guia de referÊncia para estÁdios -...

51
GUIA DE REFERÊNCIA PARA ESTÁDIOS O trabalho a seguir é baseado no livro STADIA Um guia de design e desenvolvimento, com consulta a algumas outras fontes devidamente indicadas no texto. Traduzido por João Henrique Areias e Alia Maass Reis. (JOHN, Geraint; SHEARD, Rod; VICKERY, Bem. STADIA – A design and development guide. 4ª ed. UK: Architectural Press, 2007. 306 p. ISBN 0- 75-066844-6)

Upload: tranxuyen

Post on 09-Dec-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

GUIA DE REFERÊNCIA PARA ESTÁDIOS

O trabalho a seguir é baseado no livro STADIA – Um guia de design e desenvolvimento, com consulta a algumas outras fontes devidamente indicadas no texto. Traduzido por João Henrique Areias e Alia Maass Reis.

(JOHN, Geraint; SHEARD, Rod; VICKERY, Bem. STADIA – A design and development guide. 4ª ed. UK: Architectural Press, 2007. 306 p. ISBN 0-75-066844-6)

GUIA DE REFERÊNCIA PARA ESTÁDIOS

1. Estádio como uma tipologia de edifício

a. Arena e shopping center Este deverá ser um dos mais importantes espaços de

entretenimento e comercial da Região dos Lagos, inédito no Rio de Janeiro e no Brasil, gerando atenção natural da mídia e da população.

Portanto, atenção especial deve ser dada à sua arquitetura para criar um ambiente agradável com conforto e segurança.

b. Convergências e divergências A principio vemos algumas divergências, como uso de

estacionamento e entrada na arena nos horários em que shopping estiver funcionando, que devem ser discutidas com cuidado.

Por outro lado vemos atividades convergentes, como o uso da arena pelos shopping e/ou lojistas como uma grande praça de eventos, salas para reuniões, seminários e congressos, etc. O campo pode ser utilizado para atividades recreativas e esportivas, onde as mães poderão deixar os filhos e irem às compras.

c. Requerimentos atuais O estádio-arena moderno tem como fatores críticos de

sucesso o conforto, segurança e ambiência. Deverá além disso abrigar um calendário de eventos esportivos, culturais, sociais, educacionais, religiosos, políticos dando-lhe o caráter de multiuso.

Todos estes requerimentos deverão ser cuidadosamente planejados para que a arena seja auto-sustentável financeiramente e que retorne e remunere o investimento realizado.

2. O futuro a. A importância do estádio

As arenas são obras arquitetônicas que podem marcar e até mesmo remodelar a urbanização de uma cidade (exemplo Coliseu em Roma, maracanã no Rio). Elas atraem o turismo de negócios e lazer, proporcionam entretenimento para a população, visibilidade para o município gerando ganhos econômicos e sociais para sua população.

Daí o envolvimento dos órgãos governamentais serem importantes, para criar boas condições de acesso e toda a infra-estrutura necessária para seu funcionamento.

A prefeitura deverá ser uma parceira importante na atração de eventos para a arena, patrocinando e apoiando eventos com serviços como transporte, policiamento e outros.

b. Economia Estudos demonstram que a atração de eventos gera

benefícios econômicos e sociais, contribuindo para a geração de empregos diretos e indiretos, fazendo com que as cidades disputem

acirradamente a sua realização. Nos EUA, a maioria das cidades tem comitês públicos-privados constituídos com esta finalidade.

c. Tecnologia O uso de tecnologia audiovisual, circuito fechado de tv,

conexões wireless para a Internet, facilidades para a televisão e rádio, controles administrativo-operacionais e controles de fluxo de público, são fatores fundamentais para o uso da arena moderna.

d. Ergonomia e o ambiente Assentos confortáveis para os espectadores, como cadeiras

com braços, banheiros e bares bem acabados são outros requisitos importante para termos um ambiente agradável para o individuo e para a família.

3. Plano Mestre a. A necessidade de um plano mestre

Precisamos de um plano mestre ou projeto básico, onde todas as fases da construção estejam detalhadas para revisão dos players – de investidores aos patrocinadores, promotores de eventos, etc., para que a arena se adeqüe às necessidades de nossos futuros clientes.

b. Orientação – posição em relação sol. O campo de jogo deve ter a orientação que atenda a

realização dos diversos eventos que ali se realizarão e deverão orientar o plano mestre. O posicionamento em relação ao sol deverá considerar os goleiros no caso dos jogos de futebol, camarotes e cadeiras especiais, de forma a evitar a luz direta em sua direção.

c. Zonas de Segurança e Evacuação Para efeito de segurança, em caso de emergências e evacuação

ordenada e rápida do público, devemos considerar 5 zonas que inclui desde o campo de jogo até a parte externa da arena:

• Zona 1 - Área em que o evento se realiza (campo

de jogo/salões) • Zona 2 – Cadeiras dos espectadores. • Zona 3 – Corredores de circulação dentro da arena • Zona 4 – Corredores de circulação fora da arena

(entrada com ingresso) • Zona 5 – Área externa da arena (estacionamento,

rua, praça, shopping, etc)

Estas zonas e áreas de escape devem ser cuidadosamente discutidas, inclusive com órgãos públicos de segurança (PM, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil).

d. Sobreposição e flexibilidade

A variedade de eventos faz com que o estádio tenha de se transformar para atender às necessidades especificas. Por exemplo,

num show que pode acomodar até 30 mil pessoas (10.000 nas cadeiras que já têm infra-estrutura adequada de banheiros, bares e outras facilidades) será necessário colocar banheiros e bares provisórios. Em volta do campo, entre a linha lateral e o inicio das cadeiras, poderão ser colocados pontos de energia, hidráulicos e esgoto.

e. Segurança contra vandalismo/terrorismo

No mundo todo esta é uma preocupação. A previsão de facilidades para revista de veículos e pessoas, inclusive com acessos “inteligentes” (raio-x parecidos com os de aeroportos) devem ser considerados e analisados.

f. Conclusão

Embora o shopping seja a base do projeto, gostaríamos de discutir exaustivamente com os arquitetos o projeto básico da arena, envolvendo os órgãos citados e profissionais que possam contribuir nesta fase do projeto.

4. Plano Externo a. Local

A localização da arena é excelente por estar no centro de Cabo Frio facilitando o acesso do público. Por outro lado, é fundamental o planejamento do trânsito e segurança para a comunidade em torno da arena.

b. Transporte Deveremos investigar in loco e conversar com as autoridades

locais que tipos de transporte público será disponibilizado para o público nos dias de evento, bem como vias de acesso, devendo considerar, desde já, o uso de ciclovias e incentivo à caminhada devido às boas condições climáticas da região. A cidade pode inovar nesta área com o firme envolvimento das autoridades nesta questão.

Dependendo da negociação, entre a arena e o shopping por vagas no estacionamento, teríamos de avaliar um outro local para os que chegam em automóveis e criar um transporte especifico para os eventos.

c. Provisão de estacionamento O número de vagas dependerá do plano de acesso ao estádio

citado no item anterior. No entanto um número de vagas, para atender a patrocinadores, camarotes e serviços deverá ser alocado e estão detalhados a seguir. Para efeitos de cálculo, pode-se considerar uma vaga para cada 10 a 15 espectadores. Ou seja o número de vagas ideal para a arena poderia chegar até 2.000 vagas para automóveis em eventos com 30.000 pessoas, o que definitivamente não é possível por diversas razões. Para ônibus, o cálculo seria de 240 espectadores por ônibus, ou seja, 125 vagas para um evento de 30.000 pessoas.

• Motos e bicicletas • Deficientes físicos • Jogadores e artistas • Árbitros • Imprensa • Entregas (transportadoras) e Serviços (Corpo de bombeiros,

PM, etc.).

Rotas de Pedestres, poderão ser planejadas, com bom calçamento, iluminação, paisagismo, sinalização e com um máximo de 1,5 km (ideal não mais de 500m). A partir daí deverão estar previstos outros tipos de transporte. Nestas rotas de pedestres, podemos planejar a implantação de quiosques licenciados pela prefeitura que podem ser explorados pelos nossos concessionários, evitando os ambulantes não autorizados. É um desafio, mas seria um grande salto de qualidade.

d. Exterior da arena (paisagismo) Embora a arena será praticamente circundada pelo shopping

a presença do “verde” torna o ambiente mais agradável. Mais um ítem que pode ser discutido e patrocinado pelas autoridades públicas ou mesmo pela iniciativa privada.

5. Forma e Estrutura a. O estádio como uma obra de arquitetura

O ideal seria que a arena proporcionasse ao público a mesma sensação de ida a um teatro ou cinema. A freqüência de um público com poder aquisitivo, da família, o que influenciará diretamente nas suas finanças, dependerá do ambiente que proporcionarmos.

b. Estrutura e Forma É impossível estabelecer regras de design que garantirão uma

boa arquitetura da arena. Mas os problemas inerentes à circulação de muitas pessoas, como o impacto na entorno da arena, estacionamento, inflexibilidade dos elementos (cadeiras, escadas, rampas, portões de entradas, bilheterias, etc) e acabamentos à prova de vandalismos (banheiros, assentos, etc.) são alguns dos fatores a serem levados em conta. Embora a idéia seja de utilização intensa, teremos dias de ociosidade que também requerem atenção.

Visitar casas de shows (aqui no Rio), estádios (Volta Redonda, Atlético PR em Curitiba e, se possível, dois ou três nos Estados Unidos) além de espaços para eventos seria importante.

c. Materiais – teto e fachada O ideal é que teto e fachada tenham equilíbrio e harmonia nas

formas para não competirem entre si tentando refletir o urbanismo e/ou características da cidade.

Outro ponto a considerar é a ventilação interna da arena, assunto mais detalhado no capitulo sobre DESIGN AUTO-SUSTENTÁVEL mais a frente.

d. Acessos

Os acessos devem evitar escadas, priorizando rampas que facilitam a evacuação em caso de emergência.

e. O campo de jogo Recomendo fortemente o uso de grama sintética, até porque

num estádio fechado o uso de grama natural é inviável.

f. Cadeiras Embora mais caras, considerar pelo menos no setor central do

estádio, cadeiras com apoio para os braços.

g. Corredores, escadas e rampas Devem ser planejados visando o conforto e segurança do

público. Evitar escadas é uma boa medida.

h. Teto Tenho um quadro elaborado por especialistas ingleses que mostra um comparativo de custos, durabilidade, tempo de combustão e transparência que posso disponibilizar para arquitetos.Alem disso um artigo mostra as vantagens e desvantagens de cada tipo de material utilizado.

6. Segurança e medidas anti-vandalismo e terrorismo

a. Introdução O desenho da edificação, assim como procedimentos

operacionais, devem assegurar a segurança do público. Ver também o ítem 14, que trata da circulação e evacuação de emergência (sub-ítem f).

b. As ameaças do terrorismo/vandalismo

Os eventos de grande porte que o espaço vai abrigar podem atrair pessoas com o intuito de causar danos ao patrimônio ou à outras pessoas. Deve-se dar atenção às possíveis ameaças em áreas externas, assim como em áreas internas, do estádio.

Deve-se prever meios de revista de veículos e de pessoas, além de controle de acesso e aproximação destes. Pesquisar tecnologias de controle de acesso para detecção de metais, armas de fogo, agentes químicos, biológicos ou radiológicos, etc.

c. Autoridades

Especialistas podem contribuir para a prevenção de possíveis riscos. Na fase de planejamento pode-se fazer uso de projetos/consultorias especializadas de medidas anti-terrorismo, combate à incêndio, e outros. A experiência de agentes da PM,do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil serve de contribuição ao planejamento dos espaços e procedimentos de segurança.

d. Implicações para o gerenciamento e operação Planos de contingência devem ser preparados pela gerência

do evento, estabelecendo como agir nos vários possíveis incidentes.

Resposta à qualquer possível ameaça é um esforço de equipe, e em situações mais específicas podem ser gerenciadas por equipes de segurança governamentais.

e. Resposta da equipe de design

O desenho do estádio pode influenciar a maneira como autoridades de segurança e as multidões irão se comportar.

A equipe de design do estádio tem entre outros, os desafios de: afastar automóveis do perímetro do estádio com segurança reforçada em dias de evento, porém garantindo o acesso fácil de veículos de emergência; prover espaços para a revista (semelhante ao utilizado em aeroportos) em geral antes da entrega do ingresso (podendo ser depois em alguns casos); espaços de circulação e concentração o mais simples e claros possíveis, evitando recantos escondidos; estrutura capaz de suportar atos de vandalismo sem oferecer riscos de desmoronamento; entradas de ar que não possam ser prejudicadas em caso de incêndio ou outros ; vidros de segurança (mais resistentes e com menos riscos de causar ferimentos).

f. Conclusão

Nenhum conjunto de medidas de segurança consegue garantir 100% de certeza de proteção. O objetivo é minimizar estes perigos, tanto em eventos esportivos ou outros grandes eventos que possam ocorrer na arena.

A estrutura da edificação, os materiais, as tecnologias de informação e os procedimentos de segurança devem funcionar bem e de forma integrada.

7. Área de Atividades a. Superfície de jogo (gramado, etc)

Os gramados artificiais mais novos oferecem facilidades perante o gramado natural. Estes gramados requerem alguma manutenção como, por exemplo, serem molhados antes das partidas para evitar que poeira suba e para diminuir sua temperatura, além de serem substituídos periodicamente, já que diferentemente da grama natural, ela não se recompõe. A grama sintética não requer proteção para receber shows ou eventos com grande quantidade de pessoas.

Existem atualmente campos de grama natural e artificial combinada, que podem servir de alternativa para o estádio.

b. Dimensões e marcações do campo

O campo de jogo deve ter comprimento entre 90 e 120 metros e largura entre 45 e 90 metros. Para partidas internacionais o regulamento da FIFA estabelece um comprimento mínimo de 100 e máximo de 110 metros com largura mínima de 64 e máxima de 75 metros. As margens de segurança devem ter 6m de largura atrás das linhas de meta (limites menores do campo) e 3m ao longo das linhas laterais (limites maiores do campo), com prolongamento da grama por pelo menos 3m e 2m respectivamente.

As partes internas dos postes do gol devem estar afastadas 7,32m e a parte inferior do travessão de fechamento a 2,44m de altura do solo. A área de meta e a área penal são traçadas 5,5 e 16,5 metros respectivamente a partir da parte interna de cada poste do gol e têm profundidade de 5,5 e 16,5 metros em direção ao centro do campo. O ponto penal (pênalti) fica a 11m do gol e o semicírculo penal tem centro neste ponto e raio de 9,15m. A circunferência central tem raio de 9,15m.

A área de canto é um quarto de círculo com raio de 1m. Todas as linhas de marcação devem ter largura máxima de 12cm, assim como os postes e travessão. (Fonte: FIFA - Federation International Football Association. Regras do Jogo 2004-2005.)

8. Esporte e múltiplos usos a. Introdução

Uma das maneiras de aproximar custos e arrecadação, é reduzir ao máximo o número de dias que o estádio fica sem uso e sem ganhar dinheiro.

Para que isto seja possível, o desenho do espaço físico deve permitir uma grande variedade de atividades, sejam elas esportivas ou não.

b. Tradições dos esportes nacionais

Cada país tem o seu esporte tradicional e sua maneira de conformar os espaços destinados a eles. Estádios no Brasil devem buscar as soluções mais modernas e que melhor se adaptem às características do país.

Por exemplo, na Europa continental estádios para vários esportes são tradição. Freqüentemente acomodam uma pista de atletismo ao redor do campo, mas o futebol é esporte de mais peso. No Reino Unido os espaços são exclusivos para o futebol. Se tivessem uma pista de atletismo ao redor afastaria o espectador de 10 a 12 metros, e os ingleses preferem a concentração e proximidade do jogo. É possível usar assentos removíveis ou outros artifícios para combinar estas atividades. Já nos EUA, estes espaços evoluíram para combinar diferentes usos, e são os que conseguem melhor retorno financeiro. Soluções procuradas são de cadeiras removíveis, um equipamento onde dois diferentes estádios coexistem, ou uma arena anexa para basquete ou hockey no gelo. Abrigando tantas atividades a tabela anual não deixa a estrutura vazia, utilizando-a para outros eventos.

c. Viabilidade financeira

Múltiplos usos dentro de um estádio não têm que estar necessariamente ligados a esportes. Usos mais comerciais podem ser compatíveis. Existem exemplos de estádios que abrigam rinques de boliche, espaços de treinamento que se transformam em salas funcionais, estúdios de TV, cinemas, centros de saúde, quadras de squash, piscinas, salões de beleza, espaços para atividades infantis,

edificação de escritórios ou centro de convenções em anexo, entre outros.

Inserir usos posteriormente à construção pode ser caro e difícil, devido à inflexibilidade de um estádio, por isso a inclusão destas instalações deve estar planejada desde o começo. Prever o suprimento de energia para um show ou estrutura para suportar equipamentos adicionais são algumas coisas que precisam ser previstas.

Um estádio para ser bem utilizado e lucrativo deve ter as suas acomodações adicionais com ênfase em entretenimento e comercialização, mais do que em esportes, além de ter foco no objetivo de maximizar os dias com eventos, que em estádios cobertos estima-se que deve ser de 200 a 250 dias por ano.

Um restaurante ou lounge pode acomodar conferências, jantares, e até casamentos em dias sem jogo, assim como os vestiários e áreas de treinamento dos jogadores podem se tornar clubes de saúde, ou boxes serem abertos e servir para reuniões. Onde existir demanda, outras facilidades complementares podem fazer parte do projeto do estádio.

d. Provimento de serviços para diferentes esportes

Tratando de aspectos mais específicos no design de estádios para múltiplos esportes, um esporte tem que ser primário, aquele para o qual o estádio foi desenhado. Os demais são secundários, que vão receber as adaptações temporárias necessárias.

e. Provimento de serviços para eventos não-esportivos

Com o maior estabelecimento de shows em estádios elementos passaram a ser incorporados ao desenho, diminuindo a necessidade de instalações temporárias, a exemplo da posição do palco com uma fatia plana da arquibancada, com espaço e fundações adequadas, fileiras de assentos que permitam a multidão dançar, pontos de energia, camarins e outras áreas para os artistas, espaço de manobra e descarga de caminhões.

9. Controle do público a. Geral

É necessário muito pouco para que uma multidão se torne violenta e sem controle. Uma edificação de qualidade faz o espectador respeitar o que foi feito para ele. Se o estádio for construído com o pensamento de que será vandalizado, é mais provável que seja. A boa arquitetura e prestação de serviços ao consumidor vão manter o bom comportamento do espectador.

A invasão de espectadores na área de jogo é o problema mais primário de um estádio. Três técnicas são comuns em um projeto destes: Cercas de proteção, fossos, e diferenças de nível.

b. Perímetros – cercas de proteção

Cercas evitam o pisoteamento ou compactação da superfície de grama e protegem os jogadores e oficiais. Representam, porém,

uma barreira visual e em caso de incêndio ou outra emergência, impedem a evacuação para o campo, uma zona mais segura.

Um tipo de cerca modificada tem sido utilizada. Chamada de “berço de gato”, ela tem a altura de uma cerca baixa e sua armação de arame é difícil de ultrapassar. A FIFA não permite que certas partidas de alto nível sejam jogadas em estádios com cercas. Onde elas existem, devem haver portões para saídas de emergência.

c. Fossos

Um fosso no perímetro do campo não atrapalha a visão, pode facilmente ter revestimento que evita que seja escalado e também pode servir de rota de circulação para oficiais, equipe de segurança, veículos de emergência e servir de lugar para a mídia. No entanto aumenta a distância entre campo e espectadores.

A largura mínima para um fosso deve ser de 2,5 metros e a profundidade de 3 metros. Em casos onde o campo é área de escape para emergências, devem ser garantidas maneiras de cruzar o fosso, assim como do fosso para fora do estádio para situações onde espectadores estarão na área de campo (shows, feiras, etc). Também pode auxiliar na limpeza, sendo o lixo das arquibancadas varrido para baixo diretamente dentro de um container, ou abrigar quiosques para a venda de alimentos no intervalo.

d. Mudanças de nível

Diferença de nível é uma barreira efetiva contra invasões, caracterizando-se por ser uma depressão não tão profunda quanto um fosso e uma barreira não tão alta quanto uma cerca. A primeira fileira pode estar suficientemente suspensa da área de jogo, dificultando, mas não impossibilitando a invasão. Método bastante utilizado nos EUA, tem vantagens de poder abrigar grande número de oficiais, jogadores e outros, na lateral do campo, sem obstruir a visão do espectador. Detém somente os invasores menos motivados, sendo recomendado somente para públicos mais comportados ou bem vigiados.

A primeira fileira elevada cerca de 1,5 a 2 metros, com uma cerca de 1 metro, e a possibilidade de um fosso raso (cerca de 1,5 metro).

10. Provisão para deficientes físicos a. Tratamento igualitário

Deficiente físico não é só aquele em cadeira de rodas, mas também pessoas com problemas auditivos, visuais, mentais, ou com dificuldades de aprendizado. O termo mais utilizado atualmente é portador de necessidade especial, que inclui também idosos e aqueles com dificuldades provisórias, como grávidas ou pessoas que sofreram acidentes e estão em recuperação. Todos estes devem ter a possibilidade de participar de eventos em estádios, sejam eles espectadores ou funcionários, sem sofrer nenhuma desvantagem perante outras pessoas. A maior inclusão destas pessoas, além do caráter social e comercial, é cada vez mais é uma exigência da lei.

b. Fontes de informação No Brasil a norma da ABNT, a NBR 9050, determina as

dimensões e equipamentos que devem estar disponíveis em uma edificação e deve ser tomada como base para o desenho de estádios acessíveis.

O guia “Acessible Estadia” publicado no Reino Unido pelo Football Stadia Improvement Fund e Football Licensing Authority pode auxiliar no projeto de estádios. Cada país tem publicações para acessibilidade em edifícios em geral, que podem complementar a norma brasileira, alguns exemplos são: ADA e ABA Acessibility Guidelines for Buildings (EUA); Inclusive Mobility (Reino Unido); British Standard BS 8300; Approved Document M (Inglaterra e Wales).

c. Processo do design

Imaginar todo o percurso que cada tipo de espectador, com suas dificuldades específicas, fará, desde a busca por informações, compra de ingresso, até o final do evento, pode auxiliar na elaboração do projeto. Outra sugestão é não começar o projeto de forma generalista e tentar adaptar posteriormente, mas sim começar já com a elaboração de espaços que sejam acessíveis e seguros àqueles com alguma necessidade especial.

11. Visão do espectador a. Introdução

A partir da determinação do número de espectadores que o estádio vai ter, todos os lugares devem ter visão clara do campo. A previsão da proporção de lugares de diretoria, VIP, para oficiais, para cadeirantes e deficientes físicos que não usam cadeira de rodas (de acordo com a NBR 9050), lugares sentados e em pé.

b. Distâncias visuais

i. Ângulo/linha de visão (sightline) – visão da linha mais proxima do campo por cima da cabeça da pessoa sentada na frente.

ii. Distancia máxima ultimo assento até o corner lado oposto 1. Max = 190 m 2. Ideal = 150 m

c. Obstruções à visão do espectador

i. Evitar qualquer obstrução nas arquibancadas, cadeiras e camarotes.

12. Assentos do espectador

a. Decisões básicas Após definir a geometria ideal do estádio para uma boa

visualização do campo, deve-se escolher os assentos com base no conforto, segurança, resistência e economia.

b. Assentos – tipos

Em ordem de conforto e preço, os assentos podem ser bancos contínuos (são pouco recomendados pelo desconforto), assentos individuais sem encosto (semelhantes ao anterior), assentos individuais com encosto e cadeiras com assento dobrável, que tem sido o modelo mais utilizado. Mesmo sendo pouco resistentes e mais caros, são assentos confortáveis, facilitam a limpeza e, o modelo que quando não utilizado retrai automaticamente, facilita a circulação. As áreas mais caras do estádio têm assentos mais confortáveis, com porta-copos, equipamentos eletrônicos, entre outros.

c. Assentos – materiais, acabamentos e cores.

Deve-se buscar materiais resistentes à incidência solar, chuva, chuva ácida, impactos, etc. Materiais que retardam o fogo também devem ser buscados. Algumas cores absorvem mais raios ultra-violeta, que alteram a cor originar e reduzem a vida útil do material.

Cadeiras devem ser presas por estrutura metálica não corrosiva, e se fixadas na parte vertical da arquibancada ajudam na limpeza e evitam o acúmulo de lixo. Deve haver espaço no assento para a fixação de um número, e talvez um patrocinador ou etiqueta.

13. Visão de áreas privadas (camarotes) e facilidades a. Introdução

Estas áreas freqüentemente subsidiam os preços dos demais assentos do estádio. Aqueles que pagam por lugares privilegiados também estão dispostos a gastar bastante com boa comida e bebida. A aparência e qualidade do espaço é importante, iluminação dimerizável e móveis de design por exemplo são freqüentes.

b. Tendências

Em todo o mundo estádios têm buscado maximizar os lugares VIP e o tempo de permanência e consumo destes espectadores.

c. Design – Espaços Publicitários

A separação destas áreas especiais por vidro é controversa. Alguns preferem o ambiente isolado e silencioso outros dizem que envolvimento com o jogo é fundamental, ficando a decisão a critério do proprietário.

Os espaços privados podem ser boxes, suítes executivas, recintos de clube ou recintos de membros. As áreas dos clubes

podem contar com: Sala de Convidados ou Lounge da Direção que são áreas até 100m² ligadas diretamente à sala do diretor, para entretenimento de visitantes convidados do clube; Sala dos Visitantes, com o mesmo tamanho aproximado e servindo para os diretores e convidados do clube visitante; Lounge do Patrocinador, que tem de 50 a 150m² e consiste de um ou mais boxes para recepção e entretenimento dos patrocinadores e seus convidados. Os recintos para membros são semelhantes aos de clube, porém menos luxuosos.

d. Multi-uso

Se projetadas cuidadosamente, estas áreas podem servir a diversos usos. Paredes removíveis ou a adaptação destes boxes para quartos de hotel (que têm tamanho similar) com pequeno acréscimo de custos no projeto dos banheiros, podem ser um bom recurso para maximizar o uso, como acontece no Skydome em Toronto e no Galpharm Stadium em Huddersfield.

14. Circulação a. Princípios básicos

Conforto e segurança são prioridades. As pessoas devem conseguir encontrar facilmente os caminhos (seja para o banheiro, lanchonete, ou de volta ao seu assento) sem que as circulações sejam excessivamente cheias e sem muitos desníveis ou degraus.

b. Layout do estádio

A circulação deve zonear o estádio para evacuação segura em caso de emergência, e subdividi-lo para organizar a multidão. Estádios modernos são projetados com 5 zonas concêntricas: Zona 1 é o campo, Zona 2 o local do espectador, Zona 3 a circulação interna, Zona 4 a circulação externa, e Zona 5 a área externa à cerca perimetral onde estarão os estacionamentos. Estádios pequenos podem combinar as zonas 3 e 4 ou suprimir cercas de proteção.

Subdividir o total de espectadores em unidades menores facilita o controle e ajuda na distribuição de banheiros, lanchonetes, e outros. Deve-se separar ainda espectadores em pé dos que estarão sentados, assim como separar torcidas oponentes.

c. Acesso entre as zonas 5 e 4

Se o espaço permitir, deve ser deixado pelo menos 20m de circulação externa, para permitir a circulação e para que os espectadores encontrem sua área de cadeiras. O ingresso e revista podem ser feitos entre estas zonas ou entre a zona 4 e 3. Devem haver entradas para os assentos principais, entradas privadas para VIPs, jogadores e patrocinadores, entradas de serviços de emergência (ambulância, bombeiro, etc), e saídas extras para situações de emergência.

d. Acesso entre as zonas 4 e 3

Segue as mesmas regras básicas para evitar tumultos. Pode servir de local para uma segunda conferência do ingresso e direcionamento para as diferentes áreas de cadeiras.

e. Design geral para movimentos de entrada de público

Deve-se ter como princípio a boa visibilidade de todo o estádio para que a pessoa possa se localizar, um sistema claro de sinalização, funcionários para fornecer informações, e circulações que permitam manter as decisões simples, evitando assim que um pessoa se perca ou se confunda ao procurar o assento, banheiro, ou outro. Recuos para pessoas que param para esperar alguém ou tomar uma decisão de direção podem ser um bom recurso para evitar o bloqueio das circulações.

f. Design geral para movimentos de saída de público

Este layout deve seguir o formato das ramificações de um tronco de árvore, saindo dos assentos individuais e levando a uma saída geral. Os “ramos” não devendo estar ligados diretamente ao “tronco”, o que causaria muita aglomeração. O cálculo do tempo de saída deve ser a soma dos tempos gastos desde a saída vomitório mais próxima até um lugar de segurança permanente, considerando que as pessoas se movem a uma velocidade de 150 metros por minuto em retas e rampas, e uma velocidade de 30 metros por minuto em descidas de escadas.

g. Elementos

Nas entradas e saídas, portões permitem passar mais espectadores por hora do que catracas, mas com um controle menor. Estima-se que um portão de um metro permita passar 4000 pessoas por hora, contra apenas 500 a 7050 em uma catraca. Estima-se calcular 660 pessoas por hora a cada catraca ou portão, e o número destes acessos deve estar de acordo com o tempo estimado para encher cada seção do estádio. O controle das filas deve ter barreiras, e nos locais de revista deve haver espaço para armazenamento de bens confiscados. As circulações horizontais e verticais devem ser dimensionadas para evitar congestionamentos e evacuação rápida sem riscos. O uso de escadas rolantes deve ser visto com cuidado, já que nem sempre são apropriadas para grande volume de pessoas, e elevadores são usados somente parqa áreas restritas e VIP.

h. Facilidades para indivíduos com deficiência física

Ver item 10.

15. Alimentos e Bebidas a. Introdução

O desafio dos estádios é fornecer os mais variados tipos de alimentação, desde serviços rápidos até luxuosos salões de jantar privativos, balanceando corretamente a disposição dos espaços com a quantidade de público, seu poder aquisitivo e qualidade da prestação do serviço. Conseguindo isso, e maximizando o uso desta

infra-estrutura de cozinha e espaços de alimentação, pode-se obter bastante lucro para o estádio.

Os espectadores devem ser incentivados a chegar antes e ficar depois, reduzindo o problema de tráfico e multidão ao fim do evento. Os assentos na arquibancada devem prover espaço adequado para a circulação com bandejas, se for o caso, ou acomodar bebidas, incentivando o consumo.

Proprietários de estádios podem assumir o controle do fornecimento da alimentação ou podem firmar parcerias com empresas já estabelecidas que têm experiência no ramo para dividir os custos e lucros.

Certos tipos de eventos requerem estruturas temporárias. O suprimento alimentício permanente do estádio pode estar estruturado com uma cozinha central atendendo a todas as áreas de alimentação, cozinhas dispersas servindo áreas individuais, ou uma cozinha central com cozinhas satélite ligadas a ela. É importante que os salões de jantar sejam espaços flexíveis (reuniões, convenções, festas, etc), podendo ter até paredes móveis, já que um restaurante que atende os dias de jogo, dificilmente ficará cheio em dias de semana ou eventos menores.

b. Máquinas automáticas de venda

É a forma mais rápida e simples de venda de suprimentos alimentícios, ajudam nos momentos de pico, ocupam pouco espaço, podem ser distribuídas por todo o estádio e não requerem mão-de-obra. Por outro lado estão sujeitas a vandalismo e não substituem o atendimento pessoal.

Apesar de simples, requerem a previsão de uma superfície de limpeza fácil e impermeável, ponto elétrico, ponto de água para certas máquinas de bebida, e em local próximo recipientes de lixo, ponto de água e sistema de drenagem para limpeza.

c. Concessões

Forma também simples de venda, com vantagem de ter atendimento mais caloroso e sem risco de parar com a falta de energia. Podem ser quiosques de alimentos prontos que não requerem cozinha, podem ser quiosques de snack bar que têm alimentos e bebidas aquecidos e necessitam de um mínimo de equipamentos, ou ainda fast-foods que requerem mais estrutura física.

Os espaços devem: permitir serviço rápido onde o atendente se desloque o mínimo possível para servir e sem esbarrar com outros funcionários; estar próximos aos acesos sem que as filas bloqueiem as circulações; ter fornecimento de água quente e fria, ventilação mecânica, exaustão e climatização adequada para os funcionários.

d. Bares

Mesmo que não seja permitida a venda de álcool durante os jogos, bares são necessários para uso do estádio em outras situações. Uma área central servindo a vários bares é mais econômica, com bar tenders atendendo onde for necessário. A infra-

estrutura é semelhante à de fast-foods, com lugar de estoque de bebidas e, se necessário, de comidas. Requerem a existência de banheiros próximos.

e. Self-services, praça de alimentação e restaurantes

Normalmente situados na parte baixa do estádio, próximos à cozinha principal e às ruas de serviço, requerem grandes espaços. São maneiras rápidas de alimentação, necessários em locais de esportes, e requerem infra-estrutura de restaurante completa.

f. Restaurante de luxo

Clientes que ficarão mais tempo no espaço, dispostos a gastar mais dinheiro e em busca da melhor comida e serviço. Normalmente estes restaurantes ficam localizados próximo às áreas dos boxes privados e dos espaços de clube.

16. Provisão de banheiros a. Quantidade total de banheiros

Distribuídos por todo o estádio devem estar a uma distância máxima de 60 metros (40 metros para deficientes físicos) e de preferência no mesmo nível do espectador.

Deve-se buscar uma otimização das instalações hidro-sanitárias, agrupando estas facilidades, e em estádios menores pode-se utilizar estes espaços para mais de um tipo de usuário, avaliando a necessidade da individualização de sanitários para estes públicos específicos (donos de boxes privados, vips, imprensa, equipe administrativa, auxiliares dos jogos, policiais, juízes, jogadores, equipe médica, e toda a massa de espectadores).

b. Banheiros para espectadores Espectadores em fila para entrar no estádio (zona 5), ou que

ainda não tenham encontrado o seu setor, devem ter banheiros disponíveis, mas em menor quantidade do que os que estão disponíveis na parte interna.

Mictórios Cabines sanitárias Pias Masculino Mínimo de 02 até 100

homens, a partir daí, 01 a mais a cada 80 ou fração.

Mínimo de 01 até 250 homens, a partir daí, 01 a mais a cada 500 ou fração.

01 por sanitário, ou 01 a cada 05 mictórios.

Feminino Sem recomendação Mínimo de 02 até 50 mulheres, 03 de 51 a 100, a partir daí, 01 a mais a cada 40 ou fração.

Mínimo de 01 para cada 02 sanitários.

*Recomendações para cinemas, casas de espetáculos, e edifícios similares. Não existem recomendações oficiais específicas para arenas de esportes.

c. Escala de provisão de banheiros para espectadores.

Se um estádio tem a previsão de abrigar diversos eventos, então a proporção de homens e mulheres é considerada 1:1. Clubes ou eventos de tênis ou atletismo, clubes de padrão mais elevado, em partes interessantes da cidade, ou onde a maioria de sócios são famílias, tendem a ter uma proporção maior de mulheres. Setores privados ou reservados para famílias tem mais mulheres que os terraços para assistir em pé. No setor do time da casa o número de mulheres é maior do que no setor dos visitantes.

Devido à variação de proporção de público feminino e masculino em cada tipo de evento que o estádio irá abrigar, sugere-se que os WCs sejam flexíveis, com partes móveis ou seções que possam ser nomeadas feminino ou masculino de acordo com a necessidade.

O fluxo deve ser trabalhado cuidadosamente para prover um uso rápido do banheiro nos momentos de pico. O projeto deve prever uma porta somente para entrada, layout de acordo com a seqüência de uso dos equipamentos sanitários e porta de saída. Os banheiros para cadeirantes são separados.

d. Localização dos banheiros

Facilidades menores e distribuídas pelo estádio são mais desejáveis do que banheiros muito grandes e distantes do espectador. Preferencialmente, os sanitários devem ter aberturas de iluminação e ventilação naturais para o exterior. Sistemas mecânicos são mais caros, e se quebrarem causam condições bastante desagradáveis.

e. Design detalhado

Todas as superfícies devem ser resistentes, impermeáveis, e de fácil limpeza, com ângulos arredondados. Deve ser possível lavar com mangueira, possuindo drenagem apropriada.

17. Bilheterias, Lojas e Feiras a. Introdução

O público de estádios, por estar em momento de lazer e em estado possivelmente eufórico, é uma clientela fácil e que muitas vezes quer levar alguma memória da ocasião. Pontos de venda dentro e no entorno do estádio são essenciais.

b. Venda antecipada de ingressos

Espectadores que se divertiram no estádio estão em um estado mental ideal para comprar tickets para um evento futuro. Ingressos devem ser vendidos antes, durante e depois de cada jogo.

Além das bilheterias centrais, deve haver cabines distribuídas pelo estádio e bem visíveis no percurso de saída do espectador. Estas cabines devem ter pelo menos uma abertura voltada para a zona 5 a cada 1000 espectadores, e uma abertura para a zona 4 a cada 5000 espectadores.

c. Programa do Evento

A venda de programas é vital pra qualquer estádio, e devem ser disponibilizados quiosques para isso nas diversas zonas, com 1 para cada cerca de 3000, além de vendedores ambulantes.

d. Lojas de presentes e souvenires

Uma loja de presentes permanente deve vender ítens relacionados ao estádio ou ao time. Peças de vestuário são as mais vendidas, e portanto o espaço deve prover depósito, prateleiras e araras próprias para isto. Deve ter acessos tanto por dentro (zonas 3 e 4) quanto por fora (zona 5) do estádio. Este último para funcionar em dias sem jogo.

Localizada próximo à área de venda de tickets e com estacionamento, de modo que fique visível e acessível.

Às vezes, uma loja remota, em local mais central na cidade (em caso de estádios afastados), pode ser importante.

e. Museu do futebol, exposição permanente e tour pelo estádio/arena

Existem exemplos de estádios com museus que têm mais público ao longo do ano, que espectadores em jogos.

As exposições trazem mídias interativas, maquetes do estádio, troféus, fotografias, e recursos áudio-visuais. Museu é uma fonte majoritária de verba para o estádio, funcionando quase todos os dias da semana. Geralmente planejado para dias sem jogo, deve ser acessível pelo lado externo do estádio.

O visitante em alguns estádios tem a possibilidade de explorar as áreas “atrás do palco”, os vestiários, e ter a sensação de passar pelo túnel dos jogadores.

18. Imprensa, Mídia a. Plano básico

Facilidades para as mídias são parte integral de um estádio, também por causa das grandes quantias dos direitos de cobertura de eventos esportivos. Deve-se considerar a imprensa escrita, rádio e TV, além das necessidades do clube (TV interna ou website).

Todas as facilidades para as mídias devem estar agrupadas no mesmo lado dos vestiários, devem ser facilmente acessíveis a partir do estacionamento próprio veículos de transmissão e devem estar próximos da área de estacionamento de representantes da imprensa.

Uma das seções de assentos para espectadores deve ser acessível a partir da área de imprensa para eventos com muita cobertura da mídia. É essencial consultar representantes da mídia para fazer este planejamento.

Cobertura direta do evento requer uma excelente vista do campo, plataformas para câmeras de TV e assentos para todos os tipos de mídia. Entrevistas com o time e outros acontecem antes e depois do jogo, longe do campo. Requerem salas e facilidades de suporte. Preparação e transmissão de cópia requer uma área para trabalho da imprensa e facilidades de telecomunicação associadas.

b. Facilidades/instalações externas

Próximo à entrada da área de imprensa deve haver estacionamento para os carros das equipes de mídia. Em algumas situações pode ser necessária a instalação temporária de banheiros e alimentação, que devem estar em uma área separada com drenagem, pontos de água e eletricidade.

Veículos de suporte para rádio e TV requerem a passagem de cabeamento pesado até as partes relevantes do estádio. Se estes cabos já não estiverem instalados, sugere-se a colocação de dutos permanentes para a passagem dos cabos.

c. Facilidades/instalações para a imprensa

Lugares cobertos, na mesma lateral do campo que os vestiários, com ótima visão do campo, separados do público geral e sem a incidência frontal de sol. O acesso deve ser separado e pode ser combinado com a entrada VIP.

A imprensa escrita deve ter uma mesa fixa ou dobrável, com condições adequadas de trabalho, que pode ser escrever, ligações telefônicas ou uso de computador. Cada mesa tem um ponto de telefone, ponto de rede e iluminação, para cobertura de eventos noturnos. Uma configuração usual é a de uma mesa para dois, dividindo os pontos centrais e garantindo privacidade no espaço de trabalho. Nas situações em que um setor de cadeiras precisa ser adaptado para a imprensa, o projeto precisa prever isto e oferecer as mesmas condições aos jornalistas.

d. Facilidades/instalações para transmissões radiofônicas

O comentarista deve poder ver todo o campo e a entrada dos jogadores, confortavelmente sentado no seu lugar. A cabine do comentarista deve ter janela que permita ser aberta para ouvir o barulho da multidão quando desejado.

As cabines devem se abrir a um lobby protegido e seguro. Deve ter uma bancada contra a janela voltada para o campo, cadeiras móveis, monitores, entre outros.

Usualmente são três comentaristas por cabine, afastados cerca de 1,5 a 1,8 metro um do outro e separados por painéis à prova de som. Estas cabines têm cerca de 15m² cada e tratamento acústico necessário.

e. Facilidades/instalações para transmissões televisivas (e Internet).

Similares às instalações para rádio, alguns comentaristas podem preferir estar em área aberta como os da mídia escrita.

Plataformas para câmera têm pelo menos 2m x 2m, nas posições indicadas pelas emissoras de TV, e em eventos maiores instalação de plataformas provisórias pode ser necessário. Alguns clubes filmam e vendem cópias aos torcedores (O Arsenal vende cerca de 30.000).

f. Salas de recepção, entrevistas e coletivas.

Mesa de recepção da mídia para controle do acesso, identificação e informações.

Banheiros devem estar logo depois da mesa de recepção, por onde passam todos que entram e saem.

Área de trabalho da imprensa é um aglomerado de salas voltadas para a área comum de entrada da mídia. Inclui sala de informações, lounge, sala de entrevistas (pode requerer facilidades para filmagem e sala de controle nos fundos), sala de trabalho central (pode ser temporária, com provisão generosa de pontos de telefone, vídeo e rede). Salas administrativas relacionadas à imprensa devem estar próximas a estas áreas.

Salas para entrevistar jogadores devem estar próximas das demais facilidades de imprensa e próximas ao campo, com mobiliário confortável. Backdrops podem ser usados. Uma área mista, onde a mídia consegue acessar o jogador depois do jogo, é importante.

Um estúdio com vistas panorâmicas do estádio, largas janelas, sem obstruções à visão, às vezes é exigida pelas emissoras, e pode estar em uma localização remota, sem acesso a partir das facilidades citadas neste item.

Estes são espaços sugeridos, mas é essencial consultar representantes da mídia para as decisões do projeto de arquitetura.

g. Previsão para deficientes físicos

As áreas de imprensa devem seguir as mesmas regras de acessibilidade para os outros espaços.

19. Operações e administração a. Plano básico

A maior parte do pessoal administrativo está presente no dia-a-dia do estádio. Alguns eventos ocasionais podem trazer equipes temporárias, na fase de planejamento e no dia do evento, que também precisam de acomodações.

O Diagrama mostra os acessos dos principais grupos de usuários ao estádio:

b. Instalações para staff permanente

Estádio

Mídia

OficiaisÁrbitros JogadoresAtletas

Serviçosdegerência

Organizaçãodeevento

Espectadores

VIPsePatrocinadores

Deve-se prever, de acordo com as necessidades específicas da arena, acomodações para staff de marketing, promoção, propaganda, e ingressos, acomodação para administração e finanças, acomodação para responsáveis pelo funcionamento da edificação (energia elétrica, som, equipamentos mecânicos), e acomodações para pessoal de manutenção, segurança e operações de emergência.

Entre as acomodações deste último item, está a sala de controle, que deve ter visão direta do campo, sem obstruções, e através de circuito interno de TV deve visualizar as áreas de circulação e espectadores.

c. Instalações para staff temporário de eventos Estudar necessidades junto ao cliente, e prover espaços

adaptáveis para uso temporário.

d. Instalações para visitantes Os meios para uma visita agradável, confortável e sem

contratempos devem ser garantidos. Incluem salas de hospitalidade para VIPs, Bar dos jogadores,

e facilidades para os recepcionistas que orientam o visitante em dias de jogo.

e. Previsão para pessoal de apoio e recepção – posso ajudar?

(stewards) Instalações para recepcionistas e pessoal de segurança

contratados para dias de jogo são parte vital do serviço para os clientes. Entre suas atribuições estão indicar o assento aos espectadores, fornecer informações, e manter certo grau de ordem.

Geralmente o pessoal de apoio está locado como recepcionista nas catracas e nas portas, recepcionistas para supervisão de setores, assessores para a multidão, apoio de segurança da multidão, brigadistas de incêndio, e aqueles responsáveis pela segurança, que pode chegar à 50% do número total do pessoal de apoio.

Sugere-se como acomodação para este pessoal uma sala de briefing (1,5m² por pessoa de apoio), sala para a troca de roupas (onde os funcionários possam deixar seus pertences em um armário trancado), depósito para as roupas oficiais, uma pequena cozinha, e uma área de lanches/refrescos para os recepcionistas e funcionários temporários para incentivar que cheguem cedo ao estádio.

Estes espaços são somente sugestões, e deve-se avaliar a necessidade local e a possibilidade de um uso compartilhado de espaços existentes para outros funcionários.

f. Instalações para polícia e pessoal de segurança (e corpo de

bombeiros) A quantidade de policiais varia de acordo com o público

esperado para o evento, o histórico do comportamento da torcida do clube, a quantidade e tipo da torcida visitante, o tipo e localidade do estádio, experiência dos funcionários. Clubes menores podem

requerer de 30 a 40 oficiais, já clubes das primeiras divisões podem exigir 300 oficiais em um jogo normal.

Sala de controle com visão do campo, salas de detenção com banheiros, sala de lanche/refrescos e toaletes para a polícia, sala de espera e informação, instalações para detenção em massa (dois espaços com banheiro para cerca de 30 espectadores cada) estão entre os possíveis espaços necessários. Em estádios maiores, subdivididos em setores, estas instalações podem ser necessárias em cada setor.

g. Banheiros

Todas as áreas administrativas acima devem ter acesso a banheiros para ambos os sexos. Prever 1m² para mictório, vaso sanitário e pia a cada 3 homens, e 1m² para o vaso sanitário e a pia a cada 3 mulheres (ver também itens 10 e 16).

h. Sala de primeiros socorros para staff e espectadores

Recomenda-se que salas de primeiros-socorros estejam distribuídas pelo estádio, de modo que sejam de fácil acesso a todos. Seu tamanho deve permitir atendimento simultâneo de três pessoas com certa privacidade, ter acesso de veículos de emergência e telefone para contato interno e externo ao estádio. A sinalização deve indicar a localização da sala claramente.

i. Previsão para deficientes físicos

Espaços administrativos devem seguir as mesmas regras de acessibilidade dos outros espaços.

20. Instalações para jogadores e juízes a. Plano básico

A quantidade de acomodações para jogadores e oficiais varia bastante, de acordo com o tipo de esporte e competição praticada. Podem ser por exemplo apenas dois times de futebol com árbitro e bandeirinhas, ou podem ser centenas de atletas de atletismo, que também requerem vestiários, armários, etc. Instalações permanentes para grandes eventos são inviáveis, e pode ser necessário o uso de acomodações temporárias.

O time residente deve ser consultado, já que tem nestas instalações a sua “casa”. Se o estádio abrigar mais de um time residente ou tiver a previsão de abrigar shows e outros eventos, isso deve ser levado em conta e deve ser estudada a possibilidade de dividirem as instalações.

Os vestiários devem ter acesso direto à rua, com a via de serviço do estádio acessando a entrada do time e o campo. Deve-se permitir que treinadores levando seus times tenham entrada fácil e direta às suas facilidades e permitir que jogadores feridos sejam rapidamente acessados por ambulâncias.

Os vestiários e o campo, se possível, devem estar no mesmo nível. A circulação entre eles deve ser direta e protegida do público, com o túnel de acesso saindo ao centro do campo.

Instalações razoáveis incluem os espaços e seguem a disposição do esquema a seguir:

b. Instalações para jogadores (vestiários) Portas e corredores devem ser generosos, pos esta é uma

área concorrida. A medida de 1,20m no mínimo, com 1,5m de preferência. A boa ventilação é necessária e sistemas de aquecimento/resfriamento vão depender das condições locais. Se estas instalações não estiverem em nível térreo, deve haver um elevador. Todos estes espaços devem ser protegidos contra a entrada de pessoas não-autorizadas. Cada time da casa deve ter seu vestiário e para o time visitante deve existir um vestiário também. Cada vestiário deve ter bancos e espaço para pendurar roupas para cada um dos jogadores e reservas, com pelo menos 60cm de largura e pelo menos 1,20m de profundidade. A FIFA exige 20 destas posições no vestiário. Deve existir pelo menos uma mesa de massagem para cada vestiário, e em estádios maiores pelo menos duas. Facilidades de banho devem acessar diretamente as áreas de troca, sem passar pelos sanitários, com um chuveiro para cada 1,5 ou 2 jogadores e sanitários, pelo menos, um para cada 3 jogadores. Sala de aquecimento é necessária em cada vestiário, e sala de primeiros socorros de jogadores deve estar próxima ao campo.

Uma área de jogos ou bar é recomendável para os jogadores relaxarem após o treino ou jogo. Lavanderia, área de limpeza dos calçados, sala de espera e banheiro para os parentes e amigos dos jogadores, sauna, hidroterapia, academia, e sala de armazenamento de equipamentos são outros que podem ser necessários.

c. Instalações para a diretoria do time

Geralmente na lateral principal do estádio, no mesmo lado da administração, porém em um nível mais baixo.

Quando a administração do time fica no estádio, as suas instalações dependem do tamanho dos times envolvidos. Consta basicamente de uma área de recepção, um escritório geral com área

para secretariado, escritórios executivos com entrada privada, sala de reuniões com cerca de 25m² e facilidades de bar, sala do gerente do time (aproximadamente 18m²), sala do gerente assistente (12m²), sala do treinador (12 a 18m²), possivelmente uma sala para um treinador assistente, sala do presidente conectada aos escritórios executivos.

d. Instalações para árbitros (vestiários)

Oficiais, árbitros, juízes e outros requerem vestiários separados e alguma área administrativa. Instalações próximas aos vestiários dos jogadores, porém sem acesso direto a estes, devem ser inacessíveis ao público e ter acesso protegido e direto ao campo.

Vestiários para árbitros e bandeirinhas devem prever quatro espaços de 2,5m² por oficial, com sanitários, chuveiros, e armários, mais privativa, porém próxima, deve estar uma área com mesa e cadeira para relatórios escritos. Uma sala de julgamento, para aqueles jogadores que quebraram as regras, deve acomodar um júri de 5 a 6 pessoas e mais cerca de 3 pessoas, não necessitando ser um espaço exclusivo para isto.

A FIFA recomenda uma sala para os delegados de jogo, que sentam no banco central do campo. Próximo à área de vestiários, deve ter cerca de 16m² e incluir uma mesa, três cadeiras um armário com chave para roupas, e telefone.

e. Instalações para atendimento médico

A sala de exame médico deve estar próxima aos vestiários e também ter acesso fácil a partir da entrada externa e do campo. Em estádios maiores, o médico do time deve ter sua própria sala (100m²) adjacente à sala de exame médico e com acesso interno à ela. Onde for justificável, pode haver uma sala de raio-X. Estádios para competições maiores requerem uma sala para teste de dopping, com pelo menos 16m² e equipada com mesa, duas cadeiras, lavatório, telefone, e um banheiro com acesso privado contendo lavatório, vaso sanitário e chuveiro. Próximo à sala de dopping deve haver uma área de espera com banco para 8 pessoas, facilidades para pendurar roupa e armários com tranca para 4 pessoas e uma geladeira.

f. Instalações auxiliares

A depender do tamanho do estádio outras facilidades podem ser incluídas, como por exemplo sala de aquecimento para uso antes do jogo, toaletes e bebedouros próximos à entrada do campo, sala de entrevista com a mídia, e outras.

g. Previsão para atletas com deficiência física

As instalações para atletas e oficiais devem ser também acessíveis àqueles com deficiência física. No Brasil, ver a norma da ABNT - NBR 9050. Ver também o ítem 10 deste guia.

21. Serviços – iluminação – CFTV – som – refrigeração – sprinklers – água

a. Sistema de Iluminação São dois principais sistemas de iluminação no estádio. Um

deles é a iluminação dos corredores e rotas de escape para que os espectadores possam entrar e sair de forma segura. O outro é a iluminação da área de jogo, para que jogadores e espectadores possam ver as ações claramente e sem esforço. Quando houver previsão de transmissão de tv, a iluminação para as câmeras têm exigências mais rigorosas.

As únicas situações em que somente o primeiro sistema de iluminação é necessário são shows noturnos com iluminação do palco própria, ou eventos esportivos que terminem enquanto ainda é dia, mas que quando escurece os espectadores ainda estão no edifício.

Para iluminação de emergência as luminárias devem estar dispostas ao longo de cada corredor e passagem que sirvam de rota de fuga, de modo a evitar riscos de tropeços e quedas neste percurso e para que não haja nenhuma área escura, especialmente em escadas e paradas.

Toda iluminação de emergência deve continuar funcionando mesmo que o sistema geral de fornecimento de energia entre em colapso, começando a funcionar em até cinco segundos após a falha. No Reino Unido é exigência que haja na linha central da rota de escape de uso geral uma iluminação de pelo menos 1 Lux, em áreas maiores de 60m² pelo menos 0,5 Lux no centro, e em rotas de fuga permanentemente desobstruídas deve haver na linha de centro iluminação de pelo menos 0,2 Lux. Algumas vezes é difícil alcançar este nível de iluminação. Arandelas e placas luminosas (em especial os néons) podem ser soluções.

Luminárias devem estar a no máximo 2 metros de cada saída e em todos os pontos que precisam ser enfatizados, como em escadarias para iluminar as arestas viradas para fora, interseções, em cada mudança de nível, na frente de cada porta de saída e porta corta-fogo, em cada placa de segurança ou de saída, onde houver equipamentos de combate a incêndio e pontos de chamadas de alarme.

Deve haver sempre um gerador de energia em caso de falha do sistema de fornecimento. O gerador deve operar para, no mínimo, um circuito separado que permita a movimentação de saída das pessoas durante pelo menos 2 horas. Mais ambiciosamente, pode haver geradores para toda a iluminação do estádio, inclusive o campo. Ambos os métodos, ligando automaticamente em no máximo 5 segundos.

Alguns esportes requerem luzes de segurança (diferentes de iluminação de emergência) para permitir que um evento seja parado de forma segura em caso de falta de energia.

O nível de iluminação de um esporte jogado a noite é mais baixo do que o mesmo esporte jogado em local fechado. Isso se deve ao melhor contraste e adaptação quando as cenas são vistas contra o céu escuro. Os níveis de iluminação variam de acordo com cada esporte por causa das diferentes velocidades de ação, distâncias de visão, tamanho dos objetos de jogo, e contraste de cores envolvidas. Quanto mais idoso for o público ou quanto mais

rápido os objetos se moverem em determinado esporte, mais iluminação é necessária. O tamanho do estádio também influencia.

Guias de iluminação para esportes, padrões internacionais de iluminação, e recomendações das associações/federações envolvidas devem ser consultadas para o projeto.

Os refletores de um estádio devem ter alta proteção contra a entrada de sujeira e água, para garantir um máximo de eficiência na iluminação nos períodos entre as trocas de lâmpada e limpezas.

Um dos maiores fatores a serem considerados é o ofuscamento para jogadores e espectadores. Alguns tipos de refletores diminuem isso evitando a visão direta da lâmpada, outra solução é colocá-los fora da linha de visão do espectador. A luz do dia também causa ofuscamento e as sombras podem apresentar um problema inclusive para as transmissões de tv. Coberturas translúcidas podem minimizar esse problema, deixando alguma luz passar e diminuindo os contrastes no campo.

A seqüência correta do planejamento é decidir que performance a iluminação do estádio deve alcançar, o orçamento para isto, e só depois decidir a quantidade de refletores, sua posição e altura. Só depois de escolher o refletor é que o posicionamento deve ser determinado, já que cada tipo de lâmpada e modelo de refletor tem características próprias.

Pequenos estádios usam um sistema de iluminação, de pelo menos 12m de altura em um lado do campo, com um ângulo entre o equipamento e o centro do campo de 20 a 30 graus, e o ângulo entre o equipamento e a linha lateral de 45 a 75 graus, garantindo uma iluminação adequada dos jogadores na faixas ao redor do campo.

Mastros ou colunas nas quinas, às vezes com um número de equipamentos ao longo das laterais, têm a vantagem de não obstruir a visão. Devem estar afastados pelo menos 5 graus da lateral e 15 graus do final da área de jogo, a partir do centro da respectiva linha, para garantir que fique fora das principais direções de visão dos espectadores e jogadores. A altura dos mastros são pelo menos 0,4 vezes a distância horizontal do centro do campo até o mastro.

Para estádios cobertos, se a iluminação for em faixas contínuas ao longo das laterais, esta deve estar pelo menos 30 metros acima da superfície de jogo. Mesmo sendo boa para transmissões de tv, iluminação a esta altura constitui um problema, já que a luz atinge o espectador quase horizontalmente.

Sugere-se dois ou três níveis de iluminação para iluminar desde treinos a jogos televisionados, e pode ser necessário também o uso de refletores rotacionáveis. Deve-se discutir estas questões com o cliente em um estágio inicial.

b. Circuito Fechado de TV(CFTV) e Sistema de Monitoramento

CFTV pode ser usado para segurança e controle da multidão além de servir para informar e entreter os espectadores, uso ainda não explorado em todo seu potencial. Monitoramento deve ser visto em um contexto de todo um sistema de comunicação, incluindo

telefonia, vigilância da multidão, monitoramento de fogo, alarme de incêndio, etc.

A qualidade das imagens das câmeras têm melhorado a ponto de permitir a identificação de espectadores. Alguns estádios já monitoram as principais vias de acesso ao estádio, já identificando e acompanhando espectadores e possíveis focos de problemas desde a sua chegada ao estádio e até o seu assento.

Um CFTV também permite entreter o público, mostrando informações dos jogadores, comentários do jogo, replays, flashes de outros jogos, e outras possibilidades ainda não pensadas para esta mídia.

Estes recursos não são somente acessórios mas essenciais ao conjunto de estratégias para ganhar o espectador, que poderia estar assistindo aos eventos esportivos de graça e no conforto de sua casa. Vai chegar o dia em que os espectadores vão ter acesso a um pequeno aparelho de transmissão com fone de ouvido, como acontece em aviões, inclusos no preço do ingresso e que transmitem uma série de serviços, que podem incluir comentários, replays, etc.

A previsão de um placar numérico ou de texto (com pontuação, nome dos times, tempo de jogo, etc) sobre o campo já é lugar-comum e se não for pensado em um estágio inicial do planejamento pode ser impossível instalá-lo depois.

Um outro sistema, bem mais caro porém mais comovente que o anterior, é a instalação de um display de vídeo em cores. Funciona como se fosse uma televisão gigante, que pode exibir replays, flashes de outros jogos, comerciais, etc. Este tipo de entretenimento, pode reduzir a velocidade com que as pessoas deixam o estádio após o fim do jogo, ou incentivá-las a chegar antes se a programação dos vídeos for interessante.

Existe a possibilidade de alugar estes artifícios para determinados eventos. A posição de instalação deve ser planejada de modo que não obstrua a visão de nenhum espectador e que não receba luz solar direta.

c. Sistema de som

Sistemas de som mal projetados ou inapropriados comprometem o desempenho do estádio. Existem casos nos Estados Unidos em que espectadores precisavam usar tampões de ouvido para concentrar no jogo, ou muitas situações de espectadores irritados com o excesso de volume dos anúncios, por não conseguirem decifrar o que estava sendo dito ou de não conseguirem escutar devido ao o barulho do estádio e das torcidas.

Quatro diferentes funções empregam o sistema de som. Por ordem de prioridade nos anúncios estão: informar e instruir nas emergências (Primeiramente anúncios da sala de controle da polícia, em segundo, avisos da administração, vindos da sala de controle de eventos); Função de se comunicar com os espectadores (Informações que precedem o jogo, comentários e anúncios gerais); prover entretenimento (Música e outros); e propaganda.

O barulho da multidão é constante e em cerca de 10% do tempo (marcação de gols, pênalti, etc) atinge picos de volume e isto deve ser considerado no cálculo do volume dos equipamentos de

som. Como referência, o sistema de som deve estar 6dB mais alto que o barulho da multidão. A distribuição do som deve ser uniforme, variando em no máximo 6dB acima e 3dB abaixo em 95% da área dos espectadores. Este som deve atingir pelo menos 75 a 80% das áreas menos importantes, como entradas e corredores.

Os amplificadores devem ter capacidade de força para manter a performance mencionada acima, independente das variações de ruído. Sistemas modernos são capazes disso, ajustando automaticamente ao nível de barulho da multidão.

Volume suficiente nem sempre garante a inteligibilidade. É necessário medir, especificar e calcular os níveis de som em banda de oitava de 4kHz. Avisos de emergência devem ser claramente entendidos, e os testes do sistema de som devem simular situações reais e não devem se restringir à repetição do “um, dois, três, testando...”.

Se o estádio for programado para receber shows, deve haver uma preocupação acústica e de como o sistema de som temporário vai funcionar e ser instalado. Instalações permanentes de som são muito caras e podem não ser viáveis já que o estádio não recebe tantos shows assim.

Pode ser feita a provisão de sistema de emissor para receptores auriculares em algumas áreas para cegos e surdos.

Os materiais de construção do estádio, principalmente se ele for totalmente coberto, influenciam na acústica. As quinas de um estádio, e os espaços, os assentos abaixo dos balcões superiores ou abaixo da cobertura são áreas problemáticas, e recomenda-se superfícies acusticamente absorventes. Um especialista deve ser consultado.

A localização dos auto-falantes pode ser centralizada que é mais barata, mas têm menos controle da distribuição do som, ficando muito alta ou muito baixa em alguns lugares. Em estádios abertos, fica normalmente no final do estádio, ou como parte do display de vídeo. Em estádios totalmente cobertos, fica geralmente suspenso sobre o campo, no centro, é a melhor solução mas apresenta problemas de reverberação.

Uma localização dos auto-falantes parcialmente distribuída tem grupos de auto-falantes em diversas localidades, e uma localização totalmente distribuída tem espaçamentos regulares por todo o espaço. Este último é o método mais caro por causa de todo o cabeamento necessário, mas permite a melhor qualidade de som e distribuição.

A sala de controle de som deve ter visão do campo e ter um controle secundário a partir da sala de controle da polícia. Deve ser possível a presença de comentaristas pelas áreas do estádio, com previsão de ligar microfones.

Em situações de falta de energia, deve ser possível fornecer os avisos de emergência.

d. Sistemas de refrigeração

Como muitos esportes são praticados em área aberta, as áreas fechadas dos estádios foram mantidas sem ar-condicionado. Muitas áreas do estádio requerem refrigeração/aquecimento como

qualquer outro edifício. Por exemplo, os restaurantes, boxes privados, espaços administrativos ou do clube e outras áreas de permanência maior.

Estádios fechados (cobertos) têm a opção de serem refrigerados, mas o custo financeiro e ambiental disso deve ser analisado.

e. Sistemas de detecção e combate a incêndio

A segurança contra fogo começa no layout do edifício e método construtivo. Bombeiros e autoridades de segurança locais devem ser consultados. O projeto deve alcançar um equilíbrio na avaliação dos riscos do surgimento de focos de incêndio, de propagação, das maneiras de detecção, de controle e do sistema de saídas de emergência.

Separar espaços de alto-risco (áreas de cozinha por exemplo) de outras áreas através de portas corta-fogo evita a quantidade de portas em corredores e escadas que normalmente seriam necessárias, e dificultariam a fuga nas emergências.

Detecção de incêndio, alarmes, e equipamentos de combate são necessários, em especial nas áreas de risco. Em caso de arenas cobertas, em que o espaço pode ser usado por feiras ou exibições com materiais combustíveis, estes elementos de detecção e combate são necessários por todos os espaços.

f. Sistemas hidráulicos, fornecimento de água e drenagem/irrigação

Milhares de pessoas em um mesmo lugar representa um enorme volume de consumo de água. A depender da duração e tipo do evento, deve ser previsto um consumo de 5 a 10 litros por pessoa para não faltar água. A velocidade de distribuição ao redor do estádio também é importante, garantindo uma pressão semelhante em todos os níveis da edificação.

O armazenamento de água pode ser em grandes tanques subterrâneos de armazenamento com sistema de bombeamento, caixas d’água menores servindo cada área individual, ou uma combinação de ambos. Em Curitiba, por exemplo, o estádio incorporou torres de caixa d’água ao design da arena.

Algumas autoridades exigem que água de bebedouros sejam ligadas diretamente ao fornecimento, para não haver o risco de contaminação na caixa d’água. Isto pode ser difícil, já que a pressão local nem sempre é suficiente para atingir os 20 ou 30 metros de altura de um estádio.

O sistema hidráulico fica sem uso por muito tempo, e a depender de quanto for este tempo, pode ser necessário drenar. Estádios inseridos em todo um contexto urbano, e não somente feitos para uso em dias de jogo, encontram menos problemas deste tipo.

g. Placar eletrônico – Telões – Palco

Um pouco já foi tratado no item b deste capítulo sobre Circuito Fechado de TV.

Estas tecnologias mudam muito rapidamente, mas atualmente quatro tipos de telões são os mais usados: Tubo de

Raios de Catódicos (CRT), Tubo de Descarga Fluorescente, Matriz Base, Diodos Emissores de Luz (LED). A altura da tela deve ser de 3 a 5 porcento da distância máxima do observador, e altura X largura devem ter uma proporção de 3 X 4. Por exemplo, onde a distância do observador for 200m, a tela deve ter 6m de altura por 8 ou 10 de largura, o que resulta em um telão de 48 ou 60 metros quadrados, com um peso de aproximadamente 5 toneladas se for tela CRT ou 3,5 toneladas para telão de LEDs.

22. Manutenção a. Introdução

Os planejadores do estádio devem criar um “ciclo de manutenção” para o estádio e campo, que pode ser passado aos proprietários na forma de um Manual de Manutenção.

Para uma boa manutenção do estádio, o gerenciamento do estádio requer equipes bem-treinadas, equipamento apropriado para este pessoal trabalhar, suprimento de materiais em quantidade e qualidade corretas, espaços adequados no estádio para armazenagem e oficinas.

b. Manutenção do gramado

Teoricamente, grama natural tem duração indefinida perante a grama sintética que precisa ser substituída a cada 5 a 10 anos. Grama natural:

A intensidade de desgaste e o tipo de uso vão interferir na durabilidade. O fornecedor da grama pode dar melhores informações sobre quais cuidados tomar. Para o futebol, ao atingir uma altura de 60mm, a grama deve ser cortada a 40mm. A adição periódica de nutrientes é necessária, e um espalhador de sementes e fertilizantes deve ser usado para garantir a correta quantidade e uniformidade.

Um sistema de irrigação automático, controlado centralmente, deve complementar a quantidade de água da chuva recebida. Irrigação normalmente é feita à noite, quando haverá menos perda por evaporação. Se o orçamento permitir, uma rede de canos porosos sob a superfície do gramado, serve para alimentar de nutrientes e água as raízes. Muitos estádios têm reaproveitado água da chuva para irrigação.

Um sistema de drenagem do tipo “passivo” ou “ativo” deve ser instalada para retirar o excesso de água do campo. Grama sintética e superfícies poliméricas para atletismo:

A grama para futebol é normalmente preenchida com uma combinação de areia de sílica e granulados de borracha que deve ser mantida uniforme. Incisões na grama para aliviar a compactação podem ser necessárias para manter essa uniformidade. As linhas podem ser recortadas ou pintadas neste tipo de grama. Em caso de pintura, a tinta não dura permanentemente e repinturas podem ser necessárias.

Grama sintética requer menos manutenção que grama natural, mas isso não quer dizer que após a instalação ela pode ser esquecida. As recomendações de manutenção do fabricante devem ser seguidas. Além disso existem limitações, como por exemplo no tamanho dos pinos do calçado dos atletas

Papéis, chiclete, poeira, formação de algas, óleo de veículos, folhas, areia, outras impurezas trazidas pelo vento e poluição. Tudo isto deve ser limpo da superfície, seja manualmente ou mecanicamente. O campo deve oferecer os pontos de água, energia e/ou outros necessários.

É recomendável proteger a superfície quando usada para outras atividades, em especial quando houver uso de veículos pesados.

c. Manutenção das arquibancadas/estádio

As superfícies devem ser desobstruídas, sem recantos que acumulem sujeira ou que impeçam as máquinas de limpeza de chegar perto. As cadeiras com fixação suspensa são preferíveis, por deixarem o piso desobstruído.

O design deve considerar os seguintes pontos: A largura das fileiras de assentos, a largura de passagem em frente à primeira fileira de assentos para permitir a veículo de coleta de lixo, calhas de coleta de lixo próximas a corredores, pontos de água e sistema de ar comprimido em pontos convenientes e com saídas distribuídas por todas as arquibancadas, compactadores de lixo no térreo com acesso a veículos pesados, containeres de lixo em cada nível do estádio, drenagem para a água usada na limpeza das arquibancadas, painéis na balaustrada que se abram para varrer/lavar pra fora o lixo e se possível colocar um container embaixo para já receber o lixo.

Não se deve esperar para limpar o estádio quando um próximo evento for ocorrer, como é de costume. A limpeza deve ocorrer logo após cada evento, quando é muito mais fácil remover a sujeira e quando as bebidas e comidas derramadas ainda não mancharam o piso.

Limpeza pode demandar muito equipamento e pessoal, por isso deve ser pensada na fase de projeto do estádio. Calcula-se de 30 a 40 horas de trabalho para cada 10.000 cadeiras.

23. Design sustentável a. O que é?

É uma das questões dominantes do nosso tempo. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: “desenvolvimento que supre as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas”.

Design sustentável reconhece a interdependência dos ambientes construídos e natural, procura aproveitar energia natural de processos naturais, eliminando a necessidade de combustíveis fósseis e materiais tóxicos, e busca melhorar a eficiência dos recursos.

b. Considerações ambientais

Gerar energia próximo de onde ela vai ser consumida é um processo mais limpo, mais barato para construir e para o consumidor, com menos emissão de dióxido de carbono e mais seguro que geração centralizada de energia (hidrelétricas, por exemplo no Brasil). Usar fontes renováveis de energia é o ideal (fontes como o vento, sol, ondas, energia geotérmica, etc).

Aproximadamente metade das emissões de dióxido de carbono das nações mais industrializadas provém de edificações. Duas características devem ser consideradas no design: A enegia usada para a construção do edifício e a energia necessária para o seu uso.

O custo do ciclo de vida e o impacto ambiental dos materiais usados devem ser considerados, usando materiais naturais sempre que possível, como por exemplo materiais reciclados e/ou madeira de fontes certificadas ao invés de aço e concreto. Considerar fatores como energia gasta e poluição gerada durante a extração, processamento, fabricação, transporte, tratamento e descarte destes materiais. Materiais produzidos usando subtâncias tóxicas devem ser evitados (ex: preferir tintas à base de água ao invés de tintas à base de solvente; evitar componentes que usem CFCs ou HCFCs como o poliestireno extrudado ou que emitam substâncias orgânicas voláteis).

A água é um recurso valioso e métodos de economia devem ser usados, como exemplo coleta e armazenamento de água da chuva para usos em descargas, limpeza e irrigação do gramado. Reciclagem da água cinza, equipamentos que restrinjam o uso, controle de cisterna, toaletes à vácuo, detectores de vazamentos são outros métodos de economia e preservação. A gestão estratégica dos lixo é primordial para a redução de custos, não somente no uso dos materiais, mas no seu descarte e impactos ambientais relacionados. Os resíduos devem ser avaliados a partir da matéria-prima ao invés de somente considerar o processo de demolição. Estratégias de aquisição e reciclagem são importantes para se incorporar à gestão dos resíduos.

A quantidade de lixo gerada pelos espectadores de um estádio é enorme. Embalagens e bens de consumo devem ser considerados no planejamento, tendo em mente que eles sejam produzidos a partir de materiais reciclados e feitos para que possam ser reciclados. Deve-se oferecer alimentos e bebidas a atletas e espectadores, mas de maneira que minimize os efeitos no meio ambiente.

c. O movimento olímpico e o meio ambiente

Os aspectos ambientais têm chamado a atenção do Comitê Olímpico Internacional (COI) que acrescentou o cuidado com o meio ambiente aos seus objetivos de Esporte e Cultura.

Todo grande evento requer uma multidão aglomerada, que precisa ser recebida, alimentada, entretida, informada, e outros, que causam um impacto significante no meio ambiente. Esporte e meio ambiente fazem parte do bem-estar da humanidade, e um

fator influencia no outro e vice-versa. O Movimento Olímpico é universal e composto de jovens atletas e voluntários. Como parte integral da sociedade, eles têm a aspiração de viver em paz em um mundo sem poluição, onde o planeta com sua fauna e flora estejam protegidos para o bem-estar do homem.

O COI publicou um guia teórico e prático para membros do Movimento Olímpico e pessoas do esporte em geral. É a “Agenda 21: Esporte para o Desenvolvimento Sustentável” que promove uma atuação ativa no desenvolvimento sustentável do nosso planeta. Na lista de especificações para as cidades que querem sediar os jogos, o COI acrescentou novas exigências ambientais. São elas:

• Uma garantia oficial das autoridades competentes de que todo o trabalho para a organização dos Jogos vai cumprir a legislação e regulações de planejamento urbano da cidade e do país e a proteção ao meio ambiente;

• Indicar se foram feitos estudos de impacto com vista à integração harmoniosa e natural dos Jogos Olímpicos com o meio ambiente e se os estudos foram feitos por autoridades oficiais ou reconhecidas como autoridades e cientificamente competentes;

• Indicar se as organizações ecológicas na cidade, região, ou país foram informadas ou consultadas. Caso afirmativo, saber a sua opinião e atitudes a respeito da candidatura da cidade, indicando o tamanho destas organizações e sua representatividade;

• Descrever os planos para o tratamento de resíduos e gestão energética, especialmente para a Vila Olímpica, locais de competição e locais para a mídia;

• Indicar se tecnologias avançadas que estão sendo desenvolvidas na área da proteção ambiental serão usadas e se afirmativo, descrevê-las;

• Indicar os esforços a serem tomados em relação ao transporte, principalmente no sentido de diminuir poluição atmosférica.

Os aspectos ambientais são de particular importância na escolha

de uma cidade sede, e a comissão do COI agora inclui um especialista ambiental.

É vital que todos os estudos relacionados à infra-estrutura levem em consideração os parâmetros ambientais, evitando ou pelo menos minimizando os impactos.

d. Uso de energia Já falado no item b, retomamos com mais detalhe o tema.

São três os principais objetivos para o uso de energia em um estádio.

Primeiro, minimizar a demanda por energia. Além das tecnologias para isto, políticas de educação também são necessárias para ajudar a sensibilizar os usuários.

Segundo, suprir a demanda reduzida com energia vinda de fontes renováveis. Deve-se considerar a demanda por energia nos

picos de uso e em dias sem evento, onde a demanda é relativamente baixa.

E em terceiro, a energia restante necessária deve ser suprida com uso eficiente da energia não-renovável mais limpa que houver. É imperativo minimizar as emissões de CO² em todo o ciclo de vida do edifício, desde a construção até o uso, e eventualmente sua demolição.

Energia elétrica aparenta ser um combustível “limpo” para muitas pessoas, mas sua produção tem um significativo impacto. Energia gerada por carvão emite altos índices de CO² e permite que apenas 35% da energia gerada seja efetivamente usada. Os outros 65% é perdido na transmissão e por calor nas torres de resfriamento.

Aquecimento de água por gás pode emitir 70% menos CO² do que por eletricidade, e o aquecimento solar de água complementado por aquecimento a gás, pode atingir 90% de redução.

O uso de painéis fotovoltaicos (energia solar) nos estádios tem se tornado cada vez mais viável. O uso de painéis fotovoltaicos um estádio de 2500m² pode gerar 40% da energia necessária a um estádio.

e. Iluminação

Quanto mais iluminação natural o estádio permitir, melhor. A luz do dia deve entrar o máximo possível, de modo a evitar a necessidade de iluminação artificial. Tetos translúcidos permitem passagem de luz e oferecem um ambiente mais agradável que costuma ser preferido pelos espectadores.

Os refletores requerem muita energia (algo em torno de 100 a 150 Mwh/ano) e economia pode ser feita através de equipamentos melhores, racionalização dos níveis de iluminação, distribuição melhorada, etc. Lâmpadas de enxofre têm uma ótima durabilidade. Funcionam através de microondas que convertem o gás em um plasma que produz uma luz branca pura, muito similar á luz do dia que é ideal na iluminação de arenas.

Além da iluminação da área de eventos, a iluminação interna do estádio é essencial. Ela deve seguir a legislação local, mas para ser ecologicamente sustentável deve minimizar a necessidade de iluminação artificial, usando artifícios como aberturas, poços de iluminação e átrios para áreas mais internas da edificação, “prateleiras” nas laterais do edifício que reflitam a luz para dentro, etc.

Deve-se pensar cuidadosamente também na iluminação das áreas externas ao estádio, para segurança e acesso do público. A correta distribuição e quantificação podem resultar em economia. Lâmpadas, equipamentos de controle da iluminação e luminárias têm evoluído muito, e se tornando cada vez mais eficientes e econômicas.

f. Aquecimento de água

Países frios requerem aquecimento de água nos banheiros públicos, mas foi constatado que torneiras de água quente nestes

banheiros são raramente usadas e estas instalações podem ser minimizadas. Uma avaliação cautelosa deve ser feita.

O uso de misturadores nas torneiras, saídas eficientes nos chuveiros dos vestiários, e outros equipamentos. Energia solar pode contribuir significativamente para o aquecimento de água, mas com o problema de que em estádios o uso é intermitente e ao ser armazenada a água já aquecida se perde. Um sistema de aquecimento de água à gás têm eficiência global e deve ser considerado para os picos de uso.

g. Aquecimento dos ambientes

Alguns locais podem exigir aquecimento de ambientes auxiliares do estádio, o que não é o caso na maior parte do Brasil. O aquecimento deve ser calculado com objetivo de diminuir a energia necessária para atingir a temperatura ideal. A massa térmica do edifício juntamente com os ganhos secundários de calor vindo dos espectadores e dos equipamentos (máquinas, fornos, etc) devem ser levadas em consideração no cálculo. A abertura de janelas e sua orientação são fatores importantes tanto para a ventilação natural e resfriamento quanto para o aquecimento. O aquecimento solar e o correto posicionamento da insuflação (evitando pegar correntes frias) pode reduzir bastante o gasto de energia.

h. Ventilação e refrigeração

A área de eventos é o foco primário de um estádio, mas as áreas “fora de campo” também desempenham um importante papel em dias com e sem eventos. Se o estádio for para ser usado em uma gama de funções, ele deve ser comercialmente bem sucedido, e estes espaços devem oferecer um nível aceitável de conforto em termos de temperatura, qualidade do ar e umidade. A energia usada para resfriamento e ar-condicionado pode ser significante, e as áreas que requerem este tipo de controle de temperatura devem ser cuidadosamente consideradas. Condições confortáveis podem ser atingidas em muitas partes do estádio, inclusive áreas de circulação do público, através de ventilação natural.

Condições confortáveis podem ser conseguidas com ventilação natural através do efeito chaminé e saída por efeito Venturi suplementados por ventiladores para a saída do ar, sem recorrer à ventilação artificial.

A posição das vidraças deve ser controlada para evitar a incidência solar direta.

A temperatura ideal para uma área de escritórios ou administrativa é de 20 a 22 graus, enquanto a temperatura para quem assiste aos jogos é aceitável entre 18 e 26 graus, lembrando que o movimento do ar pode reduzir sensação da temperatura em muitos graus. Por exemplo, ventos com uma velocidade média de 0,23 metros/segundo pode reduzir a temperatura em cerca de 1 a 1,5ºC.

i. Ciclo de vida e análise de custo

Algumas tecnologias ajudam a reduzir não somente as despesas correntes, mas também os investimentos na construção.

Outras são inicialmente mais caras, mas por reduzir os custos correntes, comprovam ser mais baratas ao longo do tempo.

Ventilação e iluminação naturais podem levar a estádios mais baratos que os convencionais, por isso é importante analisar o uso energético de qualquer estádio. Não só os seus custos iniciais, mas os custos a longo prazo, levando em conta além do custo capital os custos de uso, manutenção e reposição ao longo do ciclo de vida do estádio. É uma ferramenta de design para assegurar o melhor valor ao estádio, que inclui os custos iniciais (custos de capital e investimentos), custos utilitários (energia elétrica); consumo de água, destinação de águas residuais, custos de operação e manutenção, e custos periódicos de reposição.

j. Estádio amigo do meio ambiente

Existem poucos exemplos de estádios com responsabilidade ambiental.

O novo Emirates Stadium do Arsenal (Londres) irá separar lixo para reciclagem, reutilizar água da chuva, o acesso será por transporte público, será usada madeira certificada e produtos prejudiciais de PVC serão evitados.

O Wembley Stadium (Londres) foi desenhado de modo a evitar sobras/faltas nos cortes e aterros, para não fosse necessário deslocar muita terra por rodovias. Rejeitos serão reciclados, toda a eletricidade gerada por “fontes verdes”, as condições de luz do dia são excelentes e o acesso de espectadores é feito por transporte público.

O Sydney Telestra teve materiais bem selecionados, evitando aqueles prejudiciais à natureza na etapa de extração, produção ou instalação. Uma análise do uso de energia no ciclo de vida dos materiais de construção foi usada na escolha deles. O estádio usa água da chuva para os toaletes e algumas áreas têm sistema de resfriamento com correntes naturais.

Deve ser dada a devida atenção às informações fornecidas aqui, para saber o que pode ser feito.

24. Estádio e Turismo a. Introdução

Estádios têm um papel de ajudar a criar uma imagem vibrante para o município, e podem ser parte da infra-estrutura de turismo e atrativo para a cidade. Muitas cidades “clamam” por novos estádios e arenas, por seu potencial em causar uma regeneração urbana e desenvolver distritos de entretenimento.

b. Estádio/arena e turismo

O conceito de utilização multi-uso pode ajudar a estimular larga regeneração econômica regional, como tem sido nos EUA. Propostas de muitos novos estádios são notáveis como projetos de regeneração onde têm um importante potencial para o turismo.

Estádios têm sido cada vez mais aceitos como um componente da indústria de lazer. Um elemento essencial para uma

cidade poder abrigar um grande time, um evento esportivo ou festival, é a presença de um estádio moderno e de alta capacidade. As recompensas econômicas inerentes às principais atividades esportivas estimularam um desenvolvimento considerável nestas infra-estruturas. O setor público já reconheceu o valor somado ao investimento em estádios, e aceita que raramente se pode esperar que dêem lucro e que os riscos políticos envolvidos são compensados por ganhos econômicos maiores para a comunidade.

Um bom exemplo de estádio integrado em um contexto maior de planejamento urbano de uma cidade é em Baltimore, EUA, onde o Oriole Park foi implantado como âncora da regeneração da margem sul do rio da cidade. Uma área antes degradada, se transformou na extensão de um centro próspero de entretenimento e turismo, onde 46% dos torcedores do estádio vêm de fora, muitas vezes passando a noite e gastando seu dinheiro na cidade.

A habilidade de gerar gastos secundários é um fator crítico. Investir em negócios dentro do estádio, além de investir em hotéis, postos de gasolina, restaurantes, lojas locais, vai reverberar na economia local com um efeito multiplicador de cerca de cinco ou seis vezes o investimento.

c. O estádio/arena como uma atração

O potencial comercial e cultural de um estádio é comparável a um “gigante adormecido”, capaz de enormes contribuições à sua vizinhança, cidade, ou região, através do desenvolvimento de atrações ao longo de todo o ano. O potencial dos estádios de atrair visitantes continuamente está diretamente relacionado ao crescimento do mercado do “visitante de um só dia” e do turismo de interesses especiais, assim como ao marketing de turismo urbano, que inclui viajar para assistir a esportes.

Estádios têm sido um roteiro turístico em muitas cidades, a exemplo de Barcelona que após abrigar os Jogos Olímpicos reestruturou o produto turístico da cidade com base na sua infra-estrutura de estádio. Em instalações novas, como em Atlanta (Georgia Dome), Toronto (Skydome) e Japão (Fukuoka Dome), este conceito é estendido, oferecendo facilidades para múltiplos usos, em especial conferências e convenções. No FC Barcelona (Espanha) o museu do estádio atrai 500.000 visitantes/ano, muitos em passeios diários vindos dos resorts na Costa Brava.

A introdução de atividades comerciais é essencial para garantir novas fontes de renda ao estádio. Atrações baseadas no esporte são o maior potencial dos estádios, como um lugar onde heróis jogaram e lendas do esporte foram criadas.

Exposições tradicionais de museu são comuns, mas existe uma necessidade de inovar nas técnicas, design, e tecnologias (inspirando-se mais em parques temáticos do que em museus) para atrair o visitante, oferecendo uma experiência estimulante.

O potencial real de um estádio ou arena depende muito das inter-relações entre fatores como localização, captação, a estrutura, natureza e organização do esporte ali praticado, as características e exigências do espectador e tendências do mercado, e o estágio de desenvolvimento do estádio.

d. Um potencial abrangente

Com o amadurecimento dos mercados, o desenvolvimento de novas tecnologias para a indústria do lazer (tecnologias para parques temáticos em especial) é provável que permita que estádios sejam explorados no seu máximo potencial, atuando como local para uma grande gama de atividades de lazer e existindo como significantes espaços próprios para o entretenimento.

Estádios, sejam como locais de grandes eventos esportivos, espaços que abrigam atrações para o visitante, ou “catedrais” de apelo arquitetônico inerente, são parte fundamental da infra-estrutura de um destino turístico. Assim como grandes patrimônios herdados se tornam ícones na promoção de um lugar, os estádios estarão inseridos entre estes ícones.

25. Grade de programação a. Eventos esportivos b. Eventos culturais, religiosos, políticos, estudantis e sociais. c. Eventos corporativos d. Feiras e Congressos

26. Pesquisa de mercado a. IPDM ? IBOPE ? b. Internet c. Patrocinadores & Promotores de Eventos

27. Analise da concorrência a. IPDM ? b. Internet

28. Localização e Capacidade de público a. Camarotes (Privados, Corporativos, Oficiais) b. Clube VIP c. Setor Tribuna de Honra + Promotores e Patrocinadores + Imprensa d. Setor Cadeiras Especiais e. Arquibancadas e cadeiras f. Campo g. Salas para eventos corporativos embaixo do campo

29. Financiamento e Orçamento (receitas e despesas) a. Budget do empreendimento

Estudos de viabilidade devem ser feitos visando o custo inicial do projeto, os custos de operacionalização previstos, e a geração de recursos financeiros previstos. Este estudo vai influenciar o design, forma e conteúdo do projeto final.

b. Custo de capital

É difíceis a comparação de custos da construção com o tamanho de um estádio. Os valores variam muito e algumas vezes estádios com custo elevado de construção por número de espectadores trazem muito mais retorno financeiro que estádios mais baratos.

Um novo estádio requer muitos gastos adicionais além dos valores de construção. Por exemplo, a compra do terreno, arranjos de empréstimos (se houverem), pagamento de consultores ou de taxas locais, entre outros.

Área de eventos é influenciada por diversos fatores, como as condições de clima local que influenciam a irrigação e aquecimento necessários e o calendário de eventos que interfere no tipo e construção do piso da arena.

Os assentos de espectadores quanto mais confortáveis maior o custo com cadeiras e espaço, mas o retorno também será maior, pois os espectadores se sentirão incentivados a ficar no estádio por mais tempo e o conforto vai permitir eventos mais longos como por exemplo festivais de música que vão além dos tradicionais 90 minutos do futebol. Porém, quanto mais assentos, maior o estádio e maiores serão os gastos com estrutura e complexidade da construção. Algumas vezes o custo em se rebaixar o campo pode ser compensado com a redução das estruturas de apoio, estando uma parte da arquibancada apoiada sobre o solo escavado, e reduzindo a circulação vertical.

A cobertura de grandes estádios pode representar um alto custo e quanto maior for o vão mais estrutura metálica é necessária para suportar as telhas. Um estudo comparativo entre estádios de diferentes capacidades mostra que o custo por espectador não aumenta linearmente, mas segue um padrão exponencial. Estádios exclusivos de futebol têm além do campo e arquibancada, uma área de cerca de 1m² por espectador para as demais acomodações (banheiros, corredores, etc). Estas áreas podem ser divididas em cinco categorias: Facilidades do espectador; facilidades de hospitalidade; facilidades operacionais; facilidades dos participantes; facilidades secundárias, que são lojas, escritórios comerciais e outros espaços incorporados à arena, que têm um custo menor do que se fossem edifícios independentes, e que ajudam a gerar renda além do calendário normal de eventos.

Quanto ao transporte vertical, em um estádio de 40.000 espectadores, cerca de 75% do público consegue chegar à sua arquibancada sem precisar subir nenhuma escada. Em um de 80.000, apenas 40% do público consegue isso. Com o aumento da capacidade do estádio passam a ser necessários elevadores, grandes escadarias e algumas vezes escadas rolantes.

Os seguintes fatores têm um significativo impacto nos custos do estádio, e devem ser discutidos em uma etapa inicial do design: Tipo de estrutura; número de assentos e fileiras; programação das fases de construção; qualidade de acabamento interno e externo; extensão da cobertura; qualidade e quantidade de estacionamento; qualidade e extensão dos trabalhos externos; método construtivo a ser usado.

A divisão de custos na construção de estádios de diferentes capacidades aparece nos gráficos a seguir:

c. Custos operacionais

Na fase de design costuma-se priorizar os custos de construção, e esquece-se de planejar os custos de operação. Os custos operacionais não devem ser considerados no seu mínimo, mas sim o mínimo necessário para manter um estádio agradável, atraente e efetivo. Atraindo clientes pagantes é a única maneira de retornar o investimento aos proprietários.

Manutenção e limpeza são tratados no capítulo 22, iluminação, segurança e outros serviços estão no capítulo 21. Além disse, deve ser pensada a equipe de funcionários, suas acomodações e equipamentos que o seu trabalho vai exigir (capítulo 19).

d. Geração de receita

Estádios menores conseguem acomodar até 200 eventos por ano, contra de 20 a 75 eventos em estádios maiores. Isto porque é restrita a quantidade de eventos que atraem 50.000 ou 100.000 pessoas. Bandas pop, por exemplo, têm preferido fazer três noites de show em uma arena de 20.000 espectadores do que uma noite de 60.000. Se os ingressos não forem todos vendidos, eles podem sempre cancelar a última noite, ao invés de fazer um show com arena vazia e sem atmosfera pro show. Estádios completamente cobertos conseguem alcançar até 200 dias com evento. 250 a 300 dias são possíveis com os multiusos oferecidos.

Uma combinação de investimentos privados e públicos financiam os estádios atualmente. A seguir estão explicados vários dos métodos com que isto acontece.

Patrocinadores injetam dinheiro no desenvolvimento de estádios por diversas razões, desde paixão pelo esporte até um investimento comercial planejado em retorno para alguma forma de franquia. Fast-foods ou empresa de bebidas podem injetar milhões em troca de exclusividade na venda de seus produtos no estádio.

Os direitos de propaganda em um estádio tem mais valor quanto maior o número de eventos acontecendo ali. Se os eventos forem televisionados então, esta arrecadação é ainda maior. Um estádio oferece muitos lugares para a colocação de propagandas, desde placas fixas ao redor do terreno a placas fixas ou móveis nas bordas do campo. A parte frontal das coberturas ou os balcões superiores podem ser usados, mas com o devido cuidado estético. Displays de vídeo e placares com matriz de cores podem exibir propagandas antes e depois do jogo. Os assentos são a forma mais comum de arrecadação, e oferecer uma variedade de padrões e posições é essencial para maximizar o retorno financeiro. Áreas de hospitalidade privadas e recintos de clube são parte dessa variedade de oferta a todos que queiram freqüentar um evento e têm a vantagem de serem geralmente pagos com antecedência. Vender com antecedência de até vários anos é uma maneira de garantir a renda.

Nomeação do estádio (naming rights) tem sido feita em muitos estádios pelo mundo, onde um estádio recebe o nome de uma empresa que o financie largamente.

As concessões são basicamente feitas com os espaços para a venda de bebidas e alimentos, cujo pagamento pode ser feito de diversas formas, mas geralmente é uma porcentagem das vendas.

O estacionamento costuma ser em número limitado e isso pode ser explorado como fonte de renda. Os preços são geralmente um quarto até metade do preço do ingresso.

O financiamento por parte de um clube acontece se o estádio pertence a uma organização independente e é usado por um clube que investe um capital inicial e em troca recebe parte dos ingressos ou da renda do jogo.

Negociar terrenos de propriedade de um clube pode ajudá-lo a comprar um espaço mais barato e sobrar dinheiro para investir em melhorias para o clube.

Um cartel de empresas ou indivíduos com motivações variadas podem se juntar para financiar melhorias para o estádio.

Doação de terras para a construção por parte das autoridades públicas pode se justificar com os benefícios que trará para a comunidade. A autoridade pública pode também reduzir impostos para incentivar a instalação do estádio, ou aumentar impostos dos cidadãos para financiar a construção (nos EUA, existe a taxa do turista, acrescentada às contas de hotéis).

Títulos governamentais são vendidos para custear o estádio, e são pagos de volta com a receita dos fundos da cidade ou com o que for arrecadado após o início de funcionamento da edificação.

Os direitos de transmissão da televisão costumam ser pagos ao organizador do evento, mas o proprietário do estádio também pode ser pago para permitir certas transmissões.

No Reino Unido um tipo diferente de título tem sido vendido, onde o público pode comprar os direitos por uma cadeira por um período de alguns anos até 125 anos (período recentemente adotado por alguns clubes). Isto ajuda os clubes a financiar novas melhorias e ainda continuar ganhando com a venda de cadeiras.

Ofertas como é relatado ter acontecido na Flórida (EUA) por exemplo, onde foi oferecido 30 milhões de dólares para um time profissional se mudar para o seu estado são uma forma bastante atrativa de financiamento. Isto pode acontecer também com a infra-estrutura necessária ao estádio.

Apostas geram bastante dinheiro também, mas alguns países não permitem que tal prática se reverta ao estádio.

Unir o estádio com outras atividades mais rentáveis pode ser uma boa solução, como por exemplo, abrigar atividades relacionadas à esportes, academia de ginástica, ou mesmo atividades sem nenhuma relação direta, como edifício de escritórios o cursos.

Mesmo sendo pouco provável que sejam um contribuidor principal para a renda geral, permitir as áreas de clube, restaurante, boxes para eventos como conferências, casamentos, festas, ou para o que mais estes espaços servirem, pode contribuir no quadro financeiro geral.

e. Controle de custos e receitas

Se o projeto é viável financeiramente, deve-se então assegurar um controle financeiro efetivo em todas as partes do estabelecimento. Isto inclui manter registro cuidadoso e conferência de todas as transações seja de entrada ou saída de dinheiro. As fontes individuais de arrecadação e gastos devem ser estar identificadas para conferências posteriores. Estas fontes individuais são listadas a seguir. Arrecadação:

• Presença de espectadores • Visitantes na arena em dias sem jogo • Arrecadação de sócios do clube/time • Arrecadação de propaganda • Arrecadação da TV • Aluguel dos espaços para eventos

Gastos:

• Custos com empregados • Custos administrativos • Custos de manutenção • Relações públicas • Custos operacionais • Combustível e energia • Maquinário e reparos • Custos de eventos • Impostos • Financiamento e depreciação

Um importante aspecto de um estádio administrado e sob a

propriedade de um time são os jogadores. São os jogadores, treinadores, e administradores que determinam o sucesso de um time e o seu sucesso determina a sua força financeira. Além disso, um time pode representar diversos ganhos para a cidade onde está instalado, e isto lhe dá um forte poder de negociação. Estádios devem ser projetados de forma a maximizar o seu potencial de gerar renda. Estas novas construções podem ser modernas, seguras, eficientes e bonitas, mas precisam sobreviver, estando com suas contas equilibradas.

30. Shopping Costa do Sol

a. Prazo de construção b. Inauguração c. Numero de lojas d. Volume e tipo de público esperado

i. Períodos de maior movimento e. Horário de funcionamento. f. Estacionamento – número de vagas g. Acessos h. Atrações

31. Plano de Negócios

a. Sumário Executivo

b. Análise do Mercado e Competitividade i. Macroambiente do empreendimento: ameaças e

oportunidades ii. Análise do mercado

1. Definição do mercado-alvo 2. Potencial de mercado 3. Influências cíclicas 4. Sazonalidade 5. Ciclo de vida do serviço/mercado 6. O consumidor 7. Fornecedores 8. Concorrência 9. Promotores de eventos 10. Patrocinadores

c. Investimentos d. Estudo de Viabilidade econômico-financeira e. Aspectos organizacionais da Gestão - Operação f. Planejamento estratégico.

ANEXOS

Anexo I Estádio Verde e Neutralização de Carbono

(Rômulo Macedo)

Conceito de Estádio Verde

No Brasil não existe uma certificação específica para uma edificação "verde". Nós seguimos na maioria das vezes as normas americanas para adquirir a certificação chamada de LEED - Leadership in Energy and Environmental Design.

Estas normas definem critérios a serem atendidos pelo empreendimento, considerando seis grandes capítulos: 1-Escolha sustentável do terreno 2-Uso racional da água 3-Uso racional de energia e emissões atmosféricas 4-Consumo de materiais e geração de resíduos 5-Qualidade do Ambiente Construído 6-Processo de Inovação e Projeto

Nos estados Unidos o Conceito de "Estádio Verde" já está em prática, o recém inaugurado Nationals Park Estadium em Washington é considerado o primeiro estádio verde dos EUA. O estádio possui uma preocupação particular com os pontos que possam afetar a qualidade do Rio Anacostia, como reaproveitamento da água da chuva. O estádio foi construído com 20% de materiais reciclados. E seguindo uma orientação do COI o estádio possui poucas vagas de estacionamento, obrigando aos espectadores optarem pelo transporte público.

Entre os principais patrocinadores do estádio podemos destacar a petroleira ExxonMobil, que por sua natureza é uma grande agressora do meio ambiente. E o banco PNC que é um dos maiores investidores de programas de proteção ambiental dos EUA. Outro estádio "verde" está sendo construído em Minnesota e será a casa do time de futebol americano da universidade local.

Reportagem Discovery News sobre o novo estádio de Minnesota. http://br.youtube.com/watch?v=zggKmRvqM0A

FIFA

A FIFA também segue a onda de preocupação com o meio ambiente desde 2005 a

entidade assinou a declaração de Aichi da UNEP, acordando em adotar e promover medidas que ajudem a combater os problemas ambientais. Criando através do esporte uma sociedade sustentável.

Na Copa do Mundo de 2006 foi lançado o projeto "Green Goal" que tem como objetivo neutralizar a emissão de gás carbônico gerada durante os jogos da Copa do Mundo. A FIFA está financiando a neutralização de 40.000 tons de gás carbônico na África do Sul.

Relátorio final sobre o programa Green Goal na Copa de 2006: http://www.oeko.de/oekodoc/292/2006-011-en.pdf

Programa Social da Fifa: http://www.fifa.com/aboutfifa/worldwideprograms/footballforhope/environment.html

COPA 2014

O comitê organizador da campanha Brasil 2014, sempre mostrou preocupado com

as questões ambientais, o projeto entregue a FIFA foi feito em papel reciclado e a preocupação com os impactos ambientais gerados pelo evento é um dos principais motes do comitê.

"O Mundial brasileiro será o primeiro megaevento a reunir bilhões de pessoas em torno da preservação do meio-ambiente e do combate ao aquecimento global. Contribuirá com o desenvolvimento sustentável e ajudará na conservação deste insubstituível patrimônio ambiental"Discurso do governado do Amazonas, Eduardo Braga, na apresentação brasileira a FIFA

"Fiquei impressionado. Eu não deveria dizer, mas vou dizer. Fiquei impressionado com a preocupação ecológica", disse Blatter após a apresentação brasileira.

Neutralização de CO2

É adotado, aqui no Brasil, para efeito de cálculos, da quantidade de gases CO2

emitidos, os métodos propostos pelo Intergovernamental Panel on Climate Change – IPCC. O cálculo é extremamente complexo e vem sofrendo constantes modificações. É levado em consideração para efeitos de cálculo da neutralização de carbono, todo combustível usado pelas pessoas ligadas ao evento (transporte: aéreo, marítimo e terrestre), consumo de energia do evento, consumo de gás natural e emissão de lixo.

Segundo especialistas da USP as árvores que mais absorvem CO2 são: feijão-do-mato (expectativa de vida: 5 a 10 anos), guapuruvu (25 a 30 anos), pau-jacaré (25 a 30 anos), jacarandá-da-bahia (50 a 100 anos) e jatobá (acima de 100 anos).

Como o calculo é difícil de ser feito e a contratação de um consultor ambiental oneraria o custo do empreendimento/evento, as grandes corporações estão fazendo parcerias com ONG's ou com Secretarias de Meio Ambiente.

ONG's como Iniciativa Verde e SOS Mata atlântica fazem o calculo do carbono emitido, e plantam as árvores com a ajuda financeira da empresa parceira. Alguns Programas Ecológicos da Secretaria de Meio Ambiente do ES Corredores ecológicos Qualidade do AR ZEE Global Water Partnership ONG'S AMBIENTALISTAS CADASTRADAS NO ES 1 – Grupo Ambientalista do Cricaré Rua Rio Branco, n°. 53 - Beira Rio - Nova Venécia/ES Cep: 29.830-000 Tel: (27) 3752.3374 Fax: (27) 3752.2236 E-mail: [email protected]

2– Instituto Goiamum Av. Central, n°. 35, CPC: 161 – Balneário Carapebus – Serra/ES Cep: 29.164-992 Telefax: (27) 3238.7219 E-mail: [email protected] 3– IHABI Rua Agenor Luiz Heringer, n°. 162 – Centro – Pinheiros/ES Cep: 29.980-000 Telefax: (27) 3765.2114 E-mail: [email protected] 4 – SINHÁ LAURINHA Rua Antônio Sobreiro n°. 164, apto. 101 – Praia do Morro – Guarapari/ES Cep: 29.215-670 Celular: 9251-3997 E-mail: [email protected] ONG'S especializadas em firmar parcerias com empresas para neutralizar o Carbono emitido. Iniciativa verde - http://www.iniciativaverde.org.br SOS Mata Atlântica - www.sosma.org.br Vale da cidadania - http://www.valedacidadania.org.br ANEXO II – Sugestões sustentáveis (Rômulo Macedo) NA CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO:

• Buscar a obtenção do certificado internacional LEED (Leadership in Energy and Environmental Design®) para a construção do estádio.

• Utilização de madeira de reflorestamento ou madeira nativa com certificação ambiental (ex.: Forest Stewardship Council FSC).

• Utilização de material reciclável (aço, tijolos, assentos do estádio, divisórias, etc.), onde possível, sem prejuízo à segurança da construção.

• Utilização de tintas a base de água, que emitem menos poluentes na atmosfera em sua produção.

• Utilização com baixa concentração de COV (Compostos Orgânicos Voláteis).

• Construção de sistema de coleta e armazenamento da água da chuva - para uso em banheiros, irrigação dos campos, lavanderia, limpeza, etc.

• Construção de sistema de reutilização da água.

• Utilização de painéis de energia solar.

• Utilização de ar-condicionado eficiente (resfriamento a base de ar e não de água)

• Utilização de sistemas econômicos de consumo de água - instalação de torneiras com mecanismo de desligamento automático, instalação de aeradores de torneiras (dispositivos que espalham a água e diminuem o volume necessário sem comprometer a eficiência), adoção de vasos com consumo reduzido de água, como alguns modelos com caixa d’água embutida, etc.

• Utilização de lâmpadas fluorescentes ou eletrônicas.

• Utilização de sensores de presença que desligam a luz e os equipamentos depois de um longo período de ausência de pessoas.

• Nas áreas de circulação, salas, camarotes (onde possível) - ampliação das áreas de janela, utilização de telhas transparente, utilização de tijolos de vidro e utilização de isolamento térmico para minimização da necessidade do uso de ar condicionado.

• Utilização de equipamentos com baixo consumo de energia (selo PROCEL).

• Utilização de sistema de coleta seletiva de lixo, com recipiente específico para pilhas e baterias.

• Criação de sistemática de neutralização do CO2 emitido na construção do estádio, através de convênios com órgãos devidamente credenciados e de renome, ligados a projetos de reflorestamento ou plantio de arvores.

• Reduzir a contaminação procedente das atividades da construção através do controle da erosão do solo, da sedimentação dos rios e geração de pó no ar.

• Construção de bicicletários.

• Extensão da ciclovia da praia até o estádio.

• Construção de área verde ao redor do estádio.

• Busca de fornecedores que tenham preocupação com meio ambiente.

PARA UTILIZAÇÃO NOS EVENTOS DO ESTÁDIO: • Criação de sistemática de neutralização do CO2 emitido nos eventos

promovidos, através de convênios com órgãos devidamente credenciados e de renome, ligados a projetos de reflorestamento ou plantio de arvores.

• Utilização de papel reciclado (inclusive ingressos) ou produzidos de maneira ecologicamente correta, ou então utilização de ingressos em cartões magnéticos reutilizáveis.

• Utilização máxima de venda de ingressos via internet, evitando-se

deslocamento das pessoas via veículos para compra dos ingressos.

• Utilização de coleta seletiva de lixo - fazendo, inclusive, parceira com cooperativas de catadores.

• Irrigar o campo e jardins, somente de manhã bem cedo ou no final do dia, evitando que o calor do sol evapore a água utilizada.

• Nos eventos em que se façam necessários o uso de geradores de energia, utilizar geradores movidos a bio-combustível.

• Desenvolver campanhas de utilização consciente de energia, de água e reciclagem de lixo.

• Criação de transfers para os eventos, saindo de pontos estratégicos, utilizando ônibus movidos a bio-disel.

• Tarifas de estacionamento reduzidas para carros movidos a gás natural

• Desenvolver campanhas de incentivo de transporte solidário e uso de transporte coletivo.

PARA AS ATIVIDADES JÁ EM FUNCIONAMENTO:

• Utilização de papel reciclado (inclusive ingressos) ou produzidos de maneira ecologicamente correta ou utilização de ingressos em cartões magnéticos reutilizáveis.

• Utilização de coleta seletiva de lixo - fazendo, inclusive, parceira com cooperativas de catadores.

• Redução de lixo - evitar copos, talheres e pratos descartáveis.

• Utilização de embalagens reaproveitáveis - preferir toalhas de pano e esponjas em vez de toalhas de papel.

• Construção de sistema de coleta e armazenamento da água da chuva - para uso em banheiros, irrigação dos campos, lavanderia, limpeza, etc.

• Redução do consumo de água - verificar vazamentos em torneiras ou descargas, instalar torneiras com mecanismo de desligamento automático, instalar aeradores de torneiras (dispositivos que espalham a água e diminuem o volume necessário sem comprometer a eficiência), adotar vasos com consumo reduzido de água, como alguns modelos com caixa d’água embutida, etc.

• Redução do consumo de papel - programar impressoras para impressão frente e verso, utilizar papeis usados como rascunho, evitar imprimir e-mails e outros documentos da internet. Criar o hábito de ler os

documentos no computador. Configurar impressoras para o modo rascunho, que gasta menos tinta.

• Iluminação - trocar lâmpadas incandescentes comuns por lâmpadas fluorescente ou eletrônicas. Adotar sensores de presença que desligam a luz e os equipamentos depois de um longo período de ausência de pessoas.

• Nas áreas de circulação, salas, camarotes (onde possível) - ampliar as áreas de janela, utilizar telhas transparente, utilizar tijolos de vidro e desligar o ar-condicionado sempre que possível.

• Evitar fechar cortinas ou persianas, permitindo a entrada de luz natural.

• Adquirir equipamentos com baixo consumo de energia (selo PROCEL).

• Cultivar uma pequena Horta onde os alimentos poderiam ser consumidos no refeitório e os restos de alimento poderiam ser usados como adubo orgânico.

• Irrigar o campo ou regar os jardins, somente de manhã bem cedo ou no final do dia, evitando que o calor do sol evapore a água utilizada.

• Regular os chuveiros para as estações do ano.

• Desenvolver campanhas para redução do consumo de água: no chuveiro: redução do tempo e desligamento da água quando estiver se ensaboando ou lavando a cabeça. na pia : fechando as torneiras enquanto escova os dentes ou faz a barba.

• Evitar utilização de banheiras (consomem 3 vezes mais água que chuveiros).

• Utilização de máquinas de lavar louça ou roupa somente quando estiverem cheias, sempre que possível preferir lavagem somente com água fria, evitando o consumo de energia.

• Adotar receitas que façam utilização integral dos alimentos.

• Utilizar aquecedores solares para piscina e chuveiros.

• Buscar fornecedores que tenham preocupação com meio ambiente

• Desenvolvercampanhasdeincentivodetransportesolidárioentrefuncionárioseatletas.