estudo de hebreus

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ESTUDO DE HEBREUS http://www.estudosdabiblia.net/hebreus.htm O Livro de Hebreus © 1996 Allen Dvorak Introdução ao Livro de Hebreus - Não Desista! Hebreus 1:1-14 Jesus: Superior aos Anjos Hebreus 2:1-18 Jesus: Feito como seus Irmãos Hebreus 3:1-4:16 Um Descanso Permanece Hebreus 5:1 - 6:20 Diligente até o Fim Hebreus 7:1-28 Jesus: Um Sumo Sacerdote Superior Hebreus 8:1-13 Uma Aliança Melhor Hebreus 9:1-28 Um Ministério Mais Excelente Hebreus 10:1-39 Entremos Ousadamente no Santo dos Santos Hebreus 11:1-40 Fé Obediente Hebreus 12:1-29 Corramos a Corrida Hebreus 13:1-25 Com Jesus Fora do Acampamento Estudo Textual: Introdução ao Livro de Hebreus Não Desista! Quem trocaria um lustroso carro novo por outro velho e enferrujado, ou um refulgente anel de diamante por uma peça de bijuteria pretejada? Somente uma pessoa insensata faria negócios como esses! O livro de Hebreus foi escrito para pessoas que estavam em perigo de fazer exatamente uma tal troca assim. Eram cristãos pensando em deixar seu relacionamento com Cristo para voltar a viver sob a Lei de Moisés. O escritor de Hebreus estava determinado a mostrar aos seus leitores que escolha idiota seria essa! O autor de Hebreus não se identificou pelo nome, no livro. Ele conhecia Timóteo (13:23) e possuía sólido entendimento do Velho Testamento. Muitos estudantes da Bíblia acreditam

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Page 1: Estudo de Hebreus

ESTUDO DE HEBREUS

http://www.estudosdabiblia.net/hebreus.htm

O Livro de Hebreus

© 1996 Allen Dvorak

Introdução ao Livro de Hebreus - Não Desista!

Hebreus 1:1-14 Jesus: Superior aos Anjos

Hebreus 2:1-18 Jesus: Feito como seus Irmãos

Hebreus 3:1-4:16 Um Descanso Permanece

Hebreus 5:1 - 6:20 Diligente até o Fim

Hebreus 7:1-28 Jesus: Um Sumo Sacerdote Superior

Hebreus 8:1-13 Uma Aliança Melhor

Hebreus 9:1-28 Um Ministério Mais Excelente

Hebreus 10:1-39 Entremos Ousadamente no Santo dos Santos

Hebreus 11:1-40 Fé Obediente

Hebreus 12:1-29 Corramos a Corrida

Hebreus 13:1-25 Com Jesus Fora do Acampamento

Estudo Textual:   Introdução ao Livro de Hebreus

Não Desista!

Quem trocaria um lustroso carro novo por outro velho e enferrujado, ou um refulgente anel de diamante por uma peça de bijuteria pretejada? Somente uma pessoa insensata faria negócios como esses! O livro de Hebreus foi escrito para pessoas que estavam em perigo de fazer exatamente uma tal troca assim. Eram cristãos pensando em deixar seu relacionamento com Cristo para voltar a viver sob a Lei de Moisés. O escritor de Hebreus estava determinado a mostrar aos seus leitores que escolha idiota seria essa!

O autor de Hebreus não se identificou pelo nome, no livro. Ele conhecia Timóteo (13:23) e possuía sólido entendimento do Velho Testamento. Muitos estudantes da Bíblia acreditam que foi Paulo quem escreveu Hebreus, mas outros argumentam que esse autor não era um dos apóstolos (veja 2:3). Provavelmente, o máximo que podemos concluir com certeza é que o autor era inspirado.

Em vista do tema do livro, é improvável que o autor tivesse deixado de mencionar a destruição do templo, no ano 70 d.C., se esse evento tivesse

Page 2: Estudo de Hebreus

ocorrido ao tempo da escrita. Uma vez que ele não citou esse evento para apoiar seus argumentos (veja 10:25 para uma possível referência), podemos aceitar que ainda não tivesse acontecido, e uma data próxima de 65 d.C. pode ser aceita para a escrita de Hebreus.

Hebreus foi escrito claramente para ouvintes conhecedores das Escrituras do Velho Testamento e, especialmente dos rituais de sacrifícios da Velha Lei. É evidente que os leitores pretendidos eram judeus cristãos (por exemplo, 3:1; 4:14-16). Eles tinham sofrido alguma perseguição, como resultado de sua fé e alguns, provavelmente desanimados por suas tribulações ou em dúvida sobre seu compromisso com Cristo, estavam pensando em voltar para o judaísmo. Outros já tinham deixado de reunir-se com seus irmãos (10:19-39). Como no caso da identidade do autor, não podemos dizer com certeza onde estas pessoas viviam, mas muitos estudantes da Bíblia favorecem Jerusalém ou Roma como possíveis destinos para a epístola (veja 13:24).

Como foi sugerido no início deste artigo, o tema de Hebreus é a superioridade de Jesus Cristo. O autor argu-menta que Jesus é superior aos anjos, Moisés, Josué e Arão (capítulos 1, 3, 4 e 7, respectivamente). Não somente Jesus é um Legislador e Sumo Sacerdote superior, mas sua aliança é superior à Aliança Mosaica (capítulos 8-10). De fato, “melhor” é a palavra chave do livro (1:4; 7:22; 8:6, etc)!

Perguntas para estudar:

1. O escritor de Hebreus se identifica?

2. Hebreus foi escrito provavelmente antes ou depois da destruição do templo, em 70 d.C.?

3. Hebreus foi escrito para cristãos judaicos ou cristãos gentios?

4. De acordo com Hebreus, Jesus é superior a quais pessoas?

5. Qual é a palavra chave de Hebreus?

Estudo Textual:   Hebreus 1:1-14

Jesus: Superior aos Anjos

No monte da transfiguração, a voz que vinha da nuvem confirmou a Pedro, Tiago e João que Jesus é o Filho amado de Deus e que devemos ouvir a ele, em vez de Moisés ou Elias (Mateus 17:1-8). O escritor de Hebreus afirma o mesmo ponto, logo no começo de sua epístola. Ele observa que, enquanto Deus usou vários métodos e indivíduos para levar sua palavra à humanidade, no passado, seu porta-voz durante estes “últimos dias” é seu Filho (Hebreus 1:2). O apóstolo Pedro afirmou que estamos vivendo nos últimos dias, quando

Page 3: Estudo de Hebreus

identificou os acontecimentos de Pentecostes (Atos 2:16-17) como o cumprimento da profecia de Joel a respeito desses dias. Esta afirmação sobre a autoridade de Jesus tem importantes implicações para aqueles que desejam justificar suas práticas religiosas dando ouvidos a Moisés, isto é, apelando para a lei de Moisés em busca de autoridade.

O tema de Hebreus é a superioridade de Jesus Cristo. Jesus não é só um outro porta-voz; Ele é muito superior em natureza aos profetas que o precederam. Ele não é somente Criador e Redentor (Hebreus 1:2-3); Ele é também Divindade. Ele não é a mesma pessoa que o Pai, mas ele é a “expressão exata” do Pai e, assim, participa da natureza eternal do Pai!

O restante do capítulo é dedicado a demonstrar que Jesus é também superior aos anjos. Ele obteve um “mais excelente nome” do que eles (1:4). “Nome” se refere mais ao caráter e à posição do que à palavra pela qual alguém é chamado.

O autor de Hebreus usa o silêncio de Deus para afirmar seu ponto. Ele cita afirmações divinas a respeito da posição de Jesus e então pergunta se Deus jamais disse tal coisa de qualquer dos anjos (1:5). A questão é obviamente retórica; Deus nunca se dirigiu a nenhum dos anjos como seu Filho. Pode então, qualquer dos anjos assumir a posição de Filho de Deus, uma vez que Deus não os proibiu de fazê-lo? Certamente que não! O argumento do escritor de Hebreus depende da premissa de que o silêncio de Deus é proibitivo, não permissivo: um princípio importante para todos nós que procuramos a aprovação de Deus em nossas vidas. O escritor usa o mesmo tipo de argumento (do silêncio de Deus) nos versículos 13-14.

A comparação entre Jesus e os anjos continua quando o escritor de Hebreus observa que os anjos são espíritos servidores, que adoraram o Filho durante sua encarnação (1:6-7,14). Jesus, contudo, é um Monarca cujos anos não findarão, isto é, ele é um ser eterno.

Perguntas para estudar:

1. Através de quem Deus fala conosco, nestes dias?

2. É Jesus um ser criado ou eterno como o Pai?

3. É alguma coisa divinamente autorizada pelo simples fato de que Deus não a proibiu?

4. É Jesus superior aos anjos em natureza, posição ou ambos?

Estudo Textual:   Hebreus 2:1-18

Page 4: Estudo de Hebreus

Jesus: Feito como seus Irmãos

O primeiro capítulo de Hebreus afirma, claramente, a superioridade de Jesus sobre profetas e anjos. Em vista deste fato, o autor ressalta a necessidade de prestar atenção à mensagem dada pelo Senhor (2:1) e confirmada por Deus através de milagres (2:4). Ele defende esta idéia usando uma forma de argumento que aparecerá várias vezes, em seu livro. Aqueles que desobedeceram à lei entregue pelos anjos (a Lei de Moisés) foram justamente punidos. Desde que Jesus é superior aos anjos, é ainda mais certo que a desobediência de sua lei será punida (2:2-4). Esta forma de argumento é, às vezes, chamada “do secun-dário para o principal”, isto é, o ponto é apre-sentado do caso menos importante para o caso mais importante.

Os primeiros quatro versículos também introduzem um outro padrão encontrado neste livro. Enquanto o autor argumenta de um modo muito lógico, ele interrompe periodicamente seu raciocínio com advertências aos seus leitores. Ele escrevia aos cristãos que estavam pensando em voltar ao judaísmo. Há cinco advertências, como estas, espalhadas através de todo o livro (2:1-4; 3:7-4:13; 5:11-6:20; 10:19-39; 12:25-29). Estas advertências são duras e mostram que é possível para os cristãos serem condenados eternamente se abandonarem o Senhor (veja especialmente 6:4-6 e 10:26-29).

O escritor cita Salmo 8 (2:6-8), uma passagem que observa que o homem foi criado um pouco mais baixo do que os anjos. Este fato, provavelmente, levantou uma questão na mente de seus leitores. Se Jesus é superior aos anjos, por que ele tomou a forma de um homem, que foi feito inferior aos anjos?

A resposta a esta pergunta é encontrada no papel redentor que Jesus desempenha. O homem precisa de um mediador entre Deus e si mesmo. Porque Jesus sofreu e foi tentado como são os homens neste mundo, ele pode, portanto, ajudar os homens como um misericordioso e fiel Sumo Sacerdote (2:17-18).

O autor de Hebreus voltará ao assunto do sumo sacerdócio de Jesus para uma extensa discussão, mais tarde neste livro. Neste capítulo, contudo, ele afirma que Jesus tinha que se tornar como seus irmãos, de modo a servir como Sumo Sacerdote. Ele tinha que tomar um corpo humano para experimentar a morte por todos os homens. Através de sua morte e ressurreição, ele derrotou Satanás, que tem o poder da morte (2:14). Ele tinha que se tornar como os homens, isto é, partilhar da carne e do sangue (2:14), porque dá ajuda aos homens, e não aos anjos (2:16). Deus seja louvado por termos um Sumo Sacerdote que entende nossa situação!

Perguntas para estudar:

1. Como Deus testificou a mensagem da salvação?

2. Pode-se obedecer ao evangelho e, mais tarde, deixar o Senhor e perder-se

Page 5: Estudo de Hebreus

eternamente?

3. Por quem Jesus morreu?

4. Como Jesus é plenamente qualificado para ajudar os homens?

Estudo Textual:   Hebreus 3:1-4:16

Um Descanso Permanece

No capítulo 1 de Hebreus, o autor afirmou que Jesus é superior tanto aos outros profetas de Deus como aos anjos. Ele continua sua afirmação no capítulo três, observando que Jesus é superior até mesmo a Moisés! Os judeus tinham muito respeito por Moisés, porque ele recebeu a velha lei de Deus e o escritor de Hebreus reconhece sua fidelidade. Mas Jesus é superior até mesmo a Moisés, do mesmo modo que o construtor de uma casa tem mais honra do que a casa que ele constrói (3:3), assim como o filho do dono da casa é superior a um servo daquela casa (3:1-6). De fato, é sua casa! O escritor fala da igreja (3:6- “qual casa somos nós”; veja também 1 Timóteo 3:15). Mais tarde, no livro, o escritor estenderá este argumento da superioridade de Jesus, observando que sua aliança é também superior àquela dada através de Moisés (capítulos 9 e 10).

Os cristãos, contudo, precisam guardar “firme até ao fim” (3:6). É este comentário do autor que introduz o segundo trecho de advertência do livro (veja também 2:1-4; 5:11-6:20; 10:19-39; 12:25-29). Ele cita o Salmo 95:7-11 para introduzir a descrença e o fracasso de Israel, o povo escolhido por Deus, no passado. O restante do capítulo 4 é dedicado a advertir seus leitores a não repetirem o erro de Israel, em se afastar de Deus (4:11).

A Israel foi prometido um descanso, mas a nação não herdou esse descanso. O autor afirma que eles não poderiam entrar no descanso prometido por causa da descrença (3:19), por causa da desobediência (3:18). Por que Israel foi forçado a peregrinar no deserto? Descrença ou desobediência? Ambos: sua descrença resultou em sua desobediência (4:6)! É possível para o povo escolhido por Deus, nestes dias, afastar-se do Deus vivo, ao endurecer-se através do engano do pecado (3:12-14).

O autor observa que o descanso prometido ainda permanece (4:1, 9)! Aqueles a quem ele foi prometido inicialmente não o herdaram; eles morreram nas peregrinações no deserto. Mesmo quando a nação de Israel entrou finalmente na terra de Canaã, o descanso ainda permaneceu (4:8); de outro modo o salmista não teria escrito muitos anos depois da conquista de Canaã como se o descanso permanecesse (Salmos 95:7; Hebreus 4:6-9). O descanso que agora permanece não é a terra física de Canaã, nem mesmo o dia do sábado; é o próprio céu!

Page 6: Estudo de Hebreus

O capítulo três começa chamando nossa atenção para os papéis de Jesus como Apóstolo e Sumo Sacerdote. O capítulo 4 termina encorajando o cristão a conservar-se firme na sua confissão e apelar para seu Sumo Sacerdote, por auxílio no tempo da necessidade (4:14-16).

Perguntas para estudar:

1. Jesus é considerado digno de mais glória do que quem?

2. O descanso prometido ainda permanece?

3. É possível para um cristão não entrar no descanso prometido?

4. Existem coisas que podemos esconder de Deus?

Estudo Textual:   Hebreus 5:1 - 6:20

Diligente até o Fim

Jó clamou em seu desespero: “Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos?” (Jó 9:33). Jó percebeu que não era capaz de falar diretamente com Deus, por causa de sua majestade, e sentiu agudamente a falta de um mediador ou árbitro. O autor de Hebreus, contudo, observa que temos um mediador entre nós e Deus. Ele é nosso Sumo Sacerdote Jesus Cristo.

Jesus foi indicado pelo Pai para ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (veja Gênesis 14); ele não se deu essa honra (Hebreus 5:5-10). Há um grande contraste, contudo, entre os sacerdotes levíticos e Jesus Cristo. Todo sumo sacerdote levítico poderia verdadeiramente simpatizar com a situação difícil dos homens pecadores, porque todo sacerdote era, ele mesmo, culpado de pecado (Hebreus 5:1-3). Assim sendo, ele tinha que primeiro oferecer sacrifício por seus próprios pecados e então podia fazer intercessão pelo restante do povo (veja Levítico 16). Jesus foi tentado, como nós somos, mas sem pecar. Ele foi obediente ao Pai e assim se tornou o autor da salvação eterna de todos aqueles que o obedecem.

Quando o autor se prepara para continuar sua discussão do sacerdócio de Melquisedeque mais adiante, ele percebe que seus leitores não estão preparados para entender tais assuntos. Eles têm sido cristãos por tempo suficiente para que sejam espiritualmente maduros, isto é, sejam capazes de ensinar outros mas, em vez disso, deixaram de crescer em conhecimento e experiência (5:11-14). Assim, eles são capazes de entender somente as coisas simples do evangelho, o “leite” da palavra.

Todos os cristãos começam suas vidas espirituais como “bebês” em Cristo, mas precisam crescer para amadurecer (6:1). Permanecer um infante espiritual

Page 7: Estudo de Hebreus

pode resultar em afastar-se de Cristo (6:4-6). O cristão que rejeita Jesus está na realidade agindo justamente como aqueles que realmente crucificaram Jesus! Ele crucifica Jesus de novo e o envergonha abertamente. Se um cristão rejeita Cristo, que mais o evangelho oferece para levá-lo ao arrependimento?

O Escritor de Hebreus, contudo, estimula seus leitores, observando que ele não pensa que eles estejam em tal estado. Mas espera que eles continuem nos trabalhos que tinham iniciado (6:9-12). Mas que garantia têm os cristãos de que, depois que tiverem trabalhado diligentemente e suportado as tribulações pacientemente serão, de fato, salvos da eterna destruição? O autor cita o exemplo de Abraão, a quem Deus fez uma promessa (6:13-17). Quando Abraão pacientemente suportou, obteve o cumprimento da promessa, porque a palavra de Deus é imutável. O exemplo de Abraão é um forte encorajamento para aqueles que estão agora confiantes em que Deus lhes dará a vida eterna, como ele prometeu àqueles que o obedecem (Hebreus 5:9).

Perguntas para estudar:

1. Estavam os cristãos hebreus crescendo espiritualmente?

2. É possível a um cristão afastar-se de Cristo?

3. Quem é um exemplo do fato que Deus mantém suas promessas?

Estudo Textual:   Hebreus 7:1-28

Jesus: Um Sumo Sacerdote Superior

O autor de Hebreus identificou Jesus como sumo sacerdote de acordo com a ordem de Melquisedeque, tanto no capítulo 5 como no 6. Mas quem é Melquisedeque? Por que Jesus é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez da ordem levítica?

No capítulo 7, o autor responde a ambas as questões. Melquisedeque aparece na história bíblica durante apenas um curto período (veja Gênesis 14:18-20). Porque a Bíblia não registra seu nascimento, morte nem mesmo sua genealogia, Melquisedeque parece ser de natureza eterna, como o Filho de Deus. Ele é identificado como sendo tanto o rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo.

O autor deseja demonstrar a superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o de Arão e, assim, ele afirma a superioridade de Melquisedeque sobre Levi. Ele o faz, em parte, observando que Melquisedeque abençoou Abraão (o menor é abençoado pelo maior) e que Abraão, que tinha as promessas, pagou dízimo a Melquisedeque. Num sentido figurado, Levi, descendente de Abraão, também pagou dízimo a Melquisedeque, através de Abraão.

Page 8: Estudo de Hebreus

Mas por que uma outra ordem de sacerdócio, segundo Melquisedeque era necessária? A resposta é que o sacerdócio levítico não era adequado (7:11,27). Nem a Jesus era permitido ser sacerdote segundo a ordem de Levi. Os sacerdotes vinham da tribo de Levi, mas Jesus era da tribo de Judá (7:13-14). A lei de Moisés nada dizia sobre homens de Judá se tornarem sacerdotes e, assim, isso era proibido. O homem não deve ir além do que Deus autorizou.

Para que Jesus fosse um sacerdote, o sacerdócio tinha que ser mudado. Desde que o sacerdócio e a lei de Moisés estavam intimamente ligados, se o sacerdócio for mudado, então a lei também precisa ser mudada (7:12,18-19). Aqueles que querem viver sob a lei de Moisés, hoje em dia, desligam-se do sacerdócio de Jesus porque ele não pode ser sacerdote sob essa lei! O sacerdócio de Jesus é, então, uma garantia de que uma lei (ou aliança) melhor foi estabelecida (7:20-22).

Por que alguém haveria de querer voltar à Velha Lei e ao sacerdócio levítico? Jesus é um Sumo Sacerdote superior. Ele foi feito sacerdote pelo poder de uma vida infindável, e não através de um mandamento carnal (a Lei de Moisés). Diferente dos sacerdotes levíticos, que eram incapazes de continuar a servir por causa da morte, Jesus vive sempre para fazer intercessão por nós. Jesus foi feito sacerdote através do imutável juramento de Deus.

Os sacerdotes levíticos eram fracos porque pecavam assim como os homens pelos quais eles faziam intercessão. Jesus, contudo, é santo, imaculado e separado dos pecadores. Ele não tem que fazer oferenda por si mesmo, como os sacerdotes levíticos tinham que fazer. De muitas maneiras, Jesus é verdadeiramente o sumo sacerdote superior!

Perguntas para estudar:

1. Como Melquisedeque é semelhante a Jesus?

2. Por que Jesus é incapaz de ser um sacerdote sob a lei de Moisés?

3. O silêncio de Deus autoriza alguma coisa?

4. O sacerdócio de Jesus é garantia do quê?

Estudo Textual:   Hebreus 8:1-13

Uma Aliança Melhor

O trabalho do sacerdote é fazer as oferendas e sacrifícios no santuário (Hebreus 8:3). Como nosso Sumo Sacerdote celestial, Jesus também serve num santuário, mas este é um santuário que não foi feito por mãos humanas, como o foi o tabernáculo. Jesus é, não somente superior aos profetas do Velho Testamento, aos anjos, a Moisés e a Aarão, mas é também um melhor sumo

Page 9: Estudo de Hebreus

sacerdote, que ministra num santuário melhor. Ele é o mediador de uma aliança melhor estabelecido sobre melhores promessas (8:2, 6).

Alguns dos destinatários originais de Hebreus estavam pensando em retornar ao judaísmo. O autor de Hebreus quer que eles entendam como seria tolo deixar uma aliança melhor para retornar a uma imperfeita. Se o primeiro pacto tivesse sido infalível, não teria havido necessidade de outro (8:7). Até mesmo o santuário associado com a Lei de Moisés, o tabernáculo construído no Monte Sinai, era apenas uma cópia e uma sombra do santuário celestial.

O que estava errado com a aliança feita com Israel no Monte Sinai? Realmente, nada havia de errado com o pacto em si; ele cumpria as funções que Deus pretendia. Ele identificava o pecado, encorajava a santidade entre o povo escolhido de Deus e apontava aos homens em direção a Cristo e à graça de Deus. O escritor de Hebreus nota que a falha estava realmente no povo de Deus, e não na aliança (8:8-9). Um homem poderia ser declarado justo sob a Velha Lei se a guardasse perfeitamente, nunca violando um único preceito (Levítico 18:4-5). Mas o povo de Israel não guardava a lei de Deus e assim ela se tornou um instrumento de morte espiritual para ele (Romanos 7:10-13). Mas Deus deu ao homem a esperança, prometendo através do profeta Jeremias que ele faria um novo pacto com seu povo.

Um indivíduo se tornava parte do povo de Israel pelo nascimento físico e era circuncidado no oitavo dia como sinal da aliança. Mais tarde, quando o menino tinha idade bastante para entender, era-lhe ensinada a lei com a esperança de que ele decidisse obedecê-la. A lei de Moisés foi escrita em tábuas de pedra, mas muitos israelitas não escreveram a lei de Deus em seus corações.

O novo pacto, contudo, é diferente, como Jeremias profetizou. É ensinado às pessoas primeiro e elas se tornam parte da nação escolhida de Deus somente depois de aceitarem as condições para se tornarem parte dessa nação (Hebreus 8:11). Elas serão verdadeiramente o povo de Deus porque sua lei estará escrita em seus corações. Todos na casa espiritual de Israel (a igreja) conhecem o Senhor porque ninguém pode se tornar parte da nação eleita sem primeiro conhecer o Senhor!

Mas a nova aliança é diferente de outra maneira. O perdão estaria disponível através do sacrifício de Jesus Cristo (8:12). Não haveria mais necessidade de sacrifícios anuais no Dia da Expiação como a lei de Moisés exigia (veja Levítico 16). Jesus, o sacrifício perfeito, precisou oferecer a si mesmo somente uma vez. Por que haveríamos de querer voltar ao velho e imperfeito, quando Deus providenciou um pacto novo e melhor, com um melhor Sumo Sacerdote?

Perguntas para estudar:

1. Como um indivíduo se tornava parte da nação física de Israel?

2. A circuncisão carnal era uma garantia de uma vida de obediência a Deus?

Page 10: Estudo de Hebreus

3. Sob a nova aliança, o que vem primeiro: o conhecimento ou a cidadania na nação espiritual de Deus?

Estudo Textual:   Hebreus 9:1-28

Um Ministério Mais Excelente

Sob a Lei de Moisés, o povo de Israel tinha um santuário (o tabernáculo) e um sumo sacerdote que servia como um intercessor pelo povo diante de Deus. O autor de Hebreus já identificou Jesus Cristo como nosso Sumo Sacerdote, um ministro do tabernáculo verdadeiro (4:14; 8:1-2). No capítulo nove, o escritor discute o serviço de Jesus no tabernáculo verdadeiro.

O livro de Êxodo registra a construção do tabernáculo (capítulos 25-30). Era basicamente uma tenda elaborada e dividida em duas salas por um véu. A sala maior era chamada o Santo Lugar e a menor era chamada Santo dos Santos. Cada sala tinha seus próprios móveis e o escritor de Hebreus menciona brevemente essas peças (9:1-5).

Os sacerdotes do Velho Testamento entravam diariamente no Santo Lugar, executando o seu serviço. Mas somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos. Uma vez por ano, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos com o sangue de um touro, por seus próprios pecados e, novamente, com o sangue de um bode, pelos pecados do povo (9:6-7). Ele pegava este sangue e o aspergia sobre o propiciatório, a cobertura da arca da aliança, oferecendo-o a Deus. Era no Santo dos Santos que um homem podia chegar à presença de Deus, mas somente o sumo sacerdote era capaz de entrar e era exigido que se defumasse a sala com incenso, antes de entrar! Leia Levítico 16 para ver uma descrição completa do ritual que o sumo sacerdote seguia no Dia da Expiação.

O véu que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos simbolizava o fato que o caminho à presença de Deus ainda não estava aberto para a humanidade. Quando Jesus morreu na cruz, o véu entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos foi rasgado (Mateus 27:51). Este foi o modo de Deus mostrar que o acesso a sua presença era agora disponível a todos, através do sacrifício de Jesus (veja Hebreus 6:19-20; 10:19-22)!

Como os sumos sacerdotes do Velho Testamento, Jesus ofereceu sangue na presença de Deus, porém Jesus ofereceu seu próprio sangue, derramado na cruz, e ofereceu-o no verdadeiro tabernáculo, o próprio céu (9:12, 24-26).

O autor de Hebreus já identificou Jesus como Mediador de uma aliança melhor (8:6). Agora ele explica que o sangue de Jesus alcança até os pecados sob a primeira aliança, a Lei de Moisés (9:15). As coisas do tabernáculo do Velho Testamento eram purificadas com o sangue de animais, mas Jesus ofereceu um sacrifício melhor, que pode verdadeiramente obter a redenção do pecado. Ainda que os sumos sacerdotes do Velho Testamento oferecessem sangue

Page 11: Estudo de Hebreus

todos os anos pelos pecados do ano anterior, Jesus entrou no céu, na presença de Deus, uma vez por todas (9:12, 27-28).

Perguntas para estudar::

1. Sob a Lei de Moisés, onde o homem se encontrava com Deus?

2. O que os sumos sacerdotes do Velho Testamento levavam para o Santo dos Santos?

3. Onde Jesus foi para oferecer seu sangue na presença de Deus?

4. Quantas vezes Jesus se oferecerá como sacrifício?

Estudo Textual:   Hebreus 10:1-39

Entremos Ousadamente no Santo dos Santos

Do que precisa o pecador? Ele precisa ser perdoado e purificado da culpa por seus pecados. Mas o perdão requer um sacrifício que seja capaz de satisfazer as exigências da justiça. A lei de Moisés não podia prover um sacrifício como esse. Sob aquela lei, o sangue dos animais era oferecido a Deus, mas o autor de Hebreus observa que tal sangue “não podia tirar meus pecados” (10:4,11). A repetição constante desses sacrifícios era uma lembrança contínua de que não eram adequados à remissão de pecados (10:1-3). Contudo, esses sacrifícios de animais eram “sombras” do sacrifício perfeito que seria oferecido por Jesus (10:1).

Deus não se alegrava com os sacrifícios oferecidos sob a lei de Moisés, no sentido em que eles eram inadequados para pagar a pena pelos pecados cometidos. Jesus, contudo, veio a este mundo e foi totalmente obediente ao Pai (10:9). Como resultado, ele foi capaz de oferecer a si mesmo, isto é, uma vida imaculada pelo pecado, como um sacrifício perfeito. Diferente dos sacrifícios do Velho Testamento, Jesus ofereceu a si mesmo uma única vez, porque seu sacrifício garantia a remissão dos pecados (10:10-12,14,18).

Sob a lei de Moisés, somente ao sumo sacerdote era permitido entrar na parte do tabernáculo conhecida como o Santo dos Santos, e ele tinha que ser cerimonialmente purificado antes que pudesse entrar na presença de Deus ali. O sacrifício de Jesus tornou possível para nós nos aproximarmos de Deus, e finalmente entrar ousadamente no próprio céu, purificados pelo sangue de Jesus Cristo de todos os nossos pecados (10:19-22; veja 9:24-26).

É importante que nos encorajemos uns aos outros para permanecermos firmes em nossa esperança de entrar na presença de Deus no céu. O Senhor deseja que os cristãos se reúnam regularmente de modo a encorajar uns aos outros ao amor e às boas obras. O escritor de Hebreus observa que alguns cristãos

Page 12: Estudo de Hebreus

tinham parado de se reunir com os outros santos (10:23-25).

Se nós, que fomos santificados pelo sangue de Jesus através de nossa obediência ao evangelho, mais tarde rejeitarmos seu sacrifício e retornarmos ao mundo ou mesmo à lei de Moisés, o que mais ficará como sacrifício pelo pecado? Absolutamente nada! Quando os israelitas rejeitavam a lei de Moisés, o castigo era certo (10:28). O que fará Deus com aqueles que rejeitam o sacrifício perfeito de Jesus, seu Filho unigênito? O castigo será ainda mais certo e horrível (10:26-31).

Temos que permanecer fiéis até o fim, apesar da perseguição e tribulação. Os cristãos que receberam primeiro esta epístola tinham sofrido no passado; o escritor inspirado encoraja-os a não desistir para que possam receber a promessa (10:32-36). Mais uma vez ele afirma não somente que é possível afastar-se de Cristo, mas também que essa pessoa será perdida (10:39).

Perguntas para estudar:

1. Podem os sacrifícios de animais tirar nossos pecados?

2. Por que Jesus teve que se oferecer apenas uma vez?

3. Por que os cristãos precisam encontrar-se?

4. É possível a quem foi santificado pelo sangue de Jesus mais tarde calcar aos pés o Filho de Deus?

Estudo Textual:   Hebreus 11:1-40

Fé Obediente

Palavras de encorajamento podem ajudar uma pessoa a se comportar bem, mas um bom exemplo é ainda mais poderoso. O autor de Hebreus concluiu o capítulo 10 observando que ele só viverá pela fé (Habacuque 2:4), o tipo de fé que leva uma pessoa a perseverar na obediência ao Senhor até o fim. Somente então se receberá a recompensa prometida (Hebreus 10:35-39). No capítulo 11 ele ilustra esse tipo de fé observando os exemplos de homens e mulheres do Velho Testamento.

A fé nos permite esperar aquelas coisas que não podemos ver (11:1; veja Romans 8:24). Se não podemos ver aquilo em que temos esperança, como saber que isso existe ou que o receberemos? A funcão da fé é que ela substitui a prova objetiva da coisa na qual temos esperança. O autor ilustra o papel da fé quando ele observa que cremos que o universo foi criado pela palavra de Deus porque os Escrituras revelam esse fato e temos confiança na veracidade tanto de Deus como de sua palavra.

Page 13: Estudo de Hebreus

Começando com Abel, o escritor cita exemplos específicos de fé. Mas o autor não está escrevendo sobre fé “morta” (Tiago 2:26); em cada caso ele observa que foi a obediênca a Deus que resultou da fé (11:4-31). Por exemplo:

- Abel... ofereceu... mais excelente sacrifício (11:4)

- Enoque...agradou a Deus (11:5)

- Noé...aparelhou uma arca (11:7)

- Abraão... obedeceu, peregrinou, ofereceu (11:8,9,17)

- Moises...celebrou a Páscoa (11:28)

- Os israelitas... capturaram Jericó (11:30)

Os exemplos de fé obediente são muito numerosos para serem todos listados e, assim, o autor conclui mencionado em geral alguns dos modos pelos quais os indivíduos tinham obedecido a Deus, apesar das provações envolvidas (11:32-38).

Cada uma destas pessoas não somente creu que Deus existia, mas creu nas promessas que ele fez (11:6). Algumas delas perceberam que não receberiam essas promessas durante sua vida, mas assim mesmo confiaram em Deus e agiram de acordo (11:13-16,22,35).

O autor conclui o capítulo afirmando que, apesar da sua fé impressionante, todas essas pessoas esperaram o cumprimento da promessa, isto é, a vinda do Messias e de seu reino (11:39). Seus leitores, que já estavam gozando das bênçãos espirituais em Cristo, precisavam imitar a fé daquelas pessoas do Velho Testamento!

Perguntas para estudar:1. Como os antigos conseguiram um bom testemuunho?

2. Neste capítulo, o que sempre acompanhou a fé?

3. Como Noé demonstrou sua fé?

4. Quem ofereceu seu filho unigênito em obediencia a Deus?

Estudo Textual:   Hebreus 12:1-29

Corramos a Corrida

O escritor de Hebreus completou seu argumento principal no capítulo dez. Nos capítulos anteriores ele demonstrou a superioridade de Jesus sobre os profetas

Page 14: Estudo de Hebreus

do Velho Testamento, os anjos, Moisés e Arão. Ele demonstrou a natureza do sacerdócio de Jesus e a eficácia do seu sacrifício. Ele também apresentou argu-mentos para mostrar que a lei de Moisés tinha sido removida. Tendo reassegurado os hebreus de que eles estavam certos em abraçar Jesus, ele agora usa a figura de uma corrida para exortá-los a perseverar em sua vocação (12:1-4).

No capítulo onze ele citou os muitos exemplos de fé obediente, ou perseve-rança. Todas aquelas pessoas são testemunhas do fato de que a corrida pode ser vencida (12:1). O autor também encoraja seus leitores a “correr a corrida” com seus olhos fixos em Jesus, estimu-lando sua paciência no sofrimento (12:2-3a). Os hebreus estavam em perigo de ficarem cansados e desencorajados, ainda que não tivessem sofrido tanto como Jesus (12:3-4).

Os hebreus são advertidos a não serem desencorajados pela disciplina do Senhor, mas antes se lembrarem do propósito dela (12:5, 10b-11). O autor observa a relação da punição com a condição de filho. A punição é um sinal de filiação; sua ausência indica que não se é filho (12:7-8). A punição não é agradável, mas desde que o castigo é geralmente aceito quando vem de pais carnais que cometem enganos, ele argumenta para chegar à mais certa conclusão de que os cristãos devem aceitar a punição de seu Pai celestial, que não comete tais enganos (12:9-11). Em vez de abandonar a corrida, isto é, voltar ao judaísmo, os hebreus precisam fazer esforços renovados para terminar a corrida (12:12-13).

O autor manda que os hebreus estejam em guarda para que nenhum deles acredite que possa gozar das bênçãos de Deus pela simples associação com o povo de Deus, em vez de ser por uma vida de fé e obediência (12:15; Deuteronômio 29:14-29). Estes cristãos precisavam também ter o adequado respeito pelas vantagens espirituais oferecidas pela nova aliança, em vez de seguirem o exemplo de Esaú que não teve nenhum cuidado com os privilégios espirituais (12:16-17; 10:29; Gênesis 25:29-34; 27:1-40).

Na verdade, os hebreus “não tinham que chegar” a um pacto entregue com impressionantes manifestações físicas (12:18-21; Êxodo 19:20), isto é, a lei de Moisés, mas antes a um pacto com superiores privilégios espirituais (12:22-24).

O autor completa o capítulo doze com a última das maiores advertências do seu livro (12:25-29). Não há escapatória para aqueles que desafiam Deus, rejeitando sua palavra.

Perguntas para estudar:

1. Qual figura o autor usa para ilustrar a necessidade de perseverança?

2. A quem o Senhor castiga?

3. O que fez Esaú que demonstrou seu desinteresse pelas coisas espirituais?

Page 15: Estudo de Hebreus

4. O que é que “não pode ser abalado?”

Estudo Textual:   Hebreus 13:1-25

Com Jesus Fora do Acampamento

Nos primeiros doze capítulos de Hebreus, o raciocínio do autor é muito lógico e bem encadeado, cada ponto levando ao próximo. Contudo, no capítulo treze, seu argumento é completado e parece que ele junta num só grupo uma série de exortações sem relação.

Em 13:1 e 3, os hebreus são exortados a continuar a mostrar seu amor fraternal, especialmente na forma de benevolência com os prisioneiros, que freqüentemente eram forçados a depender de amigos para satisfazer suas necessidades. O autor também encoraja o costume da hospitali-dade, afirmando que nem sempre se sabe as bênçãos que podem resultar (13:2; veja Gênesis 18:1-8, 22; 19:1). Ele adverte contra a imoralidade sexual e a ganância, observando que o Senhor prometeu nunca abandonar os cristãos (13:4-6).

Alguns dos seus leitores estavam pensando em retornar ao judaísmo, mas o escritor encoraja-os a considerar o resultado da fé daqueles que lhes ensinaram a Palavra de Deus. Ele garante aos seus leitores que eles podem esperar o mesmo prêmio por uma fidelidade semelhante, porque Jesus é imutável (13:7-8).

Em 13:10-14, o escritor faz uma breve exortação baseada no sistema sacrificial do Velho Testamento. A expressão “comer do altar” (13:10) se refere ao fato que aos sacerdotes levíticos era permitido comer partes de alguns dos sacrifícios oferecidos. Contudo, os sacerdotes não comiam da oferenda pelo pecado (Levítico 16:27); os corpos dos animais oferecidos no Dia da Expiação eram queimados fora do acampamento. O autor identifica Jesus como uma oferenda pelo pecado, observando que ele sofreu fora do acampamento (Jesus foi crucificado fora da cidade de Jerusalém). Para comer (gozar das bênçãos) desta oferenda perfeita pelo pecado deve-se sair do acampamento (deixar o judaísmo), um ato que envolveria alguma censura (13:12-13). Tal censura poderia significar pouco para aquela mente que está posta num lar celestial afinal (13:14). O ponto do autor é, claramente, que aqueles que desejam viver sob a Lei de Moisés não gozam as bênçãos do sacrifício de Cristo!

O serviço de um sacerdote é oferecer sacrifícios (5:1). Desde que os cristãos são sacerdotes espirituais (1 Pedro 2:5, 10) com Jesus como seu sumo sacerdote, eles precisam oferecer sacrifícios espirituais a Deus. O escritor identifica alguns destes sacrifícios (13:15-16; veja também Romanos 12:1).

Tendo recordado a seus leitores seus mestres do passado (13:7) e advertido sobre as “doutrinas estranhas,” o autor ordena-lhes que obedeçam aqueles que

Page 16: Estudo de Hebreus

presentemente olham por suas almas, isto é, os presbíteros (13:17).

Ele conclui pedindo-lhes suas orações (13:18-19) e oferecendo uma oração por eles (13:20-21).

Perguntas para estudar:

1. Quem mostrou hospitalidade aos anjos em Gênesis 18?

2. Que promessa o Senhor faz aos cristãos (13:5)?

3. Que tipo de “sacrifícios” os cristãos deverão oferecer a Deus?ESTUDOS BÍBLICOS     PESQUISAR NO SITE     MENSAGENS EM ÁUDIO    MENSAGENS EM VÍDEO   ESTUDOS TEXTUAIS    ANDANDO NA VERDADE  

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ÁUDIOIntrodução ao estudo de

Hebreus - 4m52s

Hebreus 1:1-4 - 12m55s

Hebreus 1:5-7 -  15m13s

Hebreus 1:8-14  -  10m52s

Hebreus 2:1-4  -  15m36s

Hebreus 2:5-9  -  7m56s

Hebreus 2:10-15  -  12m43s

Hebreus 2:16-18  -  9m54s

Revisão de Perguntas (página 2

da apostila) - 10m14s

Hebreus 3:1 - 10m37s

Hebreus 3:2-6 - 8m34s

Hebreus 3:7-15 - 11m56s

Hebreus 3:16 - 4:2 - 9m39s

Hebreus 4:3 - 4:11 - 11m39s

Hebreus 4:11 - 4:13 - 11m44s

Revisão das perguntas sobre

Hebreus 3:1 - 4:13 - 10m14s

Hebreus 4:14-16 - 8m11s

Hebreus 5:1-10 - 16m24s

Hebreus 5:11 - 6:3 - 11m25s

Hebreus 6:4-8 - 12m34s

Hebreus 6:9-12 - 10m12s

Revisão das perguntas sobre

Hebreus 4:14 - 6:12 - 15m54s

Hebreus 6:13-20 - 14m8s

Hebreus 7:1-10 - 16m19s

Hebreus 7:11-19 - 16m18s

Hebreus 7:20-28 - 11m54s

Revisão das perguntas sobre

Hebreus 6:13 - 7:28 - 10m30s

Apostila de Hebreus (para

acompanhar as

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áudio)

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6:12

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9:22

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10:39

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A Nova Aliança é Superior à

Antiga Hebreus 8 - 15m11s

Hebreus 9:1-10 - 11m44s

Hebreus 9:11-22 - 16m57s

Revisão das perguntas sobre

Hebreus 8:1 - 9:22 - 16m19s

Hebreus 9:23-28  - 13m19s

Hebreus 10:1-10  - 9m46s

Hebreus 10:11-25  - 13m49s

Hebreus 10:26-39  - 17m39s

Revisão das perguntas sobre

Hebreus  9:23-10:39 - 18m 27s

Hebreus 11:1-7  - 10m36s

Hebreus 11:8-22  - 11m1s

Hebreus 11:23-29  - 12m23s

Hebreus 11:30-40  - 12m02s

Hebreus 12:1-13  - 13m47s

Hebreus 12:14-17  - 12m21s

Hebreus 12:18-24  - 14m30s

Hebreus 12:24-29 - 10m49s

Revisão das perguntas sobre

Hebreus  11:1-12:29 - 13m 44s

Hebreus 13:1-6 - 17m28s

Hebreus 13:7-9 - 12m09s

Hebreus 13:10-17 - 12m27s

Hebreus 13:18-25 - 8m20s

Hebreus -- a última aula do

nosso estudo deste livro -

11m33s

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Andando na Verdade

Page 19: Estudo de Hebreus

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Q U A R T A - F E I R A , 8 D E J U L H O D E 2 0 0 9

Estudo da Carta aos Hebreus  

Para um estudo da Carta aos Hebreus nós reuniremos nesse espaço todos os nossos links de estudos, análise teológica, panorama e tudo mais que for necessário e estiver ao nosso alcance para o estudo dessa epístola. A Carta de Paulo aos Hebreus certamente merece seu lugar no cânon das Escrituras Sagradas, e desejamos que com essa ajuda para o estudo da Epístola aos Hebreus, nós possamos ajudar alguns a fazem suas próprias pesquisas, estudos e comentários bíblicos.

Esboço da Carta aos Hebreus.Esboço da Carta aos Hebreus

Um vigoroso tratado, que fortaleceu os cristãos hebreus e os habilitou a ajudar patrícios sinceros durante os últimos anos do sistema judaico.

Foi evidentemente escrito pelo apóstolo Paulo, menos de uma década antes de Jerusalém ser destruída em 70 EC.

Page 20: Estudo de Hebreus

A posição superior ocupada pelo Filho de Deus. (1:1-3:6)

Ele é o Filho único, herdeiro designado, a representação exata do próprio ser do seu Pai, por meio de quem tudo o que foi feito também é sustentado.

Comparados com o Filho, os anjos são apenas servos. O Pai chama somente a ele de “meu filho”, o Primogênito, a quem até os anjos prestariam homenagem; a respeito dele, e não dos anjos, pode-se dizer que seu domínio real se baseia em Deus como seu trono, que sua permanência ultrapassa a dos céus e da terra, feitos por meio dele, e que sua posição é à mão direita do Pai.

Se a Lei transmitida por meio de anjos não podia ser desconsiderada impunemente, então o que Deus falou por meio do seu Filho, que é maior que os anjos, tem de receber atenção extraordinária.

Embora Jesus Cristo, como homem, fosse menor que os anjos, depois ele foi enaltecido acima deles e se lhe concedeu domínio sobre a vindoura terra habitada.

Moisés foi assistente na casa de Deus, mas Jesus Cristo está sobre a casa inteira.

Ainda é possível entrar no descanso de Deus. (3:7-4:13)

Por causa de desobediência e falta de fé, os israelitas que saíram do Egito deixaram de entrar no descanso de Deus.

Cristãos podem entrar no descanso de Deus, desde que evitem a desobediência de Israel e se esforcem a seguir um proceder de fidelidade.

A palavra viva que promete a entrada no descanso de Deus é mais afiada do que uma espada, dividindo (pela reação da pessoa a ela) o que a pessoa parece ser como alma e o que realmente é quanto ao seu espírito.

A superioridade do sacerdócio de Cristo e do novo pacto. (4:14-10:31)

Page 21: Estudo de Hebreus

Jesus Cristo, como sumo sacerdote, por ter sido provado em todos os sentidos e ainda permanecer sem pecado, pode compadecer-se dos humanos pecaminosos e lidar compassivamente com eles.

Ele é sacerdote, por designação de Deus, à maneira de Melquisedeque, cujo sacerdócio era maior do que o sacerdócio levítico.

Dessemelhante dos sacerdotes levitas na família de Arão, Jesus Cristo possui uma vida indestrutível e assim não necessita de sucessores para continuar sua obra salvadora; ele é sem pecado e portanto não precisa apresentar sacrifícios por si mesmo; ofereceu seu próprio corpo, não o de animais, e não entrou num santuário terrestre, mas no próprio céu, com o valor de seu sangue derramado, validando assim o novo pacto.

O novo pacto, com Jesus qual Mediador, é superior ao pacto da Lei, visto que os que estão nele têm as leis de Deus no seu coração e usufruem verdadeiro perdão de pecados.

O apreço por estes benefícios induzirá os cristãos a fazer declaração pública da esperança e a se ajuntar regularmente.

A fé é essencial para se agradar a Deus. (10:32-12:29)

Deus se desagrada dos que retrocedem dele sem fé, em vez de perseverar para receber o que ele prometeu.

A fé exemplar dos que mantiveram a integridade, de Abel em diante, serve de incentivo para se perseverar na carreira cristã, ao passo que se considera de perto Jesus Cristo e seu imaculado proceder sob sofrimento.

O sofrimento que Deus permite que sobrevenha aos cristãos fiéis pode ser encarado como forma de disciplina da parte dele, destinada a produzir o fruto pacífico da justiça.

Exortações para se seguir um proceder fiel. (13:1-25)

Manifeste amor fraternal, seja hospitaleiro, lembre-se dos crentes que sofrem, mantenha o matrimônio honroso e contente-se com as coisas presentes, confiando na ajuda de

Page 22: Estudo de Hebreus

Jeová.

Imite a fé daqueles que tomam a dianteira, e evite sucumbir a ensinos estranhos.

Esteja disposto a aturar vitupério assim como Cristo aturou; sempre ofereça a Deus sacrifícios de louvor por meio dele.

Seja obediente aos que tomam a dianteira.

Analise da Carta aos Hebreus.Análise da Carta aos Hebreus:

Foi apenas nove anos antes de Jerusalém ser destruída pelos romanos, em 70 E. C., que o apóstolo Paulo escreveu a sua carta dinâmica à congregação hebraica de cristãos naquela cidade. No artigo precedente, consideramos o que ele disse nos capítulos um e dois desta carta. No capítulo três da carta aos hebreus cristianizados, Paulo exorta seus irmãos hebreus a considerar o apóstolo e sumo sacerdote Jesus, que foi fiel como Filho sobre a casa de Deus. Os cristãos têm diante de si a oportunidade de fazer parte desta casa, se se apegarem à sua franqueza no falar e à sua jactância a respeito da esperança até o fim. Isto significa perseverança. Os cristãos precisam evitar criar “um coração iníquo, falto de fé, por se separar do Deus vivente”; antes, precisam continuar a exortar-se e animar-se mutuamente cada dia, enquanto se possa chamar de “hoje”. — Heb. 3:12, 13.

Nas Escrituras há muitas palavras excelentes de conselho e muitos exemplos a serem considerados por nós. Paulo lembrou aos cristãos hebreus ali em Jerusalém alguns destes exemplos para seu encorajamento. Contou como

Page 23: Estudo de Hebreus

Deus se indignou com o antigo Israel e não deixou a maioria dos hebreus antigos, que saíram do Egito, entrar na Terra da Promessa. Por que não? Porque agiram de modo desobediente, por falta de fé. Ora, nós não queremos falhar de modo similar em ganhar o prometido. Proclamaram-se a nós as boas novas, e se tivermos fé, poderemos ter a certeza de entrar no ‘descanso de Deus’. Por isso nos exortamos e animamos mutuamente a não cair no mesmo modelo de desobediência dos que saíram do Egito. Devemos ter sempre em elevada estima as boas novas que nos foram proclamadas e manter forte a nossa fé. Deixemos que a Palavra de Deus exerça seu poder na nossa vida. “Porque a palavra de Deus é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e da sua medula, e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração.” — Heb. 4:1-5, 11, 12.

Aqueles cristãos hebreus do primeiro século viviam no meio duma grande multidão de judeus que praticavam a religião rabínica, tradicional, e que procuravam seguir o pacto da lei apesar de este ter terminado. Os cristãos achavam-se na minoria e por isso eram impopulares, perseguidos e odiados. Mas não podiam nem pensar em voltar ao judaísmo para evitar o ódio e a perseguição, nem podiam deixar-se atrair pelas festividades sociais relacionadas com as sinagogas. Tinham de manter conhecimento e entendimento sadios de como Cristo cumpriu a Lei, a fim de não recaírem no judaísmo e em oferecer sacrifícios de animais, coisas que todas, então, eram somente meros ritos vãos e ineficientes aos olhos de

Page 24: Estudo de Hebreus

Deus.

Sob tais condições, quem estava em melhores condições de compreender a pressão e a perseguição a que os cristãos judeus em Jerusalém estavam expostos do que o apóstolo Paulo? Quem estava melhor preparado para fornecer-lhes argumentos fortes para refutar a tradição judaica do que Paulo, o ex-fariseu? Com o conhecimento da lei mosaica que obteve aos pés de Gamaliel, podia apresentar prova incontestável de que Cristo era o cumprimento da Lei, junto com suas ordenanças e seus sacrifícios, e que o arranjo anterior já havia sido substituído por realidades muito mais gloriosas. Todos os novos ensinos, extraordinariamente brilhantes, a respeito do Cristo foram ali apresentados aos conversos judaicos com provas tão abundantes das Escrituras Hebraicas, que nenhuma pessoa razoável podia deixar de ficar convencida e edificada espiritualmente. A carta aos hebreus mostra o profundo amor de Paulo aos seus irmãos e seu desejo ardente de ajudá-los de maneira prática no seu tempo de grande necessidade espiritual.

I. SUPERIORIDADE DO NOVO SOBRE O VELHO

A consideração desta carta aos hebreus mostra como Paulo salientou a superioridade do novo arranjo feito por Deus para seu povo. Sob este novo sistema de coisas, Jesus Cristo tornou-se para sempre o sumo sacerdote, aquele que não precisa de sucessores assim como precisavam os sumos sacerdotes nos antigos dias levíticos. Ele não precisa oferecer diariamente sacrifícios pelos seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo, assim como

Page 25: Estudo de Hebreus

faziam aqueles sacerdotes. Pôde fazer um único sacrifício perpétuo pelos pecados do povo e depois assentar-se à direita de Deus. — Heb. 6:20; 7:11-28; 8:1; 9:6-28.

Entrou então em vigor um novo pacto que faz coisas que o antigo pacto nunca podia fazer. O pacto da lei lembrava aos homens os seus pecados, exigindo que oferecessem sacrifícios continuamente. E, no entanto, nunca podia abrir o caminho para o homem receber a vida eterna. Paulo citou a profecia de Jeremias a respeito dum novo pacto que seria feito por Deus: “‘Este é o pacto que celebrarei com eles depois daqueles dias’, diz Yehowah. ‘Porei as minhas leis nos seus corações e as escreverei nas suas mentes.’” E ele continuou a citação, dizendo: “De modo algum me lembrarei mais dos seus pecados e das suas ações contra a lei.” “Ora, onde há perdão desses”, argumenta Paulo, “não há mais oferta pelo pecado”. (Heb. 10:16-18; 8:7-13; Jer. 31:31-33) De modo que o novo é enormemente superior ao antigo, de muitas maneiras.

No capítulo 11 da carta de Paulo aos hebreus salienta-se a fé como absolutamente necessária, pois sem ela é impossível agradar a Deus. Os hebreus cristianizados sabiam tudo sobre os seus antepassados, os homens fiéis da antiguidade. Por isso, Paulo pôde usar aquilo pelo qual Abraão e os outros homens de fé haviam passado como meio de encorajamento. Aqueles homens devotos de Deus demonstraram a absoluta necessidade de se manter fé forte sob muitas provas. Daí, no capítulo 12, Paulo culminou seu argumento com a referência ao Agente Principal e Aperfeiçoador de nossa fé, dizendo: “Assim, pois, visto que temos a rodear-nos uma tão grande nuvem

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de testemunhas, ponhamos também de lado todo peso e o pecado que facilmente nos enlaça, e corramos com perseverança a carreira que se nos apresenta, olhando atentamente para o Agente Principal e Aperfeiçoador da nossa fé, Jesus. Pela alegria que se lhe apresentou, ele aturou uma estaca de tortura, desprezando a vergonha, e se tem assentado à direita do trono de Deus. Deveras, considerai de perto aquele que aturou tal conversa contrária da parte de pecadores contra os próprios interesses deles, para que não vos canseis nem desfaleçais nas vossas almas.” (Heb. 12:1-3) A perseverança fiel de Cristo é o exemplo que devemos copiar. Ele aturou a conversa contrária e a dor porque podia ver mediante a fé a alegria que o aguardava depois de passar pela morte. Se a nossa fé for forte, ao ponto de podermos antever as promessas nos aguarda, então também deveremos poder perseverar. Por manter assim focalizado um holofote espiritual na superioridade do exemplo de Cristo e no arranjo cristão, Paulo pôde exortar seus conservos de Deus a manter uma estima elevada das coisas sagradas.

II. ANIMADOS A ESTIMAR AS COISAS SAGRADAS

Ele mostrou também a importância da santificação e da pureza, relacionando-as juntas, dizendo: “Empenhai-vos pela paz com todos e pela santificação sem a qual nenhum homem verá o Senhor, vigiando cuidadosamente para que ninguém seja privado da benignidade imerecida de Deus; para que nenhuma raiz venenosa, brotando, cause dificuldade e para que muitos não sejam aviltados por ela; para que não haja fornicador, nem alguém que não estime as coisas sagradas, igual a Esaú, que em troca de uma só

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refeição renunciou aos seus direitos de primogênito. Porque sabeis que também depois, quando quis herdar a bênção, ele foi rejeitado, porque, embora buscasse seriamente uma mudança de pensamento [por parte de seu pai], com lágrimas, não achou lugar para ela.” (Heb. 12:14-17) Sim, Esaú não conseguiu manter a estima pelas coisas sagradas nem mesmo sob a ligeira pressão de sentir fome. Ele não teve a fé necessária para visualizar a alegria resultante para os fiéis. Não suportou uma prova tão pequena. Nestes “últimos dias” haverá escassez de víveres, e nós também podemos às vezes ter fome. Mas este não é motivo de renunciar à nossa situação abençoada como servos de Deus. Deus nos ajudará através de todas as nossas provações, sejam pequenas ou grandes. (Mat. 4:1-11) Neste respeito, Jesus é nosso grande exemplo.

Paulo recomenda como remédio aos que talvez tenham ficado obtusos no seu ouvir e recaído na inatividade: “Apeguemo-nos à declaração pública da nossa esperança, sem vacilação, pois aquele que prometeu é fiel. E consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e a obras excelentes, não deixando de nos ajuntar, como é costume de alguns, mas encorajando-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes chegar o dia.” (Heb. 10:23-25) Isto nos salienta a importância de tanto assistirmos às reuniões como de regularmente participarmos nas reuniões, a fim de mantermos nossa estima de coisas espirituais. Os que ficaram fracos ou obtusos no seu ouvir podem ser restabelecidos ou estimulados ao amor e a obras excelentes quando os levamos às reuniões cristãs. Realmente, não há nada que possa substituir esta provisão de Deus.

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Paulo nos disse que devemos encorajar-nos uns aos outros tanto mais ao vermos chegar o dia. Agora que já atingimos o estágio da história em que está próximo o fim da regência de Satanás, torna-se imperioso que continuemos a encorajar-nos uns aos outros. Embora a maioria dos verdadeiros cristãos, atualmente, não tenha procedido do sistema religioso judaico que se opunha aos primitivos cristãos e os perseguia, contudo, vivemos cercados de tentações e estamos sob a pressão da perseguição e do ódio de muitas outras fontes. Saímos de Babilônia, a Grande, que em alguns lugares ainda parece estar materialmente próspera, mas certamente não queremos voltar às suas práticas más. Pedro advertiu contra tal coisa. (2 Ped. 2:21, 22) Chegou o tempo de termos em alta estima as coisas sagradas que aprendemos. Por causa do amor existente na congregação cristã, todos desejam ver seus irmãos e suas irmãs perseverar e continuar no caminho que conduz à vida eterna. Portanto, é tempo de nos exortarmos e encorajarmos uns aos outros. Cada um de nós poderá lembrar-se do que o apóstolo Paulo fez para encorajar e ajudar seus irmãos. Salientou-lhes a superioridade deste arranjo novo e melhor feito por Deus para seu povo. De modo que não deve haver nenhuma inclinação da nossa parte de nos afastarmos para o mundo e seus sistemas religiosos.

Nós também podemos tirar proveito do que Paulo disse aos hebreus, lembrando-nos da grande provisão feita por Deus por meio do sacerdócio eterno, dos benefícios do novo pacto e de se tirarem os pecados para sempre por meio do único sacrifício de Cristo. Embora possamos ter

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ouvido estas coisas muitas vezes, não são algo comum ou ordinário. São absolutamente superiores. A repetição da verdade é edificante. Há muitas oportunidades excelentes de se falar dos benefícios espirituais que todos nós usufruímos como servos dedicados do Senhor nestes ‘últimos dias”. Por lembrarmos um ao outro estas coisas todo-importantes nos ajudaremos mutuamente para não nos desviarmos.

III. BENEFÍCIOS ESPIRITUAIS

Quais são alguns dos benefícios espirituais que nós, como servos cristãos de Yehowah, podemos mencionar uns aos outros? São muitos. Podemos começar por dizer que sabemos como obter a vida; estimamos o sacrifício de resgate de Cristo. (Rom. 6:23) Pense nos que ainda praticam o judaísmo e que ainda aguardam o Messias, ou pense nos que são pagãos, sabendo pouco ou nada a respeito de Cristo e da esperança de vida. (1 Cor. 1:18, 23) Ou pense na cristandade, toda confusa com as muitas teorias e filosofias falsas e que não segue o rumo que conduz à salvação por Cristo. (Veja Mateus 15:1-9.) Em contraste, os servos de Deus foram libertos das tradições de Babilônia, a Grande. (João 8:31, 32) Não vivemos em medo de sofrer num purgatório ou num inferno de fogo. Sabemos que os mortos estão dormindo. Temos a maravilhosa esperança da ressurreição. (João 5:28, 29; 1 Tes. 4:13-18; Ap. 20:4-13) Não estamos em confusão por causa do ensinos falsos. Fomos libertos da superstição — não confiamos em amuletos, imagens, ídolos, e não precisamos arrastar-nos de joelhos montanha acima ou até altares, em cerimônias religiosas. Não sofremos por causa

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do descaso espiritual de falsos pastores na cristandade, nem somos oprimidos pelos seus clérigos. (1 Cor. 10:14; Mat. 9:36; Luc. 22:25, 26; 2 Cor. 1:24) Estas verdades são algo especial, que comparativamente poucos entendem.

Pense em como Deus abriu a mente e o entendimento de seu povo para reconhecer os perigos do demonismo, nas suas muitas manifestações, tais como a astrologia e predizer a sorte, e em como isto nos protege contra ele. (Deu. 18:10-12; 1 Cor. 10:21; Gál. 5:19, 20; 1 Tim. 4:1; Ap. 18:4, 23) Embora outros tenham medo, nós não precisamos temer o espiritismo. — Núm. 23:21, 23; Pro. 18:10.

As condições do mundo estão piorando de dia em dia. Os homens desfalecem por causa do medo do que possa vir. No meio de todos, só os servos cristãos de Yehowah têm verdadeira esperança no futuro. Estes cristãos têm irmãos amorosos que os consolam e edificam; quando alguém está em necessidade, há outros para ajudá-lo. Especialmente quando Babilônia, a Grande, for destruída no meio de grande violência haverá ocasião para estes cristãos fiéis se consolarem e ajudarem mutuamente e para verem a salvação do Senhor. Haverá deveras muitas bênçãos por se estar então nas fileiras do povo de Yehowah. — Luc. 21:26; 1 Tes. 5:12-15; Ap. 17:15-18; 19:1.

Sabemos por que se permitiu a iniquidade. Compreendemos o significado dos “últimos dias” e não precisamos envolver-nos na política e na confusão do mundo. Os verdadeiros cristãos não se envolvem nas greves, nos distúrbios, nas insurreições e nas coisas contra

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a lei, nestes “últimos dias”. Tudo isso é proteção para nós. — Êxo. 9:15, 16; Jó 1:6-2:10; João 6:15; 17:16; Rom. 13:1-9.

Os verdadeiros cristãos gozam pessoalmente de muitos benefícios. Visto que não temos as ansiedades daqueles que estão neste velho mundo, que não têm esperança, podemos evitar muitas aflições. A ansiedade é uma das causas principais das doenças cardíacas. Por seguirmos as leis de Deus em questões de moralidade, evitamos as doenças venéreas do mundo, que se alastram muito rapidamente nestes “últimos dias”. Mantemo-nos limpos do hábito de fumar, e isto é uma proteção contra o câncer, que aflige agora a tantos. Não nos tornamos beberrões, e por isso não padecemos do efeito destrutivo do alcoolismo na mente e no corpo. Não sofremos a infelicidade trazida pela perda na jogatina. Os feriados mundanos fazem com que muitos se endividem para mostrar “espírito festivo”, e depois passam muitos meses tentando pagar suas dívidas. Em contraste, o conhecimento da verdade da Palavra de Deus nos faz felizes, e diz-se que um coração feliz é bom remédio. Há também muita felicidade em transmitir a verdade a outros. De modo que há muitos benefícios, de todas as maneiras! — Fil. 4:6, 7; Gál. 5:19-23; Pro. 4:20-22; Mat. 5:3-12; Atos 20:35.

Um grande número de famílias do mundo rompem-se hoje por falta de respeito para com as leis de Yehowah. Mas o ensino do Senhor nos tem ajudado a alcançar a união familiar. Seguindo-se as Escrituras, os filhos devidamente instruídos pelos pais nas atividades cristãs são protegidos contra os efeitos prejudiciais da delinquência e do vício dos narcóticos, tão prevalecentes hoje em dia e que resultam

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em tanta aflição e infelicidade. — Efé. 6:1-4; Pro. 3:1, 2.

Nossa associação na congregação cristã e o companheirismo com nossos irmãos são uma grande bênção, pois é um verdadeiro prazer estar com os que produzem os frutos do espírito. Assim não ficamos envolvidos com as obras da carne, que são tão prejudiciais. — Pro. 17:17; Gál. 5:22-26; 1 Cor. 15:33.

Seria possível prosseguir e gastar muitas horas revisando as bênçãos do arranjo de Deus provido para seus servos. Quem, senão os servos do Senhor, pode ver o que o reino de Deus significa? (Sal. 2:4-6; 110:1, 4; Dan. 2:44; 7:13, 14; Mat. 11:25-27; 13:44; Ap. 11:15-17; 19:11-21) Quem mais entende de que modo Deus, sob esta regência do Reino, fará desta terra um paraíso em que o homem há de viver para sempre? (Rev. 21:1-5; Sal. 37:9-11, 29; Ecl. 1:4; Isa. 65:17-23; Eze. 34:25-27; Luc. 23:42, 43) Ao passo que lê a Palavra de Deus, pense em todos os modos em que Deus proveu o que necessitamos, e nunca deixe de agradecer ao Senhor todas as bençãos. (Rom. 8:28) É esta espécie de estima das boas coisas de Deus e esta reflexão nas suas muitas bênçãos que edificam e animam. É sobre isso que devemos falar. (Atos 14:21, 22; 1 Cor. 14:3) É assim que podemos ajudar-nos mutuamente a manter nossa espiritualidade. Mesmo que venham provas, recebemos muitas provisões de Deus para nos ajudar a perseverar. (Tia. 1:12) Fortalecemos nossa fé como pessoas e como congregações, de modo que estamos numa situação excelente para perseverar até o fim, ao resistirmos às tentações e às más influências destes “últimos dias” e participarmos na proclamação das boas novas. Portanto,

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seja nossa determinação a mesma que a expressa pelo apóstolo Paulo: “Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar viva a alma.” — Heb. 10:39.

Teologia da Carta aos Hebreus.

Deus introduziu aspectos superiores relativos à adoração ao enviar à terra seu Filho, Jesus Cristo. Foi assim porque Jesus, o Fundador do cristianismo, é superior aos anjos e ao profeta Moisés. O sacerdócio de Cristo é de grande superioridade quando comparado ao dos levitas no antigo Israel. E o sacrifício de Jesus é muito superior ao dos animais que eram oferecidos sob a Lei mosaica.

Esses pontos são esclarecidos na carta aos hebreus. Pelo que parece, foi escrita pelo apóstolo Paulo em Roma, por volta de 61 EC, e enviada aos crentes hebreus na Judéia. Desde tempos antigos, os cristãos gregos e asiáticos criam que Paulo foi o escritor, e isto é apoiado tanto pela abrangente familiaridade do escritor com as Escrituras Hebraicas quanto pelo uso de desenvolvimento lógico, que são característicos do apóstolo. Ele omitiu seu nome talvez por causa do preconceito dos judeus contra ele e por ser conhecido como “apóstolo para as nações”. (Romanos 11:13) Examinemos agora mais de perto os aspectos superiores do cristianismo, conforme revelados na carta de Paulo aos hebreus.

I. Cristo É Superior aos Anjos e a Moisés

A primeira coisa mostrada é a Posição superior do Filho de Deus. ( 1:1-3:6) Os anjos lhe prestam homenagem, e seu domínio régio repousa em Deus. Portanto, devemos dar extraordinária atenção ao que foi falado pelo filho. Ademais, devemos lembrar que, embora o homem Jesus tenha sido menor do que os anjos, ele foi exaltado acima deles e recebeu domínio sobre a vindoura terra habitada.

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Jesus Cristo também é superior a Moisés. Como assim? Bem, Moisés era apenas assistente na casa israelita de Deus. Contudo, Deus colocou Jesus sobre toda essa casa, ou congregação do povo de Deus.

II. Os Cristãos Entram no Descanso de Deus

A seguir, o apóstolo indica que é possível entrar no descanso de Deus. (3:7-4:13) Os israelitas libertados da escravidão egípcia não entraram nesse descanso porque foram desobedientes e não tinham fé. Mas nós podemos entrar nesse descanso se exercermos fé em Deus e obedientemente seguirmos a Cristo. Neste caso, em vez de apenas observarmos um sábado semanal, usufruiremos todo dia a bênção superior de ter descanso de todas as obras egoístas.

Entrar no descanso de Deus é uma promessa de Sua palavra, que “é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito”. Ela faz isto no sentido de que penetra para discernir as motivações e atitudes, para fazer separação entre os desejos carnais e a disposição mental. (Veja Romanos 7:25.) Se nossa “alma”, ou vida como pessoa, estiver unida a um “espírito”, ou disposição, piedoso, entraremos no descanso de Deus.

III. Sacerdócio e Pacto Superiores

Paulo mostra, a seguir, a superioridade do sacerdócio de Cristo e do novo pacto. (4:14-10:31) O imaculado Jesus Cristo tem compaixão dos humanos pecaminosos porque, como nós, foi provado em todos os sentidos. Ademais, Deus o designou para ser “sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque”. Dessemelhante dos sumos sacerdotes levitas, Jesus tem vida indestrutível e, por isso, não precisa de sucessores em sua obra de salvar vidas. Ele não tem de oferecer sacrifícios animais, pois ofereceu seu imensamente superior corpo sem pecado e entrou no céu com o valor do seu sangue.

O novo pacto, validado pelo sangue de Jesus, é superior ao pacto da Lei. Os que estão no novo pacto têm as leis de Deus no coração e gozam perdão de pecados. (Jeremias 31:31-34) Sua gratidão por isso os induz a fazer declaração pública de

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sua esperança e a reunir-se com concrentes. Diferentes deles, os pecadores deliberados já não têm nenhum sacrifício pelos pecados.

IV. A Fé É Vital!

Precisamos ter fé para nos beneficiarmos do superior novo pacto. (10:32-12:29) É também necessário termos perseverança, se havemos de receber o que Deus prometeu. Como incentivo à perseverança, uma “grande nuvem” de testemunhas pré-cristãs nos rodeia. No entanto, devemos, em especial, considerar bem de perto o proceder impecável de Jesus quando sofria. Qualquer sofrimento que Deus permite que nos sobrevenha pode ser encarado, em certo sentido, como disciplina que pode dar o fruto pacífico da justiça. A fidedignidade das promessas de Deus deve aumentar nosso desejo de prestar-lhe serviço sagrado “com temor piedoso e com espanto reverente”.

Paulo conclui com exortações. (13:1-25) A fé deve motivar-nos a demonstrar amor fraternal, a ser hospitaleiros, a nos lembrar de concrentes que sofrem, a manter honroso o matrimônio e a estar “contentes com as coisas atuais”. Devemos imitar a fé dos que tomam a dianteira na congregação e ser obedientes a eles. Ademais, temos de evitar a apostasia, levar o vitupério que Jesus levou, ‘oferecer sempre a Deus um sacrifício de louvor’ e continuar a fazer o bem. Tal conduta também está entre os aspectos superiores do genuíno cristianismo.

V. Vários Batismos

Os aspectos da adoração no tabernáculo de Israel tinham que ver “apenas com alimentos, e bebidas, e vários batismos”. (Hebreus 9:9, 10) Esses batismos eram lavagens rituais exigidas pela Lei mosaica. Os vasos que ficassem impuros eram lavados, e a purificação cerimonial incluía lavar as roupas da pessoa e, tomar banho. (Levítico 11:32; 14:8, 9; 15:5) Os sacerdotes se banhavam, e as coisas que tinham que ver com as ofertas queimadas eram enxaguadas em água. (Êxodo 29:4; 30:17-21; Levítico 1:13; 2 Crônicas 4:6) Mas os “vários batismos” não incluíam o ritualístico ‘batismo de copos, jarras e vasos de cobre’ praticado por alguns judeus na época em que surgiu o Messias; nem Hebreus 9:10 se

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refere à imersão em água realizada por João, o Batizador, ou ao batismo daqueles que simbolizam sua dedicação a Deus como cristãos. — Mateus 18:19, 20; Marcos 7:4; Lucas 3:3.

Panorama da Carta aos Hebreus.

A enaltecida posição de Cristo (1:1-3:6). As palavras iniciais focalizam a atenção em Cristo: “Deus, que há muito, em muitas ocasiões e de muitos modos, falou aos nossos antepassados por intermédio dos profetas, no fim destes dias nos falou por intermédio dum Filho.” Este Filho é o Herdeiro designado de todas as coisas e o reflexo da glória de seu Pai. Tendo feito a purificação de nossos pecados, ele agora “assentou-se à direita da Majestade nas alturas”. (1:1-3) Paulo cita seguidos textos bíblicos para provar a superioridade de Jesus sobre os anjos.

Paulo escreve que “é necessário prestarmos mais do que a costumeira atenção”. Por quê? Porque, argumenta ele, se houve severa retribuição pela desobediência à “palavra falada por intermédio de anjos, . . . como escaparemos nós, se tivermos negligenciado uma salvação de tal magnitude, sendo que começou a ser anunciada por intermédio do nosso Senhor?” Deus fez “o filho do homem” um pouco menor do que os anjos, mas agora observamos este Jesus “coroado de glória e de honra por ter sofrido a morte, para que, pela benignidade imerecida de Deus, provasse a morte por todo homem”. (2:1-3, 6, 9) Ao trazer muitos filhos a glória, Deus primeiro ‘aperfeiçoou por sofrimentos’ a este Agente Principal da salvação deles. É ele quem reduz a nada o Diabo e emancipa “todos os que pelo temor da morte estavam toda a sua vida sujeitos à escravidão”. Jesus torna-se assim “sumo sacerdote misericordioso e fiel”.

E, de modo maravilhoso, visto que ele próprio sofreu sob prova, “pode vir em auxílio daqueles que estão sendo postos à prova”. (2:10, 15, 17, 18) Assim, Jesus é considerado digno de maior glória do que Moisés.

Entrando no descanso de Deus mediante fé e obediência (3:7-4:13). Os cristãos, mais do que quaisquer

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outros, devem dar-se por avisados pelo exemplo de infidelidade dos israelitas, receando desenvolver “um coração iníquo, falto de fé, por se separar do Deus vivente”. (Heb. 3:12; Sal. 95:7-11) Devido à desobediência e falta de fé, os israelitas que saíram do Egito não entraram no descanso, ou sábado, de Deus, durante o qual ele tem cessado suas obras criativas com respeito à terra. Contudo, Paulo explica: “Resta um descanso sabático para o povo de Deus. Porque o homem que entrou no descanso de Deus descansou também das suas próprias obras, assim como Deus das suas.” O padrão de desobediência demonstrado por Israel deve ser evitado. “Porque a palavra de Deus é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes . . . e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração.” — Heb. 4:9, 10, 12.

Conceito maduro sobre a superioridade do sacerdócio de Cristo (4:14-7:28). Paulo insta os hebreus a se apegarem à confissão de Jesus, o grande Sumo Sacerdote que passou pelos céus, para que achem misericórdia. O Cristo não glorificou a si mesmo, mas foi o Pai quem disse: “Tu és sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque.” (Heb. 5:6; Sal. 110:4) Primeiro, Cristo foi aperfeiçoado para o cargo de sumo sacerdote por aprender obediência através do sofrimento, a fim de tornar-se responsável pela salvação eterna de todos os que o obedecem. Paulo tem “muito a dizer e difícil de explicar”, mas os hebreus ainda são criancinhas necessitando de leite, quando, efetivamente, deviam ser instrutores. “O alimento sólido . . . é para as pessoas maduras, para aqueles que pelo uso têm as suas faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado.” O apóstolo insta-os a ‘avançar à madureza’. — Heb. 5:11, 14; 6:1.

É impossível que os que chegaram a conhecer a palavra de Deus e se desviaram sejam revivificados para o arrependimento, “porque eles de novo pregam para si mesmos o Filho de Deus numa estaca e o expõem ao opróbrio público”. Apenas pela fé e paciência podem os crentes herdar a promessa feita a Abraão — promessa tornada segura e firme por duas coisas imutáveis: a palavra e o juramento de Deus. A esperança deles, que é “âncora para a alma, tanto segura como firme”, foi estabelecida por Jesus entrar até o “interior da cortina” como Precursor e Sumo Sacerdote à

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maneira de Melquisedeque. — 6:6, 19.

Este Melquisedeque era tanto “rei de Salém” como “sacerdote do Deus Altíssimo”. Até mesmo o chefe de família Abraão pagou-lhe dízimos e, por seu intermédio, também Levi, que ainda estava nos lombos de Abraão. A bênção de Melquisedeque sobre Abraão estendeu-se pois a Levi ainda por nascer, e isto indicou que o sacerdócio levítico era inferior ao de Melquisedeque. Ademais, se a perfeição viesse por meio do sacerdócio levítico de Arão, haveria necessidade de outro sacerdote “à maneira de Melquisedeque”? Outrossim, visto que há mudança de sacerdócio, “necessariamente há também mudança da lei”. — 7:1, 11, 12.

A Lei, de fato, não aperfeiçoou nada, mas mostrou ser fraca e ineficaz. Visto que continuavam a morrer, houve muitos sacerdotes, mas Jesus “por continuar vivo para sempre, tem o seu sacerdócio sem quaisquer sucessores. Por conseguinte, ele é também capaz de salvar completamente os que se aproximam de Deus por intermédio dele, porque está sempre vivo para interceder por eles”. Este Sumo Sacerdote, Jesus, é “leal, cândido, imaculado, separado dos pecadores”, ao passo que os sumos sacerdotes designados pela Lei são fracos, precisando primeiro oferecer sacrifícios pelos seus próprios pecados antes de poderem interceder pelos outros. Portanto, a palavra do próprio juramento de Deus “designa um Filho, que é aperfeiçoado para sempre”. — 7:24-26, 28.

A superioridade do novo pacto (8:1-10:31). Jesus é revelado como “mediador dum pacto correspondentemente melhor, que foi estabelecido legalmente em promessas melhores”. (8:6) Paulo cita por extenso Jeremias 31:31-34, mostrando que aqueles que estão no novo pacto têm as leis de Deus escritas em suas mentes e corações, que todos conhecerão a Deus e que Yehowah ‘de modo algum se lembrará mais dos seus pecados’. Este “novo pacto” tornou obsoleto o anterior (o pacto da Lei), que “está prestes a desaparecer”. — Heb. 8:12, 13.

Paulo descreve os sacrifícios anuais na tenda do pacto anterior como sendo “exigências legais . . . impostas até o tempo designado para se endireitar as coisas”. Contudo, quando Cristo veio como Sumo Sacerdote, foi com o seu próprio sangue precioso, não com o de bodes e de novilhos.

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Ter Moisés aspergido o sangue de animais validara o pacto anterior e purificara a tenda típica, mas eram necessários sacrifícios melhores para as realidades celestiais relacionadas com o novo pacto. “Porque Cristo entrou, não num lugar santo feito por mãos, que é uma cópia da realidade, mas no próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa de Deus.” Cristo não precisa fazer sacrifícios anuais, como fazia o sumo sacerdote de Israel, pois “agora ele se manifestou uma vez para sempre, na terminação dos sistemas de coisas, para remover o pecado por intermédio do sacrifício de si mesmo”. — 9:10, 24, 26.

Em suma, Paulo diz que “visto que a Lei tem uma sombra das boas coisas vindouras”, os seus sacrifícios repetidos não puderam remover a “consciência de pecados”. Contudo, Jesus veio ao mundo para fazer a vontade de Deus. “Pela dita ‘vontade’”, diz Paulo, “temos sido santificados por intermédio da oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez para sempre”. Portanto, que os hebreus se apeguem à declaração pública de sua fé sem vacilar, e ‘considerem-se uns aos outros para se estimularem ao amor e a obras excelentes’, não deixando de se ajuntar. Se continuarem a pecar deliberadamente depois de receberem o conhecimento exato da verdade, “não há mais nenhum sacrifício pelos pecados”. — 10:1, 2, 10, 24, 26.

Explica-se e ilustra-se a fé (10:32-12:3). A seguir, Paulo diz aos hebreus: “Persisti em lembrar-vos dos dias anteriores, em que, depois de terdes sido esclarecidos, perseverastes em uma grande competição, debaixo de sofrimentos.” Que não lancem fora a sua franqueza no falar, que tem uma grande recompensa, mas que perseverem a fim de receberem o cumprimento da promessa e que ‘tenham fé para preservar viva a alma’! Fé! Sim, isto é o que é necessário. Primeiro, Paulo a define: “A fé é a expectativa certa de coisas esperadas, a demonstração evidente de realidades, embora não observadas.” Daí, num único inspirador capítulo, em rápida sucessão ele pinta vívidos quadros verbais de homens da antiguidade que viveram, trabalharam, lutaram, perseveraram e tornaram-se herdeiros da justiça por meio da fé. “Pela fé” Abraão, morando em tendas com Isaque e Jacó, aguardava “a cidade que tem verdadeiros alicerces”, cujo Construtor é Deus. “Pela fé” Moisés permaneceu constante “como que vendo Aquele que é invisível”. “Que mais hei de

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dizer?”, pergunta Paulo. “Pois o tempo me faltaria se prosseguisse relatando sobre Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, bem como Samuel e os outros profetas, os quais, pela fé, derrotaram reinos, puseram em execução a justiça, obtiveram promessas.” Outros, também, foram provados mediante escárnios, açoites, grilhões e torturas, mas recusaram o livramento “a fim de que pudessem alcançar uma ressurreição melhor”.

Realmente, “o mundo não era digno deles”. Todos estes receberam testemunho por intermédio de sua fé, mas ainda têm de receber o cumprimento da promessa. “Assim, pois”, continua Paulo, “visto que temos a rodear-nos uma tão grande nuvem de testemunhas, ponhamos também de lado todo peso e o pecado que facilmente nos enlaça, e corramos com perseverança a carreira que se nos apresenta, olhando atentamente para o Agente Principal e Aperfeiçoador da nossa fé, Jesus.” — 10:32, 39; 11:1, 8, 10, 27, 32, 33, 35, 38; 12:1, 2.

Perseverança na competição da fé (12:4-29). Paulo exorta os cristãos hebreus a perseverarem na competição da fé, pois Deus os disciplina como a filhos. Agora é tempo de fortalecer as mãos e os joelhos enfraquecidos e de endireitar as veredas para seus pés. Devem guardar-se estritamente contra a penetração de qualquer raiz venenosa ou profanação que poderia causar a sua rejeição, como no caso de Esaú, que não tinha apreço pelas coisas sagradas. No monte literal, Moisés disse: “Estou atemorizado e tremendo”, por causa do atemorizante espetáculo do fogo chamejante, da nuvem e da voz. Mas eles haviam-se aproximado de algo muito mais assombroso — o Monte Sião e a Jerusalém celestial, miríades de anjos, a congregação dos Primogênitos, Deus, o Juiz de todos, e Jesus, o Mediador dum novo e melhor pacto. Há agora ainda mais motivo de se ouvir o aviso divino! Nos dias de Moisés, a voz de Deus fez tremer a terra, mas agora Ele prometeu pôr em comoção tanto o céu como a terra. Paulo chega ao ponto: “Em vista disso, sendo que havemos de receber um reino que não pode ser abalado, continuemos . . . a prestar a Deus um serviço sagrado aceitável, com temor piedoso e espanto reverente. Porque o nosso Deus é também um fogo consumidor.” — 12:21, 28, 29.

Diversas exortações em questões de adoração (13:1-25).

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Paulo conclui em tom de conselhos edificantes: que continue o amor fraternal, não vos esqueçais da hospitalidade, o matrimônio seja honroso entre todos, estai livres do amor ao dinheiro, sede obedientes aos que tomam a dianteira entre vós e não vos deixeis levar por ensinos estranhos. Por fim, “por intermédio dele [Jesus], ofereçamos sempre a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto de lábios que fazem declaração pública do seu nome”. — 13:15.

Carta aos Hebreus - I.Carta de Hebreus é um livro inspirado do Novo Testamento. A evidência indica que foi escrita pelo apóstolo Paulo aos cristãos hebreus na Judéia, por volta de 61 EC. Para aqueles cristãos hebreus, esta carta era muito oportuna. Já se haviam passado uns 28 anos desde a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na primeira parte daquele período, os líderes religiosos judeus lançaram uma severa perseguição contra os cristãos judeus em Jerusalém e na Judéia, que resultou na morte de alguns cristãos e espalhou a maioria dos outros de Jerusalém. (At 8:1) Os espalhados continuaram ativos na divulgação das

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boas novas aonde quer que fossem. (At 8:4) Os apóstolos haviam permanecido em Jerusalém e haviam mantido unida a congregação que ficara ali, e esta havia aumentado, mesmo sob forte oposição. (At 8:14) Daí, por algum tempo, a congregação entrou num período de paz. (At 9:31) Mais tarde, Herodes Agripa I causou a morte do apóstolo Tiago, irmão de João, e maltratou outros da congregação. (At 12:1-5) Algum tempo depois disso, passaram a existir necessidades materiais entre os cristãos na Judéia, dando àqueles da Acaia e da Macedônia a oportunidade (por volta de 55 EC) de demonstrar seu amor e sua união por enviar ajuda. (1Co 16:1-3; 2Co 9:1-5) De modo que a congregação de Jerusalém sofreu muitas dificuldades.

Carta aos Hebreus - II.

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Objetivo da Carta aos Hebreus. A congregação em Jerusalém compunha-se quase que inteiramente de judeus e daqueles que haviam sido prosélitos da religião dos judeus. Muitos destes obtiveram conhecimento da verdade depois da época da mais amarga perseguição. Na ocasião em que se escreveu a carta aos hebreus, a congregação usufruía comparativa paz, porque Paulo lhes disse: “Ainda nunca resististes até o sangue.” (He 12:4) Todavia, o abrandamento da perseguição física, direta, até a morte, não significava que cessara a forte oposição dos líderes religiosos judeus. Os membros mais novos da congregação tinham de enfrentar a oposição do mesmo modo que os demais. E alguns outros eram imaturos, não tendo feito progresso em direção à madureza, o qual, em vista do tempo, já deveriam ter feito. (5:12) A oposição da parte dos judeus, com que se confrontavam diariamente, punha sua fé à prova. Eles tinham de desenvolver a qualidade da perseverança. — 12:1, 2.

O tempo estava-se esgotando para Jerusalém. Nem o apóstolo Paulo, nem os da congregação de Jerusalém, sabiam quando ocorreria a predita desolação, mas Deus sabia. (Lu 21:20-24; Da 9:24, 27) A situação exigia que os cristãos ali ficassem atentos e exercessem fé, para fugir da cidade quando vissem Jerusalém cercada por exércitos acampados. Todos na

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congregação precisavam fortalecer-se para estes eventos momentosos. Segundo a tradição, foi apenas uns cinco anos depois da escrita desta carta que as tropas de Céstio Galo atacaram a cidade e depois se retiraram. Quatro anos mais tarde, Jerusalém e seu templo foram arrasados pelos romanos sob o General Tito. Mas, antes de estes eventos ocorrerem, Yehowah havia providenciado o conselho inspirado de que seus servos precisavam.

Carta aos Hebreus - III.Oposição judaica. Os líderes religiosos judeus, por meio de propaganda mentirosa, haviam feito tudo para suscitar ódio contra os seguidores de Cristo. Sua determinação de combater o cristianismo com todas as armas possíveis é demonstrado pelas suas ações, conforme registradas em Atos 22:22; 23:12-15, 23, 24; 24:1-4; 25:1-3. Eles e seus apoiadores hostilizavam constantemente os cristãos, pelo visto usando argumentos no empenho de quebrantar a lealdade deles a Cristo. Atacavam o cristianismo com o que para o judeu pareciam ser fortes argumentos, difíceis de refutar.

Naquele tempo, o judaísmo tinha muito para oferecer em sentido de coisas materiais, tangíveis, e de aparência externa. Os judeus talvez dissessem que estas coisas provavam que o judaísmo era superior e que o cristianismo era tolo. Ora, haviam dito a Jesus que a nação tinha por pai a Abraão, a quem se deram as promessas. (Jo 8:33, 39) Moisés, com quem Deus falara “boca a boca”, era o grande servo e profeta de Deus. (Núm 12:7, 8) Os judeus tinham desde o começo a Lei e as palavras dos profetas. ‘Não confirmaria a própria antiguidade que o judaísmo era a verdadeira religião?’ poderiam perguntar. Por ocasião da

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inauguração do pacto da Lei, Deus falara por meio de anjos; de fato, a Lei fora transmitida por meio de anjos, pela mão do mediador Moisés. (At 7:53; Gál 3:19) Nesta ocasião, Deus dera uma atemorizante demonstração de poder, por abalar o monte Sinai; o som alto de buzina, fumaça, trovões e relâmpagos acompanharam a demonstração gloriosa. — Êx 19:16-19; 20:18; He 12:18-21.

Além de todas estas coisas antigas, lá estava o magnífico templo, com seu sacerdócio instituído por Yehowah. Sacerdotes oficiavam no templo, manejando diariamente muitos sacrifícios. Junto com estas coisas, havia dispendiosas vestes sacerdotais e o esplendor dos ofícios realizados no templo. ‘Não ordenara Yehowah que os sacrifícios pelo pecado fossem trazidos ao santuário, e não entrava o sumo sacerdote, descendente do próprio irmão de Moisés, Arão, no Santíssimo, no Dia da Expiação, com um sacrifício pelos pecados da nação inteira? Nesta ocasião, não se chegava ele representativamente à própria presença de Deus?’, talvez argumentassem os judeus. (Le 16) ‘Além disso, não estavam os judeus de posse dum reino, com alguém (o Messias, que viria mais tarde, como diziam) para se sentar no trono em Jerusalém, a fim de governar?’

Se a carta aos hebreus estava sendo escrita para equipar os cristãos a responder a objeções realmente feitas pelos judeus, então os inimigos do cristianismo haviam argumentado do seguinte modo: ‘O que podia esta nova “heresia” apresentar como evidência da sua genuinidade e de ter o favor de Deus? Onde estava o seu templo, e seu sacerdócio? Ora, onde estava seu líder? Fora ele alguém de

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importância entre os líderes da nação durante a sua vida — este Jesus, um galileu, filho de carpinteiro, sem instrução rabínica? E não teve ele uma morte ignominiosa? Onde estava o reino dele? E quem eram seus apóstolos e seguidores? Meros pescadores e cobradores de impostos. Além disso, na maior parte, quem era atraído pelo cristianismo? Os pobres e humildes da terra, e, ainda pior, aceitavam-se gentios incircuncisos, que não eram da descendência de Abraão. Por que confiaria alguém neste Jesus, que fora morto como blasfemador e sedicioso? Por que escutar os discípulos dele, homens indoutos e comuns?’ — At 4:13.

Carta aos Hebreus - IV.Alguns cristãos imaturos talvez se tornassem negligentes para com a sua salvação por meio de Cristo. (He 2:1-4) Ou talvez fossem influenciados pelos judeus descrentes que os cercavam. O apóstolo, vindo em auxílio deles com argumentos magistrais e usando as Escrituras Hebraicas, nas quais os judeus afirmavam basear-se, mostra irrefutavelmente a superioridade do sistema de coisas cristão, e do sacerdócio e da realeza de Jesus Cristo. (Cf. O Dia de Expiação e o Tabernáculo) Demonstra biblicamente que Jesus Cristo é o Filho de Deus, maior do que os anjos

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(1:4-6), do que Abraão (7:1-7), do que Moisés (3:1-6) e do que os profetas (1:1, 2). De fato, Cristo é o designado herdeiro de todas as coisas, coroado de glória e honra, e designado sobre as obras das mãos de Deus. — 1:2; 2:7-9.

Quanto ao sacerdócio, o de Cristo é muito superior ao sacerdócio arônico da tribo de Levi. Não se baseia numa herança de carne pecaminosa, mas num juramento de Deus. (He 6:13-20; 7:5-17, 20-28) Então, por que suportou ele tantas dificuldades e teve uma morte de sofrimento? Isto foi predito como essencial para a salvação da humanidade, e para habilitá-lo como Sumo Sacerdote e como aquele a quem Deus sujeitaria todas as coisas. (2:8-10; 9:27, 28; compare isso com Is 53:12.) Ele tinha de se tornar carne e sangue, e tinha de morrer, a fim de emancipar todos aqueles que, pelo temor da morte, estavam em escravidão. Por meio da sua morte, ele pode reduzir a nada o Diabo, algo que nenhum sacerdote humano podia fazer. (He 2:14-16) Tendo sofrido assim, ele é um Sumo Sacerdote que pode compadecer-se das nossas

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fraquezas e pode vir em nosso auxílio, tendo sido posto à prova em todos os sentidos. — 2:17, 18; 4:15.

Além disso, argumenta o apóstolo, este Sumo Sacerdote “passou pelos céus” e apareceu na própria presença de Deus, não numa mera tenda ou construção terrestre, que apenas era representativa de coisas celestiais. (He 4:14; 8:1; 9:9, 10, 24) Ele precisava comparecer só uma vez com seu sacrifício perfeito, sem pecado, não vez após vez. (7:26-28; 9:25-28) Não tem sucessores, assim como tiveram os sacerdotes arônicos, mas vive para sempre, para salvar completamente aqueles a quem ministra. (7:15-17, 23-25) Cristo é o Mediador do pacto melhor, predito por meio de Jeremias, sob os quais os pecados podem realmente ser perdoados e a consciência purificada, coisas que a Lei nunca podia realizar. As Dez Palavras, as leis básicas do pacto da Lei, foram escritas em pedra; a lei do novo pacto, em corações. Esta palavra profética de Yehowah, por meio de Jeremias, tornava o pacto da Lei obsoleto, fazendo-o desaparecer com o

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tempo. — 8:6-13; Je 31:31-34; De 4:13; 10:4.

É verdade, continua o escritor de Hebreus, que em Sinai se manifestou uma exibição atemorizante de poder, demonstrando a aprovação do pacto da Lei por Deus. De forma muito mais vigorosa, porém, Deus deu testemunho na inauguração do novo pacto, com sinais, portentos e obras poderosas, junto com distribuições de Espírito Santo a todos os membros reunidos da congregação. (He 2:2-4; compare isso com At 2:1-4.) E, quanto ao Reinado de Cristo, seu trono está no próprio céu, muito acima daquele dos reis da linhagem de Davi, que se sentavam no trono na Jerusalém terrestre. (He 1:9) Deus é a base do trono de Cristo, e o seu Reino não pode ser abalado, assim como foi o reino em Jerusalém, em 607 AEC. (1:8; 12:28) Além disso, Deus tem ajuntado seu povo perante algo muito mais espantoso do que a exibição milagrosa no monte Sinai. Ele tem feito os cristãos gerados com o Espírito chegar-se ao Monte Sião celestial, e ainda abalará não só a terra, mas

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também o céu. — 12:18-27.

A carta aos hebreus é de inestimável valor para os cristãos. Sem ela, muitas das realidades referentes a Cristo, conforme prefiguradas pela Lei, não estariam claras. Por exemplo, os judeus sempre souberam das Escrituras Hebraicas que, quando seu sumo sacerdote entrava no compartimento Santíssimo do Santuário a favor deles, ele os representava perante Yehowah. Mas eles nunca souberam avaliar a seguinte realidade: Algum dia, o verdadeiro Sumo Sacerdote havia de aparecer nos céus na própria presença de Yehowah! E, ao lermos as Escrituras Hebraicas, como poderíamos dar-nos conta do enorme significado do relato do encontro de Abraão com Melquisedeque, ou entender tão claramente o que este rei-sacerdote tipificava? Isto, naturalmente, são apenas dois exemplos dentre as muitas realidades que chegamos a visualizar ao ler a carta.

A fé edificada pela carta ajuda os cristãos a se apegarem à sua esperança por meio da “demonstração evidente de

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realidades, embora não observadas”. (He 11:1) Numa época em que muitos se estribam na antiguidade, na riqueza material e no poder de organizações, no esplendor de ritos e cerimônias, e recorrem à sabedoria deste mundo, em vez de a Deus, a divinamente inspirada carta aos hebreus ajuda admiravelmente a tornar o homem de Deus “plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra”. — 2Ti 3:16, 17. Carta aos Hebreus - V.A escrita da Carta aos Hebreus tem sido amplamente atribuída ao apóstolo Paulo. Era aceita por primitivos escritores como epístola de Paulo. O Papiro Chester Beatty N.° 2 (P46) (de aproximadamente 200 EC) contém Hebreus entre nove das cartas de Paulo, e Hebreus é alistado entre “quatorze cartas de Paulo, o apóstolo”, em “O Cânon de Atanásio”, do quarto século EC.

O escritor da carta aos hebreus não se identifica por nome. Embora todas as suas outras cartas levem seu nome, esta falta de identificação do escritor obviamente não exclui Paulo. A evidência interna da carta aponta

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fortemente para Paulo como seu escritor, e para a Itália, provavelmente Roma, como lugar da escrita. (He 13:24) Foi em Roma, evidentemente durante os anos 59 a 61 EC, que Paulo foi encarcerado pela primeira vez. Timóteo estava com Paulo em Roma, sendo mencionado nas cartas do apóstolo aos filipenses, aos colossenses e a Filêmon, escritas em Roma durante este encarceramento. (Fil 1:1; 2:19; Col 1:1, 2; Flm 1:1) Esta circunstância se ajusta à observação feita em Hebreus 13:23 sobre a soltura de Timóteo da prisão e sobre o desejo do escritor de visitar em breve Jerusalém.

A época da escrita foi antes da destruição de Jerusalém em 70 EC, porque o templo em Jerusalém ainda estava de pé, realizando-se ali ofícios, conforme é evidente no argumento na carta. E a observação de Paulo, de que Timóteo tinha sido livrado, estabelece razoavelmente o tempo da escrita como cerca de nove anos antes, a saber, em 61 EC, quando se pensa que o próprio Paulo foi solto do seu primeiro encarceramento. — He 13:23.

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Comentário Bíblico Popular: Introdução a Carta aos Hebreus.O Comentário Bíblico Popular além de aproximar a teologia do leitor, ao facilitar a compreensão do texto, é um recurso devocional sem paralelo em língua portuguesa, pois alia há excelência exegética à aplicação prática no cotidiano.

Desenvolvido com esmero durante quarenta anos por William MacDonald, o Comentário Bíblico Popular é uma ferramenta que pode ser utilizada com igual proveito tanto por leigos e seminaristas, como por pregadores e professores, dada sua ampla variedade de recursos.

Conheça os principais destaques do Comentário Bíblico Popular:

Claro: Os temas mais difíceis da Bíblia podem ser facilmente compreendidos pela simplicidade do texto.

Completo: as questões contemporâneas —como aborto, conflito armado, divórcio e novo casamento, família — são abordadas à luz do texto bíblico. Notas explicativas examinam em detalhes trechos do N.T de difícil compreensão.

Prático: As explicações permitem que o leitor passe da teoria à prática com facilidade.

Doutrinário: Os principais temas bíblicos — como pecado, salvação, batismo — são apresentados em breves artigos.

Referencial: As introduções aos livros do N.T apresentam o papel de cada livro nas Escrituras .

Talvez poucos saibam, mas essa Comentário Bíblico Popular, com o título original Believers Bible Commentary, na verdade, é umcomentário bíblico de toda a Bíblia em um só volume. Esperamos colocar disponível para consulta online tanto o N.T como o A.T, que ainda não temos em português.

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Esboço da Bíblia: Carta aos Hebreus.Hebreus (Abrev.: Hb)Autor: desconhecidoData: Cerca de 70 dC

Autor

Hebreus não designa seu autor, e não existe unanimidade de tradição em relação à sua identidade. Alguns sábios destacam algumas evidências que podem indicar uma autoria paulina, enquanto outros sugerem que um dos colaboradores de Paulo, como Barnabé ou Apolo, podem ter escrito o livro. A especulação provou-se infrutífera, e a melhor conclusão pode ser a de Orígenes, no séc. III, que declarava que só Deus sabe ao certo quem o escreveu.

Data e Localização

O conteúdo de Hb indica que foi escrito antes da destruição do Templo em 70 dC (10.11; 13.11). A única evidência em relação ao local em que o livro foi escrito é a saudação enviada pelos “da Itália” (13.24), indicando talvez que o autor estivessem em Roma ou escrevendo para os cristãos de Roma.

Conteúdo

Uma palavra importante da epístola é “melhor”, usada para descrever a Cristo e os benefícios do evangelho (1.4; 7.19,22; 8.6; 9.23; 10.34; 11.16,35,40).

A maioria das bênçãos do judaísmo relacionava-se com as

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coisas terrenas: um tabernáculo ou templo terreno, sacerdotes terrenos, sacrifícios terrenos, um acordo que prometia a prosperidade terrena. Em contraste, Cristo está “à destra da Majestade, nas alturas” (1.3), onde distribui as bênçãos celestes (3.1; 6.4; 8.5; 11.16; 12.22-23).

Um ponto importante desta epístola é a apresentação do ministério sumo sacerdotal do Senhor. Cristo é o sumo Sacerdote, não segundo a ordem de Aarão, mas sim de Melquisedeque, que não tinha antecessores nem sucessores no sacerdócio. Sendo assim, Melquisedeque era um tipo perfeito para Cristo, que recebeu o cargo do sumo sacerdote por invocação direta de Deus, e não por herança (5.5-6). Enquanto o sacerdote arônico tinha que oferecer sacrifícios continuamente por seus próprios pecados, bem como pelos pecados de outras pessoas, Cristo ofereceu de uma vez por todas sua própria pessoas sem pecados como o sacrifício perfeito. Ele experimentou na carne a provação que todos os crentes conhecem, e por isso ele é capaz de interceder compassivamente em nome deles.

O cap. 11 enumera alguns dos grandes heróis da fé no AT. Os vs 4-35 registram bênçãos maravilhosas e notáveis vitórias alcançadas através da fé, enquanto os vs. 36-38 registram aqueles que resistiram a grandes provas, sofrimento e perseguição através da fé. Significativamente, não há menção dos pecados e defeitos daqueles enumerados. O motivo óbvio é que o sangue de Jesus tinha riscado os pecados e fracassos, de modo que suas iniqüidades não são mais lembradas contra eles.

Cristo Revelado

Falar de Cristo em Hb é descrever o livro inteiro. Ao tentar

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manter seus leitores distantes da apostasia, o escritor enfatiza a superioridade de Cristo perante tudo que o aconteceu antes no período do AT. Como nenhum outro livro da Bíblia, Hb salienta a importância e o ministério do Cristo pré-encarnado.

O Espírito Santo em Ação

O ministério do ES é visto de diversas maneiras, aplicando-se tanto ao período do AT quanto do NT: Os dons do ES para o ministério (2.4); testemunho à inspiração do AT (3.7; 10.15); descrição da experiência dos crentes (6.4); interpretação da verdade espiritual (9.8); assistência no ministério de Jesus (9.14); insultado pela apostasia (10.29).

Esboço de Hebreus

I. A superioridade da pessoa de Jesus 1.1-4.13

Jesus: Melhor do que os profetas 1.1-3Jesus: Melhor do que os anjos 1.4-2.18Jesus: Melhor do que Moisés 3.1-19Jesus: Melhor do que Josué 4.1-13

II. A Superioridade do Ministério de Jesus 4.4-10.8

Jesus: Melhor do que Arão 4.14-5.10O Sacerdócio de Melquisedeque, portanto Jesus, melhor do que o de Arão 7.1-8.5Jesus é mediador de uma melhor aliança 8.6-10.18

III. A superioridade da caminhada da fé 10.19-13.35

Um chamado à segurança total da fé 10.19-11.40

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A persistência da fé 12.1-29Admoestações sobre o amor 13.1-17Conclusão 13.18-25

Fonte: Bíblia Plenitude

Destaques de Hebreus.Algum tempo depois de sua libertação do primeiro encarceramento em Roma, em 61 EC, o apóstolo Paulo visitou a ilha de Creta. Depois de analisar a condição espiritual das congregações locais, ele deixou Tito ali a fim de fortalecê-las. Mais tarde, provavelmente da Macedônia, Paulo escreveu uma carta a Tito para dar-lhe orientações sobre seus deveres e apoio apostólico às suas atividades.

Anteriormente, pouco tempo antes de sua soltura da prisão em 61 EC, Paulo escreveu uma carta a Filemom, um cristão que vivia em Colossos. Era um pedido pessoal a um amigo.

Por volta de 61 EC, Paulo também escreveu aos irmãos hebreus na Judéia uma carta que mostrava a superioridade do cristianismo sobre o sistema judaico. As três cartas contêm conselhos valiosos para nós. — Heb. 4:12.

MANTENHA SUA SAÚDE ESPIRITUAL(Tito 1:1–3:15)

Depois de orientar como fazer “designações de numa cidade após outra”, Paulo aconselhou Tito a ‘persistir em repreender com severidade os indisciplinados, para que fossem sãos na fé’. Ele exortou todos nas congregações em Creta a “repudiar a impiedade . . . e a viver com bom juízo”.

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— Tito 1:5, 10-13; 2:12.

Paulo deu outros conselhos para ajudar os irmãos em Creta a permanecerem espiritualmente sãos na fé. Ele instruiu Tito a se ‘esquivar de questões tolas e de lutas sobre a Lei’. — Tito 3:9.

Auxílio na compreensão bíblica:

1:15 — Como podem “todas as coisas” ser “puras para os puros”, mas impuras para “os aviltados e os sem fé”? Para saber a resposta, é preciso entender o que Paulo quis dizer com “todas as coisas”. Ele não se referia a coisas que a Palavra escrita de Deus especificamente condena, mas a assuntos aos quais as Escrituras dão margem a decisões variadas por parte dos cristãos. Para a pessoa cujo pensamento se harmoniza com as normas de Deus, tais coisas são puras. Dá-se o contrário no caso daqueles que têm pensamento distorcido e consciência corrompida.

3:5 — Como os cristãos são ‘salvos por intermédio de um banho’ e ‘feitos novos por espírito santo’? Eles são ‘salvos por intermédio de um banho’ em que Deus os banhou, ou purificou, com o sangue de Jesus à base do mérito do sacrifício de resgate. Eles são ‘feitos novos por espírito santo’ porque se tornaram “uma nova criação”, como filhos de Deus gerados pelo espírito. — 2 Cor. 5:17.

Lições para nós:

1:10-13; 2:15. Os superintendentes cristãos devem corrigir corajosamente o que estiver errado na congregação cristã.

2:3-5. Como no primeiro século, as atuais cristãs maduras

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devem ‘ser reverentes no comportamento, não caluniadoras, nem escravizadas a muito vinho, instrutoras do que é bom’. Assim serão bem-sucedidas em instruir em base pessoal “as mulheres jovens” na congregação.

3:8, 14. Fixar a ‘mente em manter obras excelentes’ é ‘excelente e proveitoso’ pois nos ajuda a ser produtivos no serviço de Deus e nos mantém separados do mundo perverso.

EXORTE “À BASE DO AMOR”(Filem. 1-25)

Filemomn foi elogiado por ser um exemplo de ‘amor e fé’. O fato de ele ter sido fonte de consolo para outros cristãos deu “muita alegria e consolo” a Paulo. — Filem. 4, 5, 7.

Deixando um modelo para todos os superintendentes, Paulo lidou com a delicada situação de Onésimo dando, não uma ordem, mas sim uma exortação “à base do amor”. Ele disse a Filemom: “Escrevo-te confiante no teu acatamento, sabendo que farás ainda mais do que as coisas que digo.” — Filem. 8, 9, 21.

Auxílio na compreensão bíblica:

10, 11, 18 — Como o anteriormente “inútil” Onésimo tornou-se “útil”? Onésimo, um escravo inconformado, fugiu da casa de Filemom, em Colossos, e foi para Roma. É provável que também tenha roubado algo de seu amo para cobrir as despesas dessa viagem de 1.400 quilômetros. De fato, ele era inútil para Filemom. No entanto, em Roma, Onésimo foi ajudado por Paulo a tornar-se cristão. Agora como irmão espiritual, esse ex-escravo “inútil” tornou-se

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“útil”.

15, 16 — Por que Paulo não pediu a Filemom que libertasse Onésimo? Paulo queria apegar-se estritamente à sua missão de ‘pregar o reino de Deus e ensinar as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo’. Portanto, ele preferiu não se envolver em questões sociais, como a escravidão. — Atos 28:31.

Lições para nós:

2. Filemom permitiu o uso de sua casa para reuniões cristãs. Certamente é um privilégio ter reuniões para adoração cristã em nossa casa. — Rom. 16:5; Col. 4:15.

4-7. Devemos tomar a iniciativa em elogiar irmãos cristãos exemplares na fé e no amor.

15, 16. Acontecimentos desfavoráveis na vida não devem nos deixar ansiosos demais. Os resultados podem acabar sendo benéficos, como no caso de Onésimo.

21. Paulo esperava que Filemom perdoasse Onésimo. Espera-se que nós também perdoemos um irmão que talvez nos tenha ofendido. — Mat. 6:14.

“AVANCEMOS À MADUREZA”(Heb. 1:1–13:25)

Para provar que a fé no sacrifício de Jesus é superior às obras da Lei, Paulo destacou a excelência do Fundador do cristianismo, Seu sacerdócio, Seu sacrifício e o novo pacto. (Heb. 3:1-3; 7:1-3, 22; 8:6; 9:11-14, 25, 26) Esse conhecimento com certeza deve ter ajudado os cristãos

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hebreus a lidar com a perseguição que sofreram dos judeus. Paulo exortou seus irmãos hebreus a ‘avançar à madureza’. — Heb. 6:1. 

Qual é a importância da fé no cristianismo? ‘Sem fé é impossível agradar bem’ a Deus, escreveu Paulo. Ele encorajou os hebreus: “Corramos com perseverança a carreira que se nos apresenta”, fazendo isso com fé. — Heb. 11:6; 12:1.

Auxílio na compreensão bíblica:

2:14, 15 — Ter Satanás “os meios de causar a morte” indica que ele pode causar a morte prematura de qualquer pessoa? Não. No entanto, desde o início do proceder maligno de Satanás no Éden, as suas mentiras têm causado a morte, uma vez que, por pecar, Adão transmitiu o pecado e a morte à família humana. (Rom. 5:12) Além disso, os agentes terrestres de Satanás têm perseguido os servos de Deus até a morte, como fizeram com Jesus. Mas isso não significa que Satanás tem poder ilimitado para matar qualquer pessoa que ele queira. Se fosse assim, ele já teria eliminado os adoradores de Yehowah há muito tempo. Yehowah protege seus servos como grupo e não permite que Satanás os extermine. Mesmo que Deus permita que alguns de nós morram sob os ataques de Satanás, temos certeza de que Ele vai desfazer qualquer dano que nos seja causado.

4:9-11 — Em que sentido entramos no “descanso [de Deus]”? No fim dos seis dias de criação, Deus descansou de suas obras criativas, confiante que Seu propósito para com a Terra e a humanidade se cumpriria. (Gên. 1:28; 2:2, 3) ‘Entramos naquele descanso’ por desistirmos de realizar obras de justificação de nós mesmos e aceitarmos a provisão

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divina para nossa salvação. Quando exercemos fé em Yehowah e obedientemente seguimos a seu Filho em vez de buscar interesses egoístas, temos todos os dias bênçãos reanimadoras e confortantes. — Mat. 11:28-30.

9:16 — Quem é o “pactuante humano” do novo pacto? Yehowah é o Autor do novo pacto e Jesus é o “pactuante humano”. Jesus é o Mediador desse pacto e, por meio de sua morte, proveu o sacrifício necessário para validá-lo. — Luc. 22:20; Heb. 9:15.

11:10, 13-16 — Que “cidade” Abraão aguardava? Não era uma cidade literal, mas simbólica. Ele aguardava a “Jerusalém celestial”, composta de Cristo Jesus e seus co-regentes. Esses co-regentes na sua glória celestial são chamados também de “cidade santa, Nova Jerusalém”. (Heb. 12:22; Ap. 14:1; 21:2) Abraão aguardava viver sob o governo do Reino de Deus.

12:2 — Qual era a ‘alegria que se apresentou a Jesus’ pela qual “ele aturou uma estaca de tortura”? Era a alegria de ver o que o seu ministério realizaria, como, por exemplo, santificar o nome de Deus, vindicar Sua soberania e resgatar da morte a família humana. Jesus também aguardava a recompensa de governar como Rei e servir como Sumo Sacerdote em favor da humanidade.

13:20 — Por que o novo pacto é chamado de “eterno”? Por três razões: (1) nunca será substituído, (2) seus resultados são permanentes e (3) as “outras ovelhas” continuarão a se beneficiar do novo pacto depois do Armagedom. — João 10:16.

Lições para nós:

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5:14. Devemos ser estudantes diligentes da Palavra de Deus, a Bíblia, e aplicar o que aprendemos. Não há outra maneira de ter as nossas “faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado”. — 1 Cor. 2:10.

6:17-19. Ter a nossa esperança baseada solidamente na promessa e no juramento de Deus nos ajudará a não nos desviar do caminho da verdade.

12:3, 4. Em vez de ‘nos cansar e desfalecer nas nossas almas’ por causa de pequenas provações ou oposição, devemos progredir à madureza e aprimorar nossa habilidade de suportar provações. Devemos estar decididos a ‘resistir até o sangue’, ou seja, até a morte, se for preciso. — Heb. 10:36-39.

12:13-15. Não devemos permitir que uma “raiz venenosa”, ou qualquer pessoa na congregação que critique a maneira como as coisas são feitas, nos impeça de ‘endireitar as veredas para os nossos pés’.

12:26-28. As “coisas feitas”, não por Deus, — o inteiro sistema mundial, até mesmo o “céu” iníquo — serão abaladas, ou eliminadas para sempre. Quando isso acontecer, apenas “as coisas não abaladas”, isto é, o Reino Messiânico e seus apoiadores, permanecerão. Como é vital proclamar zelosamente o Evangelho e viver à altura de seus princípios!

13:7, 17. Lembrar-se da admoestação de ser obediente e submisso aos pastores nas congregações nos ajuda a manifestar um espírito cooperador.

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Comentário Bíblico Online: Carta aos Hebreus.A carta aos hebreus é uma excelência literária que nos mostra a superioridade do sistema cristã comparado ao judaico.Esse comentário foi preparado pela Biblioteca Bíblica Online e será colocado periodicamente ocomentário bíblico de cada versículo, até o termino da carta. Esse é um comentário com aplicações práticas, levando em conta o texto grego, e outras coisas importantes na compreensão bíblica.

Comentário em Hebreus 1:1.

A carta aos hebreus é uma excelência literária que nos mostra a superioridade do sistema cristã comparado ao

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judaico.Esse comentário foi preparado pela Biblioteca Bíblica Online e será colocado periodicamente ocomentário bíblico de cada versículo, até o termino da carta. Esse é um comentário com aplicações práticas, levando em conta o texto grego, e outras coisas importantes na compreensão bíblica.

Comentário em Hebreus 1:1.§ 1. Introdução Epistolar.

(Hebreus 1:1-3)

1.1 Deus,... Não existe maneira mais encantadora do que se iniciar uma epístola por mencionar a pessoa mais importante de todo o universo. Pelo fato de Paulo não iniciar essa carta como ele faz de costumeiro em suas outras cartas, muitos tem sido levados a crer que não foi ele o escritor.[1] O nome “Paulo” logo de inicio poderia fechar a mente dos hebreus, devido ao preconceito com esse apóstolo amado. No entanto, ao mencionar θεος, ou ainda mais atraente para eles o האלהים, já por si só, abriria caminho para uma abordagem de fé.[2] “Se uma introdução com “Paulo, apóstolo” pesava em autoridade, imaginem iniciar com “Deus”.” (Andrew F. West) que há muito,...Voltando aos relatos históricos da comunhão de Deus com o seu povo, de que desde os primórdios παλαι (Gr.:palai), Deus tem se comunicado com seu povo, quer seu povo como nação, ou mesmo antes de se formar qualquer nação deles. E não só com seu povo, mas Yehowah tinha falado com a humanidade por meio dos seus profetas tantas e tantas vezes, como iremos analisar mais adiante. Esse termo grego ocorre cerca de 6 vezes no N.T: Mat. 11:21; Marc 15:44; Luc. 10:13; Heb. 1:1; 2Pe. 1:9; Jud. 1:4.

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Mat 11:21 ουαι σοι χοραζιν ουαι σοι βηθσαιδαν οτι ει εν τυρω και σιδωνι εγενοντο αι δυναμεις αι γενομεναι εν υμιν παλαι αν εν σακκω και σποδω μετενοησαν Mat 11:21 Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.

Mar 15:44 ο δε πιλατος εθαυμασεν ει ηδη τεθνηκεν και προσκαλεσαμενος τον κεντυριωνα επηρωτησεν αυτον ειπαλαι απεθανεν Mar 15:44 E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido.

Luc 10:13 ουαι σοι χωραζιν ουαι σοι βηθσαιδα οτι ει εν τυρω και σιδωνι εγενοντο αι δυναμεις αι γενομεναι εν υμινπαλαι αν εν σακκω και σποδω καθημεναι μετενοησαν Luc 10:13 Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em saco e cinza, se teriam arrependido.

Heb 1:1 πολυμερως και πολυτροπως παλα ο θεος λαλησας τοις πατρασιν εν τοις προφηταις Heb 1:1 HavendoDeus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,

2Ped. 1:9 ω γαρ μη παρεστιν ταυτα τυφλος εστιν μυωπαζων ληθην λαβων του καθαρισμου των παλαι αυτου αμαρτιων 2Ped. 1:9 Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.

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Jud 1:4 παρεισεδυσαν γαρ τινες ανθρωποι οι παλαι προγεγραμμενοι εις τουτο το κριμα ασεβεις την του θεου ημων χαριν μετατιθεντες εις ασελγειαν και τον μονον δεσποτην θεον και κυριον ημων ιησουν χριστον αρνουμενοι Jud 1:4 Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.

Em muitas ocasiões... πολυμερως. Sempre que se fazia necessário, em ocasiões oportunas e importantes. (Nm. 12:8, Is. 1:2) E de muitos modos,... πολυτροπως. De tantas formas quanto foram necessárias, fosse por meio de anjos, de sonhos, de profetas ou mesmo por meio de uma palavra falada no tempo oportuno. (Pr. 15:23) Falou aos nossos antepassados... Os judeus da antiguidade, tanto para revelar a Sua vontade, como para avisar de Seus julgamentos. Yehowah não os deixou na ignorância, de fora alguma, mas falou-lhes sempre o que se fez necessário. Parece quase uma regra, de quando os cristão apresentavam formalmente as doutrinas do cristianismo, eles seguiam um raciocínio cronológico e lógico, a fim de mostrar que o Caminho, não era uma nova apostasia, mas sim o mesmo caminho agora desobstruído, com acesso ilimitado ao Trono da Graça, que tudo havia ocorrido como uma sequência lógica dos fatos.[3] Por intermédio... Por meio de, ou como canal audível, Deus falou-lhes por meio dos profetas,... τοις προφηταις. Tantos quantos nossa mente alcançar. Começando de Enoque, que profetizou, mas como o contexto se limita mais apropriadamente aos profetas que falou aos “antepassados”, então poderíamos volta aos profetas como Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, tantos outros que ministraram o povo em nome de Deus. – Ex. 24:3, Jer. 7:25,

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Ez. 33:33, Lc. 1:17, At. 3:21.

_____________Notas:[1] Para uma abordagem da autoria dessa carta, queira vez a introdução, na seção “autor”.

[2] O Texto grego não começa com θεος, mas sim πολυμερως “muitas

maneiras”, e não há variantes no início desse versículo. No entanto, digno de

nota que o N.T em hebraico inicia com האלהים.

[3] Poderá ter um exemplo claro nesse respeito tanto na defesa de Estevão em Atos cap. 8 como discurso pentecostal de Pedro em Atos cap. 3.

Esboço da Carta aos Hebreus.

Um vigoroso tratado, que fortaleceu os cristãos hebreus e os habilitou a

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ajudar patrícios sinceros durante os últimos anos do sistema judaico. Foi evidentemente escrito pelo apóstolo Paulo, menos de uma década antes de Jerusalém ser destruída em 70 EC.

A posição superior ocupada pelo Filho de Deus. (1:1-3:6)

Ele é o Filho único, herdeiro designado, a representação exata do próprio ser do seu Pai, por meio de quem tudo o que foi feito também é sustentado. Comparados com o Filho, os anjos são apenas servos. O Pai chama somente a ele de “meu filho”, o Primogênito, a quem até os anjos prestariam homenagem; a respeito dele, e não dos anjos, pode-se dizer que seu domínio real se baseia em Deus como seu trono, que sua permanência ultrapassa a dos céus e da terra, feitos por meio dele, e que sua posição é à mão direita do Pai. Se a Lei transmitida por meio de anjos não podia ser desconsiderada impunemente, então o que Deus falou por meio do seu Filho, que é maior que os anjos, tem de receber atenção extraordinária. Embora Jesus Cristo, como homem, fosse menor que os anjos, depois ele foi enaltecido acima deles e se lhe concedeu domínio sobre a vindoura terra habitada. Moisés foi assistente na casa de Deus, mas Jesus Cristo está sobre a casa inteira.

Ainda é possível entrar no descanso de Deus. (3:7-4:13)

Por causa de desobediência e falta de fé, os israelitas que saíram do Egito deixaram de entrar no descanso de Deus. Cristãos podem entrar no descanso de Deus, desde que evitem a desobediência de Israel e se esforcem a seguir um

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proceder de fidelidade. A palavra viva que promete a entrada no descanso de Deus é mais afiada do que uma espada, dividindo (pela reação da pessoa a ela) o que a pessoa parece ser como alma e o que realmente é quanto ao seu Espírito.

A superioridade do sacerdócio de Cristo e do novo pacto. (4:14-10:31)

Jesus Cristo, como sumo sacerdote, por ter sido provado em todos os sentidos e ainda permanecer sem pecado, pode compadecer-se dos humanos pecaminosos e lidar compassivamente com eles. Ele é sacerdote, por designação de Deus, à maneira de Melquisedeque, cujo sacerdócio era maior do que o sacerdócio levítico. Dessemelhante dos sacerdotes levitas na família de Arão, Jesus Cristo possui uma vida indestrutível e assim não necessita de sucessores para continuar sua obra salvadora; ele é sem pecado e portanto não precisa apresentar sacrifícios por si mesmo; ofereceu seu próprio corpo, não o de animais, e não entrou num santuário terrestre, mas no próprio céu, com o valor de seu sangue derramado, validando assim o novo pacto. O novo pacto, com Jesus qual Mediador, é superior ao pacto da Lei, visto que os que estão nele têm as leis de Deus no seu coração e usufruem verdadeiro perdão de pecados. O apreço por estes benefícios induzirá os cristãos a fazer declaração pública da esperança e a se ajuntar regularmente.

A fé é essencial para se agradar a Deus. (10:32-12:29)

Yehowah se desagrada dos que retrocedem dele sem fé,

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em vez de perseverar para receber o que ele prometeu. A fé exemplar dos que mantiveram a integridade, de Abel em diante, serve de incentivo para se perseverar na carreira cristã, ao passo que se considera de perto Jesus Cristo e seu imaculado proceder sob sofrimento. O sofrimento que Deus permite que sobrevenha aos cristãos fiéis pode ser encarado como forma de disciplina da parte dele, destinada a produzir o fruto pacífico da justiça.

Exortações para se seguir um proceder fiel. (13:1-25)

Manifeste amor fraternal, seja hospitaleiro, lembre-se dos crentes que sofrem, mantenha o matrimônio honroso e contente-se com as coisas presentes, confiando na ajuda de Yehowah. Imite a fé daqueles que tomam a dianteira, e evite sucumbir a ensinos estranhos. Esteja disposto a aturar vitupério assim como Cristo aturou; sempre ofereça a Deus sacrifícios de louvor por meio dele. Seja obediente aos que tomam a dianteira.

Introdução Bíblica: Carta aos Hebreus.

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Um vigoroso tratado, que fortaleceu os cristãos hebreus e os habilitou a ajudar patrícios sinceros durante os últimos anos do sistema judaico. Foi evidentemente escrito pelo apóstolo Paulo, menos de uma década antes de Jerusalém ser destruída em 70 EC.

A posição superior ocupada pelo Filho de Deus. (1:1-3:6)

Ele é o Filho único, herdeiro designado, a representação exata do próprio ser do seu Pai, por meio de quem tudo o que foi feito também é sustentado. Comparados com o Filho, os anjos são apenas servos. O Pai chama somente a ele de “meu filho”, o Primogênito, a quem até os anjos prestariam homenagem; a respeito dele, e não dos anjos, pode-se dizer que seu domínio real se baseia em Deus como seu trono, que sua permanência ultrapassa a dos céus e da terra, feitos por meio dele, e que sua posição é à mão direita

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do Pai. Se a Lei transmitida por meio de anjos não podia ser desconsiderada impunemente, então o que Deus falou por meio do seu Filho, que é maior que os anjos, tem de receber atenção extraordinária. Embora Jesus Cristo, como homem, fosse menor que os anjos, depois ele foi enaltecido acima deles e se lhe concedeu domínio sobre a vindoura terra habitada. Moisés foi assistente na casa de Deus, mas Jesus Cristo está sobre a casa inteira.

Ainda é possível entrar no descanso de Deus. (3:7-4:13)

Por causa de desobediência e falta de fé, os israelitas que saíram do Egito deixaram de entrar no descanso de Deus. Cristãos podem entrar no descanso de Deus, desde que evitem a desobediência de Israel e se esforcem a seguir um proceder de fidelidade. A palavra viva que promete a entrada no descanso de Deus é mais afiada do que uma espada, dividindo (pela reação da pessoa a ela) o que a pessoa parece ser como alma e o que realmente é quanto ao seu Espírito.

A superioridade do sacerdócio de Cristo e do novo pacto. (4:14-10:31)

Jesus Cristo, como sumo sacerdote, por ter sido provado em todos os sentidos e ainda permanecer sem pecado, pode compadecer-se dos humanos pecaminosos e lidar compassivamente com eles. Ele é sacerdote, por designação de Deus, à maneira de Melquisedeque, cujo sacerdócio era maior do que o sacerdócio levítico. Dessemelhante dos sacerdotes levitas na família de Arão, Jesus Cristo possui uma vida indestrutível e assim não necessita de sucessores para continuar sua obra salvadora; ele é sem pecado e portanto não precisa apresentar sacrifícios por si mesmo;

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ofereceu seu próprio corpo, não o de animais, e não entrou num santuário terrestre, mas no próprio céu, com o valor de seu sangue derramado, validando assim o novo pacto. O novo pacto, com Jesus qual Mediador, é superior ao pacto da Lei, visto que os que estão nele têm as leis de Deus no seu coração e usufruem verdadeiro perdão de pecados. O apreço por estes benefícios induzirá os cristãos a fazer declaração pública da esperança e a se ajuntar regularmente.

A fé é essencial para se agradar a Deus. (10:32-12:29)

Yehowah se desagrada dos que retrocedem dele sem fé, em vez de perseverar para receber o que ele prometeu. A fé exemplar dos que mantiveram a integridade, de Abel em diante, serve de incentivo para se perseverar na carreira cristã, ao passo que se considera de perto Jesus Cristo e seu imaculado proceder sob sofrimento. O sofrimento que Deus permite que sobrevenha aos cristãos fiéis pode ser encarado como forma de disciplina da parte dele, destinada a produzir o fruto pacífico da justiça.

Exortações para se seguir um proceder fiel. (13:1-25)

Manifeste amor fraternal, seja hospitaleiro, lembre-se dos crentes que sofrem, mantenha o matrimônio honroso e contente-se com as coisas presentes, confiando na ajuda de Yehowah. Imite a fé daqueles que tomam a dianteira, e evite sucumbir a ensinos estranhos. Esteja disposto a aturar vitupério assim como Cristo aturou; sempre ofereça a Deus sacrifícios de louvor por meio dele. Seja obediente aos que tomam a dianteira.

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