informativo saemac - nº 88 - março/abril de 2011

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SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SANEAMENTO Edição nº 88 - Março/Abril de 2011 Distribuição Gratuita www.saemac.com.br Filiado: FILIE-SE! Você ainda não é um associado do SAEMAC? Então venha somar forças conosco! Acesse www.saemac.com.br, imprima e preencha a Ficha de Filiação que se encontra no menu esquerdo. Depois é só encaminhá-la ao Sindicato! ACT 2011-2012! Paralisação dos leituristas da USFA EDITORIAL Paraquedismo na Sanepar REPORTAGEM ESPECIAL Municipalização e terceirização: os vilões do saneamento Como andam as ações do Plano de Gestão por Competência? Pág. 04 Venha curtir o seu tempo livre no Balneário das Gaivotas! Pág. 05 Divergências sobre o adicional por tempo de serviço Pág. 07 Cansados do assédio moral e da falta de segurança e respeito, os leituristas da USFA paralisaram as atividades durante quatro dias em Curitiba. A paralisação surtiu efeito e o Ministério Público do Trabalho determinou a formação de uma comissão para analisar as reivin- dicações dos trabalhadores. Pág. 03 A campanha do Beto Richa ficou só no discurso. Isso porque alguns diretores e gerentes estão caindo de paraquedas na Sanepar. Ninguém nunca os viu nos cor- redores da empresa, nem sabe em que quadro funcional se encontrava. Pág. 02 Nesta 2ª parte da reportagem vamos mos- trar qual é a situação de algumas cidades que possuem o saneamento municipalizado. Será que a qualidade dos serviços e o valor da tarifa foram mantidos? Pág. 06 FOTO: Arquivo SAEMAC Já faz mais de 60 dias desde a protocolização da pauta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Traba- lho 2011-2012. De lá pra cá, vários ofícios foram encaminhados à empresa solicitando uma resposta. Mas, como a Sanepar não se manifestou, o SAEMAC solicitou a mediação da Superintedência Regional do Tra- balho e Emprego (SRTE). No dia 14 de março foi realizada uma mesa redonda, onde o diretor presidente do SAEMAC, Gerti José Nunes e o advogado Roque Sebastião da Cruz se reuniram com os representantes da Sanepar para tentar dar início às negociações do nosso ACT. O resultado desta reunião você confere nesta edição do informativo. Para relembrar, algumas causas que nos motivam nessa luta: reajuste de 100% do INPC, aumento real de 5%, abono de 75% mais a média linear da remuneração do quadro funcional e auxílio-alimentação de R$ 698,00. As assembleias só têm sentido com a sua participação! Pág. 08 Pág. 03

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Informativo oficial do Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento (Saemac), que representa os trabalhadores da Sanepar.

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Page 1: Informativo Saemac - Nº 88 - Março/Abril de 2011

SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SANEAMENTO

Edição nº 88 - Março/Abril de 2011 Distribuição Gratuita www.saemac.com.br

Filiado:

Filie-se! Você ainda não é um associado do SAEMAC? Então venha somar forças conosco! Acesse www.saemac.com.br, imprima e preencha a Ficha de Filiação que se encontra no menu esquerdo. Depois é só encaminhá-la ao Sindicato!

ACT 2011-2012!

Paralisação dos leituristas da USFA

editorial

Paraquedismo na Saneparreportagem especial

Municipalização e terceirização: os vilões do saneamento

Como andam as ações do Plano de Gestão por Competência?

Pág. 04

Venha curtir o seu tempo livre no Balneário das Gaivotas!

Pág. 05

Divergências sobre o adicional por tempo de serviço

Pág. 07

Cansados do assédio moral e da falta de segurança e respeito, os leituristas da USFA paralisaram as atividades durante quatro dias em Curitiba. A paralisação surtiu efeito e o Ministério Público do Trabalho determinou a formação de uma comissão para analisar as reivin-dicações dos trabalhadores.

Pág. 03

A campanha do Beto Richa ficou só no discurso. Isso porque alguns diretores e gerentes estão caindo de paraquedas na Sanepar. Ninguém nunca os viu nos cor-redores da empresa, nem sabe em que quadro funcional se encontrava.

Pág. 02

Nesta 2ª parte da reportagem vamos mos-trar qual é a situação de algumas cidades que possuem o saneamento municipalizado. Será que a qualidade dos serviços e o valor da tarifa foram mantidos?

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Já faz mais de 60 dias desde a protocolização da pauta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Traba-lho 2011-2012. De lá pra cá, vários ofícios foram encaminhados à empresa solicitando uma resposta. Mas, como a Sanepar não se manifestou, o SAEMAC solicitou a mediação da Superintedência Regional do Tra-balho e Emprego (SRTE). No dia 14 de março foi realizada uma mesa redonda, onde o diretor presidente do SAEMAC, Gerti José Nunes e o advogado Roque Sebastião da Cruz se reuniram com os representantes da Sanepar para tentar dar início às negociações do nosso ACT. O resultado desta reunião você confere nesta edição do informativo. Para relembrar, algumas causas que nos motivam nessa luta: reajuste de 100% do INPC, aumento real de 5%, abono de 75% mais a média linear da remuneração do quadro funcional e auxílio-alimentação de R$ 698,00.

As assembleias só têm sentido com a sua participação!

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Paraquedismo na Sanepar!Companheiros saneparianos,

Durante a campanha eleitoral do ano passado, o então candidato ao Governo do Estado, Beto Richa fazia várias promessas com relação à Sanepar:

*“O Novo Governo irá transformar novamente a Companhia de Saneamento do Paraná em referência na América Latina, por meio do fortalecimento da empre-sa e de uma gestão primorosa.”

**“Uma companhia que valorize seus funcionários e que volte a trazer orgulho aos paranaenses, que são os verdadeiros donos deste patrimônio. Este é o com-promisso assumido pelo candidato ao governo do Estado, Beto Richa.”

***“O quadro de funcionários de carreira da SANEPAR será reconhecido, prestigia-do, capacitado e proativo, e terá prioridade na ocupação de cargos de gestão e de confiança”.

Tenho certeza de que muitos de vocês ajudaram a eleger o Beto como governa-dor. Mas, agora parece que todo o discurso dele tinha validade apenas duran-te a campanha. O que presenciamos é justamente o contrário da valorização dos saneparianos, proposta por ele. Alguns diretores, assessores, assistentes e gerentes estão caindo de paraquedas na Sanepar. Ninguém nunca os viu nos corredores da empresa, mas estão assumindo os cargos estratégicos. Isso nos parece o início de uma desmotivação e desmerecimento do quadro de carreira da empresa.E agora, sanepariano, nós nos perguntamos: onde estão os critérios de mereci-mento para a ocupação de cargos na Sanepar? Será que os funcionários não são capazes de assumir papéis importantes nessa nova gestão? O que explica essas indicações ‘externas e pessoais’ do nosso governador?Se o real objetivo do Beto é fazer com que *“a gestão da Sanepar invista no de-senvolvimento de seus colaboradores, de modo a torná-la uma empresa mais eficiente, das melhores para se trabalhar no Brasil”, ele começou fazendo isso de forma equivocada.

Gerti José NunesDiretor Presidente do SAEMAC

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editorial

Edição nº 88 - Março/Abril 2011 www.saemac.com.br

Jackeline Kutiensky de Vargas - DRT/PR 7509Jornalista responsável

Nathália Trofino SartoratoJornalista auxiliar

Rua Mobral, 464 - Jd. Maria Luíza Cascavel-PR - CEP: 85819-505

Fone (45) 3223-5161 / Fax: (45) 3224-5264 0800-600-5161 / Curitiba: (41) 3333-5719

E-mail: [email protected]

O Informativo SAEMAC é órgãooficial de divulgação do Sindicato dos Trabalha-dores na Captação, Purificação, Tratamento e

Distribuição de Água e Captação e Tratamento e Serviços em Esgoto e Meio Ambiente de Cascavel

e Regiões Oeste e Sudoeste do Paraná.

É permitida a reprodução parcial ou total das matérias veiculadas no Informativo SAEMAC, desde que citada a fonte.

*Trechos retirados do Plano de Governo de Beto Richa (pág. 141), disponível em http://www.betoricha.com.br.**Trechos retirados de matéria no site http://eduardosciarra.com.br/funcionarios-da-sanepar-querem-beto-e-sciarra.***Trechos da carta enviada pelo governador Beto Richa, então candidato ao cargo, na campanha de outubro/2010.

diretoria eXeCUtiVa

Gerti José NunesDir. Presidente - Cascavel Joaquim A. dos SantosDir. Financeiro - Cascavel

Anibaldo KlaisDir. Administrativo - Terra Roxa

Alvair Santa RosaDir. Divulgação e Imprensa - Curitiba

Jóse Maria A. AlvesDir. Formação Sindical - Guarapuava

Josiane de OliveiraDir. Saúde e Seg. no Trabalho - Ponta Grossa

Vanusa Maria SalvadorSecretária Geral - Foz do Iguaçu

CONSELHO FISCAL EFETIVO

Aloísio Pinto Leal - Guaíra Juvelino Rabelo - Guaraniaçu

Lorival Quadros da Silva - Quedas do Iguaçu

SUPLENTES

Celso Narciso Cosma - ClevelândiaLuiz Carlos F. Lima - Cascavel

DIRETORIA REGIONAL

Nei Clóvis Marchi de Lima - CascavelZilmar Breda - Toledo

Vilson Fergs - Foz do IguaçuJair Expedito Bozi - Pato Branco

Pedro Luis S. de Moraes - Telêmaco BorbaKátia Maria Sant’Ana Medeiros - Rio Negro

Eorivaldo Xavier de Oliveira Jr. - CuritibaCeslau Elias Makovski - Curitiba

Bruno Henrique do Nascimento - CuritibaÁlvaro Lima Pinto - Curitiba Enivaldo Soares - Curitiba

José Pires - CuritibaFernando M. dos Santos Neto - Curitiba

José Ricardo de Amorim Vasco - Curitiba

REPRESENTANTES

Osmar Daneluz - Dois VizinhosJosé Venâncio - Corbélia

Romeu Cruzeta - Campo LargoMauri Dorigoni - Laranjeiras do Sul

Marcelo de Oliveira Gato - CascavelValdir Antonio Pavanello - Realeza

Valdir Valmórbida - Pato Branco

DELEGADO A FEDERAÇÃO E CONFEDERAÇÃOPedro Henrique da Silva - Curitiba

SUPLENTE

Gerti José Nunes - Cascavel

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Edição nº 88 - Março/Abril 2011 www.saemac.com.br

paralisação

Leituristas da USFA Curitiba cruzaram os braços para reivindicar os direitos!

Mais segurança, respeito e condições justas de trabalho. Essas são as principais reivindicações dos leituristas da USFA, que durante quatro dias (17, 18, 21 e 22 de fevereiro) paralisa-ram os serviços em Curitiba.

Desde junho de 2010 esses trabalhadores vêm sendo asse-diados moralmente, recebem cartas de advertência, suspen-são e até mesmo cartas de demissões e vêm sofrendo forte pressão psicológica. A condição precária das ferramentas de trabalho, como os automóveis também motivou os traba-lhadores a iniciarem a paralisação.

Uma carta com todas as reivindicações foi enviada ao Dire-tor Administrativo da Sanepar, mas mesmo assim a empresa se recusava a receber os saneparianos para uma conversa.

Só depois da reunião realizada no dia 22 de fevereiro no Ministério Público do Trabalho é que os trabalhadores real-mente foram ouvidos.

O procurador Humberto Luiz Mussi de Albuquerque de-terminou a formação de uma comissão composta por dois trabalhadores leituristas, um representante do SAEMAC e a Sanepar para, no prazo máximo de 30 dias, discutir e elabo-rar um cronograma para solucionar os problemas.

Até o momento, quatro reuniões foram realizadas com essa comissão, que está trabalhando para apresentar melhorias que possam atender às necessidades e reivindicações dos trabalhadores.

aCt 2011-2012

Resultado da mesa redondaNo dia 11 de fevereiro, 30 dias depois da protocolização

da pauta do ACT 2011-2012, o SAEMAC encaminhou outro ofício para “lembrar” à diretoria da Sanepar que nós ainda esperavamos um posicionamento da empresa com relação a nossa pauta de reivindicações e que o prazo estava se es-gotando! Depois disso, o SAEMAC solicitou a mediação de mesa redonda na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, para que as negociações tivessem início.

No dia 14 de março, o diretor presidente do SAEMAC, Gerti José Nunes e o advogado Roque da Cruz, juntamente com os representantes de Curitiba, participaram de uma mesa re-donda com representantes da Sanepar, para tentar dar início às negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2011-2012.

Na reunião a empresa alegou que o processo de nego-ciação já está aberto, mas “que aguarda o recebimento de

todas as propostas sindicais para que possa fazer uma aná-lise conjuntural do pleito das diferentes categorias”.

Entendemos que em relação à argumentação da empresa, há um total desrespeito com a grande maioria dos sindica-tos que já protocolizaram suas pautas, criando com isso, um descontentamento de enorme parcela de trabalhadores. Va-mos dar a resposta e demonstrar que as negociações acon-tecem de maneira individual com os sindicatos. Chega desse chove e não molha!

O SAEMAC comunica desde já que serão realizadas várias assembleias para que todos tenham conhecimento do re-sultado da mesa redonda e possam deliberar sobre a mo-rosidade da empresa em efetivamente dar início às nego-ciações. Portanto, aguardem que estaremos divulgando o calendário de assembleias no site www.saemac.com.br.

Vários leituristas de Curitiba paralisaram os serviços para reivindicar melhores condições de trabalho

FOTOS: Arquivo SAEMAC

Alerta geral aos leituristas: a principal reivindicação, que é o adicional de penosidade, consta na pauta de reivindicações do ACT 2011-2012 - cláusula 16.

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plano de gestão por CompetênCia

Como andam as ações do Plano de Gestão por Competência?1ª ação – ensino inFerior ao eXigido pelo plano

(00498-2006-655-09-00-2-aCo-17299-2008)

Esta ação reivindica a contemplação dos empregados que possuem nível de escolaridade inferior ao exigido pelo Pla-no de Gestão por Competência - implantado pela Sanepar em março de 2006; e que mesmo sendo bem avaliados não receberam nenhum step. Se a empresa contrata, como sem-pre contratou pessoas com escolaridade até o ensino funda-mental, por que então não as contemplou no Plano de Gestão por Competência? Diante desta situação absurda, o SAEMAC ingressou com uma ação na Justiça objetivando regularizar tal situação. Em 18 de dezembro de 2007, a Juíza da Vara do Trabalho de Assis Chateaubriand, Marli Gonçalves Valeiko declarou nula a exigência de ensino médio para os empre-gados contratados com exigência do ensino fundamental. A juíza sentenciou ainda que a avaliação dos requisitos de acesso à promoção deverá ser feita somente com base na experiência, treinamento e conhecimento dos trabalhadores. Naquela oportunidade a Sanepar ainda foi condenada a en-quadrar esses trabalhadores nas respectivas faixas e níveis decorrentes das progressões e/ou promoções, conforme apurado para a situação vivenciada por cada um dos em-pregados. Entretanto, em decorrência do Recurso impetrado pela Sanepar, o Tribunal Regional do Trabalho emitiu decisão nos seguintes termos:

“Não há vedação legal para que o Plano de Cargos e Salários da ré con-temple apenas as carreiras de nível médio e nível superior se, atualmen-te, são estas que atendem as necessidades da empresa. O que não se poderia admitir é a empresa demitir todos os empregados com ensino fundamental apenas por não possuírem aqueles níveis de instrução ou os deixarem excluídos totalmente do referido plano, com rebaixamento de salários, por exemplo. Mas, este não é o caso dos autos, até porque os referidos empregados foram devidamente enquadrados, de acordo com a remuneração auferida, não se vislumbrando quaisquer prejuízos para os mesmos. É normal a exigência de grau de instrução mínimo de nível médio na maioria das empresas, estando em franca extinção os empregos que dispensam qualquer formação escolar ou exigem apenas o ensino fundamental. Não prospera o argumento de que a ré delibera-damente não lhes estendeu os direitos de progressão e promoção. Ora, há plena possibilidade dos referidos trabalhadores obterem tais direitos, desde que cumpram os requisitos necessários. Em tese, para os referi-dos empregados, é perfeitamente possível o preenchimento do requisi-to de acesso denominado “formação”, que guarda relação com o grau de instrução do empregado. Basta que busquem a conclusão do ensino médio, o que traria contribuição não apenas para a empresa-ré, mas também para o crescimento profissional do próprio empregado.”

Diante desta decisão, o SAEMAC recorreu junto o TST, po-rém, não obtendo êxito na reversão da decisão. Assim sen-do, a ação proposta pelo Sindicato foi arquivada definitiva-mente, tendo como decisão o acima exposto.

2ª ação – asCensão VertiCal no plano (07784-2009-003-09-00-3)

Em março de 2009, o SAEMAC ajuizou uma ação de revi-são do Plano de Gestão por Competência, com o objetivo de acelerar o processo proposto pela empresa no momento da implantação, mas que até o momento não havia sido reali-zado. As principais reivindicações da ação são estas:

a) A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, com a isenção de pagamento de custas, emolumentos, honorários periciais e outras despesas processuais;

b) Seja a reclamada obrigada a conceder ascensão vertical aos trabalha-dores de seu quadro funcional, quando estes preencherem os requisitos do caput artigo 13 do “Sistema de Gestão por Competência”, bem como dos §§ 2º e 3º do art. 461 da CLT, os quais preveem a ascensão vertical por antiguidade e merecimento, sob pena de multa a ser prudentemente arbitrada pelo juízo, com fundamento no artigo 287 do Código de Proces-so Civil, aplicado subsidiariamente ao Direito Trabalhista, bem como no artigo 652, inc. V, alínea “d”, da CLT;

c) Seja a reclamada condenada ao pagamento da reposição salarial de todos os funcionários que foram avaliados, mas que deixaram de rece-ber os avanços salariais (steps) em decorrência de estarem paralisados na faixa “J” e “L” da tabela do “Sistema de Gestão por Competência”;

d) Seja a reclamada compelida, ex oficio, a promover a ascensão vertical de todos os funcionários que estiverem na faixa “L” da tabela do “Sistema de Gestão por Competência”, imediatamente em níveis inferiores daque-les que se desligaram da empresa por qualquer que seja o motivo da ruptura do contrato de trabalho;

e) Seja a reclamada obrigada a adequar o piso salarial inicial de carreira na faixa “A” da tabela do “Plano de Gestão por Competência”, mantendo-se a mesma proporcionalidade de valores e percentuais para as demais faixas da respectiva tabela, sob pena de multa a ser prudentemente ar-bitrada pelo juízo, com fundamento no artigo 287 do Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao Direito Trabalhista, bem como no arti-go 652, inc. V, alínea “d”, da CLT;

f) Seja declarada a nulidade dos parágrafos 1º e 2º do artigo 13 do “Sis-tema de Gestão por Competência”, por estarem em desacordo com os parágrafos 2º e 3º do artigo 461 da CLT;

g) Seja a reclamada compelida a se abster de alterar os limites de pontu-ação para obtenção de avanço salarial (step), com fulcro no artigo 461 e seguintes do Código de Processo Civil;

Em uma audiência realizada em 30 de junho de 2010 a Sanepar informou que alterou o Plano de Cargos e Salários para atender as reivindicações constantes do SAEMAC.

Entretanto, após criteriosa análise da documentação apre-sentada pela empresa, percebeu-se que tudo não passara de um engodo, com o intuito de ludibriar o juízo onde tramita a demanda, podendo-se concluir que a Sanepar ao invés de efetivamente promover verticalmente os funcionários que se encontravam na letra “L” do Plano de Gestão por Competên-

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cia, passando-se imediatamente ao nível superior, preferiu ampliar a régua de cada nível do respectivo plano.

Ou seja, para não pagar as diferenças salariais correspon-dentes a ascensão vertical que os trabalhadores fariam jus, por estarem na letra “L” (final da tabela), preferiu ampliar a tabela do plano elevando os níveis até a letra “X”, mantendo o mesmo valor salarial para quem estava na respectiva letra “L” da tabela.

Com efeito, o trabalhador ao atingir a escala “L” dos níveis do Plano de Gestão por Competência, deixa de ter ascensão na linha vertical, não ascendendo ao nível imediatamente subsequente ao que estava enquadrado, pouco importando se ele conte com vários anos de casa (antiguidade) e tenha recebido uma ótima avaliação (merecimento).

Além disso, as alterações apresentadas pela Sanepar fo-ram incapazes de aniquilar ou ao menos diminuir os prejuí-zos dos trabalhadores. Pelo contrário, os saneparianos que se encontravam na situação fática acima descrita continuam amargando enormes prejuízos, pois seus respectivos salá-rios permanecem congelados, mudando-se apenas a letra do seu nível.

Mas não é só, pois a empresa manteve a alteração na mé-dia de pontuação para cada “steps”, de forma a obstruir e dificultar a ascensão horizontal dos trabalhadores.

Se não bastasse tudo isso, some-se ainda o fato de que a Sanepar, por ocasião da estipulação do salário de ingresso no Plano de Gestão por Competência, previsto no Acordo Co-letivo, continua a colocar tal piso no meio da “régua horizon-

tal”, ficando em desuso as letras “A, B, C e D” no nível “1” da respectiva tabela, quando o correto é enquadrar o piso inicial na letra “A” e adequar os demais valores previstos na tabela.

Portanto, como se pode observar, as alterações feita no Pla-no de Gestão por Competência foram incapazes de sanar as irregularidades apontadas pelo SAEMAC, e justamente por isso a ação continua em tramitação junto a 3ª Vara do Tra-balho de Curitiba, que aguarda designação de audiência de instrução e julgamento.

3ª ação – aValiação retroatiVa de 2009

(05068-2010-008-09-00-7)

Em 2009, a Sanepar deixou de fazer as avaliações dos fun-cionários no Plano de Gestão por Competência, o que cau-sou prejuízos ao quadro efetivo da empresa. Por este motivo, o SAEMAC ajuizou ação cobrando da empresa a avaliação e, por não tê-la feito devidamente, que ela conceda três step’s para todos os trabalhadores. O resultado desta ação, com base em decisão do Tribunal Superior do Trabalho, beneficia-rá todos os nomeados na petição, que são os associados ao SAEMAC.

Foi realizada uma audiência julgamento em 25 de fevereiro de 2011, onde as reivindicações do Sindicato foram julgadas procedentes em parte. Porém, a Sanepar recorreu da deci-são e agora aguardamos o julgamento dos embargos da empresa.

Dr. Maycon Jorge - Assessoria Jurídica do SAEMAC

plano de gestão por CompetênCia

Procurando um lugar para curtir o tempo livre? Venha para o Balneário das Gaivotas!

Depois de um começo de ano de muito suor é trabalho, o seu tempo livre deve ser muito bem aproveitado! Descansar e repor as energias é fundamental para um melhor desempenho profissional. Os associados do SAEMAC podem usufruir de um lugar tranquilo, com uma imensa área verde e a poucos metros do mar: o Balneário das Gaivotas, localizado na cidade de Matinhos.

Como toda viagem requer um planejamento, para ir até o Balneário não seria diferente. É preciso estar bem informado para aproveitar os dias de lazer sem nenhuma preocupação. Visando normatizar a utili-zação desta sede recreativa, nos últimos meses o SAEMAC atualizou o Regulamento do Balneário das Gaivotas. Alguns tópicos de grande importância estão sendo tratados no novo regulamento, como:

• Quem pode utilizar a colônia; • Os procedimentos para a utilização; • Quais são os horários de entrada e saída; • Como fazer a reserva antecipada; • Quais são os direitos e deveres dos associados e acompanhantes; • Valores da hospedagem.

Tudo bem explicadinho para que você possa usufruir da melhor maneira possível este espaço aconchegante que o SAE-MAC disponibiliza. Para ter acesso ao Regulamento entre no site do Sindicato (www.saemac.com.br), clique no menu ‘Sedes Recreativas’ e em seguida clique em ‘Balneário das Gaivotas’.

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o saneamento em sarandi

Desde 2006 os serviços de água e esgoto são municipali-zados em Sarandi. Até 2008, apenas 3% da população tinha rede de esgoto e a falta de água era uma ameaça constante. De lá pra cá pouca coisa deve ter mudado.

Está em andamento um processo licitatório para a amplia-ção do Sistema de Esgotamento Sanitário da cidade, com um valor máximo de R$ 485.617,26. Mas, sabe como é... Proces-so licitatório não acontece do dia pra noite e muito menos as melhorias no saneamento.

QUem sai perdendo Com tUdo isso

Entre a diretoria e os representantes do SAEMAC a opinião é unânime: somos rigorosamente contra a municipalização ou terceirização dos serviços relacionados ao saneamento. E podemos até enumerar os motivos para isso:

Os trabalhadores da Sanepar que residem nas ci-dades onde há a possibilidade de o serviço se tor-nar municipalizado terão apenas dois caminhos: a transferência para uma localidade diferente – acarretando despesas ao trabalhador com o alu-guel de sua moradia, por exemplo - ou até mesmo a demissão;

Os demais trabalhadores da empresa também se-rão prejudicados no que diz respeito à previdência e assistência social, plano de saúde, etc. tendo em vista que a receita da Sanepar certamente diminuirá;

A tarifa social que hoje é praticada pela Sanepar certamente não seria mantida pelos municípios.

A dificuldade que os municípios enfrentarão para conseguir financiamentos para os investimentos necessários no setor, a inexistência de mão de obra qualificada fora da Sanepar e o alto custo de ma-nutenção, resultarão em um serviço de qualidade

reportagem espeCial - parte ii

Municipalização e terceirização: os grandes vilões do saneamento

No informativo nº 87 (janeiro/fevereiro 2011) apresentamos a primeira parte da reportagem especial sobre os temas municipalização e terceirização do saneamento, que mostrou a vitória judicial do SAEMAC con-tra a terceirização das atividades fins da Sanepar. Agora, nesta segunda parte, vamos mostrar qual é a situação de algumas cidades que possuem o saneamento municipalizado. Será que a qualidade dos serviços foi mantida? E o valor das tarifas, será que subiu?

o saneamento em mareChal Cândido rondon

Há mais de 40 anos a cidade de Marechal Cândido Rondon possui o Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Porém, apesar de todo o tempo em que o saneamento é municipali-zado, ainda hoje é possível encontrar locais onde falta água e onde a manutenção da rede de esgoto é precária – talvez devido a pouca ou nenhuma capacitação dos profissionais responsáveis pela manutenção.

Sem falar também que a Tarifa Social praticada pelo SAAE em Marechal é de R$ 7,50 enquanto que a tarifa praticada pela Sanepar é de apenas R$ 5,80! A diferença é de aproxi-madamente 23%.

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onde o serViço já é mUniCipalizado

Embora a maioria das cidades esteja optando em continu-ar parceira da Sanepar, o serviço municipalizado, infelizmen-te, vem ganhando força no estado. Hoje, das 399 cidades paranaenses, cerca de 55 municipalizaram o saneamento. Elas são de pequeno e médio porte e estão ligadas a dois consórcios públicos: o Consórcio Intermunicipal dos Serviços Municipais de Saneamento Ambiental do Norte do Paraná (Cismasa) e o Consórcio Intermunicipal de Saneamento Am-biental do Paraná (Cismae).

O Cismasa foi fundado em 2006 e abrange os municípios da região Norte do Paraná: Jataizinho, Ibiporã, Santa Cecília do Pavão, Nova Santa Bárbara, São Jerônimo da Serra, Aba-tiá, Nova Fátima, Santo Antonio do Paraíso, Ribeirão Claro, Sertaneja e Andirá. A tarifa básica de água para 10 m³ varia de R$ 6,50 a R$ 13,90, conforme o município.

O Cismae foi fundado em 2001 e abrange as cidades de Ângulo, Marechal Cândido Rondon, Boa Ventura de São Ro-que, Miraselva, Iguaraçu, Munhoz de Mello, Jaguapitã, Pa-ranapoema, Japurá, Peabiru, Jardim Olinda, Pitangueiras, Jussara, Prado Ferreira, Kaloré, Presidente Castelo Branco, Lobato, Santa Isabel do Ivaí, Mandaguaçu, Santa Mônica, Marialva, São Jorge do Ivaí, Mariluz, Sarandi, Marumbi, Ta-pejara e Terra Rica. A tarifa básica de água varia de R$ 7,93 (em Lobato - PR) a R$ 15,00 (em Marechal Cândido Rondon).

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anUênio

Edição nº 88 - Março/Abril 2011 www.saemac.com.br

Adicional por tempo de serviço:entendimentos divergentes da Justiça Trabalhista

Muito se tem discutido sobre a supressão do adicional por tempo de serviço pactuado em 1996, mediante Acordo Cole-tivo efetuado entre a Sanear e todos os sindicatos que repre-sentavam os funcionários.

A supressão da progressividade do anuênio - mediante a concessão de um abono salarial - demonstrou, com o pas-sar do tempo, ser totalmente prejudicial aos funcionários, com a perda salarial aumentando ano após ano. O congela-mento do anuênio tem sido contestado na Justiça Trabalhista mediante ação coletiva ajuizada pelo Sindicato e mediante ações individuais ajuizadas pelos funcionários representa-dos, com assistência sindical perante a Justiça do Trabalho.

As ações começaram a ser ajuizadas a partir de 2005 e tiveram decisões divergentes, tanto em 1ª instância, 2ª ins-tância (TRT da 9ª Região) e no Tribunal Superior do Trabalho.

1) Existem decisões de 1ª instância no sentido de que o di-reito à progressividade no percentual de 1% foi pactuado por acordo coletivo em 1997 e retirado, também mediante acordo coletivo, em 1996 e que, não se tratando de direito instituído por lei, não se aplica à este caso a prescrição par-cial, mas sim a prescrição total, utilizando o entendimento da primeira parte da súmula 294 do C.TST.

CLT: SÚMULA - 294 PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRA-BALHADOR URBANO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

2) Existem decisões de 1ª instância que entendem inexistir a prescrição (perda de um direito pelo não uso dele durante determinado tempo), porém no sentido de que a progres-sividade, pactuado pelo acordo coletivo em 1997, pode sim ser retirada por acordo coletivo como foi efetuado em 1996, entendendo aplicar-se ao caso o teor do artigo 7º, inciso XXVI da Constituição Federal e Súmula 277 do C. TST.

CF/1988: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;CLT: SÚMULA - 277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACOR-DO COLETIVOS. VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABA-LHO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em 16.11.2009) - Res. 161/2009, DEJT divulgado em 23,24 e 25.11.2009.I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença norma-tiva, convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.II - Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revo-gada pela Medida Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de 14.02.2001.

Essas decisões são mantidas em sede de Recurso Ordinário pela 1ª, 3ª, 4ª e 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da

9ª Região, porém reformado pela 2ª Turma.

3) Existem decisões de 1ª instância no sentido de que, mes-mo sendo o direito à progressividade pactuado mediante acordo coletivo em 1997 e retirado, também mediante acor-do coletivo em 1996, este direito incorporou-se ao contrato de trabalho dos funcionários, assinados em período anterior a essa data, não aplicando ao caso o teor da súmula 277 e não podendo a progressividade ser retirada, isto por força do contido no artigo 468 da CLT, Súmula 51 do C. TST e artigo 5º inciso XXXVI da Constituição Federal. Entendem que no caso, não se aplicando a prescrição total, mas sim, a prescrição parcial prevista na parte final da súmula 294 do C. TST, deve prevalecer a situação mais benéfica ao trabalhador. Enten-dem também que é nula toda e qualquer cláusula de acordo coletivo que retire os direitos dos trabalhadores, mesmo que pactuado com o sindicato de classe.

4) Existem decisões de 1ª instância no sentido de que o direi-to a progressividade no percentual de 1% foi instituído pela norma interna 113 e RHU 012 e que o direito, tendo sido ano-tado em Carteira de Trabalho e Previdência Social dos fun-cionários, a progressividade o foi instituída por liberalidade da empresa, não ocorrendo no caso a prescrição total, mas sim a parcial e que o direito à progressividade incorporou-se ao contrato de trabalho dos funcionários por força de norma interna e não poderia ser retirado para os funcionários que pactuaram contrato de trabalho em período anterior a essa data (outubro de 1996), isto por força da aplicação do artigo 468 da CLT, Súmula 51 do C. TST e artigo 5º inciso XXXVI da Constituição Federal.

CLT: Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim des-de que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.SÚMULA - 51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Juris-prudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (Ex-súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973)II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. CF/1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residen-tes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Essas decisões são mantidas em sede de Recurso Ordinário pela 2ª Turma e reformada pelas 1ª, 3ª, 4ª e 5ª Turmas do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região.

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Edição nº 88 - Março/Abril 2011 www.saemac.com.br

do entendimento do tribUnal sUperior do trabalho

As decisões do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região são mantidas pelo TST em quase todos os casos com algu-mas exceções. Ex: algumas turmas do TST reformam as de-cisões da 2ª Turma dependendo da forma que o Recurso de Revista é aceito. No entanto, entendendo pela prescrição, to-das as decisões da 1ª, 2ª, 3ª e 5ª Turmas são mantidas.

deCisões da jUstiça trabalhista

O SAEMAC tem conhecimento de quatro ações que obje-tivam o pagamento do adicional do tempo de serviço. Três delas são ações individuais de companheiros da Sanepar.

Nos três casos ocorreu o seguinte: o direito foi declarado prescrito em primeira instância com o entendimento de que, se o adicional foi suprimido em outubro de 1996 mediante acordo coletivo, os funcionários teriam até dois anos para entrar com ação contestando a supressão (prescrição bienal prevista no artigo 7º inciso XXIX da Constituição Federal), ou seja, o prazo seria outubro de 1998.

Nestes casos a distribuição no Tribunal da 9º Região (do Paraná) foi parar na 2ª Turma, que mudou a decisão das Varas do Trabalho e entendeu que não existe a prescrição declarada pelo Juiz, entendendo que o direito incorporou ao contrato de trabalho para aqueles que tinham o contrato assinado antes de outubro de 1996 e que no caso a pres-crição é apenas parcial (não atinge os últimos cinco anos) e que os funcionários podem receber a diferença do anuênio

nos últimos cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação. Conforme verifica-se dos acórdãos do Tribunal Superior do Trabalho, nestas três ações o TST manteve a decisão e os trabalhadores conseguiram receber o benefício.

Existe também uma ação coletiva que foi ajuizada pelo SA-EMAC, que reivindica a manutenção do anuênio para todos os empregados admitidos até 31/10/2006; o restabelecimen-to e a manutenção do anuênio para todos os empregados admitidos após 31/10/2006 e o pagamento dos anuênios suprimidos desde 31/10/1996.

Neste caso, o juiz entendeu que não existia a prescrição, que o direito a progressividade havia incorporado ao con-trato de trabalho dos funcionários assinados em período an-terior a outubro de 1996, mandando pagar a diferença do anuênio. O processo foi distribuído para a 4ª Turma e a Re-latora Márcia Domingues não conferiu à matéria prescrição, no entanto entendeu que se o direito foi instituído por acordo coletivo por força de previsão constitucional poderia ser reti-rado por acordo coletivo. Esta decisão também foi mantida pelo Tribunal Superior do Trabalho.

Se você, trabalhador, também se sentiu prejudicado, pro-cure a Assessoria Jurídica do SAEMAC, que vai lhe fornecer esclarecimentos e verificar se existe a possibilidade de reivin-dicar o seu anuênio.

Dr. Roque Sebastião da CruzAssessoria Jurídica do SAEMAC

a sentença das ações está disponíVel no site www.saemaC.Com.br

anUênio

Sanepariano, participe das assembleias!Você, companheiro sanepariano, sabe bem como temos que batalhar muito para conseguir o

mínimo. Entra governo, muda diretoria, mas algumas coisas nunca mudam. Como a falta de uma efetiva valorização pessoal e financeira ao trabalhador.

Nenhuma conquista “vem de graça”, nenhum benefício virá se você não for buscá-lo. Novamente estamos aqui, prontos e armados para mais uma batalha. E você? Vai entrar na luta ou ficará na sombra de seu colega?

As assembleias convocadas pelo SAEMAC só têm sentido se houver a participação real de todos os trabalhadores interessados em buscar melhorias. Ou você prefere que a diretoria da empresa continue empurrando com a barriga as nossas reivindicações? Temos certeza que não.

O sindicato não tem forças para lutar sozinho. A nossa missão é lutar ao lado dos trabalhadores e defendê-los da tirania e do coronelismo que foi implantado dentro da empresa.

Por isso, reforçamos o convite para que você, sanepariano, fique atento ao calendário que em bre-ve estará disponível no nosso site e não perca as assembleias. E mais do que isso, convide também os seus colegas para participar. Precisamos estar juntos e unidos para decidir sobre aquilo que diz respeito a todos nós.