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Imunidades Tributárias RUBENS KINDLMANN

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Imunidades TributáriasRUBENS KINDLMANN

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Contatos

Professor Rubens Kindlmann

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Imunidade SubjetivaArt. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

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Patrimônio, Serviços e rendaAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSRUMENTO. TRIBUTÁRIO. ICMS. ENTIDADE DEASSISTÊNCIA SOCIAL. BENS E SERVIÇOS ADQUIRIDOS NO MERCADO INTERNO. CONTRIBUINTEDE FATO. ART. 150, VI, C, DA CF. IMUNIDADE. INAPLICÁVEL. DESNECESSIDADE DE O ÓRGÃOJULGADOR REBATER TODAS AS TESES SUSCITADAS. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade do art.150, VI, c, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente diretamente sobre serviço,patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, ou seja, na qualidade de contribuinte dedireito. II - No caso, como a entidade de assistência social é contribuinte de fato do ICMS relativoaos bens e serviços por ela adquiridos no mercado interno, não faz jus a imunidade em questão.Precedentes. III - O órgão julgador não está obrigado a rebater todas as teses jurídicasapresentadas pelo recorrente. IV – Agravo regimental improvido.

(AI 769925 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 19/10/2010, DJe-220 DIVULG 16-11-2010PUBLIC 17-11-2010 EMENT VOL-02432-01 PP-00119 LEXSTF v. 32, n. 384, 2010, p. 114-120)

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Não apenas o Patrimônio, Serviço e Renda, mas o que possa comprometerCONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ENTIDADE ASSISTENCIAL. EXTENSÃO AO IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS - IOF. ART. 150, VI, C DA CONSTITUIÇÃO. VINCULAÇÃO DO BENEFÍCIO ÀS ATIVIDADES ESSENCIAIS. CARÁTER VINCULADO DO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE ACOLHIMENTO DE RAZÕES GENÉRICAS. 1. Esta Corte já definiu que a imunidade tributária (art. 150, VI, c da Constituição) também se aplica ao imposto previsto no art. 153, V, comumente chamado de "Imposto sobre Operações Financeiras - IOF". 2. Devido ao caráter plenamente vinculado da atividade administrativa de constituição do crédito tributário, descabe acolher afirmativa genérica de que o resultado da atividade que se tem por imune deve estar vinculado à atividade essencial da entidade. Necessidade de reexame de fatos e provas, que não podem ser meramente pressupostos. 3. Ademais, a manutenção de investimentos pode ser instrumento útil para a formação de recursos destinados às atividades filantrópicas. Desde que respeitados os limites da imunidade (não privilegiar atividade privada econômica lucrativa e não afetar a livre iniciativa), a imunidade tributária será aplicável ao produto das operações financeiras. Agravo regimental ao qual se nega provimento.

(RE 454753 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 20/04/2010, DJe-096 DIVULG 27-05-2010 PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-05 PP-01382)

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“(...) a imunidade tributária subjetiva se aplica a seus beneficiários na posição de contribuintes de direito, mas não na desimples contribuintes de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional adiscussão acerca da repercussão econômica do tributo envolvido. (...) 4. Cuidando do reconhecimento da imunidade emfavor de entidade de assistência social que vendia mercadorias de sua fabricação (contribuinte de direito), admite oTribunal a imunidade, desde que o lucro obtido seja aplicado nas atividades institucionais. 5. À luz da jurisprudênciaconsagrada na Corte, a imunidade tributária subjetiva (...) aplica-se ao ente beneficiário na condição de contribuinte dedireito, sendo irrelevante, para resolver essa questão, investigar se o tributo repercute economicamente. 6. O entebeneficiário de imunidade tributária subjetiva ocupante da posição de simples contribuinte de fato – como ocorre nopresente caso –, embora possa arcar com os ônus financeiros dos impostos envolvidos nas compras de mercadorias (aexemplo do IPI e do ICMS), caso tenham sido transladados pelo vendedor contribuinte de direito, desembolsa importeque juridicamente não é tributo, mas sim preço, decorrente de uma relação contratual. A existência ou não dessatranslação econômica e sua intensidade dependem de diversos fatores externos à natureza da exação, como o momentoda pactuação do preço (se antes ou depois da criação ou da majoração do tributo), a elasticidade da oferta e aelasticidade da demanda, dentre outros. 7. A propósito, tal orientação alinha-se aos precedentes desta Corte no sentidode ser a imunidade tributária subjetiva constante do art. 150, VI, c, da Constituição aplicável à hipótese de importaçãode mercadorias pelas entidades de assistência social para uso ou consumo próprios. Essas entidades ostentam, nessasituação, a posição de contribuintes de direito, o que é suficiente para o reconhecimento do beneplácito constitucional.O fato de também serem apontadas, costumeira e concomitantemente, como contribuintes de fato é irrelevante para aanálise da controvérsia. (...) 9. Em relação ao tema nº 342 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF nainternet, fixa-se a seguinte tese: “A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição decontribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência dobeneplácito constitucional a repercussão econômica do tributo envolvido.”

(Informativo 885 do STF, RE 608872, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 22.2.2017

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Sujeitos

partidos políticosFundações dos Partidos Políticos

Entidades sindicais dos trabalhadores

Instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos

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Sumula 730, STF“A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem finslucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidadesfechadas de previdência social privada se não houver contribuição dosbeneficiários.”

*** Nesse caso há clara intenção assistencial, já que mantida por patrocinadores

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Requisitos da LeiArt. 146. Cabe à lei complementar:

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

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Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.

Requisitos da Lei

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Requisitos da LeiNão distribuição de lucro não é sinônimo de ausência de atividade econômica

Os entes imunes estão sujeitos à fiscalização como qualquer outra entidade

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Finalidades Essenciais“As finalidades essenciais a que alude o preceito constitucional confundem-se comos objetivos estatutários, conforme se infere da interpretação conjugada do TextoMaior com o art. 14, §2º, do Código Tributário Nacional, cuja redação preceituaque ‘os serviços a que se refere a alínea c do inciso 9º são exclusivamente osdiretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de quetrata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos’. Tudo oque visar ao implemento dos objetivos estatutários estará, naturalmente,relacionado com as atividades essenciais da entidade. O patrimônio, rendas eserviços não precisam estar destinados diretamente a cursos educativos, sendonecessário apenas que sua utilização tenha por meta o implemento da atividadepromovida pela instituição, como infraestrutura empregada para viabilizar seu fimsocial.” (CARVALHO, Paulo de Barros. Imunidades Condicionadas e Suspensão de Imunidades: Análise dos Requisitos do Artigo14 do Código Tributário Nacional Impostos às Instituições de Educação sem Fins Lucrativos. RET 80/7, jul-ago/11)

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Súmula Vinculante 52

Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvelpertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, daConstituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividadespara as quais tais entidades foram constituídas.

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Imunidade ObjetivaArt. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

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Imunidade dos Livros, Jornais,Periódicos e Papéis“São os fins a que se destinam os livros e equivalentes e, não, sua forma que os tornam imunesa impostos. Livros, na acepção da alínea d, do inc. VI, do art. 150, da CF, são os veículos dopensamento, vale dizer, os que se prestam para difundir idéias, informações, conhecimentosetc. Pouco importam o suporte material de tais veículos (papel, celulóide, plástico etc.) e aforma de transmissão (caracteres alfabéticos, signos Braille, impulsos magnéticos etc.).”(CARRAZZA, Roque Antônio . Importação de Bíblias em Fitas: sua Imunidade: Exegese do art.150, VI, d, da Constituição Federal. RDDT nº 26/139, 1997)

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Não importa o conteúdoCONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, "D" DA CF/88. "ÁLBUM DEFIGURINHAS". ADMISSIBILIDADE. 1. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e opapel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade deexpressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso dapopulação à cultura, à informação e à educação. 2. O Constituinte, ao instituir esta benesse, nãofez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou àqualidade cultural de uma publicação. 3. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em telaafastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão importante ao exercício dademocracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógicode uma publicação destinada ao público infanto-juvenil. 4. Recurso extraordinário conhecido eprovido.

(RE 221239, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 25/05/2004, DJ 06-08-2004 PP-00028 EMENT VOL-02158-03 PP-00597 RTJ VOL-00193-01 PP-00406)

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E-BooksRecurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Imunidade objetiva constante do art. 150, VI,d, da CF/88. Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrônico ou digital. Suportes.Interpretação evolutiva. Avanços tecnológicos, sociais e culturais. Projeção. Aparelhos leitores delivros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia da imunidade contida no art. 150, VI, d, daConstituição, aponta para a proteção de valores, princípios e ideias de elevada importância, taiscomo a liberdade de expressão, voltada à democratização e à difusão da cultura; a formaçãocultural do povo indene de manipulações; a neutralidade, de modo a não fazer distinção entregrupos economicamente fortes e fracos, entre grupos políticos etc; a liberdade de informar e de serinformado; o barateamento do custo de produção dos livros, jornais e periódicos, de modo afacilitar e estimular a divulgação de ideias, conhecimentos e informações etc. Ao se invocar ainterpretação finalística, se o livro não constituir veículo de ideias, de transmissão de pensamentos,ainda que formalmente possa ser considerado como tal, será descabida a aplicação da imunidade.

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2. A imunidade dos livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua impressão não deve ser interpretada em seus extremos, sob pena de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu alcance prático, ou de transformar a imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por desonerar de todo a pessoa do contribuinte, numa imunidade a que a Constituição atribui desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da competência tributária apenas abrange os impostos incidentes sobre materialidades próprias das operações com livros, jornais, periódicos e com o papel destinado a sua impressão. 3. A interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em conta os novos fenômenos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus preceitos. 4. O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de produção de livros, jornais e periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito desses bens finais. O suporte das publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras. O corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade, pois a variedade de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento acidental no conceito de livro. A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro digital (e-book). 5. É dispensável para o enquadramento do livro na imunidade em questão que seu destinatário (consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita. Quero dizer que a imunidade alcança o denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados em áudio, seja no suporte CD-Rom, seja em qualquer outro).

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6. A teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers) confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos, marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc. Esse entendimento não é aplicável aos aparelhos multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais. 7. O CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte. Aquilo que está nele fixado (seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD-Rom) quanto o livro (conteúdo) estão abarcados pela imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. TESE DA REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.”

(RE 330817, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 08/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 30-08-2017 PUBLIC 31-08-2017)

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Propagandas“ISS: incidência sobre serviços de distribuição de encartes de propaganda de terceiros por jornais e periódicos: inexistência da imunidade prevista no artigo 150, VI, d, da Constituição: precedente (RE 213.094, Galvão, DJ 15.10.99).” (STF, 1ª T., Ag.Reg.AI 368.077-1, Min. Sepúlveda Pertence, out/04)

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Imunidade MusicalArt. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Incluída pela EC 75/2013

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CaracterísticasCriada para fazer frente à pirataria

Inclui CD, DVD, Blu-Ray e quaisquer mídias

Necessário que seja referente à produção industrial no Brasil

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