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INFORMAÇÕES SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA SINAIS CLÍNICOS COMUNS DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA Ano III nº 005 - Abril de 2018 INTRODUÇÃO Diante de vários questionamentos de médicos vete- rinários em relação à notificação dos casos de leishma- niose visceral canina (LVC) às autoridades sanitárias, a Comissão de Saúde Pública do CRMV-GO elaborou este texto com o objetivo de esclarecer sobre legislação vi- gente e o fluxo de notificação de casos. No Estado de Goiás a notificação de todo caso sus- peito de LVC é recomendada sendo que a comunicação pode ser encaminhada às unidades notificantes do ser- viço oficial por meio de e-mail, telefone ou outras for- mas por qualquer profissional de saúde ou da socieda- de em geral. Os núcleos de vigilância epidemiológica (NVE) são as unidades municipais responsáveis por receber e regis- trar estas notificações. Essas unidades estão localizadas nas secretarias municipais de saúde (SMS) nos 246 mu- nicípios do estado. Além destes núcleos, existem oito municípios com Unidades de Vigilâncias de Zoonoses (UVZs). O cão considerado suspeito de LVC é todo aquele proveniente de área endêmica ou onde esteja ocorren- do surto, ou que teve deslocamento nos últimos 2 (dois) anos para área enzoótica, endêmica ou de ocorrência de casos em humanos ou animais, exposição à ambientes com mata (rural, silvestre, urbano ou periurbano) , animal cuja procedência é desconhecida (errante) e que apre- sente sinais clínicos como: febre irregular, apatia, ema- grecimento, descamação furfurácea em geral no plano nasal, úlceras na pele, alopecia principalmente ao redor dos olhos, orelhas e extremidades, ceratoconjuntivite, crescimento anormal das unhas, diarreia, hemorragia in- testinal, linfadenopatia, esplenomegalia (Brasil, 2017). Os métodos utilizados para diagnóstico de LVC nos programas de saúde pública são os sorológicos. Atual- mente consiste na realização de dois testes, um de tria- gem de soropositivos que é o teste rápido (TRDPP), e o outro confirmatório pela técnica de ensaio imunoenzi- mático (ELISA). O animal testado é considerado positivo mediante resultado reagente nos dois testes. A coleta do material a ser testado pode ser realizada por médico ve- terinário da rede particular ou da rede pública de saúde. As amostras de soro devem ser encaminhadas aos órgãos oficiais (NVE ou CCZs) e estes posteriormente enviam ao laboratório de saúde pública (LACEN), que realizará o diagnóstico gratuitamente.

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INFORMAÇÕES SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

SINAIS CLÍNICOS COMUNS DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

Ano III nº 005 - Abril de 2018

INTRODUÇÃO

Diante de vários questionamentos de médicos vete-rinários em relação à notificação dos casos de leishma-niose visceral canina (LVC) às autoridades sanitárias, a Comissão de Saúde Pública do CRMV-GO elaborou este texto com o objetivo de esclarecer sobre legislação vi-gente e o fluxo de notificação de casos.

No Estado de Goiás a notificação de todo caso sus-peito de LVC é recomendada sendo que a comunicação pode ser encaminhada às unidades notificantes do ser-viço oficial por meio de e-mail, telefone ou outras for-mas por qualquer profissional de saúde ou da socieda-de em geral.

Os núcleos de vigilância epidemiológica (NVE) são as unidades municipais responsáveis por receber e regis-trar estas notificações. Essas unidades estão localizadas nas secretarias municipais de saúde (SMS) nos 246 mu-nicípios do estado. Além destes núcleos, existem oito municípios com Unidades de Vigilâncias de Zoonoses

(UVZs). O cão considerado suspeito de LVC é todo aquele

proveniente de área endêmica ou onde esteja ocorren-do surto, ou que teve deslocamento nos últimos 2 (dois) anos para área enzoótica, endêmica ou de ocorrência de casos em humanos ou animais, exposição à ambientes com mata (rural, silvestre, urbano ou periurbano) , animal cuja procedência é desconhecida (errante) e que apre-sente sinais clínicos como: febre irregular, apatia, ema-grecimento, descamação furfurácea em geral no plano nasal, úlceras na pele, alopecia principalmente ao redor dos olhos, orelhas e extremidades, ceratoconjuntivite, crescimento anormal das unhas, diarreia, hemorragia in-testinal, linfadenopatia, esplenomegalia (Brasil, 2017).

Os métodos utilizados para diagnóstico de LVC nos programas de saúde pública são os sorológicos. Atual-mente consiste na realização de dois testes, um de tria-gem de soropositivos que é o teste rápido (TRDPP), e o outro confirmatório pela técnica de ensaio imunoenzi-mático (ELISA). O animal testado é considerado positivo mediante resultado reagente nos dois testes. A coleta do material a ser testado pode ser realizada por médico ve-terinário da rede particular ou da rede pública de saúde.

As amostras de soro devem ser encaminhadas aos órgãos oficiais (NVE ou CCZs) e estes posteriormente enviam ao laboratório de saúde pública (LACEN), que realizará o diagnóstico gratuitamente.

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COMUNIQUE A SUSPEITA DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA À REDE OFICIAL DE SAÚDE

FLUXOGRAMA PARA NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE CASO SUSPEITO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC) NOS MUNICÍPIOS

ONDE POSSO NOTIFICAR? UNIDADES NOTIFICANTES CONTATO

1 - Coordenação Estadual de Zoonoses (62) 32012683

2 - Núcleos de Vigilância Epidemiológica (NVE) Nas Secretarias Municipais de Saúde dos 246 municípios do Estado de Goiás

3 - Unidades Municipais de Vigilância de Zoonoses Vigilância em Zoonoses de Aparecida de Goiânia (62) 3545-5921 Centro de Controle de Zoonoses de Anápolis (62) 3328-8031 Diretoria de Vigilância em Zoonoses de Goiânia (62)3524-3124 Unidade de Vigilância em Zoonoses de Itumbiara (64) 35591001 Unidade de Vigilância em Zoonoses de Jataí (64) 3636 1016 Unidade de Vigilância em Zoonoses de Luziânia (61) 3621 4448 Unidade de Vigilância em Zoonoses de Porangatu (62) 3362 5097 Unidade de Vigilância em Zoonoses de Rio Verde (64) 3620 2164

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Existe uma ampla legislação que norteia a conduta em relação aos casos de leishmaniose visceral e é dever de todo médico veterinário conhecê-las e cumpri-las.

- CÓDIGO PENAL BRASILEIRO – DECRETO LEI Nº 2.848 DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940 - ART. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. O ART. 273 DO CÓDIGO PENAL define como crime falsificar, corromper, adulte-rar ou alterar produto (inclusive medicamentos, maté-rias-primas, insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico) destinado a fins terapêuticos ou medicinais, bem como o uso ou pres-crição de produtos não registrados nos órgãos compe-tentes.

- DECRETO Nº 51.838, DE 14 DE MARÇO DE 1963 - Presidências da República•. Baixa Norma Técnicas Es-peciais para o Combate às Leishmanioses.

- RESOLUÇÃO do CNS Nº 287 DE 08 DE OUTUBRO DE 1998 - Inclui o Médico Veterinário como profissional de saúde.

- RESOLUÇÃO RDC N.º 33, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2003 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o ge-renciamento de resíduos de serviços de saúde.

- PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.426, DE 11 DE JULHO DE 2008 - Proíbe o tratamento de leishma-niose visceral canina com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

- RESOLUÇÃO DO CFMV Nº 1000, DE 11 DE MAIO DE 2012 - Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais e dá outras providências.

- INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA Nº 50 DE 24 DE SETEMBRO DE 2013 – Lista de doenças notificação compulsório Ministério da Agricultura Pecuária e Abas-tecimento.

- NOTA TÉCNICA Nº. 03 de 15 de janeiro de 2014 – GVEDT/SUVISA/SES-GO - COORDENAÇÃO DE ZOO-NOSES - Orientação sobre Vigilância Epidemiológica da Leishmaniose Visceral Canina no estado de Goiás.

- NOTA TÉCNICA Nº. 04 de 15 de 2014 – GVEDT/SU-VISA/SES-GO - COORDENAÇÃO DE ZOONOSES - Orien-tação sobre Vigilância Epidemiológica da Leishmaniose Visceral Canina no estado de Goiás.

- PORTARIA M.S N. 204 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 - Define a Lista Nacional de Notificação Compul-sória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências.

- NOTA TÉCNICA Nº 11/2016/CPV/DFIP/SDA/GM/MAPA PROCESSO Nº 21000.042544/2016-94 Por meio da Nota Técnica Conjunta n° 001/2016 MAPA/MS, assinada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abas-tecimento e pelo Ministério da Sáude foi autorizado o registro do produto MILTEFORAN indicado para o trata-mento da leishmaniose visceral de cães.

QUER SABER MAIS SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA? ACESSE:

1 - PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC), QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS. http://portal.cfmv.gov.br/uploads/files/07_11_2017_Perguntas%20e%20Respostas%20LVC_%20Atualiza%-C3%A7%C3%A3o%201(1).pdf

2 - LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DE GOIÁS: EPIDEMIOLOGIA, VIGILÂNCIA E CONTROLE http: //www.crmvgo.org.br/site/download/card_4.pdf

REFERÊNCIASBRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em

Saúde. Volume 03. Brasília 2017.

QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS REFERENTES À LEISHMANIOSEFoto: Divulgação