hoje macau 17 out 2011 #2473

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PUB Património UNESCO PUXA ORELHAS MAS NÃO APLICA SANÇÕES • Página 11 AL REGRESSA HOJE DE FÉRIAS MAIS DEBATE, MAIS TEMPO TEMPO POUCO NUBLADO MIN 21 MAX 28 HUMIDADE 40-75% CÂMBIOS EURO 11.0 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 17 DE OUTUBRO DE 2011 ANO XI Nº 2473 PUB Ter para ler EUA criticam falta de democracia em Macau Perdidos no tempo O facto de só haver uma minoria de deputados na Assembleia Legislativa eleita por sufrágio directo limita mui- to a participação pública na tomada de decisões políticas. Essa é uma das conclusões do relatório anual sobre direitos humanos na China feito pelo Congresso e pelo Governo dos Estados Unidos. A corrupção, dizem os norte- -americanos, é um problema muito sério em Macau. > PÁGINA 4 Deputados fazem sugestões daquilo que deve ser mu- dado. Querem mais tempo de antena e mais frente-a- -frente. >Página 5 Escola Portuguesa A MELHOR DE TODAS NO ESTRANGEIRO • Página 7 Revisão legislativa UMA RODA--VIVA DE PROJECTOS PARA APROVAR • Página 6

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Edição do Hoje Macau de 17 de Outubro de 2011 • Ano X • N.º 2473

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Page 1: Hoje  Macau 17 OUT 2011 #2473

PUB

Património

UNESCO PUXA ORELHAS MAS NÃO APLICA SANÇÕES

• Página 11

AL REGRESSAHOJE DE FÉRIAS

MAIS DEBATE, MAIS

TEMPO

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 21 MAX 28 HUMIDADE 40-75% • CÂMBIOS EURO 11.0 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 17 DE OUTUBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2473

PUB

Ter para ler

EUA criticam faltade democracia em Macau

Perdidosno tempoO facto de só haver uma minoria de deputados na Assembleia Legislativa eleita por sufrágio directo limita mui-to a participação pública na tomada de decisões políticas. Essa é uma das conclusões do relatório anual sobre direitos humanos na China feito pelo Congresso e pelo Governo dos Estados Unidos. A corrupção, dizem os norte--americanos, é um problema muito sério em Macau. > PÁGINA 4

Deputados fazem sugestões daquilo que deve ser mu-dado. Querem mais tempo de antena e mais frente-a--frente. >Página 5

Escola Portuguesa

A MELHORDE TODAS NO ESTRANGEIRO

• Página 7

Revisão legislativa

UMA RODA--VIVA DE PROJECTOS PARA APROVAR

• Página 6

Page 2: Hoje  Macau 17 OUT 2011 #2473

SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

MAIS de 600 mil pessoas são membros de clu-bes de golfe na China, um desporto que se

está a transformar numa “indústria próspera” e que até é classificado como o “ópio verde” pelo vício que provoca nos jogadores.

Numa reportagem do “China Daily”, jornal oficial em inglês, fica a saber-se que na China existem cerca de 600 campos de golfe, dos quais 65,6% de 18 buracos, 7,1% de nove buracos, 16,2% de 27 buracos e 11,1% de 36 buracos e que as perspectivas do negócio apontam crescimentos anuais de 20% no número de sócios dos clubes nos próximos cinco anos.

É o “ópio verde” como sublinha o empresário Li Xiaoming, 52 anos, entrevistado pelo jornal e que diz que a população chinesa atravessa um período de “golfmania”, ape-sar do número de praticantes da modalidade não exceder 0,1 por cento da população do país, uma percentagem muitos “buracos” abaixo dos 10 por cento de norte--americanos que jogam golfe.

Li Xiaming, que joga golfe há 16 anos quase todos os dias, foi campeão do torneio de amadores do país, participa no China Open desde 1995 e garante que depois de ter iniciado a prática da modali-dade até perdeu dez quilos e sente que o tempo não lhe retirou joviali-dade. O vício do golfe chegou por sugestão de um amigo, e ao início não despertou grande interesse por considerar um desporto de gente mais velha.

Com custos anuais entre os 100 mil e 1,7 milhões de yuans para garantir o cartão de membro de

A empresa chinesa Lenovo, que comprou a divisão de computadores portáteis da IBM

em 2004, tornou-se, este ano, o segundo fabri-cante mundial de PC, ultrapassando a Dell e a Acer, noticia o jornal “China Daily”.

No segundo trimestre de 2011, as vendas da Lenovo subiram 36% em relação a igual período do ano anterior, para 5900 milhões de dólares (4300 milhões de euros), no maior crescimento em mais

de duas décadas e que colocou a empresa logo a seguir à Hewett-Packard, disse o jornal, citando um relatório da empresa norte-americana IDC.

A Lenovo detém agora 13,7% do mercado mundial de PC, uma subida de 1,5 pontos em relação ao primeiro trimestre do ano, enquanto a Dell, que ocupava o segundo lugar, desceu de 12,9 para 12%.

A Hewett-Packard continua em primeiro lu-

gar, com uma quota de 18,1%, mas na China, que se tornou entretanto o maior mercado mundial do sector, à frente dos Estados Unidos, um em cada três PC vendidos no país é da marca Lenovo.

Há sete anos, a Lenovo comprou a divisão de computadores portáteis da IBM por 1.750 milhões de dólares (1.275 milhões de euros), na primeira grande aquisição do género efectuada por uma companhia chinesa.

ANTIGO MONGE TIBETANO TENTA IMOLAR-SE Um antigo monge tibetano tentou imolar-se pelo fogo perto de um mosteiro budista em Sichuan, fazendo subir para oito o número deste tipo de incidentes desde o início do ano, noticiou ontem a agência Free Tibet. Norbu Dathul, de 19 anos, gritou “liberdade para o Tibete” e “sua santidade o dalai lama deve regressar” antes de tentar imolar-se pelo fogo no sábado, num mercado de frutas e legumes da cidade de Aba, na província de Sichuan, onde vivem numerosos tibetanos. Os polícias apagaram as chamas antes de retirar o monge, referiu ainda a Free Tibet, com sede em Londres, citando fontes tibetanas no exílio. Um monge tinha incendiado os seus hábitos no mesmo local, no início de Outubro, antes de ser levado por polícias. Os tibetanos acusam Pequim de os perseguir em Sichuan.

EMBAIXADA EM PEQUIM REÚNE COM CHINESES LIGADOS A PORTUGALMais de uma centena de quadros chineses ligados a Portugal encontraram-se no sábado na Embaixada portuguesa em Pequim, no primeiro passo para criar uma associação destinada a manter os seus “laços culturais e afectivos” ao país. Será uma “associação muito informal” e “sem quotizações”, aberta a todos os chineses que estudaram português ou estudaram com professores portugueses, em Portugal ou na China, e cujo número está em rápido crescimento. “No levantamento que fizemos, para organizar esta primeira reunião, encontrámos mais de 900 nomes, mas serão, de certeza, alguns milhares”, disse o embaixador português na China, José Tadeu Soares. Entre os participantes figuravam estudantes chineses dos cursos de mestrado e doutoramento do ISCTE, numa parceria com instituições de Cantão e Chengdu.

LIDERANÇA DO PCC DEBATE DESENVOLVIMENTO CULTURALA liderança chinesa iniciou no fim-de-semana uma reunião de quatro dias dedicada ao “desenvolvimento cultural” do país. “A China está confrontada com oportunidades raras para o desenvolvimento cultural à medida que o país atinge um nível decisivo para construir uma sociedade globalmente próspera”, disse a agência Xinhua ao anunciar o plenário do Comité Central do PCC, que decorre até hoje. Há três semanas, os 25 membros do Politburo do PCC debaterem “um projecto de resolução do Comité acerca das reformas na área cultural”, indicou a mesma fonte, sem mais pormenores.

Mais de 600 mil chineses já fazem parte de clubes de golfe

O “ópio verde” da nova sociedadeum clube, o golfe tende a tornar--se um desporto popular e hoje, apesar dos inúmeros milionários a praticar a modalidade, está acessível a quem aufere um ven-cimento de cerca de 10.000 yuans

dadas as taxas entre os 600 e os 800 yuans para jogar num campo de 18 buracos.

No entanto, muitos dos clubes só aceitam que sejam membros a jogar, e cresce o número de asso-

ciados dos campos de golfe que proliferam no país. Mas também há campos, como o Bayhood Nº 9 Golf Clube, um dos mais requintados do país, que já não aceitam novos membros. Este cobra taxas de su-periores a um milhão de yuans na adesão ao clube.

Ao fim-de-semana, os pratican-tes da capital chinesa queixam-se da extrema dificuldade em conse-guirem um lugar para jogar nos campos que ladeiam uma das vias de cintura externa de Pequim e, por isso, muitos entusiastas preferem percorrer centenas de quilómetros até à província de Hebei, onde encontram espaço para jogar com mais facilidade.

Pequim, Xangai e as províncias de Guangdong e de Shandong li-deram o ‘ranking’ dos locais com o maior número de campos de golfe que ocupam em média entre 300 mil a 400 mil metros quadrados de área, no caso dos campos de 18 buracos.

Mas o número de campos de golfe na China está também a cau-sar problemas devido ao elevado consumo de água, razão que levou o Conselho de Estado a proibir a sua construção desde 2004. No entanto, a medida não foi acatada e o próprio jornal oficial refere que centenas de novos campos surgi-ram nos últimos sete anos, muitos dos quais apenas com a designação de “clubes de desporto e lazer”.

Por outro lado, o Governo chinês ordenou uma fiscalização mais apertada aos campos de golfe de forma a prevenir a utili-zação ilegal da terra e a garantir que a terra arável do país não é desperdiçada.

CHINESA LENOVO JÁ É O SEGUNDO FABRICANTE MUNDIAL DE PC

Americanos muito ultrapassados

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

3www.hojemacau.com.mo

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Mais de 600 mil chineses já fazem parte de clubes de golfe

O “ópio verde” da nova sociedade

OS dados mais recentes do comércio exterior mostram que as importações

chinesas mantiveram-se em Setembro; o volume de importações das mercadorias mais importantes alterou-se pouco em relação a Agosto. Mas se nos afastarmos dos dados mensais detalhados, veremos que 2011 não está a ser um ano forte. As importações de cobre e de soja caíram em relação a 2010. O crescimento das importações de petróleo teve forte queda.

E as coisas ainda podem piorar. O excesso de capacidade no sector imobiliário interno e o declínio na demanda pelos produtos chineses no exterior, com as exportações em queda pelo segundo mês consecutivo em Setembro, sugerem que virão tempos difíceis pela frente para os chineses, segundo analisa o jornal “The Wall Street Journal”.

Ainda não há motivo para pânico. A eco-nomia chinesa não está prestes a paralisar: a maioria dos economistas prevê que o PIB aumentará em cerca de 9% em 2011 e 8% em 2012. Mas mesmo uma queda moderada no crescimento é preocupante para os mercados globais, que assumem que a demanda chinesa continuará a crescer rapidamente.

A Agência Internacional de Energia prevê que a demanda chinesa por petróleo crescerá 5,2% em 2012. Com um aumento de apenas 4% nas importações de petróleo nos três primeiros trimestres de 2011, a previsão de diminuição do crescimento do PIB em 2012 e o 12.º plano quinquenal de Pequim a pedir uma redução no consumo de energia por unidade do PIB, a expectativa da AIE parece optimista.

Se cortarmos a previsão da AIE em dois pontos percentuais veremos que o crescimen-to da demanda global de petróleo deve cair em 200 mil barris por dia, o equivalente a 15% do aumento previsto actualmente. Com a perspectiva de aumento na oferta quando a Líbia tornar-se mais estável, qualquer au-mento nos estoques vai pressionar os preços, em especial o do Brent, muito estimado nos mercados.

Da mesma forma, a Alcoa informou, em resultados pessimistas divulgados na semana passada, que espera um crescimento lento para a demanda de alumínio no segundo semestre. Mas mesmo essa previsão assume que o consumo chinês aumentará 10%, para compensar o declínio nos principais merca-dos ocidentais.

Os produtores não podem contar com um estímulo do tipo “choque e pavor” que impulsionou a demanda chinesa em 2009. A inflação alta e os encargos das dívidas assu-midas pelos governos regionais reduzem as possibilidades de Pequim de gastar em outro pacote de estímulo económico.

O Governo parece genuinamente empe-nhado em construir moradias mais acessí-veis. O trabalho em 98% dos 10 milhões de residências a preços acessíveis planeadas para 2011 já foi iniciado, e outros 10 milhões de unidades estão previstas para 2012. Mas isso apenas compensa a desaceleração no sector imobiliário privado.

Os optimistas em relação às exportações e importações vão notar que a China é um consumidor estratégico e que os preços mais baixos podem tentar os compradores chineses a comprar pechinchas. Há sinais de que isso já pode estar a acontecer no mercado de cobre, onde os preços recu-peraram-se ligeiramente de níveis muito baixos, perto de três dólares por libra no início do mês.

Além disso, o crescimento da demanda da China por soja é impulsionado pelo au-mento da renda do consumidor interno e pela procura de uma dieta rica em proteínas. Esse tipo de crescimento estrutural não deve ser muito prejudicado por mudanças cíclicas nas exportações e no mercado imobiliário.

Mas para os materiais industriais, a pers-pectiva de uma queda cíclica na demanda chinesa nos próximos meses é bem real. Depois de anos a desfrutar do espectáculo da China a devorar recursos a um ritmo acelerado, os optimistas não vão gostar dos sinais de uma redução nesse apetite.

PAÍS REDUZ BRUSCAMENTE CONSUMO DE MERCADORIAS

A nova dieta da China

ANÚNCIO【N.º 64/2011】

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares selec-cionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

N.º do boletim de candidatura

Nome N.º do boletim de candidatura

Nome

16081 WONG KUOK HONG 3197 CHAU SUK KUEN8474 LAO SIO KUAN 8269 NG LAI WANG

62720 LAM CHEOK FAN 8018 HOI KIN IOK*35698 *CHOI LEONG KAK 577 TONG I MEI32831 CHAN FONG LAN 51056 LAO WENG SUN8835 CHEONG CHI IOI 16440 CHAN IAO SOI48254 WONG KUAI SENG 33700 JEONG KUAI IAM65167 SOU UN HON 55431 HONG SOK IENG29399 AO LAP CHONG 48057 LOI SUN UN15761 HONG CHONG CHEK 31429 HONG KENG SENG13363 AO IEONG TONG 9179 CHEONG KUAI TAI51033 LAM FAT KEONG 14605 CHAN KAM WENG65089 CHEANG KIT WAN 31296 CHAN SEK PO8834 WONG TAK WA 28059 LIO LAI CHENG8233 WONG MAN IAN 33598 TAM LOK HENG1799 KUONG CHI KAO 35407 SI MAN TAN8162 SI HOK HONG 101 CHEONG WAI LAM8058 LONG SAN TAK 14700 NG WENG TIM655 HO KEANG CHUN 16524 WONG PENG KAN

35255 LAO KAM SO 30638 LEI PUI KEI13327 CHEONG HONG FAI 14677 CHAN WAI KENG50251 LEONG WENG CHO 2236 WONG KUAI NOI3238 WONG CHIO WAI 28102 CHU POU KUONG9203 AO CHEONG HIM 33798 WONG KIN MAN

50983 NG KAM HONG 14917 CHOI PENG SANG22214 CHONG SIO MA 13679 LO IN CHENG

599 CHAN LAI FONG 65466 CHOI IAO KIM30678 SI NANG WAN 64191 LEONG KAI CHEONG51220 WU IM MENG 1465 LEI IOK NAM51438 KOU MAN TOU 29100 IP LAI HA

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Ha-bitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 4 de Novembro de 2011, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T3 na zona de Macau.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresentar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos de candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requi-sitos de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica:

1. Documento de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo.)3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares da habitação económica devidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações intro-duzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e hora fixados, e apresentado os documentos acima refe-ridos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares seleccionados serão excluídos na lista geral.

* Em caso da 2.ª convocação, os agregados familiares seleccionados que não tenham comparecido no IH, no dia e hora fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, serão excluídos na lista geral, de acordo com os termos da alínea a) do artigo 14.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais conhecimentos sobre as informações das fracções da habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,

Tam Kuong Man13 de Outubro de 2011

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Vanessa [email protected]

OS deputados eleitos directamente para a Assembleia Legislativa (AL) ganharam um peso

pesado num velho argumento. O Congresso e o Governo norte-ame-ricanos divulgaram um extenso relatório sobre os direitos humanos na China e, num breve capítulo dedicado a Macau, confirma o que há muito se pensa: os cidadãos da RAEM não têm poder nenhum para mudar patanisca.

“A capacidade da sociedade de Macau influenciar o seu Go-verno está limitada pelo sistema constitucional, sob o qual o Chefe do Executivo é escolhido por uma comissão de 300 pessoas e apenas 12 dos 29 deputados da Assembleia Legislativa são eleitos directamen-te”, aponta o documento.

O deputado Au Kam San, um dos 12 do bolo do sufrágio uni-versal, diz que é vergonhoso que a RAEM seja vista pelo Ocidente dessa forma e espera que o alerta norte-americano tenha alguma influência no Executivo. “É óbvio que os cidadãos de Macau não são ouvidos nem levados em con-sideração em nenhuma decisão

EUA dizem que população de Macau tem capacidade limitada de influenciar Governo

O que é queos outros vão pensar?

Um relatório do Congresso e do Governo norte-americano toca na tecla que os deputados eleitos directamente em Macau há muito batem: o Executivo não ouve a população e os cidadãos não conseguem participar nas decisões políticas. Au Kam San diz que é uma vergonha a RAEM ser vista lá fora dessa forma. O académico Eric Sautedé acredita que já passou a hora de uma profunda mudança para reverter a fama

política. Quando se tem um sistema em que há uma minoria de depu-tados eleitos directamente, está tudo dito”, criticou o democrata ao Hoje Macau.

Como o Chefe do Executivo não é eleito pelo povo, escapa às pressões porque só a China pode-rá tirá-lo do trono. “Apenas uma elite representante das associações locais é que podem escolher o líder do Governo. A população nem

sequer faz ideia de quem são as pessoas que estão a escolher o seu governante”, acrescentou o depu-tado da Associação Novo Macau Democrático.

Eric Sautedé, professor de ci-ências políticas da Universidade São José, afirma não perceber a dificuldade de se fazer uma lim-peza na AL, tirando da ribalta os deputados apontados pelo Chefe do Executivo. ”Sem que haja mais

assentos para legisladores eleitos por sufrágio universal é impossível que a população seja ouvida. Os sete deputados escolhidos pelo Governo local estão ali há quase 12 anos sem quase nada fazer. Es-tamos mais do que na hora da mu-dança”, comentou ao Hoje Macau.

Para o académico, a questão é muito simples: com mais deputa-dos eleitos directamente, melhor representada fica a sociedade, mais

harmonia se gera e mais debate – “coisa que não há”, frisa – se cria nos plenários da AL.

CORRUPÇÃO MUITO SÉRIAA corrupção também não escapa ao relatório dos EUA, país que encara a situação em Macau como um “problema sério”. Os norte--americanos lembram que a RAEM ficou na 46.ª posição no ‘ranking’ de 2010 do índice de percepção da corrupção da organização Transpa-rência Internacional, tendo caído do 43.º lugar alcançado em 2009.

O relatório aponta que o jogo, cujas receitas cresceram 58% no ano passado, está intrinsecamente ligado ao fenómeno da corrupção no território. O documento vai buscar uma notícia da agência Reuters, segundo a qual o “jogo está relacionado com a corrupção, crime organizado, lavagem de dinheiro e movimento de capital de governos do interior da China e de empresas estatais para Macau”. Essa situação é “alimentada por um sistema ‘junket’, que permite aos grandes apostadores do interior da China contornarem as regras que limitam a quantidade de dinheiro que um indivíduo pode fazer sair por ano do país”.

O Governo e o Congresso dos EUA sustentam ainda as suas afirmações com um estudo citado pelo jornal “Washington Post”, que indica que “57% dos grandes apostadores chineses em Macau são oficiais do Governo ou direc-tores de empresas estatais, que são os grandes beneficiários das facilidades de crédito concedidas pelos bancos estatais. Em média, cada um deles perde 3,3 milhões de dólares, quase tudo dinheiro público.”

O professor de política da São José, a estudar em Macau há mais de oito anos, acredita que não se deve limitar o fenómeno da corrupção apenas ao sector do jogo. “Há uma percepção errada do que é corrupção. Mas ela está em toda a parte. Além do jogo, o sector do imobiliário é outro que requer muita atenção. A escassez de terra no território pode levar a más práticas”, opina.

Au Kam San vê benefícios cla-ros na indústria do jogo – levou ao desenvolvimento de Macau, trouxe mais empregos e uma certa esta-bilidade económica -, mas lembra que o Governo faz ouvido mouco sobre os impactos negativos desta galinha de ovos de ouro. “Como o Executivo está a tirar grande partido dos impostos sobre o jogo, não está para se chatear. Preferem deixar as coisas como estão em vez de combater a fundo a corrupção.”

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

5www.hojemacau.com.mo

As sugestões do deputados

Joana [email protected]

A abrir mais uma sessão da Assem-bleia Legislativa (AL) hoje estão a

aprovação do Regime de Garantia dos Depósitos – que salvaguarda os clientes dos bancos até 500 mil patacas em caso de falência da instituição –, do Relatório de Execução Orçamental do ano passado e do Orçamento Privativo da AL para este ano.

Mas na agenda conti-nuam ainda oito propostas de lei, que foram apenas aprovadas na generalidade ao longo do ano. É o caso da Lei sobre o Condicionamen-to do Acesso, Permanência e Prática de Jogo nos Casinos – aprovada na generalidade em Junho deste ano – volta à análise na especialidade pela 1.ª Comissão Perma-nente, encarregue ainda da Alteração à Lei 10/2000 do Comissariado contra a Cor-rupção (CCAC) e da Lei de Mediação Imobiliária.

A proposta que prevê alterar dos 18 para os 21 anos a idade autorizada a entrar ou trabalhar nos casinos vai trazer, segundo a presidente da comissão, “um impacto

Assembleia Legislativa prepara-se para iniciar sessão com assuntos pendentes

Retomar o que ficou para trásnegativo no ordenamento jurídico” do território.

O debate em torno do projecto prende-se com o facto de cidadãos com 18 anos terem já atingido a maioridade e, por isso, de serem dotados dos seus próprios direitos.

Ainda presente no pro-jecto, e também alvo de discussão devido aos di-reitos dos indivíduos, está a inibição de entrada para os jogadores patológicos – a proposta prevê que este pedido possa ser feito por familiares, com o consenti-mento do jogador, ou pelos próprios interessados. Mas há quem defenda que um jogador patológico não vai autorizar um impedimento que afecte o seu vício, pelo que os familiares deveriam poder proibir a sua entrada sem necessitarem de consen-timento – algo que vai contra os direitos individuais.

Em confronto com a Lei Básica nestes aspectos, o diploma já foi aprovado na generalidade, restando-lhe apenas ser aperfeiçoado. Os deputados já sugeriram que o Governo alargue esta proibição também a outros locais de jogo – como as casas de apostas.

A alteração à Lei do CCAC – aprovada na gene-ralidade em Julho -, passou nesta sessão à análise na especialidade. Mudado o nome para Lei Orgânica do CCAC, o projecto traz novos prazos para a investigação (que passa para seis a oito meses) e para o período de resposta da parte dos órgãos que receberem reco-mendações (apenas com 15 dias para justificarem a má conduta).

A lei dá ainda novas com-petências ao comissariado, que passam pela provedoria de justiça. A Lei Orgânica do CCAC era objecto de várias críticas nos últimos anos, incluindo da União Inter-nacional dos Advogados (UAI), que chegou a enviar uma carta às autoridades do território, denunciando o facto de não existir um prazo para a conclusão dos inqué-ritos por parte do CCAC.

Ainda no escrutínio da primeira comissão está a Lei de Mediação Imobiliária – aprovada na generaldiade em Fevereiro deste ano. Sem ter chegado à última votação, o diploma prevê a não aplicação de limites mí-nimo e máximo nos valores das comissões dos agentes

imobiliários e permite o duplo agenciamento - a representação do compra-dor e do vendedor por um mesmo agente –. Apesar da decisão ter sido alvo de críticas, o Governo vai per-mitir esta prática comum no território, exigindo apenas que o mediador imobiliário “informe e obtenha consen-timento” de ambas as partes. O Governo não afasta a possibilidade de indivíduos não-residentes poderem ter acesso à licença de agente imobiliário, algo que gerou muita controvérsia entre as associações imobiliárias locais que temem a concor-rência externa.

PROFESSORES,BAIRROS ANTIGOSE VIDEOVIGILÂNCIACoube às 2.ª e 3.ª comissões a análise de propostas como o quadro geral dos professores do privado e o regime de

Aos deputados foi solicitado que dessem pareceres sobre a constituição e o e Regulamento da Assembleia Legislativa de Macau. Ng Kuok Cheong, Au Kam San e Chan Wai Chi submeteram oito sugestões ao presidente

1. As interpelações escritas são um dos mais importantes métodos para o exercício dos direitos dos deputados, não devendo assim ser limitado o número que pode ser entregue. Os deputados sugerem que sejam cancelados os limites de interpelações.

2. Não limitação do tempo das reuniões. O artigo 45.º do Regulamento da AL regula que: “as reuniões plenárias iniciam-se às 15h00 e não podem terminar depois das 20h00, salvo deliberação em contrário da mesa ou do plenário”. Isto, de acordo com os deputados em questão, reduz a qualidade e a quantidade do trabalho a desenvolver pelo organismo.

3. As reuniões plenárias da AL são na sua maioria de agenda única. O artigo 72.º diz que “as intervenções de um deputado sobre matérias da ordem do dia não podem exceder 30 minutos por reunião, quer na generalidade, quer na especialidade”. Desde o início da AL são vários os pontos da agenda em discussão, não sendo razoável limitar o tempo que cada deputado pode falar. Portanto, “sugerimos

que no debate de cada agenda, seja ela na generalidade ou na especialidade, cada deputado possa falar durante 30 minutos”.

4. Actualmente, o regulamento da AL tem um limite de uma hora antes do início da discussão, uma situação considerada irreal pelos deputados referidos. A existência de tais regulamentos, levam ao atraso da votação o que é ridículo. Falam então na exclusão do artigo 54.º e na alteração do 53.º.

5. O discurso perante a agenda é importante para que os deputados expressem as suas opiniões e na monitorização da implementação da política do Governo. De acordo com o artigo 72.º, já é adequado o limite de 10 minutos para um discurso dos deputados antes da ordem do dia e não deve ser reduzido. É sugerido que seja mantida a regulação do tempo.

6. Wen Jiabao, primeiro-ministro chinês, afirmou que “o poder tem de ser exercido à luz do sol”. Macau usa a afirmação para implementar o conceito de política transparente, uma tendência que está a crescer no seio político e que facilita a compreensão ao público. O artigo 93.º diz que as reuniões devem ser à porta fechada, regras que devem ser alteradas na opinião dos três deputados.

Pedem, assim, que o artigo seja eliminado e que o 92.º seja modificado, por exemplo para: “Todas as reuniões da AL devem ser à porta aberta...”.

7. Devido à limitação do regulamento, torna-se difícil promover debates, bem como as interpelações orais, que só podiam ser feitas após as decisões tomadas nas reuniões. Após a alteração do estatuto, as interpelações orais estão-se a tornar um modo de monitorização geral. Seguindo esta ideia, os deputados consideram que devia ser modificado e ser promovido o debate. Sugerem que o artigo 139.º seja eliminado para que haja debates activos durante as reuniões plenárias.

8. Haver uma discussão sobre a implementação da política do Governo é também um papel da AL, bem como as manifestações do Chefe do Executivo e dos representantes do organismo. Contudo, o actual artigo 152.º apenas regula que o Chefe do Executivo proponha o relatório das LAG e que deve realizar um debate. Mas é inadequado no que diz respeito às não especificações das participações dos altos funcionários. A sugestão deixada pelos três deputados é a alteração do número 1 e 2 do artigo 152.º, onde passe a dizer “Chefe do Executivo e todos os altos funcionários” e não apenas “Chefe do Executivo”. Além disso, referindo o artigo 45.º. - V.L.

videovigilância nos espaços públicos.

Se a primeira levantou polémica pelo facto de os professores terem de ser submetidos a avaliação, enquanto os directores das instituições ficam isentos dela, já a segunda provocou mais discussão devido aos interesses dos cidadãos.

O Regime de Videovigi-lância nos Espaços Públicos – aprovado na generalidade em Julho deste ano com abs-tenção de Pereira Coutinho -, levanta dúvidas entre os deputados e associações civis sobre o tratamento dos dados recolhidos. A utiliza-ção selectiva das imagens recolhidas e até onde essas poderão chegar inquieta os membros da AL. Depois de aprovada a lei, as câmaras de videovigilância vão estar colocadas em mais de 200 locais, começando pelos postos fronteiriços.

Sem a presença mui-to criticada do Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais na apresentação da proposta, o Executivo afirmou que esta era uma medida necessária devido ao número de turistas e ao crescimento da indústria do jogo de Macau.

Na 2.ª comissão está ainda o projecto relacionado com o Reordenamento dos Bairros Antigos – em Março aprovado na generalidade. Este é um diploma que promete trazer muitas dores de cabeça aos deputados, já que “reordenar” implica planeamento urbano, que não existe em Macau. A definição clara do que é o “bairro antigo” e o método de compensação a pagar aos moradores ainda estão em fase embrionária.

Em Julho foi ainda apro-vado na generalidade o novo imposto sobre veículos motorizados, que se man-tém agora em análise mais detalhada.

Do ano passado chega a proposta de alteração ao “Regime Jurídico do Direi-to de Autor e dos Direitos Conexos”. Quase um ano depois o projecto retoma a análise na especialidade.

PORTA-VOZ DO MNE CHINÊS ESTEVE EM MACAU PARA FALAR DO SEU PAPELCerca de 200 pessoas juntaram-se na sexta-feira no Centro Cultural de Macau para assistir a uma palestra com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hong Lei. Versando sobre o sistema de porta-voz, Hong Lei apresentou a história da constituição do sistema e do mecanismo de comunicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros até à actualidade. A abertura da China ao mundo foi o ponto importante e mais focado na palestra e reside, precisamente, no trabalho do porta-voz. Encarregue desse cargo, Hong Lei acredita que é quem permite que o mundo conheça a realidade da China no âmbito da sua política externa. O responsável frisou que o continente concentra a sua política exterior na defesa da paz e na procura de colaboração e desenvolvimento conjunto.

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

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POLÍTICA

COMÉRCIO ENTRE CHINA E MACAU AUMENTA 11,8% O comércio entre a China Continental e Macau aumentou 11,8% em termos homólogos para atingir 1,63 mil milhões de dólares no decurso dos primeiros oito meses do ano, de acordo com informação oficial divulgada por Pequim. No período, as exportações da China para Macau aumentaram 9,2% em termos homólogos para 1,52 mil milhões de dólares enquanto as exportações de Macau para a China continental cresceram 63,3% para um valor de 110 milhões de dólares. De acordo com estes valores, Macau registou um défice comercial com a China continental de 1,42 mil milhões de dólares.

Joana [email protected]

DEPOIS de finda mais uma sessão legislativa, além dos pro jec tos

aprovados na generalidade que ficaram para trás, estão aí mais diplomas igualmente merecedores de atenção.

A revisão do Código de Processo Penal (CPP) é um deles e está, actualmente, na ordem do dia. Previsto para dar entrada na Assembleia Legislativa (AL) em Dezem-bro, a revisão do CPP será das poucas oportunidades que o plenário tem de ana-lisar matérias judiciais.

A revisão gira em torno

Virginia [email protected]

O impasse na aprovação da Lei do Erro Médico já se arrasta

há 10 anos e o deputado da As-sembleia Legislativa (AL) Ho Ion Sang decidiu que era chegada a hora de pôr o dedo na ferida: numa interpelação escrita, questionou se todos os estudos e consultas já reali-zados até hoje seriam deitados para o lixo. E abordou também outras incongruências que têm deixado de rastos o estado da saúde em Macau.

“A Lei do Erro Médico tem esta-do a ser planeada há 10 anos, mas o trabalho legislativo respectivo continua em fase de discussão e

AL | Sessão retoma propostas já apresentadas mas traz outras novidades

Mais na agenda política

LEI DO ERRO MÉDICO | DEPUTADO CRITICA EMBARAÇO QUE JÁ DURA HÁ UMA DÉCADA

Negligência legislativa

O que faltou na última sessão?

Na análise que sucedeu à última sessão legislativa, foram diversas as críticas dos membros da Assembleia Legislativa ao mecanismo na análise aos diplomas. Entre elas, a falta de comunicação entre Executivo e legisladores e o incumprimento da calendarização proposta.

• Faltou melhorar a forma de apresentação e aprovação das propostas de lei

• Algumas das propostas foram precipitadas e requereram demasiadas rectificações quando foram analisadas ao pormenor

• Faltou manter o contacto entre Assembleia Legislativa e Conselho Executivo – a inserção de mais sete propostas que não estavam inicialmente no plano das linhas de acção legislativa dificultou o cumprimento da calendarização

• A falta de um Gabinete de Produção Legislativa foi denotada

O que pensam os membros da AL?

• LEE CHONG CHENG mostra-se preocupado com as questões relacionadas com as condições de sobrevivência da população

• LAU CHEOK VA diz que “os trabalhos das quatro sessões seriam concluídos sem sobressaltos caso houvesse mais diálogo e melhor planeamento da apresentação das propostas”

• CHAN CHAK MO considera que o Governo propôs demasiado e com limitada consideração de todas as partes pelos consultores jurídicos dos departamentos, o que levou a um decréscimo da qualidade das propostas de lei

• JOSÉ PEREIRA COUTINHO frisa a necessidade de se manter em continuação as promessas feitas pelo Executivo e relembra os atrasos nas respostas do Governo às interpelações dos deputados

• AU KAM SAN exige que os secretários façam regularmente relatórios sobre a sua execução das promessas das LAG para apresentar aos deputados e critica constantes atrasos na habitação económicas

Interpelações: mais do mesmo

Aparentemente as interpelações antes da ordem do dia dos deputados na AL não vão sofrer muitas alterações aos conteúdos anteriormente falados. Em foco vão continuar os assuntos mais ligados à vida da população.

• Habitação pública• Controlo dos preços do mercado imobiliário• Controlo no preço das mercadorias• Combate ao trabalho ilegal para assegurar oportunidades para os residentes• Implementação de um salário mínimo • Planeamento Urbano

da introdução de um novo processo especial, alteração de prazos e alargamento das competências do Ministério Público. O objectivo, diz o Executivo, é tornar mais célere o processo judicial do território, ainda que a revisão não seja totalmente bem-vinda para os advoga-dos da RAEM.

Mesmo assim, Florinda Chan frisa que o CPP revisto chega em Dezembro à AL, depois de, em 2010, ter sido já anunciada esta alteração.

Na lista de espera para dar entrada na Assembleia estes últimos meses de 2011, está ainda o Regime de Apro-vação do Código Tributário – que define quantias e tipos

de tributações – e a Lei de Protecção ao Património.

Esta estava prevista para dar entrada na AL no segun-do trimestre do ano, mas, como mais meia dezena de outros projectos, foi continua-mente adiada. Ainda se man-tém sem datas, mas Ung Vai Meng, presidente do Instituto Cultural, afirma veemente a hipótese de ir parar às mesas dos deputados até ao fim do ano, depois de ter passado pelo Conselho Executivo e de ter regressado ao IC.

A protecção do patrimó-nio é uma das mais badaladas controvérsias no território, que tem, actualmente, monu-mentos considerados impor-tantes pela UNESCO a nível

mundial. Mas a falta de uma lei que proteja os monumentos arrasta consigo consequências graves para a RAEM como região na lista de locais classi-ficados pela UNESCO.

Ainda que não se saiba quando poderá entrar em vi-gor, uma vez que ainda nem deu entrada na AL, o projec-to do diploma tem já assente conceitos de “património cultural” e “monumento”, entre outros, os deveres relativos à protecção, o im-pedimento de demolição dos monumentos classificados e o condicionamento das zonas protegidas.

Um ponto que entra em conflito com a legislação de salvaguarda do património

é a falta de um planeamento urbanístico. Mesmo assim, depois de quatro anos a ser elaborado, pode ser que o ano de 2011 seja histórico para o diploma.

Na última sessão foram

12 os diplomas que saíram aprovados. Se conseguirem analisar-se todas propostas submetidas à aprovação neste 4.º trimestre um nú-mero semelhante poderá tornar-se lei.

estudo, o que leva a uma situação sem futuro visível e a uma aparente tendência para desistir a meio do caminho”, observou Ho Ion Sang. O deputado eleito directamente pela ala tradicionalista apresentou por isso uma interpelação escrita em que questionou quais as razões para a Lei do Erro Médico estar a ser constantemente adiada, não havendo sequer uma agenda para a sua promoção, e se isso significava que todos os custos assumidos na

última década tinham sido “pagar para nada”.

Ho Ion Sang aproveitou a deixa para abordar outras questões que têm prejudicado o andamento do sector da saúde. “Macau tem sofrido com a falta de instalações médicas, as longas listas de espera, a falta de profissionais clínicos, a qualidade do serviço médico à espera de melhorias e o desenvol-vimento desequilibrado entre as organizações médicas privadas e

públicas”, alertou o representante na AL da União Promotora para o Progresso (UPP), que pôs também em causa a efectividade na melho-ria do serviço médico de Macau de uma política de saúde em que milhares de milhões de patacas são investidos em instalações e equipamento, sem a preocupação de formar profissionais médicos à altura e produzir a legislação necessária.

Na sua interpelação, Ho ques-

tiona se, para além de todo o dinhei-ro investido em equipamento, o Governo tem planos a longo prazo para a formação de profissionais médicos locais, e o que pretende fazer em termos de legislação. O parlamentar pergunta ainda se o Executivo tem em mente tomar quaisquer medidas concretas para melhorar gradualmente o padrão dos serviços médicos e responder aos apelos da população por um melhor atendimento médico.

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

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SOCIEDADE

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ANÚNCIO

Gonçalo Lobo [email protected]

A Escola Portuguesa de Macau, com uma média de 11,7 valores em 114 exa-

mes realizados, obteve os melhores resultados das sete escolas portuguesas no estrangeiro nos exames nacionais de Setembro. Contudo, isso sabe a muito pouco para a professora de Português, Alexandra Do-mingues. “Apesar de sermos os melhores lamento que não seja um pouco melhor. Estes resultados são um alerta para todos nós.”

Nem arredondando a média chega ao bom. E es-tas notas são, no geral, um rebuçado amargo na boca dos alunos e professores da Escola Portuguesa de Macau. “Tem sido apaná-gio desta escola garantir números acolhedores, mas apesar de positivos não chegam a ser bons”, referiu Alexandra Domingues ao Hoje Macau.

Contada sempre no topo, mesmo quando com-parada com as escolas de Portugal, a Escola Por-tuguesa de Macau está habituada a ser uma “ins-tituição de qualidade” mas os recentes resultados re-presentam “pouco” para a as aspirações. “Friamente, os resultados dos exames nacionais não foram abona-tórios. Mas isso é uma coisa que tem vindo a acontecer desde há dois anos a esta parte, quando alteraram os critérios de avaliação”, afirmou a docente.

A professora lamenta que isso esteja a acontecer, mas o Governo português decidiu assim. “Nestes úl-timos dois anos tenho-me confrontado com notas francamente baixas. Com a mudança de critérios, que estão agora mais apertados, penso que não voltaremos a ter aquelas pautas bonitas. É verdade que tem havido muito poucas reprovações mas, apesar de tudo, esta

Escola Portuguesa de Macau com média de 11,7 valores nos exames nacionais

No topo mas não muitomédia é manifestamente baixa”, acrescentou.

MELHORAR MUITA COISAAlexandra Domingues crê que o caminho faz-se cami-nhando e, como tal, é preciso “melhorar muita coisa”. “Todos nós temos de ir ao encontro daquilo que são os exames e os critérios de avaliação. Paralelamente, os alunos, pelo menos no que a mim diz respeito que é o Português, têm de criar hábitos de leitura e escrita desde muito cedo”, alertou a docente, que deixou uma palavra de incentivo aos estudantes da Escola Por-tuguesa: “Estes resultados não foram indicadores reais

do esforço e do nível dos alunos de português. Agora os alunos têm de investir na nota interna e trabalhar cada vez mais”.

Como haverá a melhorar na escola e nos estudantes, também haverá a melhorar no Ministério da Educação e Ciência. “Um teste de por-tuguês não pode ser cotado como um teste de matemáti-ca ou físico-química.”

CENÁRIO CATASTRÓFICOAlém da Escola Portuguesa de Macau, apenas outras três escolas portuguesas no estrangeiro conseguiram garantir nota positiva. As escolas de Moçambique, com média de 9,7 em 302

exames feitos, e de Luanda, com também 9,7 valores em 274 exames, compõem o lado positivo, mas muito baixo

das escolas portuguesas no estrangeiro.

No lado negativo apa-rece a Escola Portuguesa

HM-1ª vez 17-10-11Execução Ordinária n.º CV1-11-0028-CEO 1º JuízoExequente: Lei, Chon Un (李,春元), casado, com domicílio profissional em Macau, na Avenida Olímpica, n.º 139, Edf. Wa Bao, Bloco 1, 10º andar “F”, Taipa.Executado: Ko, Kwai Cheung (高,貴祥), de sexo masculino, ora ausente em parte incerta.

*** FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando o Executado supra identificado, para no prazo de VINTE DIAS, findo o dos éditos, deduzir oposição à execução acima indicada, ou pagar ao Exequente a quantia de HKD$1,600,000.00 (um milhão, seiscentas mil Dólares de Hong Kong) equivalente a MOP$1,646,400.00 (um milhão, seiscentas e quarenta e seis mil, quatrocentas Patacas), acrescida dos juros legais à taxa legal de 9,75%, até o integral e efectivo pagamento e, ainda, as custas, selos e procuradoria, ou, em alternativa, nomear bens à penhora suficientes para o pagamento da quantia exequenda, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao Exequente o direito de nomeação, seguindo-se os demais termos até final, tudo como melhor consta do requerimento inicial, cujo duplicado se encontra nesta secretaria à disposição dos citandos. E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso seja deduzida oposição. (art.º 74º do C.P.C.M.)

RAEM, 01 de Setembro de 2011.

do Lubango, em Angola, com média de 8,7 valores em 27 exames realizados; o Instituto João Paulo II, de São Tomé e Príncipe, com uma média de 8,4 valores em 88 exames; a Escola Portuguesa de Díli com uma média de 8,2 valores em 84 exames e, por fim, na cauda da classificação ficou a Escola Portuguesa da Guiné-Bissau, onde a média não foi além dos 5,7 valores com 13 exames feitos. “Não podemos com-parar essas escolas com a nossa de Macau. Aqui, com toda a certeza as condições de ensino serão bem melho-res”, explicou Alexandra Domingues.

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

8www.hojemacau.com.mo vida

Sabia que...

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ADOPTAR NÃO CUSTA

• Este é o Pu Yi e é a mais nova aquisição do “Hoje”. Foi resgatado da rua por pessoas que o entregaram a uma instituição que acolhe animais abandonados. Sabia que há, neste momento, em todo o território mais de uma centena de cães e gatos que esperam por um lar? Não hesite, se quer companhia. Melhor do que os animais não há!** Se estiver interessado em adoptar um animal, lembre-se apenas de ser responsável. Pode contactar o Animals Club, o ANIMA, o Meow Space ou os Canis Municipais. A diversidade de escolha é garantida.

• A natureza leva de duas a seis semanas a decompor um jornal, uma a quatro semanas para as embalagens de papel, três meses para as cascas de frutas, três meses para os guardanapos de papel, dois anos para as beatas de cigarros, dois anos para os fósforos, cinco anos para as pastilhas elásticas, 30 a 40 anos para o nylon, 200 a 450 anos para os sacos e copos de plástico, 100 a 500 anos para as pilhas, 100 a 500 anos paras as latas de alumínio e um milhão de anos para o vidro?

ESPERA-SE que a população urbana do mundo dispare nos próximos 20 anos, dos mais de 3000 milhões actuais

para mais de 5000 milhões. Se a actual taxa de urbanização for mantida, as cidades vão responder por quase três quartos da procura de combustíveis, inclusive para geração de energia, até 2030. A maior parte desse aumento virá de países em rápido desenvol-vimento, como a China e a Índia.

Só as cidades do continente terão de fornecer água, habitação, transpor-te e outros serviços para 400 milhões de novos habitantes urbanos até 2030.

Assim, não dá para as cidades só ficarem um pouco mais verdes, é preciso que elas sejam repensadas início ao fim. Para quê? Ambientes residenciais compactos que exijam menos recursos e extraiam o máximo da terra, água e energia que usam.

“Vai ter de haver novas formas de combustíveis, novas maneiras de distribuir energia e novas formas de infra-estrutura”, diz Warren Karlenzig, presidente da consultoria Common Current, especializada em cidades sustentáveis. “Tudo isso vai ser necessário para que as cidades

CIENTISTAS encontraram uma camada de ozono em Vénus, uma

característica que o planeta partilha com a Terra e com Marte. A descober-ta foi feita pela Venus Express, uma sonda enviada pela Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), e pode ajudar a distinguir planetas extra-solares que tenham vida.

O ozono é um gás composto por moléculas com três átomos de oxi-génio. Na Terra, na alta atmosfera, a camada de ozono reflecte uma grande parte dos raios ultravioleta provenientes do Sol, que são nocivos para a vida. A camada terrestre foi sendo produzida há 2,4 mil milhões de anos, quando os seres vivos começaram a libertar oxigénio em massa. Em Vénus, os cientistas da ESA pensam que esta camada terá sido produzida de outra forma.

A sonda, lançada em 2005 para investigar a atmosfera venusiana, identificou as moléculas de ozono ao

O Governo das ilhas Mar-shall, no Pacífico, criou

o maior santuário do mundo para tubarões, com cerca de dois milhões de quilómetros quadrados, ou seja, uma área quatro vezes maior do que a superfície de Espanha.

Este país com 68 mil habi-tantes vai proibir a pesca comer-cial ao tubarão e o comércio de todos os derivados de tubarão, como por exemplo as barba-tanas. Além disso, os animais

“O TEMPO DAS GRAÇAS” VENCE GRANDE PRÉMIO AMBIENTE DO CINEECO 2011O filme “O tempo das graças” do realizador Dominique Marchais, venceu o Grande Prémio Ambiente do Cineeco 2011. O filme “é uma investigação documental sobre o mundo da agricultura francesa nos dias de hoje, onde a biodiversidade deu lugar à racionalização da produção”, adiantou a organização. Na competição internacional, foram atribuídos o prémio especial do júri, ao filme “Under Control” do alemão Volker Sattel e uma menção honrosa ao filme “Angst” da portuguesa Graça Castanheira. Estiveram a concurso 275 filmes (128 curtas e 147 longas metragens), dos quais 65 portugueses e outros 81 com origem lusófona, adiantou a organização. O Cineeco é o único festival de cinema de ambiente de Portugal.

Tecnologia poderá criar metrópoles mais amigas do ambiente

O futuro está no verde

DESCOBERTA PODE AJUDAR A ACHAR VIDA EM OUTROS PLANETAS

Atmosfera de Vénus tem uma camada de ozonoMAIOR SANTUÁRIO DO MUNDO É CRIADO NO OCEANO PACÍFICO

Tubarões com casa nova

possam operar como operam hoje.” Não faz muito tempo que a ideia de usar “verde” e “cidade” na mesma sentença parecia absurda. Cidades eram consideradas uma mancha no ambiente: chiqueiros de energia que vomitam poluição, verdadeiros infernos ambientais. Mas em anos recentes, elas começaram a ser vistas como modelos de virtude verde. Mo-radores de centros urbanos tendem a usar mais os transportes colectivos, andar mais e dirigir menos do que os das pequenas cidades. Morar em apartamentos geralmente implica um menor uso de energia por residência.

A partir dessas vantagens, pro-

jectistas e construtoras estão a criar soluções inovadoras para atender, agora e no futuro, às necessidades de energia, água, transporte e sane-amento de habitantes urbanos.

Alguns melhoramentos são bem fáceis, como a mudança para a ilumi-nação económica com lâmpadas do tipo LED em prédios e postes de rua, ou a criação de faixas para bicicletas em ruas e avenidas e o alargamento de calçadas para estimular alterna-tivas ao transporte automobilístico. Outras são mais ambiciosas e exigem novas obras ou até mesmo uma vasta reforma da infra-estrutura urbana.

Alguns dos projectos mais am-

que forem capturados aciden-talmente devem ser libertados ainda vivos e determinadas artes de pesca serão banidas destas águas. O santuário cobre uma área com 1.990,530 quiló-metros quadrados.

“A aprovação desta lei [no Parlamento, por unanimida-de] é o maior testemunho que podemos dar da importância destes animais para a nossa cultura, Ambiente e economia”, comentou o senador Tony deBrum, um dos responsáveis pela legislação no Parlamento, chamado Nitijela, citado em comunicado. “A nossa nação pode ser pequena mas agora as nossas águas albergam o maior santuário para os tubarões”, acrescentou.

O Governo do arquipélago trabalhou nesta legislação com peritos do Pew Environment

observar uma estrela. O instrumento SPICAV, um espectrómetro que ana-lisa a luz ultravioleta e infravermelha que atravessa a atmosfera do planeta, encontrou estas moléculas porque absorviam os raios ultravioletas que vinham desta estrela distante.

De acordo com os modelos de computador, em Vénus, estas molé-culas são criadas quando os raios do Sol partem as moléculas de dióxido de carbono, libertando átomos de oxigénio, estes são puxados para a região do planeta em que é sempre noite e aí podem combinar-se for-mando moléculas de oxigénio ou de ozono. Este é o mesmo processo que acontece em Marte.

Segundo a ESA, a densidade da camada de ozono em Vénus é entre 0,1 e um por cento da camada na Terra, e situa-se a 100 quilómetros de altitude. Na Terra a camada está a cerca de 25 quilómetros de altitude.

Estas diferenças são importantes

para quando os cientistas analisa-rem a atmosfera de planetas de ou-tros sistemas estelares que possam albergar vida - já que a presença de ozono pode sugerir a existência de oxigénio ou dióxido de carbono, eventualmente produzidos por se-res vivos. Segundo as teorias actuais, se os investigadores encontrarem uma camada de ozono na atmosfera

de um exo-planeta - associado a ou-tro sistema estelar - é necessário que a sua concentração seja pelo menos a de um quinto da encontrada na Terra para que possa ter sido produzida por seres vivos. Uma concentração menor, poderá indicar uma causa física para a existência de ozono – como acontece em Marte ou, como mostra esta descoberta, em Vénus.

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

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UMA equipa britânica parte na próxima sema-

na para a Antárctida, com a ambição de procurar novas formas de vida num lago escondido a três quilómetros de profundidade há, pelo menos, 125 mil anos.

Os investigadores, que levarão cerca de 70 tonela-das de equipamento, vão preparar a missão científica no Lago Ellsworth, que será realizada um ano depois, em Outubro de 2012, por uma equipa de dez investigadores e engenheiros. Durante três meses, vão viver em tendas num dos locais mais ventosos e frios do planeta, com tem-peraturas de 25ºC negativos, para tentar descobrir mais “sobre a evolução da vida na Terra e em outros planetas” e sobre “o passado climático do planeta”, explicam os responsáveis em comunicado citado pelo jornal Público.

O Lago Ellsworth – com cerca de dez quilómetros de extensão e dois a três de lar-gura e cuja água se mantém em estado líquido devido

“O TEMPO DAS GRAÇAS” VENCE GRANDE PRÉMIO AMBIENTE DO CINEECO 2011O filme “O tempo das graças” do realizador Dominique Marchais, venceu o Grande Prémio Ambiente do Cineeco 2011. O filme “é uma investigação documental sobre o mundo da agricultura francesa nos dias de hoje, onde a biodiversidade deu lugar à racionalização da produção”, adiantou a organização. Na competição internacional, foram atribuídos o prémio especial do júri, ao filme “Under Control” do alemão Volker Sattel e uma menção honrosa ao filme “Angst” da portuguesa Graça Castanheira. Estiveram a concurso 275 filmes (128 curtas e 147 longas metragens), dos quais 65 portugueses e outros 81 com origem lusófona, adiantou a organização. O Cineeco é o único festival de cinema de ambiente de Portugal.

Tecnologia poderá criar metrópoles mais amigas do ambiente

O futuro está no verde

MAIOR SANTUÁRIO DO MUNDO É CRIADO NO OCEANO PACÍFICO

Tubarões com casa nova

EXPEDIÇÃO BRITÂNICA VAI À ANTÁRCTIDA PROCURAR NOVAS FORMAS DE VIDA

Escondidos no lago

jectistas e construtoras estão a criar soluções inovadoras para atender, agora e no futuro, às necessidades de energia, água, transporte e sane-amento de habitantes urbanos.

Alguns melhoramentos são bem fáceis, como a mudança para a ilumi-nação económica com lâmpadas do tipo LED em prédios e postes de rua, ou a criação de faixas para bicicletas em ruas e avenidas e o alargamento de calçadas para estimular alterna-tivas ao transporte automobilístico. Outras são mais ambiciosas e exigem novas obras ou até mesmo uma vasta reforma da infra-estrutura urbana.

Alguns dos projectos mais am-

biciosos — e as maiores fontes de ideias inovadoras — são as dezenas de projectos de “eco-cidades” que estão a ser desenvolvidas ou dese-nhadas em pranchetas pelo mundo fora. Projectos como o Distrito Co-mercial Internacional Songdo, perto de Incheon, na Coreia do Sul, estão na vanguarda, testando as últimas novidades em tecnologias verdes.

Mas as iniciativas verdes não são encontradas somente em projectos de novas cidades. A americana Chicago, por exemplo, tem cerca de 350 projectos de telhados ajardinados que cobrem mais de 400 mil metros quadrados.

É claro que muitas dessas iniciati-vas podem sair caras, com um custo inicial elevado. Mas a poupança com menos valores de electricidade e outras coisas podem mais do que compensar as despesas extras, ainda que o ponto de equilíbrio possa levar anos a chegar.

Mesmo assim, as cidades — dife-rentemente do proprietário da casa própria que pensa em instalar painéis de energia solar no teto — podem adoptar uma visão de longo prazo e fazer investimentos que só terão retorno em décadas.

ao calor geotermal vindo do interior da Terra – deverá ser o primeiro dos 387 lagos subglaciais actualmente co-nhecidos na Antárctida a ser estudado, através da recolha de amostras, salientam os investigadores. Uma sonda concebida por engenheiros do Centro Nacional de Oce-anografia do Reino Unido, em Southampton, deverá recolher 24 amostras de água a diferentes profundidades e desedimentos no fundo do lago.

Durante anos os cientis-tas têm especulado sobre a possibilidade de formas de vida novas e únicas, ao ní-vel microbial – como vírus, bactérias e microrganismos unicelulares –, terem evo-

luído neste ambiente frio, escuro e isolado. “Durante quase 15 anos temos plane-ado explorar este mundo es-condido. Mas só agora temos a tecnologia necessária para perfurar a camada de gelo mais espessa da Antárctida e recolher amostras sem contaminar este ambiente intocado pelo Homem”, explicou Martin Siegert, da Universidade de Edimburgo e coordenador da expedição, em comunicado. “Estamos muito entusiasmados.”

A equipa vai usar uma espécie de canhão de água quente (97ºC) a alta pressão para abrir um buraco com 36 centímetros de diâmetro. Depois uma sonda vai ser descida por esta abertura

no gelo, com capacidade para recolher amostras e para gravar imagem, graças a uma câmara de vídeo de alta definição.

“Encontrar vida num lago que pode ter estado isolado do resto da biosfera há meio milhão de anos vai mostrar--nos muito sobre a origem potencial e os condicionalis-mos à vida na Terra”, disse David Pierce, coordenador científico do British Antarctic Survey, um dos parceiros des-te consórcio, financiado pelo britânico Natural Environ-ment Research Council. “E se não encontrarmos nada, isso será ainda mais significativo porque vai definir os limites até onde a vida pode existir no planeta”, acrescentou.

que forem capturados aciden-talmente devem ser libertados ainda vivos e determinadas artes de pesca serão banidas destas águas. O santuário cobre uma área com 1.990,530 quiló-metros quadrados.

“A aprovação desta lei [no Parlamento, por unanimida-de] é o maior testemunho que podemos dar da importância destes animais para a nossa cultura, Ambiente e economia”, comentou o senador Tony deBrum, um dos responsáveis pela legislação no Parlamento, chamado Nitijela, citado em comunicado. “A nossa nação pode ser pequena mas agora as nossas águas albergam o maior santuário para os tubarões”, acrescentou.

O Governo do arquipélago trabalhou nesta legislação com peritos do Pew Environment

Group, uma organização com sede nos Estados Unidos que identificou as áreas a proteger. “Saudamos a República das Ilhas Marshall por ter aprovado a legislação mais ambiciosa de sempre para proteger os tuba-rões”, comentou Matt Rand, responsável do Pew Environ-ment Group, em comunicado.

Os tubarões “patrulham” os oceanos desde antes do apare-cimento dos dinossauros, mas o seu longo reinado enquanto predadores no topo da cadeia alimentar pode ter os dias con-tados. Actualmente, um terço das espécies de tubarões está na Lista Vermelha da UICN (União Internacional para a Conser-vação), por causa da perda de habitats e pesca. Estes animais são muito vulneráveis porque têm taxas de crescimento e re-produção relativamente lentas.

Até agora, o maior santuário para tubarões ficava nas águas do Palau. Na semana passada, um grupo de oito países – in-cluindo o México, Honduras e Maldivas – assinou uma declaração para anunciar que iriam trabalhar para aumentar a protecção dos tubarões em todo o mundo.

Em Março, as ilhas Marshall aprovaram uma moratória ao comércio de tubarões e em Junho o Presidente Jurelang Zedkaia juntou-se a outros líderes do Pacífico para a cria-ção do Santuário Regional para Tubarões da Micronésia. Em Julho, os autarcas do arquipé-lago aprovaram uma resolução segundo a qual os 24 atóis habi-tados, cada um com um governo local, passam a proibir a venda e comércio destes animais ou das suas barbatanas.

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PUB.SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

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Joana [email protected]

A RAEM foi alvo de algumas críti-cas por parte da UNESCO devido

a não ter ainda estabelecido qualquer lei de protecção ao património. No entanto, o que a entidade pretende não é ultimar o território, mas alertá-lo de forma preven-tiva, para que Macau “não siga o caminho errado”.

Julien Glenat, director do projecto UNESCO para a Ásia, esteve a semana pas-sada no território na “World Heritage Travel Expo” – feira dedicada a locais de turismo com pontos históricos, que teve lugar no Venetian – e falou sobre a questão do património de Macau.

“É um alerta preventi-vo. Nesta fase, se houvesse algum problema, o aviso teria sido bem mais forte”, sublinhou o responsável em declarações à TDM.

Em Julho, um relatório tornado público no site da UNESCO apontava o dedo ao sistema desadequado da manutenção da zona tampão do território e à ausência de disposições legais para proteger efectivamente a ligação visual e funcional entre o monumento inscrito e a paisagem.

DEPOIS de ter sido eleito, na quinta-feira, a personalidade

mais poderosa no mundo da arte em 2011 pela revista “ArtReview”, Ai WeiWei disse, em declarações à BBC, não se sentir “nada poderoso” com esta nomeação, considerando que vive ainda como se continuasse detido. “Estou frágil, se calhar isso é ser poderoso”, frisou o chinês, lembrando que é da responsabili-dade de todos os artistas proteger e defender a liberdade de expressão.

A distinção a Ai Weiwei surge no ano em que o artista, dissiden-te do regime chinês, esteve sob grande atenção mediática depois de ter sido detido no aeroporto de Pequim em Abril, sem qualquer

Património | UNESCO lança alerta a Macau mas afirma que é medida de prevenção

Quem avisa amigo é

AI WEIWEI DIZ QUE SE SENTE UMA PESSOA FRÁGIL MESMO COM PRÉMIO PRESTIGIADO

A fragilidade do homem mais poderoso no mundo da arte

O documento surgiu depois de outro alerta, desta vez em 2008, que mencio-nava a construção de edi-fícios altos que afectavam a visualização integral do património. O edifício a que se refere o relatório é a sede do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM,

que tapa a vista sobre a Fortaleza e o Farol da Guia, classificada património mundial em 2005.

A “integridade visual” era o ponto fulcral referi-do no relatório de 2008 da UNESCO, que pedia ainda ao Governo para “definir medidas para reduzir os

limites de construção”, principalmente dos edifícios em redor dos locais listados como protegidos.

Em resposta, o Instituto Cultural de Macau (IC) mostrava-se determinado a cumprir as exigências de protecção do património. Mas as recomendações da

UNESCO sobre a construção desenfreada voltam em 2009.

Julien Glenat sublinha, contudo, que este não é o único problema de Macau: “O problema, se há um, é o facto de Macau atrair muitos turistas, de ter um turismo de massas (…). Sempre que existe este tipo de turismo, também existem muitos investidores focados nos ganhos a curto prazo. O pa-trimónio é um investimento a longo prazo”, explicou.

Na altura da publicação do relatório, o Hoje Macau falou com responsáveis da sede da UNESCO, em França, que afirmaram que qualquer país ou região poderia sair da lista caso não cumprisse os padrões porque foi incluído.

Ainda assim, Julien Gle-nat desdramatiza e salienta que este não é, para já, o caso de Macau. A falta de legis-lação não ajuda a resolver o problema de Macau relativa-mente aos seus monumentos e locais históricos, mas agora

o diploma já está a caminho da Assembleia Legislativa.

No próximo relatório a apresentar pela RAEM, em Fevereiro, a UNESCO aguarda precisamente que o Governo tenha em conta as medidas que precisam de ser tornadas efectivas. “Isso é algo que o Centro de Patri-mónio Mundial na sede da UNESCO espera, saber quais os planos exactos, o que já está já a acontecer [para a protecção do património] e quem são os envolvidos”, frisa Julien Glenat.

A entidade responsável pela lista do património mun-dial quer apenas certificar-se que as autoridades da RAEM farão o que tiver de ser feito, que estejam “cientes das questões” e que “planeiem o futuro” a longo prazo.

Julien Glenat esteve em Macau de visita e garantiu que fará apenas um relatório com a sua impressão geral sobre os locais classificados “excepto se forem apre-sentados problemas muito graves”. Como sugestão para melhor salvaguardar o património, o responsável aconselhou a RAEM a limitar o número de turistas ou a publicitar os lugares menos visitados para que a massa turística não se concentre apenas no centro histórico de Macau.

explicação das autoridades, que apenas mais tarde, e depois de muitas manifestações públicas de apoio ao artista, defenderam que Ai Weiwei estava detido por evasão fiscal. No entanto, o artista garante ter sido detido ilegalmente pelas suas opiniões.

“O seu activismo lembra-nos como a arte consegue chegar a uma grande audiência e ligar-se ao mundo real”, justificou a escolha Mark Rappolt, editor da “ArtRe-view”, destacando que a situação de Ai Weiwei permitiu a todos os artistas a mudança da ideia de que trabalham para um público limitado às paredes de um museu ou uma galeria.

A escolha de Ai Weiwei para o topo da lista – o ano passado ficou na 13.ª posição – já está a gerar polémica na China, que criticou a opção na sexta-feira. “A China tem muitos artistas com capaci-

dades suficientes. Sentimos que a selecção foi puramente baseada na sua tendência política e essa perspectiva violou os objectivos da revista”, disse, citado pela Reuters, numa conferência de imprensa,

Liu Weimin, assessor do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês.

Mas para o editor da revista, Ai Weiwei foi escolhido por tudo o que representa para a arte, mostrando não só o alcance das obras como o poder que os artistas podem ter.

Em segundo lugar do ranking, onde não consta nenhum nome português, pertence aos directores da Serpentine Gallery, em Londres, Hans Ulrich Obrist e Julia Peyton--Jones, e em terceiro está Glenn D Lowry, director do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Ainda no top dez destacam-se Nicholas Sero-ta, director da Tate e o coleccionador e galerista Larry Gagosian, que o ano passado encabeçou o ranking.

Ai Weiwei, que foi libertado sob caução, estando impedido de dar entrevistas, viajar e usar o Twitter durante um ano, escreveu recentemente um artigo na revista “Newsweek” onde atacou o Gover-no chinês, falou sobre o ambiente que se vive em Pequim e a opressão do regime feita aos cidadãos.

CULTURA

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SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Marco [email protected]

DUAS medalhas de ouro, duas de prata e outras tantas de bronze.

A delegação que represen-tou Macau na 11.ª edição dos Campeonatos do Mundo de Wushu despediu-se de Ancara com um total de seis galardões na bagagem, dois a menos que aqueles conquistados há dois anos em Toronto.

Em 2009, a Selecção da RAEM subiu ao pódio por oito ocasiões e o objectivo primordial na deslocação à Turquia passava pela obtenção de resultados similares, mas as pers-pectivas dos responsáveis pelo wushu do território acabaram por não se con-cretizar. Sem Huang Yan Hui para defender o título conquistado há dois anos na categoria feminina de nangun, Macau competiu

Wushu | Macau termina participação nos Mundiais com seis medalhas

Jia e mais uns tantos

nos Mundiais de Ancara quase sem referências no que toca aos certames femi-ninos e uma tal incidência

acabou por ter repercussões no balanço final da presta-ção obtida pela formação do Lótus na capital turca.

Das seis medalhas con-quistadas, cinco foram ganhas em provas da com-petição masculina. Tan Dong Mei salvou a honra do convento do wushu feminino da RAEM, com o terceiro lugar e a conse-quente medalha de bronze no evento individual de Nanquan. A prova foi ganha pela chinesa Lin Fan, que re-legou a malaia Diana Bong Siong Ling com uma série de prestações inexcedíveis.

No evento masculino, a história da participação de Macau na edição de 2011 dos Mundiais escreve-se sobretudo com o nome de dois atletas, Jia Rui e Chu Chi Wai. Para o mais cotado (e mais medalhado também) dos atletas do território, os Campeonatos do Mundo de Wushu servi-ram, sobretudo, para firmar credenciais e reivindicar um lugar de topo entre os melhores praticantes mundiais do wushu de demonstração. O atleta, de 24 anos, é responsável por metade das distinções conquistadas pela RAEM na Turquia, oferecendo ao desporto de Macau uma nova medalha de ouro e duas outras de prata.

Depois de no dia inau-gural da prova ter superado o vietnamita Nguyen Mahn Quyen na corrida pelo ouro na prova de gunshu, Jia Rui brilhou ainda nos certames de changquan e daoshu,

sendo por ambas as ocasiões superado por atletas da Re-pública Popular da China. Na prova de changquan, Jia não conseguiu bater Zhang Kai, quedando-se pela prata e pela segunda posição do pódio. No evento de da-oshu, foi Sun Peiyuan quem inviabilizou os festejos da comitiva do território, im-pedindo Jia Rui de revalidar o título conquistado há dois anos em Toronto frente ao japonês Masashi Harada e ao malaio Ng Say Yoke.

SUCESSOSe para Jia Rui, os Mundiais de Ancara serviram para reforçar credenciais, para Chu Chi Wai o evento turco teve o condão de afastar dúvidas e nutrir certezas. Visto como uma das prin-cipais surpresas do wushu da RAEM, o jovem atleta respondeu na medida certa às expectativas que sobre ele pairavam ao conquistar o ouro no certame masculi-no de jianshu. Chu Chi Wai superiorizou-se ao norte--americano Colvin Wang e ao indonésio Charles Sutanto, encerrando com chave dourada a partici-pação de Macau na edição de 2011 dos Campeonatos do Mundo.

A bandeira do Lótus subiu ao pódio também nos eventos masculinos de wushu de combate, com Cai Liang Chan a repetir o feito de Jia Rui e a subir ele

também à tribuna de honra, depois de já o ter feito há dois anos em Toronto. No Canadá, Cai conquistou a medalha de prata na catego-ria de atletas até aos setenta quilos. Desta feita, o atleta nascido na República Po-pular da China acabou por falhar o assalto ao segundo lugar, mas ofereceu ainda assim o bronze às cores do território, ao terminar o evento para atletas até aos 75 quilogramas na terceira posição, em ex-aequo com o iraniano Javad Aghaei. O certame foi ganho por Ji Haitong, da República Popular da China. No em-bate decisivo da categoria, o atleta chinês derrotou o russo Arslan Biktimirov.

PALMARÉSCom as seis medalhas con-quistadas na Turquia, Ma-cau passa a somar um total combinado de 47 medalhas. Nas 11 edições já disputa-das dos Campeonatos do Mundo de Wushu, a RAEM conquistou doze medalhas de ouro, 20 de prata e 15 de bronze.

A tabela é liderada pela República Popular da China, com um total de 121 medalhas, das quais 114 são de ouro. Em Ancara, a delegação chinesa arreca-dou um total de dezassete medalhas, todas elas relati-vas ao triunfo absoluto nos certames em que os atletas do Continente competiram.

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Jia Rui

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesSEGUNDA-FEIRA 17.10.2011www.hojemacau.com.mo

13

HORIZONTAIS: 1-Filosófico. 2- Entrar em cabalas. Poeira. 3-Manifesta o riso. Falta (Pref.). Naquelas. 4-Letra grega. Contracção dos pronomes Te e O. Ajunteis. 5-A febreamarela (Ant.). Nordeste (abrev.) 6-Oferecei. Três (Pref.). Notas, observas. 7-Cidade bíblica. Extraíeis. 8-Zunir (os ouvidos). Funesta. Sozinho. 9-República Árabe Unda (extinta). Ceda gratuitamente. Tratamento que se dá na China a certas pessoas. 10-Sufixo, o m. q. INO. Feita a sementeira. 11-Avaliásseis o peso.

VERTICAIS: 1-Produtora. 2-Imposto de Circulação (abrev.). Tornariam oco. 3-Casa, pátria (Fig.). Sorri. Desfolhado. 4-Falecimento. Sua pessoa. Hipótese. 5-Sua (Arc.). Escolherdes. 6-Olé! Imposto sobre o rendimento colectivo (sigla.). Nome de mulher. 7-Roubariam (Gír.). Existes. 8-Expressão do rosto. Concede. Canais de irrigação. 9-Naquela. Distingue, divisa. Caminhai. 10-Retábulos. Nesse lugar. 11-Que possui, possuidor.

[Tele]visãowww.macaucabletv.com

STAR SPORTS 3113:00 Sbk Superbike World Championship 2011 - Race 2 14:00 Spirit Of Yachting Series 2011 14:30 FIA F1 World Championship Raceday 2011 Korean Grand Prix 15:15 FIA F1 World Championship 2011 - Main Race Korean Grand Prix 17:15 FIA F1 World Championship Chequered Flag 2011 Korean Grand Prix 18:00 Rugby World Cup 2011-Weekly Highlights19:00 Sbk Superbike World Championship 2011 - Races21:00 Game 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Inside Racing 2011 22:30 Engine Block 2011 23:00 FIA F1 World Championship Highlights 2011 Korean Grand Prix

STAR MOVIES 4012:55 Vital Signs14:40 Pandorum16:30 Youth In Revolt18:00 Mary Shelley’S Frankenstein20:05 Edge Of Darkness22:05 The Walking Dead23:00 Possession00:30 Pandorum

HBO 4112:00 The Social Network14:00 Unanswered Prayers15:25 Little Black Book17:10 The Lovely Bones19:25 Scent Of A Woman22:00 Big Love00:00 I Am Sam

CINEMAX 4212:00 Assassins 14:15 Allan Quatermain And The Lost City Of Gold16:00 It Came From Beneath The Sea17:20 The Bridges At Toko-Ri19:10 Epad On Max 132 19:30 Hollywood Buzz 20:00 The Hunted22:00 Critters 223:25 Critters 300:50 Public Enemies

MGM CHANNEL 4312:45 Buy & Cell14:30 Vietnam Texas16:00 Women vs. Men17:30 April Morning19:15 Hotel Oklahoma21:00 Take My Daughters Please22:45 Cop Killers00:30 Samaritan: The Mitch Snyder Story

DISCOVERY CHANNEL 5013:00 Mythbusters14:00 Killer Whales15:00 River Monsters16:00 Construction Intervention17:00 River Monsters18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 Gold Rush: Alaska

(MCTV 51) National Geographic Channel19:00 GOLD RUSH: ALASKA

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:30 RTPi Directo17:30 Que Loucura de Família18:00 Música Movimento (Repetição)18:30 Contraponto (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:10 Passione23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00:15 Telejornal - Repetição00:45 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Magazine EUA Contacto – N. Inglaterra 15:00 O Mundo de Cá - Documentário – Embaixada ao Badur16:00 Bom Dia Portugal17:00 Quem Quer Ser Milionário – Alta Pressão18:00 Resistirei18:45 Linha da Frente19:00 Pai à Força 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Magazine EUA Contacto – N. Inglaterra22:30 Ingrediente Secreto - Bivalves23:00 Portugal no Coração

TVB PEARL 8306:00 Bloomberg Game Changers07:00 First Up07:30 NBC Nightly News08:00 Putonghua E-News08:30 ETV10:30 Inside the Stock Exchange11:00 Market Update11:30 Inside the Stock Exchange11:32 Market Update12:00 Inside the Stock Exchange12:02 Market Update12:30 Inside the Stock Exchange12:35 Market Update13:00 CCTV News - LIVE14:00 Market Update14:40 Inside the Stock Exchange14:43 Market Update15:58 Inside the Stock Exchange16:00 Angelo Rules16:30 Geronimo Stilton17:00 Wild Animal Baby Ecplorers17:30 Tales of Tatonka18:00 Putonghua News18:10 Putonghua Financial Bulletin18:15 Putonghua Weather Report18:20 Financial Report18:30 America’s Funniest Home Videos18:50 Global Ideas19:00 The Wall Street Journal Report19:30 News At Seven-Thirty19:50 Weather Report19:55 Earth Live20:00 The Pearl Report20:30 Supernatural21:30 Ultimate Power Builders22:30 Market Place22:35 The Mentalist 23:35 The CEO Connection 23:40 World Market Update23:45 News Roundup00:00 Earth Live00:05 Band of Brothers01:30 The Wall Street Journal Report01:55 FIFA Football World02:20 European Art at the MET02:30 Bloomberg Television05:00 TVBS News05:30 CCTV News

ESPN 3013:00 American League Championship Series 2011 (If Nec) Detroit Tigers vs. Texas Rangers16:00 National League Championship Series 2011 (If Nec) St. Louis Cardinals vs. Milwaukee Brewers19:00 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Monday Night Verdict 20:30 X Games 17 Slammed & Stomped 21:00 Euro Beach Soccer League Superfinal Switzerland vs. Portugal22:00 Sportscenter Asia 22:30 Rugby World Cup 2011 Semifinals #1 Wales vs. France

20:00 Beyond Survival With Les Stroud21:00 Dual Survival22:00 Man vs Wild23:00 Deadliest Catch 00:00 Dual Survival

NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 5113:00 Megaship14:00 The Diving Women of Jeju15:00 Classified: CIA Confidential 16:00 Stalking Hitler’s Generals17:00 Journey Into Amazonia18:00 Convoy: War For The Atlantic19:00 Seconds From Disaster20:00 Inside21:00 Classified: Terror/counter Terror22:00 War Secrets: Italy’s Forgotten Invasion23:00 Locked Up Abroad00:00 Classified: Terror/counter Terror

ANIMAL PLANET 5213:00 Nick Baker’s Weird Creatures II14:00 Must Love Cats15:00 Raw Nature16:00 Buggin’ With Ruud17:00 The Haunted:18:00 Aliens Of The Deep19:00 Animal Witness20:00 Nick Baker’s Weird Creatures IIr21:00 Raw Nature 22:00 World’s Ugliest Dog Competition23:00 The Haunted:00:00 Aliens Of The Deep

HISTORY CHANNEL 5413:00 Modern Marvels14:00 Ancient Aliens16:00 Hidden Cities17:00 Swamp People18:00 Modern Marvels19:00 Life After People 20:00 Ice Road Truckers21:00 Pawn Stars23:00 The Pickers00:00 Kings Of Restoration

BIOGRAPHY CHANNEL 5513:00 Intervention14:00 Hoarders15:00 Rowan Atkinson16:00 Billy Crystal17:00 Flip This House18:00 Sell This House18:30 Caesars 24/719:00 Hoarders20:00 Storage Wars22:00 Tycoons Of Asia 23:00 Hoarders00:00 Intervention

AXN 6212:15 CSI: Miami13:05 Ncis: Los Angeles14:00 The Amazing Race14:55 Justified15:50 CSI: Miami16:40 Leverage17:30 Ncis: Los Angeles18:20 Wipeout19:15 The Amazing Race20:10 Top Chef21:05 Ncis: Los Angeles22:00 Hawaii Five-022:55 The Amazing Race23:50 Hawaii Five-000:45 Top Chef

STAR WORLD 6312:10 The Bachelorette13:05 Off The Map14:00 Royal Pains14:55 Happy Endings15:25 Ghost Whisperer17:15 Australia’s Next Top Model18:10 The Bachelorette19:05 How I Met Your Mother19:30 Melissa & Joey20:00 Hell’s Kitchen20:55 The Real Housewives of Beverly Hills21:50 Glee22:45 Junior MasterChef Australia23:40 How I Met Your Mother00:05 The Real Housewives of Beverly Hills

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-FILOSOFAL. P. 2-CABALAR. PO. 3-P. RI. AN. NAS. 4-RO. TO. ADAIS. 5-OCROPIRA. NE. 6-DAI. TRI. VES. 7-UR. SACAVEIS. 8-TINIR. MA. SO. 9-RAU. DE. LI. R. 10-IM. SEMEADA. 11-Z. PESASSEIS.VERTICAIS: 1-F. PRODUTRIZ. 2-IC. OCARIAM. 3-LAR. RI. BU. P. 4-OBITO. SI. SE. 5-SA. OPTARDES. 6-OLA. IRC. EMA. 7-FANARIAM. ES. 8-AR. DA. VALAS. 9-L. NA. VE. IDE. 10-PAINEIS. AI. 11-POSSESSOR. S.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

Informação Macau Cable TV

SALA 1JOHNNY ENGLISH REBORN [B] Um filme de: Oliver ParkerCom: Rowan Atkinson, Dominic West14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2REAL STEEL [B] Um filme de: Shawn LevyCom: Huge Jackman14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3ABDUCTION [B] Um filme de: John SingletonCom: Taylor Lautner, Lily Collins14.30, 16.15, 18.00, 21.45

INSIDIOUS [C] Um filme de: James Wan, Leigh WhannellCom: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey19.45

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OPINIÃOSEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

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FESTA FRAQUINHAO cartaz deste ano da Festa da Lusofonia é a atirar para o fraquinho. Não sou apenas eu quem o diz mas tenho ouvido por aí. As embaixadas, que sugerem os nomes dos artistas, não estiveram inspiradas e, não fosse os Wuchene, de Moçambique, e os Patubatê, do Brasil, e teríamos algo bastante deprimente.Contudo aquilo que mais me faz espécie é a presença portuguesa (?). Simplesmente não existe. Portugal faz-se representar por Carmen Souza, uma cabo-verdiana cuja música nada ou muito pouco tem a ver com Portugal.Mas afinal quais são os critérios para a escolha dos artistas? Soube entretanto que as embaixadas escolhem o artista que é submetido à apreciação do Governo, e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) é que trata da parte da massa.O que não compreendo é como é que Portugal escolhe uma cabo-verdiana para representar o país. Não está em causa a qualidade de Carmen Souza, cantora que revejo algumas qualidades, só que não me parece justo para as centenas de cantores e bandas portuguesas que Portugal não se lembre deles. Em última instância trariam os Homens da Luta, que seria arraial na certa.Se vamos reunir a Lusofonia, então que a reunamos como deve ser e não repetindo países. Mesmo que Carmen Souza seja radicada em Portugal e tenha a sua documentação certinha como cidadã portuguesa, a sua escolha é no mínimo estranha.Não estamos perante questões de preconceito. O que se trata acima de tudo neste grande particular é a questão da justiça. Penso que Portugal tem gente capaz para representá-lo. Quanto mais não sejam os repetitivos Xutos & Pontapés, os emergentes Deolinda, os renovados Rádio Macau, os metaleiros Moonspell ou até o acordeonista popular Quim Barreiros. Com certeza teríamos mais Portugal.A não ser que não queiram mais Portugal. Talvez pensem que Portugal já é demais por estas bandas. Foram quase 500 anos...Bem sei que não se podem trazer sempre os mesmos, ou outros que, sendo caros, não estão para as gordas bolsas do Governo da RAEM. Fica a sensação que poderia ter sido feito mais e melhor.

Pu Yi

Aqui há gato

Carina João In i

UANDO era miúda havia uns desenhos animados, a “Árvore dos Patafúrdios”, que tinham

como fundo musical uma composição de Sérgio Godinho. A música, curiosamente das poucas deste autor que são do meu agrado, tinha uma letra que versava mais ou menos assim: “Por incrível que pareça, por incrível que pareça, não há nada, não há nada, que não nos aconteça, ó sorte malvada, que vida desgraçada, aiaiaiaiai, aiaiaiai…”

Hoje, à distância de uns valentes anos, recordo aquela árvore de uma forma quase mitológica. E, já diziam os antigos gregos, a mitologia explica o sentido da origem das coisas.

Pluto (não, não é o cão da Disney), o deus da riqueza, teve por filha a Loucura, que nasceu nas Ilhas Afortunadas… Como Erasmo me parece real…

Depois dos anos em que andámos lite-ralmente em Plut(ã)o, no devaneio de vidas irreais, fáceis e a uma velocidade estonte-ante, acabamos agora na insanidade de ter de cumprir indicadores, mapas e decisões que nos fazem questionar cada segundo do nosso tempo, a modos de contabilista... Anjos caídos … é assim que vejo as pessoas.

Mas, convenhamos, já todos percebemos que temos o Estado a viver acima das nossas possibilidades. E agora, já que temos de penar segundo estas novas tosquias, chegou a altura de estarmos mesmo, mas mesmo, todos conscientes dessa realidade.

Manuela Ferreira Leite acha que fomos expropriados de tempo, e eu, embora reco-nheça que tem razão, afirmo convictamente que não nos resta mais que dilatar o pouco que nos é dado. Ninguém nos conhece

“Ó sorte malvada, que vida desgraçada, aiaiai.” Tenho o maior respeito por quem trabalha, seja no público seja no privado, mas começam a escassear empregos para tanta gente

Patafúrdios

Q

melhor que nós próprios, e neste momento, para mal dos nossos pecados, também a troika que nas suas congeminações já terá pensado por certo mais de uma vez que iríamos voltar a falhar os prazos acordados.

À boa maneira portuguesa, as filas exis-tem porque gostamos de entupir serviços com tudo e com nada. Os pagamentos no último dia do prazo são a regra e não a ex-cepção. As matrículas na escola até podiam estar reduzidas a um dia, porque é mesmo no limite que o fazemos, que o fruto proi-bido é o mais apetecido. A entrega do IRS é sempre à queima, e até para receber se protela. O depósito do cheque é para quando der jeito passar no banco, como se fôssemos protagonistas de uma série americana onde a bomba é desactivada ao minuto 00h01.

Millor Fernandes, o célebre humorista brasileiro, dizia que, se apertar a barriga dói, a solução é simples, deixe de a apertar com o dedo. Não passa a doença, mas pelo menos não dói. Ora no nosso caso adiar a dolorosa não sei se resolveria. Mas também não sei se sobreviveremos. Aumentos. Reduções. Tudo o que são inquietações do comum dos portugueses são desconcertantes, mas apenas uma gota de água num imenso oce-ano quando comparadas com a verdadeira dimensão da tragédia.

Quando se tem de explicar que uma

redução de salário é preferível a não haver salário, acho que todos percebem, mas quan-do se tem de explicar que para haver trabalho para uns não pode haver para outros, isso já é digno de uma estupefacta interrogação, ou seja, mas porquê?

Porque temos um Estado pejado de mui-tos, muitos bons profissionais, mas também, e infelizmente, de muitos maus! Podiam ser menos? Podiam! E não era a mesma coisa! É muito doloroso falar desta maneira. Mas está na altura de o problema ser enfrentado como tem de ser, de frente.

Tenho o maior respeito por quem trabalha, seja no público seja no privado, mas começam a escassear empregos para tanta gente.

Dizia-me um amigo meu, pequeno em-presário tipo: “É pá, o pessoal que nasceu no meu ano está todo à rasca… Só se vão safando aqueles que trabalham no Estado, porque até os que trabalham para o Estado se vêm à nora para receber.” É Portugal no seu pior.

O que nos distingue da Grécia neste momento? O descomprometimento político daquela gente. Deus nos livre deste drama-tismo. É aqui que se apela à responsabilidade política dos partidos, em especial aos que tiveram responsabilidades directas neste estado de pré-falência. Sem hipocrisias, porque, mais coisa menos coisa, nos últimos 30 anos todos tivemos o nosso pedacinho de culpa.

Mais não é que uma junta de salvação nacional democrática, não imposta, re-sultante apenas e simplesmente de bom senso e responsabilidade. Seria uma boa forma de enfrentar este período negro que se aproxima, mas de frente, sob pena de continuarmos neste estado patafúrdio: “Ó sorte malvada, que vida desgraçada, aiaiaiaiai, aiaiaiai…”

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caderno d iá r i oPedro Correia

SEGUNDA-FEIRA 17.10.2011

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O voto secreto é um acto de medo ou de cobardia. De onde se diz nascer a democracia.Por Fernando

Ciclone

SEGUNDA, 10 Só mesmo a inépcia total da oposição socialista impediu o fim do longo consulado de Alberto João Jardim. O PSD Madeira renovou a maioria absoluta de mandatos nas eleições regionais de ontem mas, com 48,5%, perdeu pela primeira vez a maioria absoluta de votos nas urnas. E no Funchal o recuo do partido hegemónico ul-trapassa os 20 pontos percentuais em relação às anteriores eleições, realizadas em 2004. Os sociais-democratas da região autónoma - que não contaram, nesta campanha, com o apoio do PSD nacional - perdem oito deputados e quase 16% do voto popular. Factos bem reveladores do início do divórcio entre a população madeirense e Jardim, que há 33 anos exerce o poder no arquipélago.

O problema, como sempre na Madei-ra, é o PS. Com um candidato de carisma nulo, que nem sequer é o líder regional do partido, os socialistas fizeram a campanha mais medíocre de que há memória. Os elei-tores castigaram o partido agora dirigido por António José Seguro, fazendo-o recuar quatro pontos relativamente ao anterior acto eleitoral: o PS vale agora apenas 11,5% nas urnas madeirenses, tendo sido ultrapassado pelo CDS, que quase quadruplicou a vota-ção, chegando aos 17,6%. Isto enquanto os comunistas perdiam metade do seu grupo parlamentar e praticamente metade dos eleitores, quedando-se pelos 3,7% (apenas um deputado) e o Bloco de Esquerda, com apenas 1,7%, era varrido do parlamento regional.

E agora?Agora Jardim terá de governar precisa-

mente ao contrário do que governou desde 1978. A Madeira - graças a ele, diga-se - é hoje a segunda região portuguesa com maior riqueza por habitante (logo após a Grande Lisboa). Mas tem também uma dívida per capita superior ao do conjunto do território nacional. Mantém cerca de um terço da sua população a trabalhar na administração pú-blica e quase 20% das suas receitas provêm do orçamento geral do Estado. O pior de tudo foi a gestão danosa de Jardim, que - sabe-se agora - tinha uma dívida oculta que ascende a 6,3 mil milhões de euros. Montante que fez acender todas as luzes de alarme não só em Lisboa mas também em Bruxelas e torna inevitável um fundo de resgate a troco de imediatas medidas de austeridade forçadas na região.

A Madeira, ainda com Jardim, deixará de ser um cenário de excepção no todo nacional. Os madeirenses deixarão de ter os combustíveis mais baratos e vias rápi-das sem portagem, passarão a pagar taxas moderadoras nos hospitais, verão o IVA e o IRS tributados ao mesmo nível do con-

Onde começa o artifício e termina a realidade? É irrelevante. A arte tanto imita como a vida imita a arte: eis um princípio válido para todas as horas de todas as épocas em todas as cidades do mundo

tinente. Haverá, possivelmente, dispensas de funcionários e redução de salários na administração pública. E terminarão outras particularidades do sistema madeirense, nomeadamente os “custos de insularidade” que propiciavam um suplemento de 2% aos salários dos funcionários para lá destacados. E poderá haver também mudanças na malha autárquica: não se compreende que num ar-quipélago com apenas duas ilhas habitadas haja 11 municípios e 53 freguesias.

Acontece que Jardim, o homem que fez inchar descomunalmente o aparelho de Estado na Madeira, terá de ser agora o protagonista involuntário do seu desapare-cimento. Sob pressão do Governo central e sobretudo por pressão das circunstâncias: o tempo em que se acumulava dívida à custa do contribuinte para fazer obras sumptuárias e desnecessárias terminou de vez. Tarde de mais, mas terminou.

TERÇA, 11 Inesperadamente, numa ma-risqueira de Algés, encontro um grupo de macaenses em saudável e ameno convívio. Desse grupo constam, entre outras pessoas conhecidas, Anabela Ritchie e seu marido, Alfredo Ritchie. É sempre um prazer enorme reencontrar gente conhecida do Oriente - so-bretudo, como é o caso, tratando-se de pessoas por quem sempre tive um enorme apreço.

A conversa foi fugaz mas serviu para matar saudades. E confirmar como, apesar da longa distância, são muito profundos os laços que continuam a ligar-me a Macau e aos macaenses.

QUARTA, 12 Meia-Noite em Paris, de Woody Allen. Os intelectuais norte-ame-ricanos são herdeiros directos da cultura europeia: nada menos surpreendente que lhe prestem homenagem. E em nenhuma outra área artística isso é tão notório como no cinema. Foram, de resto, cineastas nas-cidos no Velho Continente que moldaram o cinema americano - cineastas como Charles Chaplin, Josef von Sternberg, Fritz Lang, F. W. Murnau, Frank Capra, Ernst Lubitsch, Max Ophüls, Alfred Hitchcock, Jacques Tourneur, Billy Wilder, Otto Preminger e Elia Kazan.

Woody Allen é um ilustre herdeiro des-ta linhagem, mas está muito longe de ser único, ao contrário do que alguns críticos apressados garantem. Aliás o que este nova--iorquino de gema confirma, nos seus filmes mais recentes, é uma atracção pela Europa que vem desde o início da sua obra. Allen teve a sua fase bergmaniana (Interiors, 1978) e felliniana (Stardust Memories, 1980) muito antes de sonhar sequer que viria a filmar em Paris, Londres, Veneza ou Barcelona.

O aspecto mais interessante de Meia-

-Noite em Paris, filme em exibição nas salas portuguesas, é a forma como cruza cinema com literatura: a sua homenagem à Cidade Luz é, afinal, uma homenagem a um dos expoentes máximos da literatura norte-americana - Ernest Hemingway. As falas de diversas personagens do filme - Gertrud Stein, Scott Fitzgerald e o próprio Hemingway - são extraídas de trechos da magnífica homenagem que o autor de Por Quem os Sinos Dobram fez à capital fran-cesa no seu livro-testamento, Paris é uma Festa. E consegue fazê-lo com uma eficácia cinematográfica que deve tanto aos seus dotes artísticos como à sua longa experi-ência como artesão da Sétima Arte - uma experiência que não o impede de cair em erros de casting, como a escolha de Owen Wilson para a personagem principal ou a inclusão no elenco de Carla Bruni, muito menos expressiva do que a estátua do Pensador, de Rodin.

Meia-Noite em Paris é, no fundo, um fascinante conto de fadas - também nada de novo na obra de quem dirigiu A Rosa Púrpura do Cairo (1985) e Toda a Gente Diz que te Amo (1997). A novidade aqui é toda a fantasia ser protagonizada por nomes que se celebrizaram na vida real como figuras fundamentais da cultura e do espectáculo - de Picasso a Buñuel, de Gauguin a Cole Porter, de Degas a Jacqueline Baker, de Toulouse--Lautrec a T. S. Eliot, de Juan Belmonte a Salvador Dalí.

Os deliciosos anacronismos que povoam o filme, conferindo ao espectador a ilusão do regresso a uma era de ouro que afinal nunca existiu, limitam-se a seguir a pista que o próprio Hemingway deixou impressa no seu livro de memórias parisienses - alusão a um tempo irrepetível, em que foi “muito pobre e muito feliz”.

Num dos seus livros, Paul Auster - outro americano que presta tributo sem complexos à cultura europeia - ensina-nos que “razão e memória raramente andam a par”. Talvez por isso, alguns dos mais talentosos cultores da saudade enquanto expressão artística, como Allen e Hemingway, parafraseando Pessoa, chegam a fingir que é nostalgia a nostalgia que deveras sentem.

Onde começa o artifício e termina a reali-dade? É irrelevante. A arte tanto imita como a vida imita a arte: eis um princípio válido para todas as horas de todas as épocas em todas as cidades do mundo. Experimentem atravessar a Ponte Alexandre III à meia-noite na próxima vez que visitarem Paris. Daí pode resultar um filme ou um livro. Daí pode resultar um daqueles momentos mágicos que funcionam como fios que vão tecendo a eternidade.

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MACAU VIOLAÇÃO DE NAMORADA DO IRMÃOO Ministério Público (MP) não têm dúvidas. Un, de 43 anos, violou de forma grave a namorada do irmão e foi-lhe aplicada a medida de prisão preventiva. Un, o irmão e a namorada deste viviam juntos no mesmo apartamento e nada fazia prever o que veio a acontecer. Contudo, na madrugada dos 11 deste mês, depois do irmão ter se ido deitar, Un e a namorada do seu irmão continuaram na sala a navegar na internet e a beber. Foi nesse durante esse momento que ocorreu a violação, embora a rapariga tenha resistido como pode. Un, operário da construção civil, está agora na custódia da polícia, aguardando julgamento enquanto se prolonga a investigação.

AGOSTO REGISTADO RECORDE DE VISITANTESEm Agosto de 2011, entraram no território 713.383 pessoas, o que representou um aumento de 49,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. O grosso dos visitantes vieram da China (513.094), Taiwan (53.358), Hong Kong (33.356) e da República da Coreia (30.532). Em contrapartida, os visitantes do Japão (20.169) diminuíram 16,2%. Nos primeiros oito meses deste ano 4.509.362 visitantes chegaram a Macau, através de viagens turísticas organizadas pelas agências de viagem, ou seja, +12,7%, em comparação com o período homólogo de 2010, informaram os Serviços de Estatística e Censos. No mês de referência, 92923 residentes de Macau viajaram para o exterior. Os principais destinos foram a China Continental (56,9%), Hong Kong (19,9%), Taiwan (15%), Tailândia (8,6%) e Malásia (6,0%). Nos primeiros oito meses de 2011, 563.861 residentes viajaram para o exterior.

ATERROS AINDA HÁ MUITAS DÚVIDAS SOBRE OS NOVOS ESPAÇOSA secretaria para os Transportes e Obras Públicas parece estar ainda com dúvidas sobre o que os cidadãos pensam sobre os novos aterros projectados para Macau e lançou a segunda fase de consulta pública sobre o tema. Os trabalhos de elaboração dos anteprojectos do Plano Director das Novas Zonas Urbanas estão, de acordo com o Governo, “praticamente concluídos” e vão ser expostos no Museu da Ciência. Na exposição haverá uma apresentação do conteúdo dos anteprojectos através de painéis, maquetas e vídeos, conforme se pode ler na nota de imprensa divulgada pelas Obras Públicas. Além disso, o Executivo irá promover, nos próximos dois meses, mais sessões de auscultação, workshops e seminários.

car toonpor Steff

INDIGNADOS DOIS MANIFESTANTES DETIDOS EM LISBOADois manifestantes foram detidos sábado à noite em frente à Assembleia da República, onde várias centenas de pessoas se fixaram depois da manifestação de “indignados” durante a tarde. Um rapaz e uma rapariga com cerca de 20 anos foram detidos “por resistência e coação aos agente da autoridade” quando a polícia tentava libertar o espaço e fazer dispersar os manifestantes.

EUA RETIRADA DE TROPAS DO IRAQUE ATÉ JANEIROOs Estados Unidos decidiram deixar de ter tropas no Iraque e a maioria dos 41 mil soldados que ali se encontram vão para o Kuwait, avança a agência AP. Ficarão apenas 160 soldados ligados à embaixada dos EUA em Bagdade. Terminará assim uma presença de oito anos no país, que se traduziu na perda de mais de 4 mil soldados americanos.

MICHAEL JACKSON DEFESA ABANDONA TESEA defesa do médico de Michael Jackson, Conrad Murray, abandonou a teoria de que teria sido o próprio cantor a ter administrado a dose fatal do anestésico propofol. Já esta semana o médico forense responsável pela autópsia tinha garantido a um tribunal de Los Angeles (EUA) que o cantor nunca poderia ter administrado o anestésico. O advogado de defesa de Murray apresentou um estudo independente onde se assegura que engolir um comprimido de propofol não causaria a morte a Michael Jackson. Na mesma sessão de julgamento, um dos cardiologistas da Junta Médica da Califórnia, que estudou o caso, testemunhou contra Murray, indicando que a conduta do médico foi inapropriada. Alon Steinberg, o cardiologista, afirmou que caso o “Rei da Pop” se tivesse injectado, Murray continuaria a ser culpado da sua morte por não ter prestado os cuidados adequados.

LADRÃO DAS FOTOS DE SCARLETT JOHANSSON PEDE DESCULPA“Fiquei aliviado quando a polícia levou os computadores.” A declaração é de Christopher Chaney, 35 anos, que ficou conhecido quando foi detido por ter roubado as famosas fotos íntimas de Scarlett Johansson e de outras celebridades. Foram mais de 50 os famosos que viram a sua privacidade invadida pelo hacker, que foi ontem detido e já saiu sob fiança. Chaney pediu desculpa e agradeceu que o tenham feito parar. “Começou como curiosidade, mas tornou-se um vício”, disse ao Action News Jacksonville. O hacker é acusado de 26 crimes e pode ser condenado a 121 anos de prisão.

Auscultação sobre lei de imprensa começa hoje

Está tudo em aberto

CRÍTICA AO EXCESSO DE INTERMEDIÁRIOS NA IMPORTAÇÃO

Vegetais caríssimos

Lia [email protected]

É esta semana que cerca de 2000 pessoas vão começar a ser ouvidas no âmbito da revisão da Lei de Im-

prensa e da Lei de Radiodifusão. O questionário vai focar perguntas como o uso e o acesso à informação, conhecimento geral da sociedade, política, média, legislação, valores pessoais e tendências políticas. Deste universo, 300 pessoas serão seleccionadas para participar num debate e numa sessão de esclareci-mento com especialistas, para que haja um confronto de opiniões – ou, melhor dizendo, um sondagem deliberativa, novo método utilizado pela empresa ERS Soluções.

Os resultados são esperados em Agosto do próximo ano. Mas falar em conclusões nesta altura é cedo - nada está definido, nem no processo que vai decorrer para ouvir a população, nem no que pode vir a

ser mudado ou mesmo se serão alte-rados os diplomas em vigor. As per-guntas para o dia 4 de Dezembro, dia em que será realizada a sessão que reunirá a população, ainda estão a ser pensadas, bem como os incentivos que serão dados aos participantes. Ainda por constituir está também a lista nominativa de especialistas e o conselho consultivo, que irão esclarecer e proceder à auscultação das opiniões. “Vai ser dado dinheiro aos participantes, mas não em sinal de pagamento e sim como agrade-cimento pela participação. Quanto será ainda não está determinado”, esclareceu Alice Siu, directora do Centro de Democracia Deliberativa da Universidade de Standard.

Os jornalistas terão um espaço próprio e separado do resto da po-pulação, na altura de se ouvirem as opiniões. Angus Cheong, director da ERS Soluções, afirmou que a intenção é chamar o maior número possível de profissionais da área para participarem no processo.

Depois da recolhas das opiniões, os dados serão analisados entre Janeiro e Março e de Abril a Junho espera-se ter um relatório final. Para já, o objectivo do trabalho não passa por estabelecer mudanças na lei em vigor. De momento pretende-se apenas ouvir a população. Depois entrar-se-á numa fase de elaboração da proposta de lei, que posterior-mente será submetida novamente a consulta pública para possíveis alterações. Em seguida iniciar-se-á o período de produção legislativa.

Tudo isto porque e lei de Im-prensa e de Radiodifusão que existe tem cerca de 20 anos, o que leva a uma necessidade de rever e aper-feiçoar a legislação para que esta acompanhe o desenvolvimento da sociedade. Em fase de investigação estão pontos, alguns controversos, segundo os responsáveis, na vida de um jornalista, como a criação de um conselho de imprensa, código deon-tológico, liberdade de imprensa ou auto-censura.

OS preços dos produtos vegetais no mercado de Ma-cau têm sido mantidos em patamares demasiado

elevados, protestou o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Lee Chong Cheng, sobretudo devido ao excesso de ciclos de importação de hortofrutícolas para Macau e a um certo nível de monopolização. Os comerciantes vêm-se obrigados a aumentar o preço de venda e os consumidores é que acabam por sofrer com os custos elevados.

Lee Chong Cheng sugeriu por isso ao Governo que estabelecesse o marketing directo ou apoios a empresas sociais para que fossem saltados alguns dos

intermediários e permitisse a venda o mais directamen-te possível ao consumidor, com o aumento por outro lado da concorrência entre importadores que forçasse a redução dos preços.

O desequilíbrio nos preços dos alimentos em Macau, sublinhou o deputado, é uma realidade e o Governo deveria propor algumas medidas efectivas para que resolver esses problemas. Regulamentos para combater os monopólios ou concessões que permitam regular os seus lucros e operações são outras das sugestões para proteger o bolso dos residentes. – V.L.

OCUPAÇÃO NA WALL STREET