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1 Acadêmicos: Andressa Leal; Barbara Geri (71217); Bruna Baraldi (70077); Caroline Paschoal (72169); Diego Fernandez (70068); Gabrielle Schaun (71212); Lucas Cunha (70072); Pedro Duarte (71222); Rafael Silva (71219); Raiana Martins (72987); Vivian Dutra; Ygor Soares (70073) Trabalho sobre os Hebreus Introdução O povo hebreu se sobressai entre os povos da Antiguidade Oriental pelo elevado nível moral de suas instituições. A Legislação Mosaica, de modo especial o Decálogo, avulta entre as grandes realizações legislativas do Antigo Oriente Próximo. Para aquilatarmos o valor e a importância da obra de Moisés como legislador, basta citar o fato de que entre a Legislação Mosaica e a Moral Cristã não existe solução de continuidade, e de que a Lei do Monte Sinai constitui o fundamento dos ensinamentos evangélicos. Cristo, com efeito, longe de abolir a Lei Antiga veio transformá-la e aperfeiçoá-la. Para o povo hebreu, o poder legislativo era encarado como uma participação do poder soberano de Deus. "Por mim (diz a Sabedoria Eterna no Livro dos Provérbios 7 e 15), reinam os Reis e decretam os legisladores leis justas". O pensamento predominante na Legislação Mosaica é, pois, a Teocracia: Deus é o Supremo Legislador, Juiz e Soberano do povo escolhido por ele (Êxodo 19:6). Seria errôneo, entretanto, imaginar as leis do povo hebreu como ditadas todas pelo próprio Deus. Encontramos na Lei Mosaica elementos bem antigos que não são apresentados como emanados diretamente de Javé. Entre esses elementos podemos citar: Em primeiro lugar, a própria lei natural escrita no coração e na consciência de todos os seres humanos. Esta lei esta, aliás, magnificamente sintetizada no Decálogo que pode ser considerado, mais que uma lei especial, em princípio regulador de todas as leis possíveis, em Israel e fora de Israel. Em segundo lugar, podemos citar os antiquíssimos costumes existentes entre o povo hebreu e que constituem o chamado Código Patriarcal; esses costumes foram sancionados pela Lei Mosaica: assim, por exemplo, a prática da circuncisão. Em terceiro lugar, o Direito costumeiro que teria nascido e evoluído com a multiplicação da posteridade de Jacó na terra de Gessém. Em quarto lugar, figuram as leis e os costumes de outros povos do Oriente com os quais direta ou indiretamente os hebreus tiveram contato. Sendo assim: "Apesar dessas limitações e mesmo o estudo do direito hebraico antigo ser possível graças a existência da Bíblia Hebraica ou Tanakh, ainda assim encontra-se em grande vantagem quanto ao

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Page 1: Hebreus

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Acadêmicos: Andressa Leal; Barbara Geri (71217); Bruna Baraldi (70077); Caroline Paschoal (72169); Diego Fernandez (70068); Gabrielle Schaun (71212); Lucas Cunha (70072); Pedro Duarte (71222); Rafael Silva (71219); Raiana Martins (72987); Vivian Dutra; Ygor Soares (70073)

Trabalho sobre os Hebreus

Introdução

O povo hebreu se sobressai entre os povos da Antiguidade Oriental pelo elevado nível moral de suas instituições. A Legislação Mosaica, de modo especial o Decálogo, avulta entre as grandes realizações legislativas do Antigo Oriente Próximo. Para aquilatarmos o valor e a importância da obra de Moisés como legislador, basta citar o fato de que entre a Legislação Mosaica e a Moral Cristã não existe solução de continuidade, e de que a Lei do Monte Sinai constitui o fundamento dos ensinamentos evangélicos. Cristo, com efeito, longe de abolir a Lei Antiga veio transformá-la e aperfeiçoá-la.

Para o povo hebreu, o poder legislativo era encarado como uma participação do poder soberano de Deus.

"Por mim (diz a Sabedoria Eterna no Livro dos Provérbios 7 e 15), reinam os Reis e decretam os legisladores leis justas".

O pensamento predominante na Legislação Mosaica é, pois, a Teocracia: Deus é o Supremo Legislador, Juiz e Soberano do povo escolhido por ele (Êxodo 19:6).

Seria errôneo, entretanto, imaginar as leis do povo hebreu como ditadas todas pelo próprio Deus. Encontramos na Lei Mosaica elementos bem antigos que não são apresentados como emanados diretamente de Javé. Entre esses elementos podemos citar: Em primeiro lugar, a própria lei natural escrita no coração e na consciência de todos os seres humanos. Esta lei esta, aliás, magnificamente sintetizada no Decálogo que pode ser considerado, mais que uma lei especial, em princípio regulador de todas as leis possíveis, em Israel e fora de Israel.

Em segundo lugar, podemos citar os antiquíssimos costumes existentes entre o povo hebreu e que constituem o chamado Código Patriarcal; esses costumes foram sancionados pela Lei Mosaica: assim, por exemplo, a prática da circuncisão.

Em terceiro lugar, o Direito costumeiro que teria nascido e evoluído com a multiplicação da posteridade de Jacó na terra de Gessém.

Em quarto lugar, figuram as leis e os costumes de outros povos do Oriente com os quais direta ou indiretamente os hebreus tiveram contato.

Sendo assim:

"Apesar dessas limitações e mesmo o estudo do direito hebraico antigo ser possível graças a existência da Bíblia Hebraica ou Tanakh, ainda assim encontra-se em grande vantagem quanto ao estudo do direito em relação às outras civilizações como Mesopotâmia, Egito e Medo-Persia no que diz respeito as fontes." (WOLKMER, Antonio Carlos. Fundamentos de História do Direito. 6ed. Belo Horizonte: Del rey, 2011.)

Sociedade

Os Hebreus agrupavam-se em forma de tribos de acordo com o número de filhos de Jacó, o terceiros patriarca bíblico e neto de Abraão. As tribos foram subdivididas em famílias, aonde Josué, filho de Num e sucessor de Moisés, distribuiu lotes de terras da Terra Prometida. Cada tribo escolheu um líder, conhecido como juiz. Os juízes mais famosos foram Gideão, Jefté e Sansão (que liderou uma luta contra o povo filisteu).

A sociedade era dividida em classes:

Clero (membros da tribo de Levi; a tribo recebeu 48 cidades e realizava serviços religiosos e políticos. Recebia um dízimo na forma de produtos agrícolas ou animais, anualmente).

Sacerdotes (descentes de Aarão)

Levitas (auxiliares dos sacerdotes)

Escravos estrangeiros

Escravos hebreus

Estrangeiros (não possuíam os mesmos direitos como os hebreus. Contudo, aqueles que possuíam alguma relação com determinada tribo hebreia, eram favorecidos em certas ocasiões isoladas)

Economia

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Após se libertarem dos egípcios, os hebreus se deslocaram até a Terra Prometida (Canaã). Ao chegarem, deixaram de ser apenas pastores e aderindo também a agricultura. Embora esse seja o principal fator econômico, outros ramos também foram explorados, através do reinado de Salomão (966 a.C. a 933 A.C.) Um deles foi a indústria, que utilizava cobre como matéria prima. O outo, foi o comércio. Por exemplo, através de um acordo firmado com os fenícios, havia a troca de trigo e óleo por madeira. Realizaram a construção de uma fundição de cobre e um porto no Mar Vermelho, de onde chegavam e partiam navios mercantes equipados pelos fenícios. Saíam em busca de madeira, pedras preciosas e ouro.

Legislação Mosaica

A Legislação Mosaica, de modo especial o Decálogo, avulta entre as grandes realizações legislativas do Antigo Oriente Próximo.

Para aquilatarmos o valor e a importância da obra de Moisés como legislador basta citar o fato de que entre a Legislação Mosaica e a moral cristã não existe solução de continuidade e de que a Lei do Monte Sinal constitui o fundamento dos ensinamentos evangélicos.

Para o povo hebreu, o poder legislativo era encarado como uma participação do poder soberano de Deus.

Na Lei Mosaica elementos bem antigos que não são apresentados como emanados diretamente de Javé. Podemos citar a própria lei natural escrita no coração e na consciência de todos os seres humanos. Também podemos citar os costumes existentes que constituem o chamado Código Patriarcal, esses costumes foram sancionados pela Lei Mosaica, assim como por exemplo a prática da circuncisão.

A formação do direito hebraico – Da legislação mosaica aos dias de hoje

Sabe-se que o Direito Hebraico é essencialmente religioso, sendo um dos primeiros povos monoteístas de que se têm registro. O código é jurídico e religioso, tanto que normas morais, religiosas e jurídicas se confundem de tal forma que todo crime era considerado um pecado e o infrator é julgado perante Deus e não pelo Estado.

Moisés foi o precursor da legislação, visto que recebeu de Deus os mandamentos (Decálogo), que contêm caráter religioso e jurídico,

considerados por Bobbio “o código moral por excelência do mundo cristão”, pois prescreve muitas normas pertencentes à Constituição atual e, ademais, Moisés utilizou de métodos de persuasão semelhantes ao rei Hamurabi, como líder religioso e político.

No que tange à segurança da população, o sistema se aproxima do contemporâneo, já que a cidade era divida em quatro partes e cada secção era inspecionada por um Prefeito de Polícia, o que demonstra a organização social desta comunidade.

Em se tratando do Direito Penal, por falta de especificação da execução, usava-se a lapidação (apedrejamento), que era a mais comum, mas existiam também a morte por espada, decapitação, pena por fogo, dentre outras menos usuais. Já dentre as penas temporárias, destacam-se a prisão, flagelação, excomunhão e pena de talião.

Em 586 a.C. a Babilônia dominou os hebreus, levando a elite destes como escravos. Durante o cativeiro houve a formação de um novo direito hebraico, oral, visto que eles entraram em contato com diversas culturas, tendo a necessidade de afirmar a mesma, a adaptando às influências recebidas. As Leis Mosaicas continuaram sendo respeitadas e, mesmo depois da codificação das leis orais, continuaram prevalecendo quando houvesse conflito entre as duas. 

A primeira codificação das leis orais foi a Mishná, feita em 192 d.C. Ela se divide em seis partes, sendo a primeira, a terceira e a quarta, comparadas com hoje, constituintes do Direito Civil. A primeira trata das leis rurais e das propriedades, a terceira do direito matrimonial e do divórcio e, a quarta, de obrigações civis, usura, danos à propriedade, sucessão, organização dos tribunais, processo etc.

Para garantir a fidelidade à Legislação Mosaica no uso da nova codificação, houveram varias discussões sobre o Michná, que deram origem às Guemaras, e juntamente com a Michná e a Torá, constituem o Talmud, corpo da Legislação Hebraica.

Em Israel não existe uma constituição propriamente dita, muito por causa da influência inglesa que ocupava a palestina antes do estabelecimento do Estado de Israel, em 1947. René David classificou o direito israelense como

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um sistema jurídico misto, ou seja, sofre influências da civil law e da common law.

A Suprema Corte assume o papel de guardiã dos valores democráticos do Estado. 

As leis judaicas servem como fonte do direito israelita.

A religião tem influência sobre o direito de família, visto que não existe casamento civil, sendo os casamentos regidos pela religião do casal. A mudança do estado civil é registrado na carteira de identidade, o que, na prática, garante os direitos do casal.

A Declaração de Independência não é uma lei, ela serve como inspiração para o direito israelita.

O Knesset, o Parlamento israelense detém os poderes legislativo e constituinte.

O Knesset elaborou 11 leis básicas que não se sobrepõem as leis comuns nem à Suprema Corte, ou seja, não exerce o controle de constitucionalidade. Só em 1995, com a revolução constitucional a partir de duas leis básicas (Liberdade de Ocupação e Dignidade da Pessoa Humana e sua Liberdade), que essas leis passam a ser consideradas constituição formal do Estado de Israel, exercendo o controle constitucional.

Os direitos humanos que foram garantidos nessas duas leis já eram assegurados pelos precedentes da Suprema Corte, ou seja, apenas ouve um reforço normativo desses direitos.·.

As leis simples do Knesset não podem infringir tais direitos, a não ser que cumpra a clausula de limitação.

Características do Direito

Os hebreus criaram três tribunais, cada um com sua função específica;

Tribunal dos Três: julgava alguns delitos e todas as causas de interesse pecuniário;

*pecuniário = relativo a dinheiro, representado por dinheiro.

Tribunal dos Vinte e Três: recebia as apelações e processos criminais relativos a crimes punidos com a pena de morte.

*em todas as cidades onde a população excedia a 120 famílias;

*câmaras com 23 membros.

Sinédrio (Tribunal dos Setenta): magistratura suprema dos hebreus, composto por setenta juízes. Era incumbido de interpretar as leis e julgar senadores, profetas, chefes militares, cidades e tribos rebeldes.

*Tribunal onde Jesus foi julgado.

A organização policial irá exercer influências até hoje. As cidades eram divididas em quatro partes, sendo que cada uma era inspecionada por um Prefeito de Policia. A mesma lógica dos atuais distritos policiais.

Algumas leis do Deuteronômio

a) Justiça

A Legislação Hebraica é extremamente rigorosa na questão da justiça, sendo obrigatória a imparcialidade no julgamento.

Para a organização, cada cidade contava com juízes e estes não poderão corromper-se. Possuíam grande aversão ao suborno, ficando clara a incompatibilidade entre a justiça e a corrupção.

“Estabelecerás juízes e escribas em cada uma das cidades que Iahweh teu Deus vai dar para as tuas tribos. Eles julgarão o povo com sentenças justas. Não perverterás o direito, não farás acepção de pessoas no julgamento e nem aceitarás suborno, pois o suborno cega os olhos dos sábios e falseia a causa dos justos.”

b) Processo

O Processo tem um valor altíssimo para os hebreus, mesmo porque ter “o sangue de um justo nas mãos” é um pecado gravíssimo para eles. Logo não se admite um julgamento sem investigações ou julgamento por forças naturais ou deuses, diferentes de outros povos.

c) Pena de Talião

O Princípio da Pena de Talião é descrito pela Bíblia, embora já fosse utilizado.

“Que teu olho não tenha piedade. Vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.”

Embora o princípio fosse utilizado pelo Hebreus, era de uma maneira mais amena, porque outros princípios limitavam a sua aplicação.

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d) Individualidade das Penas

“Os pais não serão mortos no lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos pais. Cada um será executado por seu próprio crime.”

Aqui vemos que a aplicação da Pena de Talião não é mais possível, pelo princípio da autoria dos crimes.

e) Lapidação

É a pena mais comum do Antigo Testamento. A morte por apedrejamento. Para os israelitas dessa forma morreriam os idólatras, feiticeiros, filhos rebeldes, e as adúlteras. Como se encontra na Bíblia a história de Maria Madalena, pega em adultério.

f) Cidades de Refúgio

A Legislação Hebraica é extremamente preocupada com a questão da justiça. Para que os julgamentos fossem os mais justos quanto é possível, a legislação obrigava o estabelecimento de cidades de refúgio ou de asilo, onde “pessoas com problemas” poderiam se refugiar para que a causa fosse analisada e a justiça feita com calma, e não no calor de fortes emoções.

“Quando Iahweh teu Deus houver eliminado as nações (...), e as conquistares e estiveres morando em suas cidades e casas, separarás três cidades no meio da terra cuja posse Iahweh teu Deus te dará. Estabelecerás o caminho, medirás as distâncias e dividirás em três partes o território (...); isto para que nela se refugie o homicida.”

As cidades de refúgio eram especialmente úteis nos casos de homicídio involuntário, protegendo a pessoa julgada da fúria pública.

g) Homicídio Involuntário e Homicídio

Assim como todas as outras legislações, a hebraica também prevê pena para o homicídio. Como base na penalização deste delito, era usado o Princípio da Pena de Tabelião, já explicado anteriormente. Porém, na Legislação Hebraica, são inimputáveis os hebreus que cometerem homicídio “por acidente” ou “sem querer” (hoje chamado de homicídio culposo).

“Este é o caso do homicida que poderá se refugiar para lá pra se manter vivo: aquele que matar seu próximo involuntariamente, sem tê-lo odiado antes (por exemplo: alguém vai com seu próximo cortar lenha; impelindo com força o machado para cortar árvore, o ferro escapa do cabo, atinge o

companheiro e o mata): ele poderá então se refugiar numa daquelas cidades, ficando com a vida salva; para que o vingador do sangue, enfurecido, não persiga o homicida e o alcance, porque o caminho é longo – tirando-lhe a vida sem motivo suficiente, pois antes não era inimigo do outro;”

“Contudo, se alguém é inimigo de seu próximo e lhe arma uma cilada, levantando-se e ferindo-o mortalmente, e a seguir se refugia numa daquelas cidades, os anciãos da sua cidade enviarão pessoas para tirá-lo e entregá-lo ao vingador de sangue, para que seja morto.”

h) Testemunhas

A prova testemunhal era primordial na Antiguidade, e, até hoje, um dos preceitos legais dos Hebreus pode ser visto em nossa legislação:

“Uma única testemunha não é suficiente contra alguém, em qualquer caso de iniquidade ou de pecado que haja cometido. A causa será estabelecida pelo depoimento pessoal de duas ou três testemunhas.”

Tendo as testemunhas valor tão importante perante a legislação, existiam penas para falso testemunho. Em geral, elas eram pesadas, sendo que, na Legislação Mosaica, a pena para falso testemunho é equivalente à pena que o acusado teria se fosse condenado (Princípio da Pena de Talião).

“Quando uma falsa testemunha se levantar contra alguém (...) as duas partes em litígio se apresentarão diante de Iahweh, diante dos sacerdotes e dos juízes que estiverem em função naqueles dias. Os juízes investigarão cuidadosamente. Se a testemunha for uma testemunha falsa, e tiver caluniado seu irmão, então vós a tratareis conforme ela própria maquinava tratar o seu próximo.”

i) Matrimônio

Segundo a Legislação Hebraica, o matrimônio não era de direito religioso ou civil, mas sim um assunto particular entre duas famílias.

j) Adultério

Embora para os Hebreus o peso maior do crime de adultério esteja sobre a mulher casada, há um certo puritanismo que leva o peso do crime também para o homem que se envolveu com a mulher casada. Em geral, essas mortes eram dadas por meio de apedrejamento.

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“Se um homem for pego em flagrante deitado com uma mulher casada, ambos serão mortos, o homem que se deitou com a mulher e a mulher.”

k) Divórcio

O divórcio era permitido se a iniciativa fosse tomada pelo homem e se existisse algo que, na época, fosse considerado vergonhoso.

l) Concubinato

O concubinato era considerado algo normal desde que a esposa e a concubina não fossem irmãs.

m) Estupro

Em caso de estupro, se for uma jovem prometida a um homem e outro a estuprá-la, os dois serão apedrejados, já que a mulher poderia ter gritado por socorro. Entretanto, se o abuso acontecesse no campo, somente o homem morre, pois ela poderia ter pedido socorro sem que alguém ouvisse e pudesse salvá-la.

n) Herança e Primogenitura

O filho primogênito era beneficiado em detrimento dos outros homens, porque a mulher tinha apenas direito ao dote. Tinha que ser o primogênito legítimo, mesmo se esse fosse filho da mulher que ele menos gostasse.

o) Defloração

Na época, situações em que uma mulher virgem não comprometida fosse abusada e o homem fosse pego em flagrante, o homem deveria dar, aproximadamente, meio quilo de prata ao pai da jovem e ela deveria ficar ser sua mulher.

p) Escravos

“Quando um dos teus irmãos, hebreu ou hebréia, for vendido a ti, ele te servirá por seis anos. No sétimo ano tu o deixarás ir em liberdade, não o despeças de mão vazias: carrega-lhe o ombro com presentes do produto do teu rebanho, da tua eira e do teu lagar.”

É proibida a compra de escravos israelitas por israelitas, no entanto um israelita pode se vender como escravo. Essa escravidão é diferente das demais, dura seis anos e ao final o escravo recebe uma ajuda do senhor para que possa sobreviver e não se escravizar pelo resto da vida.

q) Caridade

“Quando houver um pobre em teu meio, que seja um só dos teus irmãos numa só de tuas cidades [...] não endurecerás teu coração, nem fecharás a mão para com este teu irmão pobre; pelo contrário: abre-lhe a mão, emprestando o que lhe falta, na medida da sua necessidade.”

Por ser uma sociedade de cunho religioso, a caridade entre os hebreus é prevista por lei.

r) Governo

A interferência de um ser supremo no cotidiano do povo israelita é muito grande, de maneira que quem institui o governo é Deus. Segundo a crença, os reis são escolhidos por Deus, ele expressa sua vontade aos profetas e esses revelam aos demais.

s) Fraude Comercial e Juros

“Não emprestes a teu irmão com juros, quer se trate de empréstimo de dinheiro, quer de víveres ou de qualquer outra coisa sobre a qual é costume exigir um juro. Poderás fazer um empréstimo com juros ao estrangeiro; contudo emprestarás sem juros ao teu irmão [...].”

A usura é proibida entre os israelitas, no entanto, não há proibição quando trata-se de cobrar juros à um estrangeiro.

t) Fauna e Flora

“Quando tiveres que sitiar uma cidade durante muito tempo antes de atacá-la e tomá-la, não deves abater suas árvores a golpes de machado; alimentar-te-ás dela, sem cortá-las [...].”

Nessa lei é possível verificar uma preocupação com a preservação do meio ambiente.