organic compound (CO), wood of sawdust (SM), coal of bran (MC) in varied proportions. The index of emergency speed was analyzed - (IVE), emergency percentage - (E%), medium time of emergency (TME), - in days total height of the plant, length of the root, length of the aerial part, diameter of the neck (DC), number of nodules (NOD), dry mass of the root, dry mass of the aerial part, volume of root (VR) and index of Dickson Quality (IQD). The substratum for the best E(%) and IVE of seedlings was the mixture of 33% of TB + 33% of CO + 33% of SM and the substratum that provided better growth was 50% of CO and 50% of VE. Even the treatment 3 presenting better VR and NOD, the seedlings showed no quality planting, probably not being resist the adverse conditions. The DC didn't vary significantly in the treatments, differently of NOD and VR that presented better results in the treatment 3, composed by 33% of VE + 33% of MC and 33% of SM.

Key words: Enterolobium contortisiliquum, recovery of degraded area, seed of production.

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Vista do experimento na casa de vegetação do IFMG -

Campus São

João Evangelista................................................................................... 18

Figura 2 - Caixas com os tratamentos, suspensos em bancadas na casa de

vegetação.............................................................................................. 20

Figura 3 - Emergência (%) de plântulas de E. contortisiliquum nos diferentes

tratamentos estudados...........................................................................

25

Figura 4 - (A) Índice de velocidade de emergência (IVE) e (B) Índice

de

qualidade de Dickson (IQD), em dias, de plântulas de E.

contortisiliquum, provenientes de diferentes substratos. Médias

seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si,

pelo teste de Tukey a 5% de significância.............................................

27

Figura 5 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A)

Comprimento de raiz. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo

teste de Tukey ao nível de 5% de significância.....................................

30

Figura 6 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A)

Comprimento da parte aérea, (B) Altura total e (C) Nodulação. Letras

iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de

5% de significância................................................................................ 31

Figura 7 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Volume de

raiz, (B) Massa seca da parte aérea e (C) Massa seca da raiz. Letras

iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de

5% de significância................................................................................ 32

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ÍNDICE DE QUADRO E TABELAS

Quadro1 -

Tratamentos utilizados no experimento, sendo VE (vermiculita), MC

(moinha de carvão), TB (terra de barranco), CO (composto

orgânico), SM (serragem de madeira)................................................ 20

Tabela 1 - Resultado da análise química dos tratamentos e substratos

utilizados..............................................................................................

24

Tabela 2 - Resumo da análise de variância e Erro padrão residual (Sxy)

para

Emergência (E), Índice de velocidade de emergência (IVE), Tempo

médio de emergência (TME) em dias e Índice de qualidade de

Dickson (IQD)...................................................................................... 26

Tabela 3 - Resumo da análise de variância e erro padrão residual do

comprimento da raiz (CR), comprimento da parte aérea (CPA),

altura total (AT), diâmetro do colo (DC), número de nódulos (NOD),

volume de raiz (VR), massa seca da raiz (MSR) e massa seca da

parte aérea (MSPA) de E. contortisiliquum, * significativo a 5% pelo

teste F, ns não significativo.................................................................. 28

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 12

2.1 ENTEROLOBIUM CONTORTISILIQUUM .............................................................. 12

2.2 SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS...................................................... 13

2.3 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS MUDAS..................................................... 15

2.4 MECANISMOS DE DORMÊNCIA........................................................................... 16

2.5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS COM LEGUMINOSAS

ARBÓREAS EM ASSOCIAÇÃO COM MICROORGANISMOS............................. 16

3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 18

3.1 TRATAMENTOS ..................................................................................................... 19

3.2 AVALIAÇÕES.......................................................................................................... 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 24

5 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 34

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente a preocupação mundial com relação à qualidade ambiental tem se

mostrado cada vez mais freqüente, fazendo com que ocorra um aumento na

demanda de serviços e produtos florestais, em especial na produção de mudas para

recuperação de áreas degradadas, revegetação, reflorestamentos para fins

econômicos, restauração de matas ciliares, arborização, entre outros. Esta demanda

crescente mostra a necessidade do desenvolvimento de pesquisas e técnicas que

otimizem a produção de mudas, a baixo custo, e com qualidade capaz de atender

aos objetivos dos plantios (LELES et al., 2006).

Nos últimos anos, tem-se intensificado o interesse na propagação de

espécies nativas, em razão da necessidade de recuperação de áreas degradadas e

recomposição da paisagem. Entretanto, não há conhecimento suficiente para o

manejo e análise das sementes da maioria dessas espécies, de modo a fornecer

dados que possam caracterizar seus atributos físicos e fisiológicos. Há, também,

necessidade de se obter informações básicas sobre a germinação, cultivo e

potencialidade dessas espécies, visando à sua utilização para os mais diversos fins

(ARAUJO NETO; AGUIAR; FERREIRA, 2003).

O conhecimento da potencialidade de uso, fisiologia, manejo e produção

podem contribuir tanto para manutenção das florestas como para planejamento de

recomposição da forma mais próxima da cobertura original da vegetação (ALMEIDA

et al., 2005).

As plantas leguminosas, em razão da grande diversidade de espécies,

versatilidade de usos potenciais e de seu papel na dinâmica dos ecossistemas, têm

sido indicadas para a recuperação de áreas degradadas. A restauração deste tipo

de ambiente envolve conhecimentos diversos, principalmente no que se refere à

reconstituição da estrutura do ecossistema e da dinâmica das espécies (SANTOS;

CARVALHO; CARVALHO, 1994).

As leguminosas arbóreas despertam grande interesse, já que em sua maioria

são lenhosas, perenes e formam simbiose que fixa nitrogênio do ar. Quando

associadas aos fungos micorrízicos, propiciam maior aproveitamento do fósforo e de

outros nutrientes no solo (FRANCO et al., 1992). Ainda segundo o autor, as

leguminosas de porte arbóreo vêm sendo amplamente utilizadas em trabalhos de

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recuperação de áreas degradadas, por apresentarem um sistema radicular profundo

contendo nodulação, crescimento rápido, tolerância à acidez do solo e estresse de

temperatura.

Reis et al. (2003) mencionam que em processos de recuperação de áreas

degradadas, deve-se somente, além de uso de modelos já criados e disponíveis, a

observação dos custos e a facilidade na execução são primordiais.

Entre os fatores que influenciam na produção de mudas de espécies

florestais, destacam-se, além da semente, o substrato e o recipiente utilizado, os

quais vão refletir diretamente na qualidade do produto final. Por isso, e na busca

constante de melhor produtividade dos reflorestamentos, a qualidade da muda tem

sido abordada em vários trabalhos de pesquisa que tem procurado definir os

melhores tamanhos, tipos de recipientes e substratos, adequando-os à produção de

mudas de qualidade desejável (SANTOS et al., 2000).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a emergência de plântulas e o

crescimento de mudas de Enterolobium contortisiliquum em diferentes substratos,

permitindo assim a busca de um melhor crescimento da muda, tanto da parte aérea

como da raiz.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Carvalho; Nakagawa (2000)1 apud Vieira; Sanches (2008) o

conhecimento das condições adequadas para a germinação das sementes e

emergência de plântulas de uma espécie é crucial, principalmente pelas respostas

diferenciadas que estas podem apresentar devido aos fatores intrínsecos à própria

espécie, fatores ambientais e de interação com outros organismos.

Wright; Westoby (1999)2 apud Vieira; Sanches (2008) falam que mudanças

nas taxas de crescimento e na alocação da biomassa são consideradas respostas à

limitação de recursos, como tentativa de maximizar o aproveitamento dos mesmos.

2.1 ENTEROLOBIUM CONTORTISILIQUUM

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong, comumente conhecida como

orelha-de-macaco, orelha-de-negro, orelha-de-onça, tamboril e timbaúva pertence à

família Mimosoideae. É uma árvore de grande porte e crescimento rápido,

encontrada em diversas formações florestais brasileiras e mais frequentemente,

colonizando áreas desmatadas, em clareiras e bordas de matas (SCALON et al.,

2005). Possui de 15 a 30 m de altura, é nativa do Brasil, com copa ampla, tronco

cilíndrico com casca pardo-acizentada, folíolos oblongos, sésseis, glândulos negros

no pecíolo, tolera solos compactados e com baixa fertilidade (CARVALHO, 1994).

A espécie, segundo Lorenzi (1992) é considerada pioneira, apresentando-se

amplamente dispersa no país, da região Amazônica ao Rio Grande do Sul, sendo

predominante nas florestas latiofoliadas na bacia do rio Paraná.

Lorenzi (1998) e Carvalho (2003) relatam que o E. contortisiliquum é uma

espécie heliófita, seletiva, higrófita, pioneira, dispersa em várias formações

florestais. Sua madeira, devido à sua leveza, é própria para fabricação de barcos,

canoas, brinquedos, armação de móveis e caixotarias, em geral, pode ser

1 CARVALHO, N. M. & NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. Jaboticabal: FUPESP, 588p, 2000. 2 WRIGHT, I. J. & WESTOBY, M. Differences in seedling growth behaviour among species: trait correlations across species, and traits shifts along nutrient compared to rainfall gradients. Journal of Ecology, v.87, p.85-97, 1999.

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empregada em reflorestamentos de áreas degradadas de preservação permanente

e em plantios mistos, devido ao seu rápido crescimento, facilitado pela dispersão de

suas sementes por roedores, como pacas e cutias. Suas flores apresentam

importância apícola, a estética de sua copa lhe confere uso paisagístico.

A exploração intensiva para utilização em serrarias, móveis e mesmo

construção civil tem contribuído para a diminuição das populações naturais. A

multiplicação via sementes é lenta e desuniforme devido ao mecanismo de

dormência presente na espécie (ALCALAY; AMARAL, 1982).

Para Santos Júnior et

al. (2004) a E. contortisiliquum necessita da condição de pleno sol para sua

germinação e desenvolvimento inicial.

Santos (1987) menciona esta espécie como sendo de grande plasticidade,

uma vez que se presta para recuperação de áreas degradadas e construção civil, de

forma geral.

2.2 SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS

Entre os fatores que influenciam a produção de mudas de espécies florestais,

destacam-se, além das sementes, os substratos e os recipientes utilizados, os quais

vão refletir diretamente na qualidade do produto final (SANTOS et al., 2000).

Segundo Carneiro (1995), substrato é o meio em que as raízes proliferam-se,

para fornecer suporte estrutural à parte aérea das mudas e também as necessárias

quantidades de água, oxigênio e nutrientes.

De acordo com Santos et al. (2000), na escolha do substrato como meio de

crescimento de mudas, devem ser consideradas algumas características físicas e

químicas do substrato relacionadas com a espécie a plantar, além dos aspectos

econômicos.

A formação de mudas florestais de boa qualidade envolve os processos de

germinação de sementes, iniciação e formação do sistema radicular e da parte

aérea, que estão diretamente relacionados com características que definem o nível

de eficiência dos substratos. Carneiro (1995), cita como as principais características

físicas de um substrato a textura, a estrutura, a porosidade, a densidade e como

características químicas a capacidade de troca catiônica (CTC), pH e fertilidade.

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Segundo Carneiro et al. (1995) e Gonçalves et al. (2000), o substrato ideal

deve oferecer boa estrutura e consistência, de forma a sustentar as sementes e

estacas durante a germinação ou enraizamento e ser suficientemente poroso e

permitir a drenagem do excesso de água para que se mantenha uma adequada

aeração junto ao sistema radicular. Além disso, devem apresentar boa capacidade

de retenção de água para que se evite estresse hídrico e diminua a necessidade de

irrigação, não se expandindo ou contraindo facilmente devido às oscilações de

umidade.

Cunha et al. (2005), também afirmam que maior ênfase tem sido dada à

pesquisa de diferentes combinações de substratos, que claramente influenciam o

vigor, o desenvolvimento e a sanidade das mudas produzidas. Entre os diversos

materiais utilizados como substratos, é muito comum a recomendação de misturas a

partir da utilização de terra, areia, raspas de madeira vermelha ou de pinus e adubos

químicos, podendo-se alterar a proporção desses materiais até certo limite. Ainda

segundo o autor, o aumento da quantidade de solo na mistura diminui o custo do

substrato, mas aumenta o seu peso.

Gonçalves et al. (2000), acrescentam que o substrato deve estar

prontamente disponível em quantidades adequadas e custos economicamente

viáveis e deve ser bem padronizado e homogeneizado, com características físicas e

químicas pouco variáveis de lote para lote. Segundo Cunha et al., 2005 os resíduos

orgânicos surgem como uma alternativa para diminuir os custos com a adubação

química.

Segundo Carneiro (1995) a matéria orgânica tem como finalidade básica

aumentar a capacidade dos substratos em reter água e nutrientes para as mudas,

reduzir a densidade e aumentar a porosidade do meio.

Segundo Gonçalves et al. (2000), o bom entendimento da nutrição das mudas

e o uso de substratos de cultivo apropriado são fatores essenciais para definição de

uma adequada recomendação de fertilização.

Determinadas espécies ou cultivares variam muito na sua capacidade de

tolerância ou sensibilidade á acidez ativa, á acidez ativa, á acidez trocável,

saturação por bases, saturação por alumínio e disponibilidade de nutrientes. Dessa

forma, as análises dos substratos devem ser interpretados para avaliar a

disponibilidade e a quantidade de nutrientes existentes nos mesmos, pois é

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importante conhecer a qualidade dos componentes que serão empregados na

formulação do substrato (RIBEIRO et al., 1999).

2.3 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS MUDAS

A produção de mudas de espécies florestais, em quantidade e qualidade, é

uma das fases mais importantes para o estabelecimento de povoamentos, com

repercussão sobre a sua produtividade e qualidade. Nesse sentido, muitos esforços

têm sido realizados para melhorar a qualidade e reduzir os custos de produção das

mudas (WENDLING; GUASTALA; DEDECEK, 2007).

Gomes et al. (1991) relatam que o êxito na formação de florestas de alta

produção depende, em grande parte, da qualidade das mudas plantadas; assim

como em florestas de cunho conservacionistas.

Os programas de implantação, recomposição e revitalização de florestas

nativas só terão sucesso garantido quando os métodos e sistemas empregados

pelos viveiristas priorizarem a produção de mudas de qualidade (FONSECA et al.,

2002).

Mesmo com o avanço nas técnicas de produção de mudas, ainda existem

muitos problemas a serem solucionados, principalmente no que se refere ao

desenvolvimento do sistema radicular das mudas, em função das características dos

recipientes utilizados (MATTEI, 1999).

Carneiro (1995) definiu que os critérios para a classificação da qualidade de

mudas baseiam-se fundamentalmente em aumentar o percentual de sobrevivência

das plantas após o plantio, atingindo uma qualidade em que as mudas apresentem

características que possam oferecer resistência às condições adversas que

porventura ocorrem, mesmo tendo sido o plantio efetuado em período de condições

favoráveis.

Carneiro et al. (1995) recomenda que após a semeadura, a camada

superficial do substrato deve permanecer úmida para favorecer o processo

germinativo. Por outro lado, deve-se evitar o excesso de umidade que favorece a

lixiviação de nutrientes e o possível surgimento de doenças como damping-off nas

fases pré e pós-emergentes. O excesso de umidade também cria condições

desfavoráveis para a circulação do ar no substrato. A eficiência do sistema radicular

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é influenciada pela aeração, visto que a energia despendida no processo de

crescimento é obtida pelas raízes por meio de respiração.

2.4 MECANISMOS DE DORMÊNCIA

Scalon et al. (2005) afirma que a orelha-de-macaco é uma espécie que tem

sementes com dormência, cuja quebra ocorre após o desgaste do tegumento e o

período de pré-embebição, sugerindo que o embrião necessita de um tempo para

iniciar seu crescimento, associado ao fato de que o crescimento da muda é

favorecido em ambiente moderadamente sombreado.

Segundo o mesmo autor a importância ecológica da dormência baseia-se,

principalmente, no bloqueio da germinação. Quando as condições ambientais são

aparentemente adequadas à germinação, porém, as perspectivas de futuro,

estabelecimento e crescimento das plântulas não são promissores.

A escarificação mecânica através do atrito das sementes contra superfícies

abrasivas vem sendo recomendada, para pequenos lotes de sementes, indicando

bons resultados quanto a sua eficiência em sementes de espinilho (Acacia caven

(Mol.) Molina) (FRANCO; FELTRIN, 1994).

Alexandre et al., (2009) estudando a superação de dormência em E.

contortisiliquum, encontraram que a escarificação mecânica com lixa, sem ou com

embebição em água é um método eficiente para superação de dormência

tegumentar na espécie.

GRUS; DEMATTE; GRAZIANO (1984) após estudos afirmam que as sementes

de Pau-ferro e Cássia-javanesa apresentam dormência tegumentar que pode ser

reduzida ou eliminada por processos mecânicos de escarificação.

2.5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS COM LEGUMINOSAS

ARBÓREAS EM ASSOCIAÇÃO COM MICROORGANISMOS

Para a exploração racional das potencialidades das espécies nativas na

recuperação de ambientes com algum tipo de perturbação, é de suma importância o

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estudo da autoecologia das espécies, bem como a melhor maneira de produção de

mudas (SCALON et al., 2005)

Para o IBAMA (1990), a degradação de uma área ocorre quando a vegetação

nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou expulsas, a camada superficial do

solo for perdida, removida e a qualidade do regime hídrico for alterada. A

recuperação se dá através da definição de um plano que considere os aspectos

ambientais, estéticos e sociais, de acordo com a destinação que se pretende dar a

área permitindo um novo equilíbrio ecológico. As leguminosas são plantas que

apresentam características que as tornam peça fundamental na recuperação de

áreas degradadas. Em torno de 97% e 90% das plantas testadas, das subfamílias

Papilinoideae e Mimosoideae, respectivamente, possuem capacidade de nodular

(FREITAS et al., [entre 1990 e 2000]).

Barberi et al. (1998), afirmam que a capacidade de nodular, ou seja, de formar

simbiose com bactérias fixadoras de N2 denominadas vulgarmente de rizóbio, é mais

freqüente entre as Mimosoideae e Papilionoideae. Além disso, fatores químicos,

físicos e biológicos do solo podem limitar a nodulação da espécie capazes de formar

esta simbiose.

Um aspecto fundamental na recuperação de áreas degradadas é o

conhecimento do solo ou do substrato onde essa recuperação tem que ser

conduzida. Os procedimentos específicos na recuperação dessas áreas dependem

essencialmente das propriedades físicas, químicas, biológicas e mineralógicas do

solo ou substrato, que deverá apresentar condições adequadas para o

desenvolvimento das plantas (FONTES, 1991).

A formação de micorrizas consiste na associação simbiótica entre as raízes

finas e fungos altamente especializados. O fungo utiliza substâncias sintetizadas

pelas plantas como açúcares e aminoácidos propiciando em contrapartida maior

aquisição de nutrientes para estas principalmente (SIQUEIRA; PAULA, 1986).

Segundo Goi et al. (1997), devido ao fato de fixarem nitrogênio, certas

leguminosas possuem maior facilidade de estabelecimento quando plantadas em

solos deficientes deste elemento, economizando gastos com adubos nitrogenados.

Apesar da importância da interação entre leguminosas e bactérias eficientes

em fixar N2 ser bem reconhecida, pouco esforço tem sido realizado para usar a

simbiose de plantas nativas em larga escala, visando à reabilitação e restauração de

ecossistemas naturais (THRALL et al., 2005).

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18

3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi conduzido na casa de vegetação do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus São João Evangelista

(IFMG

Campus São João Evangelista) (Figura 1), localizada no Município de São

João Evangelista - MG. Este se encontra situado na região Centro Nordeste de

Minas Gerais, a 22º13 16 de latitude Sul e 54º48 2 de longitude Oeste com altitude

média de 452 m. O clima é classificado, de acordo com Köppen (1948), como Cwa

(inverno seco e verão chuvoso), possui temperatura média anual em torno dos 22ºC,

com média máxima anual de 26,1ºC e média mínima anual de 15ºC. O índice médio

pluviométrico anual é de 1081 mm.

Figura 1 - Vista do experimento na casa de vegetação do IFMG - Campus São João Evangelista

Foram coletados no campus, frutos de Enterolobium contortisiliquum de cinco

árvores matrizes, produtivas e sadias, que possuem frutos relativamente grandes e

sem orifícios visíveis a olho nu que propiciassem a entrada de patógenos. Após

extraídas dos frutos e antes de serem colocadas para germinar, as sementes

sofreram um tratamento pré-germinativo com escarificação em lixa d água nº 10 e

imersão em água destilada por um período de 12 horas, permitindo uma

homogeneidade na germinação, através da embebição da semente.

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Foram utilizados saquinhos de polietileno com dimensões 18,5 cm de altura e

11,3 cm de largura, forma circular e com furos na porção inferior para facilitar a

drenagem da água.

A semeadura foi realizada, a 1 cm de profundidade. Foram plantadas duas

sementes por saquinho, sendo as sementes cobertas por uma fina camada de

vermiculita em todos os tratamentos. Após a semeadura as mudas foram irrigadas a

cada dois dias.

3.1 TRATAMENTOS

No experimento foram utilizados 16 tratamentos, constituídos por cinco tipos

de substratos em várias proporções. Foram utilizados os seguintes substratos:

vermiculita (VE), terra de barranco (TB), composto orgânico (CO), serragem de

madeira (SM) e moinha de carvão (MC).

A vermiculita de granulometria média, segundo Ugart et al. (2005), a moinha

de carvão vegetal e a terra de barranco foram adquiridas no IFMG - Campus São

João Evangelista. Segundo IBGE (2005), os solos da região Centro Nordeste

Mineiro são classificados como latossolos vermelhos.

O composto orgânico feito com resíduos orgânicos (estercos, restos de

alimentos, restos de vegetais) foi doado pela Empresa Vital Engenharia Ambiental,

localizada na cidade de Ipatinga - MG.

A serragem de madeira, obtida em marcenarias da cidade de São João

Evangelista, é em sua maioria subproduto das espécies de eucalipto, sucupira,

vinhático, angelim, cedro-rosa, jacarandá e angico-vermelho.

A moinha de carvão vegetal triturada, a serragem, a terra de barranco e o

composto orgânico foram peneirados em peneira de malha 4 mm e homogeneizadas

para formar os tratamentos dispostos no Quadro 1.

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Quadro 1 - Tratamentos utilizados no experimento, sendo VE (vermiculita), MC (moinha de carvão), TB (terra de barranco), CO (composto orgânico), SM (serragem de madeira).

As caixas plásticas (Figura 2), contendo os tratamentos foram dispostos em

bancadas suspensas a 77 cm do solo, facilitando a coleta de dados e manejo do

experimento.

Figura 2 - Caixas com os tratamentos, suspensos em bancadas na casa de vegetação.

Os cinco substratos e os 16 tratamentos foram encaminhados para o

laboratório do IFMG - Campus São João Evangelista para análise química. Foram

avaliados os seguintes parâmetros: fósforo, potássio, matéria orgânica, alumínio,

cálcio, cálcio+magnésio, potencial de hidrogênio e hidrogênio + alumínio de acordo

com a 5ª aproximação explicado por Ribeiro et al. (1999).

Tratamento

Composição dos tratamentos Tratamento Composição dos tratamentos

1

2

3

4

5

6

7

8

VE (33%) + MC (33%) + TB (33%)

VE (33%) + MC (33%) + CO (33%)

VE (33%) + MC (33%) + SM (33%)

MC (33%) + TB (33%) + CO (33%)

MC (33%) + TB (33%) + SM (33%)

TB (33%) + CO (33%) + SM (33%)

VE (50%) + MC (50%)

VE (50%) + TB (50%)

9

10

11

12

13

14

15

16

VE (50%) + CO (50%)

VE (50%) + SM (50%)

MC (50%) + TB (50%)

MC (50%) + CO (50%)

MC (50%) + SM (50%)

TB (50%) + CO (50%)

TB (50%) + SM (50%)

CO (50%)+ SM (50%)

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Portanto todas as análises realizadas em laboratório são ferramentas

auxiliares para a escolha do substrato mais adequado para a cultura de interesse.

3.2 AVALIAÇÕES

O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, sendo 5

blocos constituídos por 16 tratamentos e 25 repetições cada.

Para os 16 tratamentos foram realizadas análises de variância (ANOVA). As

médias foram avaliadas através do teste de Tukey sempre que o teste F foi

significativo a 5%. Para essas análises foram utilizados os softwares SAEG (1993) e

EXCEL® (2000).

Foram analisados o Índice de Velocidade de Emergência - (IVE) (Maguirre,

1962), porcentagem de emergência - (E%), tempo médio de emergência - em dias

(TME) (Laboriau, 1983), altura total da planta (AT), comprimento da raiz (CR),

comprimento da parte aérea (CPA), diâmetro do colo (DC), número de nódulos

(NOD), massa seca da raiz (MSR), massa seca da parte aérea (MSPA) e volume de

raiz (VR).

Para análise do IVE (1), E% e TME (2) foram realizadas contagens diárias

até 15 dias após a instalação do experimento, para averiguar o número de plântulas

emergidas. Entende-se por plântulas emergida aquela que sair do substrato.

i

n

ii

D

PIVE 1

(1)

Sendo:

- IVE: Índice de velocidade de emergência;

- Pi: número de plântulas emergidas no i-ésimo dia de contagem;

- Di: número de dias em que as plântulas levaram para emergir no i-ésimo dia de

contagem.

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i

n

iii

n

tnTME 1

(2)

Sendo:

- TME: Tempo médio de emergência, em dias;

- ni: Número de plântulas emergidas no intervalo entre cada amostragem;

- ti: Tempo médio decorrido entre o início da emergência e a i-ésima contagem.

Os dados de porcentagem de emergência e número de nódulos foram

transformados para 100sen xarco e submetidos à análise estatística, sendo o x a

porcentagem de emergência das plântulas e número de nódulos presente nas

raízes.

A altura das mudas foi avaliada a partir do nível do substrato até a gema

apical usando régua graduada em milímetros, aos 30, 60, 90 e 120 dias após o

replantio. O diâmetro do colo foi determinado ao nível do substrato, através de um

paquímetro de precisão de 0,05 mm no mesmo período de tempo.

O sistema radicular foi separado da parte aérea e lavado em água corrente,

usando-se peneira fina para evitar perdas significativas de raízes. O sistema

radicular foi avaliado através do método de deslocamento de água, mediante o uso

de provetas de 20 ml. Em seguida, a parte aérea e o sistema radicular de cada

planta foram acondicionados separadamente em sacos de papel, identificados e

colocados em estufa a 75º C por 72 horas, e determinado, assim a massa seca da

parte aérea e do sistema radicular.

Foram avaliadas 25 mudas por tratamento em cada período determinado (30,

60, 90 e 120 dias), totalizando 400 avaliações a cada 30 dias.

Os nódulos formados nos substratos foram contados, após lavagem do torrão

com água corrente para uma melhor visualização, permitindo uma quantificação

total.

Com base nos dados obtidos, foi calculado o índice de qualidade de Dickson

(IQD) (3) segundo DICKSON; LEAF; HOSNER (1960) 3 apud GOMES et al. (2002).

3 DICKSON, A.; LEAF, A. L.; HOSNER, J. F. Quality appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. For. Chron., v. 36, p. 10-13,1960.

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O IQD foi determinado em função da altura da parte aérea (H), do diâmetro do

colo (DC), a massa seca da parte aérea (MSPA) e a massa seca da raiz (MSR).

MSR

MSPA

DC

H

MSTIQD (3)

Sendo:

- MST: massa seca total;

- H: altura da parte aérea;

- DC: diâmetro de colo da muda;

- MSPA: massa seca da parte aérea;

- MSR: massa seca da raiz.

Calculou-se a área sob a curva (ASC) (4) para os parâmetros avaliados em

função do tempo, de acordo com Campbell; Madden (1990), para possibilitar uma

avaliação integral de todo o período do experimento. As análises estatísticas foram

realizadas após a transformação dos dados.

1

11 *

2

n

iii

ii ttyy

ASC (4)

Sendo:

- yi e yi + 1 - estimativa do ponto central do parâmetro avaliado

- ti e ti + 1 - tempo de duração do evento avaliado

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 encontra-se o resultado da análise dos substratos e tratamentos.

Não foi possível realizar a análise de nitrogênio, a Instituição ainda não realiza avalia

esse parâmetro.

Tabela 1 Resultado da análise química dos tratamentos e substratos utilizados

Percebe-se que alguns apresentaram um maior nível de certos nutrientes,

sendo, portanto mais férteis. Por exemplo, o tratamento 14, apresentou melhores

níveis de pH, P, Ca e K, esses muito importantes no crescimento das plantas.

Todos os valores das variáveis analisadas, com exceção do H + Al,

apresentaram-se sensivelmente mais elevados no substrato que recebeu o

composto orgânico, em comparação à terra de barranco, indicando elevação da

fertilidade desse substrato, graças ao aumento dos teores de P, K, Ca, Mg, e CTC.

O tratamento 15 apresentou baixo nível de fósforo, percebe-se assim a

grande necessidade desse nutriente em fases iniciais de crescimento da espécie em

Variáveis

Tratamento pH

(H2O)

P

(mg/dm)

K

(mg/dm)

Ca+2

(%)

Mg+2

(dag/Kg)

Al+3

(mg./L)

H+Al

(cmolc/dm3)

CTC

(cmolc/dm3)

V

(%)

MO

(dag/Kg)

P-rem

(mg/L)

1 5,7 24 221 3,2 2,0 0,25 4,52 10,29 56,1 1,33 40,0

2 5,84 25,3 159 10,4 5,25 0,2 3,24 19,3 83,2 7,92 46,4

3 5,28 58,3 267 2,25 1,7 0,6 4,37 9,0 51,4 10,4 62,0

4 5,46 28,3 149 9,05 1,95 0,15 5,05 16,43 69,3 7,84 32,4

5 5,95 24,8 152 3,15 1,5 0,15 3,35 8,39 60,1 9,75 25,2

6 5,52 35,3 205 8,65 2,4 0,15 4,04 15,61 74,1 13,04 28,1

7 5,9 49,2 370 4,45 4,2 0,45 5,46 15,06 63,7 2,41 56,4

8 5,86 10,5 159 2,3 4,3 0,1 4,52 11,53 60,8 0,09 30,3

9 5,32 31,4 755 15,45 1,75 0,05 4,88 24,01 79,7 1,32 6,1

10 4,8 32,3 544 2,2 1,85 0,25 2,9 8,34 65,2 16,31 41,4

11 5,8 7,7 834 4,35 0,5 0,7 5,77 12,75 54,7 23,4 69,1

12 5,54 43,9 1383 15,45 0,75 0,35 5,28 25,02 78,9 2,61 21,0

13 5,23 94,7 1073 2,75 0,8 0,6 5,58 11,87 53 3,47 28,5

14 6,16 163,9 1383 12,15 0,6 0,1 3,06 19,35 84,2 3,14 7,9

15 6,3 6,3 360 3,25 0,4 0,05 2,1 6,67 68,5 3,99 19,5

16 5,38 332,6 1383 12,95 1,45 0,35 4,13 22,07 81,3 5,34 11

VE 6,42 44,8 827 6,75 2,6 0,35 2,43 13,9 82,5 7,95 1,4

MC 5,62 55,6 1246 1,95 0,35 0,6 6,97 12,46 44,1 3,79 18,4

TB 5,92 0,6 66 1,35 0,85 0 9,51 11,88 19,9 9,3 48,1

CO 5,9 180 1419 21,3 1,7 0,25 3,95 30,58 87,1 13,84 57,4

SM 4,36 35,3 438 1,45 0,7 1,2 4,32 7,59 43,1 3,36 18,4

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estudo. Segundo Grant et al. (2001), as limitações na disponibilidade de P no início

do ciclo vegetativo podem resultar em restrições no desenvolvimento, das quais a

planta não se recupera posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de P a

níveis adequados. O suprimento adequado de P é, pois, essencial desde os estádios

iniciais de crescimento da planta.

Constata-se que quase todos os elementos químicos essenciais para o

desenvolvimento das plantas estão com bons resultados, exceto o Ca para o

substrato 10 com VE (50%) e SM (50%).

A falta ou mesmo o excesso de qualquer um dos macronutrientes provoca,

dependendo da sua função, anomalias no crescimento e desenvolvimento da planta,

como sintomas de cloroses, que posteriormente pode evoluir para necroses no limbo

foliar, que se trata de zonas escuras (PINTO, 2003).

Durante a produção de mudas, o substrato é um dos componentes que mais

interferem na emergência e no crescimento da plântula, por meio de fatores como

estrutura e textura (RODRIGUES et al., 2007). É através do substrato que a nova

planta receberá nutrientes, água e oxigênio, bem como a sua sustentação

(ANDRADE, 2006).

Na Figura 3, encontram-se os dados referentes a emergência (%) do E.

contortisiliquun nos diferentes tratamentos. De acordo com a análise estatística

(Tabela 2) a porcentagem de emergência e o tempo médio de emergência não

apresentaram diferença significativa a 5% de significância.

40

45

50

55

60

65

70

75

80

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

Em

erg

ênci

a (%

)

Figura 3 - Emergência (%) de plântulas de E. contortisiliquum nos diferentes tratamentos estudados.

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Os tratamentos 8 e 6 respectivamente tiveram os maiores valores de

emergência (%). Nos demais substratos avaliados, as porcentagens de emergência

tiveram valores inferiores e semelhantes entre si, indicando basicamente que as

plântulas obtiveram praticamente a mesma porcentagem de emergência no período

de 15 dias estudados.

Possivelmente, nos tratamentos com vermiculita e serragem de madeira a alta

drenagem reduziu a disponibilidade de água necessária, reduzindo a porcentagem

de emergência. Enquanto nos tratamentos em que a terra de barranco foi misturada

com vermiculita ou serragem de madeira, a emergência de plântulas foi maior, isso

deve-se a um substrato com mais porosidade, o que faz com que o substrato não

perca toda a água rapidamente. De igual forma, Iossi et al. (2003) observaram que

as plântulas de Phoenix roebelenii O'Brien tinham menor desenvolvimento quando

se usavam os substratos areia, vermiculita e serragem de madeira.

Na análise estatística (Tabela 2), o IVE e o IQD apresentaram diferença

significativa a 5%. O substrato que apresentou melhor IVE (Figura 4 - A) foi o

tratamento 6 (TB 33% + CO 33% + SM 33%). Segundo Nakagawa (1999)4 (apud

Scalon et al., 2006) quanto maior a velocidade de emergência das plântulas, menor

é o tempo de exposição das sementes a fatores adversos do ambiente, os quais

podem causar deterioração e até mesmo prejuízo, em termos produtivos, assim,

quanto maior o IVE, maior a velocidade de emergência, o que permite inferir que

mais vigoroso é o lote de sementes avaliado.

Tabela 2 - Resumo da análise de variância e Erro padrão residual (Sxy) para Emergência (E), Índice de velocidade de emergência (IVE), Tempo médio de emergência (TME) em dias e Índice de qualidade de Dickson (IQD).

* significativo a 5% pelo teste F, ns não significativo.

4 NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. 21p.

Quadrado Médio do Resíduo Fonte de Variação GL

E (%) IVE TME IQD

Tratamentos 15 0,0060213 ns 2,544* 0,348 ns 87,56*

Resíduo 64 0,00595 1,237 0,217 25,904

Sxy - 0,00867 0,135 0,056 7,168

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Para o IQD (Figura 4 - B) a muda que apresentou maior qualidade foi a muda

cultivada no tratamento 9 (VE 50% + CO 50%).

Os parâmetros morfológicos mais utilizados na determinação do padrão de

qualidade de mudas de espécies arbóreas têm sido a altura da parte aérea, o

diâmetro do coleto, matéria seca total, matéria seca da parte aérea e matéria seca

das raízes. Algumas relações entre esses parâmetros têm sido utilizadas para

avaliar a qualidade de mudas (SABONARO, 2006).

ab

b

ab

abababab abab

ab

ab

ab

abab

ab

a

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

IVE

(d

ias)

(A)

bcbc

abbc

bc bcbc bc

a

bc

bc bc

bc

bccbc

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

IQD

(B)

Figura 4 - (A) Índice de velocidade de emergência (IVE) e (B) Índice de qualidade de Dickson (IQD),

em dias, de plântulas de E. contortisiliquum, provenientes de diferentes substratos. Médias

seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5%

de significância.

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De acordo com Sturion; Antunes (2000)5 (apud Cunha et al., 2005) mudas

com baixo diâmetro do colo apresentam dificuldades de se manterem eretas após o

plantio. O tombamento decorrente dessa característica pode resultar em morte ou

deformações que comprometem o valor silvicultural dos indivíduos. O diâmetro do

colo é reconhecido como um dos melhores indicadores do padrão de qualidade de

mudas (MOREIRA; MOREIRA, 1996).

Segundo Fonseca et al. (2002) os parâmetros morfológicos e as relações

utilizadas para a avaliação da qualidade de mudas não devem ser utilizados

isoladamente para a classificação do padrão da qualidade de mudas, a fim de que

não corra o risco de selecionar mudas altas, porém fracas, descartando as menores,

mas com maior vigor.

De acordo com os dados da Tabela 3, referente ao resumo da análise de

variância, verificou-se que apenas a variável diâmetro do colo (DC) não obteve

diferença significativa entre os tratamentos. As demais variáveis, comprimento de

raiz (CR), comprimento de parte aérea (CPA), altura total (AT), nodulação (NOD),

volume de raiz (VR), massa seca de raiz (MSR) e massa seca da parte aérea

(MSPA) apresentaram diferença entre os tratamentos a 5 % de significância.

Tabela 3 - Resumo da análise de variância e erro padrão residual do comprimento da raiz (CR),

comprimento da parte aérea (CPA), altura total (AT), diâmetro do colo (DC), número de

nódulos (NOD), volume de raiz (VR), massa seca da raiz (MSR) e massa seca da parte

aérea (MSPA) de E. contortisiliquum.

ANOVA VARIÁVEIS SQ QM S2

XY

CR 1927316,0 1284877,0* 76,12

CPA 114841000,0 765606600,0* 489,05

AT 141103800,0 09406922,0* 534,01

DC 117994,8 7866,3 ns 8,27

NOD 290297,4 19353,1* 7,19

VR 7533746,0 502249,7* 45,75

MSR 754425,7 50295,0* 14,34

MSPA 6648860,0 443257,3* 40,06

* significativo a 5% pelo teste F, ns não significativo.

5 STURION; J.A.; ANTUNES, B.M.A. Produção de mudas de espécies florestais. In: GALVÃO, A.P.M. Reflorestamento de propriedades rurais para fins de produtivos e ambientais, Colombo: 2000. p.125-150

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O comprimento de raiz (CR), comprimento de parte aérea (CPA), altura total

(AT), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSR) (5-A, 6-A, 6-

B, 7-B e 7-C, respectivamente), apresentaram diferença significativa nos

tratamentos, sendo o 9 o melhor tratamento (50% de VE e 50% de CO), porém o

tratamento 2 (33% de VE e 33% de CO + 33% MC) também apresentou bons

resultados para todos os parâmetros apresentados acima. Isso está, provavelmente,

relacionado ao fato do composto orgânico ter nutrientes mais prontamente

disponíveis, e a vermiculita apresentar melhor estruturação e retenção de umidade.

Analisando MSPA e MSR, verificou-se que o tratamento 9 proporcionou as

maiores médias, inclusive com valores superiores aos obtidos para as mudas

cultivadas com outros substratos. Este efeito pode ser atribuído à melhoria da

fertilidade do substrato, que promoveu o fornecimento de nutrientes e um substrato

com características que estimulem o crescimento inicial das plantas. As produções

dessas duas variáveis são consideradas como bons parâmetros para a avaliação da

qualidade de mudas (BERNARDINO et al., 2005).

O efeito significativamente positivo do substrato enriquecido com composto

orgânico no crescimento das mudas pode estar relacionado com a maior

disponibilidade de nutrientes, situado em níveis adequados ao desenvolvimento das

plantas. Segundo Cunha et al. (2005), diversos autores têm comprovado que a

adição de composto orgânico aos substratos usados para produção de mudas

resulta em benefícios como o fornecimento de macro e micronutrientes e a redução

do Al trocável.

Mudas de oiti (Licania tomentosa Benth.) atingiram as maiores médias em

altura de plantas, segundo Alves; Passoni (1997), quando cultivadas em substrato

acrescido de composto orgânico.

Os menores valores de crescimento foram observados no tratamento 10 e 15,

isso se deve às baixas concentrações de nutrientes e a baixa capacidade de CTC

(Capacidade de troca catiônica) nesses substratos. O baixo teor de Ca nesse

substrato, que tem como conseqüência um pH mais baixo, provavelmente foi o que

causou um menor crescimento das mudas nele produzidas, embora apresente maior

percentagem de matéria orgânica. Isso indica que as plântulas de E. contortisiliquum

podem ser exigentes em nutrientes nos estágios iniciais de crescimento, sendo

necessário semeá-las em substratos com boa fertilidade.

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A nodulação (NOD) (Figura 6 - C) apresentou diferença significativa entre os

tratamentos. O tratamento 3 (33% de VE + 33% de MC + 33% de SM) e o

tratamento 9 (50% de VE e 50% de CO) apresentaram respectivamente o maior e o

menor número de nódulos.

A ausência de nodulação em uma espécie nodulífera pode estar relacionada

a fatores químicos (acidez, deficiência em: P, Mo, Co, etc.), físicos (compactação,

erosão, salinização, etc.) ou biológicos (ausência de estirpes específicas) ou o

estádio de desenvolvimento da espécie vegetal (BARBERI et al., 1998). Esses

fatores podem ter contribuído para a baixa nodulação de E. contortisiliquum nos

tratamentos 4, 9 e 12, uma vez que as demais tratamentos não apresentaram

grandes limitações.

Gomes et al. (2002) pesquisando a nodulação em alfafa (leguminosa),

verificou ausência de nódulos nos tratamentos em que o cálcio não foi aplicado. Isso

demonstra a importância deste nutriente no processo de nodulação. Diferentemente

dos resultados encontrados neste trabalho, os tratamentos apresentaram um maior

número de nódulos no substrato com menor quantidade de cálcio.

Verificou-se que para o volume de raízes (Figura 7 - A) houve diferenças

significativas de crescimento das mudas, sendo o 3 o tratamento com maior volume

de raiz, seguido do tratamento 9 . É provável que a quantidade de nódulos contribua

para essa diferença no volume das raízes.

O diâmetro do colo (DC) não variou significativamente entre os diferentes

substratos, apresentando em média 0,45 cm e um crescimento linear que atingiu, ao

final do experimento 0,71 cm.

bcdd

abcd abababcdab

bcd bcd abcdcd

bcd abcbcd

a

bcd

0

500

1000

1500

2000

2500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

CR

(cm

*t)

(A)

Figura 5 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Comprimento de raiz. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

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eff

defdef

ef

ef

abcd

cdef

abcabcd

a

abcdbcde

ababc a

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

CP

A (

cm*t

)

(A)

abaa ab ab

abcabcd abcd

bcde bcdecdede e

ee e

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

AT

(cm

*t)

(B)

bcd

efg

a

g

b

bcd bcd

cde

g

def

g

b

fg

bc

efg

cde

05

101520253035404550

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

NO

D (

*t)

C)

Figura 6 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Comprimento da parte aérea,

(B) Altura total e (C) Nodulação. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de

Tukey ao nível de 5% de significância.

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d cdcd cd

bcd

abc

a abab

abc abcabcdabcd

abcdabcdabcd

0

50

100

150

200

250

300

350

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

VR

(m

l*t)

(A)

aab

ab ab

abab

abc

abcd

abcd

abcde

bcde

bcdecdede

ee

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

MS

PA

(g

*t)

(B)

ab

eede cde

bcdebcdeabcde

abcd abcdabc ab

a

ab abab

0102030405060708090

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Tratamentos

MS

R (

g*t

)

(C)

Figura 7 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Volume de raiz, (B) Massa seca da parte aérea e (C) Massa seca da raiz. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

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5 CONCLUSÃO

O substrato que proporcionou condições mais adequadas para a E (%) e IVE

das sementes do E. contortisiliquum respectivamente foram o tratamento 8 VE

(50%) + TB (50%) e 6 TB (33%) + CO (33%) + SM (33%). Para o IQD, o

tratamento que apresentou melhor qualidade foi o 9 VE (50%) + CO (50%).

A mistura constituída de VE (33%) + MC (33%) + SM (33%) proporcionou

melhores valores para VR e NOD, no entanto as mudas não apresentaram

qualidade suficiente para plantio no campo, podendo provavelmente não resistirem

as condições ambientais adversas.

A mistura de 50% de vermiculita e 50% de composto orgânico é capaz de

promover o crescimento inicial de mudas de orelha-de-macaco e outras misturas

podem ser dispensadas. Ressalta-se que em quase todos os substratos os

resultados foram satisfatórios, podendo se destacar o tratamento 9 VE (50%) + CO

(50%) e 2 VE (33%) + MC (33%) + CO (33%) para a produção de mudas de

E.contortisiliquum.

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