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Novembro de 2010 ESTUDO IDC Quais as Perspectivas para a Indústria das TIC em Portugal Gabriel Coimbra e Timóteo Figueiró OPINIÃO IDC A crise económica mundial tem vindo a colocar pressão sobre todos os mercados, e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) não são excepção. Não obstante o cenário económico adverso a IDC prevê que, até 2012, haverá um aumento acumulado de 10% da procura de recursos humanos de TI, o crescimento do número de servidores (físicos e virtuais) será de quase 100%, juntamente com o aumento da complexidade de gestão e da virtualização. Haverá também um aumento de 3 vezes no número de utilizadores móveis, de 3,6 vezes no uso de dispositivos não-tradicionais e a quantidade de informação vai crescer 5,1 vezes, forçando as organizações à níveis mais altos de segurança, privacidade, pesquisa e armazenamento de informação. Além disso, o número de interacções entre as pessoas e dispositivos na rede irá crescer 8,4 vezes, devido ao aumento das mensagens de texto, mensagens instantâneas e e-mails. Neste contexto a IDC definiu várias áreas de grande crescimento no mercado das TIC, das quais podemos citar aqui alguns exemplos, como o Cloud Computing, a gestão de segurança, a mobilidade, os social media, LBS, smartphones e dispositivos inovadores de acesso à informação (ex. tablets), informação analítica, outsourcing de TI (ITO) e de processos de negócio (BPO), virtualização, e motores de pesquisa e detecção. Neste contexto os fornecedores terão de identificar as áreas de oportunidades em cada segmento, ter fortes parcerias, e posicionarem-se como principais fornecedores em áreas de grande valor acrescentado ou de grande volume, de modo a capitalizar o crescimento localizado em cada uma destas áreas. IDC Portugal: Centro Empresarial Torres de Lisboa - Rua Tomás da Fonseca, Torre G, Piso 1 1600-209 Lisboa, Portugal Tel. 21 723 0622 .www.idc.pt

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Novembro de 2010

ESTUDO IDC

Qua i s a s P e r s p e c t i v a s p a r a a I n d ú s t r i a d a s T I C em

P o r t u g a l

Gabriel Coimbra e Timóteo Figueiró

OPINIÃO IDC

A crise económica mundial tem vindo a colocar pressão sobre todos os

mercados, e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) não são

excepção.

Não obstante o cenário económico adverso a IDC prevê que, até 2012,

haverá um aumento acumulado de 10% da procura de recursos humanos de

TI, o crescimento do número de servidores (físicos e virtuais) será de quase

100%, juntamente com o aumento da complexidade de gestão e da

virtualização. Haverá também um aumento de 3 vezes no número de

utilizadores móveis, de 3,6 vezes no uso de dispositivos não-tradicionais e a

quantidade de informação vai crescer 5,1 vezes, forçando as organizações à

níveis mais altos de segurança, privacidade, pesquisa e armazenamento de

informação. Além disso, o número de interacções entre as pessoas e

dispositivos na rede irá crescer 8,4 vezes, devido ao aumento das

mensagens de texto, mensagens instantâneas e e-mails.

Neste contexto a IDC definiu várias áreas de grande crescimento no

mercado das TIC, das quais podemos citar aqui alguns exemplos, como o

Cloud Computing, a gestão de segurança, a mobilidade, os social media,

LBS, smartphones e dispositivos inovadores de acesso à informação (ex.

tablets), informação analítica, outsourcing de TI (ITO) e de processos de

negócio (BPO), virtualização, e motores de pesquisa e detecção.

Neste contexto os fornecedores terão de identificar as áreas de

oportunidades em cada segmento, ter fortes parcerias, e posicionarem-se

como principais fornecedores em áreas de grande valor acrescentado ou de

grande volume, de modo a capitalizar o crescimento localizado em cada

uma destas áreas.

IDC Portugal: Centro Empresarial Torres de Lisboa - Rua Tomás da Fonseca, Torre G, Piso 1 1600-209 Lisboa, Portugal Tel. 21 723 0622 .www.idc.pt

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2 ©2010

INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objectivo analisar as perspectivas de evolução do

mercado nacional de TIC.

Baseando-nos numa visão global e integrada dos mercados das TIC em

Portugal e do seu enquadramento no espaço europeu, o estudo que agora

apresentamos apresenta uma análise de um inquérito lançado aos

principais gestores da indústria de TIC em Portugal.

Para além da análise quantitativa, o estudo faz uma análise qualitativa dos

principais inibidores, drivers e soluções e mercados verticais com maior

potencial de crescimento.

Adicionalmente a IDC analisa a estratégia de marketing das empresas de

TIC em Portugal.

O estudo assenta num trabalho de pesquisa efectuado pela IDC nos últimos

2 meses, o qual obedeceu a duas linhas fundamentais:

Framework metodológico da IDC, que congrega diversas fontes de

informação de forma a possibilitar uma visão integrada e consistente

do mercado de TIC em Portugal.

Inquérito à 399 gestores de empresas fornecedoras de TIC a actuarem

no mercado nacional.

Para além da opinião, desta Introdução e da Metodologia, o documento é

composto pelos capítulos:

Considerações Gerais – identificação dos principais aspectos

relacionados com a evolução económica e do mercado de TIC em

Portugal.

Análise de um inquérito lançado aos principais gestores da indústria de

TIC em Portugal, onde abordamos:

o Evolução do volume de negócios das empresas de TIC

o Inibidores e drivers do mercado nacional de TIC

o Soluções e mercados verticais com maior potencial de

crescimento em Portugal

o Tendências do marketing no sector nacional de TIC

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3 ©2010 IDC

CONSIDERAÇÕES GERAIS

ECONOMIA PORTUGUESA

Em 2009, o alastramento da crise financeira, o aumento da incerteza, a

deterioração das perspectivas de crescimento da procura global e as

limitações do acesso ao crédito contribuíram para a recessão da actividade

económica na nacional em -2,6%.

Para 2010 estima-se, uma ligeira recuperação da actividade económica

portuguesa com o PIB a registar uma variação homóloga real de 1,2%.

Para este resultado contribui comportamento das despesas de consumo

final (consumo privado e consumo público). Em sentido contrário, quer a

Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), quer a procura externa líquida

apresentaram um contributo negativo, não obstante o bom desempenho

obtido pelas exportações.

O mercado de trabalho foi significativamente afectado pela crise

económica, tendo a taxa de desemprego atingido valores historicamente

elevados - 10,6%.

Depois de, em 2009, o Índice de Preços do Consumidor (IPC) ter diminuído

0,9%, fortemente influenciado pela redução do preço das matérias-primas e

dos produtos energéticos nos mercados internacionais, em 2010 prevê-se

um crescimento constante e crescente, em termos homólogos na ordem dos

1,4%.

T A B E L A 1 – E C O NOM I A P O R T UG U E S A – Q U A D RO E V O L U T I V O , 2 0 0 7 - 2 0 1 1

P_BP P_BP

2007 2008 2009 2010 2011

1 - Despesa e PIB (variação do volume, em %)

Consumo Privado 2,5 1,8 -1,0 1,8 -0,8

Consumo Público 0,5 0,6 3,0 1,5 -1,0

Investimento (FBCF) 2,6 -1,8 -11,9 -4,2 -3,2

Exportações 7,6 -0,3 -11,8 7,9 4,5

Importações 5,5 2,8 -10,8 4,2 0,4

PIB 2,4 0,0 -2,6 1,2 0,0

2 - Preços (taxa de variação, em %)

Taxa de Inflação (a) 2,4 2,7 -0,9 1,4 1,8

3 – Desemprego

Taxa de desemprego (%) 8,0 7,6 9,5 10,6 10,8

Fonte: Banco de Portugal (Outubro de 2010) e Ministério das Finanças e da Administração Pública – constante no Orçamento de Estado para 2011(Novembro de 2010) para os indicadores de 2007 a 2009. Notas: (a) Variação Média Anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) ; (P) projecção.

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4 ©2010

Esta evolução está, obviamente, associada à inversão da tendência

verificada em 2009, com a subida, em 2010, nos preços das matérias-

primas e dos produtos energéticos nos mercados internacionais, bem como

o crescimento verificado na procura interna.

Num contexto de forte integração dos mercados, o ano de 2011, será

influenciado pelo aumento do custo de financiamento, não apenas do

Estado Português, como também das instituições financeiras e,

consequentemente, das famílias e empresas. A muito recente subida dos

prémios de risco da dívida soberana na sequência da divulgação das

fragilidades que actualmente caracterizam a Economia Nacional,

demonstra bem a volatilidade que caracteriza actualmente os mercados

financeiros.

A proposta de Orçamento de Estado assente na contenção da despesa em

3,5 p.p. do PIB (de 48,9% do PIB em 2010 para 45,4% do PIB em 2011), e no

aumento de taxa de IVA, pretende equilibrar as contas públicas, aumentar

a competitividade, devolver a confiança aos mercados e promover a

estabilidade financeira. Ainda assim, insuficiente para retrair a dívida

pública do Estado, que em 2011 deverá ser de 86,6% do PIB.

Ainda para 2011, o Banco de Portugal, estima um crescimento zero da

economia nacional, sendo apenas de realçar positivamente o crescimento

esperado de 4,5% das exportações.

F I G U R A 1 – T A X A D E C R E S C I M E N T O D O P I B – P O R T U G A L , E U R O P A E E U A

Fonte: Eurostat, 2010 – “Real GDP growth rate”. Notas: As taxas de 2010 e 2011 correspondem a previsões.

-5%

-4%

-3%

-2%

-1%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Zona Euro Portugal EUA

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5 ©2010 IDC

Nas exportações é de salientar o aumento do peso das exportações de bens

dos sectores de tecnologia média e alta e a acentuada diminuição do peso

dos sectores de baixa tecnologia, significando um desvio das exportações

portuguesas em direcção a sectores com maior crescimento e

simultaneamente com mais incorporação de conhecimento, e em que as

vantagens tecnológicas e a qualificação da mão-de-obra são mais

importantes como factores competitivos do que a disponibilidade de mão-

de-obra pouco qualificada.

A este nível evidenciaram-se, ainda, a evolução das exportações ligadas às

tecnologias da informação, aos serviços de consultoria e a projectos de

construção. As exportações de serviços destacam-se pelo seu contributo

para o valor acrescentado e emprego.

O gráfico anterior é revelador de índices de crescimento cautelosos nas

economias Note Americana e Europeia, com taxas de crescimento previstas

inferiores a 1,5% para a Europa e de 2,3% para os EUA. Estas performances

contribuem negativamente para um crescimento mundial previsto, pelo

FMI, de 4,2% para 2011.

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6 ©2010

O MERCADO DE TIC

Neste contexto económico, as repercussões desta realidade na despesa com

TIC serão importantes, como é evidente, sendo expectável que o

investimento seja afectado. O segmento de Hardware será certamente o

mais afectado por esta realidade, seguindo-se-lhe o segmento do Software

e, por último, o segmento dos Serviços. As razões para este comportamento

diferenciado dos diversos segmentos têm a ver, no fundamental, com a

tendência já claramente manifestada de as organizações manterem e

optimizarem os activos informáticos de que dispõem.

Segundo as perspectivas da IDC para 2010, a quebra da procura será de 6,5

pontos percentuais no total da despesa com TI. Apesar de registar uma

melhoria relativamente a 2009, a despesa com hardware vai permanecer

negativa (-14,3%) no decorrer de 2010. Por outro lado, e contrariamente ao

que sucedeu no ano passado, a despesa com software e com serviços de TI

vai crescer ligeiramente no decorrer deste ano. Assim, e segundo as

estimativas da IDC, a despesa com software deverá registar um

crescimento moderado (1,3%), enquanto a despesa com serviços de Ti

deverá manter-se estagnada (0,7%). O mercado de telecomunicações têm

se mantido estagnado.

F I G U R A 2

CRESCIMENTO DO MERCADO NACIONAL DE TIC EM PORTUGAL

Taxa de crescimento anual

Fonte: IDC, Novembro de 2010

-20,0%

-15,0%

-10,0%

-5,0%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

2007 2008 2009 2010

Hardware

Software

Serviços de TI

Total TI

Telecom

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7 ©2010 IDC

Não obstante a crise económica e o seu impacto em todos os mercados, e

as Tecnologias de Informação (TI) não são excepção, observarmos alguns

indicadores sobre a crescente complexidade e adopção das TI, a IDC prevê

que, até 2012, haverá um aumento acumulado de 10% da procura de

recursos humanos de TI, o crescimento do número de servidores (físicos e

virtuais) será de quase 100%, juntamente com o aumento da complexidade

de gestão e da virtualização. Haverá também um aumento de 3 vezes no

número de utilizadores móveis, de 3,6 vezes no uso de dispositivos não-

tradicionais e a quantidade de informação vai crescer 5,1 vezes, forçando

as organizações à níveis mais altos de segurança, privacidade, pesquisa e

armazenamento de informação. Além disso, o número de interacções entre

as pessoas e dispositivos na rede irá crescer 8,4 vezes, devido ao aumento

das mensagens de texto, mensagens instantâneas e e-mails.

Neste contexto a IDC definiu várias áreas de grande crescimento no

mercado de TI, das quais podemos citar aqui alguns exemplos, como o

Cloud Computing, a gestão de segurança, a mobilidade, os social media,

LBS, smartphones e dispositivos inovadores de acesso à informação (ex.

tablets), informação analítica, outsourcing de TI (ITO) e de processos de

negócio (BPO), virtualização, e motores de pesquisa e detecção.

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8 ©2010

RESULTADOS DO INQUÉRITO À INDÚSTRIA

DE T IC EM PORTUGAL

EVOLUÇÃO VOLUME DE NEGÓCIOS

Apesar do cenário económico negativo dos últimos dois anos, os dados

compilados pela IDC permitem-nos constatar que o sector das tecnologias de

informação e comunicações aparenta uma resiliência superior à conjuntura

negativa que os restantes sectores de actividade. Com efeito, a maioria das

organizações inquiridas referiram que o volume de negócios cresceu no

decorrer deste período. Por outro lado, e apesar da tendência decrescente

do número de respostas positivas nos últimos dois anos, os dados compilados

pela IDC permitem-nos constatar que, em 2010, mais de metade das

empresas inquiridas aumentaram o seu volume de negócios, enquanto

apenas cerca de 20% referiu que o seu volume de vendas caiu. De referir

ainda que um número idêntico de empresas refere que o seu volume de

negócios irá manter-se estável no decorrer deste ano.

Os dados recolhidos pela IDC permitem-nos ainda evidenciar que as

perspectivas para 2011 são animadoras. Assim, mais de 60% das empresas

inquiridas referem que o volume de negócios irá crescer no decorrer do

próximo ano, enquanto apenas 10% das organizações inquiridas referem que

o seu volume de vendas vai diminuir no decorrer do próximo ano. Por outro

lado, os dados permitem-nos ainda verificar que cerca de um terço das

empresas inquiridas acredita que o volume de negócios se vai manter

estável no decorrer do próximo ano.

F I G U R A 3

EVOLUÇÃO DO VOLUME DE NEGÓCIOS

Q. Qual foi a evolução do volume de negócios da sua empresa?

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2008 2009 2010 2011

Aumentou

Manteve-se estável

Diminuiu

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9 ©2010 IDC

INIBIDORES DO MERCADO DE TIC

Apesar do optimismo da maioria das empresas inquiridas, os dados

recolhidos pela IDC permitem-nos identificar que as empresas do sector

consideram que a conjuntura económica é o principal inibidor do

crescimento do mercado nacional de tecnologias de informação e

comunicações. Assim, o investimento público, a procura interna e o

investimento empresarial são encarados pelas empresas como os principais

inibidores do crescimento no território nacional. Por outro lado, e ainda

entre os factores inibidores do crescimento, as empresas inquiridas citam a

dificuldade de acesso ao crédito. Factores como a ausência de visão dos CIO

nacionais, a maturidade do mercado nacional, a centralização de recursos e

a escassa inovação de produtos e serviços são pouco valorizados pelas

empresas inquiridas.

F I G U R A 4

INIBIDORES DO MERCADO DE TIC

Q. Na sua perspectiva, quais os principais inibidores do mercado de TIC em Portugal?

(Escala de 1 a 5)

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

Em resumo podemos concluir que o crescimento do mercado de TIC no

próximo ano vai estar totalmente dependente da evolução da conjuntura

económica.

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

Economia -

Investimento

público

Economia -

Procura interna

Economia -

Investimento

empresarial

Dificuldade de

crédito

Falta de visão

por parte dos

CIOs

Maturidade do

mercado

nacional

Centralização de

recursos

Pouca inovação

de produtos e

serviços

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10 ©2010

DRIVERS DO MERCADO DE TIC

Compreender quais os principais factores impulsionadores do crescimento

do mercado nacional de tecnologias de informação e comunicações foi outro

dos objectivos do inquérito realizado pela IDC junto das empresas do sector.

Neste âmbito, a inovação de produtos e serviços é apontado como um dos

principais ‘drivers’ do mercado nacional, o que evidencia a importância que

as empresas do sector atribuem ao desenvolvimento de produtos e soluções

inovadoras. Por outro lado, as empresas do sector destacam ainda a maior

utilização de TIC pela população portuguesa como outro dos factores que

tem vindo a impulsionar o crescimento do mercado nacional.

As empresas inquiridas colocam em pé de igualdade factores como a visão

dos CIO, os programas governamentais de desenvolvimento da sociedade de

informação, assim como a recuperação do atraso tecnológico nacional. As

alterações regulamentares são o factor com menor expressão no

desenvolvimento do negócio no território nacional.

F I G U R A 5

DRIVERS DO MERCADO DE TIC

Q. Na sua perspectiva, quais os principais drivers do mercado de TIC em Portugal?

(Escala de 1 a 5)

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

Inovação de produtos

e serviços

Maior utilização das

TIC pela população

Visão por parte dos

CIOs nacionais

Programas

governamentais

Necessidade de

recuperar o atraso

tecnológico nacional

Regulamentação

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11 ©2010 IDC

ÁREAS DE CRESCIMENTO

O optimismo evidenciado pelas empresas nacionais relativamente à

evolução dos negócios no decorrer do próximo ano está sustentado na

convicção da existência de oportunidades de negócio no território nacional.

Entre elas, as empresas inquiridas evidenciam as áreas da virtualização e da

mobilidade como sendo áreas com forte potencial de crescimento no

decorrer do próximo ano. Assim, os dados recolhidos permitem-nos salientar

que, confrontadas com a necessidade de reduzir custos de funcionamento e

de capital, as organizações empresariais nacionais vão prosseguir os

projectos de virtualização de servidores, de armazenamento e de

‘desktops’, assim como vão iniciar os seus primeiros projectos piloto de

implementação de ‘cloud computing’ [computação na nuvem],

nomeadamente no que diz respeito a Software-as-a-Service (SaaS),

Infrastructure-as-a-Service (IaaS) ou de Plataform-as-a-Service (PaaS). Por

outro lado, e na perspectiva das empresas inquiridas, a procura de produtos

e serviços de suporte à mobilidade é outra das áreas com forte potencial de

crescimento. Assim, não será de estranhar que soluções de

mobilidade/wireless, ‘smartphones’, ‘tablets’ sejam apontadas como áreas

que vão crescer no decorrer do próximo ano.

As empresas inquiridas destacam ainda que os produtos e serviços

destinados à implementação de projectos Web 2.0 (ou Empresa 2.0) é uma

das áreas com potencial de crescimento no decorrer do próximo ano.

Num segundo nível, as empresas inquiridas evidenciam que áreas como o

sourcing (Information Technology Outsourcing, Business Process Outsourcing

e Managed Services), segurança, comunicações unificadas, open source e

Customer Relationship Management são áreas com algum potencial de

crescimento no decorrer do próximo ano. Por último, entre as áreas com

menor potencial de crescimento, as empresas do sector inquiridas destacam

os computadores ‘desktop’, os equipamentos multifuncionais, os servidores,

os equipamentos destinados à infra-estrutura de rede de comunicações, as

aplicações ERP e SCM e os computadores portáteis.

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12 ©2010

F I G U R A 6

MERCADOS COM MAIOR POTENCIAL DE CRESCIMENTO EM PORTUGAL

Q. Independente do seu negócio, na sua perspectiva, quais as áreas de negócio que mais

crescerão em 2011 em Portugal?

(Escala de 1 a 5)

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

A análise dos dados recolhidos pela IDC permite-nos ainda evidenciar que a

maioria dos inquiridos acredita que a despesa de sectores como a energia,

as telecomunicações e a saúde são irá aumentar no decorrer do próximo

ano. Por outro lado, e contrariamente à tendência registada nos últimos

anos em que a despesa caiu (tal como publicado no recente estudo da IDC o

2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

Desktop

MFPs

Servidores

Infra-estr. Rede

ERP

SCM

Portáteis

BD / DW

Armazenamento

Netbooks

SOA

ECM

Videoconf./ Telepresença

CRM

Open source

UC

MS

BPO

BPM

Virtualização Clientes

Segurança

BI

ITO

Tablets

Cloud Computing (PaaS)

Soluções Web 2.0

Cloud Computing (IaaS)

Virtualização Armazenamento

Smartphones

Mobilidade / Wireless

Cloud Computing (SaaS)

Virtualização Servidores

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13 ©2010 IDC

“Despesa TIC no Sector Financeiro Português, 2010: Quais as

Oportunidades no Actual Ambiente Recessivo”), os dados recolhidos

permitem-nos ainda salientar que as empresas inquiridas acreditam que o

sector bancário irá continuar a crescer a despesa com tecnologias de

informação e comunicações, assim como a despesa irá continuar a crescer

nas empresas de serviços financeiros e de serviços.

F I G U R A 7

SECTORES COM MAIOR POTENCIAL DE CRESCIMENTO EM PORTUGAL

Q. Independente do seu negócio, na sua perspectiva, quais sectores económicos que mais

crescerão em 2011 em Portugal?

(Escala de 1 a 5)

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

De salientar ainda que, e tendo em conta a situação financeira do país que

levou à adopção de medidas restritivas, a generalidade dos inquiridos

considera que a procura da Administração Pública (local e central) irá ser

reduzida no decorrer do próximo ano.

1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

AP local

Construção civil (PMEs)

AP central

Construção civil (20 maiores)

Consumo

Educação pública

Saúde pública

Educação privada

Transporte terrestre

Transporte marítimo

Transporte aéreo

Indústria discreta

Media

Seguros

Indústria de processos

Banca (médio porte)

Outros serviços financeiros

Serviços

Banca (5 maiores)

Utilities

Saúde pública

Saúde privada

Telecomunicações

Energia

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14 ©2010

TENDÊNCIAS DO MARKETING

O actual contexto económico não vai alterar os orçamentos de marketing

das empresas do sector de tecnologias de informação e comunicações. Com

efeito, os dados compilados permitem-nos constatar que, à semelhança do

que aconteceu em 2010, cerca de um terço das empresas inquiridas prevê

que o seu orçamento de marketing se mantenha inalterado. Por outro lado,

cerca de um terço das empresas prevê que o seu orçamento de marketing

venha a crescer entre 1 e 10 pontos percentuais no decorrer do próximo

ano. E convêm ainda salientar que um número expressivo de empresas (15%)

prevê aumentar o seu orçamento de marketing acima dos 10 pontos

percentuais. Percentagem idêntica de empresas prevê vir a reduzir o seu

orçamento de marketing entre 1 e 10 pontos percentuais. Por último,

apenas uma minoria de empresas prevê reduções superiores a 10 pontos

percentuais no orçamento de marketing no próximo ano.

F I G U R A 8

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EM MARKETING

Q. Como irá evoluir o orçamento de marketing da sua empresa?

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

Os dados recolhidos pela IDC permitem-nos evidenciar que as empresas

inquiridas vão reforçar a sua componente de marketing digital, o suporte à

actuação das suas equipas comerciais, nomeadamente através da atribuição

de incentivos às vendas, e o desenvolvimento de eventos próprios de

pequena dimensão. Assim, mais de metade das empresas que vão aumentar

o orçamento de marketing vão reforçar a sua componente de marketing

digital. Realidade semelhante pode ser observada no que diz respeito às

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Variação > -

10%

Variação entre

-1% e -10%

Sem variação Variação entre

1% e 10%

Variação > 10%

Previsão 2010

Previsão 2011

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15 ©2010 IDC

acções de suporte às vendas e à produção de eventos próprios de pequena

dimensão em que cerca de 40% das empresas prevê reforçar estas

componentes. Por outro lado, e ainda segundo os dados compilados, um

número mais reduzido de empresas (cerca de 30%) vai reforçar as áreas do

marketing directo, do suporte ao canal, da produção de eventos de pequena

dimensão com entidades externas e a actividade de relações públicas.

F I G U R A 9

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EM MARKETING POR TIPO DE ACÇÃO

Q. Em relação ao orçamento de marketing previsto para 2011, qual a evolução prevista para

cada uma das seguintes componentes?

(% de empresas que diz pretender aumentar o orçamento na respectiva componente)

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

A produção de eventos próprios de grande dimensão, a produção de material

de suporte às vendas e ao canal de comercialização e de brochuras e

materiais de marketing só irão ter crescimento em apenas 20% das

organizações inquiridas. Por último, é de salientar que, à semelhança do

que tem vindo a acontecer nos últimos anos, as organizações inquiridas vão

contemplar um crescimento marginal da publicidade em papel.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

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16 ©2010

METODOLOG IA

Baseando-nos numa visão global e integrada dos mercados das TIC em

Portugal e do seu enquadramento no espaço europeu, o estudo que agora

publicamos apresenta uma análise de um inquérito lançado aos principais

gestores da indústria de TIC em Portugal.

Mais concretamente o inquérito foi enviado por email para directores

gerais, directores de marketing, directores comerciais e responsáveis de

negócio das 400 maiores organizações de TIC em Portugal.

O período de recolha foi do dia 1 ao dia 19 de Novembro de 2010 e foram

recolhidas 399 respostas.

F I G U R A 1 0

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

Fonte: IDC, 2010 (Inquérito Fornecedores TIC, N=399 Gestores)

Director Geral43%

Business Unit Manager

14%

Director

Comercial10%

Director de Marketing

9%

Outros24%

Função dos Inquiridos

< 1 milhão de

euros16%

1 e 5 milhões

22%

5 e 10 milhões

11%

10 e 50 milhões

19%

50 e 100

milhões6%

> 100 milhões26%

Volume de Negócios

Multinacional com sede fora

27%

Multinacional com sede em

Portugal32%

Empresa com foco exclusivo em Portugal

41%

Presença Geográfica

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Fabricante

Hardware

ISV Serviços de TI Operador de

Telecom.

Revendedor Distribuidor Outros

Áreas de Actividade

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17 ©2010 IDC

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