hoje macau 31 jan 2013 #2784

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PUB GRANDE PRÉMIO DE MACAU Torre de controlo vai abaixo PÁGINA 16 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Indentidade e residência fora da esfera policial PÁGINA 2 CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UMAC recebeu mais de metade do Fundo disponível PÁGINA 4 TÁXIS AMARELOS Mudanças em prol da população PÁGINA 3 Governo insensível Macau atrás da China no que respeita à protecção animal Paul Littlefair nem acredita no que vê e ouve. Para o representante da Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals, que está em Macau para apoiar a ANIMA na sua batalha por uma lei de protecção animal, “é surpreendente não haver uma lei numa cidade que teve um grande desenvolvimento social”. Para piorar, o Governo nem sequer tem espaço na sua agenda para discutir o assunto, rementendo a questão para o IACM. “Não queremos ser recebidos por alguém que não tem qualquer capacidade de decisão quanto a leis”, afirmou Albano Martins. PÁGINA 13 EXPOSIÇÃO AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 31 DE JANEIRO DE 2013 ANO XII Nº 2784 PUB PUB Ter para ler MUITO NUBLADO MIN 16 MAX 22 HUMIDADE 65-95% EURO 10.8 BAHT 0.2 YUAN 1.2 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) CARTAZES DA REVOLUÇÃO EM LISBOA CENTRAIS

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Edição do Hoje Macau de 31 de Janeiro de 2013 • Ano X • N.º 2784

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Page 1: Hoje Macau 31 JAN 2013 #2784

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Grande prémio de macau

Torre de controlo vai abaixo

páGina 16

códiGo de processo penal

Indentidade e residência fora da esfera policial

páGina 2

ciências e tecnoloGia

UMAC recebeu mais de metade do Fundo disponível

páGina 4

táxis amarelos

Mudanças em prol da população

páGina 3Governo insensívelMacau atrás da China no que respeita à protecção animal

Paul Littlefair nem acredita no que vê e ouve. Para o representante da Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals, que está em Macau para apoiar a ANIMA na sua batalha por uma lei de protecção animal, “é surpreendente não haver uma lei numa cidade que teve um grande desenvolvimento social”. Para piorar, o Governo nem sequer tem espaço na sua agenda para discutir o assunto, rementendo a questão para o IACM. “Não queremos ser recebidos por alguém que não tem qualquer capacidade de decisão quanto a leis”, afirmou Albano Martins.

páGina 13

exposição

AgênciA comerciAl Pico • 28721006 Mop$10 Director carlos Morais josé • quinta-feira 31 de janeiro de 2013 • Ano Xii • nº 2784

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Ter para ler

muito nublado min 16 max 22 humidade 65-95% • euro 10.8 baht 0.2 yuan 1.2 VenhaM Mais CinCo (séCulos)

cartazes da revolução em lisboa centrais

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gonç

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lobo

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quinta-feira 31.1.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Um dos pontos que mais polémica tem gerado no âmbito da revisão

do Código do Processo Penal (CPP) pode, afinal, não vir a concretizar-se. Isto por-que a policia criminal pode não vir a aplicar o termo de identidade e residência aos envolvidos na prática de cri-mes, uma medida de coacção que até agora só era aplicada pelos juízes e ministério Público (mP). Tal mudança foi ontem anunciada depois da reunião da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), presidida pelo deputado Cheang Chi Keong.

No encontro, o Governo terá mostrado “abertura” para que haja um recuo nessa vontade. “O Governo, depois de ouvir o proponente [a comissão], disse estar disponível para retirar esta regra caso se verifique que não convém que seja a Po-

Cecília [email protected]

O grupo macau Consciência realizou ontem uma confe-

rência de imprensa em Coloane, com vista para o novo campus da Universidade de macau (UmAC) na Ilha da montanha. A iniciativa serviu para criticar as aparentes semelhanças do edifício com a estrutura da Universidade de Au-ditoria de Nanjing (UAN).

Os membros do macau Cons-ciência questionam o facto do arquitecto chinês He Jingtang ter

Moçambique quer abrir consulado em MacauMoçambique tenciona abrir, este ano, um consulado em Macau, “provavelmente” ainda no primeiro semestre, disse ontem fonte diplomática moçambicana à agência Lusa. “Estamos a fazer diligências nesse sentido”, disse a fonte, sem precisar datas. A abertura de um consulado de Moçambique em Macau representa o terceiro posto consular de um país lusófono depois de Portugal e de Angola. Moçambique tem em Macau um consulado honorário desde Abril de 1988, o qual é liderado por César Velho Rodrigues, há cerca de 15 anos. Contudo, Moçambique pretende reforçar a sua presença na Região Administrativa Especial chinesa e no Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) com um posto físico.

Polícia pode vir a não aplicar termo de identidade e residência

Governo recua na revisão do Código Processo Penal

UMAC Macau Consciência questiona estilo semelhante de dois campus

Dinheiro público usado numa cópia?usado o mesmo desenho para os dois projectos, e pedem uma in-vestigação ao Governo e à própria UmAC. Querem ainda perceber porque é que não foi feito um concurso público para o projecto, falando de uma concessão directa para He Jingtang. “É normal que cada arquitecto tenha o seu estilo próprio, mas os desenhos de He Jingtang para a UmAC são muito semelhantes aos desenhos feitos em 2005 para Nanjing, não é aceitável. O novo campus está a absorver muito dinheiro para uma cópia, e penso que a maioria

lícia Judiciária a aplicar esta medida em determinados casos”, disse, citado pela Rádio macau.

Este ponto tem sido mui-to criticado pela Associação dos Advogados de macau (AAm), que chegaram mesmo a falar de violação dos direitos e garantias do arguido. O Hoje macau ten-tou chegar à fala com Jorge Neto Valente, presidente da AAm, sem sucesso até ao fecho desta edição.

MAiS ProPoStAS fiCArAM de forASegundo a Rádio macau, o Governo excluiu sugestões,

mas resolveu mudar apenas noutro ponto, que diz res-peito à criação do processo simplificado, também alvo de criticas. “O Governo sugere que, além do mP, os intervenientes processuais também possam pedir que seja aplicado o processo simplificado. Assim, é dada aos intervenientes uma opor-tunidade de opção, com o fim de se salvaguardar melhor os seus direitos e interesses. mas será que, de facto, este processo simplificado vai conseguir elevar a eficácia dos processos?”

Sobre as sugestões que ficaram de fora do diplo-

ma, tudo aconteceu porque a secretaria da tutela da Administração e Justiça entendeu que “ultrapassa-vam o âmbito da proposta de lei”. A criação do regime de policias infiltrados para investigação era uma dessas sugestões, que ficou de fora da lei porque “esta figura já é contemplada em leis avulsas” e pode ser usada em alguns casos “mediante a autorização de um juiz”. Cheang Chi Keong disse mesmo que a criação desse regime para a policia seria algo “precipitado”.

Por forma a garantir que o diploma fica total-mente analisado até ao fim desta sessão legislativo, os deputados e Governo querem acelerar o processo, tendo-se comprometido a analisar artigo por artigo até ao dia 19 de Fevereiro, com base em documentos complementares, como é o caso dos pareceres da AAm ou do mP. Caso contrário, a revisão do CPP terá de voltar à estaca zero.

dos contribuintes, professores ou estudantes vão ficar muito desa-pontados”, disse Scott Chiang, membro da macau Consciência, também membro da Associação Novo macau Democrático.

Os responsáveis apontam ainda o facto dos custos do novo campus já trazerem consigo uma sobreutilização ao nível dos de-senhos e construção, incluindo problemas de engenharia e de segurança. Referem ainda que os departamentos governamentais não tiveram em consideração as antigas referências do arquitecto,

resultando apenas numa opor-tunidade para usar um projecto antigo num projecto novo, o que consideram ser um “estúpido erro administrativo”. “A UmAC quer ser uma universidade de topo a nível mundial, e nós também queríamos que a UmAC tivesse nessa posição para dar a macau uma instituição com um dos ní-veis de qualidade mais elevados do mundo. mas usar uma grande quantia de dinheiro em troca de um desenho vago, mostra que não houve uma luta por um bom conteúdo do projecto.”

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3políticaquinta-feira 31.1.2013 www.hojemacau.com.mo

O braço de ferro entre os táxis amarelos e o Executivo terminou com uma vitória para Chui Sai On. A empresa não queria seguir modificações contratuais, mas o tribunal concorda que estas sejam necessárias em prol das necessidades da população

Joana [email protected]

LEGAL, legítimo e sem violar a boa-fé. Estes são alguns dos argumentos que o Tribunal de Se-

gunda Instância (TSI) utiliza para dar razão ao Chefe do Executivo, na questão que opõe a Companhia de Rádio-Táxis Vang Iek ao líder do Governo.

A companhia de táxis tinha interposto recurso por não con-cordar que o Governo modificasse o contrato que concedeu cem

Interesse público e desenvolvimento social são razões para táxis amarelos perderem em tribunal

“Necessária intervenção do Governo”licenças especiais aos chamados táxis-amarelos. O Executivo exi-ge que a Vang Iek coloque, pelo menos, cinco destes táxis nas praças de táxis – principalmente para colmatar a falta de táxis nos bairros antigos - e adapte pelo menos um carro para o transporte de portadores de deficiência. Isto, segundo o acórdão ontem disponi-bilizado pelo TSI, que chega nove dias depois da decisão do tribunal.

O contrato tinha expirado já em Agosto de 2011, mas Chui Sai On, Chefe do Executivo, decidiu dar mais 18 meses à empresa para chegar a um acordo, visto que a Vang Iek não concordou com as modificações do contrato inicial. “[Esse prazo] foi dado para que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego negoceie com a [companhia], que diz não poder aceitar que estas sejam obrigações contratuais”, mesmo dizendo que concorde com as propostas, defende-se no acórdão.

A empresa, que interpôs recur-sos atrás de recursos no tribunal, queixa-se de que a manutenção de cinco dos seus veículos nas praças de táxis de macau “obrigaria a que parte substancial da frota teria de estar parada” e diz ainda rejeitar “por completo a hipótese de ter uma licença de transporte exclusivo para portadores de deficiência, já

que um carro teria de ser trocado por uma carrinha”.

No acórdão, que recorda a de-fesa da Vang Iek, pode ler-se que a companhia discorda totalmente das razões apresentadas pelo Exe-cutivo para as modificações no contrato. “É uma proposta que não vai ao encontro das necessidades da população, uma vez que prejudica-ria milhares de pessoas que todos os dias procuram, desesperadamente um táxi nas zonas mais movimen-tadas e depois violaria o contrato que proíbe os táxis amarelos de estarem nas praças.”

e AGorA?O argumento da empresa não convence, contudo, o colectivo do TSI. Os juízes consideram que a Administração não pode estar impe-dida de introduzir e negociar novas cláusulas, “de forma a dar resposta a necessidades sentidas pela popula-ção”, nem de adequar esse serviço a novos desenvolvimentos. O tribunal vai contra os argumentos da Vang Iek, de que a decisão de modificar o contrato “viola os princípios da legalidade e de prossecução do in-teresse público”, e diz mesmo que o Executivo é livre de estabelecer o que entender como conveniente, ainda mais por este ser um contrato especial, que surgiu precisamente por “utilidade pública imediata”.

Recorde-se que as licenças de táxis especiais surgiram porque os “táxis pretos” não conseguiam dar resposta aos serviços necessários por população e turistas. Por isso mesmo, é precisamente o argu-mento de interesse público que o TSI utiliza para dar razão ao Chefe do Executivo. “O que contrariaria o interesse público era conceder uma renovação de dez anos sem implementar medidas que vão de encontro às necessidades da popu-lação. À luz do interesse público e da necessidade de adequação, não é admissível que licenças especiais concedidas para colmatar necessi-dades especificas da população se renovem ‘ad eternum’ nas mesmas condições, sem que haja análise ou intervenção do Governo.”

A Vang Iek diz ainda que sofreu cerca de 15 milhões de patacas de prejuízo por p contrato – que ter-mina em Fevereiro - não ter sido renovado por mais de 18 meses. O TSI considera o argumento “irre-levante”, porque nem a Adminis-tração nem a recorrente estariam obrigadas a renovar o acordo. A empresa aceitou o contrato, que seria mais tempo para chegar a acordo sobre as modificações exigidas pelo Executivo.

O contrato com a empresa deveria acabar em Fevereiro, mas imediatamente após a decisão do

tribunal, o Governo veio a público assegurar que o contrato com os táxis amarelos se mantém ainda por “um curto-prazo”, ainda que com condições.

A Vang Iek tem até hoje para interpor recurso contra a decisão do TSI, mas, ainda assim, o Governo compromete-se a tentar amenizar as consequências prolongando o prazo do contrato. Por quanto tempo, o Governo não diz. “Con-siderando a procura ansiosa da sociedade para com os serviços dos táxis e para evitar a redução imediata da oferta global dos táxis, o que afecta directamente a utiliza-ção dos táxis por parte do público para suas deslocações, a DSAT tenciona, mediante o equilíbrio do respectivo interesse, prorrogar por um curto prazo as cem licenças especiais de táxis com a Vang Iek”, pode ler-se num comunicado da DSAT, enviado na semana passada.

O Hoje macau tentou contactar a Vang Iek para perceber a intenção da empresa face à recente decisão do tribunal, mas não foi possível devido à hora tardia. Contudo, em declarações ao jornal Ponto Final, na semana passada, mário Sin, gerente-geral da empresa, falava em “bons progressos” nas negociações que decorrem para a manutenção das cem licenças especiais.

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tiago alcântara

4 política quinta-feira 31.1.2013www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A Universidade de Ma-cau (UMAC) rece-beu 56,3% do total dos apoios financeiros

atribuídos pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia no quarto trimestre de 2012. Cerca de 39 milhões de patacas foi quanto este fundo – que é financiado pelo Governo – atri-buiu nos últimos três meses do ano passado. Quase 22 milhões de patacas foram para a instituição de ensino público.

As doações, ontem publica-das em Boletim Oficial, foram feitas maioritariamente a título individual - a alunos ou docentes –, sendo a maior alocada para o “apoio ao estabelecimento do laboratório de referência do es-tado em circuitos integrados em muito larga escala”. Foram nove milhões de patacas recebidas no

O Governo atribuiu mais de quatro milhões de

patacas a diversos dos seus organismos, para este ano. O dinheiro foi atribuído pelo Secretário para a Economia e Finanças e tem como propó-sito providenciar um “fundo permanente” para os depar-tamentos, depois de estes se terem proposto a recebê-lo.

O Gabinete do Chefe do Executivo foi o que mais

Gonçalo Lobo [email protected]

A comemorar dez anos de existência, o Fó-

rum para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Por-tuguesa (Fórum Macau) vai ter este ano uma prenda especial. Era para ter sido o ano passado mas será, ao que tudo indica, no decorrer deste ano. O Fórum Macau vai abandonar as suas ac-tuais instalações no NAPE para ocupar um piso inteiro no edifício FIT, na baixa de Macau. “Já estamos a arrumar as nossas coisas e à espera de uma decisão final

das Obras Públicas acerca do dia da mudança. Esta mudança faz-se pela digni-dade da instituição”, referiu secretária-geral adjunta da instituição, Rita Santos, ao Hoje Macau.

O novo espaço, mais amplo e mais moderno, proporciona novas ideias. “Este novo espaço terá uma sala de reuniões e uma sala multifuncional, onde esperamos organizar palestras, seminários e outras iniciativas com o cunho das associações e grupos de pessoas ligadas à lusofonia.”

Depois de oito anos nas pequenas instalações do

NAPE, que serão devolvidas à Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), Rita Santos quer agora que o Fórum Macau tenha uma sede com uma nova cara, uma nova de-coração, mais bonita e ampla. “É uma bela prenda de dez anos de existência, mas tudo apontava que tivesse sido o ano passado. Agora vamos ficar preparados para melhor receber os altos cargos dos países.”

O espaço, alugado pelo Governo, vai assim juntar de forma “mais digna” todo o secretariado permanente do Fórum Macau bem como o Gabinete de Apoio. Só fal-ta saber o dia da mudança.

Tecnologia e ambiente recebem mais de 65 milhões de patacas em apoios financeiros

UMAC, feliz contemplada

Atribuídos mais de quatro milhões para fundos permanentes de organismos do Executivo

Diz-me quanto precisasFórum Macau Mudança

de instalações será este ano

“Pela dignidade da instituição”

nome Rui Martins, vice-reitor da instituição.

O Fundo serve dar apoio fi-nanceiro ao ensino, investigação e realização de projectos no âmbito da ciência e tecnologia. No quarto trimestre de 2012, quase todos os apoios foram concedidos a escolas ou indivíduos.

A Universidade de Ciências e Tecnologia, por exemplo, foi outra das contempladas – a insti-tuição recebeu 7,256,638 patacas em apoios. Na lista, consta ainda quase um milhão e 200 patacas doados à Universidade de São José e 180 mil patacas para a Escola de Aplicação Anexa à UMAC.

Fora do contexto do ensino, a As-sociação de Beneficência do Hospital Kiang Wu recebeu meio milhão de patacas, para diversos estudos.

No total, o montante de apoios do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia ascen-deu aos 38,966,196 patacas, um aumento de quase sete milhões

tendo em conta o trimestre anterior ao analisado.

MAis dE 21 MiLhõEs PArA AMbiEntEO Plano de Apoio Financeiro à Aquisição de Produtos e Equipa-mentos para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética, lan-çado o ano passado, doou quase 22 milhões de patacas, no quarto trimestre do ano passado.

Os dados, também apresen-tados ontem em Boletim Oficial, mostram que a maioria dos pedidos de apoio foram feitos por restau-rantes, mas empresas de diversos sectores também constam da lista.

Este plano tem como objectivo promover a conservação de energia e reduzir a emissão de poluentes, especialmente das cozinhas de restaurantes. Os apoios não podem exceder as 500 mil patacas e, no quatro trimestre do ano passado, mais de uma centena de empresas pediu o apoio.

recebeu - tendo-lhe sido atribuído 905.800 patacas -, seguido do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que rece-beu 843.662 patacas.

De acordo com o que vem publicado ontem em Boletim Oficial, quem me-nos recebeu para o seu fundo permanente foi a secretaria do Conselho Executivo, que se ficou pelas 60 mil patacas,

e o Gabinete para a Protec-ção de Dados Pessoais, que recebeu 171 mil patacas.

O dinheiro, gerido por comissões administrativos dos próprios organismos, foi atribuído com o objec-tivo de cobrir “despesas de natureza urgente”, explicou uma porta-voz da Direcção dos Serviços de Finanças ao Hoje Macau.

Os Serviços de Polícia Unitários, o Gabinete do Secretário para a Segurança, o de Economia e Finanças e o de Transportes e Obras Públicas receberam, cada um, valores entre as 208 e as 270 mil patacas, enquanto o Gabinete da Secretária para a Administração e Justiça, a quem foi atribuído cerca de 320 mil patacas.- J.F.

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hoje macau

5quinta-feira 31.1.2013 www.hojemacau.com.mo sociedade

rita Marques [email protected]

AS condições con-tinuam a não ser as ideias para as mulheres do Es-

tabelecimento Prisional de Macau (EPM), pelo menos para as que se vêem obri-gadas a dormir no chão por falta de lugar. A direcção da EPM não sabe precisar um número exacto de mulheres que se encontram nesta situ-ação porque, indica o chefe de departamento de assuntos prisionais, “não é fixo”. “Por exemplo, uma reclusa tem um filho pode tê-lo consigo até aos três anos, e neste momento existem dois bebés na zona prisional feminina e, de acordo com a legislação, temos de fornecer uma cela independente para estas re-clusas que têm de cuidar dos filhos (...) o que significa que estas mulheres ocupam uma cama com mais do que duas camas”, afirma Stephen Ng, no dia em que a EPM abriu as portas à comunicação social para assistir às cele-

Joana [email protected]

O consumo de energia aumen-tou em 124% nos últimos

dez anos, mostram dados ontem fornecidos pela Companhia de Electricidade de Macau (CEM). Consequentemente, também os lu-cros da única empresa fornecedora de energia em Macau aumentaram, com o ano passado a encerrar com

Alargamento da ala feminina da prisão teve início em Novembro do ano passado

Mais espaço para reclusas ainda este ano

CEM Mais lucros e mais consumo de energia, sem previsão de subidas nas tarifas

Aumentos em quase todos os lados

conclusão ainda no corrente ano. Quanto à conclusão global da obra, “é difícil pre-ver”, indica, sem confirmar um atraso geral da obra ou derrapagem financeira, pelo menos nesta primeira fase, que foi inicialmente orçada em 113 milhões.

Quanto aos novos con-cursos públicos para a segunda e terceira fase, a EPM preferiu remeter para o departamento de Obras Públicas, no entanto, “vão ser abertos este ano”, explica o especialista.

rECrUtAMEnto dE PEssoALA prisão também está a recrutar mais 59 guardas prisionais, segundo infor-mou Stephen Ng. Em Julho do ano passado, o director da EPM dava conta da necessidade de recrutar 80 pessoas para reforçar o corpo de guarda prisionais. A situação, no entanto, não tem carácter urgente porque não influencia o funcionamento normal da prisão. Nem tão pouco na ordem. Mesmo em “actos violentos”, que têm tido lugar, “os guardas têm capacidade suficiente para enfrentar a situação”, revela.

Outro recrutamento em visto é para pessoal técnico de saúde. Vão ser recrutadas mais três enfermeiras, para juntar às nove actualmente em funções. Por outro lado, “estão ainda a calcular a necessidade de mais médi-cos, sendo que os actuais dois médicos não são sufi-cientes mas o recrutamento também não é fácil”, indica Stephen Ng.

As Obras Públicas deram finalmente aval ao Estabelecimento Prisional de Macau para alargar a ala feminina da prisão, que actualmente já não tem espaço para todas as reclusas. As obras começaram em Novembro de 2012 e devem estar prontas no terceiro trimestre, informa a direcção. Para já, há mulheres a dormir no chão até serem arranjadas mais 100 lugares com a expansão da secção

brações do Ano Novo Lunar preparadas pelos reclusos. “E mais há reclusas com doenças contagiosas que têm de ser separadas, também estas doentes ocupam uma cela sozinhas.” Por essa razão, a instituição indica que a capacidade máxima de acolhimento na zona prisional feminina ainda não está lotada (97%), com 179 reclusas para um total de 184 lugares disponíveis.

Ainda assim, há presas a dormir no chão o que torna urgente a ampliação da ala das mulheres que arrancou em Novembro do ano passado, segundo o en-genheiro Lei Ka Nang, que supervisiona os trabalhos de construção da EPM. A sua previsão dá conta de que “as obras de alargamento estão conforme o processo” que deve durar “240 dias”, ou seja, estará concluída por altura do terceiro trimestre deste ano. “Depois da obra, a prisão pode suportar o número até à obra da nova prisão”, estima o responsá-vel, adiantando que então

favorável. “A maioria dos preços das matérias-primas aumentou muito, sobretudo o petróleo, em cerca de 7%. Também os preços das importações subiram. Apesar disso, a CEM fez um grande esfor-ço no sentido de manter as tarifas estáveis para os consumidores”, frisou o responsável.

A falta de gás natural faz com que o petróleo seja a matéria--prima escolhida pela empresa de fornecimento de energia - só no ano passado, 88,8% da energia foi importada.

No ano passado, a CEM investiu 972 milhões de patacas e este ano prevê gastar de cerca de mil milhões.

lucros esperados de mais de 500 milhões de patacas.

Franklin Willemyns, presiden-te-executivo da CEM, disse ontem aos jornalistas que as contas da empresa referentes a 2012 ainda não estão encerradas, mas que se esperam aumentos nos lucros, tendo em conta que nos últimos dois anos, as receitas tiveram uma quebra conjunta de 15%.

À margem de um almoço

de Primavera com os órgãos de comunicação social, Willemyns frisou que o ano passado foi um dos melhores para a CEM em termos de fiabilidade no fornecimento, com a empresa a chegar aos 99,99% neste âmbito.

Para já, a CEM ainda não tem qualquer plano para aumentar as tarifas, ainda que isso dependa dos preços das matérias-primas. Nesse campo, o panorama não é muito

haverá lugar para mais 100 mulheres.

AtrAsos nA novA PrisãoComeçou a ser construída em 2010, numa altura em

que a previsão de conclusão ditava quatro anos com capa-cidade total para 2700 deti-dos, mais 1359 lugares. Mas nada parece estar dentro dos prazos. “A obra da primeira

fase está atrasada porque o solo tem de ser assegurado ainda”, revela o engenheiro responsável pelo projecto, Lei Ka Nang, no entanto mantém-se optimista para a

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6 sociedade quinta-feira 31.1.2013www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

O projecto começou o ano passado com duas escolas, mas planeia-se atingir o máximo de dez

instituições de ensino este ano. É este o objectivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) que está a levar a cabo um plano de sensibilização para gestão de resíduos. A novidade foi apresentada por Raymond Tam, presidente do conselho de administração, durante uma sessão ordinária do conselho consultivo. “Promovemos a colocação de máquinas de tratamento para os

Andreia Sofia [email protected]

FOI anunciada esta terça--feira a criação de uma

plataforma de fornecimento de alimentos para Hong Kong e Macau, com o apoio das au-toridades chinesas, por forma a evitar que faltem produtos durante as comemorações do Ano Novo Chinês, bem como atrasos no fornecimento. A no-tícia foi publicada na edição de ontem do diário China Daily. Actualmente, 90% dos produ-tos alimentares consumidos na RAEM e na RAEHK são provenientes do Continente.

Em sede de conferência de imprensa, fontes ligadas aos departamentos governamen-tais afirmaram que vão avaliar

Plano de resposta à falta de leite em pó está a andarQuase 1.600 pais inscreveram-se, até ontem, no plano delineado pelas autoridades de Macau para responder à crise do leite em pó, classificada pelo Governo como “um caso de contingência no âmbito de saúde pública”. Ontem, terceiro dia desde a abertura das inscrições para o “plano provisório de apoio às mães e bebés”, 468 pessoas efectuaram o registo junto dos centros de saúde, elevando o total acumulado para 1.594, informaram os Serviços de Saúde (SS). Após a inscrição voluntária no “plano provisório de apoio às mães e bebés”, os pais de bebés com idade inferior a um ano podem adquirir o leite em pó directamente junto dos fornecedores. Os Serviços de Saúde indicaram que, sete dias após o registo, os aderentes do plano poderão levar consigo o cartão de aquisição de leite em pó, deslocando-se aos locais determinados a serem divulgados oportunamente para a sua aquisição.

Criada plataforma entre RAE’s e China para evitar faltas e atrasos

Comércio de alimentos reforçado no Ano Novo Chinês

Plano pode vir a ser aplicado em restaurantes, diz Raymond Tam

Alunos aprendem a não desperdiçar alimentos

restos de comida nas escolas, por forma a ensinar os alunos a proteger o ambiente. O IACM vai realizar mais acções de promoção para que possamos dar mais conhecimentos sobre a importância da recolha selectiva dos resíduos.”

O projecto poderá atingir uma dimensão maior, quando chegar às cozinhas dos restaurantes. “As escolas serão os primeiros desti-natários, mas passo a passo vamos promover este plano de recolha”, garantiu Raymond Tam.

“ElEmEnto ChAvE”Segundo o presidente do conse-lho de administração do IACM, tal plano constitui “um elemento

Criticado prazo dos concursos públicosOutro dos projectos que o IACM anunciou em mais uma sessão do conselho consultivo diz respeito ao alargamento da ciclovia da Taipa até Coloane. “Espero que possamos realizar as obras passo a passo, para estabelecer a ligação. Depois do fim dos trabalhos na Taipa a ciclovia vai ser alargada até Coloane, e vamos optimizar essa zona”, explicou Raymond Tam. Contudo, Cheong Chi Man, membro do conselho consultivo, usou este projecto como exemplo para criticar o tempo excessivo que demora um concurso público para a adjudicação de empresas. “O projecto da ciclovia deveria ter sido apresentado mais cedo para que as empresas concorrentes pudessem planear a sua proposta a concurso público. Normalmente um concurso público demora entre seis a oito meses para que possam ser feitas todas as aplicações e avaliações. As avaliações das Obras Públicas e dos Serviços de Tráfego também demoram muito tempo, por isso o IACM deveria apresentar os projectos mais cedo, para que se pudesse ter uma ideia geral do projecto mais cedo”, explicou o responsável ao Hoje Macau.

quais as reais necessidades de alimentos dos dois territórios, bem como criar um conjunto de medidas que possam ga-rantir um fluxo permanente de comércio de produtos agrícolas e carnes. Junto às fronteiras, ficou prometida a criação de um mecanismo de comunicação entre as diversas autoridades transfronteiriças e fornecedores das duas re-giões, a funcionar durante as festividades, altura em que a procura de alimentos aumenta. As entidades de supervisão de qualidade, inspecção e garantia melhoraram também as suas molduras legais no que diz respeito à produção alimentar para as regiões. As áreas de produção e de pro-cessamento dos alimentos irão

para a lista negra caso sejam detectadas irregularidades.

Jiang Fan, director do departamento do comércio externo para o Ministério do

Comércio, disse, citado pelo mesmo jornal, que o departa-mento está consciente de que os exportadores de alimentos estão sujeitos ao aumento dos preços, mas que eles próprios devem tentar ter o controlo sobre as operações comerciais e diminuir os preços. Há ainda o grande problema as activi-dades paralelas envolvendo correios tanto em HK como em Macau, e é também um dos problemas mais urgentes a tratar, segundo as autoridades.

A China exportou 3,48 mi-lhões de toneladas de produtos agrícolas para Hong Kong no ano passado, um aumento de 1,2% face ao 2011. Os pro-dutos alimentares totalizaram 6,42 milhões, um aumento de 13,8%.

reduzir este problema? Recente-mente uma reportagem especial da TDM focou esta problemáti-ca, frisando que mais de metade do lixo produzido em Macau é composto por alimentos deitados fora. - *com Cecília Lin

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais quer que entre cinco a dez escolas adiram ao plano de recolha de resíduos este ano, por forma a evitar o desperdício de comida deitada ao lixo. A ideia foi apresentada numa sessão do conselho consultivo, e Paul Pun, da Caritas, disse que é preciso fazer mais

chave para a gestão dos resíduos, porque irá ajudar-nos a sermos mais eficazes nessa gestão. Se a população tiver noção deste con-ceito, vai saber como reduzir o lixo que produz”.

Paul Pun, secretário-geral da Caritas, e um dos membros do conselho consultivo, foi uma

das vozes que pediu mais inicia-tivas para resolver esta questão. “Mesmo com os bons resultados conseguidos, como é que o IACM pode incentivar mais a reduzir a produção de resíduos? Nas outras cidades também é comum existi-rem muitos resíduos de produtos alimentares, como é que podemos

Page 7: Hoje Macau 31 JAN 2013 #2784

pub

7sociedadequinta-feira 31.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

A Associação Nova Juventude Chi-nesa de Macau (ANJCM) apre-

sentou ontem os resultados de um estudo feito para perceber os conhecimen-tos das mulheres sobre o cancro do colo do útero, considerado um dos mais comuns em Macau. 96% das mulheres disse sentir a importância de prevenir

a doença, mas não fizeram qualquer acção nesse senti-do. Dos inquiridos, apenas 2% tinha feito exames no ano passado.

O trabalho foi feito em Outubro do ano pas-sado e os resultados têm como base entrevistas de rua feitas a mais de 1300 mulheres, sendo que 60% tem abaixo de 25 anos. A pesquisa constatou que quase 40% dos entrevista-dos não sabem que o cancro é causado pelo vírus HPV,

em português Papiloma Vírus Humano. Metade das entrevistadas subestima a possibilidade de virem a ser infectadas com o vírus.

Da parte do Governo, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) financiam algumas instituições priva-das que oferecem exames gratuitos. A ANJCM deu recomendações para que a promoção deste tipo de serviços seja intensificada, por forma a ajudar o públi-co e fomentar a prevenção.

O novo gasoduto que ligará a província de Guangdong, no sul da China, e Macau deverá estar concluído em Junho, revelou a agência Xinhua, citando uma fonte oficial chinesa. A China National Offshore Oil Corp. (CNOOC), o maior produtor de petróleo e gás chinês, iniciou a construção do gasoduto a 8 de Janeiro, disse na terça-feira em conferência de imprensa Yang Lei, responsável da Administração Nacional de Energia da China. O gasoduto terá 7,7

quilómetros e uma capacidade de transporte total de 520 milhões de metros cúbicos de gás natural, indicam as características técnicas do projecto assinaladas na página oficial da CNOOC. O novo gasoduto vai substituir um já existente, cujo funcionamento se encontra suspenso desde meados de 2011 devido aos novos planos de urbanização da Zona Económica Especial de Zhuhai, cidade chinesa adjacente a Macau.

Associação fez estudo para perceber consciência sobre doença

mulheres pouco sabem sobre cancro do colo do útero

Novo gasoduto Zhuhai-Macau pronto em Junho

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quinta-feira 31.1.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

DeviDo à actual situação negativa do comércio

externo, as províncias respon-sáveis pela maior parte das exportações chinesas, como Guangdong, Jiangsu, Fujian, e Shandong reduziram as suas metas de comércio externo para 2013, passando para apenas 5%, quase metade das metas traçadas para 2012.

Segundo alguns noticiários de ontem nos vários orgãos de comunicação locais, mesmo que as províncias implementas-sem uma série de medidas para garantir o aumento do comércio externo, não se atingiria a meta planeada no início de 2012 devido à influência de uma procura externa fraca.

A província de Guangdong

é a única das províncias que atingiu as expectativas do ano passado. Dados da alfândega, mostram que o volume total das suas exportações aumentou 7,7% em 2012, 0,2% a mais do que a meta fixada. Mesmo assim, Guangdong fixou uma meta de apenas 5% para 2013.

De acordo com algumas opiniões de especialistas do sec-

tor, as graves dificuldades ainda continuarão a existir este ano e o aumento do comércio externo em 2013 será bem abaixo dos 10%.

A procura de novas van-tagens competitivas no plano internacional é a missão mais importante para as empresas chinesas, disse Huo Jianguo, reitor do instituto de pesquisa do Ministério do Comércio.

Air China vai efectuar voos directos entre Pequim e GenebraA Air China anunciou que vai oferecer voos directos entre Pequim e Genebra quatro vezes por semana a partir de 7 de Maio de 2013 como uma estratégia para expandir sua rede na Europa. Os voos, operados com um Airbus A330-200, partirão de Pequim às 13h30 (horário de Pequim) e chegarão a Genebra às 18h25 (horário de Genebra) do mesmo dia. Os voos de volta sairão de Genebra às 20h25 e chegarão ao Aeroporto Internacional de Pequim às 12h55 do dia seguinte. Graças ao novo serviço, o número de destinos europeus da Air China subirá para 12, incluindo cidades como Frankfurt, Munique, Düsseldorf, Londres, Paris, Estocolmo, Milão, Roma e Madrid, disse o presidente da companhia aérea, Cai Jianjiang.

Pelo menos sete mortos em acidente em mina de carvãoUm acidente numa mina de carvão no nordeste da China causou pelo menos sete mortos, permanecendo três trabalhadores encurralados no local, do qual foram retirados com vida outros três mineiros, informaram ontem as autoridades. Depois do acidente, que ocorreu na província de Heilongjiang na terça-feira, as equipas de salvamento procederam, ontem de manhã, ao resgate de três mineiros, os quais estavam em boa condição de saúde, de acordo com as autoridades locais, citadas pela agência oficial Xinhua. Os três trabalhadores entraram na mina de Yongsheng para bombear água, mas gases nocivos fizeram-nos desmaiar. Elementos das equipas de salvamento foram enviados para o local, mas alguns deles também foram afectados pelos gases tóxicos libertados, alegadamente monóxido de carbono. Até ao momento, foram retiradas 13 pessoas da mina, das quais sete morreram. As operações de salvamento prosseguem.

Xi Jinping adverte que Pequim“nunca sacrificará interesses essenciais”

Em defesa da Nação

Situação de comércio externo da China pode agravar-se

expectativas em baixa

o novo líder chi-nês, Xi Jinping, reafirmou que a China continu-

ará na “via do desenvolvi-mento pacífico”, mas adver-tiu que “nunca sacrificará os seus interesses essenciais” nem os “legítimos direi-tos” territoriais. “Nenhum país deve presumir que nos envolveremos no comércio mudando os nossos interes-ses essenciais ou que iremos engolir ‘o fruto amargo’ de prejudicar a nossa soberania, segurança e desenvolvi-mento”, afirmou Xi Jinping num discurso difundido esta terça-feira pela agência noti-ciosa oficial chinesa Xinhua.

Xi Jinping, 59 anos, as-sumiu em Novembro o mais importante cargo político

da China, o de secretário--geral do Partido Comunista Chinês (PCC), e em Março deverá ser nomeado também Presidente da República.

Numa reunião com membros do Politburo do PCC, Xi Jinping disse que a China “irá manter-se fiel à via do desenvolvimento pacífico, mas nunca abdicará dos seus legítimos direitos nem sacrificará os seus in-teresses essenciais”, relatou a Xinhua.

Pequim e Tóquio diver-gem acerca da soberania das ilhas Diaoyu, no Mar da China Oriental, e o governo chinês mantém idêntico contencioso com as Filipinas, vietname e outros países quanto aos arquipélagos do Mar do Sul

da China. “A China nunca procurará desenvolver-se sacrificando os interesses de outros países. Nunca procu-raremos benefícios à custa de outros ou prejudicando qualquer país vizinho”, disse Xi Jinping.

O XVIII Congresso do PCC, que elegeu Xi Jinping, definiu como “objectivo estratégico” transformar a China numa “sociedade moderadamente próspera até 2020”. “Para alcançar esse objectivo precisamos de um clima internacional de paz. Sem paz, a China e o mundo não se podem de-senvolver sem sobressaltos e sem desenvolvimento não podem alcançar uma paz du-radoura”, disse o secretário--geral do PCC.

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quinta-feira 31.1.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

QuASe um quarto dos chineses possui uma variante genética

que aumenta em seis vezes o risco de adoecer gravemente quando infectados com o vírus da gripe, segundo um estudo publicado esta terça-feira.

Cientistas da China e da Grã-Bretanha analisaram dados hospitalares chineses durante a pandemia de gripe provocada pelo vírus H1N1 entre 2009 e 2010.

os pacientes que tinham a pe-quena variante mostraram-se seis vezes mais propensos a contrair formas severas da infecção em comparação com os pacientes com um tipo genético diferente, disseram os investigadores.

A variante baseia-se numa única mudança no código de um

gene determinante para o sistema imunológico.

O gene IFITM3 determina como as células combatem o vírus influenza, causador da gripe.

A simples mudança no código ocorre em três variantes, também de-nominadas genótipos: CC, CT e TT.

Cerca de 24% dos chineses da etnia Han, maioritária no país, têm o genótipo CC, mas os seus núme-ros foram desproporcionalmente elevados entre aqueles seriamente afectados pela gripe, revelaram os cientistas.

o estudo aponta para a ne-cessidade de um trabalho urgente para aferir da utilidade da análise genética para os chineses ou outros asiáticos, que poderiam correr mais riscos de desenvolver a doença.

Alertados por operários do metropolitano, os moradores de uma rua da cidade chinesa de Guangzhou conseguiram escapar a tempo de um enorme buraco que se abriu por baixo das suas casas. Uma casa e um prédio de três andares ruíram quando o buraco se abriu. Não houve vítimas.

Relatos de pessoas no local informam que os trabalhadores na construção de uma linha de metropolitano próxima deram o alerta quando perceberam que o solo na área estava instável, e as pessoas foram retiradas das suas casas antes de o desabamento ocorrer.

CerCA de 70 especialistas e representantes de 16

países iniciaram ontem em Shizuoka, no centro do Japão, uma conferência organizada pelas Nações Unidas, durante a qual discutirão, ao longo de três dias, formas de promover o desarmamento nuclear.

A reunião, que decorre anu-almente no Japão, desde 1989, abriu as suas portas numa altura em que a comunidade interna-cional está preocupada com o anúncio por parte da Coreia do Norte de que planeia levar a cabo, em breve, um terceiro ensaio nuclear.

A abertura da conferência ficou a cargo da Alta represen-tante das Nações Unidas para os Assuntos de Desarmamento Nuclear, Angela Kane, que apelou para se “controlar e abolir” a “grande ameaça” que representa a proliferação de armas nucleares e o resto de ar-mamento de menor dimensão.

Angela Kane, em decla-rações citadas pela agência nipónica Kyodo, sublinhou além disso a necessidade de estabelecer uma zona livre de armas nucleares no Médio oriente e de expandir as mes-mas no mundo.

Por seu lado, o vice-minis-tro dos Negócios estrangeiros do Japão, Kenta Wakabayashi, aproveitou para criticar o pro-

Coreia do Sul Lançado foguete para colocar satélite em órbitaA Coreia do Sul lançou ontem um foguete, naquela que é a terceira tentativa de colocar um satélite em órbita, noticiou a AFP. O lançamento foi efectuado às 04:00 a partir da plataforma de Goheung, a 480 quilómetros a sul de Seul, tendo sido bem-sucedido na missão de enviar o satélite que transportava, segundo a agência sul-coreana Yonhap. Responsáveis do centro disseram que demoraria nove minutos para que o foguete, cuja primeira fase foi produzida na Rússia e a segunda construída na Coreia do Sul, atingisse a altitude necessária para o lançamento do satélite. Inicialmente agendado para 26 de Outubro, o lançamento de ontem foi adiado por duas vezes devido a problemas técnicos. Em 2009 e 2010 a Coreia do Sul realizou duas tentativas falhadas.

Filipinas Presidente expressa “simpatia” para com activistaO presidente das Filipinas expressou a sua “simpatia” para com um activista condenado por interromper uma missa, ainda que não concorde com os seus métodos para defender o direito ao planeamento familiar, revelou ontem a imprensa local. Benigno Aquino instou os bispos filipinos a seguir o exemplo dos papas católicos e a aplicar a “generosidade e caridade cristãs” com vista a perdoar Carlos Celdran, condenado por interromper uma missa para criticar os bispos por se oporem ao uso de preservativos. Condenado, na passa segunda-feira, a uma pena de entre dois meses e um ano de prisão, Carlos Celdran, de 41 anos, já fez saber que irá recorrer da sentença para o Supremo Tribunal.

Estudo mostra que chineses são mais vulneráveis à gripe

Mais propensos a contrair infecções

ONU Especialistas no Japão para abordar desarmamento nuclear

Controlar a grande ameaça

grama nuclear de Pyongyang, o qual definiu de “séria ame-aça á proliferação de armas atómicas”.

Durante a conferência procurar-se-á também discutir soluções para garantir a paz e a segurança da energia nucle-ar, quase dois anos depois do acidente de Fukushima, a pior catástrofe nuclear desde 1986.

o encontro servirá também

como antecâmara da confe-rência internacional sobre o impacto das armas nucleares que decorreram, em Março, em oslo.

o Japão é o único país que foi alvo de ataques nucleares, quando os estados unidos deixaram cair a bomba atómica sobre as cidades de Hiroshima e de Nagasaki, no final da II Guerra Mundial.

Prédio e casa engolidos por buraco de metropolitano

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quinta-feira 31.1.2013www.hojemacau.com.mo10 exposição

A propaganda artística de Mao Zedong foi um estímulo para a introdução de uma nova concepção nova de poder político

Espelhar o triunfo da ChinaSão cerca de 100 os cartazes de propaganda política da Era Mao Zedong. Um retrato das políticas encabeçadas pelo fundador do Partido Comunista Chinês desde o Grande Salto em Frente à Revolução Cultural. Um trunfo para chegar junto dos personagens na frente da batalha por uma China unificada, a custos económico-sociais elevados. A exposição “Cartazes de propaganda chinesa, a arte ao serviço da política” inaugurou esta semana na Fundação Oriente em Portugal e está patente até 27 de Outubro

Rita Marques [email protected]

CriAnçAs, campo-neses, proletariado e militares são as classes sociais re-

tratadas junto do líder chi-nês, fundador da república Popular da China (rPC), Mao Zedong. Figura ímpar na história contemporânea do continente, foi também condu-tor de políticas controversas e fragilidades económicas e sociais dramáticas.

Foi ele também o arqui-tecto do projecto por trás das obras de arte expostas na Fundação Oriente (FO) em Portugal, uma mostra intitu-lada “Cartazes de propaganda chinesa, a arte ao serviço da política”, que reúne 100 exemplares cautelosamente escolhidos pelos comissários Jacques e sylvie Pimpaneau (de um acervo total de mais de 200 que constituem a Co-lecção Kwok On da FO) para retratar um período de 20 anos, que começa no Grande salto em Frente e na criação das Comunas Populares e termina no fim da Revolução Cultural (1959-1981). “A arte funcio-na como elemento essencial à cultura revolucionária na difusão da ideologia junto das massas. Portanto, a arte segundo Mao Zedong devia rejeitar as tendências estilís-ticas das elites burguesas, da arte ocidental, e dos estilos clássicos da arte chinesa que estavam reservados à classe erudita para se colocar ao lado dos camponeses, militares e proletariado”, evidencia Manuela d’Oliveira Martins, responsável pela coordenação geral da exposição que vai permanecer na sede da FO até 27 de Outubro.

Uma condução política que pretendia, acima de tudo, aumentar a produção agrícola do país e ao mesmo tempo in-centivar os processos de indus-

trialização. Os cartazes foram a forma escolhida para chegar junto do público que não é mais do que “o motor da economia que se pretendia implementar na China desta altura”, explica Manuela Martins, recorrendo à excelência na glorificação de Mao Zedong. Mas não só. Vai ainda buscar outras imagens de força comunista, heróis de revolução como Zhou Enlai, Lenine, norman Béthune e Lei Feng, unificadores de massas. “Os temas representados são bem ilustrativos da época que se viveu: a glorificação do presidente, a prosperidade da economia, a luta contra o imperialismos ocidentais sobretudo, os Estados Unidos, a felicidade do povo e o poder do exército. (...) Dezenas de milhares de cartazes com o objectivo de mostrar ao povo o caminho a seguir”, refere a responsável.

Para rui Oliveira Lopes, investigador do Centro de investigação e Estudos em Belas-Artes da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, estes são ainda cartazes de propaganda que “exprimem uma função pe-dagógica e exemplar preci-samente pela sua dimensão narrativa”.

O também autor do pós--doutoramento sobre os aspec-tos visuais das narrativas mito-lógicas na arte das civilizações asiáticas, as interacções artís-ticas, as interacções artísticas entre a Europa e a China e o papel dos museus como lugar para o diálogo intercultural, evidencia outro aspecto: a apologia do Grande salto em Frente neste projecto de propa-ganda, sobretudo pelo impacto profundo das reformas políti-cas na estabilidade social. “A arte da propaganda pretende enaltecer os benefícios dos sacrifícios, a dedicação e o voluntarismo da sociedade, o movimento colectivo das massas empenhadas no desen-

volvimento da agricultura, no desenvolvimento da indústria e na militarização do povo, ca-paz de assegurar a autonomia económica, social e política da nova China”, revela o investi-gador, que participa nos textos da exposição e do catálogo.

O CaMinhO paRa a REvOluçãO CultuRalA exposição percorre um ca-minho cronológico de nove núcleos que retratam este perí-odo de “revolução” na história chinesa do século XX. inicia com um preâmbulo que apre-senta Mao Zedong e outros heróis da revolução, aludindo a um período revolucionário ainda durante a república, e de consolidação política do Parti-do Comunista Chinês (PCC). “Modelos exemplares de bra-vura, dedicação e comprome-timento com o Estado”, revela rui Lopes. Depois segue pela representação da luta de clas-ses, que “constituiu a base de revolução do proletariado da China, com reminiscências na revolução bolchevique na União soviética, liderada por Lenine”. Após o triunfo da revolução apresenta-se um conjunto de cartazes de propaganda ao Partido de Comunista e às suas políticas, nomeadamente o Grande salto em Frente e a educação das novas gerações. “As pinturas do Ano novo constituem um dos mais importantes núcle-os que se relacionam com a preservação ou apropriação política de outras tradições da China, como são o caso da ópera, do teatro de sombras e de marionetas, e os recortes de papel alusivos à revolução”, explica o historiador.

A exposição termina com cartazes alusivos à difusão do Maoísmo e à internacio-nalização dos movimentos revolucionários pelo Vietna-me, Laos, Cambodja e Coreia, mas também noutros cenários de guerra como Angola e

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11quinta-feira 31.1.2013 exposição

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A propaganda artística de Mao Zedong foi um estímulo para a introdução de uma nova concepção nova de poder político

Espelhar o triunfo da ChinaSão cerca de 100 os cartazes de propaganda política da Era Mao Zedong. Um retrato das políticas encabeçadas pelo fundador do Partido Comunista Chinês desde o Grande Salto em Frente à Revolução Cultural. Um trunfo para chegar junto dos personagens na frente da batalha por uma China unificada, a custos económico-sociais elevados. A exposição “Cartazes de propaganda chinesa, a arte ao serviço da política” inaugurou esta semana na Fundação Oriente em Portugal e está patente até 27 de Outubro

México. neste mesmo campo, insere-se o Maoísmo vivido em Portugal com cartazes e publicações inspirados na ideologia de Mao, explica Manuela Martins, produzidos na fase final do Estado Novo e já depois da revolução do 25 de Abril de 1974.

EM pORtugal, na pRiMEiRa pEssOa“Tivemos a participação de um muralista maoísta (hoje em dia já não o é) que quando foi do

25 de Abril aderiu ao maoísmo, teria 15 anos. Convidamo-lo a pintar o mural para esta expo-sição, de uma parede com sete metros de comprimento onde fez de facto uma pintura da época com fortes expressões dos personagens”, indica.

Mas nesta exposição, há espaço para testemunhos na

primeira pessoa recolhidos em Portugal. “Dois chineses que viveram intensamente esse período da revolução. Uma delas uma senhora que nasceu em 1951, portanto viveu toda a revolução cultura, ela própria esteve num campo de trabalho e educação durante quatro anos, em trabalhos duros. Um

outro foi de um português que teve no rescaldo da revolução, chegou à China em 1966/67 e portanto ainda apanhou o final da revolução cultural mas ain-da sentiu de facto esse grande peso da revolução”, descreve. Transmitido na exposição está também “Morning sun”, um documentário da BBC, que faz uma recolha de depoimentos de vários chineses que viveram nesse período com imagens de época retiradas de filmes.

REtRatO dE uM lídER“Estes cartazes são uma enor-me utopia, uma enorme ilusão criada na mente das pessoas porque de facto o que aconte-ceu na realidade sabemo-lo, e na altura foi muito sentido, houve grandes fomes e mi-lhões de mortos devido à fome e perseguições políticas feitas

(...) Os próprios soldados são mostrados sempre como es-tando ao lado do povo, figuras muito amáveis que ensinam as pessoas e, de facto, isso não se traduziu na realidade porque foram grandes perse-guidores e a própria juventude transformada em guardas ver-melhos, da revolução também foram eles os executores de uma má política”, caracteriza Manuela Martins, que deixa claro: “Aqui não pretendemos endeusar Mao Zedong.”

Até porque, aos seus olhos, este era também um líder que se afirmou pela introdução de “inovações do ponto de vista económico mas condu-ziu políticas falhadas”. “Mal remediado. A própria mulher era uma bailarina frustrada que o instigava e que se rodeou de perseguidores. Mao Zedong

é aqui o mau da fita. É um líder que começou por ser incontestado mas que depois sofreu a contestação dentro do próprio regime e partido comunista”, descreve. “ Fe-lizmente, a China acaba por venerar Mao Zedong, que tem um mausoléu, mas que encerra em si mesmo uma contradição. Tal como toda a China que não diz nem que sim nem que não a nada. é importante verificar este lado.”

A mesma inconsistência e controvérsia é aplicada ao então presidente do Comité Central do PCC por rui Lo-pes. “Mao Zedong constitui uma figura paradigmática pela eloquência que o caracteriza. É um facto que o seu percurso político e as consequências da sua ideologia, com profundas implicações dentro da própria China, o colocam numa po-sição próxima de um regime ditatorial, mas, ao mesmo tempo, é ainda uma das mais idolatradas figuras da história da China, tornando-se até num “produto” de atracção turística, com merchandising incluído, o que não deixa de ser curioso e interessante estudar”, evidencia.

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quinta-feira 31.1.2013publicidade12

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www. iacm.gov.mo

Aviso

O Mercado Provisório do Patane entrará em funcionamento a partir de 27 de Fevereiro (Quarta-Feira) e estará aberto das 7:00 às 19:00.

Os arrendatários do Mercado do Patane serão transferidos a partir de 26 de Fevereiro (Terça-Feira), estando o mercado encerrado nesse dia.

Pelo incómodo causado, pedimos as nossas sinceras desculpas.

Aos 29 de Janeiro de 2013.

O Vice-Presidente do Conselho de Administração

Lei Vai Nong

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ara

13quinta-feira 31.1.2013 www.hojemacau.com.mo vida

Joana [email protected]

Macau está atrás da chi-na no que à protecção de

animais diz respeito. Pelo menos, em alguns pontos. Quem o diz é Paul Little-fair, representante máximo da Royal Society for the Prevention of cruelty to animals, presente em Ma-cau para apoiar a organi-zação, que há muito tenta a implementação de uma lei para proteger os animais de Macau.

Littlefair, que trabalha conjuntamente com as au-toridades da china para a redacção desta legislação no continente, mostrou--se surpreso com a forma como Macau trata dos seus animais. “É uma cidade que teve grande desenvolvimen-to social e com muita popu-lação, é surpreendente não haver uma lei de protecção animal, onde os animais po-dem ser tratados de qualquer forma”, frisou.

as recentes situações de crueldade para com os

Macau Sã assado

ChiChi na VenCeslau de Morais• em plena hora de ponta, e sem casas-de-banho à mão, é preciso desanuviar. o que mostramos aqui hoje é um desanuviamento sem complexos. uma senhora ainda jovem decidiu que junto à paragem de autocarros e numa rua com muito trânsito seria a altura ideal para um chichizinho. de facto, não existe altura ideal. Quando a vontade aperta é mesmo à vista de todos.porque Macau sã assi, mas também sã assado

Foto: Facebook

Especialista em protecção animal pede regulamentos pré-lei no território

Animais sem espaço na agenda do Governoa secretária para a adminis-tração e Justiça disse que nos ia atender, mas à última da hora reencaminhou-nos para o Instituto para os assuntos cívicos e Municipais. Não aceitamos. Não queremos ser recebidos por alguém que não tem qualquer capacida-de de decisão quanto a leis.”

Paul Littlefair compro-mete-se a voltar, podendo aí ajudar o Governo, que não tem qualquer data para elaborar uma lei de protec-ção animal.

Perceba-se que, em Ma-cau, qualquer pessoa pode exercer a profissão de vete-rinário e as lojas que vendem animais não precisam de qualquer regulamentação. O Governo já se comprometeu em fazer a legislação, mas importa saber não só as medi-das em particular para evitar o abandono e a crueldade, mas também as regras que se devem seguir nestes casos.

Na china, está em pro-gresso desde 2008 a lei de protecção animal, que existe em Taiwan e Hong Kong desde os anos 80 e em Singapura desde os anos 20. Só resta Macau.

animais – como por exem-plo, a denúncia que cães estariam a ser apanhados em armadilhas para servirem de refeição – foram evocadas pelo responsável da mais antiga associação de protec-ção animal do mundo, para confirmar a necessidade de existirem, no mínimo, regras para proteger os animais. “a lei de protecção animal nun-

ca é prioridade em nenhum Governo, mas deveriam existir regulamentos ou regras pré-legislação.”

Esta não é a primeira vez que albano Martins, presi-dente da aNIMa, tenta junto do Governo implementar isto. Recorde-se que, no ano passado, a organização entregou mesmo junto da secretária para a administra-

ção e Justiça uma proposta para um regulamento. até agora, nada. “continuamos a tentar pedir ao Governo um regulamento contra a cruel-dade até haver uma nova lei apropriada. Estamos quase abaixo da china, daí Paul Littlefair ter vindo ajudar--nos com o processo.”

contudo, a ajuda do es-pecialista terá de ser adiada

para uma próxima visita. É que, novamente, o Governo mostrou não ter espaço na agenda para tratar questões relacionadas com os animais. albano Martins mostrou-se envergonhado com a situa-ção e explicou o que acon-teceu. “Disseram-nos que o chefe do Executivo não podia receber-nos porque estava em Pequim. Depois,

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quinta-feira 31.1.2013cultura14

O músico português Rao Kyao está em Macau a “retratar musical-mente” a nova cidade,

que está muito diferente da que colocou no projecto “Junção” com a Orquestra Chinesa local, lançado em 1999. “Tenho uma colaboração já de há um tempo com a Orquestra Chinesa e fui convidado para escre-ver umas peças para essa orquestra e para estar aqui para me ambientar com o Macau de agora, que faz uma diferença gigantesca”, explicou Rao Kyao à agência Lusa depois de ter actuado na noite de terça--feira no jantar comemorativo do Ano Lunar da Serpente, organizado pela Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC).

Rao Kyao disse que a Orquestra Chinesa pretende um retrato musi-cal da nova cidade, que o músico vê como uma “Las Vegas chinesa”.

Mais de 13 anos depois da trans-ferência de poderes de Portugal

A série chinesa “Planet Homebuddies”, ins-

pirada na série americana “Friends”, poderá ser vista nos maiores portais de In-ternet da China pouco antes das comemorações do Ano Novo local, que começam em Fevereiro.

A trama de “Planet Ho-mebuddies” gira em torno das vidas profissionais e amo-rosas de seis jovens chineses urbanos de classe média.

No grupo, é composto por um publicitário frus-trado, um especialista em

A obra “Eça de Quei-roz entre os seus” foi

reeditada e volta a refutar as teses que descreviam o escritor como uma pessoa fria, sem capacidade de amar e que tinha um ca-samento de conveniência.

Em 1949, Maria d’Eça de Queiroz, edita pela pri-meira vez esta obra com o objetivo de mostrar que o pai não era o homem que algumas teses defendiam. Para o livro, Maria, com o apoio do irmão Antó-nio, escolheu excertos de cartas íntimas que o pai trocava com a mãe. “O livro auto apresenta-se. Quando se começa a ler,

Rao Kyao em Macau 13 anos depois do projecto “Junção”

“Retratar musicalmente” a nova cidade

Cartas de escritor português foram reeditadas

O lado íntimo de EçaChina vai lançar versão local da série

americana “Friends” na Internet

Chineses à americana

fiz o ‘Junção’ com a Orquestra Chinesa, esse disco já era a pensar no Macau anterior, aquele que eu conheci”, disse o músico, que rejei-ta uma atitude ser um “saudosista daquele cerrado”.

“Mas de certa maneira acho que Macau tinha aqui uma situação única, que era aquela coisa do por-tuguês no Oriente, que tem muito a ver comigo, e que, na realidade, agora é diferente”, disse.

Sobre os 500 anos da pre-sença portuguesa em Macau, o músico realçou que desejava ver um “significado”, no sentido de se compreender que “é uma coisa que teve uma força real e única no mundo”. “Este cantinho aqui, onde nunca houve grandes tensões, prova muito da maneira do português, da sua maneira de ser e de como ele se ligou com o chinês que não é fácil”, sustentou, acrescentando que “não convém deixar desaparecer da história esta presença”. - Lusa

para a China, quando tocou num sarau cultural, Rao Kyao recorda a antiga cidade de que “gostava mais”, porque tinha “o privado e o público”. “Tinha uma certa coi-

sa intimista e uma reminiscência do português em Macau que nós sentíamos e que está a desaparecer completamente”, acrescentou.

Declarando-se um apaixonado

por Macau, Rao Kyao tem, contu-do, saudade de outros tempos, de uma “Macau que era o português com o chinês, aquela coisa, um bocado mais sossegada”. “Quando

TI, um DJ e um curador de arte que moram juntos num grande loft.

Jean Zhang, presidente da produtora Mei Tian Mei Yu, responsável por “Planet Homebuddies”, disse que a empresa “mantém-se atenta às tendências culturais que se desenvolvem entre os jovens chineses”. “Repa-ramos que trabalhar muito durante a semana e passar os fins-de-semana com os amigos é como a maioria dos jovens da China vivem actualmente as suas vidas,

adoptando cada vez mais um estilo ‘caseiro’”, disse o presidente da Mei Tian Mei Yu ao site “The Hollywood Reporter”.

“A nossa série será a voz dos actuais chineses entre 20 e 30 anos de idade, que têm este estilo de vida.”

Segundo Zhang, a inten-ção de transmitir a série pela Internet é alcançar mais de 800 milhões de visualiza-ções mensais.

“Planet Homebuddies” contará com uma música de abertura de Danny Wilde, membro da banda Rembran-dts. Embora o grupo não seja famoso, é bastante conheci-do dos fãs de “Friends”, já que “I’ll Be There For You”, canção presente em todos os episódios da série, é da autoria dos Rembrandts.

Para além disto, a Mei Tian Mei Yu irá desenvolver conteúdos de “Planet Home-buddies” para smartphones e tablets.

A produtora está também a finalizar “Chinese Girl”, uma versão local de outra sé-rie americana, “Gossip Girl”.

aproximamo-nos logo de Eça de Queiroz”, salien-tou Isabel Alçada, que hoje apresentou o livro no Grémio Literário, em Lisboa. A ex-ministra da Educação recordou que quando estudou o escritor, a sua professora referiu precisamente essa suposta personalidade de ser uma pessoa fria, incapaz de amar e com um casamento de conveniência. Isabel Alçada disse que as cartas publicadas demonstram que tal não era verdade.

Contou ainda que a filha do escritor, hesitou em publicar as cartas “para não devassar a vida dos pais”.

Já tinha realizado uma conferência, precisamente no Grémio Literário, para refutar as teses, mas optou por publicar excertos da correspondência do pai.

Mas nesta obra, também Maria e António deixam os testemunhos da sua infân-cia. “Ninguém melhor que os filhos para falar sobre os relacionamentos dos pais com os amigos.”

Isabel Alçada leu alguns excertos da obra durante a apresentação - que contou com a presença de familia-res do escritor - e admitiu que ao ler sentia-se como se fosse parte da família, realçando que é essa a sensação que fica quando se percebe a relação que Eça de Queiroz tinha com a mulher e os filhos através da leitura das cartas.

Irene Fialho escreveu o prefácio de “Eça de Quei-roz entre os seus” e expli-cou que a reedição da obra é também uma “homenagem à filha de Eça de Queiroz por ter guardado tão bem o espólio” do escritor.

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tiago alcântara

15culturaquinta-feira 31.1.2013 www.hojemacau.com.mo

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‘Index’ proíbe 79 livros de autores portuguesesAutores e especialistas portugueses mostram-se indignados por o Opus Dei ter uma lista de livros que proíbe os seus membros de ler. José Saramago é um dos escritores mais castigados ao nível mundial, sendo um dos recordistas no número de livros proibidos. Também ‘censurada’, Lídia Jorge diz que o Opus Dei deveria ter “vergonha” de ter este tipo de listagem, igualmente arrasada pela Sociedade Portuguesa de Autores. A lista é, porém, ‘legal’. José Saramago e Eça de Queirós são os escritores portugueses mais castigados pela “lista negra” de livros do Opus Dei. A organização da Igreja Católica tem uma listagem de livros proibidos, com diferentes níveis de gravidade, na qual põe restrições a 33 573 livros. Nos três níveis mais elevados de proibição encontram-se 79 obras de escritores portugueses. Autores portugueses mostraram-se indignados com o que classificam de “Index” e “livros da fogueira”.

Plural Media e Macau Closer celebram jogo na Livraria PortuguesaA Plural Media e a Macau Closer apresentam esta quinta-feira na Livraria Portuguesa o livro comemorativo de dez anos de jogo em Macau. A apresentação de “10 Years of Gaming Sucess” conta com a presença de Ricardo Pinto, director da Plural Media, e do editor do livro, Christopher Cottrell, professor associado da Universidade de Macau (UMAC), entre outros.

O jornalista Antó-nio José Vilela, autor do livro “Os segredos da

Maçonaria Portuguesa”, que é apresentado quinta-feira, em Lisboa, afirma, nesta sua obra, que “os maçons estão em todos os distritos portugueses”.

A obra, que cita e repro-duz documentos internos maçónicos, é apresentada esta quinta-feira, na Livraria Bertrand Chiado, em Lisboa, por Eduardo Dâmaso, direc-tor adjunto do jornal Correio da Manhã.

No texto de abertura da obra, o autor afirma que “há organizações que urge desvendar, de forma inde-pendente e sem amarras”, sendo uma delas a Maço-naria Portuguesa, à qual dedica mais de dez anos de investigação.

No mesmo texto, o jor-nalista garante que a infor-mação contida no livro, em que refere vários nomes da política e figuras públicas, foi através de “dezenas de fontes”.

Vilela sublinha que “nun-ca foi maçon, nem sequer

Autor de “Os Segredos da Maçonaria Portuguesa” afirma que há maçons em todos os distritos da país

Dez anos de investigaçãoaspira a sê-lo ou tem algo contra a Irmandade portu-guesa”, e enfatiza que o livro resulta de “uma investigação jornalística”.

António José Vilela cita vários documentos internos da maçonaria e reproduz alguns em anexos, como “a instalação” de maçons em determinada loja (desig-nação dadas às diferentes células da organização), atas de reuniões, decretos, convi-tes feitos a personalidades, propostas de orçamento e até o “questionário de iniciação maçónica”.

O livro discrimina as diferentes “lojas” dispersas por todo o território nacio-nal e os seus respectivos responsáveis, em Outubro de 2006. Ficamos assim a saber, por exemplo, que na “loja Gomes Freire”, em Leiria, o “venerável mestre” era Eduardo Jorge Fatela dos Santos, fazendo ainda parte Alfredo Sousa Gomes, “representante na Grande Dieta”, Rui Pedrosa, como “primeiro vigilante”, e Manuel Silva Branco, como segundo, sendo “experto” José Manuel Carvalho Fava.

No total são referencia-das 58 lojas em Portugal e uma em Macau, várias localizadas em Lisboa e no Porto, mas também em Almancil, Cartaxo, Arganil, Cascais ou Vila Real.

Nos Açores, em Angra do Heroísmo, há uma única loja, a “Vitorino Nemésio”, liderada pelo “venerável mestre” Dimas Costa Le-mos, fazendo também parte Jorge Paulus Bruno, como “representante e primeiro vigilante”, Júlio Dinis Lopes da Silva, como “represen-tante (suplente e segundo vigilante) e Francisco Jorge Silva Teixeira (primerio experto)”.

O autor lista também os “mestres veneráveis maçons e oficiais” da Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal no biénio 2009/10.

Ao longo do texto, sur-gem nomes de membros do actual e anterior Gover-no, como Miguel Relvas, autarcas como Isaltino de Morais, sendo ainda referida a festa maçónica abrilhantada pelo actor/imitador Fernando Pereira, entre outros factos.

O autor chega ao porme-nor de citar “sms” trocadas entre “maçónicos”.

Vilela, 44 anos, jornalis-ta na revista semanal Sába-do, é, desde 1999, professor assistente do instituto de Ciências Sociais e Políticas, de Lisboa, e já recebeu o Prémio Reportagem Segu-rança Rodoviária (1999) e Orlando Gonçalves/Câmara da Amadora (2004).

Este é o quinto título do jornalista que, no ano pas-sado publicou “Salazar e a conspiração do Opus Dei”.

HM - 31.01.13 (1ª vez)Acção ordinária n.º cV1-11-0070-cAo 1.º Juízo

Autora: KonG Sio LAn, residente em Macau, Avenida do Nordeste, Edf. Polytec Garden (Bloco 5), 21º andar AJ.Interveniente Principal: CHAN SAO KUONG, divorciado, titular do BIRM n.º 7411787(0), com última residência conhecida em 1.中國江門市蓬江區象山新村114號302室.Réus: ZHU HAoRAn, casado, de nacionalidade chinesa, titular do BIRm n.º 1382376(0), residente em Macau, na Rua do Capão, n.º 34, Edf. “Io Cheong”, 5º andar “A”;DEnG QinXiE, casada, de nacionalidade chinesa, titular do BIRM n.º 1382299(4), residente em Macau, na Rua do Capão, n.º 34, Edf. “Io Cheong”, 5º andar “A”.

•••FAZ-SE SABER que pelo 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de

R.A.E.M., correm éditos de TRinTA DiAS contados a partir da segunda e última publicação deste anúncio, citando o Interveniente Principal cHAn SAo KUonG, para no prazo de TRinTA DiAS, findo o dos éditos, querendo intervir no processo como parte principal activa, podendo oferecer o seu articulado próprio ou declarar que faz seus os articulados dos autores ou dos réus nº. 3, do artº. 269º. do c.P.c., com a advertência de que, se intervier no processo findo tal prazo, terá de aceitar os articulados da parte a que se associa e todos os actos e termos já praticados � nº. 4, do artº. 269º. do c.P.c., sendo que, nesta hipótese, a sentença apreciará o seu direito e constituirá caso julgado – nº. 1, do artº.270º. do c.P.c..

Tudo como melhor consta do despacho que ordena o chamamento e do duplicado da petição inicial no qual é requerida a sua intervenção, arquivados neste Juízo e que será entregue ao citando, logo que solicitado, e de que a falta de contestação, em caso de revelia absoluta, não importa o reconhecimento dos factos articulados pela Autora.

É obrigatória a constituição de advogado caso seja deduzida contestação. (art.º 74º do C.P.C.M.)

HM - 31.01.13 (1ª vez)Divórcio Litigioso n.º cV1-12-0048-cDL 1º Juízo cível

Autora: Ao PoU cHU (歐寶珠), casada, titular de bilhete de identidade de residente permanente de Macau, residente em Macau, 下環街廣發大廈

30號5樓B座.Réu: cHAn Kin iP (陳建業), masculino, titular de bilhete de identidade de residente permanente de Macau, com última residência conhecida em Macau, 高樓街禦景花園14樓B座, ora ausente em parte incerta.

***

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando o réu cHAn Kin iP (陳建業) acima identificado, para no prazo de TRINTA DIAS, findo dos éditos, contestar, querendo, a petição inicial dos autos de divórcio litigioso acima indicados, apresentada pela autora, na qual pede a autora que seja decretado o divórcio entre ela e o réu, tudo como melhor consta da petição inicial, cujo duplicado se encontra nesta Secretaria à sua disposição, sendo obrigatória a constituição de advogado, nos termos do artigo 74º do Código Processo Civil. O réu será expressamente advertido de que a falta de contestação não importa reconhecimento dos factos articulados pela autora e o referido processo seguir os seus termos à sua revelia.

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quinta-feira 31.1.2013desporto16

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HM - 31.01.13 (2ª vez)interdição n.º cV2-13-0011-cPE 2º Juízo cível

Requerente: o MiniSTÉRio PúBLico.Requerido: HUAnG YUQiAn.

***

O MERETÍSSIMO JUIZ DO 2º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.: FAZ SABER que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, contra HUAnG YUQiAn, solteiro, nascido em 07/10/1974, filho dos Wong Man Pok e Che Oi Man, titular do BIRM nº.1520108(0), residente em Macau, na Rua da Tribuna, Edf. Chun Pek, BL 2, 14º andar F, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica. Macau, em 18 de Janeiro de 2013.

*****

Rita Marques [email protected]

Foi hoje aprovado em Boletim Oficial o novo concurso que prevê a demolição da Torre de

Controlo do Edifício do Grande Prémio de Macau (GP) - marca da partida da “Corrida da Guia” -, que evidencia as datas para o início do maior evento desportivo, com lugar em Macau há já 59 anos. O actual edifício, concluído em Novembro de 1993, foi construído pelo arquitecto Mário Duque, que garantiu o Prémio de Arquitectura de Macau no ano anterior.

O departamento tutelado por Cheong U, Secretaria para os As-suntos Sociais e Cultura, aprovou ainda um concurso público que irá ser lançado no próximo dia 26 de Fevereiro e decorrerá durante os três meses seguintes para adjudi-car as “Obras de Demolições e de

o guarda-redes interna-cional português Beto

chegou esta quarta-feira a Sevilha, com o objectivo de realizar os testes médicos habituais antes de assinar, por empréstimo do Spor-ting de Braga até final da época, informou o clube andaluz.

O Sevilha, que trans-feriu na sexta-feira Diego López para o Real Madrid, ficou apenas com Andrés Palop na equipa principal e na terça-feira chegou a acordo com o Sporting de Braga para a cedência do guarda-redes.

Segundo fonte próxima do negócio, o clube espa-nhol ficou com opção de compra no final do emprés-timo sobre o internacional português, de 30 anos, que era o titular da baliza bracarense e que ainda no sábado alinhou na derrota frente ao Benfica (2-1).

Internacional português já está em Espanha para realizar testes médicos

Beto vai jogar no Sevilha até final da temporada

Comissão do Grande Prémio de Macau lança concurso para construção da nova torre de controlo

Ícone de corridas vai abaixo

Fundações para a Nova Torre de Controlo do Edifício do Grande Prémio de Macau”. A execução da obra está prevista ficar concluída nos três meses seguintes, o que significa que a nova torre deverá estar erguida entre finais de Agosto e inícios de Setembro.

Apenas a torre de controlo pa-rece estar na mira desta intenção de

a linha da meta para outro lugar, tal como aconteceu da última vez”, invocou a fonte. “Se ficar no mes-mo sítio, será que precisa de mais área para a torre do GP? Haverá novas equações da corrida?” Por outro lado, explica a figura ligada ao projecto, pode “não ter condi-ções para responder a exigências actuais, como a capacidade total”.

A Comissão do Grande Prémio de Macau, entidade responsável pela obra, preferiu não prestar declarações ao Hoje Macau sobre os factores que levou a esta deci-são, pelo facto do coordenador do organismo, João Manuel Costa An-tunes, estar ausente do território.

No entanto, de acordo com o documento hoje publicado, haverá uma sessão de esclarecimento no próximo dia 5 de Fevereiro para dar conta de mais pormenores sobre o projecto.

Para já, e de acordo com o anun-ciado objecto da empreitadas, estão previstos trabalhos de demolição da torre existente em estrutura de betão armado, incluindo protec-ções, contenções de segurança, sinalizações e realização de fun-dações da Nova Torre de Controlo em estacas metálicas. Ainda não foi avaliado qualquer orçamento para a obra, de acordo com o publicado em Boletim Oficial.

demolição e não o edifício contí-guo, do Grande Prémio de Macau. Porém, quando foi decidido arran-jar novo lugar para a 40ª edição do GPM, o Governo optou por não demolir a antiga torre de controlo que hoje se mantém situada em frente ao antigo Hotel Mandarim, na Avenida da Amizade. “Se há uma estratégia de memórias da

torre do Grande Prémio porque é que neste caso é logo a torre que vão demolir e não o edifício?”, questiona fonte conhecedora do projecto ouvida pelo Hoje Macau.

O edifício do Grande Prémio foi no ano passado sujeito a obras várias de conservação e reparação, de acordo com concurso lançado em Julho último, porque “se um edifício tem respostas mais exi-gentes” merece uma “manutenção mais frequentemente” em vez da obrigatória, por legislação, de cinco em cinco anos, indica. Algo que tem lugar todos os anos, em vésperas do Grande Prémio. Desta forma, a necessidade de manuten-ção da estrutura, que conta com duas décadas de vida, pode não ser a razão por trás da destruição da actual torre de controlo. Por isso, os motivos podem ser de outra ordem: por exemplo, a operacionalidade. “Se há necessidade de mudar a torre do para outro sítio, passando

A urgência do Sevilha em contratar um guarda--redes deveu-se não só à sa-ída de López, mas também à lesão de Andrés Palop, que obrigou o clube a jogar com Julian Cuesta, da equipa B, frente ao Granada.

Beto foi titular indiscu-tível dos “arsenalistas” no campeonato e na Liga dos Campeões, com excepção de dois jogos, um em cada competição, tendo apenas sido suplente de Quim nas taças da Liga e de Portugal.

Para o lugar de Beto, o Sporting de Braga já encontrou uma solução, com a entrada do russo Stanislav Kritsyuk, de 22 anos, ex-Kademiya Tolyatti, da terceira divisão daquele país.

O jovem guardião é internacional pela Rússia e assinou pelo Sporting de Braga, confirmou fonte oficial dos minhotos.

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Sala 1thE IMpoSSIblE [C]Um filme de: issara nadee, patchanon Thumjira, Kirati nakintanonCom: apinya Sakuljaroensuk, peter Knight, ray Macdonald14.30, 16.30, 21:45

lES MISÉRablES [b]Um filme de: Tom hooperCom: hugh Jackman, anne hathaway, russel Crowe, amanda Seyfried, eddie redmayne, aaron Tveit, Samantha barks, helena bonham Carter, Sacha baron Cohen19.00

Sala 2thE towER [C](Falado eM Coreano legendado eM ChinêS e inglêS)Um filme de: Kim Ji-hoon14.30, 16.45, 19:15, 21:30

Sala 3

Robot & fRank [C]Um filme de: Jake SchreierCom: Frank langella, Susan Sarandon, James Marsden, liv Tuler14.30, 16.05, 17:45, 21.45

thE GRanD MaStER [b](Falado eM CanTonêS e MandariM legendado eM ChinêS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang19.30

quinta-feira 31.1.2013 17www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | pUb

TDM13:00 TdM news - repetição13:30 Jornal das 24h rTpi14:45 rTpi direCTo19:00 Montra do lilau (repetição)19:30 resistirei20:30 Telejornal21:00 TdM Talk Show21:30 perdidos Sr.622:10 escrito nas estrelas23:00 TdM news23:30 herman 201300:30 Telejornal (repetição)01:00 rTpi directo

inForMaçÃo TdM

RTpi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 portugal a preto e branco15:00 Saudades da Fábrica – Centenário da Fábrica CUF16:00 bom dia portugal 17:00 decisão Final17:45 Vingança18:30 grandes Quadros portugueses19:00 Maternidade 20:00 Jornal da Tarde 21:15 o preço Certo22:00 portugal no Coração

30 - ESpN13:00 Chang World of Football 2012/13 13:30 The Football review 2012-201314:00 accu-Stats 8-ball invitational 201215:30 aFF Suzuki Cup 2012 Thailand vs. Malaysia17:30 big Ten Conference basketball 2012/13 indiana vs. purdue19:30 (liVe) Sportscenter asia 2013 liVe 20:00 abl Crossover 2013 20:30 Fina aquatics World 2013 21:00 The Football review 2012-2013 21:30 global Football 2012/13 22:00 Sportscenter asia 2013 22:30 Thursday Fight night with UFC

31 - STAR Sports12:30 Sports Max 2012/13 13:30 Fina aquatics World 2013 14:00 australian open 2013 Women’s doubles Final/Mixed doubles Semifinal15:30 australian open 2013 Women’s Singles & Men’s dbls Finals17:00 inside Sailing 2013 17:30 V8 Supercars Championship Series - highlights19:30 australasian Safari 2012 20:30 australian open 2013 night #14 highlights21:30 (liVe) Score Tonight 2013 22:00 hua hin World Tennis invitation 23:30 Fina aquatics World 2013

40 - FOX Movies11:20 The Conspirator13:25 hook15:50 The Switch17:35 i don’t Know how She does it19:10 a lot like love21:00 50/5022:40 World Without end

41 - HbO11:15 Take Shelter13:15 Terminator 315:05 loch ness 16:45 Fat City 18:45 The Maiden heist20:15 50 First dates22:00 Crazy, Stupid, love 00:00 anacondas

42 - Cinemax12:15 The last of The Mohicans14:10 Striptease16:00 The bastard 17:30 White Water Summer19:00 beavis and butt-head do america20:20 Fortress 22:00 My Soul To Take 23:45 d.C. Sniper

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HORiZONTAiS:1-nome de homem. importuna, maçadora. 2-benéfica. a casa de habitação. ninho. 3-Trabalha, funciona. abaladas. 4-passada através de filtro. nome de mulher. 5-dia da semana (pl.). 6-a pessoa com quem se fala. parte do vestuário que cinge o pescoço (pl.). ermo, solitário. 7-doença. 8-desisti em favor de outrem. Ciência da moral. 9-nome de homem. Missa anual para sufrágio (ant.). 10-nome de mulher. acusado. doei. 11-hora de descanso. Tece, entrelaça.

vERTiCAiS:1-Fruto do abacateiro. procedimento rápido (interj.). 2-o último numa série de nove. Concorda, dá de si. 3-atribuidas. Mulheres atrevidas, brejeiras (gír.). 4-golpe de adaga. 5-o (ant.). extingui, revoguei. regimento de artilharia (abrev.). 6-gemido. Vamos!. igreja patriarcal. 7-Cromo (s.q.). anos. nome antigo da actual nota musical dó. 8-açúcar produzido pelas fibras musculares. 9-Caminhes. Também, apesar. 10-Titias. abatem-se. 11-preposição e artigo (pl.). nome de mulher.

horiZonTaiS:1-andre. ChaTa. 2-boa. lar. nio. 3-anda. i. idaS. 4-Coada. ineS. 5-a. SabadoS. r. 6-TU. golaS. So. 7.e. Maladia. S. 8-Cedi. eTiCa. 9-ZeCa. S. anal. 10-ada. reU. dei. 11-SeSTa. TraMa.VerTiCaiS:1-abaCaTe. ZaS. 2-nono. U. Cede. 3-dadaS. MeCaS. 4-r. adagada. T. 5-el. aboli. ra. 6-ai. ala. Se. 7-Cr. idade. UT. 8-h. inoSiTa. r. 9-andeS. ainda. 10-TiaS. S. CaeM. 11-aoS. roSalia.

REgRAS |insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3x3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SolUçÃo do probleMado dia anTerior

Aqui há gatoRECOLHA DE RESíDUOS, UM PRiMEiRO PASSOHá alguns meses, uma reportagem do canal português da TDM deu conta de uma problemática que assola Macau, mas que julgo ser comum em muitos lugares no mundo: grande parte do lixo que produzimos são restos alimentares. Sendo a RAEM um lugar turístico por excelência, essa questão torna-se ainda mais grave, sobretudo quando sabemos que há pessoas com dificuldades em comprar alimentos. Mas eis que ontem o instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (iACM) resolveu dar uma boa notícia à sua população, para lá dos muitos projectos estranhos que lança para a sociedade. Perante uma pergunta de Paul Pun, secretário-geral da Caritas, Raymond Tam, presidente do iACM, garantiu que está a ser feito um plano nas escolas para que os mais novos aprendam a racionar resíduos, mas mais do que isso, a olhar para os alimentos que deitam para o lixo. Depois, garantiu que os restaurantes podem vir a ser incluídos neste plano. Na minha opinião, é importar ensinar os miúdos desde cedo, mas os restaurantes deveriam ser incluídos nos planos JÁ. É extremamente urgente e importante que os restaurantes dos casinos possam ceder os alimentos que sobram ao fim do dia à Caritas e outras associações de matriz social. Não custa dinheiro a ninguém e ainda pode fazer muitas famílias felizes. É uma questão de passar rapidamente das palavras aos actos, o que muitas vezes é difícil o iACM concretizar. Contudo, o plano nas escolas é, pelo menos, um primeiro passo.

uM DiA DiFíCiL • Mark Owen, Kevin MaurerDe forma absolutamente inédita, Um Dia Difícil revela todos os detalhes desde o planeamento até ao desenlace da operação contra Osama Bin Laden, num relato extraordinário e empolgante de um dos militares que o confrontaram até à morte. Mark Owen (pseudónimo destinado a proteger a identidade do autor) participou em algumas das mais me-moráveis operações dos Navy SEALs — a força de operações especiais da Marinha Norte-americana — sempre integrado no SEAL Team Six, a unidade de elite de luta antiterrorismo. Um Dia Difícil coloca o leitor na pele de Owen, fazendo-o sentir-se parte integrante da equipa de vinte e quatro especialistas, enquanto preparavam e executavam a missão mais difícil das suas vidas. Este livro é uma peça essencial da História contemporânea. Aqui se incluem fielmente, e pela primeira vez, os pormenores da missão, incluindo os detalhes estratégicos e os planos de contingência que a equipa de Owen foi obrigada a seguir — desde a queda do helicóptero que poderia ter determinado um desfecho trágico da missão, até à comunicação via satélite com o Presidente Obama confirmando a morte de Bin Laden.

O MuNDO FANTáSTiCO DE TOM gATES • Liz Pichon, Rita GrañaTom Gates é mestre em arranjar desculpas para não fazer os trabalhos de casa. Atacado por cães, água derramada nos cadernos ou ter sido atingido por raios, são apenas alguns dos argumentos bem divertidos que Tom arranja para tentar enganar os pais. Sem contar com o tempo gasto a chatear a irmã Adelia. Os livros escolares de Tom estão sempre cheios de rabiscos, balões com desenhos e pensamentos. Depois de conseguir a nota máxima pelo trabalho escrito nas férias “Acampar é uma seca”, as notas de Tom começam a piorar de dia para dia. É uma pena, pois Tom está desesperado para impressionar Amy Porter, a rapariga inteligente que se senta ao lado dele na sala de aula. Pu Yi

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quinta-feira 31.1.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

m sábado chuvoso de inverno. A noite cai e o vento sopra modera-do. Nos arredores de Leiria esse mesmo vento assustou quantos se encontravam no interior das suas casas. O sentimento era de

preocupação porque as notícias não augu-ravam nada de bom. Os serviços meteoro-lógicos sublinhavam a particularidade do vento poder transformar-se em muito forte com rajadas quase ciclónicas. As populações de norte a sul de Portugal começaram a precaver-se e quem habitava moradias isola-das procurou abrigo em casas de familiares. Durante a noite a previsão concretizou-se e as rajadas de vento chegaram aos cento e quarenta quilómetros por hora. Ciclónico e medonho. Assustador e destruidor. As chuvadas e a ventania começaram a fazer os primeiros estragos de lés-a-lés. Uma fábrica ficou totalmente sem telhado e que viu toda a sua maquinaria e materiais destruídos. milhares de árvores que foram derrubadas. Em Faro, Beja, Setúbal, Lisboa, Sintra, Por-talegre, Leiria, Aveiro, Viseu, Porto, Braga e tantas outras cidades acordaram debaixo de um vendaval terrível e que deixou a paisagem num caos. Automóveis destruídos, inunda-ções em garagens, sementeiras de batatas e

da estre laCarlos M. Cordeiro

O vendaval do cobre

Passada uma semana e meia ainda a EDP, empresa de fornecimento de energia, não tinha resolvido o problema em vários locais. Certamente que não podiam atirar a culpa para os chineses. Eles compraram grande parte da empresa mas nada têm a ver com a eficiência técnica que deve ser accionada em casos de catástrofes da natureza

de outros legumes que nunca mais irão parar aos mercados municipais. muitas residências com estores e vidros partidos provocando um prejuízo imenso e generalizado no seio dos habitantes. Cabos de alta e média tensão deitados abaixo provocando o corte do abas-tecimento de electricidade e água nos mais recônditos lugares de um país que não faz parte do mapa dos tufões e ciclones. Barcos de pesca que foram arrastados pela força dos ventos acabando destruídos sobre os cais.

Numa residência em Pombal, distrito de Leiria, um casal com quatro filhos sentiu

cartoon corea do sul lança o próprio satélitepor Steff

num ápice a sua casa ficar sem qualquer telha. A inundação da casa foi instantânea. O frio era imenso e os bombeiros não tinham mãos a medir. Só em Lisboa foram emiti-dos mais de dois mil pedidos de socorro. Socorrer quem estava no meio da rua sem energia eléctrica ou em apuros no interior de um carro que tinha sido abalroado por uma árvore que acabara de cair. A paisa-gem traçava um quadro de devastação e quase de terror. Vários centros comerciais modernamente construídos com chapas de zinco ou de contraplacado tinham sido

invadidos pela água das chuvas. As estufas dos mais variados frutos tinham voado e os seus proprietários lamentavam - perante as câmaras de televisão - todo o horror que tinham vivido e como os dinheiros de uma vida tinham ido por água abaixo. A destruição foi de tal forma prejudicial que deu lugar a uma visita a alguns dos locais atingidos por parte da ministra da Agricultura. Os políticos aparecem sempre nas graças e nas desgraças. Prometem mundos e fundos, mas passados meses, e por vezes anos, nada aconteceu de apoio às populações atingidas.

Passados três, quatro e cinco dias ainda muitas das populações atingidas pelo ven-daval se encontravam sem energia eléctrica ou água. Primeiro estranha-se e depois entranha-se. Qual a razão para que os postes de média e alta tensão ainda não estivessem a funcionar em pleno, uma pergunta que se foi alargando à generalidade da comunicação social. Passada uma semana e meia ainda a EDP, empresa de fornecimento de energia, não tinha resolvido o problema em vários locais. Certamente que não podiam atirar a culpa para os chineses. Eles compraram grande parte da empresa mas nada têm a ver com a eficiência técnica que deve ser accio-nada em casos de catástrofes da natureza. No entretanto, tinha de existir uma justificação plausível que permitisse o entendimento da lacuna correspondente à falta de energia que afectava milhares de pessoas. A razão de tal desiderato -perturbador de quantos viram os seus alimentos estragarem-se nas arcas congeladoras, daqueles que não podiam ver a sua telenovela sagrada e de todos para quem a internet já é um modo de vida – viria de semblante carregado e a perturbar quem ainda pensa que o crime não compensa. Um quadro director da EDP veio a público e anunciou o inesperado: “Todos os dias estamos a tentar reparar as avarias, mas deparamo-nos com um flagelo aterra-dor. Por todo o lado existem umas espécies de brigadas que roubam o cobre dos cabos eléctricos...”.

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19opiniãoquinta-feira 31.1.2013 www.hojemacau.com.mo

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OmO produto de quase cinco séculos de ocupação por parte de uma potência estrangeira ocidental e cristã, não surpreende que ma-cau seja hoje um território onde a Igreja Católica tenha ainda uma

presença significativa. A sua influência che-gou a ser esmagadora, e até há menos de um século quem estava contra o clero, não tinha um grande futuro pela frente na Cidade do Santo Nome de Deus – um nome que assenta como uma luva ao antigo enclave português. A Igreja mandava na educação, encarregava--se das instituições sociais, do registo civil e da caridade, e tinha uma palavra a dizer na política. Seria impensável que a colónia tivesse um Governador laico ou ateu, e nem o evento da Primeira República alterou esta tendência. O trabalho de casa tinha sido bem feito, e a comunidade macaense foi sempre temente a Deus e nunca vacilou na hora de demonstrar a sua religiosidade e obediência incondicional à Diocese local.

macau deve ser a única cidade do mun-do onde todas as freguesias são baptizadas com o nome da Igreja que serve os seus residentes. Assim temos as freguesias da Sé, S. Lourenço, Sto. António, S. Lázaro e Nossa Senhora de Fátima na península de macau, Nossa Senhora do Carmo na Taipa, e S. Francisco Xavier em Coloane. mesmo a toponímia do território é pontuda com nomes de santos ou padres, muitos deles completa-mente desconhecidos, ou outra dedicatória aos mistérios do divino. O respeito é mais que muito, e seria desastroso não incluir o direito à liberdade de culto na elaboração da Lei Básica que serve de mini-constituição à recentemente criada Região Administra-tiva Especial de macau. O desrespeito pela fé cristã por parte da nova administração chinesa nunca seria bem recebida pelos inúmeros fiéis.

A Igreja Católica é um dos principais intervenientes da génese do macau moderno. Os salesianos em particular tiveram e têm um papel preponderante na educação, e algumas das instituições de ensino da sua tutela são ainda consideradas de grande qualidade, apesar da discutível opção pelas escolas unissexuais. O feito mais assinalável terá sido durante a Guerra do Pacífico, no início dos anos 40, quando a Igreja pressionou a administração colonial a abrir as fronteiras a milhares de refugiados do continente, e cujas gerações constituem actualmente uma grande fatia da população chinesa de macau, dos “oumunyan”. A Igreja Católica esteve sempre atenta às necessidades da população mais pobre, e mesmo os pagãos podiam

Não fui abençoado com a virtude da fé, nem me revejo na arrogância do ateísmo, e por isso sento-me na muralha do agnosticismo, que sempre assumi. Contudo não consigo imaginar Macau sem o lado Católico, uma mancha indelével na matriz deste pequeno território asiático. Aprecio os seus aspectos positivos, o do humanismo, o da caridade, as acções em prol do bem e os ensinamentos do amor pelo próximo. Quanto ao resto temos todo o tempo do mundo para discutir. E depois se verá, quando se esgotar o nosso tempo terreno e for preciso prestar contas. Ou talvez não…

macau dos crentes

contar com uma refeição gratuita, contando que assistissem a uma hora de missa. muitos foram convertidos, acedendo à intenção subliminar do prelado local.

Com o poder vem naturalmente o dinhei-ro. A Diocese local foi imune a qualquer crise, e contou sempre com a generosidade inata dos fiéis e a cumplicidade dos conse-cutivos governos. Há alguns anos a Igreja detinha uma parcela significativa dos ter-renos, e mesmo a área que é hoje ocupada pelos templos, escolas, seminários e outros locais de culto é invejável. A Igreja é imune à especulação imobiliária que grassa em Macau, mas isso não significa que rejeite um “pézinho de dança” quando se trata de entrar nesse jogo. Afinal é para o bem das alminhas, que quanto mais generosas forem em vida, mais recompensadas serão no Éden. Amén.

O amor que a Igreja nutre pelo seu rebanho é devidamente correspondido. Os cristãos de macau, especialmente os portugueses e macaenses respondem com prontidão aos chamamentos da fé, e é co-mum encontrar gente de todos os estratos sociais, origens e condição social a praticar

o catolicismo regularmente, contrariando a tendência dos países mais desenvolvidos, onde uma grande dose de pragmatismo leva a um nítido afastamento do exercício da re-ligião, e até a alguma indiferença pelas suas instituições. Em pleno século XXI, o amor e temor a Deus neste pequeno cantinho do sul da China estão bem e recomendam-se.

As festividades religiosas são tão con-corridas ao ponto de serem sempre notícia nos média, cada uma a seu tempo. Antes da Páscoa temos a tradicional procissão do Senhor dos Passos, uma representação da paixão de Cristo que em tudo se assemelha a um funeral, com o caixão e a efígie do Salvador a serem transportados pelas ruas do território. A sexta-feira santa é marcada pelo cerimonial de “correr as igrejas”, uma singela homenagem ao calvário de Jesus, e o próprio Domingo de Páscoa é celebrado de forma efusiva, com reuniões familiares e o cumprimento de rituais que só encon-tra paralelo na celebração do Natal. Uma devoção de causar inveja a alguns países assumidamente católicos mas onde o culto e as vocações se debatem com uma “crise” em termos de adesão.

Em Maio, no dia 13, os fiéis acorrem à procissão em homenagem às aparições da Virgem aos três pastorinhos de Fátima, uma romagem que pouco fica a dever ao seu original. A subida da imagem de maria à Ermida da Penha reveste-se de um carácter quase obrigatório, e pouco importa a muitos dos peregrinos a distância daquela realidade portuguesa ou a própria credibilidade das aparições, de carácter questionável. O culto mariano é praticado em macau de corpo in-teiro, bem como os restantes dias santos. Não existe contradição, dúvida ou paradoxo que dilua a devoção dos crentes locais. mesmo o Carnaval, a festa profana que antecede a Quaresma, tem no território uma tradição respeitável; o pandemónio carnavalesco e a entrega aos caprichos próprios da fraqueza da carne eram vistos como uma forma de catarse, o cumprimento de um cerimonial que terminava com a redenção e o arrepen-dimento no Domingo da ressurreição. Uma autêntica maratona da fé.

As missas que se realizam um pouco por todo o território em língua portuguesa, chinesa ou inglesa em todas as paróquias são sempre concorridas, e evidenciam o cumprimento da liberdade de culto que havia sido prometida pelos intérpretes da transição. A Igreja católica-romana e o Vaticano continuam a ter aqui a sua “tasca chinesa”, ao contrário do que acontece no continente, onde a “igreja patriótica” dita as regras da adoração a Cristo, que se vivesse hoje “aprovaria o partido único”, lógico. mesmo esta realidade é encarada com normalidade, sem grande espaço para polémicas e controvérsias. Assim como em muitos outros vértices da vivência entre o Ocidente e Oriente, macau podia muito bem servir de ponte a um eventual entendimento entre a Santa Sé e Pequim, caso existisse mesmo uma vontade mútua. É mesmo assim esta relação entre este pequeno território temente a Deus e obediente ao gigante do outro lado da fronteira: pacífica.

Não fui abençoado com a virtude da fé, nem me revejo na arrogância do ateísmo, e por isso sento-me na muralha do agnos-ticismo, que sempre assumi. Contudo não consigo imaginar macau sem o lado Cató-lico, uma mancha indelével na matriz deste pequeno território asiático. Aprecio os seus aspectos positivos, o do humanismo, o da caridade, as acções em prol do bem e os ensinamentos do amor pelo próximo. Quanto ao resto temos todo o tempo do mundo para discutir. E depois se verá, quando se esgotar o nosso tempo terreno e for preciso prestar contas. Ou talvez não…

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Page 20: Hoje Macau 31 JAN 2013 #2784

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quinta-feira 31.1.2013www.hojemacau.com.mo

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Cecília [email protected]

O secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam,

afirmou esta terça-feira, citado pelo jornal Ou Mun, que os salários das empregadas domés-ticas vindas do Continente vão ter como referência os que já se praticam na China, mas tendo em conta ainda as regras do mer-cado local. Contudo, a Associa-ção dos Serviços Domésticos de Cantão (ASDC) já veio defender que Macau precisa de oferecer salários bem mais elevados para atrair empregadas qualificadas. O aumento deveria ser o dobro, na opinião da entidade.

Ao canal chinês da TDM, Mo Xiaoying, secretária-geral da ASDC, disse que a política para a contratação de emprega-das domésticas pode atrair as mulheres das regiões do interior com salários mais baixos, mas que para atrair o profissionalis-mo é preciso ir mais além. “Os patrões de Macau precisam de oferecer salários mais altos, devido ao aumento do consumo em Macau e tendo em conta a saída da terra natal.”

“As empregadas domésticas qualificadas têm um patrão es-tável, e as famílias deveriam no mínimo duplicar o salário para atrair as domesticas do Continen-te que possuem qualidade no seu trabalho”, frisou Mo Xiaoying, acrescentando que vai promover uma formação especial para que as funcionárias possam responder às exigências do tra-balho na RAEM. Mo Xiaoying

relevou ainda que a associação vai modificar a classificação das empregadas de três classes para cinco.

EmprEgada Em disCurso dirECtoA responsável deu ainda o exemplo de Cantão, em que as empregadas mais qualificadas e reconhecidas têm certificados e possuem idades compreendidas entre 35 e 40 anos, sendo inclu-sivamente mães. “Este tipo de empregada tem um salário de quatro mil renminbi por mês. Acredito que quando a politica ficar mais estável, as casas vão ter requisitos mais elevados e vai haver mais vontade para recrutar empregadas da China.” Recorde-se que o Governo vai apenas importar empregadas oriundas de Guangdong e Fujian, regiões de onde vêem a maioria dos membros da comunidade chinesa residentes em Macau.

May Yao é de Cantão e actu-almente ganha seis mil renminbi mensais, cerca de 7500 patacas. À TDM, disse que trabalha na área há três anos, tendo sido pro-fessora num jardim de infância. Empregada por uma família, o seu trabalho é tratar da casa seis dias por semana, bem como ensinar os filhos dos patrões nos trabalhos da escola.

Caso o salário em Macau for semelhante, prefere continuar em Cantão. “As casas de Macau com um nível de educação e cultura mais elevado devem ter requisitos mais altos também. Se o salário for pouco superior, pre-firo ficar com a minha família.”

Francis tam disse que salários serão semelhantes aos do Continente

Associação quer a duplicar