iii encontro de cultura libertária de natal

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Page 1: III Encontro de Cultura Libertária de Natal

- TERRA LIVRE -- "~ ~ COMPILACAO COMEMORATIVA

DO 111 EN;CON,TRO DE CULTURA" -"LIBERTARIA .DE N;ATAL

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ORGANIZACAO 00 GRUPO AFIMI E.DICAO

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ORGAblIZACAO JJO GRUPO AFIM

- TERRA LIVRE -COMPILACAO COMEMORATIVA j)() 111 E:blCO:blTRO

lJE CULTURA LIBERTARIA JJE NATAL

NATAL - RNa001

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Page 5: III Encontro de Cultura Libertária de Natal

- TERRA LIVRE -COMPILACAO COMEMORATIVA .00 III EblCON,TRO

.DE CULTURA LIBERTARIA .DE NATAL

Page 6: III Encontro de Cultura Libertária de Natal

EDIÇÕES AVERSÃO AO ESTADOCANÁRIA NEGRA PUBLICAÇÕES

ÇAGRA ATELIER DO TEXTO

CapaLucas Fortunato

IlustraçõesPáginas 7, 26 e 44: domínio livre; Páginas 23, 37, 38 e 41: Movimento

Anarquista e Punk de Natal; Página 33: Movimento Anarquista e Punk deJoão Pessoa; Página 19: Movimento Anarquista de Fortaleza.

Edição EletrônicaRosaly Araújo

Rômulo AngélicoLucas Fortunato

Organização e Seleção de TextosGrupo Afim

ContatosCor-e: [email protected]

ImpressãoGráfica Santa Maria

Este livro pode ser reproduzido e divulgado livremente.

FICHA CATALOGRÁFICA

Terra Livre / Organização do Grupo Afim. - Natal: Edições Aversão aoEstado: Canária Negra: Çagra Atelier do Texto, 2001.44p. : il.

Compilação comemorativa do IIIEncontro de Cultura Libertária de Natal.

I. Anarquismo. 2. Anarquistas. 3. Socialismo. 4. Sociologia. 5. Anarquismo- Movimento Político.!. Grupo Afim. 11. Encontro de Cultura Libertária deNatal (3. : Natal)

RN/UF/BCZM CDU 329.2 -

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· \

A tod@s @s anônim@s da história que lutaram e contribuírampara a construção de uma sociedade cada vez mais libertá ria.

Page 8: III Encontro de Cultura Libertária de Natal

SUMARIOApresentação - 09

AnarquãsmeO que é Anarquia - 11

Anarquismo e Doutrina - 11O Anarquista - 13

Estado e Suas Formas de Atuação - 15

Anarco-BindicalismoO 10 de Maio e a Verdadeira Luta dos Trabalhadores - 20

Domingo Não! - 23

EleicoesEleições - 24

Pedagogia LibertariaEãucação Escolar - 25

EcologiaEcologia e Subdesenvolvimento - 26

Anti-MilitarismoO Relato de um Soldado - 28

O que (ou quem) os Militares Protegem? - 29Sobre a Lei e a Ordem - 31

Pena de MortePena de Morte Não Diminui a Criminalidade - 34

Pena de Morte: Farsa e Fascismo - 35

CulturaEu, Ator e Anarquista - 39

PunkManifesto Punk - 42

AmorOAmor-43

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APRESENTACAO. Esta compilação foi idealizada com a intenção de resga-

tar um pouso da história da produção e atividade anarquista dacidade de Natal. Os textos selecionados abordam diversos te-mas que foram apreciados pelos movimentos anarquista e punkdurante o final da década de 80 e toda a década de 90, chegan-do até os dias atuais ..

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Do livro BAKUNIN, publicado pelo Editora Imaginório/CE.l./ (OSO do Somo.São J 53 páginas de histórias e opiniões sobre o grande revolucionórioRusso,com notávelprefócio de Sérgio Norte.

Seguido de palesfra rem José Corlos Orsi Moret membro do (entro de CulturaSoda Ide São Paulo.

RICHARD WACNER • IVAN TURGUENIEVLEOPOLD SACIIER·MASOCH • ARNOI.O RVC·trrOTR KROl'OTKIN • ALEXANO~F. I!ERZENE!tRICO MALAT[STA • AUGUST ROCKl:LJAMES curU..AUMl: • ALEXANDlUNA BAUI .•ER

I..•'CAL: AP I (VíscottDE DE. ?flOT"~ - CI:Nr~o)

D/\.TA: Zq.11.<J'1 (1'EICÇA-) IIORA: .1i:30 hs.

OR~~IZAÇÃO: CCS/JP (Coletivo Anurco·Punk/Reu,üo Anarquistà)

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A origem da palavra anarquia é muito antiga, ela é deorigem grega e quer dizer sem governo, sem chefes ou líderes:an - sem, arco - governo. A idéia central do anarquismo é aeliminação do mal absoluto que impede a liberdade e o desen-volvimento humano, sendo desnecessário a representação e sis-tema governamental, onde terá uma organização baseada naAutogestão, que é um sistema de organização na qual os traba-lhadores e membros da comunidade terão participação diretanas decisões que existirem dentro da comunidade. Porém ahumanidade ainda não saboreou o advento e uma grande expe-riência anarquista, as revoluções que ocorreram até hoje nomundo fracassaram e o sistema capitalista continua a massa-crar famílias, trabalhadores e todos os que vivem num capita-lismo, no qual a classe dominante é a beneficiada e a sociedadeconsumista não acorda diante desses resultados impiedosos .Portanto para que o anarquismo possa ser posto em prática énecessário uma transformação através da Pedagogia Libertáriae a partir daí caminharmos para o tão sonhado e vivenciadomundo anarquista.

Movimento Anarco-Punk.Natal-RN.

AN,ARQ UISMO E ·j)OUTRIN,A

o anarquismo firma-se no apoio mútuo e na solidarieda-de humana. É uma doutrina profundamente humanitarista. Seusmilitantes integram-se ideologicamente formando organismoshumanos-sociais, valores universais dentro dos grupos, das fe-derações e na sociedade.

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o anarquismo embasa-se numa nova ordem social de li-berdade plena, na qual as riquezas naturais, resultantes do tra-balho manual, intelectual e mecânico ou eletrônico, isto é, aprodução, o consumo e a educação, devem satisfazer as neces-sidades de todos e de cada um, independente das idades, sexos,raças e/ou cores.

O anarquismo propõe a substituição da organização re-gulamentada por cercas jurídicas, obrigatoriamente padroniza-das e' robotizadas, pela organização voluntária, embasada nolivre-acordo, espontaneamente firmado por afinidades, eterna-mente dissolúvel, desde que os interesses e reciprocidades dei-xem de existir.

Tornou-se hábito estabelecer consensos, regras, leis con-dicionadoras, em dimensões tais que alienem o homem paraque este aceite resignadamente a desigualdade e a exploração.O anarquismo opõe-se a esses costumes, não aceita que o ho-mem precise ser governado e/ou explorado, e repele o conceitocondicionador de que o contrário, além de utópico é irrealizável.

Não é verdade que o individuo precise sofrer a autorida-de dos governantes e dos seus auxiliares, para ser cumpridorde seus deveres, saber conviver com a liberdade que, por obrae graça de sofismas políticos, "termina sempre onde começa ado seu semelhante", como se todos os seres humanos tivessemnecessidades que pudessem ser medidas ou pesadas.

O anarquismo - doutrina dos anarquistas - rechaça a "con-vicção" de que o homem deva deixar-se deformar abdicandodaquilo que possui de mais importante: a inteligência, a razão,a vontade de ser livre! Vê a liberdade como um patrimôniopúblico, tão necessário ao desenvolvimento humano quanto àluz e o ar que respiramos.

Por isso os anarquistas advogam que o acesso de todos aesse valioso bem comum se transforme em princípio dentro danova educação.

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o anarquismo é a filosofia da humanidade. Todos nós,querendo ou não, somos um pouco anarquistas. Os seres hu-manos se completam no anarquismo e atingem a expressãomáxima do seu desenvolvimento.

O anarquismo não se fecha, não está enquadrado em ne-nhum esquema pré-estabelecido a servir de roteiro para a con-duta humana. É a própria vida! Vai até onde o sentido da liber-dade o possa conduzir. A essência da anarquia é a liberdadeplena e a responsabilidade. A sua atualidade fica provada pelointeresse despertado nas novas gerações de pesquisadores, pro-fessores, escritores, teatrólogos, cineastas, etc.

José Oiticica, A Doutrina Anarquista ao Alcance de Todos.

o AMAR Q,UISTA

O anarquista é um idealista de pura gema. Tanto que éum amante ardente e apaixonado do trabalho, do progresso, daverdade, da liberdade e da justiça. E como homem de muitosbons sentimentos é extremamente sensível aos sofrimentos dahumanidade. Por isso é um revoltado consciente contra a soci-edade burguesa que julga responsável por todos os sofrimen-tos morais e físicos dos seus semelhantes. Mas como tem pro-funda convicção de que as causas determinantes dos sofrimen-tos da humanidade podem e devem ter um fim, pela radicaltransformação da sociedade em que vivemos, com desassombroe denodo luta para derrubá-Ia e sobre suas ruínas fumegantesver surgir triunfante a anarquia.

O advento da anarquia será um grande bem para todos,exploradores e oprimidos. É que, abolido o privilégio, alicerceda sociedade burguesa, deportada a classe rica, reduzidos àinocuidade os exploradores e tiranos, os trabalhadores emanci-pados de todos os preconceitos políticos, religiosos e sociais;

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desembaraçados dos líderes,' que são trambolhos que lhes es-torvam a vida, hão de viver de fato livres e felizes sobre a terraredimida. Livres não delegando mais poderes a terceiras pes-soas suas, fazendo tudo por suas próprias mãos, de posse dosinstrumentos do trabalho, das terras,das fábricas, das oficinas;e regularizadas as horas de trabalho em condições mais livres ehumanas, conscientes dos seus direitos e dos sus deveres soci-ais, hão de produzir com mais fartura a fim de abastecer a co-munidade.

Numa sociedade assim de produtores livres e conscien-tes haverá sempre abundância de todos os gêneros indispensá-veis à vida. Não haverá, portanto miséria e fome. Pelo contrá-rio, todos serão bem alimentados e bem vestidos e possuirãocasas de moradia, confortáveis e higiênicas.

Mas na anarquia não será tudo uma questão de pão. Éque também será uma questão moral, tanto que em plena co-munidade anárquica não se descuidará da educação do povo.A educação do povo será considerada como a mais importantedas necessidades da vida. De modo que, os anarquistas, basea-dos nesses pontos de vista, hão de fundar por todas as partes dacomuna, até nos pontos mais afastados, muitas universidades,escolas, academias de ciências, de belas artes, de música,deliteratura, etc ...

E naturalmente como isso tudo nascerá de espontânea elivre vontade, sem espírito mercantil, porquanto, na anarquianão haverá comércio de espécie alguma. Serão essas casas deensino franqueadas ao povo. Mas as faculdades de direito, osseminários, que são fábricas de parasitas sociais, as escolas ecolégios militares, as casernas, que são ambientes deletériosonde se aprendeo estúpido desprezo à vida e se cultiva o cri-me, as igrejas de todas as religiões, que são depositárias dasmentiras religiosas, os lunares, tanto do alto como do baixobordo social, as tabernas e as casas de jogatina, que são antrosde depravação moral, serão suprimidas.

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Pois bem, numa sociedade assim, onde não existirão maiselementos de corrupção e onde para complemento da obra dascasas de ensinos e centro de cultura se introduzirá a salutarprática das preleções, isto é, das conferências públicas, ao arlivre, sobre todos os temas educativos e instrutivos, assistidaspor milhares de ouvintes interessados, a humanidade há de evo-luir cada vez mais, até alcançar o mais alto grau de cultura e deperfeição moral. Portanto, o anarquista, que luta pelo adventode uma sociedade tão boa assim, não é nenhum malfeitor comodão a entender os interessados em desvirtuar a verdade, masum grande apóstolo do bem. . .

Zeferino Oliva, Italiano anarquista que lutou peloanarquismo; Colaborou com o Jornal Ação Direta de J.Oiticica.

ESTA.DO E SUAS FORMAS lJE ATUACAO

Constantemente sofremos as coerções do Estado. Nossaliberdade é fatiada dia após dia. Muitas vezes somos forçadospor tal instituição a nos calar diante de situações que nossasgargantas quase nos foge do controle, a nos redimir perantecertas situações impostas de tal maneira a nos inspirar ódiopara que não tenhamos que sofrer um mal ainda maior. Muitassão as formas despendidas pelo Estado para forçar-nos a en-quadrar em seus padrões de comportamento.

Atualmente, não tão diferente de tempos atrás, ele vemdesempenhando seu papel de forma singular, simples e na mai-oria das vezes eficiente.

O Estado desde sua cristalização dentro da sociedade or-ganizada vem utilizando-se de dois mecanismos para manipu-lar as massas populares: O Aparelho de Propaganda e o Apare-lho de Repressão.

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Os aparelhos de propagação da submissão e serviêncianão estão muito longe de nós. Dentro de nossas próprias casassofremos com o uso (abuso) da educação ditatorial e da hierar-quia patriarcal. Somos forçados a nos enquadrar nas regras dainstituição familiar ditadas, muitas vezes, pelo genitor.

Saindo dos limites de nossos lares ainda existem outrosdois veículos de propagação da passividade e servidão. O pri-meiro é a Igreja, que aliena e castra toda a vontade e individu-alidade em nome de um deus soberano, rei dos reis, representa-do pela hierarquia do santíssimo Clero, o qual todos devemsubmeter-se e idolatrar para ter sua esmola merecida: umamorada no paraíso! (não estou aqui afirmando que todos de-vam ser descrentes ou seja lá o que for, quero apenas ressaltarque os dogmas que a Igreja impõe para seus seguidores são osque transformam as pessoas em seres passivos e desinteressa-dos por uma melhoria da sociedade como um todo). O segundoé a Escola, considerada por muitos anarquistas como o maiorde todos os males do aparelho de propaganda. É na escola quesomos literalmente adestrados para uma melhor prestação aospatrões e burgueses.

E vejam só! Desde muito jovens já somos vítimas de ta-manha perseguição!

O aparelho que sofreu maior mudança na sua forma deatuar na sociedade foi o de propaganda que ao longo do desen-volvimento da ciência e da tecnologia acompanhou de olhosbem abertos.

Adquirindo a sofisticação atual das novas técnicas neuro-linguísticas na ciência; e dos meios de comunicação de mas-sas, principalmente a televisão nas últimas décadas e mais re-centemente da internet, nas novas tecnologias, o Estado vemganhando novos aliados com o passar do tempo. Essa forma deimposição subliminar, ou seja, de forma sutil, quase que im-perceptível, é largamente usada atualmente nas massas parapropagar os ideais burgueses sem que as pessoas percebam a

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verdadeira intenção. Basta observar a mídia oficial que traba-lha incessantemente em prol dos estadistas levando às pessoasatravés de todos os meios de comunicação de massa todas asagressões e mentiras recheadas da típica hipocrisia dos gover-nistas Gá que quase que todos os veículos de comunicação ofi-ciais estão nas mãos de políticos). Pode-se ver exemplos clarosaqui mesmo no estado do Rio Grande do Norte onde todas asTVs, jornais impressos e rádios estão nas mãos de parentes depolíticose são descaradamente usados para beneficio eleitoreiro.

Quando esses meios não funcionam (e percebe-se queisso raramente vem acontecendo, basta ver toda a massa depessoas embrutecidas e ignorantes) e pessoas começam a serebelar por se acharem afetadas pela "desordem" do Estado,entra em jogo um outro meio para colocar na linha todo esse"rebanho desgarrado": o Aparelho de Repressão.

Desde tempos imemoriáveis os militares existem paramanter a dita ordem. Sempre a mando da burguesia eles são aspernas do Estado. Por se utilizarem da violência é bem prová-vel que sua maior atividade seja desempenhada às escuras davista do povo (as repressões não são efetivadas somente direta-mente como muitos pensam acontecer, pois a opinião pública émuito importante para a existência do Estado); essas interven-ções vêm acontecendo desde o princípio da existência de men-tes insubmissas, quando grupos revolucionários ainda estão seformando; utilizam-se das práticas de investigações, da contra-propaganda, que é largamente usada (e nós anarquistas sofre-mos com ela até hoje) principalmente com o desenvolvimentoe massificação de novas tecnologias, de sabotagens e até mes-mo de infiltrações de agentes do Estado dentro dos movimen-tos populares revolucionários; e tudo isso acontece sem quemuitas pessoas percebam.

Quando essas formas já não são o bastante para deter osrebelados entra em ação a violência propriamente dita, a vio-

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lência tal qual é comumente associada aos militares e à polícia.Torturas, assassinatos, prisões e todo o tipo de intervençõesviolentas são praticados abertamente com justificativas de "man-ter a ordem".

Observando a história podemos perceber claramente queos alicerces do Estado foram e ainda o são fundados noautoritarismo e na imposição. Não existiu e jamais existirá ne-nhum Estado que não seja ditador, nem mesmo na maior dasdemocracias já existente nem muito menos em nenhum paíspseudocomunista.

Dessa forma podemos perceber como o autoritarismo semanifesta no Estado.

Existe ainda alguns "comunistas" que defendem uma fasede transição da sociedade burguesa para a então sociedade dosproletários que chamam carinhosamente (que hilário!) de "Di-tadura do Proletariado", ditadura essa guiada pela "vanguarda"do partido comunista, que os trabalhadores deverão obedecer eservir. Ditadura, que como o nome já diz, simplesmente leva-ria o povo mais uma vez a caminhar rumo à submissão, à perdade liberdade, da autonomia, da inteligência e criatividade.

Portanto, se somos inimigos do autoritarismo e se todoEstado é e sempre será autoritário, hoj e, mais do que nunca,declaramos guerra a qualquer que seja o Estado!

Não há Estado algum, seja ele chamado pelo nomeque for, que não seja autoritário.

Nem mais um minuto de trégua!

Lucas Fortunato.Natal, 24 de Fevereiro de 2001.

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o I DE MAIO E A VERDADEIRA LUTA DOSTRABALR-ADORES

Quando numa montagem espetacular, o governo instala-do se apresenta mobilizando todos os recursos da propaganda,falando em nome dos "descamisados" e famintos do Brasil,como o "grande vingador" que vai punir os grandesespeculadores, os exploradores seculares do povo, a perplexi-dade toma conta de todos, inclusive de segmentos de partidosde esquerda, cujas primeiras manifestações foram de apoio.Menos para nós, trabalhadores libertários, que temos con ic-ção de que a solução dos problemas sociais passa pela extinçãodo Estado, dos partidos políticos e do parlamento. Para nós opacote econômico não causou surpresa.

O próprio resultado eleitoral e a posterior formação dogoverno nada mais representam do que o continuísmo. As mes-mas castas tradicionais que tem dominado o Brasil.

O espaço não comporta uma análise em profundidade doplano econômico, mas basta pensar em alguns pontos para cons-tatar quanto o trabalhador é lesado: 10 - a imensa recessãoprovocada pelo confisco do dinheiro provocará um grande de-semprego e o conseqüente aviltamento dos salários; _o - pro-vocará mais arrocho, pois nenhum empresário baixará os seuslucros para aumentar salários. A conclusão é o empobrecimen-to violento dos trabalhadores e a piora de suas condições devida.

E os ricos? Sabemos que houve retiradas maciças de di-nheiro pelos verdadeiros tubarões antes da promulgação dasmedidas. Em tomo de 35 bilhões de dólares. Além do que, hácasos de somas tão vultosas, como o exemplo de um grandeempresário cujos 20% liberados superam 100 milhões de dóla-res, indicando que o processo de concentração de renda e deexploração não se alterará. Portanto, o confisco atingiu basica-

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mente a poupança popular, não os empresários, e esse dinheirojamais será devolvido.

"E a' inflaçãé? Easameaças ao"sis,tem.a financeiro? Os'.. r " ,', ".1 ...' ',_,_!J'!l,' ";1. -~':'.~: " "

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'(caráteropressivo'e!exp1.oradqr'(less~ 1)~à,n9::pqrÇlv!e~wb,oianão"sendo.do imesmoc'partido que o pr~~icl~nteit.~rn,P?iTI;l,razelIlcpartei:pél?s'seus:partidos ,liditos, oper4r~os;'çlq Ig9Yt\~q:é,1o )~stado.\,ri :: fEpútiqueiisso?;POJI que,h~,p;lUitR,t~lllPon~o~e.Jaz~m"gteves; émb'6ta,a:situação esteja, tã9itriM~7J'()[qu~p,~.o,hâ,gran-"dé's protestosde rua: quandOi!linflaç~o;~:o.p~OJ;,t~,<a,rw.?E'por-que ao lado do governados ,burg:t:le~~s:e!~~$:91a#~i;"clPiTI.ln.an-

! ;tê~;éstá se preparando na ;$omhra,-.~ITl,qlltr0,gOyerp.q:908'inte-., lectuais de:'esquerda'eda/buroc1i;;ljci,a,s~Jil9~ya).,Paraesses; a lutade classes não passa de.uma falsa mercadoria.própria apenaspara afastar os trabalhadores da ação direta e Íevá-los ao bura-

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Page 22: III Encontro de Cultura Libertária de Natal

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Page 24: III Encontro de Cultura Libertária de Natal

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iVLt;EJcÔrti!essas;e0.utra&:~:api~Yª~9:';l"fI ',;":'r;,Que os politiqueiro vem a nós quando chega as

eleição,!.\i,:\/ .

Nesses tempo tem b-eijo;' . ,< ~);:~'~:feUl,a:braço'e· alegÚa"" ..." .~t~~~';;I!~lt~'e~~:ã~;:n~:p~'rta'tod~oaia.~ri~;~~~i;~:,~~:~>..'.2/P" Feijoada e folia tem de graça.

'~Ji Carro na por::, médico, dentistaOtorrino, ligação e oculistaFarmacêutico, curandeiro e dentista.Telha, tijolo, barro, ",Camisa.ichapa e retrato; ~Sorriso, pulos, /;' I r

.Piscar .de olhos e r'eoafo:,,.,/• f':t. ~··"·'J.:~.l'",;·~ ...

r.' J

J'

Tem até gente ricaSe dizendo nosso irmão."

'.~;, Mas meu amigo, passando-o dia da eleiçãoVaiprocuràrelles quetu 'Vaipreso;· t~::

- /1(';~'t.'"

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Qualquer negócio,Que elles desmaiamDão um troço.

Dizendo que verbaNão tem,Falando que o outroDeixou um buracoQue o tapaNem um trem.

E assim se vaiDia a dia essa sujeiraEssa baixaria,Que tem o nomede DEMÔ-CRACIA!

Felipe.(Texto produzido durante o período de vigência do go-

verno Fernando Col/or).

ElJUCACAO ESCOLAR

É deprimente constatarmos em que estado se encontra ainstituição escolar. Desde a repressão utilizada por alguns "mes-tres" da frustração e insegurança até a burrice, canalhice e in-competência de outros sábios do nosso ensino. E isso cada vezmais se toma um abismo entre professores e alunos.

Os professores ao invés de buscar uma troca de conheci-.mentos entram nas salas (ou selas) de aulas carregadas deprepotência e hipocrisia para derramar de uma forma estúpidana cara do ignorante aluno o saber já copiado. Para o professornào importa se ninguém aprendeu, o importante é o salário no

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o mês e a missao prida de ter pegado o giz e escrito no_...2 ro. Para o aluno o fundamental é passar de ano e a grande

ão para isso é a ola. afinal ele é esperto e consegue enga-- ~rodos (até ele me- o e passar de ano tranqüilamente.

Para contribuir ortemente ao quadro escolar, realmentez.egro, a desorganiza ào e falta de estrutura das escolas brasi-.eiras e Imensa. ma situação angustiante que a cada dia pioraais a nossa educação. O que vemos no dia-a-dia são pessoas

agindo como bestas, um relacionamento estúpido e irracional,só contribuindo para quem causa esse holocausto educacional,sistema e seus govemantes demagogos, ladrões, corrompi-os, que fazem da educação uma verdadeira máquina de exter-

mínio do conhecimento humano, formando verdadeiros exér-itos de analfabetos condicionados a viverem de esmolas, na

miséria, mantendo canalhas no po-der para fazerem o que quiserem, es-tabelecendo ordens e leis, sempre embeneficio próprio.

Queremos e lutamos por umaeducação libertária, para assim ca-minharmos para transformação so-cial e um mundo justo para todos,sem distinção.

Renato Maia.

ECOL<X;IA E SUR.DESENVOL VIMENTO

Nesse mês de Junho houve no Brasil a "Semana Ecológi-ca", que trouxe alguma preocupação com a questão ecológicae a destruição da natureza. Houve algumas manifestações como:distribuição de plantas, palestras, feiras ecológicas e algo mais.

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Só que ao terminar a semana destinada a preservação do meioambiente terminou também a preocupação com o sentimentode preservação do mesmo. A ecologia é para muitos um meiode exploração, onde as empresas multinacionais aproveitam do"modismo ecológico" para se projetarem em nível internacio-nal, usando a bandeirinha do verde. A consciência ecológicanão parte do simples uso de camiseta, é preciso muito maispara se projetar um sentimento ecológico ao nível geral, numapopulação onde o subdesenvolvimento e a miséria são as for-mas reais e ativas de mudanças sociais.

Para países desenvolvidos que cresceram às custas da de-gradação e exploração da América "Latrina", é realmente im-portante que o 30 Mundo preserve e tome-se um sítio para overaneio dos dinossauros do 10 Mundo. É por isso que nósanarco-punks estamos aqui, para denunciar os abusos cometi-dos por homens que se encarapuçam do sentimento ecológicopara assim explorarem "melhor" o mundo. Para nós todo dia édia de lutar pela salvação da natureza pois sem ela não restarámuito de nossas vidas.

Nós queremos deixar aqui o nosso repúdio a esse sistemaburguês gerido pelo Estado, onde o governo é o principal agentepró-destruição em ativa contra a natureza; é preciso termos cla-ridade de que o Estado gera monstros, e que esses monstrosdestroem o meio ambiente.

Movimento Anarco-Punk.João Pessoa, Junho de 1991.Protesto ecológico na Semana da Ecologia, com distri-

buição de mudas de plantas à população.

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o RELATO DE UM SOLDAlJO

Estou escrevendo de um campo de horrores, também cha-mado de campo de batalhas, para todos aqueles que ainda nãotiveram seus corações endurecidos pela ideologia do poder.

Meu deus, como faz frio! Sinto frio não só no meu corpoque veste estes trapos que chamam de farda e que só agora vimdescobrir que é uma mortalha; sinto frio também na minha almajuvenil que foi violentada por este jogo de violência e brutali-dade que é a guerra.

Como eu gostaria de ter agora em meus braços não uminstrumento de morte como a arma que carrego, mas um serhumano que me fizesse carinho e cantasse para me fazer es-quecer o barulho dos canhões.

Hoje compreendo que tudo o que os oficiais treinadores(imaginem só! Fui treinado como se faz com os cachorros!)fizeram comigo no quartel foi tentar matar tudo o que há demais humano em mim, sentimentos e emoções, para me trans-formar num assassino frio e sanguinário.

Quantas mortes carrego em minha consciência! Sim, poisapesar dos jovens que eu matei estarem arrastando uma ban-deira diferente desta que arrasto, cantarem um hino diferentedo hino que fui obrigado a decorar e falarem uma língua dife-rente da que aprendi a falar, batia um coração dentro de cadapeito que eu estourei com bala.

Ah esta noite que não acaba!Ah esta solidão infinita!Já não tenho nem mais a companhia de deus, pois deixei

de crer nele desde que o capelão me falou que aos olhos dedeus esta guerra é justa e necessária.

Hoje eu soube que aquele general que chamava os solda-dos de "meus filhos" está num escritório bem distante daqui, sen-tado numa mesa, contabilizando o número de soldados mortos eplanejando mais uma batalha para quando o dia amanhecer.

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Minha única esperança é que esse relato chegue a todasas pessoas de bom senso antes do cair do dia e que todas elas seunam e lutem para desmontar todos os quartéis, impedindo as-sim que a insanidade recomece.

Clínio de Oliveira.

o QUE (OU QUEM) OSMILITARES PROTEGEM?

Temos muito que repensar, questionar, no nosso cotidia-no, nas coisas com que nos deparamos no dia-a-dia (em casa,no trabalho, nas leis, etc.) pois temos responsabilidade e influ-ência sobre o que acontece na sociedade (portanto, na nossavida e na vida de outras pessoas). Até os que preferem nadadizer ou fazer influem (são responsáveis pela manutenção dasociedade que aí está). .

Aqui desejamos levantar um questionamento sobre umaorganização que é comandada pelo governo e sustentada fi-nanceiramente pelo povo (visto que recebe dinheiro do orça-mento público). Diz-se que esta instituição existe para prote-ger as nações e manter a ordem social. Estamos falando dasForças Armadas.

Se quisermos saber o porque de milhões de trabalhado-res viverem em situação precária temos que entender como fun-ciona esta sociedade em que vivemos.

Nós, trabalhadores, produzimos coisas e nos desgasta-mos nesse processo. O fruto da nossa habilidade, do nosso es-forço é de grande importância para a humanidade. Mas nostratam como se não tivéssemos essa importância.

Se muitas e muitas coisas são produzidas (poderíamosaté questionar a utilidade de várias dessas coisas) e nós traba-lhadores, só ficamos com o mínimo, então para onde está indoa maior parte das riquezas que produzimos?

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A. maior palie da produção está sendo desviada para os50 de poucos; e é essa "ordem social" que os governos e as

ie.s defendem: a ordem da exploração em que muitos traba-e poucos aproveitam fartamente a vida.O que as Forças Armadas têm com isso? Elas mesmas

respondem: defendem a ordem constitucional. Mas é essa mes-a ordem social, constitucional, que nos oprime e suga nossas

energias.O militarismo é, também, uma grande fonte de renda para

muitas indústrias. Fala-se muito em saúde, educação, civiliza-ção, mas os governos gastam quantias absurdas de dinheiro (ofruto do trabalho dos povos) para manter instituições em que ouso da violência é visto como coisa banal.

Os militares falam em guardar a paz mas pelo que vemoseles guardam a paz bem longe da população. Falam em paz,bem estar social, mas contribuem para manter a escravidão dotrabalhador. Então, quando falam em manter a ordem social,entendemos que estão mantendo nossa própria escravidão.

Desejamos que as pessoas que leram esse texto reflitamsobre tudo isso e não mantenham atitudes de obediência cegano seu dia-a-dia.

Refletir e questionar são o que precisamos.

Nenhum homem, nenhuma arma, nenhum centavo,para o militarismo!

Movimento Anarquista.Grupo Afim.MA?

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SOBRE A LEI E A ORDEM

A violência faz parte das leis pois elas são uma forma decontrolar os indivíduos. Para garantir o cumprimento das leis,que muitos dizem ser sábia, usa-se a força fisica, ou seja: senão se obedece às leis e às instituições (instrumentos do podere da opressão) mandam-se pessoas armadas ameaçarem e to-marem a liberdade que julgamos ter.

Diz-se que é correto que um indivíduo que desobedeça alei seja punido pela justiça. Mas o que é a justiça? Uma porçãode leis que foram feitas por um pequeno grupo de pessoas quese denominam "representantes do povo?" O que é a justiça? Éa maioria gastar suas energias trabalhando para produzir ali-mentos, conforto e segurança para os seus senhores?

Tomemos o caso daqueles que trabalham em serviços devigilância. Arriscam a vida e passam por tensões emocionaisno dia-a-dia para protegerem o quê? Protegem pessoas queacumulam riquezas graças ao mínimo salário que pagam aosseus subordinados.

Já os militares têm a responsabilidade de manter a segu-rança e a ordem da nação. Que ordem? A dos dominantes quese beneficiam com as leis que fazem.

E o que acontece quando os dominantes vêem seus privi-légios serem ameaçados por indivíduos que buscam as condi-ções de vida que lhes são sistematicamente negadas por pesso-as e instituições que estão a serviço da injustiça e do enriqueci-mento de alguns? O que acontece quando aqueles que produ-zemse cansam da hipocrisia dos govemantes e mandam para oinferno as leis que lhes sufocam? Quem está lá para barrar ossedentos de igualdade e justiça? Dezenas, centenas de pessoasfardadas de violência e alienação.

Portanto, quando começam a aparecer discursos sobre anecessidade de assegurar a manutenção da lei e da ordem, pode-mos ter certeza que estão falando em intensificar a violência.

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A brutalidade organizada (polícias, exércitos, etc.) éinseparável das leis pois é necessária para sufocar os descon-tentes com a "ordem social" vigente.

Esse tipo de "ordem social" sustentada pela violência éresultado da "organização social" baseada na hierarquia e nopoder, o que pode ser mudado. Nós, anarquistas, afirmamosque esse processo de transformação social pode ser iniciadohoje, em cada bairro, em cada escola, em cada local de traba-lho, através da criação de associações, cooperativas e sindica-tos onde não existam cargos de poder (diretor, presidente, che-fe, etc.) e que não tenham nenhuma ligação com partidos, comigrejas ou com o governo. Dessa forma, construiremos umasociedade sustentada não pela violência, mas pela solidarieda-de e o respeito mútuo.

Nenhum homem, nenhum centavo, nenhuma armapara o Estado!

Vote nulo!

Movimento Anarco-Punk do Rio Grande do Norte.

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PENA DE MORTENAO DIMINUICRIMINALIDADE

Em nosso triste país chamado Brasil volta-se a falar empena de morte como se fosse a solução para todos os males dasociedade e para acabar com a violência.

Há muito tempo a pena de morte já existe aqui. Alguémduvida? Pois bem, alguém conhece alguma pessoa considera-da marginal ou bandido que tenha vivido mais de 40 anos?

Na sua grande maioria essaspessoas são mortas por policiais,grupos de extermínio ou mesmopor gangues nvais.

O Movimento Anarquistacondena veementemente todo equalquer ato que atente contra avida e a liberdade de qualquer pes-soa, porém sabemos que os assas-sinatos, os estupros e latrocíniosnão acabarão pelo simples fato denas leis brasileiras passar a existira pena de morte.

Desejamos resgatar nossadignidade enquanto seres humanosque somos tomando em nossasmãos o destino de nossas vidas eenterrando para sempre esse seronipotente chamado Estado, queagora deseja ter o direito de vida ede morte sobre nós.

Não podemos aceitar maisessa imposição disfarçada pelamídia e pequena burguesia em gri-to de justiça.

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Já é hora de começarmos a pensar com nossas própriascabeças.

Pela vida!Pela liberdade!Pelo feijão com arroz!Pelo socialismo libertário!Por um mundo melhor para todos!Que viva a anarquia!

Anaias.MAP-RN.

PENA lJE MORTE: FARSA E FASCISMO

É do conhecimento de todos que a violência e acriminalidade têm aumentado no Brasil. Em conseqüência dis-so, discute-se atualmente a questão da pena de morte. Queremusar a tão propagandeada justiça democrática para exterminaroficialmente os homens e mulheres considerados perigosos paraa nossa cruel civilização.

Não é novidade que as pessoas estejam usando a violên-cia como solução para diversos problemas. Muitos adultos, naincapacidade de dialogar com crianças, usam a violência fisicae/ou gestual para impor sua vontade. Pessoas diante de pala-vras agressivas reagem com socos, tiros ou outras formas deagressão. Em nome da moral e de velhos mas disfarçados pre-conceitos valorizam os diversos tipos de violência. Mas nãotentam compreender as causas da situação para mudá-Ia de for-ma inteligente.

Mas o que gera todas essas situações infelizes em queestamos?

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Desde a infância a sociedade e suas instituições (escola,meios de comunicação, etc.) nos ensinam a sermos competiti-vos e individualistas.

A partir daí, aqueles que não conseguiram "vencer navida" são discriminados por sua pobreza. Tais indivíduos, mo-tivados pelas desigualdades sócio-econômicas, passam a bus-car de todas as formas (até mesmo matando) a satisfação dossonhos de consumo que a sociedade coloca em nossas cabeças(roupas "de marca", sapatos "finos", etc.).

No Brasil a realidade é mais feia ainda! O país se encon-tra numa situação onde não existem nem possibilidades de dis-puta. Gerações nascem e morrem na miséria e namarginalização.

O que foi dito acima se refere à sociedade capitalista,onde a "ordem social" é a desigualdade criada pela burguesia,que de todas as formas (uma dessas formas é o domínio dosgovernantes) procura gerar diferenças para manter privilégios.

Eis aí onde queríamos chegar: as desigualdades sócio-econômicas geram violências.

Mas será que os governantes estão interessados nisso queé a raiz do problema? Ao que parece esse assunto não é vistocom urgência pelas assembléias governamentais. É mais fácilarranjar desculpas do que assumir erros, é mais confortáveljulgar superficialmente do que examinar parte por parte todasas ligações da questão.

Não nos deixemos enganar: a pena de morte não é a solu-ção para o problema da violência; pelo contrário, é mais umaforma de garantir os privilégios e posses acumuladas de formainjusta e desonesta por aqueles que manipulam a "justiça" enos impõem este estado de miséria e opressão: a burguesia.

Se quisermos dar fim à violência devemos acabar com asdesigualdades sócio-econômicas. Devemos trocar atitudes, cos-tumes e formas de organização social que valorizam a disputa,a competição e o individualismo, por formas de organizaçãoque valorizem a harmonia e a cooperação. .

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Nós, anarquistas, afirmamos que esse processo de trans-formação social pode ser iniciado hoje, em cada bairro, em cadaescola, em cada local de trabalho, através da criação de associ-ações, cooperativas e sindicatos onde não existam cargos depoder (presidente, diretor, chefe, etc.) e que não tenham ne-nhuma ligação com partidos políticos, com igrejas ou com ogoverno.

Chega de esperarmos, como idiotas, que outras pessoas(os governantes) resolvam os nossos problemas!

Já que a violência é um produto da sociedade, não deve-mos exterminar os indivíduos e sim mudar a sociedade.

Movimento Anarco-Punk do Rio Grande do Norte.

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EU. ATOR E AhlARQ.UISTA

Através do teatro libertário cheguei ao anarquismo. Aotanger, compreender e sentir a mais elevada concepção de vidasocial e humana que as utopias projetaram, compreendi e sentiquão nobre, generosa e emancipadora é a missão do ator.

Todas as injustiças, todas as misérias da sociedade emque vivemos, com seus privilégios e ambições de poder; as pai-xões que emergem da imensa gama de contradições que refle-tem o comportamento e a psicologia humana, desfilam pormuitos textos e toda a complexidade dessa realidade assumidapelo ator, que através de suas personagens e suas interpreta-ções passa para o público uma mensagem que pode sertransformadora quando desperta uma centelha de revolta, queconsola quando transmite um sentimento de solidariedade, debondade e de esperança, que pode provocar o riso e a alegria,mas que terá sempre uma perspectiva política.

Para mim o teatro tem uma essência libertaria e o ator,mesmo sem uma ade-são racional, é em certo sentido anarquis-ta. O ator tem que compreender e sentir a realidade em quevive e será tanto mais livre na medida em que suas decisõesforem pessoais. Para isso, ele dependerá de seu desenvolvi-mento intelectual e afetivo, e do fortalecimento de sua vonta-de. Todo um processo educativo, político, fisico, intelectual,afetivo e volitivo. Sua liberdade relativa pela convivência erelação com a dos outros. A liberdade não fazer tudo o que sequiser, mas querer tudo o que se fizer.

Ao adotar um padrão de valores onde todos os interessesse subordinam a princípios éticos, e a liberdade fundamenta asolidariedade constituindo-se em condição básica para o de-senvolvimento do potencial criativo do ser humano - um dosaspectos mais gratificantes da vida - como anarquista sou con-tra todas as instituições o-pressoras. O Estado e os organismosque o sustentam com todas as suas imposições: o voto obri-

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gatório, O serviço militar obrigatório e as mil sujeições obriga-tórias. Sou contra todas as castrações, limitações e restriçõesque anulam a personalidade humana. Como anarquista, soucontra os organismos que sustentam e reproduzem um sistemade exploração e opressão do homem; partidos políticos, comtoda imbecilidade caricata de seus profissionais; instituiçõesmilitares, policiais, judiciais, educacionais e religiosas a servi-ço de um sistema que corrompe e ofende a dignidade humana.

Como ator, penso num teatro agente transformador e nãoreprodutor de uma sociedade dirigida contra as mais legítimasaspirações do homem. Penso na mensagem poderosa que o te-atro sempre transmitiu; na consciência crítica que o informa,através- da História, desde a Grécia até a Modernidade. Ésquilo,Sófocles ou Eurípides; Shakespeare. Moliere ou Ibsen;Tchekhov, Brecht, Lorca ou tantos outros que refleti-ram osconflitos humanos das épocas, com tragédias, dramas é comé-dias, mas transmitindo o universal da existência humana. E oator foi sempre o portador da mensagem, dando mais significa-do ao seu texto, quanto maior fosse a consciência de sua reali-dade e de sua perspectiva futura.

Para mim, ator e anarquista, a maior gratificação, a gran-de recompensa de cada instante é o júbilo que a busca perma-nente das positividades humanas proporcionam. A limpidezda alma na busca da superação, transmitindo o otimismo de umperegrino do ideal, de um militante da alegria, contente de vi-ver, de estar no meio da procela, porque ainda há muito amorentre os homens. .

Cuberos Neto, Janeiro de 1990.

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LOCAL ~O'tA~ ,Av. Lima e Silva,.~5.48-~ - LNova ~. :Em frente ao EdlflCIO uane . .....• Ir

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MANIFESTO PUNK

o punk é responsável, trabalhador e libertário, conscien-te da necessidade de ser livre; coloca a teoria em prática rom-pendo com todos os padrões, valores e regras estabelecidas pelasociedade burguesa.

Desde a década de 70 o movimento resiste firme na lutaanti-sistema, e é preciso ter muita força pra suportar a pressãoexercida sobre o movimento, pois o sistema tenta de todas asmaneiras sufocar a rebeldia punk mostrando nos meios de co-municação (ou enrolação) da massa a imagem totalmente de-turpada do que é punk, parecendo pseudoburgueses (conseqü-ências da sociedade) vândalos, drogados e arruaceirostravestidos de punks.

O punk luta por uma vida digna para todas as pessoassem distinção e é exatamente por isso que veste roupas dife-rentes, mostrando que não é condicionado, tão pouco deixamassificar suas idéias e procura se libertar da ignorância de-gradante que faz humanos agirem como bestas irracionais.

A ideologia libertária entra em confronto com o regimeditatorial da família autoritária/machista, hierarquizada, onde ospais (verdadeiros carrascos) descarregam suas frustrações ba-tendo nos filhos e obrigando. os mesmos a serem iguais a eles,por isso o movimento propõe a construção da família com prin-cípios anarquistas, com decisões harmônicas, igualitárias e raci-onais, gerando uma ordem espontânea e voluntária que com cer-teza resultará na prática do amor, amor livre de toda opressãodoentia e de todos os preconceitos religiosos ou econômicos.

O movimento repudia qualquer tipo de superioridade eautoridade (desde a do pai, professor, militar, padre, deus, pa-trão até a dos govemantes), e mostra na prática que você podeviver, viver e ser feliz lutando contra a submissão, sem obede-cer às leis que lhes foram estabelecidas; você pode pensar porsi mesmo e assumir suas atitudes com responsabilidade.

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As bandas geralmente fazem um som barulhento e dife-rente das músicas tradicionais, entretanto não se bitolam a se-guir uma mesma linha, existem vários estilos dentro do sompunk expandindo criatividade, tocando o que gostam sem ne-nhum interesse lucrativo ou fazer músicas pasteurizadas praagradar a todos, perdendo completamente a identidade.

Mas ao contrário de outros movimentos, o punk não émusical, usam o som pra desabafar e transmitir a insatisfaçãocom a situação de miséria vigente, denunciando as safadezascausadas pelo poder e tudo que prejudica e faz a humanidaderastejar irracionalmente.

Portanto antes de tirar conclusões precipitadas sobre opunk converse com um integrante do movimento, busque in-formações na imprensa alternativa, entre em contato, prove quevocê não está preso nas grades da ignorância.

Movimento Punk Potiguar

o AMOR.

Eis agora algo que supera toda e qualquer forma de lei,regra ou norma de comportamento que nos seja imposta: o amor.É por ele que tudo se constrói positivamente, e que são com-preendidas todas as diferenças. Tudo o que for fundamentadono amor, mesmo que venha a enfrentar problemas e a ser apa-rentemente destruído, nunca sucumbe. Ele é o caminho para aliberdade. "O amor não se alegra com a injustiça, mas se rego-zija com a verdade ... O amor nunca falha. Mas havendo profe-cias, cessarão; havendo línguas, desaparecerão; havendo ciên-cia, passará". É o que nos ensina Paulo, indicando-nos o amorcorno caminho para todos os dons do Espírito Santo e para aunião de todos os povos do mundo em um só corpo. Portanto, o

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amor ultrapassa as fronteiras e une as nações, fortalece a almae transforma em um, todos os corações. Muito se fala em ar-mas e em guerras, mas pouco se comenta a respeito da paz, dafelicidade e da alegria. Ofereçamos a cada um de nós tudo oque os Estados se mostram incapazes de nos oferecer, e mos-tremos a inutilidade não só dos Estados, mas também dos go-

. vemos, das igrejas, das escolas, e de toda a estrutura. social. vigente. O amor é único em todo o mundo, e vive independentedas bandeiras e dos hinos nacionais. Ele não surge feito mági-ca, num piscar de olhos; ele se constrói lenta e fortemente acada dia, assim como nossa luta.

Somos incapazes de amar ou somos orgulhosos demaispara assumir que amamos? Há algum mal ou erro em buscar aharmonia consigo mesmo e com as demais pessoas? Se as au-toridades nos oferecem armas, dor, violência, medo, lei.s, guer-ras, hierarquias e outras inutilidades obrigatórias, ofereçamosa nós mesmos o amor, a ajuda mútua e a liberdade. I:5S0 é onecessário para provarmos que nào precisamos de gov emos ehierarquias para viver. Portanto, repito as palavras do Cristo:dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Não hádiscípulo que seja maior que seu mestre, ambos são iguais.

Salve a Revolução Social.À luta, Socialistas Libertários!Por um mundo em que caibam vários mundos.ll!

Rômulo Angélica.

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ElJICOES AVERSAO AO ESTAlJOCAHARIA :hlEGRA PURLICACOES

.CAGRA ATELIER lJO TEXTO