hoje macau 27 jan 2015 #3260

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Kwan Tsui Hang deu o mote para a revisão das taxas praticadas pelo hospital público para os não residentes. Uma questão pouco pacífica. LUSA A Grécia foi a votos e o Syriza obteve uma vitória histórica. Alexis Tsipras é o novo primeiro-ministro. Pequim, que tem investido fortemente no país, já felicitou o vencedor e quer elevar a parada. O papel do dragão hojemacau AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB METRO LIGEIRO O CONSTRUTOR ARREPENDIDO NO JOGO EM QUE TODOS PERDEM Fumos Teus óleos castanhos POLÍTICA PÁGINA 4 SAÚDE | TNR QUEM PAGA A TAXA? DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 27 DE JANEIRO DE 2015 ANO XIV Nº3260 PUB GRANDE PLANO PÁGINA 3 SOCIEDADE PÁGINA 8 POLÍTICA PÁGINA 7

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Hoje Macau N.º3260 de 27 de Janeiro de 2015

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Page 1: Hoje Macau 27 JAN 2015 #3260

Kwan Tsui Hang deu o mote para a revisão das taxas praticadas pelo hospital público para os não residentes. Uma questão pouco pacífica.

LUSA

A Grécia foi a votos e o Syriza obteve uma vitória histórica. Alexis Tsipras é o novo primeiro-ministro. Pequim, que tem investido fortemente no país,já felicitou o vencedor e quer elevar a parada.

O papeldo dragão

hojemacau

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUBMETRO LIGEIRO

O CONSTRUTOR ARREPENDIDO NO JOGOEM QUE TODOS PERDEM

FumosTeus óleos castanhos

POLÍTICA PÁGINA 4

SAÚDE | TNRQUEM PAGA A TAXA?

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 T E R Ç A - F E I R A 2 7 D E J A N E I R O D E 2 0 1 5 • A N O X I V • N º 3 2 6 0PU

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GRANDE PLANO PÁGINA 3

SOCIEDADE PÁGINA 8 POLÍTICA PÁGINA 7

Page 2: Hoje Macau 27 JAN 2015 #3260

“Sempre que existem processos de recrutamento no hospital público,os recursos humanosdo Hospital Kiang Wusão atingidos”RESPONSÁVEIS DA ASSOCIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA DO KIANG WU

“Tudo isto se deveà mentalidade tradicional dos políticos, que não se preocupam em vir cá para fora e falar em nome do que se pode chamar minorias. A população não pode votar paraa maioria dos deputados que se senta na AL”, SCOTT CHIANG• Criticando o factode os deputados nomeadosnão representarem a população

“Provavelmentea identidade macaense daqui a duas ou três gerações será marcada pela emergência de uma identidade local centrada nos chineses naturaisde Macau e enraizados nesse modo de vida. Porém, a marca dessa singularidade estará sempre associadaao referencial querda presença portuguesa, quer do grupo originário dessa reclamação identitária, ou sejaos macaenses de hoje”CARLOS PITEIRA• Investigador

2 hoje macau terça-feira 27.1.2015

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIODE

BORDO

horahO PRESIDENTE Barack Obama e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, acenam durante a parada do Dia da República, em Nova Deli, na Índia. O presidente norte- -americano é o primeiro dos EUA a ser convidado de honra nesta parada anual

EPA/

HARI

SH T

YAGI Interesses privados

ou públicas virtudes?

ONTEM OS directores dos jornais em língua portuguesa e inglesa jantaram com o novo Secretário para as Obras Públi-cas e Transportes. E foi muito esclarecedora a conversa. Havia, claro, o compromisso de que tudo o que fosse dito seria em off (tanto da parte dos jornalistas como do Secretário) e tal será respeitado. Contudo, nada me impede de transmitir as opiniões que fiz questão de deixar na mão de Raimundo do Rosário e que, provavelmente, os leitores já ouviram cem vezes. Não as vou repetir. Para mim, a questão coloca-se de outro ponto de vista, mais directo e mais claro: a saber, quando é que os suspeitos de costume (e não me peçam que os descreva, uma vez mais) vão deixar de colocar os seus interesses acima da população da RAEM? E quando é que o Governo terá uma palavra sobre isso?Bem sabemos que alguns ad-quiriram enormes benefícios em consequência das decisões do Governo da RAEM, durante os últimos quinze anos, nomea-damente em termos de obras e de arrendamento de espaços. São os mesmos. É lugar comum e só quem devia saber e vigiar nada sabe sobre a questão. Para começar, o que eleva a suspeição, entre o povo, de que faziam parte do negócio. O que, provavelmente, não é verdade. É assim, no mínimo, que tudo tem de ser dito.Aliás, tudo isto é especulação mas lógica, porque alguma lógica tem que haver nisto e como a lógica não é explicitada por quem de direito, em termos de funciona-mento do segundo sistema, quem pensa alguma lógica encontra, ainda que, eventualmente, errada. É que o povo pensa, o povo ques-tiona e reflecte. O povo também usa a lógica. E uma coisa que o povo sabe, porque os lê por dentro: é que não há medidas inocentes do Governo. Perdoem-me os poderosos que não souberam tomar conta da sua RAEM. Têm-se rido muito os oligarcas de Macau. Agora é tempo de dizer que é outro tempo ou talvez não, se Pequim alinhar com eles ao invés de se preocupar com a população. Ninguém sabe realmente de que lado está cada peça neste xadrez sobre linhas ao invés de quadrados...E que papel poderá Raimundo do Rosário desempenhar no meio desta confusão? De que lado se poderá situar? Dos oligarcas ou da população? Dos interesses privados ou das públicas virtudes? Essa é a questão que se segue...

“Foi um trabalho pouco apoiado, porque isto não é um jardim público ou uma sala de jogo, uma coisa mais vistosa. Espero que esta

cronologia seja útil como tem sido. Mas foi uma luta”Beatriz Basto da Silva, sobre a reedição da obra “Cronologia da História de Macau” | Centrais

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LUSA

ANDREIA SOFIA [email protected]

V ASSILIS Kout-sofotinos tem 37 anos e desde os 32 que sabe o que

é viver todos os dias num país com a economia a descambar. Vassilis é grego e empresário na área do imobiliário, ex-portando também produtos para o Brasil. Ontem, Vassilis viu o partido de extrema--esquerda Syriza aliar-se ao partido nacionalista Gregos Independentes, por apenas ter conseguido 149 lugares num parlamento com 300. São duas forças políticas totalmente opostas que vão formar o novo Governo da Grécia e que prometem uma alternativa às políticas de austeridade.

Do país helénico, onde responde ao HM por email, Vassilis não tem dúvidas: “é óbvio” que as pessoas decidiram por uma enorme mudança na vida política. “É a primeira vez que um partido de extrema-esquerda vence umas eleições e as pessoas apenas têm uma grande esperança, sem saberem se o futuro vai ou não ser melhor.”

Neste momento, a ex-pectativa mora na União Europeia (UE), pois se a extrema-esquerda prome-te renegociar as medidas de austeridade impostas à Grécia pela Troika, a direita populista é a favor da saída do país do Euro. Quais serão então as consequências para a união económica e para as relações comerciais externas da UE, nomeadamente com a China?

Vassilis Koutsofotinos garante ter dúvidas sobre a possível saída do país da Zona Euro, ainda que isso “tenha sido uma das razões para a crise”. Sobre as rela-ções com a China, este em-presário grego acredita que se manterão, e que poderão até sair reforçadas.

“O novo Governo de esquerda está a olhar por

“Se a Grécia tem um amigo fora da Europa, esse amigo chama-se China. Do ponto de vista económico, isso pode ter repercussões no comércio”JOSÉ SALES MARQUES Economista, presidentedo Instituto de Estudos Europeus

A Grécia tem um novo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que sai da coligação entre dois partidos – o Syriza, de esquerda e grande vencedor das eleições, e o Gregos Independentes, partido populista - ambos com fortes posições contra a austeridade e a Zona Euro. É cedo para saber o que vai acontecer na UE, mas as consequências podem surgir nas ligações comerciais com a China

GRÉCIA A GRANDE MUDANÇA NO PAÍS DA CRISE

Um novo patamar para Pequim

alianças em termos globais. Alexis Tsipras já visitou países como o Brasil, a Venezuela, Estados Unidos ou Rússia, então penso que as relações externas vão melhorar. No caso da China, a ligação ideológica pode ser um factor que ajude, tal como o facto dos investi-mentos chineses na Grécia terem vindo a aumentar nos últimos anos”, defendeu.

“Penso que as relações entre a China e a UE vão ficar estáveis do ponto de vista financeiro, mas tenho dúvidas em relação a alguns aspectos políticos (questões do terrorismo ou ligações entre a China e Rússia). Decididamente que a capa-cidade financeira da China é um sinal de que pretendem ter mais influência na cena política internacional. À

medida que a China fica mais envolvida com a Eu-ropa, mais agressiva vai ser a reacção da Alemanha”, acrescentou.

COMÉRCIO COM CONSEQUÊNCIAS Para José Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus (IEEM) e economista, é cedo para fazer previsões às conse-

“No caso da China, a ligação ideológica pode ser um factor que ajude, tal como o facto dos investimentos chineses na Grécia terem vindo a aumentar nos últimos anos”VASSILIS KOUTSOFOTINOSEmpresário na área do imobiliário

quências em cadeia que podem surgir, mas lembra: o comércio com a China pode sofrer alguns efeitos.

“Politicamente não vejo que haja alterações nas rela-ções que a China tem com a Europa. Se a Grécia tem um amigo fora da Europa, esse amigo chama-se China. Do ponto de vista económico, isso pode ter repercussões no comércio. As importações

para a Europa vão custar mais caro e pode originar um abrandamento do consumo na Europa. A China olhará com alguma preocupação para a situação económica”, disse ao HM.

Para Sales Marques, os eventuais perigos para a permanência da Grécia na Zona Euro virão da direi-ta, e não o contrário. “Há o problema da coligação, porque (os Gregos Inde-pendentes) podem forçar o Syriza (adoptar políticas anti-austeridade). Quase que diria que era melhor que o Syriza tivesse tido a maioria absoluta”, referiu.

Jianwei Wang, docente da Universidade de Ma-cau (UM) especialista nas relações entre a China e o Ocidente, acredita que a China ficará atenta ao desen-rolar dos acontecimentos. “A China vai continuar a ser um importante parceiro económico para a Grécia, independentemente das po-líticas que a coligação venha a adoptar. Não penso que a eleição deste partido possa afectar directamente as rela-ções com a China. Poderia ser uma preocupação para os membros da UE porque esse partido está a querer manter uma distancia em relação ao Euro. Mas é muito cedo para analisar o programa económico que esse partido irá adoptar”, concluiu.

3GRANDE PLANOhoje macau terça-feira 27.1.2015

A China felicitou on-tem o partido Syriza pela vitória nas elei-

ções gregas de domingo e manifestou-se “disposta a trabalhar com o novo gover-no da Grécia para fortalecer a cooperação bilateral”.

“Constatámos que o par-tido de esquerda Syriza ga-nhou as eleições parlamenta-res na Grécia e felicitamo-lo por isso”, disse a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

PEQUIM QUER TRABALHAR COM NOVO GOVERNO GREGO

Ligações efectivasEm declarações aos jor-

nalistas, Hua Chunying real-çou que “China e Grécia são países amigos e os povos dos dois países são afectivamente muito chegados”.

“A China atribui grande importância ao desenvolvi-mento dos laços bilaterais com a Grécia e está disposta a

trabalhar com o novo governo para fortalecer a cooperação em várias áreas e elevar a nos-sa parceria estratégica a um novo patamar”, acrescentou.

Na televisão estatal chi-nesa, o futuro executivo gre-go, liderado pelo Syriza, está a ser apresentado como “o primeiro governo europeu

abertamente contra a política de austeridade do Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e Comissão Europeia”.

DA AMIZADEA China é considerada um “importante parceiro” da Grécia devido aos títulos do

tesouro grego que comprou no auge da crise da dívida soberana na zona euro e aos investimentos que tem feito no país, nomeadamente no sector portuário.

Questionado sobre a opo-sição entre o programa do Syriza e as posições defen-didas pelos outros governos europeus, um comentador chinês ouvido pela Televisão Central da China (CCTV) disse que “nas democracias, há um fosso entre as promes-sas eleitorais e as políticas

que são depois efectivamente seguidas”. O Syriza obteve 36,37% dos votos nas elei-ções de domingo, ficando a dois deputados da maioria ab-soluta no parlamento grego.

Os conservadores da Nova Democracia, que governa-ram o país nos últimos anos, ficaram em segundo ligar, com 27,81% dos votos e 76 deputados.

O terceiro partido mais votado foi o neonazi Aurora Dourada, com 6,29% e 17 deputados.

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4 hoje macau terça-feira 27.1.2015POLÍTICAFLORA [email protected]

O Governo vai ponderar intro-duzir uma medi-da que suspenda

os estabelecimentos reinci-dentes no que à emissão de fumos oleosos diz respeito. Isso mesmo disse ontem o subdirector da Direcção dos Serviços para a Protecção Ambiental (DSPA), Ip Kuong Lam.

Em mais uma sessão de consulta pública sobre as Normas para o Controlo de Emissão de Fumos Oleo-sos em Estabelecimentos de Restauração e Bebidas, um dos participantes pediu esclarecimentos sobre as pe-nalizações. Para o cidadão, o facto de este regulamento ter apenas multas como medi-das para punir quem permite a emissão contínua destes fumos nos restaurantes não tem efeito dissuasor. Prin-cipalmente, refere, para os estabelecimentos de maior envergadura e considerados de luxo.

“Os estabelecimentos podem pagar multas como se fossem custos fixos. Como é que o Governo assegura que os residentes não sejam in-fluenciados por fumos oleo-sos?”, questionou.

PUNIR REINCIDENTESIp Kuong Lam disse, en-tão, que o Governo estava estudar a introdução de uma medida de suspensão da operação dos estabe-lecimentos considerados “incorrigíveis” no cum-primento das Normas. O responsável referiu ainda que esta medida poderá ser aplicada àqueles que

O Plano Provisório de Apoio Financeiro para a Re-paração das Instalações

Comuns de Edifícios Baixos vai ser prolongado até Fevereiro de 2016, mas especialistas defendem que o plano em si deveria ser revisto. Isto porque, apontam, os montantes de apoio não são suficientes e os tra-tamentos dados aos pedidos feitos pelos proprietários não são fáceis.

Desde 2009 que o plano original deveria estar activo apenas durante um ano, mas essa decisão foi sendo posteriormente alterada, para que continuasse em vigor durante os anos seguintes. Até ao final do ano passa-do, foram aprovados 2083 pedidos, num total de 246 milhões de patacas despendidos pelo Governo.

Para o director da Aliança do Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng, o número de pedidos não

APOIO DE REPARAÇÃO PREDIAL PEDIDA REVISÃO DO PLANO POR INEFICÁCIA

Não chega para nadaé alto. E Chan explica porquê: os processos são burocráticos e o mon-tante de apoio prestado não é muito. Por isso, diz, existem proprietários que não consideram que o apoio seja uma ajuda considerável e que pre-ferem pagar do seu próprio bolso.

O responsável diz ainda que, devido a ser necessária a autorização da Comissão de Condóminos do Edi-fício para que os proprietários façam pedidos, muitas vezes as deliberações face a esses pedidos são ignoradas, o que dificulta os requerimentos.

“De acordo com o Código Civil, é necessário 50% de votos a favor dos proprietários dos edifí-

cios para decidir a reparação ou ac-tualização das partes dos edifícios e não é fácil receber os votos dos proprietários, porque as fracções podem ser arrendadas, ou estes até podem não concordar. Acho que é necessário rever o Código Civil, para diminuir esta percentagem”, apontou, sublinhando que esta é causa principal de poucos pedidos.

INSTRUÇÕES POUCO CLARASLam U Tou, vice-presidente da Asso-ciação Choi In Tong Sam, considera também que o Governo precisa de implementar mais instruções para a supervisão de obras de reparação ou

manutenção de edifícios. “A meu ver, os pedidos de reparação de edifícios baixos podem ser apenas partes na superfície, tais como mudança de portas e fios eléctricos. No entanto, as partes mais importantes para ser reparadas em edifícios velhos são, por exemplo, tubos de água. Desta forma, o apoio não dá para o objec-tivo”, defendeu.

Considera Lam que o Governo

deve rever os problemas apontados ao plano, elaborando instruções claras para melhorar a sua eficácia.

O chefe do Centro de Recurso e Gestão de Edifícios da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM), Chon Chong, referiu ao canal chinês da Rádio Macau que, no início, o plano era popular entre os proprietários. Porém, diz que apenas os edifícios baixos, de duas fracções em cada andar, são capazes de pedir os apoios e usá-los verdadeiramente.

“Nos edifícios com mais de 60 fracções, quando o montante de apoio é dividido por cada proprie-tário, resulta em pouco. É preciso rever o plano”, assegura.

O responsável da UGAMM diz ainda que o Governo deveria criar uma base de dados para os edifícios mais velhos e destruídos.

“[Vamos] apertar os critériose também espero comunicarcom a DSSOPT para revero Regulamento Geral da Construção Urbana, introduzindo medidas obrigatóriasde que as chaminés [fiquem] no último piso dos novos edifícios”IP KUONG LAMSubdirector da DSPA

Os restaurantes que emitirem continuamente fumos oleosos poderãovir a ser suspensos e encerrados temporariamente. A medida estáa ser estudada e visa ter um efeito mais dissuasor

EMISSÃO DE FUMO SUSPENSÃO DE OPERAÇÃO A SER PONDERADA

Não vai a bem, vai a mal

forem reincidentes no que ao cumprimento deste regulamento diz respeito.

Ip Kuong Lam relem-brou ainda que, actualmente,

é mais comum existirem chaminés de restaurantes directamente em frente a habitações nos bairros an-tigos, pelo que a emissão

destes gases é “pior” nestes locais, onde entre janelas de habitação e restaurantes a distância é de um metro.

Para já, as Normas para

o Controlo de Emissão de Fumos Oleosos em Esta-belecimentos de Restau-ração e Bebidas ainda não estão em vigor, sendo que

decorre apenas a consulta pública. Entre as melhorias propostas, está a punição de restaurantes, mas não só.

“[Vamos] apertar os critérios e também espero comunicar com a DSSOPT para rever o Regulamento Geral da Construção Urba-na, introduzindo medidas obrigatórias de que as cha-minés [fiquem] no último piso dos novos edifícios”, apontou o responsável.

De acordo com um co-municado, a DSPA encar-regou uma empresa de con-sultoria profissional para dar início a um plano de estudos sobre as normas de emissão de fumos oleosos e cheiros dos restaurantes bem como “estratégias de controlo”.

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5 políticahoje macau terça-feira 27.1.2015

Obra das Mães confiante no trabalho de Alexis TamA instituição de cariz social Obra das Mães realizou ontem um jantar com os órgãos de comunicação social, tendo Tina Ho Teng Iat, presidente da assembleia-geral, garantido que tem confiança no trabalho do novo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. Tina Ho explicou aos jornalistas que Alexis Tam tem vindo a trabalhar na área muito antes de assumir o cargo e que conhece os problemas da área social de raiz, nomeadamente a falta de recursos humanos. Com uma nova creche aberta o ano passado, a Obra das Mães conseguiu resolver o problema da falta de educadoras, confirmou Tina Ho.

DSEJ NOVAS REGRAS PARA CENTROS DE EXPLICAÇÕES E APOIO PEDAGÓGICO

Paz, pão e educação

LEONOR SÁ [email protected]

A Direcção dos Ser-viços de Educa-ção e Juventude (DSEJ) começa

agora a terceira fase de consulta pública do docu-mento de revisão da lei que regula o funcionamento e licenciamento dos centros de explicações e apoio escolar e pedagógico. O Regime de Li-cenciamento e Fiscalização dos Centros Particulares de Apoio Pedagógico Comple-

mentar foi criado na década de 90 e está agora a ser al-terado por, de acordo com a DSEJ, já não corresponder às necessidades da sociedade actual.

O documento dita o apoio aos pais e crianças, habilita-ções académicas dos docen-tes e funcionários, segurança dos alunos, regimes de refei-ção e transporte e o montante de multas e sanções a aplicar aos centros – em caso de infracções como maus tratos físicos às crianças ou falta de licenciamento. Estas são

A DSEJ repete nova ronda de consulta pública sobre o regime de licenciamento e funcionamento de centros privados de apoio e explicações em período pós-escolar, definindo a necessidade de mais habilitações académicas, aumento das multas e obrigatoriedade de emissão de alvarás

as principais prioridades a ter em conta pela população.

A consulta pública, que decorre nos dias 12 e 13 de Fevereiro, tem em vista apu-rar a opinião da sociedade, associações e sector educa-tivo sobre o documento de revisão, já que este define questões importantes como o apoio pedagógico presta-do às crianças e jovens em período pós-escolar. Outro dos pontos fortes desta consulta será o modelo do acolhimento depois das aulas, que consiste na ocu-

“Para dar resposta ao de-senvolvimento social e defi-nir claramente os requisitos das habilitações académicas do pessoal de prestação de apoio à aprendizagem aos alunos dos ensinos infantil e primário, dado que a ‘recepção depois das aulas’ será regulada, assim ficam também definidos os requisitos de habilitações académicas dos agentes de recepção”, lê-se no texto de consulta.

Está ainda previsto que as multas por omissão de alvará, placa de identifica-ção ou licenciamento au-mentem, podendo oscilar entre as 5000 e as 50 mil patacas. A segurança dos alunos, outra das alíneas “prioritárias”, diz respeito a eventuais “castigos cor-porais” infligidos nos cen-tros e posteriores sanções aos mesmos.

pação dos tempos livres dos jovens cujos pais trabalham até tarde.

MAIS MULTAS E SABEDORIADuas das alterações à lei ac-tualmente em vigor propõem a elevação do nível académi-co dos docentes e instrutores dos centros pedagógicos, que não deverão ter menos do que o ensino secundário, alguns deles mesmo sendo obrigados a deter um diplo-ma universitário.

Assim, o documento refere que “os requisitos das habilitações académicas do coordenador devem passar a ser de nível superior”, mudança justificada com a evolução da região.

O documento dita o apoio aos pais e crianças, habilitações académicasdos docentese funcionários, segurança dos alunos, regimes de refeiçãoe transportee o montante de multas e sanções a aplicaraos centros

Recorde-se que foram já realizadas duas sessões de consulta pública em anos passados, sendo este um terceiro documento com novas alterações. A legislação deverá abranger todos os centros particula-res – que não pertencem a entidades governamen-tais – que prestem ajuda escolar ou pedagógica. O texto aponta ainda para uma alteração na questão de emissão do alvará, pas-sando esta a ser obrigatória apenas para instituições que prestem apoio de “recepção depois das aulas” a cinco ou mais alunos. A emissão do alvará é então facultativa para aqueles que prestarem serviços de apoio a quatro ou menos alunos.

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PUB

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

hoje macau terça-feira 27.1.20156 política

LEONOR SÁ [email protected]

Ogrupo Macau Cons-ciência entregou ontem uma carta

aos deputados da 1.ª Co-missão Permanente da As-sembleia Legislativa (AL) pedindo que a discussão da proposta de lei da violência doméstica fosse feita à porta aberta. Esta Comissão está encarregue da análise da lei na especialidade, antes des-ta ser aprovada novamente e entre em vigor.

“Ainda que o Regimen-to da AL dite que todas as reuniões são interditas à população, achamos que este é um assunto dema-siado importante para não contar com a participação da população e precisamos de saber que as medidas [definidas pelos deputados] funcionam e vão ao encon-tro da vontade popular”, começou por dizer Jason Chao, membro do grupo. O activista acrescentou ainda que a AL de Hong Kong funciona com este regime há já vários anos. “Porque é que não se pode implementar em Macau? É possível”, colmatou.

O intuito, explicou, é que este seja o primeiro passo para que “um dia todas as reuniões sejam públicas” e toda a popula-ção possa assistir ao debate, como já tem vindo a ser pedido.

Contudo, para que o pedido do colectivo passe à realidade, é preciso que seis dos dez deputados da Comissão votem a favor desta ideia, mas é também necessário que alguém dê um passo em frente e proponha a abertura das reuniões.

“Neste momento, não sei ainda se alguém está a pensar iniciar o processo e não temos um prazo, mas o ideal seria que a

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MACAU CONSCIÊNCIA QUER LEI DISCUTIDA À PORTA ABERTA

Não nos deixem de foraO grupo Macau Consciência quer que as reuniões da Comissão que analisa na especialidade a lei contra a violência doméstica sejam abertas ao público e os assuntos possam ser debatidos pela população. Para que a proposta seja aceite, os membros da Comissão têm de votar a favor. Au Kam San já disse que apoia

moção fosse aprovada até antes de sexta-feira, dia em que começa o debate da lei na especialidade”, acrescentou o activista, em declarações ao HM.

AU KAM SAN APOIANTENa 1.ª Comissão Perma-nente estão, entre outros, Kwan Tsui Hang, Melinda Chan, Leonel Alves e Chan Iek Lap. Au Kam San, que também faz parte desta lista, já disse ao HM que apoia o pedido da Macau Cons-ciência. Não se confirma, contudo, que será o demo-crata a iniciar a proposta de abertura da reunião.

“Quando a carta che-gar à comissão, nós, nove membros votaremos. Claro que eu concordo, porque a abertura de reuniões das comissões é o que nós que-remos”, explicou. Questio-nado sobre se os restantes membros da Comissão vão concordar com o pedido, o deputado escusou-se a responder.

Au Kam San lembrou

ainda um episódio em que tentou pedir a abertura ao público das reuniões de uma comissão que discutia obras públicas, tendo o requeri-mento sido chumbado. O democrata frisa, no entanto, que a abertura ao público se refere à presença de jor-nalistas durante a reunião e não de residentes, como actualmente acontece nos plenários da AL. “Falta espaço para isso”, justifica.

A presente versão da proposta de lei sobre a vio-lência doméstica tem sido alvo de polémica devido ao facto de várias pessoas discordarem de algumas alíneas, nomeadamente a alegada discriminação face aos homossexuais, que ficam de fora do diploma.

Ontem, Jason Chao disse ainda que está a ser levada a cabo uma cam-panha denominada ‘Uma pessoa, uma carta’ com o objectivo de que todos os cidadãos escrevam à AL para pressionar o pedido de abertura das comissões.

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TIAG

O AL

CÂNT

ARA

FIL IPA ARAÚ[email protected]

D EPOIS da deputada Kwan Tsui Hang ter de-fendido numa interpela-ção escrita que deveria

ser levada a cabo uma revisão às taxas praticadas pelo hospital pú-blico para os não residentes, o HM ouviu deputados e profissionais de saúde, que concordam com a ideia, ainda que peçam moderação nos aumentos.

Fomentando a sua opinião, a deputada usou como argumento a ocupação de 22% do espaço da ala de obstetrícia por mulheres não residentes. Kwan Tsui Hang considera, por isso, que as mu-lheres residentes não conseguem usufruir de serviços de saúde de qualidade neste campo, argumen-tando que “a taxa de natalidade se vai manter a um nível alto”, e que, ainda assim, há mulheres não residentes “que ocupam uma parte do hospital”. A deputada pediu, no mesmo documento, aumentos das taxas praticadas no hospital para TNR, que ascendem, actualmente, aos 200%.

Fernando Gomes, médico e Conselheiro das Comunidades Portuguesas, não poderia estar mais de acordo. “Concordo per-feitamente”, assinalou ao HM, argumentando que a tarifa de hospitalização é arcaica e precisa de revisão.

“Devemos aprender com aquilo que está a acontecer com a [região] vizinha de Hong Kong. Porque Macau tem um sistema de saúde virado para a população local, e agora ajustado para os trabalhadores não residentes, por motivos óbvios. Esta procura de boa prestação e de tudo o que o hospital público oferece, que em termos de custos chega a ser muito inferior do que na China, até em aspectos de higiene, é um problema grave”, argumenta.

Para o profissional, a tabela de preços “deve ser actualizada” e esse aumento não deve ser visto como uma discriminação. “Te-mos que pensar, não no aspecto de discriminação, é preciso ter noção que é uma discriminação positiva. Só podemos partilhar quando estamos em condições de poder partilhar. Os residentes queixam-se seriamente de acesso a cuidados públicos e depois provi-denciar os mesmos cuidados para não residentes é um bocadinho contra-senso”, defendeu.

O não aumento, poderá, segun-do defende, levar a uma “desmo-

SAÚDE PELO AUMENTO DE TAXAS PARA TNR, MAS COM MODERAÇÃO

Vamos lá com calma

“Quem são estes não residentes que vão sofrer o aumento? Os turistas? Os que estão cá a trabalhar temporariamente? Ou até os residentes não permanentes? É preciso ver isso”AGOSTINHO LEONG Técnico do hospital Conde São Januário

não residentes é, portanto, para o técnico, muito abstracta e carece de explicações.

Quanto ao exemplo sustentado pela deputada Kwan Tsui Hang, Agostinho Leong não hesita. “Trabalho neste sector e no próprio hospital e não acho que seja motivo para se aumentar os preços. Quer dizer, houve de facto um aumento, mas de uma forma geral”.

A ocupação de 22% da ala de obstetrícia por mulheres não residentes não é motivo de preo-cupação para o profissional. “Não me oponho que a taxa para os não residentes seja aumentada, mas quer dizer, tem que ser para os dois lados, ou seja, aumentam os preços, a qualidade tem então de ser melhorada também”, argumenta.

AFASTAR OS QUE PRECISAM Tal como Fernando Gomes, o téc-nico do hospital público defende que é preciso fazer uma separa-ção e que as pessoas percebam que tipo de não residentes estão incluídos.

“Quem são estes não residen-tes que vão sofrer o aumento? Os turistas? Os que estão cá a traba-lhar temporariamente? Ou até os residentes não permanentes? É preciso ver isso”, defende, exem-plificando que “todo o pessoal trabalhador legal em Macau, não é residente não permanente, nem permanente, mas sim possuidores de Blue Card” e que “grande parte destas pessoas são trabalhadores com baixo rendimento”, pelo que um aumento poderá fazer-se sentir de forma negativa.

Algo também defendido pela enfermeira do mesmo hospital, Lysel Alves, que está “totalmente contra o aumento” dos preços para não residentes.

“Os serviços de saúde devem ser para todos, de forma igual e justa”, argumenta, adiantando que para os não residentes que já têm dificuldades no seu dia-a-dia, este possível aumento de tarifas só lhes vem dificultar ainda mais.

A Associação dos Médicos de Língua Portuguesa mostra-se apologista ao aumento, desde que, como defende o presidente, Rui Furtado, “só se reflicta às pessoas que não trabalham em Macau, ou seja, de fora do território”, excluindo por isso os portadores de Blue Card.

“Sempre que vamos viajar devemos ter um seguro de saúde, não podemos estar à espera de ter as mesmas regalias que os resi-dentes, também temos a mesma penalização”, defende.

“Acho que Administração não tem que subsidiar a saúde”, defende referindo-se às pessoas que vivem fora de Macau. Para o presidente não deve ainda existir qualquer aumento para os que aqui vivem e trabalham, mas sim “um aligei-ramento das taxas moderadoras e das despesas de saúde”, conclui.

tivação a procura dos serviços de saúde” por parte dos locais.

Fernando Gomes explica ainda que é preciso catalogar os não residentes, porque existem os trabalhadores (TNR), os turistas, e pessoas que “nem sequer vêm fazer o chamado turismo de saúde, mas simplesmente um usufruto abusivo da prestação de saúde de Macau”.

Com a mesma opinião está o deputado José Pereira Coutinho, defendendo que o hospital “está sobrecarregado principalmente na área da maternidade, com os não residentes e, claro, esta sobrecarga depois manifesta-se na qualidade de serviços prestados ao residen-tes de Macau”.

É de notar que, actualmente, os residentes pagam 70% dos custos de internamento, enquanto os não residentes pagam a 200%.

“De facto, para os não residen-tes as taxas são bastantes baixas e já há bastante tempo que não são actualizadas de acordo com a realidade, com a actual situação”, argumenta o deputado.

Apostando na revisão da tabela, Pereira Coutinho defende que os não residentes acreditam “que a qualidade de serviços [médicos] é melhor do que nas zonas adja-centes a Macau”, daí a afluência ao serviços locais.

“Acho também que é preciso proteger os interesses dos residen-

tes de Macau, que esperam imenso tempo nas listas de espera, e que já se estão a queixar, porque o número de pessoas não residentes que fa-zem fila faz com que a espera seja ainda maior”, argumenta.

ACTUALIZAR MAS COM CALMAAgostinho Leong, técnico do hospital Conde São Januário, não se opõe à actualização, ainda que feita de forma moderada. “Não sou contra a questão do aumento, mas quanto mais? É preciso saber de quanto será o aumento. Tem que ser calculado, tendo por base dados e estatísticas, que possam esclarecer as pessoas”, defende.

A ideia da subida dos preços aos

7 políticahoje macau terça-feira 27.1.2015

Kwan Tsui Hang lançou o tema: aumentar as taxas paranão residentes nos serviços de saúde. Médicos, enfermeiros e deputados analisam a questão e alguns dizem estar a favor, ainda que defendam que estes devem ser moderadose apenas para os de fora do território

“Esta procura de boa prestação e de tudo o que o hospital público oferece, que em termos de custos chega a ser muito inferior do que na China, até em aspectos de higiene, é um problema grave”FERNANDO GOMES Médico e Conselheiro das Comunidades Portuguesas

Page 8: Hoje Macau 27 JAN 2015 #3260

8 hoje macau terça-feira 27.1.2015SOCIEDADEFLORA FONG [email protected]

T ANG Hon Cheong, director--geral da empresa construtora do metro ligeiro, mostrou-se arrependido em ter aceite o

projecto e diz que espera uma indem-nização da parte do Governo. O res-ponsável da Companhia Internacional de Construção Top Builders assegura que já sofreu prejuízos de mais de dez milhões de patacas e assegura que a culpa pelos atrasos na construção do metro não é da sua empresa.

A maioria das opiniões, considera Tang, que na noite de domingo esteve presente no programa Fórum Macau da TDM, apontam para que a culpa dos atrasos seja do construtor. O res-ponsável diz que “a prorrogação do projecto e o excesso de despesas não foram a 100% responsabilidades da empresa” e diz mesmo que a empresa até perdeu dinheiro. Agora, diz, espera que o Governo indemnize a companhia.

SEM ARBITRAGEMTang Hon Cheong diz que os atrasos se deveram a mudanças dos tubos subter-râneos, alívio do tráfego e até atrasos devido a não conseguir fazer a obra.

O responsável lamenta que Macau não tenha um mecanismo de arbitragem para resolver problemas deste género e, questionado sobre se a companhia irá recuperar o excesso de despesas que teve, Tang apenas referiu que “até ao momento”, o Governo não falou com a empresa. “Como é que nós temos coragem para recuperar o dinheiro?”, questionou.

Tang Hon Cheong diz ainda que é difícil cooperar com Governo e cons-truir obras públicas.

“Estamos numa situação de perda em três partes: perda de dinheiro, de tempo e descontentamento com o Go-verno. Arrependi-me em concorrer ao projecto”, referiu, dizendo que esperava que o Governo elaborasse melhor os trabalhos de coordenação de obras públicas e “com antecedência”.

O responsável acrescenta ainda que espera que através de um mecanismo de arbitragem se possa resolver a recu-peração do excesso de custos que diz que a empresa teve, “evitando [que se desperdice] um longo tempo em pro-cessos de acção judicial”.

Tang Hong Cheong não frisou se é intenção da empresa interpor um processo contra o Executivo.

N O mesmo programa em que o res-ponsável da Top Builders disse estar arrependido de ter aceite o projecto

de construção do metro (ver texto acima), falaram ainda os deputados Ho Ion Sang, Ella Lei e Kwan Tsui Hang. Os três pedem uma melhor gestão das obras públicas e que o regime de responsabilização dos funcionários seja implementado.

No ‘Fórum Macau’ da TDM, Ho Ion Sang defendeu que o Governo deveria reformar o regime de gestão das obras públicas e disse mesmo suspeitar que a mudança do chefe do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), Lei Chan Tong, no início do ano “não foi normal”. O deputado considera que Lei saiu devido aos problemas no metro, ainda que, de acordo com o Jornal Tribuna de Macau, o responsável tenha saído por razões pessoais.

Ho Ion Sang apela a que seja implemen-tado o regime de responsabilização, de forma a que se apurem responsabilidades, e que se acelere a revisão da Lei de Enquadramento Orçamental, que só deverá estar concluída em 2016.

DEBATE EM MARCHAJá Kwan Tsui Hang, que comenta pela se-gunda vez o relatório do Comissariado de Auditoria (CA) que arrasa a gestão do metro, diz que o GIT não actualizou a tempo as estimativas do investimento total do metro, pelo que pede ao Executivo que “assegure” que os novos orçamentos no futuro sejam feitos “com precisão”.

Ella Lei vai mais longe e apresenta mesmo uma moção de debate, para que seja discutida a possibilidade de se incluir a cláusula penal

compensatória em todos os contratos de obras públicas. Esta, recorde-se, é a cláusula que torna mais fácil um eventual pedido de indemnização da parte do Governo.

“O relatório do CA aponta que o GIT não adicionou a cláusula penal compensatória em contratos e, embora a autoridade tivesse alertado várias vezes a companhia constru-tora, ainda aconteceram atrasos graves do projecto”, começa por apontar.

“Na situação actual [nota-se] a falta de supervisão e de indemnização eficaz e o GIT ficou indefeso nisso.”

A deputada considera que para todas as obras públicas serem concluídas com rigor no futuro, e de acordo com os contratos, e para se evitar o aumento de despesas, se deve incluir a multa penal compensatória nos contratos. - F.F.

PEDIDA MELHOR GESTÃO DAS OBRAS PÚBLICAS. DEPUTADA QUER DEBATE

Onde está a responsabilização?

“Estamos numasituação de perdaem três partes: perdade dinheiro, de tempoe descontentamentocom o Governo. Arrependi-me em concorrer ao projecto”TANG HON CHEONG Director-geralda empresa construtora do metro

Tang Hon Cheong, responsável da construtora do metro, diz-se descontentecom o Executivo e espera que lhe seja pago mais de dez milhões em custos “excepcionais”. Tang assume mesmo que não é fácil trabalhar com as obras públicase diz que não queria perder tempo a ir para tribunal, ainda que realce que Macau“não tem regime de arbitragem”

METRO CONSTRUTORA “ARREPENDIDA” DE TER ACEITE O PROJECTO

Jogo do empurra continua

Page 9: Hoje Macau 27 JAN 2015 #3260

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9 sociedadehoje macau terça-feira 27.1.2015

A economia de Macau terá entrado em re-cessão técnica depois de terminar 2014 com

um crescimento homólogo nega-tivo de cerca de 8% no último trimestre do ano, disse ontem à agência Lusa o economista Albano Martins.

“Depois de um crescimento positivo de 12,4% e 8,1% nos primeiro e segundo trimestres, a economia de Macau registou crescimentos negativos de 2,1% no terceiro trimestre e deverá fechar o último trimes-tre com uma queda homóloga do Produto Interno Bruto de

A Associação dos Aposentados, Re-formados e Pen-

sionistas de Macau (APO-MAC) está preocupada com o impacto da queda do euro em cerca de 1300 antigos trabalhadores da administração portuguesa que residem no território.

“[A queda] vai afectar os aposentados que trans-feriram as suas pensões para Portugal, o câmbio pode prejudicar todos os que residem em Macau”, disse à agência Lusa o presidente da associação, Francisco Manhão.

O euro atingiu ontem mínimos dos últimos 11

Concentração excessiva de gás sulfúrico em apartamentoO Corpo de Bombeiros identificou, perto das 12 horas do passado domingo, a concentração excessiva de gás sulfúrico num apartamento do edifício Tak Fai, localizado na Estrada do Repouso. A investigação teve início devido à queixa de mau cheiro proveniente de um dos domicílios, tendo os bombeiros detectado um nível de 160 PPM daquele gás, uma medida bastante acima da média. O caso resultou na evacuação imediata de cerca de 30 pessoas, não havendo registo de feridos. Os bombeiros concluíram que a concentração excessiva de gás se deveu à utilização inadequada de líquido de limpeza de drenagem. Assim, o organismo apela aos cidadãos para uma utilização cuidada e segura de materiais deste género.

Cidadã brasileira acusada de tráfico humanoUma mulher brasileira foi ontem detida pela Polícia Judiciária (PJ) pela suspeita de ter praticado o crime de tráfico humano. A mulher, estudante em Macau e com 28 anos, terá atraído uma outra mulher brasileira com cerca de 25 anos a vir para Macau para trabalhar num bar. Quando chegou, contudo, a vítima viu que iria ser obrigada a prostituir-se num casino, algo que terá recusado. A jovem foi, então, ameaçada de morte caso não devolvesse o dinheiro da viagem e do alojamento, mas conseguiu avisar a PJ. O caso ainda continua sob investigação, mas a PJ admite que poderá ser uma rede de tráfico humano internacional.

Casinos encerram Janeiro com quebras até 18%Os casinos de Macau vão fechar Janeiro com quebras nas receitas homólogas de 16 a 18%, indicam dados de operadores a que a agência Lusa teve acesso e que colocam a Galaxy Resorts no primeiro lugar do ranking. Os dados de operadores como a MGM Macau, Galaxy Resorts e Wynn Macau apontam para que o mês de Janeiro termine com uma queda de cerca de 16 a 18%, o que equivale a receitas brutas entre 23.560 milhões de patacas e 24.150 milhões de patacas. De acordo com os elementos disponíveis, a Galaxy Resorts, que recentemente anunciou para Maio a abertura da segunda fase do complexo de hotelaria e jogo no Cotai, deverá fechar o mês a liderar o ranking de operadores, seguida da Sociedade de Jogos de Macau e da Sands China. As receitas dos casinos em 2014 terminaram, pela primeira vez, em queda de 2,6% face a 2013 depois de terem registado 351.521 milhões de patacas.

ECONOMIA MACAU ENTROU EM RECESSÃO TÉCNICA

Comportamentos continuam positivos

PENSÕES APOMAC PREOCUPADA COM A QUEDA DO EURO

Menos não é mais

“O primeiro semestre [de 2015] será afectado por valores idênticos ao do último trimestre de 2014, mas acredita-se que a segunda metade do ano terá um comportamento positivo”ALBANO MARTINS Economista

cerca de 8%”, explicou Albano Martins.

Ainda assim, disse o econo-mista, o Produto Interno Bruto deverá registar, em termos reais, um crescimento positivo de cerca de 2% para todo o ano de 2014.

Albano Martins explicou também que a queda do quarto trimestre “é mais acentuada” porque está a ser comparada com o trimestre homólogo de 2013, o que mais cresceu no ano -14,3%.

PREVISÕES NEGATIVASJá para 2015, Albano Martins preconiza um crescimento a

um “dígito baixo”, o mesmo que a Autoridade Monetária de Macau previu, embora não afaste um cenário de cresci-mento negativo.

“O primeiro semestre será afectado por valores idênticos ao do último trimestre de 2014, mas acredita-se que a segunda metade do ano terá um compor-tamento positivo o que permiti-rá registar para os 12 meses um crescimento positivo baixo ou então um ligeiro decréscimo”, sublinhou.

Com a economia fortemente dependente do jogo, Albano Martins refere que as previ-sões para 2015 estão, assim, “dependentes do cumprimento dos prazos da formação bruta de capital fixo, ou seja, dos inves-timentos dos novos casinos” e que tudo o resto se “mantenha mais ou menos constante ao que tem acontecido nos últimos meses”.

Já a inflação, que em 2014 atingiu os 6,05%, deverá “man-ter-se acima dos 5%”, concluiu. - Lusa/HM

anos face ao dólar, após ter sido conhecido que o partido anti-austeridade Syriza obteve uma vitória clara nas eleições gerais na Grécia.

Em relação à moeda de Macau, um euro valia ontem 8,9 patacas, mas a descida ainda não afectou os rendimentos dos pen-sionistas, já que o mês de Janeiro que foi pago no dia 20, quando o câmbio se fixava em 9,2 pata-

cas, e Francisco Manhão acredita que a maioria dos antigos funcionários públicos já converteu o dinheiro.

Segundo o presidente da APOMAC, o valor das pensões só sofre altera-ções se o câmbio se fixar abaixo das nove patacas.

Se a tendência de descida de mantiver, a associação pretende agir. “Estamos muito atentos e estamos a pensar adoptar

medidas para compen-sar”, afirmou Francisco Manhão, remetendo mais pormenores para dia 4 de Fevereiro, quando a associação vai reunir para tomar uma decisão.

Actualmente, há cer-ca de 1300 reformados da antiga administração a residir em Macau que recebem as suas pensões através de Portugal. Se-gundo o presidente da APOMAC, as pensões variam entre 300 euros (pensões de sobrevivên-cia) e quatro mil euros, sendo que a maioria oscila entre os dois mil e os 3500 euros. - Lusa/HM

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10 hoje macau terça-feira 27.1.2015EVENTOS

HISTÓRIAS MÁGICAS PARA DORMIR • Vários autores Para além de histórias bem conhecidas, como João e o Pé de Feijão, Cabelinhos de Ouro e os Três Ursos e O Gato das Botas, este livro apresenta também histórias novas com temas que todas as crianças adoram: dragões, princesas, animais falantes e piratas! Com ilustrações fantásticas e apelativas, este livro é um tesouro mágico que crianças e adultos vão querer ler e reler!

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365 HISTÓRIAS PARA ADORMECER • Vários autores Noite após noite, vais encontrar neste álbum, maravilhosamente ilustrado, todos os teus amigos animais! Ao longo das páginas, dos meses e das estações, todos esses pequenos heróis te vão acompanhar em fantásticas aventuras. Umas são doces e ternas, outras alegres e divertidas, mas todas te vão ajudar a adormecer… sonhando!

Quatro anos depois, está concluída a reedição da Cronologia da História de Macau, que desta vez vai até 1999. Beatriz Basto da Silva fala das dificuldades do projecto e pede aos mais jovens que continuem o seu trabalho

ANDREIA SOFIA [email protected]

É finalmente lançada na próxima quinta-feira, dia 29, no Clube Mi-litar, a reedição da

Cronologia da História de Macau. O trabalho, feito pela historiadora Beatriz Basto da Silva, percorre os principais acontecimentos desde o sécu-lo XVI até 1999 e começou a ser feito há quatro anos. Ao HM, Beatriz Basto da Silva revela que precisou de distanciamento temporal para rever esta obra.

“Estive envolvida na Admi-nistração, em várias dependên-cias, nomeadamente como de-putada. Não tinha perspectiva, sendo eu de História, para falar de uma época na qual estava tão inserida. [Agora] 15 anos depois, já tenho e podia olhar [de outra forma]”, apontou.

Quando regressou ao ter-ritório, a historiadora deu-se conta do quão era necessário

USJ Professor de Kyoto fala sobre evolução arquitectónica no JapãoA Universidade de São José (USJ) acolhe amanhã uma conferência sobre o desenvolvimento e evolução da arquitectura nipónica, das 18h30 às 20h00. A palestra será realizada pelo investigador e professor de Design Urbano e Arquitectura Tohru Horiguchi, da Universidade Ritsumeikan, em Kyoto. “Uma introdução à habitação japonesa contemporânea” vai tomar a evolução do desenho de projectos habitacionais no contexto de explicar os ‘cinco pontos da arquitectura’, conceito contemporânea e fortemente explorado no trabalho de Tohru. A entrada é livre.

M IO Pang Fei, artista chinês residente em

Macau, estreia uma nova exposição no Albergue SCM, às 18h30 de dia 4 de Fevereiro. ‘Além da Superfície’ estará aberta ao público até 27 do mesmo mês, das 12h00 às 20h00, na Galeria A2 do Albergue SCM. A entrada para a mos-tra é livre e apresenta cerca de 15 obras originais.

Mio Pang Fei foi o artista escolhido por um comité do Museu de Arte de Macau para representar a região na Bienal de Arte de Veneza, iniciativa que decorre de 9 de Maio a 22

de Novembro deste ano. O percurso artístico do pintor tem vindo a ser aclamado por várias personalidades por todo o mundo e o seu trabalho tem influências da cultura oriental e ocidental. Mio Pang Fei foi particular-mente prolífico durante a Revolução Cultural chinesa e no período que se seguiu, hoje em dia enquadrando-se no estilo contemporânea e abstracto de arte.

‘Além da Superfície’ foi já apresentada na ca-pital de Taiwan em No-vembro do ano passado, abrindo agora portas ao público local.

REEDIÇÃO DA CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DE MACAU APRESENTADA ESTA QUINTA-FEIRA

“Uma âncora para sabermos onde estamos”

uma nova edição do trabalho, com a chancela da editora Livros do Oriente.

“Mal cheguei disseram--me que as edições não só estavam esgotadas como eram muito procuradas. Disseram--me que os alunos universi-tários procuram muito pela obra e isso deixou-me muito orgulhosa”, frisou.

Para a autora, o lançamen-to desta reedição, nesta altura,

“é muito” importante. “Como dizia Shakespeare, todos os passados são prelúdios. Não podemos [sem o passado] dar o salto para outra posição da nossa estadia aqui. E não digo apenas nós portugueses, mas todos aqueles que estão em Macau. Tem todo o sentido que qualquer pessoa tenha acesso ao livro. É uma ânco-ra para aprendermos e saber onde estamos”, referiu

Nesse sentido, Beatriz Basto da Silva apela a que seja feita uma tradução para chinês e até para inglês. “[A

“Como dizia Shakespeare, todos os passados são prelúdios. Não podemos [sem o passado] dar o salto para outra posição da nossa estadia aqui. E não digo apenas nós portugueses, mas todos aqueles que estão em Macau”

Pintura Albergue SCM acolhe ‘Além da Superfície’ de Mio Pang Fei

Page 11: Hoje Macau 27 JAN 2015 #3260

11 eventoshoje macau terça-feira 27.1.2015

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LEONOR SÁ [email protected]

A organização não-go-vernamental Arqui-tectos Sem Fronteiras

– Macau vai construir, com a participação da Universidade de São José (USJ) e apoio do governo das Filipinas, uma escola para crianças do infantário até ao sexto ano, em Punta Cogon. O projecto ganhou asas depois da de-vastação causada pelo tufão Haiyan, que em 2013 matou mais de seis mil pessoas e deixou mais de 28 mil feridos.

A USJ vai organizar uma conferência nos dias 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro para explicar a natureza deste projecto e os argumentos para a construção da infra--estrutura. A iniciativa, que acontece das 10h00 às 18h00 em ambos os dias, vai contar com a participação de vários profissionais da área, nomea-damente arquitectos como Gonçalo Menezes, Sérgio Spencer, Robert Wong e Dominic Choi.

RECUPERAÇÃO POSSÍVELA ideia passa por ajudar o governo deste país a re-cuperar um pouco daquilo que o tufão fez desaparecer, nomeadamente em termos de infra-estruturas e instala-ções de ensino e habitação. A escola deverá integrar 186 alunos e será escolhido o projecto original determi-nado pelo governo filipino,

REEDIÇÃO DA CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DE MACAU APRESENTADA ESTA QUINTA-FEIRA

“Uma âncora para sabermos onde estamos”FILIPINAS ARQUITECTOS SEM FRONTEIRAS DE MACAU COM PROJECTO SOCIAL

Uma escola para muitos

cronologia] está em portu-guês, já houve uma edição em chinês, pode haver outra. Sei que foi muito utilizada e que é provável que esta venha a ser traduzida também. Para inglês, teria interesse, mas aí teria de ser uma tradução académica, não comercial”, defendeu.

O APELO AOS MAIS JOVENSPara fazer esta reedição, Bea-triz Basto da Silva afirma ter

passado muitas noites sem dormir, tendo o trabalho sido maior já no último volume, que reporta a todo o século XX. Aí encontrou mais fontes de trabalho e de investigação.

Mas nos últimos quatro anos trabalhar na reedição da cronologia não foi um trabalho fácil. “Foi um tra-balho pouco apoiado, porque isto não é um jardim público ou uma sala de jogo, uma coisa mais vistosa. Espero que esta cronologia seja útil como tem sido. Mas foi uma luta. Tive um editor que não pôde continuar, depois outro editor que pegou com o maior carinho mas fez tudo de graça, por isso devo-lhe um enorme favor. Foi subsidiado, mas trabalhamos sem nenhum apoio.”

Questionada sobre se poderia reeditar a cronologia para depois de 1999, Beatriz Basto da Silva afirma que está cansada, apesar de afirmar que nunca vai deixar de investigar questões históricas.

“Estou muito pouco in-formada [sobre os aconteci-mentos], teria de me preparar mais e já estou com 70 anos. Não digo que não me possa interessar, mas talvez em par-ceria com alguém. Fazer uma continuação da cronologia da história de Macau após 1999, deixo para os mais novos. E já haverá com certeza mais obras e pessoas interessadas. Deixo este repto”, concluiu.

seguido de uns ajustes por parte dos arquitectos inter-venientes.

“Bootcamp: Design de Reconstrução de Escolas” servirá para expressar e trocar ideias relativas a este projecto.

Parte do oradores não conta apenas com várias anos de experiência na área

da arquitectura, mas também de envolvimento em ac-ções solidárias pelo mundo. Exemplo disso é Gonçalo Menezes, que participou em projectos em Angola e Guiné-Bissau, mas também no Sudão. Os restantes oradores têm também uma vasta experiência nesta área,

seja devido aos projectos comunitários desenvolvidos no emprego, ou actividades desempenhadas.

O primeiro dia terá lugar nas instalações da USJ, en-quanto o painel do segundo dia acontece na Ponte 9, no Centro de Arquitectura e Ur-banismo. A entrada é livre.

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12 CHINA hoje macau terça-feira 27.1.2015

A União Islâmica de Hong Kong considera que o ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo e o clima

de tensão que se sente na Europa em torno das comunidades muçulma-nas são fruto de um conhecimento deficitário sobre a religião.

“A diferença entre Paris e Hong Kong é a educação. Depende de quem ensinar sobre o Islão. Aqui, os nossos imãs falam de moderação”, afirma Rahmatullah Mohamed Omar, secretário-geral da União Islâmica de Hong Kong, em declarações à agência Lusa.

Com uma comunidade de cerca de 300.000 muçulmanos, vindos de países tão distintos como Pa-quistão, Índia, China, Indonésia ou Malásia, Hong Kong é uma cidade “tolerante”, onde há “harmonia religiosa”, considera Omar.

“Há muito diálogo inter-fé, não há problemas. Mas temos de ensinar os mais novos. Perceber a religião dos outros é muito impor-tante. Eu fui educado num colégio católico e percebo bem isso”, diz o responsável.

A União Islâmica de Hong Kong, localizada em Wanchai, é uma organização polivalente, oferecendo vários serviços à comu-nidade. Além de um jardim-de-in-fância, acolhe o único restaurante de ‘dim sum’ com carne ‘halal’, tem uma biblioteca e espaços de oração. Juntamente com outras organizações, gere quatro das seis mesquitas da cidade, que conta também com 15 madrassas, onde o Corão é ensinado a crianças após o horário escolar.

A união dedica-se ainda a vá-rias causas solidárias, enviando dinheiro para a manutenção da

“Há muito diálogo inter-fé, não há problemas. Mas temos de ensinaros mais novos. Perceber a religião dos outros é muito importante.Eu fui educado num colégio católico e percebo bem isso”RAHMATULLAH MOHAMED OMAR Secretário-geral da União Islâmica de Hong Kong

Segundo o líder da União islâmica da antiga colónia britânica a comunidade muçulmana que conta com cercade 300 000 membros oriundos dos mais variados países vivenum clima de “harmonia religiosa”

UNIÃO ISLÂMICA “EDUCAÇÃO” E “MODERAÇÃO” SÃO O QUE DISTINGUE HONG KONG DE PARIS

Uma cidade tolerante

mesquita de Macau, fornecendo apoio financeiro a requerentes de asilo em Hong Kong, doando fun-dos a zonas afectadas por desastres naturais e gerindo um abrigo para empregadas domésticas na cidade, entre outras.

Para o bem-estar da comuni-dade, salientam a boa relação com o Governo de Hong Kong, que tem vindo a ceder terrenos para as mesquitas.

“O Governo sabe que não somos extremistas e que estamos a pro-mover o Islão como algo pacífico e tolerante”, garante o responsável.

A FALAR NOS ENTENDEMOSA união tem vindo a desenvolver várias actividades para a promoção do diálogo, incluindo seminários com académicos chineses. O centro é também visitado frequentemente por escolas, onde os rituais islâ-

micos são explicados às crianças, e durante a época do Ramadão os habitantes da cidade são incenti-vados a assistir à quebra do jejum e colocar as suas questões.

Apesar da pujança da comu-nidade e da ausência aparente de conflitos, o ataque ao Charlie Hebdo não passou despercebido e após a publicação do último cartoon, no dia 14, houve mesmo membros das organizações muçul-

manas que quiseram organizar um protesto, mas o imã Uthman Yang afastou a ideia.

“Disse-lhes que talvez possamos escrever artigos a explicar a vida do profeta, o importante é comunicar mais. Aqui queremos passar uma imagem clara. O Estado Islâmico, por exemplo, é contra os ensinamentos do Islão”, sublinha o imã.

A equipa não esconde o seu des-conforto com os cartoons franceses, mas garante que nada justifica o ataque. “Na religião não se pode desenhar nenhum profeta. Deviam respeitar a nossa fé, mas o Corão ensina-nos a ser pacientes e toleran-tes. A violência não é correcta, mas é verdade que alguns muçulmanos são muito agressivos”, conclui Yang.

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13hoje macau terça-feira 27.1.2015

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M A C A U A N G L I C A N C O L L E G E

PARENTS ARE WELCOME TO ATTEND APARENTS’ INFORMATION MEETING FOR ENROLING NEW K1 PUPILS

FOR SEPTEMBER 2015AT

M A C A U A N G L I C A N C O L L E G EAV. PADRE TOMÁS PEREIRA, NO. 109-117, TAIPA, MACAU

THIRD FLOOR, SCHOOL HALLON

TUESDAY, FEBRUARY 10th 2015, 7:30 P.M.

*Four new K1 classes commence in September 2015.*100 places will be offered to new K1 pupils aged 3, in 4 classes of 25. *English and Putonghua are the main languages of instruction. *Creative teaching styles; child centred learning.*Application Days, from March 2nd to 5th 2015.*Assessment Day, Saturday, March 7th 2015, from 9:00 a.m. (Details to follow).

china

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 22/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor Chan, David (portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° G2164XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 93/DI-AI/2012 de 28.08.2012, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Bruxelas n.° 239, Jardim Nam Ngon, Bloco 1, 5.° andar E e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 20.01.2015, exarado no Relatório n.° 19/DI/2015, de 05.01.2015, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. -------------------------Da presente decisão cabe reclamação para o autor do acto, no prazo de 15 dias e sem efeito suspensivo conforme o prescrito no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. ----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. -----------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

O editorial de ontem do jornal chinês Global Times, atri-bui ao primeiro-

-ministro japonês, Shinzo Abe, a culpa pela morte de um refém às mãos dos extremistas do Estado Islâmico (EI).

O EI afirmou, este domingo, ter executado Haruna Yukawa, um dos dois japoneses que fez reféns, numa aparente decapi-tação que foi condenada pelos líderes de todo o mundo.

O Global Times, publicação em inglês do grupo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista chinês, escreve num editorial que o apoio do líder do Japão aos Estados Unidos precipi-tou Tóquio para o conflito, apesar de, “supostamente, os países do sudeste asiático não constituírem alvos-chave” dos jihadistas do EI e do terrorismo global.

“A morte do refém japonês é mais ou menos o preço que o Japão tem de pagar pelo seu apoio a Washington”, diz o jornal, num editorial, sob o título “Estratégia de Abe mais clara após crise dos reféns”.

O jornal sugere que o chefe de Governo nipónico poderá usar a crise dos reféns para revogar a Constituição pacifista do Japão,

Taiwan Revistas em alta previsões de crescimento da economia em 2015

O Instituto de Investigação Económica de Taiwan (IIET) reviu ontem em

alta - de 3,48 para 3,67% - a sua previsão de crescimento económico para a ilha em 2015, devido à descida do preço do petróleo, à melhoria da economia mun-dial e ao aumento do consumo interno. A queda do preço do crude vai conduzir a um aumento anual de 2,71% no consumo interno, realçou o director do Centro de Previsões Macroeconómicas daquele instituto independente, Gordon Sun, em conferência de imprensa.

A recuperação económica nos Esta-dos Unidos é outro factor positivo para a dinamização da economia da ilha, muito dependente da procura das suas exportações, acrescentou Su, afirmando também que existem ainda incertezas sobre a situação na Europa e na China.

A anterior previsão da instituição económica da Formosa foi feita em Novembro último.

Outras instituições económicas de Taiwan prognosticam para 2015 um crescimento económico menor do que o anunciado pelo IIET, como o Instituto de Investigação Económica Chung-Hua, que aponta para 3,5%, ou a Academia Sínica, que prevê 3,38%.

JORNAL DO PC CULPA SHINZO ABE PELA MORTE DE REFÉM

Amargas acusações

imposta pelos Estados Unidos na esteira da II Guerra Mundial.

Shinzo Abe, qualificou de “ignóbil e imperdoável” a morte

do refém e exigiu a libertação imediata de Kenji Goto, o segun-do cidadão japonês refém do EI.

Num vídeo divulgado na pas-

sada semana, o Estado Islâmico ameaçou matar os dois japoneses - o empresário Haruna Yukawa e o jornalista Kenji Goto - se o Governo nipónico não pagasse 200 milhões de dólares no prazo de 72 horas. Na reação, Shinzo Abe, disse que Tóquio “não se verga perante os terroristas”.

PRESENÇA POR EXPLICARViúvo de 42 anos, Haruna Yuka-wa foi sequestrado em meados de Agosto do ano passado, en-quanto facultava alegadamente apoio logístico a um grupo re-belde implicado na guerra civil síria e rival do EI, sendo que a presença do japonês na região nunca foi totalmente explicada.

Já Kenji Goto, jornalista de 47 anos, tinha-se deslocado ao território sírio controlado pelos extremistas no início de outu-bro com a intenção de cobrir o conflito no terreno e deveria ter regressado ao Japão no dia 29 do mesmo mês.

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14 hoje macau terça-feira 27.1.2015

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

W INSTON Churchill ri-valiza com Oscar Wilde na evocação de citações brilhantes, umas vezes

atribuídas adequadamente, outras inde-vidamente. Este mero facto contém uma reputação. Churchill poderia ter feito, dito e escrito coisas ainda com maior gé-nio e grandeza. Para efeito deste artigo, recordo apenas uma, tomando empres-tada a tradução portuguesa – delicada, convenhamos – sobre a atitude com que Churchill mobilizava os seus e despacha-va o inimigo: “Continuem a moer-lhes o juízo”.

Curiosamente, a ascensão de Chur-chill à categoria de sagrado histórico acontece num mundo e numa era em que, provavelmente, ele não conse-guiria fazer a política que fez. Diria mesmo mais: Churchill talvez não so-brevivesse aos tempos e aos modos da política contemporânea. Isso vai a cré-dito dele e a débito do mundo em que vivemos. Churchill era o que era e não disfarçava: um aristocrata e um homem do Império, o que hoje provocaria urti-cária e preconceito.

Fumava e bebia sem demasiada me-sura, o que sem dúvida suscitaria nos dias que correm o habitual coro de “fascismos higiénicos” e conveniências sociais. Tinha, deliciosamente, mau feitio e bom carácter, precisamente a equação oposta face à correcção polí-tica que faz sucesso provisório de não poucos políticos telegénicos e publici-tários. Ia contra a corrente com a for-ça de um verso solto e tonitruante, e se necessário mudava de Partido para não mudar de ideias – todo um desafio às conveniências moderninhas. Tinha sentido de humor e sentido da histó-ria: duvido que o primeiro correspon-desse à ideia degravitas que a mediania oficializada hoje estabelece, e tenho a certeza, quanto ao segundo, que pou-cos pregariam a persistência que ele pregou quanto à questão que para ele era essencial: bater-se pela centralidade da Grã-Bretanha num mundo em que a reorganização das potências lhe es-capava.

Estes dados são suficientes para perceber que Winston Churchill não se daria especialmente bem numa era sem memória – a nossa -,e numa polí-tica de pequenas frases que pretendem resumir, até ao nível mais básico da

NOS 50 ANOS SOBRE A MORTE DE WINSTON CHURCHILL, PAULO PORTAS ESCREVENO OBSERVADOR SOBRE “UM LEOPARDO” - UM POLÍTICO “QUE TALVEZ NÃO SOBREVIVESSE AOS TEMPOS E AOS MODOS DA POLÍTICA CONTEMPORÂNEA”.

estupidificação, problemas complexos – o que ouvimos por esse mundo fora todos os dias.

Em contrapartida, o que Winston Churchill conseguiu, pouquíssimos conseguiriam se os dilemas fossem os mesmos, agora. De facto, a verdade mais profunda de Winston Churchill – tão profunda que se tornou lendá-ria – é a persistência indómita na de-fesa do interesse nacional. Assim na paz e na guerra e, sobretudo, entre as duas pavorosas guerras mundiais que conheceu. A isso juntava uma convic-ção não negociável sobre a natureza do totalitarismo. É por isso que Churchill avisou mil vezes contra o rearmamento alemão e estigmatizou o  apeasement. É também por isso que se tornou no único primeiro-ministro possível em tempo de guerra, colapsadas as ameni-dades de uma diplomacia de fraqueza. Fê-lo como conservador e dificilmente podia ser de outro modo, porque os conservadores, facto difícil de perceber para cá da Mancha, são o único Partido do mundo com o baptismo carismáti-co do one nation party (em tempo de guerra, que interessam as classes, os gé-neros, as etnias ou as orientações? Só interessa a Nação e nada mais do que a Nação).

Actuava como pensava. Não trans-portou os dissídios do tempo em que fora um heterodoxo para o Gabinete de Guerra; perdoou a adversários, fez um governo de concentração e man-teve o Parlamento eleito, embora exi-gisse só dar certas informações à porta fechada. Absolutamente lúcido quanto ao carácter bárbaro de Estaline e pres-ciente quanto ao pavor do comunismo, aliou-se com a União Soviética para derrotar o Reich; se mais tempo tivesse vivido, certamente o dedicaria a apres-sar o fim do que designou por “cortina de ferro”. Se admitirmos com razoável veracidade que o século XX europeu foi o século dos totalitarismos, qual-quer deles bebendo na fonte de uma ilusão revolucionária que, note-se, co-meçou em 1789 como Burke teorizou por antecipação, o que é certo e seguro é que Churchill esteve sempre do lado certo, quando apenas e nada menos do que a sobrevivência da liberdade estava em causa.

Ao longo de uma vida política extensíssima,  Churchill enganou-se

algumas vezes e acertou muitíssimas mais. Mas quando se diz que o povo inglês foi ingrato com ele, despedin-do-o democraticamente após o triun-fo de 1945, devemos ter presente que Churchill viu as coisas com um módi-co de compreensão diferente. Pouco

dado a deixar qualquer ponta solta, Churchill venceu a guerra, perdeu as eleições e voltou a ganhá-las, em tem-po de paz.

Estas extraordinárias proezas só se explicam como recurso aquela que será, porventura, a mais rara das qualidades

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15 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 27.1.2015

Paulo PortasIN OBSERVADOR

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Notificação Edital

Chan Weng Hong, Presidente da Autoridade de Aviação Civil, faz saber que, tendo-se esgotado todas as tentativas de notificação pessoal, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n. º 57/99/M de 11 de Outubro, procede-se à notificação edital de Ma Qishun, portador do Passaporte n.º G60159xxx, emitido na República Popular da China, residente em“中國浙江省寧波市賣魚路”, Ao Ieong Sut Ieng, portadora do BIR n.º 13722XX(X), emitido em Macau, residente em“澳門士多紐拜斯大馬路”, Zeng Xiangchun, portador do Passaporte n.º E15055xxx, emitido na República Popular da China, residente em“中國南京市高新技術開發區星火南路”, Xiong Xiaowei, portador do Passaporte n.º E23674xxx, emitido na República Popular da China, residente em“中國江西省南昌市青山湖區昌東工業園區”, Gao Jie, portador do Salvo Conduto para deslocação a Hong Kong e Macau n.º W48752xxx, emitido na República Popular da China, residente em“中國南京市秦淮區殷高巷”e Gao Jianhui, portador do Passaporte n.º E30681xxx, emitido na República Popular da China, residente em“中國湖南省常德市武陵區城西新西街”nos seguintes termos:

No processo instaurado a Ma Qishun, foi-lhe aplicada por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 24 de Janeiro de 2013, a multa no valor de treze mil e quinhentas Patacas (MOP13.500,00), pela prática da infracção prevista e punida na alínea n.º 4) do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n.º 31/2003, por ter ficado provado por meio de prova testemunhal que o infractor, no dia 12 de Janeiro de 2013, desobedeceu a instruções legítimas do comandante da aeronave, ou de membros da tripulação, em nome do comandante da aeronave, com vista a manter a segurança da aeronave, das pessoas e bens a bordo ou a assegurar a ordem e a disciplina a bordo da aeronave da companhia aérea Air Asia com a matrícula FD2540, conforme confirmado pelo relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 106/SEADPI/2013P, datado de 17 de Janeiro de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 63/2013/DPA, datado de 12 de Janeiro de 2013.

- No processo instaurado a Ao Ieong Sut Ieng, foi-lhe aplicada por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 17 de Julho de 2013, a multa no valor de cinco mil patacas (MOP5.000,00), pela prática da infracção prevista e punida na alínea n.º 2) do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n.º 31/2003, por ter ficado provado por meio de prova testemunhal que o infractor, no dia 1 de Julho de 2013, fumou a bordo da aeronave da companhia aérea Air Asia com a matrícula AK1054, conforme confirmado pelo relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 983/SEADPI/2013P, datado de 10 de Julho de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 931/2013/DPA, datado de 1 de Julho de 2013.

- No processo instaurado a Zeng Xiangchun, foi-lhe aplicada por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 5 de Agosto de 2013, a multa no valor de treze mil e quinhentas Patacas (MOP13.500,00), pela prática da infracção prevista e punida na alínea n.º 2) do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n.º 31/2003, por ter ficado provado por meio de prova testemunhal que o infractor, no dia 25 de Julho de 2013, fumou a bordo da aeronave da companhia aérea Air Asia com a matrícula FD2546, conforme confirmado pelo relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 1077/SEADPI/2013P, datado de 29 de Julho de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 1074/2013/DPA, datado de 25 de Julho de 2013.

- No processo instaurado a Xiong Xiaowei, foi-lhe aplicada por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 3 de Setembro de 2013, a multa no valor de cinco mil patacas (MOP5.000,00), pela prática da infracção prevista e punida na alínea n.º 2) do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n.º 31/2003, por ter ficado provado por meio de prova testemunhal que o infractor, no dia 12 de Augusto de 2013, fumou a bordo da aeronave da companhia aérea Air Asia com a matrícula FD2546, conforme confirmado pelo relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 1206/SEADPI/2013P, datado de 26 de Agosto de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 1214/2013/DPA, datado de 12 de Agosto de 2013.

No processo instaurado a Gao Jie, foi-lhe aplicada por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 30 de Outubro de 2013, a multa no valor de cinco mil patacas (MOP5.000,00), pela prática da infracção prevista e punida na alínea n.º 2) do n.º 1 do artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 31/2003, por ter ficado provado por meio de prova testemunhal que o infractor, no dia 25 de Outubro de 2013, fumou a bordo da aeronave da companhia aérea Air Macau com a matrícula NX127, conforme confirmado pelo relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 1557/SEADPI/2013P, datado de 28 de Outubro de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 1691/2013/DPA, datado de 25 de Outubro de 2013.

No processo instaurado a Gao Jianhui, foi-lhe aplicada por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 13 de Dezembro de 2013, a multa no valor de treze mil e quinhentas Patacas (MOP13.500,00), pela prática da infracção prevista e punida na alínea n.º 4) do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n.º 31/2003, por ter ficado provado por meio de prova testemunhal que o infractor, no dia 28 de Novembro de 2013, desobedeceu a instruções legítimas do comandante da aeronave, ou de membros da tripulação, em nome do comandante da aeronave, com vista a manter a segurança da aeronave, das pessoas e bens a bordo ou a assegurar a ordem e a disciplina a bordo da aeronave da companhia aérea Air Macau com a matrícula NX879, conforme confirmado pelo relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 1732/SEADPI/2013P, datado de 3 de Dezembro de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 1882/2013/DPA, datado de 28 de Novembro de 2013.

O pagamento das multas deverá ser efectuado nas instalações da Autoridade de Aviação Civil, sitas na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, 336-342, Centro Comercial Cheng Feng, 18º andar, em Macau, durante as horas normais de expediente, dentro do prazo de 30 dias a contar da data da publicação do presente edital.

Nos casos em que foi prestada caução será a mesma declarada perdida a favor da Região Administrativa Especial de Macau caso o infractor não proceda ao pagamento voluntário da multa.

Mais se notifica, que as decisões em causa são susceptíveis de recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, no prazo de 60 dias dias a contar da publicação do presente edital.Notifica-se ainda que o pagamento não efectuado dentro do prazo legal dará lugar a execução imediata da multa.

E para constar, se lavrou o presente edital que vai se fixado nos lugares de estilo e publicado em dois jornais mais lidos da Região Administrativa Especial de Macau, um em língua chinesa, outro em língua portuguesa.

Autoridade de Aviação Civil de Macau, aos 27 de Janeiro de 2015

O Presidente,Chan Weng Hong

WINSTON CHURCHILL TEVE DÚVIDAS E HESITOU NAS DECISÕES. MAS EM NENHUM MOMENTO SE PERMITIU DEMOCRATIZAR A DÚVIDA, OU ESPALHAR O MÍSERO GRAU MORAL QUE ASSALTA OS QUE NÃO QUEREM COMBATER SÓ PARA NÃO ARRISCAR PERDER O COMBATE

churchilianas. Refiro-me à sua  nula concessão ao espírito de derrota, que costuma ser resultado acumulado do medo e da melancolia. Em muitos mo-mentos da sua vida, Winston Churchi-ll teve dúvidas e hesitou nas decisões. Mas em nenhum momento se permitiu democratizar a dúvida, ou espalhar o mísero grau moral que assalta os que não querem combater só para não ar-riscar perder o combate. Churchill era manifestamente de outra cepa: se tivesse ido por aí, teria insultado as vidas inglesas perdidas em defesa de uma bandeira e de um país. Guardava para poucos as sensações dosblack dog days. Preferia empregar a sua energia vital naquela pragmática do dia que fi-cou célebre: action this day! Não dava grande espaço aos desencorajados do único dever: lutar.

Além de ser o melhor chefe alia-do, Churchill foi várias coisas mais, o que aliás só revela uma independên-cia de vida que o ajudou a pensar na independência da sua ilha. Foi militar com não pequeno grau de excitação – e poderia ter morrido. Foi jornalista – ou talvez melhor, repórter que anteciparia o escritor. Foi tribuno, e experimen-tou tanto a solidão como a glória. Foi governante e legislador, sobretudo co-nhecido por se ter interessado – apesar ou talvez por causa da sua infância pri-vilegiada – por temas sociais.

Devemos ser cuidadosos com as ré-plicas que ignoram um século de dis-tância e diferenças de contexto, mas há um Churchill social que nunca foi um Churchill socialista. Havia nele um sentido moderado do progresso que, na boa lógica conservadora, apontava para reformas que prevenissem revolu-ções. Interessou-se pela sorte dos mi-neiros e operários; preocupou-se com as condições de vida das viúvas; acei-tou medidas de redistribuição e está vinculado ao salário mínimo nalgumas indústrias. Queria alargar o voto das mulheres e era sensível à questão da pobreza. É certo que nasceu em tempo

vitoriano e não desdenhava grande-zas do passado. Mas, também o é que Churchill via mais à frente e aceitava inovar socialmente para preservar o equilíbrio fundamental da sociedade. Um conservador atento à questão so-cial não é um paradoxo (como cá se pensa). É realismo lúcido que se mate-rializa em humanidade.

Numa altura de exaltação e fascínio pelas ditaduras, pelo “super-homem” ou pelo “homem novo” e de descrença no parlamentarismo, Churchill obteve o triunfo da vontade democrática. A democracia, contra as modas ideológi-cas, não era uma fraqueza. Pelo con-trário, quando inspirada e motivada, conseguia conquistar e vencer uma guerra.

Para isto, além de lutar nas frentes de combate, o Primeiro-Ministro bri-tânico lutou, convenceu e venceu na frente interna.Usou a imprensa, para ganhar argumentos e opiniões, escre-veu artigos e até promoveu fugas de informação; num tempo em que os debates no parlamento não podiam ser transmitidos, usou a difusão pela rádio, para chegar a cada casa, aos ouvidos de qualquer pessoa. Acreditou na pessoa comum para vencer as pretensas “raças superiores”. Apoiou as novas ideias, as novas técnicas, fez desenvolver os tan-ques e o radar, usou a estatística como base para as políticas governamentais e modernizou alguma coisa a administra-ção.

Passam hoje cinquenta anos do fim de uma das mais fabulosas vidas que percorreram e definiram o mundo contemporâneo. Não deve ter existido outra pessoa que tenha ganho o pré-mio Nobel da literatura, colocado um álbum no top 5 (dos seus discursos) e bebido – dizem – cerca de 42.000 garrafas de champanhe. Entretanto, venceu uma guerra mundial e salvou o mundo ocidental. Um verdadeiro leão, comentava-se. Talvez mais um leopar-do, no sentido viscontiano da vida e, no caso dele, da vitória.

WINSTON CHURCHILL NÃO SE DARIA ESPECIALMENTE BEM NUMA ERA SEM MEMÓRIA – A NOSSA -,E NUMA POLÍTICA DE PEQUENAS FRASES QUE PRETENDEM RESUMIR, ATÉ AO NÍVEL MAIS BÁSICO DA ESTUPIDIFICAÇÃO, PROBLEMAS COMPLEXOS

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16 hoje macau terça-feira 27.1.2015h

- Também o senhor, também tu Júlio, diz Joa-na ao padre.

O primeiro contacto que ti- ve com esta história foi através da peça de Bernar-do Santareno que a trata.

Numa outra, O Judeu, que também foi de estudo obrigatório nos liceus, igualmente se mistura religião, ou superstição, com violência.

Interessa neste filme outro tipo de mistura, a que se dá entre uma disposição expressionista e uma que é neo-realista, a primeira porventura mais epidérmica, e como tal, de sobrevivência mais certa, e outra, intelectual e histórica, assente numa escolha política e estética cujo po-der sugestivo será menos duradouro.

Muito atraente é a colagem que se dá entre o feminino e a violência, já que a que se opera entre a mulher e o pa-ganismo e o oculto tem tradição vasta (lembre-se/veja-se Nymphomaniac, de von Trier), assim como o afastamento do tom sofrido irritante do filme que lançou este autor – Saltimbancos (1952).

Pobre Manuel Guimarães. Pobre San-tareno, fechados (mas não imobilizados) num país atrasado, supersticioso e pro-vinciano. Os dois vítimas repetidas da censura, o primeiro, deprimido, empur-rado para projectos comerciais, o segun-do também censurado na sua obra como dramaturgo e nas suas opções amorosas e comunistas.*

Não acho que se fale muito de Ma-nuel Guimarães hoje. Fez documentários e foi muito perseguido pelo regime. Só conheço, para além de Saltimbancos, para que não consigo reunir paciência, um outro filme dele, passado no Porto. Mos-tra a zona da Sé e é um mostruário de marcas, Oliva, Martini, Sical, e muitas

mais, mas Manuel Guimarães não teve outro remédio que não fosse fazer este filme simples onde se exibe a expressão de uma sabedoria simples e imobilista. O mais interessante de A Costureirinha da Sé são as imagens documentais do Douro.

É pena que não tenha conseguido en-contrar um lugar de maior brilho entre o grupo do Novo Cinema dos anos 60, a geração de Fernando Lopes, Cunha Te-lles (produtor de O Crime de Aldeia Velha), Paulo Rocha, Seixas Santos, António de Macedo, José Fonseca e Costa, Eduardo Geada, um longo etc.**

O Crime de Aldeia Velha ainda não bem faz parte, contudo, dessa nova propen-são, pertence a um lugar de fronteira, com origem na tradição documental por-tuguesa do cinema, cujo aspecto se revela em muitas cenas deste filme (e um pouco em A Costureirinha da Sé, 1958, e certamen-te em O Trigo e o Joio, de 1965, que não vi) e ao desejo neo-realista do retrato e da indignação popular.

Pertence a um tempo em que os ho-mens eram rijos e os segredos e as ne-cessidades da aldeia muitos. Inclui um discurso de um revolucionário, Miguel, regedor da aldeia e voz da razão, a única figura que se opõe abertamente à supers-tição, que apregoa a inutilidade de um padre num lugar onde não há escola nem médico. Belarmino, de Fernando Lopes, é do mesmo ano mas pertence a outro mundo, urbano e com jazz.

A Costureirinha da Sé, que é um projecto comercial de interesse mediano, não dei-xa de demonstrar alguma destreza esté-tica de par, infelizmente, com a habitual nostalgia portuguesinha que informou tanto do cinema nacional dos anos 50 no retrato de tipos populares.

Não deve o leitor, no entanto, deixar de vê-lo. Nele se mostra, de modo obri-

gatório (não seria certamente este tipo de filme que Manuel Guimarães gostaria de ter feito), a suposta sociedade salaza-rista harmoniosa. As cenas de lazer nos jardins do Palácio de Cristal, no Porto, são exemplo perfeito deste regimento. Pobres mas asseados, cantadeiros e hon-rados. Tenham a bondade de ver.

O Crime de Aldeia Velha acrescenta às suas óbvias seduções marotas uma recusa parcial deste sentimentalismo meridio-nal. E também um vouyeurismo fantas-magórico.

Joana é muito bela. Causa, entre os habitantes da aldeia (o filme foi rodado em Monsanto e também é dela um mos-truário), paixões nos homens e invejas nas mulheres. Estas conseguem conven-cê-la a deixar-se morrer na fogueira como modo de purgar o poder bruxo que elas alegam que possui. Ressuscitará limpa de pecado. É uma história verdadeira (passa-da em 1934 na aldeia de Soalhães. A peça de Bernardo Santareno é de 1959).

Os homens rodeiam a casa de Joana como cães. E O Crime de Aldeia Velha tem uma pretensão canina e bestial, uma que se estende à figura do galanteador de pro-víncia que seduz Joana e outras mulheres. Este é um mundo longínquo do Porto bur-guesinho de A Costureirinha da Sé. É rural, por vezes duro, por vezes fantástico, de seduções várias. A música é de Joly Braga Santos e Bernardo Santareno participa no guião. Nota-se - o texto não é pateta.

Ao contrário do que seria de esperar, o novo padre da aldeia, que não o teve durante 20 anos, não representa o obs-curantismo e a superstição. Antes pelo contrário, é o acusador da crença em lobisomens e maus olhados. São as mu-lheres velhas da aldeia que preenchem aquele lugar. O Padre Júlio, cuja defesa de Joana é depois repetida por um outro

padre enviado do Bispo, não só defende Joana das acusações de bruxaria como se deixa seduzir pela sua beleza.

Este filme tem grandeza nas cenas naturais, especialmente as invernais, e na representação das velhas supersticiosas. A segunda parte, depois do combate mortal entre António e Rui, é dos melhores bo-cados de cinema português dos anos 60.

Manuel Guimarães ganha respeito ao oscilar bem entre o registo documental e ficcional. O discurso do padre é sóli-do como o granito das paredes. Aqui, estamos, felizmente, longe da ligeireza de A Costureirinha da Sé. Há imagens que atingem o tom lúgubre e sinistro que Fer-nando Lopes consegue em Uma Abelha na Chuva. Gente do diabo.

Guimarães mostra bem as mulheres e sente-se que o faz com gosto. Fá-lo especialmente bem ao retratar mulheres fortes e malévolas. Em A Costureirinha da Sé retrata melhor a Menina Leonor (Alina Vaz, a má) do que a Menina Aurora (a boazinha). Neste filme diabólico, Ma-nuela e Joana (Bárbara Laage, uma actriz francesa de algum nome nos anos 50), as mais emancipadas, são as mais bem definidas e é impossível não pensar que Guimarães, para lá de esquerdista, era um maroto. Verdadeiro crime é que este fil-me não seja mais conhecido.

* Aconselha-se a leitura do artigo de Jor-ge Palinhos A Violência Ritual em O Crime da (sic.) Aldeia Velha. O Poder e a Repressão Repre-sentados no Texto de Bernardo Santareno e no Filme de Manuel Guimarães, disponível na internet.** Esta gente merecia um textinho, muitos dos filmes dos anos 60 e 70 são invulgares e interessantes mas tão tristonhos quase todos. Recomende-se, de Eduardo Prado Coelho, 1983, Vinte anos de cinema português – 1962-1982.

luz de inverno Boi Luxo

O CRIME DE ALDEIA VELHA, MANUEL DE GUIMARÃES, 1964

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“V IMPÉRIO”(DEALEMA, 2008)

O melhor e mais antigo grupo de hip hop português lança, em 2008, mais obra de arte. Chama-se ‘V Império’ e traz-nos, em poesia, uma visão jovem e uma análise política do nosso Portugal, ao mesmo tempo que passa as já tão típicas mensagens positivas de Dealema. Com ‘Sala 101’ saltamos para um mundo orweliano, a que se seguem músicas como ‘A Cova que Eu Cavo’, ‘Quem Fui, Quem Sou’ e ‘Sonhar Acordado’. Não o fazemos todos? - Joana Freitas

17hoje macau terça-feira 27.1.2015 (F)UTILIDADESTEMPO MUITO NUBLADO MIN 16 MAX 21 HUM 65-98% • EURO 8 .9 BAHT 0 .2 YUAN 1 .3

O QUE FAZER ESTA SEMANA?

João Corvo fonte da inveja

ACONTECEU HOJE 27 DE JANEIRO

U M D I S C O H O J E

A religião é a anfetamina do povo.

C I N E M ACineteatro

SALA 1BLACKHAT [C]Um filme de: Michael MannCom: Chris Hemsworth, Viola Davis, Tang Wei, Wang Leehom14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 2INTO THE WOODS [B]Um filme de: Rob Marshall

Com: James Corden, Emily Blunt, Meryl Streep14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3AMERICAN SPINER [C]Um filme de: Clint EastwoodCom: Bradley Cooper, Sienna Miller14.315, 16.45, 19.15, 21.45

BLACKHAT

Data do nascimento de Mozart e da morte de Verdi• Dia 27 de Janeiro assinala o nascimento do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, em 1756. É tam-bém data da morte de Giuseppe Verdi, o mais famoso compositor italiano, que morreu em 1901. Foi neste dia que o Exército Soviético ocupou o campo de extermínio de Auschwitz, em 1945.Hoje assinala-se ainda o Dia Internacional de Recorda-ção do Holocausto, o Dia Mundial do Índigo e também o Dia Mundial da Lepra. A Igreja Católica assinala a 27 de Janeiro o Dia de Santa Ângela, fundadora da ordem das Ursulinas.Em 1888, foi fundada nesta data a National Geographic Society, nos EUA, com a finalidade de difundir conheci-mentos geográficos. Também a 27 de Janeiro, em 1938, o ditador espanhol Franco conquista Barcelona, com a ajuda do exército italiano.E em 1945, o Exército Soviético ocupa o campo de exter-mínio de Auschwitz. Mais tarde, em 1978, é proclamada, em Bruxelas, a Declaração Universal dos Direitos Animais, em assembleia da UNESCO.Na área da tecnologia, comemora-se hoje o aniversário do lançamento do iPad, tablet da Apple.

• HojeABERTURA DA EXPOSIÇÃO ‘BEPPIN’, DE ARTE JAPONESA Casa Garden, Fundação Oriente, 18h30Entrada livre

• AmanhãCONFERÊNCIA SOBRE DESENVOLVIMENTO ARQUITECTÓNICO DO JAPÃO Universidade de São José, 18h30Entrada livre

• Quinta-feiraCONVERSAS ILUSTRADAS COM MÚSICA: “O ORIENTE NA ÓPERA OCIDENTAL – LAKMÉ”Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre

LANÇAMENTO DO LIVRO ‘CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DE MACAU’, DE BEATRIZ BASTO DA SILVAClube Militar, 18h00Entrada livre

• Sexta-feiraBUFFET DE VINHO E CERVEJA E ESPECTÁCULOS AO VIVOSoho, City of Dreams, a partir das 19h00Bilhetes a 150 patacas

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “PONTO DE PARTIDA: PINTURAS DE DENNIS MURREL E DOS SEUS ARTISTAS” (ATÉ 31/01)Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE SÂNDALO VERMELHO (ATÉ 22/03)MGM ResortEntrada livre

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “KOREAN ART”, COM OH YOUNG SOOK E KIM YEON OK (ATÉ 15/02)Galeria Iao HinEntrada livre

EXPOSIÇÃO DE DESIGN DE CARTAZES “V•X•XV:” (OBRAS DE 1999, 2004 E 2009) [ATÉ 15/03]Museu da Transferência da Soberania de Macau, 10h00 às 19h00Entrada livre

EXPOSIÇÃO “TRANSMUTATION” E “FOAM TIP” (PINTURA E PORCELANA, POR CAROL KWOK E ARLINDA FROTA) Signum Living Store, 18h30 (até 31/01)Entrada livre

“SELF/UNSELF” – EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS DE ARTISTAS HOLANDESES (ATÉ 15 DE MARÇO)Centro de Design de MacauEntrada livre

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18 OPINIÃO hoje macau terça-feira 27.1.2015

O “Fórum Global contra o Terrorismo (GCTF na sigla inglesa) ” foi criado por um grupo de vinte e nove países e a União Europeia (UE), com a participação da ONU, em Setembro de 2011. É uma entidade informal com fins práticos destinados à

discussão, análise, intercâmbio de recomen-dações e boas experiências, identificação de prioridades e mobilização de recursos humanos para prestação de assistência téc-nica em matéria de luta contra o terrorismo.

Os grupos de trabalho criados no seio do “GCTF” são os do Sahel; Justiça Penal e Império da Lei; Luta contra o Extremismo Violento; Detenção e Reabilitação e Região do Corno de África. A “Conferência de Alto Nível sobre Vítimas do Terrorismo (VT) ”, celebrada em Madrid, em Julho de 2012, destacou-se pela defesa das vítimas do terrorismo dentro do “GCTF”.

A Conferência adoptou a denominada “Declaração de Madrid”, que foi um grande passo na consolidação de uma consciência global, com sensibilidade singular para a problemática das vítimas. A Conferência criou as bases para o “Plano de Acção sobre Vítimas do Terrorismo”, que foi transmitido pelos países membros durante a Reunião Ministerial que teve lugar, em, Abu Dhabi, em Dezembro de 2012.

Os países membros do “GCTF” adopta-ram, em Setembro de 2013, o memorando de boas práticas em matéria de assistência às vítimas do terrorismo, imediatamente, após o atentado e durante o processo penal, conhecido como “Memorando de Madrid’. Trata-se de um documento de boas práticas, que tem por objectivo garantir a assistência imediata e eficaz às vítimas do terrorismo,

Terrorismo como ameaça à paz e segurança (II)“The two most active terrorist groups are the Houthis and al-Qa’ida in the Arabian Peninsula (AQAP). AQAP is an al-Qa’ida afliate which is currently being led by Nasir al-Wuhayshi who was Usama bin Ladin’s former secretary. AQAP are responsible for over 850 deaths from 300 terrorist attacks in the last four years. In 2013 they killed 177 people and they were the only group in Yemen to use suicide bombings. Suicide bombings were very deadly, with an average of 11 deaths and nearly 30 injuries per attack.”2014 Global Terrorism Index: Measuring and Understanding the Impact of Terrorism Institute for Economics and Peace

desde o momento do ataque e durante todo o processo penal, para que possam fazer a melhor forma possível face aos danos sofridos.

É de salientar que se realizou em Ma-drid, em Outubro de 2013, no quadro do “GCTF”, uma reunião sobre o papel dos ministros de culto e outros peritos acerca da desradicalização nas prisões, em que o país anfitrião apresentou o seu modelo de assistência religiosa nas prisões. A reunião serviu para partilhar as práticas e modelos de diferentes países nesta área, bem como retirar as necessárias conclusões, com vista ao seu aperfeiçoamento.

As conclusões da reunião foram con-sideradas como documento de trabalho para utilização pelos países membros do “GCTF”, outros países e peritos participan-tes. O terrorismo representa uma ameaça à segurança, liberdade e valores da UE e dos seus cidadãos, pelo que a actuação da União tem por objectivo, estabelecer uma resposta apropriada e adaptada à luta contra este violento fenómeno.

A UE face a esta ameaça aprovou em 2005 a “Estratégia de Luta contra o Terrorismo”, baseada em quatro pilares fundamentais, que são, prevenir, proteger, perseguir e responder. A UE adoptou, igualmente, um plano para combater a radicalização e o recrutamento de terroristas, que se inclui no pilar da prevenção.

A UE tem três grupos de trabalho, com o fim de perseguir a luta contra o terrorismo, que é o “Grupo de Trabalho, encarregado dos aspectos externos da luta contra o terrorismo do Conselho de Ministros da União (COTER na sigla inglesa) ” que analisa, discute e troca informações sobre os assuntos actuais no âmbito do terrorismo internacional, e prepara as conferências em matéria anti-terrorista que a UE mantém com terceiros países; o “Grupo de Trabalho sobre terrorismo (TWG na sigla inglesa) ”, centrado em aspectos operacionais de política antiterrorista e o “Grupo de Trabalho para a aplicação de Medidas Específicas para Combater o Terrorismo (CEP931 WP na sigla inglesa) ”, responsável pela monitorização da lista antiterrorista da UE.

O “Comité de Peritos sobre Terrorismo do Conselho da Europa (CODEXTER na sigla inglesa) ” é conjuntamente com a ONU e o “GCTF” uma entidade que participa activamente na luta contra o terrorismo internacional. Trata-se de

um comité intergovernamental que tem, entre outras, atribuições, as relativas à elaboração de perfis dos países quanto à sua capacidade antiterrorista, intercâmbio de informações e de melhores práticas, identificação de deficiências no direito internacional e nas actuações contra o terrorismo, bem como propor medidas para fazer face a esta ameaça.

O “CODEXTER” age no quadro da “Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção do Terrorismo”, adoptado, em Varsóvia, a 16 de Maio de 2005. A “Sub-divisão de Prevenção do Terrorismo (TPB na sigla inglesa) ” foi criada no quadro do

“Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC na sigla inglesa) ” que tem por objectivo, entre outras iniciativas, a promoção da ratificação por parte dos países membros dos instrumentos internacionais na matéria, a formação de juízes e fiscais e o desenvolvimento da cooperação legal e judicial entre os países.

A “UNODC” desenvolve projectos em matéria de prevenção do terrorismo inter-nacional, prevenção dos problemas sociais e sanitários criados pelas drogas, combate à corrupção, luta contra o tráfico ilícito de drogas e contra as diversas manifestações da delinquência organizada multinacional.

A UE defende que as vítimas do terrorismo devem jogar um papel central nas estratégias anti-terroristas tanto nacionais, regionais, como globais. A UE defende, conjuntamente, com outros países a adopção de uma norma internacional vinculativa de carácter universal que tenha por objecto específico a protecção dos direitos das vítimas do terrorismo

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19 opiniãohoje macau terça-feira 27.1.2015

A actividade terrorista aumentou dramaticamente desde o início do século e foram registados quarenta e oito mil ataques terroristas que roubaram a vida a cento e sete mil pessoas. Aconteceram dez mil incidentes terroristas, que vitimaram dezoito mil pessoas, em 2013

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

O “Grupo de Acção Financeira Interna-cional (GAFI)” tem por objectivo elaborar recomendações com vista à prevenção e repressão da lavagem de dinheiro, finan-ciamento do terrorismo, confiscação dos lucros provenientes do crime organizado internacional, bem como a cooperação internacional nestas matérias. O “GAFI”, além das iniciais quarenta recomendações emitidas contra a lavagem de dinheiro, acordou nove recomendações especiais para prevenir o financiamento do terrorismo.

O “GAFI” realiza relatórios e avaliações sobre o cumprimento das recomendações em vigor e estabelece um sistema de sanções,

bem como presta assistência técnica à criação de “Unidades de Inteligência Financeira” que em cada país aplica as recomendações por si emanadas. O “Comité Interamericano contra o Terrorismo (CICTE) ” foi criado

no quadro da “Organização de Estados Americanos (OEA) ”.

O “CICTE” tem como pressuposto prin-cipal promover e desenvolver a cooperação entre os países membros para prevenir,

combater e eliminar o terrorismo, de acor-do com os princípios da “Carta da OEA” e da “Convenção Interamericana contra o Terrorismo”, assinada em Barbados, a 3 de Junho de 2002.

A “OSCE”, dispõe de uma unidade an-titerrorista desde 2003, cooperando na luta contra esta ameaça, através de uma larga diversidade de actividades em áreas como o controlo de fronteiras, luta contra o extremis-mo na Internet, protecção de infra-estruturas críticas, face a ataques terroristas e na luta contra o financiamento do terrorismo.

A UE atribui uma grande importância à assistência, defesa e apoio às vítimas do terrorismo, atendendo por um lado a um princípio elementar de justiça, e por outro lado ao efeito deslegitimador que produz a difusão da sua recordação e dos seus depoi-mentos para ajudar a vencer esta marca de alcance universal.

A UE defende que as vítimas do terro-rismo devem jogar um papel central nas estratégias anti-terroristas tanto nacionais, regionais, como globais. A UE defende, conjuntamente, com outros países a adopção de uma norma internacional vinculativa de carácter universal que tenha por objecto es-pecífico a protecção dos direitos das vítimas do terrorismo.

A “Rede Europeia das Vítimas de Terrorismo (NAVT)” é uma plataforma europeia que tem por finalidade estimular a cooperação transnacional entre as organi-zações de vítimas do terrorismo e defender os interesses das vítimas ao nível da UE. A “NAVT’ é composta por quarenta e duas organizações, sendo uma das associações europeias mais importantes nesta matéria. O seu objectivo principal é estimular a cooperação multinacional das associações nacionais e melhorar a representação dos interesses das vítimas na Europa.

O “Global Terrorism Index 2014”, no seu relatório afirma que 82 por cento das pessoas vítimas de ataques terroristas se deram no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Síria. Angola, Bangladesh, Bu-rundi, República Centro Africana, Costa do Marfim, Etiópia, Irão, Israel, Mali, México, Myanmar, Sri lanka e Uganda estão em risco de aumento da actividade terrorista. O Ira-que, Afeganistão, Paquistão, Nigéria, Síria, Índia, Somália, Iémen, Filipinas e Tailândia são os dez países considerados com maior actividade terrorista e de onde são treinados e planeados os ataques terroristas.

A actividade terrorista aumentou drama-ticamente desde o início do século e foram registados quarenta e oito mil ataques terro-ristas que roubaram a vida a cento e sete mil pessoas. Aconteceram dez mil incidentes terroristas, que vitimaram dezoito mil pes-soas, em 2013. A década e meia de actividade terrorista mostra que o motivo forte para a sua perpetuação é a religião. O mundo está fortemente apetrechado de instituições de prevenção e combate ao terrorismo, neces-sitando tão-só de as tornar mais eficazes.

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INTERNET “GRANDE ‘FIREWALL’ DA CHINA” REFORÇA CONTROLO

Actualizações selectivas

Consumidores Mais queixas nos serviços de telecomunicação O ano de 2014 recolheu quase sete mil registos no Conselho de Consumidores (CC), em que pouco mais de 1500 referem-se a queixas, 5250 a pedidos de informações e 63 sugestões. Quanto às áreas mais representadas relativamente às queixas, o CC informa que os “Serviços de Telecomunicações”, receberam 220 queixas, “Equipamento de Telecomunicações”, 208, “Comida e Bebidas” 121, “Produtos Electrodomésticos” 113 e “Transporte Público” 87.

P ODE-SE viver sem Fa-cebook, Google, Youtube ou Twitter? Pode, mas não é bem a mesma coisa,

como sabem milhões de chineses forçados a usar a Internet com as restrições impostas pelo governo.

“Parece que estamos noutro mundo”, disse uma professora de Nova Iorque que visitou Pequim no início do ano e cujo compu-tador não tinha instalado uma VPN (Virtual Proxy Network), a única maneira de aceder aos milhares de sites bloqueados pelas autoridades chinesas em nome da “segurança nacional” e da “estabilidade social”.

Na semana passada, o con-trolo de Pequim sobre a inter-net aperfeiçoou-se, segundo anunciou um jornal do Partido Comunista Chinês a propósito da “actualização” da chamada “Grande Firewall da China”, que interrompeu parcialmente o serviço fornecido por servidores localizados no estrangeiro.

Descrita na imprensa ofi-cial chinesa como um acto de “soberania ciber-espacial”, a “actualização” afectou sobre-

TNR Mais de 170.300 em 2014. Construção é a principal área

M ACAU tinha, no final do ano passado, mais 32.500 traba-

lhadores não residentes do que em 2013. Os números foram ontem re-velados e citados pela rádio Macau, que indica que, ao todo, o território acolhia em Dezembro 170.346 tra-balhadores não residentes.

A construção absorve uma parte significativa destes recursos huma-nos: são 45.755, um número maior em comparação com 2013, que eram pouco mais de 26 mil. A grande maioria dos TNR vem da China continental – são mais de 110.654 -, mas logo a seguir estão as Filipinas – eram 21.549 no final de 2014, quase mais três mil do que no ano anterior. Metade dos membros desta comuni-dade tem trabalho como empregada doméstica. O mesmo acontece com os trabalhadores não residentes oriundos do Vietname (são 13.533) – 7605 estão em casas de famílias com empregadas domésticas, como descreve o Gabinete para os Recursos Humanos.

A rádio indica ainda que a lista agora revelada inclui números so-bre trabalhadores que não obtêm residência, apenas a autorização de permanência para trabalharem. Nestas condições estão 369 norte--americanos, 329 cidadãos do Rei-no Unido, 277 australianos e 143 canadianos.

Quanto às áreas que mais traba-lhadores não residentes empregam, a construção está no topo da lista, seguida de perto pelos hotéis e restau-rantes, com 42.624 funcionários com ‘blue card’. Depois, vem o trabalho doméstico (21.611), e o comércio. Macau tinha, em Dezembro de 2014, 72 pessoas contratadas ao exterior a trabalhar em agricultura, produção animal, caça e silvicultura.

Descrita na imprensa oficial chinesa como um acto de “soberania ciber-espacial”, a “actualização” afectou sobretudo o sistema operativo dos ‘smartphones’, ‘tablets’ e outros dispositivos móveis

tudo o sistema operativo dos ‘smartphones’, ‘tablets’ e outros dispositivos móveis.

“Devido ao aumento de cen-sura na China, protocolos usados em dispositivos iOS (nomeada-mente nos produtos Apple) estão bloqueados”, informou a Astrill, um conhecido fornecedor de serviços de internet, num alerta enviado aos clientes.

O presidente de outra empre-sa do sector, citado pela agência Associated Press, disse que “este ataque às VPN é mais sofisticado dos que aqueles que vimos no passado”.

O “ataque” parece selectivo: “No emprego, no PC como no telemóvel, a VPN funciona. Em casa, não”, contou uma técnica europeia que trabalha num torre de escritórios com dezenas de empresas, chinesas e estrangeiras.

TUDO NA REDEA população online da China au-mentou quase 200 milhões nos últimos quatro anos, atingindo 648 milhões no final de 2014. Cerca de 30% têm entre 20 e 29 anos e mais de dois terços

acedem à internet através de dispositivos móveis.

A assinatura de uma VPN custa o equivalente a seis dóla-res por mês - menos do que um bilhete de cinema.

“Há cada vez mais chineses a procurar alternativas para ‘sur-far’ a internet fora da Grande Firewall”, referiu na sexta-feira passada o Global Times.

Um perito ouvido por aquele jornal defendeu que “as auto-

ridades não podem ignorar os serviços fornecedores de VPN porque eles afectam a soberania ciber-espacial” do país

“Um atalho (no acesso à inter-net) deve ser bloqueado porque pode ser usado com segundas intenções, embora isso afecte pessoas que o usam de maneira correcta”, afirmou Qin An, do China Institute for Innovation and Development Strategy.

Facebook e Twitter, por exemplo, foram bloqueados em Julho de 2009, depois de violen-tos tumultos étnicos no Xinjiang, noroeste da China, que, segundo o governo chinês, foram “instiga-dos” através da internet por “se-paratistas e extremistas religiosos radicados no estrangeiro”.

Nas redes sociais, nem todos partilham o mesmo sentimento acerca da última “actualização” da Grande Firewall da China: “Será que vamos voltar à política de porta fechada?”, questionou um internauta chinês.

“Se é uma forma de controlar o contacto entre o povo e o mundo exterior, então é melhor proibir também o ensino de línguas estrangeiras”, comentou outro.

Também na semana passada, as autoridades encerraram 133 contas do Weixin (WeChat, em inglês), a mais popular rede social do país, por alegadas “distorções da história do Partido Comunista e do Estado”.