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IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO INSTRUMENTAL PARA A INDÚSTRIA TEXTIL São Paulo (SP) 17 de setembro 2011 Hans Jorg Ruckriem CONSULTOR [email protected] 55 11 82893952

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IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO INSTRUMENTAL

PARA A INDÚSTRIA TEXTIL

São Paulo (SP) 17 de setembro 2011

Hans Jorg Ruckriem CONSULTOR

[email protected]

55 11 82893952

ESCRITÓRIO DE ALGODÃO EM 1873

A história da classificação por instrumentos

Nos anos 60, o USDA (Departamento de agricultura dos EUA)

lançou um projeto para desenvolver máquinas aptas para fornecer

os valores intrínsicos mais revelantes para a indústria têxtil e,

eventualmente substituir a classificação visual, que era

considerada não sempre objetiva.

Vários fabricantes desenvolveram estas máquinas no início dos

anos 70, sempre em cooperação com o USDA e as fiações

americanas.

Já em 1973, um trabalho efetuado pelo Cotton Incorportated de

Raleigh, EUA, demonstrou para a indústria têxtil , o alto potencial

comercial dos valores intrínsicos produzidos pelas máquinas hoje

chamadas HVI.

HVI em inglês quer dizer, máquinas aptas para obter os valores

intrínsicos de amostras de algodão em larga escala.

Hoje HVI é marca registrada do fabricante Suíco “USTER”.

A safra de 1991 foi a primeira safra Americana a ser totalmente

classificada pelas máquinas consideradas HVI.

Em 1996 foram introduzidas pelo USDA os padrões de calibragem

para as máquinas de HVI,

chamadas “Universal HVI Calibration

Cotton Standards”.

Unificando desta forma, a padronização

da classificação visual, representada

pelos ‘Universal Cotton Standards”,

com a classificação por máquinas .

As máquinas de HVI mais usadas atualmente no mundo, são do

fabricante Suico USTER

e do fabricante Indiano EVOLVICS, mais conhecido como

PREMIER.

Estudos feitos pelo Faserinstitut da universidade têxtil de

Bremen/Alemanha, onde as máquinas do fabricante Suíco e do

fabricante Indiano foram usadas lado ao lado para os mesmos

testes, foram constatados resultados idênticos para algodões de

fibras curtas, médias e longas. Nos algodões de fibra extra longa,

houve desvios no comprimento real, pela máquina Indiana.

Como nossos algodões são de fibra média e longa, podemos

dizer, que as máquinas produzidas, tanto pelo fabricante Suíco

como pelo fabricante Indiano, são totalmente aptas para produzir

resultados idênticos.

O programa do ICAC (International Cotton Advisory

Committee), junto com o ITMF (International Textile

Manufacturers Federation), referente a padronização dos

testes comerciais feitos por máquinas de HVI, o CSITC está

aberta para o uso, das máquinas da USTER e PREMIER.

As máquinas de HVI são instrumentos de alta precisão,

compostas por segmentos mecânicos e eletrônicos,

necessitando uma constante manutenção por técnicos

qualificados para garantir o fornecimento de dados exatos.

Também e necessário ter os padrões de calibragem

atualizados fornecido pelo USDA.

E além disso, ter o ambiente climatizado tanto para o local

da máquina, como para o ambiente para a climatização das

amostras a serem testadas.

A temperatura do ambiente deve ser de 21 graus Celsius,

com a tolerância de +/- 1 (um) grau, e uma humidade

relativa do ar de 65%, com tolerância de +/- 2%.

Outro requisito importante para obter resultados corretos, e

ter amostras de tamanho e peso adequado.

O peso da amostra deve ser no mínimo de 100 gramas, e o

tamanho de 22 cm de comprimento, 15 de largura e 10 de

grossura.

As amostras devem ser identificadas, preferencialmente,

por etiquetas de código de barras.

Sendo os requisitos acima preenchidos, e uma equipe de

operadores corretamente treinados, os resultados

fornecidos pela máquina devem ser corretos e confiáveis.

SALA DE HVI – MEMPHIS - EUA

Quais são os valores intrínsicos que uma máquina de HVI

fornece?

Vou colocar isto em sequência pela importancia para a fiação,

tanto para um fio de open end, como para um fio de anel.

Comprimento da fibra: expressado em milimetros ou decimais de

polegada

Resistencia da fibra: grama/tex

Uniformidade das fibras: UNF

SFI: índice de fibras curtas (porcentagem de fibras com menos de

12 milimetros)

Micronaire: finura da fibra

Maturidade das fibras

ELG: elasticidade da fibra

RD: reflectância da cor, do branco total até preto

+B: grau de amarelamento

CG: grau da cor

Área: a área medida ocupada por algo que não seja algodão

Trash: fórmula de converter a área ocupada por algo que não é

algodão em “trash” ou folha

SCI: índice de fiabilidade

E importante frizar, que o aparelho de HVI não é capaz de detectar

contaminação provocada por grama, picão, caule e outros itens

que nao sejam algodão. Para detectar estes problemas, ainda e

necessário uma inspeção visual das amostras envolvidas.

Além disso, o HVI não é capaz de estabelecer valores sobre

conteúdo de neps, fragmentos de sementes, contaminação por

óleo, etc..

Também a avaliação mais exata da maturidade, do conteúdo de

fibras curtas e depósito de celulose, deve ser feita pelo aparelho

chamado AFIS (Advanced Fiber Information System).

Podemos dizer que os valores intrínsicos , obtidos por uma

máquina de HVI são importantes para as fiações e tecelagens?

Sim, podemos afirmar que os resultados obtidos por um HVI,

satisfazem quase 100% as necessidades de uma fiação.

Claro que a matéria prima que necessita uma fiação que produz

um fio titulo 8, com pouca exigência de qualidade, e diferente dos

requisitos de uma fiação que pretende produzir títulos acima de

número 50. Mas, ao que se refere aos títulos médios, de 16 a 30,

pode-se afirmar o seguinte:

Quanto mais longa a fibra, quanto mais alto o índice de grama/tex,

quanto mais uniforme o comprimento da fibra, quanto mais baixo

o índice de fibras curtas e fibras com finura média e uniforme,

algodões com estas caracteristicas vão proporcionar rendimentos

altos nos filatórios, tanto para o sistema anel como para o

processo de rotor.

Estes valores representam velocidade para os filatórios e alta

qualidade do fio produzido.

Quais são as outras vantagens dos algodões testados pelo

sistema de HVI?

Os dados estão disponíveis em forma eletrônica, abrangendo

praticamente o volume de uma safra inteira, de cada produtor.

Desta forma, a indústria têxtil pode selecionar melhor as origens

da qualidade da matéria prima que ela necessita.

Assim sendo, a fiação pode avaliar detalhadamente o seu estoque

da matéria prima e, desta forma estabelecer com antecedência e

segurança, a mistura ou, as misturas a serem feitas para produzir

fios com qualidade uniforme.

Em cima dos dados do HVI, a fiacao pode eliminar por completo

problemas como barramento, fazendo misturas adequadas

utilizando os dados de Rd e +B, e misturas de micronaire que

permitem alvejamentos e tingimentos uniformes.

Com base nos dados de HVI, problemas com a qualidade da

matéria prima podem ser detectados com antecedência e medidas

corretivas podem ser tomadas.

O setor têxtil que mais cedo descobriu o alto valor comercial

(lucro) dos dados do HVI, na década de 70, foi o setor do denim.

Foi este o setor da indústria têxtil que inicialmente se beneficiou

em larga escala dos dados elaborados pelas máquinas chamadas

HVI.

Hoje em dia, existem inúmeros “softwares” que permitem as

fiações produzir com total segurança, fios com alto índice de

uniformidade e qualidade.

Os “softwares” mais avançados disponíveis no mercado, não

somente atendem a necessidade das fiações , mas servem

também como instrumento de marketing para o produtor e o

comerciante/trader.

Baseados nos dados do HVI, o produtor/comerciante, pode

oferecer a indústria as misturas procurados por ela, garantindo

desta forma misturas por periodos longos e com qualidade

uniforme, garantindo assim a máxima rentabilidade para o

maquinário instalado da fiação.

Contato

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