idades freguesia 2009 de da as abril todas de 27 - fctunl · o meio ambiente abiótico inclui...

47
Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia/ESPAV Abril. 2009 Ciência para todas as idades Projecto desenvolvido em parceria com a Junta de Freguesia de S. João de Brito 27 de Abril de 2009 Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia da Escola Secundária c/ 3º ciclo Padre António Vieira

Upload: phungthuy

Post on 24-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia/ESPAV    Abril. 2009 

 

 

 

 

 

Ciência para todas as idades 

Projecto desenvolvido em

 parceria com a Junta de Freguesia de 

S. João de Brito 

27 de Abril de 2009 

Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia da Escola 

Secundária c/ 3º ciclo Padre António Vieira 

2    Índice

1. Enquadramento                3 

2. Planificação                  4 

3. Objectivos da acção                5 

4. SOS AMBIENTE 

4.1. Poluição atmosférica              6 

4.1.1. História da poluição             8 

4.1.2. Fontes de poluição             13 

5. Consequências 

5.1. Destruição da camada de ozono            15 

5.1.1. O ozono                15 

5.1.2. Formação da camada            15 

5.1.3. Funções da camada            16 

5.1.4. Buraco do ozono              17 

5.2. Aquecimento global              20 

5.2.1 Consequências do aquecimento do planeta        21 

6. Responsabilidade individual              26 

7. Emergência de uma consciência ambiental          35 

8. CIÊNCIA NO DIA‐A‐DIA 

8.1. Contextualização                36 

8.2. Actividades experimentais              39 

9. Conclusões finais                46 

10. Bibliografia                  47 

 

 

 

 

 

3   Capítulo 1 

Enquadramento 

  O projecto Ciência para todas as idades foi desenvolvido pelos elementos do Núcleo de Estágio de 

Biologia da Escola Secundária Padre António Vieira, licenciados em Ensino de Ciências da Natureza (Biologia 

e Geologia) pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e surge no âmbito das 

actividades delineadas para o ano lectivo 2008/2009, sob orientação da Professora Dalila Tching. 

  Durante o ano em que decorre o Estágio Pedagógico, devem ser desenvolvidas actividades de 

carácter educativo/formativo em parceria com instituições/associações intervenientes no meio envolvente 

à escola, proporcionando à comunidade espaços de enriquecimento pessoal nas inúmeras áreas do saber e 

promovendo  a  literacia  científica. A  divulgação  científica  surge  então  como  uma  forma  de  aproximar  o 

conhecimento  científico à população em geral, desmistificando  conceitos e  fenómenos do quotidiano. A 

divulgação  da  Ciência  tem  vindo  a  ser  considerada,  nos  últimos  tempos,  parte  integrante  de  todas  as 

iniciativas  relacionadas  com  o  desenvolvimento  da  Ciência  e  Tecnologia,  não  só  em  Portugal  como  um 

pouco  por  todo  Mundo.  Esta  aproximação  da  Ciência  à  sociedade  pretende  um  esclarecimento 

generalizado do que se faz em Ciência e quais são as suas implicações na vida de todos nós. 

  Este projecto  foi desenvolvido em parceria  com a  Junta de Freguesia de S.  João de Brito,  com a 

especial participação do Sr. Engenheiro Luís Aires.  

  De modo a promover um entendimento  contextualizado da  temática, o projecto desenvolveu‐se 

em  duas  fases:  a  primeira  parte,  designada  SOS  AMBIENTE  correspondeu  a  uma  palestra  sobre  as 

alterações climática e as suas implicações e decorreu no auditório da Junta de Freguesia de S. João de Brito. 

A segunda etapa, Ciência no dia‐a‐dia, decorreu no Laboratório de Biologia da ESPAV1 e pretendeu mostrar 

aos presentes  as  vantagens da  reutilização de  alguns  resíduos, nomeadamente  a produção de Biodíesel 

através de óleos usados e que  todos os  fenómenos observados na  culinária, por exemplo,  são  reacções 

químicas explicadas através do conhecimento científico. 

  A acção foi dirigida à população idosa residente e pretendeu elucidar os presentes da importância 

da  consciência  ambiental,  como  forma  de  promover  uma  interpretação  coerente  e  entendida  dos 

fenómenos climáticos de hoje. 

1 ESPAV – Escola Secundária Padre António Vieira

4   Capítulo 2 

Planificação 

Nome da acção: SOS Ambiente

Local:   Auditório da Junta de Freguesia de S. João de Brito 

Hora:   10h30m 

  

Nome da acção: Ciência no dia-a-dia

Local:  Laboratório de Biologia ‐ Escola Secundária Padre António Vieira 

Hora:   14h30m 

           

 

5   

Capítulo 3 

Objectivos da acção

O Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia da Escola Secundária Padre António Vieira em parceria 

com  a  Junta de  Freguesia de  S.  João de Brito promoveu esta  iniciativa de  sensibilização  ambiental pela 

intervenção directa de todos os que participaram. 

 

Pela importância desta actividade, foram definidos alguns objectivos:  

 

a) A consciencialização ambiental da população idosa e dos cidadãos da região em geral;  

b) A promoção da qualidade ambiental pela participação concreta de todos;  

c) O incremento e promoção de boas práticas ambientais;  

d) Fortalecer os  laços entre a Escola Secundária Padre António Vieira e a Junta de Freguesia de S. 

João de Brito; 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

6   Capítulo 4 

SOS AMBIENTE 

Esta acção enquadra‐se num projecto desenvolvido em parceria  com a  Junta de  Freguesia de  S. 

João de Brito e a Escola Secundária Padre António Vieira e pretende promover a divulgação científica junto 

das instituições intervenientes no meio envolvente à escola. 

Importa  salientar a disponibilidade manifestada em  todos os momentos pelo Sr. Engenheiro Luís 

Aires  na  execução  deste  projecto  assim  como,  na  disponibilização  do  auditório  para  a  realização  desta 

apresentação.  

O  tema  abordado  foi  sobre  a  problemática  das  alterações  climáticas  que  apesar  de  focar 

fenómenos  e  processos  que  inspiram muita  preocupação,  pode  também  ser  discutido  de  uma  forma 

simples, divertida e principalmente  clara para que  todos os presentes percebessem que é  fácil ajudar a 

preservar o ambiente e que cada um de nós tem também o dever de alertar os filhos, os netos, os irmãos, 

que  por  alguma  razão  possam  andar  distraídos  no  que  toca  a  boas  práticas  ambientais.  Teve‐se  como 

finalidade fazer uma abordagem séria e cuidada de um assunto considerado por muitas pessoas importante 

e preocupante. 

  Como  se  sabe,  o  aquecimento  global  é  um  tema  actual  e  também  complexo,  que  influenciou, 

influencia e vai continuar a influenciar, inevitavelmente, a vida e os comportamentos sociais não só de toda 

a população actual, mas também das gerações vindouras. 

  A análise associada a esta apresentação acerca do aquecimento global tem várias metas: 

• Análise da evolução da consciência ambiental 

• Definir e explicar o fenómeno; 

• Indicar as suas causas 

• Identificar as consequências (a todos os níveis: ambiental, social, económico, …); 

• Enumerar os esforços feitos para reduzir as consequências do fenómeno; 

• Explicar que mais esforços podem ser feitos para diminuir a intensidade das consequências; 

• Alertar  todos  para  a  sua  influência  neste  grave  problema  e  acima  de  tudo  para  a  sua 

responsabilidade na questão; 

• No fundo, tentar passar a mensagem de que todos somos culpados e que todos temos um papel 

importante no sentido de diminuir a intensidade das consequências do fenómeno. 

 

   

 

 

 

7   4.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA 

 

  O entendimento das  causas da poluição  impõe o  conhecimento da definição de meio ambiente. 

Assim, meio ambiente é o conjunto de  forças e condições que  cercam e  influenciam os  seres vivos e as 

coisas em geral. Os constituintes do meio ambiente compreendem  factores abióticos  (clima,  iluminação, 

pressão,  oxigénio),  ou  seja,  tudo  o  que  não  é  “vivo”  e  os  factores  bióticos,  como  as  condições  de 

alimentação, modo de vida em sociedade e para o homem, educação, companhia, saúde e outros. 

O meio ambiente abiótico inclui factores como solo, água, atmosfera e Radiação. É constituído por 

muitos objectos e  forças que  se  influenciam entre  si e  influenciam a  comunidade de  seres vivos que os 

cercam. Por exemplo, a corrente de um rio pode influir na forma das pedras que fazem ao longo do fundo 

do  rio. Mas  a  temperatura,  limpidez  da  água  e  sua  composição  química  também  podem  influenciar  a 

sobrevivência de plantas e animais e a sua maneira de viver.  

Quando  se pretende  falar  sobre esta  temática é  incontornável  falar em poluição uma vez que o 

aquecimento global e o efeito de estufa são o resultado da crescente poluição introduzida pelo Homem no 

ecossistema. 

Por poluição entende‐se a introdução feita pelo homem, directa ou indirectamente de substâncias 

ou energia no ambiente, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim danos na saúde 

humana  e  nos  seres  vivos. Os  agentes,  ou  aquilo  que  provoca  a  poluição,  designa‐se  por  poluentes,  e 

podem  ser de natureza química,  genética, ou  sob  a  forma de energia,  como nos  casos de  luz,  calor ou 

radiação. 

   Existem vários tipos de poluição mas uma interpretação mais ampla do termo fez surgir três novos 

tipos  de  poluição,  a  sonora,  visual  e  poluição  luminosa.  No  caso  da  poluição  sonora,  esta  é  o  efeito 

provocado pela difusão do som em grande quantidade, muito acima do tolerável pelos organismos vivos, 

através do meio ambiente. Dependendo da sua intensidade causa danos irreversíveis em seres vivos. 

  No  caso da poluição visual e  sonora  temos, por exemplo, os parques eólicos, muito abundantes 

nalguns  pontos  do  País  (A8)  que  são  considerados  por  alguns,  elementos  causadores  de  alguma 

perturbação  visual,  apesar de  serem,  enquanto  recurso,  amigos do  ambiente uma  vez  que  utilizam  um 

recurso renovável. 

 

Assim a poluição pode ser:  

 

Poluição atmosférica  

Poluição hídrica  

Poluição do solo  

8   Poluição sonora  

Poluição térmica  

Poluição Luminosa  

Poluição visual 

 

Apesar de todas estas formas de poluição contribuírem para o fenómeno de aquecimento global, 

existe  uma  forma  de  poluição  que  contribui  quase  100%  para  o  panorama  das  alterações  climáticas: 

Poluição atmosférica. 

 

  A  poluição  atmosférica  resulta  da  emissão  de  gases  poluentes  ou  de  partículas  sólidas  na 

atmosfera.  Pode  provocar  uma  degradação  dos  ecossistemas  devido  ao  lançamento  de  inúmeras 

substâncias (radioactivas, ácidas, recalcitrantes, etc.) e não respeita fronteiras, por  isso pode tratar‐se de 

um problema local e transfronteiriço. Este tipo de poluição pode dar origem ao efeito estufa, às alterações 

climáticas, à diminuição da qualidade do ar, a problemas de saúde nos seres vivos como diversas doenças 

respiratórias, diversos tipos de cancros, entre outros. 

 

    4.1.1 História da poluição 

  A poluição atmosférica não é um tema actual. Existem marcos históricos  importantes ao  longo da 

história da Terra, que contribuíram e continuam a contribuir para o panorama ambiental actual: 

 

Primeiras fontes de poluição: 

 

• O comportamento das tribos nómadas; 

 

As  tribos  nómadas  não  tinham  uma  habitação  fixa  e  viviam  sempre  em  sítios  diferentes. 

Usualmente  são  povos  do  tipo  caçadores  ‐  colectores  ou  pastores,  que  se  vão mudando  a  fim  de 

encontrarem novas pastagens para o gado quando se esgotam os recursos do sítio em que estavam. Os 

nómadas não  se dedicam à agricultura e  frequentemente  ignoram  fronteiras nacionais na busca por 

melhores pastagens. 

O desenvolvimento da pastorícia com  fins comerciais conduziu à posse de grandes  rebanhos nas 

mãos de criadores individuais e gerou um processo de diferenciação social que envolveu os produtores 

e respectivas famílias, assim promovidas a pequenas empresas. Muitos lugares de reunião das manadas 

transformaram‐se  também  em  lugares  de  mercado,  onde  confluíam  mercadorias  da  mais  variada 

natureza  e  proveniência.  A massa  de  dinheiro  proveniente  da  venda  no mercado  dos  animais  gera 

processos fortemente perturbadores das modalidades igualitárias de acesso aos recursos naturais 

9      

O  comportamento  das  tribos  nómadas  não  abarcava  práticas  de  pastoreio 

específicas, as quais pressupõe a conservação da espécie/habitat através de tipos 

próprios de pastoreio, quer a situações em que a actividade pastoril, não sendo necessária, pode ser 

conduzida de forma compatível com a conservação dos valores naturais. Na generalidade das situações 

trata‐se  de  especificidades  a  práticas  extensivas  de  pastoreio,  tais  como:  o  pastoreio  de  percurso; 

recorrer a determinadas espécies de gado (por consumir determinado tipo de plantas, que podem ser 

hospedeiras  da  espécie  a  proteger,  ou  por  não  permitir  a  manutenção  de  uma  altura  e  coberto 

adequados, ou por  favorecer o  aparecimento de plantas nitrófilas, etc);  condicionar o pastoreio em 

determinada  época  do  ano;  criar  bolsas  de  salvaguarda  de  pastoreio  em  locais  considerados mais 

sensíveis dentro da área de distribuição da espécie /habitat; colocar cercas eléctricas; aplicar sistema 

rotativo de pastoreio; definir periodicidade de pastoreio, entre outras.  

 

Stern  et  al.  (1973)  comenta  que  uma  das  explicações  para  os  hábitos  nómadas  das  tribos  nos 

primórdios da história relaciona‐se com a necessidade periódica que tinham de se afastarem dos dejectos 

de animais, vegetais e do lixo humano que produziam. Estudos arqueológicos registam o uso controlado do 

fogo por hominídeos há 1,42 milhões de anos e o domínio de técnicas para acendê‐lo a partir de 7000 AC 

(Britannica,  2001).  Fumo  e  resíduos  da  combustão  incompleta  passaram  a  ser  lançados  nos  sítios  de 

moradia.  A  descoberta  das  chaminés  representou  a  possibilidade  de  evitar  a  inalação  directa  destas 

emissões, permitindo que se diluíssem na atmosfera antes de chegarem ao sistema respiratório. 

 

• Séneca (Roma, 61 a.C.) 

Há cerca de 2 mil anos, o filosofo Séneca (4 a.C. — Roma, 65 d.C. ) já se queixava da poluição do ar 

em Roma, que obviamente, era muito diferente da poluição atmosférica que hoje vivenciamos. 

O Séneca, em 61 DC, relata o facto da mudança de disposição quando se afastava do “ar pesado de 

Roma e do  fedor das  chaminés  fumacentas,  as quais,  sendo  activadas, despejavam para  fora quaisquer 

vapores pestilentos e fuligem que tivessem guardado dentro de si…”. 

Na Grécia Antiga, os curtumes com os seus gases de cheiro desagradável só podiam ser construídos 

se houvesse autorização especial. As  fundições de prata eram obrigadas a  ter chaminés particularmente 

altas, para que os gases formados pudessem ser melhor distribuídos pela atmosfera. 

Em  Roma,  havia  um  decreto  em  que  os matadouros,  fabricantes  de  azeite  e  lavandarias  que 

provocassem  a  liberação  de  cheiros  desagradáveis  só  poderiam  exercer  as  suas  actividades  em  locais 

desabitados. 

 

 

10   • Descoberta do carvão como fonte de energia 

   

Há registos antigos de uso do carvão em crematórios na idade do bronze e em 

acampamentos durante o  império romano em torno de 400 d.C. Mas a descoberta europeia do potencial 

energético superior deste mineral parece coincidir com os relatos de Marco Pólo, por volta de 1300, no seu 

livro “Il Milione”. Ele escreveu a cerca do uso do carvão nas civilizações asiáticas que eram mais avançadas 

tecnologicamente. 

 

• 1273: proibição da queima a céu aberto de Carvão em Londres 

 

O uso do carvão em Londres regista sucessivos problemas de poluição atmosférica ao longo da história.  

Em  1273  foi proibida  a queima de  carvão.  Em outros momentos do  reinado de  Eduardo  I  (1272‐1307), 

registaram‐se protestos contra o uso do “carvão marinho” e em 1306 o rei emitiu uma proclamação real 

proibindo o uso do “carvão marinho” nos  fornos. No  reinado de Eduardo  II  (1307‐1327), um homem  foi 

ostensivamente  torturado por  ter usado  carvão e  com  isso  ter enchido o  ar  com um  “odor pestilento". 

Elizabeth I (1558‐1603) barrou a queima de carvão em Londres enquanto o parlamento estivesse reunido.  

Na Saxónia, em 1348, o carvão de pedras nas forjas (fornalha de que se servem os ferreiros e outros

artífices para incandescer os metais para serem trabalhados numa bigorna) foi vetado em área urbana. 

Através de iniciativa popular, em 1407, os habitantes da cidade de Glasgow, conseguiram proibir a 

calcinação  de minérios  no  entorno  da  cidade,  pois  a  poluição  provocada  pelas  fundições  tornou  a  vida 

insuportável. 

 

• 1661: brochura sobre como combater a poluição do ar em Londres 

 

Por volta de 1661 a poluição na cidade de Londres era tão intensiva que motivou John Evelyn (um dos 

fundadores da Royal Society) a entregar ao Rei Charles II uma brochura sobre a inconveniência da poeira e 

do fumo na cidade, juntamente com algumas sugestões para resolver o problema. 

 

• Fase pré‐revolução industrial: metalurgia, cerâmica, preservação de produtos animais 

 

• Revolução industrial 

 • A máquina a vapor (carvão como principal combustível) 

 

A  revolução  industrial,  iniciada  em  Inglaterra no  século  XVIII, marca uma nova  era  sobre diferentes 

aspectos da sociedade humana e intensifica de modo assustador a intervenção antropogênica sobre o meio 

ambiente em geral e a qualidade do ar em particular. A construção da primeira máquina a vapor em 1698 

11   promoveu a substituição da força animal, rodas de água e moinho de ventos por estas 

máquinas. Em 1712 começam a  ser usadas para bombear água para  fora das minas, 

permitindo que atingissem maior profundidade e produtividade. James Watt em 1769 

patenteou  uma máquina  a  vapor mais  eficiente  que  se  tornou  a  chave  para  a  revolução  industrial.  O 

consumo  de  combustíveis  fósseis  desde  então  expandiu‐se  exponencialmente,  sustentando‐se  sobre  o 

carvão.  

 

• Aparecimento de primeiros equipamentos de controlo de emissões  

• O século XX  

 

Em 1900, observou‐se que certos peixes sensíveis à poluição se encontravam a beira da extinção, por 

exemplo, o esturjão, que é um peixe de cujas ovas se fabrica o caviar. Este peixe bastante comum nos rios 

europeus, no século XIX, reduziu sua população no início do século XX, vindo a desaparecer completamente 

nos meados de 1920. 

• Advento do motor eléctrico: transferência da indústria para a central térmica 

• Passagem do carvão ao combustível fóssil (petróleo) 

  Os  combustíveis  fósseis  são  formados  pela  decomposição  da matéria  orgânica  através  de  um 

processo que leva milhares e milhares de anos e, por este motivo, não são renováveis ao longo da escala 

de tempo humana, ainda que ao longo de uma escala de tempo geológica esses combustíveis continuem a 

ser formados pela natureza. O carvão mineral, os derivados do petróleo (tais como a gasolina, óleo diesel, 

óleo combustível, o GLP  ‐ ou gás de cozinha  ‐, entre outros) e ainda, o gás natural,  são os combustíveis 

fósseis mais utilizados e mais conhecidos. O carvão mineral pôs em movimento, durante décadas, veículos 

como as locomotivas e navios a vapor.  

  Um  grande  problema  desses  combustíveis  é  o  facto  de  serem  finitos,  o  que  faz  com  que  a 

dependência  energética  a  partir  deles  seja  um  problema  quando  esses  recursos  acabarem.  Por  isso  o 

interesse  em  energias  renováveis  é  crescente.  Outro  problema  é  que  com  a  queima  de  combustíveis 

minerais  são produzidos  gases que produzem o  efeito  estufa  como o CO2 e metais pesados,  como por 

exemplo o mercúrio. 

 

•  1925‐1950: epísódios de poluição do ar – Meuse Valley (Bélgica), 1930 

   Mas  foram  alguns  episódios  históricos  famosos  que  evidenciaram  e  permitiram  sustentar  de modo 

bastante  claro  a  associação  entre  poluição  do  ar  e  danos  à  saúde,  especialmente  pelas  proporções 

12   alarmantes dos danos registados. Em Londres, a capital  inglesa símbolo da revolução 

industrial, houve um excesso de 3500 a 4000 mortes durante o mês de Dezembro de 

1952 (Logan, 1953). Apesar de ser um panorama dramático, desde 1873 aquela cidade 

apresentava  excessos  de  mortes  relacionados  com  picos  de  poluição  atmosférica,  bem  como 

posteriormente nos anos de 1955, 56, 57, 59 e 62. Apesar de este ser o caso histórico mais alarmante, não 

foi o primeiro  caso documentado na  literatura  sobre  associação  entre danos  à  saúde  e poluição do  ar. 

Firket (1931) relacionou o aumento de doenças respiratórias, complicações cardiovasculares e um excesso 

de 60 mortes no Vale de Meuse, na Bélgica. 

 • Donora (Pennsylvania), 1948 

  

Também é famoso o episódio em Donora, Pensilvânia, que entre 26 e 31 de Outubro de 1948 teve 43% 

da população afectada devido aos altos níveis de poluentes atmosféricos (Goldsmith, 1968; Wilson e Jones, 

1974). 

‐  Poza Rica (México), 1950 

 

‐ Los Angeles (primeiro smog), 1940s 

 

• EUA: transição para o gás natural 

 

• Londres, 1952 (aquecimento doméstico) 

 Surgem equipamentos de aquecimento doméstico.  

• 1980s: abordagem integrada, aposta a montante e não a jusante  Advento dos problemas globais: ozono, alterações climáticas, transporte a longa distância  

• 1990s: EUA ‐ Clean Air Act Amendents (1990; Act ‐1977) 

Clean Air Act é a bíblia da legislação ambiental americana que define as responsabilidades da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos para a protecção e o melhoramento da qualidade do ar. A última grande alteração na  lei  foi a anulação da  lei CLEAN Air Act Amendment em 1990 pelo Congresso nesse mesmo ano.  

– Europa: Directiva‐quadro e CAFÉ  

O CAFE (COM (2001) 245) é um programa de análise técnica e de desenvolvimento de políticas que visa a adopção, em 2004, de uma estratégia temática de acordo com o 6º Programa de Ambiente, desenvolvendo  uma  estratégia  política  integrada  a  longo  prazo  para  protecção  contra  os  efeitos  da poluição  atmosférica  na  saúde  humana  e  ambiente.  Este  programa  estabelece  a  prioridade  de  acção 

13   relativamente  aos  problemas  de  poluição  atmosférica  associados  ao  ozono troposférico e PM10, sendo  também objectivo colectar e validar  informação científica relativa aos efeitos da poluição atmosférica.   

    4.1.2 Fontes de poluição 

Podemos considerar duas grandes fontes de poluição atmosférica: 

 

• Naturais    Definição: que não são causadas pelas pessoas nas suas actividades  _ Vulcões: partículas, SO2, H2S, CH4  _ Incêndios: fumos, hidrocarbonetos / inqueimados, CO, CO2, NOx, cinzas  _ Tempestades de areia: partículas, redução da visibilidade  _ Oceanos: aerossóis na forma de partículas de sais   _ Vegetação: maiores fontes de hidrocarbonetos, pólens   

• Antropogénicas  

Definição: Transferência da poluição do indivíduo para a indústria  

_ Indústria  – Manufactura de produtos a partir de materiais  – Conversão de produtos a partir de produtos  ‐ ETAR: cheiros  ‐ Aterro: cheiros  

 

A  nível  nacional  destacam‐se,  pelas  suas  emissões,  as  Unidades  Industriais  e  de  Produção  de 

Energia, as refinarias, fábricas de pasta de papel, siderúrgicas, cimenteiras e indústria química e de adubos.  

A  utilização  de  combustíveis  para  a  produção  de  energia  é  responsável  pela maior  parte  das 

emissões de SO x e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as emissões de CO e NOx. 

 

 

 

14   Existem  outras  fontes  poluidoras  que,  em  certas  condições,  se  podem  revelar 

importantes, tais como: 

 

• A queima de resíduos urbanos,  industriais, agrícolas e  florestais,  feita muitas vezes, em situações 

incontroladas. A queima de resíduos de explosivos, resinas,  tintas, plásticos, pneus é responsável 

pela emissão de compostos perigosos; 

• Os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões significativas de CO2;  

• O uso de  fertilizantes e o excesso de  concentração agropecuária,  são os principais  contribuintes 

para as emissões de metano, amoníaco e N2O;  

• As  indústrias  de minerais  não metálicos,  a  siderurgia,  as  pedreiras  e  áreas  em  construção,  são 

fontes importantes de emissões de partículas.  

  

Fontes Móveis 

 

• As  fontes móveis, sobretudo os  transportes rodoviários, são uma  fonte  importante de poluentes, 

essencialmente  devido  às  emissões  dos  gases  de  escape,  mas  também  como  resultado  da 

evaporação de combustíveis. São os principais emissores de NOx e CO,  importantes emissores de 

CO2 e de COV, além de serem responsáveis pela emissão de poluentes específicos como o chumbo. 

 

• Estacionárias/ Fixas / Móveis  

• Pontuais / Em linha / Em área    

 

 

 

 

 

 

 

 

15   Capítulo 5 

Consequências 

  5.1 DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZONO 

    5.1.1 O Ozono 

   O ozono é um gás que existe na atmosfera, constituído por três átomos de oxigénio (O3).     A atmosfera é uma fina camada que envolve alguns Planetas, composta basicamente por poeiras, por gases e poeiras.  É constituída por:  ‐ Troposfera ‐ Estratosfera ‐ Mesosfera, ‐ Termosfera ‐ Exosfera.   

• O ozono encontra‐se no interior das latas de spray • O ozono encontra‐se fora da atmosfera • A camada de ozono encontra‐se no espaço • É constituída por químicos, fumos, raios UV e ar • O ozono pode ser produzido pelo “choque” da luz com moléculas de oxigénio no ar 

 

 

    5.1.2 Formação da camada 

                  

16       

 

  Apesar de estar presente em reduzida quantidade, os seus efeitos estão longe de ser negligenciáveis. Na 

troposfera  (estrato  da  atmosfera,  desde  a  superfície  até  aos  10  km  de  altitude),  o  ozono  em  elevadas 

concentrações pode exercer um efeito  tóxico nos animais, originando problemas  respiratórios e  irritação 

ocular,  e  um  efeito  corrosivo  em  diversos  materiais. Misturado  com  outros  gases  e  partículas,  ele  é 

responsável  pela  formação  do  smog  (nevoeiro  fotoquímico  que  cobre  os  grandes  centros  urbanos  e 

industriais, resultado da poluição atmosférica).  

  Contudo,  este  gás  acumula‐se, principalmente, numa  camada  com  cerca de  15  km de  espessura, na 

estratosfera (estrato compreendido entre os 10 e os 50 km de altitude), designada por "camada de ozono". 

É aqui que ele desempenha o papel de escudo protector, de filtro a favor da vida. Com efeito, absorvendo 

grande parte (mais de 95%) das radiações ultravioleta (parte do espectro electromagnético das radiações 

emitidas pelo sol, que têm efeitos funestos), ele preserva da sua acção nefasta todas as formas vivas. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

    5.1.3 Funções da Camada 

 

  Protecção contra os raios UV – A maior parte da radiação ultravioleta é, então, absorvida pela camada 

de ozono, mas mesmo a pequena fracção que atinge a superfície é potencialmente perigosa para quem a 

ela se expõe por períodos prolongados. A Agência Norte‐Americana de Protecção Ambiental estima que a 

redução  de  apenas  1%  na  espessura  da  camada  de  ozono  é  suficiente  para  cegar  100 mil  pessoas  por 

17   cataratas e desencadear um aumento de 5% no número de casos de cancro de pele. 

Está provado também que a exposição prolongada a radiação ultravioleta pode afectar 

as  defesas  imunológicas  do  Homem  e  de  outros  animais,  permitindo  o 

desenvolvimento de doenças infecciosas 

 

    5.1.4 Buraco do Ozono 

 

Fala‐se com frequência do "buraco do ozono", na verdade não se trata 

de um  verdadeiro buraco, mas  sim de uma diminuição da  espessura da 

camada. 

O buraco do ozono foi descoberto sobre a Antárctida, na década de 

70. Existem algumas teorias que tentam explicar a existência do buraco do 

ozono  sobre  a  Antárctida.  Uma  delas,  (e  a  que  vamos  adoptar  aqui), 

relaciona o movimento de rotação da Terra e a existência de umas nuvens 

no Pólo Sul chamadas nuvens polares da estratosfera (PSC), com a presença desse "buraco":  

Durante o  Inverno no Pólo Sul, o ar desce das camadas mais altas da atmosfera para as mais baixas. 

Como a Terra tem o seu movimento de rotação, o ar não desce de forma vertical, sofre sim uma deslocação 

para Oeste, num movimento de rotação à volta do Pólo. Este remoinho é chamado vortex. Quando o ar 

aquece  (Primavera  e  Verão)  a  velocidade  dos  ventos 

enfraquece.  

Nestas  condições  atmosféricas  criam‐se  também  nuvens, 

chamadas nuvens polares da estratosfera (PSC), compostas em 

grande parte por cristais de 'acido nítrico e 'agua.  

As nuvens com esta composição vão reagir com os compostos 

de  cloro,  inertes,  e  que  existem  armazenados  na  atmosfera, 

associados  a  compostos  de  azoto.  Em  linhas  gerais  acontece 

que os cristais das nuvens  reagem com o azoto dos compostos cloro‐azoto,  libertando o cloro. Este, em 

presença de raios ultravioleta, num mecanismo já explicado acima, torna‐se muito reactivo reagindo com o 

ozono e, logo, destruindo a camada.  

Basicamente, ar rico em ozono "entra" no vortex, num movimento descendente de rotação, sendo 

expelido,  na  baixa  estratosfera,  ar  pobre  em  ozono  e  rico  em  substâncias  que  destroem  a  camada  do 

ozono. Este ar expelido vai afectar outras zonas da atmosfera, já longe do Pólo.  

Esta teoria ‐ a teoria das PSC ‐ explica as seguintes observações sobre o buraco do ozono:  

18   ‐ Ocupa a zona central do vortex, uma zona em que as temperaturas são muito baixas 

e em que existe uma grande abundância de nuvens polares da estratosfera;  

‐ É confinado à baixa estratosfera;  

‐ Aparece quando o Sol  ilumina o vortex e desaparece assim que as  temperaturas  sobem acima dos 80 

graus negativos (destruindo as PSC);  

‐  Dentro  do  buraco  as  concentrações  de  óxidos  de  cloro  são  inversamente  proporcionais  às  de  ozono 

(grandes quantidades de óxidos de cloro  são encontradas quando as concentrações de ozono  são muito 

baixas).  

  No Pólo Norte a temperatura do ar é mais elevada, pelo que não existe uma tão grande abundância 

de nuvens polares da estratosfera. Os ventos também não circulam com movimentos tão fortes e o vortex 

produzido é menos  intenso. Dá‐se então, no  Inverno, a  redução da  camada do ozono, mas a existência 

propriamente de um buraco com o tamanho e profundidade do Pólo Sul, não se verifica.  

Contudo, a diminuição da espessura da camada do ozono torna‐se cada vez mais grave, visto que 

deixa de filtrar de forma eficaz os raios UV que trazem graves consequências para a natureza em geral e a 

vida humana em particular (aparecimento de cancros de pele, por exemplo).  

Os principais responsáveis por esta diminuição são: 

• Hidrocarbonetos  totalmente  clorofluorados  (CFC)  e,  em  menor  escala,  hidrocarbonetos 

parcialmente  clorofluorados  (HCFC)  provenientes  da  refrigeração,  produção  de  espumas 

expandidas, aerossóis e solventes;  

• Brometo de metilo proveniente da fumigação dos solos na agricultura e da queima da biomassa.  

Para diminuir esse impacto os cidadãos devem  reduzir o desperdício da luz, não usar  sprays com CFCs, 

entregar  os  aparelhos  com  refrigeração  (frigoríficos  e  ar  condicionado)  para  a  reciclagem,  apostar  nos 

transportes públicos e fazer pressão para que se aposte em formas de energias alternativas, como a solar e 

a  eólica.    

Nos anos 80 as emissões de CFC's aumentavam todos os anos cerca de 3 vezes. Somos nos, e serão 

sobretudo  as  gerações  futuras,  quem  agora  está  ou  irá  sofrer  as  consequências  da  emissão  desses 

compostos para a atmosfera, visto que os efeitos da diminuição da espessura da camada do ozono não são 

imediatos.  

Considerando  que  este  era  um  problema  deveras  importante,  vários  países  assinaram  um 

protocolo  ‐ o Protocolo de Monterreal  (Setembro de 1987)  ‐  tendo em  vista a  redução das emissões e 

sobretudo a posterior substituição das substâncias que destroem a camada do ozono.  

19   No entanto, não nos podemos esquecer que, apesar de se virem a deixar de 

produzir máquinas  (frigorificos,  etc...) que  contenham CFC's, os que hoje  temos nas 

nossas casas ainda os têm, e o que a humanidade lança hoje para a atmosfera poderá 

vir a produzir efeitos graves daqui as uns anos. A situação na camada do ozono deverá ainda piorar antes 

de começar a melhorar outra vez.  

Seria  bom  que  existisse  um mecanismo  de  recolha  desses  electrodomésticos  e  outras maquinas,  e  de recuperação e reconversão dos CFC's (o que e' cientificamente possível).  

Em suma, o buraco de ozono define‐se por: 

• Localiza‐se entre os 10 e os 50 Km de altitude • Compreende 90% do ozono da atmosfera • Absorve  a  maioria  da  perigosa  radiação  ultravioleta‐B  proveniente  do  sol  e  por  completo  a 

ultravioleta‐C que é letal • Mecanismo descoberto por Rowland e Molina em 1974/75 • Provocada pelos CFCs e compostos semelhantes 

– usados durante várias décadas como fluidos refrigerantes, propulsores de aerossóis, agentes para formação de espumas, agentes de limpeza e extintores de fogo. 

• Diminuição  contínua da  camada de ozono desde que medições mais  rigorosas  começaram a  ser efectuadas (princípio dos anos 80) 

• Problema pior no hemisfério Sul onde a atmosfera é mais fria e com a presença de nuvens polares na estratosfera (efeito do chamado vortéx polar) 

  

               

Buraco do ozono no Pólo Sul

20     5.2 AQUECIMENTO GLOBAL 

     

  O Aquecimento global é um  fenómeno climático de  larga extensão, um aumento da temperatura 

média superficial global que vem tem vindo a acontecer nos últimos 150 anos.  

 

  A Terra  recebe  radiação emitida pelo  Sol e devolve grande parte dela para o espaço através de 

radiação de calor. Os poluentes atmosféricos retêm uma parte dessa radiação que seria reflectida para o 

espaço, em condições normais. Essa parte retida causa um importante aumento do aquecimento global.  

Denomina‐se efeito de estufa à absorção, pela atmosfera, de emissões  infravermelhas  impedindo que as 

mesmas escapem para o espaço exterior. 

 

  O efeito de estufa é, acima de  tudo, um processo essencial que garante a  vida  terrestre.  Surge 

como uma espécie de dispositivo que faz com que uma percentagem dos raios  infravermelhos reflectidos 

pela superfície terrestre seja absorvida por gases presentes na atmosfera (os chamados gases de estufa), 

que  por  sua  vez  os  radiam  de  novo  para  a  terra,  de modo  a  garantir  que  a  temperatura  da  Terra  se 

mantenha  propícia  à  existência  de  vida  (Duarte,  2004).  Sem  a  existência  deste  efeito,  a  temperatura 

terrestre seria bastante mais baixa, não havendo condições de habitabilidade. 

 

  No  entanto,  este  fenómeno  pode  (quando  a  sua  função  ocorre  em  demasia)  ser  prejudicial  e 

assumir consequências catastróficas. Quando a concentração dos gases de estufa presentes na atmosfera 

aumenta, o processo do efeito de estufa intensifica‐se, contribuindo assim para o Aquecimento Global. 

 

  Os  gases de  estufa  (dióxido de  carbono,  vapor de  água, metano, óxido nitroso  e CFC’s) quando 

presentes  em  grande  quantidade  na  atmosfera  absorvem  a  radiação  infravermelha  que  por  sua  vez  é 

radiada de novo para a Terra, que recebe, assim, mais energia do que a radia pelo Sol. 

 

              

21    

    5.2.1 Consequências do aquecimento do planeta 

 

  O Aquecimento Global  tem  consequências  a  diversos  níveis,  nomeadamente:  a  nível  ambiental, 

social, de saúde humana e económico. 

 

Ao nível ambiental: 

 

• A consequência mais directa do Aquecimento Global é o aumento da temperatura da superfície da Terra; 

 

• Derretimento dos calotes polares e das camadas de gelo existentes sobre as montanhas; 

 

O lençol de gelo da Antárctida Ocidental 

 

  Há apenas quatro anos era consensualmente aceite que o  lençol de gelo da Antárctida Ocidental 

era estável, mas um degelo inesperado na região está a fazer com os cientistas reavaliem essa hipótese.  

  Em 2002, a Larson B, uma plataforma de gelo de 500 mil milhões de toneladas que cobria uma área 

com  o  dobro  da  área  da  cidade  de  Londres,  desintegrou‐se  em menos  de  um mês.  Este  facto  não  fez 

aumentar o nível do mar directamente, dado que o banco de gelo  já se encontrava a flutuar, mas foi um 

alerta dramático para os efeitos do aquecimento verificado na área. 

  Depois disso, em 2005, o Programa Antárctico Britânico divulgou a descoberta de que 87 por cento 

dos glaciares na Península Antárctida  tinham  regredido ao  longo dos últimos 50 anos. Nos últimos cinco 

anos, os glaciares em regressão perderam uma média de 50 metros (164 pés) por ano. 

  Potencialmente,  o  lençol  de  gelo  da  Antárctida Ocidental  pode  contribuir  com  uns  seis metros 

adicionais de subida do nível da água do mar. Embora as hipóteses de  isso acontecer serem consideradas 

baixas  no  terceiro  relatório  de  avaliação  do  Painel  Intergovernamental  para  as  Alterações  Climáticas, 

pesquisas recentes apresentam novas provas de importantes desagregações do lençol de gelo. 

  A totalidade do  lençol de gelo da Antárctida contém água suficiente para elevar os níveis do mar 

em todo o mundo em 62 metros (203 pés). 

 

Os glaciares da Gronelândia 

22    

  Em Julho de 2005, cientistas a bordo do navio da Greenpeace “Arctic Sunrise” 

fizeram  uma  descoberta  impressionante  –  provas  que  os  glaciares  da  Gronelândia 

estão a derreter a um ritmo sem precedentes. Tratava‐se apenas de mais uma prova de que as alterações 

climáticas  já não são apenas uma perspectiva, elas  já estão a chegar à nossa porta, e  isto não é só uma 

força de expressão para quem vive em regiões costeiras. 

  Os  dados  indicam  que  o  glaciar  Kangerdlugssuaq,  na  costa  oriental  da  Gronelândia,  é 

provavelmente um dos glaciares mais rápidos do mundo, com uma velocidade de quase 14 quilómetros por 

ano. As medições foram feitas usando aparelhos de GPS de elevada precisão. No entanto, o glacial regrediu 

inesperadamente em cerca de cinco quilómetros desde 2001, após  ter mantido uma  situação estável ao 

longo dos 40 anos anteriores. 

  O grande  lençol de gelo da Gronelândia encerra mais de seis por cento do volume  total de água 

doce do mundo, e está a derreter muito mais rapidamente do que o esperado. Se toda a Gronelândia se 

derretesse, provocaria o aumento do nível da água do mar em quase seis metros. Os aumentos do nível da 

água do mar da ordem de 1,2  a 1,5 metros, podem  significar que  locais  como Nova York, Amesterdão, 

Veneza ou Bangladesh vejam inundadas as suas zonas mais baixas. 

  A alarmante regressão do glacial Kangerdlugssuaq sugere que todo o lençol de gelo da Gronelândia 

esteja  a  derreter  de modo muito mais  rápido  do  que  se  acreditava  anteriormente.  Todas  as  previsões 

científicas para o  aquecimento  global partiram do princípio de  ritmos mais  lentos de degelo. Este novo 

indício sugere que a ameaça do aquecimento global é muito maior e mais urgente do que se acreditava 

anteriormente. 

 

• Aumento do nível médio da água do mar; 

 

  É  esperada  uma  subida média  global  do  nível  das  águas  do mar  entre  9  e  88  cm  ao  longo  dos 

próximos cem anos, devido aos gases de estufa que emitimos até agora e às prováveis emissões futuras. O 

fenómeno  acontecerá  aproximadamente  na mesma  proporção  devido  ao  degelo  e  devido  à  expansão 

térmica dos oceanos (a água expande‐se à medida que aquece). 

  Mesmo  esta  projecção  comparativamente  modesta  da  subida  do  nível  das  águas  do  mar  vai 

provocar  destruição.  Inundações  costeiras  e  danos  provocados  por  tempestades,  linhas  costeiras  em 

erosão,  contaminação das  reservas de água potável por água  salgada nas áreas agrícolas,  inundação de 

zonas  húmidas  costeiras  e  das  ilhas  barreira  e  um  aumento  na  salinidade  nos  estuários,  todas  serão 

realidades  de  uma  subida  do  nível  das  águas  do mar, mesmo  que  pequena.  Algumas  cidades  e  vilas 

costeiras em cotas baixas também serão afectadas. Os recursos essenciais para as populações  insulares e 

23   costeiras,  como as praias, a água potável, as pescas, os  recifes de  coral e atóis e os 

habitats da vida selvagem também se encontram em risco. 

 

• Possível desaparecimento de alguns territórios devido ao avanço das águas; 

 

• O aquecimento da superfície terrestre favorece a evaporação que, por sua vez aumenta a concentração 

de vapor de água (gás de estufa) na atmosfera. Cria‐se, portanto um ciclo vicioso, contribuindo ainda mais 

para o aumento do Efeito de Estufa e do Aquecimento Global; 

 

• O aumento da evaporação pode aumentar também a pluviosidade, aumentando também a erosão dos 

solos;  

 

•  Aumento  da  desertificação,  que  contribui  para  o  empobrecimento  dos  solos,  tornando  impossível  a 

prática da agricultura; 

 

• Aumento, quer do número quer da intensidade, dos desastres naturais (furacões, cheias,...). 

 

• Correntes Oceânicas 

 

  Os  oceanos  e  os  seus  habitantes  vão  ser  afectados  irreversivelmente  pelos  impactos  do 

aquecimento global e pelas alterações climáticas. Os cientistas dizem que o aquecimento global, através da 

subida da temperatura da água do mar, vai elevar os níveis da água e alterar as correntes oceânicas 

 

   

Consequências sociais: 

 

O Aquecimento Global provoca profundas alterações ao nível de todos os comportamentos sociais do ser 

humano. 

 

As secas têm como consequência a morte de muitas pessoas devido às condições adversas do clima. 

A subida do nível médio das águas do mar  leva à deslocação obrigatória das populações que habitam nas 

zonas litorais. 

 Consequências na saúde humana: 

 Efeitos  podem  ser  reversíveis  e/ou  irreversíveis  (o mesmo  poluente  pode  ter  os  dois  tipos  de  efeitos dependendo da concentração em causa e do tempo de exposição) 

24    Os poluentes podem ser bioacumuláveis ou não bioacumuláveis  PB: efeitos irreversíveis  ‐ Alteração da função renal ‐ Alteração da síntese da hemoglobina ‐ Alterações do sistema nervoso; ‐ Acumulação nos ossos (até 95%)  CO: efeitos de curto prazo geralmente reversíveis se as concentrações não forem demasiado elevadas;  ‐ Equilíbrio ao nível da carboxihemoglobina COHb (se até 5%); afecta sistema cardiovascular   

Consequências económicas: 

 

O Aquecimento Global pode, directa ou indirectamente, diminuir a produtividade de um país, dificultando 

assim o seu desenvolvimento económico. 

  

• Evidências reais do aquecimento global   

Aumento da temperatura global do ar e do oceano  Degelo de neve e gelo  Aumento global do nível médio do mar  11 dos últimos 12 anos (1995‐2006) estão entre os 12 mais quentes desde 1850; ano mais quente: 2005  Aumento de 0.74 ºC entre 1906‐2005 (entre 1901 e 2000 tinha sido 0.6 ºC)  Aumento entre 1850‐1899 e 2001‐2005 foi de 0.76 ºC  Aumento do vapor de água desde pelo menos 1980 

 Expansão da água dos oceanos por absorção de 80% do calor do sistema climático e consequente aumento do nível do mar (1.8 mm/ano entre 1961 e 2003) 

 Mudanças nas temperaturas e gelo no Ártico, quantidades de precipitação, salinidade do oceano, padrões de vento e eventos meteorológicos extremos (secas, precipitação forte, ondas de calor e ciclones tropicais)  Aquecimento não usual pelo menos nos últimos 1300 anos 

 Última vez que as regiões polares tiveram significativamente mais quentes que agora por um longo período foi há 125.000 anos atrás (aumento do nível do mar foi de 4 a 6 metros) 

25   3  vezes mais  catástrofes  naturais  relacionadas  com  as  alterações  climáticas entre as décadas de 60 e 90 

   

• Previsões  

Aumento  (>90 %  confiança)  de  ondas  de  calor,  extremos  elevados  de  temperatura,  eventos  de grande precipitação   Aumento de temperatura e aumento do nível do mar continuarão por vários séculos mesmo que emissões GEE estabilizem  Cenários não contabilizam degelo rápido da Gronelândia e Antárctica por insuficiência de literatura – (dados recentes indicam que degelo pode ter lugar num prazo de 34 anos com aumento de 6 a 7 m do nível do mar – AlGore, 2007)  Aumento de 4 a 7 ºC na temperatura média do ar entre 2000‐2100  Redução das disponibilidades de água; aumento de cheias e pior qualidade da água 

 Risco de perda de terreno em cerca de 67% das zonas costeiras  Aumento do nível do mar entre 25 e 110 cm até 2080    

• Convenção de Viena das Nações Unidas (1985)  

• Protocolo  de Montreal  (1987):  começou  a  impor  limites  e  a  restringir  o  uso  de  determinadas substâncias;  há  diferenças  nos  prazos  de  cumprimento  entre  países  desenvolvidos  e  menos desenvolvidos  

• Protocolo de Quioto  Adoptado  em  10  de Dezembro  de  1997  pelos  países  presentes  na  3ª  Conferência  das  Partes  à Convenção Quadro das Alterações Climáticas em Quioto, Japão    Entrará  em  vigor  quando,  pelo  menos,  55  países  procederem  à  sua  ratificação representando, pelo menos, mais de 55% das emissões de CO2 equivalente em 1990 estimadas para os países desenvolvidos (chamados países do Anexo I) 

 

  

26   

Capítulo 6 

Responsabilidade individual 

 

Poupar energia:  

 

‐  Trocar  as  lâmpadas  convencionais  por  lâmpadas  eficientes.  Elas  consomem  até  75% menos  energia  e 

duram até dez vezes mais. 

‐ Reduzir os gastos de electricidade (desligar a luz sempre que se sai da sala, não deixar aparelhos ligados 

em modo stand‐by, retirar o carregador do telemóvel da tomada quando não estiver a ser usado, etc).  

‐ O  PETRÓLEO,  o  CARVÃO  e  o  GÁS,  utilizados  para  atender  a  demanda  energética,  são  combustíveis 

geradores de gases,  como o  'dióxido de  carbono', e aumentam  temperatura global. – Melhor  cozinhar 

com gás do que com energia eléctrica 

‐ Não  deite  as  pilhas,  baterias  de  telemóveis  no  lixo.  Esses materiais  contêm  elementos  tóxicos  na  sua 

composição que podem prejudicar o meio  ambiente. Procure  grandes  redes de  supermercado,  lojas ou 

contentores onde possa deixar este material. 

 

Reduzir emissões: 

‐ Diminuir o uso do veículo particular e andar mais vezes de transportes públicos. 

‐ Calibre satisfatoriamente os pneus, economizará gasolina e o motor não a queimará desnecessariamente 

‐ Organizar um esquema de partilha de carro com outras pessoas que  façam o mesmo  trajecto diário de 

casa para o trabalho 

‐ Quando parar por mais de dois minutos no trânsito, desligue o motor do seu carro. 

 

 

 

 

 

 

27   Poupar água:  

COZINHA 

ACÇÕES CURTO PRAZO 

 

‐ Assegurar de que a máquina de lavar louça só é utilizada quando está cheia. Uma máquina de lavar louça 

consome 50 litros de água cada vez que é utilizada 

‐ Não  passar  a  louça  por  água  antes  de  a  colocar  na máquina.  As  experiências  demonstram  que  essa 

lavagem não melhora  a  eficiência da mesma. Antes de  lavar os pratos,  tachos, panelas ou  frigideiras, 

limpe‐as com papel. Se necessário deixe‐os de "molho". 

‐ No caso de  lavagem de  louça à mão dever‐se‐á encher o  lava‐loiça apenas com a água necessária. Não 

deixe a água a correr continuamente. 

‐ Use água reciclada nas plantas nomeadamente, água que sobrou de cozer ovos, chaleiras eléctricas, lavar 

vegetais, desumidificadores, etc. 

‐  Cozinhar os legumes ao vapor em vez de os cozer em água. Além de utilizar menos água, conseguirá reter 

mais vitaminas na comida.  

‐ Descongele  a  comida no  frigorífico, e não numa bacia  com  água ou no balcão, ou na banca. Além de 

poupar água, tem menos probabilidades de criar bactérias.  

‐ Quando se lavar roupa, usar uma bacia ou um balde, em vez de enxaguar a roupa, sob água a correr. 

‐ Quando utilizar a máquina de lavar roupa, assegure que tem uma carga completa ou use a programação 

para meia máquina. Uma máquina de  lavar automática consome entre 70 e 120  litros de água em cada 

ciclo de lavagem. Uma máquina bem cheia consome menos água do que duas com a carga incompleta 

‐ Não deite o óleo de cozinha no lavatório uma vez entope a canalização dos esgotos. Uma alternativa é

armazená-lo em garrafas de refrigerante para que se possa converter em biodíesel ou sabão.  

 

ACÇÕES LONGO PRAZO 

 

‐ Na  aquisição de uma máquina de  lavar  louça, deverá  ter‐se  em  conta os modelos mais  eficientes  em 

termos de economia de água. Estes, utilizam apenas 20 litros por cada lavagem, ou seja, menos de metade 

dos modelos convencionais.  

 

 

28   CASA DE BANHO 

 

‐ Preferir os banhos de chuveiro aos banhos de imersão. Um duche normal consome 

35 litros em 5 minutos, enquanto um banho de imersão consome 80 litros.  

‐ Evitar, sempre, as fugas. Um autoclismo com perdas de água pode chegar a gastar cerca de 379 litros de 

água por dia (2 mil litros de água por ano).Um processo simples para verificar se o autoclismo tem perdas 

de água consiste em adicionar um corante (por exemplo anilina* para bolos), no depósito do autoclismo, 

esperar 10 a 15 minutos e, sem despejar, verificar se a cor da água da sanita muda.  

 

* Anilina:  

‐ Fechar a torneira enquanto durar a  lavagem dos dentes ou a realização da barba. Usar sempre um 

copo ou uma caneca. As torneiras podem consumir cerca de 8 litros por minuto. 

‐ Substitua autoclismos velhos por modelos de baixo consumo de água. 

 

ENTRADA, JARDIM e PÁTIO:  

 

‐ Uma moradia com  jardim e relva é agradável. No entanto, regar a relva e o  jardim pode  tornar‐se 

numa das tarefas domésticas que consome mais água numa casa. 

‐ A rega dos relvados deverá realizar‐se à noite ou de manhã cedo. As perdas de água das plantas são, 

assim, muito menores pois, como está mais frio, a evaporação da água é menor e é possível reduzir o 

número de vezes das regas.  

‐ É preferível  a utilização de  grama  em  vez  de  relva. A  relva necessita de muitos  cuidados por  ser 

menos  resistente  à  falta  de  água  e mais  sensível  às  doenças  e  insectos.  A  grama,  porque  é mais 

resistente, é uma alternativa menos dispendiosa (menos água e menos pesticidas).  

‐ Deve cultivar‐se plantas típicas da região, pois estão melhor adaptadas ao clima.  

‐ Deve cobrir‐se a terra do  jardim ou dos vasos de plantas, com casca de pinheiro ou outro material. 

Diminui‐se o contacto directo da luz solar com o solo, conservando a humidade da terra.  

‐ Deve reutilizar‐se água sempre que possível. Por exemplo, a utilização de água de  lavagem da fruta 

ou de cozer ovos para rega. Assim, até se aproveita nutrientes! No caso de existência de um aquário, 

aquando da sua limpeza, a utilização de água suja, rica em azoto e fósforo pode ser utilizada para rega. 

Desta forma, usa a água duas vezes e ainda fertiliza as plantas.  

29   ‐ A rega por distribuidores rotativos ou aspersores tem maior eficiência. Mas deve 

haver  o  cuidado  na  localização  da  implantação  dos  aspersores  para  que  não 

“reguem” pátios e entradas.  

‐  Para  optimizar  a  eficiência  da  rega  com  aspersores,  deverá  ser  utilizado  um  temporizador. Uma 

correcta programação da rega no tempo, pode reduzir consideravelmente os consumos.  

‐  Deverá  realizar‐se  o  ajuste  as  cabeças  dos  aspersores  e  as  ligações  às mangueiras  de  forma  a 

emitirem gotas grandes em vez de um fino spray, o qual evapora mais facilmente.  

‐ Deve equipar‐se todas as mangueiras com uma torneira de fecho automático (estilo pistola).  

‐ Devem consertar‐se todas as fugas nas mangueiras e nas suas ligações.  

‐ Na  lavagem  do  carro  não  se  deve  deixar  a  água  a  correr.  Depois  de molhar  bem  o  carro,  deve 

desligar‐se a mangueira ou fechar a água, ensaboando o carro a partir de um balde com detergente. 

Só depois se deve utilizar, novamente, a mangueira para retirar o detergente em excesso.  

 

30   Reciclar 

‐ Separe o lixo e recicle o maior número possível de materiais 

‐ Dê  preferência  à  utilização  de  produtos  biodegradáveis  e  recicláveis.  Não  utilize  aerossóis  que 

contenham clorofluorcarbonetos (CFC). 

‐ Opte por pilhas  recarregáveis. As pilhas, depois de usadas,  libertam metais no  ambiente,  como o 

zinco, o mercúrio, o cádmio, etc., que produzem efeitos nocivos ao ecossistema. 

 

Reciclar, porquê? 

  Reciclar  é,  para  os  cidadãos  de  hoje, mais  do  que  uma  atitude  de  cidadania  e  um  bom  hábito, 

significa que estamos a proteger o ambiente e a pensar num  futuro com qualidade. Valorizar,  reciclar e 

reutilizar  os  materiais  é  também  uma  atitude  responsável,  utilizando  um  ciclo  de  renovação  e 

aproveitamento que protege e preserva o Ambiente ‐ a casa de todos nós. 

• Reciclar embalagens usadas tem as seguintes vantagens ambientais e económicas: 

 

o Poupar matérias‐primas 

Pensemos  em madeira,  areia,  petróleo,  estanho  e  alumínio.  São  algumas  das matérias‐

primas que servem de base ao fabrico de materiais, a partir dos quais se faz a maioria das 

embalagens. 

 

É  um  bom  exemplo  da  importância  da  reciclagem  das  embalagens  usadas,  que  se 

transformam  em  matérias‐primas  secundárias  provenientes  da  recolha  selectiva:  se  os 

resíduos destas embalagens  tiverem mais do que uma vida, estamos a poupar matérias‐

primas virgens. 

o Economizar energia 

Fabricar materiais a partir de resíduos consome menos energia do que fabricá‐

los a partir de matérias virgens. 

Muitos  dos  recursos  energéticos  que  se  poupam  são  fontes  de  energia  não 

renováveis, como é o caso do petróleo. 

o Reduzir  a  quantidade  de  resíduos  nos  aterros  sanitários 

Quanto menos  resíduos  tiverem  como destino  final um aterro  sanitário, mais 

anos  de  vida  útil  terá. 

31   Se todos contribuirmos, aumentamos a esperança de vida dos aterros 

sanitários,  evitando  desperdiçar  recursos  na  construção  de  novos 

equipamentos destes. 

Curiosidades sobre reciclagem 

 AMBIENTE 

• A  incineração  de  10  mil  toneladas  de  resíduos  pode  criar  apenas  um  emprego,  enquanto  a reciclagem da mesma quantidade pode proporcionar a ocupação de 40 pessoas. 

• Diariamente, cada um de nós é responsável pela produção de cerca de 1,3 kg de resíduos. No final de  um  ano  são  quase  500  kg.  Desses  resíduos,  9%  são  embalagens  de  plástico.   VIDRO  

• A energia poupada pela  reciclagem de uma garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 watts durante 4 horas. 

• Quando se inclui vidro de embalagens usadas na fusão das matérias‐primas que entram no fabrico do vidro poupa‐se combustível, pois há menos matéria para fundir. 

• Por  cada  tonelada  de  vidro  usado  incluída  no  fabrico  de  vidro  poupam‐se  1,2  toneladas  de matérias‐primas  originais.   PAPEL/CARTÃO 

• Uma  tonelada  de  papel  reciclado  evita  o  abate  de  15  a  20  árvores.  

• A produção de papel reciclado permite poupar água necessária na produção de papel e diminuir o corte de árvores, contribuindo assim para uma floresta sustentável. 

• O  papel  higiénico  e  os  lenços  de  papel  contêm  entre  60  a  70%  de  papel  reciclado  e  os  jornais podem usar até 100%. 

• A produção de papel  reciclado  consome 2 a 3  vezes menos energia que a produção de papel a partir da fibra vegetal. 

 

 PLÁSTICO 

• 5 garrafas de plástico  recicladas dão origem a poliéster  suficiente para uma  camisola de manga curta XL. Para um par de  calças  chegam 10 garrafas.  Se  forem 25,  fornecem material para uma camisola. 

• Cada 100 toneladas de plástico reciclado evita a extracção de uma tonelada de petróleo. 

32   • No caso do PET, a  reciclagem utiliza  (em média) apenas 30% da energia que 

seria necessária para a produção de matéria‐prima virgem. 

• Devido ao peso reduzido, o uso de plástico em automóveis reduz o consumo de combustível em 4%. 

• A  reciclagem de plásticos permite poupar petróleo e gás natural, as duas matérias‐primas neles mais utilizadas. 

  METAL 

• Uma lata de bebida pode ser infinitamente reciclada sem perda de qualidade. 

• O alumínio obtido a partir de embalagens usadas  consome apenas 5% da energia necessária na produção  de  alumínio  a  partir  de  matérias‐primas  minerais.   MADEIRA 

• A reciclagem de uma tonelada de resíduos de madeira evita o abate de 40 árvores. 

 

SACOS DE COMPRAS 

• Sempre que  vais  ao  supermercado,  as  compras  voltam dentro de  sacos de plástico que, muitas vezes, são depois deitados para o lixo. Certo? 

• O problema, é que ao  fim do ano  foram usados milhões de sacos quando não havia necessidade nenhuma. 

• Porquê? Porque os sacos de plástico são reutilizáveis. Podem ser lavados e usados novamente. 

• Alguns  supermercados  obrigam  os  seus  clientes  a  comprar  os  sacos  de  plástico. Muitas  pessoas  pensam  que  é  só  para  ganharem  mais  dinheiro,  mas  não:  é  para  poupar  o Ambiente! 

• Hoje em dia, os sacos de plástico  já são "recicláveis", mas não são todos biodegradáveis, ou seja, não "desaparecem" na Natureza. 

• A  verdade  é  que  também  não  são  tão  recicláveis  como  alguns  anunciam...  É  que  os  sacos  de plástico  são  feitos  a  partir  do  petróleo,  que  é  um  material  não  renovável. Resultado: os sacos reciclados são sempre de qualidade mais baixa e não podem ser reutilizados. 

• Por outro  lado,  como os  sacos de plástico não  são biodegradáveis, podem  ir parar  aos mares e oceanos, matando animais marinhos que neles ficam presos ou que os engolem sem querer. 

• Mas os males dos sacos de plástico não se ficam por aqui... 

• Sabias que a tinta usada para a impressão dos sacos de plástico contém um metal pesado tóxico? Por  isso,  quando  os  sacos  de  plástico  são  queimados,  libertam  gases  perigosos  que  poluem  a atmosfera. 

33   • Então e se usarmos sacos de papel? 

• Não  penses  que  os  sacos  de  papel  resolvem  o  problema! É  que  para  fazer  pouco mais  de  500  sacos  de  papel  é  preciso  uma  árvore inteira com mais de 15 anos de idade! 

• Por outro  lado, os sacos de papel nunca são  feitos de papel reciclado, porque os supermercados precisam de sacos resistentes, que aguentem pesos grandes. Ora, como sabes, o papel reciclado é mais frágil que o papel virgem. 

• Então como resolver o problema? 

• Em primeiro lugar, reutilizar os sacos de plástico. Se cada um de nós gastasse apenas menos um saco por mês, poupar‐se‐iam centenas de milhar de sacos. 

• Em segundo  lugar, será que precisamos mesmo de  levar as compras em sacos de plástico dados pelo supermercado? Não é mais simples levar um saco de plástico de casa (ou mais)? 

• E porque não levar um cesto (ou até o tradicional carrinho de compras) de casa ou uma mochila, ou um saco de rede resistente? 

Os sacos de rede são fáceis de transportar e podem dobrar‐se de forma a facilitar a arrumação. 

• E nas alturas em que se  fazem compras em várias  lojas, em que todas nos dão o seu saquinho para cada coisa? 

Aí podemos ver se o que comprámos cabe noutro saco e dispensar levar mais um, agradecendo o facto de no‐lo quererem dar  (para publicitar a marca), mas sabendo que preservar o Ambiente é bem mais importante! 

 

OLEOS ALIMENTARES – QUE LHES FAZER? 

• Sabias que sempre que fazemos uma coisa tão simples como fritar batatas podem estar a pôr em perigo o meio ambiente? 

• É  que,  normalmente,  para  fazer  petiscos  fritos,  de  que  tanta  gente  gosta,  usam‐se  óleos alimentares.  Depois de algumas utilizações esse óleo  já não serve mais para  fritar e é deitado  fora, pelo  lava‐loiças abaixo ou noutros locais... 

• E é aí que está o grande problema! Quando o fazemos, estamos a aumentar em milhares de euros o custo de tratamento das águas dos esgotos! Imagina!!! 

• Sabias que apenas uma gota de óleo pode arruinar centenas de litros de água potável? 

• E perguntas tu: "E o que devemos, então, fazer com o óleo? "  

• Se pegarmos no óleo usado e o voltarmos a  colocar na  respectiva embalagem vazia  (ou mesmo numa garrafa de plástico qualquer), já estamos a fazer uma grande coisa. 

• Claro que não precisamos de ficar com as garrafas em casa, mas temos de tratar correctamente o que elas contêm. Como? 

34   • Depois de bem fechadas, as garrafas com o óleo velho devem ser colocadas no 

lixo  normal  (ao  fazeres  a  separação  de  lixo,  coloca‐as  no  lixo  orgânico).   

• Apesar  de  não  haver muita  informação  sobre  o  assunto,  a  verdade  é  que  esta  é  a  forma mais correcta de eliminar os óleos alimentares (e de poupar muita energia). 

• Agora que  já sabes o que fazer, fala com os teus pais (e outros adultos) e alerta‐os. Ensina‐lhes a 

serem ainda mais amigos do Ambiente

35   Capítulo 7 

A emergência de uma consciência ambiental 

  O primeiro acordo  internacional  resultante de uma preocupação ambiental  remonta ao  início do 

século  XX  com  a  assinatura  em  Paris  a  19  de  Março  de  1902  da  “Internacional  Convention  for  the 

Protection  of  Birds  Useful  to  Agriculture.  Posteriormente,  diversos  acordos  internacionais  seriam 

celebrados  com  o  intuito  de  proteger  algumas  espécies  do  reino  animal  e  vegetal,  bem  como  para 

regulamentar águas transfronteiriças. Contudo, é necessário referir que tais iniciativas não corresponderam 

à  formação  de  uma  consciência  ambiental  não  tendo  havido  produção  efectiva  de  normas  contra  a 

poluição.  Efectivamente,  na  maior  parte  dos  casos  tais  acordos  limitaram‐se  tão‐somente  ao 

estabelecimento de comissões internacionais e pouco mais.  

  No período do pós‐guerra, assistiu‐se a uma aceleração da vida económica resultante do esforço de 

reconstrução  através  da  aplicação  de  novas  tecnologias  ao  processo  produtivo.  Em  1962,  a Assembleia 

Geral das Nações Unidas proclama o princípio da  soberania permanente dos  estados  sobre os  recursos 

naturais e a Nova Ordem Económica Internacional. A pressão sobre os recursos naturais  intensifica‐se em 

resultado  da  procura  de  níveis  de  bem‐estar  cada  vez  mais  elevados  e  de  aumentos  demográficos 

ameaçando cada vez mais o equilíbrio da geo‐biosfera. 

 

  Perante esta grave situação, todos nós, habitantes e usufruidores do planeta Terra, temos uma 

responsabilidade civil e ambiental para com ele. 

  Os primeiros passos para a defesa do ambiente têm que ser dados por todos e por cada um de 

nós.  E  estes  passos  passam  pela  reciclagem,  pelo  uso  de  transportes  colectivos,  pela  instalação  de 

receptores de energias limpas e renováveis nas nossas casas, pela diminuição do consumo energético,... 

A mudança começa por nós. (Gore, 2006). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

36   Capítulo 8 

Ciência no dia‐a‐dia 

  8.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 

    Dado que, a temática abordada na primeira fase focava uma questão pertinente nos dias de 

hoje, impunha‐se que na segunda parte do projecto se apresentassem soluções ao problema. Uma das 

soluções apresentadas e adoptadas por alguns países no sentido de minimizar o consumo de combustíveis 

fosseis é a produção de Biodíesel, um biocombustível obtido a partir de óleos vegetais usados (Figura 1 e 

2). 

  Uma  dos  objectivos  deste  projecto  foi  promover  uma  aproximação  da  Ciência  ao  cidadão 

procurando abrir horizontes e mentalidades na questão da sustentabilidade. Considerámos que, a melhor 

forma de cumprir este objectivo era relacionar os conhecimentos e as necessidades dos presentes com os 

conteúdos que procurámos desenvolver. Quando  se pretende  introduzir um  tema que  a princípio é um 

pouco  complexo  a  um  público  pouco  familiarizado  com  questões  ambientais,  como  foi  o  caso  é 

fundamental a criar de sentido, ou seja, motivar para, recorrendo às suas aspirações, vontades e práticas 

do quotidiano. 

  Deste modo, considerámos pertinente, para além da actividade experimental do Biodíesel montar 

uma actividade muito conhecida pela maioria dos presentes, a produção de iogurte. Através deste trabalho 

experimental  foram  explorados os  fenómenos que os presentes observavam quando produziam  iogurte 

caseiro (alteração de sabor, alteração de textura) e explicados de forma científica (Figura 3).  

  Nesta  fase do projecto  realço a participação da Professora Lurdes Poças e da Professora Cristina 

Palma,  do  grupo  de  Química,  na  execução  desta  tarefa.  Em  todos  os  momentos  manifestaram  total 

disponibilidade  para  auxiliar  o  Núcleo  de  Estágio  na montagem  do  trabalho  experimental  referente  à 

produção de Biodíesel, tendo fornecido algum material, sem o qual não conseguiríamos realizar a acção. 

 

Fig.1. Montagem das actividades experimentais

37   

Fig.2. Explicação das várias etapas na produção de Biodíesel

Fig.4. Esclarecimento de uma dúvida acerca das desvantagens do Biodíesel 

38   

Fig.3. Visualização das lactobactérias intervenientes no processo de produção do iogurte 

39   

  9.2 ACTIVIDADES EXPERIMENTAIS 

Os protocolos experimentais utilizados na realização desta actividade foram:  Síntese de Biodíesel a partir de óleos vegetais usados  Introdução teórica    Os  óleos  vegetais  são  misturas  líquidas  compostas  por  triglicerídeos  e  que  contêm  pequenas 

quantidades de diglicerídeos, monoglicerídeos e ácidos gordos livres. Estes óleos não podem ser utilizados 

directamente na maior parte dos motores devido a diversos  factores como, por exemplo, a  sua elevada 

viscosidade.  Se,  no  entanto,  o  óleo  vegetal  for  sujeito  a  transesterificação  todos  os  seus  ácidos  gordos 

esterificados com o glicerol são convertidos em ésteres alquílicos, habitualmente em ésteres metílicos. 

   

 

 

 

 

 

  Esta mistura de ésteres metílicos obtida a partir de um óleo vegetal é designada por Biodiesel, tem 

uma viscosidade bastante inferior à do óleo original e tem propriedades combustíveis semelhantes às dos 

combustíveis  fósseis  (diesel). As reacções de esterificação são processos reversíveis pelo que após algum 

tempo atinge‐se um estado de equilíbrio no qual a concentração de ésteres metílicos formados se mantém 

constante. As  concentrações de  reagentes  e produtos  relacionam‐se  através da Constante de  Equilíbrio 

cujo valor é apenas afectado pela temperatura à qual a reacção ocorre. A velocidade da reacção pode ser 

aumentada recorrendo à utilização de catalisadores: estes compostos reduzem o tempo necessário para se 

atingir  o  equilíbrio mas  não  afectam  a  respectiva  constante.  No  caso  da  reacção  de  transesterificação 

podem  utilizar‐se  catalisadores  ácidos  (HCl,  H2SO4)  ou  catalisadores  básicos  (KOH,  NaOH,  KCH3O, 

NaCH3O). Os hidróxidos dos metais alcalinos  (NaOH ou KOH) podem  ser dissolvidos em metanol dando 

origem aos correspondentes metóxidos e água. 

  O metóxido de  sódio ou de potássio podem  também  ser utilizados em  forma das  suas  soluções 

metanólicas produzindo rendimentos de transesterificação elevados (>98%) em pouco tempo de reacção (� 

30 min). 

  A  estequiometria  da  reacção  requer  uma  razão molar  de metanol:triglicerídeo  de  3:1 mas  para 

favorecer a deslocação do equilíbrio no sentido dos produtos da reacção utiliza‐se um excesso de um dos 

reagentes (metanol) e a reacção é habitualmente realizada com uma razão molar de 6:1. A catálise ácida 

40   (MeOH  +  HCl)  também  pode  ser  utilizada  mas  é  pouco  aplicada  comercialmente 

porque requer razões molares metanol:triglicerídeo muito elevadas (20:1) e tempos de 

reacção mais longos do que com a catálise básica. Uma das vantagens da catálise ácida 

é o  facto de não  só efectuar  a  transesterificação  (conversão dos mono‐, di‐, e  triglicerídeos em ésteres 

metílicos dos ácidos gordos) mas também promove a esterificação dos ácidos gordos  livres existentes no 

óleo vegetal usado. 

 

Preparação do trabalho 

 

1. Verificar quais os procedimentos de segurança para a manipulação de: 

a. Hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio 

b. Metanol 

2. Obter de fontes bibliográficas: 

a. O ponto de ebulição do metanol 

b. A massa molar do metanol 

c. A massa molar da trioleína 

d. A densidade do metanol 

e. A densidade da trioleína 

 

Procedimento Experimental 

 

Filtre cerca de 100 ml de óleo, transfira para um Erlenmeyer de 250 ml e registe a massa de óleo colocada 

no Erlenmeyer com uma precisão de 0,1g. 

Adicione ao Erlenmeyer 25 ml de uma solução de KOH em metanol (7,5g de KOH em 100 ml de metanol).1 

Adapte  um  condensador  de  bolas  ao  esmerilado  do  Erlenmeyer  e  aqueça  suavemente  (cerca  de  60oC) 

durante 20 minutos, com agitação magnética. Não deixe a mistura  reaccional entrar em ebulição2. Após 

esse  período  aquecimento  retire  o  conjunto  da  placa  e  deixe  arrefecer  até  à  temperatura  ambiente. 

Transfira a mistura reaccional para uma ampola de decantação e após verificar que ocorreu a separação de 

fases  separe a  fase aquosa  (água+glicerol+catalisador+metanol) e a  fase orgânica  (Biodiesel+resíduos de 

água, metanol e mono‐di‐ou triglicerídeos). Coloque a fase de biodiesel de novo na ampola de decantação 

e extraia esta fase com 20 ml de água destilada3. Separe as fases e seque a fase orgânica (Biodiesel) com 

sulfato de sódio anidro4. Filtre para um frasco de vidro de 100ml, rotulado e previamente tarado. Pese o 

frasco e determine a massa de biodiesel que preparou. 

 

Material necessário: 

 

41   ‐ Placa de agitação e aquecimento 

‐ Barra de agitação 

‐ Erlenmeyer de 250 ml com esmerilado 

‐ Provetas de 100 ml 

‐ Funil de vidro 

‐ Condensador de bolas que se adapte ao Erlenmeyer de 250 ml 

‐ Pinça e noz 

‐ Ampola de decantação de 250 ml 

‐ 1 Erlenmeyer de 200 ml com esmerilado 

‐ 1 Erlenmeyer de 200 ml sem esmerilado 

‐ Frasco de vidro escuro de 100 ou 200 ml com tampa. 

 

Reagentes: 

Metanol 

KOH ou NaOH 

Óleo vegetal usado 

Sulfato de sódio anidro 

Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia/ESPAV    Abril. 2009 

[ESCOLA SECUNDÁRIA PADRE ANTÓNIO VIEIRA BIOLOGIA Actividade: Produção de Iogurte 23 de Abril de 2009

- O iogurte a utilizar deverá ser natural, pois as probabilidades de sucesso são maiores do que nos outros tipos de iogurte, devido aos diversos aditivos. Basta uma colher de café rasa para cada 125ml de leite, porque apesar do excesso não causa problemas; - O processo de fermentação deverá demorar cerca de 12h, dependendo das condições práticas da experiência; - Se se pretender o consumo do iogurte, este deverá ser feito o mais cedo possível, já que o iogurte assim produzido não contém conservantes, reduzindo bastante o seu período de validade.

2. IMPROVISAR UMA ESTUFA NA SALA DE AULA A produção de iogurte implica a existência de uma estufa. Como esse é um material que nem sempre se encontra disponível, é possível improvisar uma. Uma estufa é um aparelho onde conseguimos manter o ar mais quente que o normal, a uma temperatura escolhida por nós, durante longos períodos de tempo. No caso do iogurte, precisamos de uma temperatura entre os 30ºC e os 45ºC.

2.1. MATERIAL

• Caixa de resmas de papel • Tesoura • Cola • Folha de alumínio • Marcador • Lâmpada de 25 W • Casquilho de lâmpada • Termómetro • Régua

Protocolo experimental FAZER IOGURTE!

1. CUIDADOS NECESSÁRIOS

- A limpeza do material é importante para o bom funcionamento da experiência. Se se pretender consumir o iogurte produzido, é aconselhada a esterilização do material; - Devem-se ter cuidados redobrados com o termómetro, já que o mercúrio no seu interior é altamente tóxico. - O leite a utilizar deverá ser do dia ou desnatado, e deverá ser suficiente para os copos de todos os alunos; - Não pode haver copos empilhados dentro da estufa, já que isso poderá alterar a temperatura a que estão sujeitos e assim alterar os resultados. Se necessário, construir várias estufas.

43    Fig.1. Material para improvisar uma iogurteira

2.2. PROCEDIMENTO

1. Com a ajuda da régua e do marcador, encontrar o centro de uma das faces laterais da caixa. Traçando duas linhas diagonais unindo os cantos da face da caixa, o ponto onde elas se cruzam é o centro daquela face. (Fig.2.)

2. Novamente com a ajuda do marcador, marcar o rebordo do casquilho da lâmpada, no centro da face que foi encontrado antes. (Fig.3)

3. Com a ajuda da tesoura (para cujos perigos os alunos devem ser alertados), recortar o círculo que foi desenhado, fazendo assim um buraco para introduzir a lâmpada dentro da caixa (Fig.4.)

4. Com o buraco feito, forrar o interior da

caixa com folha de alumínio, cortando a folha à medida e fixando com a ajuda da cola. Não esquecer o forro para a tampa! (Fig.5.)

5. Cortar o forro de alumínio na zona do

buraco feito anteriormente para introduzir o casquilho da lâmpada. Apertar bem a rosca do casquilho para que fique bem seguro (Fig.6.)

Fig.3. Marcação do limite do casquilho

Fig.5. Caixas forradas com papel de alumínio

44   5. Enroscar a lâmpada no

casquilho, ligar o interruptor e ver se tudo funciona. Agora é preciso testar esta iogurteira improvisada, para ver se serve mesmo para fazermos iogurte. Após registar a temperatura inicial do termómetro, metê-lo dentro da caixa e fechar a tampa. Demora cerca de meia hora até conseguirmos ter uma temperatura estável dentro da iogurteira. (Fig.7)

3. MATERIAL/INGREDIENTES

• Gobelé • Termómetro • Placa de aquecimento • Colher de café • Copo de plástico • Leite do dia • Iogurte • Iogurteira improvisada • Marcador

3.1. PROCEDIMENTO

1- Enquanto estiver a compreender o que fez, a iogurteira já deve ter

estabilizado a temperatura;

2- O termómetro deve indicar valores entre os 30 e os 45ºC, sendo que 37º é a temperatura óptima para as bactérias do leite;

3- Identificar um copo de plástico com o nome;

4- Aqueça o leite na placa de aquecimento e controle a temperatura com o termómetro (Fig.8);

http

://w

ww

.mak

eyou

row

nyog

urt.c

om/p

rint/h

ow-to

-mak

e-yo

ur-o

wn-

yogu

rt.pd

f

45    

                     

ATENÇÃO Tem de vigiar muito bem a temperatura do leite. O leite necessita de aquecer a uma temperatura entre os 76 – 82º por duas razões:

• Mata qualquer bactéria que possa estar no leite e interferem com a actuação das bactérias que convertem leite em iogurte;

• Altera as proteínas do leite de forma a promover o aumento da sua consistência, fundamental para a produção de iogurte

5- Encher o lavatório com água e algumas pedras de gelo.

6- Colocar cuidadosamente o recipiente com o leite dentro do lavatório de modo a arrefece-lo até aos 43- 45ºC.

7- Encher os copos de plástico com leite e acrescentar uma colher de café de iogurte, mexendo bem;

8- Guardar o copo dentro da iogurteira improvisada, juntar o termómetro, fechar a tampa cuidadosamente;

9- Ligar a lâmpada;

10- Ao fim de 12h, ou no dia seguinte, analisar e registar os resultados.

Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia/ESPAV    Abril. 2009 

Capítulo 9 

Conclusões finais 

 

  A elaboração deste projecto contribui para o esclarecimento de uma população idosa em relação a 

práticas ambientalista na perspectiva da sustentabilidade do planeta. 

  O projecto foi considerado, pelos presentes e  intervenientes, um trabalho bem elaborado, focado 

em questões importantes e bem estruturado. 

  Consideramos  que  os  objectivos  foram  alcançados  esperando  ter  contribuído  para  uma  prática 

mais  frequente  da  reciclagem  e  de  outras  estratégias minimizadoras  de  emissão  de  gases  de  efeito  de 

estufa. 

  Importa salientar que no final da apresentação surgiram dois convites da audiência, um para uma 

nova apresentação na Junta de Freguesia de Odivelas e outro relacionado com um projecto de formação na 

área da poluição aquática. 

  Por  isto  e  por  toda  a  dinâmica  impressa  nos  dois  momentos  do  projecto,  consideramos  ter 

superado as expectativas, o que nos fez sentir extremamente lisonjeados. 

   

 

Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia/ESPAV    Abril. 2009 

Capítulo 10 

Bibliografia 

http://www.ipcc.ch/graphics/gr‐climate‐changes‐2001‐wg3.htm 

http://www.quercustv.org/spip.php?article181 (vídeo) 

http://www.aguasdominhoelima.pt/conselhos.htm 

http://www.aprh.pt/congressoagua98/files/com/086.pdf 

http://www.icn.pt/psrn2000/pdfs/glossario.pdf 

www.nagib.net/arquivos/educa_ambiental.doc 

http://plato.if.usp.br/~fap0346d/texto1.pdf 

http://www.epa.gov/air/caa/