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III Congresso da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – HIV/AIDS Lisboa - Portugal - 17 a 19 de Março de 2010 19/03/2010 - Sala 2 – Temática: Viver com HIV/AIDS no local de Trabalho. Palestrante: Moysés L. Toniolo de Souza.

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Page 1: III Congresso da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – HIV/AIDS Lisboa - Portugal - 17 a 19 de Março de 2010 19/03/2010 - Sala 2 – Temática: Viver

III Congresso da Comunidade de Países de Língua Portuguesa –

HIV/AIDSLisboa - Portugal - 17 a 19 de Março de 2010

19/03/2010 - Sala 2 – Temática: Viver com HIV/AIDS no local de Trabalho.

Palestrante: Moysés L. Toniolo de Souza.

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Estatísticas e Perspectivas: MundoSegundo a pesquisa da OIT "

El VIH/SIDA y el mundo del trabajo: estimaciones a nivel mundial, impacto y medidas adoptadas", de 2004, estima-se que mais de 38 milhões de pessoas vivam com o HIV em todo o mundo, a maioria delas entre 15 e 49 anos, e que, do início da epidemia até 2005, 28 milhões de trabalhadores em todo o mundo tenham perdido suas vidas em conseqüência da AIDS.

Esse número deverá sofrer um aumento expressivo caso o acesso a tratamento adequado não seja ampliado, podendo chegar a 74 milhões em 2015. Isso transformaria o HIV/AIDS em uma das maiores causas de mortalidade no mundo do trabalho.

(* INFORME DA OIT – 12 de junho de 2009: HIV- AIDS nos locais de trabalho - Juan Somavia, Diretor Geral.)

 

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Dos 33,4 milhões de pessoas que atualmente são portadoras do vírus HIV, 30 milhões estão em idade laboral. Os trabalhadores que se encontram com sua máxima capacidade de trabalho representam o grupo geracional de maior risco e o mais afetado pelo impacto do HIV/AIDS.

(* INFORME OIT AIDS – 12 de Junho de 2009: Sophia Kisting, Diretora da OIT/AIDS) 

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2,7 milhões se infectaram em 2008. 2 milhões de pessoas morreram por causa de doenças relacionadas à AIDS em 2008. O número de óbitos reduziu-se em 10% nos últimos 5 anos face ao aumento do acesso ao tratamento Antirretroviral, estimando-se em 2,9 milhões o número de vidas que foram salvas desde a introdução da estratégia HAART (terapia de alto impacto).

Outra conseqüência disto é a diminuição e prevenção de novos casos. Em dezembro de 2008 4 milhões de PVHA recebiam terapia antirretroviral em países de baixa e média renda per capita.

(*INFORME UNAIDS – 24 de Novembro de 2009: Dr. Sidibé - www.unaids.org .)

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Brasil

Estima-se que 630 mil pessoas estejam infectadas pelo HIV, tendo sido registrados até junho/2009 544.846 casos de AIDS, segundo o Ministério da Saúde. A cada ano são notificados de 33 a 35 mil novos casos.

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Situações sobre AIDs e TrabalhoPesquisa feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo

Cruz), vinculada ao Ministério da Saúde, com 1.245 soropositivos em 2007 mostra que 42,5% afirmam ter tido perdas no trabalho por serem portadores do HIV. Desses, 20,6% perderam o emprego e 36,6% tiveram piora da situação financeira.

De 300 processos movidos por discriminação contra empresas, em andamento até 2009, nota-se que "Acontece especialmente nas de pequeno e médio porte." (dados GAPA-SP).

(*Jornal “Folha de S. Paulo”, 28/09/2009)

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SEGMENTOS POPULACIONAIS MAIS VULNERÁVEIS NO TRABALHO

DENÚNCIAS TRABALHISTAS:

• Mulheres;• PcD;• HIV/AIDS;• Adoecidos no e pelo trabalho.

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PREVENÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO SITUAÇÃO ATUAL

• 32% das empresas pesquisadas possuem programas de prevenção estruturados;

• 35% realizam apenas palestras esporádicas;• 32% não realizam nenhuma atividade;• 31% das empresas com programas distribuem

preservativos;Envolver os empresários e os trabalhadores na luta contra

VIH /SIDA é compromisso e responsabilidade social compartilhada. As empresas podem e devem se responsabilizar pela prevenção no local de trabalho.

(* APRESENTAÇÃO – Drª Fátima D’Assunção (MTE), preparatória à 98ª Reunião da OIT, Junho/2009.)

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Impactos:

A AIDS ameaça os princípios de justiça social e igualdade, assim como o trabalho decente e produtivo realizado em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana.

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A epidemia do HIV/AIDS atinge de forma decisiva a estrutura social, econômica e cultural dos países, constituindo- se uma grave ameaça ao mundo do trabalho. Além de afetar as vidas de tantos trabalhadores e de suas famílias, a epidemia também atinge as empresas e a economia nacional. O impacto no nível de desenvolvimento se reflete na diminuição do crescimento econômico e na redução da renda nacional decorrente da perda de receita e do aumento do gasto público em saúde e previdência. (* INFORME DA OIT – 12 de junho de 2009: HIV- AIDS nos locais de trabalho - Juan Somavia, Diretor Geral.)

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Dentre os temas que vem adquirindo atenção nos últimos anos na abordagem da pobreza e do mundo do trabalho, a epidemia do HIV/AIDS se apresenta como sendo uma das mais desafiantes e complexas.

(* TERMO DE REFERÊNCIA para Elaboração do módulo sobre HIV/AIDS no Mundo do Trabalho do Manual de Capacitação e Informação sobre Gênero, Raça, Pobreza e Emprego. Organização Internacional do Trabalho – Brasil – 2009)

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 INFLUÊNCIA DO ESTIGMA PELA AIDS EM

AMBIENTE DE TRABALHO

Considerações para discussão sobre outras discriminações que produzem vulnerabilidade:

• Desigualdades de gênero;• Discriminação por orientação sexual; • Discriminação étnica;• Pauperização e acesso ao Trabalho; • Desigualdades por motivo geracional;• Imigração e discriminação; 

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Estigma da doença X agravo de saúde: “O impacto do HIV/AIDS nos locais de trabalho é

muito severo, dado que a maioria das pessoas afetadas pela AIDS são adultos no ápice de sua capacidade produtiva. Para os trabalhadores (as), viver com HIV pode provocar o estigma e a discriminação, que pode provocar queda na renda e nos benefícios trabalhistas como conseqüência.

O estigma e a discriminação são difíceis de serem mensurados, porém, para a OIT, constituem um desrespeito aos princípios e direitos fundamentais no trabalho e prejudicam os esforços de prevenção e tratamento.” (* TERMO DE REFERÊNCIA para Elaboração do módulo sobre HIV/AIDS no Mundo do Trabalho do Manual de Capacitação e Informação sobre Gênero, Raça, Pobreza e Emprego. Organização Internacional do Trabalho – Brasil – 2009)

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O tratamento para o HIV/AIDS e as infecções oportunistas associadas pode trazer sequelas, como a perda de visão, audição, diminuição de força e paralisias. • (* APRESENTAÇÃO – Drª Fátima D’Assunção (MTE), preparatória à 98ª Reunião da OIT, Junho/2009.)

A visão geral da sociedade, e que se reflete sobre o ambiente de trabalho, é o de que a AIDS origine um quadro discapacitante (adoecimento, incapacidade, morte) para o paciente impossibilitando o mesmo do exercício satisfatório de suas funções laborativas.

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Estigma e exercício funcional

Podem ocorrer ainda casos de discriminação relacionados com o exercício específico de algumas funções (ramo da saúde, alimentação, militar, profissionais do sexo), em virtude de empregadores (públicos ou privados) pré-conceberem a idéia de que a condição de soropositividade seja incompatível ou ofereça risco em alguns serviços.

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Incapacidade e AIDS.É preciso discutir o termo “incapacidade”

relacionado ao HIV/AIDS e a segregação ou mudança de função em ambiente de trabalho, motivados pelo estigma.

É necessário e fundamental estimular o apoio à assistência e ao tratamento, mesmo em ambiente de trabalho, como forma de manter a saúde do trabalhador e evitar a desocupação do posto de serviço por agravo das doenças oportunistas ou incapacidade decorrente.

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PERSPECTIVAS E DESAFIOS PARA O ENFRENTAMENTO

DA AIDS NO MUNDO DO TRABALHO

No Brasil, a OIT vem apoiando diversos esforços nacionais para a prevenção, assistência e combate à discriminação relativa ao HIV/AIDS, em particular para a aplicação do Repertório de Recomendações Práticas da OIT sobre o HIV/AIDS e o Mundo do Trabalho, lançado durante a Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNGASS - AIDS), realizada em Nova York, em junho 2001, e traduzido para o português em maio de 2002. 

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O Repertório estabelece dez princípios para ações no local de trabalho, quais sejam:

1. Reconhecimento do HIV/AIDS como questão relacionada com o local de trabalho; 2. Não discriminação; 3. Igualdade de gênero; 4. Ambiente de trabalho saudável; 5. Diálogo social; 6. Não uso de “screening” para fins de exclusão do emprego ou de atividades de trabalho; 7. Confidencialidade; 8. Continuidade da relação de emprego; 9. Prevenção;10. Assistência e apoio.(* INFORME DA OIT – 12 de junho de 2009: HIV- AIDS nos locais de trabalho - Juan Somavia, Diretor Geral.)

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PERSPECTIVAS SOBRE O HIV/AIDS NO MUNDO DO TRABALHO:

• AIDS ainda não tem cura;• Expectativa de vida (Sobrevida)

aumentada pelo tratamento adequado;• Atinge a todos: empregados e

empregadores, no trabalho formal e informal;

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DESAFIOS GERAIS: • Aumentar a sustentabilidade das ações de médio e longo

prazo por meio de parcerias intra e intersetoriais, envolvendo governo, trabalhadores e empresários e sociedade civil organizada (OSC);

• Estabelecer ações adequadas às pequenas empresas, ao setor informal e aos trabalhadores mais vulneráveis (saúde, portuários, caminhoneiros, mineiros, trabalhadores rurais, profissionais do sexo, etc);

• Fortalecer a participação e a mobilização local do setor empresarial e das organizações dos trabalhadores – centrais sindicais e sindicatos;

• Consolidar e aperfeiçoar a legislação atual no que se refere aos direitos dos trabalhadores em relação ao HIV/AIDS;

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DESAFIOS ESPECÍFICOS: resgate dos direitos, cidadania e dignidade do trabalhador com

HIV/AIDS.

• Resguardar a Continuidade da atividade laboral; • Promover trabalho digno e produtivo frente ao

HIV/AIDS;• Facilitar o retorno ao trabalho dentro das

especificidades;• Respeito ao sigilo diagnóstico;• Realização de testagem voluntária e em nível de

saúde pública;

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DESAFIOS ESPECÍFICOS:

• Ampliar ações de prevenção e controle.• Tornar visível e combater a

discriminação;• Garantir condições de segurança e

saúde no trabalho;• Reconhecimento do HIV/AIDS como

assunto de trabalho.

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Referências Bibliográficas e Convenções:

• * TERMO DE REFERÊNCIA para Elaboração do módulo sobre HIV/AIDS no Mundo do Trabalho do Manual de Capacitação e Informação sobre Gênero, Raça, Pobreza e Emprego. Organização Internacional do Trabalho – Brasil - 2009;

• * INFORME DA OIT – 12 de junho de 2009: HIV- AIDS nos locais de trabalho - Juan Somavia, Diretor Geral. 

• * INFORME OIT AIDS – 12 de Junho de 2009: Sophia Kisting, Diretora da OIT/AIDS

• *INFORME UNAIDS – 24 de Novembro de 2009: Dr Sidibé - www.unaids.org .• * APRESENTAÇÃO – Drª Fátima D’Assunção (MTE), preparatória à 98ª Reunião 

da OIT, Junho/2009.• *JORNAL “FOLHA DE S. PAULO”, 28/09/2009 – Fontes Ministério Saúde,

Fiocruz e GAPA-SP.

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Moysés Longuinho Toniolo de Souza

Contatos: (+55) 71.9994.0018 – [email protected] . 

• Membro da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (RNP+/BR) e (RNP+/BA).

• Membro da Comissão Nacional de DST/AIDS (CNAIDS) – Gestão 2006/2007 e 2008/2009.

• Membro do Fórum Baiano de ONG AIDS (FOBONG) e Fórum de Entidades de Patologia (FEPABA)

• Conselheiro Estadual de Saúde na Bahia (CES-BA / SESAB) – Titular pelo Segmento Usuário – Patologias