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V Encontro Paulista de Biodiversidade “Habitat Crítico”

“Habitat Crítico”

Ecossistemas Ameaçados

V Encontro Paulista de Biodiversidade

Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN)

Prof. Jose SALATIEL Rodrigues Pires


• Porque Conservar a Biodiversidade?

• Quem deve coordenar a Conservação da Biodiversidade?

• O que é “Hábitat Crítico”e o que esse conceito tem a

ver com conservação?

• Porque o conceito de “Habitat Crítico” é importante?

• Como a operacionalização do conceito de “Habitat

Crítico” poderia auxiliar nas estratégias de

conservação?

• Considerações finais.

Desenvolvimento do Assunto


Há muitas razões para conservar a biodiversidade -

incluindo éticas, estéticas, culturais e econômicas.

Porque Conservar a Biodiversidade?

Do ponto de vista estritamente funcional, a importância

da diversidade das espécies vale tanto quanto suas

características individuais e interações que contribuem

para manter o funcionamento e a estabilidade dos

ecossistemas e ciclos biogeoquímicos.


ALIMENTOS

REMÉDIOS

CLIMA - ENERGIA & CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOSSERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS

...


“The world needs a paradigm shift in

agricultural development: from a “green

revolution” to an “ecological intensification”

approach”.

This implies a rapid and significant shift from

conventional, monoculture-based and higth-external-

input-dependent industrial production towards mosaics

of sustainable, regenerative production systems that

also considerably improve the productivity of small-

scale farmers. We need to see a move from a linear to

a holistic approach in agricultural management, which

recognizes that a framer is not only a producer of

agricultural goods, but also a manager of an agro-

ecological system that provides quite a number of

public goods and services (e.g. water, soil, landscape,

energy, biodiversity, and recreation).

http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/ditcted2012d3_en.pdf


O mundo precisa de uma mudança de

paradigma no desenvolvimento agrícola:

de uma "revolução verde" para uma

abordagem de "intensificação ecológica"

Isto implica uma mudança rápida e significativa da

produção industrial convencional, baseada na

monocultura e dependente de uma alta entrada

externa - para mosaicos de sistemas de produção

sustentáveis, regenerativos, que também melhorem

consideravelmente a produtividade dos pequenos

agricultores. Precisamos realizar uma transição na

abordagem da gestão agrícola linear atual, para uma

abordagem holística, que reconheça o agricultor não

só como produtor agrícola, mas também gestor de um

sistema agro-ecológico que oferece um grande número

de bens e serviços públicos (por exemplo, água, solo,

paisagem, energia, biodiversidade e lazer).

ACORDAR ANTES QUE ACORDAR ANTES QUE

SEJA TARDE DEMAISSEJA TARDE DEMAIS

FAZER UMA AGRICULTURA AGORA FAZER UMA AGRICULTURA AGORA

VERDADEIRAMENTE SUSTENTVERDADEIRAMENTE SUSTENTÁÁVEL PARA VEL PARA

A SEGURANA SEGURANÇÇA ALIMENTAR EM UM CLIMA A ALIMENTAR EM UM CLIMA

EM MUDANEM MUDANÇÇAA









conservação?




Quem deve coordenar a

conservação da Biodiversidade?

interesse comum INSTITUIÇÕESINSTITUIÇÕES

Políticas privadas Maximizar o bem-estar de grupos

Privadas

Políticas públicas Maximizar o bem-estar social

Públicas


interesse comum

INSTITUIÇÕESINSTITUIÇÕES

Maximizar o bem-estar social requer a elaboração de planos gestores que

visem à mitigação de conflitos e obtenção de ganhos sociais, o que resultará

no alcance do interesse comum da sociedade.

Nem sempre o interesse da sociedade sacia o interesse de grupos privados.

Políticas públicas

Caberá sempre ao Estado empenhar-se para alcançar os fins da

sociedade, sejam eles no âmbito da educação, da saúde, da ordem social

ou da conservação do meio ambiente, da biodiversidade e seus

ecosserviços.

Políticas privadas

Premio Nobel de Economia 2007 - Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson

Criaram as bases de uma teoria que prevê quando os mercados funcionam de

forma eficaz. – Só o Estado ira realmente cuidar da educação, da saúde, da ordem

social ou da conservação do meio ambiente, o setor privado está interessado em

lucro.

Teoria do Desenho de Mecanismos




• O que é “Hábitat Crítico”e o que esse conceito

tem a ver com conservação?




conservação?




O que é “Hábitat Crítico e o que esse

conceito tem a ver com conservação?


Conceito de habitat crítico

"habitat crítico" é designado como:...

...a(s) área(s) específicas dentro da área geográfica ocupada por

uma espécie ameaçada... na qual encontra(m)-se as características

físicas ou biológicas essenciais para a conservação da espécie e

que pode exigir considerações especiais de gestão ou proteção; ...

...e ainda as áreas específicas, fora da área geográfica ocupada pela

espécie... [que] são essenciais para a sua conservação. (ESA

section 3(5)(A))

Ato das espécies ameaçadas de extinção dos EUA U.S. Endangered Species Act (ESA) (16 U.S.C. § 1531 et seq).

O que é “Hábitat Crítico?


VIII.

"Habitat crítico": área terrestre ou água interior em condições

naturais primitivas, regeneradas ou em regeneração, precisamente

localizada e mapeada, onde ocorrem ou existem evidências objetivas

de ocorrência, devidamente comprovadas pelos órgãos e instituições

competentes, de espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção,

provavelmente extintas, criticamente em perigo, em perigo,

vulneráveis ou provavelmente ameaçadas de extinção no Estado de

São Paulo, constantes dos anexos a este decreto, ou que podem ser

importantes para a sobrevivência das mesmas.

DECRETO ESTADUAL Nº 42.838, de 04 de fevereiro de 1998 Declara as Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção e as Provavelmente Ameaçadas de Extinção no

Estado de São Paulo e dá providências correlatas.


O Secretário do Meio Ambiente, após consulta às Universidades e

pesquisadores da área, designará comissão técnica formada por renomados

especialistas em fauna, com conhecimento e experiência de campo em

sistemas naturais do Estado de São Paulo, para, de acordo com os critérios

técnico-científicos consagrados nos meios conservacionistas:

III. localizar e mapear as áreas de ocorrência de espécies da fauna silvestre

ameaçadas de extinção, provavelmente extintas, criticamente em perigo,

em perigo, vulneráveis ou provavelmente ameaçadas de extinção no

Estado de São Paulo, constantes dos anexos a este decreto,

ou que podem ser importantes para a sobrevivência das mesmas.

...

DECRETO ESTADUAL Nº 42.838, de 04 de fevereiro de 1998.


Art. 5º . A veiculação da localização e mapeamento a que se refere o

inciso III do artigo anterior será feita por meio de decreto.

Art. 6º . À Secretaria do Meio Ambiente, por meio do Programa Estadual

para a Conservação da Biodiversidade (PROBIO/SP), caberá coordenar e

fomentar ações junto aos Institutos de Pesquisa, às Universidades, e

órgãos de fomento que tenham por objetivo a investigação científica das

espécies constantes dos Anexos I e II a este decreto, dando prioridade às

pesquisas voltadas à biologia, ecologia, distribuição e habitats das

espécies, que redundem em medidas para conservação das mesmas

espécies.

Art. 7º . Após o cumprimento do disposto no artigo 5º, poderá o órgão

ambiental licenciador, mediante decisão fundamentada, condicionar o

licenciamento de atividade nos "habitats críticos" a prévia avaliação de

impactos ambientais que comprove que a mesma não redundará em

ameaça adicional à espécie em questão.

DECRETO ESTADUAL Nº 42.838, de 04 de fevereiro de 1998.


“Habitat crítico": área terrestre ou água interior em condições naturais primitivas,

regeneradas ou em regeneração e mapeada, onde ocorrem ou existem

evidências objetivas de ocorrência, devidamente comprovadas pelos órgãos e

instituições competentes, espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção,

constantes dos Anexos a este decreto, ou que podem ser importantes para

A sobrevivência das mesmas;

Artigo 4º - Para efeitos da aplicação do inciso XI do artigo 2º deste decreto,

poderá o órgão de licenciamento ambiental, mediante decisão fundamentada,

condicionar o licenciamento de atividades nos "hábitats" críticos à prévia

avaliação de impactos ambientais que comprove que a mesma não redundará

em ameaça adicional à espécie em questão.

DECRETO Nº 53.494, DE 2 DE OUTUBRO DE 2008 Declara as Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas, as Quase Ameaçadas, as Colapsadas, Sobrexplotadas,

Ameaçadas de Sobrexplotação e com dados insuficientes para avaliação no Estado de São Paulo e dá providências

correlatas.

Revoga o DECRETO ESTADUAL Nº 42.838, de 04 de fevereiro de 1998.Revoga o DECRETO ESTADUAL Nº 42.838, de 04 de fevereiro de 1998.


DECRETO Nº 56.031, DE 20 DE JULHO DE 2010

Artigo 5º - Para efeitos da aplicação do inciso XI do artigo 2º deste decreto,

poderá o órgão de licenciamento ambiental, mediante decisão fundamentada,

condicionar o licenciamento de atividades nos “hábitats” críticos à prévia

avaliação de impactos ambientais que comprove que a mesma não redundará

em ameaça adicional à espécie em questão.

XI - “Habitat crítico”: área terrestre ou água interior em condições naturais

primitivas, regeneradas ou em regeneração e mapeada, onde ocorrem ou

existem evidências objetivas de ocorrência, devidamente comprovadas pelos

órgãos e instituições competentes, espécies da fauna silvestre ameaçadas de

extinção, constantes dos Anexos deste decreto, ou que podem ser importantes

para a sobrevivência das mesmas.

Declara as Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas, as Quase Ameaçadas, as Colapsadas, Sobrexplotadas,

Ameaçadas de Sobrexplotação e com dados insuficientes para avaliação no Estado de São Paulo e dá

providências correlatas


Porque o conceito de habitat crítico é

importante para a Conservação?


“Lista de espécies ameaçadas”

ganha

“espaço geográfico real” Habitat Crítico Leontopithecus

chrysopygus

“Espécies ameaçadas são

indicadores da situação da biodiversidade”




Os processos ecossistêmicos

mostram um declínio

acelerado quando aumenta a

perda de espécies.


Colapso



Tempo e perda de biodiversidade


Carnívoro de Topo

Carnívoros

Herbívoros

Produtores primários

Vulnerabilidade ao

estresse

Habilidade para

adaptação

Riqueza de

espécies

Características que aumentam conforme

diminui o nível da Cadeia trófica

Tamanho corporal

Longevidade

Área de vida

Vulnerabilidade a

fragmentação

Características que aumentam conforme aumenta o nível da

Cadeia trófica

RAFFAELLI, D. How Extinction Patterns Affect Ecosystems. Science 12 November 2004: Vol. 306 no. 5699

pp. 1141-1142 - DOI: 10.1126/science.1106365

Rede Trófica


Grupo

Funcional

Processos

Ecológicos

Serviços Ecossistêmicos e

benefícios econômicos

Consequências negativas da

perda do grupo funcional

Frugívoros Dispersão de

sementes

Remoção das sementes da

proximidade da planta mãe;

escapar de predadores de

sementes; aumentam a chance

de germinação; aumentam a

produção; aumenta o fluxo

gênico; promovem a

restauração/recolonização de

ecossistemas perturbados.

Ruptura do mutualismos de

dispersão; reduz remoção de

semente; aglutinação de

sementes sob a árvore mãe;

aumento da predação de

sementes; reduz recrutamento;

reduz fluxo de gene e

germinação; redução ou extinção

de espécies dependentes.

Nectarívoros Polinização

Aumento da produção /

diminuição de acasalamentos

consanguíneos

Limitação de polinização;

redução da produção de frutos;

inbreeding; extinção das

espécies dependentes (zoocóricas).

Insetívoros Predação de

invertebrados

Controle das populações de

insetos; redução de danos às

planta; alternativa aos pesticidas

Perda de controle de pragas

naturais; aumento de pragas;

diminuição da produtividade;

Carnívoros Predação de

vertebrados

Controle das populações de

roedores; dispersão secundária;

Aumento de populações de

espécies de estratégia r

(roedores, etc); aumento da

população de predadores de

sementes; ... S¸ EKERCIOG˘ LU, et al., Ecosystem consequences of bird declines. PNAS December 28, 2004 vol. 101 no. 52 : 18042–18047









conservação?




Como a operacionalização do conceito

de habitat crítico poderia auxiliar nas

estratégias de conservação?


habitat crítico

Lista Indicador

Políticas Públicas de

proteção, pesquisa,

educação...

Localiza áreas de

interesse para aplicação

de estratégias de

conservação.

Políticas Públicas de

proteção espacializadas.

Expõe os conflitos de

usos da terra e águas,

Perda de biodiversidade e

de serviços ecossistêmicos

Espécie ameaçada


Meta: Diminuir a

lista de espécies

ameaçadas









conservação?




A designação de Habitat Crítico para

uma área é, antes de tudo, um

processo político.

CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS

(Tecnicamente temos todas as condições de fazer isso).


A designação de Habitat Crítico torna o problema da

perda da biodiversidade administrativo (gestão da

biodiversidade) e, nesse contexto, traz a questão

para o debate político porque pela primeira vez a

“lista de espécies ameaçadas” ganha um

espaço geográfico real.


Perda da

biodiversidade

Causa1

Causa2

Causa3

Etc...


A razão para a implantação da ferramenta "habitat

crítico" não é somente biológica, mesmo considerando

que as ameaças para a biodiversidade avançam

cada dia mais.

É para maximizar as possibilidades de conservação

da biodiversidade e sua íntima relação com o bem-

estar social , considerando a perda de serviços

ecossistêmicos.



Entre as razões políticas para não operacionalizar o

conceito, aparentemente estão: evitar controvérsia,

desinteresse político, desinteresse burocrático,

insuficiência de recursos para a área ambiental, etc.

...


O fato é que nenhum mapa de habitats críticos

foi elaborado até hoje.


Quem irá realizar MAPEAMENTO do habitat crítico?

Decretos de 2008 e 2010 não preveem isso.


OBRIGADO

habitat crítico - microsoft€¦ · poderá o órgão de licenciamento ambiental, mediante...

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