influÊncia de perturbaÇÕes antrÓpicas sobre a … · lista de tabelas tabela 1. espécies de...

66
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES E DE GRUPOS FUNCIONAIS DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA CAATINGA Aluna: Fernanda Maria Pereira de Oliveira Orientadora: Dra. Inara Roberta Leal RECIFE, 2011

Upload: vukhue

Post on 29-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL

INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A

COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES E DE GRUPOS FUNCIONAIS DE

FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA CAATINGA

Aluna: Fernanda Maria Pereira de Oliveira

Orientadora: Dra. Inara Roberta Leal

RECIFE, 2011

Page 2: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

ii

FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA

INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A

COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES E DE GRUPOS FUNCIONAIS DE

FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA CAATINGA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Biologia Animal da

Universidade Federal de Pernambuco, como

parte dos requisitos necessários para a

obtenção do título de Mestre em Biologia

Animal.

Orientadora: Dra. Inara Roberta Leal

RECIFE, 2011

Page 3: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa
Page 4: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa
Page 5: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

iv

É verdade que no formigueiro os

sonhos são obrigatórios?

(Pablo Neruda)

Page 6: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

v

AGRADECIMENTOS

Eu considero essa dissertação resultado da ação de várias pessoas que contribuíram para que eu conseguisse terminá-la. Foram dois anos intensos, nos quais eu tive que aprender a ser “gente grande”, desde a mudança de cidade, de universidade, de família, de amigos até a luta/prazer em aprender a fazer ciência e os eternos conflitos decorrentes disso. Se valeu a pena? Ô, se valeu (como dizem lá no meu Ceará). E hoje eu venho agradecer a todos que participaram desses dois anos que parecem uma vida inteira.

À Inara Leal, por ter me dado a oportunidade de vivenciar tudo isso, por ter me proporcionado toda a estrutura necessária para a execução deste trabalho, pela amizade e o jeito descontraído e agradável de ser orientadora.

À Fundação de Amparo à Pesquisa de Pernambuco pelo financiamento do projeto, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela bolsa de mestrado, ao Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste pelo apoio logístico, e à Estação de Agricultura Irrigada de Parnamirim pela estadia.

Aos meus pais (Neide e Fernandes) e irmãos (Mariane e Thyago), pelo incentivo e por serem meu refúgio sempre que eu preciso.

Aos meus amigos do Laboratório de Interação Planta Animal (LIPA): Gabi e Kátia (pelas risadas, brincadeiras, abraços e ajuda no campo), Talita (pelas conversas sérias e nem tão sérias assim, ajuda nas análises e pela força nos piores momentos), Laura (pelo incentivo e pela compreensão e água nas madrugadas etílicas), Marcos (por todo o apoio desde o início) e Elâine (pela convivência e amizade no longo período em campo).

Ao Seu Gil, pela amizade, trilha sonora e grande ajuda em campo.

Ao Jacques Delabie e todo o pessoal do Laboratório de Mirmecologia do CEPLAC, pela ajuda na identificação das formigas.

À minha turma de mestrado, principalmente aos forasteiros Samuel, Danilo e Daiane, e às recifenses Camila e Cecília, por terem sido minha segunda família durante esses dois anos.

Aos meus companheiros de apartamento: George, pelos encontros etílicos e conversas filosóficas, e Zezinho, por ter sido o elo entre Fortaleza e Recife, pela amizade, pela ajuda em campo, em casa e no laboratório.

A todos que participaram do curso de campo da Caatinga 2010, onde eu adquiri as ferramentas necessárias pra continuar.

Ao Rafael, Rosaly, Christoph, Alejandro, Victor, George Leandro e tantos outros que contribuíram com uma palavra, um abraço, um sorriso, um café ou uma dose de cana, fazendo com que a minha permanência em Recife fosse muito feliz.

Page 7: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

vi

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. vii

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. viii

RESUMO ..................................................................................................................... ix

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 10

REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 13

Perturbações Antrópicas .................................................................................. 13

Sazonalidade Pluviométrica ............................................................................ 15

Caatinga ........................................................................................................... 16

Formigas como indicadores biológicos ........................................................... 18

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS ........................................................................... 21

MANUSCRITO ........................................................................................................... 29

Abstract ............................................................................................................ 30

Resumo ............................................................................................................. 31

Introdução ........................................................................................................ 32

Material e Métodos .......................................................................................... 34

Resultados ........................................................................................................ 38

Discussão ......................................................................................................... 40

Agradecimentos ................................................................................................ 44

Referências Bibliográficas ............................................................................... 45

Tabelas ............................................................................................................. 54

Figuras.............................................................................................................. 59

ANEXO I ..................................................................................................................... 63

Page 8: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a

estação seca e chuvosa no município de Parnamirim, Pernambuco, Brasil. As

espécies foram enquadradas na classificação de grupos funcionais de Andersen

(1995)..............................................................................................................................

54 Tabela 2. Resultados dos Modelos Lineares Gerais (GLM) demonstrando os efeitos

do índice de perturbação, da estrutura da vegetação, do tipo de solo (bruno não

cálcico e regossolo) e da estação (seca ou chuvosa) sobre a riqueza total de espécies

de formigas e abundância de cada grupo funcional em áreas de Caatinga do

município de Parnamirim, Pernambuco, Brasil. Valores em negrito implicam em

efeito significativo (p ≤ 0,05)..........................................................................................

57

Page 9: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Riqueza de espécies de formigas em relação ao tipo de solo (a) e estação

do ano (b). BNC = Bruno não cálcico, RE = Regossolo.................................................

59 Figura 2. Abundância de Oportunistas em relação ao índice de perturbação (a) e tipo

de solo (b), abundância de Camponotini Subordinadas em relação à estrutura da

vegetação (c) e estação do ano (d), abundância de Myrmicinae Generalizadas em

relação à estação do ano (e) e tipo de solo (f), abundância de Dolichoderinae

Dominantes em relação à estação do ano (g) e tipo de solo (h), abundância de

Espécies Crípticas em relação à estação do ano (i), e abundância de Predadoras

Especialistas em relação ao tipo de solo (j). BNC = Bruno não Cálcico, RE =

Regossolo........................................................................................................................

60 Figura 3. Ordenação através de escalonamento multidimensional não-métrico

(NMDS) das parcelas usando (a) composição de espécies e de (b) grupos funcionais.

A ordenação foi baseada em matrizes de similaridade de Bray-Curtis utilizando dados

de freqüência. Círculos correspondem às parcelas com solo bruno não cálcico e

triângulos correspondem às parcelas com o solo regossolo. Círculos e triângulos

preenchidos indicam as parcelas na estação chuvosa, enquanto os não preenchidos

indicam as parcelas na estação seca................................................................................

62

Page 10: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

ix

RESUMO

As modificações no habitat são a principal ameaça à conservação da biota, afetando desde

populações individuais até comunidades inteiras. O objetivo deste estudo foi analisar a

influência de perturbações antrópicas sobre a riqueza e composição de espécies da

comunidade e dos grupos funcionais de formigas da caatinga. Utilizamos como descritor da

perturbação um índice de perturbação local aplicado a 30 parcelas de 0,1 ha, estabelecidas na

região de Parnamirim, PE, onde as formigas foram coletadas na estação seca e chuvosa

através de armadilhas “pitfall” e iscas de sardinha. A estrutura da vegetação e o tipo de solo

foram incluídos no modelo pelo seu potencial efeito na comunidade de formigas. Foram

coletadas 51 espécies de formigas pertencentes a 21 gêneros e sete subfamílias. De maneira

geral, as perturbações antrópicas e a estrutura da vegetação não tiveram efeito sobre a

composição de espécies da comunidade e dos grupos funcionais de formigas, sugerindo alta

resiliência da comunidade. A diferença entre as estações seca e chuvosa foi o fator mais

importante na determinação da riqueza e composição de espécies da comunidade e dos grupos

funcionais, com a estação chuvosa apresentando maior número de espécies de formigas,

explicado pela maior disponibilidade de recursos para as formigas nessa estação. O solo do

tipo regossolo apresentou maior riqueza de espécies e favoreceu a maioria dos grupos

funcionais, provavelmente por ser mais profundo e bem drenado, facilitando a nidificação das

espécies de formigas que constroem seus ninhos no solo. Nossos resultados sinalizam para a

importância da inclusão do tipo de solo nos trabalhos feitos na Caatinga.

Palavras-chave: Modificação do habitat, Mirmecofauna, Resiliência, Sazonalidade

Pluviométrica, Tipo de Solo.

Page 11: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

10

APRESENTAÇÃO

A aceleração dos processos de degradação e fragmentação de habitats naturais vem

gerando efeitos que caracterizam um cenário preocupante, porque suas conseqüências ainda

são pouco conhecidas (MMA, 2003). A exploração de populações biológicas pelo homem

tornou-se uma das ameaças mais importantes à persistência da biodiversidade global (PERES,

2010) e mensurar como essas perturbações antrópicas afetam os sistemas biológicos é de

fundamental importância. Em vista disso, estudos sobre a biodiversidade ainda existente, sua

preservação, seu uso sustentável e a identificação de áreas prioritárias para a conservação,

tornam-se temas de primeiro plano nas políticas de manejo dos recursos do planeta

(LOVEJOY, 1994; MYERS et al., 2000).

Diversos grupos de organismos são utilizados para caracterizar, monitorar e comparar

a diversidade biológica de áreas de interesse, ou para determinar os processos abióticos e

bióticos responsáveis pelos padrões de diversidade de comunidades biológicas (KREMEN,

1992; LAWTON et al., 1998; ALONSO, 2000; ARCILA; LOZANO-ZAMBRANO, 2003).

Entre os grupos de invertebrados de maior interesse para esses estudos, as formigas destacam-

se por reunir uma série de características que as tornam um bom grupo para testar modelos e

hipóteses no que diz respeito aos fatores ambientais, locais, regionais e globais, responsáveis

pelos padrões de diversidade e dinâmica de comunidades terrestres. De modo geral, muitas

espécies de formigas têm tolerância estreita a diversos fatores bióticos e abióticos e, por isso,

são extremamente sensíveis a mudanças ambientais (ANDERSEN, 2000; KASPARI;

MAJER, 2000; ANDERSEN et al., 2004;), sendo largamente utilizadas como indicadores

biológicos (HOFFMAN; ANDERSEN, 2003).

Apesar da importância social, econômica e ecológica da Caatinga, poucos dados são

disponíveis na literatura sobre seus aspectos biológicos básicos (LEAL et al., 2003). Não

obstante o seu desconhecimento, a Caatinga vem sendo alvo de perturbações antrópicas de

Page 12: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

11

maneira intensa e constante, o que a levou a perder quase 50% de sua cobertura natural, e

muitas dessas áreas destruídas, inclusive, estão em preocupante processo de desertificação

(MMA, 2010). Entretanto, pouco se sabe sobre como as comunidades animais, em particular

de invertebrados, respondem às perturbações antrópicas e às severas condições ambientais

impostas pela forte sazonalidade pluviométrica que caracteriza o bioma da Caatinga.

Acredita-se que as variações temporais de disponibilidade de água e os efeitos das pressões

antrópicas ocorrentes na Caatinga podem ser importantes para animais como as formigas,

cujas fontes de alimentação e sítios de nidificação podem ser fortemente dependentes de

condições ambientais.

Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre a

comunidade de formigas da Caatinga e investigar sua resposta às perturbações antrópicas

ocorrentes nesse ecossistema. Mais especificamente, nós descrevemos a composição de

espécies de formigas em áreas com diferentes níveis de perturbação na estação seca e

chuvosa, incluímos as espécies coletadas na classificação de grupos funcionais propostas para

o globo (ANDERSEN, 1995) e testamos se as perturbações antrópicas levam a mudanças na

riqueza e composição de espécies e de grupos funcionais de formigas na Caatinga. Somado a

isso, pelo seu potencial efeito na comunidade de formigas, testamos se a estrutura da

vegetação e o tipo de solo levam a mudanças na riqueza e composição de espécies de

formigas.

Page 13: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

12

REFERENCIAL TEÓRICO

Perturbações Antrópicas

A degradação e a transformação de habitats naturais provocadas pelo homem são

consideradas as maiores ameaças à conservação da biodiversidade e ao funcionamento dos

ecossistemas (WILSON, 1997; LAMB, 2005). Tais perturbações podem afetar o ecossistema

de várias formas, causando impactos a nível de organismos (ZVEREVA; KOZLOV, 2001),

populações (KARR; FREEMARK, 1985) e comunidades (RAPPORT; WHITFORD, 1999).

De maneira geral, os efeitos das perturbações nas comunidades biológicas podem alterar o

equilíbrio das interações competitivas, influenciando o processo de exclusão competitiva e

reorganizando a ocupação do espaço pelos organismos (PHILPORT, 2010). Essa alteração na

dinâmica do ecossistema pode resultar de mudanças na composição de espécies e,

conseqüentemente, no comprometimento de funções ecológicas (BROWN et al., 2001;

CHAPMAN et al., 2003; DÍAS et al. , 2006; GIRÃO et al., 2007). Entretanto, esses efeitos

dependem em grande parte da frequência e da intensidade da perturbação (CREED, 2008).

Embora as perturbações antrópicas sejam conhecidas e visíveis na maioria dos

ecossistemas, é difícil mensurá-las de maneira objetiva, principalmente quando ela ocorre em

um processo crônico de longa duração (MARTORELL; PETERS, 2005). A maioria dos

estudos utiliza métodos subjetivos para estimar o grau de perturbação das áreas ou tratam a

perturbação de maneira dicotômica (WATT, 1998). Além disso, existe uma tendência de as

pesquisas se concentrarem em perturbações infrequentes e de grande porte (CREED, 2008),

ainda que as perturbações crônicas sejam uma das principais causas de degradação da terra

em países em desenvolvimento, principalmente em zonas áridas que se recuperam lentamente

devido a perturbações recorrentes em curto período de tempo (NILSON; GRELSON, 1995;

MARTOREL; PETERS, 2009). Baseando-se nisso, Martorell e Peters (2005) proporam um

método para mensurar a perturbação antrópica crônica em áreas de semi-árido no México. A

Page 14: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

13

priori, eles mediram de maneira subjetiva a perturbação, onde cada um dos autores de forma

independente atribuiu uma medida de perturbação em uma escala ordinal. Posteriormente,

eles combinaram métricas que descrevessem as principais fontes de perturbação, gerando um

índice multivariado que refletisse o somatório das perturbações antrópicas, e observaram que

o índice de perturbação foi positivamente correlacionado com as medidas subjetivas. Esse

índice também se mostrou bastante útil para testar o efeito da perturbação sobre espécies de

Cactaceae (MANDJUANO, 2007; MARTORREL; PETERS, 2009)

As perturbações antrópicas têm modificado florestas tropicais afetando a estrutura

desses ecossistemas e os processos responsáveis pela sua sustentabilidade (BROWN et al.,

2001). As mudanças na diversidade de espécies devido à destruição e conversão de habitats

naturais são relativamente bem documentadas, com a maioria dos artigos relatando uma

diminuição na diversidade de espécies (BIHN et al., 2010), sendo a extinção de espécies e a

perda de interações biológicas conseqüências bastante evidentes das perturbações antrópicas

(SECHREST et al., 2002; GIRÃO et al. 2007; SILVA et al., 2007). Essas perdas de espécies

e de interações biológicas tornam-se particularmente grave quando analisamos as florestas

secas, consideradas o ecossistema tropical mais ameaçado do mundo (JANZEN, 1988).

Estima-se que 48,5% da sua extensão já tenha sido convertida para outros usos da terra

relacionados às atividades humanas. No que diz respeito à América do Sul, essa proporção

aumenta para 60%, e no Brasil, para 52% (PORTILLO-QUINTERO, 2010). Dessa maneira,

uma compreensão sobre as perturbações antrópicas e seus efeitos nesses sistemas naturais é

necessária para preservar os ecossistemas e traçar estratégicas de conservação.

Page 15: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

14

Sazonalidade Pluviométrica

A sazonalidade é considerada um importante fator na estruturação das comunidades

biológicas (RICKLEFS, 1987), desempenhando importantes funções na manutenção e na

formação da diversidade biológica (BARROW; PARR, 2008). Um exemplo disso é a variação

temporal na disponibilidade de água em ambientes áridos e semi-áridos que experimentam um

grande período de tempo com limitações pluviométricas. Nesses ambientes, a presença de

água é um fator determinante na disponibilidade de fontes de alimento e é, portanto,

potencialmente importante para as comunidades vegetais e animais (WOLDA, 1988). A

disponibilidade de água em ambientes áridos e semi-áridos é fruto da combinação de fatores

climáticos como altas taxas de evapotranspiração, intensa radiação solar e baixa pluviosidade

(SNYDER; TORTOWSKI, 2006). Além disso, nesses ambientes, existe uma variação

climática marcadamente sazonal (PENNINGTON et al., 2006; MOURA et al., 2007). Em

níveis elevados, essas variações climáticas podem caracterizar situações de estresse, limitando

as taxas de aquisição de recursos, o crescimento e a reprodução dos organismos (GRIME,

1989). Muitos estudos mostram o efeito da variação temporal da disponibilidade de água na

comunidade de plantas (BORCHERT, 1994; FENSHAM et al., 2005), de vertebrados

(PIANKA, 1973; CRAIG; CHAPMAN, 2003; MORENO-RUEDA; PIZARRO, 2007) e de

insetos (DENLINGER et al., 1991; KATO et al., 1995; BURGESS et al., 1999;

VASCONCELLOS et al., 2010), a grande maioria deles relatando uma diminuição da

diversidade e/ou atividade desses organismos.

No Brasil, dois ambientes são reconhecidamente importantes em relação à variação

sazonal de disponibilidade de água: o Cerrado e a Caatinga (AB’SABER, 2003). Na caatinga,

a sazonalidade pluviométrica é particularmente acentuada, aumentando o caráter

potencialmente estressante desse ambiente para as comunidades vegetais e animais.

Page 16: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

15

Caatinga

A Caatinga é um mosaico de florestas secas e arbustos espinhentos (PENNINGTON et

al., 2000) que ocupa uma área de cerca de 750.000 km2 do nordeste brasileiro (AB'SÁBER,

2003). É caracterizada por condições climáticas extremas como alta radiação solar, baixa

nebulosidade, temperatura média anual entre 26 e 28ºC, baixas taxas de umidade relativa, alta

evapotranspiração e precipitações anuais baixas, concentradas em poucos meses, e com

importantes flutuações interanuais, (IBGE, 1993; PRADO, 2003; BARBOSA, et al, 2006;

QUEIROZ, 2006). Os solos da Caatinga são considerados rasos e pedregosos devido à

predominância em áreas semi-áridas da desagregação mecânica das rochas e da erosão

provocada por escoamento superficial, ao contrário do que ocorre em áreas úmidas, onde

predomina a decomposição bioquímica das rochas com a formação de solos profundos

(MOREIRA, 1977). A vegetação é do tipo lenhosa caducifólia espinhosa, com estratos

arbóreos e gramínio-lenhosos periódicos, e plantas suculentas (IBGE, 1992, 1993;

AB'SÁBER, 2003; PRADO, 2003).

Apesar da importância social, econômica e ecológica da Caatinga, poucos dados são

disponíveis na literatura sobre seus aspectos biológicos básicos (LEAL et al., 2005). Contudo,

sua flora é representada por uma alta diversidade (932 espécies de plantas vasculares) e uma

taxa de endemismo de 34% no caso das plantas suculentas e lenhosas (LEAL et al., 2003;

PRADO, 2003). Quanto à sua fauna, os vertebrados são representados por 148 espécies de

mamíferos, 510 de aves, 167 de répteis e anfíbios e 240 de peixes, apresentando taxas de

endemismo variando de 3 a 7% no caso das aves e mamíferos, e chegando a 57% no caso dos

peixes (LEAL et al., 2003). Os dados sobre a fauna de invertebrados ainda são extremamente

escassos ou até inexistentes para muitos grupos. As formigas são representadas por alguns

estudos: Brandão (1995) comparou a mirmecofauna de 11 localidades dos estados da Bahia e

Piauí, Leal (2002) comparou a diversidade de formigas das três zonas biogeográficas de

Page 17: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

16

Pernambuco (i.e., zona da mata, caatinga hipo-xerofítica e caatinga hiper-xerofítica), Leal

(2003a) utilizou as formigas como grupo focal para identificar unidades da paisagem em áreas

de Caatinga do estado Alagoas, Sergipe e Pernambuco, Leal (2003b) e Leal et al. (2007)

analisaram o papel das formigas como dispersoras de sementes, e Quinet e Tavares (2005)

estudaram a comunidade de formigas de áreas de Caatinga do Ceará. Esses trabalhos indicam

que a diversidade de formigas da Caatinga é menor que a de ecossistemas mésicos do Brasil,

como a Floresta Atlântica e a Amazônia, mas que similar a de outros ecossistemas mais

sazonais como o cerrado. Além disso, verificaram que a comunidade de formiga responde a

estrutura da vegetação (LEAL, 2002, 2003) e que várias espécies prestam importantes

serviços ecossistêmicos, como a dispersão de sementes (LEAL 2003a, LEAL et al., 2007).

A Caatinga é considerada uma área amplamente modificada pela ação antrópica

(ANDRADE-LIMA, 1981) e estima-se que quase 50% de sua cobertura natural já tenha sido

perdida (MMA, 2010). A degradação ambiental da Caatinga é resultado de mais de três

séculos de uso inadequado da terra e dos recursos naturais (LEAL et al., 2005), apontado

como uma das principais causas do aumento de áreas em processo de desertificação dentro do

território nacional (MMA, 2008). Os efeitos gerados pela perturbação antrópica somados a

excessiva pressão exercida pelos longos períodos de seca, tem exaurido os recursos naturais

das áreas de Caatinga, dificultando seu processo de regeneração natural. Além disso, a

sazonalidade pluviométrica da Caatinga, caracterizada por longos períodos com severas

limitações de chuvas, diminui consideravelmente os recursos para as populações vegetais e

animais, e representa desafios importantes para a biota da região (MOURA et al, 2007;

PENNINGTON et al., 2006). Dessa maneira, pode-se esperar que esses fatores de estresse

tenham profundos efeitos na composição, diversidade e dinâmica das comunidades vegetais e

animais vivendo nesse bioma. Entretanto, quase inexistem estudos sobre o efeito das

Page 18: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

17

perturbações antrópicas e da sazonalidade sobre a estrutura e a dinâmica das comunidades

animais vivendo na Caatinga.

Formigas como indicadores biológicos

Uma das ferramentas que está recebendo cada vez mais atenção é a investigação de

grupos bioindicadores, ou seja, aqueles que poderiam indicar distúrbios no ambiente e refletir

as respostas de outros táxons e/ou a biodiversidade global do ambiente em questão

(PEARSON, 1994; LAWTON et al., 1998; PEARSON; CARROLL, 1998;

LINDENMAYER, 1999; KERR et al., 2000; RAINIO; NIEMELA, 2003). Muitos estudos

utilizam indicadores biológicos com grande "visibilidade pública" como as plantas vasculares

e os vertebrados (LANDRES et al., 1988). Os invertebrados geralmente não eram

considerados nesses estudos, apesar de representarem 99% da biota do globo terrestre

(DINGLE et al., 1997), destacando-se os artrópodes, que compreendem cerca de 80% das

espécies animais (RUPPERT et al., 2005). As principais dificuldades apontadas para o uso

dos invertebrados são sua alta diversidade, a taxonomia problemática de muitos grupos, e a

dificuldade de entender e reconhecer sua importância ecológica nos ecossistemas, e seu

pequeno tamanho (ALONSO; AGOSTI, 2000). Entretanto, uma tendência cada vez mais

acentuada é o uso de artrópodes, os insetos em particular, pois possuem atributos que os

tornam interessantes nos estudos de indicadores biológicos, como ampla distribuição

geográfica, alta riqueza de espécies, marcada dominância numérica, alta especificidade de

habitat, além de terem funções importantes nos ecossistemas e serem sensíveis a mudanças

ambientais (KREMEN, 1992; KREMEN et al., 1993; PEARSON, 1994; ALONSO, 2000).

Entre os insetos avaliados como bioindicadores, destacam-se as formigas, borboletas e

coleópteros (NEW, 1997; BROWN, 1997; ALONSO, 2000; ALONSO; AGOSTI, 2000;

SUMMERVILLE et al., 2004; WINK et al., 2005; FREITAS et al., 2006).

Page 19: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

18

As formigas, em particular, destacam-se por reunir uma série de características ainda

mais desejáveis para um bom bioindicador: 1) alta diversidade em qualquer tipo de hábitat

terrestre; 2) dominância numérica e em biomassa; 3) grande importância funcional nos

ecossistemas terrestres, o que inclui o envolvimento em diversos tipos de interações com

organismos em todos os níveis tróficos; 4) ocupação de todos os estratos (solo e vegetação);

5) grande especificidade de hábitat; 6) ninhos perenes e estacionários, o que permite a

realização de coletas repetidas; 7) sensibilidade a perturbações ou modificações do hábitat; 8)

bom nível de conhecimento taxonômico, e 9) relativa facilidade de amostragem e de

identificação (FITTKAU; KLINGE, 1973; HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; ALONSO,

2000; ALONSO; AGOSTI, 2000; BESTELMEYER et al., 2000; KASPARI; MAJER, 2000;

SHULTZ; MCGLYNN, 2000; ARCILA; LOZANO-ZAMBRANO, 2003; PASSERA;

ARON, 2005; FREITAS et al. 2006). Devido a essas características, as formigas são

consideradas um bom grupo para testar modelos e hipóteses no que diz respeito aos fatores

ambientais, responsáveis pelos padrões de diversidade e dinâmica de comunidades terrestres.

De modo geral, muitas espécies de formigas têm tolerância estreita a diversos fatores

bióticos e abióticos, e por isso, são extremamente sensíveis a distúrbios no ambiente

(ANDERSEN, 2000; KASPARI; MAJER, 2000; ANDERSEN et al., 2004), tais como a

exploração madeireira (VASCONCELOS et al., 2000), fogo (ANDERSEN et al. 2006),

mineração (MAJER et al., 1984) e agricultura (SILVA et al., 2009). As respostas da

comunidade de formigas às perturbações incluem a perda de diversidade, mudanças na

composição de espécies, alterações de interações interespecíficas e modificação nos serviços

fornecidos pelas formigas como a dispersão de sementes e a predação (PHILPORT et al.,

2010).

O uso de formigas como indicadores de mudanças nos ecossistemas é particularmente

difundido na Austrália para uma variedade de situações de uso da paisagem, como impactos

Page 20: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

19

da mineração, manejo florestal e pecuária (ANDERSEN; MAJER, 2004). Para facilitar os

estudos com a comunidade de formigas, Andersen (1995) propôs a utilização de grupos

funcionais nos quais as espécies são classificadas de acordo com suas respostas ao estresse

ambiental. O sistema de grupos funcionais propõe sete categorias baseadas principalmente

nos requisitos de habitat das formigas (temperatura, sítios de nidificação, fontes de alimento)

e nas suas habilidades competitivas: (1) Dolichoderinae Dominantes – espécies

competitivamente dominantes, predominantes em áreas pouco perturbadas; (2) Camponotini

Subordinadas – a maioria das espécies possui comportamento submisso às Dolichoderinae

Dominantes e podem ser ecologicamente segregadas delas pelo seu tamanho de corpo grande

e forrageamento frequentemente noturno; (3) Especialistas em Clima Tropical – espécies

frequentemente não especializadas devido à sua tolerância ao habitat, abundantes onde

Dolichoderinae Dominantes são pouco representativas; (4) Espécies Crípticas – espécies de

tamanho pequeno que nidificam e forrageam principalmente no solo e serrapilheira; (5)

Oportunistas – espécies ruderais, não especializadas e pouco competitivas; (6) Myrmicinae

Generalistas – espécies competitivamente subdominantes, predominantes em áreas com

perturbação moderada; (7) Predadoras Especialistas – espécies de tamanho médio a grande,

predadoras especialistas em outros artrópodes. Embora esses grupos tenham sido inicialmente

idealizados no contexto australiano, e projetados para análises da dinâmica comunidade de

formigas em escalas biogeográficas (ANDERSEN, 1997), esse sistema também forneceu um

quadro útil para predizer as respostas de comunidades de formigas às perturbações em vários

outros locais (VANDERWOUDE et al., 1997; KING et al., 1998; BISEVAC; MAJER, 1999)

e é hoje amplamente utilizado ao redor do Globo.

Page 21: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AB'SABER, A.N. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

ALONSO, L.E. Ants as indicator diversity. In: AGOSTI, D.; MAJER,J.D.; ALONSO, L. E.; SCHULTZ, T.R. (eds.), Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington and London: Smithsonian Inst. Press, 2000.

ALONSO, L. E.; AGOSTI, D. Biodiversity studies, monitoring, and ants. An overwiew. In: AGOSTI, D. MAJER,J. D. ALONSO, L. E. SCHULTZ, T. R. (eds.), Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Smithsonian Inst. Press, Washington and London, 2000.

ANDERSEN, A.N. A classification of Australian communities, based on functional groups which parallel plant life-forms in relation to stress and disturbance. Journal of Biogeography, v. 22, p. 15-29, 1995.

ANDERSEN, A. N. Using ants as bioindicators: Multi-scale issues in ant community ecology. Conservation Ecology [online], v. 1 Disponível em: http://www.consecol.org/vol1/iss1/art8/, 1997.

ANDERSEN, A.N. Global ecology of rainforest ants - functional groups in relations to environmental stress and disturbance. In: AGOSTI, D.; MAJER,J.D.; ALONSO, L. E.; SCHULTZ, T.R. (eds.), Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington and London: Smithsonian Inst. Press, 2000.

ANDERSEN, A.N.; MAJER, J.D. Ants show the way Down Under: invertebrates as bioindicators in land management. Frontiers in Ecology and the Environment, v. 2, p. 291–298. 2004.

ANDERSEN, A.N.; FISHER, A.; HOFFMAN, B.D.; READ, J.L.; RICHARDS, R. Use of terrestrial invertebrates for biodiversity monitoring in Australian rangelands, with particular reference to ants. Austral Ecology, v, 29, p. 87-92, 2004.

ANDERSEN, A.N.; HERTOG, T; WOINARSKI, J.C.Z. Long-term fire exclusion and ant community structure in an Australian tropical savanna: congruence with vegetation succession. Journal of Biogeography, v. 33, p. 823-32, 2006.

ANDRADE -LIMA, D. The Caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica, v. 4, p. 149-163. 1981

ARCILA A.M.; LOZANO-ZAMBRANO, F.H. Hormigas como herramienta para la bioindicación y el monitoreo. In: FERNANDEZ, F. Introducción a las Hormigas de la región Neotropical. Colômbia: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, 2003.

BARBOSA, H.A.; HUETE, A.R.; BAETHGEN, W.E. A 20-year study of NDVI variability over the Northeast Region of Brazil. Journal of Arid Environments, v. 67, p. 288–307, 2006.

Page 22: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

21

BARROW, L.; PARR, C. L. A preliminary investigation of temporal patterns in semiarid ant communities:Variation with habitat type. Austral Ecology,v. 33, p. 653–662, 2008.

BESTELMEYER, B.T.; AGOSTI, D.; ALONSO, L.E.; BRANDÃO, C.R.; BROWN, W.L.JR.; DELABIE, J.C.H.; SILVESTRE R. Field Techniques for the Study of Ground-Dwelling Ants: An Overview, Description, and Evaluation. In:AGOSTI, D.; MAJER,J.D.; ALONSO, L. E.; SCHULTZ, T.R.(eds), Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity . Washington and London: Smithsonian Inst. Press, 2000.

BIHN, J. H.; GEBAUER, G.; BRANDL, R. Loss of functional diversity of ant assemblages in secondary tropical forests. Ecology, v. 91, p. 782–792. 2010.

BISEVAC, L.; MAJER, J. D. Comparative study of ant communities of rehabilitated mineral sand mines and heath- land, Western Australia. Restoration Ecology. v. 7, p. 117–26, 1999.

BORCHERT, R. Soil and Stem Water Storage Determine Phenology and Distribution of Tropical Dry Forest Trees. Ecology, v. 75, p. 1437-1449, 1994.

BRANDÃO, C.R.F. Formigas dos cerrados e caatingas. São Paulo. Tese (Livre Docência), Instituto de Biociências/USP. 1995.

BROWN, K. S. Insetos como rápidos e sensíveis indicadores de uso sustentável de recursos naturais. In: MARTOS, H. L.; MAIA, N. B. Indicadores ambientais. 1ªed. Sorocaba: s.n., p.143-151. 1997.

BROWN, J. H.; WHITHAM, T. G.; ERNEST, S. K. M. & GEHRING, C. A. Complex species interactions and the dynamics of ecological systems: Long-term experiments. Science, v. 293, p. 643-650. 2001.

BURGESS, N.D.; PONDER, K.L.; GODDARD, J. Surface and leaf-litter arthropods in the coastal forests of Tanzania. African Journal of Ecology, v. 37, p. 355–65, 1999.

CRAIG, M.D.; CHAPMAN, A. Effects of short-term drought on the avifauna of Wanjarri Nature Reserve: What do they tell us about drought refugia? Journal of the Royal Society of Western Australia, v. 86, p. 133–137, 2003.

CREED, J. C. Perturbações em comunidades biológicas. In: ROCHA, C. F. D.; BERGALO, H. G.; VAN SLUYS, M.; ALVES, M. A. S. (eds.) Biologia da Conservação - Essências, p. 357-384. Rima Editora, São Carlos. 2006.

DENLINGER, D.L.; TANAKA, S.; DOWNES, W.L.; WOLDA, H.; GUARDIÃ, M. Does lack of diapause result in less insect seasonality? Oecologia, v. 87, p. 152-154, 1991.

DÍAZ, S., FARGIONE, J., STUART CHAPIN, F. III & TILMAN, D. Biodiversity loss threatens human well-being. PLoS Biology, v. 4, p. 277, 2006.

DINGLE, H.; CARROL, S. P.; LOYE, J. E. Conservation, behavior and 99 % of the world’s biodiversity is our ignorance really bliss? In: CLEMMONS, J. R.; BUCHHOLZ, R. (Eds.), Behavioral approaches to conservation in the wild. p. 72-92. 1997.

FENSHAM, R.J.; FAIRFAX, R.J.; ARCHER, R. Rainfall, land use and woody vegetation cover change in semi-arid Australian savanna. Journal of Ecology, v. 93, p. 596– 606, 2005.

Page 23: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

22

FITTKAU, E.J.; KLINGE, H. On biomass and trophic structure of central amazonian rainforest ecosystems. Biotropica, v. 5, p. 2-14, 1973.

FREITAS, A. V. L.; LEAL, I. R.; UEHARA-PRADO, M.; IANNUZZI, L. Insetos como indicadores de conservação da paisagem In: ROCHA, C. F. D.; BERGALO, H. G.; VAN SLUYS, M.; ALVES, M. A. S. (eds.) Biologia da Conservação - Essências, p. 357-384. Rima Editora, São Carlos. 2006.

GIRÃO, L.C.; LOPES, A.V.; TABARELLI, M. & BRUNA, E. Changes in tree reproductive traits reduce functional diversity in a fragmented Atlantic Forest landscape. PLoS ONE, v. 9, p. 1-12, 2007.

GRIME, J.P. The stress debate: symptom of impeding synthesis? Biological Journal Linnaeus Society, v. 37, p. 19-32, 1989.

HÖLLDOBLER, B.; WILSON, B. The Ants. Cambridge, Massachusetts: Belknap Press, 1990. 732 p.

HOFMAN, B.D.; ANDERSEN, A. N. Responses of ants to disturbance in Austrália, with particular reference to functional groups. Austral Ecolgy. v. 28, p. 444-464. 2003.

IBGE - Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro: CDDI-IBGE (série Manuais Técnicos de Geociências), n. 1. 1992. 91 p.

IBGE. Mapa de vegetação do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, Escala 1:5.000.000, 1993.

JAZEN, D.A. Tropical dry forest, the most endangered major tropical systems. In: WILSON, E.O. (ed.). Biodiversity. Washington, National Academy Press, 1988.

KARR, J. R.; FREEMARK, K. E. Disturbance and vertebrates: an integrative perspective. In: PICKET, S. T. A.; WHITE, P. S. The ecology of natural disturbance and patch dynamics. Academic Press, New York. 1985.

KASPARI, M.; MAJER, J.D. Using ants to monitor environmental change. In: AGOSTI, D.; MAJER,J.D.; ALONSO, L. E.; SCHULTZ, T.R. (eds.), Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington and London: Smithsonian Inst. Press, 2000.

KATO, M.; INOUE T.; HAMID A.A.; NAGAMITSU, T. MERDEK, M.B.; NONA, A.R.; ITINO, T.; YAMANE, S.; YUMOTO, T. Seasonality and vertical structure of light-attracted insect communities in a dipterocarp forest in Sarawak. Researches on Population Ecology, v. 37, p. 59-79, 1995.

KERR, J. T.; SUGAR, A.; PACKER, L. Indicator taxa, rapid biodiversity assessment, and nestedness in an endangered ecosystem. Conservation Biology, v.14. p. 1726-1734. 2000.

KING J. R., ANDERSEN A. N. & CUTTER A. D. Ants as bioindicators of habitat disturbance: Validation of the functional group model for Australia’s humid tropics. Biodiversity and Conservation, v. 7, p. 1627–38, 1998.

Page 24: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

23

KREMEN, C. Assessing the indicator properties of species assemblages for natural area monotoring. Ecological applications, 2: 203-217. 1992.

KREMEN, C. COLWELL, R. K. ERWIN, T. L. MURPHY, D. D. NOSS, R. F. SANJAYAN, M. A. Terrestrial arthropod assemblages: their use in conservation planning. Conservation Biology, 7: 796-808. 1993.

LAMB, D., P. D. ERSKINE & J. A. PARROTTA. Restoration of Degraded Tropical Forest Landscapes. Science, v. 310, p. 1628-1632, 2005.

LANDRES, P. B., VERNER, J., THOMAS, J. W. Ecological use of indicator species: a critique. Conservation Biology, v. 2, p. 316-328. 1988.

LAWTON, J. H.; BIGNELL, D. E.; BOLTON, G. F.; BLOEMERS, G. F.; EGGLETON, P.; HAMMOND, P. M.; HODDA M.; HOLT R. D.; LARSEN, T. B.; MAWDSLEY, N. A.; STORK, N. E.; SRIVASTAVA, D. S.; WATT, A. D. Biodiversity inventories, indicator taxa and effects of "habitat" modification in tropical forests. Nature, n.391, p. 72-75. 1998.

LEAL, I. R. . Diversidade de formigas do Estado de Pernambuco. In: SILVA, JOSÉ MARIA CARDOSO; TABARELLI, MARCELO. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. 1 ed. Recife: Editora Universitária da UFPE, v. 1, p. 483-492. 2002.

LEAL, I.R. Diversidade de formigas em diferentes unidades de paisagem da Caatinga. In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. (Eds.) Ecologia e Conservação da Caatinga. 1ª Ed. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2003a.

LEAL, I.R. Dispersão de sementes por formigas na Caatinga. In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. (Eds.) Ecologia e Conservação da Caatinga. 1ª Ed. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2003b.

LEAL, I.R.; SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; LACHER, T. Changing the course of biodiversity conservation in the Caatinga of Northeastern Brazil. Conservation Biology, v. 19, p. 701-706, 2005.

LEAL, I.R.; TABARELLI, M. & SILVA, J.M.C. Ecologia e conservação da Caatinga: uma introdução ao desafio. Pp. XIII-XVI. In: Leal, I.R., Tabarelli, M., Silva, J.M.C. (eds.). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife, Editora Universitária da UFPE. 2003.

LEAL, I. R. ; WIRTH, R. ; TABARELLI, M. . Seed Dispersal by Ants in the Semi-arid Caatinga of North-east Brazil. Annals of Botany, v. 99, p. 885-894, 2007.

LINDENMAYER, D. B. Future directions for biodiversity conservation in managed forests: indicator species, impact studies and monitoring programs. Forest Ecology and Management, n.115, p. 277-287. 1999.

LOVEJOY, T. E. The quantification of biodiversity: An esoteric quest or a vital component of sustainable development? Philosofical Transactions of the Royal Society B, v. 345, p. 81-87, 1994.

MAJER, J.D., DAY, J.E., KABAY, E.D., PERRIMAN, W.S. Recolonization by ants in bauxite mines rehabilitated by a number of different methods. Journal of Applied Ecology, v. 21, p. 355-75. 1984.

Page 25: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

24

MMA (Ministério do Meio Ambiente). Fragmentação de Ecossistemas: Causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. RAMBALDI, D.M.; OLIVEIRA, D.A.S. (Orgs.). Brasília: MMA/SBF, 2003.

MMA (Ministério do Meio Ambiente). Monitoramento do desmatamento nos biomas brasileiros por satélite: Monitoramento do Bioma Caatinga. Brasília: MMA/CSR, 2010.

MANDJUANO, M. C.; GOLUBOV, J.; HUENNEKE, L. F. Effect of reproductive modes and environmental heterogeneity in the population dynamics of a geographically widespread clonal desert cactus. Population Ecology, v. 49, p. 141-153. 2007.

MARTORELL, C.; PETERS, M. E. The measurement of chronic disturbance and its effects on the threatened cactus Mammillaria pectinifera. Biological Conservation, v. 124, p 199–207, 2005.

MARTORELL, C.; PETERS, M.E. Disturbance-Response Analysis: a Method for rapid assessment of the threat to species in disturbed areas. Conservation Biology, v. 23, p. 377-387. 2009.

MOREIRA, A. A. N. Relevo. In: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Geografia do Brasil. Rio de Janeiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Diretoria Técnica, Superintendência de Estudos Geográficos e Sócio-Econômicos, Departamento de Geografia, Diretoria de Divulgação, Centro Editorial, Centro de Serviços Gráficos, 1997.

MORENO-RUEDA, G; PIZARRO, M.The relative influence of climate, environmental heterogeneity, and human population on the distribution of vertebrate species richness in south-eastern Spain. Acta Oecologia, v. 32, p.50-58, 2007.

MOURA, F.M.S.; VASCONCELLOS, A.; ARAUJO V.F.P.; BANDEIRA A.G. Seasonality in foraging behaviour of Constrictotermes cyphergaster (Termitidae, Nasutitermitinae) in the Caatinga of Northeastern Brazil. Insecets Sociaux, v. 53, p. 472-479, 2006.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v.403, p. 853-858. 2000.

NEW, T. R. Are Lepidopteran na effective “umbrella group” for biodiversity conservation?. Journal of Insects Conservation. n.1, p. 5-12. 1997.

NILSSON, C., AND G. GRELSSON. The fragility of ecosystems: a review. Journal of Applied Ecology, v. 32, p. 677–692, 1995.

PASSERA, L.; ARON, S. Les fourmis: comportement, organisation sociale et évolution. Les Presses Scientifiques du CNRC: Canada, 2005.

PEARSON, D. L. Selecting indicator taxa for the quantitative assessment of biodiversity. Phil. Trans. R. Soc. Lond. n.345, p. 75-79. 1994.

PEARSON, D. L.; CARROLL, S. S. Global Patterns of Species Richness: Spatial Models for Conservation Planning Using Bioindicador and Precipitation Data. Conservation Biology, v.12, p. 809-821. 1998.

Page 26: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

25

PENNINGTON, R.T.; LEWIS, G.P.; RATTER, J.A. An overview of the plant diversity, biogeography and conservation of Neotropical Savannas and Seasonally Dry Forests. In: PENNINGTON, R.T.; LEWIS, G.P.; RATTER, J.A. Neotropical savannas and seasonally dry forests. plant diversity, biogeography, and conservation. CRC Press. 2006.

PENNINGTON, R.T.; PRADO, D.E.; PENDRY, C.A. Neotropical seasonally dry forests and Quaternary vegetation changes. J Biogeogr, v. 27, p. 261-273. 2000.

PERES, C.A. Overexploitation. In: SODHI, N. S.; EHRLICH, P. R. Conservation Biology for All. Oxford Scholarship Online Monographs, 2010.

PHILPOTT, S.M., PERFECTO, I., ARMBRECHT I., AND PARR, C.L. Ant diversity and function in disturbed and changing habitats. In: LACH L., PARR, C., ABBOTT, K. (Eds.), Ant Ecology. Oxford University Press, Oxford, UK, 2010.

PIANKA, E.R. The structure of lizards communities. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 4, p. 53-74, 1973.

PORTILLO-QUINTERO, C. A.; SÁNCHEZ-AZOFEIFA, G. A. Extent and conservation of tropical dry forest in the Americas. Biological Conservation, v. 143, p. 144-155. 2010.

PRADO, D.E. As Caatingas da América do Sul. In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. (Eds.) Ecologia e Conservação da Caatinga. 1ª Ed. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2003.

QUEIROZ, L.P. The Brazilian Caatinga: Phytogeographical Patterns inferred from distribution data of the Leguminosae. In: PENNINGTON, R.T.; LEWIS, P.G.; RATTER, J.A. Neotropical savannas and seasonally dry forests. plant diversity, biogeography, and conservation. Lincoln: CRC Press, 2006.

QUINET, Y.P.; TAVARES, A.A. Formigas (Hymenoptera:Formicidae) da área Reserva Serra das Almas, Ceará. In: ARAUJO, F.S.; RODAL, M.J.N.; BARBOSA, M.J.N. (eds.). Análise das variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga. Brasilia: MMA, 2005.

RAINIO, J. NIEMELA, J. Ground beetles (Coleoptera: Carabidae) as bioindicators. Biodiversity and Conservation, v.12, p. 487–506. 2003.

RAPPORT, D. J.; WHITFORD, W.G. How ecosystems respond to stress. Bioscience. v. 35, p. 419-422. 1999.

RICKLEFS, R.E. Community diversity: relative roles of local and regional processes. Science, v. 235, p. 167-171, 1987.

RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos Invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. 7ª Ed. São Paulo: Roca, 2005.

SCHULTZ, T.R.; MCGLYNN, P.M. The interactions of ants with other organisms. In: AGOSTI, D.; MAJER,J.D.; ALONSO, L. E.; SCHULTZ, T.R. (eds.), Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington and London: Smithsonian Inst. Press, 2000.

Page 27: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

26

SECHREST, W.; BROOKS, T.M.; FONSECA, G.A.B.; KONSTANT, W.R.; MITTERMEIER, R.A.; PURVIS, A. & RYLANDS, A.B. Hotspots and the conservation of evolutionary history. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 99: p. 2067-2071, 2002.

SILVA, P.S.D.; BIEBER, A.G.D.; LEAL, I.R.; WIRTH, R.; TABARELLI, M. Decreasing abundance of leaf-cutting ants across a chronosequence of advancing Atlantic forest regeneration. Journal of Tropical Ecology, v. 25, p. 223-227, 2009.

SILVA, P.S.D.; LEAL, I.R.; WIRTH, R. & TABARELLI, M. (2007). Harvesting of Protium heptaphyllum Aublet (March.) seeds (Burseraceae) by the leaf-cuting ant Atta sexdens L. promotes seed aggregation and seedling mortality. Revista Brasileira de Botânica, v. 30, p. 553-560.

SNYDER, K.A.; TARTOWSKI, S.L. Multi-scale temporal variation in water availability: Implications for vegetation dynamics in arid and semi-arid ecosystems. Journal of Arid Environments, v. 65, p. 219-234, 2006.

SUMMERVILLE, K. S; RITTER, L. M.; CRIST, T. O. Forest moth taxa as indicator of lepidopteran richness and habitat disturbance: a preliminary assessment. Biological Conservation. n. 16, p. 9-18. 2004.

VANDERWOUDE C., ANDERSEN A. N. & HOUSE A. P. N. Ant communities as bio-indicators in relation to fire management of spotted gum (Eucalyptus maculata Hook.) forests in south-east Queensland. Mem. Mus. Vict., v. 56, p. 671–5, 1997.

VASCONCELOS, H. L., VILHENA, J. M. S., CALIRI, G. J. A. Responses of ants to selective logging of a central Amazonian forest. Journal of Applied Ecology, v. 37, p. 508-515, 2000.

VASCONCELLOS, A.; ANDREAZZE, R.; ALMEIDA, A. M.; ARAÚJO, H. F. P.; OLIVEIRA, E. S.; OLIVEIRA, U. Seasonality of insects in the semi-arid Caatinga of northeastern Brazil. Revista Brasileira de Entomologia, v. 54, p. 471-476. 2010.

WATT, A.D. Measuring disturbance in tropical forests: a critique of the use of species-abundance models and indicator measures in general. Journal of Applied Ecology, v. 35, p. 467–469, 1998.

WILSON, E.O. A situação atual da diversidade ecológica. In E.O. Wilson & F.M. Petter (eds), Biodiversidade. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1997.

WINK, C.; GUEDES, J. V. C.; FAGUNDES, C. K.; ROVEDDER, A. P. Insetos edáficos como indicadores da qualidade ambiental. Revista de Ciências Agroveterinárias, v.4, n.1, p. 60-71. 2005.

WOLDA, H. Seasonal fluctuations in rainfall, food and abundance of tropical insects. Journal of Animal Ecology, v. 47, p. 369-381, 1978.

ZVEREVA, E. L.; KOZLOV, M. V. Effects of pollution induced habitat disturbance on the response of willows to simulated herbivory. The Journal of Ecology, v. 89, p. 21-30. 2001.

Page 28: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

27

_________________Manuscrito a ser enviado para o periódico Neotropical Entomology.

Page 29: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

28

Inara Roberta Leal

Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Professor Moraes

Rego s/n, Cidade Universitária, CEP: 50670-901, Recife, PE, Brasil

[email protected]

Influência de Perturbações Antrópicas sobre a composição de espécies e de grupos

funcionais de formigas (Hymenoptera: Formcidae) na Caatinga

FERNANDA MARIA P. DE OLIVEIRA1, ALAN N. ANDERSEN

2 & INARA R. LEAL

3

1Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Departamento de Zoologia, Universidade

Federal de Pernambuco, Av. Professor Moraes Rego s/n, Cidade Universitária, CEP: 50670-

901, Recife, PE, Brasil. E-mail: [email protected]

2CSIRO Sustainable Ecosystems, Tropical Ecosystems Research Centre, PMB 44 Winnellie,

NT 0822, Australia. E-mail: [email protected]

3Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Professor Moraes

Rego s/n, Cidade Universitária, CEP: 50670-901, Recife, PE, Brasil. E-mail: [email protected]

Page 30: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

29

ABSTRACT - The habitat changes are the main threat to conservation of the biota, affecting

everything from individual populations to entire communities. The aim of this study was to

analyze the influence of human disturbance on richness and species composition of the

community and functional groups of ants in the Caatinga, a tropical dry forest. We used a

disturbance index as a descriptor of local human disturbance, and it was calculated for 30 plot

of 0.1 ha established in the region of Parnamirim, PE – Brazil. The ant community of each

plot was sampled during dry and rainy seasons by pitfall traps and bait cans. The structure of

vegetation and soil type were included in the model due their potential effect on the ant

community. We collected 51 ant species in 21 genera and seven subfamilies. In general,

human disturbance and vegetation structure had no effect on the species composition of the

community and functional groups of ants, suggesting high resilience of the

community. Seasonality was the most important factor in determining richness and species

composition and functional groups of the community, with the rainy season presented the

highest number of species of ants, caused by the greater availability of resources to the ants at

the season. The soil type regosols showed higher species richness and favored most functional

groups, probably because it is deeper and well drained, more suitable for ant nesting. Our

finds point out the importance of including soil type on scientific works to be developed in the

Caatinga.

Keywords: Modification of the habitat, mirmecofauna, Resilience, seasonality, type of soil.

Page 31: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

30

RESUMO

As modificações no habitat são a principal ameaça à conservação da biota, afetando desde

populações individuais até comunidades inteiras. O objetivo deste estudo foi analisar a

influência de perturbações antrópicas sobre a riqueza e composição de espécies da

comunidade e dos grupos funcionais de formigas da caatinga. Utilizamos como descritor da

perturbação um índice de perturbação local aplicado a 30 parcelas de 0,1 ha, estabelecidas na

região de Parnamirim, PE, onde as formigas foram coletadas na estação seca e chuvosa

através de armadilhas “pitfall” e iscas de sardinha. A estrutura da vegetação e o tipo de solo

foram incluídos no modelo pelo seu potencial efeito na comunidade de formigas. Foram

coletadas 51 espécies de formigas pertencentes a 21 gêneros e sete subfamílias. De maneira

geral, as perturbações antrópicas e a estrutura da vegetação não tiveram efeito sobre a

composição de espécies da comunidade e dos grupos funcionais de formigas, sugerindo alta

resiliência da comunidade. A diferença entre as estações seca e chuvosa foi o fator mais

importante na determinação da riqueza e composição de espécies da comunidade e dos grupos

funcionais, com a estação chuvosa apresentando maior número de espécies de formigas,

explicado pela maior disponibilidade de recursos para as formigas nessa estação. O solo do

tipo regossolo apresentou maior riqueza de espécies e favoreceu a maioria dos grupos

funcionais, provavelmente por ser mais profundo e bem drenado, facilitando a nidificação das

espécies de formigas que constroem seus ninhos no solo. Nossos resultados sinalizam para a

importância da inclusão do tipo de solo nos trabalhos feitos na Caatinga.

Palavras-chave: Modificação do habitat, Mirmecofauna, Resiliência, Sazonalidade

Pluviométrica, Tipo de Solo.

Page 32: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

31

A degradação e transformação de habitats naturais provocadas pelo homem são

consideradas ameaças significativas à conservação da biodiversidade e funcionamento dos

ecossistemas (Wilson 1997, Lamb 2005). Tais perturbações podem afetar o ecossistema de

várias formas, e seus efeitos dependem em grande parte da frequência e da intensidade da

perturbação (Creed 2006). As perturbações antrópicas têm modificado florestas tropicais

afetando a estrutura desses ecossistemas e os processos responsáveis pela sua sustentabilidade

(Brown et al. 2001) e, tendo em vista a aceleração do processo de degradação desses habitats,

uma compreensão sobre como as perturbações afetam as comunidades biológicas presentes

nesses sistemas naturais é necessária para preservá-los e traçar estratégicas de conservação

(Martorell & Peters 2005).

A Caatinga é um mosaico de florestas secas e arbustos espinhentos (Pennington et al.

2000) que ocupa a maior parte do nordeste brasileiro e cerca de 10% do território nacional

(MMA 2010). É considerada uma área amplamente modificada pela ação antrópica (Andrade-

Lima 1981) e estima-se que quase 50% de sua cobertura natural já tenha sido perdida (MMA

2010). Além disso, a criação de animais considerada a principal atividade econômica da

região (Sampaio 1995), a alta densidade populacional e a sazonalidade pluviométrica da

Caatinga, caracterizada por longos períodos com severas limitações de chuvas, diminui

consideravelmente os recursos disponíveis para as populações vegetais e animais, e

representam um desafio importante para a biota da região (Pennington et al. 2006, Moura et

al 2007, MMA 2010). Dessa maneira, pode-se esperar que esses fatores de estresse tenham

profundos efeitos na composição, diversidade e dinâmica das comunidades vegetais e animais

vivendo nesse bioma.

Entre os diversos grupos de organismos utilizados para revelar os padrões de respostas

às perturbações causadas nos ecossistemas (Kremen 1992, Lawton et al., 1998, Alonso 2000,

Arcila & Lozano-Zambrano 2003), as formigas destacam-se não só pela sua dominância

Page 33: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

32

numérica e em biomassa e alta diversidade taxonômica, mas por participarem de diversos

tipos de interações com organismos em todos os níveis tróficos desempenhando um

importante papel no funcionamento da maioria dos ecossistemas terrestres (Hölldobler &

Wilson 1990, Folgarait 1998, Alonso & Agosti 2000). De modo geral, muitas espécies de

formigas têm tolerância estreita a diversos fatores bióticos e abióticos, e por isso, são

extremamente sensíveis a mudanças ambientais (Andersen 2000, Kaspari & Majer 2000,

Andersen et al., 2004, Philport et al. 2010), tais como as causadas pela exploração madeireira

(Vasconcelos et al., 2000), fogo (Andersen et al. 2006), mineração (Majer et al., 1984) e

agricultura (Silva et al., 2009). A utilização de formigas como indicadores biológicos é

amplamente difundida na Austrália onde, devido à previsibilidade das respostas de muitas

espécies para uma variedade de situações de uso da paisagem (e.g. mineração, manejo

florestal, pecuária), foram criados grupos funcionais nos quais as espécies são classificadas de

acordo com suas respostas ao estresse ambiental (Andersen 1995, 2000). Embora inicialmente

idealizados no contexto australiano, esse sistema de grupos funcionais também forneceu um

quadro útil para predizer as respostas de comunidades de formigas às perturbações em

diversos ecossistemas e regiões biogeográficas e, então, tem sido usado amplamente em todo

o globo (Vanderwoude et al. 1997, King et al. 1998, Bisevac & Majer 1999).

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a influência de perturbações

antrópicas sobre a composição de espécies da comunidade e dos grupos funcionais de

formigas da caatinga. Incluímos nos nossos modelos a estrutura da vegetação e o tipo de solo

por serem variáveis importantes na determinação da comunidade de formigas. Por fim, para

incluir a maior parte das espécies presentes nas áreas e verificar diferenças devido à

sazonalidade, incluímos coletas nas estações seca e chuvosa. Dessa maneira, esperamos

encontrar uma maior riqueza de formigas, assim como de grupos funcionais, em áreas mais

conservadas e durante a estação chuvosa. Além disso, esperamos encontrar diferenças na

Page 34: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

33

composição da comunidade e grupos funcionais de formigas utilizando perturbação, estrutura

da vegetação, tipo de solo e estação (seca ou chuvosa) como fatores. No contexto atual, onde

a perturbação e a transformação de habitats são uma constante em quase todos os

ecossistemas, é de fundamental importância compreender quais grupos de formigas persistem

às perturbações comuns da Caatinga e que tipos de serviços ecológicos podem continuar

sendo promovidos por este importante grupo de invertebrado.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de Estudo

O estudo foi desenvolvido em áreas de Caatinga do município de Parnamirim, (8°5’S e

39°34’W), localizadas no sertão do Estado de Pernambuco, na micro-região de Salgueiro, a

570 Km de Recife. Os meses chuvosos na região vão de janeiro a abril e o clima da área de

estudo é considerado Tropical Semi-árido (BSwh’) com temperatura e precipitação médias de

26°C e 569 mm, respectivamente (IBGE 1985). O município de Parnamirim está inserido nas

bacias hidrográficas dos Rios Brígida e Terra Nova, na unidade de relevo da depressão

sertaneja e os principais tipos de solo encontrados na região são os bruno-não-cálcicos,

regossolos, podzólicos amarelos e planossolos (EMBRAPA 2001; Serviço Geológico do

Brasil - CPRM 2005). A vegetação do local é representada por uma Caatinga hiperxerofítica,

com trechos de Floresta Caducifólia e apresenta uma fisionomia predominantemente

arbustiva-arbórea, com presença representativa das herbáceas na estação chuvosa,

especialmente nas áreas com solos arenosos (Serviço Geológico do Brasil - CPRM 2005).

Determinação do índice de perturbação antrópica das áreas

Foram marcadas 30 parcelas de 50 m x 20 m em um polígono de aproximadamente 90

km2. As parcelas foram distribuídas em áreas classificadas inicialmente pelos moradores

Page 35: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

34

locais como tendo sofrido diferentes tipos e graus de perturbação. Em seguida, medimos o

grau de perturbação antrópica utilizado o método de Matorrel & Peters (2005) que gera um

índice de perturbação baseado na combinação de principais fontes locais de impacto

antrópico. Nas áreas de estudo, as atividades mais comuns são a criação extensiva de gado

caprino e bovino e a utilização de produtos florestais para subsistência. Para mensurar essas

fontes de impacto foram utilizados os indicadores: 1) fezes de animais; 2) trilhas de animais;

3) índividuos vegetais com índícios de corte; 4) trilhas humanas e; 5) largura das trilhas

humanas. Cada um desses indicadores foi mensurado, de maneira quantitativa, em seis

transectos de 50 m x 2 m feitos dentro e nas proximidades de cada parcela, e suas médias

foram utilizadas na análise de componentes principais (PCA) para cada fonte de perturbação.

Os escores obtidos no primeiro eixo de cada PCA foram somados e colocados em uma escala

de 0 a 100 (do menor para o maior índice de perturbação).

Somado ao índice de perturbação, incluímos a estrutura da vegetação como variável

explanatória porque a heterogeneidade do hábitat tem sido considerada um importante fator

para a riqueza de espécies de formigas (Bestelmeyer & Wiens 2001, Leal 2003, Ribas &

Schoereder 2007). Sendo assim, medimos a riqueza, o número de indivíduos e a altura das

árvores com diâmetro na altura do solo (DAS) ≥ 3 cm e altura total ≥ 1m (Rodal et al. 1992)

em um transecto de 50 m x 2 m estabelecido no centro de cada parcela. Como as variáveis

relacionadas à estrutura da vegetação foram correlacionadas, outra PCA foi feita e os escores

do primeiro eixo foram colocados em uma escala variando de 0 a 100 (da menor para a maior

complexidade da estrutura da vegetação), assim como no índice de perturbação. Por fim, o

tipo de solo também foi incluído no modelo como variável explanatória porque a variação na

composição física e química do solo pode ser importante para animais de pequeno porte como

as formigas, cujas fontes de alimentação e sítios de nidificação podem ser fortemente

dependentes de condições climáticas e/ou microclimáticas. Sendo assim, as parcelas foram

Page 36: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

35

estabelecidas nos dois tipos de solos predominantes da região, sendo 20 parcelas no solo

bruno-não-cálcico, o mais comum, e 10 parcelas no solo tipo regossolo (EMBRAPA 2001).

Amostragem das Formigas

Em cada parcela, foi feito um transecto linear de 50 m com seis unidades amostrais

espaçadas entre si por 10 m. Em cada unidade, dois métodos amostrais foram utilizados: uma

armadilha de queda ("pitfall trap") no solo e iscas de sardinha na vegetação e no solo. A

armadilha de queda consistiu na inserção de um copo de plástico no solo, com a abertura ao

nível do solo. Os copos (13 cm de altura e 12 cm de abertura de boca) foram preenchidos até

1/3 de sua capacidade com etanol 70% com uma gota de detergente (Bestelmeyer et al. 2000).

As armadilhas permaneceram ativas no campo por 48 h. As iscas de sardinha foram

depositadas no solo e na vegetação sobre um pedaço de papel toalha, permanecendo cerca de

90 min no campo. A disposição das armadilhas de queda e das iscas de sardinha em cada

unidade amostral foi da seguinte maneira: no eixo central do transecto foi instalada a

armadilha de queda e a cinco e dez metros de cada lado desse ponto foram colocadas uma isca

no solo e outra na vegetação, de modo que as iscas do mesmo extrato ficaram a 10 m de

distância para manter descobertas independentes por parte das colônias de formiga (Jeane

1979). Ao todo, foram utilizadas seis armadilhas de queda e 24 iscas (12 de vegetação e 12 de

solo) em cada parcela. As coletas foram feitas durante a estação chuvosa, nos meses de

janeiro a abril, quando há maior incidência de chuvas, e na estação seca, durante os meses de

junho a setembro (fonte: Laboratório de Meteorologia de Pernambuco – LAMEPE). As

formigas coletadas foram identificadas e depositadas na coleção do Laboratório de

Mirmecologia do Centro de Pesquisa do Cacau (CEPLAC) em Ilhéus. As espécies foram

enquadradas em grupos funcionais, seguindo a classificação de Andersen (1995) que propôs

grupos funcionais em relação a estresse e distúrbios ambientais. Esses grupos são: (1)

Page 37: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

36

Dolichoderinae Dominantes – espécies competitivamente dominantes, predominantes em

áreas pouco perturbadas; (2) Camponotini Subordinadas – a maioria das espécies possui

comportamento submisso às Dolichoderinae Dominantes e podem ser ecologicamente

segregadas delas pelo seu tamanho de corpo grande e forrageamento frequentemente noturno;

(3) Especialistas em Clima Tropical – espécies frequentemente não especializadas devido à

sua tolerância ao habitat, abundantes onde Dolichoderinae Dominantes são pouco

representativas; (4) Espécies Crípticas – espécies de tamanho pequeno que nidificam e

forrageam principalmente no solo e serrapilheira; (5) Oportunistas – espécies ruderais, não

especializadas e pouco competitivas; (6) Myrmicinae Generalistas – espécies

competitivamente subdominantes, predominantes em áreas com perturbação moderada; (7)

Predadoras Especialistas – espécies de tamanho médio a grande, predadoras especialistas em

outros artrópodes.

Análise dos dados

Modelos Lineares Gerais (GLMs sensu McCullagh & Nelder, 1989) foram utilizados

para verificar o efeito das variáveis explanatórias (índice de perturbação, estrutura da

vegetação, tipo de solo e estação) sobre as variáveis respostas (riqueza de espécies da

comunidade e abundância dos diversos grupos funcionais). Para a abundância dos grupos

funcionais foi considerada a freqüência com que as espécies de cada grupo ocorreram no total

de amostras em cada parcela. Esse procedimento foi realizado para evitar a superestimação da

abundância de espécies com grandes colônias ou cujos sistemas de forrageamento ou

recrutamento favorecem a captura de muitos indivíduos (Longino 2000). Além disso, é uma

metodologia comumente utilizada para análises de grupos funcionais (Hofmam & Andersen,

2003). As áreas foram ordenadas através de escalonamento multidimensional não-métrico

(NMDS) baseado em matrizes de similaridade calculadas utilizando o índice de Bray-Curtis, a

Page 38: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

37

partir de dados de freqüência das espécies dentro da comunidade como um todo e dentro dos

grupos funcionais de formigas. Para verificar o efeito do índice de perturbação e da estrutura

da vegetação sobre a composição de espécies, os escores da ordenação foram correlacionados

com essas variáveis explanatórias contínuas através da função “joint plot”, e as correlações

foram consideradas significativas quando R2 ≥ 0,2 (McCune & Grace 2002). Para as variáveis

categóricas tipo de solo e estação, seus efeitos sobre a composição de espécies foram testados

através de Análises de Similaridade (ANOSIM) bifatoriais. Para todas as correlações de

matrizes, a abundância das espécies foi transformada em raiz quadrada e estandardizada para

evitar o efeito das espécies muito abundantes (sensu Clarke & Gorley 2001). A normalidade

foi testada com Shapiro-Wilk. Os GLMs foram realizados no programa Statistica 8 (StatSoft

2007), as ordenações foram feitas no programa PCORD v 4 (McCune & Mefford, 1999) e as

Análises de Similaridade (ANOSIM) foram realizadas no programa Primer 5 (Clarke &

Gorley 2001).

RESULTADOS

No total, foram coletadas 51 espécies de formigas, pertencentes a 21 gêneros e a sete

subfamílias. A subfamília Myrmicinae foi a mais rica em espécies (23 spp.), seguida por

Formicinae (11 spp.), Ponerinae (4 spp.), Ecitoninae (4 spp.), Ectatominae (3 spp.),

Pseudomyrmecinae (3 spp.) e Dolicodherinae (3 spp.). Os gêneros mais ricos em espécies

foram Camponotus (9 spp.), Pheidole (8 spp.) e Cephalotes (5 spp.), os demais sendo

representados apenas por uma a três espécies (Tabela 1). As espécies mais frequentes foram

Camponotus crassus, Pheidole radoskowskii e Solonopsis globularia, encontradas em todas

as parcelas. Dezesseis espécies foram encontradas em mais de 50% das parcelas, sete espécies

entre 50 e 25% das parcelas, 28 espécies em menos de 25% das parcelas e 13 espécies em

apenas uma parcela. Quanto à composição de grupos funcionais, os grupos mais

Page 39: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

38

representativos foram Myrmicinae Generalistas e Camponotinae Subordinadas. Na estação

chuvosa, foram coletadas 40 espécies e 42 espécies na estação seca, sendo que 30 espécies

foram comuns às duas estações. Onze espécies foram exclusivas da estação seca e nove

espécies foram exclusivas da estação chuvosa. A riqueza de espécies entre as parcelas variou

de 9 a 21 na estação chuvosa e de 4 a 16 na estação seca (Tabela 1).

Considerando a comunidade como um todo, o modelo proposto explicou 54,21% da

variação no número de espécies (Tabela 2). Ao contrário do esperado, o índice de perturbação

não afetou a riqueza de espécies significativamente, assim como a estrutura da vegetação.

Apenas o tipo de solo (P < 0,001) e a sazonalidade (P < 0,001) apresentaram influência

significativa sobre a riqueza da comunidade (Figura 1). Quando analisada a fauna de formigas

por grupos funcionais (Tabela 2), o índice de perturbação também não foi uma variável

importante para explicar a riqueza dos grupos individualmente. Apenas a abundância das

Oportunistas foi influenciada positivamente pelo índice de perturbação (P = 0,004), que

juntamente com o tipo de solo (P < 0,001), explicou 67,64% da variação na abundância desse

grupo. A estrutura da vegetação também não foi uma variável explanatória importante na

determinação da abundância dos grupos funcionais. Seu efeito foi detectado apenas nas

Camponotini Subordinadas (P = 0,048), com esse grupo sendo favorecido com o aumento da

complexidade vegetacional, juntamente com a sazonalidade (P < 0,001), essas duas variáveis

explicando mais de 50% da variação na riqueza do grupo. Cerca de 37% da variação no

número de espécies de Myrmicinae Generalizadas e 35,34% na variação de Dolichoderinae

Dominantes foram explicadas pela combinação tipo de solo (P = 0,013 e P = 0,001,

respectivamente) e sazonalidade (P < 0,001 e P = 0,005, respectivamente). Para Predadoras

Especialistas apenas o tipo de solo (P = 0,003) explicou a variação no número de espécies,

enquanto para Espécies Crípticas, apenas a sazonalidade (P < 0,001) (Figura 2).

Page 40: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

39

Da mesma forma que para a riqueza de espécies e a abundância dos grupos funcionais

separadamente, o índice de perturbação e a estrutura da vegetação não foram variáveis

importantes para explicar a composição de espécies de formigas da comunidade como um

todo e dos grupos funcionais, pois as correlações não foram significativas (R2 ≤ 0,2). A

estação do ano foi a variável que mais explicou os padrões de composição de espécies tanto

da comunidade (R = 0,50, P < 0,001) quanto dos grupos funcionais (R = 0,48, P < 0,001),

seguida pela variável tipo de solo (R = 0,31, P < 0,001 e R=0,27, P < 0,001, respectivamente).

Dessa maneira, foram observados grupos distintos para a composição de espécies da

comunidade e dos grupos funcionais na estação chuvosa e seca, assim como nos solos bruno-

não-cálcico e regossolo (Figura 3).

DISCUSSÃO

De um modo geral, a estrutura taxonômica da fauna amostrada nesse estudo

corresponde à observada em outros estudos realizados em áreas de Caatinga (Leal 2003,

Quinet & Tavares 2005), bem como condiz com a fauna representada em outros ecossistemas

brasileiros, como a Mata Atlântica (Delabie et al. 2000, Tavares 2002), a Floresta Amazônica

(Vasconcelos & Delabie 2000, Vasconcelos et al. 2009), o Cerrado (Silva et al. 2004) e o

Pantanal (Corrêa et al. 2006). Isso nos leva a acreditar que as amostras foram satisfatórias,

pois refletiram a diversidade geral dos diferentes grupos de formigas. A subfamília

Myrmicinae, a mais representativa, é considerada a família mais diversificada dentro dos

Formicidae, seguida por Ponerinae e Formicinae (Bolton 1994). A predominância de

Myrmicinae pode ser explicada por ser um grupo de formigas extremamente adaptáveis aos

mais diversos nichos ecológicos na região Neotropical (Fowler et al. 1991). A baixa

representatividade de Ponerinae pode ser explicada pela pouca quantidade de serrapilheira no

solo da Caatinga, visto que essas formigas são predadoras de artrópodes de solo (Leal &

Page 41: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

40

Oliveira 1995). Camponotus e Pheidole foram os gêneros mais bem representados nesse

estudo e são considerados os mais diversos em espécies do mundo (Bolton 1994), com maior

diversidade de adaptações, maior extensão de distribuição geográfica e maior abundancia

local (Wilson 1976). Por fim, a presença de muitas espécies pouco abundantes e poucas

espécies muito abundantes também segue o padrão geralmente encontrado nas regiões

tropicas com as formigas e outros grupos animais (Pianka 1966, Magurran 2008).

Este estudo não evidenciou os efeitos do índice de perturbação antrópica na riqueza e

composição de espécies da comunidade e dos grupos funcionais de formigas, contrastando

com outros estudos realizados em florestas tropicais (Majer et al. 1997, Vasconcelos 1999,

Dunn 2004, Nakamura et al. 2007). Porém, alguns estudos mostram que a comunidade de

formigas pode ser mais resiliente a perturbações em ambientes áridos quando comparada a

ambientes mais úmidos (Parr et al. 2004, Arnan et al. 2006, Parr & Andersen 2008) sugerindo

que os efeitos das perturbações na estrutura do habitat e, consequentemente, na comunidade

de formigas podem não ser tão evidentes frente às pressões inerentes a esses ecossistemas que

favorecem grupos bem adaptados e menos vulneráveis. O único grupo que foi influenciado

pelas perturbações foram as Oportunistas, que aumentaram sua abundância com o aumento

das perturbações. Esse grupo é considerado ruderal em relação ao estresse e perturbações

ambientais, composto por espécies cuja distribuição parece ser fortemente influenciada pela

competição com outras formigas e o seu favorecimento em áreas perturbadas ocorre quando a

perturbação o coloca em vantagem competitiva sobre outras formigas (Andersen 2000).

Contudo, não registramos, como esperado, diminuição de grupos com hábitos mais restritos

como Predadores Especialistas e Espécies Crípticas. De forma geral, a fauna de formigas da

Caatinga já é composta por grupos de formigas com hábitos mais generalistas quando

comparados com os grupos similares em florestas mésicas (Delabie et al. 2000, Leal 2003,

Quinet & Tavares 2005). Por exemplo, Dinoponera quadriceps, uma importante predadora da

Page 42: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

41

Caatinga, foi observada na mesma área onde este estudo foi realizado, coletando uma grande

diversidade de recursos, incluindo flores, frutos, sementes e artrópodes de solo (Specht, no

prelo). A grande variação sazonal, somada a ausência quase permanente de uma camada de

serrapilheira, com grau de umidade mínimo e estável, que caracteriza muitas áreas de

Caatinga, limita fortemente os sítios de nidificação e os recursos alimentares necessários para

que colônias dessas espécies possam sobreviver (Leal 2002, Leal 2003).

Da mesma forma que o índice de perturbação, a estrutura da vegetação também não

foi uma variável marcante na determinação da riqueza e da composição de espécies da

comunidade e dos grupos funcionais de formigas. Apenas as Camponotini Subordinadas

foram favorecidas pela estrutura da vegetação. Esse grupo foi representado no presente estudo

por espécies do gênero Camponotus, a maioria delas frequentemente associada à vegetação.

As espécies de Camponotus são vistas nidificando em troncos ocos e galhos secos de árvores

mortas, na serrapilheira, ou em raízes mortas (Hölldobler & Wilson 1990, Santos & Del-Claro

2002) e visitando nectários extra-florais de diversas plantas (Guimarães Jr et al. 2006). Na

área de estudo, algumas espécies foram vistas utilizando frutos de melocactos, nectários extra-

florais de algumas plantas e construindo ninhos em raízes de herbáceas. A falta de relação

entre a estrutura da vegetação e os demais grupos de formigas pode ser explicada pela mesma

razão que a falta de relação com o índice de perturbação. Como a fauna de formigas que

consegue se manter na Caatinga estaria adaptada às condições estressantes desse ecossistema,

possuindo hábitos generalistas que favorecem a sua permanência mesmo na estação seca,

quando a maioria das plantas perde suas folhas, seriam necessárias perturbações muito

intensas e/ou frequentes para provocar mudanças substanciais na estrutura do hábitat e, assim,

na fauna de formigas (Hofmman & Andersen 2003).

O efeito da estação do ano sobre a riqueza e a composição de espécies de formigas foi

muito forte, tanto analisando a comunidade como um todo, quanto investigando os grupos

Page 43: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

42

funcionais separadamente, com a estação chuvosa possuindo sempre o maior número de

espécies. Este padrão está provavelmente relacionado às condições limitantes causadas pelos

baixos índices pluviométricos que caracterizam a Caatinga, principalmente na estação seca.

Durante a estação chuvosa, com o aumento da disponibilidade de água, há um aumento da

produtividade primária (biomassa das plantas) e, consequentemente, da oferta de recursos

como frutos, sementes, néctar e exsudatos de hemípteros ligados a essa produtividade

primária (Machado et al. 1995), que são apontados como principal fator responsável pelo

aumento da diversidade das comunidades de formigas (Barrow & Parr 2008, Kaspari &

Valone 2002, Pfeiffer et al. 2003). Além disso, há também um aumento na espessura da

serapilheira, proporcionando maior abundância de artrópodes de solo (Vasconcellos et al.

2010), presas de muitas espécies de formigas (Holldobler & Wilson 1990). Esse resultado

também é observado em outros estudos realizados em ambientes semi-áridos que apontam

para um aumento na diversidade de espécies de formigas na estação chuvosa (Reddy &

Venkataiah 1990, Lindsey & Skinner 2001, Bestelmeyer & Wiens 2001).

O tipo de solo foi outro fator importante da determinação da riqueza e composição de

espécies da comunidade e dos grupos funcionais. Os regossolos apresentaram maior riqueza

de espécies de formigas e favoreceram a maioria dos grupos funcionais. Esse tipo de solo é

considerado mais profundo e bem drenado quando comparado aos demais solos da Caatinga

(Santos et al. 1992), facilitando a nidificação das espécies de formigas que constroem seus

ninhos no solo como sugerido por Leal (2003). As espécies que constroem ninhos no solo

foram predominantes nesse estudo, com exceção de duas espécies de Pseudomyrmex (P.

gracilis e P. elongatus), as espécies do gênero Cephalotes e algumas espécies de

Camponotus. Como a Caatinga está estabelecida sobre um mosaico edáfico muito

diversificado, as diferentes propriedades físicas e químicas dos diferentes solos são muito

importantes na determinação das espécies que se estabelecem numa área, sendo

Page 44: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

43

frequentemente relatada uma influência do tipo de solo sobre a vegetação (Silva et al. 2003,

Rodal 1992) e, assim, afetando também grupos animais como os coleópteros (Ianuzzi et al.

2003) e as formigas (Leal 2003), ainda que, nesse estudo, nós não tenhamos observado uma

grande importância da estrutura da vegetação sobre a comunidade de formigas.

Em síntese, nossos resultados indicam que a fauna de formigas da Caatinga é bastante

resiliente quanto a modificações na estrutura do habitat, sejam elas medidas pelo índice de

perturbação antrópica ou pelo grau de complexidade da vegetação. Por outro lado, a estação

do ano foi o fator mais importante para determinar a riqueza e a composição de espécies da

comunidade como um todo e dos grupos funcionais de formiga. Entretanto, vale ressaltar,

também, o papel do solo como um determinante importante da composição de espécies de

formigas, visto que a Caatinga é formada por um mosaico de solos, mesmo quando analisada

em escalas espaciais pequenas, como foi o caso do município de Parnamirim (Santos et al.

1992). Dessa forma, sinalizamos para a inclusão do tipo de solo nos futuros estudos com

comunidades de formigas na Caatinga para aumentar a generalidade do padrão aqui

observado.

AGRADECIMENTOS

Somos gratos à Fundação de Amparo à Pesquisa de Pernambuco pelo financiamento

do projeto (APQ-0140-2.05/08), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico pelo financiamento do projeto (Edital Universal 477290/2009-4), pela bolsa de

mestrado a FMPO e pela bolsa de produtividade a IRL, ao Centro de Pesquisas Ambientais do

Nordeste pelo apoio logístico e à Estação de Agricultura Irrigada de Parnamirim (Pernambuco

- Brasil) pela estadia. Agradecemos também ao Dr. Jacques Delabie pela ajuda na

identificação das formigas.

Page 45: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alonso L E (2000) Ants as indicator diversity, p.80-88. In Agosti D, Majer J D, Alonso L E,

Schultz T R (eds) Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity.

Washington and London, Smithsonian Inst. Press.

Alonso L E, Agosti D (2000) Biodiversity studies, monitoring, and ants. An overwiew, p.1-8.

In Agosti D, Majer J D, Alonso L E, Schultz T R (eds) Ants standard methods for measuring

and monitoring biodiversity. Washington and London, Smithsonian Inst. Press.

Andersen A N (1995) A classification of Australian communities, based on functional groups

which parallel plant life-forms in relation to stress and disturbance. Journal of biogeography,

22: 15-29.

Andersen, A N (2000) Global ecology of rainforest ants - functional groups in relations to

environmental stress and disturbance, p.25-34. In Agosti D, Majer J D, Alonso L E, Schultz T

R (eds) Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington and

London, Smithsonian Inst. Press.

Andersen A N, Fisher A, Hoffman B D, Read J L, Richards R (2004) Use of terrestrial

invertebrates for biodiversity monitoring in Australian rangelands, with particular reference to

ants. Austral Ecology 29: 87-92.

Andersen A N, Hertog T, Woinarski J C Z (2006) Long-term fire exclusion and ant

community structure in an Australian tropical savanna: congruence with vegetation

succession. Journal of Biogeography 33, 823-32.

Andrade-Lima D (1981) The Caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica 4: 149-163.

Arcila A M, Lozano-Zambrano F H (2003) Hormigas como herramienta para la bioindicación

y el monitoreo, p.159-168. In Fernandez F. Introducción a las Hormigas de la región

Neotropical. Colômbia. Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von

Humboldt.

Page 46: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

45

Arnan X, Rodrigo A, Retana J (2006) Post-fire recovery of Mediterranean ground ant

communities follows vegetation and dryness gradients. Journal of Biogeography 33: 1246–

1258.

Barrow L, Parr C L (2008) A preliminary investigation of temporal patterns in semiarid ant

communities: Variation with habitat type. Austral Ecology 33: 653–662.

Bestelmeyer B T, Agosti D, Alonso L E, Brandão C R, Brown W L JR, Delabie J C H,

Silvestre R (2000) Field Techniques for the Study of Ground-Dwelling Ants: An Overview,

Description, and Evaluation, p.122-144. In Agosti D, Majer J D, Alonso L E, Schultz T R

(eds) Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington and

London, Smithsonian Inst. Press.

Bestelmeyer B T, Wiens J A (2001) Ant biodiversity in semiarid landscape mosaics: The

consequences of grazing vs. natural heterogeneity. Ecological Application 11: 1123-1140.

Bisevac L, Majer J D (1999) Comparative study of ant communities of rehabilitated mineral

sand mines and heath land, Western Australia. Restoration Ecology 7: 117–26.

Bolton B (1994) Identification Guide to Ant Genera of the World. Harvard University

Press, Cambridge, 222p.

Brown J H, Whitham T G, Ernest S K M, Gehring C A (2001) Complex species interactions

and the dynamics of ecological systems: Long-term experiments. Science 293: 643-650.

Clarke K R, Gorley R N (2001) PRIMER v5: User Manua/Tutorial. Primer-e, Plymouth

Marine Laboratory, Plymouth, UK.

Corrêa M M, Fernandes W D, Leal I R (2006) Diversidade de formigas epigéicas

(Hymenoptera: Formicidae) em capões do Pantanal Sul Matogrossense: relações entre riqueza

de espécies e complexidade estrutural da área. Neotropical Entomology 35: 724-730.

Page 47: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

46

CPRM – Serviço Geológico do Brasil. (2005) Projeto cadastro de fontes de abastecimento por

água subterrânea. Diagnóstico do município de Parnamirim, Estado de Pernambuco. Recife,

CPRM/PRODEEM.

Creed J C (2006) Perturbações em comunidades biológicas, p. 357-384. In Rocha C F D,

Bergalo H G, Van Sluys M, Alves M A S (eds.) Biologia da Conservação – Essências. Rima

Editora, São Carlos.

Delabie J C H, Agosti D, Nascimento I D (2000) Litter ant communities of the Brazilian

Atlantic rain Forest region, p.1-18. In Agosti D, Majer J D, Alonso L, Schultz T (eds)

Sampling Ground-dwelling Ants: Case Studies from the World's Rain Forests. Perth,

Australia. Curtin University School of Environmental Biology Bulletin.

Dunn R R (2004) Managing the tropical landscape: a comparison of the effects of logging and

forest conversion to agriculture on ants, birds and Lepidoptera. Forest Ecology and

Management 191: 215–24.

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) (2001) Mapa exploratório de

solos do município de Parnamirim, PE. Embrapa solos UEP Recife, Recife.

Folgarait P J (1998) Ant biodiversity and its relationship to ecosystem functioning: a review.

Biodiversity and Conservation 7: 1221-1244.

Fowler H G, Forti L C, Brandão C R F, Delabie J H C, Vasconcelos H L (1991) Ecologia

nutricional de formigas, p.131-223. In Panizzi A R, Parra J R P (eds), Ecologia Nutricional de

insetos e suas implicações no manejo de pragas. Manole, São Paulo, 359p.

Guimarães P R, Raimundo R L G, Bottcher C, Silva R R, Trigo J R (2006) Extrafloral

nectaries as a deterrent mechanism against seed predators in the chemically protected

weed Crotalaria pallida (Leguminosae). Austral Ecology 31: 776–782

Holldobler B, Wilson B (1990) The Ants. Cambridge, Massachusetts: Belknap Press. 732p.

Page 48: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

47

Hoffman B D, Andersen A N (2003) Responses of ants to disturbance in Austrália, with

particular reference to functional groups. Austral Ecolgy 28: 444-464.

Iannuzzi L, Maia A C D, Nobre C E B, Suzuki D K, Muniz F J A (2003) Padrões locais de

diversidade de Coleoptera (Insecta) em vegetação de caatinga. In Leal I R, Tabarelli M, Silva

J M C (eds) Ecologia e Conservação da Caatinga. 1ª Ed. Recife. Ed. Universitária da UFPE.

804p.

IBGE (1985) Atlas Nacional do Brasil: Região Nordeste. IBGE, Rio de Janeiro.

Kaspari M, Majer J D (2000) Using ants to monitor environmental change, p.89-98. In Agosti

D, Majer J D, Alonso L E, Schultz T R (eds) Ants standard methods for measuring and

monitoring biodiversity. Washington and London, Smithsonian Inst. Press.

Kaspari M, Valone T J (2002) On ectotherm abundance in a seasonal environment – Studies

of a desert ant assemblage. Ecology 83: 2991-2996.

King J R, Andersen A N, Cutter A D (1998) Ants as bioindicators of habitat disturbance:

Validation of the functional group model for Australia’s humid tropics. Biodiversity and

Conservation 7: 1627–1638.

Kremen C (1992) Assessing the indicator properties of species assemblages for natural area

monotoring. Ecological applications 2: 203-217.

Lamb D, Erskine P D, Parrotta J A (2005) Restoration of Degraded Tropical Forest

Landscapes. Science 310: 1628-1632.

Lawton J H, Bignell D E, Bolton G F, Bloemers G F, Eggleton P, Hammond P M, Hodda M,

Holt R D, Larsen T B, Mawdsley N A, Stork N E, Srivastava D S, Watt A D (1998)

Biodiversity inventories, indicator taxa and effects of "habitat" modification in tropical

forests. Nature 391: 72-75.

Page 49: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

48

Leal I R (2002) Diversidade de formigas do Estado de Pernambuco, p.483-493. In Silva J M

C, Tabarelli M (Org.) Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. 1 ed. Recife: Editora

Universitária da UFPE.

Leal I R (2003) Diversidade de formigas em diferentes unidades de paisagem da Caatinga. In

Leal I R, Tabarelli M, Silva J M C (eds) Ecologia e Conservação da Caatinga. 1ª Ed. Recife.

Ed. Universitária da UFPE. 804p.

Leal I R, Oliveira P S (1995) Behavioral ecology of the neotropical termite hunting ant

Pachycondyla (=Termitopone) marginata: colony founding, group-raiding and migratory

patterns, Behavioral Ecology and Sociobiology, 37: 373–383.

Lindsey P A, Skinner J D (2001) Ant composition and activity patterns as determined by

pitfall trapping and other methods in three habitats in the semi-arid Karoo. Journal of Arid

Environments 48: 551–568.

Longino J T (2000) What to do with the data. In Agosti D, Majer J D, Alonso L E, Schultz T

R (eds.) Ants standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington and

London: Smithsonian Inst. Press, cap. 13: 186-203.

Magurran A (2004) Measuring Biological Diversity. Oxford: Blackwell Publishing. 256p.

Majer J D, Day J E, Kabay E D, Perriman W S (1984) Recolonization by ants in bauxite

mines rehabilitated by a number of different methods. Journal of Applied Ecology, 21: 355-

75.

Majer J D, Delabie J H C, McKenzie N L (1997) Ant litter fauna of forest, forest edges and

adjacent grassland in the Atlantic rain forest region of Bahia, Brazil. Insectes Sociaux 44:

255–66.

Martorell C, Peters M E (2005) The measurement of chronic disturbance and its effects on the

threatened cactus Mammillaria pectinifera. Biological Conservation 124:199–207.

Page 50: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

49

McCullagh P, Nelder J A (1989) Generalized Linear Models, 2nd ed. London, Chapman and

Hall

McCune B, Grace J B (2002) Analysis of ecological communities. Oregon, USA, MJM Press.

McCune B, Mefford M J (1999) PC-ORD. Multivariate analysis of ecological data Version 4.,

Gleneden Beach, Oregon, USA, MJM Software.

MMA (Ministério do Meio Ambiente) (2010) Monitoramento do desmatamento nos biomas

brasileiros por satélite: Monitoramento do Bioma Caatinga. Brasília: MMA/CSR. 12 p.

Moura F M S, Vasconcellos A, Araújo V F P, Bandeira A G (2006) Seasonality in foraging

behaviour of Constrictotermes cyphergaster (Termitidae, Nasutitermitinae) in the Caatinga of

Northeastern Brazil. Insecets Sociaux, 53: 472-479.

Nakamura A, Catterall C P, House A P N, Kitching R L, Burwell C J (2007) The use of ants

and other soil and litter arthropods as bio-indicators of the impacts of rainforest clearing and

subsequent land use. Journal of Insect Conservation 11: 177–86.

Parr C L, Andersen, A.N. (2008) Fire resilience of ant assemblages in long-unburnt savanna

of northern Australia. Austral Ecology 33: 830–838.

Parr C L, Robertson, H.G., Biggs, H.C., and Chown, S.L. (2004) Response of African

savanna ants to long-term fire regimes. Journal of Applied Ecology 41: 630–42.

Pennington R T, Prado D E, Pendry C A (2000) Neotropical seasonally dry forests and

Quaternary vegetation changes. J Biogeogr 27: 261-273

Pennington R T, Lewis G P, Ratter J A (2006) An overview of the plant diversity,

biogeography and conservation of Neotropical Savannas and Seasonally Dry Forests. In

Pennington R T, Lewis G P, Ratter J A. Neotropical savannas and seasonally dry forests:

plant diversity, biogeography, and conservation. CRC Press.

Page 51: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

50

Pfeiffer M, Chimedregzen L, Ulykpan K (2003) Community organization and species

richness of ants (Hymenoptera/Formicidae) in Mongolia along an ecological gradient from

steppe to Gobi desert. Journal of Biogeography 30: 1921–1935.

Philpott S M, Perfecto I, Armbrecht I, Parr C L (2010) Ant diversity and function in disturbed

and changing habitats, p.137-156. In Lach L, Parr C, Abbott K (eds) Ant Ecology. Oxford

University Press, Oxford, UK.

Pianka E (1966) Latitudinal Gradients in species diversity: A review of concepts. American

naturalist 100: 33-49.

Quinet Y P, Tavares A A (2005) Formigas (Hymenoptera:Formicidae) da área Reserva Serra

das Almas, Ceará, p.329-349. In Araujo F S, Rodal M J N, Barbosa M J N (eds) Análise das

variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga. Brasilia. MMA.

Reddy M V, Venkataiah B (1990) Seasonal abundance of soil-surface arthropods in relation

to some meteorological and edaphic variables of the grassland and tree-planted areas in a

tropical semi-arid savanna. International Journal of Biometeorology 34: 49–59.

Ribas C R, Schoereder J H (2007) Ant communities, environmental characteristics and their

implications for conservation in the Brazilian Pantanal. Biodiversity Conservation 16: 1511–

1520.

Rodal M J N, Sampaio E V S, Figueiredo M A (1992) Manual sobre métodos de estudo

forístico e ftossociológico - ecossistema Caatinga, Sociedade Botânica do Brasil, Brasília.

Sampaio E V S B (1995) Overview of the Brazilian Caatinga, p.35-63. In Bullock S H,

Mooney H A, Medina E (orgs) Seasonally dry tropical forests, Cambridge, England,

Cambridge University Press.

Santos M F A V, Ribeiro M R, Sampaio E V S B (1992) Semelhanças vegetacionais em sete

solos da Caatinga. Pesq Agropec Bras 27: 305-314.

Page 52: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

51

Santis J C, Del-Claro K (2202) As formigas tecelãs do Cerrado. Ciência Hoje, Brasil, v. 32, n.

188: 68-71.

Silva R A, Santos A M M, Tabarelli M. (2003) Riqueza e diversidade de plantas em cinco

unidades de paisagem da Caatinga. In Leal I R, Tabarelli M, Silva J M C (eds) Ecologia e

Conservação da Caatinga. 1ª Ed. Recife. Ed. Universitária da UFPE. 804p.

Silva R R, Brandão C R F, Silvestre R (2004) Similarity Between Cerrado Localities in

Central and Southeastern Brazil Based on the Dry Season Bait Visitors Ant Fauna. Studies on

Neotropical Fauna and Environment 39: 191–199.

Silva P S D, Bieber A G D, Leal I R, Wirth R, Tabarelli M (2009) Decreasing abundance of

leaf-cutting ants across a chronosequence of advancing Atlantic forest regeneration. Journal

of Tropical Ecology 25: 223-227.

Specht, J S (no prelo) Padrões de nidificação de Dinoponera quadriceps em diferentes habitats

na Caatinga. Pernambuco. In: Leal I R, Almeida, W R, Aguiar-Neto, A (Orgs.). Ecologia da

Caatinga: curso de campo 2010. Recife, Editora Universitária da UFPE.

StatSoft Inc (2007) STATISTICA (data analysis software system), version 8.0.

www.statsoft.com.

Tavares A A (2002) Estimativas da diversidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) de

serrapilheira em quatro remanescentes de floresta ombrófila densa e uma restinga no Estado

de São Paulo, Brasil. Tese (Doutorado em Ciências – Área Entomologia) - Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto. 146p.

Vanderwoude C, Andersen A N, House A P N (1997) Ant communities as bio-indicators in

relation to fire management of spotted gum (Eucalyptus maculata Hook.) forests in southeast

Queensland. Mem. Mus. Vict. 56: 671–675.

Vasconcelos H L (1999) Effects of forest disturbance on the structure of ground-foraging ant

communities in central Amazonia. Biodiversity and Conservation 8: 409–420.

Page 53: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

52

Vasconcelos H L, Delabie J H C (2000) Ground ant communities from central Amazonian

forest fragments, p.59-79. In Agosti D, Majer J D, Alonso L, Schultz T (eds) Sampling

Ground-dwelling Ants: Case Studies from the World's Rain Forests. Perth, Australia. Curtin

University School of Environmental Biology Bulletin 18.

Vasconcelos H L, Vilhena J M S, Facure K G, Albernaz A L K M (2009) Patterns of ant

species diversity and turnover across 2000 km of Amazonian floodplain forest. Journal of

Biogeography, online first.

Vasconcellos A, Andreazze R, Almeida A M, Araújo H F P, Oliveira E S, Oliveira U (2010)

Seasonality of insects in the semi-arid Caatinga of northeastern Brazil. Revista Brasileira de

Entomologia, 54: 471-476.

Watt A D (1998) Measuring disturbance in tropical forests: a critique of the use of species-

abundance models and indicator measures in general. Journal of Applied Ecology 35: 467–

469.

Wilson E O (1976) Which are the most prevalent ant genera? Studia Entomologica 19: 187-

200.

Wilson E O (1997) A situação atual da diversidade ecológica, p.3-24. In Wilson E O, Petter F

M (eds) Biodiversidade. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 657p.

Page 54: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

53

Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorrem durante a estação seca

e chuvosa no município de Parnamirim, Pernambuco, Brasil. As espécies foram enquadradas

na classificação de grupos funcionais de Andersen (1995).

Subfamília Nº Parcelas

(Chuvosa)

Nº Parcelas

(Seca) Grupo Funcional

Dolichoderinae

Dorymyrmex spurius 9 2 Oportunista

Dorymyrmex thoracicus 8 2 Dolichoderinae Dominante

Forelius pusillus 21 13 Dolichoderinae Dominante

Ectatomminae

Ectatomma muticum 16 16 Oportunista

Gnamptogenys moelleri 5 3 Oportunista

Gnamptogenys sulcata 2 0 Oportunista

Ecitoninae

Eciton sp1 0 1 Especialista em Clima Tropical

Neivamyrmex carettei 1 1 Especialista em Clima Tropical

Neivamyrmex orthonotus 3 3 Especialista em Clima Tropical

Neivamyrmex sp1 0 2 Especialista em Clima Tropical

Formicinae

Brachymyrmex patagonicus 16 6 Oportunista

Brachymyrmex sp1 0 2 Oportunista

Camponotus sp1 29 18 Camponotini Subordinada

Camponotus p2 27 25 Camponotini Subordinada

Camponotus sp3 0 5 Camponotini Subordinada

Camponotus sp4 prox. balzani 5 2 Camponotini Subordinada

Page 55: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

54

Camponotus atriceps 4 4 Camponotini Subordinada

Camponotus blandus 18 6 Camponotini Subordinada

Camponotus cingulatus 3 6 Camponotini Subordinada

Camponotus crassus 30 27 Camponotini Subordinada

Camponotus melanoticus 1 1 Camponotini Subordinada

Myrmicinae

Acromyrmex rugosus 5 11 Especialista em Clima Tropical

Cephalotes clypeatus 10 1 Especialista em Clima Tropical

Cephalotes depressus 0 1 Especialista em Clima Tropical

Cephalotes pavonii 8 0 Especialista em Clima Tropical

Cephalotes pinelii 2 1 Especialista em Clima Tropical

Cephalotes pusillus 0 1 Especialista em Clima Tropical

Crematogaster sp1 8 1 Myrmicinae Generalizada

Crematogaster crinosa 0 1 Myrmicinae Generalizada

Crematogaster victima 19 8 Myrmicinae Generalizada

Cyphomyrmex transversus 13 10 Especialista em Clima Tropical

Monomarium floricola 1 0 Myrmicinae Generalizada

Nesomyrmex itinerans 2 0 Especialista em Clima Tropical

Pheidole diligens 26 17 Myrmicinae Generalizada

Pheidole obscurithorax 0 1 Myrmicinae Generalizada

Pheidole radoskowskii 30 28 Myrmicinae Generalizada

Pheidole valifica 15 1 Myrmicinae Generalizada

Pheidole sp1 grupo diligens 1 0 Myrmicinae Generalizada

Pheidole sp2 grupo flavens 1 0 Myrmicinae Generalizada

Pheidole sp3 prox. jelskii 18 13 Myrmicinae Generalizada

Page 56: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

55

Pheidole sp4 prox. scolioceps 0 1 Myrmicinae Generalizada

Solenopsis geminata 8 0 Espécie Críptica

Solenopsis globularia 29 23 Espécie Críptica

Solenopsis tridens 18 8 Espécie Críptica

Ponerinae

Dinoponera quadríceps 22 23 Predadora Especialista

Odontomachus bauri 0 2 Predadora Especialista

Platythyrea sp1 0 1 Predadora Especialista

Thaumatomyrmex mutilatus 3 0 Espécie Críptica

Pseudomyrmecinae

Pseudomyrmex elongatus 0 1 Especialista em Clima Tropical

Pseudomyrmex gracillis 7 3 Especialista em Clima Tropical

Pseudomyrmex termitarius 6 3 Especialista em Clima Tropical

Page 57: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

57

Tabela 2. Resultados dos Modelos Lineares Gerais (GLM) demonstrando os efeitos do índice de perturbação, da estrutura da vegetação, do tipo

de solo e da sazonalidade sobre a riqueza total de espécies de formigas e abundância de cada grupo funcional em áreas de Caatinga do município

de Parnamirim, Pernambuco, Brasil. Valores em negrito implicam em efeito significativo (p ≤ 0,05)

Variáveis explanatórias (valores-P)

Variável dependente Índice de

Perturbação

Estrutura da

Vegetação

Tipo de

Solo

Sazonalidade

Modelo

Completo

R2

(%)

Riqueza de formigas 0,602 0,683 < 0,001 < 0,001 < 0,001 54,21

Abundância

Especialista em Clima Tropical 0,475 0,554 0,111 0,762 0,035 12,02

Oportunistas 0,004 0,450 < 0,001 0,086 < 0,001 67,64

Camponotini Subordinada 0,436 0,048 0,109 < 0,001 < 0,001 50,51

Myrmicinae Generalizada 0,441 0,098 0,013 0,001 < 0,001 36,90

Predadora Especialista 0,085 0,514 0,003 0,860 0,003 21,04

Dolichoderinae Dominante 0,961 0,175 < 0,001 0,005 < 0,001 35,34

Espécies Crípticas 0,432 0,089 0,449 < 0,001 < 0,001 50,08

Page 58: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

58

Legendas das figuras

Figura 1. Riqueza de espécies de formigas em relação ao tipo de solo (a) e estação do ano (b).

BNC = Bruno não cálcico, RE = Regossolo.

Figura 2. Abundância de Oportunistas em relação ao índice de perturbação (a) e tipo de solo

(b), abundância de Camponotini Subordinadas em relação à estrutura da vegetação (c) e

estação do ano (d), abundância de Myrmicinae Generalizadas em relação à estação do ano (e)

e tipo de solo (f), abundância de Dolichoderinae Dominantes em relação à estação do ano (g)

e tipo de solo (h), abundância de Espécies Crípticas em relação à estação do ano (i), e

abundância de Predadoras Especialistas em relação ao tipo de solo (j). BNC = Bruno não

Cálcico, RE = Regossolo.

Figura 3. Ordenação através de escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) das

parcelas usando (a) composição de espécies e (b) grupos funcionais. A ordenação foi baseada

em matrizes de similaridade de Bray-Curtis utilizando dados de freqüência de ocorrência das

espécies. Círculos correspondem às parcelas com solo bruno-não-cálcico e triângulos

correspondem às parcelas com o solo regossolo. Círculos e triângulos preenchidos indicam as

parcelas na estação chuvosa, enquanto os não preenchidos indicam as parcelas na estação

seca.

Page 59: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

59

Figura 1

(a)

Tipo de Solo

BNC RE

Riq

uez

a d

e fo

rmig

as

0

5

10

15

20

25 P < 0,001

(b)

Estação

chuvosa seca

Riq

ueza

de fo

rmig

as

0

5

10

15

20

25

P < 0,001

Page 60: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

60

Índice de Perturbação

0 20 40 60 80 100 120

Ab

und

ânci

a de

Opo

rtu

nist

as

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25R2 = 0,29P < 0,001

Tipo de solo

BNC RE

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25 P < 0,001

Estrutura da Vegetação

0 20 40 60 80 100 120

Ab

und

ânci

a d

e C

ampo

not

ini S

ubo

rdin

adas

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0R2 = 0,08P = 0,048

Estação

chuvosa seca0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

P < 0,001

Estação

chuvosa seca

Abundânci

a de

Myr

mic

inae G

ener

aliz

adas

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6P < 0,001

Tipo de solo

BNC RE0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

P = 0,013

(c) (d)

(b) (a)

(e) (f)

Page 61: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

61

Estação

chuvosa seca

Abu

ndâ

nci

a d

e D

olic

hod

erin

ae D

omin

ante

s

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

P = 0,005

Tipo de solo

BNC RE

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

P = 0,001

Estação

chuvosa seca

Abu

ndâ

ncia

de

Esp

écie

s C

rípt

icas

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

P < 0,001

Tipo de solo

BNC RE

Abu

ndân

cia

de

Pre

dad

oras

Esp

ecia

lista

s

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30P = 0,003

Figura 2

(g) (h)

(i) (j)

Page 62: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

Figura 3

62

Page 63: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

63

Anexo Instruções aos autores Política editorial

A Neotropical Entomology publica artigos originais e que representem contribuição significativa ao conhecimento da Entomologia, desde que não estejam publicados ou submetidos a outra revista. Os artigos devem ter caráter científico. Trabalhos de cunho tecnológico como aqueles envolvendo apenas bioensaios de eficácia de métodos de controle de insetos e ácaros não são considerados para publicação. Os manuscritos são analisados por revisores ad hoc e a decisão de aceite para publicação pauta-se nas recomendações dos editores adjuntos e revisores ad hoc.

Seções

"Fórum", "Ecologia, Comportamento e Bionomia", "Sistemática, Morfologia e Fisiologia", "Controle Biológico", "Manejo de pragas", "Acarologia", "Saúde Pública" e "Notas Científicas".

Idiomas

Os manuscritos devem estar ser escritos na língua inglesa.

Formatos aceitos

São publicados artigos científicos completos, notas científicas e revisões (Fórum).

Submissão

Deve ser feita por meio eletrônico através de formulário disponível em http://submission.scielo.br/index.php/ne/about. O manual do usuário do sistema está disponível em http://seb.org.br/downloads/Guia_submission_20070606.pdf.

Forma e preparação do manuscrito

O artigo (texto e tabelas) deve ser submetido em formato doc. Configure o papel para tamanho A4, com margens de 2,5 cm e linhas e páginas numeradas sequencialmente ao longo de todo o documento. Utilize fonte Times New Roman tamanho 12 e espaçamento duplo.

Página de rosto. No canto superior direito, escreva o nome completo e o endereço (postal e eletrônico) do autor responsável pelo artigo. O título do artigo deve aparecer no centro da página, com iniciais maiúsculas (exceto preposições, conjunções e artigos). Nomes científicos no título devem ser seguidos pelo nome do classificador (sem o ano) e pela ordem e família entre parênteses. Abaixo do título e também centralizado, liste os nomes dos autores usando apenas o primeiro nome e o sobrenome de cada autor por extenso, em maiúsculas pequenas (versalete). A seguir, liste as instituições dos autores, com endereço postal e endereço eletrônico, com chamada numérica se houver mais de um endereço.

Página 2. Abstract. Escreva ABSTRACT, seguido de hífen, continuando com o texto em parágrafo único e, no máximo, 250 palavras. Pule uma linha e mencione o termo KEY

Page 64: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

64

WORDS em maiúsculas. Use de três a cinco termos separados por vírgulas e diferentes das palavras que aparecem no título do trabalho.

Elementos Textuais

Introdução. Não deve apresentar o subtítulo "Introduction". Deve contextualizar claramente o problema investigado e trazer a hipótese científica que está sendo testada, bem como os objetivos do trabalho.

Material and Methods devem conter informações suficientes para que o trabalho possa ser repetido. Inclua o delineamento estatístico e, se aplicável, o nome do programa utilizado para as análises.

Results and Discussion podem aparecer agrupados ou em seções separadas. Em Resultados, os valores das médias devem ser acompanhados de erro padrão da média e do número de observações, usando para as médias uma casa decimal e, para o erro padrão, duas casas. As conclusões devem estar contidas no texto final da discussão.

Acknowledgments. O texto deve ser breve, iniciando pelos agradecimentos a pessoas e depois a instituições apoiadoras e agências de fomento.

References. Sob esse título, disponha as referências bibliográficas em ordem alfabética, uma por parágrafo, sem espaços entre estes. Cite os autores pelo sobrenome (apenas a inicial maiúscula) seguido das iniciais do nome e sobrenome sem pontos. Separe os nomes dos autores com vírgulas. Em seguida inclua o ano da referência entre parênteses. Abrevie os títulos das fontes bibliográficas, sempre iniciando com letras maiúsculas, sem pontos. Utilize as abreviaturas de periódicos de acordo com BIOSIS Serial Sources (www.library.uiuc.edu/biotech/jabbrev.html#abbrev ou http://www.library.uq.edu.au/faq s/endnote/biosciences.txt). Os títulos nacionais deverão ser abreviados conforme indicado no respectivo periódico. Evite citar dissertações, teses, revistas de divulgação. Não cite documentos de circulação restrita (boletins internos, relatórios de pesquisa, etc), monografias, pesquisa em andamento e resumos de encontros científicos.

Exemplos:

Suzuki K M, Almeida S A, Sodré L M K, Pascual A N T, Sofia S H (2006) Genetic similarity among male bees of Euglossa truncata Rebelo & Moure (Hymenoptera: Apidae). Neotrop Entomol 35: 477-482.

Malavasi A, Zucchi R A (2000) Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto, Holos Editora, 327p.

Oliveira-Filho A T, Ratter J T (2002) Vegetation physiognomies and woody flora of the cerrado biome, p.91-120. In Oliveira P S, Marquis R J (eds) The cerrados of Brazil: ecology and natural history of a Neotropical savanna. New York, Columbia University Press, 398p.

Tabelas. Devem ser inseridas no texto após as Referências. Coloque uma tabela por página, numerada com algarismo arábico seguido de ponto final. As notas de rodapé devem ter chamada numérica. Na chamada de texto, use a palavra por extenso (ex.: Tabela 1). Exemplo de título:

Page 65: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

65

Tabela 1 Mean (± SE) duration and survivorship of larvae and pupae of Cirrospilus neotropicus reared on Phyllocnistis citrella larvae. Temp.: 25 ± 1ºC, RH: 70% and photophase: 14h.

Figuras. Após as tabelas, coloque a lista de legendas das figuras. Use a abreviação "Fig no título e na chamada de texto (ex.: Fig 1)". As figuras devem estar no formato jpg, gif ou eps e devem ser originais ou com alta resolução e devem ser enviadas em arquivos individuais. Gráficos devem estar, preferencialmente, em Excell. Exemplo de título:

Fig 1 Populacional distribution of Mahanarva fimbriolata in São Carlos, SP, 2002 to 2005.

Citações no texto

Nomes científicos. Escreva os nomes científicos por extenso, seguidos do autor descritor, para insetos e ácaros, quando mencionados pela primeira vez no Abstract e no corpo do trabalho. Ex.: Spodoptera frugiperda (J. E. Smith). No restante do trabalho use o nome genérico abreviado (Ex.: S. frugiperda), exceto nas legendas das figuras e cabeçalhos das tabelas onde deve ser grafado por extenso.

Fontes de consulta. As referências no texto devem ser mencionadas com o sobrenome do autor, com inicial maiúscula, seguido pelo ano da publicação (ex.: Martins 1998). No caso de mais de uma publicação, ordene-as pelo ano de publicação, separando-as com vírgulas (ex.: Martins 1998, Garcia 2003, 2005, Wilson 2008). Para dois autores, use o símbolo "&" (ex.: Martins & Gomes 2004). Para mais de dois autores, utilize "et al" (em itálico) (ex.: Avila et al 2009).

Notas Científicas

Registros de ocorrência e de interações tróficas ou novos métodos para estudo de insetos ou ácaros podem ser submetidos como nota científica. As instruções são as mesmas dos artigos completos. Entretanto, a Introdução, Material e Métodos e Resultados e Discussão devem ser escritos em texto corrido, sem subtítulos. Os resumos (em inglês e português/espanhol) devem ter até 100 palavras cada e o texto, no máximo 1.000 palavras. Quando estritamente necessário, podem ser incluídas figuras ou tabelas, observando-se o limite de duas figuras ou tabelas por trabalho.

A publicação de registro de nova praga introduzida no Brasil precisa estar de acordo com a Portaria Interministerial 290, de 15/abril/1996, disponível em http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=883.

Revisões (Fórum)

Revisões extensivas ou artigos sobre tópicos atuais em Entomologia são publicados nesta seção. Artigos controversos são bem-vindos, porém o texto deve explicitar as opiniões controvertidas e referir a versão comumente aceita. A Neotropical Entomology e seu Corpo Editorial não se responsabilizam pelas opiniões emitidas nesta seção. Artigos para esta seção devem estar obrigatoriamente em língua inglesa.

Taxa de Impressão

A taxa de impressão é de R$ 42,00 (quarenta e dois reais) por página impressa de artigos cujo primeiro autor seja sócio regular da SEB e R$ 72,00 (setenta e dois reais) para não sócios. Figuras coloridas devem ser inseridas quando estritamente necessárias. Serão cobrados R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) por página colorida para sócios e R$

Page 66: INFLUÊNCIA DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A … · LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de formigas e número de parcelas em que ocorreram durante a estação seca e chuvosa

66

180,00 (cento e oitenta reais) para não sócios. Não serão fornecidas separatas. Os artigos publicados estão disponíveis para consulta e download gratuitos no site da Scielo (www.scielo.br/ne).

Informações

Fernando L. Cônsoli ESALQ/USP - Entomologia Av. Pádua Dias, 11 13418-900 - Piracicaba - SP - Brasil Tel.: 55 (19) 3429 4199 E-mail: [email protected]