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Uma publicação do Grupo Wilson Sons Dezembro 2018/ Janeiro 2019 | ano 15 | nº 70 Inteligência artificial Sistema líder em gestão de terminais alavanca produtividade e prepara segmento portuário para a nova era digital Indústria de Óleo e Gás ganha fôlego outra vez Retomada dos leilões sinaliza investimentos de R$ 2,5 trilhões para a próxima década

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Uma publicação do Grupo Wilson Sons Dezembro 2018/ Janeiro 2019 | ano 15 | nº 70

Inteligência artificialSistema líder em gestão de terminais alavanca produtividade e prepara segmento portuário para a nova era digital

Indústria deÓleo e Gásganha fôlego outra vezRetomada dos leilões sinaliza investimentos de R$ 2,5 trilhões para a próxima década

2 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S

Bons ventos para nós, para o Brasil

Expediente

Rua da Quitanda, 86 - 5º andar Centro | Rio de Janeiro | RJ

Cep: 20091-005T 55 21 3504-4222

www.wilsonsons.com.br

SumárioEspecialBom resultado dos últimos leilões indica

que a retomada do setor de óleo e gás

no Brasil já começou. Especialistas e

empresas avaliam as perspectivas

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TAMBÉM NESTA EDIÇÃO

Giro pela WSTecon Salvador tem sinal verde para receber supernaviosTerminal de Rio Grande investe em empilhadeiras modernas

InovaçãoConheça o rebocador mais potente do Brasil

TecnologiaSistema de gestão digital de terminais aumenta produtividade

PessoasEngajamento e acesso às informações ajudam a evitar relações tóxicas

IndústriaPolo de Camaçari se renova há quatro décadas em busca de mais conexões

MemóriaEADI Santo André celebra 20 anos com investimentos de R$ 1,5 milhão

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NavegaçãoRios Tapajós e Amazonas se tornam alternativas consistentes para escoamento da

produção de soja e de milho do Centro-Oeste, com destino à exportação14

Acompanhamos bem de perto os pri-meiros sinais da recuperação da indús-tria de óleo e gás no país. Ao longo dos últimos anos, fizemos o nosso dever de casa e estamos preparados para a reto-mada. A capacidade de reinvenção é o segredo de nossa longevidade e solidez.

Nesta edição da revista NEW,S, tra-zemos uma análise dos especialistas so-bre esse novo cenário do setor. Apre-sentamos também o rebocador mais potente do país, o WS Sirius, que aca-ba de sair do nosso estaleiro com tra-ção de 90 toneladas, para atender aos navios cada vez maiores que chegam ao Brasil.

Superar desafios é uma marca do Grupo, tanto que o agenciamento ma-rítimo tem obtido muito êxito nas de-mandas em águas fluviais do Rio Ama-zonas, fortalecendo nossa atuação no Arco Norte,uma rota hidroviária que vem mudando a logística do transpor-te de granéis agrícolas no país.

Estamos de olho também no futuro e a tecnologia tem papel fundamental no cenário de mudança na operação dos terminais, inclusive do Tecon Sal-vador e do Tecon Rio Grande, rumo à inteligência artificial.

Para fechar 2018 com chave de ou-ro, não podemos deixar de comemorar os 20 anos da nossa Estação Aduaneira de Interior (EADI) Santo André e os 40 anos do Polo de Camaçari, parcei-ro estratégico do Tecon Salvador em sua busca pela conexão do Nordeste brasileiro ao mercado global. Desejo a todos um excelente 2019, com muita prosperidade e sucesso! Boa leitura!!

Cézar BaiãoCEO do GrupoWilson Sons

NEW,S é uma publicação do Grupo Wilson Sons, produzida e

editada pela Textual Corporativa.

Jornalista responsável | Vivian Nunes

MTB 22084

Edição |

Vivian Nunes

Redação |

Vivian Nunes

Diagramação |

Quadratta Projetos Gráficos

Fotos |

Wilson Sons, Petrobras e Divulgação

E-mail |

[email protected]

GRUPO WILSON SONS

CEO

Cézar Baião

CFO e Relações com Investidores

Fernando Salek

Vice-presidente de Rebocadores, Offshore Agenciamento e

Estaleiros

Arnaldo Calbucci

Vice-presidente de Terminais e Logística

Sergio Fisher

Coordenação editorial

Carolina Gouveia | Desenvolvimento e

Comunicação

Os artigos assinados e as opiniões são de total

responsabilidade de seus autores. Nenhum material desta

publicação pode ser reproduzido sem prévia autorização.

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Editorial

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Pronto para receber supernavios

Tecon Salvador obtém autorização para operar navios de grandes dimensões

O Tecon Salvador recebeu sinal verde da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) para receber navios de 366 metros de comprimento (LOA) e 52 metros de largura (boca). Embarcações desse tipo têm capacidade para trans-portar até 14 mil TEU. “Os superna-vios são uma tendência mundial e, em breve, serão padrão em diversas rotas, inclusive da costa brasileira. Hoje, so-

mos um dos dois terminais do Brasil aptos a recebê-los”, destaca a diretora Comercial do terminal e da Wilson Sons Logística, Patrícia Iglesias.

Para operar com esse tipo de embar-cação, o Tecon Salvador investiu R$ 200 milhões em obras de infraestrutu-ra. Entre as principais mudanças está a ampliação do calado máximo recomen-dado para 14,5 metros de profundidade.

Alta capacidade de movimentaçãoTecon Rio Grande investe R$ 1,5 milhão em empilhadeiras e reforça segurança

Entraram em operação 11 novas em-pilhadeiras no Tecon Rio Grande, nove com capacidade para cargas de até três toneladas, uma que suporta até cinco toneladas e outra para con-têineres vazios, somando um inves-timento de R$ 1,5 milhão.

De acordo com o diretor-presi-

O terminal já iniciou um projeto para ampliação do atual berço de atracação Água de Meninos, que passará de 377 metros para 800 me-tros. Isso possibilitará operar duas embarcações de grandes dimensões ao mesmo tempo.

“A operação com cargueiros de 366 metros de comprimento é fundamen-tal para manter e atrair novas rotas, garantindo a competitividade do ter-minal e do porto de Salvador”, ressal-ta Patrícia Iglesias.

“Obter alta capacidade de movimen-tação confere mais confiabilidade aos nossos clientes que estufam e desovam”, explica Paulo Bertinetti. Em 2018, fo-ram realizadas 1.574 estufagens e 1.244 desovas das mais variadas cargas, como autopartes, couro, pedras semipreciosas e fertilizantes.

Todas as empilhadeiras possuem a inovação safety-light, um facho de luz azul que ilumina alguns metros à frente, si-nalizando aos pedestres que uma má-quina se aproxima. A escolha por esses equipamentos reforça a preocupação da empresa com a segurança das operações, destaca Bertinetti.

dente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, a aquisição contribui pa-ra melhorar o desempenho do ter-minal, com ganhos de produtividade nos processos de colocação e retirada de cargas dentro dos contêineres (es-tufagem e ovação/desova), e na se-gurança nas operações.

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Giro pela WS

Escort tug mais potente se junta à frota brasileira

Wilson Sons Rebocadores recebe WS Sirius,que está em operação no Porto do Açu (RJ)

Seguindo a tradição da Wilson Sons Rebocadores de batizar seus barcos com nomes inspirados em astros e estrelas do universo, o WS Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno, é o rebocador mais potente da frota de 76 embarca-ções da companhia. Com tração estática (bollard pull) de 90 tone-ladas, o WS Sirius é um novo mar-co para o mercado de apoio por-tuário brasileiro e já está em operação no Porto do Açu, no Rio de Janeiro.

O Brasil se prepara hoje para operar o tráfego de embarcações de 366 metros em diferentes por-tos, que já foram autorizados a operar navios maiores. As autori-

dades marítimas garantem que as embarcações maiores deverão res-peitar condições de meteorologia, visibilidade e maré, além de um arranjo especial de rebocadores.

O WS Sirius não é o primeiro da sua série. Antes dele, o WS Ti-tan, com 86 toneladas, e o WS Procyon, com 84 toneladas, com-põem a frota dos escort tugs da Wilson Sons.

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Escort tug mais potente se junta à frota brasileira

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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

O WS Sirius possui 32 m de compri-mento e 12 m de largura. É a embar-cação de número 90 construída com projeto da Damen Shipyards, empre-sa com a qual a Wilson Sons Estalei-ros tem um relacionamento que se estende por 25 anos.

“O WS Sirius foi adicionado à nos-sa frota, que passa a contar com 76 embarcações, e solidifica nossa lide-rança no mercado de apoio portuário do país, com presença nos principais portos e terminais da costa brasileira”, comemora o diretor de Operações da Wilson Sons Rebocadores, Marcio Castro.

“Com o WS Sirius, os três reboca-dores mais potentes, e os únicos clas-sificados como escort tugs do Brasil, são de propriedade da Wilson Sons Rebocadores, o que sem dúvida é um diferencial para os nossos clientes”, complementa.

O diretor-executivo da Wilson Sons Estaleiros, Adalberto Souza, ex-plica que o rebocador é uma evolução do projeto do WS Titan, primeiro es-cort tug construído pela empresa. “A embarcação incorpora mudanças que permitiram com os mesmos motores

e igual consumo de combustível ter um bollard pull maior”, destaca.

Além disso, o WS Sirius conta com o sistema de combate a incêndio cer-tificado como Fire Fighting 1 e tem permissão para navegar acima de 100 milhas náuticas da costa (o equivalen-te a 185 km).

Um rebocador que conta com mais tecnologia, certamente amplia o nú-mero de opções disponíveis durante a operação, segundo o vice-almiran-te Diretor da Diretoria de Portos e Costas da Marinha, Roberto Gondim Carneiro da Cunha. Entretanto, o re-presentante da Autoridade Marítima ressalta que o tipo, a potência e o mé-todo de assistência dos rebocadores são determinados pelas características de cada porto, e navio.

“As embarcações mais modernas com sistemas de propulsão mais avan-çados, maior potência e possuidoras de recursos adicionais, como o render recovery, oferecem um maior leque de alternativas para a tomada de de-cisão das administrações portuárias, e podem contribuir para a execução das manobras dos navios de forma mais segura e eficiente”, conclui.

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Rumo à inteligência artificial nos portosNovo sistema de gestão operacional e investimentos em automação de processos aumentam produtividade em 30% nos terminais, agilizando operações e preparando o segmento para o novo salto digital

Um navio se prepara para atracar no porto. Enquanto isso, as máquinas “conversam” sem parar no terminal. A partir dos dados da embarcação e da sua carga e descarga programadas, cruzados no âmbito digital, guindas-tes e tratores de pátio são dispostos de forma a realizar as operações o mais rapidamente possível. Na outra ponta, clientes e transportadores que esperam seus contêineres recebem alertas e o agendamento eletrônico é realizado para a entrega. O cami-nhão chega à entrada do terminal e o motorista se identif ica por biome-tria, recebendo as coordenadas exatas para entrar e sair em menos de 15 minutos, sem filas, sem acidentes e com eficiência máxima.

Essa breve descrição de como é a rotina básica da operação nos mais conceituados terminais portuários do mundo mostra que o futuro já come-çou. São tantos os recursos digitais e automações, em todas as pontas do negócio, que reduziram a horas a mo-vimentação de cargas gigantescas que levavam vários dias. E é apenas o iní-cio. A partir da integração de todos os sistemas e tecnologias, os termi-nais portuários se preparam para o novo salto: incorporar a Inteligência Artif icial (IA).

De acordo com o sócio fundador da T2S, Ricardo Larguesa, da con-sultoria que implanta no Brasil o Na-vis N4, sistema operacional de termi-nais que proporciona esse salto tecnológico nos principais portos do mundo, a plataforma possui atualmen-te um tom de IA muito forte.

“Cruzando todas as informações obtidas por meio da integração digi-tal, a solução faz uma sugestão de pla-nejamento a partir da chegada da mer-cadoria, a qual o operador pode gerenciar em tempo real, de forma digital, otimizando desde as operações de carga e descarga até a entrega ao transportador”, afirma.

Para Larguesa, outra vantagem de adotar um sistema utilizado nos maio-res terminais das Américas, Ásia e Europa, incluindo aqueles localizados nos portos de Rotterdam, Tianjin e Dubai, é que o cliente absorve solu-ções testadas. Hoje, 340 terminais em 80 países usam o N4.

“São rotinas vividas, que inf luen-ciam na forma como o terminal or-ganiza os equipamentos e como os distribui durante a operação. Acaba-se absorvendo conceitos que são utiliza-dos com sucesso em outros lugares. Além disso, o sistema aprende com o seu uso”, diz o diretor da T2S.

“Cruzando todas as informações obtidas por meio da integração

digital, a solução faz uma sugestão de

planejamento a partir da chegada de

cada carga.”

Ricardo Larguesasócio-fundador da T2S

Tecnologia

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TABLET NA OPERAÇÃO

No Brasil, 12 terminais utilizam al-guma versão do Navis atualmente. O pioneiro deles foi o Tecon Rio Grande, do Grupo Wilson Sons, primeiro termi-nal brasileiro a utilizar a solução, em 1999, e recentemente, em abril de 2017, a mi-grar para a plataforma Navis N4. Na se-quência, foi a vez de o Tecon Salvador adotar a ferramenta, em setembro do mesmo ano. Desde então, as duas uni-dades comemoram um aumento de mais de 30% em suas produtividades médias e uma redução nos gastos com combus-tível na movimentação de seus pátios.

“Há um ano, implantamos o Navis N4, um sistema que nos permitiu integrar várias soluções digitais. Mas, este foi ape-nas o primeiro passo para outras automa-ções e para a próxima onda de moderni-

zação”, explica o diretor-presidente do Tecon de Rio Grande, Paulo Bertinetti.

“Estamos nos preparando para instalar uma solução de Business Inteligence, para extrair as informações de diferentes fontes de dados, de forma rápida e fácil, para apoiar as decisões do negócio. Temos pro-jetos para automatizar mais processos e equipamentos. Por exemplo, estamos es-tudando essa viabilidade para os Rubber Tyred Gantry Crane (RTG) em um pra-zo de dois a três anos. Além disso, preten-demos adotar automação na operação na-vio com tecnologia OCR (Optical Character Recognition) para identificação dos contêineres, reduzindo custos e me-lhorando a acurácia na carga e descarga dos navios, seguindo o case de sucesso realizado nos gates do Tecon (automação da entrada/saída de caminhões, realizada em 2015)”, revela Bertinetti.

“Graças à inovação tecnológica, que integra outras plataformas digitais e equi-pamentos automatizados, navios e cami-nhões, hoje, chegam e saem mais rapi-damente do terminal”, afirma o diretor, acrescentando que o terminal conseguiu eliminar o papel na operação. Atualmen-te, todos os colaboradores envolvidos usam tablets, o que agiliza a comunica-ção e aumenta a eficiência.

“Com os investimentos em treina-mento, tecnologia e equipamentos, ga-nhamos maior eficiência operacional. Um terminal mais rápido ajuda na redu-ção dos custos dos clientes”, comemora.

O diretor de Operações do Tecon Salvador, Sérgio Gonçalves, também destaca o impacto da maior velocidade de comunicação nas operações. “A inte-gração do portal on-line - no qual a maioria dos serviços pode ser solicitada e as informações são obtidas pelo cliente - com o Tecsys - responsável por geren-ciar todo o módulo financeiro, o arma-zém e o controle de documentos - tor-nou a comunicação ainda mais rápida com os clientes e com os responsáveis pelas atividades no terminal”, declara.

“Em outubro de 2017, houve um dia em que atendemos a 788 caminhões, nosso recorde. O sistema, integrado ao portal on-line, ao agendamento e à bio-metria que foi implantada na entrada do terminal, permite que a gente faça esse volume de atendimentos sem gerar filas”, reforça.

Outro exemplo significativo dos be-nefícios da inteligência artificial para o negócio é o efeito sobre a operação dos tratores de pátio, que tiveram o tempo de movimentação reduzido, assim como o consumo de diesel, na ordem de 30%, segundo o diretor.

“O motorista do trator de pátio, que antes recebia uma mensagem pelo rádio, agora já fica sabendo da sua próxima ta-refa via tablet, que não vai ser necessa-riamente o mesmo roteiro que acabou de fazer”, exemplifica o diretor de Ope-rações do Tecon Salvador.

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de produtividade média no Tecon Rio Grande e no Tecon Salvador, 1os a adotarem o Navis N4 no Brasil

utilizam a plataforma de gestão digital

de gastos com combustível dos tratores de pátio com otimização de trajetos feita pelo sistema

8 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S

Relações tóxicasem alto-marDiálogo e acesso a informações ajudam a manter o bom clima entre a equipe

Trabalhar dentro de uma embarcação durante 28 dias a f io. Passar semanas longe da família. Como manter o bom clima entre a equipe, a adesão à cultura da empresa e o empenho no trabalho nesse tipo de situação? Como evitar que qualquer mal-estar interf ira nas relações diárias? Trata--se do desafio da maioria das empre-sas que atua com transporte marítimo e apoio logístico ou que tem opera-ções de logística offshore. É a realida-de do setor de óleo e gás no Brasil,

onde a maior parte das reservas está no mar.

Na opinião da diretora da consul-toria de recursos humanos Manpo-wer Group, Wilma Dal Col, é neces-sário ter bastante cuidado com a equipe sempre, para que pequenos incidentes não se transformem em situações tóxicas, contaminando as relações e prejudicando as atividades e os resultados.

“No caso do trabalho embarcado, o afastamento da família e da rotina

em terra é um fator que pode fragi-lizar o colaborador. E quando esta-mos mais vulneráveis, temos maior dif iculdade em manter o equilíbrio. Tendemos a reagir às emoções em vez de administrá-las, f icando à mer-cê de provocações que podem levar a relações tóxicas”, explica.

De acordo com a especialista, uma relação tóxica é aquela que contami-na o ambiente e as pessoas, prejudi-cando a produtividade do profissio-nal. “Entendemos que, nestes casos,

No caso do trabalho embarcado, o afastamento da família e da rotina em terra é um fator que pode fragilizar o colaborador, segundo a diretora do Manpower Group

Pessoas

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é ainda mais importante oferecer fer-ramentas para apoiar o desenvolvi-mento da inteligência emocional dos profissionais”, acrescenta.

A gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) da Wilson Sons Ultratug Offshore, Marcia Valeria Siqueira, destaca a necessidade de atuar aliviando as ten-sões e proporcionando um ambiente seguro para as equipes.

“Há uma grande preocupação com o bem-estar dos colaboradores e isso inclui muni-los ao máximo com in-formação e apoiá-los na solução de problemas pessoais. Em alguns casos até promovemos o desembarque tem-porário, para que possam, então, vol-tar a trabalhar embarcados sem preo-cupações externas, com foco total na operação”, explica Marcia Valeria, acrescentando que a empresa conta com um aplicativo para manter todos constantemente informados sobre ati-vidades corporativas e benefícios, co-

mo pede a era digital em que vivemos.“Nós apostamos no contato dire-

to com o grupo, promovemos reu-niões com a equipe antes de cada embarque, com um café da manhã. Para acolher nossa equipe, compar-tilhar informações e reforçar as orien-tações de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS), tanto da empresa quanto do cliente”, destaca a geren-te de DHO da Wilson Sons Ultratug Offshore.

O diálogo constante também é fundamental para garantir a seguran-ça a bordo e nas atividades offshore, segundo o comandante Cezar Soares, que atua na Wilson Sons Ultratug Offshore a partir da base de Niterói e tem 28 anos de Marinha Mercante.

“Busco conversar sempre com a equipe. Estou atento à forma como as pessoas se relacionam, para evitar que um pequeno incidente ou uma brincadeira fora de hora cresça e vi-re um desentendimento”, conclui.

“No Grupo, prezamos pelas conversas significativas entre gestor e liderado, o olho no olho, para que qualquer mal-entendido ou ressentimento possa ser sanado de forma rápida.”

Aléa Fiszpandiretora de Desenvolvimento Organizacional do Grupo Wilson Sons

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Vínculos positivos evitam mal-entendidos

O grande segredo para prevenir as relações tóxicas no trabalho é a construção de vínculos positivos, o interesse genuíno pelo próximo, na opinião da diretora de Desenvolvi-mento Organizacional do Grupo Wilson Sons, Aléa Fiszpan. “Quan-do desenvolvemos a empatia e nos colocamos no lugar do outro, con-seguimos construir conexões trans-parentes e que façam sentido para ambas as partes envolvidas”, afirma.

“No Grupo, prezamos pelas con-versas significativas entre gestor e liderado, o olho no olho, para que qualquer mal-entendido ou ressen-timento possa ser sanado de forma rápida e não gere um relacionamen-to nocivo para qualquer integrante

da equipe. Nossos gestores são trei-nados e capacitados para resolver situações de conf lito, sempre com muita transparência e ética, de acor-do com os nossos valores”, acres-centa a diretora.

Aléa Fiszpan destaca algumas ini-ciativas dentro da Companhia vol-tadas para proporcionar aos colabo-radores um ambiente de trabalho que traga bem-estar e proporcione a interação. “Nos escritórios, temos espaços onde as equipes têm opor-tunidades de dialogar e de trocar ideias, tornando a convivência mais leve. As relações tóxicas são intera-ções constantes que geram descon-forto, tristeza e sofrimento a al-guém”, diz.

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10 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S

Setor de Óleo e Gás ganha fôlego

Empresas estrangeiras compram áreas nos últimos leilões e geram expectativas

Bons ventos voltaram a soprar a fa-vor da indústria de óleo e gás no Brasil. Com a f lexibilização das re-gras de conteúdo local, renovação do Repetro (programa que suspen-de a cobrança de tributos na im-portação de equipamentos de pe-tróleo e gás) e outras mudanças regulatórias recentes para atrair in-vestimentos, os últimos leilões de áreas de exploração atraíram muito interesse da iniciativa privada.

A quarta rodada de partilha da produção do pré-sal, realizada em junho, arrecadou R$ 3,15 bilhões em bônus para o governo federal. Em março, a 15ª rodada também foi po-sitiva, com a arrecadação de R$ 8,014 bilhões. Em setembro, no quinto lei-lão do pré-sal, o bônus de assinatura foi de R$ 6,82 bilhões. Além da Pe-trobras, 12 empresas estrangeiras ga-nharam, pelo menos, um bloco nas três ocasiões: BP Energy, Chevron,

CNOOC, Ecopetrol, Equinor, ExxonMobil,Petrogal, Murphy, QPI, Repsol,Shell e Wintershall.

Para o diretor geral da Total E&P do Brasil, Maxime Rabilloud, em-presa que participou das disputas e é parceira da Petrobras no consór-cio de Libra e em outros grandes empreendimentos do setor a pleno vapor, os bônus pagos nos últimos leilões ref letem o esforço do gover-no para tornar o país mais atrativo. Entretanto, seria preciso pensar mais longe para garantir a atividade mes-mo em períodos de oscilação no mercado interno.

“Devemos olhar além. A força do Brasil vai acontecer se o país for competitivo no mundo. Tudo que a indústria já fez aqui pode ser am-pliado para alcançar o mercado in-ternacional”, af irma.

O bom resultado dos últimos lei-lões indicaria apenas o começo de

novos tempos, segundo estudos da Agência Nacional do Petróleo,Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), cujo potencial em investimentos para a próxima década é de R$ 2,5 trilhões. Portanto, seria necessário atrair mais empresas, segundo o di-retor-geral da agência, Décio Od-done.

Na opinião do gestor, o mercado de apoio existente no Brasil não tem condições de atender à deman-da que vai ser gerada pelos leilões recentes e licitações que estão por vir nos próximos meses e em 2019. “Um investimento de R$ 250 bi-lhões por ano, ao longo deste pe-ríodo, não cabe no balanço de uma única empresa. Portanto, precisa-mos diversif icar os atores, necessi-tamos de muitas companhias pro-duzindo e gerando emprego no Brasil”, af irma o diretor-geral da ANP.

Petróleo & Gás

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Setor de Óleo e Gás ganha fôlego

PERSPECTIVAS DE INVESTIMENTOS SEGUNDO O BNDES PARAA INDÚSTRIA BRASILEIRA*2017/2020, por setor

Investimento médio anual do setor O&G na indústria será de R$ 71,3 bilhões

* Inclui Bebidas, Indústria Química, Complexo Indústria da Saúde, Aeroespacial & Defesa e Siderurgia.Atualização – Novembro 2017Fonte: Elaboração IBP com dados BNDES

Esse investimento equivale a quase 15 vezes o previsto para o setor automotivo e 8 vezes para o setor de alimentos.

Cada US$ 1 bilhão investido no setor de O&G é responsável pela criação de 25 mil empregos.

4%PAPEL & CELULOSE

15%DEMAIS INDÚSTRIAS

R$482 bi 100%

4%AUTOMOTIVO

59%PETRÓLEO & GÁS

5%ELETROELETRÔNICA

8%ALIMENTOS

3%EXTRATIVA MINERAL

2%SUCROENERGÉTICO

12 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S

O gestor da agência reguladora também está entusiasmado com as possibilidades de exploração dos campos da área da Cessão Onerosa, na Bacia de Santos, que podem ren-der cerca de R$ 1,8 trilhão em tri-butos e royalties ao longo de 30 anos. “Considerando que o volume estimado do excedente do óleo nes-sa concessão seja de pelo menos 10 bilhões de barris de petróleo, será preciso a instalação de 17 sistemas de produção. Somente as platafor-mas necessárias para isso represen-tarão investimentos da ordem de US$ 102 bilhões”, acrescenta Décio Oddone.

As empresas são mais cautelosas em sua avaliação, embora também considerem que é a hora de o Bra-sil agir para aproveitar o bom mo-mento. “Se for mantido o atual ca-minho, se todas as mudanças necessárias se concretizarem, o Bra-sil vai se tornar o maior mercado mundial para os fornecedores de óleo e gás. Temos as reservas, a pre-visibilidade de regras e a continui-dade com as rodadas e as medidas do governo que criam o ambiente para os investimentos”, avalia o se-cretário-executivo do Instituto Bra-sileiro de Petróleo, Gás e Biocom-bustível (IBP), Antonio Guimarães.

Na avaliação do executivo, que foi diretor da Shell Upstream, tra-ta-se de uma riqueza estratégica, que precisa ser explorada com ur-gência, pois gera 50 vezes mais in-vestimentos que a indústria auto-motiva e oito vezes mais que o setor de alimentos. Entretanto, Gui-marães destaca a necessidade de aproveitar essa janela de oportuni-dade, que pode ser a última década de auge da commodity, diante da pers-

“O grosso dos negócios dos leilões das últimas rodadas não é para agora, mas há perspectivas de curto prazo associadas aos campos maduros.”

Fernanda Delgadoespecialista em petróleo e gás da FGV Energia

pectiva de redução progressiva do petróleo na matriz energética nos próximos anos. Segundo estimativa do IBP, com dados do Banco Na-cional de Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES), a perspec-tiva é de um investimento médio de R$ 71,3 bilhões por ano, de 2017 a 2020.

Em termos de timing, o mercado também é menos otimista que a agência reguladora. A especialista em petróleo e gás da FGV Energia, Fernanda Delgado, lembra que o grosso dos negócios dos leilões das últimas rodadas não é para agora, mesmo no que se refere à explora-ção de áreas de cessão onerosa, ain-da que seja permitida rapidamente. “Esse é um movimento para o fu-turo, tem uma inércia a ser venci-da. No início, há uma demanda por estudos, por sísmica, que não ne-cessariamente afeta imediatamente a cadeia de fornecedores”, diz.

RODADAS PARA O FUTURO

Manter uma agenda constante de licitações, para gerar segurança e previsibilidade de demanda é im-portante, segundo a especialista da FGV. “Teremos mais dois leilões de partilha em 2019. Mas, o mercado está na expectativa do caminho que será seguido pelo próximo gover-no”, acrescenta Fernanda Delgado.

Ainda para a especialista, essa demora na retomada também faz parte do “preço” que estamos pa-gando pela interrupção das rodadas da ANP. “Passamos anos sem lei-lões regulares. Se não tivesse acon-tecido essa parada no governo an-terior, não teríamos sentido tanto

Iniciativa privada está cautelosa, mas acha que o momento do Brasil é agora

a refreada da demanda. Embora o impacto da queda da cotação do barril e da crise da Lava Jato fosse acontecer de qualquer forma, tería-mos mantido a indústria funcionan-do”, avalia a especialista.

O diretor executivo da Brasco, empresa de bases de apoio offshore do Grupo Wilson Sons, Gilberto Cardarelli, concorda com o pano-rama traçado pela especialista, des-tacando a importância de se buscar equilíbrio na f lexibilização das nor-

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CRESCIMENTO DO SETOR NO GRUPO WILSON SONS

O Grupo Wilson Sons é um dos maiores operadores de serviços portuários, maríti-mos e logísticos do Brasil e tem estreita relação com o setor de óleo e gás. Prati-camente todos os seus negócios oferecem soluções voltadas para o suporte das ati-vidades offshore, o que faz com que acom-panhe com otimismo as atuais perspectivas de retomada do setor.

A Wilson Sons Agência, empresa de agenciamento marítimo, é hoje a principal a dar suporte a controle de certificados e inspeções de navios plataformas. A com-panhia foi escolhida para representar em-presas como SBM e Modec, e atende atual-mente a 18 unidades de produção e exploração de petróleo afretadas.

A Brasco, empresa de bases de apoio logístico offshore do Grupo, possui duas ba-ses próprias na Baía da Guanabara – Bras-co Niterói e Brasco Rio – totalizando oito berços de atracação linear. A companhia dispõe também de expertise em operações remotas, tendo montado bases temporárias

em diversos portos da costa brasileira. Além disso, oferece um serviço automatizado de limpeza de tubos em seu pipeyard em Gua-xindiba e um portfólio de Gestão de Serviços Ambientais (GSA) que inclui a limpeza de tanques de embarcações de apoio offshore.

A Wilson Sons Ultratug Offshore, por sua vez, opera no mercado de apoio marí-timo às plataformas de exploração e pro-dução de petróleo e gás, com uma frota própria de 23 navios, sendo 19 PSVs (Plat-form Supply Vessel), um MPSV (Multi-pur-pose Support Vessel), 2 SDSV (Shallow Diving Support Vessel) e um OSRV (Oil Spill Response Vessel). É uma das maiores e mais modernas com bandeira brasileira, em sua maioria construída no estaleiro do Grupo Wilson Sons, que também fornece rebocadores para o setor e realiza doca-gens para embarcações que o atendem. Além da rebocagem oceânica, a Wilson Sons Rebocadores oferece suporte a ope-rações especiais de construção e manu-tenção de FPSOs e de salvatagem.

Base da Brasco no Rio de Janeiro atende ao setor offshore

mas, para não prejudicar os forne-cedores que já investiram no Brasil.

“Em relação ao mercado local, de uma forma geral, as regras estão equilibradas. Em relação aos FPSOs (navios plataformas, em português), há progressos a fazer. Mas, é preci-so ir com cuidado, de forma a per-mitir investimentos, mas não com-prometer o desenvolvimento local”, af irma Cardarelli, que também é diretor da Associação Brasileira das Empresas de Serviços do Petróleo (ABESPetro).

Para o executivo, a oferta de cam-pos maduros para empresas meno-res e a entrada da iniciativa privada no farm-in e farm-out (compra e ven-da de áreas de concessão) seriam ótimas alternativas para aquecer o setor no curto prazo.“Antes de de-senvolver mais o mercado para aten-der ao crescimento da demanda nos próximos anos, estamos em uma fase de preocupação em ocupar a infraestrutura já disponível”, con-clui o diretor da Brasco.

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14 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S

Do Rio Amazonas para o mundoArco Norte consolida transporte fluvial como modal para exportação de grãos no Brasil

O transporte hidroviário vem se con-solidando nos últimos anos como uma alternativa para transportar cargas no Brasil, segundo dados do Governo Federal, o que faz todo sentido para um país de dimensões continentais e com rios navegáveis. Estatísticas dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e dos Transportes, Portos e Aviação Civil mostram que o Rio Amazonas tem papel funda-mental nessa diversificação, sendo im-portante entreposto no escoamento da safra brasileira de grãos, em espe-cial da soja - terceiro item da nossa pauta de exportações, seguido dos minérios e do petróleo. Boa parte da produção de milho também segue es-se caminho.

A participação dos portos do Nor-

te do Brasil na exportação de grãos supera 25%. Hoje, o Arco Norte - corredor que inclui os Portos de San-tarém e Barcarena/Vila do Conde (PA), Itacoatiara (AM) e São Luís (MA) - movimenta 26 milhões de toneladas de soja e milho por ano. Em 2013, esse volume era de apenas 4 milhões de toneladas.

“A opção pelo Arco Norte, nesse caso, representa o retorno da lógica à logística no transporte de commodities no Brasil, já que é o caminho mais rápido e mais barato. Reduz o trajeto a ser percorrido até o porto e com is-so reduz o custo de transporte, que é o de maior incidência na logística do granel agrícola. Também nos aproxi-ma de mercados consumidores, tais como os EUA, a Europa e a Ásia, atra-

vés do Canal do Panamá”, avalia o coordenador do Núcleo de Infraes-trutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende.

Só no último ano, houve cresci-mento de 82% no escoamento da safra agrícola brasileira pelas instalações portuárias do Arco Norte, de acordo com o Anuário Estatístico 2018, di-vulgado pelo Ministério dos Trans-portes, Portos e Aviação Civil.

Esse aumento expressivo na nave-gação do Rio Amazonas nos últimos anos acontece, principalmente, em função das necessidades dos produto-res do Centro-Oeste, segundo o es-pecialista em infraestrutura. “Um for-te motivo é a grande distância em relação aos principais portos do país”, afirma.

SORRISO - MT

BR1631.075 KM

OCEANO ATLÂNTICO

RIOS TAPAJÓS E AMAZONAS1.000 KM

MIRITUBA - PA

PORTO DEVILA DO

CONDE - PA

INÍCIO FIM

Navegação

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“O Porto de Santos, em São Paulo, fica a mais de 2 mil quilômetros do Mato Grosso”, diz Paulo Resende, acrescentando que, ao optar pelo Ar-co Norte, o produtor do Centro-Oes-te tem uma redução de custos que va-ria de 30% a 50%.

Embora a navegação no Amazonas reduza custos para os produtores, não se trata exatamente de uma operação simples ou barata. Na opinião do di-retor executivo da Wilson Sons Agên-cia, Christian Lachmann, que faz um extenso trabalho de agenciamento na região, a atividade é bem complexa, devido aos desafios geográficos e às questões de infraestrutura da região.

“Para a Wilson Sons Agência, exis-te um trabalho mais extenso do ponto de vista operacional. São três locais em que ocorrem mudanças operacionais, uma ação que precisamos coordenar de forma muito cuidadosa”, relata La-chmann.

Os grãos saem do Centro-Oeste de caminhão pela BR-163 até Mirititu-ba, onde são colocados em barcaças. Os comboios seguem pelos rios Ta-pajós e Amazonas até o Pará, para na-

vios que irão para destinos interna-cionais via Oceano Atlântico, a maioria na Ásia (China) e na Europa.

Na opinião do diretor da Wilson Sons Agência, para atender melhor ao aumento da demanda, seriam neces-sárias obras de infraestrutura. Algu-mas delas, inclusive, já estão em an-damento, como a dragagem para aumentar o calado e poder receber navios maiores e mais pesados.

“Com a dragagem, será possível aumentar o número de atendimentos que realizamos. Isso viabilizaria a en-trada de mais embarcações, maiores e mais pesadas”, avalia Christian La-chmann.

E a expectativa é que a demanda cresça ainda mais, o que aumenta a pressão para que a infraestrutura e a competitividade se ampliem, segun-do o especialista da Fundação Dom Cabral.

“A tendência é que no Brasil de 2030, a maior parte do escoamento de grãos aconteça pelo Arco Norte”, prevê, lembrando que, quando a fer-rovia chegar na região, haverá uma maior atratividade econômica.

“A opção pelo Arco Norte representa o retorno da lógica à logística no transporte de commodities no Brasil, já que é o caminho mais rápido e mais barato.”

Paulo Resendecoordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral

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Só no último ano, houve crescimento de 82% no escoamento da safra

agrícola brasileira pelo rio, segundo dados do governo federal

Caminho alternativo reduz distância, tempo e custos

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16 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S

40 anos se renovandoPolo de Camaçari vence desafios e se torna referência no continente

Em 40 anos, o cenário político-eco-nômico do Brasil mudou muito. Fo-ram várias moedas, governos e planos que o Polo Industrial de Camaçari vivenciou, passando por algumas re-novações e consolidando-se como o maior complexo integrado do Hemis-fério Sul. Nesse período, reforçou sua importância no panorama nacional e para o desenvolvimento do estado que o abriga.

“Âncora do desenvolvimento da Bahia, o quarentão Polo Industrial de Camaçari, maior complexo integrado do Hemisfério Sul, encontra-se hoje em sua plena forma”, avalia a secretá-ria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, Luiza Maia.

O centro gerador de produtos, o primeiro totalmente planejado desse

tipo a ser implantado no Brasil, é res-ponsável por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia e 30% das suas exportações, faturando US$ 15 bilhões por ano e arrecadando R$ 1 bilhão por ano em ICMS, segundo a secre-tária. E ainda responde por 15 mil empregos diretos e 30 mil indiretos.

O Polo, que nasceu petroquímico e mantém 35 companhias do setor, avançou com o complexo automotivo da Ford, representado por 23 empre-sas do segmento, e conta atualmente com mais de 90 integrantes. Entre eles estão fábricas de pneus, fertilizantes, plástico, metalurgia do cobre, têxtil celulose, fármacos, bebidas, serviços e energia renovável.

“Por tudo isso, o Polo de Camaça-ri, nestes 40 anos, é um dos capítulos

mais importantes da história da in-dústria brasileira, tanto pelo ineditis-mo, quanto pelo desafio que repre-sentou para a industrialização do país”, acrescenta Luiza Maia.

LOGÍSTICA EM FOCO

A localização estratégica do Polo, a 50 km da capital baiana, permite fá-cil acesso às rodovias BA-093 e BA-535, portos e aeroportos, tornando-se um diferencial competitivo. Nesse sentido, o Tecon Salvador, terminal do Grupo Wilson Sons, empresa com mais de 180 anos, tem atuado apoian-do as empresas da região, desde sua inauguração.

Acompanhando a diversificação no Polo de Camaçari, o terminal se tor-

Indústria

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nou parte fundamental de sua cadeia logística, participando desde as im-portações dos insumos e matérias-pri-mas usados pela indústria até a entre-ga do produto final para atendimento dos mercados externo, com as expor-tações, e interno, através da cabota-gem. Só em 2017, 31% do total das movimentações realizadas no terminal vieram dessa região - 28% delas se re-ferem à importação, 39%, à exporta-ção e 21%, à cabotagem.

A diretora comercial do Tecon Sal-vador, Patrícia Iglesias, destaca entre os responsáveis por esse aumento a demanda do setor de energia renová-vel, além de polímeros, químico e au-tomotivo. “Entre 2013 e 2017, houve grande movimentação de peças de usinas eólicas de indústrias instaladas ao redor do polo, um nicho aberto com a expansão da fonte renovável no Nordeste, hoje o principal gerador eólico do país”, relata.

+90empresas

R$15 bifaturamento

por ano

R$1 biem ICMS por ano

12 milhõesde toneladas de produtos químicos/petroquímicos

por ano

300 milveículos fabricados

por ano

15 milempregos

diretos

30 milempregosindiretos

Fonte: Cofic

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Olhar para o futuroem busca de oportunidades

Nos últimos cinco anos, o Te-con Salvador movimentou 300 mil m³ de cargas de projeto, com des-taque para as operações voltadas aos parques eólicos e solares, a maioria na Bahia e região. No mês de julho de 2018, a empresa alcan-çou novo recorde com a movi-mentação de 13 mil m³.

“Com a realização dos leilões do setor e maior investimento de em-presas em energia renovável, a pers-pectiva é de expansão desse segmen-to, com a previsão de novos projetos nos estados da Bahia, Piauí e Pernam-buco”, acrescenta Patrícia Iglesias.

Foram muitas as conquistas do Polo de Camaçari nestas quatro dé-cadas, mas, na opinião dos empre-sários que estão presentes na região, realmente ainda há muito a realizar. “Boas perspectivas surgem para o Polo no mercado global, indepen-dentemente dos entraves econômi-

cos”, destaca o superintendente geral do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Mauro Pereira. “A certeza que tenho é que os próximos 40 anos serão extremamente positivos para o Complexo”, assegura, lembrando que desde sua implantação, em 1978, o Polo tem enfrentado, com muita garra, situações adversas, embora sempre en-contrando alternativas.

“Podemos olhar para o futuro e ver as oportunidades. O Polo segue o seu caminho enfrentando adversidades, mas com chances de crescimento, muito ajudado agora pelas novas tecnologias e práticas inovadoras”, diz.

Em uma rápida retrospectiva histó-rica, Pereira enaltece a atenção dada pelas indústrias à saúde e à segurança. “Nessas duas áreas, o Polo se tornou referência”, observa, ressaltando tam-bém os avanços conseguidos na for-mação de mão de obra e no descarte responsável de resíduos industriais.

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18 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S

EADI Santo André completa duas décadasMaior porto seco de São Paulo comemora a data com investimentos de R$ 1,5 milhão para ampliação e modernização

A Estação Aduaneira de Interior (EADI) Santo André comemora 20 anos. A unidade da Wilson Sons Lo-gística atua integrada ao Centro de Distribuição (CD), concentrando operações num único local, desde a entrada da mercadoria no Brasil. Pa-ra celebrar a data, o maior porto se-co do estado recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão para ampliação do CD e instalação de nova câmara fria. A área ocupada passou de 36 mil m2 para 52 mil m2. A nova câmara fria alfandegada possui 260 m2 com 300

posições paletes. O espaço total re-frigerado é de 1.010 m2, com 710 posições paletes.

“Essa integração gera uma econo-mia nos custos logísticos para nossos clientes, já que não há necessidade de transferência das cargas para outro ar-mazém ou centro de distribuição após o desembaraço aduaneiro”, explica Patrícia Iglesias, diretora Comercial da Wilson Sons Logística.

Desde que foi inaugurado, no fim da década de 1990, quando foram li-citadas as primeiras EADIs, após a en-

1998

Inicia as suas atividades em 27 de outubro de 1998. Com a presença do prefeito de Santo André, Bruno Daniel, e de diversas autoridades da Receita Federal, o Consórcio deu início às suas atividades com uma grande festa de inauguração.

Conquista o Prêmio Global 1999 de melhor armazém. A homenagem foi feita durante a Intermodal South América 2000, que reconheceu a pontualidade e a qualidade dos serviços prestados.

Fica entre as três maiores EADIs de São Paulo e investe em geração de energia e novos equipamentos.

Passa a ser 100% Wilson Sons, que adquire 50% de participação

da Armazéns Gerais Colúmbia S/A.

2000 2001 2003

trada em vigor da atual Constituição, a unidade vem mudando para acom-panhar os novos tempos e consolidan-do sua posição estratégica, próxima a importantes elos logísticos como o Porto de Santos e os aeroportos de Guarulhos e Viracopos.

A partir de 2013, a EADI Santo André se tornou um Centro Logísti-co e Industrial Aduaneiro (CLIA), denominação criada para atender às demandas da globalização. Houve, então, uma integração ainda maior das maior das atividades de transpor-

Fotos: Arquivo Wilson Sons

Memória

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As mudanças no segmento e na EADI Santo André também são vistas de forma nítida pelos colaboradores, em especial os mais antigos. O super-visor de Operações da unidade, Hélio Araújo de Souza, que trabalha na EADI desde sua inauguração, ressalta que, entre as modificações, está a ên-fase cada vez maior na eficiência e na segurança.

“Destaco os investimentos em se-gurança e equipamentos. A empresa se preocupa cada vez mais com o co-laborador e temos muita valorização nesse sentido, com armazéns vertica-lizados, uso obrigatório e controlado de Equipamentos de Proteção Indivi-dual (EPIs), áreas restritas e isoladas. A compra de algumas máquinas como as envelopadoras e paleteiras (espécie de empilhadeiras) também auxiliaram bastante na melhoria da operação, au-mentando a agilidade e a eficácia”, conta.

Para o analista de sistemas Robson Ikeda, que tem 18 anos de empresa,

há cada vez mais recursos tecnológicos envolvidos nas atividades de logística, que aumentam a eficiência e reduzem o tempo de operação, o que se tornou fundamental para o negócio.

“No começo, havia forte relação do cliente com a pessoa que o atendia. Hoje, com a tecnologia e o aumento da concorrência no setor, isso dimi-nuiu. A cada ano que passa, o setor fi-ca mais concorrido. O cliente foca bas-tante na performance e baixo custo. É preciso estar sempre antenado nas mu-danças para a empresa se manter com-petitiva”, lembra o analista de sistemas.

Em 2018, a plataforma cresceu 26% comparado aos dez primeiros meses do ano anterior. Tal crescimento se deve principalmente à movimentação de cargas dos segmentos manufaturado, farmacêutico, hospitalar e automotivo.

Atualmente, a unidade também realiza regimes aduaneiros especiais, como entreposto aduaneiro, Depó-sito Alfandegado Certificado (DAC) e admissão temporária.

Migra para o regime de CLIA - Centro Logístico

Industrial Aduaneiro.

Comemora 20 anos de existência, com investimento de R$ 1,5 milhão para ampliação do

Centro de Distribuição e instalação de nova câmara fria.

• Inaugura expansão e realfandegamento, que acrescentam 10.800 m² de armazém e 7 mil m² de pátio alfandegado, totalizando uma área de 92 mil m² totalmente alfandegada.

• Desta forma, torna-se a maior unidade deste tipo em São Paulo, liderando o ranking dos Portos Secos que estão sob a jurisdição da Alfândega do estado com 3.800 Declarações de Importação por mês.

• Inicia o Programa WS+, de segurança.

2012 2013 2018

te, movimentação de carga, armaze-nagem e gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Responder rapidamente às novas exigências de mercado é uma cons-tante na atuação dos armazéns alfan-degados, segundo o presidente da As-sociação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), Carlos Cesar Mei-reles. “Os operadores logísticos pro-moveram profundas alterações em suas próprias características, concebendo, desenhando e desenvolvendo um con-junto de novas atribuições. Agora, além de se buscar soluções para dimi-nuir custos, a logística passou a ser discutida sob o ponto de vista estra-tégico, uma vez que ela propicia, pa-ra empresas e países, vantagens com-petitivas imprescindíveis”, avalia.

Graças a essa evolução, a EADI San-to André oferece atualmente vários serviços, que vão da armazenagem geral ou regime de filial, a operações dedicadas, serviços customizados (eti-quetagem, rotulagem e montagem de kits) e transporte para clientes finais no território nacional.

Colaboradores acompanham as mudanças

20 Dezembro 2018 | Janeiro 2019 NEW,S www.wilsonsons.com.br

Conexões que geram

PRODUTIVIDADEEstamos em movimento para que nossos clientes contem com a

máxima segurança e a nossa expertise em toda a costa brasileira. Geramos produtividade, seja na manobra de navios, na construção

de embarcações ou com o conhecimento das atividades dos diversos mercados para antecipar soluções às demandas dos seus clientes.

Wilson Sons, o movimento que conecta.