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Histórias Coletivas de São João da Madeira Livro 1 2011 Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

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Histórias coletivas organizadas pela Rede de Bibliotecas Escolares de S. João da Madeira

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Page 1: Histórias coletivas

Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 1

2011

Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Page 2: Histórias coletivas

Maria tinha apenas seis anos mas a sua pequena cabeça alimentava um sonho muito grande. Queria ser bailarina.

Não uma bailarina qualquer, pois então! Tinha de ser uma famosa bailarina. Tinha de dançar em grandes

companhias de bailado, em palcos importantes e para pessoas que soubessem apreciar a sua leveza e delicadeza.

Porquê? O que atraia tanto uma criança tão pequena? Seriam os suaves movimentos das borboletas que

esvoaçavam na sua janela? Os saltos silenciosos do seu gato? O voo que fazia todos os dias no seu baloiço?

Em frente ao espelho, Maria imitava as bailarinas que via na televisão. Colava-se ao ecrã e não perdia um único

espectáculo.

Plié…skip… terceira posição…

Quinta posição… plié… reverência...

E as suas pernas esguias subiam, levadas pelos bicos dos seus minúsculos pés que queriam voar.

Quando ia na rua, Maria não caminhava. Dançava. Era como se todo o seu corpito frágil tivesse asas que a faziam

movimentar-se ao som da música que só ela ouvia.

Maria passava horas a contemplar uma reprodução do quadro do seu pintor favorito, Edgar Degas. Tinha conhecido

a obra deste pintor, um ano antes, numa viagem a Paris com os seus pais, na qual pôde visitar o museu d’Orsay,

onde estão expostos muitos dos seus trabalhos. Ao verem o assombro da filha pelos quadros, os seus pais

compraram-lhe, na loja do museu, uma reprodução daquele que lhes pareceu ter sido o favorito da filha, Prima

Ballerina.

Quando olhava para ele, Maria imaginava que ela própria era a Prima Ballerina (este é o termo dado à bailarina a

quem são dados os papéis clássicos principais). Chegava mesmo a ouvir os aplausos do público, ofuscado com

tamanho brilho e graciosidade.

Um dia, algo estranho e muito inesperado aconteceu… Enquanto sonhava acordada, Maria sentiu o seu corpo

elevar-se até ao pequeno quadro. De repente, era ela a bailarina de expressão doce e delicada que rodopiava

levemente nas suas formas subtis; sentia-se como um anjo cintilante.

Maria dançava, dançava e continuava a sonhar. Sonhava que tinha dois dragões muito amorosos, que a protegiam

no seu castelo chamado “A torre dourada”. Os dragões, que eram os guardiões do castelo, chamavam-se: “Sol” e

“Estrelinha”. Estes dragões eram os melhores amigos da menina. Eles gostavam de voar e de contar muitas histórias

a Maria. Ela, como gostava muito de histórias, continuava a sonhar…

Maria tinha uma pele macia e aveludada, usava lindas tranças loiras. Deitada na sua cama de madeira, descansava

na sua almofada de cetim e estava coberta com os seus lençóis macios e com a sua colcha alegre e colorida. Maria

sonhava, sonhava e, enquanto dormia, os seus lábios mostravam um sorriso. Era um sonho doce e cheio de magia.

Ela sonhava que se encontrava em frente do espelho e que o mesmo refletia a imagem duma boneca com pele

macia, olhos azuis que pareciam duas gotinhas de água e as suas lindas tranças caindo sobre o seu pescoço. Parecia

uma verdadeira Princesa.

Maria continuou a sonhar…

Page 3: Histórias coletivas

De repente, o seu quarto era um enorme salão de dança. Tudo tinha desaparecido: os móveis, a cama, a televisão,

os brinquedos, os quadros das paredes, os armários, os tapetes… Ficou apenas o seu quadro preferido. O salão tinha

muitos espelhos que brilhavam intensamente. A menina e outras bailarinas agarradas às barras, dançavam

graciosamente ao som de uma orquestra que tocava maravilhosas melodias. A música despertou-a do sonho. Vinha

da sala onde os pais já tomavam o pequeno - almoço. Mal teve tempo de calçar as pantufas pois logo correu para a

sala dançar.

— Maria, vem tomar o pequeno-almoço!

A menina nem ouviu a mãe chamá-la. Estava completamente nas nuvens. Só queria dançar, dançar... Tanto rodopiou

que foi contra a mesa e entornou o jarro de leite que caiu ao chão, partindo-se em cacos.

A mãe, muito zangada, repreendeu-a:

— Maria, só fazes disparates! Vai para o teu quarto! Estás de castigo!

— Já não sei o que fazer com a nossa filha. Por causa de querer ser bailarina só me traz dores de cabeça! – disse a

mãe ao seu marido.

A avó, que assistiu a tudo, tricotava em silêncio uma camisola para a neta e com uma voz suave, afirmou:

— Tenham calma! Não foi por mal! O sonho dela é ser bailarina…!

No quarto, a menina, com os olhos cheios de lágrimas, olhava com o coração apertadinho o quadro da Prima

Ballerina…

De repente, Maria ouviu uma voz suave e quente que a chamava:

- Maria! Maria!

- Que estranho! Parece que estou a ouvir a canção dos Xutos e Pontapés.

- Não, tolinha! Sou eu, a tua amiga imaginária, Prima Ballerina. Vim aqui para te ajudar a libertar o teu sonho. Tens

de ganhar confiança, superar os obstáculos, independentemente das dificuldades que surgirem. Nunca deves

desanimar, mesmo que, às vezes, te apeteça. Compreendes?

- Mas… como é que eu faço isso? Por muito que tenha tentado, ainda não encontrei uma solução. Sinto-me

aprisionada!

- Tens de ouvir o teu coração e fazer uma análise introspetiva. Olha bem para o teu interior… Agora, tenho que ir

embora.

-Espera, Prima Ballerina! Como é que eu ponho essas tuas ideias mirabolantes em prática? Dá-me uma ideia.

- Tu sabes, Maria! Tu sabes… - sussurrou-lhe, enquanto ia voltando para o quadro.

Page 4: Histórias coletivas

Quando Maria caiu em si, reparou que não havia lágrimas deslizando pelo seu rosto acetinado e doce, mas um

sorriso sonhador. Foi ao encontro dos pais.

- Maria, não te disse que… - interrompeu a mãe.

- Mãe, Pai, precisamos de falar.

Os pais fixaram-na com perplexidade e ouviram-na atentamente.

- Como sabem, o meu sonho é ser bailarina. Estou determinada a seguir o meu sonho, independentemente dos

obstáculos que se deparem no meu caminho.

De início, os pais ficaram apreensivos, mas decidiram inscrevê-la numa Academia de Dança; o que estava em jogo

era a felicidade de Maria e eles queriam que ela acordasse, todos os dias, com um sorriso nos lábios.

O sonho de Maria começava a tornar-se realidade. Finalmente, a menina podia dançar de verdade. Inscrita na

Academia de Dança Clássica Irina Baronova, Maria depressa perdeu a timidez que a princípio aflorava, habituada

apenas a dançar na solidão do seu quarto, contemplando o seu querido quadro da Prima Ballerina, ou no parque

junto dos seus companheiros de dança, os flamingos e os cisnes. Depressa aprendeu os passos que a simpática

professora Clarinda ensinava e rapidamente se tornou uma bailarina fantástica que se movimentava agilmente,

levemente e graciosamente.

Maria vivia cada dia mais feliz, fazendo amigas entre a turma e concretizando a par e passo o seu desejo de ser uma

bailarina célebre e imaginando-se a rodopiar pelos palcos mais famosos do Mundo inteiro. Quando chegava a casa,

Maria buscava mais inspiração dentro do seu quadro mágico. Dia após dia, a menina ensaiava, com todas as outras

meninas da turma da professora Clarinda, os en dehors, os degagés,os arabesques (nomes dados aos passos desta

dança clássica), as piruetas, as cabriolas… e aperfeiçoava cada vez mais a sua técnica.

O rápido sucesso da petiza provocou rivalidade numa colega da turma em particular, Joana. Joana era uma linda

menina, alta, de olhos azuis com os cabelos loiros e encaracolados. Era também uma fantástica bailarina e bastante

ágil, mas, infelizmente, esta menina era muito arrogante, invejosa e cultivava dentro de si um ciúme enorme pela

doce Maria.

Um dia, ao final da tarde, Joana seguiu a sua rival até casa e, como de costume, Maria entrou no seu quadro mágico

e dançou, dançou, dançou… Escondida por uma trepadeira que havia na parede da casa da Maria, Joana conseguiu

observar tudo através da janela do quarto da menina e, com um olhar maléfico, começou a engendrar um plano que

derrubasse a sua adversária.

A professora Clarinda tinha marcado um teste para apurar a Prima Ballerina do espectáculo que estavam a preparar

para a festa de final de ano. As meninas prepararam-se afincadamente, mas, antes de entrar na sala de espelhos da

Academia, Joana fez Maria tropeçar e cair no chão, torcendo o tornozelo. Maria já não pôde comparecer ao teste.

Maria chegou frustrada a casa, subiu as escadas e bateu a porta do quarto com força. Olhou o quadro que tanto

adorava e que tanta magia lhe transmitia e, zangada, rasgou-o, decidida a não mais dançar. De repente, ao ver o seu

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quadro despedaçado no chão, foi como se o seu coração também se tivesse despedaçado. Desesperada, tentava

dançar mas não conseguia, porque a magia já não existia. Lá fora, a chuva caía a cântaros e dos olhos de Maria caía

também uma chuva de lágrimas.

Maria vestiu a sua gabardina amarela e percorreu toda a cidade, procurando alguém que restaurasse quadros, mas…

já a noite caía e… nada. Desolada, a menina regressou a casa e, ao entrar no seu quarto, os bocados rasgados do seu

adorado quadro já lá não estavam. No seu lugar, apenas um bilhete escrito com uma letra perfeita onde se lia:

“Com os pedaços fiquei,

O quadro colarei,

A tua vida despedacei,

E numa esplêndida bailarina me tornarei!”

Maria, tristemente, pega no bilhete e um pequeno pedaço do seu lindo e adorado quadro apareceu debaixo dele.

Mais desolada do que nunca, Maria afunda-se num mar de lágrimas. Uma dessas lágrimas caí sobre o pedaço de

papel que, de repente, magicamente, deu origem a vários pedaços que, ordenadamente se elevaram no ar e

formaram o seu quadro da Prima Ballerina.

Maria já não compreendia nada. Afinal, o que é que se estava a passar ali?...

A menina sentiu uma dor forte no tornozelo e pensou que piorara. No entanto, o que realmente estava a acontecer

era que a magia voltara, o seu tornozelo estava melhor e, olhando o quadro, Maria dançou, girou, rodopiou… Que

alegria! Maria conseguiu dançar novamente. Então, com o coração cheio de felicidade e de esperança, correu para a

Academia Trina Boranova.

Maria queria fazer parte do elenco do bailado da festa de final de ano, não lhe interessava o papel que iria assumir,

apenas a vontade de dançar no palco era importante.

A professora Clarinda, sem entender nada, mas, simultaneamente, muito feliz por ter a doce menina de volta,

entregou-lhe o papel de Cisne Branco; o Cisne Negro era o papel de Joana. Radiante, a nossa pequena bailarina

ensaiava diariamente o seu papel.

No dia do ensaio geral, Joana treinava rodopiando, mas, inesperadamente, aconteceu um desastre! Joana caiu e

torceu o tornozelo. O feitiço virara-se, então, contra o feiticeiro. Joana desolada, não teve outro remédio senão

abandonar o espetáculo. A professora Clarinda ficara sem a sua Prima Ballerina, mas Maria estava ali e era, sem

dúvida a bailarina mais fantástica da sua turma. Assim, convidou a pequena para assumir o papel de Cisne Negro.

Maria aceitou de imediato, felicíssima com a nova oportunidade!

Era dia de espectáculo! O coração de Maria batia fortemente no seu peito, mas, apesar do nervosismo, Maria sabia

que ia conseguir. O espectáculo foi maravilhoso! O público rendeu-se á graciosidade da menina. Escondidas no meio

da audiência estavam duas pessoas muito importantes… Joana que compreendera que a maldade nunca prevalece

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sobre o bem e uma fantástica bailarina, Adeline Charpentier, pertencente à Companhia Nacional de Bailado que não

ficara alheia à qualidade da pequena artista e conduziu-a pela sua vida fora no viver do seu sonho: ser bailarina!

Escritora:

Ana Paula Oliveira

Turmas participantes:

J.I. Ribeiros, Grupo B

3ºano CASALDELO

2º ano Turma B, Fontainhas

J.I. Ribeiros, Grupo A

6ºH EB/23

5º C, Escola Básica e Secundária Oliveira Júnior

5ºD Oliveira júnior

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Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 2

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Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Maria tinha apenas seis anos mas a sua pequena cabeça alimentava um sonho muito grande. Queria ser bailarina.

Não uma bailarina qualquer, pois então! Tinha de ser uma famosa bailarina. Tinha de dançar em grandes

companhias de bailado, em palcos importantes e para pessoas que soubessem apreciar a sua leveza e delicadeza.

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Porquê? O que atraia tanto uma criança tão pequena? Seriam os suaves movimentos das borboletas que

esvoaçavam na sua janela? Os saltos silenciosos do seu gato? O voo que fazia todos os dias no seu baloiço?

Em frente ao espelho, Maria imitava as bailarinas que via na televisão. Colava-se ao ecrã e não perdia um único

espectáculo.

Plié…skip… terceira posição…

Quinta posição… plié… reverência...

E as suas pernas esguias subiam, levadas pelos bicos dos seus minúsculos pés que queriam voar.

Quando ia na rua, Maria não caminhava. Dançava. Era como se todo o seu corpito frágil tivesse asas que a faziam

movimentar-se ao som da música que só ela ouvia.

Maria dançava pelo parque e no escorrega, em vez de escorregar, dançava. Quando chegou a casa só rodopiava,

rodopiava. Chegou a hora de jantar. Maria parou… mas na sua cabecita só tinha a dança, até a comida no prato

bailava.

Estava tão exausta que acabou por adormecer com a cabeça em cima da mesa.

Finalmente chegou o grande dia! Maria estava linda, encantada, pois ia ser a bailarina principal de um grande

bailado.

Quando entrou no palco tudo se desmoronou. As suas lindas roupas transformaram-se em pequenos farrapos, a

decoração do palco desapareceu e, na plateia, onde deviam estar pessoas maravilhosas estavam pequenos

monstros!

Maria não conseguia libertar os movimentos, porque eram comandados por enormes e grossos fios.

- Será que eu sou uma marionete? – Pensou Maria. Porque será que está um mágico no palco?

Maria ficou muito admirada a observar o mágico. O mágico tinha uma grande cartola, uma capa muito comprida de

cetim vermelho e umas botas também vermelhas com uns pequenos guizos.

As suas mãos estavam cobertas com umas luvas brancas que seguravam a sua varinha mágica toda coberta de

pequenos brilhantes.

Maria ficou muito espantada com o que via sair da cartola do mágico. Era um mágico muito especial. Da sua cartola

não saiam coelhos, cartas ou pássaros. Saiam as coisas mais surpreendentes:

Eis que, de repente, surge da cartola do mágico um lindo e colorido arco-íris, com o qual Maria ficou encantada e

pensou:

- Para onde irá ente lindo arco-íris? … Será que posso viajar com ele…?

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Ouvindo o pensamento da Maria, o arco-íris convidou-a para conhecer o país da Dançolândia, onde cada cidade vivia

ao ritmo de uma dança.

A viagem foi curta… escorregando pelo arco-íris, Maria pousou levemente os seus pezinhos na avenida principal

daquela cidade, Ballet, a capital de Dançolândia.

A menina ficou encantada… era um lugar cheio de magia. Os seus habitantes deslizavam pelas ruas em pontinhas

dos pés… Plié… Skip… Terceira posição… Quinta posição… Plié… Plié… Skip… Reverência…

Também o corpinho de Maria começou a acompanhar aquele bailado que pairava sobre toda a cidade. Seguindo a

melodia que pouco a pouco se tornava mais intensa, a bailarina iniciou a subida daquela montanha maravilhosa

onde descia, quase adormecido, um rio de notas musicais.

Maria reparou então num rapaz que tocava flauta empoleirado numa nuvem branca que flutuava ligeira naquele

cantinho do monte. Tudo parecia encantado… A melodia da flauta alimentava o rio, enfeitiçando a cidade

- Maria, acorda, estás a dormir na mesa e já é muito tarde – disse a mãe.

Maria lavou os dentes, vestiu o pijama e foi para a cama.

- Bons sonhos! – disse a mãe quando lhe deu um beijo.

Maria adormeceu e durante o sono sonhou… sonhou que estava num palco a dançar.

Dançava como uma princesa, com um vestido de tule branco, e o seu par era um príncipe, o menino que tocava

flauta, vestido de príncipe. Eles rodopiavam, rodopiavam e faziam piruetas, sempre ao som da flauta. No público

estavam todos os seus amigos: a Laura, a Inês, o João, o André, o Tomás, a Margarida, assim como o pai, a mãe, a

avó e o irmão Gonçalo. A Maria parecia uma ventoinha em pontas quando, de repente, caiu!!!

- Mamã, mamã! Chamou a Maria, que tinha caído da cama e não conseguia ficar de pé, pois tinha magoado um

tornozelo.

De manhãzinha, o pai levou-a ao hospital. O médico e a enfermeira colocaram gesso no seu pé e disseram que a

Maria tinha de andar de muletas…

Maria ficou desesperada e desatou a chorar. Como é que iria dançar se estava magoada, mesmo que o seu

sentimento pelo ballet fosse extremo?

A Maria ia dormir quando ouviu um barulho debaixo da sua cama. Olhou e era o mágico com o seu monstro de

estimação, o Froglicker. Ele era esperto e ágil, saltava dez metros. O mágico desapareceu antes que Maria lhe

pudesse falar. Depois de muito tentar, lá conseguiu adormecer. No seu sonho foi à Dançolandia e quando soube que

o mágico tinha falecido a sua alegria morreu. O Froglicker tentou acalmá-la dizendo que seria possível fazer o mágico

voltar à vida. Só tinham que encontrar os seus poderes e juntá-los com a sua baba curativa. Maria ficou mais calma

mas continuou a chorar, mesmo com as palavras do Froglicker. Ele tinha uma pen com o localizador dos poderes

para o acaso de o mágico os perder. Só que, distraído como era, sentou-se em cima dela e com o peso, ela partiu-se!

Aí teve de recorrer ao mapa que guardava dentro das orelhas, num saco de cera dos ouvidos! O Froglicker trazia

sempre consigo um saquinho de pó mágico, então deitou um pouco no mapa e ele ganhou vida, fez um avião

Page 11: Histórias coletivas

consigo próprio e levou-os até aos poderes do grande e poderoso mágico. Depois de terem capturado os poderes

foram dá-los ao falecido mágico, sem esquecer a baba do Froglicker! Mas quando chegaram lá os poderes

duplicaram-se e foram metade para o mágico e metade para a Maria. De imediato, Maria pediu ao mágico para lhe

curar o tornozelo só que ele disse que não conseguia e o Froglicker exclamou:

-Eu consigo! Tira o gesso por favor!

O Froglicker lambeu-lhe o tornozelo que ficou logo curado e a Maria ficou bem.

Maria foi crescendo e mudando de gostos, passou a dançar hip-hop.

No seu primeiro espectáculo mundial o agente não a encontrou.

Para recordar o ballet a mãe disse-lhe:

- Plié…Skip…Terceira Posição!

- Quinta Posição…Plié…Reverência!

E o mais engraçado é que ela se lembrou de tudo, mas nunca mais dançou ballet. Ela arranjou um agente e pediu

para o Froglicker dançar com ela, o agente deixou e o Froglicker ficou muito feliz e…

Escritora:

Ana Paula Oliveira

Turmas participantes

JI Casaldelo

J.I. Conde Dias Garcia

5º E, EB 2, 3 São João da Madeira

JI Parrinho – Grupo B

4ºA - EB1 Espadanal

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Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 3

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Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Maria tinha apenas seis anos mas a sua pequena cabeça alimentava um sonho muito grande. Queria ser bailarina.

Não uma bailarina qualquer, pois então! Tinha de ser uma famosa bailarina. Tinha de dançar em grandes

companhias de bailado, em palcos importantes e para pessoas que soubessem apreciar a sua leveza e delicadeza.

Page 14: Histórias coletivas

Porquê? O que atraia tanto uma criança tão pequena? Seriam os suaves movimentos das borboletas que

esvoaçavam na sua janela? Os saltos silenciosos do seu gato? O voo que fazia todos os dias no seu baloiço?

Em frente ao espelho, Maria imitava as bailarinas que via na televisão. Colava-se ao ecrã e não perdia um único

espectáculo.

Plié…skip… terceira posição…

Quinta posição… plié… reverência...

E as suas pernas esguias subiam, levadas pelos bicos dos seus minúsculos pés que queriam voar.

Quando ia na rua, Maria não caminhava. Dançava. Era como se todo o seu corpito frágil tivesse asas que a faziam

movimentar-se ao som da música que só ela ouvia.

Maria gostava de ir para o parque ouvir os sons da Natureza e observava a paisagem que a rodeava: as árvores, as

flores, animais...

Ela gostava, especialmente, de contemplar os animais que estavam no lago: flamingos, cisnes... Estes animais,

faziam-na lembrar verdadeiras melodias, e mais uma vez, Maria imaginava-se num palco a dançar, graciosa como um

flamingo e delicada como um cisne.

Nesse lago, havia também muitos peixes dourados, prateados, que com os seus saltos, a faziam lembrar as

piruetas... plié...skp...

Nos dias ventosos, Maria gostava de ir para o jardim, sentir a brisa, as folhas a cair e a voar e, mais uma vez,

bailava...

Nos dias quentes de Verão, quando ia para a praia, com a sua família, estendia-se na areia a ouvir o canto do mar, a

sentir a brisa marítima e imaginava-se a bailar, no fundo do mar com os peixes, num cenário mágico, por entre as

algas, saltando de concha em concha...

Nos dias de Inverno, corria para a janela e ficava a observar a delicadeza dos flocos de neve, e mais uma vez, se

imaginava a dançar...

Certo dia a mãe de Maria chegou com uma notícia a casa. Disse a Maria que ela iria para uma escola de ballet.

Maria não sabia bem o que era uma escola de ballet, mas ficou muito feliz com a notícia.

O tempo foi passando e Maria começou a ser uma menina triste e introvertida. Nunca mais ninguém a viu a saltar e

a dançar pelos jardins.

Page 15: Histórias coletivas

Depressa percebeu que não era a escola de ballet que a fazia feliz. Maria gostava muito da natureza, da brisa do

mar, dos peixes e das algas. Ela gostava muito de saltar e dançar dentro da natureza. Estar fechada dentro de uma

sala sufocava-a, e deixava-a muito triste.

Numa tarde de Verão Maria estava com a sua mãe no jardim quando, de repente, ouviu uma voz a sussurrar:

- Maria! Maria! Vem ter comigo à beira do lago.

Maria, sem perceber o que se passava, pediu à mãe e correu para a beira do lago.

- Quem me chamou? – perguntou ela.

- Fui eu. – respondeu uma voz suave.

- Eu quem?

- Espreita para o nenúfar que está à tua frente e verás quem eu sou.

Maria assim fez e… ficou deslumbrada com o que viu: uma fada lindíssima com asas cintilantes!

Maria: - Quem és tu? Como é que me conheces? O que é que me queres?

Fada: - Sou a fada deste jardim conheço-te porque costumava ver-te a dançar aqui com alegria e graciosamente, mas

agora deixei de o fazer e pareces-me triste,

Maria: - É verdade! Desde que fui para uma escola de Ballet, deixei de me sentir livre para o fazer espontaneamente

e perdi o gosto pela dança.

Fada: - Mas isso não pode ser! Este jardim sem ti já não é o mesmo. Os pássaros já não cantam, as flores perderam o

seu brilho e até o lago deixou de ter o mesmo encanto. Todos precisam de ti e dessa tua magia quando danças. Volta

a ser a bailarina que eras e aquela criança que outrora conhecemos e nunca deixes de dançar.

Maria: - Tens razão! Acho que até já estou a sentir novamente aquela magia…

Certo dia, Maria passeara por um parque cheio de gelo, parou e começou a dançar, com o som dos flocos de neve a

cair.

Um rapaz sentado num banco lá perto, observava-a. Foi ter com ela e perguntou-lhe se gostaria de entrar para a

escola de dança.

Maria intrigada, perguntou-lhe: Como é que ele se chamava e qual o motivo da pergunta.

O rapaz apresentou-se dizendo que se chamava Rodrigo e que ela era a melhor dançarina que já tinha visto.

Durante esse mês havia uma promoção e vários dançarinos faziam castings. Só os dez melhores é que podiam entrar

para a escola de dança.

Ela ficou muito contente, agradeceu-lhe e foi a correr contar a grande noticia aos pais.

Page 16: Histórias coletivas

Os pais, orgulhosos da filha, foram com ela fazer o casting e ela ficou nos dez melhores dançarinos.

Depois de seleccionados chegou o momento dos dez melhores dançarem.

Maria era a quinta a dançar e dançou maravilhosamente bem.

Chegou a vez do júri dar a sua opinião…

No momento em que o júri se preparava para falar… TRIIIIMMMMM…; TRIIIIMMMMM…; O despertador da Maria

começou a tocar.

Maria acorda sobressaltada a gritar: - Mãe!!! Mãe!!! Estou atrasada… Tenho ficha de Avaliação de Matemática…

A mãe com uma voz calma e serena, diz:

- Calma, filha! O despertador tocou com duas horas de antecedência. Eu já te conheço… estiveste, outra vez, a

sonhar com a dança, não foi?

Anda lá… vai tomar um banhinho e veste-te enquanto te preparo o pequeno –almoço.

E foi assim que a Maria passou mais uma longa noite a viajar pelos seus sonhos, num mundo de dança, musica e

alegria.

Agora, tudo regressa á normalidade…

Feliz dia, Maria!

Escritora:

Ana Paula Oliveira

Turmas participantes:

Estrela Guia

Centro Infantil S.J. Madeira Grupo 4/5 anos

Turma do 2º Ano A – Parrinho

6º B

EB2/3

Casaldelo

Page 17: Histórias coletivas

Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 4

Page 18: Histórias coletivas

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Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Era uma noite de lua cheia. De tão vaidosa, a lua escondia o brilho das estrelas. Num canto do firmamento, sem

ponta de nuvem, rente à linha do horizonte, uma luz fixa desafiava a lua.

Page 19: Histórias coletivas

- Avô, aquela estrela ali brilha mais do que a lua!

- Pois é, dizem que a lua faz caretas. Desta vez ela não se atreve. Mas, meu menino, aquela luz não é uma estrela.

É a nave espacial, um laboratório de ciência, lá no céu.

- Avô, será que há mesmo uma nave espacial, um laboratório, lá no céu?

Então o avô disse: - Vamos pensar todos juntos e descobrir a melhor maneira de decifrar toda esta situação!

Imediatamente o seu outro neto Diogo pergunta-lhe:

- Será que é possível tudo isto existir?

O Afonso que estava sempre tão informado de todo este assunto respondeu apressadamente:

- Claro que tudo é possível!...

De repente um deles evidenciou-se a desbobinar tudo o que sabia sobre o espaço à turma…

De tal forma que o avô e o Diogo, muito atentos e entusiasmados ouviram… ouviram… até que a determinada altura,

eles próprios também se questionavam!

De imediato um deles diz:

- Lembras-te de Albert Einstein, um físico famoso e muito inteligente que afirmava que “O mal é a ausência de Deus,

da mesma forma que a escuridão é a ausência de luz e o frio é ausência de calor?”

Isto tudo gerou uma grande confusão!

E todos em coro disseram: “Como foi interessante esta descoberta sobre o espaço!...”

Será que há lá vida? Era a eterna questão que Afonso queria ver respondida.

- Tu achas, avô? – Perguntou Afonso. E se fôssemos buscar o nosso telescópio à cave?

- Vou lá eu, enquanto tu podes continuar a observar. Assim não perdemos a luz de vista. – Acrescentou, cauteloso, o

avô.

E separaram-se. O avô e o Diogo demoram, porque o telescópio, tão coberto de pó, nem se via no meio de tanto

trabalho.

Entretanto, como a noite estava muito agradável, Afonso desceu da varanda e deitou-se na relva, de barriga para o

ar, para ver melhor.

Foi então que a luz se tornou mais intensa, mais intensa... ao mesmo tempo que uma vibração ultra sónica

atordoava Afonso que se sentia leve, levíssimo, a flutuar… a ser transportado.

Page 20: Histórias coletivas

Chegados à varanda, o avô chama o rapaz, mas ninguém responde. Nesse momento, vê um pequeno objeto na relva.

Eram os óculos de Afonso.

- Afonso! Afonso! Onde estás? – perguntou o avô aflito.

Mas Afonso não respondeu.

O avô preocupado continuou a gritar até ficar rouco… foi então que se lembrou da luz, a tal que brilhava como

diamante encadeado pelo sol.

Certamente Afonso terá desaparecido… os óculos tinham uma lente partida.

- Mas afinal onde se meteu aquele malandro?

O que o avô não sabia era que o Afonso, apesar de muito perto estava longe para além das estrelas… sonhava com a

lua imaginava-a como uma bola que tinha a sua frente e suspirava pelo dia que o sonho de ser astronauta se tornaria

realidade. Ia pedir ao avô para lhe relatar mais uma vez o dia em que o homem voou até à lua.

Ao lembrar-se das vezes que o avô narrava a primeira viagem à lua Afonso imaginava-se na sua própria nave à

descoberta….

Afonso imaginava que tinha sido levado pela nave espacial. Ele não conhecia ninguém e via mal porque deixou cair

os óculos na relva. Os senhores da nave espacial chamaram um especialista para ver se o Afonso era um

extraterrestre. Mas Afonso não era!

Então… meteram umas lentes especiais muito pequenas nos olhos do Afonso. Foi assim que ele viu o Planeta Terra e

o avô à sua procura. Sentiu-se triste e com saudades do avô.

Então… enviou uma luz muito forte dos seus olhos até ao avô. Ele olhou para cima e chamou o Afonso.

Foi assim que o avô foi parar ao espaço com o Afonso.

Era tudo azul com muitas estrelas e uma lua muito brilhante e grande.

O avô e o Afonso acharam aquele sítio muito especial e … decidiram explorar melhor aquelas luzinhas que viam à

sua volta. Pediram uma nave emprestada e partiram os dois, avôs e Afonso, à descoberta do espaço, despedindo-se

daqueles senhores da nave que eram muito estranhos. Eram verdes, tinham três olhos e duas antenas. O corpo era

meio deficiente e caminhavam com os pés virados para dentro.

Apesar disso … eram simpáticos!

Escritora:

Page 21: Histórias coletivas

Eva Cruz

Turmas Participantes:

Oliveira Júnior 6º A

EB2/3

Espadanal 3º B

Casaldelo

Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 5

Page 22: Histórias coletivas

2011

Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Era uma noite de lua cheia. De tão vaidosa, a lua escondia o brilho das estrelas. Num canto dofirmamento, sem

ponta de nuvem, rente à linha do horizonte, uma luz fixa desafiava a lua.

Page 23: Histórias coletivas

– Avô, aquela estrela ali brilha mais do que a lua!

– Pois é, dizem que a lua faz caretas. Desta vez ela não se atreve. Mas, meu menino, aquela luz não é uma estrela.

É a nave espacial, um laboratório de ciência, lá no céu.

De seguida foi para o seu quarto, olhou pela janela e ficou a apreciar melhor a nave espacial. De repente,ouviu um

estrondo e reparou que alguma coisa de estranho acontecera.

Foi ver o que se passava no seu jardim e ficou espantada com o que viu. Era a nave espacial que tinha caído ali

mesmo.

Imediatamente, a porta da nave abriu-se e do seu interior saiu uma luz muito forte acompanhada comfumo. Ele

ficou muitíssimo assustado e ao mesmo tempo curioso. Então, resolveu entrar e deparou comdois homens de bata

branca que estavam a fazer experiências.

O menino saiu e chamou o avô:

– Olha, avô, anda cá ver isto!

– O-lá nós vie-mos en-tre-gar es-te sa-pa-to.

Nós que-rí-a-mos sa-ber coi-sas so-bre a ter-ra que es-tá pré-sa na so-la do sa-pa-to!

– Avó! É o sapato que te faltava.

– Oh! Essa terra é do nosso jardim. Tem terra muito boa, do nosso compostor.

Enquanto falavam sobre a terra do jardim, fizeram um lanchinho.

No final os Marcianos convidaram o avô e o neto a irem na nave.

Ao longo da viagem, o avô e o neto ficaram assustados, pois nunca tinham viajado àquela velocidade.

– Aqui no espaço não existe nenhum polícia espacial? – perguntou o avô.

– É que estão a andar a uma grande velocidade!

– Assim, não conseguimos ver nada! – disse o neto um pouco aborrecido.

Page 24: Histórias coletivas

– É cla-ro-ro que nã-ão-ão! – responderam uns marcianos, que tentavam comunicar com alguma dificuldade, mas

com muita simpatia.

De repente, ouviu-se um estrondo forte e a nave parou. Parecia que estavam num barco.

– Avô, olha ali, bem longe! Não vês uma bola azul? Perguntou o neto muito admirado.

– É o planeta Terra! É a nossa casa! Respondeu o avô muito emocionado.

– Que maravilhoso é o nosso planeta! – disse o neto.

Os marcianos mostraram-lhes outros planetas: Marte, Júpiter…

–Todos eles são fantásticos, mas o mais belo de todos é o nosso planeta Terra. – disse o neto muito admirado.

–Ago-ra-ra vã-ão-ão co-nhe-cer o nosso mun-do-do! – disse um marciano com voz de comando.

A nave voltou a iniciar a viagem e, de repente, aterrou num planeta desconhecido, cheio de marcianos muito

divertidos, que queriam saber tudo sobre o planeta terra.

Avô e neto passaram momentos maravilhosos, mas começaram a sentir saudades de casa. Era hora de voltarem.

Os seus corações batiam forte:

– Tum, tum, tum, tum…

Se por um lado queriam lá ficar, pois estava tudo muito divertido, por outro queriam regressar porque tinham

saudades da família.

Nisto o neto teve uma ideia:

–E se fôssemos buscar a avó?

–Pois, pois! Brilhante ideia, graças ao seu sapato vivemos esta aventura…

E lá foram eles de nave espacial, rumo ao Planeta Terra.

Page 25: Histórias coletivas

Em casa, a avó vivia momentos de preocupação. As horas passavam e não havia nenhum sinal do avô.

Ela decide procurá-los. Preparava-se e quando se vai calçar, é transportada até à nave.

–Ai! Ai! Meu Deus! O que é isto!? – exclamou a a avó muito aflita.

Quando chegou à nave, apareceu-lhe um marciano à frente e gritou tanto que lhe saiu a placa.

E o marciano perguntou:

–Es-tá- à tu-to-do be-em, co-coma-a se-nho-o-ra?

– Quem é você? – perguntou aflita…

De repente, apareceu o marido e o neto, mas a avó não os conseguia ver muito bem, pois tinha perdido os seus

óculos. E lá foi ter com dois marcianos e começou a cumprimentá-los com muitos beijinhos e afeto.

O marciano gostou tanto que lhe disse:

–Oh meu querido, este país está tão evoluído… já sabes falar inglês e tudo – disse a avó.

O avô e o neto aproximaram-se e começaram a rir com a situação.

A avó reconheceu-os, então, e abraçou-os efusivamente. Estavam os três muito felizes.

Depois deste feliz reencontro o avô perguntou:

– Queres vir connosco ver outros planetas e viajar por outras galáxias com estes simpáticos marcianos?

–Não posso ir, pois tenho os chapéus para acabar de fazer e para isso preciso da vossa ajuda.

–Cha- péus? O que é isso?

A avó ofereceu um chapéu a cada um dos marcianos, que voltaram para o seu planeta muito contentes.

Ao ver os chapéus os outros marcianos quiseram também ter um.

Então os dois resolveram voltar ao planeta Terra com um pedido de muitos chapéus para todos os

Page 26: Histórias coletivas

Ao recebê-los a avó disse:

– Eu não posso fazer tantos chapéus!

–E se fossemos ao museu da chapelaria pedir ajuda?

–Não, respondeu a avó –eu quero ficar aqui na nossa casa contigo e com o nosso neto.

O avô e o neto ficaram triste, pois eles adoraram viajar pelo espaço comaqueles homenzinhos verdes…

Eles eram mesmo simpáticos.

Mas, por outro lado, era muito bom regressar a casa e à família.

Então, desceram da nave, despediram-se dos marcianos e foram para casa…

Escritora:

Eva Cruz

Turmas participantes:

J.I. Parrinho, Grupo A

Escola Básica e Secundária Oliveira Júnior (2º ciclo)

Fontainhas 2º A

Casaldelo, 4º Ano

EB23 – 6F e 6ºJ

Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 6

Page 27: Histórias coletivas

2011

Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Page 28: Histórias coletivas

Era uma noite de lua cheia. De tão vaidosa, a lua escondia o brilho das estrelas. Num canto do firmamento, sem

ponta de nuvem, rente à linha do horizonte, uma luz fixa desafiava a lua.

- Avô, aquela estrela ali brilha mais do que a lua!

- Pois é, dizem que a lua faz caretas. Desta vez ela não se atreve. Mas, meu menino, aquela luz não é uma estrela.

É a nave espacial, um laboratório de ciência, lá no céu.

- Avô, aquela estrela ali brilha mais do que a lua!

- Pois é, dizem que a lua faz caretas. Desta vez ela não se atreve. Mas, meu menino, aquela luz não é uma estrela. É a

nave espacial, um laboratório de ciência, lá no céu.

- Uma nave espacial?! Um laboratório de ciência?! Não é nada, avô!

- Então, o que é?

- Talvez seja… o trenó do Pai Natal!

- Achas!? Nunca iremos saber… a não ser que…Seja noite de Natal!

- É isso mesmo, avô! Hoje é noite de Natal!

- Então vamos depressa para casa vestir o pijama e meter-nos na cama, para o Pai Natal trazer as prendas.

- Oh, avô, eu queria tanto que o Pai Natal me trouxesse uma coisa especial!...

- Uma coisa especial?! Mas o quê?

- Talvez uma viagem na nave espacial, no laboratório de ciências. Ah! Ah! Ah! – Respondeu o neto rindo.

- Pensas que estou a brincar? As naves existem!

O Gabriel foi para o quarto pensando nas palavras do avô. Não conseguiu adormecer e foi ao quarto do irmão

desafiá-lo para ir descobrir o que era aquela luz. Os dois saíram de casa a pensar se seria uma nave espacial ou o

trenó do Pai Natal.

Iniciaram uma noite de grande aventura. Guiados pela luz da lanterna, percorreram caminhos estreitos e

atravessaram lagos e rios, rios e lagos.

Finalmente chegaram a uma floresta e no meio da clareira encontraram…

- Uau… Uma nave espacial! – exclamaram os dois irmãos maravilhados.

Um cientista com olhar meigo, dirigiu-se-lhes e convidou-os a entrarem na nave e a beberem uma chávena de chá

com bolachas de chocolate.

Page 29: Histórias coletivas

Ao entrarem na nave, ficaram maravilhados com as coisas que os rodeavam. Havia tubos transparentes com líquidos

estranhos de várias cores, experiências malucas, muitas poções a explodir, frascos com olhos…

Entretanto, o cientista convidou-os para explorarem o interior da nave e os meninos repararam que as luzes estavam

a piscar. Os meninos perguntaram a razão por que as luzes estavam a piscar e o cientista respondeu:

- Não sei, ela de um momento para o outro parou e aterrou aqui, nesta floresta. Por isso, preciso muito da vossa

ajuda.

As duas crianças saíram à procura de ajuda e perderam-se na floresta. De repente, encontraram um ET que lhes

falou:

- Não se preocupem. Eu não faço mal.

- Como te chamas? – perguntaram os dois meninos.

- Chamo-me Dibabá.

- Eu chamo-me Gabriel e ela é a Matilde.

- Mas o que é que estão aqui a fazer?

- Nós estamos perdidos, viemos à procura de ajuda…

- À procura de ajuda? – perguntou o ET.

- Sim, acabamos de conhecer um cientista que está ali na floresta, porque a sua nave avariou.

O ET, como conhecia muito bem os caminhos da floresta, levou os dois irmãos a um laboratório que ali havia. Os

cientistas que lá estavam prontificaram-se a resolver o problema da nave avariada. Afinal era um problema de

electricidade muito simples de resolver para aqueles cientistas.

A Matilde que era muito esperta começou logo a pensar. Dirigiu-se logo para o livro que lhe pareceu mais adequado.

E perguntou-lhe.

- O que é que tu mostras no teu interior?

- Eu sou um livro que fala sobre Matemática avançada.

- Obrigado. Sabes, eu adoro Matemática!

A Matilde estava tão distraída com o seu livro, que não notou que o livro de que estava a precisar estava a rodear o

Cientista Maluco.

Finalmente o Gabriel conseguira a atenção da sua irmã. No meio dos livros, acabaram por descobrir que o livro que

eles procuravam se encontrava lá. Mas uma coisa que eles não sabiam é que ele era matreiro! Demoraram 5 horas,

15 minutos. 9 segundos.

Depois de conseguirem a ajuda do livro, acabaram por descobrir através de uma fórmula química que ele tinha

amnésia avançada, grau XXXIII. Como curá-lo se o professor maluco, que já andava na Ciência Avançada, era a única

pessoa esperta?

Eles andaram pelo meio dos livros e deram voltas e voltas e mais voltas até que encontraram o dono da Biblioteca

que se chamava Livrobiblio. Quando o encontraram perguntaram-lhe:

Page 30: Histórias coletivas

- Olá Livrobiblio! Nós queríamos saber o caminho para casa porque o cientista Maluco perdeu a memória. Sabe

como nos ajudar?

- Sim, claro que sim. Eu tenho um livro que sabe isso e ele está mesmo aqui. Ele vai levar-vos até outro planeta igual

a este, mas com livros diferentes.

- Está bem. Então vamos lá.

E lá foram eles ao outro planeta. Quando chegaram lá, ficaram muito impressionados porque havia ainda mais livros.

O planeta era fantástico!

- Bem agora estamos no mundo fantástico. Ficaram admirados? Não fiquem porque isto é a realidade.

Movidos pela curiosidade, os meninos perguntaram ao cientista se podiam seguir viagem com ele. Radiante por ter

companhia, ele acedeu ao pedido. Mas havia um problema, onde ficaria o E.T.? Secretamente, os meninos decidiram

levá-lo com eles, sem nada contarem ao cientista.

No decurso da viagem, aconteceu uma coisa terrível… A nave começou a descontrolar-se e só a perícia do professor

maluco conseguiu impedir uma desgraça.

Acordaram atordoados, num planeta completamente estranho e cheio de livros que andavam e falavam. Quando

encontraram o professor, acharam-no um pouco estranho.

Ainda assustados com a situação, pediram ao cientista que os levasse de volta a casa. Pior ficaram, quando

descobriram que o cientista não se lembrava nem do seu próprio nome, quanto mais de como regressar a casa.

O E.T. como era muito destemido, foi falar com os livros que ali se encontravam, para ver se achavam uma solução.

Aquele planeta chamava-se O mundo do Saber. De certeza que lá encontrariam as respostas de que necessitavam.

No meio de milhões, milhões e milhões e mais milhões de livros, como encontrar o livro certo? De repente saiu um

livro especial, do meio de milhões e mais milhões de livros que disse:

-“Eu sei tudo e tudo sei e do meu saber vos direi”.

Começaram a voar as páginas e os outros milhões e milhões e milhões e mais milhões de livros colocaram-se em fila,

fazendo um caminho celeste até á Terra. A Terra ficou toda iluminada. As pessoas cheias de saber acabaram com a

guerra e a miséria e o planeta Terra que já era, agora chamava-se Planeta Verde Nova Era.

Escritora:

Eva Cruz

Page 31: Histórias coletivas

Turmas participantes:

3º Ano da E.B.1/J.I. Parrinho

Sta. Casa, grupo 5/6 anos

2º ano Casaldelo

5ºA Ol. Júnior

4ºB Espadanal

6º C Ol. Júnior

Pré-Parrinho Grupo A

Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 7

Page 32: Histórias coletivas

2011

Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Zeferino Virgolino era fino, muito fino!... Olho verde, empertigado, de cabelo espetado, perna curta e pé ligeiro,

em todas as maroteiras deixava a marca ZV. Ao Z de Zorro, juntava o V de vitória.

Page 33: Histórias coletivas

De pé, na missa, Zeferino tinha suores frios. Virou-se então para o olho pintado no teto da igreja e sussurrou:

“Hoje é domingo do pé do cachimbo, o sino é d’ouro, toca no touro, o touro é bravo, caça galinhas debaixo do

rabo”. Caíu-lhe em cima um raio de luz, que o deixou com dois novos poderes. Uma mulher chamada Irene dirigiu-

se ao S. Sebastião. Arrancou-lhe as setas do corpo, uma a uma e lançou-as ao ar. Invisíveis balões cristalinos, ao

serem trespassados, fizeram plof e derramaram bençãos contra as várias pestes que atormentavam toda a gente

daquela cidade.

ZV saiu da igreja com uma enorme vontade de amar e de salvar a pátria.

Nos últimos meses, a sua cidade era vandalizada pelo vilão Crino Jaquerino que, por onde passava, deixava um

singelo rasto de balbúrdia. Decidido a resolver toda a situação, ZV passava as noites ao relento. Noites bem escuras e

assustadoras.

No dia “30 de Fevereiro”, o tão esperado encontro aconteceu. Crino Jaquerino montara uma cilada a ZV. Como

sempre muito fino, ZV juntou três pessoas e meia, quer dizer três adultos e uma criança, para enfrentar o terrível

vilão. Dirigiram-se à tampa de esgoto mais próxima, entrada para o local onde tudo se iria passar. Como a vida

estava difícil e não havia transportes motorizados, optaram pela mega tele-sanita. Bastava sentar em cima e Puff!

Quando chegaram, a surpresa foi enorme. Encontraram uma mesa posta com duas velas e uma travessa com uma

ratazana à portuguesa pronta a ser servida. Entretanto, por detrás da catarata detrítica aparece Crino Jaquerino.

Apaixonado, Crino declara o seu amor a ZV.

E como todas as histórias têm um final feliz, a nossa não há de ser exceção. Zeferino Virgolino e Crino Jaquerino

foram felizes para sempre.

P.S: Como a lei do casamento homossexual só foi aprovada em 2009, simplesmente juntaram os trapinhos.

ZV e Crino Jaquerino juntaram os trapinhos apenas, porque no ano que o fizeram o casamento homossexual ainda

não era aceite. Mesmo assim, nada os impediu de viverem felizes

Certo dia, apareceu uma linda jovem com uma saia amarela com pregas e uma camisola azul. ZV e Crino

Jaquerino estavam no café a lanchar. Quando a jovem Miquelina entrou, ZV não pôde deixar de reparar, era uma

beleza como nunca vista. Como Miquelina era nova na cidade, pediu ajuda a ZV e Crino.

Dias mais tarde voltaram a encontrar-se. Foi inevitável e ambos se apaixonaram pela jovem. Isso levou à separação

do casal homossexual. Miquelina não sabia que eram um casal gay e apaixonou-se por ZV. Não que houvesse grande

diferença entre os dois. Apenas o facto de ZV ser honesto, fê-la sentir que era única para ele. Crino era uma espécie

garanhão, Miquelina e todas as outras eram apenas um passatempo.

ZV e Miquelina assumiram o seu amor. Quando foram viver juntos, Miquelina apresentou a sua irmã Patty, ao

namorado. Crino viu-a e isso mudou a sua maneira de ser e pensar. Pouco a pouco, o sentimento por ela cresceu e

pela primeira vez, Patty era a tal.

P.S: Depois da separação do casal homossexual, como foi a relação entre eles?

Enquanto Miquelina e ZV viviam um amor louco, Patty estava pelos cabelos em relação a Crino.

Nessa noite, ZV ia jantar a casa de Miquelina e Patty, as irmãs gémeas. Crino, quando soube deste jantar, fez-se

convidado e às oito horas bateu à porta das irmãs. Mal Patty o viu, ficou fora de si e tentou fechar-lhe a porta, mas

Page 34: Histórias coletivas

nesse preciso momento apareceu Miquelina e convidou-o para entrar e jantar. Ao longo do jantar, Patty comportou-

se como uma verdadeira selvagem. Esta comia com as mãos, limpava a boca à camisola, virou um copo de vinho

sobre Crino e palitava os dentes com os dedos.

Perante este cenário, Miquelina ficou chocada com o comportamento da irmã, ZV estava enjoado com tudo isto,

mas Crino gostava cada vez mais de Patty, pois sempre tinha sentido atracão por mulheres deste género. Então

Crino, como prova do seu amor, decidiu comportar-se como ela, tentando agradá-la. Descalçou os sapatos, pôs-se

em cima da mesa e fez uma declaração de amor à Patty. Em seguida, começaram a dançar o “Waka-Waka” da

Shakira e decidiram assumir o seu namoro.

Depois de tudo isto, ZV mudou a sua opinião acerca de Crino. Naquele momento, teve a certeza que Miquelina era o

amor da sua vida e não teve mais dúvidas sobre a sua orientação sexual.

Mas, à medida que os dias passavam e as rotinas se instalavam na vida dos dois casais, ao mesmo tempo tão

próximos e tão diferentes, começaram a acontecer estranhas alterações nos seus comportamentos. Zeferino

Virgulino passou a ver Patty com outros olhos, o mesmo acontecendo com Miquelina em relação a Crino. Enquanto

ZV se esforçava por fazer da irmã da sua amada uma pessoa decente. Miquelina oferecia a Crino o livro “Etiqueta e

Boas Maneiras” de Paula Bobone, que este leu apaixonadamente em menos de vinte e quatro horas.

De um dia para o outro, os nossos heróis tornavam-se em exemplos a seguir e atiraram para segundo plano das

revistas cor-de-rosa nomes como Lili Caneças, Goucha, Cinha Jardim entre outros.

- E se montássemos um negócio, agora que somos famosos? – Sugeriu Miquelina.

- É, até nem era uma má ideia. Mas… Um negócio de quê?

- Sei lá, um instituto de etiqueta e boas maneiras, por exemplo.

Dito e feito. A banca emprestou os euros necessários, o espaço encontrado era o ideal e uma eficaz operação de

marketing trouxe a primeira clientela para o “Instituto E&BM”. Mas…se é verdade que o negócio ia de vento em

popa, perguntarão os nossos leitores: como era agora a vida sentimental de ZV,CJ, Miquelina e Patty?

Pois bem, a vida sentimental dos nossos heróis deixou de ter a importância que tivera até então. O dinheiro ganho

com o negócio proporcionou-lhes muitos momentos felizes, mas os bens materiais acabaram por falar mais alto.

Com o passar dos anos, perderam motivação, ambição e as suas vidas tornaram-se monótonas. Até que um

acontecimento terrível veio mudar tudo. Foi diagnosticado a ZV uma doença rara e incurável. Perante tal situação,

Miquelina, Patty e Crino foram solidários com o companheiro e utilizaram tudo o que tinham ao seu alcance,

inclusive a fortuna adquirida para salvar Zeferino. Porém a doença venceu.

Os três amigos mantiveram-se unidos e dedicaram o resto das suas vidas à “Fundação Zeferino Virgulino- Todos pela

Vida” criada para ajudar as vítimas desta doença no mundo.

Escritor:

Josias Gil

Turmas participantes:

Page 35: Histórias coletivas

João da Silva Correia

11ºQ/Profissional de Química Industrial - Oliveira Júnior

Serafim Leite

8ºD - João da Silva Correia

10ºano, CPCI Curso Profissional Comércio, CEI

Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 8

Page 36: Histórias coletivas

2011

Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Zeferino Virgolino era fino, muito fino!... Olho verde, empertigado, de cabelo espetado, perna curta e pé ligeiro,

em todas as maroteiras deixava a marca ZV. Ao Z de Zorro, juntava o V de vitória.

Page 37: Histórias coletivas

De pé, na missa, Zeferino tinha suores frios. Virou-se então para o olho pintado no teto da igreja e sussurrou:

“Hoje é domingo do pé do cachimbo, o sino é d’ouro, toca no touro, o touro é bravo, caça galinhas debaixo do

rabo”. Caíu-lhe em cima um raio de luz, que o deixou com dois novos poderes. Uma mulher chamada Irene dirigiu-

se ao S. Sebastião. Arrancou-lhe as setas do corpo, uma a uma e lançou-as ao ar. Invisíveis balões cristalinos, ao

serem trespassados, fizeram plof e derramaram bençãos contra as várias pestes que atormentavam toda a gente

daquela cidade.

Quando Zeferino caiu em si, começou a sentir-se tonto. Pensava que tudo o que tinha imaginado era real. Ficou

desiludido! Esfregou os olhos e voltou-se para o S. Sebastião. Este continuava com as setas no corpo. Levantou a

cabeça em direção ao olho pintado no teto da igreja, repetindo a lengalenga: “Hoje é domingo do pé do cachimbo, o

sino é d’ouro, toca no touro, o touro é bravo, caça galinhas debaixo do rabo”. Esperou e… nada! Correu para a porta

da igreja para ver se algo tinha acontecido, nem sinal de bênçãos, nem dos seus poderes. As ruas continuavam sujas

e vazias, apenas os mendigos por lá andavam a vaguear e a pedir esmola.

Ao sair da igreja, Zeferino estava triste e pensativo, sem esquecer o que se tinha passado. Perguntava a si próprio

por que razão tudo aquilo lhe tinha acontecido a ele.

De súbito, ao olhar para o pelourinho que se encontrava à sua frente, resolveu fazer mais uma das suas maroteiras,

deixar a sua marca “ZV” gravada no pelourinho. Pegou numa pedra que estava no chão e, enquanto escrevia, as

letras começaram a fumegar! Atónito, dá um salto para trás e fixa o seu olhar numa imagem esculpida com a forma

de um cachimbo que, de imediato, lhe fez lembrar a lengalenga “Hoje é domingo do pé do cachimbo…”.

Curiosamente, o pé do cachimbo apontava para cima, para um código que lhe era, de certa forma, familiar…

Não sem alguma dificuldade, Zeferino em desatino, leu-o: “Obarodoxiabedsahnilagaçac, ovarb é oruot o,

oruotonacot, oruo d’é onis o, obmihcacodépodognimod é ejoh”. Repentinamente, o Z e o V, inscritos debaixo do

enigmático código, zarparam e voaram! Estaria a perder o seu poder? Correu a entrar, de novo, na igreja.

S. Sebastião estendia-lhe a seta que tinha arrancado do seu coração. O olho celestial iluminava-o mais intensamente

ainda! Irene dobrava-se em joelhos na sua fé. Só então Zeferino Virgolino viu que a seta ostentava as suas iniciais.

Aceitou-a.

A lengalenga voltava a ecoar no interior do jovem: “ Hoje é domingo do pé do cachimbo, o sino é de ouro…”

Estranhas badaladas, tão fora de horas, fizeram-se ouvir, descendo do campanário da igreja e alertando os

mendigos, a Irene, os pássaros, os velhinhos e as pedras da calçada que suportavam a figura de VirulindaZulinda. A

sua voz doce e melodiosa sussurrou: “A sua voz doce e melodiosa sussurrou:” toca no touro, o touro é bravo…”.

Ao seguir o touro até à praça, Zeferino Virgolino encontrou uma estátua de ouro em forma de uma galinha com a

sua sigla gravada “ Z V”.

Page 38: Histórias coletivas

Zeferino ficou curioso e decidiu tocar-lhe. Ao fazê-lo ficou muito admirado, pois esta transformou-se numa galinha

verdadeira. Pressentiu algo dentro de si a dizer-lhe que deveria seguir a galinha. E assim o fez. A galinha conduziu-o a

uma gruta.

Zeferino ficou curioso e decidiu explorar a gruta. Encontrou a sua sigla gravada no chão e, sem querer, tocou-lhe.

Apercebeu-se de imediato que um conjunto de espelhos apareceu do nada e uma nova sigla foi gravada no chão

mesmo à sua frente. Ficou tão pasmado que tropeçou e caiu em cima dela. Esta fez com que um raio de sol passasse

pelo buraco da gruta e abrisse uma parede que ia dar a uma sala secreta…

Perante as palavras melodiosas de VIRULINDAZulinda, ZEFERINO Virgolino refletiu, refletiu… O que poderiam

SIGNIFICAR aquelas palavras? Algum ENIGMA?

Passado algum TEMPO, observou que a figura dela fixava-se numa ESTÁTUA dourada de um TOURO. Então dirigiu-se

para a ESTÁTUA e tocou-lhe.

Nesse mesmo instante, a ESTÁTUA transformou-se num VERDADEIRO touro BRAVO robusto e NEGRO.

ZEFERINO ficou assustado com o tamanho do ANIMAL. No entanto, reparou que o robusto TOURO tinha gravado na

sua pele duas grandes letras: Z e V. Desta forma concluiu que as suas maroteiras estavam a ficar SÉRIAS. Primeiro a

seta de S. SEBASTIÃO que ostentava as suas INICIAIS, agora as mesmas gravadas na pele do touro. AFINAL os seus

PODERES não lhe tinham sido retirados…

O TOURO começou por se dirigir para a PRAÇA mais próxima. ZEFERINO, não entendendo o que se estava a passar,

RESOLVEU segui-lo…

Escritor:

Josias Gil

Turmas participantes:

João da Silva Correia – 7º B

EB23 8º D

CEI

Oliveira Júnior 10ºB

Escola Secundária João da Silva Correia 8º C

Page 39: Histórias coletivas

Histórias Coletivas de São João da Madeira

Livro 9

Page 40: Histórias coletivas

2011

Rede de Bibliotecas e Escolas de São João da Madeira

Page 41: Histórias coletivas

Zeferino Virgolino era fino, muito fino!... Olho verde, empertigado, de cabelo espetado, perna curta e pé ligeiro,

em todas as maroteiras deixava a marca ZV. Ao Z de Zorro, juntava o V de vitória.

De pé, na missa, Zeferino tinha suores frios. Virou-se então para o olho pintado no teto da igreja e sussurrou:

“Hoje é domingo do pé do cachimbo, o sino é d’ouro, toca no touro, o touro é bravo, caça galinhas debaixo do

rabo”. Caíu-lhe em cima um raio de luz, que o deixou com dois novos poderes. Uma mulher chamada Irene dirigiu-

se ao S. Sebastião. Arrancou-lhe as setas do corpo, uma a uma e lançou-as ao ar. Invisíveis balões cristalinos, ao

serem trespassados, fizeram plof e derramaram bençãos contra as várias pestes que atormentavam toda a gente

daquela cidade.

Juntamente com as bênçãos, abriu-se um portal mágico e ouviu-se uma voz:

- Nas tuas mãos estão duas pedras onde estão cravados os teus novos poderes. Para os activares, tens de entrar

neste portal, viver o teu passado, o presente e o futuro, com mais bondade. Se nele não quiseres entrar, uma

catástrofe vais ter de enfrentar!

Por um lado, Zeferino sentia que tinha de entrar para evitar a catástrofe e para activar os seus poderes. Porém, tinha

medo de reviver o seu passado, por estar muito arrependido das suas traquinices. Mas Zeferino entrou.

Quando chegou ao outro lado, deparou com uma igreja… a igreja onde tinha estado! Reparou que também podia

ver-se, quando tinha apenas cinco anos, com a sua falecida avó que o levava à missa todos os domingos. Tentou falar

com ela, mas parecia que esta nem sabia que ele ali estava. Tentou tocar-lhe, mas viu que era apenas um

holograma. Que saudades tinha da sua avozinha! Viu-se a tirar-lhe os óculos, que tanta falta lhe faziam e a escondê-

los…

Subitamente, e surpreendido pela Irene que, tal como ele, tinha entrado no portal:

- Vês as traquinices que fazias à tua avó que era tão tua amiga?

- De… de… de… onde apareceste e o que queres de mim? – Perguntou Zeferino Virgolino assustado.

- Não fiques assustado! Vim fazer-te uma visitinha guiada ao teu passado. Sou uma espécie de guia! Depois de

perceberes o que fizeste, as tuas traquinices, poderás activar uma das pedras e, assim, a missão do passado

começará a cumprir-se - disse Irene.

- Ai, ai! Já estou todo baralhado - Zeferino começou a coçar-se de tanto nervosismo. Que missão é essa? Mas o que

é que eu tenho que fazer? E para quê?

- A tua missão será refazer o passado. Não quero que te arrependas de tudo o que fizeste, mas sim do que querias

fazer – referiu Irene.

- Mas…como é que ela poderá saber que eu…? - Sussurrou Zeferino aos seus botões.

Na verdade, pior do que as traquinices praticadas, foram as que se ficavam pelas intenções. E destas, havia uma que

jamais poderia esquecer. Passou a ser um segredo que nunca quis partilhar com ninguém. Por isso, a sua

preocupação ao ouvir o que a mulher lhe disse.

- Seja como for, aqui está uma boa oportunidade para apagar do meu passado algo de que não me posso orgulhar –

Disse Zeferino de si para si.

Page 42: Histórias coletivas

Se bem o pensou, melhor o fez. Agarrou uma das pedras e disse as palavras mágicas:

“ Ardepacigamagapa! Ardepacigamagapa!”

O efeito foi imediato e eficaz. Na mente de Irene e do próprio Zeferino não ficou nada que pudesse lembrar a terrível

intenção de… de…

Irene felicitou Zeferino e despediu-se dele. A missão do rapaz fora cumprida e ela, nada mais tinha a fazer ali.

O passado de Zeferino Virgolino era, agora, igual ao passado de qualquer rapaz da sua idade. Com algumas

traquinices, é certo, mas também com muita bondade.

Era tempo de activar a segunda pedra. Revolveu os bolsos mas não a encontrou. Procurou no chão e… nada!

- E agora!? Desesperou Zeferino.

- Se ao menos a Irene estivesse aqui para me ajudar!...

- Chamaste-me!

Zeferino olhou para trás e ficou atónito.

- Tu Irene. Ajuda-me, por favor! Perdi…

-Eu sei, eu sei. Isso aconteceu porque disseste duas vezes a palavra mágica – disse Irene. E continuou:

-De qualquer, modo não vais precisar da segunda pedra nesta fase. É o presente e não precisas alterá-lo. Só tens que

o deixar fluir assim, com passos seguros e atitudes positivas.

- Farei tudo para que assim aconteça – Disse Zeferino.

Porém, o que eu fizer agora será sempre a pensar no futuro.

- E qual é o problema?

- O problema é que o futuro, neste momento, apresenta-se muito “negro”.

- Tens razão. A solução passará pela activação do segundo poder que te foi conferido.

Zeferino Virgolino ficou alguns segundos pensativo.

- Isso significa que temos de encontrar a segunda pedra, não é, Irene?

- Que te parece?

Ajudas-me Irene?

- Bem agora não é a minha vez de te ajudar Zeferino… – disse Irene. A minha missão era ajudar-te a reconstruir o teu

passado, daqui para a frente encontrarás outros espíritos.

- Mas porquê? Não me deixes…

Irene desapareceu no nevoeiro e Zeferino Virgolino sente-se perdido. Nisto, surge um vulto… Um homem robusto de

barbas ruivas.

- Olá Zeferino! O meu nome é Félix. Estou aqui para te ensinar a viver o teu presente de forma correcta para mais

tarde não sofreres as consequências.

Zeferino Virgolino observa Félix com um ar muito pensativo e depois de uma longa conversa, os dois vão procurar a

segunda pedra.

Ao entrar na igreja Zeferino repara que, no banco ao lado da sua avozinha, estava um menino a dormir a meio da

missa.

Depois de muito olhar, Zeferino repara que esse menino é ele…

Félix, com seu olhar caloroso e sorriso acolhedor, dá uma palmadinha nas costas de Zeferino.

Page 43: Histórias coletivas

- Estás a ver Zeferino? Tens sido um menino muito traquina.

Zeferino mantém-se calado e reflecte.

- Tem razão Félix…Não me tenho portado muito bem. Mas agora vai ser diferente, eu vou tentar ser um menino

melhor… será que ainda vou a tempo?

- Claro rapaz, nunca é tarde demais para nos tornarmos alguém melhor. Mas não te preocupes, eu acredito em ti.

Agora vamos lá procurar essa pedra.

Passaram horas e horas e estava ali travada uma grande amizade entre Félix e Zeferino. Os dois sorriam e cantavam

canções alegres, na descoberta da segunda pedra…

Ao cantarolarem a palavra mágica, a pedra desejada surge-lhes do nada. Era um pequeno seixo redondo e

esverdeado.

Naquele momento, os olhos de ZV brilharam. Agora o seu futuro poderia ser mais risonho. Que segredos poderia

retirar daquela pedra? Que poderes escondia? Como alcançá-los?

Félix aconselhou-o a encontrar a sua paz interior e deu-lhe algumas palavras mágicas. À medida que as pronunciava,

ZV sentiu-se estranhamente forte. O poder da segunda pedra estava ali. Impregnado no corpo e na alma. Zeferino

começou a destruir tudo aquilo que lhe aparecia à frente. Nem os hologramas escapavam. Um sentimento de raiva e

malícia enublou o seu olhar.

Félix, num grito ensurdecedor, disse:

- Zeferino, é o teu futuro que está em jogo!

E de repente neste turbilhão de destruição, ZV apercebe-se que Félix havia desaparecido e simultaneamente a sua

fúria desvaneceu-se.

A voz do padre ecoou e, sobressaltado, ZV acorda gritando:

- Não fui eu!

Toda a gente o recriminava com o olhar, até o S. Sebastião.

Saiu disparado pela igreja fora e refugiou-se na copa da primeira árvore que encontrou.

A Primavera, nesse dia, foi a sua aliada: Zeferino era fino, muito fino e com toda a sua força, fez tremer os ramos das

árvores que deixaram cair as suas folhas e flores sobre as pessoas que saíam da missa.

De cima da árvore o seu olhar pousou sobre a figura de Anabela, que era bela, muito bela!

Juntamente com as bênçãos, abriu-se um portal mágico e ouviu-se uma voz:

- Nas tuas mãos estão duas pedras onde estão cravados os teus novos poderes. Para os ativares, tens de entrar neste

portal, viver o teu passado, o presente e o futuro, com mais bondade. Se nele não quiseres entrar, uma catástrofe

vais ter de enfrentar!

Page 44: Histórias coletivas

Por um lado, Zeferino sentia que tinha de entrar para evitar a catástrofe e para ativar os seus poderes. Porém, tinha

medo de reviver o seu passado, por estar muito arrependido das suas traquinices.

Mas Zeferino entrou.

Quando chegou ao outro lado, deparou com uma igreja… a igreja onde tinha estado! Reparou que também podia

ver-se, quando tinha apenas cinco anos, com a sua falecida avó que o levava à missa todos os domingos. Tentou falar

com ela, mas parecia que esta nem sabia que ele ali estava. Tentou tocar-lhe, mas viu que era apenas um

holograma. Que saudades tinha da sua avozinha! Viu-se a tirar-lhe os óculos, que tanta falta lhe faziam e a escondê-

los…

Subitamente, e surpreendido pela Irene que, tal como ele, tinha entrado no portal, perguntou:

- Vês as traquinices que fazias à tua avó que era tão tua amiga?

- De… de… de… onde apareceste e o que queres de mim? – perguntou Zeferino Virgolino, assustado.

- Não fiques assustado! Vim fazer-te uma visitinha guiada ao teu passado. Sou uma espécie de guia! Depois de

perceberes o que fizeste, as tuas traquinices, poderás ativar uma das pedras e, assim, a missão do passado começará

a cumprir-se - disse Irene.

- Ai, ai! Já estou todo baralhado!

Zeferino começou a coçar-se de tanto nervosismo.

- Que missão é essa? Mas o que é que eu tenho que fazer? E para quê?

- A tua missão será refazer o passado. Não quero que te arrependas de tudo o que fizeste, mas sim do que querias

fazer – referiu Irene.

- Mas…como é que ela poderá saber que eu…? - sussurrou Zeferino aos seus botões.

Na verdade, pior do que as traquinices praticadas, foram as que se ficaram pelas intenções. E destas, havia uma que

jamais poderia esquecer. Passou a ser um segredo que nunca quis partilhar com ninguém. Por isso, a sua

preocupação ao ouvir o que a mulher lhe disse.

- Seja como for, aqui está uma boa oportunidade para apagar do meu passado algo de que não me posso orgulhar –

disse Zeferino de si para si.

Se bem o pensou, melhor o fez. Agarrou uma das pedras e disse as palavras mágicas:

“ Ardepacigamagapa! Ardepacigamagapa!”

O efeito foi imediato e eficaz. Na mente de Irene e do próprio Zeferino não ficou nada que pudesse lembrar a terrível

intenção de… de…

Irene felicitou Zeferino e despediu-se dele. A missão do rapaz fora cumprida e ela nada mais tinha a fazer ali.

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O passado de Zeferino Virgolino era, agora, igual ao passado de qualquer rapaz da sua idade. Com algumas

traquinices, é certo, mas também com muita bondade.

Era tempo de ativar a segunda pedra. Revolveu os bolsos mas não a encontrou. Procurou no chão e… nada!

- E agora!?

Zeferino ficou desesperado.

- Se ao menos a Irene estivesse aqui para me ajudar!...

- Chamaste-me?

Zeferino olhou para trás e ficou atónito.

- Tu, Irene. Ajuda-me, por favor! Perdi…

-Eu sei, eu sei. Isso aconteceu porque disseste duas vezes a palavra mágica – disse Irene.

E continuou:

-De qualquer modo não vais precisar da segunda pedra nesta fase. É o presente e não precisas alterá-lo. Só tens que

o deixar fluir assim, com passos seguros e atitudes positivas.

- Farei tudo para que assim aconteça – disse Zeferino. Porém, o que eu fizer agora será sempre a pensar no futuro.

- E qual é o problema?

- O problema é que o futuro, neste momento, apresenta-se muito “negro”.

- Tens razão. A solução passará pela ativação do segundo poder que te foi conferido.

Zeferino Virgolino ficou alguns segundos pensativo.

- Isso significa que temos de encontrar a segunda pedra, não é, Irene?

- Que te parece?

- Ajudas-me Irene?

- Bem, agora não é a minha vez de te ajudar, Zeferino… – disse Irene. A minha missão era ajudar-te a reconstruir o

teu passado. Daqui para a frente encontrarás outros espíritos.

- Mas porquê? Não me deixes…

Irene desapareceu no nevoeiro e Zeferino Virgolino sentiu-se perdido. Nisto, surge um vulto… um homem robusto

de barbas ruivas.

Page 46: Histórias coletivas

- Olá Zeferino! O meu nome é Félix. Estou aqui para te ensinar a viver o teu presente de forma correta, para mais

tarde não sofreres as consequências.

Zeferino Virgolino observa Félix com um ar muito pensativo e depois de uma longa conversa, os dois vão procurar a

segunda pedra.

Ao entrar na igreja Zeferino repara que, no banco ao lado da sua avozinha, estava um menino a dormir a meio da

missa.

Depois de muito olhar, Zeferino repara que esse menino é ele…

Félix, com seu olhar caloroso e sorriso acolhedor, dá uma palmadinha nas costas de Zeferino.

- Estás a ver Zeferino? Tens sido um menino muito traquina.

Zeferino mantém-se calado e reflete.

- Tem razão, Félix…Não me tenho portado muito bem. Mas agora vai ser diferente, eu vou tentar ser um menino

melhor… será que ainda vou a tempo?

- Claro rapaz, nunca é tarde demais para nos tornarmos alguém melhor. Mas não te preocupes, eu acredito em ti.

Agora vamos lá procurar essa pedra.

Passaram horas e horas e estava ali travada uma grande amizade entre Félix e Zeferino. Os dois sorriam e cantavam

canções alegres, na descoberta da segunda pedra…

Ao cantarolarem a palavra mágica, a pedra desejada surge-lhes do nada. Era um pequeno seixo redondo e

esverdeado.

Naquele momento, os olhos de ZV brilharam. Agora o seu futuro poderia ser mais risonho. Que segredos poderia

retirar daquela pedra? Que poderes escondia? Como alcançá-los?

Félix aconselhou-o a encontrar a sua paz interior e deu-lhe algumas palavras mágicas. À medida que as pronunciava,

ZV sentiu-se estranhamente forte. O poder da segunda pedra estava ali. Impregnado no corpo e na alma. Zeferino

começou a destruir tudo aquilo que lhe aparecia à frente. Nem os hologramas escapavam. Um sentimento de raiva e

malícia enublou o seu olhar.

Félix, num grito ensurdecedor, disse:

- Zeferino, é o teu futuro que está em jogo!

E de repente, neste turbilhão de destruição, ZV apercebe-se que Félix havia desaparecido e simultaneamente a sua

fúria desvaneceu-se.

A voz do padre ecoou e, sobressaltado, ZV acorda gritando:

- Não fui eu!

Page 47: Histórias coletivas

Toda a gente o recriminava com o olhar, até o S. Sebastião.

Saiu disparado pela igreja fora e refugiou-se na copa da primeira árvore que encontrou.

A primavera, nesse dia, foi a sua aliada: Zeferino era fino, muito fino e com toda a sua força, fez tremer os ramos das

árvores que deixaram cair as suas folhas e flores sobre as pessoas que saíam da missa.

De cima da árvore o seu olhar pousou sobre a figura de Anabela, que era bela, muito bela!

Escritor:

Josias Gil

Turmas participantes:

Escola Básica e Secundária Oliveira Júnior, 11ºJ (Curso Profissional Técnico de Multimédia)

Oliveira Júnior 10ºB

João da Silva Correia 9ºB

Serafim Leite EFA

Escola Secundária João da Silva Correia 7ºC (Port./E.V.)

EB 2,3 de S. João da Madeira