aspectos legais do controle da leishmaniose visceral canina

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ASPECTOS LEGAIS DO CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA Milena Camara - Médica Veterinária Epidemiologia e Controle de Doenças Prefeitura do Município Diadema - SP

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Apresentação de um breve panorama sobre o campo do direito e sua interface com as áreas de saúde pública e dos direitos humanos fundamentais, visando a compreensão das nuances, os motivos e as implicações jurídicas no controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC). A seguir é demonstrada a necessidade do Poder Público intervir quando há a possibilidade do risco de danos irreversíveis à saúde, e são apresentados os riscos implicados na LVC. Prosseguindo, há uma abordagem sobre a ética profissional nas atividades de controle da LVC, e examinado o escopo da legislação pertinente em vigência no país. Finalizando, são apresentados pareceres da assessoria jurídica do Ministério da Saúde, do Superior Tribunal de Justiça, e da Organização Mundial da Saúde, corroborando a necessidade das ações de controle da LVC./ Apresentação feita no IV Congresso Nacional de Saúde Pública Veterinária – 12 a 15 de setembro de 2012 – Fortaleza - CE

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Page 1: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

ASPECTOS LEGAIS DO CONTROLE DA LEISHMANIOSE

VISCERAL CANINA

Milena Camara - Médica Veterinária Epidemiologia e Controle de Doenças

Prefeitura do Município Diadema - SP

Page 2: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

Direito: trata de normas formuladas pelos homens, destinadas a dar ordem à (reger as condutas na) vida em sociedade

= LEGAL ... ≠ DE JUSTIÇA

O direito não é uma ciência exata, possibilitando várias interpretações diferentes para casos semelhantes.

“Não há interpretação jurídica que não esteja impregnada das opiniões pessoais, realidades culturais, etc.”

Prof. Dr. Vidal Serrano Nunes Júnior – Promotor de Justiça

Page 3: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

No âmbito jurídico existem vários direitos diferentes, os quais podem ser conflitantes entre si.

Administrativo

Ambiental

Autoral

Bancário

Civil

Comercial

Constitucional

Das Telecomunicações

De Família

Processual Civil

Processual Penal

Sanitário

Societário

Tecnológico

Trabalhista

Tributário

Direitos Humanos

De Marcas e Patentes

De Trânsito

Desportivo

Do Consumidor

Falimentar

Imobiliário

Internacional

Penal

Previdenciário

Page 4: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

No caso da leishmaniose, pode haver elementos de:

- Direito Administrativo: alegação de que portarias e decretos não tem o poder de criar obrigações, o que somente a lei poderia fazer;

- Direito Penal: demonstração de que é crime a desobediência às determinações oficiais que visam impedir a propagação de doenças;

- Direito Ambiental: argumentação de que ao poder público é imposto o dever de defender e preservar o meio ambiente (C. F. art. 225), nele inclusos os cães;

Page 5: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

- Direito Sanitário: quando se demonstra que é obrigação do Estado (nas 3 esferas), garantir a saúde da pessoa humana através, entre outras, de ações que visam à redução do risco de doenças (C.F. art. 196).

- Direito Civil: quando se alega o direito constitucional à posse (C.F. art 5º, XXII) para impedir o Poder Público de realizar a eutanásia de cães soropositivos.

A Constituição diz que esse direito será regulamentado por lei (C.F. art 5º, XXIII e XXIV), adequando-o aos interesses sociais, sendo possível a desapropriação. O Código Civil permite a destituição da posse em casos de utilidade pública ou interesse social (art. 1228, § 3°).

Page 6: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

Quando ocorre conflito entre direitos, um deles terá que prevalecer sobre os demais.

O Direito Sanitário, por atender a um direito humano elementar, prevalece sobre os outros direitos:

“Sempre que houver colidência entre uma norma de Direito Sanitário e uma norma comum, deve prevalecer o Direito Sanitário”

Prof. Dr. Dalmo de Abreu Dallari – Prof. Emérito da Faculdade de da USP

Page 7: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

Os Direitos Humanos são direitos constitucionais: C.F. Art. 4º, II e art. 5º, § 2º.

Em 2004 foi promulgada a Emenda Constitucional 45/04, que determina que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo Congresso Nacional e sancionados pelo Presidente da República, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Declaração dos Direitos dos Animais - Não foi aprovada pelo Congresso nem sancionada pelo Presidente, como exige a Constituição, então não é lei no Brasil. Se o fosse, teria valor de lei infraconstitucional (STF 2002).

Page 8: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

O Direito Sanitário não faz parte da formação acadêmica dos bacharéis de direito. Assim, a maioria dos advogados, promotores e juízes não está inteirada das nuances jurídicas envolvidas nas questões referentes ao controle da leishmaniose visceral.

“Não há nas universidades a matéria de Direito Sanitário. Assim,

juízes tem que se pronunciar sobre temas em que não tiveram uma formação anterior”.

Dr. Sílvio L. O. Baptista – Prof. Titular aposent. da Fac. de da USP

Page 9: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:

Na existência de risco, o Poder Público tem a obrigação constitucional de agir em face da ameaça de danos irreversíveis à saúde.

Declaração de Wingspread (1998) - "Quando uma atividade representa ameaças de danos ao meio ambiente ou à saúde humana, medidas de precaução devem ser tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem plenamente estabelecidos cientificamente. Neste contexto, o proponente de uma atividade, mais do que o público, deve ter o ônus da prova”.

A precaução atua na incerteza científica.

Page 10: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

OS RISCOS NA LEISHMANIOSE:

Em duas edições do Fórum de L.V.A. (Brasília, 2007 e 2009) os técnicos, professores e pesquisadores reunidos concluíram, dentre outras coisas, que:

- não há fármaco ou terapêutica atuais, que garantam a redução do risco ou a interrupção da transmissão;

- há risco dos cães em tratamento manterem-se como reservatórios e fontes de infecção para o vetor; e

- há risco de indução de cepas à resistência aos medicamentos disponíveis para o tratamento humano.

Page 11: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

ASPECTOS ÉTICOS

Page 12: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

Ética: Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação, do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

É um conceito que contém interpretações diferentes em diferentes culturas, contextos e pareceres pessoais.

Ética Profissional: Conjunto de normas morais pelas quais o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce.

É um conjunto de deveres e direitos redigidos em documento, e publicado pelo órgão competente

Page 13: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

RESOLUÇÃO CFMV N.º 722, de 16 de agosto de 2002:

São deveres do médico veterinário (art. 6°):

-fornecer informações de interesse da saúde pública às autoridades competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória (inc. VII);

- realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios básicos de saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV (inc. XIII);

Page 14: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

RESOLUÇÃO CFMV N.º 722, de 16 de agosto de 2002:

É vedado ao médico veterinário (art. 13):

- prescrever medicamentos sem registro no órgão competente (inc. I);

- praticar atos que a lei defina como crime ou contravenção (inc. V);

Page 15: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

RES. CFMV N.º 1753, de 16 de outubro de 2008:

Regulamento Técnico Profissional:

Art. 18 – cabe ao RT, no desempenho de suas funções, pautar sua conduta em consonância com a legislação técnica pertinente à atividade e natureza do estabelecimento.

2º - cabe ainda ao RT no exercício de suas atividades: II – Notificar as autoridades sanitárias oficiais quando

da ocorrência de doenças de notificação obrigatória.

Page 16: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

MANUAL DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – Cap 1

11 – O RT deve executar suas atribuições em consonância com o Serviço de Inspeção Oficial (MAPA, Secretarias da Agricultura do Estado, Prefeituras e Departamentos de Vigilância Sanitária do Estado e das Prefeituras), acatando as normas legais pertinentes.

13 – O RT deve comunicar às autoridades sanitárias oficiais a ocorrência de enfermidades de notificação obrigatória. A notificação deve ser acompanhada de laudo técnico emitido pelo RT ou outro profissional devidamente habilitado

Page 17: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

LEGISLAÇÃO VIGENTE

Page 18: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

CÓDIGO PENAL:

É crime contra a saúde pública: infringir determinação do poder público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa,(cap. III, art. 268)

É uma determinação legal do tipo “Norma Penal em Branco”, ou seja, define a pena a ser imposta mas seu conteúdo fica indeterminado.

Ela depende da existência de outra norma infralegal, que traz a determinação do poder público, para que possa ser executada.

Assim, os atos administrativos: portarias, resoluções, normas técnicas, emitidos pelo Ministério da Saúde, se tornam o complemento dessa norma legal.

Page 19: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

DEC. FED. N.º 51.838, de 14 de março de 1963:

Estatui medidas profiláticas às leishmanioses: investigação epidemiológica, inquéritos para identificação de cães infectados, eliminação dos animais doentes, combate aos flebótomos e tratamento dos casos humanos (art. 3°);

Determina o esclarecimento público quanto à importância do cão na transmissão e à eliminação dos animais doentes (art. 5°);

Estabelece a notificação compulsória à autoridade sanitária dos casos positivos ou suspeitos (art. 6°);

Obriga o exame de cães em áreas endêmicas (art. 8°) e a eliminação sem crueldade dos animais doentes (art. 9°)

Page 20: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

LEI FEDERAL N.º 6.259, de 30 de outubro de 1975:

O Ministério da Saúde coordenará o controle das doenças transmissíveis, orientando sua execução (art. 1º);

Profissionais de saúde no exercício da profissão, responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino são obrigados a notificar ... doenças de notificação compulsória (art. 8°);

A autoridade sanitária é obrigada a adotar as medidas indicadas para controle da doença, no que concerne a indivíduos, grupos populacionais e ambiente (art. 12)

A Res. CNS N° 287, 08/10/1998, reconhece os médicos veterinários como profissionais de saúde de nível superior (I, 10).

Page 21: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

LEI FEDERAL N.º 6.437 de 20 de agosto de 1977 Estabelece como infrações sanitárias (art. 10):

- impedir ou dificultar a aplicação de medidas sanitárias e o sacrifício de animais considerados perigosos pelas autoridades sanitárias (inc. VII);

- deixar de executar, dificultar ou opor-se à execução de medidas sanitárias que visem à prevenção das doenças transmissíveis e sua disseminação (inc. VIII);

- opor-se à exigência de provas imunológicas ou sua execução pelas autoridades sanitárias (inc. IX);

Page 22: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

LEI FEDERAL N.º 6.437 de 20 de agosto de 1977 Estabelece como infrações sanitárias (art. 10):

- obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias (inc. X);

- transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da saúde (inc.XXIX);

- descumprir atos emanados das autoridades sanitárias competentes visando à aplicação da legislação pertinente (inc. XXXI)

Page 23: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

N.T. – MS – SVS, de 25 de novembro de 2003:

O Ministério da Saúde determina: - a não utilização da vacina como medida de controle da leishmaniose visceral no Brasil;

- a coibição da utilização do Teto Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD) para a aquisição deste produto;

- a não autorização da rede pública de laboratórios realizar exames para descartar a infecção canina para posterior vacinação;

- O diagnóstico sorológico dos animais a serem vacinados é de responsabilidade exclusiva do médico veterinário, que será responsável pelo animal vacinado e arcará com as despesas do diagnóstico.

Page 24: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

N.T.– MS – SVS, de 29 de setembro de 2005:

Mantém as orientações contidas na Nota Técnica de 25/11/03, quanto a:

- não utilização do Teto Financeiro de Vigilância em Saúde (TFVS) para a aquisição da vacina;

- não autorização dos laboratórios da rede pública na realização dos exames sorológicos com a finalidade de descartar a infecção canina para posterior vacinação.

Page 25: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

DECRETO-LEI N.º 467, de 13 de fevereiro de 1969:

- institui a fiscalização do uso de produtos veterinários (art. 1°);

- determina que a fiscalização incide também sobre estabelecimentos privados que estoquem, manipulem e utilizem os produtos (art. 2º);

- obriga o registro desses produtos no Ministério da Agricultura (art. 3°).

Page 26: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

DECRETO FEDERAL N.º 5.053, de 22 de abril de 2004:

- compete ao Ministério da Agricultura baixar normas complementares referentes ao emprego dos produtos de uso veterinário (art. 2º);

- Para ... questões relativas ao impacto sobre a saúde, o Ministério da Agricultura ouvirá o setor responsável da área de saúde (Anexo do Decreto, art. 25, § 2°):

- comprovado o uso indevido de produto de uso veterinário, contrariando as recomendações para seu emprego, sujeita-se o adquirente ou o usuário às cominações do Código Penal (art. 124).

Page 27: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 1.426, de 11 de julho de 2008:

- Proíbe o tratamento da leishmaniose visceral em cães infectados ou doentes, com produtos de uso humano ou produtos não-registrados no Ministério da Agricultura (art. 1°);

- Estabelece os requisitos para obtenção do registro desses produtos no MAPA, bem como de produtos importados para esse fim (art.s 3° e 4°);

Page 28: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

PORTARIA MS Nº 104, de 25 de janeiro de 2011

Art. 4º - Adota ... a Lista de Notificação Compulsória Imediata - LNCI, referente às doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública ... nacional em toda a rede de saúde, pública e privada.

Anexo II - III. Doença, morte ou evidência de animais com agente etiológico que podem acarretar a ocorrência de doenças em humanos, destaca-se:

5. Canídeos - LVA: primeiro registro de canídeo doméstico em área indene, confirmado por meio da identificação laboratorial da espécie Leishmania chagasi.

Page 29: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

PARECER CODELEGIS/CONJUR/MS/LP Nº 1243/2009

“O descumprimento da Portaria Interministerial 1426/2008, do MS/MAPA, que proíbe o tratamento de LVC com produtos de uso humano ou com produtos de uso veterinário não registrados no MAPA implica a responsabilização, ao infrator, administrativa, penal e, no caso do Médico Veterinário, ético-disciplinar.

Page 30: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

PARECER CODELEGIS/CONJUR/MS/LP Nº 1243/2009

As penalidades cabíveis deverão ser apuradas e aplicadas pelas autoridades competentes e conforme os procedimentos elucidados neste Parecer quanto ao crime previsto no artigo 268 do Código Penal, às infrações sanitárias previstas na Lei 6437/1977, e no Decreto Lei nº. 467/1969, e as possíveis violações ao Código de Ética Profissional do Médico Veterinário.”

Page 31: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – Agravo Regimental na Suspensão de Liminar e de Sentença Nº

1.289 – MS (2010 / 0149231-2)

1. A exigência de que o proprietário do animal portador da doença consinta em sacrificá-lo pode acarretar grave lesão à saúde pública; outro tanto, a possibilidade de que o animal seja tratado sob a supervisão e responsabilidade de médico veterinário, porque a transmissão da doença não é evitada por esse meio.

Page 32: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – Agravo Regimental na Suspensão de Liminar e de Sentença Nº

1.289 – MS (2010 / 0149231-2)

2. O agente público de saúde só tem acesso ao domicílio em que reside o proprietário do animal mediante consentimento ou autorização judicial.

Processo de Suspensão de Liminar SLS1289 disponível em: https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=201001492312&dt_publicacao=19/11/2010

Page 33: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

O Parecer da OMS

Relatório do Comitê de Peritos disponível em: http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_949_eng.pdf

A eliminação de cães errantes ... é justificada por vários motivos relacionados com a saúde, meio ambiente e conservação. A existência da leishmaniose visceral zoonótica fornece justificativa adicional.

Page 34: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

O Parecer da OMS

Idealmente, todos os cães sintomáticos ou soropositivos devem ser eliminados, no entanto, a triagem e eliminação em massa de cães soropositivos não tem sido uniformemente efetiva em programas de controle (por exemplo, no Brasil). A baixa eficácia tem sido atribuído à demora entre sorologia e eutanásia, à baixa sensibilidade dos testes sorológicos para identificar os cães mais infectados e, principalmente, a cobertura parcial da população canina infectada.

Page 35: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

O Parecer da OMS

Os medicamentos usados para o tratamento da doença humana não devem ser usados para o tratamento de LVC por causa de sua baixa eficácia parasiticida neste hospedeiro e do potencial para promover a resistência do parasita. Medicinas alternativas, como o alopurinol leishmaniostático, pode ser usado. Uma grande porcentagem dos cães tratados recuperam sua infectividade para flebótomos alguns meses após a quimioterapia, apesar de cura clínica, mascarando assim o problema epidemiológico da fonte de infecção.

Page 36: Aspectos Legais do Controle da Leishmaniose Visceral Canina

Milena Camara - Médica Veterinária

Epidemiologia e Controle de Doenças

[email protected]

OBRIGADA