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Guia Legal de Negócios no Brasil Agosto 2004 Legal Guide to Doing Business in Brazil August 2004

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Page 1: Guia Legal de Negócios no Brasil

Guia Legalde Negóciosno Brasil

Agosto 2004

Legal Guide toDoing Businessin Brazil

August 2004

Page 2: Guia Legal de Negócios no Brasil

A São Paulo Chamber of Commerce, daAssociação Comercial de São Paulo,agradece por este trabalho elaborado porPinheiro Neto Advogados

The São Paulo Chamber of Commerce, of theAssociação Comercial de São Paulo,expresses its gratitude for this work preparedby Pinheiro Neto Advogados

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UM GUIA DE NEGÓCIOS

O GUIA LEGAL DE NEGÓCIOS NO BRASIL elaborado por PINHEIRO NETOADVOGADOS para a SÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE da ASSOCIAÇÃOCOMERCIAL DE SÃO PAULO apresenta um roteiro completo sobre as normas legais queregem os investimentos estrangeiros e a atividade empresarial no país, constituindo-se em umimportante suporte para os empresários do exterior que desejam investir no Brasil.

Com um território de mais de 8,5 milhões de km2 e uma população de quase 180 milhões dehabitantes, o Brasil possui uma economia diversificada que oferece imensas possibilidades parainvestimentos em todos os setores: da infra-estrutura às telecomunicações, da indústria ao agro-negócio, do turismo aos serviços. Esses investimentos podem ser feitos diretamente pelosempresários e empresas estrangeiras ou mediante associação com empreendedores brasileiros.

A ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO, através da SÃO PAULO CHAMBER OFCOMMERCE, procura apoiar aos empresários estrangeiros que desejam realizar negócios como Brasil, seja fornecendo informações, recebendo grupos e missões, promovendo contatos ouoferecendo suporte logístico.

A edição deste GUIA, que se insere nesse esforço de contribuir para o incremento das relaçõescomerciais do Brasil com o exterior, se deve à colaboração de PINHEIRO NETOADVOGADOS, que elaborou o texto por iniciativa do Dr.Hélio Nicoletti, Superintendente doConselho de Câmaras Internacionais de Comércio da entidade, a quem a ASSOCIAÇÃOCOMERCIAL DE SÃO PAULO transmite seus agradecimentos.

Guilherme Afif DomingosPresidenteAssociação Comercial de São PauloSÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE

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ECONOMIA BRASILEIRA

O Brasil é uma das maiores economias do mundo, mas ainda é um país em construção queoferece grandes oportunidades para investimentos, parcerias e comércio. As dificuldades queenfrenta, como um país em crescimento, não reduzem a atratividade de seu mercado, e aexperiência tem demonstrado que os capitais externos nele ingressado obtêm retornoscompensatórios mesmo quando a economia não apresenta grande dinamismo. Com uma áreageográfica superior a 8,5 milhões de km2, o quinto maior país em extensão territorial, possuiuma população de cerca de 180 milhões de habitantes. O Produto Interno Bruto (PIB) da ordemde US$ 500 bilhões insere sua economia entre as maiores do mundo, principalmente quando suaprodução é medida pela PPC - Paridade do Poder de Compra - que reflete o poder aquisitivo deuma mesma moeda em diferentes países. Nesta base de comparação, a economia brasileira seencontra entre as dez maiores do mundo.

O seu desenvolvimento econômico regional não tem uma distribuição uniforme. A regiãoSudeste contribui com 58% da produção total, destacando-se o Estado de São Paulo,responsável por um terço do Produto Interno Bruto do país. Neste Estado o produto per-capita éde US$ 4.353 enquanto que o da média brasileira é de US$ 2.8l5. Paulatinamente essaconcentração econômica regional vem se reduzindo com o crescimento dos investimentosindustriais nas regiões norte/nordeste e a expansão do agro-negócio nas regiões centro/oeste,estimulada pela ampliação da fronteira agrícola à economia do Brasil.

Na agropecuária a produção de grãos é superior a 110 milhões de toneladas, mostrando apujança do agro-negócio brasileiro, situando-o, ainda, como o maior exportador de carne bovinae de frango do mundo. Na agro-indústria pode-se destacar a grande oportunidade deinvestimentos no setor sucro alcooleiro. Além das condições favoráveis do mercado mundial deaçúcar, o Brasil pode se tornar um grande fornecedor de etanol para os países desenvolvidos,que buscam combustíveis alternativos para reduzir a poluição. Já se produzem veículosbrasileiros que podem circular tanto com gasolina, como com álcool ou, inclusive, com umamistura dos dois combustíveis. Considerando-se a atenção que todas as nações estão dando àquestão ambiental, esse mercado deverá crescer de forma acentuada nos próximos anos e oBrasil, mais do que qualquer outro país, tem condições excepcionais para ser um grandefornecedor mundial pois conta com terras disponíveis e tecnologia altamente desenvolvida nosetor.

A tecnologia de informação, envolvendo hardware, software e telecomunicações, conta com umamplo mercado interno, em ritmo acelerado de expansão, e o país está se voltando também parao mercado externo com grandes possibilidades de sucesso.

Na área de infra estrutura muito ainda precisa ser feito para cobrir as necessidades de um paíscontinental com muitas carências, mas com potencialidades ilimitadas para quem desejainvestir, especialmente neste momento em que o Brasil reorganiza sua economia e decola parao crescimento sustentável, retomando seus níveis históricos, o que seguramente assegurarábons resultados para os investimentos.

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O setor industrial tem participação expressiva na composição da produção global do paísrepresentando 39% do PIB, com uma indústria diversificada e que, em alguns setores, possuialto grau de tecnologia, o que lhe permite exportar para as várias partes do mundo.

A exportação de produtos industrializados representou 70% do total das exportações do país,que deve atingir a casa dos US$ 90 bilhões em 2004, com os manufaturados respondendo por54% do total e os produtos básicos por 29% das vendas ao exterior. Nas importações, da ordemde US$ 60 bilhões, as matérias primas, produtos intermediários e bens de capital representam75% desse valor. Entre os produtos exportados, destacam-se, em ordem de importância, a sojae seus derivados, automóveis, ônibus, tratores e seus componentes, minério de ferro e seusconcentrados, aviões, rádios transmissores, pasta química de madeira, calçados, produtoslaminados de ferro ou aço, café, açúcar, fumo, suco de laranja e alumínio bruto.

As exportações brasileiras estão se diversificando, atingindo praticamente todos os países masUnião Européia ( 25%) e Estados Unidos da América, (23%) ainda representam os principaismercados, seguindo-se a Ásia com 16% e América Latina, inclusive Mercosul, com cerca de17% do total.

O Brasil responde por, aproximadamente, 1% do comércio mundial. Mas, o desempenhorecente do comércio exterior, indica uma participação crescente do país no comércio e nastransações internacionais. A corrente de comércio (exportação mais importação) em relação aoPIB é da ordem de 25,0 %, e a expansão das exportações tem sido a principal responsável pelocrescimento econômico do Brasil.

Desde o início do século passado o investimento estrangeiro teve participação importante nodesenvolvimento do país. Inicialmente dirigiu-se para o setor de infra-estrutura, principalmentenas áreas de energia e transportes e, a partir da metade do século, concentrou-se na áreaindustrial ajudando a dinamizar o processo de industrialização que se iniciava no Brasil. Nosúltimos anos, o setor de serviços é o que recebe maior parcela desses investimentosestimulados, em grande parte, pelos programas de privatização nas áreas de telecomunicações,energia e transportes.

O estoque de capital estrangeiro acumulado no país atingiu o montante de US$ 161 bilhões,sendo que o setor serviços absorveu 61,4% e o setor industrial 34,6% desse total. Os principaispaíses de origem desse capital são os Estados Unidos da América, a Holanda e a Espanha, com21,9%, 11,4% e 10,2% do total investido, respectivamente.

A estabilidade econômica, o fortalecimento das instituições políticas e o mercado potencial deconsumo colocam o Brasil como um dos principais focos de atração de capitais estrangeiros,entre os países emergentes.

Daniel Papp ParmigianiComércio Exterior - ACSPTel.: 3244-3454

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Í N D I C E

INFORMAÇÕES SOBRE O BRASIL........................................................................... 1Atividade Empresarial no Brasil ............................................................................... 1Investimento Estrangeiro no Brasil........................................................................... 2Sociedades................................................................................................................. 3Limitadas................................................................................................................... 4Organização Interna das Sociedades Limitadas........................................................ 5Deliberações de Sócios ............................................................................................. 5Administração ........................................................................................................... 6Capital Social e Distribuição de Dividendos ............................................................ 7Sociedades Anônimas ............................................................................................... 8Características Gerais das Sociedades Anônimas..................................................... 8Ações......................................................................................................................... 9Debêntures ................................................................................................................ 10Partes Beneficiárias................................................................................................... 10Bônus de Subscrição ................................................................................................. 11Direitos dos Acionistas ............................................................................................. 11Acordos de Acionistas .............................................................................................. 11Organização Interna das Sociedades Anônimas ....................................................... 11Assembléia Geral ...................................................................................................... 11Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias .................................................... 13Órgãos Administrativos ............................................................................................ 14Conselho de Administração ...................................................................................... 14Diretoria .................................................................................................................... 15Conselho Fiscal ......................................................................................................... 15Transformação .......................................................................................................... 16Incorporação, Fusão e Cisão ..................................................................................... 16Subsidiária Integral ................................................................................................... 17Distribuição de Dividendos....................................................................................... 17Procedimentos ligados à constituição de Sociedades ............................................... 17

DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................. 19Tutela Administrativa ............................................................................................... 21Responsabilidade Penal ............................................................................................ 21Responsabilidade Civil ............................................................................................. 22

DIREITO CONCORRENCIAL ..................................................................................... 23Tutela Preventiva ...................................................................................................... 23Tutela Repressiva...................................................................................................... 24Agências Reguladoras............................................................................................... 25

DIREITO DO TRABALHO............................................................................................ 26Contrato de Trabalho ................................................................................................ 26Direitos do Empregado ............................................................................................. 26Interrupção e Suspensão do Contrato de Trabalho ................................................... 28Extinção do Contrato de Trabalho ............................................................................ 28Contratos por Tempo Determinado........................................................................... 30Trabalhadores Estrangeiros....................................................................................... 31Controle de Imigração............................................................................................... 31Visto de Trânsito....................................................................................................... 32Visto de Turista......................................................................................................... 32Visto Temporário ...................................................................................................... 32

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Atividades Remuneradas........................................................................................... 33Prestação de Serviços Técnicos ................................................................................ 33Contratos de Trabalho com Estrangeiros .................................................................. 34Visto Permanente ...................................................................................................... 34Cargos de Gestão ...................................................................................................... 34Concomitância .......................................................................................................... 35Vistos no Mercosul ................................................................................................... 36Reforma Trabalhista.................................................................................................. 36

TRIBUTAÇÃO NO BRASIL .......................................................................................... 37Tabela Sinótica dos Principais Tributos Brasileiros................................................. 38Tributos Federais ...................................................................................................... 39

Imposto sobre a Renda ...................................................................................... 39IR na Fonte ........................................................................................................ 40Transferência de Investimentos no Exterior...................................................... 40Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ...................................................... 40Programa de Integração Social eContribuição para Financiamento da Seguridade Social ..................................... 41Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ................................ 43Imposto sobre Produtos Industrializados........................................................... 44Imposto sobre Operações Financeiras ............................................................... 44Contribuição de Internvenção no Domínio Econômico .................................... 45Preços de Transferência..................................................................................... 46

Tributos Estaduais..................................................................................................... 47Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços.................................... 47Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações ....................................... 47

Tributos Municipais .................................................................................................. 48Imposto sobre Serviços...................................................................................... 48Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis................................................. 48Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana................................ 48Comércio Exterior ............................................................................................. 49Drawback .......................................................................................................... 50Zonas de Processamento de Exportação............................................................ 52Incentivo a Investimentos .................................................................................. 53Zona Franca de Manaus..................................................................................... 54Estabelecimento de Empresas ........................................................................... 55Incentivos Fiscais .............................................................................................. 56

PROPRIEDADE INTELECTUAL©............................................................................... 57PROPRIEDADE INDUSTRIAL............................................................................... 57

Marca................................................................................................................. 58Nome Empresarial ............................................................................................. 59Patentes e Modelos de Utilidade ....................................................................... 59Concorrência Desleal ........................................................................................ 60

CONTRATOS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA,LICENCIAMENTO DE PATENTES, MARCA E FRANQUIA ............................. 61DIREITO AUTORAL............................................................................................... 62PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE) ............................................. 62

Outros Comentários........................................................................................... 63

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL E DISTRIBUIÇÃO............................................ 64Representação Comercial................................................................................... 64Distribuição........................................................................................................ 64

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INFORMAÇÕES SOBRE O BRASILO Brasil é uma República Federativa organizada em três poderes: executivo, legislativo ejudiciário. Administrativamente, o Brasil está dividido em 26 estados e um Distrito Federal(Brasília, a capital). O sistema jurídico brasileiro é codificado e, segundo o caráter federativo daRepública, há normas estabelecidas pela União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O poder legislativo da União é exercido pelo Congresso Nacional, formado pelo Senado e pelaCâmara dos Deputados. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e doDistrito Federal, cada um dos quais elege três Senadores, com mandato de oito anos. Arepresentação dos Estados e do Distrito Federal no Senado é renovada de quatro em quatroanos, alternadamente, por um e dois terços.

Na esfera estadual, o poder legislativo é exercido pelos deputados estaduais, eleitos para ummandato de quatro anos. No que diz respeito aos Municípios, O poder legislativo é exercidopelos vereadores, igualmente eleitos para um mandato de quatro anos.

A atual Constituição Brasileira foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Relativamenterecente, com certos institutos ainda sendo sedimentados, a Constituição Federal prima peloprogresso e desenvolvimento do Brasil, e estabelece um regime democrático e politicamenteestável.

O Presidente da República é eleito pelo voto direto para um mandato de quatro anos, podendoser reeleito. Ao Presidente foram conferidos amplos poderes, incluindo o de nomear osministros de Estado e o primeiro escalão de cargos administrativos e políticos selecionados.

Na esfera estadual, o poder executivo é exercido pelos governadores, eleitos para um mandatode quatro anos, podendo ser reeleitos. Finalmente, em nível municipal, o poder executivo éexercido pelos prefeitos, eleitos para idêntico mandato e podendo ser reeleitos.

Atividade Empresarial no Brasil

As normas jurídicas referentes ao exercício da atividade empresarial no Brasil têm origembasicamente federal. Não obstante, a Constituição Federal admite que a União, os Estados e oDistrito Federal legislem concorrentemente sobre determinadas matérias também relacionadas àatividade empresarial, como, por exemplo, direito tributário, financeiro, econômico eresponsabilidade por danos ao meio ambiente e ao consumidor, entre outros assuntos. Nessescasos, a competência da União limita-se à edição de normas gerais sobre esses assuntos,cabendo aos Estados e ao Distrito Federal legislar supletivamente sobre a matéria, observadas asnormas gerais fixadas na legislação federal.

O Brasil oferece inúmeras oportunidades para o desenvolvimento da atividade empresarial, sejapor investidores nacionais ou estrangeiros, em vista do seu enorme potencial econômico, daeconomia diversificada e de um grande mercado ampliado, em decorrência de inúmeros acordoscomerciais internacionais, firmados com blocos econômicos e países por todo o globo.

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Investimento Estrangeiro no Brasil

Inicialmente, cumpre observar que, segundo a legislação brasileira, são considerados capitaisestrangeiros os bens, máquinas, equipamentos, recursos financeiros ou monetários queingressem no Brasil, destinados à produção de bens ou serviços, ou para aplicação ematividades econômicas, desde que, em qualquer das hipóteses, pertençam a pessoas físicas oujurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior. Nos termos da Lei, é assegurado aocapital estrangeiro tratamento idêntico ao concedido ao capital nacional, sendo vedadasquaisquer discriminações não previstas em Lei.

No Brasil, o órgão responsável pelo registro, fiscalização e acompanhamento dos investimentosrealizados por meio de capital estrangeiro é o Banco Central. Os aspectos fiscais relacionadosao investimento são acompanhados pelo Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria daReceita Federal.

A moeda corrente no Brasil é o Real. De modo a operacionalizar seus investimentos no País, osinvestidores estrangeiros precisam converter suas moedas locais em Reais, o que é feito pormeio da contratação de câmbio junto a qualquer instituição financeira brasileira autorizada afazê-lo pelo Banco Central do Brasil. Operações cambiais devem ser realizadas em atendimentoa normas e regulamentos editados pelo Banco Central.

Existem diversas formas para a realização de investimentos no Brasil por parte de nãoresidentes, entre as quais se destacam a constituição de uma empresa, o estabelecimento de umafilial, ou de outra forma a aplicação de recursos nos mercados de capitais ou financeiro.

Não obstante, de acordo com a legislação brasileira está proibida a participação ao estrangeironas seguintes atividades: energia nuclear, serviços de saúde, negócios em zona de fronteira,serviços de correios e telégrafos, concessão de linhas aéreas domésticas, e indústriaaeroespacial1.

Ademais, há restrições ao investimento estrangeiro na propriedade e administração de jornais,revistas e outras publicações, bem como de redes de rádio e televisão2.

Destaca-se ainda que há restrições à participação do capital estrangeiro em instituiçõesfinanceiras, embora tais restrições possam ser afastadas, no interesse nacional. Essa matériadeverá ser regulamentada em lei complementar, inclusive para as sociedades seguradoras.

����������������������������������������������������������1 Referente a lançamento e colocação em órbita de satélites, veículos, aeronaves, entre outras atividades, nas quais não estão incluídas

a produção ou comercialização daqueles, ou de seus acessórios.2 Foi assinada em 28.5.2002 a Emenda Constitucional n.º 36/02, que modifica a redação do art. 222 da Constituição Federal.

Posteriormente, o assunto foi objeto de regulamentação por meio da Lei nº 10610, de 20.12.2002. Segundo as novas regrasestabelecidas, é obrigatório que ao menos 70% do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusãopertença, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, permitindo-se a participação deestrangeiros em até 30% do capital total e votante dessas empresas. Ademais, a participação do capital estrangeiro somente se dará deforma indireta, por intermédio de pessoa jurídica constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede no Brasil. Também a cargo debrasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos ficarão a gestão de atividades e o estabelecimento do conteúdo daprogramação.

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Sociedades

A forma mais comum para que um investidor estrangeiro desenvolva atividade empresarial noBrasil é mediante a constituição de uma pessoa jurídica, mais especificamente de umasociedade no País.

É ainda possível que empresas estrangeiras abram filiais no Brasil, mediante pedido ao GovernoBrasileiro, que deverá aprová-lo por decreto do poder executivo federal. Somente após ocumprimento de todas as formalidades, que incluem publicação na imprensa oficial earquivamento no Registro Público de Empresas Mercantis dos documentos relacionados àabertura da filial, é que esta poderá iniciar suas atividades. A empresa estrangeira deverátambém nomear um representante, que não precisa ser brasileiro, mas necessariamente residenteno País, com poderes para agir em seu nome. A filial está sujeita às leis brasileiras e, emboranão possua propriamente um capital social, por não ser um ente separado da própria empresaestrangeira, esta última deve manter um capital destacado para as operações no Brasil. Estecapital representa, tal como a subscrição e integralização de quotas ou ações, investimentosujeito a registro perante o Banco Central do Brasil.

Os tipos societários existentes no Brasil, por sua vez, encontram regulamentação basicamenteem duas normas, quais sejam, a Lei 10406 de 11 de janeiro de 2002 (Código Civil) e a Lei 6404de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas). Dentre os diversos tipossocietários previstos nessa legislação, os mais comumente utilizados são a sociedade limitada ea sociedade por ações, motivo pelo qual concentraremos nossos comentários apenas nestas duasespécies de sociedades.

Tanto sociedades limitadas como sociedades por ações representam tipos societários em que aresponsabilidade dos sócios é restrita ao valor que despenderam para pagamento do preço deintegralização, conforme o caso, de suas quotas ou ações. Esta característica representa umaimportante garantia, trazendo a segurança necessária para que a empresa possa engajar seusesforços no exercício de sua atividade, sem que seus sócios sejam responsáveis, exceto em casode prática de atos ilícitos, por qualquer quantia além daquela desembolsada para compor ocapital social da empresa.

Independentemente do tipo jurídico adotado, é importante destacar que há determinados traçoscomuns entre as sociedades. Primeiramente, é necessário que haja ao menos dois sócios, quepodem ser tanto pessoas físicas ou jurídicas e não precisam ser domiciliadas no Brasil. Todavia,destacamos que, sendo residentes ou domiciliados no exterior, é necessário que os sóciosmantenham um procurador no Brasil, com poderes para representá-los nessa condição de sóciosda empresa brasileira. Ademais, é necessário que sócios estrangeiros, tanto pessoas físicas comojurídicas, mantenham cadastro perante a Secretaria da Receita Federal no Brasil. Conformeanteriormente mencionado, referido órgão, ligado ao Ministério da Fazenda do Brasil, temcompetência para, entre outras atividades, realizar o acompanhamento de aspectos fiscaisrelacionados à atividade empresarial.

Em princípio, não há requisitos estabelecendo o capital social mínimo para constituição das

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sociedades3, sendo que o mesmo poderá ser distribuído entre os sócios conforme estesdesejarem.

Finalmente, destacamos que, no que tange à tributação de empresas, a legislação brasileiratradicionalmente utiliza como critério diferenciador, no estabelecimento de tributos e suasrespectivas alíquotas, o porte da empresa, e não o tipo societário sob o qual ela se reveste, nãosendo esse específico critério relevante para a adoção de determinado tipo societário.

Limitadas

As sociedades limitadas previstas no direito brasileiro assemelham-se às limited-liabilitycompanies, limited partnerships e closely-held companies contempladas pelas leis inglesas enorte-americanas. No Brasil, as sociedades limitadas são regulamentadas por um capítulo a elasdedicado no Código Civil, podendo ainda ser subsidiariamente regidas por dispositivos da Leidas Sociedades Anônimas. Nelas, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suasquotas, embora todos os sócios respondam, solidariamente, por todo o valor do capital até queesteja totalmente integralizado.

As sociedades limitadas podem ser simples ou empresárias. De acordo com a legislação, serãoempresárias aquelas que se dediquem a atividades econômicas de maneira organizada esistemática, objetivando a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Por outro lado,serão simples aquelas que não apresentem elevado grau de complexidade organizacional, bemcomo as que se dediquem a atividades intelectuais, de natureza científica, literária ou artística.Tendo em vista o reduzido espectro de aplicação das sociedades simples, concentraremosnossos comentários nas sociedades limitadas empresárias.

A sociedade limitada não precisa publicar suas contas, alterações contratuais ou outros atosconstitutivos, exceto no caso de redução de capital, incorporação, cisão ou fusão4. O contratosocial, no entanto, permanece público, pois terceiros poderão solicitar uma cópia ao registrocompetente, em que devam ser arquivados o contrato social e suas posteriores alterações.

����������������������������������������������������������3 De acordo com a Resolução nº 394/76, bem como com o Manual de Normas e Instruções do Banco Central do Brasil, em seu Título

I, Capítulo 2, Seção 1, instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central devem integralizar,em moeda corrente nacional, seja no ato de constituição ou em aumentos de capital, 50% do montante respectivamente subscrito,sendo que o remanescente, quando houver, deverá ser integralizado, igualmente em moeda corrente, no prazo de um ano a contar dasubscrição do capital. Sem prejuízo, destacamos ainda que, segundo a Resolução nº 2607/99 do Banco Central do Brasil, instituiçõesfinanceiras e outras instituições autorizadas a operar por referido órgão devem possuir um valor mínimo de capital socialintegralizado. No caso de bancos comerciais, por exemplo, este valor é de R$ 17.500.000,00. Ademais, sociedades seguradorasautorizadas a operar no Brasil no grupamento dos seguros de ramos elementares, de acordo com a Resolução nº 73 do ConselhoNacional de Seguros Privados, não poderão possuir capital social integralizado inferior a R$ 7.200.000,00.

4 Tramita pela Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 3.741, datado de 8 de novembro de 2000, que altera determinados dispositivosda Lei das Sociedades Anônimas e estende às sociedades de grande porte, ainda que constituídas como sociedades limitadas ou soboutros tipos societários, a obrigatoriedade de publicação de demonstrações financeiras. De acordo com os termos deste projeto, comredação dada por substitutivo, a publicação das demonstrações financeiras seria obrigatória para sociedades de grande porte quetenham por objeto a produção de bens e serviços, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações. Por sua vez, éconsiderada sociedade de grande porte, nos termos do projeto, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum quetiverem, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00.Ademais, tramita também em regime prioritário frente à Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 2813, de 2000, que estabelece aobrigatoriedade de publicação das demonstrações financeiras das sociedades limitadas cuja receita bruta ultrapasse R$ 2.133.222,00.

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Organização Interna das Sociedades Limitadas

Os dois principais elementos relacionados à organização interna de uma sociedade limitadadizem respeito (a) às deliberações de sócios, tomadas por meio de Assembléias, Reuniões, ououtros documentos ou atos societários, bem como (b) à administração da sociedade.

Deliberações de Sócios

A maioria das deliberações tomadas por sócios de sociedades limitadas depende de aprovaçãode sócios representando 75% do capital social. Há exceções a esta regra estabelecidas em Lei, eoutras podem ser determinadas por meio do Contrato Social.

Além de possíveis outras matérias indicadas no Contrato Social, a Lei determina que a tomadade decisões acerca de certos assuntos depende de uma deliberação de sócios, a ser tomada emreunião ou assembléia. São eles:

(i) a aprovação de contas;

(ii) a designação, destituição e remuneração dos administradores;

(iii) a modificação do contrato social;

(iv) a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado deliquidação;

(v) a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas; e

(vi) o pedido de concordata.

A deliberação acerca dos assuntos acima mencionados deverá ser feita por meio de umaAssembléia de Sócios, caso a sociedade limitada em questão possua mais de dez sócios. Trata-se de um instituto sujeito a um número maior de formalidades que as Reuniões de Sócios, estasmais flexíveis e desburocratizadas. Reuniões ou assembléias devem ser convocadas pelosadministradores, nos casos previstos em lei e no contrato social da empresa.

Assembléias de sócios em sociedades limitadas devem ser convocadas por meio de anúncio,que deve ser publicado na imprensa oficial, e em jornal de grande circulação, por pelo menostrês vezes. Não obstante, as formalidades de convocação referentes a Assembléias de sócios sãodispensáveis, sempre que a totalidade dos sócios comparecer à Assembléia, ou se declarar, porescrito, ciente dos respectivos local, data, hora e ordem do dia.

Ademais, reforçando a possibilidade de tomada de decisões internas à sociedade pormecanismos mais ágeis, a Lei prevê a possibilidade de afastar-se a própria necessidade derealização de reunião ou assembléia de sócios, acerca de referidas matérias. Tal poderá ocorrer

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sempre que todos os sócios decidirem, por escrito, sobre os assuntos que, de outro modo, seriamobjeto de deliberação por reunião ou assembléia.

O sócio pode ser representado na Assembléia por outro sócio, ou por advogado, medianteoutorga de procuração específica para tanto. Durante as deliberações em si, nenhum sócio, porsi ou na condição de mandatário, pode votar matéria que lhe diga respeito diretamente.

Após a realização da Assembléia, deve ser preparada uma ata contendo todo o deliberado ediscutido durante o evento. Esta ata deverá ser lavrada em um livro próprio, e arquivada peranteo Registro Público de Empresas Mercantis no prazo de vinte dias a contar da realização daAssembléia.

Quando, do resultado das deliberações tomadas por meio da Assembléia ou Reunião, houvermodificação do contrato social, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra,sócios que possivelmente hajam divergido das decisões tomadas têm o direito de retirar-se dasociedade, nos trinta dias subseqüentes à realização da respectiva Assembléia ou Reunião.

Em sociedades que devam deliberar sob a forma de Assembléia, esta será de realizaçãoobrigatória ao menos uma vez por ano, no decorrer dos quatro meses subseqüentes ao términodo exercício social. O objetivo desta Assembléia anual de sócios é tomar as contas dosadministradores, deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico da empresa,eventualmente designar administradores, e tratar de outros assuntos de interesse da sociedade.

Não obstante a natural limitação da responsabilidade dos sócios em sociedades limitadas, asdeliberações tomadas em desrespeito à lei ou ao disposto no contrato social tornam ilimitada aresponsabilidade dos que expressamente as tenham aprovado.

Administração

Sociedades limitadas devem ser administradas por uma ou mais pessoas físicas, nomeadas paraseus cargos por meio do Contrato Social ou por outros documentos societários. Osadministradores não precisam ser brasileiros, mas devem necessariamente ser residentes edomiciliados no Brasil. Nada impede que a administração da sociedade seja deixada a cargo deseus próprios sócios, se cumpridos os requisitos acima mencionados. Aos administradorescompete, entre outras atribuições, a representação da sociedade perante terceiros. A elesigualmente compete a elaboração, ao final de cada exercício, das demonstrações financeiras dasociedade.

A condição de administrador não é inerente à de sócio, e mesmo que o contrato social determineque todos os sócios, se apenas pessoas físicas, têm os devidos poderes para administrar asociedade, tal não se estenderá automaticamente a sócios que ingressem em momento posteriorna sociedade.

Conforme se depreende do que acima foi mencionado, a sociedade limitada pode seradministrada tanto por seus sócios como terceiros não sócios. Neste último caso, a nomeação denão sócios como administradores deve estar expressamente prevista no contrato social, e suaefetiva designação dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não

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estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização.

Administradores podem ser destituídos de seus cargos a qualquer tempo, por decisão de sóciosrepresentando a maioria do capital social. Todavia, caso o administrador seja um sócio,nomeado para referido cargo por meio do próprio contrato social, sua destituição dependerá, aprincípio, de aprovação de sócio ou sócios titulares de pelo menos dois terços do capital social.

Os poderes atribuídos aos administradores são determinados no ato de sua nomeação, podendoser restritos segundo desejarem os sócios. É possível, inclusive, que a prática de determinadosatos seja subordinada à aprovação prévia de sócios representando certa parcela do capital social.

Embora não sejam órgãos de caráter obrigatório para sociedades limitadas, o Contrato Socialpoderá prever a existência de outros órgãos administrativos tais como Conselho Consultivo eConselho Fiscal.

Capital Social e Distribuição de Dividendos

O capital social de sociedades limitadas divide-se em quotas, atribuídas a seus sócios naproporção que desejarem. Após a constituição da sociedade, não há, em regra, um prazo pré-estabelecido em Lei para a integralização do capital social pelos sócios, na proporção das quotasque houverem subscrito. Todavia, caso a integralização não ocorra imediatamente quando daconstituição da sociedade, é necessário que o Contrato Social defina um prazo para que tal sejafeito. A integralização pode ser feita mediante aproveitamento de moeda corrente nacional, bensou direitos, desde que suscetíveis de avaliação pecuniária. Segundo dispõe o Código Civil,enquanto a participação subscrita de todos os sócios não estiver completamente integralizada, ocapital social de sociedades limitadas não pode ser aumentado.

Conforme anteriormente informado, caso um sócio residente e domiciliado no exterior decidaenviar recursos ao Brasil, por exemplo para integralizar sua participação societária em moeda,deverá fazê-lo mediante a contratação de câmbio e a conseqüente conversão de sua moeda localpara Reais. Esta remessa deverá ser feita após o registro do sócio estrangeiro, ele próprio, comoinvestidor perante o Banco Central do Brasil, após o que os recursos remetidos serão atreladosao registro previamente realizado. O valor em Reais efetivamente obtido deverá ser utilizadoprimeiramente para integralização de participação já subscrita pelo investidor e, caso a exceda,sua participação deverá ser aumentada.

As participações em sociedades limitadas figuram no próprio contrato social, uma vez que asquotas representativas da divisão do capital, ao contrário das ações, não são representadas porcertificados. Assim, o contrato social precisa ser alterado sempre que as quotas forem cedidas,transferidas ou o capital social elevado, de modo a refletir exatamente a titularidade do capital.

Caso a sociedade limitada apresente lucros acumulados em certo período, poderá distribuí-los aseus sócios. Caso os sócios sejam pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas noexterior, a distribuição de dividendos por meio da contratação de câmbio comercial dependerádo prévio registro, junto ao Banco Central do Brasil, do investimento estrangeiro inicialmenterealizado pelos sócios, quando da integralização de sua participação societária.

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Não há, em geral, restrições à distribuição e remessa de lucros ao exterior. Os lucros edividendos apurados e distribuídos a partir de 1996 estão isentos de imposto de renda. Ademais,estando registrado o investimento, a distribuição, na proporção de referido registro, independeráde qualquer autorização prévia.

Cabe mencionar que o Brasil assinou tratados para evitar bi-tributação com os seguintes países:Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coréia do Sul, Dinamarca, Equador,Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Luxemburgo,Noruega, Portugal, República Tcheca, Eslováquia e Suécia.

Sociedades Anônimas

Conforme mencionado anteriormente, sociedades anônimas são regulamentadas por uma leiprópria, a Lei 6404 de 15 de dezembro de 1976, tal como posteriormente alterada (Lei dasSociedades Anônimas). As sociedades anônimas constituem um tipo societário que seassemelha bastante à joint-stock company ou à corporation. Diferentemente das sociedadeslimitadas, por disposição expressa em lei, as sociedades anônimas são sempre empresárias.Nelas, cada acionista é responsável apenas pelo capital que subscrever e ainda não houverintegralizado.

Características Gerais das Sociedades Anônimas

As sociedades anônimas podem ser organizadas mediante subscrição pública ou privada dasações de sua emissão. Em ambos os casos, como regra geral, no mínimo dez por cento de seucapital precisarão ser integralizados desde logo.

Este tipo societário comporta duas espécies, podendo a sociedade anônima ser de capital abertoou fechado. A companhia aberta deverá ser registrada junto à Comissão de Valores Mobiliários(CVM), assim como as ações por ela emitidas, que então poderão ser negociadas em bolsa devalores ou no mercado de balcão. As ações da companhia aberta somente poderão sernegociadas depois de realizados 30% do preço de emissão. As ações das companhias fechadasnão estão disponíveis ao público em geral.

Ademais, o capital social das sociedades anônimas pode ser subscrito ou autorizado. Noprimeiro caso, o estatuto social fará constar o capital realmente subscrito pelos acionistas,independentemente de sua efetiva integralização. Por outro lado, o estatuto social de sociedadescom capital autorizado estabelece um limite até o qual o capital realmente subscrito pelosacionistas poderá ser aumentado sem necessidade de alteração estatutária.

Como órgão responsável pela regulamentação e fiscalização do mercado de capitais no Brasil, aCVM vem implementando nos últimos anos, especialmente a partir de 2003, reformas acerca deregras aplicáveis a relevantes áreas que podem fomentar ainda mais o mercado de capitais noBrasil, tais como Fundos de “Private Equity” e Oferta Pública de Ações, em sociedades decapital aberto. Ainda no início de 2004, a CVM tem demonstrado sua intenção de darcontinuidade a referidas reformas, englobando assuntos como emissão de Debêntures eregulamentação de Fundos de Investimento.

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Ações

O capital social é dividido em vários tipos de ações, conforme as diferentes vantagens, direitosou restrições que lhes são atribuídos.

As ações não necessitam ter valor nominal e podem ser representadas por certificados.

O estatuto social da companhia fechada poderá restringir a circulação das ações, desde que nãoproíba sua transferência. Caso as restrições sejam impostas por meio de alteração estatutária,elas somente serão aplicáveis às ações dos acionistas que as tenham expressamente aceitado.

O capital pode ser integralizado mediante contribuição com ativos, bens, créditos, transferênciade tecnologia, ou quaisquer outros bens avaliáveis em dinheiro. Referida avaliação, nestescasos, deverá ser realizada por peritos ou empresa especializada, e aprovada em AssembléiaGeral.

As ações ordinárias das sociedades de capital fechado podem pertencer a diferentes classes,dependendo de alguns fatores estabelecidos em Lei. As ações de mesma classe conferemdireitos iguais aos seus titulares. Cada ação ordinária corresponde a um voto nas assembléiasgerais da companhia.

As ações preferenciais das sociedades de capital fechado ou aberto podem pertencer a uma oumais classes, com direitos e/ou privilégios que podem incluir o direito de eleger algunsmembros dos órgãos administrativos, mesmo que tais ações não gozem de qualquer outrodireito de voto. Segundo disposição de Lei, a emissão de ações preferenciais sem direito de votoestá limitada a 50% do total de ações da companhia5.

As preferências asseguradas aos titulares de ações preferenciais podem consistir em (a)prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo, (b) prioridade no reembolso docapital, com prêmio ou sem ele, ou (c) na acumulação de ambas as vantagens acimamencionadas.

Ademais, para que sejam admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários, as açõespreferenciais que não tiverem direito a voto, ou tiverem qualquer restrição relativa a essedireito, deverão conceder aos seus titulares as seguintes outras vantagens:

(i) prioridade no recebimento dos dividendos a serem distribuídos, correspondente a nomínimo 3% do valor do patrimônio líquido da ação, adicionalmente ao direito departicipar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depoisde a estas ser assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário; ou

����������������������������������������������������������5 A Lei 10303 de 31 de outubro de 2001 alterou a Lei das Sociedades Anônimas no que diz respeito à emissão de ações preferenciais.

Segundo o sistema anterior, era possível a realização de emissão de ações preferenciais sem direito a voto ou com restrição a estedireito, até o limite de dois terços do total de ações emitidas pela companhia. Sem prejuízo da modificação ocorrida, companhias jáexistentes podem manter a antiga proporção de dois terços, contanto que respeitem a nova regra, em emissões ocorridas após a Lei10303/01.

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(ii) direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% maior doque o atribuído a cada ação ordinária; ou

(iii) direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, assegurado-lhesdividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias.

Em caso de existência de ações preferenciais sem direito a voto, ou com restrições a este direito,as vantagens atribuídas a elas, dentre as acima mencionadas, deverão ser detalhadamentedescritas no estatuto social da companhia.

Vale ainda mencionar que, nas companhias objeto de desestatização, poderá ser criada umaclasse especial de ação preferencial, conhecida como “golden share”, e cuja titularidade éexclusiva do ente desestatizante. A esta classe, o estatuto social poderá conferir os poderes queespecificar, inclusive o poder de veto às deliberações da Assembléia Geral, nas matérias queespecificar.

Ademais, o estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito deeleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de administração dacompanhia, ou mesmo subordinar alterações estatutárias à aprovação, em Assembléia especial,de titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.

As ações preferenciais sem direito a voto ou com direito de voto restrito passarão a ter plenodireito de voto caso a companhia deixe de distribuir dividendos fixos ou mínimos pelo prazoprevisto no estatuto (não superior a três exercícios consecutivos), conservando-o até o efetivopagamento desses dividendos.

Debêntures

As sociedades anônimas poderão emitir outros títulos, não representativos do capital social, asaber: partes beneficiárias, bônus de subscrição e debêntures. Este último tipo é o que apresentamaior relevância, sendo títulos que conferem a seus titulares direitos de crédito contra acompanhia emissora. As condições do direito de crédito detido pelo titular da debênture contra acompanhia deverão constar da escritura de sua emissão. As debêntures poderão ser conversíveisem ações, sendo obrigatoriamente garantidas pela companhia emissora. Salvo disposição legalem contrário, o total de debêntures emitidas e em circulação não poderá exceder o capital social.

Partes Beneficiárias

As partes beneficiárias são títulos sem valor nominal, emitidos exclusivamente por companhiasfechadas, que conferem a seus titulares o direito de participar em até 10% dos lucros anuais.Tais títulos não oferecem qualquer dos direitos atribuíveis aos acionistas, exceto o direito defiscalizar os atos dos administradores da sociedade. O estatuto social poderá prever o resgatedas partes beneficiárias mediante capitalização de reserva especialmente criada para esse fim.

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Bônus de Subscrição

Companhias com capital autorizado podem emitir títulos negociáveis, denominados "bônus desubscrição". Esses títulos conferem aos seus titulares o direito de subscrever ações em aumentode capital, sujeito às condições estabelecidas nos correspondentes certificados.

Direitos dos Acionistas

À condição de acionistas são inerentes alguns direitos essenciais. São eles:

(i) participação nos lucros da companhia;

(ii) participação na distribuição dos ativos da companhia, se esta for liquidada;

(iii) fiscalização da gestão dos negócios sociais;

(iv) preferência na subscrição de ações, partes beneficiárias, debêntures conversíveis e bônusde subscrição; e

(v) retirada da sociedade, nos casos previstos em lei.

Acordos de Acionistas

É possível que acionistas celebrem acordos envolvendo a compra e venda de ações, direito depreferência, exercício do direito de voto ou do poder de controle da companhia. Caso taisacordos, após celebrados pelos sócios, sejam arquivados na sede da companhia, deverão serobservados, ou de outra forma poderão ter seus termos executados pelos acionistas que oshouverem subscrito. Acrescente-se que esses acordos não poderão ser invocados para eximir oacionista de responsabilidade no exercício do direito de voto ou do poder de controle. Opresidente de assembléias gerais ou de órgãos colegiados de deliberação de sociedadesanônimas não poderá computar votos proferidos com infração a acordos de acionistasdevidamente arquivados na sede da companhia.

Organização Interna das Sociedades Anônimas

Os principais órgãos decisórios e de fiscalização das sociedades anônimas são a AssembléiaGeral dos Acionistas, o Conselho de Administração, a Diretoria e o Conselho Fiscal.

Assembléia Geral

A Assembléia Geral é o órgão máximo de uma sociedade anônima. Nela compete aos sóciosdecidirem acerca de todos os negócios sociais, bem como tomar quaisquer resoluções quejulgarem convenientes à defesa e desenvolvimento da companhia. As decisões, contudo, estãosujeitas aos objetivos e negócios sociais, às leis aplicáveis e ao estatuto social.

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Entre as matérias cuja deliberação compete exclusivamente à Assembléia Geral, destacamos:

(i) a reforma do estatuto social;

(ii) eleição e destituição dos administradores e fiscais da companhia;

(iii) verificação anual das contas dos administradores, e aprovação das demonstraçõesfinanceiras por eles apresentadas;

(iv) transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação,eleição e destituição de liquidantes e julgamento de suas contas; e

(v) confissão de falência e pedido de concordata para a companhia.

Em regra, as deliberações tomadas por acionistas de sociedades anônimas dependem deaprovação por titulares da maioria absoluta dos votos da companhia, ou seja, aquelesrepresentando 50% do valor do capital social votante, acrescidos de mais um voto.

Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos diretores, observado o disposto noestatuto, convocar a Assembléia Geral. Sem prejuízo, a convocação poderá também serrealizada:

(i) pelo Conselho Fiscal, nos casos previstos em Lei;

(ii) por qualquer acionista, quando os administradores não realizarem a convocação emtempo;

(iii) por acionistas que representem ao menos 5% do capital social, quando osadministradores não atenderem a pedido de convocação por eles formulado; e

(iv) por acionistas que representem ao menos 5% do capital volante, ou por aqueles querepresentem ao menos 5% dos acionistas sem direito a voto, quando os administradoresnão atenderem a pedido de convocação de assembléia para instalação do ConselhoFiscal.

A convocação deve ser feita por meio de anúncio publicado, contendo informações acerca dolocal de realização, data e hora da assembléia, bem como a ordem do dia, e, no caso de reformado estatuto, a indicação da matéria. Independentemente das formalidades acima referidas,todavia, será considerada regular a assembléia a que comparecerem todos os acionistas.

As pessoas presentes à assembléia deverão provar a sua qualidade de acionista, sendo possívelsua representação por meio de procuradores.

Dos trabalhos e deliberações da assembléia deverá ser lavrada em livro próprio a respectiva ata,assinada, entre outros, pelos acionistas presentes. O documento societário deverá ainda serlevado a registro perante o Registro Público de Empresas Mercantis.

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Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias

Anualmente, durante os quatro meses seguintes ao término do exercício social, deverá serrealizada uma Assembléia Geral Ordinária para verificar as contas dos administradores,examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras, eleger os administradores e osmembros do Conselho Fiscal, deliberar sobre a destinação do lucro líquido de cada exercíciofiscal e a distribuição de dividendos, e aprovar a correção da expressão monetária do capitalsocial.

Para deliberação acerca de quaisquer outros assuntos, em qualquer época do ano, seránecessário convocar e realizar uma Assembléia Geral Extraordinária. Nada impede, todavia, queas Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária ocorram cumulativamente, sejam convocadase realizadas no mesmo local, data e hora, e instrumentadas em ata única.

É obrigação dos administradores da companhia deixar à disposição dos acionistas e comunicar-lhes, com antecedência, documentos relacionados às deliberações que serão tomadas por meioda Assembléia Geral Ordinária, tais como, entre outros, o relatório da administração sobre osnegócios sociais e cópia das demonstrações financeiras. A disponibilidade dos documentos, olocal onde se encontram, e a própria íntegra de alguns deles deve ser publicada tanto naimprensa oficial como em jornal de grande circulação, com antecedência à realização daAssembléia Geral Ordinária.

Para a aprovação de deliberações acerca de determinadas matérias por Assembléias GeraisExtraordinárias, faz-se necessário um número maior de votos. Assim, as seguintes matérias,entre outras, necessitam de aprovação, a princípio, de titulares de ações que representem nomínimo metade do capital votante:

(i) criação ou aumento de classes de ações preferenciais, sem guardar proporção com asdemais existentes;

(ii) modificação nas condições de uma ou mais classes de ações preferenciais;

(iii) redução do dividendo obrigatório;

(iv) fusão ou cisão da companhia, ou sua incorporação em outra;

(v) mudança do objeto da companhia; e

(vi) dissolução da companhia.

É importante destacar que, respeitados os termos e condições estabelecidos em Lei, é garantidoa acionistas que eventualmente dissidam de uma ou mais das deliberações acima mencionadas,aprovadas em Assembléia Geral, o direito de retirarem-se da companhia, mediante o reembolsodo valor pago pelas respectivas ações.

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Órgãos Administrativos

Quando da constituição da companhia, os acionistas poderão estruturar-lhe a administração pormeio do estatuto social, dividindo-a em até dois órgãos: o Conselho de Administração e aDiretoria. Se a companhia optar por não ter Conselho de Administração, a Diretoriadesempenhará todas as funções administrativas. De outra forma, caso haja a instalação de umConselho de Administração, a Diretoria deverá submeter-se às suas decisões. Não obstante, éimportante notar que o Conselho de Administração é obrigatório para as companhias de capitalaberto, para aquelas de capital autorizado e para as instituições financeiras. Somente podem sereleitas para os órgãos de administração pessoas físicas.

Conselho de Administração

O Conselho de Administração é um órgão intermediário, entre a Assembléia Geral e a Diretoria,possuindo plena autoridade para estabelecer as diretrizes econômicas, societárias e financeiras aserem seguidas pela companhia, cabendo-lhe supervisionar permanentemente os membros daDiretoria.

Os membros do Conselho de Administração poderão ser residentes no exterior, desde queconstituam procurador residente no Brasil, com poderes para receber citação em açõespropostas com base na legislação societária. Os membros do Conselho de Administração devemser acionistas.

Os conselheiros são eleitos e destituídos pela Assembléia Geral. O número de componentesdeste órgão não poderá ser inferior a três pessoas, e seu prazo de gestão não poderá exceder atrês anos, permitida a reeleição.

O estatuto social deverá prever, ainda, normas sobre convocação de reuniões do Conselho deAdministração, sua instalação e funcionamento. O Conselho deliberará, a princípio, por maioriade votos, podendo o estatuto estabelecer quorum qualificado para certas deliberações, desde queespecifique as matérias. Deverão ser arquivadas no Registro Público de Empresas Mercantis epublicadas as atas das reuniões do Conselho de Administração que contiverem deliberaçõesdestinadas a produzir efeitos perante terceiros.

Ademais, o estatuto poderá prever a participação de representantes dos empregados noConselho, escolhidos pelo voto destes, em eleição direta, organizada pela empresa, em conjuntocom as entidades sindicais que os representem.

Observadas as condições estabelecidas em Lei, acionistas representando certa parcela do capitalsocial votante ou de ações preferenciais, em companhias abertas, poderão eleger e destituir ummembro do Conselho e seu suplente, em votação em separado na Assembléia Geral, excluído oacionista controlador.

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Diretoria

A Diretoria deve ser composta por ao menos dois diretores, com prazo de gestão não superior atrês anos, permitida a reeleição. Em regra, os diretores são eleitos e destituíveis a qualquertempo pelo Conselho de Administração. Caso inexistente o Conselho, a competência paraeleição e destituição dos membros daquele órgão de administração será da Assembléia Geral.Os membros do Conselho de Administração, até o máximo um terço, poderão ser eleitos paracargos de diretores. Compete à diretoria, entre outras atribuições, a representação da companhiaperante terceiros. O estatuto pode estabelecer que determinadas decisões, de competência dosdiretores, sejam tomadas em reuniões de Diretoria.

Os diretores não precisam ser acionistas, mas devem necessariamente ser residentes edomiciliados no Brasil.

Os diretores não podem ser responsabilizados por qualquer das obrigações assumidas em nomeda companhia, em virtude de atos regulares de gestão. Seus poderes devem ser estabelecidos noestatuto social, e podem ser limitados segundo a vontade dos acionistas.

Todavia, caso os administradores procedam em abuso de seus poderes, ou ainda que dentro desuas atribuições, com culpa ou dolo, ou com violação da lei ou do estatuto, responderãocivilmente pelos prejuízos a que derem causa. Neste sentido, são vedados ao administrador,entre outros:

(i) atos de liberalidade à custa da companhia;

(ii) atos sem prévia autorização da Assembléia Geral ou do Conselho de Administração,quando tal for necessário;

(iii) empréstimo de recursos ou bens da companhia; ou

(iv) recebimento de terceiros, sem a devida autorização, de qualquer vantagem pessoal,direta ou indireta, em razão do exercício de seu cargo.

Ademais, é vedado ao administrador intervir em qualquer operação social em que tiver interesseconflitante com o da companhia.

Cumpre mencionar que, nos casos em que se verifique a responsabilidade de qualqueradministrador, a Lei assegura à companhia, mediante prévia deliberação por meio daAssembléia Geral, o ajuizamento da respectiva ação de responsabilidade pelos prejuízoscausados ao patrimônio da sociedade. Finalmente, destacamos que referida ação, proposta pelacompanhia, não exclui possíveis outras medidas judiciais que couberem a acionistas outerceiros diretamente prejudicados por atos dos administradores.

Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal é um órgão obrigatório, cujo funcionamento todavia não precisa serpermanente. Se o Conselho Fiscal não for permanente, ele deverá ser instalado, a critério dos

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acionistas, em assembléia geral. O Conselho Fiscal deverá ser composto de no mínimo três e nomáximo cinco membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não. Somente podem sereleitos para o Conselho Fiscal pessoas naturais, residentes no Brasil, diplomadas em curso denível universitário, ou que tenham exercido anteriormente e por certo tempo cargo deadministrador de empresa ou de conselheiro fiscal. Não podem ser eleitos para o ConselhoFiscal pessoas impedidas do exercício de cargos de administração, nos termos da Lei, bemcomo membros dos próprios órgãos de administração da companhia ou seus parentes, ouempregados da sociedade.

O Conselho Fiscal, quando de funcionamento não permanente, será instalado pela AssembléiaGeral sempre que houver pedido neste sentido formulado por acionistas que representem nomínimo 10% das ações com direito a voto, ou 5% das ações sem direito a voto.

Este Conselho é responsável pela fiscalização dos administradores, fornecendo à AssembléiaGeral informações a respeito. O Conselho Fiscal poderá ainda solicitar aos administradores aindicação de peritos para a apuração de fatos cujo esclarecimento seja necessário aodesempenho de suas funções. Poderão ser solicitadas também informações a auditoresindependentes, caso existam.

As funções do Conselho Fiscal não poderão ser delegadas nem atribuídas a qualquer outroórgão da companhia.

Transformação

Segundo a legislação societária, é possível que a companhia tenha seu tipo jurídicotransformado em outro, sem qualquer solução de continuidade nos negócios sociais, dissoluçãoou liquidação. Para tanto, faz-se necessária a aprovação unânime dos acionistas, se outronúmero de votos não for requerido pelo estatuto social, caso em que será facultado aosacionistas dissidentes retirar-se da sociedade.

Incorporação, Fusão e Cisão

A incorporação, fusão ou cisão pode ser operada entre sociedades de tipos iguais ou diferentes.A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra quelhes sucede em todos os direitos e obrigações, com a conseqüente extinção das sociedadesincorporadas. A fusão é a operação pela qual há a extinção de duas ou mais sociedades que seunem para formar uma nova sociedade, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.Finalmente a cisão é a operação pela qual os ativos e passivos de uma companhia sãotransferidos, no todo ou em parte, para uma ou mais sociedades já existentes ou constituídaspara esse fim específico. Caso sejam transferidos todos os ativos e passivos da sociedade, elaserá então extinta. Os direitos e obrigações da sociedade cindida serão proporcionalmenteabsorvidos pelas companhias que receberem seu patrimônio líquido.

Os motivos para realização das operações acima mencionadas deverão ser explicados ejustificados num Protocolo de Justificação assinado pelos administradores das sociedadesenvolvidas. O protocolo deverá então ser aprovado em Assembléia Geral dos sócios dessas

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sociedades. Também nestes casos verifica-se o direito de retirada já explicado.

Subsidiária Integral

A subsidiária integral é uma sociedade cuja totalidade do capital social é possuída por umaoutra companhia. Todavia, é necessário que a proprietária da subsidiária integral seja umasociedade brasileira. A constituição da subsidiária integral deve ser feita por escritura pública.De outra forma, é possível que uma companhia já existente seja transformada em subsidiáriaintegral mediante aquisição, por sociedade brasileira, da totalidade de suas ações.

Distribuição de Dividendos

Tal como mencionado anteriormente em relação a sociedades limitadas, respeitados osrequisitos estabelecidos em lei e no estatuto social, e as respectivas origens, pode a companhiadistribuir dividendos a seus acionistas. Caso os acionistas sejam pessoas físicas ou jurídicasresidentes ou domiciliadas no exterior, a distribuição de dividendos por meio da contratação decâmbio comercial dependerá do prévio registro, junto ao Banco Central do Brasil, doinvestimento estrangeiro inicialmente realizado pelos acionistas, quando da integralização desua participação societária. Tal como já mencionado, estando registrado o investimento, adistribuição, na proporção de referido registro, independerá de qualquer autorização prévia, epoderá igualmente ser feita livre da incidência de tributos.

Ademais, é possível que a sociedade distribua juros sobre capital próprio, com respaldo na Lei9249 de 1995 e na Lei 9430 de 1996. De acordo com esses dispositivos, o pagamento dessesjuros está condicionado à existência de lucros, em quantia igual ou superior ao valor de duasvezes os juros a serem pagos ou creditados. O cálculo é feito mediante aplicação da chamadaTaxa de Juros de Longo Prazo – TJLP, sobre os valores das contas do patrimônio líquido, comos devidos ajustes. De acordo com o entendimento da Comissão de Valores Mobiliários, essetipo de juros tem a natureza de dividendos, configurando, para a empresa, distribuição deresultado e não despesa. Todavia, diferentemente da distribuição de dividendos, acimamencionada, os valores apurados como juros sobre o capital próprio estão sujeitos à incidênciade Imposto de Renda, à alíquota de 15%.

Procedimentos ligados à constituição de Sociedades

Independentemente do tipo societário escolhido, há certos procedimentos práticos comuns noque diz respeito à constituição de sociedades no Brasil.

Primeiramente, é importante destacar que todos os documentos societários ligados à abertura deuma empresa, seja o Contrato Social de sociedades limitadas, ou o Estatuto Social desociedades anônimas, estabelecido por meio de escritura pública ou assembléia geral dosfundadores, devem ser levados a registro no competente órgão de Registro Público de EmpresasMercantis, a cargo das Juntas Comerciais existentes em cada Estado da Federação, e sob afiscalização e regulamentação do Departamento Nacional de Registro do Comércio. Ademais,conforme o tipo de operação societária a ser realizada, será necessário publicar documentostanto na imprensa oficial do Estado como em jornal de grande circulação editado na localidade

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da sede da sociedade6.

Além do registro dos atos e documentos societários em si perante as Juntas Comerciais, énecessário que as empresas brasileiras mantenham registrados e atualizados determinados livrossocietários. Os livros cuja manutenção pelas empresas é obrigatória variarão dependendo dotipo societário adotado, mas em todos os casos sua função básica é documentar e registrareventos relevantes para a sociedade, seja do ponto de vista contábil, societário ouadministrativo.

Ademais, conforme já mencionado anteriormente, é indispensável que todos os sócios dassociedades possuam cadastro perante a Secretaria da Receita Federal. Tal se aplica a pessoasfísicas e jurídicas residentes e domiciliadas no Brasil, e também àquelas residentes edomiciliadas no exterior. Conforme o caso, o registro a ser obtido junto à Receita Federal, porsócios ou acionistas estrangeiros, será no Cadastro de Pessoas Físicas (“CPF”) ou no CadastroNacional de Pessoas Jurídicas (“CNPJ”).

Cumpre mencionar que também a empresa recém constituída deverá obter seu próprio númerode registro no CNPJ. Tal registro é indispensável para que a empresa efetivamente opere,podendo então abrir e movimentar contas correntes em bancos brasileiros, participar delicitações junto a órgãos governamentais, e tomar outras providências perante terceiros.

Adicionalmente à obtenção de um número de registro no CNPJ, outras providências serãonecessárias perante órgãos e repartições públicas, tanto estaduais como municipais, após aconstituição da empresa. A efetiva identificação de tais providências dependerá do tipo deatividade a ser exercida pela empresa.

Finalmente, conforme já destacado, a constituição de empresas que tenham como sóciospessoas físicas ou jurídicas estrangeiras engloba a entrada no Brasil, para integralização dasrespectivas participações societárias, de capital estrangeiro cujo registro perante o BancoCentral do Brasil se fará necessário. Tal registro possui caráter declaratório, devendo serportanto providenciado pelo próprio investidor estrangeiro e pela empresa brasileira receptorade referido investimento.

Atualmente, o registro é feito de modo eletrônico, por meio do Sistema de Informações doBanco Central (“Sisbacen”), especificamente no Módulo Registro Declaratório Eletrônico –Investimento Externo Direto (“RDE-IED”). Desta forma, o investimento estrangeiro pode serfeito de forma automática, independentemente de qualquer análise ou autorização prévia doBanco Central. O valor do investimento estrangeiro declarado e registrado no RDE-IEDconstitui base para cálculo de valores a serem repatriados em casos de redução de capital social,bem como, conforme já mencionamos, para distribuição de dividendos, por meio da contrataçãode câmbio comercial, pela empresa brasileira a sócios estrangeiros.

Ademais, destacamos que também estão sujeitas a registro perante o Banco Central do Brasil asoperações de investimento mediante conversão de créditos externos, investimento medianteimportação de bens sem cobertura cambial e reinvestimento de lucros.����������������������������������������������������������6 Conforme anteriormente mencionado, há projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que pretendem tornar obrigatória

a publicação de demonstrações financeiras por sociedades limitadas e outros tipos jurídicos, adicionalmente às sociedades anônimas.

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DIREITO AMBIENTAL

A Constituição Federal de 1988 dedicou um capítulo à proteção do meio ambiente. Segundo ostermos da lei fundamental, é garantido a todos o direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado, enquanto bem comum de todos e essencial a uma qualidade de vida sadia.Atribuiu-se o dever de defesa e preservação do meio ambiente tanto ao Poder Público quanto àcoletividade.

A Constituição estabelece diversas obrigações às autoridades públicas, entre as quais podemosdestacar:

(i) preservação e recuperação de espécies e ecossistemas;

(ii) preservação da variedade e integridade do patrimônio genético e supervisão dasentidades envolvidas em pesquisa e manipulação genética;

(iii) educação ambiental em todos os níveis escolares;

(iv) definição de áreas a serem especialmente protegidas; e

(v) exigência de estudos de impacto ambiental para instalação de qualquer atividade quepossa causar significativa degradação ao equilíbrio ecológico.

Segundo a Constituição, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têmcompetência concorrente para legislar em matéria ambiental. Assim, poderá haver diferentesregras e exigências de proteção ambiental conforme o local em que se pretende exercer umaatividade econômica. Não obstante, foram reservadas à legislação federal matérias como águas,energia, mineração e atividades nucleares, a respeito das quais, mediante autorização da União,os Estados poderão igualmente legislar.

No que se refere à responsabilidade por danos ambientais, a Constituição determina que ascondutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitam os infratores, querpessoas físicas quer jurídicas, a sanções penais e administrativas, sem prejuízo da obrigação dereparar os danos causados.

A eficácia da legislação ambiental é garantida por todo um sistema de órgãos públicos federais.O Sistema Nacional do Meio Ambiente (“SISNAMA”) compreende: (a) o Conselho Nacionaldo Meio Ambiente (“CONAMA”), órgão normativo, consultivo e deliberativo; (b) o Ministériodo Meio Ambiente, órgão central, com atribuições de coordenação, supervisão e controle daPolítica Nacional do Meio Ambiente; e (c) o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis (“IBAMA”), órgão executivo.

O SISNAMA é ainda complementado por diversos órgãos da administração federal, fundaçõespúblicas voltadas à proteção do meio ambiente e entidades dos poderes executivos estaduais emunicipais, incluindo Secretarias estaduais e municipais do Meio Ambiente e agências

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ambientais como a CETESB, no Estado de São Paulo.

Compete ao IBAMA o licenciamento ambiental de atividades que representam potencialimpacto ambiental de âmbito nacional ou regional. São considerados empreendimentos ouatividades passíveis de causar impacto ambiental aqueles que, por sua natureza, dimensão oulocalização são capazes de direta ou indiretamente provocarem alteração adversa daspropriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente.

Compete, por sua vez, ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal, o licenciamentoambiental de empreendimentos cujos impactos ultrapassem os limites territoriais de um ou maismunicípios. Finalmente, compete ao órgão ambiental municipal o licenciamento de atividadeslocais, assim entendidas aquelas cujos impactos se circunscrevem aos limites territoriais de ummunicípio, sendo certo que, na prática, o órgão ambiental estadual desempenha papelpreponderante no licenciamento das atividades potencialmente poluidoras.

Entre algumas das atividades expressamente sujeitas a licenciamento ambiental, pordeterminação do CONAMA, podemos destacar:

(i) extração de minerais;

(ii) indústria madeireira;

(iii) indústria de papel e celulose;

(iv) indústria da borracha;

(v) indústria química;

(vi) indústria têxtil;

(vii) transporte de cargas perigosas, marinas e portos;

(viii) complexos turísticos e de lazer;

(ix) atividades agropecuárias;

(x) indústria de fumo, entre diversas outras.

A licença ambiental é o ato administrativo por meio do qual o órgão ambiental competenteestabelece as condições, restrições e medidas de controle que deverão ser cumpridas peloempreendedor como condição à instalação, ampliação ou operação de empreendimentos ouatividades que utilizem recursos naturais, ou que se considere efetiva ou potencialmentepoluidoras, ou ainda que possam causar degradação ambiental. O sistema de licenciamentoambiental consiste no procedimento administrativo que visa acompanhar todo oempreendimento desde seu projeto, controlando sua instalação e periodicamente o seufuncionamento. Há diversas espécies de licenças que podem ser emitidas pelas autoridadesambientais competentes, dependendo do tipo e estágio de implementação do empreendimento.

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Tutela Administrativa

O Decreto Federal nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, que regulamenta a Lei nº 9.605, de 12de fevereiro de 1998, conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, dispõe sobre as sançõesadministrativas aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, tais comooperação sem a devida licença ambiental, ou emissão de poluentes que ultrapasse os limitesestabelecidos em normas e legislação vigentes. Segundo a legislação, infrações de ordemadministrativa são punidas com as seguintes sanções:

(i) advertência;

(ii) multa simples ou diária;

(iii) apreensão, destruição, inutilização ou suspensão da venda dos produtos utilizados nainfração;

(iv) obrigação de reparação do dano;

(v) suspensão ou cancelamento de registro;

(vi) perda, restrição ou suspensão de incentivos e benefícios fiscais e de linhas definanciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; e

(vii) proibição de contratar com a Administração Pública.

Não obstante a existência de legislação federal, muitos Estados possuem normas própriasdispondo de forma específica sobre as sanções administrativas aplicáveis a irregularidadesambientais.

Responsabilidade Penal

A Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, estabelece as sanções criminais aplicáveis àsatividades lesivas ao meio ambiente. Até o advento dessa legislação, as sanções penaisencontravam-se estabelecidas de forma esparsa em textos legais como o Código Florestal, oCódigo de Caça, entre outros. A legislação atual estabelece a responsabilidade criminal daqueleque der causa a uma conduta ou atividade lesiva ao meio ambiente em função de seu grau deculpa ou dolo.

De acordo com a legislação brasileira, são imputáveis criminalmente não apenas o responsáveldireto pelo dano ambiental, mas igualmente outros agentes que, tendo conhecimento da condutaofensiva, contribuíram para sua concretização, por ação ou omissão, ainda que estivesse ao seualcance evitá-la. Entre tais agentes, a lei elenca expressamente o diretor, administrador, membrode conselho e de órgão técnico, auditor, gerente, preposto ou mandatário de pessoa jurídica. Alegislação também prevê a responsabilização penal da pessoa jurídica diretamente, sem prejuízo

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das sanções aplicáveis às pessoas naturais que possam ser consideradas como co-autoras domesmo dano causado ao meio ambiente. Finalmente, a lei contempla a eventualdesconsideração da personalidade jurídica, sempre que esta for obstáculo ao ressarcimento deprejuízos causados ao meio ambiente.

Às pessoas naturais, a legislação prevê penas restritivas de liberdade (reclusão ou detenção) epenas restritivas de direitos, como prestação de serviços à comunidade, interdição temporária dedireitos, suspensão parcial ou total das atividades, prestação pecuniária e recolhimentodomiciliar. No que se refere às pessoas jurídicas, são aplicáveis penas de multa, prestação deserviços à comunidade e penas restritivas de direitos, tais como suspensão parcial ou total doexercício de atividades, interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade, e aproibição de contratar com a Administração Pública.

As infrações à legislação ambiental permitem transação com o Ministério Público, que tem omonopólio da iniciativa da aplicação das penas criminais, desde que obedecidas determinadascondições concernentes à gravidade da infração praticada contra o meio ambiente.

Responsabilidade Civil

Independentemente das responsabilidades administrativa e penal, tal como ocorre em outrospaíses, a Política Nacional do Meio Ambiente no Brasil encontra-se baseada no princípio dopoluidor-pagador, fundamentado na responsabilidade civil objetiva, isto é, aquela que prescindeapuração de culpa. O dever de reparar depende apenas do estabelecimento de um nexo de causae efeito entre a atividade desenvolvida pelo empreendimento e o dano causado.

A atual Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de1981, toma como pressuposto o fato de que não há dano ambiental a salvo da respectivarecuperação ou indenização. Desta forma, considera-se que mesmo emissões de poluentestoleradas pelos padrões legais estabelecidos poderão causar um dano ambiental e, portanto,sujeitar o causador do dano à reparação ou ao pagamento de uma indenização.

A legislação faculta ao Ministério Público instaurar inquérito civil de forma a reunirinformações acerca de possíveis irregularidades ou danos ambientais, o que pode resultar napropositura de uma ação judicial específica visando à proteção do meio ambiente e à reparaçãoaos danos causados, denominada ação civil pública. Nesses inquéritos é possível firmarcompromissos de ajustamento, prevendo a adoção de medidas tendentes a sanar asirregularidades ambientais e/ou reparar ou ainda indenizar os danos causados ao meio ambiente,evitando assim a propositura da ação civil pública.

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DIREITO CONCORRENCIALA Lei nº 8.884, de 13 de junho de 1994 (“Lei de Defesa da Concorrência”), tendo comoobjetivo precípuo a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, encontraseus fundamentos basilares na Constituição Federal de 1988, visto ser orientada pelos princípiosconstitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade,defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. Estes são igualmente osprincípios gerais orientadores da atividade econômica, previstos no artigo 170 e seguintes daConstituição.

Anteriormente à Constituição Federal de 1988, outros diplomas legais já continham algumasdisposições relativas à matéria. De fato, o marco da defesa da concorrência no Brasil foi aedição da Lei nº 4.137, de 10 de setembro de 1962, que continha regras genéricas sobre o abusodo poder econômico, com disposições muito amplas sobre o controle de atos e contratos quepudessem prejudicar a livre concorrência no mercado brasileiro. Foi essa lei que criou oConselho Administrativo de Defesa Econômica (“CADE”), órgão incumbido de aplicar a Lei deDefesa da Concorrência no Brasil.

Outros decretos e leis de menor importância foram posteriormente promulgados para tratardessa mesma questão. Em 8 de janeiro de 1991, foi promulgada a Lei nº 8.158 que, em conjuntocom a Lei nº 4.137 de 1962, acima mencionada, constituiu o arcabouço legal para a defesa daconcorrência, até a promulgação da atual Lei de Defesa da Concorrência.

A atual Lei de Defesa da Concorrência dá mais força e legitimidade ao CADE para controlar ereprimir os abusos de poder econômico, ao transformar aquele Conselho em autarquia federal,vinculada ao Ministério da Justiça.

A Lei de Defesa da Concorrência é aplicável a todo e qualquer ato praticado total ouparcialmente em território brasileiro, ou que nele venha a produzir efeitos, ainda que ocorridono exterior, estando previstas duas espécies de controle pelo CADE: o preventivo e orepressivo. Por um lado, controla-se atos que possam conduzir a posições dominantes nomercado. Por outro, investiga-se e sanciona-se atividades que violem a atividade econômica.

Tutela Preventiva

Quaisquer atos que possam limitar ou prejudicar a livre concorrência ou, ainda, resultar emdomínio de mercados relevantes de bens ou serviços devem ser submetidos à apreciação doCADE. De acordo com os critérios estabelecidos pela Lei de Defesa da Concorrência,dependem de aprovação do CADE fusões, incorporações, compra e venda de sociedades ouqualquer outra forma de agrupamento societário, sempre que (a) a sociedade ou grupo desociedades resultante destas operações passar a deter 20% do respectivo mercado relevante; ou(b) sempre que quaisquer das partes envolvidas tenha apurado um faturamento bruto anualequivalente a R$ 400 milhões, em seu último balanço. Com relação ao critério do faturamento,o CADE considera não apenas o faturamento bruto das empresas diretamente envolvidas naoperação sob análise, mas também o faturamento dos respectivos grupos econômicos, em

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âmbito mundial.

Operações que se enquadrarem nos critérios acima mencionados deverão ser submetidas àapreciação do CADE no prazo máximo de 15 dias úteis a contar da assinatura do primeirodocumento vinculativo entre as partes, sob pena de multa entre 60.000 e 6.000.000 UFIR’s7.

A documentação referente à operação deve ser entregue para a Secretaria de Direito Econômico(“SDE”), órgão do Ministério da Justiça responsável por investigar quaisquer irregularidades nosetor econômico e instaurar os processos administrativos pertinentes.

A decisão do CADE é definitiva, não recorrível administrativamente. Todavia, admite-serecurso ao poder judiciário. A decisão que não aprove uma operação também indicará, caso acaso, as medidas a serem implementadas pelas partes para reversão total ou parcial dos atos atéentão já praticados.

A operação poderá ser aprovada mesmo em face de eventual concentração econômica, se tiverpor finalidade aumentar a produtividade, melhorar a qualidade ou impulsionar odesenvolvimento tecnológico, sempre devidamente comprovados. O CADE será responsávelpelo estabelecimento das diretrizes de desempenho nos termos das quais uma operação queresulte em concentração econômica poderá ser aprovada.

Tutela Repressiva

A Lei de Defesa da Concorrência define critérios para caracterização de infrações à ordemeconômica, como tal considerados quaisquer atos que conduzam ou sejam capazes de conduzirà limitação, falsificação ou prejuízo da livre concorrência ou liberdade de iniciativa, controle demercados relevantes de bens ou serviços, aumento arbitrário de lucros, ou ainda exercícioabusivo de posição dominante. A Lei lista ainda, a título meramente exemplificativo, uma sériede práticas consideradas potencialmente lesivas à ordem econômica, entre as quais destacamos:vendas casadas, recusa de venda, acordo de preços entre concorrentes, divisão de mercado,vendas abaixo do preço, “underselling”, imposição de preços de revenda a distribuidores,varejistas e representantes, aumento injustificado de preços e lucros abusivos.

Conforme mencionamos, competirá à SDE investigar as práticas e irregularidades acimaindicadas, eventualmente instaurando processos administrativos. A decisão final quanto a taisprocessos caberá ao CADE.

Os processos administrativos podem ser instaurados pela SDE diretamente, ou porrepresentação escrita e fundamentada apresentada pelo Senado, pela Câmara Federal, porComissão do Congresso Nacional ou por qualquer parte interessada. Tanto a SDE como oCADE poderão solicitar informações a qualquer pessoa, órgão, autoridade ou entidade, públicaou privada. Tanto a SDE quanto o CADE poderão impor contra o infrator medidas preventivasque conduzam à cessação da infração, ou mesmo aplicar multas diárias, em caso dedescumprimento de uma de suas decisões.

����������������������������������������������������������7 A UFIR é uma taxa de referência, utilizada para fins de reajuste monetário, extinta em outubro de 2000, com seu valor congelado em

R$ 1,0641.

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Caso verificada infração, o CADE poderá aplicar as seguintes sanções:

(i) À empresa: multa de 1% a 30% do faturamento bruto apurado no seu último exercíciofiscal. O montante da multa não poderá ser inferior ao proveito obtido pela empresa pormeio da prática lesiva, quando quantificável;

(ii) Ao administrador: se for também considerado responsável pela infração, multa de 10% a50% do valor daquela aplicada à empresa.

As sanções acima poderão ser duplicadas em caso de reincidência e, independentemente disto,poderão ser acompanhadas de penalidades complementares, entre as quais se destacam:cancelamento de incentivos fiscais ou subsídios públicos, proibição de contratar cominstituições financeiras oficiais e participar de licitações públicas, cisão da sociedade,transferência de controle societário, e/ou venda de ativos, entre outras medidas consideradasadequadas para eliminar os efeitos da infração.

Prevê-se, ainda, com base na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, a possibilidade deimposição de pena de detenção aos administradores, como garantia da ordem pública e daordem econômica, quando houver prova da existência dos respectivos crimes e indíciosuficiente de autoria.

Agências Reguladoras

O Governo Federal criou diversas agências reguladoras, responsáveis por setores específicos daeconomia. Entre as principais delas, podemos citar:

• ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações;• ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica;• ANP – Agência Nacional do Petróleo;• ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres;• ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

A principal função das agências é controlar e regulamentar atividades de relevante interessepúblico, que gradualmente vêm sendo transferidas da esfera de atuação estatal para a privada.Por meio de sua atuação, mencionadas agências regulam a estrutura dos mercados sob seusrespectivos âmbitos de competência. Não obstante a criação de tais agências, o entendimentoora prevalecente é o de que remanesce ao CADE o direito-dever de exercer suas funçõespreventivas e repressivas, no âmbito da defesa da concorrência, mesmo em setores regulados.Em alguns casos, acordos de cooperação entre o CADE e as agências reguladores regulamentame disciplinam o exercício de suas respectivas competências, no exame de atos e contratos.

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DIREITO DO TRABALHOOs princípios orientadores do Direito do Trabalho encontram-se na Constituição Brasileira. Alegislação laboral básica, por sua vez, está contida na Consolidação das Leis do Trabalho –CLT, datada de 1943, havendo ainda dispositivos determinando direitos e deveres dosempregados e empregadores em Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho e em algumasleis específicas sobre determinadas matérias.

Empregado é toda pessoa que presta serviços regularmente a um empregador, com subordinaçãoe sob sua orientação, e mediante remuneração. Já o trabalhador autônomo é aquele que prestaserviços de forma independente, atuando por si próprio, determinando suas próprias tarefas,desenvolvendo seu próprio negócio e assumindo os riscos de suas atividades, sem estar sujeito aqualquer subordinação.

Por outro lado, a legislação trabalhista define empregador como sendo a empresa, individual oucoletiva, que assume os riscos da atividade econômica, admite, remunera os empregados edirige-lhes as atividades. É importante ressaltar que empresas que pertençam ao mesmo grupoeconômico, estando sob o mesmo controle ou direção, são solidariamente responsáveis pelocumprimento de obrigações de natureza trabalhista.

Contrato de Trabalho

O contrato individual de trabalho não exige formalidades, sendo que a contratação verbal éplenamente válida. Todavia, é imprescindível o registro da existência do contrato de trabalho naCarteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS do trabalhador no prazo de 48 horas a contarda contratação. A empresa, por sua vez, deverá manter registro específico de suas contrataçõesem livro próprio para tanto.

Normalmente, o empregado é contratado por um período indeterminado de tempo. Contratospor tempo determinado constituem exceção à regra, e como tal dependem de certos requisitos,quais sejam: (i) a natureza dos serviços justificar o estabelecimento de um período pré-determinado de tempo, (ii) a atividade empresarial ser de natureza temporária, ou (iii) tratar-sede contrato de experiência.

Direitos do Empregado

A relação de emprego enseja, desde logo e independentemente de menção específica nocontrato de trabalho, uma série de direitos essenciais assegurados pela legislação brasileira. Semprejuízo, legislação especial ou Convenções Coletivas de Trabalho podem assegurar adeterminadas categorias de empregados outros direitos ou direitos mais abrangentes. Osprincipais direitos dos empregados são:

(i) Remuneração: pode ser paga mensalmente, quinzenalmente, semanalmente, ou portarefa, dependendo das condições da contratação, não podendo ser inferior ao "saláriomínimo" fixado pelo Governo para todo o território nacional, ou ao eventual piso

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salarial estabelecido pela Convenção Coletiva de cada categoria profissional, o que formaior. A remuneração inclui alimentação, moradia ou qualquer outro benefício que aempresa proporcionar habitualmente ao empregado, por ajuste expresso ou tácito.Benefícios concedidos passam a integrar as condições do contrato de trabalho, nãopodendo ser reduzidos ou suprimidos.

(ii) Descanso Semanal Remunerado: Todos os empregados têm direito a um dia dedescanso remunerado, preferencialmente no domingo. A remuneração contratada embase mensal já inclui o pagamento do descanso semanal remunerado.

(iii) Férias: Após um ano de serviço na mesma empresa (chamado de período aquisitivo), oempregado tem direito a 30 dias de férias, salvo se houver faltado injustificadamentemais de cinco vezes ao serviço durante esse período. Caso não concedidas durante o anoseguinte ao período aquisitivo, denominado período concessivo, as férias serão devidasem dobro pelo empregador.

(iv) 1/3 Adicional de Férias: Os empregados têm o direito de receber um adicional de 1/3sobre a remuneração mensal normal, na época das férias anuais.

(v) 13º Salário: Em dezembro de todo ano, o empregador deve pagar ao empregado umaremuneração extra, conhecida como 13º salário, correspondente ao salário do mêsacrescido da média anual de outras verbas habitualmente pagas ao empregado durante oano.

(vi) Aviso Prévio: O contrato de trabalho por tempo indeterminado pode ser rescindido aqualquer tempo e sem justa causa, mediante aviso prévio de uma parte à outra. Se é oempregador quem toma a iniciativa da rescisão sem justa causa, deve conceder avisoprévio ao empregado de, no mínimo, 30 dias. Durante esse período, o empregado temdireito à redução de duas horas em jornada diária, ou à dispensa do trabalho por sete diasconsecutivos, sem prejuízo de sua remuneração. O empregador pode dispensar otrabalho do empregado no período de aviso prévio, mediante o pagamento deindenização correspondente.

(vii) Jornada de Trabalho: Ordinariamente, a jornada máxima de trabalho dos empregadosnão deve ultrapassar 8 horas por dia, perfazendo 44 horas por semana, considerandointervalo diário de 1 hora para refeição e descanso. Algumas categorias profissionaistêm regimes especiais no que se refere às jornadas de trabalho. Todo trabalho executadoalém dos limites legais é havido como extraordinário, sendo que sua remuneraçãomínima por hora deve ser 50% superior àquela da hora normal de trabalho. O pagamentode horas extras não se aplica aos empregados que exercem atividade externa, por serincompatível com a fixação de horário de trabalho, bem como aos gerentes, assimconsiderados os empregados que exercem cargos de gestão, aos quais se equiparam osdiretores e chefes de departamento ou filial. Ainda em relação a este assunto, caberessaltar que trabalho noturno é aquele executado entre dez horas da noite de um dia ecinco horas da manhã do dia seguinte. A hora de trabalho noturno dá ao trabalhador odireito de receber um adicional mínimo de 20% sobre o valor da hora diurna, o qualpode ser acumulado com o adicional de horas extras.

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(viii) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS: Pela Constituição Federal, todoempregado contratado após 5 de outubro de 1988 é automática e obrigatoriamentevinculado ao regime do FGTS, pelo qual o empregador é obrigado a depositarmensalmente, numa conta bancária bloqueada, em favor de cada empregado, a quantiacorrespondente a 8,5% de sua remuneração mensal. Sob esse regime, o empregadodispensado sem justa causa tem direito de sacar o total dos depósitos realizados peloempregador em sua conta de FGTS, acrescido de juros, correção monetária e mais umamulta de 50%. Contratos coletivos de trabalho podem prever uma indenização adicional.

(ix) Previdência Social: Todo empregado deve necessariamente estar filiado à PrevidênciaSocial oficial. A Previdência Social no Brasil é custeada pelas contribuições mensaisdos empregados, dos empregadores e do Estado. Após determinado período de filiação econtribuição, os empregados adquirem o direito aos benefícios previstos na legislaçãoprevidenciária.

Interrupção e Suspensão do Contrato de Trabalho

A interrupção do contrato de trabalho implica cessação temporária da efetiva prestação deserviços por parte do trabalhador, sem prejuízo de sua remuneração, benefícios ou contagem dotempo de serviço. Exemplos de hipóteses de interrupção são doença, licença maternidade ouférias anuais, entre outros casos.

Por sua vez, ocorre suspensão do contrato de trabalho quando cessa tanto a prestação efetiva deserviços pelo empregado, como também sua remuneração, contagem de tempo e demaisbenefícios, sem contudo ter-se terminado a relação de emprego. Como exemplos de hipótesesde suspensão do contrato de trabalho, podemos citar licenças não remuneradas e participaçãoem greves.

Extinção do Contrato de Trabalho

De acordo com a legislação brasileira, a relação de trabalho pode encerrar-se por iniciativa doempregador, do empregado, ou ainda pelo decurso do tempo. Independentemente da causa, oinstrumento de rescisão do contrato de trabalho deve especificar o motivo pelo qual a relação deemprego se encerra, e discriminar os valores pagos ao trabalhador, valendo como recibo para aempresa. Caso os valores devidos não sejam pagos ao empregado, o empregador ficará sujeito amulta, bem como ao pagamento, a título de indenização, de montante equivalente a um saláriodo empregado. Finalmente, caso o empregado tenha trabalhado durante mais de um ano, oinstrumento de rescisão apenas será válido se confeccionado com assistência do respectivoSindicato, ou então se firmado perante autoridade do Ministério do Trabalho.

Quando a iniciativa do término da relação de emprego é do empregador, tal pode se dar com ousem justa causa.

(i) Dispensa por Justa Causa: somente pode ocorrer se forem cometidas faltas graves, talcomo definidas em Lei. Entre os principais casos, destacamos:

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(a) ato de improbidade;

(b) negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão do empregador,quando tal (i) consistir em ato de concorrência à empresa para a qual trabalha oempregado, ou (ii) for prejudicial ao serviço;

(c) condenação criminal do empregado, transitada em julgado, caso não tenhahavido suspensão da pena;

(d) embriaguez habitual ou em serviço;

(e) violação de segredo da empresa;

(f) ato de indisciplina ou insubordinação;

(g) abandono de emprego.

Se o empregado é demitido por justa causa, terá direito somente à remuneração referente aosdias já trabalhados no mês e às férias vencidas, acrescidas de um terço.

(ii) Dispensa sem Justa Causa: Caso a dispensa do trabalhador se dê sem justa causa, poriniciativa do empregador, aquele terá direito ao recebimento das seguintes parcelas:

(a) saldo de salários;

(b) 30 dias de aviso prévio;

(c) 13º salário proporcional (calculado com base no último salário);

(d) férias simples ou em dobro, se houver;

(e) adicional de um terço relativo a férias; e

(f) liberação dos depósitos do FGTS, acrescidos de multa de 50% sobre a quantiatotal depositada a esse título em nome do empregado, durante seu contrato detrabalho.

O contrato de trabalho individual e a convenção coletiva aplicável podem prever outrosbenefícios a serem igualmente levados em consideração, quando da rescisão contratual.

(iii) Pedido de Demissão: quando a iniciativa do término da relação de emprego é dopróprio empregado, este terá direito a todas as verbas relacionadas acima, com exceçãodo aviso prévio e do levantamento dos depósitos do FGTS acrescidos da multa de 50%.Ademais, quando o empregado se demite antes de completar um ano de trabalho com omesmo empregador, não tem direito ao pagamento de férias proporcionais.

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(iv) Dispensa Indireta: o trabalhador poderá dar por rescindido seu contrato de trabalho,pleiteando a respectiva indenização, quando:

(a) forem a ele exigidos serviços superiores a suas forças, contrários à lei e aos bonscostumes ou alheios a seu contrato de trabalho;

(b) for tratado por superiores hierárquicos com rigor excessivo;

(c) correr perigo manifesto de mal considerável;

(d) o empregador não cumprir seus deveres contratuais;

(e) o empregador praticar atos que lesem sua honra ou fama, ou aquelas de seusfamiliares;

(f) o empregador o ofender fisicamente;

(g) o empregador reduzir seus afazeres, de forma a afetar consideravelmente aimportância do salário percebido pelo empregado.

Em qualquer das hipóteses acima mencionadas, as verbas rescisórias devidas pelo empregadordevem ser pagas dentro de no máximo dez dias a contar da data do pedido de demissão ou doaviso prévio, quando o respectivo período é indenizado. De outra forma, caso o empregadotrabalhe durante o período do aviso prévio, as verbas rescisórias devidas pelo empregadordevem ser pagas no primeiro dia útil após o seu término. Cabe ressaltar que, caso nãocumpridos os prazos acima mencionados, o empregador ficará sujeito à aplicação de multaequivalente a um mês da remuneração do empregado.

Contratos por Tempo Determinado

Por regra, o contrato de trabalho celebrado por tempo determinado cessa com o advento de seutermo. Embora neste caso o empregador não deva nenhuma indenização ao trabalhador, a estedeverão ser pagos os respectivos valores a título de:

(i) 13º salário proporcional (calculado com base no último salário);

(ii) férias vencidas, se houver;

(iii) adicional de um terço relativo a férias; e

(iv) liberação dos depósitos do FGTS.

Caso o empregador decida terminar a relação de emprego por tempo determinado antes doadvento do termo estipulado, deverá indenizar o trabalhador em metade do valor correspondenteaos salários a que faria jus o trabalhador até o final do termo originalmente estipulado. Por outrolado, caso a iniciativa de término seja do trabalhador, este será responsável por danos a que sesujeite o empregador em decorrência da cessação de sua prestação de serviços. Não obstante, o

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montante em que o trabalhador deverá indenizar o empregador não deverá exceder aquele que aele seria devido, caso fossem inversas as situações.

Trabalhadores Estrangeiros

Em relação à mão de obra estrangeira, a política laboral brasileira adota o princípio daproporcionalidade, mediante o qual, salvo exceções, toda empresa deve assegurar que ao menosdois terços de seu pessoal seja brasileiro. Essa proporção aplica-se tanto ao número deempregados como à folha de pagamento, ou seja, dois terços dos salários pagos por qualquerempresa no Brasil também deve se destinar a empregados brasileiros. Da mesma forma, oprincípio da proporcionalidade não permite que seja pago a um trabalhador brasileiro salárioinferior ao de um estrangeiro que exerça a mesma função. Finalmente, outra implicação doprincípio da proporcionalidade consiste no fato de que, se necessária a dispensa de umtrabalhador, o estrangeiro será dispensado antes do brasileiro que execute a mesma tarefa.

Controle de Imigração

A entrada de estrangeiros em território brasileiro depende da prévia concessão do respectivovisto. As regras básicas acerca da matéria encontram-se na Lei nº 6.815, de 19 de agosto de1980 ("Estatuto dos Estrangeiros"), que regulamenta, entre outros assuntos, o ingresso epermanência de estrangeiros no Brasil, sua identificação, procura de colocação, atividadeprofissional e outras, aquisição da nacionalidade brasileira, extradição, expulsão e deportação,bem como estabelece os direitos e deveres recíprocos do estrangeiro e do Governo brasileiro.

De acordo com a legislação brasileira, inclusive trabalhista, cidadãos estrangeiros residenteslegalmente no Brasil possuem os mesmos direitos que cidadãos brasileiros. Sem prejuízo, aautorização para que estrangeiros trabalhem no Brasil depende de alguns requisitos, comoveremos mais à frente.

A política brasileira de imigração é controlada pelo Conselho Nacional de Imigração, órgãosubordinado ao Ministério do Trabalho e Emprego. A concessão de vistos está subordinada aosinteresses nacionais, sendo que a posse ou propriedade de bens no Brasil não ensejaautomaticamente a obtenção de qualquer tipo de visto ou autorização de permanência.Concretamente falando, os vistos são concedidos aos estrangeiros por missões diplomáticas ououtras repartições consulares. A lei prevê os seguintes tipos de visto:

(i) para trânsito;

(ii) de turista;

(iii) temporário;

(iv) permanente;

(v) de cortesia;

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(vi) oficial; e

(vii) diplomático.

Visto de Trânsito

Para que estrangeiros transitem pelo território brasileiro a caminho de outro país, precisarãoobter um visto de trânsito, exceto se sua viagem se der de modo ininterrupto. Caso a interrupçãoda viagem se dê apenas por escala referente ao meio de transporte, o visto de trânsito tambémnão será exigido. Uma vez concedido, tal visto permite uma única permanência de no máximodez dias, em caráter improrrogável.

Visto de Turista

Concedido ao estrangeiro que não tenha objetivo imigratório, ou de exercício de atividaderemunerada no Brasil, mas apenas recreação e visita. Turistas não podem permanecer emterritório brasileiro indefinidamente. O visto de turista terá validade máxima de cinco anos,permitindo múltiplas entradas no território. Cada estadia não poderá exceder 90 dias, sendopossível a prorrogação por uma vez, por até igual período, não excedendo 180 dias por ano. Ogoverno brasileiro assinou diversos tratados internacionais garantindo tratamento recíproco paraturistas. Desta forma, turistas oriundos de países que dispensam a apresentação de vistos paraentrada de brasileiros em seus territórios têm igualmente dispensada referida apresentação paraingresso no Brasil.

Visto Temporário

Vistos temporários podem ser concedidos ao estrangeiro em uma das hipóteses previstas em lei.Esta espécie de visto o autoriza a permanecer em território brasileiro por determinado períodode tempo. O visto permite ainda que o estrangeiro se ausente do país para então retornar, desdeque o faça dentro do prazo de estadia originalmente estipulado. Finalmente, a concessão evigência de determinado tipo de visto não impede que o estrangeiro requeira e que lhe sejaconcedido novo visto, de tipo igual ou diverso.

De acordo com a legislação brasileira, as situações que ensejam concessão de vistos temporáriossão as seguintes:

(i) viagem cultural ou missão de estudos;

(ii) viagem de negócios;

(iii) como artista ou atleta;

(iv) como estudante;

(v) como cientista, professor, técnico ou outro profissional qualificado, mediante contratocom uma organização local ou para prestar serviços ao Governo brasileiro;

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(vi) como correspondente estrangeiro de jornais, revistas, rádio, televisão ou agência denotícias estrangeira; e

(vii) como missionário.

Estrangeiros em viagem de negócios, artistas e atletas podem permanecer no território nacionalpor até 90 dias, prorrogáveis por até igual período, a critério das autoridades imigratórias.

Estrangeiros em missão cultural, cientistas, professores, técnicos e correspondentes estrangeirospoderão permanecer enquanto durar a atividade a que estão ligados, limitado o prazo àqueleprevisto em lei. Os vistos temporários são renováveis por período igual ao de sua concessãoinicial.

Caso o objetivo do estrangeiro seja exercer qualquer atividade remunerada no territóriobrasileiro, sua entrada no território nacional dependerá de obtenção, conforme o caso, de vistotemporário ou permanente. O visto temporário será concedido somente a artistas, atletas,cientistas, técnicos, professores e profissionais estrangeiros qualificados que atenderem asexigências do Conselho Nacional de Imigração e que tenham seu contrato de trabalho aprovadopelo Ministério do Trabalho e Emprego, salvo se estiverem visitando o Brasil para prestarserviços ao Governo brasileiro. O estrangeiro deverá também apresentar comprovante de quepossui meios para se sustentar e a sua família enquanto permanecer no Brasil.

Os titulares de visto temporário têm direito de trazer para o Brasil seus pertences, excetoveículos automotores, e seus equipamentos profissionais. Tais bens serão admitidos no Brasilsob as regras especiais do regime de admissão temporária, para o qual não é exigida guia deimportação, embora certas formalidades tenham de ser cumpridas.

Os titulares de visto temporário estão sujeitos a certas restrições como, por exemplo, não seestabelecer sob a forma de empresa individual nem se tornar gerente, diretor ou administradorde sociedades. Os dependentes dos titulares de vistos temporários e os estudantes estrangeirosnão poderão exercer atividade remunerada. Além disso, os estrangeiros que entrarem no Brasilcom visto temporário, mas sob contrato de trabalho, só poderão exercer atividade remunerada àsempresas que os contrataram.

Atividades Remuneradas

Conforme previamente mencionado, o exercício de qualquer atividade remunerada peloestrangeiro junto a empresas brasileiras, em território nacional, depende de prévia concessão devisto temporário ou permanente, conforme o caso. É importante salientar, desde logo, que casoo exercício de referida atividade ocorra em desacordo com as regras atinentes ao visto obtido, aempresa ficará sujeita a aplicação de multas pelas autoridades brasileiras, e o estrangeiro poderávir a ser deportado.

Prestação de Serviços Técnicos

O estrangeiro pode obter uma autorização de trabalho e visto temporário se sua vinda ao Brasil

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ensejar transferência de tecnologia, ou caso venha prestar serviços de assistência técnicadecorrentes de contrato entre empresa brasileira e estrangeira. Nestes casos, todavia, destacamosalguns requisitos para a concessão do visto: a demanda dos serviços pela empresa brasileiradeve ser esporádica e os serviços em si específicos e estranhos à atividade ordinária dasociedade; e as atividades a serem desempenhadas pelo estrangeiro devem ser especializadas atal ponto de não poderem ser realizadas por mão de obra disponível no Brasil. Alertamos, ainda,que os respectivos contratos de assistência técnica ou transferência de tecnologia deverão serlevados à averbação perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O visto temporárioconcedido nas hipóteses ora mencionadas terá validade máxima de dois anos, prorrogáveis porigual período, não podendo ser transformado em visto permanente.

Contratos de Trabalho com Estrangeiros

É possível ao estrangeiro requerer concessão de visto temporário para exercício no Brasil deatividade remunerada, mediante vínculo empregatício com empresa brasileira. Nestes casos, orespectivo pedido deverá ser encaminhado para análise do Ministério do Trabalho e Emprego,acompanhado de documentos que evidenciem e comprovem a qualificação e experiênciaprofissional do estrangeiro, demonstrando compatibilidade com a atividade que se pretendadesenvolver em território nacional. São requisitos para a concessão de visto nesta hipótese: (a)experiência de dois anos no exercício de profissão de nível superior; ou (b) experiência de trêsanos no exercício de profissão de nível médio, com escolaridade mínima de nove anos. Seráainda necessário que a empresa brasileira justifique ao Ministério do Trabalho e Emprego osmotivos da contratação de estrangeiros para os postos em questão.

Visto Permanente

O visto permanente é aquele expedido para o estrangeiro que pretende ingressar no Brasil comobjetivos imigratórios, ou seja, para aqui permanecer indefinidamente. Nos termos da legislaçãoaplicável, a concessão do visto permanente está condicionada a certas qualificações, de modoque as habilidades oferecidas pelo estrangeiro precisam ser especializadas, facilitando assim oaumento da produtividade, assimilação tecnológica e atração de recursos a setores específicosda economia e, evidentemente, precisam também satisfazer os critérios de seleção do ConselhoNacional de Imigração. Um estrangeiro com residência permanente poderá deixar o país eretornar sem visto de entrada, desde que permaneça no exterior por menos de dois anos.

Cargos de Gestão

No que se refere a vistos permanentes para estrangeiros que sejam diretores ou executivos, ouque ocupem quaisquer outros cargos de gestão, e que venham ao Brasil para exercer tais cargosem empresas brasileiras, sua efetiva concessão fica condicionada, pelo prazo de até cinco anos,ao efetivo exercício de função que a ele seja designada em ato societário devidamente registradonos órgãos públicos competentes.

Nestes casos, a concessão de visto apresenta alguns outros requisitos, quais sejam:

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(i) a empresa brasileira em questão deverá comprovar que nela foi investido, porestrangeiro contratado, valor igual ou superior a US$ 200.000,008, ou equivalente emoutras moedas, seja por investimento em moeda, transferência de tecnologia, ou outrosbens de capital. O comprovante deste investimento deverá ser feito pelos competentesregistros de capital estrangeiro mantidos perante o Banco Central do Brasil, ou pelaapresentação do correspondente contrato de câmbio por meio do qual os recursos foramremetidos ao Brasil, acompanhado neste último caso de documentos societários queevidenciem seu aproveitamento para o aumento do capital social da empresa brasileira; e

(ii) a empresa brasileira deve haver gerado durante o ano anterior à contratação doestrangeiro, no mínimo, crescimento da folha salarial igual ou superior a 20% ou a 240salários mínimos9, crescimento este decorrente de novos empregos.

Concomitância

Segundo determina a legislação brasileira, estrangeiros que exerçam cargos de gestão emempresas brasileiras, nos moldes acima comentados, não podem ter suas funções modificadaspassando a exercer novas atividades na mesma empresa, tampouco poderão exercer as mesmasou novas funções em outras empresas do mesmo grupo ou conglomerado econômico, sem quepara tanto tenha sido previamente autorizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Grupo ouconglomerado econômico são considerados pela legislação brasileira como o conjunto deempresas que possua, direta ou indiretamente, o mesmo controlador ou que mantenha, direta ouindiretamente, entre si, vínculos de coligação ou controle.

Quando da eventual solicitação ao Ministério do Trabalho e Emprego de autorização paraexercício de cargos de gestão em concomitância, o estrangeiro deverá, adicionalmente aosprocedimentos adotados para a obtenção de seu visto permanente, acima descritos:

(i) apresentar o respectivo requerimento, fazendo referência ao processo que originou seuvisto inicial;

(ii) comprovar o vínculo associativo existente entre as empresas do grupo ou conglomeradoeconômico;

(iii) apresentar o ato de indicação para os cargos que ocupará em todas as empresas; e

(iv) apresentar uma carta de anuência para o exercício de cargo em concomitância, firmadapela empresa para a qual o estrangeiro foi inicialmente autorizado.

Nestes casos, todavia, dispensa-se a comprovação, para cada dirigente estrangeiro, doinvestimento mínimo de US$ 200.000,00 acima mencionado, para cada empresa do grupo ouconglomerado econômico, na qual o estrangeiro exerce concomitantemente uma outra função.����������������������������������������������������������8 Para obtenção de visto permanente para estrangeiros provenientes da Argentina, o investimento mínimo requerido é de US$

100.000,00, nos termos do Acordo sobre Facilitação de Atividades Empresariais, celebrado entre o Brasil e a Argentina, em 15 defevereiro de 1996.

9 O salário mínimo nacional é de R$ 260,00.

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Bastará que inicialmente se tenha comprovado tal investimento, quando da obtenção original deseu visto permanente.

Vistos no Mercosul

Por meio da Decisão nº 16 de 15 de dezembro de 2003, o Conselho do Mercado Comum doMercosul estabeleceu o Acordo para Criação do “Visto Mercosul”, acordo este ainda pendentede ratificação interna pelos Estados Parte, incluindo o Brasil.

O Acordo tem como objetivo facilitar a circulação temporária de cidadãos dos Estadosmembros do Mercosul, que venham a prestar serviços em outros Estados membros. Entre asatividades previstas no Acordo, está o exercício de cargos de gestão de empresas. Nestes casos,poderá ser concedida ao estrangeiro permanência de até dois anos, prorrogáveis, uma vez, porigual período.

Diferentemente das regras gerais aplicáveis à obtenção de visto permanente acima mencionadas,todavia, a concessão do "Visto Mercosul" não estará condicionada a qualquer prova denecessidade econômica pelo requerente, tampouco a qualquer autorização prévia de naturezatrabalhista. Ficam ainda dispensados o atendimento ao princípio da proporcionalidade, no quetoca à nacionalidade dos contratados, e a necessidade de paridade de salários com trabalhadoresnacionais. Portanto, a obtenção deste visto, após vigente o Acordo, dependerá apenas dacomprovação da nomeação do estrangeiro para o respectivo cargo.

Reforma Trabalhista

Por fim, destacamos que o atual Governo Brasileiro está empenhado em promover uma reformana legislação trabalhista vigente, de modo a flexibilizar a relação entre empregados eempregadores. A título exemplificativo, destacamos alguns dos assuntos relacionados a estareforma:

(i) Banco de Horas: permitiria à empresa adequar as jornadas de seus trabalhadores àsvariações de sua atividade;

(ii) Suspensão do contrato de trabalho: a empresa poderia suspender o contrato de trabalhopor dois a cinco meses, oferecendo curso de qualificação ao trabalhador;

(iii) Adoção de rito sumaríssimo em matéria de direito do trabalho: haveria uma reduçãosubstancial de prazos e procedimentos em causas trabalhistas com valor de até 40salários mínimos, que atualmente equivalem a 45% de todas as ações trabalhistas. Como novo procedimento, soluções poderiam ser obtidas em apenas uma audiência; e

(iv) Comissões de conciliação prévia: formada por representantes de sindicatos deempregados e de empregadores, solucionaria preventivamente e de maneira ágilconflitos trabalhistas que de outra forma poderiam perdurar por anos, em processosjudiciais.

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TRIBUTAÇÃO NO BRASILA Constituição Federal de 1988 atribui competência tributária à União Federal, aos Estados, aoDistrito Federal e aos Municípios. O Código Tributário Nacional de 1966, recepcionado pelaConstituição de 1988, dispõe sobre os entes políticos que podem instituir e cobrar tributos.

Os tributos instituídos por quaisquer das mencionadas três esferas do governo, todavia, deverãosempre respeitar certos princípios de Direito Tributário, assegurados pela Constituição Federal.Entre eles, destacamos:

(i) Princípio da legalidade: todo e qualquer tributo deve ser instituído por lei, que deverádescrever em detalhes todos os elementos da incidência do respectivo tributo, incluindoquem será seu contribuinte, qual a base de cálculo, a alíquota, onde e quando se poderáconsiderá-lo devido.

(ii) Princípio da não retroatividade: não se poderá tributar fatos ocorridos antes da vigênciada lei que institui o tributo ou o majorou.

(iii) Princípio da anterioridade: salvo algumas exceções, relacionadas geralmente a tributosutilizados para implementação de políticas econômicas, chamados de tributos “extra-fiscais”, não será cobrado tributo no mesmo exercício em que seja publicada a lei que oinstituiu ou o majorou.

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Tabela Sinótica dos Principais Tributos Brasileiros

Tributo Base de Cálculo e/ou FatoImponível Alíquota

IRPJ Lucro real, presumido ou arbitrado 15%

Adicional de IRPJ Lucro real, presumido ou arbitrado 10% sobre a parcela que exceder R$240.000,00 por ano

IR na Fonte – remessas ao exterior

Rendimentos e ganhos de capitalauferidos por não residentesremetidos por fontes pagadorassituadas no Brasil

15% ou 25%, de acordo com a naturezado rendimento

IPIPreço de venda na saída doestabelecimento industrial ou naimportação

Variável, de acordo com a classificaçãodo produto

IOFOperações de crédito, câmbio,seguros e sobre títulos e valoresmobiliários

Variável, de acordo com a natureza daoperação

CSL Lucro líquido ajustado 9%

PIS Faturamento (receita bruta daempresa)

1,65% sob o regime não-cumulativo e0,65% para o regime cumulativo

COFINS Faturamento (receita bruta daempresa)

7,6% sob o regime não-cumulativo e3% para o regime cumulativo

CPMFMovimentações financeiras,representadas especialmente pordébito em conta corrente

0,38%

CIDE - Remessas ao Exterior

Pagamento de royalties eremuneração por transferência detecnologia do exterior e prestaçãode serviços técnicos

10%

CIDE – combustíveis Comercialização e importação decombustíveis

Variável, dependendo da natureza docombustível

ICMS Valor da Operação 7% a 25%

ISS Preço dos serviços 2% a 5%II Valor aduaneiro do produto (CIF) 0% a 35%

ITCMDValor de bens ou direitostransmitidos por doação ousucessão

Determinada por legislação estadual,entre 2% e 6%

ITBITransmissão da propriedade debens imóveis e direitos a elesconexos

Determinada por legislação municipal,não podendo exceder 8%

IPTUPropriedade, domínio útil, ouposse de bem imóvel, localizadoem áreas urbanas

Determinada por legislação municipal

IESaída do território Brasileiro deproduto nacional ou nacionalizado,indicados por ato da CAMEX

Em regra 30%, sendo possível adeterminação de outras alíquotas, até olimite de 150%. Atualmente, todavia,grande parte dos produtos goza dealíquota zero.

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Tributos Federais

Imposto sobre a Renda

O Imposto Sobre a Renda (“IR”) incide sobre rendimentos e ganhos de capital auferidos porpessoas naturais residentes no Brasil, à alíquota de 15% ou 27,5%, de maneira progressiva, deacordo com o nível de renda do contribuinte.

Quanto às pessoas jurídicas, o IR incide à alíquota de 15% sobre o lucro tributável auferido,apurado ao final de cada exercício trimestral ou anual. É ainda cobrado um adicional de impostode 10% sobre a parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder R$ 240.000,00 porano. O lucro real tributável é determinado após deduzir-se custos e despesas necessários àprodução da receita anual, dos ganhos brutos decorrentes da atividade normal da empresa e dequalquer negócio incidental. Alguns desses custos e despesas não são dedutíveis, em vista desua natureza ou da quantia envolvida. Há também certas hipóteses de isenção de impostoquando da apuração do lucro tributável da sociedade.

É ainda possível que pessoas jurídicas optem por ser tributadas com base no chamado lucropresumido, e não com base no lucro real. Segundo o regime da tributação baseada no lucropresumido, será primeiramente aplicada à receita operacional da empresa uma determinadaalíquota, de acordo com seu ramo de atividade, para então determinar-se a base de cálculo sobrea qual incidirá o tributo. Para que seja possível a escolha pelo regime de tributação com base nolucro presumido, é necessário que a pessoa jurídica em questão apresente receita bruta total, noano-calendário anterior, igual ou inferior a R$ 48.000.000,00, ou a R$ 4.000.000,00multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a12 meses.

As pessoas residentes no Brasil são tributadas por seus rendimentos e ganhos de capital,independentemente do local em que são auferidos.

Há limites à compensação de prejuízos fiscais. Os prejuízos acumulados em exercíciosanteriores somente poderão ser compensados em 30% do lucro tributável apurado em cadaperíodo fiscal, não havendo prazo para que referida compensação seja realizada.

Lucros e dividendos distribuídos ou pagos por fontes brasileiras, gerados a partir de 1º dejaneiro de 1996, estão isentos de tributação.

Não há distinção na tributação de empresas sob controle brasileiro ou estrangeiro. Da mesmaforma, não há diferença de tributação aplicável às filiais de empresas estrangeiras no Brasil. Oslucros das filiais são considerados automaticamente à disposição da matriz, não importando se equando forem feitas as correspondentes remessas ao exterior.

As holdings estão sujeitas ao regime tributário aplicável às pessoas jurídicas acimamencionadas. O IR é devido somente sobre a receita direta obtida pela holding, isto é, receitadecorrente de suas atividades comerciais, uma vez que a receita indireta, isto é, os lucrosauferidos pelas subsidiárias, já foram tributados diretamente nas subsidiárias pelo IR

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IR na Fonte

Rendimentos, ganhos de capital e demais proventos pagos, creditados, entregues ou remetidospor fontes situadas no Brasil a pessoas naturais ou jurídicas residentes ou domiciliadas noexterior estão sujeitos à retenção do IR na fonte, à alíquota genérica de 15%. De outro modo,será de 25% a alíquota quando os valores forem referentes a trabalho ou prestação de serviços,ou quando os beneficiários dos rendimentos forem pessoas residentes ou domiciliadas emlocalidades com tributação favorecida, assim entendidas aquelas em que a renda não é tributada,ou quando a alíquota máxima instituída para referida tributação for inferior a 20%.10

A alíquota será zero quando decorrer de lucros e dividendos gerados por empresas brasileiras apartir de janeiro de 1996. Finalmente, ressalvam-se alíquotas especiais eventualmente previstasem tratados para evitar a dupla tributação que hajam sido celebrados pelo Brasil11.

Transferência de Investimentos no Exterior

A Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (“Lei nº 10.833/03”), dispõe que, a partir de 1º defevereiro de 2004, “o adquirente, pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil, ouo procurador, quando o adquirente for residente ou domiciliado no exterior, fica responsávelpela retenção e recolhimento do IR incidente sobre o ganho de capital a que se refere o artigo 18da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, auferido por pessoa física ou jurídica residente oudomiciliada no exterior que alienar bens localizados no Brasil.” Anteriormente à vigência dereferida Lei, operações envolvendo alienação ou disposição de bens ou direitos localizados noBrasil, realizadas por pessoas naturais ou jurídicas sediadas no exterior, não se sujeitavam àincidência de IR. A Receita Federal editou a Instrução Normativa nº 407, de 17 de março de2004, regulamentando mencionada Lei. Não obstante a edição de mencionada InstruçãoNormativa, é discutível a interpretação desse dispositivo legal, ensejando dúvidas quanto àhipótese de tributação que parece estabelecer.

O adquirente estrangeiro poderá efetuar o registro do capital em montante igual àquele outroraem poder da empresa vendedora, independentemente do preço pago pelo investimento noexterior. Neste caso, deverá ser efetuada a mudança no número de registro do Módulo RDE –IED do Banco Central do Brasil, de modo a refletir o nome do novo investidor estrangeiro, paraque este possa remeter/reinvestir lucros e repatriar seu capital.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (“CSL”) aplica-se a empresas brasileiras,inclusive instituições financeiras, e sua base de cálculo é o lucro líquido do exercício, antes da����������������������������������������������������������10 De acordo com a Instrução Normativa nº 188 de 2002 da Secretaria da Receita Federal, são considerados paraísos fiscais os

seguintes países: Andorra, Anguilla, Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Aruba, Comunidade das Bahamas, Bahrein,Barbados, Belize, Ilhas Bermudas, Campione D`Italia, Ilhas do Canal (Alderney, Guernsey, Jersey e Sark), Ilhas Cayman, Chipre,Cingapura, Ilhas Cook, República da Costa Rica, Djibouti, Dominica, Emirados Árabes Unidos, Gibraltar, Granada, Hong Kong,Lebuan, Líbano, Libéria, Liechtenstein, Luxemburgo (no que respeita às sociedades holding regidas, na legislação luxemburguesa,pela Lei de 31 de julho de 1929), Macau, Ilha da Madeira, Maldivas, Malta, Ilha de Man, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Mônaco,Ilhas Montserrat, Nauru, Ilha Niue, Sultanato de Omã, Panamá, Federação de São Cristóvão e Nevis, Samoa Americana, SamoaOcidental, San Marino, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Seychelles, Tonga, Ilhas Turks e Caicos, Vanuatu, Ilhas VirgensAmericanas e Ilhas Virgens Britânicas.

11 Vide lista dos países com quem o Brasil celebrou mencionados tratados, no capítulo desta publicação sobre Direito Societário.

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provisão do IR, ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislaçãotributária. A base de cálculo apurada poderá ser reduzida por compensação da base de cálculonegativa apurada em períodos anteriores, até o limite de 30%.

Aplica-se à incidência da CSL o princípio da universalidade, portanto englobando lucros,rendimentos e ganhos de capital auferidos por empresas brasileiras, ainda que no exterior.

A Emenda Constitucional nº 33, de 11 de dezembro de 2001, promoveu diversas alterações naConstituição Federal, inclusive de ordem tributária. Por meio de referida emenda, ficouestabelecido que, a partir de 12 de dezembro de 2001, receitas decorrentes de atividades deexportação passariam a ser imunes à tributação por contribuições sociais.

Embora o Fisco federal brasileiro já tenha tentado defender posição diversa, é possívelargumentar que a imunidade introduzida pela Emenda Constitucional mencionada se referetambém à CSL, uma vez que, por um lado, receita também é base de cálculo da CSL, como nocaso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, e, por outro lado, mesmo olucro eventualmente auferido por empresas exportadoras que apuram a CSL com base no lucroreal só poderá existir e ser apurado a partir da obtenção de uma receita de exportação, por suavez imune à tributação por contribuições sociais, nos termos da referida Emenda Constitucional.

A CSL incide à alíquota de 9%, aplicável a todas as pessoas jurídicas, inclusive instituiçõesfinanceiras. Desde 1997, a CSL deixou de ser dedutível para efeitos de determinação da base decálculo do IR (lucro real).

Programa de Integração Social eContribuição para Financiamento da Seguridade Social

O Programa de Integração Social (“PIS”) e a Contribuição para Financiamento da SeguridadeSocial (“COFINS”) incidem, desde fevereiro de 1999, sobre o faturamento das empresas, porsua vez consistente na totalidade das receitas por elas auferidas, independentemente de suaclassificação contábil.

A Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 (“Lei nº 10.637/02”), introduziu uma novasistemática de tributação pelo PIS, a sistemática não-cumulativa, segundo a qual a contribuiçãoincide apenas sobre o valor agregado pelo contribuinte em cada etapa da cadeia produtiva ecomercial. O PIS incide à alíquota de 1,65%. Não obstante, nem todas as pessoas jurídicas estãosujeitas ao PIS não-cumulativo, e algumas sociedades continuam sendo tributadas pelo regimecumulativo, total ou parcialmente, dependendo do tipo de atividade exercida e da natureza desuas receitas, conforme os requisitos estabelecidos pela legislação. O regime cumulativo segueas regras de tributação constantes da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998 (“Lei nº9.718/98”), e adota a alíquota única de 0,65%.

O regime não-cumulativo de incidência da COFINS foi criado pela Lei nº 10.833/03, sendoaplicável aos fatos imponíveis ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 2004. Na sistemática danão-cumulatividade da COFINS, a alíquota passou a ser de 7,6%. Porém, para assegurar oregime de não-cumulatividade, o legislador permitiu o reconhecimento de créditos, em sua

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maioria relacionados às aquisições de bens e serviços necessários à consecução da atividade dapessoa jurídica.

Cabe notar que a nova sistemática da COFINS não é aplicável a todas as pessoas jurídicas, nema todas as suas receitas. Do mesmo modo que ocorre no PIS, respeitados certos requisitosestabelecidos em lei, relacionados às atividades exercidas pela pessoa jurídica, ela poderácontinuar sujeita, total ou parcialmente, ao antigo regime de cobrança da COFINS, ou seja, aoregime cumulativo. O regime cumulativo segue as regras de tributação constantes da Lei nº9.718/98, e adota a alíquota única de 3%.

É ainda importante comentar que por meio da edição da Medida Provisória nº 164,posteriormente convertida na Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, o PIS e a COFINS passarama incidir também em operações relativas à importação de produtos ou serviços estrangeiros, apartir de 1º de maio de 2004 (“PIS – Importação” e “COFINS – Importação”). Nestas hipóteses,considera-se como fato imponível dos tributos: (a) a entrada de bens estrangeiros no territórionacional; ou (b) o pagamento, crédito, entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentesou domiciliados no exterior, como contraprestação por serviço prestado.

Os serviços objeto de tributação pelo PIS – Importação e pela COFINS – Importação sãoaqueles provenientes do exterior, prestados por pessoa natural ou jurídica residente oudomiciliada no exterior, e englobam aqueles (a) executados no Brasil, ou (b) executados noexterior, cujo resultado se verifique no Brasil.

Os contribuintes de mencionados tributos são: (a) o importador, assim considerada a pessoanatural ou jurídica que promova a entrada de bens no território nacional; (b) a pessoa natural oujurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e (c) o beneficiário doserviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior.

A base de cálculo das contribuições será: (a) na importação de bens, o valor aduaneiro queservir ou que serviria de base para o cálculo do Imposto de Importação (“II”), acrescido domontante desse imposto e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (“ICMS”)devidos, além do valor das próprias contribuições; ou (b) na contratação de serviçosprovenientes do exterior, o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para oexterior, antes da retenção do IR, acrescido do Imposto Sobre Serviços (“ISS”) e do valor daspróprias contribuições.

Para a cobrança do PIS – Importação e da COFINS – Importação aplicam-se, em regra, asmesmas alíquotas previstas para as demais hipóteses de incidência, aplicadas sob o regime não-cumulativo, acima comentado.

O vencimento de tais exações será: (a) na data do registro da Declaração de Importação (“DI”),na hipótese da importação de bens; (b) na data do pagamento, crédito, entrega, emprego ouremessa, no caso da importação de serviço ou, em circunstâncias específicas; e (c) na data dovencimento do prazo de permanência do bem em recinto alfandegado.

Ademais, em relação às pessoas jurídicas sujeitas à sistemática da não-cumulatividade, opagamento das contribuições sobre a Importação pode, nos limites da lei, gerar crédito para

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abatimento futuro no pagamento das contribuições incidentes sobre as receitas auferidas com avenda dos produtos e serviços dentro do Brasil. O crédito será apurado mediante a aplicação dasmesmas alíquotas previstas para as demais hipóteses de incidência das contribuições, sobre ovalor que serviu de base de cálculo para o PIS – Importação e a COFINS – Importação,acrescido do valor das próprias contribuições e, quando integrante do custo de aquisição, doImposto sobre Produtos Industrializados (“IPI”) vinculado à importação. O crédito nãoaproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses subseqüentes.

Segundo dispõe a lei, somente gerará referido crédito o pagamento das contribuições referentesa operações de importação de bens adquiridos para revenda e bens e serviços utilizados comoinsumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados àvenda. Também terá direito ao aproveitamento dos referidos créditos aquele que realizarimportação isenta, exceto nos casos em que a mercadoria importada for utilizada como insumoem produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, isentos ou não alcançados pelas contribuições.

Cabe notar, todavia, que a lei veda expressamente o abatimento dos créditos apurados emrelação ao pagamento de contribuições devidas internamente referentes (a) às receitas auferidasna revenda de mercadorias, quando a contribuição for exigida da empresa vendedora, naqualidade de substituta tributária; (b) às vendas de produtos sujeitos à sistemática monofásica; e(c) às receitas auferidas não sujeitas à sistemática de apuração não-cumulativa.

O Poder Executivo está autorizado a reduzir a zero e a restabelecer as alíquotas do PIS –Importação e da COFINS – Importação incidentes sobre certos produtos químicos efarmacêuticos. Ademais, a legislação prevê uma lista de produtos cuja importação sujeita-se àalíquota zero, dentre os quais podemos citar papel destinado à impressão de jornais eperiódicos, e máquinas e aparelhos voltados à indústria cinematográfica.

Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira

A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (“CPMF”) incide à alíquota de0,38% sobre as movimentações financeiras realizadas por pessoas físicas e jurídicas.

A lei considera movimentação ou transmissão de valores, créditos e direitos de naturezafinanceira, qualquer operação liquidada ou qualquer lançamento realizado pelas instituiçõesfinanceiras, ainda que representem apenas movimentação escritural de moeda, eindependentemente de transferirem titularidade de referidos valores, créditos ou direitos.

Há determinadas atividades que a lei estabelece não estarem sujeitas à incidência de CPMF, eoutras que têm o benefício de alíquota zero, como é o caso de lançamentos efetuados em contascorrentes de depósito de titularidade de instituições financeiras relativamente a certas operaçõesconstantes de seu objeto social.

A partir de 1º de agosto de 2004, existirá uma nova modalidade de conta corrente de depósito,mantida em instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BancoCentral do Brasil: a conta corrente de depósito para investimento. Por meio de referida conta,será possível transferir recursos entre investimentos sem que tal seja objeto de tributação pelaCPMF.

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Imposto sobre Produtos Industrializados

O IPI incide sobre a industrialização de produtos nacionais e sobre a importação de produtosestrangeiros, sendo devido pelos respectivos fabricantes e/ou importadores.

Os pagamentos do IPI sobre matérias-primas, produtos semi-manufaturados e material deembalagem, entre outros, podem ser utilizados como créditos fiscais. A cobrança do IPI não écumulativa, sendo que o contribuinte poderá compensar o imposto devido nas suas operaçõescom o imposto já pago em outras etapas da cadeia produtiva.

Decisões proferidas por Tribunais Regionais Federais de diversas regiões e confirmadas peloSupremo Tribunal Federal solidificaram o entendimento de que a aquisição de insumos (i)isentos, (ii) sujeitos à alíquota zero ou mesmo (iii) não tributados gera direito a créditos de IPIaos contribuintes. A legislação, todavia, não reconhece o direito a esses créditos, o que temgerado diversas discussões judiciais acerca da matéria.

A alíquota do IPI varia de acordo com a natureza do produto. O poder executivo federalestabelece as alíquotas aplicáveis por meio de decreto. Segundo a política econômica em vigor,estabelecem-se alíquotas mais elevadas a produtos não essenciais como cigarros, bebidas ecosméticos, entre outros.

O IPI não está sujeito ao princípio constitucional da anterioridade, de modo que sua cobrança oumajoração de sua alíquota podem ocorrer no mesmo exercício financeiro em que haja sidopublicada a respectiva norma.

Imposto sobre Operações Financeiras

O Imposto sobre Operações Financeiras (“IOF”) é cobrado sobre:

(i) operações de crédito contratadas por instituições financeiras;

(ii) operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas não financeiras;

(iii) operações de mútuo realizadas entre pessoas físicas e pessoas jurídicas, desde que estasúltimas sejam as tomadoras do crédito;

(iv) operações de câmbio contratadas por instituições autorizadas a operar em câmbio;

(v) operações de seguros contratadas por sociedades seguradoras; e

(vi) operações relativas a valores mobiliários, quando contratadas por instituiçõesautorizadas a operar no mercado de títulos e valores mobiliários.

A alíquota do IOF varia de acordo com o tipo de operação, sendo que a alíquota máximaprevista no ordenamento jurídico brasileiro é de 1,5% ao dia, sobre o valor das operações decrédito. Não obstante, a legislação tributária prevê diversas hipóteses em que incidem alíquotas

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reduzidas do IOF. Ademais, está prevista alíquota zero para algumas situações, entre as quaisdestacamos operações de crédito à exportação, bem como de amparo à produção ou estímulo àexportação, e operações de crédito rural, destinadas a investimento, custeio e comercializaçãoem referida área.

Quanto às hipóteses de incidência de IOF referentes a operações de câmbio, as alíquotaaplicáveis também variarão de acordo com o tipo de operação, considerando-se nestes casos aalíquota máxima de 25%. São concedidas reduções, entre outros, nos seguintes casos:

(i) operações de câmbio destinadas ao cumprimento de obrigações de administradoras decartões de crédito, entre outras instituições, decorrentes de aquisição de bens e serviçosdo exterior, por seus usuários: alíquota de 2%; e

(ii) valor introduzido no Brasil decorrente de ou destinado a empréstimos com prazosmédios de até 90 dias: alíquota de 5%.

Atualmente, grande parte das operações para o ingresso e saída de recursos do exterior estábeneficiada pela alíquota zero. Entre tais operações podemos mencionar aquelas referentes apagamentos para liquidação de contratos de câmbio relativos à importação de serviços,pagamentos ao exterior referentes a contratos de transferência de tecnologia averbados noInstituto Nacional da Propriedade Industrial, pagamento de bens importados, entre outros.

O IOF não está sujeito ao princípio constitucional da anterioridade, de forma que sua alíquota ebase de cálculo são aplicáveis no mesmo exercício financeiro em que a respectiva lei forpublicada.

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

Há atualmente duas espécies de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (“CIDE”)a saber:

(A) CIDE – Remessas ao exterior

Esta modalidade de CIDE incide sobre remessas realizadas ao exterior, vinculadas aopagamento de direitos autorais, royalties de marcas e patentes, serviços técnicos, assistênciatécnica, assistência administrativa e atividades assemelhadas. Nesses casos, em regra, a CIDE édevida pela empresa brasileira e incide sobre os valores pagos ao exterior, a alíquotas de até10%. Como regra, essas contribuições não estão sujeitas às disposições previstas em tratadointernacionais para evitar a dupla tributação de que faça parte o Brasil.

(B) CIDE – Combustíveis

No que se refere à importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural eseus derivados, e álcool etílico combustível, a CIDE incidirá de acordo com as seguintesalíquotas:

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(i) gasolina, R$ 860,00 por metro cúbico;

(ii) diesel, R$ 390,00 por metro cúbico;

(iii) querosene de aviação, R$ 92,10 por metro cúbico;

(iv) outros querosenes, R$ 92,10 por metro cúbico;

(v) óleos combustíveis com alto teor de enxofre, R$ 40,90 por tonelada;

(vi) óleos combustíveis com baixo teor de enxofre, R$ 40,90 por tonelada;

(vii) gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e da nafta, R$ 250,00 portonelada; e

(viii) álcool etílico combustível, R$ 37,20 por metro cúbico.

O contribuinte da CIDE, incidente sobre as correntes de hidrocarbonetos líquidos nãodestinados à formulação de gasolina ou diesel, poderá deduzir o valor da CIDE, pago naimportação ou na comercialização no mercado interno, dos valores de PIS e COFINS devidosna comercialização, no mercado interno, de mencionados produtos.

Preços de Transferência

Conforme se mencionou anteriormente, a base de cálculo do IR e da CSL é o lucro líquido,ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação tributária. As regrasrelacionadas a preços de transferência são um dos ajustes previstos, e têm o objetivo de evitarque resultados sejam transferidos para o exterior, mediante a manipulação de preços, emoperações de importação ou exportação de bens ou serviços, realizadas entre partes vinculadas,ou empresas pertencentes a um mesmo grupo econômico.

Desta forma, as regras de preços de transferência têm o objetivo de garantir que a política depreços adotada em operações internacionais envolvendo partes relacionadas atenda a condiçõesde mercado, evitando a manipulação artificial de preços, utilizada para transferência de receitaspara o exterior.

De forma condizente, nas importações realizadas por pessoas jurídicas brasileiras, pretende-seobservar se os preços estabelecidos excedem aqueles praticados normalmente sob condições demercado. O Fisco brasileiro determina limites de dedutibilidade, de modo que valores que osexcedam devem ser acrescidos ao lucro tributável da empresa brasileira.

Quanto às exportações, o objetivo é verificar se os preços pagos a empresas brasileiras não sãosubstancialmente inferiores àqueles praticados em condições de mercado. Nestes casos, o Fiscoestabelece valores mínimos que a empresa brasileira deverá registrar, a título de receitatributável, em operações que envolvam venda de mercadorias ou prestação de serviços a partesrelacionadas residentes ou domiciliadas no exterior.

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Tributos Estaduais

Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços

O ICMS incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias, portanto em todos osestágios da venda, desde a venda pelo fabricante até o consumidor final, e relativas à prestaçãode serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações. A base de cálculodo imposto, via de regra, é o valor da operação. O ICMS é devido por aquele que comercializa amercadoria ou presta os aludidos serviços de transporte e comunicação. Dada sua característicade imposto não-cumulativo, o ICMS incidente em uma operação gera crédito a ser aproveitadopelo adquirente da mercadoria ou serviço, que será abatido do imposto devido nas operaçõesposteriores. As alíquotas do ICMS poderão variar de um Estado da Federação para outro. Àsoperações intraestaduais, de uma forma geral, aplicam-se as alíquotas de 17% e 18%. Asoperações realizadas entre diferentes Estados, todavia, contam com alíquotas fixas,determinadas pelo Senado Federal. Assim, em operações que destinem mercadorias e serviçosaos Estados da Região Sul/Sudeste, com exceção do Estado do Espírito Santo, a alíquotaaplicável é de 12%. As operações que destinam mercadorias e serviços aos Estados das RegiõesNorte, Nordeste e Centro-Oeste, mais o Estado do Espírito Santo, ensejam a aplicação daalíquota de 7%.

Isenções, reduções e incentivos fiscais com relação ao ICMS são concedidos ou cancelados porintermédio de convênios celebrados entre os Estados da Federação. É prática comum, todavia,que Estados concedam incentivos fiscais ligados ao ICMS como forma de atração deinvestimentos para seus territórios, sem aquiescência dos demais Estados.

O ICMS não incide sobre operações de exportação.

Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações

O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (“ITCMD”) é um imposto nãoprogressivo, calculado sobre o valor de bens ou direitos transmitidos por doação ou sucessão. Aalíquota é determinada de acordo com a legislação interna de cada Estado, não se podendoexceder o patamar de 8%, estabelecido por Resolução do Senado Federal. Para o Estado de SãoPaulo, por exemplo, fixou-se a alíquota em 4%.

Nos termos da Constituição Federal, que atribuiu aos Estados a competência para o ITCMD,quando ocorrer doação ou transmissão de bens móveis, títulos ou créditos, o imposto serádevido no Estado de domicílio do doador. Caso os bens devam ser transmitidos em decorrênciade herança, a incidência ocorrerá no Estado em que se processar o inventário ou arrolamentodos bens. No caso de bens imóveis e direitos a eles referentes, o pagamento do imposto deveráocorrer no Estado em que se situem fisicamente os bens.

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Tributos Municipais

Imposto sobre Serviços

O ISSincide sobre os serviços determinados em lista emitida por meio de lei complementarfederal, quando prestados por empresa ou profissional independente. Sua base de cálculo é ovalor cobrado pelos serviços prestados e sua alíquota varia de 2% a 5%.

Atualmente, a lista de serviços é aquela definida pela Lei Complementar nº 116, de 31 de julhode 2003. Em linhas gerais, essa Lei buscou atualizar a lista de serviços, cuja última revisãohavia sido efetuada em 1987, vale dizer, na lista não estavam previstos inúmeros serviços quese desenvolveram com o avanço tecnológico das últimas duas décadas. Além de ampliar a listade serviços, a aludida Lei criou a incidência do ISS sobre a importação de serviços, até entãoinexistente. Nestes casos, não sendo possível atribuir responsabilidade pelo pagamento do ISSdiretamente ao prestador dos serviços, que está localizado no exterior, a lei determina que oresponsável por seu recolhimento será o tomador.

Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis

O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (“ITBI”) é tributo de competência municipalque incide sobre a transmissão da propriedade de bens imóveis e direitos a eles conexos. Aefetiva alíquota aplicada depende de disposições legislativas pertinentes a cada município,variando entre 2% e 6%. O Município de São Paulo, por exemplo, fixou a alíquota em 2%. Ocontribuinte do imposto é o adquirente do bem ou direitos transmitidos. De acordo com ostermos da Constituição Federal, o ITBI não incidirá sobre a transmissão de bens ou direitosincorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre atransmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoajurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e vendadesses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (“IPTU”) incide sobre apropriedade, domínio útil, ou posse de bem imóvel, localizado em áreas urbanas. Em verdade, oIPTU corresponde a dois tributos distintos. De um lado, há o Imposto Predial, incidente sobre apropriedade, domínio útil, ou posse de bem imóvel construído em áreas urbanas, e de outrolado, a propriedade, domínio útil, ou posse de bem imóvel não construído, localizado em áreasurbanas, que se submete à incidência do Imposto Territorial Urbano.

O IPTU é devido anualmente, tendo como base de cálculo o valor venal do imóvel. O IPTU temalíquotas progressivas em razão do valor do imóvel, seu uso e localização.

O Município de São Paulo, por exemplo, estabeleceu que o Imposto Predial terá alíquota de 1%sobre o valor venal do imóvel, quando utilizado exclusiva ou predominantemente comoresidência, com certo desconto ou acréscimo em função do próprio valor venal concretamenteverificado. Quando o fim for diverso do acima mencionado, a alíquota aplicada será de 1,5%.

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Quanto ao Imposto Territorial Urbano, o Município de São Paulo estabeleceu que sua alíquota éde 1,5% sobre o valor venal do imóvel.

Comércio Exterior

O comércio exterior brasileiro está sob o controle do Governo Federal. A entrada de produtosestrangeiros para consumo interno sujeita-se às normas vigentes do MERCOSUL e da TarifaExterna Comum (TEC), cujos códigos acompanham a Nomenclatura Comum do Mercosul(NCM).

As alíquotas do II, de competência da União, variam entre 0% e 35% para a maioria deprodutos, sendo que a política de importação implementada pelo Governo Federal tende areduzi-las para uma média de 14%.

A base de cálculo do II, em regra, é o valor aduaneiro do produto, somado a custos com seguroe frete (CIF). Ao II não se aplica o já mencionado princípio da anterioridade, de modo que oGoverno poderá a qualquer momento alterar a alíquota deste imposto, e cobrá-la já no mesmoexercício financeiro. A alteração das alíquotas deste imposto funciona como importantemecanismo de controle de comércio exterior adotado pelo Brasil.

Ademais, salvo algumas exceções, a importação de produtos com similar nacional pode nãousufruir de certos incentivos fiscais ou cambiais, sendo que caberá à Secretaria de ComércioExterior – SECEX, determinar a existência ou não destes similares, o que faz normalmentemediante consulta aos fabricantes nacionais. Os produtos de fabricação nacional sãoconsiderados similares aos estrangeiros se passíveis de substituir os produtos importados,observando-se necessariamente a qualidade, o preço e o prazo de entrega.

As importações também estão sujeitas ao pagamento do IPI e do ICMS. Em condiçõesespeciais, alguns produtos fazem jus a isenções, reduções e incentivos fiscais quanto ao IPI e/ouICMS.

Ademais, exportações sujeitam-se ao pagamento do Imposto de Exportação (“IE”). O IE étributo de competência da União, e tem como fato imponível a saída do território Brasileiro deproduto nacional ou nacionalizado. A base de cálculo do imposto é o valor da exportação ou, nafalta deste, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria ao tempo da exportação,em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional.

De qualquer modo, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de vendadas mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou produção,acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e de margem de lucro de 15% sobre asoma dos custos, mais impostos e contribuições.

A alíquota do imposto é de 30%, sendo facultado ao Governo reduzi-la ou aumentá-la,respeitando-se o limite máximo de 150%. O poder executivo, por meio da Câmara de ComércioExterior (CAMEX), é responsável por definir quais os produtos sujeitos à incidência do IE e asrespectivas alíquotas, caso sejam diferentes da regra geral, acima mencionada.

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Em virtude da política econômica atualmente praticada pelo Governo Federal, que incentivaamplamente as exportações brasileiras, a grande maioria dos produtos goza de alíquota zero.

Drawback

O regime de drawback é um incentivo à exportação, disciplinado pelo Decreto nº 4.543, de 26de dezembro de 2002, tal como posteriormente alterado (“Regulamento Aduaneiro”), e consistena suspensão, isenção ou restituição de tributos incidentes sobre a importação de mercadoriasutilizadas na industrialização de produtos exportados ou a exportar. Os seguintes tributos sãobeneficiados pelo regime de drawback:

(a) II;

(b) IPI;

(c) ICMS; e

(d) Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (“AFRMM”).

O regime de drawback pode ser aplicado em três modalidades distintas, a saber:

(i) suspensão do pagamento dos tributos exigíveis sobre a importação de mercadorias aserem exportadas após beneficiamento, ou destinadas à fabricação, complementação ouacondicionamento de outras a serem por sua vez exportadas;

(ii) isenção dos tributos exigíveis sobre a importação de mercadorias, em quantidade equalidade equivalentes às utilizadas no beneficiamento, fabricação, complementação ouacondicionamento de produtos exportados; e

(iii) restituição, total ou parcial, dos tributos pagos sobre a importação de mercadoriasexportadas após beneficiamento, ou utilizadas na fabricação, complementação ouacondicionamento de outras, por sua vez exportadas.

Dentre outros, o benefício pode ser concedido a:

(i) mercadorias importadas para beneficiamento no Brasil e posterior exportação;

(ii) matérias-primas, produtos semi-elaborados ou acabados, utilizados na fabricação demercadorias exportadas, ou a exportar;

(iii) peças, partes, aparelhos, máquinas, veículos ou equipamentos exportados ou a exportar;

(iv) mercadorias destinadas à embalagem, acondicionamento ou apresentação de produtosexportados ou a exportar; e

(v) animais destinados ao abate e posterior exportação.

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Não poderá ser concedido o regime para:

(i) importação de mercadorias utilizadas na industrialização de produtos destinados aoconsumo na Zona Franca de Manaus (“ZFM”) e em áreas de livre comércio;

(ii) importação ou exportação de mercadorias suspensas ou proibidas;

(iii) exportação contra pagamento em moeda nacional;

(iv) exportações conduzidas em moeda-convênio ou outras não conversíveis, contraimportações cursadas em moeda de livre conversibilidade; e

(v) importação de petróleo e seus derivados.

As beneficiárias do regime aduaneiro de drawback são as empresas habilitadas a operar emcomércio exterior. No caso de empresas que apenas comercializam os produtos, estes deverãoser industrializados sob encomenda em estabelecimento industrial, por conta e ordem dabeneficiária do regime, para posterior exportação.

(A) Drawback – Suspensão

A concessão do regime, na modalidade de suspensão, é de competência da Secretaria deComércio Exterior. O prazo de vigência do regime será de um ano, admitida uma únicaprorrogação, por igual período, salvo nos casos de importação de mercadorias destinadas àprodução de bens de capital de longo ciclo de fabricação, quando o prazo máximo será de cincoanos.

As mercadorias admitidas por meio do regime de drawback, na modalidade de suspensão,deverão ser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem,acondicionamento ou apresentação de mercadorias a serem exportadas. As mercadorias que, notodo ou em parte, deixarem de ser empregadas no processo produtivo de bens ou que sejamempregadas em desacordo com aquele, ficam sujeitas a devolução ao exterior ou reexportação,destruição, ou mesmo destinação para consumo, com pagamento dos tributos suspensos e dosacréscimos legais devidos.

(B) Drawback – Isenção

A concessão desta modalidade do regime é igualmente de competência da Secretaria deComércio Exterior. Neste caso, o interessado deverá comprovar a exportação de produtos emcujo beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento tenham sido utilizadasmercadorias importadas equivalentes, em qualidade e quantidade, àquelas para as quais estejasendo pleiteada a isenção. Do ato concessório constarão: valor e especificação da mercadoriaexportada e a especificação, classificação fiscal e valor unitário das mercadorias a seremimportadas.

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C) Drawback – Restituição

Diferentemente das duas modalidades anteriores, a concessão do regime de drawback sob amodalidade de restituição é de competência da Secretaria da Receita Federal. A concessãopoderá abranger, total ou parcialmente, os tributos pagos na importação de mercadoriasexportadas após beneficiamento, ou utilizadas na fabricação, complementação ouacondicionamento de outras, por sua vez exportadas. Para usufruir do regime, o interessadodeverá comprovar a exportação de produtos em cujo beneficiamento, fabricação,complementação ou acondicionamento tenham sido utilizadas as mercadorias importadas acimareferidas.

Zonas de Processamento de Exportação

Zonas de Processamento de Exportação (“ZPE’s”) são áreas de livre comércio especialmentedelimitadas, regulamentadas pelo Decreto-Lei nº 2.452 de 29 de julho de 1988, tal comoposteriormente alterado, e destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bensa serem comercializados exclusivamente no exterior.

A criação de ZPEs é feita por meio de Decreto, mediante proposta dos Estados ou Municípios,em conjunto ou isoladamente, de que deverão constar, entre outros elementos, a indicação delocalização adequada para a ZPE, permitindo acesso a portos e aeroportos internacionais, ecomprovação de disponibilidade mínima de infra-estrutura e de serviços na região escolhida.Caberá ao Conselho Nacional de Zonas de Processamento de Exportação (“CZPE”) a análise demencionadas propostas.

A solicitação de instalação de empresas em ZPEs é feita mediante apresentação de um projeto àCZPE. A proposta de objeto social das empresas a serem constituídas em referidas zonas nãopoderá conter senão a atividade de industrialização para exportação.

De acordo com a legislação, empresas que se instalem em ZPEs não poderão constituir filiais ouparticipar de outras sociedades localizadas fora de ZPE. É ainda vedada a instalação em ZPEsde empresas cujos projetos evidenciem a simples transferência de plantas industriais jáinstaladas em outras localidades do Brasil. Ademais, não serão autorizadas em ZPE a produção,importação ou exportação de:

(i) armas ou explosivos;

(ii) material radioativo; e

(iii) petróleo e seus derivados.

Observados os requisitos estabelecidos pela legislação, as atividades de importação eexportação de empresas estabelecidas em ZPEs ficarão isentas dos seguintes tributos:

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(i) IPI;

(ii) II;

(iii) AFRMM; e

(iv) IOF.

O ato que autorizar a instalação de empresas em ZPEs assegurará mencionado tratamento peloprazo de até 20 anos, renováveis por períodos iguais e sucessivos, desde que a empresacomprove ter atingido os objetivos e requisitos descritos em seu projeto de instalação original.

Os serviços prestados em ZPEs seguem um tratamento diferenciado. De acordo com alegislação:

(i) aqueles prestados por empresas instaladas em ZPEs serão considerados como prestadosno exterior;

(ii) aqueles prestados por residente ou domiciliado no exterior, para empresas instaladas emZPEs, serão considerados como prestados no exterior;

(iii) aqueles prestados por residente ou domiciliado no Brasil, para empresas estabelecidasem ZPEs, serão considerados como exportação de serviços, exceto os explorados emvirtude de concessão do Poder Público, e os decorrentes de contrato de trabalho.

No que se refere ao IR, os lucros auferidos por empresas instaladas em ZPE observarão odisposto na legislação aplicável às demais pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil, vigente nadata em que for firmado o respectivo compromisso de instalação em ZPE, ressalvado eventualtratamento legal mais favorável instituído posteriormente. Ademais, as empresas instaladas emZPEs gozam de isenção do IR sobre as remessas e os pagamentos realizados, a qualquer título, aresidentes e domiciliados no exterior.

Por fim, ressalta-se que em caso de descumprimento dos requisitos estabelecidos pela legislaçãoas empresas instaladas em ZPEs podem ser punidas, sujeitando-se desde a advertências,pagamento de multas, até a cassação da autorização para funcionar em ZPE.

Incentivo a Investimentos

Alguns incentivos fiscais podem ser concedidos por órgãos governamentais às empresas e seusacionistas. Primeiramente, cabe ressaltar que a ordem econômica brasileira tem como um deseus princípios constitucionais mais importantes o tratamento favorecido de microempresas eempresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras e que tenham no Brasil sua sedee administração. A elas deverá ser dispensado tratamento jurídico diferenciado, de modo aincentivá-las, simplificando, entre outras, suas obrigações legais de natureza tributária.

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Expressão dos princípios acima mencionados é o Sistema Integrado de Pagamento de Impostose Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (“Simples”). O Simples é umregime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável às pessoas jurídicasconsideradas como microempresas (“ME”) e empresas de pequeno porte (“EPP”), nos termosdefinidos na Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, tal como posteriormente alterada eregulamentada, estabelecido em cumprimento ao disposto no artigo 179 da ConstituiçãoFederal. Constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, pormeio da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma única basede cálculo, a receita bruta.

Para o exclusivo efeito de tributação pelo Simples, considera-se ME a pessoa jurídica quetenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior aR$ 120.000,00, enquanto que será considerada EPP a pessoa jurídica que tenha auferido, noano-calendário, receita bruta superior a R$ 120.000,00, e igual ou inferior a R$ 1.200.000,0012.

Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de contaprópria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, nãoincluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionalmente concedidos. Não se incluemno conceito de receita bruta, com vistas à tributação pelo Simples, os ganhos líquidos auferidosem aplicações de renda fixa ou variável, nem os resultados não-operacionais relativos aosganhos de capital obtidos na alienação de ativos.

De uma forma geral, os incentivos no Brasil encontram-se nas mãos dos poderes executivos daUnião Federal, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Tais incentivos, que variamconstantemente, consistem em pacotes de financiamento subsidiado, créditos fiscais e isençõesde tarifas e têm o objetivo de promover o desenvolvimento econômico de certas áreas do País edirecionar o capital privado a setores específicos da atividade econômica.

Projetos de investimento que desejem gozar de incentivo são individualmente analisados peloórgão do Governo responsável por sua concessão. Concretamente, os incentivos podemrepresentar isenção de tributos, por um determinado período de tempo, crédito subsidiado dosbancos públicos de desenvolvimento, e importação de bens de capital livres de tributosaduaneiros, ou com tarifas consideravelmente reduzidas.

Zona Franca de Manaus

A ZFM foi criada e regulamentada, respectivamente, pela Lei nº 3.173, de 6 junho de 1957 epelo Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967. A ZFM é administrada pela����������������������������������������������������������12 Conforme mencionamos, os limites e valores acima dizem respeito exclusivamente à possibilidade de tributação das ME e EPP pelo

Simples. Para os demais fins, as ME e EPP encontram-se disciplinadas pela Lei nº 9.841 de 5 de outubro de 1999 que indica, em seuartigo 2º, valores e limites distintos dos acima mencionados. Com valores atualizados pelo Decreto nº 5.028, de 31 de março de 2004,consideram-se: (i) ME, a empresa ou o empresário que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14; e (ii) EPP, aempresa ou o empresário que, não enquadrada como ME, tiver receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior aR$ 2.133.222,00.

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Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.

Trata-se de uma área de livre comércio, de importação e de incentivos fiscais especiais. Ela tempor finalidade manter na Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado decondições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e dagrande distância em que se encontra dos centros consumidores de seus produtos.

Os incentivos fiscais especiais para a ZFM estão fixados, por determinação constitucional, até oano de 2013. É intenção do Governo Federal prorrogar referido prazo.

A ZFM destaca-se por sua produtividade e contribuição para a formação do Produto InternoBruto do Brasil. Em 2003, o saldo da balança comercial do pólo industrial de Manaus atingiuUS$ 4,45 bilhões, e em 2004, até fevereiro, este saldo já atingia US$ 739 milhões.

A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na ZFM, oureexportação para o estrangeiro encontra-se equiparada, para efeitos fiscais, salvo exceções, auma exportação brasileira para o exterior. A exportação de mercadorias da ZFM para o exterior,por sua vez, está isenta do IE.

Destacamos ainda que de acordo com a Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, os benefíciosconcedidos a empresas estabelecidas na ZFM, relativos ao IPI e ao II, aplicam-se também aoPIS – Importação e à COFINS – Importação.

A ZFM representa importante incentivo para o desenvolvimento da Amazônia Ocidental,atraindo empresas e criando condições interessantes para a formação de joint ventures.

Estabelecimento de Empresas

Empresas que pretendam se estabelecer na ZFM devem apresentar à SUFRAMA um plano deProjeto Industrial que deve ser submetido à apreciação do Conselho Administrativo daqueleórgão. Uma vez aprovado o plano, a empresa deverá encaminhar à SUFRAMA o projetodefinitivo, juntamente com um projeto arquitetônico.

Importante ressaltar que a atuação da SUFRAMA pretende evitar que a ZFM se torne umsimples entreposto para montagem de produtos importados, que todavia se beneficiariam dosincentivos fiscais. Para tanto, a SUFRAMA estabeleceu o Processo Produtivo Básico (“PPB”),que consiste na descrição detalhada de diversas fases do processo industrial, que devem estarpresentes para que as empresas gozem dos benefícios fiscais lá oferecidos. Tal medida visa,ainda, aumentar o grau de nacionalização dos produtos industrializados na ZFM.

Após concedida a aprovação do Conselho Administrativo da SUFRAMA, a empresa estará aptaa estabelecer-se na ZFM, e atuar gozando dos respectivos incentivos fiscais.

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Incentivos Fiscais

Empresas estabelecidas na ZFM gozam de isenção ou redução nos seguintes impostos:

(i) II, para produtos destinados a consumo na ZFM, ou ainda para insumos utilizados emprodutos industrializados na ZFM quando saem para outros pontos do País;

(ii) IPI, incidente sobre mercadorias estrangeiras destinadas a consumo ou industrializaçãona ZFM, bem como sobre as mercadorias produzidas na ZFM e destinadas ao consumona própria ZFM ou em qualquer ponto do País;

(iii) IR, para empreendimentos aprovados pela Superintendência do Desenvolvimento daAmazônia, nas proporções e pelos prazos determinados na legislação tributária;

(iv) ICMS, para produtos oriundos de outros Estados e destinados a consumo ouindustrialização na ZFM. Além disso, as empresas poderão contar com crédito de ICMSpara produtos oriundos de outros estados brasileiros, e restituição da parcela variável doICMS para empreendimentos industriais aprovados pela Secretaria de Economia eFinanças de Estado do Amazonas; e

(v) ISS, para empresas prestadoras de serviços com projetos aprovados pela PrefeituraMunicipal de Manaus.

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PROPRIEDADE INTELECTUAL©

A proteção conferida no Brasil à Propriedade Intelectual decorre da Constituição Federal, bemcomo de diversas leis federais e tratados internacionais assinados e ratificados pelo Brasil.Propriedade intelectual é expressão que designa um gênero, de que são espécies os direitosautorais e conexos, cujo objeto é a proteção de obras literárias, artísticas e científicas, e tambémos direitos de propriedade industrial, voltados para o aproveitamento industrial e comercial dosinventos, marcas, patentes e desenhos industriais.

A legislação brasileira sobre a Propriedade Intelectual é relativamente recente, e já estáadequada aos padrões mínimos de proteção à propriedade intelectual estipulados no TRIPS –Trade Related Aspects of Intelectual Property Rights (Acordo Relativo aos Aspectos dosDireitos de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio), tratado internacionalcelebrado pelos membros da Organização Mundial do Comércio - OMC, o qual foi incorporadoao ordenamento jurídico brasileiro por meio do Decreto nº 1.355 de 1994.

Além do TRIPS, o Brasil assinou e ratificou os principais tratados internacionais relativos àtutela dos direitos de propriedade intelectual, dentre os quais se destacam:

(i) Convenção de Paris para a proteção da Propriedade Industrial de 1883, revista emEstocolmo em 1967;

(ii) Convenção de Berna para a Proteção das Obras Literárias e Artísticas de 1886, revistaem 1971;

(iii) Convenção de Roma para a proteção dos Artistas-Intérpretes, Produtores de Fonogramase Organizações de Radiodifusão, de 1961; e

(iv) Tratado de Cooperação de Patentes (PCT).

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

A proteção dos direitos de propriedade industrial, regulada pela Lei nº 9.279 (“Lei dePropriedade Industrial”), efetua-se mediante a concessão de marcas, patentes de invenção,modelos de utilidade, desenhos industriais, repressão às falsas indicações geográficas e àconcorrência desleal. Dentre as inovações dessa norma, até então não permitidas na legislaçãopretérita, destacam-se a concessão de patentes para medicamentos, produtos químicosfarmacêuticos e alimentícios e também o reconhecimento dos direitos referentes às marcasnotoriamente conhecidas (art. 6º bis da Convenção da União de Paris).

O nome empresarial também é protegido no âmbito da Propriedade Industrial, sendo, contudo,regulado por legislação específica.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial – (“INPI”) é o órgão governamental encarregadoda regulamentação e da execução das normas relativas aos direitos de propriedade industrial e

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do exame formal dos pedidos de registro de marca, de indicações geográficas e da concessão depatentes.

Marca

O sistema brasileiro de proteção de marcas é o atributivo da propriedade, o que significa quetodos os direitos resultam da concessão do registro da marca no Brasil. Não obstante, a leibrasileira reconhece o direito à proteção da marca notoriamente conhecida em seu ramo deatividade, independentemente de estar registrada no Brasil, nos termos da ConvençãoInternacional de Paris e da Lei de Propriedade Industrial.

O registro de marca no Brasil pode ser requerido como marca estrangeira ou brasileira. A marcaestrangeira é registrada nos termos da Convenção de Paris, que estabelece um período deprioridade exclusiva de seis meses, a contar da data do pedido no país de origem, para que seutitular requeira o registro da mesma marca em outros países signatários da referida Convenção,tal como o Brasil.

A marca brasileira é aquela requerida por empresa brasileira ou estrangeira, para distinguirprodutos ou serviços, referentes à sua atividade, como se verá adiante.

A principal finalidade do registro de marca dentro do prazo de prioridade estabelecido pelaConvenção, é que a data de depósito no país de origem também prevalecerá no Brasil. No casode a marca ser requerida no Brasil por pessoa estrangeira sem reivindicar a prioridadeestabelecida pela Convenção de Paris, a marca será considerada como brasileira, e os benefíciosda Convenção não serão aplicados.

Há necessidade da apresentação de alguns documentos para requerer o registro de marcasestrangeiras no Brasil, quais sejam:

(i) procuração, que deverá incluir poderes expressos para que o procurador receba citaçõesjudiciais referentes a ações que eventualmente venha a ser proposta no Brasil contra otitular da marca;

(ii) cópia certificada do pedido de registro ou do certificado de registro da marca no país deorigem, no caso de o pedido ser depositado com reivindicação de prioridade;

(iii) declaração na forma de um affidavit, comprovando que o requerente é empresalegalmente constituída no seu país e especificando as atividades que desenvolve, quedeverão estar diretamente relacionadas com os produtos/serviços para os quais pretendese obter o registro no Brasil.; e

(iv) amostras das marcas a serem registradas, se as mesmas forem constituídas por símbolos,desenhos, cores ou letras estilizadas.

O registro de marca brasileira poderá ser requerido por qualquer parte interessada, brasileira ouestrangeira, sendo que o pedido e o registro de tal marca deverá ser feito de acordo com odisposto na Lei da Propriedade Industrial.

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O uso da marca é essencial para sua proteção no Brasil, sendo que o registro caducará caso amarca não seja utilizada durante cinco anos após a data de seu registro, ou caso o seu uso sejainterrompido por mais de cinco anos consecutivos. Desde que a marca seja utilizada pelo seutitular no Brasil ou pelo licenciado, o registro será válido por dez anos; tal proteção poderá serrenovada por períodos idênticos e sucessivos.

A Lei da Propriedade Industrial tipifica diversas condutas como crime contra registro de marca,sujeitando o infrator a penas de 1 (um) a 3 (três) meses e de 3 (três) meses a 1 (um) ano dedetenção, ou multa, conforme o caso.

Nome Empresarial

Ao lado das marcas, o ordenamento jurídico nacional também confere proteção aos nomesempresariais. A proteção, em regra, advém do arquivamento dos atos constitutivos da pessoajurídica no órgão competente. Ademais, a Convenção da União de Paris estabelece que o nomeempresarial será protegido em todos os países da União, independentemente de registro.

Patentes e Modelos de Utilidade

Conforme previsto na Lei da Propriedade Industrial, são patenteáveis as invenções que atendamaos requisitos da novidade absoluta, aplicação industrial e atividade inventiva. Além disso, épatenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível deaplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, queresulte melhoria funcional em seu uso ou em sua aplicação.

Uma patente é considerada nova quando seu objeto não está compreendido no estado da técnica,ou seja, não esteve acessível ao público, seja por descrição escrita ou oral, ou por uso ouqualquer outro meio, inclusive conteúdo de patentes no Brasil e no estrangeiro, antes dodepósito do pedido de patente. Excetuam-se os casos em que a garantia de prioridade foirequerida antes ou uma reivindicação de prioridade foi comprovada nos termos da Convençãode Paris.

A proteção conferida pela patente é válida por 20 anos no caso de invenções e por 15 anos paraos modelos de utilidade, contados a partir da data do depósito do pedido no INPI.

O pedido de patente deve ser apresentado ao INPI, onde deverão constar as reivindicações doinventor, descrição completa da invenção e seu desenho (se aplicável) e prova do cumprimentode todas as exigências legais. Uma vez depositado o pedido, será realizado um exame formalpreliminar e expedido o certificado de depósito. O pedido será mantido em sigilo por umperíodo de 18 meses, ao final do qual ocorrerá sua publicação oficial. O inventor terá então 36meses para solicitar o exame formal do pedido. Na falta de solicitação nesse sentido, o pedidoserá considerado extinto. A carta-patente será expedida após o deferimento do pedido depatente, podendo ser anulado, judicialmente, a qualquer tempo.

A exploração comercial da patente deverá ter início no prazo de três anos, contados da data deexpedição da carta-patente, sob pena de concessão de licença compulsória ou de declaração de

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caducidade. A caducidade da patente poderá também ocorrer se sua exploração for interrompidapor um período de dois ou mais anos consecutivos, se o inventor deixar de pagar ascorrespondentes anuidades ao INPI, se o inventor expressamente renunciar a seu privilégio, ouse a patente for cancelada por vias administrativas ou judiciais.

A Lei da Propriedade Industrial tipifica como crime as infrações às patentes, podendo seraplicadas penas de 1 (um) a 3 (três) meses e de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção, oumulta, conforme o caso.

Concorrência Desleal

Além da proteção específica concedida às marcas, patentes, modelos de utilidade e desenhosindustriais, a Lei da Propriedade Industrial prevê atos que caracterizam crime de concorrênciadesleal, sujeitando o infrator a penas de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção, ou multa. Acaracterização dos crimes depende da existência de inequívoca intenção de prejudicar areputação ou os negócios de terceiros, criar confusão entre estabelecimentos comerciais,industriais ou prestadores de serviço, ou ainda, entre os produtos e serviços postos no comércio.As práticas de concorrência desleal ensejam indenização na esfera civil, sem prejuízo dacompetente ação penal.

Entre outras hipóteses, são considerados crimes de concorrência desleal a prática dos seguintesatos:

(i) publicação, prestação ou divulgação de informações falsas sobre concorrentes, com ofim de obter vantagem;

(ii) emprego de meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela deoutrem;

(iii) usar expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imitar, de modo a criar confusãoentre os produtos ou estabelecimentos;

(iv) usar, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ouvender, expor ou oferecer à venda ou ter em estoque produto com essas referências;

(v) vender, expor ou oferecer à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produtoadulterado ou falsificado, ou dele se utilizar para negociar com produto da mesmaespécie, embora não adulterado ou falsificado;

(vi) dar ou prometer dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que oempregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem;

(vii) receber dinheiro ou outra utilidade, ou aceitar promessa de pagamento ou recompensa,para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente doempregador; e

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(viii) divulgar, explorar ou utilizar-se, sem autorização, de conhecimentos, informações oudados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços,excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para umtécnico no assunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia,mesmo após o término do contrato.

Em casos de verificação de práticas de concorrência desleal, a Lei da Propriedade Industrialprevê, além das medidas cíveis aplicáveis para a cessação da violação e reparação dos danoscausados, reparação por outros atos de concorrência desleal tendentes a prejudicar a reputaçãodos negócios alheios ou a criar confusão entre os concorrentes e/ou seus produtos.

CONTRATOS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA,LICENCIAMENTO DE PATENTES, MARCA E FRANQUIA

Os contratos de transferência de tecnologia no Brasil, de licenciamento de patentes, marcas e defranquia estão sujeitos a averbação no INPI. Atualmente, a análise pelo INPI dos contratosenvolvendo o licenciamento de direitos de propriedade industrial, marcas, patentes,transferência de tecnologia, serviços de assistência técnica e semelhantes, está limitada aoexame (i) dos aspectos intrínsecos aos documentos que lhe são apresentados, (ii) da legislaçãofiscal, (iii) da legislação de controle de câmbio e (iv) de eventual caracterização de abuso depoder econômico ou concorrência desleal.

A aprovação do INPI para tais contratos é essencial não somente para fins de registro perante oBanco Central, possibilitando assim a remessa da remuneração ao exterior, mas também parapermitir a dedução das importâncias pagas pelo licenciado ou beneficiário da tecnologia comodespesas operacionais. Ademais, a aprovação dos contratos é necessária para que possam valerperante terceiros.

Em geral, os contratos de transferência de tecnologia devem especificar seu objeto e descreverem detalhe o modo pelo qual a tecnologia será efetivamente transferida. Os contratos delicenciamento, sejam de patentes ou de marcas, devem especificar as condições para o usoefetivo das patentes regularmente depositadas ou concedidas no Brasil, o licenciamento damarca registrada no Brasil ou seu pedido de registro.

Os contratos de licenciamento de patentes e de marcas devem também especificar se a licença éoutorgada a título oneroso ou gratuito em caráter exclusivo e se o sublicenciamento é permitido.O prazo desses contratos não deverá exceder a validade da patente ou do registro da marca.

Os contratos de prestação de serviços de assistência técnica e científica devem especificar otempo previsto para a prestação dos serviços especializados, o número necessário de técnicos,seus programas de especialização e treinamento, bem como a remuneração avençada.

Quanto aos contratos de franquia, sua averbação também deverá ser feita no INPI, sendo quesua validade depende, principalmente, da previsão de dois aspectos, quais sejam: (i) a concessãotemporária de direitos que envolvem, juntamente com o uso de marcas, a prestação de serviçosde assistência técnica ou com qualquer outra modalidade de transferência de tecnologianecessária à satisfação de seus objetivos; e (ii) a remuneração paga pelo franqueado aofranqueador, seja fixa ou variável, sendo que, nesta última, equivalente a um percentual sobre o

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faturamento ou sobre o preço de cada unidade de produto vendida ou comprada pelo franqueadode seus fornecedores, ou sobre o lucro obtido ou mesmo em valor fixo.

DIREITO AUTORAL

O direito autoral no Brasil é regulado pela Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, segundo aqual todas as obras de criação do espírito, de qualquer modo exteriorizadas, são protegidascomo propriedade intelectual.

Os direitos de autor são divididos em direitos morais e direitos patrimoniais. Os direitos moraissão aqueles que tutelam a vinculação da obra à personalidade do seu autor, sendo, desse modo,intransferíveis. Assim, são direitos morais do autor, dentre outros, (i) o de reivindicar, aqualquer tempo, a autoria da obra, (ii) o de ter seu nome como sendo o do autor, na utilizaçãoda obra, (iii) o de impedir modificações na obra que possam prejudicar a reputação ou a honrado autor.

Os direitos patrimoniais, por sua vez, são todos aqueles ligados à utilização, fruição edisposição da obra intelectual. Podem ser transferidos a terceiros, inclusive às pessoas jurídicas.

O autor da obra ou, na ausência de prova em contrário, a pessoa que reivindicar sua autoria, oucujo nome esteja incluído na obra registrada, é tratado pela legislação brasileira como titular dodireito autoral.

Além disso, qualquer pessoa que adaptar, traduzir, compilar ou editar uma obra caída nodomínio público poderá reivindicar direito de autor, mas não lhe será permitido impedir apublicação de uma outra adaptação, tradução, compilação ou edição da mesma obra.

Não apenas as pessoas físicas, mas também pessoas jurídicas podem deter direitos de autorsobre uma obra, desde que com autorização ou cessão e do autor, pessoa física.

No Brasil, o registro da obra intelectual é opcional, não sendo pois essencial para sua proteção.No entanto, a fim de garantir seus direitos, bem como fazer prova formal da sua titularidade, oautor da obra intelectual poderá registrá-la em órgãos específicos.

Poderão ser propostas ações civis e criminais contra quem quer que infringir os direitosautorais. Os tribunais civis proíbem a publicação da obra que violar direito autoral, podendotambém atribuir indenização em favor do titular do direito. A violação de um direito autoralpoderá também ser punida como crime em tribunais penais.

PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE)

O programa de computador no Brasil é regulado pelas Leis nºs 9.609 (“Lei de Software”) e9.610 (“Lei de Direito Autoral”), ambas de 19 de fevereiro de 1998, que dispõemprincipalmente sobre: (a) a proteção dos programas de computador como propriedadeintelectual; (b) as normas de comercialização de tais programas e a criação de mecanismos paracontrole oficial dessa comercialização, com o objetivo de proteger o programa de computadorno Brasil; e (c) penalidades de natureza criminal para os casos de violação de direito autoral einfração a certas normas de comercialização dos programas de computador.

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Os direitos sobre um programa de computador estão protegidos por 50 anos a partir do dia 1º dejaneiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação, em cadapaís. A exemplo do que ocorre com os direitos autorais, a proteção de programas de computadorde titular residente no exterior é garantida no Brasil, desde que seu país de origem ofereçareciprocidade de tratamento, isto é, que o país estrangeiro conceda aos brasileiros e estrangeirosresidentes no Brasil proteção equivalente em extensão e duração.

A proteção aos direitos sobre programa de computador também independe de registro, nãohavendo necessidade de o autor registrá-lo, para reivindicar à sua propriedade. O registropoderá, no entanto, ser feito no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.

A violação do direito autoral sobre programa de computador é crime que sujeita o infrator àpena de detenção de seis meses a dois anos, ou multa.

De acordo com a Lei do Software, as seguintes situações, entre outras, não caracterizamviolação ao direito autoral sobre programas de computador:

• reprodução de cópia adquirida por vias legais, desde que essencial à utilização adequadado programa; e

• integração do programa e suas características básicas a um sistema operacional ouaplicativo, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário, desde que utilizadaexclusivamente por quem a tenha realizado.

Outros Comentários

Vemos, assim, que o ordenamento jurídico brasileiro apresenta um amplo conjunto de normascom o objetivo de proteger a Propriedade Intelectual.

Além dos institutos acima comentados, destacamos ainda que a Lei de Propriedade Industrialconcede proteção também a desenhos industriais e repressão às falsas indicações geográficas.

O ordenamento brasileiro protege, ademais, os chamados direitos da personalidade, tal como é ocaso do direito à imagem, classificada como inviolável segundo a Constituição Federal de 1988.

Cabe ainda comentar que, embora o ordenamento jurídico brasileiro não disponha de normasvoltadas exclusivamente para relações e atos praticados por meio da Internet, há dispositivoslegais que objetivam proteger os direitos de Propriedade Intelectual, prevendo suadisseminação, e mesmo violação, por meio da utilização de novas tecnologias, incluindo aInternet.

Por fim, ressalta-se que a publicidade também é objeto de regulamentação no Brasil, a cargo doConselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (“Conar”). Este órgão é responsávelpor estabelecer parâmetros éticos que devem nortear a criação de qualquer anúncio publicitário,podendo-se a ele recorrer inclusive em hipóteses em que as já mencionadas práticas deconcorrência desleal forem praticadas por meio de publicidade.

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REPRESENTAÇÃO COMERCIALE DISTRIBUIÇÃO

Entre os diversos mecanismos previstos pelo ordenamento jurídico brasileiro para auxiliarinvestidores a disseminarem seus produtos, destacamos os contratos de RepresentaçãoComercial e Distribuição. Conforme se verá abaixo, trata-se de institutos em princípio distintos,que podem ser utilizados pelo investidor como canais de distribuição de seus produtos nomercado brasileiro, sem a necessidade de se constituir, necessariamente, uma empresa no Brasil.

Representação Comercial

Pelo contrato de Representação Comercial, o representante, pessoa física ou jurídica,desempenha para o representado, em caráter não eventual, a intermediação da realização denegócios em território determinado, fazendo jus a uma comissão, comumente calculada combase num percentual sobre o valor de tais negócios.

Os dispositivos legais que regulam a atividade de representação comercial13 conferem váriosdireitos e proteções aos representantes comerciais, o que limita em muito a liberdade contratualdas partes. Entre tais proteções, podemos destacar o aviso prévio mínimo para que orepresentado possa rescindir o contrato sem justa causa, bem como indenização mínima a que orepresentante faz jus em algumas hipóteses de rescisão unilateral do contrato pelo representadoou rescisão por justa causa pelo representante.

Todavia, cumpre ressaltar que o Código Civil, ao regular a matéria “Agência e Distribuição”,apresenta certos dispositivos aplicáveis àquela, equiparada por parte da doutrina àRepresentação Comercial, que em certa medida conflitam com entendimentos tradicionalmenteestabelecidos, à luz da Lei nº 4.886/65. Destaca-se que o assunto é controverso na doutrina, eque ainda não há jurisprudência que possa esclarecer suficientemente a aplicação dosdispositivos do Código Civil às relações de Representação Comercial.

Distribuição

Tradicionalmente, entende-se Distribuição como um acordo em que o distribuidor adquireprodutos do contratante para revendê-los por sua conta e risco em zona determinada. Aindasegundo a definição tradicional do instituto, e diferentemente do que ocorre na RepresentaçãoComercial ou na prestação de serviços, o distribuidor não recebe qualquer remuneração docontratante – sua receita origina-se em sua margem de lucro, ou seja, da diferença entre o preçode compra e o preço de revenda.

Todavia, o Código Civil, em seus artigos 710 e seguintes, também ao regular a matéria“Agência e Distribuição”, define esta última como uma relação de representação comercial emque o representante tem à sua disposição a coisa a ser negociada. De acordo com tal definição, é

����������������������������������������������������������13 Lei nº 4.886, de 9 de dezembro de 1965, com alterações da Lei nº 8.240, de 11 de maio de 1992 (Lei de Representação Comercial) e

Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002 (Código Civil).

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possível concluir que o distribuidor seria, portanto, um representante comercial que tem consigoos produtos ofertados aos clientes, o que em muito se afasta da definição doutrinariamenteconsolidada de Distribuição, mencionada no parágrafo anterior. Portanto, ainda não é possívelentender se os artigos 710 e seguintes do Código Civil aplicam-se ou não às relações deDistribuição tradicionais, a que anteriormente fez-se referência.

Tal como no caso da Representação Comercial, o assunto é controverso doutrinariamente, einexiste até o momento jurisprudência que esclareça a aplicação dos dispositivos do CódigoCivil às relações de Distribuição.

Caso de fato os tribunais confirmem que as regras estabelecidas pelo Código Civil não seaplicam às relações tradicionais de Distribuição, anteriormente mencionadas, não haveria leiespecífica que o regulasse. A relação de Distribuição, então, permaneceria atípica, regida pelosprincípios gerais do direito. Nesta hipótese, a Distribuição poderia ser considerada como umarelação mais flexível do que a Representação Comercial, pois caberia às partes a determinaçãodas condições comerciais aplicáveis.

Por outro lado, caso os tribunais decidam que os dispositivos dos artigos 710 e seguintes doCódigo Civil aplicam-se também a contratos de Distribuição em que ocorre a compra e revendade produtos, a Distribuição será considerada como uma espécie de Representação Comercial.Nesta hipótese, as proteções que a lei confere aos representantes comerciais poderiam tambémestender-se aos distribuidores.

© 2003. Direitos Autorais reservados a PINHEIRO NETO ADVOGADOS.

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Guide toDoing Businessin Brazil

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A BUSINESS GUIDE

The LEGAL GUIDE TO DOING BUSINESS WITH BRAZIL, prepared by PINHEIRO NETOADVOGADOS for the SÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE of the ASSOCIAÇÃOCOMERCIAL DE SÃO PAULO, presents a comprehensive guide to the legal norms rulingforeign investments and corporate activity in the country, and constitutes an important supportfor foreign businesspeople willing to invest in Brazil.

Occupying a territory of more than 8.5 million km2 and with a population of nearly 180 millioninhabitants, Brazil has a diversified economy offering great prospects for investment in allsectors: from infrastructure to telecommunications, from industry to agribusiness, from tourismto services. These investments can be made directly by the businesspeople and foreigncompanies or through partnerships with Brazilian entrepreneurs.The ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO, through the SÃO PAULO CHAMBEROF COMMERCE, seeks to assist foreign businesspeople intending to make business withBrazil, whether it is supplying information, hosting groups and missions, fostering contacts oroffering logistical support.

The publication of this GUIDE, part of the effort to contribute to the strengthening of traderelations between Brazil and foreign countries, was possible thanks to the collaboration ofPINHEIRO NETO ADVOGADOS who elaborated the text on the initiative of Dr HélioNicoletti, superintendent of the International Chambers of Commerce Council, to whom ACSPis immensely grateful.

Guilherme Afif DomingosPresidentAssociação Comercial de São PauloSÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE

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BRAZILIAN ECONOMY

Brazil is one of the largest economies in the world, but it is still a developing country offeringgreat opportunities for investment, partnerships and commerce. As a growing country itnaturally faces some difficulties. Nevertheless, these do not reduce its market attractiveness.Experience has shown that the foreign capitals invested there have yielded compensatoryreturns even when the economy is not bubbling with dynamism. The fifth largest country interritorial extension, it covers an area in excess of 8.5 million km2 and its population hasreached 180 million inhabitants. The Gross Domestic Product (GDP) in the area of US$ 500billion places its economy among the biggest in the world, mainly when its production ismeasured by PPP (Purchasing Power Parity) - that reflects the purchasing power of the samecurrency in different countries. On this basis of comparison, the Brazilian economy is within theten largest worldwide.

The country's regional economic development does not show a uniform distribution. TheSoutheastern region contributes 58% to the total production, with the State of São Paulo beingaccountable for a third of the country's Gross Domestic Product. In this state the product percapita is US$ 4.353 whereas the Brazilian average is US$ 2.8l5. Such regional economicconcentration has been gradually reduced with the increase of industrial investments in theNorthern /Northeastern regions and the growth of agribusiness in the Central/Western regions,stimulated by the expansion of agricultural frontiers within the economy of Brazil.

In the agro-cattle breeding sector, grain production is higher than 110 million tons, reflectingthe wealth of the Brazilian agribusiness and ranking it as the biggest exporter of beef andchicken in the world. Within the agro-industry one can note the big opportunity for investmentin the sugar-alcohol sector. Besides the favourable conditions of the world sugar market, Brazilcan become a large ethanol supplier to developed countries that search for alternative forms offuels in order to reduce pollution. Dual energy vehicles are currently being produced in Brazil,running either on petrol or alcohol, or even with a mixture of both fuels. Taking into accountthe attention given to environmental issues by all the nations, this market is likely to growsharply in the next few years and Brazil, more than any other country, has exceptionalconditions to become a large world supplier as it can make use of available land and highlydeveloped technology in the sector.

Information technology, which is comprised of hardware, software and telecommunications,counts on a vast and ever-increasing internal market. The country is also geared to the exportmarket with a great possibility of success.

There is still a lot to be accomplished in the infrastructure area to cover the needs of acontinental country with a great deal of deprivation. Yet, it presents the investor with unlimitedpossibilities, specially in this moment when Brazil is reorganising its economy and undertakinga liftoff for sustainable development, thus returning to its historical levels and, consequently,bringing forth good results to investments.

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The industrial sector bears a significant role in the composition of the total production of thecountry accounting for 39% of the GDP, with a diversified industry - provided with a highdegree of technology in some sectors - enabling it to export to the various parts of the world.

The export of industrialised products represented 70% of the total exports of the country, whichshould reach US$ 90 billion in 2004, with manufactured products accounting for 54% of thetotal and basic products accounting for 29% of foreign sales. Regarding imports, in the area ofUS$ 60 billion, raw materials, intermediate products and capital goods represent 75% of thatvalue. Among the exported products, listed in order of importance, there were soya bean and itsby-products, automobiles, buses, tractors and its components, iron ore and is concentrates,airplanes, transmitter radios, wood chemical paste, footwear, iron & steel laminated products,coffee, sugar, tobacco, orange juice and raw aluminium.

Brazilian exports are getting diversified reaching practically all countries, but the EuropeanUnion (25%) and the United States of America (23%) are still the main markets, followed byAsia with 16% and Latin America, including Mercosul, accounting for approximately 17% ofthe total exports.

Brazil accounts for approximately 1% of the world's commerce. However, the recent foreigntrade performance points out an increasing participation of the country in the internationalcommerce and related affairs. The trade current (exports plus imports) in relation to the GDP isin the area of 25.0 % and the export expansion has been the main responsible factor for thecountry's economic growth.

Foreign investment has played an important role in the country's development since thebeginning of last century. Initially, it was concentrated in the infrastructure sector, mainly in thefuel and transport areas and, from mid-century onwards, it directed itself to manufacturing,helping to energise Brazil's sprouting industrialisation process. In the last years, the servicesector has absorbed the largest slice of those investments, encouraged to a great extent byprivatisation programs in the telecommunications, energy and transport areas.

The accumulated foreign capital stock in the country has reached the amount of US$ 161billion, with the service sector absorbing 61.4% and the manufacturing sector 34.6% of thistotal. Such capital originated mainly from the United States of America, Holland and Spain,with 21.9%, 11.4% e 10.2% of the total invested, respectively.

The economic stability, the strengthening of political institutions and the potential consumermarket place Brazil, among the emerging countries, as one the principal focus to attract foreigncapital.

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S U M M A R Y

INSIGHTS INTO BRASIL ............................................................................................. 1Doing Business in Brazil........................................................................................... 1Foreign Investment in Brazil..................................................................................... 2Companies................................................................................................................. 2Limited Liability Companies .................................................................................... 4Internal Organization of Limited Liability Companies............................................. 4Partners´ Resolutions ................................................................................................ 4Management.............................................................................................................. 6Corporate Capital and Distribution of Dividends ..................................................... 6Joint-stock Companies .............................................................................................. 7General Features of Joint-Stock Companies............................................................. 8Shares ........................................................................................................................ 8Debentures ................................................................................................................ 10Participation Certificates........................................................................................... 10Subscription Warrants............................................................................................... 10Shareholders´ Rights ................................................................................................. 10Shareholders´ Agreement.......................................................................................... 10Joint-Stock Companies´ Internal Structure ............................................................... 11General Meeting........................................................................................................ 11Annual and Extraordinary General Meetings ........................................................... 12Management Bodies.................................................................................................. 13Board of Directors..................................................................................................... 13Executive Office ....................................................................................................... 14Fiscal Board .............................................................................................................. 14Transformation.......................................................................................................... 15Merger, Consolidations and Spin-off........................................................................ 15Wholly-owned Subsidiary......................................................................................... 16Payment of Dividends ............................................................................................... 16Procedures for Organization of Companies .............................................................. 16

ENVIRONMENTAL LAW ............................................................................................. 18Administrative Rules and Penalties .......................................................................... 20Criminal Liability...................................................................................................... 20Civil Liability............................................................................................................ 21

COMPETITION LAW .................................................................................................... 22Preventive Control .................................................................................................... 22Repressive Control .................................................................................................... 23Regulatory Agencies ................................................................................................. 24

LABOR LAW ................................................................................................................... 25Employment Contract ............................................................................................... 25Employees´ Rights .................................................................................................... 25Interruption and Suspension of an Employment Contract ........................................ 27Termination of an Employment Contract ................................................................. 27Employment Contracts for a Determined Period ...................................................... 29Foreign Workers ....................................................................................................... 29Immigration Control.................................................................................................. 30Transit Visa............................................................................................................... 30Tourist Visa............................................................................................................... 30Temporary Visa......................................................................................................... 31

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Remunerated Activities............................................................................................. 32Technical Services .................................................................................................... 32Employment Contract with Aliens............................................................................ 32Permanent Visa ......................................................................................................... 33Management Positions .............................................................................................. 33Concurrent Activities ................................................................................................ 33Mercosur Visa........................................................................................................... 34Labor Reform............................................................................................................ 35

TAXATION ...................................................................................................................... 36Major Brazilian Taxes............................................................................................... 37Federal Taxes ............................................................................................................ 38

Income Tax ........................................................................................................ 38Withholding Income Tax................................................................................... 38Transfer of Investment Abroad ......................................................................... 39Social Contribution on Net Profits .................................................................... 39Profit Participation Program Contributionand Social Security Financing Contribution ..................................................... 40Provisional Contribution on Financial Transactions......................................... 41Tax on Manufactured Products ......................................................................... 42Tax on Financial Transactions .......................................................................... 42Contribution on Economic Activities................................................................ 43Transfer Pricing................................................................................................. 44

State Taxes ................................................................................................................ 45Tax on Distribution of Goods and Services ...................................................... 45Estate and Gift Tax............................................................................................ 45

Municipal Taxes........................................................................................................ 46Tax on Services ................................................................................................. 46Inter-Vivos Property Transfer Tax .................................................................... 46Urban Land and Building Tax........................................................................... 46Foreign Trade .................................................................................................... 46Drawback .......................................................................................................... 47Export Processing Zone..................................................................................... 49Investment Incentives ........................................................................................ 51Manaus Free Trade Zone................................................................................... 52Setup of Companies........................................................................................... 52Tax Incentives ................................................................................................... 53

INTELLECTUAL PROPERTY© ................................................................................... 54INDUSTRIAL PROPERTY...................................................................................... 54

Trademarks ........................................................................................................ 54Company Name ................................................................................................. 56Patents and Utility Models ................................................................................ 56Unfair Competition............................................................................................ 57

TECHNOLOGY TRANSFER & PATENT, TRADEMARKAND FRANCHISE LICENSE AGREEMENT ........................................................ 58COPYRIGHTS.......................................................................................................... 58SOFTWARE ............................................................................................................. 59

Final Comments................................................................................................. 60

COMMERCIAL REPRESENTARION AND DISTRIBUTORSHIP......................... 61Commercial Representation............................................................................... 61Distributorship ................................................................................................... 61

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INSIGHTS INTO BRAZILBrazil is a Federative Republic organized in three separate branches: executive, legislative andjudiciary. Brazil is divided administratively into 26 states and the Federal District, in Brasília.Brazil has a codified legal system and, as a federative republic, its rules and regulations areestablished by the Federal Government, the States, the Federal District and the Municipalities.

Legislative authority at federal level is entrusted to Congress (the Senate and the House ofRepresentatives). The Federal Senate is composed of representatives of the States and of theFederal District, each being entitled to elect three senators for a term of office of eight years.Representation of the States and the Federal District at the Senate is renewed every four years,on a rotating basis, by one- or two-thirds.

Legislative authority at state level is exercised by the State Assembly, whose members areelected for a four-year term. At the municipal level, the legislative branch is represented by theCity Council, whose members are elected for a four-year term of office.

The Constitution currently in force was enacted on October 5, 1988. Being relatively recent,with certain concepts yet to become full-fledged precepts, the Constitution is committedtowards the progress and development of Brazil. Brazil is politically stable and organized undera democratic system.

The President is elected by direct vote for a term of four years, reelection being permissible. ThePresident has a broad range of powers, including the right to appoint ministers of state and top-echelon executives to selected administrative and political posts.

Executive authority at state level is entrusted to governors, who are elected for a four-year term,with the possibility of reelection. Executive powers at municipal level are exercised by mayors,who are also elected for a four-year term, reelection being permissible.

Doing Business in Brazil

The legal rules governing business activities in Brazil are basically laid down in federallegislation. However, the Constitution allows the Federal Government, the States and theFederal District to concurrently legislate on certain matters related to business activities, such astax, financial and economic issues, liability for environmental and consumer damages, amongothers. In this case, the Federal Government’s power is limited to enacting general rules on suchissues, whereas the States and the Federal District have authority to legislate on a supplementarybasis, in line with the general rules laid down in the federal legislation.

Brazil offers countless business opportunities for domestic or foreign investors, in light of itsenormous economic potential, its diversified economy, and its huge domestic market, nowconsiderably expanded as a result of several international trade agreements entered into witheconomic blocs and countries the world over.

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Foreign Investment in Brazil

Under Brazilian law, foreign capital stands for “any goods, machinery, equipment, cash andfinancial resources that enter Brazil for the production of goods or services, or for investment ineconomic activities, provided that in either case they belong to individuals or legal entitiesresident, domiciled or headquartered abroad.” Foreign capital is ensured the same treatment asthat afforded to domestic capital, and any discrimination not expressly prescribed by law isprohibited.

In Brazil, the Central Bank is charged with registering, monitoring and following up on foreigninvestments, whereas the Ministry of Finance (through the Federal Revenue Office) focuses onthe taxation of these foreign investments.

The Brazilian legal tender is the Real (R$). In order to validate their investments in Brazil,foreign investors must translate their foreign currencies into Brazilian currency by entering intoa foreign exchange contract at any Brazilian financial institution authorized to deal in exchangeby the Central Bank. The corresponding foreign exchange transactions must follow the CentralBank rules and regulations.

Non-resident investments may be made in Brazil through the incorporation of a company; theopening of a branch; or other form of investment on the capital or financial markets, amongothers.

Nevertheless, participation of foreign capital in the following activities is prohibited: nuclearenergy; health services; businesses abutting on international borders; post office and telegraphservices; domestic flight routes; and the aerospace industry.14

Some restrictions apply to foreign investment in the ownership and management of newspapers,magazines and other periodicals, as well as in radio and television networks.15

There are also certain limitations on the presence of foreign capital in financial institutions, butthese restrictions can be lifted in the national interest. Supplementary legislation must still beenacted to regulate this matter, including for insurance companies.

Companies

The most usual procedure for a foreign investor to do business in Brazil is by organizing acompany in Brazil.

����������������������������������������������������������14 Referring to the launch and orbital positioning of satellites, vehicles, aircraft and related activities, excluding the manufacture or

marketing of said items and their accessories.15 Constitutional Amendment No. 36 was enacted on May 28, 2002, amending the provisions of article 222 of the Federal Constitution.

Subsequently, this matter was regulated by Law No. 10610 of December 20, 2002. According to the new rules, at least 70% of the totaland voting capital of newspaper and radio broadcasting companies must belong, directly or indirectly, to native Brazilians or personsnaturalized for over 10 years, foreigners being entitled to hold up to 30% of the total and voting capital of suchcompanies. Participation of foreign capital will only be indirect, through a legal entity incorporated under Brazilian law andheadquartered in Brazil. Managerial and programming activities must also be entrusted to native Brazilians or persons naturalizedfor over 10 years.

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A foreign company may open branches in Brazil by submitting an application to the BrazilianGovernment for approval, which is granted in the form of a decree of the federal executivebranch. Only after all the formalities have been fulfilled, which include publication in theofficial press and filing at the Register of Companies (Registro Público de Empresas Mercantis)of the documentation related to opening of the branch, will it be allowed to start up its activities.The foreign company must also appoint a representative — who need not be a Braziliannational, but must be resident in Brazil — to act on its behalf. The branch is governed byBrazilian law and, although it does not have a corporate capital of its own, the foreign companymust allocate capital to the transactions to be performed in Brazil, for the branch is not an entityseparated from the foreign company. This capital constitutes, just as subscription and paymentof quotas or shares, an investment registrable with the Central Bank.

The corporate entities existing in Brazil are basically regulated by Law No. 10406 of January11, 2002 (the Civil Code) and by Law No. 6404 of December 15, 1976 (the Corporation Law).Among the several types of corporate entities contemplated by such laws, the most widely usedin Brazil are the limited liability company (sociedade limitada) and the joint-stock company(sociedade por ações).

The liability of partners both in limited liability companies and joint-stock companies isrestricted to the amount which they paid for their quotas or shares, as the case may be. Thisfeature gives the company the necessary assurances to concentrate its efforts on its business,without its partners’ being held liable for any amount other than that disbursed to make up thecompany’s capital, except in the case of illicit acts.

Regardless of the type of corporate entity, companies have some features in common. First, thecompany must have at least two partners, whether individuals or legal entities, who need not bedomiciled in Brazil. However, if said partner is resident or domiciled abroad, it must have anattorney-in-fact in Brazil with powers to represent it as a partner in the Brazilian company.Moreover, individual or corporate foreign partners must be enrolled in the Federal RevenueOffice in Brazil, which reports to the Ministry of Finance and is responsible for dealing withtax-related aspects.

In principle, there are no minimum corporate capital requirements.16 The corporate capital maybe distributed among the partners as they find proper.

Under Brazilian law, taxes and the respective rates are established in accordance with the sizeof the company, irrespective of the type of the corporate entity (ability to pay principle).Therefore, the type of company is not relevant for taxation purposes.

����������������������������������������������������������16 According to Resolution 394/76, and Section 1, Chapter 2, Title I of the Central Bank’s Manual of Rules and Regulations, financial

institutions and other institutions authorized to operate by the Central Bank must pay, in Brazilian currency, upon incorporation orin capital increases, 50% of the subscribed capital; the remaining balance, if any, must be paid, also in Brazilian currency, within oneyear from subscription. Additionally, pursuant to Central Bank Resolution 2607/99, financial institutions and other institutionsauthorized to operate by the Central Bank must pay up a minimum amount of their capital stock. In the case of commercial banks,the minimum amount to be paid up is R$ 17.5 million. Pursuant to Resolution 73 of the National Private Insurance Council,insurance companies authorized to operate in the Brazilian segment of non-life insurance cannot have a paid-up capital lower thanR$ 7.2 million.

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Limited Liability Companies

The limited liability companies (sociedades limitadas) contemplated by Brazilian law are verysimilar to the limited liability companies, limited partnerships and closely-held companiesunder the English and United States laws. In Brazil, limited liability companies are governed bythe Brazilian Civil Code (which has a chapter devoted to them) and, in a subsidiary mannerwhen applicable, by the Corporation Law. The liability of each partner is limited to the amountof its quotas, but all partners are jointly and severally liable for the total amount of the corporatecapital until it is fully paid up.

Limited liability companies may take the form of a simple or entrepreneurial company. UnderBrazilian law, entrepreneurial companies (sociedades empresárias) are those that performeconomic activities in an organized and professional manner, with the goal of producing ormarketing products and services. For their part, simple companies (sociedades simples) do nothave a highly complex level of organization, and engage in intellectual, scientific, literary orartistic activities. Since simple companies are rarely adopted, emphasis will be given onentrepreneurial limited liability companies.

A limited liability company need not publish its accounts, amendments to articles ofassociation, or other corporate documents, except in the events of capital reduction, merger,spin-off or consolidation.17 But the articles of association are a public document, and thirdparties may obtain copies by application to the commercial registry with which these articles ofassociation and their amendments must be filed.

Internal Organization of Limited Liability Companies

The two major aspects related to the internal organization of a limited liability company referto: (a) partners’ resolutions taken at meetings, general meetings, or via other documents orcorporate acts; and (b) the company management.

Partners’ Resolutions

A majority of the resolutions taken by partners of limited liability companies depend on theapproval of partners representing 75% of the total corporate capital. Exceptions to this rule areprovided for in the law, whereas others may be prescribed by the articles of association.

In addition to other matters that may be stated in the articles of association, the law providesthat certain matters, such as those listed below, depend on a partners’ resolution to be taken at ameeting (reunião) or general meeting (assembléia):

����������������������������������������������������������17 Bill No. 3741 of November 8, 2000 is being reviewed by the House of Representatives, and proposes to amend certain provisions of the

Corporation Law, by extending to large-sized companies - even if organized as a limited liability company or otherwise - theobligation to publish financial statements. According to Bill 3741/00, with the wording given by the clean bill, the publication offinancial statements will be mandatory for large-sized companies engaging in the production of goods and services, even if notorganized as joint-stock companies. Under Bill 3741/00, large-sized company is defined as a company or group of companies undercommon control, which reported, in the preceding fiscal year, total assets exceeding R$ 240 million or an annual gross income higherthan R$ 300 million. The House of Representatives is also reviewing, on a priority basis, Bill 2813/00, which proposes the mandatorypublication of financial statements by limited liability companies whose gross income exceeds R$ 2,133,222.00.

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(i) approval of accounts;

(ii) appointment, removal and compensation of senior managers;

(iii) amendment to the articles of association;

(iv) merger, consolidation and winding-up of the company or discontinuance of itsliquidation status;

(v) appointment and removal of liquidators, and review of their accounts; and

(vi) filing for debt rehabilitation (concordata).

Resolutions on these issues will be taken at a partners’ general meeting, if the limited liabilitycompany has more than ten partners. Partners’ general meetings call for more formalities whencompared to partners’ meetings, which are more flexible and involve fewer bureaucraticprocedures. Partners’ meetings or general meetings must be convened by the senior managers inthe cases prescribed by law or by the company’s articles of association.

Partners’ general meetings must be convened by a notice published in the official press or in awidely-circulated newspaper, at least three times. Prior call notices may be waived when allpartners are present in the general meeting or state in writing that they are aware of the place,date, time and agenda.

The law provides for the possibility of dispensing with a partners’ meeting or general meetingto deliberate upon said matters, thus offering a more agile decision-making process for thecompany’s internal affairs. This will apply whenever all partners approve a written resolution inlieu of a meeting or general meeting.

Partners may be represented at the general meetings by another partner or by a lawyer, upongranting of a specific power of attorney to that end. No partner may vote-either by himself or asan attorney-in-fact of another partner-on any matter in which he is an interested party.

Minutes of each general meeting will be drawn up in the proper book and state all theresolutions then discussed and passed. These minutes must be filed at the Register ofCompanies within 20 days from the general meeting date.

If the resolutions taken at a partners’ meeting or general meeting result in the amendment to thearticles of association or merger with or into another company, the partners that dissented fromsuch resolutions may withdraw from the company within 30 days following the respectivemeeting or general meeting.

Certain companies are required to hold general meetings at least once a year within the fourmonths following the end of the financial year. The purpose of this annual general meeting is toreview the management accounts, resolve on the balance sheet and income statements of the

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company and, if applicable, appoint senior managers and deal with other matters of interest tothe company.

Notwithstanding the limited liability of partners in limited liability companies, resolutions takenin breach of the articles of association or of the law result in unlimited liability of whoeverexpressly approved them.

Management

Limited liability companies are managed by one or more senior managers appointed in thearticles of association or by means of other corporate documents. The senior managers need notbe Brazilian, but must be resident and domiciled in Brazil. Nothing prevents the partnersthemselves from managing the company, provided that the requirements mentioned above arefulfilled. It is incumbent on the senior managers, among other duties, to represent the companybefore third parties and prepare the company’s financial statements at yearend.

The condition of senior manager is not inherent to the position of partner, and even if thearticles of association provide that all partners (if only individuals) have powers to manage thecompany, such powers will not automatically extend to partners that join the company at a laterdate.

Therefore, a limited liability company may be managed by its own partners or by non-partnerthird parties. The appointment of non-partner managers must be expressly set out in the articlesof association, and is conditioned to the unanimous consent of all partners (if the corporatecapital has not been fully paid up) or of partners representing at least two-thirds of the corporatecapital (if it has been fully paid up).

Senior managers may be removed from office at any time, by resolution of the partnersrepresenting a majority of the corporate capital. However, if the company’s management isunder the responsibility of a partner so appointed in the articles of association, his removal fromoffice will be conditioned to approval by one or more partners representing at least two-thirds ofthe corporate capital.

The powers of a senior manager are established when he is appointed. The partners may imposerestrictions on such managerial powers, and even subject certain acts to previous approval ofpartners representing a given portion of the corporate capital.

The articles of association of a limited liability company may optionally provide for theestablishment of administrative bodies such as the Advisory Council (Conselho Consultivo) andthe Fiscal Council (Conselho Fiscal).

Corporate Capital and Distribution of Dividends

The corporate capital of a limited liability company is divided into quotas, allocated to itspartners in any proportion. After the company is organized, as a rule there is no preset periodunder the law for payment of the corporate capital by its partners, ratably to the number of

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quotas they subscribed for. However, if the quotas are not paid up at the time the company isorganized, the articles of association must set out a time period to that end. Payment may bemade in Brazilian currency, goods or rights, capable of being appraised in cash. According tothe Civil Code, the corporate capital of limited liability companies can be increased only afterthe subscribed capital has been fully paid up.

As already stated, if a foreign-based partner remits funds to Brazil for payment of its corporateholdings, it must sign a foreign exchange contract for conversion of the foreign currency intoBrazilian currency. This remittance will be made after the foreign partner obtains its investorstatus from the Central Bank. Any funds thus remitted will be entered in the correspondingregistration. The Brazilian currency proceeds from such conversion will be used first to pay thecorporate holdings already subscribed for by the investor, and any excess will serve to increasethe investor’s corporate holdings.

Holdings in a limited liability company are reflected in the articles of association, as the quotasin which the company’s corporate capital is divided are not represented by certificates as in thecase of shares. The articles of association must therefore be amended whenever quotas areassigned or transferred, or upon capital increase, so as to accurately reflect the ownership of alimited liability company’s capital.

Limited liability companies may distribute accrued profits to their partners. If the partners areindividuals or legal entities resident or domiciled abroad, dividends remitted at the commercialexchange rate are subject to prior registration with the Central Bank of the foreign investmentsinitially made by the partners to pay up their corporate holdings.

As a rule, there are no restrictions on distribution and remittance of profits abroad. Profits anddividends distributed as from 1996 are not subject to income tax. Once the investment has beenregistered, the distribution, if in the same proportion as the registered investment, will notrequire prior registration.

Brazil has signed double taxation treaties with the following countries: Argentina, Austria,Belgium, Canada, China, the Czech Republic and Slovakia, Denmark, Ecuador, Finland,France, Germany, Hungary, India, Italy, Japan, Luxembourg, the Netherlands, Norway, thePhilippines, Portugal, South Korea, Spain, and Sweden.

Joint-stock Companies

Joint-stock companies (sociedades anônimas) are governed by Law No. 6404 of December 15,1976, as amended (the Corporation Law). The joint-stock company is the corporate form thatmost closely resembles the U.S. joint-stock company or corporation. Unlike limited liabilitycompanies, Brazilian joint-stock companies always take the form of an entrepreneurial companyas expressly prescribed by the pertinent law. Each shareholder of a joint-stock company is liableonly to the extent that the capital stock for which it has subscribed remains unpaid.

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General Features of Joint-stock Companies

A joint-stock company may be formed by public or private subscription of its shares. In bothcases, at least 10% of the capital must be paid up upon incorporation.

This type of company may be either publicly- or closely-held. A publicly-held company must beregistered with the Brazilian Securities Commission (CVM) along with its securities, whichmay be traded on the stock exchange or on the over-the-counter market. The securities of apublicly-held company can be traded only after 30% of the issue price has been paid. Thesecurities of a closely-held company are not available to the general public.

The capital may be either subscribed or authorized. For a company with subscribed capital, itsbylaws must state the amount of capital actually subscribed for by the shareholders, althoughthis capital need not necessarily be paid up. The bylaws of a company with authorized capitalestablish the limit for capital increases without an amendment to these same bylaws.

CVM is the body in charge of regulating and monitoring the capital markets in Brazil. In recentyears, particularly as from 2003, CVM has changed certain rules that may foster even further theBrazilian capital markets, such as the Private Equity Funds and Tender Offers for shares inpublicly-held companies. In early 2004, CVM has signaled its intention to go ahead with suchchanges, including as regards debentures and investment funds.

Shares

A company’s capital stock is divided into several kinds of shares, all of which have differentadvantages, rights or restrictions attaching to them.

Shares need not have a par value, and may be represented by certificates.

The bylaws of a closely-held company may restrict the circulation of shares, provided that theydo not prevent their transfer. Should such restrictions be imposed by means of an amendment tothe bylaws, they will only apply to the shares of those holders who have expressly agreed withthem.

Shares may be paid up by means of contribution of assets, goods, credits, technology transfer orany other assets capable of being appraised in cash. Appraisal of the assets must be carried outby an expert or specialized company, and approved by the shareholders in a general meeting.

Common shares in a closely-held company may belong to different classes, depending oncertain legal precepts. Shares of the same class confer on their holders equal rights. Eachcommon share carries one vote at the general meetings.

Preferred shares in a publicly- or closely-held company may belong to one or more classes, andcarry rights and/or privileges that may include the right to elect certain members for thecompany's administrative bodies, even if these preferred shares are granted no other voting

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rights. Pursuant to law, the company may issue nonvoting preferred shares up to 50% of its totalcapital stock.18

Holders of preferred shares may be accorded the following privileges: (a) priority in thedistribution of fixed or minimum dividends; (b) priority in capital repayment, at or without apremium; or (c) both advantages, on a cumulative basis.

In order to be traded on the securities market, preferred shares without voting rights or withrestricted voting rights must confer on their holders at least one of the following privileges:

(i) priority in the payment of dividends corresponding to at least 3% of the share net equityvalue, in addition to the right to participate in the profit distribution on a par withcommon shares, after these have been ensured dividends equal to the minimum prioritydividends; or

(ii) the right to dividends, per preferred share, at least 10% higher than those paid to eachcommon share; or

(iii) the right to tag these shares along in a public offer for disposal of control, receivingdividends at least equal to those paid to common shares.

Should there be preferred shares without voting rights or with restricted voting rights, theadvantages and privileges attributed to them must be properly described in the company’sbylaws.

Companies to be privatized may create preferred shares of a special class (known as goldenshares), which will be held by the privatizing entity on an exclusive basis. This class of sharewill be granted the powers set forth in the bylaws, including the power to veto resolutionspassed by the general meetings on such matters as the bylaws may specify.

The bylaws may also confer on one or more classes of preferred shares the right to elect, byseparate voting, one or more members of the company’s administrative bodies, or evencondition amendments to the bylaws to approval of the holders of one or more classes ofpreferred shares in a special meeting.

Preferred shares without voting rights or with restricted voting rights will be entitled to vote ifthe company fails to pay fixed or minimum dividends within the time period set forth in thebylaws (not to exceed three consecutive financial years), retaining such right until actualpayment of such dividends.

����������������������������������������������������������18 Law No. 10303 of October 31, 2001 amended the Corporation Law with respect to the issue of preferred shares. According to the

former provisions, a company was allowed to issue preferred shares without voting rights or with restricted voting rights up to two-thirds of its total issued shares. The companies already organized when this change came into force may keep such two-thirds ratio,provided that they observe the new rule in issues made after the effectiveness of Law 10303/01.

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Debentures

Joint-stock companies may also issue non-equity securities, such as participation certificates,subscription warrants and debentures. Debentures, which are the most important of thesesecurities, grant their holders credit rights against the issuer. The conditions of this credit rightheld by the debenture holder against the company must be set out in the respective indenture.Debentures may be converted into shares, and will be necessarily secured by the issuingcompany. Unless otherwise permitted by law, the total amount of outstanding debentures cannotexceed the company’s capital.

Participation Certificates

Participation certificates (partes beneficiárias) are nonpar securities issued by closely-heldcompanies only, and confer on their holders the right to participate in up to 10% of annualprofits. These securities carry none of the rights attributable to the shareholders, except for theright to oversee the acts of the company’s senior managers. The bylaws may provide forredemption of these participation certificates by capitalization of a reserve specifically createdfor this purpose.

Subscription Warrants

A company with authorized capital may issue negotiable securities called subscription warrants(bônus de subscrição). These securities entitle their holders to subscribe for shares when thecapital is increased, subject to the conditions stated on the corresponding certificates.

Shareholders’ Rights

Shareholders have the following essential rights:

(i) to share the company’s profits;

(ii) to share the company’s assets upon liquidation;

(iii) to supervise the management of the company’s business;

(iv) to be granted priority in subscribing for shares and convertible debentures, and receivingsubscription bonuses; and

(v) to withdraw from the company in the situations determined by law.

Shareholders’ Agreement

The company shareholders may sign shareholders’ agreements to regulate share purchases andsales, first refusal rights, the exercise of their voting rights, or their controlling power over thecompany. A shareholders’ agreement is binding on the company when registered at its headoffices. A shareholder may also file a lawsuit for specific performance of the obligations

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contained in the shareholders’ agreement. These agreements cannot be invoked to releaseshareholders from their liability regarding voting rights or controlling power. The chairman ofgeneral meetings or decision-making committees of joint-stock companies cannot computevotes given in defiance of shareholders’ agreements properly registered at the company’s headoffices.

Joint-stock Companies’ Internal Structure

The decision-making and monitoring bodies of a company are: the Shareholders' GeneralMeeting; the Board of Directors (Conselho de Administração); the Executive Office(Diretoria); and the Fiscal Board (Conselho Fiscal).

General Meetings

The shareholders’ general meeting is the company’s highest authority, deciding on all corporatematters and passing all such resolutions as the shareholders may deem appropriate to protectand develop the company. Such resolutions, however, are restricted to the company’s corporatepurposes and business, its bylaws and applicable laws.

The shareholders’ general meeting has exclusive authority over the following matters:

(i) amendments to the bylaws;

(ii) the election and dismissal of senior managers and members of the fiscal board of thecompany;

(iii) the annual examination of management accounts and approval of the financialstatements submitted by the company’s management;

(iv) change of corporate type, consolidation, merger and spin-off of the company, itsdissolution or liquidation, election and dismissal of liquidators, and verification of theiraccounts; and

(v) admission of bankruptcy and petition for debt rehabilitation (concordata) of thecompany.

As a rule, general meetings’ resolutions of joint-stock companies are adopted by an absolutemajority of votes, i.e., by stockholders representing 50% of the voting capital plus one vote.

General meetings are called by the Board of Directors, if any, or by the senior managers, asprovided for in the company’s bylaws. Meetings may also be called:

(i) by the Fiscal Board, in the events set out by law;

(ii) by any shareholder, when the senior managers fail to call the meeting in due course;

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(iii) by shareholders representing at least 5% of the capital stock, when the senior managersfail to call a meeting at the shareholders’ request; and

(iv) by shareholders representing at least 5% of the voting capital, or by those representing atleast 5% of the nonvoting capital, when the senior managers fail to call a generalmeeting (on the shareholders’ initiative) for instatement of the Fiscal Board.

Call notices for general meetings must state the place, date and time of the general meeting, aswell as the agenda. In the event of amendment to the bylaws, the call notice must indicate thisas an item of business. Irrespective of the formalities above, meetings attended by allshareholders are considered properly called.

Those attending a general meeting must prove their shareholder status. Shareholders may berepresented by proxy.

Minutes of the general meetings must be drawn up in a proper book, then signed by, amongothers, the shareholders in attendance. These minutes must be filed with the Register ofCompanies.

Annual and Extraordinary General Meetings

Annual General Meetings are held within the four months following closing of the financialyear to examine the senior management accounts; review, discuss and vote on the financialstatements; elect the senior managers and the Fiscal Board members; resolve on the allocationof the net profits for every financial year and the payment of dividends; and approve theadjustment of the capital stock’s currency denomination.

Extraordinary General Meetings are held at any time for any other purposes. Annual andExtraordinary General Meetings may be called concurrently, held at the same place, date andtime, and recorded in the same minutes.

The company’s senior managers must inform and make available to shareholders documentsthat will support the resolutions to be passed at Annual General Meetings, such as themanagement report and a copy of the financial statements. Availability of the documents, theplace where they may be found, and the content of some of them must be published in both theofficial press and widely-circulated newspapers prior to the Annual General Meeting.

Certain matters voted by Extraordinary General Meetings may be subject to supermajority voterequirements. In principle, the following matters require approval of at least half of thecompany’s voting capital:

(i) the creation of a class of preferred shares or any increase in the existing classes withoutregard to the existing ratios;

(ii) change in the conditions of one or more classes of preferred shares;

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(iii) reduction in compulsory dividends;

(iv) consolidation or spin-off of the company, or its merger into another company;

(v) change in the company’s corporate purpose; and

(vi) dissolution of the company.

Subject to legal provisions, dissenting shareholders are afforded the right to withdraw from thecompany upon reimbursement of the amount paid for their respective shares.

Management Bodies

Upon incorporation of the company and adoption of its bylaws, shareholders have the choice ofdividing the corporate management body into two parts: the Board of Directors (Conselho deAdministração) and the Executive Office (Diretoria). Should the company choose not to have aBoard of Directors, the Executive Office will perform all administrative functions. If a Board ofDirectors is instated, the Executive Office must abide by its decisions. Establishment of a Boardof Directors is mandatory for publicly-held companies, authorized capital companies, andfinancial institutions. Only individuals may be appointed for management bodies.

Board of Directors

The Board of Directors (Conselho de Administração) acts as an interface between the GeneralMeeting and the Executive Office. It has full authority to establish the economic, corporate andfinancial policies to be followed by the company, and to supervise the Executive Officeactivities on a permanent basis.

If the Board members reside abroad, they must be represented by a person resident in Brazilwith powers to receive service of process in any lawsuits filed on the basis of corporatelegislation. Board members must be shareholders.

Board members are elected and removed by the General Meeting. The Board of Directors mustbe composed of at least three members, whose term of office cannot exceed three years,reelection being permissible.

The company’s bylaws must also set out the rules for instatement and operation of the Board ofDirectors and calling of Board meetings. As a rule, the Board of Directors will pass resolutionsby a majority vote; the bylaws, however, may stipulate a supermajority vote requirement forresolutions on specific matters. Minutes of Board of Directors meetings containing resolutionsthat produce effects on third parties must be filed at the Registry of Companies and thenpublished.

A representative of employees may also sit on the Board, if this is stipulated in the bylaws. Suchrepresentative will be chosen by employees in a direct election organized by the companyjointly with the employees’ unions.

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In publicly-held companies, subject to the conditions set out in the law, shareholdersrepresenting a certain portion of the voting capital stock or a certain number of preferred sharesmay elect and remove a member of the Board and his alternate by a separate vote in the GeneralMeeting, excluding the controlling shareholder.

Executive Office

The Executive Office (Diretoria) is composed of at least two officers serving for no more thanthree years, reelection being permissible. As a rule, officers are elected and removed at any timeby the Board of Directors. If no Board of Directors was instated, the General Meeting will beresponsible for electing and removing the Executive Office members. Up to one-third of theBoard members may be elected for Executive Office positions. The Executive Office representsthe company in its dealings with third parties, among other duties. The bylaws may establishthat certain managerial decisions should be taken in Executive Office meetings only.

Officers need not be shareholders, but must necessarily be resident and domiciled in Brazil.

Officers are not held liable for any of the obligations assumed on behalf of the company in thecourse of routine management procedures. Their powers must be set out in the bylaws, and maybe limited by the shareholders.

In case of abuse of power, negligence or willful misconduct in violation of the law or bylaws,senior managers are held liable in the civil sphere for any losses to which they may have givencause. In this sense, senior managers are prohibited from:

(i) performing discretional acts at the company’s expense;

(ii) performing acts without the prior authorization of the General Meeting or the Board ofDirectors, when required;

(iii) lending the company’s funds or assets; or

(iv) receiving from third parties, without proper authorization, any direct or indirect personaladvantage by virtue of the exercise of their position.

Senior managers are also prohibited from taking part in any corporate transaction in which theirinterest conflicts with that of the company.

If a senior manager is found liable for any losses caused to the company, the latter will beentitled by law, after a resolution to such effect is passed by the General Meeting, to file aderivative suit against him. Such suit does not preclude any other judicial measures available toshareholders or third parties directly affected by the senior management acts.

Fiscal Board

The Fiscal Board (Conselho Fiscal) must be mandatorily instated, but it is not required to

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operate on a permanent basis. If the Fiscal Board will not officiate permanently it must beinstated, at the shareholders’ discretion, in a General Meeting. The Fiscal Board is composed ofthree through five members and an equal number of alternates, all of whom need not beshareholders. Only individuals resident in Brazil who hold a college degree or have previouslyand for a certain time held the position of company manager or fiscal board member may sit onthe Fiscal Board. Persons prevented from holding management positions pursuant to law,members of the company’s management bodies or their relatives, or company employees cannotsit on the Fiscal Board.

When the Fiscal Board officiates on a non-permanent basis, it is instated by the GeneralMeeting upon request to such effect by shareholders representing at least 10% of the votingshares or 5% of the non-voting shares.

The Fiscal Board monitors the senior managers and informs the General Meeting accordingly.The Fiscal Board may also request that the senior managers appoint experts to look into certainfacts that must be clarified for proper performance of its duties. The Fiscal Board may alsorequest information from the company’s independent auditors, if any.

The Fiscal Board duties may not be delegated or transferred to any other body of the company.

Transformation

Under the corporation law, a company may change its corporate type without interruption of itsoperations, dissolution or liquidation. This requires shareholders’ unanimous approval, unlessotherwise provided for in the bylaws. Dissident shareholders have the right to withdraw fromthe company.

Merger, Consolidation and Spin-off

Merger, consolidation or spin-off may be effected between companies of the same or ofdifferent types. On a merger, one or more companies are absorbed by another, which succeedsto all rights and obligations, with consequent termination of the company or companiesabsorbed. On a consolidation, two or more companies join to form a new company, whichsucceeds to all their rights and obligations, the former companies being extinguished. Finally, aspin-off is an operation by which a company transfers a portion of its assets to one or morecompanies, which already exist or are formed for this purpose. If all assets and liabilities of thecompany are transferred, it will be extinguished. The rights and obligations of the transferor areproportionately absorbed by the spun-off companies.

The reasons for performing these transactions must be explained and justified in a Protocol ofJustification signed by the senior managers of the companies involved. This protocol will thenbe approved by the partners in a General Meeting of such companies. In these cases, dissidentshareholders are also allowed to withdraw from the company.

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Wholly-owned Subsidiary

A wholly-owned subsidiary is a company whose total capital stock is owned by anothercompany. The owner of the wholly-owned subsidiary must be a Brazilian company.Incorporation by public deed is required. An existing company may be converted into a wholly-owned subsidiary upon acquisition of all its shares by a Brazilian company.

Payment of Dividends

Joint-stock companies may pay dividends to shareholders pursuant to law and under the bylaws,also considering the origin and nature of such funds. If the shareholder is an individualor legal entity resident or domiciled abroad, the dividends remitted abroad at thecommercial exchange rate is subject to prior Central Bank registration of the foreignseed capital. The distribution of dividends in the same proportion as registeredinvestments does not require prior Central Bank authorization, and is not subject totaxation.

Joint-stock companies may also pay interest on net equity, pursuant to Law 9249/95 and Law9430/96. Payment of interest on net equity is conditioned to the existence of profits at leasttwofold the interest amounts to be paid or credited. Interest on net equity is calculated byapplying the Long-Term Interest Rate (TJLP) on the company’s adjusted net equity. As CVMqualifies interest on net equity as dividends, it is viewed as a company’s results rather thanexpenses. However, unlike the payment of dividends, the interest on net equity is subject toincome tax at the rate of 15%.

Procedures for Organization of Companies

Regardless of the type of corporate entity, there are certain procedures in common forincorporation of companies in Brazil.

All organizational documents necessary to set up a company (i.e. the articles of association oflimited liability companies, or the bylaws of joint-stock companies) must be established by apublic deed or in a general meeting of incorporation, and then registered with the competentRegister of Companies, which reports to the Commercial Registries of each Brazilian state andis monitored and regulated by the National Commercial Registration Department (DNRC).Moreover, the documents relating to certain types of corporate acts must be published in thestate official press and in a newspaper widely circulating in the place where the company isheadquartered.19

Enrollment in the Federal Revenue Office is mandatory for all partners, whether individuals orlegal entities resident and domiciled in Brazil or abroad. Accordingly, foreign individuals mustbe enrolled in the Individual Taxpayers’ Register (CPF), and foreign legal entities in the

����������������������������������������������������������19 The House of Representatives is reviewing bills, which propose to require the publication of financial statements by limited liability

companies and other companies, as in the case of joint-stock companies.

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National Register of Legal Entities (CNPJ).

A newly-formed company is also required to obtain its CNPJ enrollment in order to dobusiness, open and transact current accounts in Brazilian banks, participate in governmentprocurement and bidding procedures, and perform other acts before third parties.

In addition to obtaining the CNPJ enrollment, other procedures will be required before state andmunicipal governmental agencies and bodies after incorporation of the company. Suchprocedures will hinge on the type of activity to be performed by the company.

Finally, incorporation of companies whose partners are foreign individuals or legal entitiesimplies the remittance of foreign capital to Brazil for payment of their respective ownershipinterests. Registration of this foreign capital with the Central Bank is mandatory, and takes theform of a self-registration (the investor itself and the Brazilian investee should provide for suchregistration).

Currently, this registration is made on-line via the Central Bank Information System (Sisbacen),specifically through the On-line Registration System for Foreign Direct Investments (RDE-IED). Accordingly, the foreign investment is automatically registered, regardless of priorCentral Bank review or authorization. The foreign investment registered through the RDE-IEDmode serves as basis for calculation of the amounts to be repatriated upon capital reduction, aswell as for payment of dividends (at the commercial exchange rate) by the Brazilian company toits foreign partners.

Equity investments from conversion of foreign credits, as well as investments made via importof goods without foreign currency consideration and profit reinvestments are also subject toregistration with the Central Bank.

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ENVIRONMENTAL LAWThe 1988 Federal Constitution devotes a separate chapter to environmental stewardship.Everyone has the constitutional right to a balanced environment, which is viewed as a commonasset that is essential to the healthful life of citizens. Stewardship of the environment wasentrusted with the governmental authorities and the community as a whole.

The governmental authorities have the following constitutional duties, among others:

(i) to preserve and recover species and ecosystems;

(ii) to care for the variety and integrity of the country’s genetic heritage, overseeing theentities acting in genetic research and manipulation;

(iii) to promote environmental education and awareness;

(iv) to define conservation areas; and

(v) to require environmental impact assessments before any potentially polluting activity isset up.

The federal, state and municipal governments have concurrent authority to legislate onenvironmental issues. As a result, environmental rules and requirements may vary depending onthe place of business. However, some specific issues (water, energy, mining and nuclearactivities) were reserved for the Federal Government; the states may also legislate on suchissues only upon express federal authorization.

According to the Constitution, an individual or legal entity that is liable for any conduct oractivity detrimental to the environment is penalized in the criminal and administrative spheres,and is also required to redress the existing damage.

Environmental laws are enforced by a set of federal government bodies. The NationalEnvironmental System (SISNAMA) comprises: (a) the National Council for the Environment(CONAMA), a regulatory, advisory and decision-making body; (b) the Ministry of theEnvironment, the central body in charge of coordination, supervision and control of theNational Policy for the Environment; and (c) the Brazilian Institute for the Environment andRenewable Natural Resources (IBAMA), an executive environmental body.

SISNAMA is assisted by a number of other federal government entities, environmentalstewardship foundations, and state and municipal government entities (including state and localenvironment offices, and other environment companies such as CETESB in the state of SãoPaulo).

A potentially polluting venture or activity is that whose nature, size or location may have adirect or indirect adverse impact on the physical, chemical or biological characteristics of the

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environment. Environmental licensing for potentially polluting activities in national or regionallevel rests with IBAMA.

The state or Federal District environmental authorities are responsible for environmentallicensing of ventures that extend beyond the territorial boundaries of one or moremunicipalities. And the municipal environmental authorities are entrusted with the licensing oflocal activities with an impact on the environment circumscribed within the territory of onesame municipality. In practice, the state environmental entity plays a major role inenvironmental licensing for potentially polluting activities.

According to CONAMA, environmental licensing is compulsory for some specific activities,such as:

(i) ore extraction;

(ii) logging;

(iii) pulp and paper industry;

(iv) rubber industry;

(v) chemicals industry;

(vi) textiles industry;

(vii) hazardous cargo carrier, marina and port activities;

(viii) resorts and other entertainment complexes;

(ix) stock-raising and agriculture activities;

(x) tobacco industry.

Environmental licensing stands for an administrative act by which a competent environmentalbody lays down the conditions, limitations and control measures required from the applicant asa condition for the setup, expansion or operation of ventures or activities that use naturalresources or are actually or potentially polluting, or otherwise prone to degrade theenvironment. The environmental licensing system embodies a set of administrative proceduresintended to follow up on the development of a venture from its inception, controlling its setupand operations from time to time. The environmental authorities issue a number of differentenvironmental licenses, depending on the type and stage of the venture for which they areapplied.

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Administrative Rules and Penalties

Federal Decree No. 3179 of September 21, 1999, which regulates Law No. 9605 of February 12,1998 (the Environmental Crime Law), provides for the administrative sanctions applying to anyconduct or activity that is damaging to the environment, such as the development of unlicensedoperations or the release of pollutants beyond the limits prescribed by laws and regulations.Administrative offenses are punishable by:

(i) warning;

(ii) one-time or daily fine;

(iii) seizure, destruction, or rendering the irregular products unfit for further use or sale;

(iv) remediation order;

(v) suspension or cancellation of registration;

(vi) forfeiture, limitation or suspension of tax benefits or incentives, and ineligibility forcredit facilities from official credit establishments; and

(vii) ineligibility for government procurement.

In addition to these sanctions under federal law, a number of Brazilian states have issued theirown rules according a specific treatment to administrative penalties for environmental offenses.

Criminal Liability

The Environmental Crime Law sets out the criminal penalties for environmental offenses.Before the advent of such law, criminal sanctions were scattered over a number of legal texts,such as the Forest Code, the Hunting Code, and the like. Under the current laws, criminalliability applies to whoever has given cause to any conduct or activity that is damaging to theenvironment, to the extent of the degree of negligence or willful misconduct involved.

Under Brazilian law, criminal liability reaches not only the person directly responsible for theenvironmental damage, but also whoever was aware of the criminal offense but did nothing toavoid it, by omission or commission. These accessories to the crime include the officers,directors, other board and committee members, auditors, managers, agents or attorneys-in-factof the offender. Criminal liability is also imputed to the legal entity directly, without prejudiceto the penalties meted out to individuals held liable as accessories to the environmental crime.The disregard doctrine may likewise apply if necessary for redress of the environmentaldamage.

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Penalties meted out to individuals are limited to those restricting freedom (detention orimprisonment) or rights (community services, temporary interdiction of rights, full or partialsuspension of activities, fine, and home confinement). As for legal entities, the followingpenalties apply: fine; community services; and penalties restricting rights (such as full or partialsuspension of activities, temporary shutdown of establishment, works or activities, andineligibility for government procurement).

Environmental offenses qualify for plea bargaining with the Government Attorney Office,which has exclusive authority to initiate criminal prosecution, depending on the severity of thedamage caused to the environment.

Civil Liability

In addition to administrative and criminal liability, the National Policy for the Environment inBrazil also draws on the polluter-pay principle adopted in other countries. This principle restson strict liability, that is, irrespective of fault. The duty to redress is triggered by the existence ofa causal relation between the activity performed by the venture and the damage caused to theenvironment.

The current National Policy for the Environment (established by Law No. 6938 of August 31,1981) assumes that every environmental damage calls for remediation or redress. Accordingly,even polluting emissions below legal thresholds may translate into an environmental damage,making the offender liable for remediation or payment of damages.

Under prevailing laws, the Government Attorney Office may initiate a civil inquiry to detectpotential irregularities or environmental damage, which may evolve into a lawsuit for protectionof the environment and redress of damage (known as ‘civil public action’, similar to citizensuits). As these civil inquiries develop, the respondent may enter into a cease-and-desistcommitment undertaking to exert efforts to remediate and/or redress the damage caused to theenvironment, thus avoiding the filing of a civil public action.

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COMPETITION LAWLaw No. 8884 of June 13, 1994 (the “Competition Law”) is primarily aimed at curbing andpreventing unfair trade practices, and has its pillars in the principles of the 1988 FederalConstitution, i.e. free enterprise, open competition, the social role of property, consumerprotection, and curbing of unfair trade practices. These constitutional principles equally providethe general guidelines for economic activities, as set forth in articles 170 et seq. of the FederalConstitution.

Prior to the 1988 Federal Constitution, other laws and regulations already contained someprovisions on competition. The landmark in competition protection in Brazil was Law No. 4137of September 10, 1962, which contained general rules on unfair trade practices, with very broadprovisions aimed at controlling acts and contracts that could injure open competition on theBrazilian market. This law instituted the Administrative Council for Economic Defense(CADE), which is the Brazilian authority charged with enforcing the Competition Law inBrazil.

Other laws and decrees of lesser importance were subsequently issued. Law No. 8158 enactedon January 8, 1991, coupled with Law 4137/62, provided the basic framework for competitionprotection until enactment of the current Brazilian Competition Law.

The Competition Law transformed CADE into a federal independent agency (reporting to theMinistry of Justice), with greater clout to monitor and curb potential practices in restraint oftrade.

The Competition Law applies to acts fully or partially performed within Brazil, as well as toacts undertaken abroad with effects on the Brazilian market. CADE’s control authority istwofold: preventive (controlling acts that may lead to a dominant position in the market); andrepressive (investigating and punishing unfair trade practices).

Preventive Control

Any acts that may limit or otherwise restrain free competition, or result in the dominance ofrelevant markets for certain products or services, must be submitted for CADE review. Basedon the criteria set forth in the Competition Law, transactions such as the merger with or into orthe purchase and sale of companies, or any other form of corporate grouping, require CADE’sapproval if (a) the resulting company or group of companies accounts for 20% of a relevantmarket, or (b) any of the parties has posted in its latest balance sheet an annual gross turnoverequal to R$ 400 million. In relation to the gross turnover criterion, CADE takes intoconsideration not only the gross turnover of the companies directly involved in the transactionunder review, but also the gross turnover of their economic groups worldwide.

The transactions falling within the criteria mentioned above must be submitted for CADEreview within 15 business days from signing of the first binding document between the parties,

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on pain of a fine ranging between 60,000 and 6,000,000 UFIR.20

The transaction documents must be submitted to the Economic Law Office (SDE), a bodyreporting to the Ministry of Justice, in charge of investigating unfair trade practices from aneconomic perspective and initiating administrative proceedings.

CADE’s decision is final and conclusive in the administrative sphere. However, it can beappealed in court. The decision denying approval of a transaction will also state, on a case-by-case basis, the measures to be implemented by the parties to fully or partially return the actsalready performed into their status quo ante.

A transaction entailing economic concentration may be approved if it is intended to increase thelevels of productivity, improve quality or generate technology efficiencies, proof of which mustalways be provided. CADE is responsible for establishing the performance conditions underwhich a transaction will be approved, even if resulting in economic concentration.

Repressive Control

The Competition Law defines the criteria to be adopted to identify practices in restraint of trade,i.e. those that may actually or potentially limit, falsify or injure open competition or freedom ofenterprise, control relevant markets for goods or services, arbitrarily increase profits, or entailthe abuse of a dominant position. Law 8884/94 also lists examples of practices deemed to bepotentially injurious to competition, among which: tie-in sales, refusal to deal, concerted price-fixing, market division, underselling, imposition of resale prices to distributors, retailers andrepresentatives, overpricing, and profiteering.

SDE will inquire into these illegal practices and irregularities, commencing administrativeproceedings, if appropriate, whereas CADE will render its final decision accordingly.

Administrative proceedings can be filed ex officio by SDE, or through a duly substantiatedcomplaint in writing filed by the Senate, House of Representatives, a congressional committee,or any interested party. Both SDE and CADE may request information from any persons,agencies, authorities or entities, whether public or private. SDE and CADE may also impose onthe offender preventive measures seeking to suppress such illegal practices and irregularities, aswell as levy daily fines for contempt of their decisions.

CADE may impose the following penalties:

(a) on the company: a fine ranging from 1% to 30% of its gross turnover for the last fiscalyear. The fine cannot be less than the profits obtained by the company by means of theillegal practice concerned, when capable of being quantified;

����������������������������������������������������������20 UFIR is a benchmark rate used for monetary adjustment purposes. It was extinguished in October 2000, with its value frozen at

R$ 1.0641.

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(b) on the company’s senior manager: a fine varying from 10% to 50% of that imposed onthe company, if he is eventually held liable for such illegal practice.

The penalties stated above may be doubled in case of recidivism. In addition, the followingsupplementary penalties may be applied: cancellation of tax incentives or public subsidies;prohibition from contracting with official financial institutions and participating in public bids;company spin-off, transfer of control and/or divestiture; or other measures held to beappropriate to eliminate the effects of the illegal practice.

Under Law No. 8137 of December 27, 1990, there is a possibility of preventive detention of thesenior managers for the sake of public and economic order, when there is proof of the crimesand sufficient indicia of the respective offender.

Regulatory Agencies

The Federal Government created several regulatory agencies in charge of specific economicsectors, the most important of which are the following:

• ANATEL – National Telecommunications Agency;• ANEEL – National Electric Power Agency;• ANP – National Oil Agency;• ANTT – National Land Transportation Agency;• ANTAQ – National Water Transportation Agency.

The primary function of these agencies is to monitor and regulate activities of relevant publicinterest, which gradually moved from public to private entities. Such agencies are responsiblefor regulating the structure of the markets under their respective scope of authority. Despite thecreation of such agencies, the prevailing stand is that CADE still has the right and duty toexercise preventive and repressive control from a competition perspective, even in regulatedsectors. In some cases, cooperation agreements between CADE and the regulatory agenciesregulate and establish their respective spheres of authority in reviewing acts and contracts.

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LABOR LAWThe guiding principles of labor law are defined in the Brazilian Constitution. The basic rightsand duties of employers and employees are set out in the 1943 Consolidated Labor Laws (CLT),in collective bargaining agreements and collective labor conventions, as well as in some specificlaws on certain matters affecting labor relations.

Brazilian labor law defines an employee as the person who renders services on a regular basisand subordinated to, and under the direction of, an employer in return for compensation. A self-employed worker, in turn, renders services on an independent basis, acting for himself,determining his own tasks, developing his own business, and assuming the risks of hisactivities, with no subordination relationship.

For its part, employer is defined as a company or sole proprietorship that takes the risk of itseconomic activity, hires, pays salaries, and sets out the guidelines for the services provided bythe employee. Companies belonging to the same economic group, under the same control ordirection, are jointly and severally responsible for compliance with labor-related obligations.

Employment Contract

A formal agreement is not required for individual employment under Brazilian law. Oralemployment is fully valid. In any event, however, it is essential that the employment contract berecorded in the Work and Social Security Card (CTPS) of the employee within 48 hours fromhiring. The company, in turn, must keep specific hiring records in a proper book.

As a general rule, an employee is hired for an undetermined period of time, and contracts for adetermined period of time constitute an exception to this rule. The latter contract will only bevalid when (i) the nature of the services justifies establishment of a preset period of time; (ii)the nature of the company's activity is temporary; or (iii) it is a probation contract.

Employees’ Rights

An employment relation immediately gives rise to a series of rights warranted by the Brazilianlegislation, irrespective of whether such rights are mentioned in the employment contract. Inaddition to such rights, specific legislation and collective labor conventions may ensure certaincategories of employees other or broader rights. Employees’ main rights are the following:

(i) Compensation: may be paid monthly, fortnightly, weekly or even per task, dependingon the conditions established for the employment. The compensation paid to anemployee may never be less than the minimum wage established by the Government andvalid throughout the Brazilian territory, or less than the lowest wage floor established inthe collective labor convention for each professional category, whichever is higher.Compensation includes food, lodging or any other benefits the company provides

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habitually to the employee by express or tacit agreement. Once these benefits aregranted, they become part of the employment contract, and cannot be reduced orabolished.

(ii) Weekly Remunerated Rest Period (DSR): all employees have a right to oneday's remunerated rest period, which should preferably fall on a Sunday. For employeeswho receive their compensation monthly, payment of the weekly remunerated restperiod will already be included in the monthly compensation.

7(iii) Vacations: every employee, upon completing one year's service with the same

company (the "entitlement period"), is entitled to 30 days' vacation unless he has beenabsent from work more than five unjustified times during the period. Vacation should begranted in the year following the entitlement period, which is called vesting period,under penalty of the employer’s being required to pay double vacation.

(iv) One-Third Vacation Bonus: employees are entitled to receive a one-third bonus inaddition to the normal monthly compensation, at the time of annual vacations.

(v) 13th Salary: in December of each year, the employer will pay the employee an extracompensation, known as 13th salary, corresponding to the salary for said month plus theannual average of other monies habitually paid to the employee during the year.

(vi) Prior Notice: An employment contract for an undetermined period may be terminatedat any time without good cause, upon prior notice given by one party to the other. If it isthe employer that decides to terminate the employment contract without good cause, itmust give the employee at least 30 days' prior notice, and during such period theemployee is entitled to reduce the workday by two hours or to be released from work forseven consecutive days, without prejudice to payment of his compensation. Theemployer may release the employee from work during the prior notice period by payingthe respective sum in lieu.

(vii) Workday: As a rule for all employees, the maximum workday is eight hours and themaximum workweek is 44 hours, with one-hour break for meal and rest. Someprofessional categories are eligible for a special workday system. Work performedbeyond the time limits provided under the law is treated as overtime. The minimumcompensation for overtime is 50% higher than the normal hourly rate. No overtimepayments will apply to employees engaging in external activities that cannot be subjectto fixed work hours, or to managers (i.e., the employees in management positions,including officers and heads of a department or branch). Night work is performedbetween 10:00 p.m. and 5:00 a.m. Work performed between these hours entitles theemployee to an additional compensation at least 20% above the overtime rates.

(viii) Unemployment Compensation Fund - FGTS : According to the FederalConstitution, the FGTS system became automatic and compulsory for all employeeshired after October 5, 1988. Under the FGTS system, every month the employer mustdeposit the equivalent of 8.5% of each employee's compensation for the previous monthin a blocked bank account in the name of the employee. An FGTS-opting employee

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unfairly dismissed is entitled to withdraw the total FGTS deposits made by the employerin his FGTS account, plus interest, monetary adjustment and a 50% fine figured on thetotal amount deposited by said employer. Collective employment contracts may providefor an additional indemnity.

(ix) Social Security: every employee must be officially enrolled in the Social SecuritySystem. Social security in Brazil is sponsored by monthly contributions from employees,employers and the State. After a certain period of enrollment and contribution, theemployee is entitled to receive social security benefits under the pertinent law.

Interruption and Suspension of an Employment Contract

When an employment contract is interrupted, the employee temporarily ceases to provideservices, without prejudice to his compensation or benefits or computation of length of service.Typical examples are sick leave, maternity leave and annual vacations.

An employment contract is suspended when services, compensation, computation of length ofservice and other benefits cease without termination of the employment relation. Typicalexamples include leaves of absence without pay and participation in strikes or industrial actions.

Termination of an Employment Contract

According to Brazilian law, an employment relationship may be terminated on the initiative ofthe employer, of the employee or by lapse of time. Irrespective of the cause, the instrument oftermination of an employment contract must specify the reason why the employmentrelationship is being terminated and list the sums paid to the worker. Such instrument will serveas a receipt for the company. Employers that fail to pay the sums owed employees will besubject to a fine and to payment of an indemnity equal to the employee’s salary. Finally, if theemployee has been with the company for more than one year, the instrument of termination willonly be valid if prepared with the assistance of the respective labor union or executed before aMinistry of Labor representative.

An employment relation may be terminated by the employer with or without good cause.

(i) Dismissal with Good Cause: may only occur in the event of gross misconduct, asdefined by law. The main reasons for dismissal with good cause are:

(a) dishonesty;

(b) regularly doing business on his own account or for the account of a third partywithout the employer's permission, when such activity (i) competes with theemployer's business or (ii) adversely affects the quality of the employee's work;

(c) criminal sentencing of the employee under a final and conclusive judgment,provided that execution of the penalty has not been suspended;

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(d) habitual intoxication during working hours;

(e) breach of trade secrets;

(f) any act of indiscipline or insubordination;

(g) abandonment of employment.

If the employee is dismissed for good cause, he will be entitled only to the compensationcorresponding to the days already worked during the month, accrued vacation and the additionalone-third bonus in respect of the accrued vacation.

(ii) Dismissal without Good Cause (Unfair Dismissal): If the employer terminates theemployment contract without good cause, the employee will have the following rights:

(a) outstanding salary for the days worked during the month;

(b) 30 days' prior notice;

(c) ratable 13th salary (calculated on the salary earned during the last month ofemployment);

(d) vacation or double vacation pay, if any;

(e) one-third vacation bonus; and

(f) release of the FGTS deposits, with a fine of 50% on the total amounts depositedin the employee's FGTS account during the employment contract.

The individual employment contract and the collective labor convention may provide for otherbenefits, which must also be considered upon termination.

(iii) Resignation: A resigning employee is entitled to all the monies listed above, except forprior notice and release of the FGTS deposits plus a 50% fine. Employees that resignprior to completing one year's length of service will not be entitled to ratable vacationpay.

(iv) Constructive Dismissal: the employee may deem his employment contract terminated,claiming the respective indemnity, in the following events:

(a) the employer demands services beyond the employee’s capabilities, contrary tothe law and good morals, or outside the scope of the employment contract;

(b) the employee is treated too strictly by his superiors;

(c) the employee is in evident danger of being considerably harmed;

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(d) the employer fails to comply with its contractual obligations;

(e) the employer performs acts prejudicial to the employee or his family’s honor orrepute;

(f) the employer physically harms the employee;

(g) the employer reduces the work to be performed in a manner that considerablyaffects the salary received by the employee.

The severance pay must be fully settled by the employer within 10 days of the letter ofconstructive resignation or prior notice (in the latter case, if payment is made in lieu). If theemployee works during the prior notice period, the severance pay must be settled on the firstbusiness day after the end of the notice period. Failure by the employer to respect thesedeadlines will entail a fine equivalent to the employee’s one-month compensation.

Employment Contracts for a Determined Period

As a rule, employment contracts for a determined period terminate upon lapse of such period. Inthis case, the employer does not owe any indemnity to the employee, but the latter will beentitled to the following:

(i) 13th salary, paid ratably (on the basis of the last salary);

(ii) unused vacation pay, if any;

(iii) 1/3 vacation bonus; and

(iv) release of the FGTS deposits.

If the employer opts for early termination of the determined-period employment contract, itmust pay the employee an indemnity equal to half the salaries to which the employee would beentitled until the end of the originally agreed period. On the other hand, if the contract isterminated by the employee, he will be liable for any damage incurred by the employer as aresult of discontinuance of the employee services. Nevertheless, the indemnity payable by theemployee to the employer will not be higher than that which would be owed the employee if thesituations were the opposite.

Foreign Workers

Brazilian labor law adopts the two-thirds rule, by which all companies (with some exceptions)must ensure that at least two-thirds of their employees be Brazilian citizens. This ratio appliesboth to the number of employees and to the payroll, which means that two-thirds of the salariespaid by any company in Brazil must go to Brazilian employees. Likewise, under the two-thirdsrule a Brazilian worker cannot receive a salary lower than that paid to a foreign worker

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performing the same job. Furthermore, in case of redundancy, the foreign employee is to bedismissed before the Brazilian employee who performs the same work.

Immigration Control

A visa is required for the entry of aliens in Brazil. Law No. 6815 of August 19, 1980 (the"Foreigners' Statute") regulates the entry and stay of aliens in Brazil, their identification, jobplacement, the development of professional and other activities, acquisition of Braziliannationality, extradition, expulsion and deportation, and further sets out the reciprocal rights andduties of the alien and the Brazilian Government.

Under Brazilian legislation (including labor laws), aliens legally residing in Brazil are grantedthe same rights as Brazilian citizens. However, the granting of work visas in Brazil depends oncertain requirements, as explained below.

Brazil's immigration policy is coordinated by the Brazilian Immigration Council, a body of theMinistry of Labor and Employment. The granting of any kind of visa is conditional uponnational interests, and possession or ownership of assets in Brazil does not necessarily entitlethe alien to obtain any type of visa or authorization to remain in Brazil. In practice, visas areissued to aliens by diplomatic missions or other consular bodies. Brazilian law contemplates thefollowing types of visa:

(i) transit;

(ii) tourist;

(iii) temporary;

(iv) permanent;

(v) courtesy;

(vi) official; and

(vii) diplomatic.

Transit Visa

An alien in transit in Brazil heading towards another country must obtain a transit visa, unlesshe does not stop in Brazil. If such stop is for the purpose of taking a connection of any means oftransportation, no transit visa is required. The alien holding a transit visa will be allowed to stayin Brazil for a maximum non-extendible period of 10 days.

Tourist Visa

This visa is issued to an alien entering Brazil for entertainment and family reunion, and does not

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serve for immigration or engagement in remunerated activities in Brazil. A tourist visa is validfor up to five years, allowing the alien to enter the country during this period. Each stay cannotexceed 90 days, which is extendable only once for an equal period not exceeding 180 days ayear. The Brazilian government signed several international treaties granting tourists reciprocaltreatment. Therefore, tourists from countries releasing the requirement of entry visas forBrazilians are equally released from presenting a visa to enter Brazil.

Temporary Visa

Temporary visas may be issued to an alien in one of the events prescribed by law. Temporaryvisa holders may stay in Brazil for a determinate period of time. They may also leave and returnto the country within the original period of stay. Finally, the granting and validity of a visa doesnot prevent the alien from applying for and obtaining a new visa of the same or different type.

Pursuant to Brazilian law, a temporary visa is issued to persons coming to Brazil in thefollowing circumstances:

(i) on a cultural trip or study mission;

(ii) on a business trip;

(iii) as an entertainer or sportsman;

(iv) as a student;

(v) as a scientist, teacher, technician or other professional contracted to work for a localorganization or to render services for the Brazilian government;

(vi) as a foreign correspondent for newspapers, magazines, radio, television or foreign newsagencies; and

(vii) as a missionary.

Aliens on business trips, entertainers and sports figures may remain in Brazil for up to 90 days.Such period may be extended up to 90 days, at the discretion of the Brazilian immigrationauthorities.

Aliens on a cultural mission, scientists, teachers, technicians, and foreign correspondents mayremain for the duration of the mission or work contract, or for the time it takes for theirrespective services to be rendered, subject, however, to the maximum period of stay stipulatedby law. Temporary visas may be renewed for another equal period.

An alien who intends to engage in any remunerated activity in the Brazilian territory must applyfor a temporary or permanent visa. Temporary visas will only be granted to foreign entertainers,sports figures, scientists, technicians, teachers and professionals who meet the requirements ofthe Brazilian Immigration Council and have a work contract approved by the Ministry of Laborand Employment, unless they are visiting Brazil to render services to the Brazilian government.

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The alien must also produce evidence of the means to support himself and his family while inBrazil.

Temporary visa holders are entitled to bring their effects, excluding automotive vehicles, andtheir professional equipment into Brazil. These goods enter Brazil under a special customssystem for temporary admission, for which no import license is required, although certainformalities must be complied with.

Holders of temporary visas are subject to certain restrictions, such as not being permitted toestablish themselves as sole proprietorships, nor to become managers, officers or seniormanagers of companies. Dependents of temporary visa holders and foreign students may notengage in remunerated activities. Also, aliens who have entered Brazil on temporary visas butwith work contracts may only engage in remunerated activity with the companies thatcontracted them.

Remunerated Activities

An alien who intends to engage in any remunerated activity in a Brazilian-based company mustapply for a temporary or permanent visa, as the case may be. If such activity is carried out indisagreement with the visa rules, the company will be subject to the fines imposed by theBrazilian authorities and the alien may be deported.

Technical Services

The alien may obtain a work permit and a temporary visa in the cases of technology transfer ortechnical assistance services under an agreement entered into between Brazilian and foreigncompanies. In such events, however, there are some requisites for granting of the visa: theBrazilian company’s demand for the services must be sporadic, and the services must bespecific and unrelated to the company’s routine activities; and the activities to be carried out bythe alien must be so specialized that they cannot be performed by Brazilian labor. Therespective technical assistance or technology transfer agreement must be registered with theNational Industrial Property Institute. The temporary visa will be valid for up to two years,extendable for an equal period, and cannot be transformed into a permanent visa.

Employment Contract with Aliens

An alien may apply for a temporary visa to engage in remunerated activities in Brazil under anemployment contract entered into with a Brazilian company. The respective application must besubmitted to the Ministry of Labor and Employment for review, accompanied by documentssupporting the professional skills and expertise of the alien, in addition to his suitability for theactivities to be performed within the Brazilian territory. The visa requisites include: (a) twoyears’ experience in the practice of a high level profession; or (b) three years’ experience in thepractice of an average level profession, with a minimum education of nine years. The Braziliancompany must provide the Ministry of Labor and Employment with the reasons for hiring thealiens to the positions concerned.

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Permanent Visa

A permanent visa will be issued to an alien who comes to Brazil with the intention ofimmigrating into and staying in the country for an indefinite period. Under applicable law, thegranting of a permanent visa is conditional upon certain qualifications; the skills offered mustbe specialized, thereby facilitating an increase in productivity, technology absorption andattraction of resources to specific sectors of the Brazilian economy, and, of course, must satisfythe Brazilian Immigration Council's selection criteria. An alien holding a permanent visa mayleave the country and return without an entry visa, provided that no more than two years haveelapsed since his departure from Brazil.

Management Positions

The granting of permanent visas to aliens who are officers or executives, or who hold othermanagement positions in Brazilian companies, is conditional, for a period of up to five years, toactual performance of the duties to which they were assigned under a corporate act dulyregistered with the competent government bodies.

In these cases, there are other requisites for granting of the visa, as follows:

(i) the Brazilian company must evidence that it received investments, for each aliencontracted, in an amount equal to or higher than US$ 200,000.0021 or its equivalent inother currencies, in the form of cash, technology transfer or capital goods. Proof of suchinvestments must be provided by means of the foreign capital registrations maintainedwith the Central Bank of Brazil or by submission of the respective foreign exchangecontract for remittance of funds to Brazil (in the latter case, accompanied by thecorporate documents evidencing the contribution of such capital to the Braziliancompany); and

(ii) the Brazilian company must have generated, in the year preceding that in which the alienwas contracted, an increase in the payroll equal to or greater than 20% or 240 minimumwages,22 as a result of the creation of new job opportunities.

Concurrent Activities

Under Brazilian law, aliens holding management positions in Brazilian companies on theconditions mentioned above cannot have their duties changed by being assigned new activitiesin the company, or perform the same or new duties in other companies of the same economicgroup or conglomerate, without the prior authorization from the Ministry of Labor andEmployment. Economic group or conglomerate is defined by Brazilian law as a group of

����������������������������������������������������������21 The issuance of a permanent visa to Argentineans depends on a minimum investment of US$ 100,000.00, pursuant to the Agreement

for Trade Facilitation entered into between Brazil and Argentina on February 15, 1996.22 The minimum wage in Brazil is R$ 260.00.

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companies directly or indirectly controlling, controlled by, or under common control with anentity.

When applying for this prior authorization from the Ministry of Labor and Employment, inaddition to the procedures adopted to obtain his permanent visa the alien must:

(i) submit the respective application, making express reference to the original visaapplication;

(ii) provide proof of the relationship existing between the companies of the same economicgroup or conglomerate;

(iii) submit the act relating to appointment for the positions that he will hold in all of thecompanies; and

(iv) deliver a letter of consent to this interlocking directorate status, signed by the companythat had originally obtained the authorization to hire this alien.

In this case, there is no need for each company of the economic group or conglomerate involvedin this interlocking directorate event to provide proof, for each alien, of the minimum investmentof US$ 200,000.00 mentioned above. It will suffice that proof of such investment be providedupon obtaining his original permanent visa.

Mercosur Visa

Pursuant to Decision No. 16 of December 15, 2003, the Mercosur Common Market Councilinstituted the Agreement for Creation of the “Mercosur Visa”, which is still pending ratificationby the Member Countries, including Brazil.

This Agreement is slated to make it easier for citizens of the Mercosur Member Countries tocirculate temporarily when rendering services in other Members Countries. Managementactivities are among those contemplated by the Agreement. In this case, the alien may stay up totwo years, extendable only once for an equal period.

Differently from the general rules applying to obtainment of a permanent visa as mentionedabove, granting of the “Mercosur Visa” is not conditional on applicant’s submission of evidenceof economic reasons or on any prior authorization for work purposes. The two-thirds rule doesnot apply either. Therefore, when the Agreement comes into force, granting of the “MercosurVisa” will depend only on proof with respect to appointment of the alien for the respectiveposition.

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Labor Reform

The Brazilian Government is committed to implementing a labor reform to facilitateemployer/employee relationships. Some of the issues addressed by this labor reform are:

(i) Hour Bank: this will allow the company to adapt its employees’ work hours to variationsin its needs;

(ii) Suspension of the employment contract: the company may suspend the employmentcontract for two to five months, offering the worker a retraining course;

(iii) Adoption of summary proceedings in labor-related cases: this step would expedite laborclaims involving sums up to 40 minimum wages, which currently account for 45% of alllabor disputes. With this new procedure, disputes may be settled in only one hearing;and

(iv) Preliminary conciliation committees: formed of representatives of employees’ unionsand employers’ associations, these committees would resolve in a preventive andexpeditious manner labor disputes that would otherwise drag on for years in court.

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TAXATIONThe 1988 Federal Constitution has conferred taxing authority on the Federal Government, theStates, the Federal District, and Municipalities. The 1966 National Tax Code, accommodated bythe 1988 Federal Constitution, provides for the governmental instances that may create andcollect taxes.

Taxes in whatever instance must always abide by certain tax law principles warranted by theFederal Constitution, including:

(i) Strict lawfulness principle (princípio da legalidade): any and all taxes must be createdby a law detailing all triggering events, the taxpayer, the tax base and rate, when andhow it will be owed and payable.

(ii) Ex post facto taxation principle (princípio da não retroatividade): events predating theeffectiveness of the law creating a tax or increasing its rate are not reached by such law.

(iii) No same-tax-period taxation principle (princípio da anterioridade): except in a fewcases generally relating to quasi-taxes created for the implementation of economicpolicies, no tax may be levied in the same tax year in which the law creating orincreasing it is published.

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Major Brazilian Taxes

Tax Tax Base and/or TriggeringEvent Rate

Corporate Income Tax (IRPJ) Actual or estimated profits; profitsdetermined by tax authorities 15%

IRPJ Surcharge Actual or estimated profits; profitsdetermined by tax authorities

10% on the income in excess ofR$ 240 thousand per annum

Withholding Income Tax (IRF)on overseas remittances

Income and capital gains earned bynon-residents from paying sourcesin Brazil

15% or 25%, depending on thetype of income

Tax on Manufactured Products(IPI)

Sales price when a product leavesthe industrial establishment or uponimport

Variable per productclassification

Tax on Financial Transactions(IOF)

Credit, foreign exchange, insuranceand securities transactions Variable per type of transaction

Social Contribution on Profits(CSL) Adjusted net profit 9%

Profit Participation ProgramContribution (PIS) Gross revenues

1.65% under the non-cumulative regime, and 0.65%under the cumulative regime

Social Security FinancingContribution (COFINS) Gross revenues

7.6% under the non-cumulativeregime, and 3% under thecumulative regime

Provisional Contribution onFinancial Transactions (CPMF)

Financial transactions, especiallycurrent account debits 0.38%

Contribution on EconomicActivities (CIDE) –OverseasRemittances

Payment of royalties and fees ontechnology transfers and technicalservices by foreign persons

10%

CIDE – Fuels Marketing and import of fuels Variable per type of fuelTax on Distribution of Goodsand Services (ICMS) Transaction value 7% through 25%

Tax on Services (ISS) Service price 2% through 5%Import Duty (II) CIF product value 0% through 35%

Estate and Gift Tax (ITCMD) Value of assets or rights transferredby donation or legal succession

2% and 6% according to statelaw

Inter-Vivos Transfer Tax(ITBI)

Transfer of title to real propertiesand related rights

Up to 8% according tomunicipal law

Urban Land and Building Tax(IPTU)

Direct or beneficial ownership andpossession of urban properties According to municipal laws

Export Duty (IE)When a product made in Brazil orwith domestic content leaves thecountry, as per CAMEX act

Usually 30%; other rates maybe established up to 150%.Currently, most products aretaxed at a zero rate.

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Federal Taxes

Income Tax

Income tax (IR) is assessed on the income and capital gains earned by Brazilian-basedindividuals at a progressive rate of 15% or 27.5%, depending on the taxpayer’s ability to pay.

Corporate IR is levied at 15% on the taxable profits determined at the end of each fiscal quarteror year. A 10% surcharge is levied on the actual profits, estimated profits, or profits determinedby the tax authorities, in excess of R$ 240 thousand per year. Taxable profits are ascertained bydeducting the operating costs and expenses from the gross income originating from thecompany’s core activity and incidental businesses. Some of these costs and expenses are notallowed as deductible because of their nature or amount involved. In some cases, a company’staxable profits are tax-free.

In some cases, a legal entity may opt for taxation on estimated profits, instead of actual profits.Under the estimated profit tax regime, a company’s operating income is first applied a certainrate vis-à-vis its field of activity, and then the tax base is calculated. A legal entity qualifies forthe estimated profit tax election if its total gross revenues was equal to or below R$ 48 millionin the preceding calendar year (or R$ 4 million times the number of calendar months, if itoperated for less than 12 months).

Brazilian residents are taxed on their reported income and capital gains, whether earned inBrazil or abroad.

There are certain ceilings on setoff of tax losses. Past reported losses can only be carried overup to 30% of the taxable income ascertained in each year, there being no deadline for thiscarryover procedure.

Profits and dividends from Brazilian sources generated as from January 1, 1996 are tax-exempt.

Brazilian and foreign companies are accorded the same tax treatment. Therefore, the profits ofbranches of foreign companies in Brazil are automatically treated as constructive income, i.e.deemed at the disposal of the parent company, irrespective of whether or when these funds areremitted abroad.

A holding company is subject to the taxation system applicable to the corporations mentionedabove. Income tax is payable only on direct income earned by the holding company, i.e. incomefrom its business activities, since indirect income (i.e. profits earned by subsidiaries) has alreadybeen subject to corporate income tax.

Withholding Income Tax

The income, capital gains and other compensation paid, credited, delivered or remitted bypaying sources in Brazil to foreign-based individuals or legal entities are subject to withholding

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income tax (IRF) at a general rate of 15%. This rate is increased to 25% when such remittancesrefer to services or employment, or when the beneficiary is resident or domiciled in a countrywhere income is not taxed or levied a maximum income tax below 20%.23

IRF is levied at a zero rate on corporate profits and dividends generated by Brazilian companieseffective January 1996. Special rates also apply under double taxation treaties signed byBrazil.24

Transfer of Investments Abroad

Effective February 1, 2004, “a Brazilian-based individual or corporate buyer, or the attorney-in-fact of a foreign-based buyer, shall be responsible and liable for withholding and payment ofincome tax on the capital gains referred to in article 18 of Law No. 9249 of December 26, 1995,earned by a foreign-based individual or legal entity selling assets located in Brazil” (Law No.10833 of December 29, 2003). Until then, the sale or disposal of assets or rights located inBrazil by foreign-based individuals or legal entities was not subject to income tax. The FederalRevenue Office issued Normative Ruling (IN) No. 407 on March 17, 2004, regulating said law.However, this taxation is still a debatable issue.

A foreign buyer may register its capital at the same amount attributable to the seller until then,irrespective of the price paid abroad for such investment. In this case, the registration numberentered at the Central Bank RDE – IED mode should be changed to reflect the new foreigninvestor, so that the latter may remit/reinvest profits and repatriate its capital.

Social Contribution on Net Profits

The Social Contribution on Net Profits (CSL) applies to Brazilian companies (includingfinancial institutions), and is calculated on the net profits before the allowance for income tax,adjusted by the additions, exclusions and offsettings prescribed by tax law. This tax base maybe lowered by carrying over a negative tax base in past periods, capped at 30%.

CSL is levied on all profits, income and capital gains earned by Brazilian entities in Brazil andabroad (worldwide income taxation principle).

Constitutional Amendment No. 33 of December 11, 2001 introduced some changes in the taxsystem. According to such amendment, the export income should be exempt from quasi-taxsocial contributions as from December 12, 2001.

Despite the efforts of the federal tax authorities to defend a different stance, it stands to reason����������������������������������������������������������23 According to Federal Revenue Office Normative Ruling (IN) No. 188 of 2002, the following countries are viewed as tax havens:

Andorra, Anguilla, Antigua and Barbuda, Netherlands Antilles, Aruba, Commonwealth of the Bahamas, Bahrein, Barbados, Belize,Bermuda, Campione D`Italia, Channel Islands (Alderney, Guernsey, Jersey and Sark), Cayman Islands, Cyprus, Singapore, CookIslands, Costa Rica, Djibouti, Dominica, United Arab Emirates, Gibraltar, Granada, Hong Kong, Lebuan, Lebanon, Liberia,Liechtenstein, Luxembourg (as regards holding companies governed, under Luxembourg laws, by the Law of July 31, 1929), Macaw,Madeira Island, Maldives, Malta, Isle of Man, Marshall Islands, Mauritius Islands, Monaco, Montserrat Islands, Nauru, Niue Island,Oman, Panama, St Christopher-Nevis, American Samoa, Western Samoa, San Marino, Saint Vincent and the Grenadines, SantaLucia, Seychelles, Tonga, Turks and Caicos, Vanuatu, US Virgin Islands, and British Virgin Islands

24 For a list of countries, see the chapter on corporate law.

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that the tax immunity established by such constitutional amendment also extends to CSL, asincome is also part of the CSL tax base (as in the case of legal entities subject to the estimatedprofit taxation regime) and, besides, the profits earned by exporter companies paying CSL ontaxable profits can only exist and be ascertained if there is any export income, which is in turnexempt from social security contributions under said constitutional amendment.

CSL is levied at 9% for all legal entities, including financial institutions. Since 1997 CSL is nolonger deductible when computing the income tax base (actual profits).

Profit Participation Program Contribution andSocial Security Financing Contribution

Effective February 1999, the Profit Participation Program Contribution (PIS) and the SocialSecurity Financing Contribution (COFINS) are levied on the company’s revenues, meaning allincome earned under whatever accounting classification.

Law No. 10637 of December 30, 2002 introduced the PIS non-cumulative system, by whichthis quasi-tax contribution is levied at 1.65% only on the value added by the taxpayer at eachstage of the production and commercial chain. Not all companies qualify for this non-cumulative system; some are still fully or partially subject to the PIS cumulative system,depending on the activity and type of income, as prescribed by law. The cumulative systemfollows the taxation rules set out in Law No. 9718 of November 27, 1998, adopting a flat PISrate of 0.65%.

Law 10833/03 established the non-cumulative system for COFINS, applying at a rate of 7.6%on taxable events as from February 1, 2004. As a trade-off for this non-cumulative system,however, the lawmaker allowed the use of credits (most of them relating to acquisition of goodsand services necessary for the company’s core activity).

The new COFINS system does not apply to all legal entities or any type of income. As in thePIS contribution, a company’s activities may call for full or partial adoption of the erstwhilecumulative system for COFINS as prescribed by law. The cumulative system follows thetaxation rules set out in Law 9718/98, and is levied at a flat rate of 3%.

Effective May 1, 2004, the levy of PIS and COFINS extended to imports of foreign productsand services, known as “PIS – Imports” and “COFINS – Imports” (Provisional Measure No.164, subsequently passed into Law No. 10865 of April 30, 2004). These quasi-tax contributionsare triggered by: (a) entry of foreign goods in the Brazilian territory; or (b) payment, credit,delivery, use or remittance of funds to foreign-based persons in consideration for servicesrendered.

The services triggering the levy of PIS – Imports and COFINS – Imports are those originatingabroad and provided by a foreign-based individual or legal entity, encompassing those (a)rendered in Brazil or (b) whose results are felt in Brazil, even if performed abroad.

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In these cases, PIS and COFINS are paid by (a) the importer, meaning the individual or legalentity that brings the goods into the Brazilian territory; (b) an individual or legal entity retainingservices from a foreign-based resident; and (c) the service beneficiary, if the principal is alsoresident or domiciled abroad.

The tax base for these quasi-tax contributions is as follows: (a) upon import of goods: thecustoms value on which Import Duty (II) is or would be assessed, plus the II and ICMS values,in addition to the value of the contributions themselves; or (b) upon hiring of services abroad:the amount paid, credited, delivered or remitted abroad, before income tax but including the ISSvalue and the contributions themselves.

As a rule, PIS – Imports and COFINS – Imports adopt the same rates as those charged under thenon-cumulative taxation system.

These contributions are due: (a) on the date of registration of the Declaration of Import (DI), incase of imports of goods; (b) on the date of payment, credit, delivery, use or remittance, forservice imports or under specific circumstances; and (c) on the date of expiration of the periodof stay at a bonded warehouse.

As for legal entities qualifying for the non-cumulative taxation regime, these quasi-taxcontributions on imports may translate into credits for future setoff against these contributionslevied on the income from sale of the respective products and services in Brazil. This credit iscalculated – at the same rates adopted for the other assessment events – on the tax base for PIS– Imports and COFINS – Imports, in addition to the value of these same contributions, plus theIPI on imports (when the last-named is a part of the acquisition cost). Unused credits may becarried forward to subsequent months.

This credit only applies to contributions on imports of goods intended for further resale orgoods and services serving as inputs on the manufacture of goods or provision of servicesintended for sale. Tax-exempt imports also qualify for these credits, unless the goods importedare used as inputs for products or services not subject to these contributions, or else taxed at azero rate or exempt.

These tax credits cannot be offset against quasi-tax contributions payable on (a) income earnedfrom resale of goods, when such contribution is payable by the selling company as a taxsubstitute; (b) the proceeds of product sales subject to one-time taxation; and (c) income notsubject to the non-cumulative tax system.

The Executive Branch may lower these rates to zero and reestablish the rates of PIS – Importsand COFINS – Imports on certain chemicals and pharmaceuticals. In addition, thesecontributions are assessed at a zero rate on some products, such as printing paper or machineryand devices for the movie industry.

Provisional Contribution on Financial Transactions

The Provisional Contribution on Financial Transactions (CPMF) is levied at 0.38% on financial

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transactions between individuals and legal entities.

These financial transactions encompass the transfer or circulation of cash, credits and financialrights, as well as any amount settled or charged by financial institutions, even those entailing abook-entry circulation of currency only, and irrespective of transfer of title to such cash, creditsor rights.

Some activities are exempt from CPMF or taxed at a zero rate, such as the amounts transactedthrough deposit accounts held by financial institutions in relation to some core activities.

Effective August 1, 2004, an investment deposit account will be available in financialinstitutions and other entities accredited with the Central Bank, through which investments maybe transacted without the levy of CPMF.

Tax on Manufactured Products

The Tax on Manufactured Products (IPI) is assessed on the manufacture of domestic products aswell as on the imports of foreign products. IPI is paid by the respective manufacturer and/orimporter.

The IPI tax paid on raw materials, work in process and packaging material, among other items,may serve as a tax credit. IPI is non-cumulative, and the taxpayer may reduce this tax chargedon its transactions by the tax already paid in past stages of the production chain.

Decisions handed down by regional federal courts in several circuits, and later upheld by theFederal Supreme Court, have consolidated the stand that IPI credits arise from the acquisition ofinputs that are (a) tax-exempt, (b) subject to a zero rate, or even (c) not subject to IPI taxation.However, entitlement to these credits is not acknowledged by law, which has prompted a slewof court disputes over this issue.

The IPI rate varies per type of product. The Federal Executive establishes the IPI rates bydecree. Currently, the higher IPI rates are reserved for non-essential items, such as cigarettes,liquor, cosmetics, and the like.

The no same-tax-period taxation principle does not apply to IPI tax, which can thus be createdor increased in the financial year already in course.

Tax on Financial Transactions

The Tax on Financial Transactions (IOF) is a federal tax levied on:

(i) credit transactions made by financial institutions;

(ii) intercompany loans between non-financial companies;

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(iii) loans between individuals and legal entities (the latter acting as borrowers);

(iv) exchange transactions made by institutions authorized to deal in exchange;

(v) insurance transactions made by insurance companies; and

(vi) securities transactions, when performed by institutions authorized to operate on thesecurities market.

The IOF rate varies per type of transaction, and is currently capped at 1.5% per day on the credittransaction value. A lower IOF rate is prescribed by tax law for a number of transactions. IOF isassessed at a zero rate on certain events, including export credit, support and improvementtransactions, or rural credit, investment and support transactions.

The IOF on foreign exchange transactions is levied at different rates per type of deal, at amaximum rate of 25%. Lower rates apply in the following events, among others:

(i) 2% for forex transactions carried out by credit card companies and other institutionswith regard to acquisition of products and services abroad by the respective members;and

(ii) 5% for the sums brought into Brazil deriving from or intended for loans with an averagerepayment period of up to 90 days.

Presently, most currency inflows and outflows are subject to IOF tax at a zero rate. Thesetransactions comprise, among others: (a) payments of forex contracts relating to serviceimports; (b) payments remitted abroad under technology transfer agreements registered with theNational Industrial Property Institute (INPI); or (c) payments of imported products.

The no same-tax-period taxation principle does not apply to IOF tax, which can thus be createdor increased in the financial year already in course.

Contribution on Economic Activities

Currently, there are two types of Contribution on Economic Activities (CIDE):

(A) CIDE on Overseas Remittances

This CIDE is assessed on remittances overseas relating to payment of copyrights, trademark andpatent royalties, technical services and assistance, administrative support, and related activities.As a rule, the Brazilian company figures as taxpayer of this CIDE tax, which is levied at up to10% on the amounts remitted overseas. This contribution usually escapes the provisions setforth in the international double taxation treaties to which Brazil is a signatory.

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(B) CIDE on Fuels

The CIDE is assessed on imports and sales of oil and byproducts, natural gas and derivatives,and fuel alcohol, as follows:

(i) gasoline: R$ 860.00 per cubic meter;

(ii) diesel oil: R$ 390.00 per cubic meter;

(iii) aviation kerosene: R$ 92.10 per cubic meter;

(iv) other kerosene: R$ 92.10 per cubic meter;

(v) fuel oils with high sulfur content: R$ 40.90 per ton;

(vi) fuel oils with low sulfur content: R$ 40.90 per ton;

(vii) liquefied petroleum gas, including natural gas and naphtha derivatives: R$ 250.00 perton; and

(viii) fuel alcohol: R$ 37.20 per cubic meter.

The CIDE levied on liquid hydrocarbons not intended for use in gasoline or diesel oil may beoffset against both the CIDE tax payable on imports or sales in the domestic market and the PISand COFINS assessed on domestic sale of these products.

Transfer Pricing

As already mentioned, IR and CSL are assessed on the net profits duly adjusted by additions,exclusions and offsetting under tax laws. Transfer pricing rules stand as one of theseadjustments, and are intended to avoid the transfer of results overseas by way of pricemanipulation in product or service imports or exports between related or affiliated companies.

Transfer pricing rules seek to ensure that the prices adopted in cross-border transactionsbetween related parties will be determined on an arm’s length basis and on market conditions,thus avoiding the manipulation of prices for the transfer of revenues abroad.

By the same token, in the imports carried out by Brazilian legal entities, it must be checkedwhether prices were determined on usual market conditions. The Brazilian tax authorities setcertain limitations on allowable expenses, the reason why any excess price must be added to theBrazilian company’s taxable profits.

As for exports, transfer pricing rules are adopted to check whether the prices paid to Brazilian

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companies are not substantially lower than those adopted on usual market conditions. In thesecases, the Brazilian tax authorities set minimum values to be posted by the Brazilian companyas taxable income from transactions involving the sale of products or the provision of servicesto foreign related parties.

State Taxes

Tax on Distribution of Goods and Services

The Tax on Distribution of Goods and Services (ICMS) is figured on the circulation of goods(thus covering the entire chain of trades from the manufacturer to the end consumer) and on theprovision of intrastate and interstate transportation and communications services. As a rule, thetransaction value serves as the ICMS tax base. ICMS is paid by the trader or provider ofcarrier/communications services. ICMS is a non-cumulative tax and, as such, generates a taxcredit to be offset by the product or service recipient against the tax payable on futuretransactions. Each Brazilian state is free to establish its own ICMS rates. Generally, intrastatetransactions are taxed at a 17-18% rate. Interstate transactions are taxed at fixed ratesdetermined by the Federal Senate. As a result, ICMS applies at a rate of 12% on the transactionsdirecting products and services to the Brazilian states in the South/Southeast regions (except theBrazilian state of Espírito Santo); and 7% on the transactions directing products and services tothe Brazilian states in the North, Northeast and Center-West regions (including the Brazilianstate of Espírito Santo).

ICMS tax exemptions, breaks and incentives are granted or cancelled via agreements (known asconvênios) entered into between the Brazilian states. However, these states usually grant ICMStax breaks and incentives to attract investments, without the consent of other states.

Exports are not subject to ICMS.

Estate and Gift Tax

The Estate and Gift Tax (ITCMD) is a non-progressive tax figured on the value of goods andrights conveyed by donation or estate succession, at a rate to be determined by each Brazilianstate (capped at 8%, as determined by the Federal Senate). In the state of São Paulo, forexample, the ITCMD is levied at a rate of 4%.

According to the Federal Constitution (which entrusted the Brazilian states with authority toassess ITCMD), this tax is payable to the state of the donor’s domicile in case of donation orconveyance of title to movable properties, instruments or credits. If these assets originate frominheritance, ITCMD is payable to the state where the probate proceedings are processed. Thetax figured on the transfer of real properties and attaching rights is payable to the state wherethese assets are located.

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Municipal Taxes

Tax on Services

The Tax on Services (ISS) is assessed on the services provided by a company or independentcontractor or professional, in accordance with a list of services attached to a federalsupplementary law. This tax is figured at a rate of 2-5% on the service value.

The list of eligible services is attached to Supplementary Law No. 116 of July 31, 2003. Thislaw updated the erstwhile list of services prepared in 1987, which lagged behind a slew ofservices that followed the technology improvements over the last two decades. Besidesincreasing this list, Supplementary Law 116/03 innovated by levying ISS on service imports. Inthese cases, if ISS cannot be charged directly to the foreign service provider, the servicerecipient will be responsible for payment of such tax.

Inter-Vivos Property Transfer Tax

The Inter-Vivos Property Transfer Tax (ITBI) is a municipal tax assessed on the conveyance oftitle to real properties and related rights, at a rate ranging between 2% and 6% as determined byeach municipality (in the City of São Paulo, ITBI is figured at 2%). The taxpayer is the buyer ofreal property or related rights. According to the Federal Constitution, no ITBI is payable on theconveyance of real properties or rights contributed to a company’s capital stock or resultingfrom merger, consolidation, spin-off or winding-up of a legal entity, unless the buyer’s coreactivity is the purchase and sale, lease or rental of real properties and related rights.

Urban Land and Building Tax

The Urban Land and Building Tax (IPTU) is assessed on direct or beneficial ownership andpossession of urban properties. In fact, IPTU corresponds to two different taxes: (a) a buildingtax levied on direct or beneficial ownership and possession of real properties located in urbanareas; and (b) an urban land tax levied on direct or beneficial ownership and possession of landin urban areas.

IPTU is figured annually on the assessed value of the real property, at a progressive rate to bedetermined by the value, use and location of said property.

In the City of São Paulo, IPTU is levied at 1% on the assessed value of real properties solely orprimarily intended for residential use, after applying a discount or premium vis-à-vis the actualvalue assessed for the real property. For other uses, the IPTU rate is 1.5%. As for the urban landtax, the City of São Paulo has set it at 1.5% on the assessed value of the property.

Foreign Trade

Brazilian foreign trade policies are established by the Federal Government. The entry of foreignproducts for domestic consumption is subject to the MERCOSUR rules and to the Common

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External Tariffs (TEC), under the codes prescribed by the Common Mercosur Nomenclature(NCM).

Import Duty (II) rates for most products range between 0% and 35% (the import policyimplemented by the Federal Government is prone to lower these rates to 14% on average).

II is usually figured on the customs value plus insurance and freight (CIF). II is not subject tothe no same-tax-period taxation principle; hence, the Federal Government may change the IIrates at any time in the course of the same financial year. This flexibility over II rates operatesas an effective tool for foreign trade control in Brazil.

Save for a few exceptions, the import of products with domestic comparable items may notenjoy certain tax or foreign exchange incentives; the Foreign Trade Office (SECEX) is todetermine whether these local comparable products exist (usually based on consultations withBrazilian manufacturers). A product made in Brazil is deemed comparable to a foreigncounterpart if they are substitutable in terms of quality, price and delivery terms.

Imports are also subject to IPI and ICMS. Under special conditions, some products qualify fortax exemptions, breaks and incentives with regard to IPI and/or ICMS.

A federal Export Duty (IE) applies when products made in Brazil or with a domestic contentexit the Brazilian territory. IE is figured on the export value (or, in the absence of such value, onthe ordinary price that the product or comparable item would reach at the time of exports onordinary international market conditions).

When determining the IE tax base, the selling price for exported goods cannot be lower thantheir acquisition or production cost plus taxes and quasi-tax contributions and a 15% markup onthe overall cost and taxes.

IE is assessed at 30%, but the Federal Government may lower or increase it up to 150%. TheExecutive Branch – through the Foreign Trade Chamber (CAMEX) – defines the products thatare subject to IE and the respective rates (when these rates differ from the general rule set outabove).

According to the current Federal Government’s policy of encouraging Brazilian exports, IE islevied at a zero rate on most products.

Drawback

Drawback – an export incentive governed by Decree No. 4543 of December 26, 2002, asamended (Customs Rules) – consists of a non-assessment, exemption or refund of taxesassessed on the imports of goods employed in the processing of products for further export. Thefollowing taxes and duties qualify for the drawback system:

(i) II;

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(ii) IPI;

(iii) ICMS; and

(iv) Freight Surcharge for Renewal of the Brazilian Merchant Marine (AFRMM).

This drawback system applies in three distinct manners, namely:

(i) non-assessment of taxes figured on the import of products to be later exported aftervalue is added to them in Brazil, or else intended for the manufacture, supplementationor packaging of other products for export;

(ii) exemption of taxes assessed on the import of goods in a volume and quality equivalentto those employed in the improvement, manufacture, supplementation or packaging ofproducts for export; and

(iii) refund of all or a portion of the taxes paid on the import of goods to be later exportedafter value is added to them, or else intended for the manufacture, supplementation orpackaging of other products for export.

This benefit applies, among others, to:

(i) goods to which value is added in Brazil for further export;

(ii) raw materials, work in process or finished products used in the manufacture of goods forexport;

(iii) parts, assemblies, devices, machines, vehicles or equipment for export;

(iv) goods intended for packaging, packing or presentation of products for export; and

(v) animals for slaughtering and further export.

The following do not qualify for the drawback system:

(i) import of goods utilized in the manufacture of products for consumption within theManaus Free Trade Zone (ZFM) and free trade areas;

(ii) import or export of suspended or prohibited goods;

(iii) exports payable in Brazilian currency;

(iv) export carried out in non-convertible currencies and the like against imports carried outin freely convertible currencies; and

(v) import of oil and byproducts.

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Drawback is available to companies authorized to deal in foreign trade. As for companies thatonly engage in the trading of said products, the last-named must have been manufactured toorder at an industrial establishment for the account of a drawback beneficiary for further export.

(A) Drawback – Non-assessment

To obtain drawback for non-assessment of duties, a company must file a claim at the ForeignTrade Office. The drawback system will be valid for one year, extendable only once for anequal period, except where goods are imported for production of capital goods involving a long-cycle manufacturing process, when it will be valid for up to five years.

The goods eligible to this drawback system must be fully utilized in the production process or inthe packaging, packing or presentation of goods to be exported. When these goods are not fullyor partially used in the manufacturing process, or else, are used in a manner inconsistent withthe drawback rules, they must be repatriated, re-exported, destroyed or even used forconsumption upon payment of the duties that had been suspended, plus statutory charges.

(B) Drawback – Exemption

The Foreign Trade Office is also in charge of approving drawbacks for exemption of duties.Any interested party must prove that processing, manufacture, supplementation or packaging ofthe exported products have utilized imported goods of the same quality and quantity as those forwhich exemption is being claimed. The approval must state the price and specification of theexported goods, as well as the specification, tax code and unit price of the merchandise to beimported.

(C) Drawback – Refund

Drawback for refund of duties falls within the authority of the Federal Revenue Office, and maycover all or a portion of the duties paid upon import of the goods exported after their processingor used in the manufacture, supplementation or packaging of other items for export. To qualifyfor this type of drawback, any interested party must evidence that the exported products wereprocessed, manufactured, supplemented or packaged with the use of the imported merchandise.

Export Processing Zone

The Export Processing Zone (ZPE) is a free-trade area delimited and regulated by Decree-lawNo. 2452 of July 29, 1988 (as amended). It is slated for the setup of companies engaging in themanufacture of goods to be later exported for sale abroad only.

ZPE is created by means of a Decree. The states and municipalities forward a joint or separateproposal indicating, among others, a proper ZPE location that gives access to internationalairports and ports, in addition to evidencing the minimum infrastructure and services availablein the region. This proposal is reviewed by the National Council for Export Processing Zones(CZPE).

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In order to set up in ZPE, a company must submit a project for CZPE approval, and itscorporate purpose must contemplate only the business of manufacturing for further export.

Under applicable legislation, the ZPE companies are not allowed to organize branches orparticipate in other companies located outside ZPE. Companies submitting projects for meretransfer of industrial plants already established elsewhere in Brazil are not allowed to set up inZPE. A company established in ZPE is not authorized to manufacture, import or export:

(i) weapons or explosives;

(ii) radioactive materials; and

(iii) oil and its by-products.

Once the applicable legal requirements have been observed, the import and export activitiescarried out by ZPE companies will be exempt from the following taxes:

(i) IPI;

(ii) II;

(iii) AFRMM; and

(iv) IOF.

The benefits granted to companies authorized to set up in ZPE will be valid for up to 20 years,renewable for equal successive periods, provided that the company evidence that the objectiveand requisites described in its original project have been fulfilled.

The services performed in ZPE are afforded a specific treatment under the law:

(i) the services performed by a ZPE company will be deemed to have been providedabroad;

(ii) the services performed to a ZPE company by a foreign-based person will be deemed tohave been provided abroad;

(iii) the services performed to a ZPE company by a Brazilian-based person will qualify as anexport of services, except for those performed under a concession granted by the publicauthorities or under an employment contract.

The ZPE companies will pay income tax in accordance with the legislation applicable to otherBrazilian-based companies, as in effect on the date of signing of the respective commitment forsetup in ZPE. However, a more favored legal treatment may be subsequently adopted. The ZPEcompanies are exempt from income tax on remittances and payments made in any way toforeign-based persons.

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The ZPE companies failing to comply with applicable legislation may be imposed penalties inthe form of warnings, fines and even cancellation of the authorization to operate in ZPE.

Investment Incentives

There are some situations in which a company or its shareholders can obtain tax incentives fromgovernment agencies. Brazilian economic policy adopts the constitutional principle by whichsmall businesses and small-sized companies incorporated under the laws of Brazil, andheadquartered and managed in Brazil, are to be offered favored tax and legal treatment andsimplified tax procedures under the law.

An example of this favored treatment was the creation of the Integrated System for Payment ofTaxes and Contributions of Small Businesses and Small-sized Companies (Sistema Integradode Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de PequenoPorte – SIMPLES). SIMPLES consists of a differentiated, simplified and favored tax systemavailable to companies qualified as small businesses (ME) and small-sized companies (EPP)under Law No. 9317 of December 5, 1996, as subsequently amended and regulated, in line witharticle 179 of the Federal Constitution. It offers a simplified and unified method for payment oftaxes at favored and progressive rates to be levied exclusively on the company’s gross income.

For the purpose of taxation by SIMPLES, ME stands for any legal entity reporting an annualgross income equal to or lower than R$ 120 thousand, whereas EPP stands for any legal entityreporting an annual gross income between R$ 120 thousand and R$ 1.2 million.25

Gross income comprises the proceeds from the provision of services or the sale of goods andservices in transactions carried out on one’s own account or on behalf of third parties,excluding, however, cancelled sales and unconditional discounts. For the purpose of SIMPLES,gross income does not include the net gains derived from fixed- and variable-incomeinvestments or the non-operating results from capital gains in the sale of assets.

As a rule, the executive branches of the Federal Government, the States, the Federal District andthe Municipalities have authority to grant incentives in Brazil. These incentives consist of acontinually-changing package of subsidized financing, tax credits and tariff exemptions, createdto promote the economic development of certain areas of the country, or to channel privatecapital into specific economic activities.

For incentive purposes, investment projects are approved on a case-by-case basis by the relevantgovernment agency. Incentives include an exemption from taxes for a specific period of time,subsidized credit from governmental development banks, and the privilege of importing capitalgoods duty-free, or at sharply reduced tariff rates.

����������������������������������������������������������25 These limits and amounts refer exclusively to the taxation of ME and EPP by SIMPLES. For all other purposes, ME and EPP are

governed by Law No. 9841 of October 5, 1999, article 2 of which provides for limits and amounts other than those indicated above. Asper the amounts updated by Decree No. 5028 of March 31, 2004: (i) ME is defined as a company or entrepreneur reporting an annualgross income equal to or lower than R$ 433,755.14; and (ii) EPP stands for a company or entrepreneur that falls outside thedefinition of an ME and has an annual gross income between R$ 433,755.14 and R$ 2,133,222.00.

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Manaus Free Trade Zone

The Manaus Free Trade Zone (ZFM) was created and regulated by Law No. 3173 of June 6,1957 and Decree-law No. 288 of February 28, 1967, respectively. ZFM is administered by theManaus Free Trade Zone Authority (SUFRAMA).

ZFM is an import free-trade area, and offers special tax incentives. It was conceived to maintainan industrial, trade and farming center in the Amazon region, with economic conditions thatwill foster the Amazon development, thereby overcoming certain local difficulties as well as thegreat distance between the production sites and consumers.

Special ZFM tax incentives are warranted under the Constitution until 2013, which may beextended by the Federal Government.

The ZFM production capacity has contributed to foster the Gross Domestic Product (GDP) inBrazil. In 2003, the trade balance in the Manaus industrial hub totaled US$ 4.45 billion,whereas in February 2004 the trade balance already reached US$ 739 million.

With a few exceptions, the export of domestic products for consumption or manufacture inZFM and re-export of these products are afforded the same tax treatment as any other exports toother countries. Export of the ZFM products to other countries, in turn, is exempt from IE.

Under Law No. 10865 of April 30, 2004, the IPI and II tax benefits granted to companies set upin ZFM also cover contributions levied on imports such as PIS –Imports and COFINS –Imports.

ZFM is of paramount importance for the growth of the Western Amazon, while offeringattractive incentives and interesting conditions for joint ventures.

Setup of Companies

In order to set up in ZFM, a company must submit an industrial project schedule to SUFRAMA.If approved by the SUFRAMA Board of Directors, the company must send to SUFRAMA thedefinitive industrial project and the architectural plan.

SUFRAMA has adopted a basic production process (PPB), consisting of a detailed descriptionof the several phases of the manufacturing process, to be followed by all companies applying fortax benefits in ZFM. This is to avoid having ZFM become a simple warehouse for the assemblyof imported products, taking undue advantage of tax exemptions, as well as to augment thedomestic content of goods produced in ZFM.

A company is authorized to set up in ZFM and enjoy tax incentives after being approved by theSUFRAMA Board of Directors.

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Tax Incentives

The companies set up in ZFM are eligible for exemption from or reduction in the followingtaxes:

(i) Import Duty (II) on products intended for ZFM consumption or on inputs used forproducts manufactured in ZFM when they are shipped to other points in Brazil;

(ii) Tax on Manufactured Products (IPI) on foreign products intended for consumption ormanufacture in ZFM, and on goods produced in ZFM intended for consumption in ZFMor elsewhere in Brazil;

(iii) Income Tax (IR) for undertakings approved by the Amazon Development Authority, inthe amounts and for the periods prescribed by tax laws;

(iv) Tax on Distribution of Goods and Services (ICMS) for products from other states thatare slated for consumption or manufacture in ZFM. Additionally, the companies mayhave an ICMS credit with regard to products from other Brazilian states, and refund ofthe variable ICMS portion for industrial undertakings approved by the Amazonas StateFinance Office; and

(v) Tax on Services (ISS) for companies providing services under projects approved by theManaus City Hall.

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INTELLECTUAL PROPERTY©

Brazilian protection to intellectual property rights is established in the Federal Constitution andin various federal laws and international treaties signed and confirmed by Brazil. Intellectualproperty encompasses copyrights and related rights, protecting literary, artistic and scientificworks, as well as industrial property rights intended for industrial and commercial use ofinventions, trademarks, patents and industrial designs.

The Brazilian legislation on intellectual property is relatively recent, and already conforms tothe minimum standards established by the Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights(TRIPS), an international treaty entered into by the members of the World Trade Organization(WTO) and incorporated into Brazilian regulations by Decree 1355/94.

Besides TRIPS, Brazil signed and confirmed the major international treaties relating tointellectual property rights, including:

(i) Paris Convention of 1883, revised in Stockholm in 1967, which features industrialproperty protections;

(ii) Berne Convention of 1886, revised in 1971, which features copyrights protection;

(iii) Rome Convention of 1961, which features protection to singers and other artists,producers of phonograms and broadcasting organizations; and

(iv) Patent Cooperation Treaty (PCT).

INDUSTRIAL PROPERTY

The protection accorded to industrial property rights under Law 9279/96 (Industrial PropertyLaw) comes effective through the granting of trademarks, patents, utility models, industrialdesigns, and prohibition against false geographical indications and unfair competition. Such lawintroduces certain innovative concepts, such as the granting of patents for prescription drugs,chemicals, pharmaceuticals and food products, and the acknowledgment of rights inherent towell-known trademarks (Article 6bis of the Paris Convention).

Company names are also protected as industrial property, but are regulated in specific rules.

The Brazilian Industrial Property Institute (INPI) is the government agency in charge of issuingand enforcing the rules on industrial property rights, as well as of carrying out a formal reviewof the applications for trademark registration, geographical indications and patent grants.

Trademarks

Protection of trademarks in Brazil follows an attributive system, which means that all rights

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stem from registration of the respective trademark in Brazil. However, trademarks well knownin their respective sphere of activities are warranted protection under Brazilian law, irrespectiveof registration in Brazil, pursuant to the Paris International Convention and the IndustrialProperty Law.

In Brazil, registration may be applied for as a Brazilian or foreign trademark. Foreigntrademarks are recorded under the terms of the Paris Convention, which grants a priority periodof six months counting from the date of application in the country of origin for their owners toapply for registration of the same trademarks in other member countries (as in the case of Brazil).

A Brazilian trademark is a trademark applied for by a Brazilian or foreign company todistinguish products or services germane to its activities. We will discuss this concept furtherbelow.

The major point in registering a trademark within the priority period set out by the Conventionis that the date of filing in the country of origin will also be valid in Brazil. If a trademark isapplied for in Brazil by a foreign person without a priority claim under the Paris Convention,the trademark will be treated as Brazilian, and the Convention benefits will not apply.

The following documentation must be submitted when applying for registration of foreigntrademarks in Brazil:

(i) power of attorney, including express powers for the attorney-in-fact to receive service ofprocess relating to any suits filed against the owner of such trademark in Brazil;

(ii) certified copy of the application for registration or certificate of trademark registration inthe country of origin, if a priority claim is filed;

(iii) affidavit stating that the applicant is a company legally organized in its own country, andspecifying the activities performed by it, which must be directly related to theproducts/services for which it intends to obtain registration in Brazil; and

(iv) samples of the trademarks to be registered, if they are composed of symbols, drawings,colors, or stylized letters.

Registration of a Brazilian trademark may be applied for by a Brazilian or foreign interestedparty; the trademark application and registration will follow the procedures set forth in theIndustrial Property Law.

Use of a trademark is essential for its protection in Brazil; if a trademark is not used for fiveyears after its registration, or if such use is interrupted for more than five consecutive years,forfeiture of the trademark will occur. If the trademark is used by its owner or a licensee inBrazil, registration will be valid for ten years; this protection may be renewed for likesuccessive periods.

Under the Industrial Property Law, several conducts are viewed as a crime against trademarks,punishable by imprisonment from one through three months, and from three months through

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one year, or fine, as applicable.

Company Name

In addition to marks, the Brazilian legal system also provides protection to company names. Asa rule, protection elicits from the filing of the company’s acts of incorporation with thecompetent body. Furthermore, the Paris Convention establishes that company names will beprotected in all countries of the Union, irrespective of registration.

Patents and Utility Models

Under the Industrial Property Law, the essential conditions for granting of patents in Brazil are:novelty, inventive activity, and industrial use. Moreover, an item of practical use, or any partthereof, is patentable as a utility model, provided that it is susceptible of industrial use, presentsa new shape or layout, and involves an inventive act that results in functional improvement interms of use or manufacture.

A patent is deemed new whenever its subject matter is not included in the prior art, meaningthat it was not previously accessible to the public either by written or oral description, or by useor other means, including the contents of patents in Brazil and abroad, before filing of the patentapplication. This will not apply to those cases in which a priority claim was applied forbeforehand or otherwise evidenced under the Paris Convention.

The protection afforded by a patent is valid for 20 years (for inventions) or 15 years (for utilitymodels), counting from the date of filing of the application at INPI.

Patent applications to INPI must contain: the inventor’s claims; a complete description of theinvention and a drawing (if appropriate); and evidence of compliance with all legalrequirements. After the application is filed, a preliminary formal review will be carried out, anda filing certificate will then be issued. This application will be kept in secrecy for 18 months,and will then be officially published. The inventor will have 36 months to request a formalreview of the application. If no such request is made, the application will be dismissed. Theletter patent will be issued after granting of the patent application, and may be canceled by courtorder at any time.

Commercial use of a patent must begin within three years of issuance of the respective letterpatent, on pain of compulsory licensing or forfeiture of the corresponding patent. Forfeiture of apatent may also occur if its use is interrupted for a period of at least two consecutive years; ifthe inventor fails to pay the respective annuity fees to INPI; if the inventor expressly waives hisprivilege; or if the patent is canceled through judicial or administrative channels.

Under the Industrial Property Law, several conducts are held as a crime against patents,punishable by imprisonment from one through three months, and from three months throughone year, or fine, as applicable.

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Unfair Competition

In addition to protection specifically granted to trademarks, patents, utility models and industrialdesigns, the Industrial Property Law criminalizes unfair competition acts, punishable byimprisonment from three months through one year, or fine. Such offense must be grounded onunquestionable proof of one’s intention to discredit another’s business or reputation; to createconfusion with other commercial and industrial establishments or service providers; or to createconfusion with third-party goods and businesses available on the market. Unfair competitionentitles the aggrieved party to seek redress in the civil sphere and impose criminal liability onthe offender.

Among other events, unfair competition is asserted against whoever:

(i) publishes, gives or discloses a false statement on a competitor, to one’s own advantage;

(ii) uses fraudulent means to divert, for one’s own or someone else’s benefit, clientele ofanother;

(iii) uses or imitates an advertising slogan or sign of another, so as to cause confusion withits products or establishments;

(iv) misuses another’s business name, company name or insignia, or sells, displays, offersfor sale or maintains in stock a product with such references;

(v) sells, displays or offers for sale, in another’s container or wrapper, an adulterated orcounterfeited product, or trades it for another product of the same type, even if notadulterated or counterfeited;

(vi) gives or promises money or other assets to employees of a competitor, encouraging suchemployees to neglect their duties to the detriment of the competitor;

(vii) receives cash or other assets, or accepts a promise of payment or reward to neglect one’sduties as an employee to the benefit of a competitor of one’s employer; and

(viii) makes unauthorized disclosure, exploitation or use of any confidential matter,information or data used in industry, trade or service activities, to which he had accessas a result of a contractual or employment relationship, even after termination of thecorresponding contract, except for any matter, information or data that is available to thepublic or is clearly available to an expert on the matter;

If unfair competition is held to occur, the Industrial Property Law authorizes the aggrieved partynot only to pursue the applicable civil measures for cessation of this offense and redress ofdamages, but also to seek reparation for other unfair competition practices that may taint thereputation of third-party business or create confusion between competitors and/or their products.

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TECHNOLOGY TRANSFER & PATENT, TRADEMARK ANDFRANCHISE LICENSE AGREEMENTS

Technology transfer and patent, trademark and franchise license agreements must be filed withINPI. The INPI review of agreements dealing with the licensing of industrial property rights,trademarks, patents, technology transfers, and technical assistance and related services iscurrently limited to (i) the aspects inherent to the documents submitted for review; (ii)compliance with tax; (iii) observance of currency control policies; and (iv) the breach of unfaircompetition or antitrust rules.

INPI approval for such agreements is essential not only for Central Bank registration (makingoverseas remittance of payments feasible), but also for the technology recipient or licensee topost the amounts so disbursed as allowable expenses. Moreover, only after the respectiveapproval will such contracts be binding on third parties.

As a rule, technology transfer agreements must specify their object and clearly describe themethod to be adopted for actual transfer of technology. Patent or trademark license agreementsmust set out the conditions for actual use of the patents regularly filed or granted in Brazil or forthe licensing of the respective trademark or application in Brazil.

Patent and trademark license agreements must also specify whether the license is granted withexclusivity on a remunerated or royalty-free basis, and if sublicensing is allowed. The term ofeffectiveness of such agreements cannot exceed the validity of the patent or trademarkregistration.

Technical and scientific assistance service agreements must specify the period for the renderingof specialized services; the number of technicians involved; the degree of expertise and trainingprograms; and the agreed compensation.

Franchise agreements must also be filed with INPI, and their validity is primarily dependent ontwo aspects, namely: (i) temporary granting of the rights that involve, together with use of therespective trademarks, the rendering of technical assistance services or other technology transfermechanisms necessary to achieve the respective goals; and (ii) the flat or floating fee payable bythe franchisee to the franchisor, calculated at a percentage of sales or of the price for each unitsold or purchased by the franchisee from its suppliers, on the profits earned, or on a flat amount.

COPYRIGHTS

Copyrights in Brazil are regulated by Law No. 9610 of February 19, 1998, pursuant to whichall creative works of inspiration however outwardly expressed are protected as intellectualproperty.

Copyrights are divided into moral and pecuniary rights. Moral rights ensure that the work isbound to the identity of its author, and are not transferable. Moral rights of the author include,among others: (i) the right to claim authorship of the work at any time; (ii) the right to have hisname stated on the work in connection with any use thereof, (iii) the right to object to any

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modification of the work that would be prejudicial to the author’s reputation or honor.

Pecuniary rights are those related to use, enjoyment and disposal of an intellectual work. Theserights are transferable to third parties, including to legal entities.

The author of the work or, in the absence of proof to the contrary, the person who purports to bethe author, or the person whose name is included on the work, is deemed to be the copyrightowner under Brazilian law.

Any person who adapts, translates, compiles or edits a work in the public domain may claimcopyright to such work, but this same person cannot prevent publication of another adaptation,translation, compilation or edition of the same work.

Either a person or an entity may own copyrights, subject to the authorization or assignment bythe respective author.

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Civil and criminal actions may be brought against anyone infringing another’s copyrights. Thecivil courts prohibit the publication of any work that infringes copyrights, and may also awarddamages to the copyright owner. Copyright infringement is also punishable as a criminaloffense.

SOFTWARE

In Brazil, software is regulated by Laws Nos. 9609 (Software Law) and 9610 (Copyright Law),both dated February 19, 1998, which provide for, among other issues: (a) the protection ofsoftware as an intellectual property right; (b) the software marketing rules and the creation ofmechanisms to keep governmental control over such marketing activities, with a view toprotecting software rights in Brazil; and (c) the criminal penalties that are to apply in the eventof copyright infringement along with certain marketing rules related to software protection.

Software rights are protected for a period of 50 years as from January 1st of the year followingpublication of the software or, in the absence of such publication, as from creation of thesoftware in each country. As in the case of copyrights, foreign-based owners of software arealso entitled to protection in Brazil, provided that the country of origin of such owners offersreciprocal treatment (in terms of extent and duration) to Brazilians and foreigners domiciled inBrazil.

Software protection is not conditional on registration in Brazil; accordingly, the author need not

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register such software to claim ownership rights. Nevertheless, the software may be registeredwith INPI.

Infringement of software copyrights is punishable by confinement from six months to two years,or a fine.

According to the Software Law, the following events (among others) do not characterize anoffense against software copyrights:

• reproduction of a copy that was legally acquired, whenever indispensable for proper useof the software; and

• integration of software and its basic characteristics into an application or operatingsystem, if technically indispensable for the user needs, and provided that it is usedexclusively by the person that actually effected such integration.

Final Comments

As shown above, the Brazilian legal system offers an array of rules aimed at protectingintellectual property rights.

In addition to the events set out above, the Industrial Property Law protects industrial designsand curbs false geographical indications.

Moreover, the Brazilian legal system protects the so-called personality rights, as in the case ofthe right to one’s image, which is inviolable under the 1988 Constitution.

It is also worth noting that, even though the Brazilian legal system contains no rules exclusivelyfocusing on Internet relations and acts, some legal provisions protect intellectual property rightsagainst their unauthorized dissemination or use through new technologies, including theInternet.

Finally, advertising is also regulated in Brazil by the National Self-Regulatory AdvertisingCouncil (Conar). This entity lays down the ethical standards to be followed in advertising, andmay even be called to action when unfair competition practices are conducted by way ofadvertisements.

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COMMERCIAL REPRESENTATIONAND DISTRIBUTORSHIP

The Brazilian legal system offers investors a number of mechanisms to trade their products,with special emphasis on commercial representation and distributorship. In principle, thesemechanisms have a distinct nature, but may be adopted by investors as an effective distributionchannel to place their products in the Brazilian market without establishing a company inBrazil.

Commercial Representation

In a commercial representation arrangement, the representative stands for an individual or legalentity that intermediates business for the principal on a non-occasional basis within a presetterritory, in consideration for a fee (or ‘commission’), which is usually set at a percentage of thetransaction value.

The legal framework for commercial representation activities26 confers several rights andprotections on commercial representatives, which somewhat impair the parties’ freedom tocontract. These safeguards include a prior notice requirement to be met by the principal if thecommercial representation agreement is terminated without cause; or a minimumindemnification payable to the commercial representative in some events of principal’sunilateral termination of the agreement or the representative’s termination with cause.

In its section on “commercial agency and distribution”, however, the Civil Code containscertain provisions that would somewhat conflict with traditional views on commercialrepresentation under Law 4886/65, even though some legal scholars equate an agencyarrangement to commercial representation. But this is still a controversial issue among legalscholars, and past court rulings are still incipient to clarify how the Civil Code provisionsshould apply to commercial representation relations.

Distributorship

Distributorship usually stands for an agreement by which the distributor acquires certainproducts from the principal for further resale within a preset area for the account and at the riskof the distributor itself. Unlike the commercial representation or service arrangement, thedistributor receives no compensation from the principal; the distributor’s earnings originatefrom its profit margin (that is, the difference between the purchase and resale prices).

However, articles 710 et seq. of the Civil Code (dealing with “commercial agency anddistribution”) define distributorship as a commercial relationship in which the thing to be tradedis placed at the representative’s disposal. Accordingly, the distributor would be a commercialrepresentative that carries the products offered to clients, which is far different from the

����������������������������������������������������������26 Law No. 4886 of December 9, 1965, as amended by Law No. 8240 of May 11, 1992 (Commercial Agency Law) and by Law No. 10406

of January 10, 2002 (Civil Code).

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definition consolidated by legal scholars for distributorship as mentioned in the precedingsentence. As a consequence, it is still unknown whether articles 710 et seq. of the Civil Code doapply to traditional distributorship relations.

As in the commercial representation, legal scholars have not reached a consensus on this issue,and there is still no court ruling on how the Civil Code provisions should apply todistributorship relations.

If the courts eventually confirm that the Civil Code rules do not apply to traditionaldistributorship relations as mentioned above, there would be no specific law regulating them.As a result, distributorship would become an atypical relation governed by general principles oflaw. In this case, distributorship could be viewed as more flexible than commercialrepresentation, as the parties would be free to establish the commercial conditions for theirarrangement as they deemed suitable.

Conversely, if the courts hold that articles 710 et seq. of the Civil Code also apply todistributorship agreements involving the purchase and resale of products, then thedistributorship arrangement will be treated as a kind of commercial representation. In this case,the protections accorded by law to commercial representatives could also extend to distributors.

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