indÚstrias primitivas no ensino de historia: … · 1960, ocorre o “milagre japonês” e a...

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1

INDÚSTRIAS PRIMITIVAS NO ENSINO DE HISTORIA: REVOLUÇÃO

INDUSTRIAL E CONSEQUÊNCIAS NO INTERIOR DO PARANA.

Carlos Joel Pavoski

Professor participante do PDE, área de Historia

da Rede Estadual de Ensino do Estado do

Paraná.

Jonathan de Oliveira Molar

Professor orientador PDE – Universidade

Estadual d Ponta Grossa – UEPG.

RESUMO

A evolução do homem e a sua saga pela sabedoria, fez com que ele provocasse uma avalanche

de transformações das mais variadas formas e setores da sociedade: sociais, econômicas,

políticas, religiosas, etc. Por serem motivos relevantes, é que acabei escolhendo um “tema”

que é a espinha dorsal da formação da humanidade moderna, que faz parte da Revolução

Industrial fonte inesgotável de pesquisa. A pesquisa desse artigo foi desenvolvida no Colégio

Estadual Duque de Caxias – EFM, Antonio Olinto, que nos permitiu inserir nossos alunos e

familiares na historia, através de pesquisas bibliográficas, pesquisas de campo, pratica de

causa, mostra que é de fundamental importância o estudo extra-sala de aula, não só em

Historia, mas em todas as disciplinas. O “tema” Indústrias Primitivas - Revolução e

Conseqüências nos remetem à vivência de nossos alunos e familiares assim como de toda a

sociedade. Para que isso aconteça a metodologia utilizada foi a de levantamentos de objetos,

maquinas, industrias(primitivas), equipamentos, fotos, visitas à propriedades, industrias,

ferrovias e trabalhos feitos pelos alunos mostrando o que conseguiram absorver de

conhecimento nessas pesquisas. Trabalhamos a Revolução Industrial com os alunos do

ensino médio a partir de uma perspectiva, interdisciplinar, pluralista e integrada, que pode ser

aplicada e enriquecida no trabalho a ser desenvolvido a partir de programas que articulem o

histórico científico, o social e o pedagógico. Devemos buscar a participação e a interação

social de nossos alunos, a partir de sua inserção em grupos dentro do estudo da Revolução

Industrial, alem do desenvolver a formação de seu caráter pessoal, consciente e critico.

Apresentar interação entre nossos alunos e conhecimento pelos professores das mais diversas

áreas.

“PALAVRAS-CHAVE”: Evolução; família; humanidade; alunos; Revolução Industrial;

Pesquisas.

ABSTRACT

2

The evolution of man and his quest for wisdom, caused him to provoke an avalanche of

transformations of various forms and sectors of society: social, economic, political, religious,

etc.. Because they are important reasons is that I ended up choosing a "theme" that is the

backbone of the formation of modern humanity, which is part of the Industrial Revolution

inexhaustible source of research. The research of this article was developed in the State

College Duque de Caxias - FSM, Antonio Olinto, which allowed us to insert our students and

their families in history through literature searches, field surveys, because the practice shows

that it is of fundamental importance to the study outside the classroom, not only in history but

in all disciplines. The "theme" Primitive Industries - Revolution and Consequences us back to

the experience of our students and families as well as the whole society. For this to happen the

methodology used was the survey of objects, machines, industrial (primitive), equipment,

photos, visits to properties, industries, railways and work done by showing what students were

able to absorb knowledge in these studies. We work with the Industrial Revolution high

school students from one perspective, interdisciplinary, pluralistic and integrated, which can

be applied and enriched the work to be developed from programs that articulate the scientific

historical, social and pedagogical. We seek the participation and social interaction of our

students from their entry into the study groups in the Industrial Revolution, besides

developing the training of his personal character, conscious and critical. Display interaction

between our students and teachers aware of different areas.

"KEYWORDS": Evolution, family, humanity, students, the Industrial Revolution; Research.

1 INTRODUÇÃO

3

Os alunos do ensino médio deixaram evidente que tem dificuldades em associar o

presente com o passado, e também ver seus antepassados, familiares e eles próprios inceridos

na historia.

Com base nos estudos da Revolução Industrial que foi um conjunto de profundas

transformações socioeconômicas ocorridas na Europa a partir de 1750, onde se observa a

saída relativa do sistema feudal e agrário para um sistema capitalista. Surge o capitalismo

Industrial provocando alterações nas relações sociais de produção, obrigando a melhoria nos

meios de comunicação, o desenvolvimento da metalúrgica, do motor a vapor e do carvão

como energia. Também com a 2ª Revolução Industrial através das pressões dos operários e

camponeses sobre a burguesia e inovações técnicas, eletricidade, etc., foi um dos fatores

responsáveis pela 1ª Guerra Mundial devido as disputas por áreas comerciais e coloniais, pois

todos estavam em busca de novos consumidores para sua produção industrial. Na década de

1960, ocorre o “Milagre Japonês” e a retomada de seu desenvolvimento. Para esta 3ª

Revolução Industrial, fatores econômicos foram importantes como a mão-de-obra barata,

relativamente qualificada, disciplina, investimentos educacionais e a retomada dos antigos

zaibatsus (conglomerados), agora modernos. Fatores estes que tornaram o Japão uma potência

com tecnologia de ponta, baseada na microeletrônica. Surgiu assim a globalização um

fenômeno importante que surgiu da reorganização capitalista.

Dada importância que o tema requer, este artigo tem como objetivo estudar e discutir

referências e atividades para o ensino de Historia sobre o tema “Indústrias Primitivas:

Revolução e Conseqüências no Interior do Paraná a partir do Ensino de Historia”. Nossos

alunos não se perceberam que eles, a família, os vizinhos, ou seja, toda a comunidade ao seu

redor faz parte da historia da sua comunidade, do seu município, do seu estado e do seu pais

como um todo. Por isso esse artigo espera mudar a visão de que a disciplina de historia não é

apenas mais uma, mas é uma disciplina que inclui ele (aluno) na historia junto com seus

familiares. Essa pesquisa vai mostrar a evolução dos mais variados equipamentos de uso

diário em propriedades, inserindo-os nas etapas da Revolução Industrial.

Esse artigo vai mostrar que é possível ensinar historia, a partir do momento que seja

possível associar o acontecimento do presente e o que já aconteceu no passado, invenções que

melhoradas e adaptadas para o presente trouxeram benefícios a população. Mostrar onde

podemos aplicar o que foi ensinado e abriu perspectivas para nossos alunos da aplicabilidade

no seu dia a dia; ex.; maquina de escrever e o computador, mimeógrafos e as impressoras, etc.

Segundo Holanda:

4

“Para estudar o passado de um povo, de uma instituição,

de uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto

nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar

a multidão imensa dos figurantes mudos que enchem o

panorama da historia e são muitas vezes mais

interessantes e mais importantes do que os outros, os que

apenas escrevem a historia”. (Sergio Buarque de

Holanda).

Para podermos atingir nossos objetivos tornou-se necessário definir nossas ações que

serão importantes na conclusão desse artigo.

O primeiro objetivo foi definir quem iria participar dessa pesquisa através de convites

feitos aos alunos do ensino médio os quais demonstraram um interesse muito grande em

participar. Tivemos uma participação de aproximadamente 50 alunos desde o inicio destas

pesquisas e estudos teóricos procurando analisar a problemática, colocado inicialmente na

intervenção pedagógica do professor.

Outro objetivo foi propor aos alunos de que a investigação que seria feito durante este

período deveria ser registrada das mais variadas maneiras como: registros de ações, fotos,

trabalhos feitos a partir de pesquisas feitas, comparações de equipamentos, maquinas e

utensílios de épocas.

A socialização dos resultados dessa pesquisa entre os alunos e professores que

estiveram envolvidos, possibilitará uma melhor organização e planejamento nas definições de

conteúdos de historia a serem trabalhadas.

A metodologia, inicialmente foi o aprofundamento dos conceitos envolvidos na

unidade temática, levando á uma revisão bibliográfica, analise de fotos, visitas de campo,

participação em palestra e trabalhos desenvolvidos por nossos alunos chegou-se a conclusão

da importância do trabalho de campo com alunos do ensino médio juntamente com

professores de historia e outras áreas do conhecimento, assim como os funcionários do

colégio.

2 ENSINO DE HISTORIA E AS TEMPORALIDADES

5

O conhecimento histórico é um trabalho realizado nem sempre de forma plenamente

consciente pelo homem para tomar suas intenções de agir conforme suas experiências no

tempo que são interpretados em função do que se pretende para alem das condições e

circunstâncias dadas da vida. Assim ela atravessa as três dimensões do tempo e nessa relação

buscando o sentido de ser no tempo: o que foi e o que é, do que se espera que seja a historia.

(RÜSEN, 2009)

No ensino de historia, usam-se documentos e monumentos. Os monumentos são

heranças do passado e os documentos provas escritas, quando estes existem. Mas pode fazer-

se, deve fazer-se sem documentos escritos quando não existe uma identidade se constrói a

partir do conhecimento da forma como os grupos sociais viveram e se organizaram no

passado.

“A concepção do documento - monumento e

independente da Revolução documental entre os objetivos

esta o de evitar que essa revolução se transforme num

derivativo e desvio o historiador do seu dever principal,

que seria a critica do documento. O documento não é

qualquer coisa que fica por conta do passado, é um

produto da sociedade que o fabricou seguindo as relações

de forças que detinha o Poder”. (Le Goff, 1996, p.545)

Segundo Manique (2009), o estudo do meio ocupa lugar privilegiado em todos os

níveis de ensino. O meio histórico pode ser considerado como um espaço funcionalmente

vivido e transformado pelo homem, podendo ser formado por arquivos, bibliotecas e museus.

O meio como recurso pedagógico permite atingir metas de caráter cientifico e didático –

pedagógico e alem do mais, o contato com instituições locais permite preparar o aluno para

uma futura – integração na sociedade.

Os estudos de caráter local não precisam necessariamente envolver todos os fatos

históricos e sociais de uma época. Podem ser tanto cronologicamente, quando ao conteúdo

temático. A autora enfatiza ainda que uma identidade se constrói a partir do conhecimento de

grupos ou costumes sociais que se organizaram no passado, sendo que o conhecimento

histórico é indispensável na construção da sociedade transformado pelo homem, podendo ser

formado por arquivos, bibliotecas e museus.

Segundo Manique (2009) o estudo do meio ocupa lugar privilegiado em todos os

níveis de ensino. O meio histórico pode ser considerado como um espaço funcionalmente

vivido e meio como recurso pedagógico permite atingir metas de caráter cientifico e didático

pedagógico e alem do mais, o contato com instituições locais, permite preparar o aluno para

uma futura integração na sociedade. De acordo com Marx:

6

“Mesmo reconhecendo que a sociedade é um produto da

ação recíproca dos homens, o pressuposto básico da sua

elaboração é que essa sociedade esta dividida, por isso os

Homens passam a serem os agentes da transformação”

(Karl Marx).

Segundo Koselleck (1986, p.131) é fundamental deixar bem claro aos nossos alunos,

“Não se pode narrar nenhum acontecimento, descrever nenhuma estrutura, nem expor

processo algum sem utilizar conceitos históricos que ajudem a compreender o passado. Nesse

sentido, afirma Thompson:

“Por meio da historia as pessoas comuns procuram

compreender as revoluções e mudanças que passam em

nossas próprias vidas: guerras, transformações sociais

como as atitudes da juventude, mudanças tecnológicas

como o fim da energia a vapor, ou migração social para

nova comunidade”. (THOMPSON, 1998, P.21).

Para Rüsen (2009), a consciência histórica se caracteriza pela percepção das

experiências do passado dos seres humanos, investigado por historiadores ou por professores

de historia e seus alunos, e realiza-se por interpretações feitas no presente a luz de uma

expectativa de futuro. Nesse sentido, as noções de tempo e espaço devem compor os

procedimentos metodológicos, pois articulados aos conteúdos estruturantes, possibilitam a

delimitação e a contextualização das relações humanas a serem problematizadas.

3 ENTENDER E SOCIALIZAR O PASSADO E O PRESENTE ATRAVÉS DA

HISTORIA.

Esse artigo vai mostrar que é possível ensinar Historia, a partir do momento que seja

possível associar o acontecimento no presente o que já aconteceu no passado, invenções que

7

melhorada e adaptado para o presente trouxeram benefícios a população. Mostrar onde

podemos aplicar o que foi ensinado e abrir perspectivas para nossos alunos da aplicabilidade

no seu dia a dia; ex.; Maquina de escrever e o computador, mimeógrafos e as impressoras, etc.

Para Holanda:

“Estudar o passado de um povo, de uma instituição, de

uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto

nos deixou a simples tradição escrita. È preciso fazer falar

a multidão imagens dos figurantes mudos que enchem o

panorama da Historia e são muitas vezes mais

interessantes e mais importantes do que os outros, os que

apenas escrevem a Historia”. (SERGIO BUARQUE DE

HOLANDA, 2008).

Tendo a Revolução Industrial como base e referencia este “artigo” tem o objetivo de

incentivar a leitura, a pesquisa de campo despertando a curiosidade de nossos alunos em tentar

compreender o porque das mudanças que vem acontecendo na vida de seus familiares a

muitas gerações. Através de levantamentos de objetos, maquinas industriais, equipamentos,

ferramentas, registros, fotos, depoimentos e experiências do dia a dia nas propriedades feitas

as pesquisas de campo onde nossos alunos residem e que trarão para dentro da escola para que

sejam apresentados em exposição e debates com a comunidade escolar. Espera-se que o

resultado conseguido por nossos alunos do ensino médio seja o de valorização do patrimônio

histórico particular ou publico, o resgate da historiografia popular e a valorização da disciplina

de historia no âmbito escolar.

Como fazer que a leitura, a pesquisa, o questionamento seja uma pratica pedagógica

diária, fazendo com que os alunos se interessem mais pela disciplina de Historia? O que fazer

para que os alunos do ensino médio tomem gosto pela disciplina de Historia? Como, então, o

ensino de Historia pode despertar o aluno?

Não podemos mudar os fatos que ocorreram, que estão ocorrendo a cada minuto, mas

podemos modificar a forma de levar o conteúdo aos nossos alunos, podemos mudar os meios

e métodos de trabalho. É inegável a necessidade de integrar diferentes linguagens nas aulas

em todos os níveis de ensino. A utilização das diferentes linguagens para o ensino de Historia

vem contribuindo para a dinamização do cotidiano da sala de aula diversificando a pratica do

ensino da disciplina.

8

Esta é uma discussão pertinente e se aplica a uma revisão do ensino de Historia,

visando a contribuir para a sua melhoria e permitindo que professores e alunos possam

aprender e construir a historia com o emprego de novos recursos didáticos.

4 CONSEQUÊNCIAS AO MEIO AMBIENTE

O uso indiscriminado dos recursos naturais desde a Revolução Industrial vem

causando graves danos ao meio ambiente, Entretanto, ao contrario do que ocorria nos séculos

passados, atualmente um número cada vez maior de pessoas tem vem mobilizando para tentar

reparar os danos ou, pelo menos, evitar que eles continuem acontecendo. Um exemplo é o

9

RIO +20 que quando acontece renovam-se as esperanças de dias melhores em relação ao

ambiente. Os desafios são enormes, especialmente porque exigem algumas mudanças radicais

na sociedade que nos afetam diariamente. Devemos ter a capacidade de identificar esse

conjunto de relações, a interdependência entre elas, nosso papel enquanto indivíduos,

cidadãos, seres biológicos. A primeira condição para que possamos ter sucesso nessa

empreitada é conseguirmos identificar e entender concretamente o que se esta falando, e ai

sim realizar escolhas de estratégia coletivas. Torna-se necessária uma ação criativa, inovadora

e inclusiva que permita o engajamento de todos os atores sociais relevantes, desde governos,

instituições internacionais, sociedade civil, setor empresarial, com a finalidade de enfrentar s

grande demanda ética da humanidade que é: conferir a cada indivíduo deste planeta um

sentido existencial que lhe permita viver com dignidade. Um relatório divulgado pela ONU

em 2005, alerta sobre os perigos da devastação ambiental. “Os seres humanos causaram

alterações sem precedentes nos ecossistemas nas ultimas décadas, para atender a crescentes

demandas por alimentos, água, fibras e energia. Estas alterações ajudaram a melhorar a vida

de bilhões de pessoas, mas, ao mesmo tempo, enfraqueceram a capacidade da natureza de

prover outros serviços fundamentais, como a purificação do ar e da água, proteção contra

catástrofes naturais”. Para nossos alunos, diferentes ações individuais iriam ajudar a preservar

o meio ambiente, por exemplo, evitar banhos longos, fechar a torneira durante a escovação

dos dentes e separar o lixo orgânico do reciclável, utilizar menos os caros e sim o transporte

coletivo, menos carro nas ruas menos gases no ar, são atitudes que com certeza um dia se

tornara obrigatório se ninguém fizer nada.

10

Figura 01: Passeio do parque

Figura 02: Devastação ambiental

11

Figura 03: O poder das multinacionais

12

5 AÇÃO E APLICABILIDADE

Para desenvolver esse trabalho de pesquisa, era preciso que nossos alunos adquirissem

conhecimento sobre as características de cada Revolução Industrial. Para facilitar essa

apropriação, procuramos simplificar a maneira como iríamos desenvolver as atividades com

nossos alunos do ensino médio. Dividimos em 4(quatro) etapas para que nossos alunos

pudessem pesquisar, assimilar, discutir, e praticar o que aprendeu através de trabalhos

cobrados através de apresentações.

5.1 1ª ETAPA: Apresentei o projeto aos alunos e professores do ensino médio de todas as

series para que ficassem cientes de que todos teriam a oportunidade de participar do

desenvolvimento desse trabalho, ao mesmo tempo extrai interessados em aderir deixando bem

claro os objetivos a serem alcançados.

Começamos a 1ª etapa dos estudos e discussões sobre a 1ª Revolução Industrial (1780-

1850) estudando algumas opiniões de diversos autores como Eric Hobsbawm, Eduard

Thompson, Jobson Arruda, abrindo assim um leque de opiniões por parte de nossos alunos

onde após uma analise e conclusões nossos alunos começamos algumas visitações, onde

primeiramente visitamos a Casa da Cultura do nosso município para que eles tivessem acesso

as mais variadas fontes históricas da sua comunidade e porque não de seus familiares. Após a

visita cada aluno participante escolheu um objeto; maquinas, aparelhos, equipamentos, eletro,

etc., e fizeram uma pesquisa paralelamente ao projeto para serem entregue na ultima etapa

sempre orientado pelo professor.

Ao final dessa etapa todos os alunos após uma reunião e discussão sobre as

dificuldades que eles estavam encontrando para entender o que foi proposto nesse trabalho e

também sanado as duvidas por eles levantadas finalizamos a etapa com um relatório onde eles

tiveram a oportunidade de dar o seu parecer sobre esse primeiro momento.

13

Figura

04: Visita à Casa da Cultura

Figura

05: Desenvolvimento de trabalho

14

5.2 2ª ETAPA: Começamos a estudar a 2ª Revolução Industrial (1850-1945) através de

pesquisas e estudos teóricos, fomos em busca de fontes históricas através de visitas de

indústrias primitivas existente em nosso município e que eram comuns no dia a dia do nosso

povo, avos, bisavôs, pais dos nossos alunos. Visitamos alguns “barbaquás”, que eram

indústrias de processamento de erva mate dentro das próprias propriedades de seus familiares

onde fizeram parte do “ciclo da erva mate”, uma das principais fontes de renda para as

famílias que viviam no interior do Paraná. Visitamos também moinhos que também já foram

uma das principais indústrias de transformação de matérias-prima produzidas por nossos

agricultores, e que levam para passar por esse processo lento, grosseiro mais eficiente para

aquele momento. O milho dava ao nosso pequeno agricultor uma possibilidade de poder variar

na refeição diária, assim o trigo, o arroz, a mandioca, etc., a conclusão que nossos alunos

chegaram é que seus familiares antepassados eram “auto-sustentáveis” já que não dependiam

de mantimentos (alimentos para sua sobrevivência) para viver, e como disse um de nossos

alunos “comendo alimento natural”, talvez esteja ali a longevidade dos nossos antepassados.

Continuamos nossas visitas onde fomos em busca de industrialização mais modernas desses

mesmos itens mencionados anteriormente, ou seja, uma ervateira dos dias de hoje

acompanhando todo o processo de fabricação até o empacotamento e a venda nos mercados

das mais variadas marcas de erva mate, dando aos alunos a oportunidade de constatar o

imediatismo em que vivemos, onde o que menos ganha em todo esse processo são os seus

pais, seus familiares, ou seja, os pequenos produtores. Também fizemos em nosso colégio um

resgate através reativação de equipamentos existentes em nosso colégio como; maquina de

escrever, mimeógrafos. Nossos alunos prepararam matrizes para fazerem experiências e

também verem como era o processo de copiais nas escolas. Terminando essa etapa, nossos

alunos cada vez mais eufóricos relataram suas conclusões e aproveitamento esperando pelos

próximos encontros.

15

Figura 06: Forno para secagem de erva-mate

Figura 07: Canchador de erva-mate

16

Figura 08: Barbaquá (Indústria Primitiva)

Figura 09: Máquina pertencente ao moinho

17

Figura 10: Sistema de transmissão por polias e correias

Figura 11: Pedras para moagem de cereais

18

Figura 12: Máquina para triturar cereais

Figura 13: Máquina de fazer fubá

19

Figura 14: Alunos trabalhando com mimeógrafos

Figura 15: Alunos preparando matriz para cópias

20

5.3 3º ETAPA: Começamos a 3ª etapa discutindo e estudando a 3ª Revolução Industrial

(1945 até hoje) destacando as mudanças ocorridas durante todo o processo da industrialização

tecnológica em todo o mundo procurando mostrar a importância para o rumo que a

humanidade esta tomando em todas as atividades industriais e comerciais. Em União da

Vitória, visitamos a estação de férrea onde conservam uma locomotiva (Maria Fumaça), que

ainda esta em circulação para transporte turístico. O objetivo foi da visita foi o principio do

vapor para o movimento da locomotiva o mesmo das primeiras industrias na Inglaterra e que

tomou o mundo todo. Visitamos a Rigesa Celulose em Três Barras – SC onde fomos

recebidos por um assessor de imprensa, o qual deu uma palestra sobre a globalização do

mundo dos negócios. Depois fomos visitar a fabrica de celulose uma das mais modernas da

América Latina. Nossos alunos ficaram encantados com as tecnologias aplicadas desde as

construções e ampliações até o processo de fabricação, transporte e destino dos produtos ali

produzidos. Nessa etapa ficou faltando algumas visitas que a principio está previsto em nosso

planejamento, problema de transporte já que dependemos da Prefeitura Municipal e os ônibus

não podiam sair, pois estão comprometidos como transporte escolar. Mas suprimos essas

faltas com documentários, trechos de filmes para exemplificar a questão das ciências no dia a

dia da humanidade. Para terminar essa etapa, nossos alunos com 100% de participação

fizeram seus relatos, os quais foram discutidos com todos, tirando ou esclarecendo algumas

duvidas que possam deixá-los incrédulos.

Figura 16: Sistema de transmissão Maria-Fumaça

21

Figura 17: Pistão movido à vapor

Figura 18: Interior da Locomotiva (Maria-Fumaça)

22

Figura 19: Locomotiva (Maria-Fumaça) na Estação

Figura 20: Alunos participando de palestra

23

5.4 4ª ETAPA: Após o desenvolvimento das 3 (três) primeiras etapas nossos alunos,

foram divididos em 3 (três) grupos logicamente através de sorteio para que houvesse uma

melhor participação de todos. Ficou definido que cada grupo iria se responsabilizar por uma

das Revoluções e através dos relatórios fitos por eles nas três etapas, desenvolveram algumas

atividades expositivas e exposições de trabalhos e objetos trazidos pelos alunos os quais são

utilizados em suas propriedades ate hoje, mas que sofreram alterações com o passar do tempo.

A participação da comunidade escolar nas apresentações é fundamental, pois possibilita não

só aos alunos, mas professores, pais e comunidade em geral de uma nova visão do que é

Historia.

Tivemos ainda após essas apresentações, a responsabilidade do grupo, através de

idéias da coletividade, de formular um manifesto onde nossos alunos, jovem buscando seu

espaço na sociedade, mas sem muita perspectiva por se tratar de um município extremamente

agrícola, expor aos nossos representantes na Câmara Legislativa e no Executivo, tentando uma

sensibilização e providencias quanto a falta de empregos e quem sabe dar aos nossos alunos e

jovens uma perspectivas de vida mais igualitária e justa.

Figura 21: Alunos desenvolvendo trabalhos para apresentação

6 ANÁLISE DOS DADOS

24

Considerando que os estudos proposto nesse trabalho, foram satisfatórios, pois nossos

alunos foram levados à pesquisas teóricas , de campo, causando surpresas tanto nos alunos

quanto aos professores que por ventura vieram comentar sobre o assunto, já que as

descobertas feitas propiciou uma melhor assimilação das teorias postas em praticas durante os

encontros e visitas, fazendo com que os participantes(alunos) fossem até o final da

implementação.

Os alunos tiveram a oportunidade de registrar o que eles viram, o que entendiam dando

a sua opinião sobre a importância daqueles equipamentos que eles viram pessoalmente,

registraram, desenharam , registros através de fotos, etc.. Coloquei alguns exemplos de

registros em anexo como: O pensamento de “Marcovitch Jacques”, escrito em uma matriz de

estêncil para tirar copia no mimeógrafo, relatórios feitos por alunos expondo o que eles viram

e sentiram ao visitar verdadeiros museus ao céu aberto, desenhos que fizeram de

equipamentos, maquinas e indústrias primitivas visitadas e observadas por eles. Também

tiveram a oportunidade de constatar as modificações provocadas na natureza feita pelo homem

através da exploração da madeira, destocamento de terrenos para plantio da agricultura,

mostrando as conseqüências maléficas para o meio ambiente, comprovadas também por fotos

tiradas nas visitas.

Nossos alunos participaram de palestras promovidas por algumas empresas em que

visitamos, onde procurou-se esclarecer a importância dos avanços tecnológicos, a

modernização de equipamentos e maquinas, principalmente uma luta constante que é a

mudança de mentalidade das pessoas com relação ao novo, moderno.

As demonstrações de carinho e emoção com que os “velhos” operários e funcionários

da RRFF – Rede Ferroviária explicaram o funcionamento e as viagens das

locomotivas(Maria-Fumaça), deixou claro na mente e imaginário dos alunos o quanto foi

importante a participação daquelas maquinas e deles(funcionários) mesmos na historia das

Revoluções Industriais.

Nossos alunos assim como eu, ficamos bastante preocupados com o abandono, o

descaso para com a memória referente as Industrias Primitivas por parte de alguns municípios

paranaenses, pois pudemos constatar verdadeiras relíquias sendo consumidas pelo desgaste do

tempo(corrosão, apodrecimento), que poderiam ser evitados através de projetos e leis em

beneficio da cultura local e paranaense.

7 CONCLUSÃO

25

Os alunos que participaram das pesquisas sentiram-se motivados e principalmente

valorizados, a partir do momento que no decorrer dos trabalhos principalmente nas pesquisas

de campo onde ele percebeu que também esta inserida na historia. Ficou em evidencia o

quanto a Revolução Industrial mudou a vida das pessoas, o quanto tiveram que se adaptar em

decorrência das transformações que estavam ocorrendo. Ficou clara a importância da atitude

que devemos ter ao nos deparar-mos com possíveis mudanças e que com certeza acontecerão.

Hoje nossos alunos estão cientes e conhecedores dessas transformações, pois aprenderam a

observar as que ocorreram dentro de suas casas ou propriedades desde a TV, o sofá,

ferramentas e equipamentos, os meios de transportes são resultados desça chamada evolução

que na realidade é a Revolução Industrial, que continua acontecendo a cada dia que passa em

todos os setores da sociedade. Para mim como professor, foi gratificante a partir do momento

que pude por em pratica minhas idéias e mostrar aos meus colegas o quanto é importante o

nosso aluno vivenciar, ir a campo em busca de explicações ou para entender o que esta sendo

passado para ele. A História é uma área que nos possibilita muitas e as mais variadas fontes de

pesquisas, nos dando a oportunidade de numa mudança de postura que é a razão de ser da

Revolução Industrial desde o seu inicio até os dias de hoje.

REFERÊNCIAS

26

ALENCAR, C. O Conceito de Cultura e Apreensão da Historicidade, In: Brasil Vivo, R.J;

Vozes, 1996.

ARRUDA, J. Jobson. A Revolução Industrial. São Paulo: Ática, 1994.

HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções (1789-1848). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.

HUBERMAN, Leo. Historia da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

THOMPSON, P. A Voz do Passado: Historia e Comunidade, São Paulo: Paz e Terra, 1998, 2ª

Ed.

VAINFAS, Ronaldo...[et al.]. Historia: O Longo Século XIX. São Paulo: Saraiva, 2010.

WEBER, Max. Historia Geral da Economia. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1968.

27

ANEXOS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG.

28

CARLOS JOEL PAVOSKI

INDÚSTRIAS PRIMITIVAS – REVOLUÇÕES E CONSEQUÊNCIAS NO INTERIOR

DO PARANÁ A PARTIR DO ENSINO DE HISTÓRIA PARA ENSINO MÉDIO.

UNIÃO DA VITÓRIA

2010

ARTIGO CIENTÍFICO

29

INDÚSTRIAS PRIMITIVAS – REVOLUÇÕES E CONSEQUÊNCIAS NO INTERIOR

DO PARANÁ A PARTIR DO ENSINO DE HISTÓRIA PARA ENSINO MÉDIO.

Artigo Científico apresentado à Secretaria de Estado

da Educação, como requisito para a Conclusão de

estudo, no Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE.

Professor PDE: Carlos Joel Pavoski

Professor Orientador: Jonathan de Oliveira Molar.

IES: Universidade Estadual de Ponta Grossa –

UEPG.

UNIÃO DA VITÓRIA

2010

30

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................... Pg. 01

ABSTRACT ........................................................................................................... Pg. 02

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. Pg. 03

2 ENSINO DE HISTORIA E AS TEMPORALIDADES................................... Pg. 05

3 ENTENDER E SOCIALIZAR O PASSADO E O PRESENTE ATRAVÉS DA

HISTORIA. ............................................................................................................ Pg. 07

4 CONSEQUÊNCIAS AO MEIO AMBIENTE ................................................. Pg. 09

5 AÇÃO E APLICABILIDADE ......................................................................... Pg. 12

5.1 ETAPA 1 .............................................................................................. Pg. 12

5.2 ETAPA 2 .............................................................................................. Pg. 14

5.3 ETAPA 3 .............................................................................................. Pg. 20

5.4 ETAPA 4 .............................................................................................. Pg. 23

6 ANALISE DOS DADOS .................................................................................... Pg. 24

7 CONCLUSÃO .................................................................................................... Pg. 25

REFERÊNCIAS .................................................................................................... Pg. 26

ANEXOS ...................................................................................................... Pg. 27

31

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Passeio no parque .................................................................................................... 10

Figura 02: Devastação ambiental ............................................................................................. 10

Figura 03: O poder das multinacionais ..................................................................................... 11

Figura 04: Visita à Casa da Cultura .......................................................................................... 13

Figura 05: Desenvolvimento de trabalho ................................................................................. 13

Figura 06: Forno para secagem de erva-mate ........................................................................... 15

Figura 07: Canchador de erva-mate.......................................................................................... 15

Figura 08: Barbaquá (Indùstrias Primitivas) ............................................................................ 16

Figura 09: Máquina pertencente ao moinho ............................................................................. 16

Figura 10: Sistema de transmissão por polias e correias. ......................................................... 17

Figura 11: Pedras para moagem de cereais...............................................................................17

Figura 12: Máquina para triturar cereais .................................................................................. 18

Figura 13: Máquina de fazer fubá............................................................................................. 18

Figura 14: Alunos trabalhando com mimeógrafo.....................................................................19

Figura 15: Alunos preparando matriz para cópias....................................................................19

Figura 16: Sistema de transmissão Maria-Fumaça...................................................................20

Figura 17: Pistão movido à vapor.............................................................................................21

Figura 18: Interior da Locomotiva (Maria-Fumaça).................................................................21

Figura 19: Locomotiva (Maria-Fumaça) na Estação ................................................................ 22

Figura 20: Alunos participando de palestra .............................................................................. 22

Figura 21: Alunos desenvolvendo trabalhos para apresentação ............................................... 23