dissertaÇÃo sustentabilidade em estÁdios de futebol
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL
DISSERTAÇÃO
SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL:
O CASO DA ARENA PANTANAL EM CUIABÁ-MT
RODRIGO PINHEIRO TÓFFANO PEREIRA
Cuiabá, MT
Março - 2013
RODRIGO PINHEIRO TÓFFANO PEREIRA
SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL:
O CASO DA ARENA PANTANAL EM CUIABÁ-MT
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de
Edificações e Ambiental, da Universidade
Federal de Mato Grosso, como requisito
para a obtenção do título de Mestre.
Área de concentração:
Construção Civil
Orientador:
Prof. Dr. José Manoel Henriques de Jesus
Cuiabá, MT
Março - 2013
DEDICATÓRIA
À memória de minha avó Norma Pinheiro da Silva
✶ 09/08/1932 - Campos dos Goytacazes/RJ
✝ 29/04/2010 - Niterói /RJ
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, pela força e sabedoria.
Agradeço aos meus pais Joaquim e Angélica, por todo o amor e incentivo.
A minha namorada Priscila e sua família pelo imenso carinho e confiança.
Ao meu Tio Alexandre e a sua esposa Janaína por todo o apoio em Cuiabá.
A minha prima Thaís, pela enorme ajuda na reta derradeira deste trabalho.
Ao Prof. Henriques pela orientação e pela chance de realizar este trabalho.
Aos demais professores do PPGEEA pela base e pelo ensino de qualidade.
Em especial ao coordenador durante a minha estada em MT, Prof. Douglas.
Aos membros da banca pelas preciosas contribuições dadas a este trabalho.
Ao servidor Cleyton Rocha do PPGEEA por suas atitudes sempre solicitas.
A Prof.ª. Fernanda Furtado da UFF pelo incentivo de abrir novos horizontes.
Ao CAPES / REUNI pela bolsa, apoio financeiro, durante todo o mestrado.
Aos colegas do mestrado pelos momentos e conhecimentos compartilhados.
Em especial as amigas: Aline Santiago, Emilly Freire e Mellyna Wendland.
As cias envolvidas com o Verdão: Concremat, GCP Arquitetos e SECOPA.
Ao Secretário Extraordinário da SECOPA, o advogado Maurício Guimarães.
Em especial ao engenheiro civil João Paulo Curvo Borges, da SECOPA-MT.
A prestativa engenheira sanitarista e ambiental Eliane Rocha, da Concremat.
E ao engenheiro civil Ubirajara Souza Jr. representante da GCP Arquitetos.
Aos meus amigos de sempre pelo companheirismo, o estímulo e paciência.
E a todos que colaboraram de uma forma, ou de outra na realização desta.
EPÍGRAFE
“There are no minds more innovative than the minds of young people.
No one is more attuned to the environment than young people.”
Palavras proferidas por um jovem atleta participante ao final da
VIII Conferência Mundial Sobre Esporte e Meio Ambiente.
Março de 2009 - Vancouver, Columbia Britânica, Canadá.
RESUMO
TÓFFANO, R. Sustentabilidade em Estádios de Futebol: o Caso da Arena Pan-
tanal em Cuiabá-MT. Cuiabá-MT, 2013. 305 p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de
Arquitetura, Engenharia e Tecnologia. Universidade Federal de Mato Grosso.
Com a expansão de grandes eventos esportivos para países em desenvolvimento -
muitos deles ainda ricos em recursos naturais - políticas por uma arquitetura mais
ecológica tornaram-se cada vez mais recorrentes, uma vez que estes torneios demandam
grandes obras de infraestrutura que, inevitavelmente, impactam o meio ambiente
circundante. O objetivo deste trabalho é exatamente verificar se as soluções projetuais
adotadas para a construção do estudo de caso, a Arena Pantanal, uma das subsedes da
XX Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
, em Cuiabá, Mato Grosso, apresentam,
realmente, princípios de sustentabilidade. O embasamento deste trabalho consiste na
revisão histórica e bibliográfica desta temática, com a apresentação dos parâmetros e
das peculiaridades que norteiam projetos de estádios de futebol ao passar dos anos. Os
exemplos mais relevantes de projetos de grandes arenas que incluíram em sua
concepção ações de cunho sustentável merecem destaque e foram levantados e
catalogados para esta pesquisa. Assim, como a análise de modelos de certificação
ambiental, com destaque para o norte-americano LEEDTM
, por ser o exigido pela FIFA
e suas normativas para a organização dos últimos Mundiais. A partir de um registro
científico crítico, com base em todo o referencial teórico e utilizando recursos gráficos,
à medida que foram imprescindíveis, se efetivou a apreciação das soluções projetuais de
sustentabilidade adotadas pela Arena Pantanal. Como resultado, salienta-se que a busca
por um ambiente construído, de grandes proporções como este, 100% sustentável,
baseado em fórmulas ideais, é impossível. Entretanto, é possível sim, minimizar ou
mitigar os impactos ambientais gerados pela construção de um estádio de futebol,
através de diretrizes e/ou ações de sustentabilidade que estejam intrínsecas desde a
concepção de um novo projeto. Assim, esta pesquisa serve apenas de referencial para
contextos análogos, não sendo um modelo, solução, ou uma regra a ser reproduzida em
construções desportivas.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Estádios de Futebol, Cuiabá, Arena Pantanal.
ABSTRACT
TÓFFANO, R. Sustainability in Soccer Stadiums: The Case of the Arena Pantanal
in Cuiabá-MT. Cuiabá-MT, 2013. 305 p. Master’s Dissertation. Faculdade de
Arquitetura, Engenharia e Tecnologia. Universidade Federal de Mato Grosso.
With the expansion of great sporting events to developing countries – many of them
rich in natural resources – policies for a greener architecture have become more and
more recurrent once these championships demand great infrastructure constructions
which inevitably impact the surrounding environment. The purpose of this paper is to
verify if the designing solutions adopted in the construction of the case study, the Arena
Pantanal, one of the host cities of the 2014TM
XX FIFA Brazil World Cup, in Cuiabá,
Mato Grosso, really shows principles of sustainability. The foundation of this paper
consists of a literature review and historical review about this issue, showing the
parameters and peculiarities that direct soccer stadium projects over the years. The most
significant examples of large arenas projects, which included in its design sustainable
actions, deserve attention and have been collected and catalogued for this research. As
well as the analysis of environmental certification models, highlighting the north-
american one LEEDTM
, because it is required by FIFA and its standards for the
organization of the last World Championships. From a critical scientific registry, based
on all the theoretical background and through graphic resources, as they were
indispensable, it has been done the assessment of the sustainable design solutions taken
at the Arena Pantanal. As a result, it should be noted that the pursuit of a built
environment, of big proportions like this one, 100% sustainable, based on ideal
formulas, is impossible to be executed. However, it is indeed possible to minimize or
mitigate the environmental impacts caused by the construction of a soccer stadium;
through guidelines and sustainability actions which are directly related since the birth of
a new project. Thus, this research is only a reference to analogue contexts, and not a
model, solution or rule to be repeated in sporting constructions.
Keywords: Sustainability, Soccer Stadiums, Cuiabá, Arena Pantanal.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Delineamento da pesquisa ...................................................................... 22
Figura 02 - Principais certificações ambientais do planeta ....................................... 45
Figura 03 - Estrutura básica do BEPAC ................................................................... 48
Figura 04 - Representação esquemática do processo de avaliação em planilhas ..... 49
Figura 05 - Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE ............... 50
Figura 06 - Estrutura conceitual do CASBEE .......................................................... 51
Figura 07 - Representação do modelo de sistema de gestão do empreendimento e
das avaliações de desempenho (auditorias) ........................................... 52
Figura 08 - Estrutura básica do Green Star ............................................................... 53
Figura 09 - Construções LEEDTM
, no mundo ........................................................... 58
Figura 10 - Evolução dos registros e certificações LEEDTM
, no Brasil .................... 58
Figura 11 - Projetos registrados LEEDTM
, por Unidades Federativas ...................... 59
Figura 12 - Redução de impactos negativos de prédios com certificação LEED ..... 59
Figura 13 - Perfil genérico de carga típica de um estádio ......................................... 72
Figura 14 - Relação dos procedimentos de verificação da sustentabilidade da
Arena Pantanal ..................................................................................... 102
Figura 15 - Distribuição das categorias de “ações” por continentes e mundo ........ 120
Figura 16 - Possibilidade de interferência das “ações” pelo mundo ....................... 121
Figura 17 - Arena da Amazônia............................................................................... 129
Figura 18 - Arena da Baixada.................................................................................. 130
Figura 19 - Arena das Dunas................................................................................... 131
Figura 20 - Arena de Itaquera.................................................................................. 132
Figura 21 - Arena Fonte Nova ................................................................................ 133
Figura 22 - Arena Pernambuco................................................................................ 134
Figura 23 - Estádio Beira-Rio.................................................................................. 135
Figura 24 - Estádio Castelão ................................................................................... 136
Figura 25 - Estádio do Maracanã............................................................................. 137
Figura 26 - Estádio do Mineirão ............................................................................. 138
Figura 27 - Estádio Nacional de Brasília ................................................................ 139
Figura 28 - Corredores Estruturais de Transporte Coletivo - VLT ........................ 143
Figura 29 - COT-Barra do Parí, em Várzea Grande................................................ 146
Figura 30 - COT-UFMT, em Cuiabá....................................................................... 146
Figura 31 - Localização da Arena Pantanal e de seu complexo esportivo (em
relação à área urbana do município, Regiões Administrativas de
Cuiabá, Mato Grosso, Região Centro-Oeste e Brasil).......................... 151
Figura 32 - Concepção original do “Verdão”.......................................................... 152
Figura 33 - Estádio Governador José Fragelli......................................................... 152
Figura 34 - Obras iniciais do Estádio “Verdão”...................................................... 153
Figura 35 - Construção do Estádio Verdão.............................................................. 153
Figura 36 - O José Fragelli, o Verdão, é o principal estádio de Mato Grosso......... 153
Figura 37 - Projeto da Arena Pantanal desenvolvido por Castro Mello Arquitetos.154
Figura 38 - Demolição das torres de iluminação..................................................... 156
Figura 39 - Desmonte da cobertura metálica........................................................... 156
Figura 40 - Setorização com a parte superior da arquibancada sul desmontada..... 158
Figura 41 - Corte esquemático com a apresentação de todos os níveis da
Arena Pantanal...................................................................................... 159
Figura 42 - Planta “00” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 160
Figura 43 - Planta “10” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 160
Figura 44 - Planta “20” do Projeto da Arena Pantanal ........................................... 161
Figura 45 - Vista Lounge VVIP - Setor Oeste......................................................... 162
Figura 46 - Vista Lounge VIP - Setor Oeste............................................................ 162
Figura 47 - Planta “30” do Projeto da Arena Pantanal ........................................... 162
Figura 48 - Planta “40” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 163
Figura 49 - Planta “50” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 163
Figura 50 - Planta de cobertura do projeto da Arena............................................... 164
Figura 51 - Implantação do projeto a ser utilizado no Mundial de 2014................. 165
Figura 52 - Vista da Passarela e Scalinata............................................................... 166
Figura 53 - Vista da Marquise e da Passarela.......................................................... 166
Figura 54 - Implantação do projeto multiuso adequado a Cuiabá, pós 2014........... 166
Figura 55 - Fundos do Setor Oeste - Out/2011........................................................ 167
Figura 56 - Setor Oeste concluído - Out/2012......................................................... 167
Figura 57 - Lava-rodas de caminhões...................................................................... 171
Figura 58 - Umidificação das vias de circulação..................................................... 171
Figura 59 - Exemplos de pavimentos a serem utilizados, na área externa, com
controle de SRI.................................................................................... 174
Figura 60 - Elementos controladores de vazão de água da Arena Pantanal............ 176
Figura 61 - Integração dos recursos hídricos. Economia de consumo de água....... 179
Figura 62 - As preocupações com o conforto térmico da Arena Pantanal............... 190
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Síntese dos estádios disponíveis para a prática de futebol/susten-
táveis, no mundo ............................................................................. 106
TABELA 02 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na
África (54 países) ............................................................................ 109
TABELA 03 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na
América (36 países) ......................................................................... 111
TABELA 04 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Ásia
(49 países) ....................................................................................... 112
TABELA 05 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Eu-
ropa (45 países) ............................................................................... 114
TABELA 06 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na
Oceania (14 países) ......................................................................... 115
TABELA 07 - Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das eco-
arenas consideradas ......................................................................... 117
TABELA 08 - Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das eco-
arenas mais sustentáveis................................................................... 197
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
AELP: Associação de Empresários e Locatários da Prainha
AGECOPA: Agência Est. de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal
APPs: Áreas de Preservação Permanente
AQUA: Alta Qualidade Ambiental
AsBEA: Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura
ASHRAE: American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning
Engineering - Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento,
Refrigeração e Ar Condicionado
BEE: Eficiência Ambiental do Edifício
BEPAC: Building Environmental Performance Assessment Criteria -
Critérios de Avaliação do Desempenho Ambiental da Construção
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
BRE: Building Research Establishment - Fundação da Pesquisa da Construção
BREEAM: Building Research Establishment Environmental Assessment Method -
Fundação da Pesquisa do Método de Avaliação Ambiental da Construção
BRT: Bus Rapid Tranport - Transporte Rápido de Ônibus
C40: Grandes Cidades Para Liderança do Clima
CAD: Computer-aided Design - Desenho Auxiliado por Computador
CAF: Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles -
Construções e Auxílios para Ferrovias
CASBEE: Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency
Sistema Completo de Avaliação da Eficiência Ambiental da Construção
CBCS: Conselho Brasileiro de Construção Civil
CBF: Confederação Brasileira de Futebol
CEF: Caixa Econômica Federal
CFCs: Clorofluorcarbonetos
CMP: Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto
CODEMAT: Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso
CO2: Dióxido de Carbono (Gás Carbônico)
COI: Comitê Olímpico Internacional
COL: Comitê Organizador Local
CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente
Condeprodemat: Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento do
Estado de Mato Grosso
CONCACAF: Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe
CONMEBOL: Confederação Sul-Americana de Futebol
COP: Conferência das Partes
COTs: Campos Oficiais de Treinamento
COVs: Compostos Orgânicos Voláteis
CPA: Centro Político Administrativo
CPDS: Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável
CSTB: Centre Scientifique et Technique du Bâtiment -
Centro Científico e Técnico para a Construção
DAP: Declarações Ambientais do Produto
DIN: Dinamarca
DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
EIA: Estudo de Impacto Ambiental
EMAS: Eco-Management and Audit Scheme - Sistema de Auditoria e Ecogestão
ETE: Estação de Tratamento de Esgotos
ETFE: Etileno-tetrafluoretileno
EUA: Estados Unidos da América
FCAV: Fundação Carlos Alberto Vanzolini
FEB: Força Expedicionária Brasileira
FGV: Fundação Getúlio Vargas
FIFA: Federação Internacional de Futebol
FISPQ: Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico
FR: França
FSC: Forest Stewardship Council - Conselho de Manejo Florestal
GBC: Green Building Challenge - Desafio da Construção Verde
GW: Gigawatt
HQE: Haute Qualité Environnementale - Alta Qualidade Ambiental
HK-BEAM: Hong Kong Building Environmental Assessment Method -
Método de Avaliação Ambiental da Construção de Hong Kong
IAAF: International Association of Athletics Federations -
Associação Internacional de Federações de Atletismo
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
IGP-DI: Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna
iiSBE: International Initiative for Sustainable Built Environment -
Iniciativa Internacional para o Ambiente Construído Sustentável
INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
IPCC: Intergovernmental Panel on Climate Change -
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
ISO: International Organization for Standardization -
Organização Internacional para Padronização
LED(s): Diodo(s) Emissor(es) de Luz
LEED: Leadership in Energy and Environmental Design -
Liderança em Energia e Design Ambiental
LEED AP: Profissional Acreditado LEED
MOP: Módulo Operacional Provisório
MPE: Ministério Público Estadual
MW: Megawatt
NBR: Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
ONG(s): Organização(ões) Não Governamental(is)
ONU: Organização das Nações Unidas
OPEP: Organização dos Países Exportadores de Petróleo
PAC: Programa de Aceleração do Crescimento
PB: Países Baixos
PET: Politereftalato de Etileno
PIB: Produto Interno Bruto
PNUMA: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PROCEL: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PTFE: Politetrafluoretileno (Teflon®)
PVC: Cloreto de Polivinila
QAE: Qualidade Ambiental do Edifício
QEB: Qualité Environnementale du Bâtiment - Qualidade Ambiental da Construção
RCD: Resíduos de Construção e Demolição
RIMA: Relatório de Impacto Ambiental
RTQ-R: Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética
de Edificações Residenciais
RU: Reino Unido
SBAT: Sustainable Building Assessment Tool -
Ferramenta de Avaliação de Construção Sustentável
SECOPA: Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo - FIFA 2014
SGE: Sistema de Gestão do Empreendimento
SHGC: Solar Heat Gain Coefficient - Coeficiente de Ganho de Aquecimento Solar
SMO: Système de Management de l’Opération - Gestão de Operação do Sistema
SRI: Solar Reflectance Index - Índice de Refletância Solar
TCU: Tribunal de Contas da União
UEMT: Universidade Estadual de Mato Grosso
UFMS: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
UFMT: Universidade Federal de Mato Grosso
UNESCO: Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura
UNFCCC: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima
USGBC: Conselho de Edificações Verdes dos Estados Unidos
VIP: Very Important Person/People - Pessoa(s) Muito Importante(s)
VVIP: Very VIP - Pessoa(s) Extremamente Importante(s)
VLT: Veículo Leve Sobre Trilhos
WWF: World Wide Fund for Nature - Fundo Mundial para a Natureza
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO……………………..…………………………………… .... 17
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA..……………………………... … 17
1.2. JUSTIFICATIVA.……………………………………………… . …...… 20
1.3. OBJETIVOS .............................................................................................. 21
1.4. O PROBLEMA E A HIPÓTESE DA PESQUISA…………………... ... 22
1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO...…………………………………...… 23
2. SUSTENTABILIDADE: CONCEITOS GERAIS.……………….…….... 25
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA.......………………………...… 25
2.2. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL.………….…...… 34
2.3. AS CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS..……………………………….. 44
2.3.1. BREEAM: Building Research Establishment Environmental
Assessment Method ................................................................................. 46
2.3.2. BEPAC: Building Environmental Performance Assessment Criteria 47
2.3.3. GBC: Green Building Challenge ............................................................ 48
2.3.4. CASBEE: Comprehensive Assessment System for Building
Environmental Efficiency ........................................................................ 50
2.3.5. HQE: Haute Qualité Environnementale ............................................... 51
2.3.6. Green Star ................................................................................................. 53
2.3.7. Processo AQUA: Alta Qualidade Ambiental ......................................... 54
2.4. A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEEDTM
......................................... 55
2.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEMÁTICA .......................................... 60
3. A SUSTENTABILIDADE EM EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS ….... 63
3.1. A SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL .................. 63
3.1.1. Princípios da Sustentabilidade em Ecoarenas ....................................... 71
3.2. O PROGRAMA FIFA GREEN GOALTM
............................................... 80
3.2.1. Contextualização Histórica ...................................................................... 81
3.2.2. Etapas do Programa Green GoalTM
Para Estádios Sustentáveis ......... 88
4. MATERIAIS E MÉTODO .......................................................................... 95
4.1. ECO ARENAS ........................................................................................... 95
4.2. ARENA PANTANAL ............................................................................. 100
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 105
5.1. A SUSTENTABILIDADE EM ECOARENAS PELO MUNDO .......... 105
5.1.1. O Continente Africano ........................................................................... 108
5.1.2. O Continente Americano ....................................................................... 110
5.1.3. O Continente Asiático ............................................................................ 112
5.1.4. O Continente Europeu ........................................................................... 113
5.1.5. O Continente Oceânico .......................................................................... 114
5.1.6. Síntese dos Resultados de Sustentabilidade em Ecoarenas ................ 116
5.2. A COPA DO MUNDO FIFATM
BRASIL 2014 ...................................... 122
5.3. CUIABÁ E A COPA DO PANTANAL .................................................. 140
5.4. A ARENA PANTANAL ......................................................................... 150
5.4.1. Retrospectiva Histórica e Urbanística .................................................. 150
5.4.2. A Concepção e o Projeto Arquitetônico ............................................... 157
5.4.3. Parâmetros de Avaliação da Sustentabilidade da Arena Pantanal ... 170
5.4.3.1. Ação 01: Ambiente Urbano e Paisagístico.............................................. 170
5.4.3.2. Ação 02: Transporte ................................................................................ 175
5.4.3.3. Ação 03: Água - Racionalização ............................................................. 176
5.4.3.4. Ação 04: Água - Conservação e Reuso ................................................... 177
5.4.3.5. Ação 05: Energia - Fontes Renováveis ................................................... 180
5.4.3.6. Ação 06: Energia - Demanda Minimizada .............................................. 182
5.4.3.7. Ação 07: Materiais Ecológicos ............................................................... 184
5.4.3.8. Ação 08: Resíduos e Reciclagem ............................................................ 186
5.4.3.9. Ação 09: Conforto Ambiental Passivo .................................................... 188
5.4.3.10. Ação 10: Conforto Ambiental Ativo ..................................................... 192
5.4.4. Avaliação Final das Diretrizes Projetuais de Sustentabilidade ......... 194
6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................... 201
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 209
ANEXOS ............................................................................................................ 223
ANEXO 1. LEED para Novas Construções 2009 – Registro Projeto Checklist.
APÊNDICES ...................................................................................................... 225
APÊNDICE 1. Fichas dos principais estádios de futebol sustentáveis, do mundo.
17
1. INTRODUÇÃO
O presente capítulo, introdutório, contextualiza a pesquisa a ser apresentada,
sua problemática e expõe as justificativas para o desenvolvimento desta dissertação,
além de seus objetivos: geral e específicos e a estruturação do documento.
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
Ao longo do início do século XXI observa-se a expansão de grandes eventos
esportivos para países em desenvolvimento como: a Índia (IV Jogos Mundiais
Militares - 2007), a China (XXIX Jogos Olímpicos de Verão – 2008), a África do Sul
(XIX Copa do Mundo FIFA - 2010), o Brasil (V Jogos Mundiais Militares – 2011;
XX Copa do Mundo FIFA - 2014; XXXI Jogos Olímpicos de Verão - 2016), a
Rússia (XXII Jogos Olímpicos de Inverno – 2014; XXI Copa do Mundo FIFA –
2018) e o Qatar (XXII Copa do Mundo FIFA – 2022). Estes vêm se tornando um
importante recurso de transformações urbanas, com significativo impacto social,
político e econômico nas cidades que os sediam (MASCARENHAS;
BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). Entretanto, nem sempre a tecnologia e a
infraestrutura destes audaciosos megaprojetos são adequadas, ou considera as
condições locais e culturais da população.
Projetos de novas arenas / estádios são, em geral, exportados da Europa e dos
Estados Unidos para o resto do mundo, contrapondo-se a noções de respeito e
sustentabilidade econômica, ambiental e cultural do país e mesmo da cidade a sediar
tais entretenimentos esportivos. Muitas vezes, os “destinos finais” são nações ainda
consideradas emergentes, ou em desenvolvimento que exibem situações precárias,
por falta de investimentos públicos, de acesso à água potável, transporte público,
educação, saúde de qualidade, saneamento básico e equipamentos sociais essenciais.
18
Mas, que já gastaram, ou virão a gastar bilhões com a (re)construção, reforma e
modernização de equipamentos esportivos para se destacarem globalmente.
Como forma de exemplificar, o Brasil, estima-se, investirá mais de R$ 6,3
bilhões (VILARON, 2010) somente nas doze arenas espalhadas nas cinco regiões
para a Copa de 2014 da Federação Internacional de Futebol (FIFA). Um valor
superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de todo o estado de Roraima R$ 5.6 bilhões
(IBGE, 2011). Nunca tanto dinheiro fora investido na construção civil em prol de um
único evento esportivo já que tal estimativa orçamentária supera os gastos com todo
o legado (obras estruturais, novas arenas, infraestrutura, transportes e etc.) dos Jogos
Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, R$ 5.7 bilhões (MOTTA, 2007).
A XX Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
vem movimentando bilhões de
reais, principalmente nos setores industrial, econômico, de serviços e turismo. E para
seus trinta dias de celebração milhares de empregos serão criados direta e
indiretamente. A previsão do Governo Federal e do Ministério dos Esportes é que a
segunda Copa do Mundo do Brasil gere investimentos de mais de R$ 185 bilhões
(JÚNIOR, 2011) e uma arrancada na construção civil, na infraestrutura e em novas
tecnologias, como nunca visto antes. O espólio da XX Copa FIFA está exatamente
neste fato: proporcionar uma melhor qualidade de vida aos brasileiros, de forma a
recuperar anos de atraso e descaso das autoridades públicas na prestação de serviços.
Entretanto, toda esta preparação requer uma cadeia produtiva altamente
impactante para o meio ambiente pelo elevado consumo de insumos (SATTLER;
PEREIRA, 2006), já que o setor da construção civil é um dos grandes responsáveis
pelo consumo de recursos naturais e geração de impactos negativos. Recursos estes,
nem sempre renováveis, finitos na natureza, e que se explorados sem nenhum critério
e de forma excessiva não poderão mais ser produzidos, regenerados, ou reutilizados a
uma escala que possam sustentar a sua taxa de consumo.
No entanto, a Copa do Brasil vem sendo chamada de “Copa Limpa”, “Copa
Verde”, pelas ações ecológicas desprendidas no setor da construção civil, uma vez
que profissionais da arquitetura, engenharia e construção têm como premissa, inserir
algumas práticas de sustentabilidade em seus projetos para que estes alcancem
melhores níveis de qualidade e conforto no ambiente construído, principalmente nos
projetos das novas arenas que caminham em prol do desenvolvimento sustentável.
19
A sustentabilidade, foco desta pesquisa, é objeto de estudos científicos há
décadas e estes já produziram uma significativa quantidade de trabalhos, abordando
desde a origem de seu conceito, até as suas aplicações nos mais variados campos do
saber, com destaque para a economia, a engenharia e a geografia, dentre outros.
Já a relação entre arenas/estádios de futebol e a sustentabilidade, todavia, não
fora incorporada às pesquisas; marcada pela escassez de trabalhos e obras publicadas
sobre o assunto. O que dificulta o estabelecimento de regras, boas práticas e até
mesmo a exemplificação. Esta temática em questão é recente fruto das preocupações
ambientais do final do século XX, tendo como marco a Eco - 92, no Rio de Janeiro e
a assimilação de seus preceitos pelo COI, em 1994, no Congresso do Centenário
Olímpico desta instituição (IOC, 2009). Todavia, somente em 2006, com os
preparativos para a Copa do Mundo da Alemanha é que a FIFA - instituição
internacional que dirige as associações de futebol, órgão máximo deste esporte - e
seus parceiros introduziram políticas ambientais, através do Programa Green GoalTM
,
na organização e disseminação de Copas “mais sustentáveis” (FIFA, 2007).
No Brasil, o apoio a projetos de construção e reforma de arenas que receberão
os jogos da Copa do Mundo de 2014 e de urbanização de seus entornos ficou a cargo
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Influenciado, inicialmente, por uma tendência mundial de bancos assimilarem
critérios socioambientais na avaliação financeira de projetos. Acrescido do reflexo ao
desenvolvimento histórico do sistema capitalista brasileiro, onde o ônus é de
responsabilidade do Estado e o bônus de construtoras e da iniciativa privada.
Foi através desta linha de crédito especial, que o BNDES se tornou o maior
incentivador da “Copa Verde”, no Brasil, ao exigir projetos que contemplem, desde
aspectos relacionados à sustentabilidade ambiental à sustentabilidade financeira, na
solução de gestão. Estes também deveriam apresentar um contrato firmado com
entidades certificadoras de Qualidade Ambiental, reconhecidas internacionalmente
e/ou acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO), com vistas à obtenção de certificação para o projeto, em até
doze meses, após o término da utilização dos recursos (SPORTV, 2012).
Por não existir um método específico a ser seguido, as metodologias
utilizadas nas certificações ambientais se tornaram as principais fontes das diretrizes
20
projetuais para arenas sustentáveis. Contudo, todo país apresenta especificidades - o
que obrigaria a cada um destes a desenvolver sua própria metodologia de avaliação,
ou certificação ambiental - que variam desde as condições climáticas ao
desenvolvimento industrial, passando pelas técnicas construtivas.
O Brasil para a Copa do Mundo FIFA 2014 terá grande parte de seus projetos
certificados pela metodologia americana LEED, uma das mais difundidas no mundo,
voltada muito mais para a realidade dos Estados Unidos, de país desenvolvido, do
que para a realidade periférica, marcada por grandes desigualdades sociais, brasileira.
Cuiabá, no Mato Grosso, será uma das cidades-sede da Copa do Mundo de
2014. O projeto da nova Arena Pantanal, objeto de estudo deste trabalho, foi
reverenciado pela FIFA como um dos melhores projetos do próximo mundial;
mesmo sendo um dos maiores e mais onerosos projetos do estado do Mato Grosso,
até hoje. Orçado, provisoriamente, em R$ 518,9 milhões (BRASIL, 2012a),
apresenta uma capacidade superior à demanda local, 43.600 pagantes (BRASIL,
2012a). Todavia, apresenta justificativas que o colocam, a princípio, como edificado
de forma a ser inserido e apropriado ao ambiente urbano, posteriormente a Copa de
2014, pela população cuiabana, que não possui equipes de futebol renomadas e de
tradição nas séries A e B do principal campeonato do país o “Brasileirão”.
1.2. JUSTIFICATIVA
Não há dúvidas da importância estratégica e desenvolvimentista das questões
acima, para o progresso nacional e para o estado de Mato Grosso. Talvez, esteja,
neste fato, a relevância desta proposta: ao levar a uma esfera acadêmica, de profunda
reflexão, a abordagem de uma temática ao mesmo tempo generalista - por tratar de
questões vitais ao desenvolvimento de qualquer país; atual - por tratar da
sustentabilidade; e específico - por se ater a um objeto de estudo delimitado, a Arena
Pantanal e suas questões construtivas para a Copa do Mundo FIFA 2014TM
.
Com a intensificação das atividades humanas, principalmente através da
construção civil, sobre os limitados recursos naturais presume-se que o desequilíbrio
ecológico do planeta tenha nesta sua principal causa. As discussões e estudos a fim
de desenvolver estratégias e soluções para diminuírem esses impactos têm evoluído e
21
despertado o setor para uma mudança de paradigma incorporando práticas de
sustentabilidade nas edificações (BRASIL, 2010).
Empreendimentos sustentáveis, não só do ponto de vista econômico, mas
também, símbolos da vida cotidiana, das inovações tecnológicas, das preocupações e
do desenvolvimento sociocultural, que surgem de modo a disseminar o conhecimento
a respeito deste desenvolvimento dito sustentável (ANDRADE, 2010).
Este estudo busca contribuir com a apreciação desta sustentabilidade na
construção civil, em especial em grandes empreendimentos esportivos. Assim,
espera-se apresentar as políticas de adoção da sustentabilidade como um poderoso
instrumento de mudança de postura, de eliminação de desperdícios, de inovação
tecnológica e de redução de impactos ecológicos.
1.3. OBJETIVOS
A Arena Pantanal será analisada nesta pesquisa, através de um viés de
sustentabilidade “verde”. O objetivo principal deste estudo é identificar se as
soluções projetuais adotadas por seus idealizadores (Sérgio Coelho, da GCP
Arquitetos e pelo Grupo Stadia) atendem aos critérios da promoção da
sustentabilidade e de que forma. Buscar-se-á apresentar como parâmetro, as
principais soluções projetuais adotadas por estádios de futebol mundiais.
Deste objetivo central, desprendem-se os seguintes objetivos secundários: 1)
apresentar os desafios e aspectos gerais do contexto da sustentabilidade referentes a
megaeventos esportivos; 2) levantar e apresentar os principais exemplos mundiais de
sustentabilidade aplicados a estádios de uso futebolístico; 3) destacar a importância
do envolvimento de entidades como o COI, a FIFA e Agências Certificadoras
“Verdes”, através de suas normativas, na promoção da sustentabilidade de
equipamentos esportivos e; 4) verificar - através de uma análise comparativa, entre a
situação proposta para Cuiabá e o modelo supostamente globalizado de estádios que
podem vir a ser replicados em qualquer parte do planeta, a despeito de fatores
diferenciadores locais, como os econômicos, tecnológicos, climáticos e culturais - se
o projeto escolhido e em execução está adaptado aos condicionantes locais.
22
1.4. O PROBLEMA DA PESQUISA
Esta é uma pesquisa qualitativa, exploratória, baseada em um seleto grupo de
amostras que proporcionam percepções, interpretações próprias e a apreensão do
contexto de um problema pouco explorado, que deve ser melhor definido e
compreendido, através do contato direto com o objeto em questão (Figura 01).
A situação-problema em que esta pesquisa se insere é verificar, através de um
estudo de caso, sem abdicar de técnicas quantitativas como, análise de dados, se a
Arena Pantanal apresenta soluções projetuais sustentáveis - com base nos principais
equipamentos esportivos, deste tipo, no mundo - e adequadas ao contexto ambiental,
onde está inserida. E que não seja apenas, sinônimo de uma jogada de marketing das
campanhas de publicidade envolvidas e das esferas de governo responsáveis.
Para isso, foi efetivada, inicialmente, uma contextualização histórica sobre a
sustentabilidade e sua aplicação na construção civil, em especial a grandes
equipamentos esportivos, assim como, das principais ferramentas para a identificação
de estratégias de sustentabilidade adotadas: as certificações ambientais.
Posteriormente, o Capítulo 4 – “Materiais e Método” aprofundará esta questão em
relação ao objeto de pesquisa, a Arena Pantanal.
Figura 01 - Delineamento da pesquisa.
Fonte: Autor, 2012.
23
1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO
A presente dissertação foi organizada em capítulos, de acordo com os
conteúdos a seguir, que buscam apresentar o conceito de sustentabilidade aplicado a
estádios de futebol.
O Capítulo 1 contextualiza a pesquisa, sua problemática e apresenta as
justificativas para o desenvolvimento da dissertação, seus objetivos: geral e
específicos e a estruturação do documento.
O Capítulo 2 trata dos temas centrais relacionados à sustentabilidade: sua
contextualização histórica, através de uma abordagem ampla e irrestrita; sua
aplicação na construção civil; e aborda seus instrumentos de verificação em
edificações, os “selos” conhecidos como certificações ambientais.
O Capítulo 3 analisa o referencial técnico da sustentabilidade aplicada a
equipamentos esportivos (Ecoarenas), com destaque para o Programa da FIFA Green
GoalTM
; normativa desta entidade que, por exemplo, exige que a certificação
ambiental LEEDTM
seja verificada em todas as arenas da Copa do Mundo de 2014.
O Capítulo 4 institui os materiais e método de trabalho para os procedimentos
de avaliação da sustentabilidade da Arena Pantanal.
O Capítulo 5 implementa os resultados e as discussões do estudo de caso: a
Arena Pantanal, seus conceitos de sustentabilidade e critérios utilizados em projeto
(com base em uma ampla exposição de modelos de estádios mundialmente
sustentáveis). Além de analisar, brevemente, o Mundial, no Brasil, e em Cuiabá.
O Capítulo 6 traz as considerações finais para a pesquisa realizada
considerando os objetivos apresentados no Capítulo 1.
Por último, são apresentadas as principais referências teóricas e eletrônicas
utilizadas para a produção desta dissertação, assim como apêndices e anexos.
É de interesse salientar que, com a apresentação destes resultados, este estudo
servirá de alicerce referencial para a implantação e construção de novas arenas
poliesportivas e estádios de futebol baseados em projetos mais sustentáveis; já que
um dos maiores desafios da sustentabilidade é aplicar a teoria em prática.
24
25
2. SUSTENTABILIDADE: CONCEITOS GERAIS
Neste capítulo serão abordados os ideários da sustentabilidade, inicialmente,
através de sua contextualização histórica e de sua evolução para o conceito de
desenvolvimento sustentável. A segunda seção apresentará um breve histórico da
sustentabilidade aplicada à construção civil. Já a terceira seção abordará os diferentes
selos de certificação ambiental; instrumentos criados e destinados a verificar o grau
de sustentabilidade de edificações, educar seus usuários e assim reduzir os impactos
negativos da construção civil sobre o meio ambiente. A quarta seção se limitará a
certificação norte-americana LEEDTM
, uma das mais importantes do mundo e
recomendada pela FIFA para a construção/reforma de estádios de futebol. Por
último, algumas considerações sobre a temática serão apresentadas na seção 2.5.
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Ao longo da história múltiplos eventos científicos, publicações e acordos
internacionais foram firmados com o desígnio de despertar a sociedade para os
problemas decorrentes do desenvolvimento sem limites e permitir as futuras gerações
o mínimo de impactos negativos ao meio ambiente. A sustentabilidade que será
tratada nesta seção está diretamente relacionada à evolução econômica do homem e
da apropriação deste dos insumos disponibilizados pelo planeta. Abaliza-se a seguir,
os principais episódios com vistas a contextualizar esta pesquisa.
A Revolução Industrial, na Inglaterra, em meados do século XVIII, é
considerada um dos principais marcos de transformação do homem sobre a natureza,
a economia, a sociedade e sobre a tecnologia. Com a expansão desta pelo mundo, nos
dois séculos consecutivos, nunca, em toda a história, se consumiram combustíveis
fósseis, matérias-primas e energia com tanta intensidade (ANDRADE, 2010).
26
Nesse período, a natureza foi transformada, gradativamente, em objeto
econômico de consumo, fruto da ratificação do capitalismo como sistema econômico
vigente. O que ocasionou, desde então, uma série de impactos negativos sobre a
saúde humana e sobre o planeta como: aquecimento global; degradação ambiental;
desequilíbrios ambientais; desigualdades sociais; aumento da poluição e das doenças
correlacionadas; crescimento da pobreza extrema; dentre outros.
O atual sistema econômico considera os recursos naturais infinitos - já que
com o avanço tecnológico são possíveis substituições de recursos - e se considera
inofensivo ao meio natural; apenas se preocupando com a produtividade e com o
aumento de riquezas. O Produto Interno Bruto (PIB) de um país, por exemplo, que
mede seu grau de prosperidade (bem-estar social e o desenvolvimento), não tem uma
preocupação com a sustentabilidade e sim com a ideia de que um crescimento
infinito é sinônimo de desenvolvimento e de uma melhor qualidade de vida.
O relatório apresentado em fevereiro de 2007 pelo Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) relata que se mudanças no
modelo de produção e consumo, de cultura e da forma de viver não forem aprovadas
brevemente, a humanidade sofrerá graves consequências e catástrofes ambientais.
Após a Segunda Guerra Mundial, com a retomada do crescimento
populacional, a expansão de técnicas construtivas e a abundância de combustíveis
fósseis baratos (como o petróleo e o carvão mineral), disseminaram pelo mundo,
inadequadamente, em ambientes climatologicamente distintos, o uso das mesmas
matérias-primas e soluções tecnológicas (ANDRADE, 2010). Soluções que além de
não respeitarem culturalmente e arquitetonicamente as peculiaridades locais
difundiram equívocos nas obras de engenharia e graves problemas ambientais.
Entretanto, foi só a partir da década de 1960, ou seja, quase dois séculos
depois, que o descaso com o meio ambiente passou a constar na pauta de problemas
a serem resolvidos por diversos cientistas e instituições. Já que até então, cada
empresa concebia seu modelo de gestão ambiental, em função da falta de um aparato
legislativo governamental. Em 1968, foi fundado o Clube de Roma, um grupo
formado por intelectuais, empresários e políticos, sem fins lucrativos, que
questionavam o modelo de produção, a estrutura de consumo e as questões
relacionadas com a poluição e o meio ambiente (SEIFFERT, 2007).
27
Na década de 1970, o Clube de Roma, como resultado dessas discussões e
debates, divulgou o seu primeiro relatório “Os Limites do Crescimento” (do original,
em inglês, The Limits of Growth), de 1972, onde apontou as consequências da
poluição gerada pela sociedade industrial até então; através da relação do
crescimento exponencial desastroso da população diante dos insumos disponíveis.
Com o lançamento de tal relatório se intensificaram as reuniões internacionais
promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), Organizações Não
Governamentais (ONGs), Fundo Mundial Para a Natureza (WWF, da sigla em
inglês) e Estados em prol da normatização de modelos de gestão ambiental e da
criação de uma agência reguladora (BISMARCHI, 2011).
O marco destes encontros ocorreu em 1972, a Conferência de Estocolmo
Sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas a primeira tentativa mundial de
organizar as relações do homem e do meio ambiente. Dentre os principais assuntos
discutidos destacaram-se as responsabilidades dos países centrais com o consumo
exagerado, a infraestrutura de países emergentes e o crescimento demográfico dos
países periféricos. A declaração sobre o meio ambiente humano foi o documento
confeccionado por tal encontro e abordou os princípios de comportamento e
responsabilidade que deveriam governar as decisões concernentes as questões
ambientais; reconhecendo a importância da educação ambiental (BRASIL, 2010).
Um ano depois, o mundo foi assolado pela segunda crise mundial do
petróleo em protesto ao apoio prestado pelos Estados Unidos a Israel durante a
Guerra do Yom Kippur1, fazendo com que os países árabes participantes da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aumentassem o preço do
petróleo em mais de 300%. Com esta crise, as ideias pela busca por sistemas
passivos de conforto no ambiente construído e aproveitamento de recursos naturais
foram retomadas (CORBELLA; YANNAS, 2009).
Em 1977, na Geórgia, país do leste europeu, realizou-se a Conferência de
Tbilisi, através de uma parceria da Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO) com o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) da ONU. Nela ficou estabelecido que o processo educativo
1 Conflito armado ocorrido de 06 a 26 de outubro de 1973, também conhecido como Guerra do
Ramadã. O Oriente Médio teve nas localidades da Península do Sinai, Colinas de Golã e adjacências,
um combate direto entre Israel, que fora vencedor, e uma aliança formada pela Síria, Egito e Iraque.
28
necessitaria focar os problemas ambientais, através da interdisciplinaridade e da
participação ativa de toda a sociedade (BRASIL, 2010). Dois anos depois, foram
firmadas a Convenção de Berna sobre a proteção de habitats e a Convenção de
Genebra sobre a poluição atmosférica.
No Brasil, nesta mesma década, ocorreram os primeiros movimentos sociais
pelo meio ambiente; o que fez com que o país participasse da reunião de Estocolmo,
de 1972, com uma posição da ditadura militar de que “nada poderia impedir o
crescimento econômico”. Entretanto, esta posição é contraditória já que em 1973 foi
criada uma Secretaria Especial do Meio Ambiente.
Na década de 1980, a pressão direta dos ambientalistas sobre as corporações e
os Estados tomava força. Empresas, investidores e seguradoras passaram a reagir a
estas pressões e buscaram incorporar normas ambientais a processos e produtos
como sinal de responsabilidade social. Inspirado nos Estados Unidos da América
(EUA) - que na década anterior tornara obrigatório a realização de Estudos de
Impactos Ambientais - diversos outros países adotaram tal medida. Outro país da
América do Norte, o Canadá, se tornou a primeira nação a lançar um modelo de
gestão ambiental o Programa de Ação Responsável desenvolvido pela Associação
das Indústrias Químicas do Canadá, em 1984 (SOUSA, 2010). Um ano antes fora
assinado o Protocolo de Helsinque, na Finlândia, sobre a Qualidade do Ar, temática
novamente discutida quatro anos depois, no Protocolo de Montreal, no Canadá, que
aborda as substâncias que destroem a camada de ozônio.
Contudo, foi só em 1987 com a divulgação do Relatório Brundtland (Nosso
Futuro Comum), fruto da Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento da ONU, de 1983, que o conceito de desenvolvimento sustentável
fora empregado pela primeira vez na história. Onde, segundo sua definição, as
necessidades dos mais pobres, devem receber prioridade máxima, assim como, deve
haver um limite de tecnologia e da organização social, para que as futuras gerações
possam também satisfazer as suas reais necessidades (ONU, 1987).
O Brasil, nesta década, evoluiu em relação às questões ambientais até então
incipientes; além de participar da Conferência da ONU de 1983 sobre o Meio
Ambiente, criou em 1981, através da Lei Federal 6938/81 o Sistema Nacional do
Meio Ambiente e o Conselho Nacional do Meio Ambiente. Com a redemocratização
29
do país, em 1988, foi ratificada a nova Constituição Federal com direito a um
capítulo específico sobre o meio ambiente. Já em 1989, foi criado o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
unificando todos os institutos e secretarias anteriormente sancionadas.
Na década de 1990, com o fortalecimento das comunicações em nível global,
houve uma maior pressão sobre governos e empresas em relação à ética e a
transparência de ações. O mercado consumidor mundial se tornou mais consciente e
a sustentabilidade se tornou o diferencial de produtos e países. A assinatura de
diversos acordos internacionais sobre a camada de ozônio (Protocolo de Montreal de
1987), o transporte de materiais poluentes (Convenção da Basiléia de 1992) e a
emissão de gases estufa (Mandato de Berlim de 1995) é um marco desta política.
No entanto, o grande balizador desta década é a Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, realizada na capital
fluminense, ou também chamada de ECO 92, Cúpula da Terra, ou Rio 92. Nela, os
172 países presentes foram apresentados às normas da Organização Internacional
para Padronização (ISO): Gestão Ambiental (ISO 14000) e Sistema de Gestão
Ambiental (ISO 14001) e definiram uma série de ações para a melhoria do meio
ambiente associado ao desenvolvimento e para a criação da Declaração do Rio, a
Declaração dos Princípios Sobre Florestas, a Convenção Sobre Diversidade
Biológica, além da principal delas: a Agenda 21.
A Agenda 21 é o planejamento a ser adotado pelas esferas de governo em
prol de uma sociedade sustentável, através de métodos de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica. O documento é dividido em 40 capítulos com 2500
recomendações e estratégias para conservação do planeta, além de metas em prol da
exploração sustentável (CNUMAD,1997).
Dentre os principais desdobramentos da Rio-92 destacamos a Conferência
das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do
Clima (UNFCCC) 2
- que se reúne anualmente para debater o aprofundamento das
regras de redução das emissões de gases-estufa e a proposta de um modelo de
desenvolvimento limpo aos países em desenvolvimento; e a Reunião das Partes do
Protocolo de Kyoto (CMP) de 1997, no Japão, talvez a mais famosa desta temática
2 A Primeira delas ocorreu em Berlin, na Alemanha, em 1995, em 2012, a XVIII ocorrerá no Qatar.
30
de combate ao aquecimento global, que trata suas partes de forma diferenciada; ao
creditar aos países mais industrializados uma obrigação maior em reduzir as
emissões de gases poluentes na atmosfera. Podendo estes, também, comprarem
créditos de carbono, através de um sistema de comércio de emissões entre diferentes
países, desde que invistam em tecnologias limpas. Contudo, tal sistema é incoerente
já que permite que países ricos continuem poluindo, ao manter os países pobres
endividados. Este acordo ratificado, em 2005, ficou famoso pela recusa dos Estados
Unidos da América, um dos principais poluidores mundiais, em firmá-lo.
Ainda em 1997, em Nova Iorque, foi realizada a 19ª Sessão Especial da
Assembleia-Geral das Nações Unidas, também designada Rio + 5, com o objetivo de
avaliar os cinco primeiros anos de operação da Agenda 21. O encontro identificou as
principais dificuldades relacionadas à implementação do documento, priorizou ações
para os anos posteriores e conferiu impulso político para as negociações ambientais
em curso ao difundir a temática nos meios de comunicação (COSTA, 2008).
O Brasil, nesta mesma década, implantava efetivamente a Lei Ambiental de
1981, através do Decreto Federal 99274/90. Em 1998, foi criada a Lei de Crimes
Ambientais e após diversos nomes e alterações, em 1999, foi designado Ministério
do Meio Ambiente à antiga Secretaria Especial do Meio Ambiente (SOUSA, 2010).
Campanhas e ações publicitárias por parte do governo e de companhias privadas
explicitando seu compromisso com a questão socioambiental se intensificaram
também neste mesmo período.
Já no começo do século XXI, a sustentabilidade antes restrita a intelectuais e
políticos se “democratizava” e passava a ser vinculada em todos os meios de
comunicação como forma de estímulo, ou mesmo pressão para que governos e
empresas incorporassem conceitos de desenvolvimento sustentável.
Historicamente, em 2002, na África do Sul, em uma de suas capitais,
Johannesburgo, foi realizada a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento
Sustentável, também conhecida como Rio + 10, ou Cúpula da Terra de
Johannesburgo, como forma de analisar os resultados alcançados até então e indicar
o caminho a ser seguido para ratificar seus compromissos. A principal proposta desta
conferência foi elevar a fração de energia renovável do mundo para 10%, até 2010,
porém, por não ter sido aprovada na íntegra, não foi fixada para todos os países.
31
No Brasil, o começo do século XXI é marcado por esforços do setor público,
privado e da sociedade civil organizada pela incorporação dos conceitos de
sustentabilidade, seja através da mobilização local, seja pelo fortalecimento das
associações, organizações e conselhos de meio ambiente. Em 2001, foram
estabelecidas as diretrizes gerais da política urbana em prol de cidades sustentáveis,
pela Lei nº 10.257, conhecida também como Estatuto das Cidades. Já, em 2002, a
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) elaborou a Agenda
21 brasileira; com o objetivo de propor estratégias, instrumentos e recomendações
voltados para o desenvolvimento sustentável do país.
O ano de 2012 foi marcado pela Rio + 20, conhecida também como
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Realizada entre
os dias 13 e 22 de junho, na capital fluminense, tinha como objetivo discutir sobre a
renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável. O maior
evento realizado pelas Nações Unidas até então tratou de temas relacionados aos
recursos naturais do planeta, oceanos, a dimensão econômica, como também de
questões sociais como a falta de moradia, erradicação da pobreza e a participação da
mulher na sociedade. Com ela foi confeccionado um relatório “The Future We Want”
(O Futuro que Queremos, do original em inglês) de 49 páginas, que não foram
suficientes para incluir propostas importantes, relacionadas à “Economia verde no
contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, assim como
da “Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”, através de objetivos
de sustentabilidade, decorrentes das divergências entre os principais interesses dos
líderes de governos. Países europeus e africanos, por exemplo, ficaram insatisfeitos
do PNUMA não ter se tornado uma Agência, o que para a mídia, em geral, refletiu o
fracasso, ou a estagnação deste encontro (CARVALHO et al., 2012).
Todavia, uma série de mais de 700 acordos paralelos foram firmados entre
empresas, governos e instituições e prometem impactos positivos ao meio ambiente,
através da conscientização da sociedade e de um orçamento de mais de 513 bilhões
de dólares. Estes recursos serão investidos em projetos de transporte, energia e
proteção ambiental, como por exemplo, para combater o aquecimento global.
Neste mesmo encontro, em um evento paralelo, o Grupo das Grandes Cidades
para Liderança do Clima (C40) formado por amplas metrópoles mundiais,
32
empenhadas em debater e combater as mudanças climáticas efetivou o Rio + C40.
Neste, 58 prefeitos de todo o mundo (inclusive das cidades brasileiras de Curitiba,
Rio de Janeiro e São Paulo) ratificaram a redução da emissão de mais de um bilhão
de toneladas de gases responsáveis pelo efeito estufa até 2030. Juntas, estas cidades
representam 18% do PIB mundial, consomem 75% da energia mundial e representam
uma, em cada 12 pessoas, no mundo. É evidente que estas cidades têm muito a fazer,
pois o debate sobre a diferença entre crescimento e desenvolvimento ainda não foi
finalizado e profundas transformações nas estruturas socioeconômicas ainda são
necessárias para a implementação da sustentabilidade plena (VEIGA, 2005).
Ao tratar deste assunto, uma das metodologias mais aceitas, para determinar o
conceito de desenvolvimento sustentável, já que sua interpretação não é universal e
varia em função das diferentes áreas e prioridades, é aquela que a define como o
equilíbrio de um tripé formado por: aspectos socioculturais, aspectos ambientais e
aspectos econômicos; ou seja, o que é ecologicamente correto, economicamente
viável, socialmente justo e culturalmente aceito.
Segundo Bismarchi (2011), este conceito, apresentado pelo Relatório
Brundtland, deve, nos próximos anos, se integrar de forma consistente ao corpo de
conhecimentos existentes tanto das ciências humanas quanto das naturais, como
argumentava Sachs (2002), há a necessidade de “voltar à economia política e a um
planejamento flexível negociado e contratual, simultaneamente aberto para as
preocupações ambientais e sociais”.
Sachs (2002), por exemplo, apresenta os critérios da sustentabilidade
distribuídos em oito dimensões: Social; Cultural; Ecológica; Ambiental; Territorial;
Econômica; Política Nacional e Política Internacional, onde cada uma delas traz
objetivos a serem alcançados, ainda que qualitativos, a fim de tornar a sociedade
mais sustentável, partindo das políticas públicas, estratégias corporativas e
movimentos sociais (ANDRADE, 2010; BISMARCHI, 2011).
Edwards (2008) relaciona o desenvolvimento sustentável aos princípios que
criaram a arquitetura clássica: firmitas, utilitas e vetustas (solidez, utilidade e
beleza). Para ele, “um projeto não é economicamente sustentável se não cumprir uma
função efetiva; não é ambientalmente sustentável se não for construído de forma
sólida; e não é socialmente sustentável se não for desejável por seus usuários”.
33
Outra abordagem, em defesa do desenvolvimento sustentável, através de
mudanças dos padrões de consumo e produção é a apresentada pelo PNUMA e
conhecida como 3R’s: REDUZIR (o desperdício e o consumo), REUTILIZAR
(materiais) e RECICLAR (dando preferência para os que podem ser reciclados).
Manzini e Vezzoli (2002) indicam que a atual sociedade poderá se tornar
objetivamente sustentável, desde que, a pegada ecológica (o quanto de terra e água
são necessários para atender ao estilo de vida dos indivíduos) e o uso de bens
materiais sejam os menores possíveis e planejados; atendendo a mudanças técnicas e
culturais, para alcançar os seguintes requisitos gerais:
- Fundar-se essencialmente em recursos renováveis;
- Aperfeiçoar o emprego de recursos não renováveis;
- Não acumular dejetos impassíveis de renaturalização;
- Limitar as sociedades “ricas”, ou “pobres” ao gozo do espaço ambiental ao
qual potencialmente têm direito.
Apesar dos marcos e acordos aqui apresentados, as práticas do
desenvolvimento sustentável só serão possíveis através da elaboração de uma agenda
de prioridades com metas e objetivos de médio/longo prazo, debatidas em conjunto
entre todos os atores sociais envolvidos, com a finalidade de redefinir padrões de
consumo, de produção e da avaliação do bem-estar social.
O setor da construção civil, sem dúvida, continua sendo um dos principais
consumidores de recursos naturais e, por isso também, vem sendo desafiado a
promover a sustentabilidade. Ele é responsável por 40% da emissão de gás
carbônico, na atmosfera; e consome de 100 a 200 vezes mais recursos que a indústria
automobilística. No Brasil, consome dois terços de toda a madeira extraída; é
responsável por 21% do consumo de água; 35% da emissão de gases do efeito estufa;
70% dos resíduos e utiliza 42% da eletricidade produzida (BERROCAL, 2012).
Desta forma, deve-se analisar este setor de forma holística, incluindo seus atores,
alvos, suas diferentes necessidades e metas; só assim, poderão ser entendidas as
ações tomadas para se alcançar os objetivos da sustentabilidade (BISMARCHI,
2011).
34
2.2. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Longe de se aprofundar numa discussão minuciosa sobre os constituintes da
sustentabilidade na construção civil, o que por si só, já seria uma pesquisa complexa;
esta seção pretende discorrer sobre a evolução deste conceito no desenvolvimento
deste importante setor, até chegar à compreensão atual: da necessidade de mudanças
e da adoção de uma postura mais ecológica.
O setor da construção civil é vital e estratégico para o desenvolvimento de
qualquer país do mundo, tanto pela edificação de estruturas físicas, quanto pelo
processo da cadeia construtiva de absorção de mão-de-obra, investimentos e
recolhimento de impostos. Entretanto, ao mesmo tempo, é um dos maiores
causadores de impactos ambientais, pela elevada demanda de insumos em todo o
ciclo da vida útil de uma edificação (JOHN, 2009).
Originalmente, o conceito de análise do ciclo de vida, anteriormente citado,
foi desenvolvido para a avaliação de impacto de produtos e posteriormente, foi
adaptado para o desenvolvimento de metodologias de avaliação ambiental de
edificações, na Europa, EUA e Canadá, no início da década de 1990 (SILVA, 2007).
Desta forma procura descrever todos os fluxos de entrada e saída de um produto de
forma mais objetiva possível, explicitando o consumo de recursos e a saída de
emissões e resíduos. É uma das poucas bases aceitas internacionalmente para
comparar materiais, tecnologias, componentes e serviços utilizados, ou prestados.
No contexto da construção sustentável é difícil separar meio ambiente de
fatores econômicos, à medida que, com a redução dos insumos disponíveis, há o
aumento da poluição, de passivos ambientais e do desequilíbrio na oferta-procura e
na qualidade dos produtos (NASCIMENTO, 2010). Desta forma, no âmbito da
construção civil, historicamente, estes termos se inter-relacionam, de modo que as
edificações podem ser utilizadas como instrumentos para averiguar a disseminação
de conceitos de sustentabilidade (LAMBERTS et al., 2010). No entanto, não existe
um padrão único para que uma construção possa ser classificada como sustentável,
tudo dependerá do nível de impactos gerados pela obra, ao meio ambiente3.
3 No Brasil, em grandes projetos deve-se intervir numa etapa anterior da decisão à realização de um
determinado projeto que acaba resultando na elaboração de um estudo/relatório de impacto ambiental
(EIA-RIMA), que visa abordar preventivamente os impactos e apresentar e analisar alternativas.
35
Desde a década de 1960, pioneiros ambientais vêm alertando que o mundo
terá de mudar e adquirir uma “consciência verde”, na construção civil, ou seja, esta
deverá responder aos desafios ambientais, sendo ela mesma um modelo de solução.
Um bom modelo deverá utilizar a energia elétrica de forma eficiente, conservar o
máximo de recursos possíveis, dentre outros aspectos; contudo, as novas formas de
viver do ser humano, se tornaram um verdadeiro problema para este setor.
Qualquer decisão tomada na engenharia de projeto de um edifício afeta a
sociedade e o meio ambiente por um longo período. Dentre os materiais aqui,
amplamente empregados, o uso de tijolos, por exemplo, apresenta quatro vezes mais
energia embutida do que a madeira; já o concreto e o aço, em torno de cinco e dez
vezes mais, respectivamente. Enquanto o alumínio e o vidro são materiais produzidos
com índices de poluição maiores que os anteriormente expostos (AALTONEN,
2008). Assim, é preciso identificar a trajetória de cada material, recurso a ser
empregado “do seu berço ao seu túmulo”, isto é, da fonte de onde é extraído, até a
sua destinação final, opções que possam vir a minimizar este percurso e os impactos
potenciais desta trajetória. O fim a ser buscado com a adoção destas medidas, além
de retardar os impactos ao meio ambiente, proporciona ao ser humano uma melhoria
de sua qualidade de vida (SATTLER, 2007).
O planeta sente, hoje, os efeitos da ação negativa do homem sobre a natureza
e por isso, é essencial que se alcance um modelo de desenvolvimento sustentável, ou
seja, um modelo com qualidade que consiga equilibrar harmoniosamente as
demandas sociais, com os cuidados ambientais e com a viabilidade econômica
(BISMARCHI, 2011). No entanto, a incorporação destes critérios ditos sustentáveis
ainda é um grande desafio para este setor, mesmo com as pressões externas sob a sua
cadeia produtiva. Segundo relatórios, em 2009, do Conselho Brasileiro de
Construção Sustentável, estima-se que entre 40 a 75% dos recursos naturais,
excluindo-se a água e energia, são utilizados na construção civil.
Ao mesmo tempo, historicamente, é possível identificar, eventos, conceitos e
discussões com preocupações de cunho sustentável; na tentativa de conciliar
harmonicamente: meio ambiente, homem e arquitetura (BRASIL, 2010).
Uma das primeiras tentativas refere-se à preocupação oriunda com a crise
energética da década de 1970, da incorporação de recursos não renováveis na
36
construção civil, a “Arquitetura Solar” como ficou conhecida. Até então, a partir da
década de 1940, o mundo reproduziu uma arquitetura igual em qualquer parte do
planeta, “Estilo Internacional”, marcada por panos de vidro e não respeitosa as
peculiaridades ambientais locais; que se estabeleceu ao apoiar-se em onerosos
sistemas de controle climático prediais, principalmente os aparelhos
condicionadores, com elevados gastos energéticos (GONÇALVES, 2003).
Foi a partir desta crise, com ápice em 1973, com o aumento dos custos, em
mais de 300%, dos barris de petróleo que o conceito de ecodesenvolvimento,
apresentado pela primeira vez por Maurice Strong, secretário-geral da Conferência
de Estocolmo, no intuito de orientar o desenvolvimento para aspectos ecológicos, se
firmou; se originalmente fora concebido apenas para áreas rurais do Terceiro Mundo,
passou a ser considerado, como aplicável também as áreas urbanas, ao coletar calor
do sol como fonte alternativa ao consumo elétrico, por exemplo, (BAPTISTA, 2008).
Na década de 1980 surge o conceito de “edifício inteligente” que pode ser
definido de forma bem sucinta, como: o mínimo de avanço tecnológico capaz de
aperfeiçoar sistemas e a qualidade de uma edificação com a devida redução de
custos. Tal conceito, constantemente, é confundido com o de edificações
sustentáveis, já que algumas medidas adotadas no primeiro contribuem para o menor
consumo de água e energia, questões ligadas diretamente à segunda consideração.
Segundo Brasil (2010), na mesma década de 1980, surgiram, no país, os
primeiros laboratórios de conforto ambiental com a finalidade de estudar o ambiente
construído e práticas de eficiência energética4. Prática que foi adotada no currículo
de todos os cursos de Arquitetura & Urbanismo através do decreto n° 79.260/77 e
das portarias do Ministério da Educação números 244/85, 607/85 e 862/86.
Já na década de 1990 foi lançado o conceito de arquitetura ecoeficiente com
foco na alta qualidade ambiental da edificação. Temáticas referentes, por exemplo, a
fontes energéticas alternativas, preocupações com o conforto ambiental, avaliações
da qualidade do ar e da água, gestão de resíduos, dentre outros assuntos, ganharam
discussões e análises de instituições acadêmicas e de representantes da sociedade.
4 Segundo Brasil (2010) os primeiros laboratórios de conforto ambiental implantados foram: o
Laboratório de Conforto Ambiental (LCA) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
vinculado a Secretaria de desenvolvimento do Estado de São Paulo, fundado em 1980; o Laboratório
de Conforto Ambiental (LACAM) da Universidade Federal da Bahia, fundado em 1985; e o
Laboratório de Conforto Ambiental (LABCON) da Universidade Santa Catariana, fundado em 1986.
37
No século XXI, com a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável,
surgiram os conceitos de sustentabilidade para a arquitetura e para a construção civil:
A arquitetura sustentável pode ser dividida em sustentabilidade
financeira, ambiental, social, espacial e ecológica:
• Sustentabilidade financeira: crescimento através do uso eficiente dos
recursos (mão de obra, materiais, água e energia) financeiramente viáveis;
• Sustentabilidade ambiental: evitar efeitos prejudiciais ao ambiente
através de uso cuidadoso de recursos naturais, minimização de resíduos,
proteção e melhoria do ambiente;
• Sustentabilidade social: responder às necessidades dos “atores sociais”
envolvidos no processo de construção (do planejamento à demolição), in-
cluindo alta satisfação do cliente e do usuário, fornecedores compro-
metidos ambientalmente, respeito aos funcionários e comunidades locais;
• Sustentabilidade espacial: localização e relação com a vizinhança e a
cidade minimizando impactos negativos;
• Sustentabilidade ecológica: possibilitar a permanência ou menor
interferência nos ciclos naturais como a realimentação dos lençóis
freáticos. (LOMARDO et al., 2005)
A sustentabilidade na construção civil é o “processo holístico5 para
restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar
estabelecimentos que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade
econômica” (CIB, 2002). Alguns arquitetos podem ser destacados pelo aporte no
campo da sustentabilidade e da inserção destes conceitos em suas obras.
O norte-americano Frank Lloyd Wright (1867-1959), por exemplo, foi
marcado pela sua tentativa de expressar a denominada “arquitetura orgânica”, ou
seja, a tentativa de integrar a edificação e seus elementos arquitetônicos ao seu
entorno; com a maior utilização possível de insumos locais e o menos impactante
possível ao meio ambiente.
O suíço Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo seu
pseudônimo Le Corbusier (1887-1965) contribuiu com a inserção de pilotis nas
edificações, o que tornou livre a circulação do ar e pedestres no pavimento térreo; a
utilização de coberturas habitáveis; e terraços-jardins.
5 Caráter “holístico” – caracteriza-se pela visão interdisciplinar e transdisciplinar da sustentabilidade
em que busca uma abordagem pluridimensional, aberta e indissociável por parte de todas as áreas do
conhecimento. As outras duas vertentes básicas da sustentabilidade são a “progressiva” – que por sua
aplicação dinâmica e contínua define metas e constitui processos para atingir relações e condições
específicas – e a “histórica” – que se caracteriza pela abordagem no que toca às especificidades
espaciais e temporais das comunidades envolvidas (SILVA, 2000 apud OLIVEIRA, 2006).
38
Tais influências internacionais foram assimiladas nas obras de importantes
nomes da arquitetura brasileira como: Roberto Burle Marx (1909-1994) e seus
trabalhos paisagísticos; Oscar Niemeyer (1907-2012) e seus brise-soleils e cobogós
cerâmicos; e João da Gama Filgueiras Lima, o “Lelé” (1932-) pelas suas
preocupações com as questões de racionalização, iluminação e ventilação naturais.
É exatamente na etapa de processo de projeto, que arquitetos e engenheiros
têm grande destaque; já que nesta fase, que engloba desde a concepção até as ideias
do reuso do edifício, se ações, decisões e técnicas de sustentabilidade forem tomadas
corretamente, maiores serão as chances de sua qualificação (BRASIL, 2010).
Hoje, infelizmente, estes critérios são adotados de forma aleatória e sem sua
correta inserção, na maioria dos casos, pela falta de conhecimento de seus
responsáveis das diretrizes específicas de processo de projeto e de produto. À medida
que estes estiverem presentes em um maior número de fases da edificação
(idealização, concepção, projeto, construção, uso, manutenção e final da vida útil),
principalmente nas iniciais, maior será a sustentabilidade do empreendimento.
Quanto mais distante desta etapa, menores serão as possibilidades de minimização
dos impactos ambientais gerados, entretanto, é justamente o contrário que ocorre.
É válido ressaltar também, que inserir critérios de sustentabilidade no
processo de projeto não é somente uma questão metodológica e sim uma questão de
mudança de paradigmas no setor da construção civil. Quanto maior a aplicação
destes conceitos em unidades significativas, maior será sua visibilidade. Em obras
públicas, por exemplo, os conceitos sustentáveis e de eficiência energética devem ser
contemplados já no edital do processo licitatório. No Brasil, a exemplo, para obras da
Administração Federal, existe a Normativa n° 1 de 19 de janeiro de 2010 que dispõe
sobre critérios específicos para a aquisição de bens e serviços (VIGGIANO, 2010).
A elaboração de um projeto dito sustentável seja este da iniciativa privada,
ou pública necessita de uma metodologia cíclica e não mais linear6, pois esta
possibilita a avaliação e a reformulação de soluções ao longo de todo o processo, ao
permitir a interação entre equipes e profissionais ao longo de todas as etapas da obra
(VIGGIANO, 2010). Esta metodologia deve ser aliada as premissas e diretrizes de
6 O método linear parte de uma única via de informações encadeada em forma de uma sequência de
ações preestabelecidas, de forma que cada etapa vencida é uma etapa finda que não admite reavaliação
(VIGGIANO, 2010).
39
trabalho que contemple os quesitos de sustentabilidade factíveis dentro da realidade
do sítio e do projeto em questão. Há, entretanto, uma cultura lastimável, neste setor,
principalmente no Brasil, de se gastarem pouco tempo e recursos na fase de
concepção de projetos, como forma de se cortarem custos globais ditos
“desnecessários” (NASCIMENTO, 2010).
Grande parte dos empreendimentos concebidos é construída e entregue para
uso, sem grandes preocupações referentes ao quanto de recursos naturais e
energéticos serão consumidos, assim como, do quanto de gases do efeito estufa serão
produzidos; gerando um problema que deverá ser suportado por décadas por toda a
sociedade (CEOTTO, 2006). Todavia, quando as preocupações são levadas em
consideração, estas podem ser traduzidas, por exemplo, na busca por boas práticas de
projeto, como destacam, o Conselho Brasileiro de Construção Civil – CBCS (2009) e
a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura - AsBEA (CIC, 2008):
• Aproveitar ao máximo as condições naturais locais;
• Utilizar o mínimo do terreno e integrar a obra ao ambiente natural;
• Analisar o entorno para a implantação;
• Não provocar, ou reduzir os impactos no entorno;
• Promover a qualidade ambiental interna e externa;
• Gerir de forma sustentável a implantação da obra;
• Adaptar o projeto às necessidades atuais e futuras dos usuários;
• Utilizar insumos locais e que contribuam com a ecoeficiência do processo;
• Reduzir o consumo energético, de água e de materiais;
• Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos;
• Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável;
• Conscientizar os envolvidos do processo, através da educação ambiental.
Estes exemplos de princípios da sustentabilidade, da construção civil, não são
vistos ao longo prazo, mesmo que acarretem lucros para as corporações e uma maior
prosperidade econômica e social, e não somente ambiental. Geralmente, as empresas
se preocupam somente com a parte econômica e com o ônus do montante inicial, sem
se importar com o pagamento desta tecnologia empregada em mais, ou menos tempo.
40
É sabido que para cada centavo gasto na construção, aproximadamente, o triplo será
gasto em operação, manutenção e renovação (SILVA, 2009).
Segundo Gomide et al. (2006), a sustentabilidade do empreendimento pode
ser alcançada, em parte, por uma boa manutenção; uma vez que esta tem a finalidade
de viabilizar a disponibilidade de sistemas, com o menor valor e desperdícios. Além
de também, se comprometer a racionalizar o uso de recursos naturais e de se
preocupar com as questões de impacto ambiental e urbano.
A sustentabilidade segundo Motta, Aguilar, Andery (2009), pode ser inserida,
em uma empresa, horizontalmente, ou verticalmente. No primeiro caso, a adoção
destes requisitos se converge em ações; enquanto no segundo, são incorporadas as
estratégias da empresa, de forma a se tornar um diferencial de competitividade.
A empresa que busca a sustentabilidade levanta discussões positivas sobre a
importância de se pensar em empreendimentos verdes, em ganhos de eficiência, em
inovação tecnológica e de gestão, de todas as partes interessadas: indivíduos,
sociedade, fornecedores, universidades, instituições, investidores, agentes públicos,
etc. Como forma de se exemplificar o papel de cada um destes atores, citam-se:
• Os consumidores estejam estes isolados, ou em conjunto, são primordiais ao
mercado, ao fazer reivindicações e cobranças por sustentabilidade e inovação.
• Fornecedores necessitam rever suas prioridades para buscar novas soluções
e inovações a partir de parcerias com os demais agentes da construção civil.
• O setor de ensino e pesquisa é vital, ao disseminar novos conhecimentos e
prover serviços independentes de monitoramento e avaliação.
• Na conjuntura institucional, a existência de um empenho pela busca da
qualidade, seja nas ações de elaboração das Normas Brasileiras7, por parte da
ABNT, seja nos esforços dos operadores públicos, como: o BNDES e a Caixa
Econômica Federal de investirem mediante a certificação ambiental.
• Os investidores buscam empreendimentos economicamente viáveis, dentro
das novas tendências e técnicas de sustentabilidade empregadas.
7 Um dos grandes destaques é a NBR 15575 (editada em 2008, mas em vigor a partir de 2010) que
levantou discussões, de forma inédita no país, em relação ao desempenho das edificações, a sua
aplicabilidade como um todo e ao emprego da mão-de-obra na construção civil (BISMARCHI, 2011).
41
• Já os agentes públicos, como as prefeituras, são responsáveis por todo o
arcabouço legal e seu funcionamento, devendo ser os principais
incentivadores para a transformação e a adoção de medidas sustentáveis.
Para se alcançar esta sustentabilidade na construção civil, através de projetos
efetivamente sustentáveis, alguns compromissos devem ser ratificados pelas
empresas da cadeia produtiva; apresentam-se aqui três pré-condições fundamentais:
Pré-condição 1 – Um projeto de sustentabilidade tem que ter qualidade:
A qualidade garante que níveis de excelência sejam atingidos, mantidos e
disseminados nos processos das empresas. A gestão da qualidade,
especialmente a busca por melhoria contínua, é um pré-requisito para a
sustentabilidade porque estimula a melhoria constante dos processos
empresariais, que estão ligados ao consumo de recursos naturais,
produtividade, desperdício, durabilidade, entre outros.
Pré-condição 2 – Sustentabilidade não combina com informalidade
É fundamental selecionar fornecedores, tanto de materiais e serviços,
assim como a equipe da mão-de-obra. As empresas que trabalham com
fornecedores informais também se tornam informais, alimentando este
ciclo nocivo. É preciso garantir a legalidade de toda a empresa e de todos
os seus processos. Além de garantir a legitimidade da empresa, a seleção
de fornecedores formais estimula o aumento da profissionalização na
cadeia produtiva e consequente eliminação de empresas com baixa
produtividade que só se mantêm no mercado por economias advindas de
atividades ilícitas.
Pré-condição 3 – Busca constante pela inovação
Utilizar novas tecnologias, quando possível e adequado. Caso inviáveis
[sic], buscar soluções criativas respeitando o contexto. É importante que
as empresas tenham relações estreitas com agentes promotores de
inovação na cadeia produtiva, tanto na oferta de novos materiais e
equipamentos, quanto na capacitação da mão-de-obra. A base para a
sustentabilidade na construção é alinhar ganhos ambientais e sociais com
os econômicos, daí a necessidade e importância de inovações (CIC,
2008:16).
Esta sustentabilidade almejada é marcada por um design, materiais,
construções e práticas operacionais específicas que reduzem significativamente os
impactos negativos sobre o meio ambiente e seus ocupantes; considerações cada vez
mais importantes para os atuais e futuros edifícios se tornarem “verdes”, ou seja,
ambientalmente responsáveis e eficientes na utilização de energia e recursos. Além,
de adaptáveis às mudanças decorrentes do uso de seus usuários e desmontáveis ao
final de seu ciclo de vida, permitindo a utilização de seus componentes, por meio da
reutilização, ou reciclagem (SILVA, 2007).
42
Para isso, devem levar em conta medidas específicas da construção verde,
que reconhecem a interdependência de ambientes construídos e naturais. Dentre eles,
destacam-se: o aproveitamento da energia natural de processos biológicos; a
independência de combustíveis fósseis e materiais tóxicos; a eficiência de recursos e
sistemas; a promoção da ventilação e iluminação naturais; a redução da carga térmica
de edificações; o aprimoramento de componentes elétricos, luminotécnicos e
energéticos; o uso de tecnologias ambientalmente amigáveis, renováveis e
preferencialmente locais; a redução de resíduos, poluentes e a utilização de materiais
reciclados; o reaproveitamento de águas pluviais através de equipamentos com
menores fluxos de vazão; a baixa interferência com o entorno; e a sensibilização da
população referente ao impacto do desenvolvimento sobre o meio ambiente.
Os benefícios de edifícios verdes são usualmente relacionados a ações e
metas previstas em meios decisórios do desenvolvimento sustentável. Para tal,
buscam-se respostas no processo como um todo. Aqui, as Agendas 21 de cada país e
a definida pela ONU cumprem esta função, de integrar processos da natureza
completamente distintos, proporcionar a comparação de visões e percepções de
desenvolvimento sustentável e finalmente da avaliação futura do setor. Estes podem
ser divididos, normalmente, em três categorias gerais, os quais correspondem às três
esferas do desenvolvimento sustentável (ambiental, econômico e social):
Os benefícios ambientais incluem:
- Promover e proteger os ecossistemas e a biodiversidade;
- Melhorar a qualidade do ar e da água;
- Reduzir a produção de resíduos sólidos;
- Conservar os recursos naturais;
- Reduzir as emissões de carbono.
Os benefícios econômicos incluem:
- Reduzir os custos operacionais;
- Aumentar o valor de ativos e lucros;
- Melhorar a produtividade e a satisfação dos funcionários;
- Aperfeiçoar o ciclo de vida e o desempenho econômico.
Os benefícios sociais e de saúde incluem:
- A melhoria do ar, ambientes térmicos e acústicos;
- Aumentar o conforto dos ocupantes e da saúde;
- Minimizar a pressão sobre a infraestrutura local;
- Contribuir para o reforço da qualidade de vida global (FIFA, 2011:40).
Estes benefícios devem ser aliados à necessidade de se aprimorar o
gerenciamento das construções de modo a apurar o uso de recursos e garantir a
43
qualidade do processo de produção e dos produtos intermediários e finais. A
construção civil deve superar as barreiras impostas pelo avanço tecnológico, ao
buscar: a qualificação de sua mão-de-obra (um dos principais gargalos); o uso de pré-
fabricados; a incorporação de tecnologias no processo de projeto e de trabalho de
campo; meios de incrementar a produtividade, reduzir perdas e desperdícios;
potencializar a gestão; minimizar os custos da construção; investir em métodos de
trabalho que visem estimular a inovação; e o apoio à universidades e centros de
pesquisas para o desenvolvimento de novos produtos, projetos e processos. Soluções
estas, que atenderão as necessidades de todos os envolvidos, de forma mais
econômica, competitiva e com mais qualidade que as alternativas atuais.
Uma das maiores preocupações de uma construção sustentável é realmente o
gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) já que estes têm
origens diferenciadas: os que resultam da própria ação de construir, os que são
gerados pela sobra de materiais, e as embalagens de produtos que chegam à obra.
Esta heterogeneidade dificulta a reciclagem e estimula a legalidade desta temática a
nível nacional, estadual e municipal. No país, o grande impulso veio em 2002,
quando o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) aprovou a Resolução
n° 307 de 05 de julho de 2002 sobre Gestão de Resíduos da Construção Civil e
estabeleceu na prática responsabilidades para toda a cadeia envolvida.
Contudo, quando um empreendimento é viabilizado com estratégias
sustentáveis, de modo que todo o ciclo de projeto provoque o menor impacto
ambiental possível, inclusive seus resíduos; existe a possibilidade de se obter uma
certificação ambiental, ou seja, um reconhecimento da sociedade, dos fornecedores,
profissionais e do mercado da qualidade de seu processo, através de organizações
independentes que avaliam a multidisciplinaridade das partes integrantes do projeto.
Tratar-se-á melhor deste assunto na próxima seção deste capítulo.
A partir deste cenário apresentado, do mercado da construção civil, ações
devem ser propostas, discutidas e implementadas a fim de se capacitar a cadeia
produtiva para competir em um novo cenário mundial com forte pressão pela
responsabilidade socioambiental, por parte de seus usuários, mesmo que para isso
dependa muito mais de questões políticas que econômicas (BISMARCHI, 2011).
44
2.3. AS CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
Como observado pelos autores, das seções anteriores, o impacto gerado pela
construção civil ao meio ambiente vem se acentuado, assim como, a preocupação
com seus efeitos negativos. Arquitetos, engenheiros e profissionais da construção
iniciaram uma série de estudos e debates a fim de estabelecer estratégias que
diminuíssem e avaliassem tais impactos; como premissa para a incorporação destas
técnicas, em melhores níveis de qualidade ambiental de projetos.
Todavia, a sustentabilidade inserida na construção civil não se apresenta
ainda, integrada ao ciclo de vida da edificação, variando de empresa para empresa,
de acordo com os mais variados processos de gestão de projetos e de suas
metodologias correspondentes. O que vem dificultando a obtenção de índices
significativos de sustentabilidade em edificações; já que suas práticas são inseridas,
nas etapas de projeto, aleatoriamente.
Pela ausência de um método comum de práticas sustentáveis, as certificações
ambientais se tornaram uma referência para que diretrizes ambientais fossem
adotadas e avaliadas, pelas empresas, em seus projetos os Green Buildings.
Expressão esta utilizada, a partir da década de 1990, para englobar todas as inciativas
dedicadas à criação de construções mais eficientes do ponto de vista energético, mais
confortáveis, passíveis de adaptações, dentre outras medidas “verdes”.
O primeiro sinal da necessidade de se avaliar o desempenho ambiental de
edifícios veio exatamente com a constatação que, mesmo os países que
acreditavam dominar os conceitos de projeto ecológico, não possuíam
meios para verificar quão "verdes" eram de fato os seus edifícios. Como
seria comprovado mais tarde, edifícios projetados para sintetizar os
conceitos de construção ecológica frequentemente consumiam ainda mais
energia que aqueles resultantes de práticas comuns de projeto e
construção (SILVA, 2007).
Os selos e essas certificações ambientais acabaram se tornando também,
sinônimos da qualidade do desempenho da edificação, do seu esforço de minimizar o
consumo de insumos naturais e o desperdício na construção. Tornando-se símbolos
de um marketing ambiental de vendas e de divulgação de produtos arquitetônicos.
Vários países já apresentam sua própria metodologia de certificação
ambiental, como: África do Sul (SBAT), Austrália (Green Star), Brasil (AQUA),
45
Canadá (BEPAC), Estados Unidos (LEEDTM
), França (HQE), Japão (CASBEE),
Reino Unido (BREEAM), Suécia (EcoEffect), dentre outros (Figura 02).
Figura 02 - Principais certificações ambientais do planeta.
Fonte: BRASIL, 2010 apud FUNDAÇÃO VANZOLINE, 2008.
Cada um destes países indicados, no mapa anterior, apresentam
especificidades socioculturais, econômicas e ambientais que os diferenciam e fazem
com que desenvolvam sua própria metodologia de avaliação, apoio, ou certificação
ambiental. Em cada uma delas, a avaliação ambiental pode atender desde a
programação da edificação, passando pelas etapas de planejamento, simulação de
desempenho, até chegar à fase de operação e manutenção (BRASIL, 2010).
Silva (2007) promove uma distinção das certificações ambientais em duas
categorias. Na primeira se enquadram os sistemas que promovem a construção
sustentável através de mecanismos de mercado, ou seja, através de uma estrutura
mais simples, normalmente formatada em uma lista de verificações, por exemplo: o
BREEAM, o LEEDTM
, o CASBEE, o HQE e o HK-BEAM (Hong Kong). Na
segunda, o BEPAC e o GBC, seu sucessor, por exemplo, são centrados no
desenvolvimento metodológico e na fundamentação científica.
46
O presente trabalho abordará as metodologias das principais certificações
ambientais disponíveis (AQUA, BEPAC, BREEAM, CASBEE, GBC, Green Star e
HQE), em função de seu extenso universo, com ênfase em uma análise crítica da
normativa norte-americana LEEDTM
, uma das mais difundidas e utilizadas no
mundo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de
Futebol (FIFA), por exemplo, exigem que tal sistema de avaliação contemple grande
parte dos empreendimentos a serem edificados, ou reformados, para o êxito de seus
megaeventos, como forma de demonstrar uma preocupação de cunho ambiental,
conforme acompanhar-se-á no próximo capítulo.
2.3.1. BREEAM: Building Research Establishment Environmental Assessment
Method
O BREEAM foi o primeiro método de avaliação ambiental de edifícios
lançado no mundo, em 1990, de origem inglesa, através de uma parceria entre
pesquisadores do Building Research Establishment (BRE) e do setor privado com o
setor industrial, visando especificação e mensuração de desempenho. Este método,
que inspirou vários sistemas subsequentes, fornece um processo de certificação
embasado em uma auditoria externa, através de avaliadores treinados e indicados
pelo BRE, que são responsáveis por especificar seus critérios e métodos como forma
de garantir a qualidade do processo utilizado de avaliação.
Sua popularidade deve-se a abordagem de desempenho de referência, a
cobertura abrangente de aspectos relacionados à energia, impactos ambientais, saúde
e produtividade e a identificação de oportunidades para melhorias construtivas e
vantagens financeiras (SILVA, 2007).
O BREEAM é atualizado regularmente, como forma de mantê-lo atualizado
no mercado, a cada 3-5 anos, em função de novos estudos, pesquisas e da experiência
acumulada. Versões deste sistema foram adaptadas às condições regionais de Hong
Kong (HK-BEAM - Hong Kong Building Environmental Assessment Method), do
Canadá (BREEAM Canadá) e de diversos outros países.
Dentre os critérios avaliados pelo BREEAM em obras industriais,
residenciais, comerciais e institucionais estão: Gestão; Saúde e Conforto; Energia;
Transporte; Água; Materiais; Uso do Solo; Ecologia; e Poluição que podem ser
47
aplicados nos estágios de projeto e execução; gerenciamento e operação; e revisão
pós-construção. Tais critérios são ponderados, em uma escala de zero a dez, para
eventuais comparações e têm como alvo minimizar os efeitos adversos dos edifícios
sobre o meio ambiente e promover um espaço interno mais saudável e confortável.
Para ser aprovado e receber a certificação na etapa de “Projeto e Execução” é
necessário que o empreendimento adquira no mínimo 200 pontos (25%). Para
receber o conceito “Bom” são necessários 300 pontos (37,5%); já o conceito “Muito
bom” exige mais de 380 pontos (47,5%). O conceito mais nobre o “Excelente” impõe
mais de 490 pontos (61,3%) como mínimo de índice de desempenho ambiental.
Segundo Silva (2007), para ser aprovado na categoria de “Gestão e
Operação” é imprescindível que a edificação obtenha no mínimo 160 pontos
(21,1%). Para o conceito “Bom” mais de 280 pontos (36,9%). Para o “Muito Bom”
superior a 400 pontos (52,8%) e para o “Excelente” mais de 520 pontos (68,6%).
A pontuação máxima a ser alcançada por uma edificação são 1062 pontos.
2.3.2. BEPAC: Building Environmental Performance Assessment Criteria
O primeiro sistema orientado a pesquisas metodológicas e novas práticas
ambientais do mundo foi canadense, o BEPAC de 1993, que inspirado no BREEAM
do Reino Unido, avalia o desempenho ambiental de edifícios comerciais novos, ou
existentes de acordo com a qualidade ambiental de seu projeto e gestão (COLE;
ROUSSEAU; THEAKER, 1993).
Suas avaliações são em menor número, porém mais detalhadas e abrangentes
que de seu antecessor, o que fez com que seu custo de aplicação e sua complexidade
fossem maiores. Contudo, o objetivo maior do desenvolvimento desta metodologia
fora orientar o desenvolvimento de novos sistemas de avaliação ambiental, mais até
do que produzir uma certificação com maior flexibilização de aplicação.
Leva em consideração a interação de módulos de projeto e de gestão de duas
unidades distintas: o edifício-base e a tipologia de ocupação. Sendo que cada um
destes módulos é avaliado em cinco categorias de impacto: proteção da camada de
ozônio; impacto ambiental do uso de energia; qualidade do ambiente interno;
conservação de recursos; e contexto de implantação e transporte (Figura 03).
48
Figura 03 - Estrutura básica do BEPAC
Fonte: Adaptado de SILVA, 2007.
As categorias de impacto são amplas, entretanto não hierarquizadas, podendo
ser subdivididas de acordo com a sua complexidade de aspectos ambientais, o que
facilita sua avaliação. Em cada categoria, os critérios são ponderados e divididos em
essenciais, importantes, ou suplementares, podendo receber de 1 a 10 pontos. O
resultado final traz, portanto, o total de pontos em cada uma das categorias e, no
certificado concedido, os créditos obtidos são mostrados em relação ao valor máximo
possível para cada crédito (COLE; ROUSSEAU; THEAKER, 1993).
2.3.3. GBC: Green Building Challenge
Iniciado e financiado em 1996, integralmente pelo Canadá, durante dois anos,
o GBC foi inspirado no BEPAC e posteriormente, em 2000, envolveu um consórcio
internacional de países International Iniciative for Sustainable Built Environment
(iiSBE); com o objetivo de desenvolver um novo método, o mais científico possível,
para avaliar a performance ambiental de edifícios. Este novo “procedimento” respeita
as diversidades técnicas e regionais, através de ciclos sucessivos de pesquisa e
difusão de resultados.
A diferença notável entre o GBC e os Sistemas de Certificação Ambiental
desenvolvidos até então é que, estes últimos, fornecem alguma forma de
classificação de desempenho e são incapazes de refletir as diferentes prioridades,
tecnologias, tradições construtivas e valores culturais de um país, ou regiões.
49
A pontuação do GBC é dada por comparação de desempenhos de referência e
as equipes de avaliação são encorajadas a indicar a melhor ponderação entre as
categorias de impacto de cada caso. A pontuação é atribuída segundo uma escala
graduada de desempenho que vai de -2 a +5, como forma de acomodar critérios
qualitativos e quantitativos (COLE; LARSSON, 1997).
Inicialmente, foi produzido um software para tais avaliações, porém sua
complexidade era demasiada e fez com que os pesquisadores migrassem para uma
plataforma de onze planilhas-padrão Excel®
(Figura 04).
Figura 04 - Representação esquemática do processo de avaliação em planilhas.
Fonte: Adaptado de SILVA, 2007.
A pontuação final é derivada da agregação ponderada sucessiva, subjetiva,
obtida de quatro níveis: (1) subcritérios, (2) critérios, (3) categorias e áreas de
desempenho, e (4) temas principais, que é o nível hierárquico mais elevado, porém é
altamente controversa (SILVA, 2007). Com esta pontuação são gerados gráficos de
desempenho global e do desempenho em cada categoria, além de gráficos parciais,
um para cada categoria implementada (Uso de Recursos; Cargas Ambientais;
Qualidade de Ambiente Interno; Qualidade dos Serviços; Aspectos Econômicos;
Gestão Pré-ocupação; Transporte).
50
2.3.4. CASBEE: Comprehensive Assessment System for Building
Environmental Efficiency
Desenvolvida em 2002, no Japão, pelo Japan Sustainability Building
Consortium, o CASBEE introduziu alguns conceitos inovadores à avaliação de
edifícios comerciais, escolares, residenciais, além de hotéis, hospitais e restaurantes.
É dividida em 04 ferramentas de avaliação: pré-projeto e projeto para edifícios novos
e certificação ambiental e pós-projeto para edificações existentes (Figura 05).
Figura 05 - Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE.
Fonte: Adaptado de SILVA, 2007.
O CASBEE caracteriza-se pela definição de limites do edifício analisado (um
espaço hipotético dentro do perímetro do terreno) e pelo levantamento e
balanceamento de impactos positivos e negativos gerados ao longo de seu ciclo de
vida (Figura 06). Em relação aos espaços hipotéticos criados, o CASBEE define dois
fatores (SILVA, 2007):
L (cargas ambientais) - impactos negativos que se estendem para fora do
espaço hipotético (para o ambiente público)
Q (qualidade ambiental) - qualidade e desempenho ambiental do edifício
(dentro do espaço hipotético).
51
Figura 06 - Estrutura conceitual do CASBEE.
Fonte: Adaptado de SILVA, 2007.
As edificações são avaliadas através do preenchimento de fichas que abordam
os seguintes aspectos: consumo de energia, uso de recursos críticos, ambiente local e
interno. Após essa análise dos dois sistemas é gerada uma nota final, através de uma
ponderação de 220 pontos, o indicador de Eficiência Ambiental do Edifício (BEE) e
um formulário com o desempenho da edificação em cinco níveis: S (Superior), A,
B+, B- e C. Quanto maior a qualidade do ambiente interno, maior a sustentabilidade
ambiental do edifício e mais próximo ele estará de S, a melhor classificação possível.
2.3.5. HQE: Haute Qualité Environnementale
Esta metodologia inovadora de avaliação francesa, iniciada em 2002 e testada
nos dois anos conseguintes integra os aspectos sociais, ambientais e econômicos do
desenvolvimento sustentável, não com a intenção principal de certificar, mas sim de
promover ações voluntárias entre todos os atores envolvidos (HETZEL, 2003).
Segundo Silva (2007), sua versão oficial foi publicada em fevereiro de 2005 e
foca a implementação de um sistema de gestão do empreendimento, o SMO (Système
de Management de l’Opération) e de qualidade ambiental QEB (Qualité
Environnementale du Bâtiment), que avaliam as fases de projeto, execução e uso,
cada qual com uma certificação em separado. Inclusive avalia as disposições e
escolhas realizadas, em três ocasiões distintas, privilegiando as inovações do setor,
permitindo a flexibilidade desde que justificada, ao longo das fases de planejamento,
52
concepção e realização. Todas as soluções e discussões são registradas, revisadas e
referenciadas - o que confere à metodologia um caráter evolutivo (Figura 07).
Figura 07 - Representação do modelo de sistema de gestão do empreendimento
e das avaliações de desempenho (auditorias).
Fonte: Adaptado de SILVA, 2007.
A estrutura da avaliação HQE fundamenta-se em 14 categorias de
preocupações ambientais divididas em quatro famílias: Eco-construção; Eco-gestão;
Conforto e; Saúde. Em cada uma delas são apontadas as disposições técnicas e
arquitetônicas desejadas e considerando essa estrutura, inicialmente, é o próprio
empreendedor que avalia o desempenho ambiental. Atribuindo um nível de três
ordens (Básico; Médio Desempenho e; Alto Desempenho8) para cada avaliação de
preocupação elementar de seu empreendimento. Em seguida, o nível de desempenho
atribuído é comparado ao perfil ambiental inicialmente desejado e estabelecido,
através de uma auditoria externa.
A análise das categorias de preocupações ambientais aponta a
interação existente entre elas, o que evidencia o fato de que o
tratamento de uma poderá interferir no tratamento de outras de
modo favorável ou desfavorável conforme o contexto. Por esta
razão, ao invés de propor um método de ponderação dos critérios
de avaliação, a metodologia francesa preconiza a realização de uma
hierarquização destas categorias de preocupações, tendo como
finalidade identificar as prioridades e definir o perfil ambiental
desejado para cada operação (SILVA, 2007).
8 Respectivamente: “Base”; “Performant”; “Très Performant” (tradução nossa).
53
2.3.6. Green Star
A ferramenta australiana, de 2005, combina aspectos do BREEAM
(categorias de avaliação) e do LEEDTM
(sistema de pontuação) para estabelecer uma
linguagem comum e padrão de mensuração ambiental de edifícios ao promover um
projeto integrado e global. Atende aos mais variados usos e fases do ciclo de vida de
uma edificação. Sua estrutura é composta por oito categorias, dentro das quais uma
série de critérios-chave, específicos, são agrupados e avaliados com pesos e
ponderações variantes, de acordo com a região da construção. (Figura 08).
Figura 08 - Estrutura básica do Green Star.
Fonte: Adaptado de SILVA, 2007.
O Green Star possui pontuação numerada de uma a seis estrelas
(respectivamente: 10, 20, 30, 45, 60 e 75 pontos) e reconhece e premia com a
certificação apenas as “Práticas de Excelência” (quatro estrelas), “Excelência na
Austrália” (cinco estrelas) e “Liderança em Nível Mundial” (seis estrelas).
Para encorajar o desenvolvimento e difusão de tecnologias,
projetos e processos inovadores que possam aumentar o
desempenho ambiental de edifícios, foi incluída uma categoria com
créditos de inovação, não sujeita a ponderação, já que a inovação
propriamente poderia ocorrer em quaisquer das categorias do
Green Star (SILVA, 2007).
A pontuação final, ou global é obtida pelo somatório das pontuações
ponderadas das categorias, ou seja, 100 pontos; mais os (até) cinco pontos
disponíveis para inovação de projeto e construção.
54
2.3.7. Processo AQUA: Alta Qualidade Ambiental
Em 2007, a Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV) se associou ao
instituto francês CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment) e aos
professores de engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para
adaptar a certificação HQE para a realidade da construção civil brasileira; que foi
denominada AQUA, em 2008, quando foi finalizado e apresentado.
As principais adaptações foram referentes aos materiais de construção, o
nível do consumo de água, de energia e de conforto térmico, pelas divergências
climáticas entre o Brasil e a França (MARTINS, 2010).
Segundo Brasil (2010), sua metodologia possui aplicações específicas para
edifícios residenciais, comerciais, institucionais, hotéis, novas construções, reformas,
dentre outros e conta com auditores treinados pela mesma Fundação. O referencial
técnico do AQUA, assim como de seu precedente, estrutura-se em dois instrumentos
de avaliação de desempenho: o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e o de
Qualidade Ambiental do Edifício (QAE).
A certificação ocorre em três etapas e se baseia em catorze critérios de
sustentabilidade divididos em quatro fases, como o HQE: Eco-construção; Eco-
gestão; Conforto e; Saúde. Cada critério é classificado como “bom”, “superior”, ou
“excelente”. Para obter o selo, é preciso ser “bom” em todos os itens e atingir, no
mínimo, quatro marcas no nível superior e três no nível excelente. É importante
ressaltar que o AQUA não cobra tecnologias predefinidas e custa em média, R$ 25
mil para obras com até 10 mil m² e R$ 87.500,00 para empreendimentos com mais
de 45 mil m² (ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, 2010).
A primeira etapa da certificação é realizada durante o planejamento do
empreendimento, antes mesmo do projeto, ou seja, quando se estabelece as diretrizes
de projeto e programação. Após a conclusão dos projetos, o desempenho dos catorze
critérios de avaliação é julgado novamente, sendo esta, a fase de concepção. Após a
conclusão do empreendimento é feita uma terceira avaliação e certificação, onde é
verificado através de uma auditoria se de fato a construção atingiu os critérios de
desempenho estabelecidos inicialmente. A operação também poderá ser avaliada.
O Brasil conta ainda com as certificações PROCEL Edifica e RTQ-R que são
voltadas mais para a eficiência energética e a “Casa Azul” da CEF para habitações.
55
2.4. A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEEDTM
A LEEDTM
- Leadership in Energy and Environmental Design, ou Liderança
em Energia e Design Ambiental, um sistema de classificação de desempenho
consensual e orientado para o mercado, foi desenvolvida pelo USGBC - United
States Green Building Council (Conselho de Edificações Verdes dos Estados
Unidos), uma organização sem fins lucrativos, com sede em Washington, em 1994. E
teve a sua primeira versão publicada em prol de acelerar o desenvolvimento e a
implantação de práticas de projeto e construções sustentáveis, em 1999.
O sistema contempla além da certificação, suporte profissional, treinamento
de consultores, recursos práticos e locação de empresas terceirizadas, com auditores
independentes que analisam os documentos exigidos.
No Brasil, a certificação arribou com força no final de 2006, com a criação do
Green Building Council Brasil (Conselho de Edificações Verdes do Brasil), espécie
de subsidiária da entidade que trabalha na certificação, no treinamento de
avaliadores, na divulgação e na conformação de leis e regras capazes de incentivar a
construção sustentável (ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, 2010).
Atualmente, é o método com maior potencial de crescimento no concorrido
mercado globalizado, pelo investimento maciço aplicado para sua difusão e
aprimoramento; está presente em mais de 130 países e se encontra na sua terceira
versão. Foi influenciado pelo BREEAM e pelo BEPAC tendo estrutura e conceitos
muito semelhantes, mesclando aspectos prescritivos e de desempenho, em uma
estrutura simplificada, o que a tornou passível de críticas (SILVA, 2007).
Este instrumento de certificação ambiental agrupa as seguintes categorias:
Novas Construções e Grandes Reformas; Fachadas e Áreas Comuns em Prédios
Comerciais (Core and Shell); Operação e Manutenção de Edifícios Existentes;
Residências; Loteamentos; e Interiores Comerciais e de Varejo.
A categoria “Novas Construções e Grandes Reformas” engloba: Edificações
para Múltiplos Usos; Escolas; Prédios de Saúde, Edifícios de Varejo; e Laboratórios.
Estádios de futebol são englobados nesta categoria pela falta de metodologia própria.
Durante o processo de avaliação global, o empreendimento precisa
contabilizar créditos, perfazendo um total de 110 pontos, através de checklists
relacionados às seguintes temáticas, resumidamente apresentadas, a seguir:
56
Espaço Sustentável: Refere-se ao tamanho, localização geográfica e outros
efeitos do edifício sobre seu entorno.
Uso Racional da Água: Premia o uso correto da água no empreendimento.
Energia e Atmosfera: Cobre a instalação, controle e monitoramento dos
sistemas de calefação, refrigeração, iluminação e
outros, além do uso de energia renovável.
Materiais e Recursos: Reforça estratégias ambientais para o uso de materiais
regionais, renováveis e recicláveis, reduzindo o
consumo e incentivando o reaproveitamento.
Qualidade Ambiental: Baseia-se na redução de gases perigosos e compostos
orgânicos voláteis, no interior de ambientes, além da
incorporação de luz solar e ar fresco nos mesmos.
Inovação em Projeto: Pontos extras que podem ser ganhos por rendimento
exemplar, em alguma das categorias acima, ou em
alguma técnica inovadora e eficaz.
Créditos Regionais: Prioridades ambientais específicas da região.
A atribuição de pontos, por exemplo, de uma arena esportiva é baseada nos
potenciais impactos ambientais e benefícios humanos de cada crédito durante a
concepção, construção, operação e manutenção do edifício, sendo avaliados durante
o ciclo de vida do empreendimento (MARTINS, 2010).
De acordo com a pontuação cumulativa obtida, através de pesos impostos
pela metodologia, o empreendimento poderá vir a ser classificado em quatro
categorias: “Certificado” (pontuação mínima entre 40-49 pontos), “Silver” (50-59
pontos), “Gold” (60-79 pontos), ou “Platinum” (acima de 80 pontos).
Para obter a certificação LEEDTM
é preciso registrar, primeiramente, o
empreendimento no sistema de certificação do Green Building Council Institute pelo
site www.usgbc.org e pagar uma taxa de US$ 400 (ARQUITETURA &
CONSTRUÇÃO, 2010). Em seguida, uma equipe deverá ser formada para prestar
consultoria, acompanhar o processo e enviar relatórios à certificadora, nas fases de
projeto, além de memórias de cálculo, relatórios de obra e testes de
comissionamento, na fase de pré-certificação.
57
Com a execução total do empreendimento, ocorre sua avaliação final, através
de um Profissional Acreditado LEED (LEED AP) externo, que o certificará de
acordo com os créditos acumulados, desde que respeite os pré-requisitos.
O Programa Mínimo de Requisitos corresponde às características básicas e
obrigatórias para que um empreendimento possa ser elegível para a certificação; não
valem pontos e em conjunto servem para dar orientações claras para os clientes,
proteger a integridade do programa e para reduzir as complicações decorrentes
durante o processo de certificação.
Na temática “Espaço Sustentável”, o pré-requisito se refere a prevenir a
poluição durante a atividade de construção, ou seja, englobar estratégias para o
controle da erosão do solo e a não geração de poeira, por exemplo.
No “Uso Racional da Água” devem-se empregar estratégias que reduzam o
consumo de água em 20%, no mínimo, tendo como base o total pré-definido.
No critério “Energia e Atmosfera” é necessário assegurar que todos os
sistemas energéticos da edificação sejam projetados, instalados, operados e mantidos
de acordo com os requisitos e necessidades operacionais. E devem ter um
desempenho energético melhor que 10%, no mínimo, do projeto inicial. Outro pré-
requisito refere-se a não utilização de gases clorofluorcarbonetos (CFCs), prejudicial
à camada de ozônio.
Já em “Materiais e Recursos”, recomenda-se o armazenamento e coleta de
resíduos que possam ser reciclados, desviando-lhes de aterros sanitários.
Em “Qualidade Ambiental” é recomendada uma qualidade do ar mínima a ser
estabelecida para os ocupantes das edificações, com o controle do cigarro.
O custo total estimado da certificação é de cerca de um real por metro
quadrado, com valor mínimo de 5mil m² e máximo de R$ 50 mil para obras acima de
50 mil m². A consultoria terceirizada custa, em média, 0,5% do valor da obra e a
estimativa de acréscimo, nos custos da construção, pode variar de 1 a 7%
dependendo do selo desejado (GBC BRASIL, 2012).
O selo LEEDTM
poderá ser utilizado durante dois anos, ao final desse prazo,
para conservar a certificação, por mais dois anos, o edifício deverá ser reavaliado, em
termos de operação sustentável dos sistemas. Caso não haja interesse, por parte do
proprietário, perde-se a certificação concedida (CREDÍDIO, 2008).
58
Segundo dados do Green Building Council Brasil (2012), no mundo, existem
cerca de 912,56 milhões de m² de construções LEEDTM
, enquanto no Brasil, apenas
16,02 milhões de m², ou seja, menos de 1,8% do total (Figura 09).
Figura 09 - Construções LEED
TM, no mundo.
Fonte: GBC Brasil, 2012.
Hoje, o país é o quarto no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos,
Emirados Árabes Unidos e China; e conta com 175 profissionais habilitados para a
certificação, até 21 de maio de 2012 (GBC BRASIL, 2012). Que respondem, até 12
de junho de 2012 (GBC BRASIL, 2012), por 543 empreendimentos registrados,
sendo 249 confidenciais, 240 não confidenciais9 e 54 certificados (Figura 10).
Figura 10 - Evolução dos registros e certificações LEEDTM
, no Brasil.
Fonte: Adaptado de GBC Brasil, 2012.
9 Os registros também podem ocorrer em sigilo, o que resguarda o empreendedor de publicitar um
fracasso na obtenção desta certificação (GODOY, 2009).
59
O primeiro empreendimento nacional certificado foi a agência bancária do
Banco Real (atual Santander), de Granja Viana, em Cotia, interior de São Paulo, o
estado da federação que mais oferece projetos registrados e certificados (Figura 11).
O projeto arquitetônico é de Pierre Perrone e foi certificado com selo “LEEDTM
Silver”, versão 2.2, em seis de agosto de 2007. É importante ressaltar que esta
metodologia não é adaptada à realidade nacional ainda, em países como México,
Índia e Canadá já fora adaptada. Nos anexos (Anexo 1) foi reproduzido o Registro
Projeto Checklist LEEDTM
para Novas Construções 2009, o mais atual e o mesmo
utilizado para novos projetos de estádios de futebol.
Figura 11 - Projetos registrados LEEDTM
, por Unidades Federativas.
Fonte: Adaptado de GBC Brasil, 2012.
Segundo informações divulgadas pelo GBC Brasil (2012) há redução de
vários tipos de impactos ambientais nos prédios certificados. Salienta-se a
informação, na Figura 12, que reflete uma estimativa genérica, já que cada edifício
tem um resultado específico e que não se pode generalizar.
Figura 12 - Redução de impactos negativos de prédios com certificação LEED.
Fonte: Reprodução de Godoy, 2009 - Adaptado de GBC Brasil, 2012.
60
2.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEMÁTICA
A partir das certificações ambientais apresentadas anteriormente foi possível
notar que estas encorajam o mercado e profissionais da área para níveis superiores de
desempenho ambiental, dentro de blocos de discussão relativamente comuns; onde
ora se apresentam detalhados e minuciosos, ora são generalistas e simplificados
(SILVA, 2007). Embora, nenhum deles aborde em quais momentos, ao longo das
etapas do processo de projeto, os critérios de sustentabilidade devam ser verificados,
inseridos e avaliados, já que estão ligados muito mais a gestão (BRASIL, 2010).
Tais selos verdes indicam uma mudança de paradigma no setor da construção
civil, no modo de pensar/executar etapas de processo de projeto e gestão, não mais
de forma individualizada, segregada, mas sim de forma integrada e cíclica. Destaca-
se aqui a importância do gerente de projeto no planejamento das edificações
sustentáveis; focado muito mais em questões ambientais e sociais do que em custos e
questões operacionais. Facilitando a inserção de critérios de sustentabilidade,
principalmente nas etapas de idealização e concepção de projeto e não mais na fase
de execução, onde as possibilidades e índices de sustentabilidade são menores.
O mercado das certificações ambientais estimula as equipes idealizadoras de
projetos, verdadeiros “eco mutirões”, a buscarem soluções inovadoras e integradas,
sem medo de novas práticas, em um setor com critérios conhecidos e bem definidos.
O que estimula o mercado de produtos e serviços sustentáveis, mesmo que o custo
ainda seja diferenciado e a construção 100% sustentável ainda não exista.
Já o empreendimento tem valor agregado, tanto para o espaço físico, em
torno de 25% (GBC BRASIL, 2012), pela redução de custos com operação,
manutenção, aumento da produtividade e redução do quadro de funcionários. Como
para a empresa idealizadora que obtém know how em um diferencial mercadológico
e associa sua marca ao conceito de sustentabilidade.
No entanto, alguns destes selos se globalizaram, não respeitando as
especificidades locais (cultura, clima, métodos construtivos, materiais, bioma e etc.),
que sempre devem ser priorizadas, se possível, através de uma metodologia
desenvolvida no próprio país de origem, ou se não, adaptada às condições do sítio em
prol da redução dos impactos ambientais, ao longo do ciclo de vida da edificação.
61
Dentre os principais pontos passíveis de debates e opiniões controvérsias das
certificações estão suas metodologias; já que estas refletem as expectativas do
mercado, práticas construtivas e as diferentes agendas ambientais dos países.
A maioria destas avalia apenas um somatório de pontos, ponderados ou não,
que podem ser elencados pelo empreendedor, aleatoriamente, em detrimento de
critérios realmente importantes e mais onerosos do ponto de vista de execução. O
BREEAM, o LEEDTM
e o BEPAC, por exemplo, trabalham assim, ao acionar uma
série de estratégias e equipamentos que provavelmente levarão a alguma melhoria,
não necessariamente a melhor, do desempenho global. O LEEDTM
, por exemplo,
pontua igualmente a presença de bicicletários a utilização de 10% de materiais locais.
Entretanto, tais medidas muitas vezes não são mensuráveis e não refletem,
verdadeiramente, os impactos ambientais das escolhas feitas. A CASBEE e o GBC
são os únicos pautados na análise do desempenho da edificação, ao longo do seu
ciclo de vida, o que aumenta sua complexidade, sua transparência e custo.
Já o HQE e o AQUA ponderam igualmente seus critérios adotados no sistema
de avaliação e gestão, efetivados por auditorias presenciais (SILVA, 2007).
Para países como o Brasil, com relevantes desigualdades sociais, a
certificação de edificações não deve se restringir apenas a aspectos ambientais;
devendo englobar, também, aspectos sociais e econômicos de distribuição igualitária
de renda. Um exemplo, dessa “sustentabilidade” é a incorporação de mão-de-obra
egressa do sistema penitenciário na construção de estádios para a Copa do Mundo de
2014, nas cidades de Cuiabá-MT, Salvador-BA e Brasília (PORTAL 2014, 2011).
As questões sociais são pouco abordadas, erroneamente, em quase todas as
avaliações. A AQUA aborda algumas preocupações referentes à formalidade da mão-
de-obra e do impacto do empreendimento no seu entorno. Todavia a LEEDTM
altamente difundida em países em desenvolvimento convive com a ilegalidade da
mão-de-obra e o trabalho escravo, lado-a-lado, já que fora desenvolvido, assim como
as outras certificações, em países que tais práticas degradantes foram superadas,
voltando-se assim, apenas para a dimensão ambiental da sustentabilidade.
Na temática econômica, o GBC é o único que vai além da avaliação de
desempenho ambiental, que procura estimular o custo envolvido na sua obtenção, a
62
longo prazo, desmistificando que edifícios ecológicos são mais caros. Contudo,
pondera esta categoria no mesmo nível de diversas subcategorias (SILVA, 2007).
A temática “conforto térmico” está presente em todas as certificações,
contudo, as questões de conforto acústico, visual e olfativo são detalhadas apenas na
normativa brasileira (BRASIL, 2010). Nenhuma das metodologias, acima citadas,
relaciona os requisitos de certificação com as etapas de processo de projeto.
Os métodos apresentados são diferentes entre si e nem sempre cobrem todos
os campos potenciais de aplicação definidos por Silva (2007) resumidamente como:
Gestão Ambiental; Marketing; Metas Ambientais; Auxílio ao Projeto; Normas de
Desempenho; Auditorias Ambientais. Segundo o mesmo autor, todas as certificações
são muito mais eficientes em marketing do que nas preocupações realmente
ambientais. Este aponta que o GBC, com maior ou menor sucesso, pela sua
complexidade, é o único que incorpora todos os potenciais campos de aplicação,
sendo assim, o mais completo. Visto que fora desenvolvido para superar as dificulda-
des de suas matrizes e, também, é o mais frequentemente revisado e atualizado.
É valido ressaltar que a inserção de critérios de sustentabilidade e de
certificação ambiental em estruturas de megaeventos é uma prática nova. De acordo
com a LEEDTM
não é possível ainda criar um estádio totalmente verde, pois as
recomendações para este tipo de edificação ainda são escassas. Segundo Vicente de
Castro Mello, arquiteto do Estádio Nacional de Brasília, em entrevista para o Blog
Copa Verde (2010), daqui a dez anos talvez, já exista uma metodologia específica.
Entretanto, a FIFA vem se esforçando para incorporar tais critérios, desde a Copa do
Mundo da Alemanha 2006; adotando o LEEDTM
como referência de certificação para
suas arenas, através de seus manuais de recomendação técnica e requerimentos.
A seguir, será apresentada a importância da adoção de medidas sustentáveis
em grandes eventos esportivos com foco em estádios de futebol e em suas principais
características. Destacar-se-á também, a importância do Programa Green GoalTM
(Metas Verdes, tradução nossa), uma cartilha de 125 páginas, elaborada pela FIFA
com conceitos e medidas sustentáveis a serem adotadas em projetos de grandes
arenas propícias a sediar eventos de cunho internacional.
63
3. A SUSTENTABILIDADE EM EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS
Após a exposição da contextualização histórica da sustentabilidade, de sua
aplicação na construção civil e da apresentação de suas principais ferramentas de
verificação: as certificações ambientais; este capítulo abordará a sustentabilidade
aplicada a grandes eventos esportivos com ênfase em estádios de futebol. O
Programa FIFA Green GoalTM
, que orienta as principais competições internacionais
de futebol e aconselha que sistemas de avaliação como o LEEDTM
sejam adotados
em novas construções e reformas, também fora analisado neste capítulo.
3.1. A SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL
A construção de equipamentos esportivos remonta a antiguidade, o Circo
Máximo de Roma, por exemplo, tinha capacidade para 180.000 espectadores e serve
de modelo para instalações modernas até hoje (NEUFERT, 2004). Instalações estas,
que se tornaram verdadeiros ícones visuais de qualquer edição de uma Copa do
Mundo e até mesmo de uma Olimpíada, ao associar esportes a uma concentração de
um grande público. Entretanto, a concepção e o desenvolvimento destas estruturas
são um verdadeiro desafio para arquitetos e engenheiros envolvidos em seus
projetos, em função de sua grande complexidade.
Os modernos estádios do século XXI não diferem da concepção clássica
grega: uma grande construção destinada à realização de competições esportivas e
outros espetáculos, com plateias que circundam o perímetro do campo de provas. Sua
forma sim, já que os primeiros estádios gregos eram longos e estreitos, com formato
de ferradura e posteriormente foram adaptados pelos romanos em dois tipos: o circo
e o anfiteatro. O primeiro servia para corridas de bigas e o segundo para lutas entre
gladiadores (CERETO, 2004).
64
Posteriormente, a Antiguidade Clássica e após um período milenar de
estagnação esportiva, em função da expansão do cristianismo, onde as atenções se
voltaram para o campo religioso, a construção de estádios foi retomada com a
Revolução Industrial. Neste período, a demanda crescente por eventos de massa
ocorreu principalmente nos EUA e na Europa, onde a prática de atividades físicas era
associada a não contração de doenças; o que fez com que vários clubes e federações
fossem criados. Um impulso particularmente importante veio do Barão Pierre de
Coubertin (1863-1937), no final do século XIX, que retomou as atividades dos Jogos
Olímpicos da Grécia Antiga, de quatro em quatro anos, com exceção dos períodos de
grandes guerras, a partir de 1896 (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007).
Desde então, os “templos” dos mais variados esportes se multiplicaram e se
tornaram verdadeiros marcos urbanos, associados principalmente, a uma das maiores
paixões esportivas do mundo: o futebol; esporte de origem britânica, com
equipamentos de baixo custo, criado por dissidentes do rúgbi, que faz o mundo parar,
de quatro em quatro anos, para acompanhar o seu ápice: a Copa do Mundo FIFATM
.
O primeiro grande “boom” da construção de estádios com esta tipologia
ocorreu durante as décadas de 1890 e 1930, da iniciativa de clubes, quando o futebol
se tornou um esporte de massas em muitas partes do mundo, alguns destes
complexos continuam ativos até hoje. O primeiro registro da construção de um
estádio, no século XX, foi em Londres, o “White City” de 1908, sua capacidade era
de 100 mil espectadores, até ser demolido em 1985 (CERETO, 2004). Entretanto, foi
na década de 1980, com a constatação de que muitos destes projetos eram
inadequados, tanto arquitetonicamente, quanto para níveis de segurança que uma
nova onda de arenas foi viabilizada10
. Deste ponto em diante, estádios de futebol se
10
Infelizmente, esta constatação foi tardia já que grandes tragédias ocorreram entre 1960 e o começo
do século XXI e levaram consigo muitos adeptos do futebol; destacam-se as tragédias de:
1964 - Peru, Estádio Nacional Lima, partida entre Argentina x Peru, 340 mortos, mais de 500 feridos;
1968 - Argentina, Buenos Aires, Monumental, River Plate x Boca Juniors, 71 mortos, 150 feridos;
1971 - Escócia, Glasgow, Ibrox Stadium, partida Rangers e Celtic, 66 mortos, mais de 150 feridos;
1974 - Egito, Cairo, Zamalek Stadium, partida entre Zamalek x Dukla, 49 mortos, mais de 47 feridos;
1982 - URSS, Moscou, Estádio de Luzhniki, Spartak x HFC Haarlem, 66 mortos (não oficiais 340);
1985 - Inglaterra, Bradford, Estádio de Valley Parede, Bradford x Lincoln, 56 mortos, 265 feridos;
1985 - Bélgica, Bruxelas, Estádio de Heysel, Juventus x Liverpool, 38 mortos e mais de 600 feridos;
1988 - Nepal, Katmandu, Estádio de Katmandu, Muktijodha x Janakpur, mais de 93 mortos;
1989 - Inglaterra, Sheffield, Estádio Hillsborough, Nottingham x Liverpool, 95 mortos, 200 feridos;
1991 - África do Sul, Orkney, Oppenheimer Stadium, Kaizer Chiefs x Orlando Pirates, 40 mortos;
1992 - França, Bastia, Estádio Armand Césari, Bastia x Olympique de Marselha, 17 mortos;
1996 - Guatemala, Cidade de Guatemala, Estádio Mateo Flores, Guatemala x Costa Rica, 83 mortos;
65
tornaram marcos da engenharia, referências nacionais, símbolos de identidade e
modernidade; fazendo com que muitos torcedores se tornassem clientes exigentes
por conforto e qualidade. Esta revolução, a partir do final do século XX, fez com que
novas gerações e um número maior de crianças e mulheres acompanhassem e
desfrutassem deste conforto e da segurança, dos estádios, com toda a sua família.
Hoje, as modernas arenas não se restringem mais a eventos esportivos de uma
única modalidade, associando seus complexos muitas vezes a outros esportes (rúgbi,
futebol americano, críquete e etc.) e usos (centros de conferência, locação de
espaços, direito da venda do nome do estádio, restaurantes, apresentação de
concertos e peças musicais, museus, universidades, alas administrativas, shopping
centers e até mesmo hotéis). Esta agregação de usos e a flexibilidade de um estádio
de futebol se iniciou com a XV Copa do Mundo FIFATM
EUA 1994, quando estádios
de futebol americano (football), esporte predominante no país, foram adaptados para
o futebol convencional (soccer). Neste mesmo período, através de uma jogada de
marketing, os estádios começaram a ser chamados de “arenas” de forma a arrecadar
mais usos, anunciantes e públicos-alvo distintos, entretanto, a roupagem continuava
sendo a mesma (MASSIMINO, 2012).
Dentre as adaptações de estádios mais comuns, destaca-se, a associação do
campo de futebol com a pista de atletismo, entretanto, tal alteração distancia o
público do campo de ação e de seu envolvimento, ao tornar as arquibancadas
paralelas ao campo, elípticas. Algumas tentativas para minimizar tais efeitos já foram
concebidas como a instalação de assentos retráteis, ao longo das linhas laterais, sobre
a pista de atletismo, como por exemplo, as utilizadas no estádio Saint-Dennis, onde
ocorreu a final da XVI Copa do Mundo de Futebol Masculino FIFATM
França 1998.
Contudo, tais estruturas de difícil operação e inclinação acentuada, comprometem de
certa forma o campo de visão, além de apresentarem preços elevados de intervenção.
Segundo a FIFA (2011), alguns fatores devem ser levados em consideração
para decidir a diversidade de usos em estádios de futebol, desde que, não alterem sua
função primordial, dentre eles destacam-se: serviços adequados de infraestrutura
2001 - África do Sul, Johanesburgo, Ellis Park Stadium, Kaiser Chiefs x Orlando Pirates, 43 mortos;
2001 - Gana, Accra, Accra Sport Stadium, Hearts of Oak x Asante Kotoko, 127 mortos, 90 feridos;
As fontes consultadas (IG, 2012; TERRA, 2012; FOLHA DE SÃO PAULO, 2012; BOL, 2012)
apresentam divergências entre alguns números das tragédias apresentadas e relatadas acima.
66
sanitária e de apoio; a facilidade de acesso ao campo (por parte de veículos, materiais
e máquinas); vestiários extras para atletas e artistas; locais adicionais, ao nível do
campo, para depósito e armazenamento de materiais e etc.
Esta multifuncionalidade, em prol da maior capacidade de utilização possível,
é inevitável em função dos insumos, dos recursos econômicos, energéticos e das
tecnologias desprendidas para sua construção e manutenção. Hoje, atletas,
espectadores, materiais, rentabilidade e design precisam ser levados em conta em
uma complexa equação em prol do desenvolvimento positivo econômico, social e
ambiental de estádios inseridos na malha urbana e de suas cidades correspondentes.
Infelizmente, apesar dos modernos processos de gestão buscarem a máxima
rentabilidade econômica destes complexos, a ociosidade de arenas esportivas, pós-
eventos, é ordinária. Estádios de futebol utilizados na Coréia do Sul e no Japão, no
Mundial de 2002, apesar de todo o aparato tecnológico empregado (campo móvel,
cobertura retrátil e etc.); e na África do Sul, 2010, ficaram sem uso, seja pelo seu
superdimensionamento, seja pela limitada prática esportiva desta modalidade. Estes
estádios são vulgarmente conhecidos como “elefantes brancos”, em função de sua
ociosidade. Até mesmo o Brasil, sede da Copa de 2014, é apontado por investir
recursos públicos em arenas que terão este fim, em cidades sem tradição neste
esporte, são elas: Brasília-DF, Cuiabá-MT, Manaus-AM e Natal-RN.
Não é apenas em Copas do Mundo que a ociosidade de estádios ocorre, em
Jogos Olímpicos, algumas cidades enfrentaram os mesmos problemas. Athenas, na
Grécia, 2004 e Beijing, na China, 2008, têm grande parte de seus parques olímpicos
inutilizados com elevados custos de manutenção; o mesmo pode-se dizer de
competições continentais, como o XV Pan-Americano, de 2007, no Rio de Janeiro,
onde o Parque Aquático e o Velódromo têm utilizações limitadas e rarefeitas.
Isto se deve, ao atual modelo de execução de arenas esportivas em grande
parte dos países periféricos, inclusive no Brasil, reflexo do desenvolvimento
histórico do sistema capitalista e da relação do Estado com a iniciativa privada. Neste
modelo, a iniciativa privada é representada pelas construtoras e o Estado age como o
financiador, através de um banco (no caso brasileiro o BNDES).
O papel dos bancos neste financiamento é primordial, foram eles que a partir
de 2000, através de um movimento internacional e posteriormente nacional,
67
começaram a incorporar critérios de qualidade socioambiental na avaliação de
projetos a serem financiados. Movimento este, constituído a partir da interação entre
os bancos e movimentos sociais organizados (IDEC, 2008). O banco exerce, aqui,
um papel de fiscalização e controle da obra, por força de um contrato muito severo,
liberando o recurso de acordo com os avanços da construção (SEGALLA, 2011).
O BNDES, por exemplo, no caso do Brasil, tornou-se o principal responsável
pelo fomento das políticas públicas de financiamento de estádios “verdes” para a
Copa do Mundo FIFATM
de 2014, através do Programa Pró Copa Arenas. Das doze
arenas para o mundial somente o Estádio Nacional de Brasília abdicou da linha
especial de crédito de R$ 400 milhões com taxas de juros reduzidas e relatórios do
progresso físico-financeiro da obra, a cada três meses (SEGALLA, 2011). De acordo
com as autoridades do Distrito Federal todo o financiamento e recursos locais terão
como origem os cofres da Terracap, estatal proprietária dos terrenos pertencentes a
capital federal (SEGALLA, 2011). Os outros onze estádios, ao final da construção,
deverão também obter a certificação ambiental de seu empreendimento, através de
uma Agência reconhecida internacionalmente. Todavia, o BNDES não especificou
que nível de certificação exigiria o que fez com que a maioria das arenas se
enquadrasse em programas básicos de sustentabilidade.
Embora, nos últimos anos, o tema sustentabilidade esteja na pauta das
discussões da sociedade e do meio acadêmico, quando se trata de estádios de futebol,
esta abordagem é recente. Poucas foram as iniciativas tomadas, ao longo do século
XX, com grandes arenas, fato que vem se modificando e se intensificando, a partir de
meados da primeira década deste século. Delineiam-se, a seguir, as principais
iniciativas tomadas de modo a proporcionar a contextualização do presente trabalho.
É sabido que empreendimentos como arenas esportivas demandam uma
grande quantidade de insumos, desprendem uma quantidade de energia inevitável e
consomem milhões em recursos monetários iniciais e na sua manutenção. Coberturas
fechadas, envoltórias em aço, ou espelhadas, gramados móveis, climatização,
automação predial, iluminação eficiente, assentos individuais ergonômicos e tantos
outros itens são o reflexo da busca implacável pelo conforto em arenas, associada ao
aumento da demanda energética.
68
Uma das primeiras entidades esportivas internacionais a reconhecer sua
responsabilidade com a promoção do meio ambiente e do desenvolvimento
sustentável foi o COI, após protestos nos XVI Jogos Olímpicos de Inverno de
Albertville, na França, em 1992, decorrentes da degradação do meio ambiente e da
qualidade de vida da população local (POLOLWANE MUNICIPALITY, 2009). Isso
resultou na inclusão do meio ambiente como uma das dimensões integrantes do
espírito olímpico, ao lado dos pilares do esporte e da cultura (IOC, 2009). Tanto, que
após o Congresso do Centenário Olímpico, em Paris, 1994, o COI, levando em
consideração os preceitos da Agenda 21, acrescentou um parágrafo, no primeiro
capítulo, artigo segundo, sobre a proteção ambiental na Carta Olímpica de 1996:
[O papel do COI é:] encorajar e apoiar uma atitude responsável pelos
problemas do ambiente, promover o desenvolvimento sustentável no
desporto e exigir que os Jogos Olímpicos sejam organizados em
conformidade; (MESTRE; LOPES, 2010).
Através de sua Comissão de Meio Ambiente e Esporte, o COI publicou o
Movimento Olímpico da "Agenda 21: Esporte para o Desenvolvimento Sustentável".
Um guia teórico e prático para que os membros do Movimento Olímpico possam
reproduzir de forma concreta com ações, em nosso planeta, as propostas de
desenvolvimento sustentável definidas no Rio de Janeiro, em 1992. As aplicações
práticas são bienalmente avaliadas através de Conferências Mundiais do Esporte e
Meio Ambiente realizadas desde 1995, em Lausanne, Suíça11
.
Quando uma cidade se candidata a sediar os Jogos Olímpicos, sejam estes de
inverno, ou de verão, os princípios ambientais e orientadores do desenvolvimento
sustentável devem constar na submissão da documentação exigida. Estes serão
verificados por uma Comissão de Avaliação, composta por assessores ambientais,
nomeados pelo COI, durante o processo de seleção de candidatura. Após a escolha, a
cidade-sede também terá um consultor assessorando e orientado seus preparativos e
conferindo se estes estão de acordo com o dossiê de candidatura (IOC, 2009).
A história da prática desportiva mostra que estes eventos se desenvolveram e
se tornaram mais sofisticados e modernos, ao longo dos anos. Hoje, grandes estádios
dotados de uma extensa rede de telecomunicações, parques de estacionamento,
11
As conseguintes foram: Cidade do Kuwait - 1997; Nagano, Japão - 1999; Rio de Janeiro - 2001;
Turim, Itália - 2003; Nairóbi, Quênia - 2005; Beijing - 2007; Vancouver, Canadá - 2009; Doha - 2011.
69
centros de mídias e tantos outros aparatos são necessários. Toda esta grandiosidade,
alcançada em função da escala deste tipo de evento, implica na aglomeração de uma
multidão de pessoas, que impactam o meio ambiente de forma negativa, resultado
este, que não deve ser ignorado (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007).
Esporte e meio ambiente são fatores de bem-estar da humanidade e ambos
estão ligados no sentido de que, um influencia o outro e vice-versa. O objetivo do
COI é que, durante a realização dos Jogos Olímpicos, os riscos ambientais sejam
evitados e reduzidos sempre que possível; e que os impactos positivos e as
oportunidades, sejam potencializados, representando assim um legado promissor
para a cidade anfitriã (IOC, 2009).
A primeira cidade beneficiada por estas iniciativas foi Lillehammer, na
Noruega, sede dos XVII Jogos Olímpicos de Inverno de 1994, que apresentou
instalações energeticamente e ambientalmente conscientes. A sede dos XXV Jogos
Olímpicos de Verão, Barcelona, na Espanha, em 1992, considerada o maior exemplo
de sucesso de desenvolvimento urbano associado a megaeventos, até recuperou suas
zonas costeiras, através da criação de atrativos turísticos, expandiu suas redes de
saneamento básico e alterou o uso do solo para a execução de parques urbanos,
contudo, tais medidas são consideradas muito mais urbanísticas que eco-sustentáveis
(MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). O projeto do Rio de
Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2004 foi inspirado no sucesso
dos Jogos de Barcelona e contemplava a despoluição da Baía de Guanabara e
preocupações socioambientais muito maiores que as executadas para os XV Jogos
Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.
Entretanto, foi em 2000, em Sidney, na Austrália, com a realização dos
XXVII Jogos Olímpicos de Verão, que a preocupação com o meio ambiente marcou
o sucesso de uma edição. As orientações ambientais foram baseadas no conceito de
desenvolvimento sustentável e continham mais de cem compromissos em cinco áreas
principais: conservação da energia; água; redução de desperdícios; gestão da
poluição; e proteção dos ambientes de valor cultural e natural (SOCOG, 2001).
A Vila Olímpica, por exemplo, executada com investimentos públicos, em
um sofisticado bairro litorâneo, sofreu pressão de militantes do Green Peace – a
maior organização ambientalista do planeta – e, seguindo os novos parâmetros
70
delineados pelo COI, priorizou as questões ecológicas, como a energia solar
(MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). Outro grande exemplo foi
a transformação de um lixão, na área ocupada pelo Parque Olímpico. Entre 1998 e
2000, quatro milhões de árvores foram plantadas em toda a Austrália (IOC, 2009).
Posteriormente a esta data, todas as cidades-sedes, sejam estas das
Olimpíadas de Inverno, ou Verão contaram com iniciativas em prol do
desenvolvimento sustentável: Salt Lake City 2002, Athenas 2004, Turino 2006,
Beijing 2008, Vancouver 2010 e Londres 2012. Cidades como Sóchi, na Rússia e
Pyeongchang, na Coréia do Sul casas dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 e
2018, respectivamente, além do Rio de Janeiro 2016, só foram nomeadas em função
de terem apresentado compromissos sérios com as questões de sustentabilidade, no
processo de candidatura. Estes compromissos, apresentados de forma diminuta, a
serem cumpridos e desenvolvidos pelas cidades anfitriãs, são os que se seguem:
• Fornecer uma garantia oficial das autoridades competentes informando
que todo o trabalho necessário para a organização dos Jogos irá cumprir
com a legislação local, regional e nacional, além dos regulamentos
referentes ao ordenamento do território e da proteção ambiental.
• Indicar se os estudos de impacto têm sido realizados com vistas à
integração harmoniosa e natural dos Jogos Olímpicos com o meio
ambiente e se eles foram estabelecidos por órgãos oficiais, ou entidades
reconhecidas como independentes e cientificamente competentes.
• Posicionar se as organizações ecológicas da cidade, região, ou país têm
sido informadas, ou consultadas. Se este for o caso, declarar suas
apreciações e posições em relação à candidatura. Indicando o tamanho
destas organizações e sua representatividade.
• Descrever os planos para tratamento de resíduos e gestão de energia,
particularmente para a Vila Olímpica, de Mídia e locais de competição.
• Indicar se a realização dos Jogos dará origem a uma tecnologia
avançada, na área de proteção ambiental e em caso positivo, descreve-la.
• Indicar os esforços realizados, em nível de transportes, nomeadamente,
com vista a minimizar a poluição atmosférica. (JOHN; SHEAARD;
VICKERY, 2007, p. 245-246, tradução nossa).
Outra instituição, que utiliza grandes estádios em suas competições, a
Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), desde o X
Campeonato Mundial de Atletismo de 2005, em Helsinque, na Finlândia, inclui uma
abordagem ecológica em seus eventos para melhores práticas. Dentre estas destacam-
71
se: o gerenciamento do ciclo de vida dos impactos ambientais; as preocupações com
as mudanças climáticas; o fluxo de materiais e de eficiência (incluindo prevenção e
gestão de resíduos); água; produtos químicos; e emissão de ruídos (POLOLWANE
MUNICIPALITY, 2009). Segundo a IAAF, estas considerações devem ser atendidas
em quatro fases: licitatória; planejamento e preparação; operação; e pós-evento.
A adoção de políticas de sustentabilidade, desde a concepção do evento,
possibilita orientar, evitar e minimizar os danos ao meio ambiente. É vital que todos
os estudos relativos à infraestrutura de cidades, ou de estádios, sejam para Jogos
Olímpicos, sejam para Copas do Mundo, ou eventos de qualquer outra federação
esportiva mundial, levem em consideração parâmetros ambientais.
3.1.1. Princípios da Sustentabilidade em Ecoarenas
De acordo com John, Sheaard e Vickery (2007); FIFA (2011) e Viggiano
(2010) para a concepção de novos projetos e construções de novas arenas esportivas,
alguns princípios e parâmetros ambientais devem ser levados em consideração. A
seguir, são listados e apresentados os principais fundamentos, onde arquitetos,
projetistas e engenheiros deverão apoiar-se para ratificarem modelos de construções
sustentáveis, com destaque especial para o uso racional de energia e água:
a) Utilização de energia: Existem três objetivos principais para a geração e a
utilização de energia em estádios (John, Sheaard e Vickery, 2007): • Minimizar a
demanda energética; • Elevar o uso de fontes renováveis; • E atender a demanda
restante através do uso de combustíveis, os mais limpos e renováveis possíveis.
Para alcançar o primeiro objetivo é necessária a utilização de aparelhos
energeticamente eficientes, como por exemplo, os que apresentam o selo do
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), além de um bom
controle de sistemas, preferencialmente central, para o controle e monitoramento dos
equipamentos técnicos dos estádios; bem como, políticas educacionais para ajudar e
aumentar a conscientização de usuários e funcionários.
O segundo objetivo tornou-se uma meta do COI para suas cidades-sedes e de
várias novas arenas, em reforma e/ou em construção pelo mundo. O consumo de
energia deve ser baseado em um "perfil da carga local utilizada" detalhado,
72
correspondente as suas reais necessidades e através dos recursos renováveis
disponíveis no entorno (Figura 13). O projetista precisa compreender claramente a
relação da demanda e da carga de pico energética, assim como, das diferenças
consideráveis para dias de uso, localização geográfica e de ociosidade - quando
apenas as instalações auxiliares estarão em uso, com demandas relativamente baixas.
Estádios de Mundiais, por exemplo, tem um consumo médio anual entre 3,5 a 4,0
milhões de kWh de eletricidade e por partida de 170 mil kWh (OC, 2006).
Figura 13: Perfil genérico de carga típica de um estádio.
Fonte: Adaptado de JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007, p. 247.
O terceiro objetivo reconhece que combustíveis diferentes têm níveis de
impactos ambientais díspares. O custo não pode ser o único fator que influencia a
decisão, ao escolher uma fonte de energia para um estádio, porque o mercado,
atualmente, não conjetura o verdadeiro impacto ambiental das fontes de energia
convencionais. Um critério de escolha, por exemplo, deve ser baseado na redução da
emissão de gases do efeito estufa, não só durante a construção, mas durante todo o
ciclo de vida da edificação, o que já ocorre em alguns poucos países. A arena deve
também se desvencilhar ao máximo da energia fornecida pela rede nacional,
73
geralmente produzida em grandes usinas interligadas e em muitos aspectos, através
de sistemas ineficientes e prejudicais ao meio ambiente.
Uma nova corrente de pensamento indica que a eletricidade deve ser gerada
perto de onde será utilizada, por ser mais limpa, segura, ter baixa emissão de dióxido
de carbono e menores custos de construção e para seu usuário. Uma das alternativas
para grandes complexos esportivos, hoje, é a geração através de fontes renováveis,
como a utilização de placas fotovoltaicas; já que o insumo de geração, o sol, é
bastante abundante em boa parte do planeta. Sua instalação e montagem, também são
simples, entretanto o custo ainda representa um empecilho na produção de
eletricidade (VIGGIANO, 2010). Vários empreendimentos já apresentam esta
tecnologia, principalmente por associarem suas coberturas de grandes dimensões à
produção local de energia. Este aumento na viabilidade é decorrente, no geral, da
associação de painéis de revestimento da envoltória de arenas com células
fotoelétricas, que acabam apresentando dupla função: fechamento de áreas e geração
da sua própria energia. Segundo, um exemplo, apresentado por John, Sheaard e
Vickery (2007), uma edificação com 2.500 metros quadrados seria capaz de produzir
até 40% das necessidades do recinto, através da energia fotovoltaica.
Outros exemplos a serem pensados pelos projetistas são: a geração de energia
através da reciclagem de resíduos, bem como a utilização da cogeração,
procedimento mediante o qual se obtém simultaneamente energia elétrica e energia
térmica. O Estádio Tynecastle, em Edimburgo, na Escócia, utiliza este sistema
descrito anteriormente (KUMMERT, 2008). A energia pode também ser recuperada
a partir da troca de calor com a água como apontam Bakema e Snijders (1998) em
seus estudos sobre a Arena Gelredome, na Holanda. Turbinas eólicas são outra
possibilidade a ser considerada, o Estádio Lincoln Financial Field, na Filadélfia, por
exemplo, instalou 80 turbinas desta em sua fachada superior. (BANERJEE, 2011).
b) Iluminação Natural: Segundo Viggiano (2010), a iluminação natural dos
ambientes é conseguida com a correta orientação das edificações, levando-se em
conta a necessidade de proteção contra a penetração excessiva do calor, através dos
mais variados recursos arquitetônicos. John, Sheaard e Vickery (2007) completam
que esta deve ser a preferida para estádios de futebol, em detrimento a artificial. Seja
pela sua economia de recursos de iluminação, seja pela sensação de “bem-estar”
74
gerada para seus frequentadores. Existe, hoje, no mercado uma infinidade de
materiais que permitem que as coberturas sejam leves e translucidas facilitando a
penetração da luz natural, a exemplo, do plástico etileno-tetrafluoretileno (ETFE).
c) Iluminação Artificial: Tendo como parâmetro empreendimentos
esportivos, o componente mais óbvio da iluminação artificial são os holofotes, cada
vez mais exigidos qualitativamente por cadeias televisivas. Todavia, estes consomem
uma enorme quantidade de energia, o que faz com que sejam elementos passíveis de
economia, através de luminárias, reatores com alta frequência, níveis de iluminação,
distribuição, sistemas de controle e lâmpadas mais eficientes. Deste último item,
destacam-se as de baixo consumo energético como as fluorescentes e os Diodos
Emissores de Luz (LEDs)12
associadas a economizadores como: os controladores de
luminosidade (dimmers), de tempo (timers) e os sensores de presença.
d) Iluminação Interna: Além da iluminação da área do campo, onde
geralmente acontecem os eventos, a iluminação interna também é um fator de
destaque em projetos de estádios, principalmente, em função das grandes áreas
públicas envolvidas. Segundo John, Sheaard e Vickery (2007) são de responsabilida-
de das autoridades locais os parâmetros para este tipo de iluminamento, contudo eles
ratificam a importância e a necessidade da iluminação natural até mesmo para áreas
como vestiários e salas de apoio, setores que geralmente se encontram enterrados.
Viggiano (2010) complementa que este efeito pode ser conseguido através de
recursos arquitetônicos como as bandejas refletoras, os domos translúcidos, as
aberturas zenitais e a transferência da luz por meio de fibras óticas.
e) Iluminação Externa: Existem dois pontos importantes a serem destacados
a respeito da iluminação externa: o grau de segurança pública proporcionado e a
valorização arquitetônica da construção. Grande consumidora de energia e de
avanços tecnológicos significativos é uma das áreas que mais se destacam em novos
projetos sustentáveis, principalmente por facilidades contemporâneas como o LED.
f) Aquecimento de água: A abundante energia solar disponível, no mundo,
pode ser transformada em calor para o aquecimento da água para os mais variados
usos de estádios de futebol, minimizando a energia elétrica para tal fim. Um
12
Os LEDs podem funcionar com baixas tensões, como as geradas por sistemas fotovoltaicos (12v),
ou tensão da rede elétrica (110 ou 220v), propiciando uma variedade de usos e cores, já que emitem
luzes coloridas sem a necessidade de filtros, com economia de 20% com a iluminação.
75
aquecimento de água efetivado através da energia solar reduz em 90% as emissões de
gás carbônico; 20% a mais que através de gás canalizado. Um sistema eficiente de
aquecimento solar da água consiste basicamente em um conjunto de placas, ou
coletores solares, orientados corretamente para a coleta da maior quantidade possível
de radiação solar; um reservatório (boiler), devidamente isolado para a retenção do
calor gerado; e um conjunto de tubulações adequadas com a capacidade, resistência e
isolamentos necessários para a distribuição da água quente, além de um sistema
auxiliar de aquecimento, por exemplo, a gás. A repartição desta água quente deve ser
cuidadosamente considerada na fase de concepção do projeto, principalmente pela
utilização intermitente. Torneiras de água quente devem ser bem pensadas, por
exemplo, as de banheiros públicos, raramente são utilizadas. Em um estádio de
futebol, menos de 10% das instalações utilizam água quente (OC, 2006).
g) Calefação: Ao contrário do Brasil, em países de clima temperado, algumas
formas de aquecimento se fazem necessárias. Sendo assim, para a sustentabilidade
vigorar a quantidade de energia desprendida para aquecer deve ser reduzida,
mantendo a massa térmica e melhorando a eficiência em sua aplicação. Construções
em clima temperado, ou frio, requerem uma mínima área de superfície externa,
pequenas aberturas e máximo isolamento (VIGGIANO, 2010). A obtenção de
ambientes confortáveis, através de temperaturas ideais, pode ter a radiação solar
como a principal fonte contribuinte para a redução da utilização da energia da rede,
ou também, a utilização do calor residual do processo de energia.
h) Ventilação e Refrigeração: Uma arena sustentável, principalmente se
estiver localizada em países tropicais, deve prezar sistemas passivos de climatização
tais como: ventilação natural, paredes ventiladas, ventilação por efeito chaminé e
coberturas verdes. A principal e a mais econômica delas, a ventilação natural, deverá
ser o foco, seja na área do evento, sejam nos espaços coorporativos e administrativos
(as “multifuncionalidades da arena”). Estes espaços devem fornecer um nível
aceitável de conforto em termos de temperatura, de qualidade do ar e umidade. O
consumo energético decorrente da climatização é bastante relevante e prende a
atenção de arquitetos, inicialmente, ainda na fase de planejamento e projetos.
Entretanto, condições de conforto podem ser conseguidas, ainda nesta mesma fase,
em muitas partes do estádio, simplesmente através do uso de ventilação natural.
76
i) Temperatura: De acordo com as ideias apresentadas por John, Sheaard e
Vickery (2007) a temperatura ideal para assistir a uma partida de futebol varia de 18
a 26° C e de suas áreas administrativas de 20 a 22° C. Contudo, algumas variáveis
influenciam e merecem ser destacadas, como: revestimentos em vidro, que podem vir
a acumular a radiação solar; o isolamento do calor e do frio, importante para
assegurar o mínimo do consumo energético possível; e o movimento do ar, que pode
reduzir a temperatura. Estes autores afirmam que uma taxa de ventilação com cerca
de cinco mudanças de ar por hora, com uma velocidade típica de 0,23 metros por
segundo, pode, de fato, reduzir a temperatura em cerca de 1 a 1.5°C.
j) Materiais Ecológicos: São considerados materiais ecológicos
(ecoeficientes) aqueles produzidos com menor impacto ao meio ambiente, menor
energia utilizada para sua produção e utilização e escolhidos com base na análise do
ciclo de vida da edificação. Entre os utilizados em arenas sustentáveis pode-se citar:
tijolos ecológicos; tintas sem componentes voláteis tóxicos, com esta taxa reduzida,
ou à base de água; materiais reciclados, sem prejuízo a segurança da construção;
madeira de reflorestamento, certificada, ou de curto ciclo de renovação; materiais
duráveis; dentre outros. Neste item devem ser priorizados insumos locais, pois estes
reduzem o percurso de transportes, que emitem grandes quantidades de gás
carbônico na queima de combustíveis, além de priorizarem o desenvolvimento do
comércio e da indústria.
Os gramados merecem destaque neste item, a utilização de um relvado
artificial torna a operação de gestão de um estádio mais simplificada; já que se
economiza com energia elétrica para estádios cobertos, ou parcialmente cobertos,
que necessitam de iluminação especial para o crescimento do gramado. Outro fator
de economia é com a irrigação, pois há a poupança de milhares de litros de água,
principalmente no verão, onde a demanda por água é maior. Contudo, o maior ganho
com este tipo de gramado é relacionado a rentabilidade da arena, pois permite seu
uso ininterrupto para diversos fins (shows, peças de teatro e etc.) sem afetar
demasiadamente a superfície de jogo. Apesar de ser um material mais ecológico que
a grama natural, do ponto de vista de operação e manutenção, e não de fabricação,
gera ainda muitas polêmicas em relação ao seu desempenho e adaptabilidade.
77
Uma maneira prática de se obter uma avaliação criteriosa da escolha do
material para a aplicação no projeto sustentável é por intermédio de uma matriz de
avaliação de materiais. Esta, segundo Viggiano (2010), é uma representação gráfica
bidimensional que auxilia na avaliação quantitativa de qualquer fenômeno e nela são
relacionados os elementos e suas propriedades.
Na avaliação da matriz, são estabelecidos os quesitos que são os itens a
serem avaliados, que podem ser os itens ambientais ou outros de escolha
do avaliador.
Para a avaliação, são estabelecidos dois critérios: a pontuação e o peso. O
valor final da avaliação é o somatório de todos os valores dos quesitos
(após a multiplicação da pontuação pelo peso) e dá a posição relativa do
material em comparação aos outros materiais estudados.
Para efeito de análise, os critérios de avaliação de materiais sustentáveis
podem ser reunidos em sete categorias: natureza do insumo, impacto
ambiental direto, energia incorporada, ciclo de vida, função social, custos
e propriedades bioclimáticas (VIGGIANO, 2010, p.52).
k) Resíduos e a Reciclagem: Os Resíduos da Construção e da Demolição
(RCD) são provenientes de obras civis e representam um grande volume, assim como
um grande problema ambiental para qualquer empreendimento deste porte, seja na
sua inteira construção, seja em uma renovação/transformação. É essencial uma
gestão de resíduos (plano de gerenciamento de resíduos) durante a construção de
uma arena sustentável, onde os materiais são separados e reciclados no próprio
canteiro de obra, ou fora do local. Esta iniciativa, bastante empregada no mundo do
futebol, hoje, reduz a produção de entulhos a ser depositada em aterros, além de
economizar materiais e a energia desprendida. No entanto, os resíduos são gerados
não só na construção, mas também, durante todo o ciclo de vida da edificação,
através das atividades dos usuários e do fim da vida útil de componentes. Uma arena
que busca um padrão adequado de sustentabilidade deve conscientizar seus usuários
a respeito de campanhas de redução, de reutilização e de reciclagem. Através destes
métodos se reduz a quantidade de materiais destinados a aterros sanitários, a
necessidade de extração de matérias-primas e se preserva o meio ambiente por meio
de uma atividade economicamente vantajosa e empregadora de mão-de-obra,
principalmente para materiais como: o vidro, o alumínio, o papel e o plástico.
l) Água: A água é um recurso natural escasso em muitos países que contam
com grandes estádios de futebol. Seu consumo, assim como o de energia está sujeito
78
a uma considerável flutuação durante o curso de um ano, em função do número de
jogos desportivos, condições meteorológicas, eventos e espectadores, variando
anualmente de 10 a 20 mil metros cúbicos (OC, 2006). Seu manejo e uso devem ser
conscientes, principalmente na forma potável, envolvendo ações de economia, como:
aparelhos economizadores, reuso das águas servidas, (re)aproveitamento eficiente
(águas pluviais) e de conservação (recarga dos aquíferos). Dentre as estratégias
referentes ao uso racional e de sua correta captação e rejeite, destacam-se:
Aparelhos Economizadores: O bom uso da água potável utilizando-se de
equipamentos economizadores (com baixo fluxo de vazão) como: os vasos sanitários
com caixa acoplada, registros com sensores de presença, acionamentos de torneiras
temporizados e vasos sanitários / mictórios a vácuo, são a condição primordial para a
eficiência e a sustentabilidade economia e ambiental de todo sistema hidráulico.
Tratamento de Águas Servidas: As águas servidas são as águas provenientes
da totalidade do esgoto, em um modelo ideal de sustentabilidade e do uso racional da
água, sua máxima reutilização é aplicada; por meio de diferentes sistemas de
tratamento que dispõe de filtros modernos, câmaras de armazenamento e outros itens.
Aproveitamento da Água da Chuva: As águas pluviais podem ser
aproveitadas para os usos não potáveis da edificação: irrigação do gramado, limpezas
e descargas. Para tanto, o projeto de instalações hidráulicas deve prever a separação
das águas em reservatórios, segundo sua potabilidade. Seu sistema básico, em
grandes arenas, é composto pelas calhas da cobertura, uma pré-filtragem, a filtragem
em si e o armazenamento final. Comum em novos projetos e adaptações pode
representar uma economia substancial do abastecimento da rede pública e de capital.
Recarga de Aquíferos: Segundo Viggiano (2010), a recarga dos aquíferos é
uma das soluções especificadas para a redução dos impactos negativos do excesso de
chuvas nas regiões urbanas. Esse impacto ocorre em função da urbanização ter
acarretado uma excessiva área impermeabilizada, que impede a necessária absorção
das águas pluviais pelo solo. A recarga pode ocorrer de duas maneiras principais:
bacias de infiltração e valas de infiltração. Complexos esportivos apresentam grandes
áreas impermeabilizadas / cobertas e geralmente se localizam em centros urbanos,
assim recargas artificiais como estas devem ser pensadas, na concepção projetual,
como forma de facilitar o escoamento das águas das chuvas.
79
m) Ambiente Urbano e Paisagístico: O local aonde a arena será edificada
deve ter preocupações de inserção na paisagem, no relevo, no ecossistema, na cidade,
com a proximidade de corpos hídricos e etc.; de forma a minimizar os danos
ambientais, erosões, sedimentação de rios, geração de poluentes atmosféricos e o
consumo de materiais. O partido arquitetônico, por exemplo, deve ser tomado de
acordo com as características do terreno e a localização, de preferencia, em locais em
declive (para oferecer apoio à estrutura) e reduzir a quantidade de materiais
empregada na obra. Os elementos paisagísticos devem ser locais e adaptados de
forma a compensar a emissão de gás carbônico e elevadas temperaturas.
n) Transporte: Propostas para construção de novos estádios devem
privilegiar o transporte público, facilidades de acesso e circulação de forma a reduzir
a emissão de gases do efeito estufa e estimular meios coletivos de locomoção.
Medidas deste tipo, associadas ao incentivo de ciclovias, caminhadas à arena,
bicicletários, vagas para veículos movidos a biocombustíveis, ou carona solidária são
formas de tornar um estádio mais sustentável.
Todos os princípios de sustentabilidade ambiental, aqui apresentados,
deverão ser analisados, também, de acordo com o custo de seu ciclo de vida13
. Já
que, algumas tecnologias, em prol da sustentabilidade, podem não só reduzir os
custos operacionais e com manutenção, como também, com o investimento aplicado
inicialmente. Outras podem ser inicialmente mais onerosas, em termos de capital,
mas proporcionam economias com o funcionamento, a longo prazo. Opções que
priorizam a ventilação e a iluminação naturais, por exemplo, podem levar ao
barateamento de estádios frente a opções herméticas de arquitetura. A análise dos
custos da construção é uma ferramenta de projeto que garante o melhor valor,
devendo ser utilizada na fase de concepção, pois inclui desde as matérias-primas, o
custo inicial do investimento; passando pelos custos de operação, manutenção e
substituições das partes danificadas. (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007).
Inspirado nos aspectos sustentáveis da construção civil, aqui apresentados, e
nos preceitos do COI, a FIFA, só em 2006, para a XVIII Copa do Mundo FIFATM
Alemanha, estabeleceu o Programa Green GoalTM
(no português, Metas Verdes), o
13
A avaliação do ciclo de vida tem sido descrita como "do berço ao túmulo", ou seja, da contabilidade
das entradas e saídas dos usos de uma edificação - custo inicial, execução, manutenção e eventuais
substituições (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007).
80
qual se dedicou a próxima seção. Nele preza-se pelo conceito de “Ecoarenas”, ou
seja, estádios que apresentam aspectos ecológicos em sua concepção; que foram
construídos de forma a causar o menor impacto ambiental, sem desperdício de
materiais e com as maiores eficiências energéticas e hidro sanitárias possíveis.
Para o Mundial posterior, a XIX Copa do Mundo FIFATM
África do Sul 2010,
seu país-sede não inovou em conceitos de sustentabilidade, assim como, em aspectos
tecnológicos; “importando”, apenas, modelos utilizados no Mundial alemão. O
Mundial de 2014, no Brasil, entretanto, poderá se tornar um marco da
sustentabilidade aplicada em estádios de futebol, pela concepção de projetos que
buscam o equilíbrio do esporte com o meio ambiente, o combate ao aquecimento
global e a preservação ecológica (MASSIMINO, 2012).
Infelizmente, por ser a sustentabilidade aplicada a arenas esportivas, uma
temática recente, há pouca informação técnica disponível, assim como de referencial
teórico. O que dificulta o estabelecimento de regras, boas práticas e até mesmo a
exemplificação. Somente através da difusão destes conceitos em novos projetos, de
sua quantificação e da publicação de seus resultados e experiências é que será
atingido seu real objetivo: estádios verdadeiramente e ambientalmente sustentáveis.
3.2. O PROGRAMA FIFA GREEN GOALTM
A FIFA, órgão internacional que conduz as associações de futsal, futebol de
areia e futebol de campo, o esporte coletivo mais popular do mundo, mantém uma
extensa lista de exigências às quais os estádios das cidades-sede e as próprias devem
se adequar para terem direito a sediar seus eventos. Uma delas está relacionada às
questões de responsabilidade socioambiental; temas como o aquecimento global, a
conservação ambiental e o manejo sustentável recebem destaque durante as edições,
por exemplo, das Copas do Mundo. Tal temática ambiental se tornou uma
preocupação constante e explicita da entidade máxima do futebol mundial, neste
novo século14
, de seus parceiros e patrocinadores em prol da mitigação dos impactos
negativos decorrentes da atividade futebolística.
14
Ao contrário dos Jogos Olímpicos, um conceito ambiental não era obrigatório no caso de uma Copa
do Mundo até o lançamento do Programa Green GoalTM
, em 2005.
81
O novo edifício da FIFA é o exemplo da instituição, para cidades-sede, como
forma de mostrar esta constante preocupação. O projeto da arquiteta suíça Tilla
Theus, com 39,7 mil m² de área construída, nas proximidades do zoológico de
Zurique, na Suíça, vem sendo utilizado desde 2006 e definiu novos padrões
ambientais e de referencial projetual/arquitetônico. A concepção do projeto baseou-
se na valorização de itens como: a sustentabilidade, a flexibilização construtiva, a
não emissão de poluentes e a eficiência energética; aliados a modernas instalações e
a integração completa da edificação ao seu entorno imediato (FIFA, 2010).
Desde a Copa do Mundo FIFA Alemanha 2006 a entidade internacional em
questão investe na divulgação de programas que integrem o desenvolvimento
sustentável, a modificação de padrões de comportamento, a redução do consumo de
recursos, com a proteção do meio ambiente a exemplo do inédito Green GoalTM
. Este
Programa, lançado em 2005, em parceria inédita com a PNUMA, a Federação Alemã
de Futebol e o Ministério do Meio Ambiente, como forma de demonstrar que o
esporte também pode contribuir com as questões de desenvolvimento sustentável; em
linhas gerais, prevê para as cidades-sedes a administração racional e eficiente da
água e dos resíduos gerados, a economia de energia e o uso de sistemas públicos de
transporte com consumo eficiente de combustíveis (OC, 2006).
O Green GoalTM
vem contribuindo para o acúmulo de conhecimentos e
experiências para futuras sedes da Copa do Mundo e até mesmo outros grandes
eventos. Ao fornecer uma base sobre a qual as cidades anfitriãs poderão desenvolver
seus próprios programas ambientais e de infraestrutura dentro das limitações
impostas por eventos como este; a fim de minimizar as consequências negativas
destes sobre o meio ambiente, maximizando o legado social, econômico e ambiental.
Não só no período de sua realização, mas sim no pós-evento, de curto a longo prazo.
3.2.1. Contextualização Histórica
Ao sexto dia do mês de julho, do ano 2000 (Record, 2000), a FIFA anunciou
que a Alemanha vencera o Marrocos, a Inglaterra e a África do Sul e sediaria a Copa
do Mundo de 2006. Dentre as propostas de sustentabilidade apresentadas pelo comitê
organizador local, em parceria com a FIFA, destacamos o ecológico Programa
Green GoalTM
(Metas Verdes, tradução nossa), de 2005, primeira tentativa ambiciosa
82
do gênero em estabelecer objetivos mensuráveis de proteção ambiental, preencher as
lacunas correspondentes a falta de especificações ambientais da FIFA e reduzir os
efeitos adversos de uma competição deste porte15
.
Inicialmente, as questões ambientais, ao longo do processo de candidatura
alemã, se resumiam a apenas um único capítulo intitulado “Conceito Ambiental para
os Estádios”. Redigido e inspirado no sucesso ambiental dos XXVII Jogos Olímpicos
de Verão de Sidney, Austrália, em 2000. O pacote de diretrizes ambientais, que
formou a espinha dorsal do Programa, foi ratificado durante a XVII Copa do Mundo
FIFA 2002 Japão - Coréia do Sul através de uma comissão de pesquisadores do Öko-
Institut16
e do WWF e apresentado, posteriormente, em 2003. Assim, dos 16
objetivos propostos, treze foram alcançados, através de parcerias entre as cidades-
sedes, o governo federal, empresas de transporte público, os parceiros e
patrocinadores da FIFA e a própria entidade máxima do futebol; expondo uma
Alemanha ambientalmente consciente e economicamente rentável (OC, 2006).
Dentre as ações desenvolvidas, destacam-se: pela primeira vez na história do
torneio, as emissões de efeito estufa adicionais foram compensadas, com um
investimento total de 1,2 milhões de euros em projetos de requalificação climática,
na própria Alemanha e em países em desenvolvimento “Gold Standard” - como
forma de reduzir as desigualdades sociais. Na África do Sul, por exemplo, 400 mil
euros foram empregados em um projeto de contrapartida de emissões de dióxido de
carbono na Alemanha. Neste, gases provenientes de rejeitos de uma estação de
tratamento de esgotos eram transformados em energia elétrica, na cidade de Seboken,
na província de Gauteng, onde fica localizada também, uma das capitais do país,
Johanesburgo. Houve também, a construção de uma fábrica para gerar combustível a
partir de restos de serragem da indústria do papel, para substituir o uso do carvão
vegetal de fazendas de cítricos. Estes projetos foram elaborados pelo Comitê
Organizador Alemão e pela organização suíça Myclimate de forma a compensar as
92 mil toneladas de gases lançadas na atmosfera durante a competição (OC, 2006).
15
A segunda Copa do Mundo do país, a Alemanha Ocidental já organizara o Mundial de 13 de junho
a 07 de julho de 1974, quando a nação era dividida em duas. Dezesseis países participaram,
consagrando a Alemanha Ocidental campeã, as partidas foram realizadas em nove cidades. 16
Organização europeia de pesquisa, preservação ambiental e consultoria sustentáveis, que criou um
software, o Global Emission Model for Integrated Systems, que torna possível quantificar quantas
mudas de árvores devem ser plantadas, para retirar o gás carbônico produzido durante os jogos e
lançado na atmosfera, evitando assim o efeito estufa e o aquecimento global (MATIAS, 2007).
83
Outro país beneficiado por este Mundial fora a Índia, escolhida por te sido
assolada pelo tsunami de 26 de dezembro de 200417
. Novecentas famílias da
província de Tamil Nadu, no sudeste do país, duramente atingidas, foram
beneficiadas com a aplicação de 500 mil euros, na recuperação de casas e na
construção de biodigestores através de fezes de bovinos, para a produção de biogás
para atividades domésticas. Assim, 30.000 toneladas de dióxido de carbono serão
evitadas, nos próximos dez anos, com a abolição das fogueiras usadas anteriormente
para cozinhar (OC, 2006).
Na Alemanha em si, o consumo de água nos estádios foi reduzido em 20%,
(42.400m³) com o reaproveitamento de água de chuva; nas coberturas dos estádios
foram implantadas placas fotovoltaicas na ordem de 2.800kW, suficientes para cobrir
a demanda anual total de um estádio de futebol, o que reduziu o consumo energético
em 13% (7% a menos que o esperado). Contudo, a grande façanha energética foi a
cota de 13 milhões de kWh de energia verde, certificadas a partir de hidrelétricas
(OC, 2006). Nos transportes, dos portadores de bilhetes, 74% dos 3,4 milhões de
torcedores viajaram para os estádios através de meios públicos de locomoção, com
frequência e qualidade elevadas, ou a pé. No total, cerca de 50 projetos de
infraestrutura foram realizados nas cidades-sede para melhorar o transporte público.
Já a redução de resíduos, após gerações elevadas (em valores absolutos) na
Copa do Mundo de 2002 e na Eurocopa de Portugal, em 2004; foi marcada pela
excelente gestão (17% menor na produção de resíduos), pela utilização do mínimo de
embalagens possíveis, em produtos à venda, e pela adoção de copos retornáveis, pela
primeira vez na história, de uma Copa do Mundo, ou Olimpíadas. Destaca-se aqui, o
programa de gestão de resíduos da Allianz Arena de Munique, entretanto, cada
partida ainda foi marcada pela produção exagerada de 15 toneladas de lixo, números
que precisam ser minimizados. O Green GoalTM
só não fora mais eficiente na
Alemanha, pois foi implantado, posteriormente, ao inicio do planejamento e das
obras para a Copa, entretanto todas as medidas ratificadas posteriormente se
comprometeram voluntariamente a participar da alguma forma do Programa.
17
Conhecido também como Sismo do Índico de 2004 disparou uma sequência de tsunamis fatais com
epicentro na Sumatra, Indonésia. Quatorze países banhados pelo Oceano Índico foram atingidos
matando mais de 230 mil pessoas. Esta tragédia mobilizou ações humanitárias de diversos países.
84
O sucesso do Programa Green GoalTM
2006 fora tão grande, que dois anos
mais tarde, um conceito ambiental similar foi desenvolvido na Áustria, uma das
sedes, juntamente com a Suíça, da Eurocopa 2008. Por sua vez, a FIFA incorporou
este programa as cidades anfitriãs, que viriam a sediar um dos seus eventos
posteriormente, através de uma cláusula de proteção ambiental:
The Host City undertakes to carry out its obligations and activities under
this Agreement in a manner which embraces the concept of sustainable
development that complies with applicable environmental legislation and
serves to promote the protection of the environment. In particular, the
concept of sustainable development shall include concerns for post-
competition use of Stadia and other facilities and infrastructure
(POLOLWANE MUNICIPALITY, 2009).18
Na Copa do Mundo FIFA da África do Sul 2010, o comitê organizador local,
também, adaptou o Programa a realidade nacional, em parceria com as cidades-sedes
- com destaque para a Cidade do Cabo - e órgãos pátrios como a Secretaria Nacional
de Meio Ambiente e entidades internacionais como o PNUMA e os escritórios de
arquitetura germânicos que participaram da Copa de 2006. Os organizadores da Copa
sul-africana tinham como objetivo maior transforma-la em um “evento verde”, ao
deixar um legado ambiental positivo para sua população (CAPE TOWN CITY,
2008). Pelas desigualdades sociais do país, o Programa Green GoalTM
2010 teve
contornos sociais muito maiores que a edição alemã, ao associar suas questões
ambientais com a preocupação em reduzir a pobreza da África do Sul.
Na cidade sul-africana, acima em destaque, o Programa Green GoalTM
teve
seu plano de metas lançado, em outubro de 2008, com orçamento municipal inicial
de, aproximadamente, um milhão de dólares, além de investimentos do Governo
Federal e da Província correspondente, e seu conceito foi bastante assimilado pela
população e partes interessadas. A venda de certificados de eletricidade ecológica,
por exemplo, compensaram cerca de 80% das emissões de carbono da competição,
assim como, uma taxa de redução da geração de resíduos de 20%. Uma série de
projetos de eficácia energética também foram implantados, como exemplo cita-se
18
“A cidade-sede se compromete a cumprir as suas obrigações e atividades no âmbito do presente
Acordo, de forma a abraçar o conceito de desenvolvimento sustentável, que cumpre a legislação
ambiental aplicável e serve para promover a proteção do meio ambiente. Em particular, o conceito de
desenvolvimento sustentável deve incluir preocupações com o pós-competição, o uso futuro do
estádio e outras instalações, assim como, da infraestrutura disponibilizada” (tradução nossa).
85
(FIFA, 2011a): o aperfeiçoamento de semáforos; a instalação de holofotes eficientes;
e o fornecimento de calefação solar de água para 540 famílias de baixa renda em
Darling, pequeno município rural, a 75 km da Cidade do Cabo.
Com a divulgação do relatório final de 130 páginas, em 2011, de todos os
projetos executados, durante quatro anos, para a Copa do Mundo da África do Sul,
que assinala as “três vias básicas” do desenvolvimento sustentável: meio-ambiente,
sociedade e economia; percebe-se que um grande número de temáticas foram
abordadas, como: eficiência energética; redução de gases estufa; conservação da
água; gestão de resíduos; transportes; paisagismo e biodiversidade; edificações
sustentáveis; turismo responsável; comunicação e conscientização. Destes programas
desenvolvidos para a Copa do Mundo 2010, 19 dos 41 totais correspondem ao
“legado”, o que significa que as melhorias serão sentidas pela população durante
muito tempo, após o término do Mundial propriamente dito (FIFA, 2011a).
De acordo com o informe, concebido a partir do trabalho de monitoramento e
avaliação realizado pela ONG Sustainable Energy Africa, o Programa Green GoalTM
2010 superou as metas nacionais para a redução de resíduos em aterros e o uso de
transporte público a fim de minimizar o impacto ambiental do torneio (FIFA, 2011a).
Entretanto, a pegada do carbono do Mundial 2010 foi estimada em 896 mil
toneladas de gás carbônico, mais de oito vezes a Copa do Mundo de 2006. Este valor
é resultado da falta de transportes públicos de qualidade, interligando as cidades-
sedes, o que demanda um acréscimo de percursos efetivados de carro, ou avião e da
matriz energética sul-africana ser voltada para a queima do carvão. Além da
construção de cinco novos estádios, ao contrário da Alemanha, onde só o Allianz
Arena de Munique fora construído. Estes valores só seriam totalmente compensados
com um investimento entre 6,8 e 12 milhões de dólares, o que em um país em
desenvolvimento é ainda algo difícil e oneroso. A solução foi, portanto, focar em
tornar a Copa da África do Sul um evento de baixo carbono, ao invés de um evento
carbono neutro, reduzindo-se assim os impactos climáticos do evento através da
mitigação de suas emissões (CAPE TOWN CITY, 2009).
Cabe destacar também, da Copa do Mundo FIFA África do Sul 2010, a
campanha “20 Centros para 2010” que está construindo vinte complexos “Football
for Hope” em comunidades carentes de todo o continente africano com o objetivo de
86
promover a saúde pública, programas ambientais e a educação através da prática do
futebol. Já foram edificados oito, em países como: África do Sul (Cidade do Cabo e
Mokopane), Gana, Lesoto, Mali, Namíbia, Quênia e Ruanda. Todos eles contam com
medidas sustentáveis, como a aplicação de painéis fotovoltaicos, o que garante o
fornecimento elétrico e conscientiza a população para fontes alternativas de energia.
Um ano depois da Copa da África, a Alemanha voltou a sediar uma Copa do
Mundo desta vez a feminina, o país que já utilizara o Programa Green GoalTM
, em
2006, o relançou em 2010, explorando novas áreas com cerca de 50 medidas e um
orçamento de um milhão de euros. Aproveitando as experiências anteriores, em
parceria com a FIFA, entidades alemãs e o Öko-Institut a VI Copa do Mundo
Feminina 2011 foi além de eliminar e reduzir os impactos ambientais da Copa de
2006, o Green GoalTM
2011 foi também utilizado como plataforma para divulgar
questões de proteção de recursos ambientais e para incrementar as matrizes
energéticas de fontes renováveis (OC, 2011).
As 40.000 toneladas de emissões de gás carbônico adicionais do torneio, pela
primeira vez na história do futebol feminino, foram compensadas através de
investimentos, na ordem dos 600 milhões de euros, em cinco países em
desenvolvimento, em projetos de proteção do clima com o slogan “Pegada do
Futebol” (OC, 2011). Como forma de exemplificar, cita-se: a construção de
biodigestores na Índia; de um parque eólico, com 19 turbinas, na Nicarágua; de uma
pequena central hidroelétrica em Honduras; e a distribuição de aquecedores
eficientes em Gana e no Mali. Cabe salientar, que para a Copa de 2011, o potencial
de alterações estruturais dos estádios foi severamente limitado e houve a venda de
pelo menos um alimento orgânico certificado em todos os postos de venda dos
estádios e não somente em áreas VIPs (Very Important Person/People).
As arenas esportivas da Copa 2011 investiram aproximadamente 710 milhões
de euros em suas acomodações, isto representa uma economia de 6.000.000 kWh de
energia, 50.000 m³ de água e 4.000 toneladas de gás carbônico por ano. Uma análise
dos resultados indica que 80% das medidas executadas serão quitadas em três anos e
apenas 20% serão amortizadas durante um período superior a três anos.
Comparativamente ao Mundial masculino, anteriormente realizado neste país, a Copa
feminina teve um apelo e uma aceitação muito maior na sociedade; além de
87
resultados mais eficientes e positivos, principalmente nos estádios, que se encontram
agora muito mais sustentáveis, mais limpos, bem geridos e ofertando uma quantidade
maior de produtos orgânicos locais e com poucas embalagens.
Entretanto, nos transportes, a oferta pública foi muito menor que na Copa de
2006; 80% de todas as emissões de gases do efeito estufa no Mundial de 2011 foram
provenientes deste setor, ou seja, mais de 33.600 toneladas de poluentes, sendo que,
os carros, o meio de transporte mais utilizado, foi responsável por quase 60% deste
total, um retrocesso se comparado ao Mundial de 2006 (OC, 2011).
Até mesmo o Campeonato Mundial de Futebol Sub-2019
FIFA Colômbia, de
2011, através da Federação Colombiana de Futebol, em parceria com a Secretaria
Presidencial de Política Ambiental, se comprometeu com o Programa; com práticas
de reflorestamento de mais de 35 mil mudas, nos Andes colombianos e na
conscientização do público com temas ambientais. Foram desprendidas nove mil
toneladas de dióxido de carbono para a realização da competição (FIFA, 2011b).
No Brasil, a FIFA já começou a trabalhar com o Comitê Organizador Local
da Copa do Mundo 2014 para que haja uma integração adequada e fortalecida das
questões ambientais, da estrutura de gestão, da preparação e da execução do evento.
A entidade internacional, por exemplo, investirá US$ 20 milhões em estádios
ecológicos e na compensação de gases poluentes emitidos, para garantir que a
segunda edição da Copa, no Brasil, tenha sua sustentabilidade maximizada
(PORTAL2014, 2012). Tanto, que muitas das sedes brasileiras, em especial o Rio de
Janeiro, sede também dos Jogos Olímpico de 2016, já procuraram os escritórios de
arquitetura e as esferas de governo que participaram das Copas de 2006 e 2010, para
receberem apoio para estas questões, com honorários avaliados, entre três e quatro
milhões de reais. Segundo o Comitê Organizador Local da Copa Sul-africana, no
Brasil, a CBF, pela sua força mundial, deveria tomar uma postura mais incisiva em
relação às metas do Programa Green GoalTM
2014, o que ainda não acontecera
(PROVINCIAL GOVERNMENT OF THE WESTERN CAPE, 2011).
Até mesmo as próximas Copas do Mundo a serem realizadas na Rússia, em
2018 e no Catar, em 2022, já tiveram firmadas em seus contratos garantias de
responsabilidade e planejamento ambiental, dentre elas, destacam-se (FIFA, 2012):
19
Espécime de Copa do Mundo FIFA para jogadores com idade inferior, ou igual a vinte anos.
88
Avaliação ambiental completa da organização da Copa do Mundo;
Integração sistemática do meio ambiente às estruturas de gestão;
Composição e integração de um conselho consultivo ambiental;
Criação de um programa de consulta às partes envolvidas;
Apontamento de objetivos mensuráveis em seis temas principais: água,
resíduos, energia, transporte, compras e mudanças climáticas;
E atividades planejadas para minimizar os efeitos ambientais adversos.
3.2.2. Etapas do Programa Green GoalTM
Para Estádios Sustentáveis
Um evento importante como uma Copa do Mundo é um desafio não só para
as seleções inscritas como também para o meio ambiente. Um país sede recebe
milhares de visitantes e turistas que se deslocam por grandes distâncias, consumindo
energia elétrica, água, gerando resíduos, gases do efeito estufa, além de tanto outros
efeitos indiretos inevitáveis. E como o futebol e o meio ambiente precisam “andar de
mãos dadas”, o Programa Green GoalTM
além de ser parte integrante do
planejamento e da organização de uma Copa do Mundo “verde” é uma contribuição
para um "legado sustentável".
Na última Copa do Mundo, por exemplo, segundo o Secretário Geral da FIFA
Jérôme Valcke (FIFA, 2011), uma média de 49.670 espectadores assistiram a cada
uma das 64 partidas, consumindo mais de 3,1 milhões de garrafas de bebidas e 56
MW de energia elétrica, o que equivale à oferta de mais de 56.000 casas.
Segundo a FIFA (2007), os princípios da sustentabilidade do Green GoalTM
,
em prol da proteção climática20
, maior desafio das políticas ambientais, hoje, devem
orientar uma cidade-sede e sua respectiva arena, para a organização de um Mundial.
Estes devem ser discutidos com os representantes da comunidade local, grupos
ambientais, mídia e autoridades locais e nacionais de futebol; se agrupando em
quatro áreas básicas e bem resumidas, a favor de uma experiência ambiental e
comunitária positiva, com os seguintes objetivos:
20
Neutralidade Climática, ou Clima Neutro: As emissões de gases prejudiciais do efeito estufa, em
Copas, serão, na medida do possível, evitadas, ou reduzidas. Emissões inevitáveis deverão ser
compensadas através de investimentos financeiros no próprio local, ou em outros países (OC, 2006).
89
a) Água: Reduzir e utilizar o consumo de água potável de forma mais
responsável. Criar meios alternativos para a irrigação do gramado. Armazenar águas
pluviais como forma de apoiar o ciclo de vida. Instalar mecanismos de redução do
fluxo de vazão em equipamentos sanitários durante a fase de construção.
b) Resíduos: Sua remoção é responsável pelo maior custo da gestão de
estádios. Devem ser evitados e/ou reduzidos, por exemplo, com a reutilização de
recipientes de bebidas; reciclagem, através da separação da coleta de lixo; e com a
redução de embalagens desnecessárias de alimentos e produtos de merchandising.
c) Energia: Edificação de estádios com sistemas de energia alternativos, mais
econômicos e eficientes. Fontes alternativas de geração e sistemas de controle central
devem ser explorados, assim como, a redução da utilização de equipamentos de ar
condicionado. Os vidros, também, deverão ser isolados e protegidos da insolação.
d) Transporte: Incentivar o uso de transportes públicos (trens, ônibus,
metros, barcas, e etc.) para o gerenciamento facilitado dos eventos e a otimização do
desempenho de sistemas de combustíveis. Já que este setor é o principal responsável
pela emissão de gases do efeito estufa em eventos do porte de uma Copa do Mundo.
De acordo com o Football Stadiums - Technical Recommendations and
Requirements21
(FIFA, 2007) todos estes princípios de sustentabilidade ambiental
devem ser levados em consideração e compatibilizados na escolha do local,
concepção e da construção de uma megaestrutura, com os que se seguem:
- Aumento do tráfego de veículos;
- Grande número de fãs/pedestres barulhentos e muitas vezes agressivos;
- Elevada emissão de ruídos;
- Orientação solar adequada e iluminação de eventos;
- Sombreamentos das construções adjacentes;
- Ociosidade do entorno das arenas em dias de não eventos;
- Escala inadequado do projeto em relação aos seus arredores.
21
Estádios de Futebol: Recomendações Técnicas e Requerimentos (tradução nossa)
90
Segundo a FIFA (2011), com estudos, análises e concepções adequadas, a
maioria dos problemas, acima citados, pode ser mitigada. Dentre os exemplos
apontados de soluções, destacam-se: criação de zonas de acesso restritas; controle
dos índices de ruído e iluminação; rebaixamento do gramado, para propiciar a
redução da altura da arena; controle dos horários de partidas, eventos e tráfego local;
preocupações com o paisagismo e a arborização do entorno (que beneficiam a
percepção de conforto ambiental e visual dos usuários); programas de drenagem e
percepção dos corpos d’água adjacentes; e diversificação dos usos dos estádios para
que estes não se tornem ociosos.
Estádios por serem grandes projetos pontuais de desenvolvimento urbano,
com impactos negativos em diversas áreas, devem melhorar a qualidade de vida
daqueles que vivem no seu entorno, integrando-se ao dia-a-dia de sua comunidade,
ao fornecer estabilidade financeira, social e principalmente ambiental.
Como forma de avaliar toda esta sustentabilidade, metas e eventuais
impactos, em suas cidades-sedes, a FIFA, desde 2011, incorporou ao Programa
Green GoalTM
a adoção de certificações ambientais mundialmente difundidas como
instrumentos de verificações. Anteriormente, na Copa da Alemanha, em 2006, por
exemplo, os estádios de Nuremberg e Munique receberam o Eco-Management and
Audit Scheme (EMAS), um tipo de certificação europeia de gestão ambiental, que
obriga aos seus gestores melhorarem, continuamente, seu processo de proteção
ambiental, através de auditorias regulares.
Entretanto, hoje, no Programa, há uma citação direta das metodologias
LEEDTM
e BREEAM; além de uma genérica para as que classificam obras de
engenharia através de um sistema de estrelas (como a australiana Green Star), ou
daquelas que efetivam medições utilizando o sistema de pegada do carbono. A ênfase
é dada a certificação LEEDTM
apresentada, em detalhes, em detrimento das outras.
Segundo a FIFA (2011), todos os novos projetos e reconstruções/renovações de
estádios deverão incorporar princípios e técnicas de construção verde em sua
concepção, para alcançar o mínimo de requisitos para a certificação LEEDTM
.
As questões ambientais exigidas pela FIFA de uma cidade-sede, na
organização de um Mundial, não se restringem apenas as certificações, algumas
outras exigências são apresentadas, na página 47, da FIFA (2011):
91
- Apresentar uma avaliação detalhada e quantitativa da qualidade do ar, para
os cinco anos antes do evento, para eventuais mudanças exigidas pela FIFA;
- Fornecer informações referentes à qualidade da água da rede pública;
- Cidades-sedes têm que disponibilizar informações a respeito de qualquer
ambiente sensível, dentro da cidade, ou ao redor do estádio, em particular;
- Informar sobre áreas de interesse cultural, histórico, ambiental, ou religioso;
- Expor os objetivos, metas e prioridades ambientais;
- Criar e apresentar meios de divulgar e avaliar os impactos ambientais;
- Minimizar as poluições sonora e atmosférica;
- Gerir corretamente os resíduos de procedência sólida e de esgotamento;
- Reciclar, reduzir e reutilizar resíduos provenientes de embalagens;
- Utilizar materiais e técnicas de construção ecológicas nas obras da Copa;
- Operar campanhas de limpeza eficientes no Pós-Copa do Mundo;
- Fazer com que medidas de proteção ambiental sejam adotadas pelas
autoridades de governo e organizações não governamentais;
- Incentivar a criação de programas de conscientização ambiental do público.
Até mesmo a execução de estruturas temporárias (tendas, edificações
provisórias, plataformas, rampas de cabeamento, passarelas para pedestres,
arquibancadas desmontáveis e etc.) necessárias para a infraestrutura da realização de
um Mundial, aprovadas pela FIFA, apresentam preocupações ambientais e estéticas.
Materiais e componentes utilizados, por exemplo, nestas estruturas, devem
ser eleitos na sua forma básica, só quando essencialmente necessários, assegurando
seu potencial máximo de desmontagem, reutilização e reciclagem. Com a menor
destinação possível para aterros sanitários, com a menor quantidade de energia
incorporada possível e cientes da sua importância para a proteção ambiental do
planeta e da saúde humana. Exemplos desta estratégia incluem (FIFA, 2011):
- Evitar pinturas, acabamentos ou laminados; uso de materiais na forma bruta;
- Evitar rebocos, divisórias e paredes; uso de auto acabados;
- Usar concreto ou madeiras aparentes, de modo a evitar tapetes, vinil e etc.;
- Evitar o uso de papéis laminados, utilizar sempre materiais reciclados;
- Fixar materiais de exposição sempre de forma mecânica, evitando adesivos.
92
Segundo o Green Goal
TM, princípios de energia passiva devem ser
empregados, também, em estruturas temporárias, para evitar uma infinidade de
sistemas de refrigeração com custos elevados de materiais e energia, como: telhado
flutuante, massa térmica, sombreamento, e espaços abertos com bom fluxo de ar.
A FIFA (2011) aponta ainda que, caso as instalações temporárias criem valor
agregado, a longo prazo, poderão permanecer “permanentes”, como legado do
evento, sem a necessidade de sua remoção, apenas com algumas adequações.
Com a apresentação da estrutura institucional do Programa Green GoalTM
e
com o apoio de obras da FIFA relacionadas com a construção e gestão de estádios de
futebol como: Football Stadiums - Technical Recommendations and Requirements;
Safety Regulations (FIFA, 2008), dentre outras; cada cidade-sede, ou país,
estabelecerá um Plano de Ações, definindo projetos específicos de implementação
ligados a esta área temática, ao planejamento e a operação de grandes eventos. As
iniciativas devem partir das diferentes esferas de governo, com dotações
orçamentárias próprias e através de parcerias público-privado (DUTRA, 2010).
Na última Copa do Mundo, por exemplo, para a Cidade do Cabo, o Plano de
Ações identificava nove áreas temáticas (cinco a mais que o Programa Green
GoalTM
original) e definia 41 medidas a serem desenvolvidas, implementadas e
destinadas a reduzir o impacto ambiental. Incialmente, estas medidas demandaram
certa aplicação de recursos, todavia este são recuperados com a redução dos custos
operacionais a curto e a longo prazo. A seguir, apresenta-se as nove áreas temáticas
identificadas pelo Programa Green GoalTM
2010, com seus respectivos objetivos:
1- Energia e Mudanças Climáticas: Minimizar a pegada do carbono,
potencializar a eficiência energética e promover fontes renováveis;
2- Água: Minimizar o uso e promover a conservação dos recursos hídricos;
3- Gestão Integrada de Resíduos: Reduzir, reutilizar e reciclar resíduos;
4- Transporte, Mobilidade e Acesso: Promover a eficiência energética, o
acesso universal a mobilidade e a minimização da poluição do ar.
5- Paisagismo e Biodiversidade: Promover o paisagismo e a biodiversidade;
6- A Construção Verde e Estilos de Vida Sustentáveis: Promover uma
consciência ambiental, estilos de vida e práticas de construção sustentável;
93
7- Turismo Responsável: Promover o turismo responsável para 2010 e além;
8- Comunicações do Green Goal: Comunicar a mensagem do Programa
Green GoalTM
a residentes e visitantes de forma a gerar a conscientização;
9- Monitoramento, Medição e Comunicação: Acompanhar, avaliar e
elaborar relatórios sobre os progressos realizados durante a sua execução.
Dentre as 41 medidas estabelecidas, de forma a exemplificar, apresenta-se
uma das adotadas para o quarto item “Transporte, Mobilidade e Acesso”. Tal medida
denominada “Eco táxis” previa facilitar o estabelecimento de uma frota de táxis de
baixa emissão de poluentes e ambientalmente corretos, operando a partir do ano de
2010. Os veículos seriam dotados de reduzido consumo de combustíveis e emissões e
seriam adesivados com o logo do Green Goal 2010 para promover a conscientização.
Esta ação partiu do Governo da Província do Cabo Ocidental, onde fica
localizada a Cidade do Cabo e contou com membros do município, que dispunham
de verbas de aproximadamente US$ 10 mil, em parceria com o setor privado. O
medidor do desempenho desta ação correspondeu ao número de veículos operando.
Encerra-se esta seção com o preceito número 10 “Usar o futebol para fazer
um mundo melhor”, do código de condutas, moral e ética da FIFA, o “Fair Play” 22
:
O futebol tem um poder incrível, que pode ser usado para fazer deste
mundo, um lugar melhor, no qual todos possam viver. Use esta poderosa
plataforma para promover a todos: a paz, a saúde, a igualdade e a
educação. Faça um jogo melhor, leve isso a todos, e você estará
promovendo um mundo melhor (FIFA, 2012a, tradução nossa).
Durante uma Copa do Mundo, ou uma Olimpíada, milhares de espectadores
assistem às partidas diretamente dos estádios e outros bilhões assistem às partidas
pela televisão e/ou internet. Isto proporciona uma grande oportunidade de se
sensibilizar o público, através de campanhas de conscientização ambiental locais,
através do voluntariado e da comunicação visual do evento. E para o grande público,
por meio dos grandes meios de comunicação, que associam o futebol aos problemas
22
Este código simples e de fácil entendimento da FIFA, de 1997, conhecido também como “Jogo
Limpo”, representa os benefícios de se cumprir as regras, de se ter bom senso e de se respeitar o
próximo. Código, o qual, segundo a entidade, ela vai continuar lutando no futuro, independentemente,
das influências e pressões externas exercidas. A FIFA homenageia aqueles que são exemplos de Fair
Play, pelo mundo, e muito frequentemente o prêmio vai para indivíduos, ou grupos que não costumam
aparecer nas manchetes futebolísticas e que geralmente estão “atrás das câmeras” (FIFA, 2012a).
94
climáticos e ambientais, da importância de se proteger o planeta e de se promover o
desenvolvimento sustentável nos seus respectivos países. Campanhas como o “não
ao racismo”, por exemplo, poderiam ser adaptadas, pela própria FIFA, para questões
de cunho ambiental, o que ajudaria a atrair mais ainda o interesse público.
A FIFA, neste século, apesar da demora - se comparada ao COI e a sua
responsabilidade ambiental com os Jogos Olímpicos - compreende que está em uma
posição chave para decidir medidas de proteção ambiental e de responsabilidade
social, em todo o planeta, através da organização de seus eventos; tanto, que
estabeleceu parcerias estratégicas com renomadas instituições internacionais e
organizações não governamentais. Além disso, introduziu diretrizes ambientais para
os processos de candidatura de seus eventos - mesmo que através do LEEDTM
- e
sem a força da obrigatoriedade - comum a exigências com equipamentos técnicos e
aparatos de segurança. Afinal, o futebol também precisa de um ambiente saudável e
limpo e muitas das medidas ambientais a serem tomadas e aplicadas, nas futuras
Copas, dependem de um envolvimento maior e impositivo de sua entidade máxima.
Com o Programa Green GoalTM
as cidades-sedes da FIFA começaram a
estabelecer, desde 2005, uma nova consciência ambiental, modificando padrões de
comportamento e reduzindo o consumo de recursos, ao relacionar melhorias na
infraestrutura com a qualidade ambiental.
A sustentabilidade de um grande evento, com a redução da sua pegada de
carbono, pode ser considerada, sim, seu maior legado, mesmo que seja impossível
neutralizar 100% das emissões, em função dos impactos negativos de um evento
deste porte, como discutido nesta seção. O mais importante é saber que tais medidas,
adotadas na gestão e na inovação de Mundiais passados, com suas limitações e sua
ampla divulgação, através de relatórios de legado, influenciam a organização e o
planejamento sustentável de novos eventos, através de federações nacionais de
futebol, patrocinadores, governos e diversos outros atores sociais envolvidos. Espera-
se comprovar com este trabalho que o esporte e o meio ambiente são uma equipe
vencedora e que podem beneficiar o planeta muito além das quatro linhas do campo
e muito depois do apito final e do silenciar dos aplausos dos fãs.
95
4. MATERIAIS E MÉTODO
A partir do referencial teórico explanado, neste capítulo, é proposta uma
metodologia para a análise de sustentabilidade do projeto da Arena Pantanal, com a
proposição de eventuais diretrizes, quando necessárias. A principal motivação para o
seu desenvolvimento foi à necessidade do estabelecimento de indicadores de
sustentabilidade para grandes equipamentos esportivos destinados a prática do
futebol, considerando-se ações orientadas ao desenvolvimento de projetos mais
preocupados com o meio ambiente. A seguir, são apresentados os materiais e o
método utilizados nesta realização e, consequentemente, das ações propostas.
4.1. ECO ARENAS
Para a construção da metodologia de análise da sustentabilidade do projeto da
Arena Pantanal faz-se necessário, primeiramente, em função da escassez de
referencial bibliográfico, levantar critérios de verificação desta preocupação com o
projeto e com o meio ambiente circundante, e dos principais exemplos de estádios de
futebol mundiais, de forma a estabelecer uma base de dados a ser utilizada,
posteriormente, no objeto de pesquisa principal deste trabalho.
Nesta pesquisa, se realizou um levantamento das principais arenas, de todo o
Mundo, concluídas, ou em vias de finalização de suas obras, que tenham o futebol
como uma de suas práticas, independentemente, associada e/ou adaptada para
qualquer outra modalidade, para disputas de partidas e amistosos oficiais de qualquer
escala, das mais variadas federações nacionais e internacionais de futebol. Estádios
em projeto, projeções futuras, ou em início de construção, não foram considerados,
em função de nem sempre ratificarem suas diretrizes e concepções iniciais, ao longo
do seu desenvolvimento e construção.
96
Para a categorização das principais ecoarenas mundiais se levou em
consideração, como sua principal base, a plataforma eletrônica disponibilizada por
Deproft; Amadò; Spampinato (2012). Nela, seus autores disponibilizam por
continente, país e capacidade os principais complexos esportivos globais23
.1
De forma a sintetizar, individualmente, os dados obtidos em pesquisas
literárias, referências eletrônicas em língua portuguesa e/ou em outro idioma; todas
as arenas foram apresentadas em fichas catalográficas, organizadas geograficamente
- por continente, país e em ordem alfabética - com base nos seguintes itens:
localização geografia; capacidade de público; valores estimados de sua
construção/reforma; identificação de seus projetistas; período de realização do
empreendimento; outras nomenclaturas usuais; apresentação do(s) mandante(s) do
campo de jogo; finalidades e usos do estádio; eventos ocorridos, ou a serem
realizados; acesso e transporte e as principais medidas sustentáveis alcançadas.
Buscando um entendimento mais aprofundado destas “Eco Medidas”,
aplicadas a estádios de futebol, todos estes dados foram compendiados e analisados
com base em aspectos/ações de sustentabilidade numerados de 01 a 10. Definiu-se
estas dez ações com base na literatura até então apresentada com destaque para:
FIFA (2011), John; Sheaard; Vickery (2007), Silva (2007) e Viggiano (2010). Tais
critérios foram dispostos de forma a simplificar todas as informações obtidas e
equacionar eventuais falhas e a falta de subsídios que alguma arena, por ventura, veio
a apresentar. Quanto maior o número de respostas positivas a estes critérios, maior
foi o nível de sustentabilidade do projeto. Seguem-se, a seguir, estes aspectos:
Ambiente Urbano e Paisagístico (Ação 01): Preocupações de integração do projeto
com: o entorno, o relevo, a malha urbana, o meio ambiente (fauna e flora), corpos
hídricos adjacentes, parques urbanos e/ou ecológicos, criação de um ícone
geográfico. Além do respeito com a natureza; a busca pela redução de emissões de
gases poluentes; o plantio de árvores nativas e paisagismo adequado; a integração da
arena interior-exterior e a busca pela versatilidade de usos de seus complexos.
231
Foram desconsiderados estádios que apresentassem aspectos como: mobilidade e transporte,
conforto ambiental passivo (ventilação e iluminação naturais) e presença de cobertura, como únicos
aspectos sustentáveis; pois estes já entraram em voga, anteriormente, as preocupações ambientais.
97
Transporte (Ação 02): Integração do projeto com a malha urbana local, facilidade
de acessos, mobilidade e circulações. Estímulo ao transporte público de massa com
qualidade, assim como de bicicletas, caronistas, caminhadas, carros biocombustíveis,
elétricos e para vagas de veículos com baixa emissão de poluentes.
O aspecto de sustentabilidade “Água” foi dividido em duas ações, como
forma de facilitar sua análise: “Racionalização” e “Conservação e Reuso”. A
primeira é constituída por medidas aparentemente mais simples e com impactos
econômicos menores; já, a seguinte é considerada mais complexa, a nível
tecnológico e é mais onerosa para ser implantada e para entrar em operação.
Água - Racionalização (Ação 03): Implantação de equipamentos hídricos mais
eficientes e econômicos, como: válvulas e controladores de fluxo e de vazão; uso de
temporizadores; descargas sanitárias com dois acionamentos independentes; vasos
sanitários com caixa acoplada; mictórios a seco; e limpeza a vácuo.
Água - Conservação e Reuso (Ação 04): Esta ação tem como fundamento a
minimização da dependência da rede pública de abastecimento, através de medidas
como: captação e reuso das águas de chuva; infiltração e percolação de águas
pluviais; utilização de águas subterrâneas; tratamento de águas residuais, para usos
não potáveis; e pavimentação e calçamento com materiais permeáveis.
O aspecto de sustentabilidade “Energia” também foi dividido em duas ações,
como forma de facilitar sua análise: “Fontes Renováveis” e “Demanda Minimizada”.
A primeira corresponde a arenas que se desvencilharam total e/ou parcialmente, da
rede pública de energia elétrica, através da utilização de fontes de energia
renováveis. Já, a segunda considera meios mais simples de economia, monitoramento
de gastos e a racionalização do uso da energia elétrica.
Energia - Fontes Renováveis (Ação 05): Corresponde à máxima independência da
rede local, através da produção de energia, para atender totalmente, ou parcialmente
as suas necessidades, oriundas de fontes energéticas renováveis como: a instalação
98
de painéis fotovoltaicos, de turbinas eólicas, de subestações locais, com combustíveis
mais ecológicos, ou qualquer outro tipo de geração elétrica alternativa.
Energia - Demanda Minimizada (Ação 06): Esta ação aborda mecanismos de:
racionalização energética; qualificação luminotécnica; utilização de lâmpadas LED
e/ou florescentes compactas; uso de equipamentos elétricos modernos e econômicos;
de sistemas de energização eficientes; do emprego de timers, dimmers e sensores de
presença; do controle de áreas non operante; da automação predial; do
monitoramento de gastos; da conscientização de funcionários; e da utilização de
aparelhos com selos de economia energética, como o do brasileiro PROCEL.
Materiais Ecológicos (Ação 07): Objetiva o emprego e/ou a aquisição de materiais e
serviços considerados mais ecológicos, ou certificados, como: gramados artificiais;
produtos flexíveis, duráveis e/ou com curto ciclo de renovação (baixo impacto
ambiental); com baixa emissão de poluentes e biodegradáveis; madeiras de
reflorestamento, ou certificadas; tintas e vernizes com baixo teor de Compostos
Orgânicos Voláteis (COVs) e/ou a base de água; sobretudo, a utilização de itens
locais, que necessitam de pequenos deslocamentos e estimulam a economia.
Resíduos e Reciclagem (Ação 08): Esta ação aborda a reciclagem de materiais de
edificações pré-existentes; a gestão correta de resíduos (durante a construção e a
operação da arena); as campanhas de conscientização de usuários; os programas de
reciclagem e compostagem; a redução do desperdício; e a separação de embalagens.
O aspecto “Conforto Ambiental” também foi dividido em duas ações,
conforme a natureza e o desprendimento energético de seus atos:
Conforto Ambiental Passivo (Ação 09): Esta ação se atém a preocupações com a
ventilação e a iluminação naturais; a permeabilidade da envoltória e de vãos; o
emprego de coberturas e paredes verdes; a utilização de isolantes térmicos e solares;
a concepção arquitetônica favorável; a simplificação de elementos construtivos; a
correta orientação solar; a redução natural do efeito da ilha de calor, e etc.
99
Conforto Ambiental Ativo (Ação 10): Esta ação abrange o aquecimento de água; a
calefação e a refrigeração eficiente de ambientes; o uso da ventilação forçada; o
emprego de coberturas retráteis; o controle da climatização; mecanismos criados para
isolamento acústico; e a utilização de fontes alternativas e/ou de transferência
térmica, para potencializar o conforto térmico de áreas utilizadas, de forma
controlada. Nesta ação, há um desprendimento energético para que este objetivo seja
alcançado, ao contrário de seu precedente, que tenta resolvê-lo de forma “natural”.
Entretanto, é sabido que algumas escolhas dos projetistas, a nível de
adequação da sustentabilidade, são muito mais complexas e abrangentes que os itens
aqui apresentados. Por exemplo, a escolha de um material ecológico, como um bloco
cerâmico certificado, para fechamento de alvenarias, se enquadra na Ação 07
(Materiais Ecológicos); contudo, este poderá auxiliar no conforto ambiental interno,
o que automaticamente o classificaria também como pertencente à Ação 09
(Conforto Ambiental Passivo). Ademais, ao auxiliar na manutenção da temperatura
interna em patamares agradáveis, este colaborará com a redução do consumo
energético, ou seja, contribuirá também com a Ação 06 (Energia - Demanda
Minimizada). E se apresenta preocupações de cunho ambiental na sua produção, a
Ação 01 (Ambiente Urbano e Paisagístico) foi consequentemente atendida. Como
materiais e medidas de sustentabilidade englobam diversas áreas, através de uma
rede complexa de desdobramentos, estas foram simplificadas à sua função mais
básica e primordial, no intuito de tornar a análise de ecoarenas mais concreta.
Segundo Huovila (2008), os indicadores (no caso deste trabalho, as ações
apresentadas anteriormente) são usados para medir o desempenho e monitorar
tendências, e devem possuir as seguintes características:
(a) relevância: isto é, clara ligação com o desempenho da meta;
(b) objetividade: com base em informações confiáveis;
(c) acessibilidade: de dados confiáveis;
(d) legibilidade: que seja compreensível pela comunidade;
(e) mensurabilidade; e
(f) sensibilidade: para que seu uso seja confiável.
100
Isto posto, todos os estádios de futebol analisados apresentam diferentes
contextos social, econômico, ambiental, cultural e climático. E pelo volume do
material produzido, estas apreciações, expostas através de fichas, foram destinadas
aos apêndices deste trabalho. No entanto, como forma de sintetizar estes dados, estes
foram tabulados por um “sistema de pontuação” com formato checklist simplificado,
onde cada uma das categorias apresenta o mesmo grau de importância. A ponderação
aritmética, vulgarmente conhecida como “pesos”, não se aplica, pela dificuldade de
se estabelecer, em tempo hábil e sem visitas in loco, todas as informações, de cada
uma das ações desenvolvidas nestas arenas. Observa-se que há necessidade de se
aprimorar esta questão em trabalhos futuros, analisando a viabilidade do
estabelecimento de diferentes pesos para cada uma das ações.
Nas tabelas elaboradas, as colunas ilustram as ações de projeto e as linhas são
dedicadas a cada um dos estádios levantados, agrupados por continente de origem.
Os valores obtidos podem ser relativos e/ou absolutos, com a apresentação de suas
devidas porcentagens por continente e o total (abrangendo todas as amostras
levantadas). No entanto, para estudos mais aprofundados, comparativo, entre um
universo limitado de arenas, é necessária a criação de um método mais específico e
menos generalista, a fim de que se defina o real desempenho ambiental e grau de
sustentabilidade de cada uma das arenas em análise.
Esta metodologia foi utilizada para identificar soluções, pontos críticos,
possibilitar avaliações, para fins de melhorias e permitir comparações, quando estes
projetos forem analisados de acordo com suas “ações de sustentabilidade”. Este
processo de análise se deu através da elaboração de gráficos e tabelas estatísticas,
apresentados à medida que foram necessários, juntos a estrutura textual.
4.2. ARENA PANTANAL
Com a síntese destes resultados, estruturada em tabelas e gráficos, se iniciou
a análise das diretrizes projetuais de sustentabilidade do principal ambiente em
construção para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
, em Cuiabá, Mato Grosso: a
Arena Pantanal, palco de quatro partidas da fase de grupos.
101
Esta apreciação se deu a partir do levantamento de informações relevantes de
seu processo projetual, dos parâmetros apresentados na revisão bibliográfica até
então, de uma análise crítica, da elaboração de proposições e de eventuais compara-
ções com o extensivo levantamento de arenas sustentáveis, produzido até então.
Caso haja a necessidade de se propor retificações das diretrizes de projeto,
ou sugestões; estas terão por objetivo suprir as deficiências encontradas no projeto de
sustentabilidade da Arena Pantanal; da forma mais eficiente e o menos impactante
possível, sem detalhamentos extensivos. Espera-se que estas conjeturem melhorias,
tanto para o ambiente urbano construído, quanto para seus usuários e o meio
ambiente circundante, de forma a potencializar as ações disponíveis.
Para a realização desta etapa, contou-se com o emprego de plantas do projeto
original da Arena Pantanal, de seu entorno e de sua área de influência, impressos
e/ou em meio digital (Computer-aided Design - CAD e/ou Adobe Reader), tanto das
versões mais atualizadas, quanto dos primeiros esboços; assim como das propostas,
ilustrações e perspectivas apresentadas, previamente, para a FIFA, pelo Governo de
Mato Grosso, em sua candidatura e que foram descartadas. Estes materiais foram
obtidos de seu órgão competente a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo -
FIFA 2014 (SECOPA), de sua precedente, a Agência Estadual de Execução dos
Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (AGECOPA), ou do escritório paulista
idealizador do projeto: a GCP Arquitetos. Outros documentos da própria SECOPA,
GCP Arquitetos e da CONCREMAT, gerenciadora da obra, também foram
utilizados, como os correspondentes ao processo de certificação LEEDTM
e de
ratificação de sua sustentabilidade. Trabalhos acadêmicos e referenciais teóricos, que
viessem a enriquecer esta pesquisa, também não foram descartados.
Registros fotográficos da evolução da obra, de seu estádio antecedente e de
acervo próprio, obtido durante o desenvolvimento da pesquisa, também foram
empregados, quando necessários para ilustrar e exemplificar o trabalho, à medida que
não se tornassem demasiados. Imagens aéreas foram conseguidas através do emprego
do software Google Earth; e todas as iconografias foram corretamente creditadas.
Para trabalhar com estes mapas, projetos e fotografias, diversos programas de
manipulação de imagens e edição gráfica e artística foram utilizados, especialmente,
as plataformas eletrônicas Photoshop, CorelDRAW e Corel PHOTO-PAINT.
102
Utilizou-se, ainda, de documentos técnicos, memoriais descritivos e
justificativos; e apresentações disponibilizadas pelo consórcio construtor da obra,
grupo formado pelas construtoras Santa Bárbara e Mendes Júnior. Pela
contemporaneidade desta temática, sua bibliografia ainda se encontra limitada, o que
fez com que jornais, revistas e mídias digitais fossem consultados constantemente,
para suprir a carência de informações técnicas relevantes, disponibilizadas por estes
meios, ao longo dos últimos anos.
De posse desses materiais coletados, foi possível iniciar o levantamento das
ações de sustentabilidade deste estádio, de forma a obter a melhor compreensão
possível, seja graficamente, seja através de registros textuais.
Inicialmente, abordaram-se as origens do Mundial de 2014, no Brasil, de
forma resumida, com a apresentação de suas subsedes, estádios, a temática dos
grandes eventos esportivos mundiais e de seus projetos de desenvolvimento urbano.
Posteriormente, foi abordada a contextualização da Copa do Mundo no Mato Grosso:
obras envolvidas, de forma compacta e ações de sustentabilidade nas áreas social,
ambiental e econômica. Por fim, sua peça fundamental o Estádio Governador José
Fragelli (nome oficial), popularmente conhecido como “Verdão” e comercialmente,
pela FIFA, denominado Arena Pantanal foi tratado.
Quando o estudo de caso for o centro das atenções, destacou-se sua
retrospectiva histórica e urbanística, o histórico de sua construção, o
desenvolvimento urbano de seu entorno, suas características gerais, e a apresentação,
concepção e ratificação do novo projeto arquitetônico para 2014.
A partir daí, o trabalho retomou os dez aspectos de sustentabilidade já
apresentados na metodologia das EcoArenas (Figura 14), com base em FIFA (2011),
John; Sheaard; Vickery (2007), Silva (2007) e Viggiano (2010).
Figura 14 - Relação dos procedimentos de verificação da sustentabilidade da Arena Pantanal
Ação 01 Ambiente Urbano e Paisagístico
Ação 02 Transporte
Ação 03 Água - Racionalização
Ação 04 Água - Conservação e Reuso
Ação 05 Energia - Fontes Renováveis
Ação 06 Energia - Demanda Minimizada
Ação 07 Materiais Ecológicos
Ação 08 Resíduos e Reciclagem
Ação 09 Conforto Ambiental Passivo
Ação 10 Conforto Ambiental Ativo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
103
De forma a verificar se a Arena Pantanal é realmente sustentável, com que
contornos; e através de suas análises minuciosas, descrições qualitativas, se está
adaptada aos condicionantes locais, as dez ações em análise.
Entretanto, a contribuição metodológica, aqui apresentada, não tem como
intuito esgotar, nos dez aspectos apresentados acima, todas as possibilidades de
melhoria deste empreendimento, ou de qualquer outro desta natureza que almeje a
sustentabilidade e a inovação deste setor da construção civil brasileira
(CARVALHO, SPOSTO, 2012).
Ratifica-se também, que as obras deste complexo se encontram em
andamento e seu prazo de finalização foi adiado de dezembro de 2012 para outubro
de 2013, sendo assim, muitas das diretrizes de sustentabilidade poderão ser
retificadas ao longo dos próximos meses e em função das exigências da FIFA, do
BNDES e dos demais agentes envolvidos. A importância destas entidades na
promoção da sustentabilidade fora apresentada, já, nos Capítulos 2 e 3. Quanto a
qualquer tipo de verificação e medição in loco, pelo atraso nas obras, estas também
foram prejudicadas por esta alteração de cronograma.
Com a finalização da aplicação desta metodologia espera-se que esta pesquisa
seja capaz de possibilitar uma análise crítica da sustentabilidade adotada no projeto
mato-grossense para o Mundial de 2014, possibilitando ainda uma apreciação
comparativa dos parâmetros observados na revisão bibliográfica e nos principais
exemplares internacionais catalogados. Uma eventual comparação entre a Arena
Pantanal e os outros onze estádios do Mundial de 2014 só poderia ser viabilizada
com a ratificação de todas as medidas de sustentabilidade adotadas por estas arenas,
entretanto, muitas destas projeções correm o risco de serem retificadas ao longo de
2013, período pelo qual estas ainda estarão em construção. Outrossim, pela segunda
Copa do Brasil ser considerada um Mundial com estádios “verdes e sustentáveis”, os
critérios e a metodologia de comparação deverão ser mais rigorosos e minuciosos.
Espera-se que com esta metodologia, o desenvolvimento de proposições que
visem minimizar os efeitos do ambiente urbano no meio natural, ou seja, uma maior
sustentabilidade em complexos esportivos tenha, a partir de então, um embasamento
maior; servindo para fundamentar decisões de arquitetos, engenheiros e projetistas na
hora em que estes se debruçarem sobre estes templos do esporte mundial.
105
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo será apresentado o estudo de caso: Cuiabá e a Arena Pantanal;
já que esta cidade foi escolhida para ser uma das doze subsedes da XX Copa do
Mundo FIFATM
Brasil 2014 e adotou políticas de sustentabilidade para o projeto, a
execução e a gestão de seu estádio de futebol, também conhecido como “Verdão”,
popularmente, ou Estádio Governador José Fragelli, oficialmente. A primeira seção
aborda os principais exemplos de sustentabilidade de estádios de futebol levantados
pelo mundo; material que servirá de base para a análise do projeto mato-grossense. A
seção posterior apresenta a escolha do Brasil, pela segunda vez, após a Copa de
1950, para sediar o Mundial de 2014, além de suas respectivas subsedes e os projetos
das arenas. A terceira seção trata, brevemente, de Cuiabá e de sua preparação
logística para 2014. Já a quarta seção, encerra o capítulo, abordando o objeto de
pesquisa em si: a Arena Pantanal; desde seus aspectos históricos, passando pela
apresentação do projeto da GCP Arquitetos, até a avaliação dos possíveis impactos
(resultados) - abalizada nas teorias apresentadas nos capítulos anteriores sobre
sustentabilidade - esperados das medidas empregadas em sua concepção.
5.1. A SUSTENTABILIDADE EM ECOARENAS PELO MUNDO
Após um extenso levantamento dos principais palcos disponíveis para a
prática de partidas de futebol oficiais, concluídos, ou em vias de conclusão;
constatou-se que o número de estádios destinados a este esporte, ambientalmente
responsáveis, em todo o mundo, ainda é pequeno se comparado à grande difusão
deste tipo de equipamento pelos cinco continentes.
Com base na plataforma eletrônica disponibilizada por Deproft; Amadò;
Spampinato (2012), 8181 unidades foram examinadas, em todo o mundo, que
106
contemplam a prática do futebol (soccer), de forma convencional, ou adaptada (o
caso, por exemplo, dos estádios de futebol americano). Destes, apenas 81, além dos
doze estádios para a XX Copa do Mundo FIFATM
Brasil 2014 (com previsão de
certificação ambiental), apresentam algum atributo relevante de sustentabilidade
ambiental associado ao seu projeto, ou a gestão e a operação de seu empreendimento.
Na TABELA 01, encontra-se uma síntese desta pesquisa, por continente. Nos
apêndices, deste trabalho, estão catalogados todos os estádios sustentáveis
levantados, com descrição completa e apresentação de suas eco medidas.
TABELA 01 - Síntese dos estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, no Mundo.
Continente Estádios de Futebol Estádios Sustentáveis
África (54 países) 655 06
América (36 países) 3047 29 241
Ásia (49 países) 1255 13
Europa (45 países) 3018 40
Oceania (14 países) 206 05
TOTAL (198 países): 8181 93
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
Ou seja, neste universo, em apenas 1% dos estádios pesquisados foram
encontrados algum tipo de medida ecológica, associada ao seu processo de
constituição. Se somarmos, os 12 estádios do Mundial de 2014, esse percentual
alcança 1, 14%. Um número extremamente baixo se comparado a monumentalidade
destes projetos, aos desprendimentos econômicos elevadíssimos necessários, a
quantidade de água, energia e recursos naturais utilizados na sua construção e
operação; e na quantidade de gases poluentes desprendidos.
O trabalho de edificação de uma arena sustentável, ou melhor, com o menor
número de impactos ambientais possíveis é ainda bastante complexo e deve ser
executado com antecedência e de forma planejada. A redução destes impactos
provenientes da infraestrutura e dos equipamentos esportivos de um grande evento,
como uma Copa do Mundo, ou uma Olimpíada, só é possível com trabalhos e
241
Para a América foram considerados também os 12 estádios para o Mundial de 2014, no Brasil.
Suas fichas catalográficas não se encontram nos apêndices e sim, na próxima seção deste capítulo.
107
estudos realizados previamente, durante o período de preparação destes. Muitos
projetos, hoje, são executados com a neutralização total do dióxido de carbono
emitido durante o período da construção/reforma; estes valores são calculados
através de convênios com órgãos devidamente credenciados e de renome, ligados,
geralmente, a projetos de reflorestamento, ou plantio de mudas de árvores.
Por exemplo, no “Brasil 2014 - Estudo de Impacto de Emissões em CO2
Equivalente” disponibilizado pela CO2Zero (2012) as emissões totais referentes à
construção de estádios, infraestrutura e traslados internacionais do público e das
delegações são estimadas em 11.173.210 toneladas de gás carbônico. Este valor,
segundo o mesmo estudo, é equivalente a 46.946 hectares do Pantanal (34,5%), ou ao
consumo de energia de 181.254 domicílios, o equivalente a iluminar, por um ano,
municípios como Londrina-PR, Santos-SP, ou Campos dos Goytacazes-RJ.
A inserção de características ditas “sustentáveis”, de última hora, em eventos
deste porte e em seus complexos, é conhecida pela expressão em língua inglesa
“green wash”, ou no português, “verniz verde”. Contudo, ao se analisar o processo
de produção, constata-se que a edificação nada tem de eficiente e ecológica; e que
suas características rotuladas como sustentáveis são fruto de pesadas campanhas de
marketing e promoção da cidade em questão. O estádio olímpico conhecido como
“Ninho de Pássaro” em Beijing, utilizado na Olímpiada de 2008 é um exemplo disto.
Vendeu-se como altamente ecológico, por seus gasodutos subterrâneos
que economizam energia ao aquecer e resfriar o estádio, e também por
seu sistema de tratamento de água, feito por meio de raízes de plantas
aquáticas. No entanto, sua manutenção revelou-se um problema. A
poluição e a sujeira ficam depositadas na estrutura de 110.000 toneladas
de aço, obrigando o uso de uma quantidade imensa de água para a
limpeza. A casca metálica não tem nenhuma funcionalidade, é apenas
bonita esteticamente. Requereu dez vezes mais aço do que um estádio
tradicional. O caso evidencia o possível conflito entre a ambição estética
e a ambição ecológica (MANFRIM, 2009).
Expõe-se a seguir, uma lista destas Ecoarenas, organizadas por continentes e
países de origem, de forma mais detalhada; com uma breve síntese dos principais
atributos de sustentabilidade encontrados e verificados.
108
5.1.1. O Continente Africano
Ao contrário do senso comum, este continente apresenta alguns estádios
modernos e recém-construídos como: o Borg el Arab Stadium, em Alexandria, no
Egito, de 2006, com capacidade para 86.000 espectadores; o Internacional do Cairo,
também no Egito, com 74.100 lugares, renovado em 2005; o Estádio de Marrakesh,
com 45.240 assentos, de 2011, na cidade de mesmo nome, no Marrocos; além dos
também marroquinos: Stade Complexe Sportif25
, em Fez, para 45.000 pessoas, de
2003; e o Stade Ibn Batouta, em Tanger, para 45.000 espectadores, de 2011. Outro
país africano, a Tunísia conta com um dos melhores estádios africanos, em Radès, o
Estádio Olímpico de Radès, de 2001, com 60.000 lugares. Mais ao sul, Angola
possui o Estádio Onze de Novembro, na capital Luanda, para 50.000 espectadores,
de 2009; e o Estádio Nacional de Ombaka, em Benguela, de 2009, com 35.000
assentos. Outro país de língua portuguesa, Moçambique, recém-inaugurou, em 2011,
o Estádio Nacional do Zimpeto, na capital Maputo, para 42.000 pessoas. Na Nigéria,
na capital Abuja, localiza-se um estádio de mesmo nome, com 60.000 assentos, de
2003. Guiné Equatorial acomoda duas arenas modernas: o Estádio Nacional de Bata,
na cidade mais povoada do país, de mesmo nome, com uma capacidade de 35.700
lugares; e o da capital Malabo, “Novo Estádio de Malabo”, para 15.250 pessoas, de
2007. Já o Gabão teve seu estádio Stade d'Angondjé, para 40.000 torcedores,
inaugurado, em 11 de novembro de 2011, por uma partida amistosa contra a seleção
brasileira, na capital Libreville263
. Todavia, das 655 arenas esportivas levantadas,
contemporâneas, ou não, em somente seis foram encontrados elementos de projeto,
ou gestão que as tornassem empreendimentos sustentáveis (TABELA 02).
25
Segundo o jornal econômico marroquino “l’Economiste” o estádio já se encontrava abandonado e
sem manutenção um ano depois de sua inauguração (Reportagem de Youness Saad Alami, em 15 jul.
2004. Disponível em: <http://www.leconomiste.com/article/65279fes-le-complexe-sportif-l-
abandon>. Acesso em: 04 abr. 2012. 263
Os três primeiros países supracitados concorreram com a África do Sul para se tornarem a sede da
Copa do Mundo FIFA 2010 junto da Líbia. Entretanto, a FIFA rejeitou a candidatura líbia, por
questões políticas, o que fez a Tunísia desistir também, em função da candidatura conjunta. A escolha
ocorreu em 15 de maio de 2004, em Zurique, na Suíça e pelo rodízio continental imposto pela FIFA, a
Copa seria em um país africano. A África do Sul venceu a escolha com 14 votos, enquanto Marrocos
teve dez votos e o Egito nenhum voto (Fonte: <http://www.duplipensar.net/dossies/copa-do-mundo-
2010-africa-do-sul/escolha-sede-copa-mundo-2010.html>. Acesso em: 04 abr. 2012).
109
TABELA 02 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na África (54 países).
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
110
Sendo assim, o único país do continente africano que apresenta arenas com
aspectos de sustentabilidade é a África do Sul. Muito da incorporação de decisões
responsáveis no âmbito social, econômico e principalmente ambiental, de forma a
deixar uma herança ambiental positiva, neste país, decorre da pressão exercida para o
Mundial de 2010, pela FIFA; que busca neste novo milênio associar sua marca e seus
Mundiais, a uma visão “ecologicamente correta”, assim como o COI, no século XX.
5.1.2. O Continente Americano
O continente com o maior número de estádios de futebol levantados (3047)
apresenta algumas divergências em relação a sua prática e arenas utilizadas; devido a
sua dimensão geográfica alongada e extensa, e pelo desenvolvimento histórico
diferente. Se na América do Sul, o futebol já apresenta associações organizadas
desde o final do século XIX como: Argentina (1893), Chile (1895) e Uruguai (1900)
e extensa popularidade com estádios exclusivos e tradicionais. Na América Central o
futebol é pouco difundido, pouco praticado, principalmente nos países do Caribe,
apresentando o beisebol como principal modalidade esportiva; o que pelas dimensões
do campo (um quarto de círculo) limita a pratica associada destas duas modalidades.
Em contrapartida, a América do Norte, apresenta uma grande quantidade de estádios,
principalmente nos EUA, onde o futebol é praticado de forma adaptada, já que o
esporte mais difundido é o futebol americano, onde o campo é mais estreito. O
Canadá apresenta características semelhantes ao seu vizinho meridional, a única
diferença é o número menor destes complexos. O único país da América setentrional,
onde o futebol tradicional é a modalidade esportiva mais popular é o México.
Em relação às questões de sustentabilidade (TABELA 03) menos de 1% de
todas as arenas apresentam algum mecanismo de projeto, ou gestão com
preocupações de cunho ambiental. O Brasil é o país que apresenta o maior número de
unidades com estas preocupações, todavia, doze destes complexos correspondem as
arenas que estão sendo construídas para a Copa do Mundo FIFATM
2014. Os Estados
Unidos são o segundo maior representante com seis arenas. Todos os outros países
levantados, que apresentam arenas sustentáveis, dispõem apenas de uma unidade, são
eles: Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, México e Peru.
111
TABELA 03 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na América (36 países).
* Para os Estados Unidos da América, os estádios de futebol americano também foram considerados
na contagem para a prática do futebol (soccer). Já que normalmente, estes são utilizados seguindo
algumas adaptações físicas de seus complexos esportivos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
112
5.1.3. O Continente Asiático
O maior continente do planeta apresenta uma quantidade de estádios total
(1255) pequena se comparado somente aos EUA (1440)274
. Aproximadamente, 1%
destas arenas apresenta alguma medida de preocupação com a sustentabilidade. Foi
neste continente que uma atividade semelhante ao futebol moderno foi registrada,
pela primeira vez na história, entre os séculos III e II, antes de Cristo. Todavia, a sua
origem milenar não acompanhou a sua difusão e prática. A primeira Copa do Mundo
de Futebol Feminino ocorreu na China, somente, em 1991 e a masculina só em 2002;
em um Mundial compartilhado entre a Coreia do Sul e o Japão. Em 2018,
novamente, a Copa do Mundo será na Ásia, indiretamente, já que uma das subsedes
russas se encontra na parte oriental de seu território: Ekaterinburg, mesmo que muito
próximo dos Montes Urais. Contudo, em 2022, a Copa, pela primeira vez na história
será no Oriente Médio, no Catar, onde as temperaturas, entre junho e julho, no verão,
ultrapassam facilmente os 40° C, um problema para a prática deste esporte. Se a
sustentabilidade e a refrigeração dos estádios de 2022 ainda são uma promessa, hoje,
alguns estádios da Ásia já apresentam características sustentáveis, principalmente
aqueles utilizados no Mundial de 2002 e nas Olimpíadas de 2008 (TABELA 04).
TABELA 04 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Ásia (49 países).
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
274
Como forma de facilitar a pesquisa, a Rússia foi considerada totalmente constituinte do continente
Europeu, assim como, a Turquia foi considerada constituinte, exclusivamente, do continente asiático.
113
TABELA 04 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Ásia (49 países) cont.
** Como forma de facilitar o estudo, a Turquia foi considerada, totalmente, como pertencente à Ásia.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
5.1.4. O Continente Europeu
Na Europa pratica-se uma quantidade considerável de desportos, no entanto,
o mais popular é o futebol. Este foi criado na Inglaterra, em 1863, junto de sua
confederação, com sua formatação e regras atuais. Foi neste continente que a
primeira partida oficial entre seleções ocorreu, em 30 de novembro de 1872, na
Escócia, entre a anfitriã e a Inglaterra, em uma partida sem gols (EFO, 2012). É o
continente com o maior número de estádios voltados exclusivamente para a prática
do futebol (3018) e que apresenta uma maior quantidade de estádios sustentáveis
distribuídos por um número maior de nações. O país com o maior número de estádios
sustentáveis é a Alemanha que realizou recentemente a XVIII Copa do Mundo FIFA
de Futebol 2006TM
e a VI Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino 2011TM
. Os
dados podem ser acompanhados na TABELA 05, que se segue.
114
TABELA 05 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Europa (45 países).
*** Como forma de facilitar o estudo, a Rússia foi considerada pertencente, totalmente a Europa.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
5.1.5. O Continente Oceânico
Na Oceania, a influência cultural da Austrália sobre os outros países é muito
grande. Tanto que o futebol australiano, um esporte de contato originado em
Melbourne, uma de suas principais cidades, no século XIX, é largamente praticado
115
não só na Austrália, onde é o mais popular, como em vários países da Oceania e até
mesmo na África do Sul. A expansão deste esporte se deve a mineiros e soldados
australianos que migraram para o exterior, no final do século XIX. Suas regras e
características derivam em parte do futebol e em parte do rúgbi. O campo é oval com
135 a 185m de comprimento, por entre 110 a 155m de largura (o mesmo tamanho e
formas utilizadas pelo críquete). Assim, diversos campos ovais na Oceania são
utilizados e adaptados para a prática do futebol tradicional (soccer). Nesta pesquisa,
a Austrália é responsável por aproximadamente 62% das amostras, seguida pela
Nova Zelândia 15% e Fiji 7%; já que, os outros países do continente apresentam
dimensões reduzidas e poucos exemplares de estádios. A sustentabilidade das arenas
também é limitada em apenas cinco unidades, ou seja, 2,4% do total; quatro na
Austrália e uma na Nova Zelândia. O continente é marcado por nunca ter recebido
uma Copa do Mundo e por já ter recebido os Jogos Olímpicos de Verão de
Melbourne, em 1956 e de Sydney, em 2000 (TABELA 06).
TABELA 06 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Oceania (14 países).
**** Os estádios de futebol australiano também foram considerados para a prática do futebol.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
116
5.1.6. Síntese dos Resultados de Sustentabilidade em Ecoarenas
Acompanhou-se, preliminarmente, a exposição dos 81 principais estádios
ecológicos do mundo, apenas de 1% de todo o universo pesquisado. Estádios estes
que podem ter todas as suas informações de sustentabilidade encontradas,
catalogadas individualmente, nos apêndices deste trabalho.
Como forma de sistematizar as diferentes e escassas eco medidas encontradas
estes estádios foram tabulados com base nas características comuns de suas ações de
sustentabilidade. Esta metodologia tenta equacionar, de forma abrangente, eventuais
falhas e a falta de subsídios de alguns destes complexos esportivos. Levando em
consideração as diferentes realidades socioculturais, econômicas, ambientais e
climáticas que os países detentores destes estádios apresentam.
O sistema adotado fora do tipo checklist simplificado, ou seja, quanto maior o
número de ações encontradas mais sustentável será o objeto em análise. As colunas
ilustram as ações de projeto e as linhas foram divididas por estádios, agrupados por
país de origem e continente: África (06 unidades), América (17 unidades, excluindo-
se as arenas para 2014), Ásia (13 unidades), Europa (40 unidades) e Oceania (05)
unidades. Os valores obtidos podem ser relativos, absolutos e/ou suas devidas taxas
de porcentagem por continente, ou o montante abrangendo as 81 unidades totais.
Quando se apresentou a metodologia das dez ações de sustentabilidade três
foram desmembradas para facilitar esta pesquisa: “Água” em “Racionalização” e
“Conservação e Reuso”; “Energia” em “Fontes Renováveis” e “Demanda
Minimizada” e “Conforto Ambiental” em “Passivo” e “Ativo”. Nesta tabela estas
ações estão em evidência e desmembradas, como apresentado no Capítulo 04;
diferentemente dos apêndices deste trabalho, que ao enfocar cada uma das arenas,
engloba estas medidas. Esta supressão ocorreu apenas para fins didáticos, para
potencializar um espaço de informações muito limitado e qualitativo. Dinamizando
sua leitura e facilitando o processo de redação textual.
A seguir, apresenta-se a TABELA 07 representativa da análise quantitativa
condensada dessas amostras, que colaborarão com a compreensão das preocupações
referentes à sustentabilidade da Arena Pantanal, em Cuiabá.
117
TA
BE
LA
07
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01
2.
118
TA
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01
2.
120
Pode-se observar com a TABELA 07, que nenhuma das arenas apresentadas
atendeu a todos os aspectos de sustentabilidade elencados, entretanto, destacaram-se
positivamente: o Moses Mabhida Stadium, em Durban, na África do Sul; a nova
Arena do Grêmio, em Porto Alegre; o CenturyLink Field, em Seattle, nos EUA; o
Aviva Stadium, em Dublin, na Irlanda; a Stockholm Arena, na Suécia e a Signal
Iduna Park, em Dortmund, na Alemanha. Todos estes estádios apresentaram
contempladas 90% das ações, coeficiente superior à média de todas as 81 amostras
que fora de 62,6% das ações.
Com estes mesmos dados, alguns gráficos estatísticos foram gerados; na
Figura 15 observam-se as diferenças entre os pesos impostos por cada uma das dez
ações apresentadas por continente e para sua média mundial. Os representantes da
África, por exemplo, apresentam quase todas as ações superiores à média global, ou
quando não muito próximas a esta, em função das exigências da FIFA, através do
Programa Green GoalTM
, para o último Mundial. A América ainda necessita trabalhar
ações como “fontes renováveis de energia” e “conservação e reuso de água”, bastante
deficitárias em seus representantes. Na Ásia, as preocupações com programas de
gestão de resíduos e reciclagem, em estádios, ainda é muito incipiente, estando o
continente muito abaixo da média global. A Europa, apesar de médias elevadas,
necessita utilizar mais materiais ecológicos em novas construções. Já a Oceania foi o
único continente onde uma ação não obteve qualquer pontuação, ou seja, nenhum
dos estádios tem a preocupação com a geração alternativa de energia.
Figura 15 - Distribuição das categorias de “Ações” por continentes e Mundo.
Fonte: Autor, 2012.
72,8 79 62,9 58 33,3 76,5 45,6 45,6 86,4 62,9
60 100
60 100 0 40 60
60 100 40
77,5
92,5 70 55
47,5 80 35
52,5
75 70
46,1
61,5
46,1 69,2 30,7
69,2 38,5
7,7 100 61,5
82,3
58,8
52,9 29,4
17,6
82,3 64,7 52,9 94,1
41,2
83,3 66,6 83,3 100
16,6 83,3 66,6 50 100
100
Ação 01 Ação 02 Ação 03 Ação 04 Ação 05 Ação 06 Ação 07 Ação 08 Ação 09 Ação 10
Val
ore
s e
m
%
África
América
Ásia
Europa
Oceania
Mundo
121
Com a apresentação dos aspectos de sustentabilidade individuais (por
continente) e com o cálculo da média global, um novo gráfico pode ser gerado.
Neste, as ações de sustentabilidade são apresentadas de forma decrescente, ou seja,
das que mais se destacaram às que menos foram contempladas por arquitetos,
engenheiros e projetistas na concepção e construção de suas arenas (Figura 16).
Figura 16 - Possibilidade de interferência das “Ações” pelo Mundo.
Fonte: Autor, 2012.
As ações de sustentabilidade que menos se sobressaíram neste universo total
de estádios são exatamente as que deveriam ter maior destaque, pelo seu enorme
apelo ambiental. Questões referentes à conservação e ao reuso da água (Ação 04); ao
emprego de materiais ecológicos (Ação 07); a gestão de resíduos e a reciclagem
(Ação 08); e principalmente, as ligadas à temática energética, como a produção
através de fontes alternativas (Ação 05), deveriam ter destaque absoluto em uma
apresentação gráfica como esta. Pois, com estas pode-se prevenir e/ou minimizar a
geração de grande parte dos impactos negativos da construção civil sobre o meio
ambiente (sem nunca, claro, esquecer-se da importância das demais).
A partir de toda esta análise, nas próximas seções, serão apresentadas a Copa
do Mundo FIFA Brasil 2014TM
, suas origens; sua dinâmica em Mato Grosso; e
finalmente, a síntese introdutória deste capítulo será aplicada, como base e processo
comparativo, dos procedimentos de avaliação da sustentabilidade da Arena Pantanal.
Estádio onde, segundo seus autores, foram inseridas ações de preocupação com o
meio ambiente e conforto ambiental nas premissas para a sua concepção projetual.
0
20
40
60
80
100
Ação09
Ação02
Ação06
Ação01
Ação10
Ação03
Ação04
Ação07
Ação08
Ação05
86,4 79 76,5
72,8
62,9 62,9 58
45,6 45,6
33,3
Val
ore
s e
m
%
122
5.2. A COPA DO MUNDO FIFATM
BRASIL 2014
Organizar megaeventos esportivos de repercussão internacional tornou-se,
neste início de século, uma meta explícita da política pública brasileira e de muitos
países considerados emergentes. Exemplos são inúmeros, podem-se citar: a Índia (IV
Jogos Mundiais Militares - 2007), a China (XXIX Jogos Olímpicos de Verão –
2008), a África do Sul (XIX Copa do Mundo FIFA - 2010), o Brasil (V Jogos
Mundiais Militares – 2011; XX Copa do Mundo FIFA - 2014; XXXI Jogos
Olímpicos de Verão - 2016), a Rússia (XXII Jogos Olímpicos de Inverno – 2014;
XXI Copa do Mundo FIFA – 2018) e o Catar (XXII Copa do Mundo FIFA – 2022).
Economicamente, estas nações em desenvolvimento, com parques industriais,
mercados consumidores e PIBs respeitáveis utilizam destes espetáculos esportivos
internacionais diferenciados para se firmarem, ainda mais, como potências mundiais;
ao assumir compromissos financeiros substanciais, com projetos que devem ser
planejados e concluídos em um prazo específico e inflexível (KPMG, 2009). Neste
processo, acabam acelerando seu desenvolvimento econômico, influências políticas e
reduzindo anos de mazelas e desigualdades sociais. Investimentos, que levariam
décadas para serem aplicados, são conduzidos e realizados rapidamente e com
eficiência para agradar seus citadinos e a usuários estrangeiros. Já que estes jogos são
veiculados, geralmente, a uma imagem de cidade positiva, competitiva, disciplinada,
saudável, vigorosa e empreendedora. O esporte tornou-se, no final do último século,
sinônimo de grandes espetáculos e de elevados investimentos econômicos,
materializando-se em projetos de instalações monumentais, novas concepções de
planejamento e de evolução urbana e, não, de práticas cotidianas e comunitárias.
Porém, não se deve limitar esta busca por prestígio internacional a apenas
eventos relacionados ao meio esportivo. Grandes museus, exposições internacionais
e feiras apresentam, também, forte apelo simbólico, atraindo diversas oportunidades,
tanto para empresas, quanto para investidores, ao influenciar diretamente o
desempenho econômico, político e social de um país (SIQUEIRA, 2012).
Este interesse, por estes grandes projetos urbanos, foi uma forma que as
cidades e seus gestores encontraram de se ratificarem como empresas, globalizadas e
de grande projeção internacional; não só em países periféricos, mas em todo o
123
mundo a partir da década de 1980, quando houve um corte de investimentos
aplicados nas cidades, por parte das esferas centrais de governo. Assim, estas
passaram a alocar recursos e investimentos, muito mais na infraestrutura necessária
para a realização destes grandes eventos do que, propriamente, para resolver questões
básicas de sobrevivência do trabalhador como: educação, saúde, moradia e segurança
(MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011).
Mas, para isso, são necessários planejamentos prévios das cidades e/ou países
envolvidos, que almejam se tornarem centros urbanos competitivos, no cenário
mundial de cidades. Bilhões acabam sendo investidos em projetos considerados
“faraônicos”, que colocam estes aglomerados, provisoriamente, durante seu período
de exibição, no centro de um “foco midiático” muito intenso. Telespectadores, de
todos os continentes, desfrutam, destas transformações, acompanhando-as pelos
meios de comunicação. Quanto maior a exposição midiática, mais bem sucedidos
serão seus principais objetivos, ou seja, um maior número de negócios será
viabilizado. Isso claro, sem proclamar a originalidade e criatividade do evento.
Tanto destaque acarreta uma “verdadeira guerra” entre cidades, para sediarem
tais eventos, uma vez que estes trazem consigo grandes investimentos financeiros.
De forma a “disfarçar” os bilhões a serem negociados, a compensação para a cidade
se dá através de investimentos na sua estrutura física, ao que, recorrentemente, é
associada ao termo legado (MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011).
Um país que recebe um evento desse porte guarda, por muitos anos, a marca
de sua realização. Já que uma série de transformações é necessária, na forma de
pensar e agir, para que este venha a crescer. Este tenderá a se modernizar, será
dotado de instalações específicas e será considerado capaz de se organizar, com
extrema força econômica para captar investimentos e se tornar um grande destino
turístico. Os megaeventos esportivos tem tamanha envergadura, que são capazes de
redefinir centralidades, constituindo verdadeiros marcos na evolução urbana, já que
são calcados na lógica do mercado capitalista (SIQUEIRA, 2012).
Entretanto, a criação das imagens de seus legados (infraestrutura, redes de
telecomunicações e etc.), infelizmente, não respeita, muitas vezes, os direitos dos
seus cidadãos. Por exemplo, para facilitar a mobilidade urbana, desapropriações e
despejos são realizados contra a vontade de seus moradores, contrariando qualquer
124
direito internacional. Antes mesmo do Mundial de 2014 ser iniciado, já fora
produzido um dossiê de articulação nacional dos Comitês Populares da Copa
intitulado “Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil”, onde o
desrespeito com questões como: trabalho; moradia; informação, participação e
representação popular; meio ambiente; acesso a serviços e bens públicos;
mobilidade; e segurança pública são relatados. Este dossiê é um convite, uma
conclamação à luta, à resistência, em particular, às cidades que receberão grandes
eventos, de respeitarem os direitos humanos (ANCPC, 2011).
Polêmicas a parte, foi com a experiência dos XV Jogos Pan-Americanos de
2007, na cidade do Rio de Janeiro, que o país mergulhou em projetos de muito maior
envergadura, como: os V Jogos Mundiais Militares - 2011; a XX Copa do Mundo
FIFATM
- 2014; e os XXXI Jogos Olímpicos de Verão – 2016. A possibilidade de
acolher um grande evento esportivo traz oportunidades e desafios às cidades
candidatas, que englobam tempo, dinheiro e esforço, para investir em fatores como
liderança, propostas unificadas e credibilidade (SIQUEIRA, 2012).
O Mundial de 2014, foco desta pesquisa, será a vigésima edição do evento e
terá como anfitrião o Brasil, pela segunda vez (a primeira foi em 1950). A
competição, considerada o maior evento do entretenimento mundial, superando os
Jogos Olímpicos de Verão e a Fórmula-1, por acumular atividades culturais, shows e
etc.; trará, aqui, como slogan “Juntos num só ritmo”, será disputada entre 12 de
junho e 13 de julho, com 32 participantes e ocorrerá, pela quinta vez, na América do
Sul, depois de 36 anos de afastamento (a última ocorreu em 1978, na Argentina).
O Brasil foi a última sede da Copa do Mundo escolhida através de uma
política de rodízio de continentes implementada pela FIFA, iniciada a partir da
escolha da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Historicamente, o processo da
candidatura brasileira iniciou-se no dia 03 de junho de 2003, quando a Confederação
Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) anunciou que a Argentina, o Brasil e a
Colômbia se candidatariam à sede do evento. Em 17 de março de 2006, porém, as
federações constituintes281
da CONMEBOL votaram pela inscrição única do Brasil.
281
Os países-membros são: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru,
Uruguai e Venezuela. Guiana, Guiana Francesa e Suriname, mesmo fazendo parte da América do Sul,
aderiram à Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (CONCACAF).
125
Durante este período de candidatura, os países/cidades sedes procuram se
destacar em relação aos seus concorrentes, mostrando seus atrativos turísticos, como
forma de se projetarem internacionalmente (SIQUEIRA, 2012). No entanto, com a
candidatura única do Brasil para o Mundial de 2014, a data final das inscrições foi
antecipada, pela FIFA, do dia 07 de fevereiro de 2007 para o dia 18 de dezembro de
2006. No último dia para as inscrições, porém, a Colômbia mostrou seu desejo de
receber esta competição, mas Joseph Blatter, presidente da instituição, não apoiou a
candidatura do país, que imediatamente desistiu de sediar o evento.
Com isso, em 30 de outubro de 2007, o Brasil foi ratificado o país-sede da
Copa de 2014, cristalizando sua imagem de “país do futebol”; após uma apresentação
de aproximadamente 40 minutos, focada em vídeos, com imagens de jogos da
seleção, das cidades pré-selecionadas para organizar o evento, pontos turísticos, a
explicação sobre os projetos das construções dos novos estádios e, principalmente,
nas preocupações ecológicas (FOLHA DE SÃO PAULO, 2007). A seleção foi
marcada pelo discurso de que “o futebol estava voltando para casa”, que “o Brasil é o
país do futebol”, onde “a natureza emoldura e convida para as práticas esportivas”.
Uma vez que este esporte foi elevado, em um país considerado amigável, à condição
de símbolo nacional e de integração identitária (RIBEIRO, 2003).
Grande parte desta vitória está associada ao empenho de atores privados (em
busca de benefícios políticos e econômicos) e públicos (das três esferas de governo)
e do sucesso midiático decorrente dos ainda recém-encerrados XV Jogos Pan-
Americanos de 2007, da cidade do Rio de Janeiro, de tornar o Brasil competitivo
para receber grandes eventos mundiais.
A escolha das cidades-sede ficaria para o fim de 2008, mas acabou
acontecendo em 31 de maio de 2009, em Nassau, nas Bahamas. Com a confirmação
do Brasil, uma disputa interna entre subsedes foi travada; o projeto da CBF incluía
18 cidades postulantes, mas, no máximo, doze seriam escolhidas. Dezessete estados e
o Distrito Federal se candidataram para receber o evento em suas capitais (FOLHA
DE SÃO PAULO, 2007a). Mascarenhas, Sanchez e Bienenstein (2011) apontam que
a divulgação do resultado foi uma verdadeira “guerra camuflada” de lugares. Como
exemplo, destaca-se a imposição da FIFA de que uma sede deveria representar o
bioma do Pantanal e outra o bioma da Amazônia, o que fez, respectivamente, Campo
126
Grande – MS e Cuiabá – MT; e Belém – PA e Manaus – AM “duelarem” pelo
mesmo objetivo. Sendo o anúncio saudado como uma conquista e uma demonstração
de competência das cidades vencedoras, por diversos meios de comunicação. No
entanto, somente, Belo Horizonte – MG, Brasília – DF, Cuiabá – MT, Curitiba – PR,
Fortaleza – CE, Manaus – AM, Natal – RN, Porto Alegre – RS, Recife29
– PE, Rio
de Janeiro – RJ, Salvador – BA e São Paulo30
– SP foram escolhidas a partir das
propostas de criação e de ampliação dos estádios, que as mesmas possuem, e de suas
mobilidades e renovações urbanas, que contemplem a dimensão do evento. Seis
cidades foram preteridas Belém – PA, Campo Grande – MS, Florianópolis – SC,
Goiânia – GO, Maceió – AL (que foi eliminada do processo de candidatura, em
janeiro de 2009, por falta de documentos obrigatórios) e Rio Branco – AC.
A partir de então, as doze cidades-sede da Copa de 2014 deveriam cumprir
uma série de exigências estabelecidas pela FIFA conhecidas como “Programa de
Matriz FIFA”; dentre elas, destacam-se: a Arena; o entorno da Arena; a mobilidade
urbana; os campos oficiais de treinamento; o FIFA Fan Fest®; a infraestrutura
necessária; a tecnologia da informação; acomodações; turismo; comunicação,
marketing e notícias; melhorias visuais da cidade; saúde; eventos FIFA,
gerenciamento de desastres; proteção e segurança; justiça, leis e protocolos;
voluntariado; sustentabilidade; gerenciamento de gastos; fechamento de negócios;
portos, aeroportos e mercadorias; suprimentos; cultura; legados; financiabilidade;
esportes; educação; e coordenação geral do comitê organizador local. Daí, a
necessidade de um planejamento, de uma fiscalização e de um monitoramento muito
detalhado das ações a serem desenvolvidas (SECOPA, 2012h). Bem diferente da
Copa de 1950, onde o único investimento brasileiro314
fora com a construção do
29
Os jogos de Recife, na verdade, ocorrerão em um estádio localizado na Região Metropolitana da
cidade, no município de São Lourenço da Mata, a 19 km da capital de Pernambuco. 30
Originalmente, o Estádio do Morumbi era o representante de São Paulo, mas por incompatibilidades
financeiras, política e de projeto, a FIFA retirou o estádio como uma das sedes. O comitê organizador
da copa, em São Paulo, estudava a construção de um novo estádio em Pirituba, Zona Noroeste da
cidade, mas esta opção foi descartada pela inviabilidade do tempo. Com isso, o Comitê Organizador
da Copa, juntamente, com a Prefeitura e o Governo de São Paulo, decidiram que o estádio sede seria o
novo estádio do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste (SPINELLI, 2010). 314
O primeiro estádio brasileiro a contar com recursos públicos federais fora o Pacaembu, em São
Paulo, iniciado em 1937 e inaugurado em 1940, fruto da política estadista de Getúlio Vargas. Esta
política de “gigantismo” herdada do fascismo italiano, vigorosa no período ditatorial, fez com que,
segundo Ramos (1984), 70% dos estádios brasileiros fossem construídos com recursos públicos;
espalhando a ideologia de fomentar espetáculos populares. Por tal política, frequentemente, tais
estádios foram superdimensionados em sua capacidade, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste.
127
Estádio do Maracanã, para 200 mil pessoas, 10% da população da cidade, na época.
Transportes, hotéis, comunicações, ou mesmo estádios, nenhuma exigência foi feita
pela FIFA. Comparada às mega-organizações e exigências atuais, a Copa de 1950 foi
uma “aventura amadorista, marcada por improvisos” (MÁXIMO, 2009).
A estimativa de gastos com todas estas exigências, a fim de adequar as
cidades-sedes às exigências estabelecidas pela FIFA, para a Copa de 2014 é de R$
27,4 bilhões, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), em relatório divulgado
em junho de 2012. Estes investimentos totais têm origem nas três esferas do governo
e na iniciativa privada e poderão alcançar até R$ 33 bilhões, segundo o ministro do
TCU Valmir Campelo (GLOBOESPORTE.COM, 2012). Segundo um estudo sobre
impactos socioeconômicos, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), para o
Comitê Organizador Local (COL), a escolha do Brasil acarretará na injeção de R$
155,7 bilhões na economia brasileira, com a criação de 3,6 milhões de empregos por
ano, até o apito final da decisão da Copa do Mundo (PASSOS, 2009).
Deste montante, R$ 6,3 bilhões (VILARON, 2010), serão utilizados na
construção, ou na reforma das doze arenas das cidades-sede. Se o discurso de
candidatura do Brasil, para a Copa de 2014, era marcado pela garantia do Governo
Federal de que verbas públicas não seriam utilizadas em estádios, na prática, a
realidade é outra. Dinheiro público, oriundo do BNDES, é uma das principais fontes
destas obras, assim como, para a melhoria e a ampliação da infraestrutura urbana. A
ausência de interesse da inciativa privada, neste tipo de financiamento, foi a maior
responsável pelo engajamento dos Estados da União na construção destes. Todavia,
as obras são terceirizadas e beneficiam um número limitado de grandes construtoras
nacionais, cuja dimensão de interesse extrapola o progresso da esfera nacional.
A XIX Copa do Mundo FIFATM
2010, na África do Sul, foi marcada por
inúmeros protestos locais, agravamento das desigualdades sociais, imenso
desperdício de recursos públicos em estádios superdimensionados e muito pouco
contribuiu para melhorar a qualidade de vida de seus citadinos, que carecem, por
exemplo, de transportes públicos adequados. No entanto, grandes empreiteiras foram
beneficiadas pela especulação de terra e em função de bilhões investidos na
construção civil (REIS, 2010) (HAMILTON, HAMILTON, SHANGE, 2010).
Exemplos negativos marcaram, também, edições olímpicas como Atlanta, nos
128
Estados Unidos, em 1996, Athenas, na Grécia, em 2004, Beijing, na China, em 2008
e até mesmo, Jogos Pan-Americanos, como os de San Domingo, na Republica
Dominicana, em 2003 e os do Rio de Janeiro, em 2007.
Se muitas das respostas referentes às questões econômicas e sociais da Copa
brasileira só serão respondidas após o evento, com profundas análises e estudos, as
questões ambientais se tornaram premissas para a realização desta, no país.
O Brasil, além de mostrar, em 2014, uma postura de protagonismo nas
relações internacionais, como nação de economia estável, de redução do grau de
pobreza extrema e tantos outros fatores, buscará também, reduzir os impactos
ambientais negativos e maximizar os positivos. Isso se dá através de um trabalho em
conjunto, entre as três esferas do governo, agências financiadoras, empresas públicas
e privadas, a FIFA e a população, que já vem ocorrendo e fará com que o próximo
Mundial seja o mais sustentável, “verde” de todos os tempos.
Esta é uma oportunidade de mostrar ao mundo uma mudança dos padrões, do
comportamento da construção civil e da sociedade brasileira, no que diz respeito aos
impactos gerados ao meio ambiente. Cada uma das doze cidades-sede vem se
empenhando em apresentar metas com reduzidas mazelas ecológicas, seja na gestão
da copa, seja na construção/reforma de seus estádios. É essencial construir um
ambiente para turistas, visando definir que tipo de sociedade se quer ser. Uma Copa
do Mundo não resolverá todos os problemas ambientais do Brasil, mas gerará
avanços, oportunidades e traçará diretrizes para a idealização de uma nova imagem,
mais responsável e focada em métodos com o máximo de eficiência e eficácia.
Se as preocupações ecológicas estavam no discurso da candidatura do Brasil
para o Mundial (FOLHA DE SÃO PAULO, 2007), na prática são os Estados,
principalmente, que vem se adequando às rigorosas exigências do Caderno de
Encargos da FIFA, na busca por impactos positivos e duradouros para suas cidades.
A exemplo de 2009, quando a população foi às ruas mostrar à FIFA sua decisão de
sediar a Copa, hoje, é novamente, convocado a apoiar e fiscalizar seus gestores.
Apresentam-se a seguir, fichados na metodologia comum deste trabalho, os
onze estádios a serem construídos/reformados para o Mundial de 2014, com ênfase
nas medidas de sustentabilidade adotadas, até então, por estes. O décimo segundo
estádio, a Arena Pantanal, será detalhadamente estudado nas próximas seções.
129
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Arena da Amazônia Eco Medidas:
Figura 17 - Fonte: www.helioviana.com.br/
Acesso 26/11/2012
Entorno: Com forma inspirada na
Floresta Amazônica e em um cesto de
palha indígena se localiza, taticamente,
entre o aeroporto e o centro histórico
com presença marcante de áreas verdes.
Terá um shopping center no complexo,
quando este for administrado pela
iniciativa privada. Há um trabalho
constante de prevenção e controle de
processos erosivos e do monitoramento
mensal da emissão de ruídos.
Água: Captará e reutilizará água de
chuva para banheiros e a irrigação do
gramado, cerca de 40% de economia de
água potável; além de ser executada uma
estação própria para tratamento de
esgotos e dos efluentes gerados.
Energia: A luz solar abundante na região
deverá gerar energia limpa e renovável.
Prezará também, a eficiência energética
de equipamentos e sistemas.
Materiais: Uso de insumos locais com
economia e eficiência de processos (lean
construction). Dentre os materiais
ecológicos destacam-se o porcelanato
ecológico e o piso de borracha natural.
Resíduos: Reaproveitamento máximo de
materiais para a redução da geração de
resquícios, ao longo da construção; como
exemplo, as sobras de concreto são
utilizadas para produzir meios-fios e
pavimentos. Os resíduos gerados da
demolição do antigo Vivaldão, estádio
que ficava no mesmo terreno, foram
reciclados também de forma eficiente,
assim como os materiais que puderam ser
reutilizados em outros equipamentos. O
índice de reutilização chegou a 95%.
Conforto Ambiental: Algumas paredes
com vegetação contribuirão para a
redução dos gastos com energia e para o
controle da temperatura dentro da Arena.
A ventilação natural e cruzada se fará
presente pelos brises fixos da cobertura.
A iluminação natural será possível graças
a uma membrana translúcida tensionada.
Localização: Manaus (cidade)
Amazonas (estado)
Capacidade: 44.000 pessoas
Estimativa: 529,4 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): GMP e Grupo Stadia
Início da obra: 19 de março de 2010
Inauguração: Dez. de 2013 (previsão)
Outros nomes: Estádio Vivaldo Lima,
Vivaldão, Arena de Manaus
Mandante: Penarol Atlético Clube,
Atlético Rio Negro Clube (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes,
concertos musicais e eventos específicos
Eventos: Campeonato Amazonense e
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
Acesso e Transporte: Monotrilho e
Corredor de ônibus exclusivo
Fonte: ANDRADE GUTIERREZ. Sus-
tentabilidade. In: Arena da Amazônia,
2012. Disponível em:<http://arenadaama
zonia. com.br/a-obra/sustentabilidade/>.
Acesso em 24. Dez. 2012.
CORBIOLI, N. GMP e Grupo Stadia –
Arena da Amazônia, Manaus. In:
PROJETODESIGN, 2009. Disponível
em: <http://noradar.com/arquitetura/ gmp
-e-grupo-stadia-arena-da-amazonia-ma
naus/>. Acesso em 24. Dez. 2012.
FIFA. Arena Amazônia - Manaus. Dis-
ponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup
/destination/stadiums/stadium=5007289/i
ndex.html>. Acesso em: 24 dez. 2012.
130
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Arena da Baixada Eco Medidas:
Figura 18 - Fonte: www.globoesporte.globo.com
Acesso 26/11/2012
Entorno: Várias ações serão colocadas
em prática no estádio e no entorno,
como a melhoria e a integração do
acesso ao transporte público, instalação
de bicicletários e promoção da
utilização de veículos de baixa emissão
de gases poluentes.
Água: Captará e reutilizará água de
chuva para descargas de sanitários,
lavagem de áreas externas e a irrigação
do gramado e áreas verdes. O
reservatório contará com uma
capacidade de dois mil metros cúbicos.
Energia: A cobertura possuirá uma
usina de captação de energia solar, com
capacidade de geração de 2,3 kW, o
suficiente para abastecer quase cinco
mil casas e o próprio estádio. Será
responsável, também, pela redução da
necessidade da climatização em 60%
pela proteção do público. Prezará pela
eficiência energética de equipamentos e
sistemas elétricos, como ao utilizar
lâmpadas de baixo consumo.
Materiais: Uso predominante de
insumos locais e com algum tipo de
elemento reciclado em sua constituição.
Resíduos: Buscará a sustentabilidade
no que se refere às sobras dos materiais,
que, normalmente, encheriam os aterros
e agora passaram a ser reaproveitados.
Conforto Ambiental: Em função das
baixas temperaturas, o estádio será o
único 100% coberto, no país, com
cobertura retrátil de 15 minutos de
operação. A fachada do edifício
revestida em policarbonato potencia-
lizará a climatização dos espaços
internos em 30% em relação aos
modelos convencionais. Venezianas
permitirão, também, a facilitação da
ventilação natural.
Localização: Curitiba (cidade)
Paraná (estado)
Capacidade: 28.273 pessoas (original)
42.000 pessoas (reforma)
Estimativa: 30 milhões (US dólares)
234 milhões (reforma R$)
Arquiteto(s): Carlos Arcos Arquitetura
Início da obra: 01 de dezembro de 1997
(original) / Outubro de 2011 (reforma)
Inauguração: 20 de junho de 1999
(original) / Junho de 2013 (previsão)
Outros nomes: Estádio Joaquim Américo
Guimarães, Caldeirão do Diabo
Mandante: Clube Atlético Paranaense
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Campeonato Paranaense e Copa
do Mundo FIFA Brasil 2014TM
Acesso e Transporte: Sistema de BRT
Curitiba- Estações Tubo Coronel Dulcídio,
Getúlio Vargas e Praça Osvaldo Cruz
Fonte:
LEITE, A.; FAVERO, P. Teto Retrátil é
o Diferencial da Arena Paranaense. In:
Estadão Esportes, 01 nov. 2012. Dispo-
nível em: <http://www.estadao.com.br/
especiais/teto-retratil-e-o-diferencial-da-
arena-paranaense,186787.htm>. Acesso
em: 24 dez. 2012.
131
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Arena das Dunas Eco Medidas:
Figura 19 - Fonte: www.marcosdantas.com/sites/
Acesso 26/11/2012
Entorno: Foi projetado, originalmente,
dentro de um complexo sustentável
com hotéis, centro de convenções e
torres de escritórios e residenciais. A
forma remete as dunas de Natal, repre-
sentadas pela assimetria de sua forma.
Água: As águas pluviais serão
captadas, tratadas e direcionadas para
um reservatório; de onde, serão
constantemente reutilizadas na limpeza
e irrigação. Os sanitários contarão com
equipamentos que reduzem o consumo
de água. Haverá ainda uma estação de
tratamento de esgoto que tratará os
efluentes para a reutilização.
Energia: As necessidades do estádio
deverão ser supridas com energia solar,
captada por dois tipos de equipamentos:
placas fotovoltaicas instaladas na
cobertura e uma espécie de "antena
parabólica" que absorve os raios. De
forma a evitar desperdícios, o gerencia-
mento energético será informatizado.
Materiais: A estrutura mista de aço e
concreto será em parte desmontável – o
que reduz o custo com a manutenção.
No entorno, será dada prioridade a
recursos renováveis e insumos
produzidos no próprio Estado.
Resíduos: Mensalmente, o canteiro de
obras da Arena das Dunas produz entre
duas e quatro toneladas de resíduos.
Através de um programa interno, todo o
material reciclável é separado e
destinado para coleta.
Conforto Ambiental: A cobertura é
feita de um tecido termoacústico, que
favorece a ventilação, minimiza os
efeitos da insolação, facilita a
penetração de luz natural e entre suas
“pétalas” exibirá calhas vazadas que
facilitarão o escoamento da água da
chuva. É o mesmo material utilizado no
Cubo d’Água Olímpico de Pequim.
Localização: Natal (cidade)
Rio Grande do Norte (estado)
Capacidade: 42.623 pessoas (Copa)
32.000 pessoas (Pós-Copa)
Estimativa: 417 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): Populous Architects e
Coutinho, Diegues e Cordeiro Arquitetos.
Início da obra: 15 de agosto de 2011
Inauguração: Dez. de 2013 (previsão)
Outros nomes: Estádio João Cláudio de
Vasconcelos Machado, Machadão
Mandante: América Futebol Clube (RN)
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Campeonato Potiguar e Copa do
Mundo FIFA Brasil 2014TM
Acesso e Transporte: Obras do BRT e
mobilidade encontram-se com atrasos,
Arena limitada a corredores de ônibus
Fonte:
LEITE, A.; FAVERO, P. Arena das
Dunas Será um Marco na Paisagem da
Cidade. In: Estadão Esportes, 24 nov.
2012. Disponível em: <http://www.esta
dao.com.br/noticias/esportes,arena-das-du
nas-sera-um-marco-na-paisagem-da-cida
de,964644,0.htm>. Acesso: 24 dez. 2012.
MANFRIM, J. Gramados Ainda Mais
Verdes. In: Revista Veja Ambiente, 25
nov. 2009. Disponível em: <http://veja.
abril.com.br/251109/estadios.shtml>.
Acesso em: 24 dez. 2012.
132
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Arena de Itaquera Eco Medidas:
Figura 20 - Fonte: www.surgiu.com.br
Acesso 26/11/2012
Entorno: O entorno do estádio terá o
plantio de muitas árvores, além do uso
de piso drenante, para evitar problemas
com o acúmulo de água. O terreno
estreito foi explorado ao máximo, se
tornando acessível ao reduzir o número
de escadas no pavimento térreo.
Água: Além do reuso da água de
chuva, os banheiros serão sofisticados,
com vasos sanitários importados do
Japão, que dispensam papel higiênico:
um dispositivo promove a limpeza com
jatos de água e secagem por ar quente.
Energia: A iluminação equivalerá a 4
mil lux, o dobro do que se viu nos está-
dios da África do Sul. A ideia é repro-
duzir a luz diurna nos jogos noturnos.
A cobertura e as laterais do gramado
contarão com placas fotovoltaicas para
captação de energia solar (1MW). Além
disso, toda estrutura da arena foi
preparada para receber equipamentos
de captação de energia eólica.
Materiais: Parte das arquibancadas, dos
setores atrás dos gols, será desmontada
reduzindo a capacidade da arena pós-
mundial o que amortizará custos com
manutenção. Por São Paulo ser um
centro industrial por excelência, grande
parte dos insumos será fabricada no
próprio Estado movendo sua economia.
Destaca-se a fachada de vidros curvos,
a envoltória com cerâmica branca e a
cobertura com manta emborrachada.
Resíduos: Minimizará as sobras dos
materiais gerados ao longo da constru-
ção com a devida separação e destina-
ção finais de forma mais ecológica.
Conforto Ambiental: A refrigeração
atenderá os 70 mil metros quadrados
construídos, inclusive os banheiros. As
aberturas nos fundos do campo
favorecerão a ventilação cruzada e a
iluminação natural. A cobertura terá
isolamento térmico na parte superior,
junto à membrana transparente.
Localização: São Paulo (cidade)
São Paulo (estado)
Capacidade: 65.807 pessoas (Copa)
45.807 pessoas (Pós-Copa)
Estimativa: 820 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): DDG e CDCA Arquitetos
(Coutinho, Diegues e Cordeiro)
Início da obra: 30 de maio de 2011
Inauguração: Dez. de 2013 (previsão)
Outros nomes: Arena São Paulo, Arena
Corinthians, Itaquerão, Fielzão
Mandante: S. C. Corinthians Paulista
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Campeonato Paulista e Copa do
Mundo FIFA Brasil 2014TM
Acesso e Transporte: Estações do metrô e
da CPTM - Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos
Fonte: AMADO, R. Os Luxos que o
Futuro Itaquerão Deverá Oferecer. In:
EXAME.COM, 18 jun. 2012. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/estilo-de-
vida/entretenimento/noticias/os-luxos-que-
o-futuro-itaquerao-devera-oferecer/>.
Acesso em: 24 dez. 2012.
CDC ARQUITETOS. Entenda Melhor o
Projeto da Arena Corinthians. In: Rumo
à Itaquera, 27 set. 2011. Disponível em:
<http://rumoaitaquera.blogspot.com.br/20
11/09/entenda-melhor-o-projeto-da-arena.
html>. Acesso em: 24 dez. 2012.
133
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Arena Fonte Nova Eco Medidas:
Figura 21 - Fonte: www.radios.redecol.com.br/
Acesso 26/11/2012
Entorno: Preocupação com a inserção
da Arena na paisagem, através de sua
forma em “ferradura” com abertura
para o Dique do Tororó. O que viabiliza
megaestruturas sem danificar o relvado. Vagas preferenciais para veículos com
baixa emissão de CO2, tais como
veículos do tipo “flex”, que funcionam
a etanol serão delimitadas também.
Água: Reaproveitará as águas pluviais,
com coleta a partir da cobertura, após
processo de filtragem e reservação.
Reutilizará esgoto tratado, através de
uma estação de tratamento própria e
racionalizará o uso da água em seus
equipamentos hídricos e sanitários.
Energia: Utilizará energia solar para
aquecimento de água e para geração de
energia elétrica para suas necessidades.
Materiais elétricos e eletrônicos serão
os mais eficientes possíveis.
Materiais: Destaque para materiais
regionais e com algum elemento
reciclado em sua constituição. Corpos
de prova, por exemplo, são reutilizados
para a pavimentação do complexo. A
cobertura em PTFE reduz a utilização
de 30 a 40% de estruturas metálicas.
Resíduos: 100% dos resíduos gerados
com a demolição do antigo estádio
foram reutilizados na própria obra e em
outras obras de infraestrutura de
Salvador e da Região Metropolitana. Os
resíduos gerados ao longo da
construção, também são reaproveitados
ao máximo no próprio canteiro.
Conforto Ambiental: Empregará brises
(quebra-sol) nas fachadas, para o
aproveitamento da ventilação e da
iluminação natural. O sistema de refri-
geração será ambientalmente favorável,
com a eliminação dos fluidos que
agridem a camada de ozônio. A própria
forma da edificação facilita a ventilação
e a iluminação naturais.
Localização: Salvador (cidade)
Bahia (estado)
Capacidade: 50.000 pessoas
Estimativa: 591,7 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): Marc Duwe e Claas Schulitz
Início da obra: 29 de agosto de 2010
Inauguração: 29/03/2013 (previsão)
Outros nomes: Estádio Octávio
Mangabeira, Estádio Fonte Nova
Mandante: Esporte Clube Bahia (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Campeonato Baiano, Brasileirão
2013, Copa das Confederações FIFA,
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
e
Jogos Olímpicos de Verão Rio 2016
Acesso e Transporte: Estações do metrô
Pólvora e Brotas que encontram-se ainda
fora de operação da Linha 01 de Salvador
Fonte:
ARENA FONTE NOVA. Arena
Sustentabilidade. In: Portal Arena Fonte
Nova, 2012. Disponível em: <http://www.
arenafontenova.com.br/a-arena/sustentabili
dade/>. Acesso em: 24 dez. 2012.
134
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Arena Pernambuco Eco Medidas:
Figura 22 - Fonte: www.veja.abril.com.br/noticia/
Acesso 26/11/2012
Entorno: A Arena Pernambuco é o
ponto de partida para a Cidade da Copa,
um novo núcleo urbano em São
Lourenço da Mata, onde serão
preservados mais de 600 mil metros
quadrados de Mata Atlântica nativa.
Água: Captará e reutilizará água de
chuva para banheiros e a irrigação do
gramado, além de ser executada uma
estação própria para o tratamento de
esgotos e dos efluentes gerados. Adotará materiais e dispositivos
economizadores de água.
Energia: Contará com uma usina solar
com capacidade para gerar 1MW de
energia, o suficiente para atender ao
consumo médio de seis mil brasileiros.
Todos os equipamentos como telões em
LED, câmeras especializadas, sonoriza-
ção e iluminação além de atenderem
aos padrões internacionais terão sua
eficiência elevada e menor consumo. A
água a ser utilizada em vestiários e na
cozinha será aquecida por energia solar,
reduzindo o consumo de energias
convencionais em até 85%.
Materiais: A fachada que a princípio
seria toda em vidro teve seu material
substituído pelo ETFE (Etileno Tetra-
fluoretileno) uma solução mais
ecológica e que exigirá menos insumos.
Resíduos: A Arena conta com recipien-
tes de coleta seletiva espalhados em
vários pontos para a correta destinação
dos materiais e resíduos separados.
Conforto Ambiental: Empregará ao
máximo mecanismos de aproveitamen-
to da iluminação e da ventilação
naturais como forma de evitar o
consumo desnecessário de energia
elétrica em prol do conforto ambiental.
Localização: São Lourenço da Mata /
Recife (cidade) - Pernambuco (estado)
Capacidade: 46.160 pessoas
Estimativa: 532 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): Daniel Fernandes
Início da obra: Agosto de 2010
Inauguração: 14 de abril de 2013 (prev.)
Outros nomes: Arena Capibaribe
Mandante: Clube Náutico Capibaribe
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Copa das Confederações 2013 e
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
Acesso e Transporte: Estação do metrô
Cosme e Damião e BRT (em construção)
Fonte: BRASIL. Arena Pernambuco. In:
Portal da Copa, 2012. Site do Governo
Federal sobre a Copa do Mundo FIFA
2014TM
. Ministério dos Esportes.
Disponível em: <http://www.copa2014.
gov.br/pt-br/arena/recife>. Acesso em: 26
dez. 2012.
ODEBRECHT. Arena Pernam-buco:
Canteiro de Proteção Ambiental. In:
Revista Arena, 27 set. 2012. Disponível
em: <http://www.cidadedaco pa.com.br/pt/
especiais/arena-pernambuco/2012/09/27/
NWS,132,18,126,PT,2305-ARENA-PER
NAMBUCO-CANTEIRO-PROTECAO-
AMBIENTAL.aspx>. Acesso em: 24 dez.
2012.
135
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Estádio Beira-Rio Eco Medidas:
Figura 23 - Fonte: www.img341.imageshack.us/
Acesso 26/11/2012
Entorno: Criará um estacionamento
exclusivo para veículos menos
poluentes. Os pisos serão em blocos
intertravados que aumentam a
permeabilidade. Além disso, o projeto
tenta se integrar de forma definitiva a
orla do Guaíba e ao contexto de parque
ecológico-urbano de Porto Alegre.
Água: Será instalado um sistema de
coleta de águas pluviais para irrigação
do gramado e jardins, limpeza de áreas
externas e descargas de banheiros.
Energia: Contará com a análise
energética desenvolvida através de
softwares especializados e o controle da
iluminação. Há um estudo para a
instalação de placas fotovoltaicas, na
cobertura, e a possível redução do uso
da rede pública de energia elétrica.
Materiais: Destaque para materiais
regionais e com algum elemento
reciclado em sua constituição. Está
gerando uma mudança no mercado de
fornecedores da construção civil em
prol de produtos certificados. O concre-
to originário das demolições do antigo
estádio, a exemplo, é transformado em
brita reciclada para nova reutilização.
Resíduos: O clube já conta com um
programa de separação e reciclagem do
lixo e estuda a possibilidade de utilizar
a grama cortada como adubo para o
relvado, por meio de compostagem.
Conforto Ambiental: Empregará uma
cobertura em Politetrafluoretileno-
PTFE (Teflon®), material com maior
durabilidade, reciclado e translúcido
que absorve menos calor e permite o
aproveitamento mais eficiente da luz
solar e das correntes de vento, evitando
gastos excessivos e desnecessários com
iluminação artificial e condicionadores
de ar.
Localização: Porto Alegre (cidade)
Rio Grande do Sul (estado)
Capacidade: 61.000 pessoas (original)
52.000 pessoas (reforma)
Estimativa: 330 milhões (R$ reforma)
Arquiteto(s): Rui Tedesco (original)
Hype Studio (reforma)
Início da obra: 1959 (original)
12 de dezembro de 2010 (reforma)
Inauguração: 06 de abril de 1969
(original) / Dezembro de 2013 (previsão)
Outros nomes: Est. José Pinheiro Borda
Mandante: Sport Club Internacional
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Campeonato Brasileiro e Copa
do Mundo FIFA Brasil 2014TM
Acesso e Transporte: Terminal Sul (Beira-
Rio) de BRT (em projeto/estudo)
Fonte: BRASIL. Beira-Rio. In: Portal da
Copa, 2012. Site do Governo Federal
sobre a Copa do Mundo FIFA 2014TM
.
Ministério dos Esportes. Disponível em:
<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/arena
/porto-alegre>. Acesso em: 26 dez. 2012.
OLIVEIRA, D. Projeto Gigante Para
Sempre. In: Portal Oficial do Governo do
Rio Grande do Sul, 20 jun. 2012.
Disponível em: <http://www.copa2014.rs.
gov.br/conteudo/1515/beira-rio-e-uma-das
-oito-arenas-da-copa-com-acoes-sustenta
veis>. Acesso em: 24 dez. 2012.
136
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Estádio Castelão Eco Medidas:
Figura 24 - Fonte: www.oestadoce.com.br/noticia/
Acesso 26/11/2012
Entorno: Ao longo da construção
medidas de proteção do entorno foram
adotadas como a proteção das bocas de
lobo para reter os detritos e não obstruir
a tubulação da rede pluvial municipal,
lava-rodas que evitam que os sedimen-
tos presos nas rodas dos caminhões
sujem as vias públicas, dentre outros.
Água: O estádio conta com coleta de
águas pluviais com tratamento, para
que o armazenamento não prejudique a
qualidade das águas. Esta reserva é
utilizada na manutenção do gramado,
limpeza e descargas dos banheiros. As
últimas apresentam duplo acionamento.
Energia: A área coberta do Castelão é
de 15,2 mil m²; já a área útil para
geração de energia fotovoltaica é de
12,2 mil m² para possíveis 1,73 MW. A
iluminação em LED e dos 332
refletores pode ser abastecida, também,
por placas de energia solar.
Materiais: Deu-se destaque ao empre-
go de insumos locais e ao uso de
materiais que apresentassem em sua
composição algum tipo de reciclado.
Resíduos: Grande parte dos materiais
descartados da reforma do Castelão
foram doados para estádios do interior,
como o Romeirão em Juazeiro do Norte
que recebeu 8.600 cadeiras, 50 refleto-
res, o placar eletrônico e as estruturas
metálicas dos bancos de reserva. 36 mil
toneladas de concreto da demolição de
parte do antigo estádio foram utilizadas
na pavimentação do estacionamento.
Conforto Ambiental: O lado externo da
arena é revestido por uma pele de vidro,
que reflete os raios solares e ameniza o
calor e chapas de aço inox furadas que
permitem a circulação de ar. A cobertu-
ra com telhas metálicas revestidas com
material isolante e policarbonato ame-
nizam o calor ao mesmo tempo em que
permitem o aproveitamento da ilumina-
ção natural.
Localização: Fortaleza (cidade)
Ceará (estado)
Capacidade: 60.326 pessoas (original)
63.903 pessoas (reforma)
Estimativa: 518,6 milhões (R$ reforma)
Arquiteto(s): José Liberal de Castro,
Gerhard Ernst Borman, Reginaldo Mendes
Rangel, Marcílio Dias de Luna e Ivan da
Silva Britto (original) / Escritório
Vigliecca & Associados (reforma)
Início da obra: 1969 (original)
31 de março de 2011 (reforma)
Inauguração: 11 de novembro de 1973
(original) 16 de dez. de 2012 (reforma)
Outros nomes: Gigante da Boa Vista,
Estádio Governador Plácido Castelo
Mandante: Ceará Sporting Club, Fortaleza
Esporte Clube e Ferroviário Atlético Clube
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Campeonato Cearense, Copa das
Confederações FIFA, Copa do Mundo
FIFA Brasil 2014TM
e Brasileirão
Acesso e Transporte: BRT Alberto
Craveiro (em construção/execução)
Fonte: BRASIL. Novo Castelão: Preocu-
pação Ambiental, Uma das Marcas do
Projeto. In: Portal da Copa, 16 dez. 2012.
Ministério dos Esportes. Disponível em:
<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noti
cia/novo-castelao-sustentabilidade-uma-
das-marcas-do-projeto>. Acesso 24/12/12.
137
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Estádio do Maracanã Eco Medidas:
Figura 25 - Fonte: www.maracanario2014.com.br/
Acesso 26/11/2012
Entorno: O projeto que tornará o
estádio “verde” inclui a diminuição nas
emissões de CO2, que causam o efeito
estufa, melhoria nas condições do
ambiente e a preservação de árvores ao
longo do canteiro de obras.
Água: A economia dos recursos hídri-
cos, através da captação, armazenamen-
to e reutilização de toda a água de
chuva e da água de irrigação do campo
de jogo, por exemplo, proporcionarão
uma redução no consumo em 30%.
Energia: Serão utilizadas lâmpadas,
luminárias e equipamentos com alta
eficiência energética, além de 1.560
painéis fotovoltaicos instalados na
cobertura do estádio, que vão produzir
energia limpa equivalente ao consumo
de mais de 200 residências evitando a
emissão de 2.560 toneladas de gás
carbônico na atmosfera.
Materiais: Insumos locais tem
preferencia. Dentre os materiais
ecológicos destacam-se: o barro que sai
dos pneus dos veículos que também é
reaproveitado e já rendeu 4.200 m³ de
matéria prima para fazer telhas e tijolos
ecológicos e a campanha nacional para
recolher garrafas PET para a produção
dos assentos de todo o estádio.
Resíduos: A meta é que 75% dos resí-
duos da obra não cheguem a aterros. Os
17 mil m³ de aço retirados na demoli-
ção do antigo Maracanã foram recicla-
dos, 84 mil cadeiras foram reutilizadas
e mais de 1.000 m³ de solo de alto nível
foram enviados para ajudar no
reflorestamento da Mata Atlântica.
Conforto Ambiental: Empregará uma
cobertura em membrana de fibra de
vidro e teflon de alta tecnologia (PTFE)
que facilitará a ventilação e a ilumina-
ção naturais. Equipamentos de refriger-
ação, ventilação e iluminação serão
monitorados por um sistema central o
que facilitará a resolução de problemas.
Localização: Rio de Janeiro (cidade)
Rio de Janeiro (estado)
Capacidade: 200.000 pessoas (original)
79.000 pessoas (reforma)
Estimativa: 859,9 milhões (R$ reforma)
Arquiteto(s): W. Ramos, R. Galvão, M.
Feldman, O.Valdetaro, O. Azevedo, Pedro
P. B. Bastos e A. D. Carneiro (original) /
Daniel Fernandes e Empresa de Obras
Públicas do Estado do RJ (Reforma)
Início da obra: 02 de agosto de 1948
(original) / Agosto de 2010 (reforma)
Inauguração: 16 de junho de 1950
(original) / 28 de mai. de 2013 (previsão)
Outros nomes: Estádio Jornalista Mário
Filho, Maraca, Templo do Futebol
Mandante: Seleção Brasileira, Fluminense
F. C. e C. R. Flamengo (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA de 1950 e
2014, XV Jogos Pan-Americanos 2007,
Copa das Confederações 2013, XXI Jogos
Olímpicos de Verão 2016 e Brasileirão.
Acesso e Transporte: Estações do metrô e
trem: Maracanã e São Cristóvão
Fonte: COLBERT, M. Maracanã Vai se
Tornar Exemplo de Estádio Ecologica-
mente Correto. In: Governo do RJ, 27
mai. 2011. Disponível em: <http://www.
rj.gov.br/web/seobras/exibeconteudo?artic
le-id=476966>. Acesso em: 24/12/12.
138
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Estádio do Mineirão Eco Medidas:
Figura 26 - Fonte: BCMF Arquitetos /
Minas Arena
Entorno: Uma esplanada foi crida
interligando o Estádio ao ginásio do
Mineirinho favorecendo a integração do
complexo ao seu entorno e a Lagoa da
Pampulha, patrimônio municipal. Foi
feito um controle da emissão de poeira,
ao longo da obra, também.
Água: Reusa água de chuva, através de
um reservatório com seis milhões de
litros, para limpeza da área externa,
descargas de sanitários e para a
irrigação de áreas verdes e do gramado.
Energia: Outra marca importante está
na cobertura: uma usina solar é capaz
de transformar a radiação em energia
elétrica. As placas fotovoltaicas presen-
tes na cobertura têm potência de 1,6
megawatt e captarão energia suficiente
para suprir a demanda de cerca de 1200
residências de médio porte. A ilumi-
nação do estádio tem como característi-
ca a alta eficiência e o baixo consumo,
com sistema elétrico inteligente.
Materiais: Produtos sustentáveis e
locais foram priorizados. Qualquer tinta
que não fosse à base de água, por
exemplo, não foi utilizada na obra.
Resíduos: Houve a reciclagem do aço e
do concreto, materiais oriundos da
demolição do antigo Mineirão. Cerca
de 90% do entulho da obra foi
reaproveitado. As antigas cadeiras
foram doadas a outros equipamentos
esportivos do estado. As árvores
derrubadas foram destinadas a artesãos
que deram finalidade a madeira. Foi
organizado um sistema de coleta seleti-
va de lixo e armazenamento de resíduos
Conforto Ambiental: O tecido
semitransparente utilizado na cobertura
suaviza a sombra projetada no
gramado, evitando áreas muito escuras
ao lado de outras muito claras, além de
favorecer a iluminação e a ventilação
naturais da Arena.
Localização: Belo Horizonte (cidade)
Minas Gerais (estado)
Capacidade: 130.000 pessoas (original)
64.000 pessoas (reforma)
Estimativa: 695 milhões (R$ reforma)
Arquiteto(s): Eduardo Mendes Guimarães
Júnior e Gaspar Garreto (original) /
Gustavo Penna e GMP (reforma)
Início da obra: 25 de fevereiro de 1960
(original) / Julho de 2010 (reforma)
Inauguração: 05 de setembro de 1965
(original) / 21 de dezembro de 2012
Outros nomes: Estádio Governador
Magalhães Pinto
Mandante: Clube Atlético Mineiro,
Cruzeiro Esporte Clube (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA de 2014,
Copa das Confederações 2013, XXI Jogos
Olímpicos de Verão 2016 e Brasileirão
Acesso e Transporte: Corredor de ônibus
Pedro II, integração com o BRT
Fonte: BRASIL. Novo Mineirão: Obra
Verde em Busca da Certificação LEED.
In: Portal da Copa, 21 dez. 2012. Site do
Governo Federal sobre a Copa do Mundo
FIFA 2014TM
. Ministério dos Esportes.
Disponível em: <http://www.copa2014.
gov.br/pt-br/noticia/novo-mineirao-obra-
verde-em-busca-da-certificacao-leed>.
Acesso em: 24 dez. 2012.
139
Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM
2014)
Estádio Nacional de Brasília Eco Medidas:
Figura 27 - Fonte: www.brasilimperdivel.tur.br/
Acesso 26/11/2012
Entorno: Integrado a arquitetura mar-
cante de Brasília, o Estádio faz referên-
cia as colunatas da capital. Utilizará
materiais permeáveis no entorno para
facilitar a percolação da água de chuva.
Água: Quatro reservatórios para capta-
ção de água da chuva estão em fase de
construção. A água será armazenada em
cisternas com 350m³ de capacidade e
utilizada em vasos sanitários, mictórios,
irrigação e lavagem em geral. A
implantação do sistema prevê uma
economia de até 40% do consumo.
Energia: Para economizar e otimizar a
iluminação de algumas áreas do
estádio, haverá a substituição de
lâmpadas normais pela tecnologia LED,
20% mais econômicas. A cobertura
contará com cerca de 9,6 mil painéis
fotovoltaicos que serão capazes de
gerar 3,5 milhões de quilowatt por ano,
tornando o estádio o primeiro no
mundo a ser autossuficiente em
produção de energia e, ainda, produzir
excedente que será utilizado na cidade.
Materiais: A estrutura da cobertura, um
de seus elementos mais marcantes,
além de servir para proteger o público e
ser autolimpante será revestida de
dióxido de titânio, que em contato com
a água da chuva, libera oxigênio para a
atmosfera. Cada metro quadrado da
cobertura retirará da atmosfera, por
hora, o equivalente aos gases poluentes
produzidos por 88 veículos. As cadeiras
do estádio serão confeccionadas com
garrafas PET recicladas e doadas.
Resíduos: A produção de resíduos é a
menor possível com sua correta
separação, gestão e destinação final.
Conforto Ambiental: A cobertura
liberará a passagem de iluminação e
ventilação naturais e refletirá os raios
solares, reduzindo o calor interno e a
necessidade do uso refrigeradores.
Localização: Brasília (cidade)
Distrito Federal (unidade)
Capacidade: 71.400 pessoas (original)
Estimativa: 812,2 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): Eduardo de Castro Mello,
Vicente de Castro Mello e GMP
Início da obra: Agosto de 2010
Inauguração: Fev. de 2013 (previsão)
Outros nomes: Estádio Mané Garrincha
Mandante: Brasília Futebol Clube e
Brasiliense Futebol Clube (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concertos
musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Brasil de Futebol
Feminino 2007, Copa das Confederações
FIFA Brasil 2013TM
e Copa do Mundo
FIFA Brasil 2014TM
Acesso e Transporte: Estação Central de
Brasília (metrô) a 4,5km do Estádio. As
obras do VLT estão paralisadas e não
ficarão prontas até o Mundial de 2014
Fonte: BRASIL. Ações Sustentáveis do
Estádio Nacional de Brasília São
Apresentadas nos Estados Unidos. In:
Portal da Copa, 14 nov. 2012. Site do
Governo Federal sobre a Copa do Mundo
FIFA 2014TM
. Ministério dos Esportes.
Disponível em: <http://www.copa2014.go
v.br/pt-br/noticia/acoes-sustentaveis-do-
estadio-nacional-de-brasilia-sao-apresenta
das-nos-estados-unidos> Acesso: 26/12/12
140
5.3. CUIABÁ E A COPA DO PANTANAL
Localizada no centro geodésico do continente sul-americano, Cuiabá é
famosa pelas suas altas temperaturas, pela sua riqueza cultural, por ser a porta de
entrada de importantes destinos turísticos nacionais321
e por abranger três dos
principais biomas brasileiros: o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia332
. Esta riqueza
ambiental, em grande parte preservada, lhe conferiu o apelido de “Cidade Verde”.
Este predicativo fora, exatamente, utilizado pelo município, fundado por
bandeirantes em 1719, em sua candidatura vitoriosa para receber a Copa do Mundo
FIFATM
Brasil 2014. Assim, seus 551.098 habitantes (IBGE, 2010) receberão, pela
primeira vez, em 2014, um grande evento internacional. Se anteriormente fora
destino de exploradores e aventureiros, que partiam de São Paulo em busca do ouro
farto da região, hoje, será destino de quatro partidas da primeira fase do Mundial.
A “Cidade Verde”, apesar de contar com um Índice de Desenvolvimento
Humano - IDH 0.821 (PNUD, 2000) elevado, ser o centro de serviços, comércio,
agronegócio e da indústria do Estado, têm uma estrutura modesta para receber um
evento desta magnitude. A rede hoteleira, por exemplo, conta atualmente com 6.710
leitos, em 3.271 apartamentos, com previsão de expansão de 1.400 leitos; isso,
incluindo a cidade de Várzea Grande, com a qual é conurbada (SINAENCO, 2009).
Não é só a infraestrutura que é modesta, seu futebol também. O Mixto
Esporte Clube, o Cuiabá Esporte Clube, o Clube Esportivo Dom Bosco, além do
Operário Futebol Clube, da Vizinha Várzea Grande são suas equipes mais
expressivas. Entretanto, nenhuma delas se encontra nas renomadas Séries A e B, do
Campeonato Brasileiro de Futebol. O Cuiabá E. C., atualmente, na série C, junto do
Luverdense, equipe de Lucas do Rio Verde, município do norte de Mato Grosso; e o
Mixto, na Série D, são suas equipes mais bem posicionadas. Esta difusão do futebol
321
Destacam-se os balneários turísticos de Chapada dos Guimarães, famoso por suas cachoeiras;
Poconé, cidade sede do miolo pantaneiro; e Nobres, recanto ecoturístico do Estado, dentre outros. 332
O bioma amazônico ocupa 480.215 km² (53,6%) de área, principalmente, no norte do Estado e é
caracterizado pela vegetação predominantemente florestal. O cerrado ocupa 354.823km² (39,6%) de
área, na porção central do estado, reunindo formações florestais e savânicas. Já o Pantanal, no sul do
Estado, ocupa a menor área 60.885 km² (6,8%) e apresenta formações florestais e savânicas
associadas, com grande diversidade de espécies e um pulso de inundação, com níveis de enchente,
cheia, vazante e seca, que alteram a paisagem e a ecologia, no ambiente, sazonalmente. É em função
deste último que a Copa é associada a Cuiabá, a “Copa do Pantanal” (PLA, 2011).
141
ainda incipiente, contribui para a Arena Pantanal, a ser abordada na próxima seção,
já ser considerada um “elefante branco”, antes mesmo de sua entrada em operação.
Se o legado com o principal palco do Mundial, no Estado, ainda é uma
dúvida, algumas outras transformações nos campos: social, econômico, ambiental e
urbano tendem a se tornarem heranças para as futuras gerações.
Estão sendo preparadas, ou já entraram em operação, uma série de obras que
vão transformar a Grande Cuiabá num aglomerado urbano organizado e eficiente. O
que já vem despertando o interesse de empresários nacionais e estrangeiros, por um
mercado consumidor e por uma valorização fundiária em franca expansão. É claro
que estas transformações vêm alterando a rotina de seus moradores, turistas e
visitantes. No entanto, estas ações tenderão a potencializar a qualidade de vida local.
A responsável por grande parte destas transformações é a SECOPA, um
órgão da Administração Direta do Estado de Mato Grosso, vinculado ao gabinete do
Governador, que tem por objetivos e competências: planejar, executar, controlar,
fiscalizar, firmar convênios, ratificar parcerias, servir de interlocutora e coordenar os
projetos especiais do Governo, destinados a viabilizar as ações pertinentes à
realização da Copa do Mundo FIFA Brasil TM
2014, em Cuiabá.
Originalmente, este órgão, após a ratificação de Cuiabá como uma das sedes
de 2014, foi criado em 25 de setembro de 2009, através da Lei Complementar
370/2009, com o nome de Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do
Mundo do Pantanal (AGECOPA). Esta entidade, com prazo de duração determinado,
até 31 de dezembro de 2015, era integrante da administração pública indireta,
vinculada ao Gabinete do Governador e submetida a um regime autárquico
especial34
. Sua principal missão era acompanhar os projetos de mobilidade urbana e
das estruturas necessárias para a ocorrência deste megaevento. Entretanto, devido a
uma série de disputas políticas internas, passou a se chamar SECOPA (SIQUEIRA,
2012). A SECOPA foi criada em outubro de 2011, ainda no modelo de autarquia,
com a justificativa de que seria uma estrutura mais enxuta, com cinquenta cargos
comissionados - 110 a menos que a AGECOPA (COELHO, 2011). Contudo, em
agosto de 2012, seu quadro de comissionados já alcançava 70 servidores, alteração
que expõe que o ideal inicial já não confere com sua justificativa (VILELA, 2012).
34
A natureza do regime autárquico especial é marcada pela independência administrativa e financeira,
pela ausência de subordinação hierárquica e pelo mandato fixo de seus dirigentes.
142
Todavia, no campo técnico, segundo a SECOPA (2012), já foram colocadas
em prática ideias que repousavam há décadas nas gavetas de gestores públicos e
planejadores urbanos. Projetos, principalmente ligados à mobilidade (duplicações de
pista, viadutos, pontes, trincheiras), turismo, transporte aéreo, segurança, saneamento
básico, saúde, capacitação de mão de obra, voluntariado, comunicações, marketing e
de diversos outros setores, que projetam a Região daqui a 20, 30 anos; priorizando
uma correta gestão e o respeito ao meio ambiente, mas que não seriam executados a
curto prazo em condições normais, mas que são necessários para o sucesso da Copa.
De acordo com o Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento do
Estado de Mato Grosso (Condeprodemat), até 2014 serão investidos no Estado R$ 10
bilhões pelas iniciativas pública e privada; em áreas como: comércio/serviços,
industrial, mineração, obras estaduais, obras federais, linhas de transmissão, e na
Copa. Nesta última, diretamente, serão aplicados R$2,4 bilhões (CABRAL, 2012).
Dentre os compromissos firmados entre os Governos Municipal e Estadual da
menor das doze sedes, junto ao Governo Federal e a FIFA, destacam-se: a licitação
de 2.231,99 metros lineares de pavimentação do entorno de sua Arena (SECOPA,
2012a); a duplicação da Rodovia Mário Andreazza e da Estrada da Guarita, com a
construção de uma nova ponte sobre o Rio Cuiabá e de uma trincheira, de forma a
facilitar a locomoção entre o aeroporto, o estádio e a rede hoteleira; as obras de
Travessia Urbana (viadutos, trincheiras, elevados, dentre outras), realizadas com
recursos do governo federal, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), ao longo de trechos das três rodovias federais (BRs
364/163/070), que cortam Cuiabá e Várzea Grande, avenidas que contam com os
seguintes nomes, respectivamente, Fernando Correa da Costa, Miguel Sutil
(Perimetral) e Avenida da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Obras de
desbloqueio, de forma a criar alternativas ao tráfego durante a execução das obras de
Travessia Urbana, como: a duplicação, pavimentação, ligação e prolongamento de
vias, além da construção de uma nova ponte sobre o Rio Coxipó.
Destacam-se, também, as obras de duplicação da Rodovia Emanuel Pinheiro,
que conecta os municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães - importante ponto
turístico do Estado; e da Rodovia Palmiro Paes de Barros, que liga a capital à cidade
de Santo Antônio de Leverger, reduto da boa pescaria no Rio Cuiabá.
143
Contudo, a grande obra da Copa do Mundo, para Cuiabá e Várzea Grande, é a
implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos – VLT, que redesenhará o tráfego das
principais avenidas, proporcionará uma melhor qualidade de vida, rapidez nos
deslocamentos, integração com a malha de ônibus, minimização de poluentes
ambientais, de poluição sonora e a elevação da segurança no trânsito entre as duas
maiores cidades mato-grossenses (SECOPA, 2012a). Com dois eixos, “CPA354
-
Aeroporto” e “Coxipó-Centro”, totalizando 22,2 km de extensão, o modal terá
velocidade de operação de 60 km por hora, atenderá a capacidade máxima de 400
passageiros por vagão, e será implantado no canteiro central das avenidas Historiador
Rubens de Mendonça, FEB, 15 de Novembro, Tenente-Coronel Duarte (Prainha),
Coronel Escolástico e Fernando Correa da Costa (Figura 28).
Figura 28 - Corredores Estruturais de Transporte Coletivo - VLT.
Fonte: SECOPA, 2012.
Segundo a SECOPA (2012a), os terminais do VLT terão estacionamento para
veículos e bicicletas, o que amplia o potencial de mobilidade urbana; atenderão todos
os critérios de acessibilidade; e o sistema de bilhetagem das 33 novas estações será
compatível com o já utilizado no transporte público da Região Metropolitana.
354
Sigla de Centro Político Administrativo, um dos bairros de Cuiabá, onde se localiza o Palácio do
Governo do Estado e grande parte das secretarias correspondentes, além de conjuntos habitacionais.
144
O prazo de entrega desta obra é para o primeiro trimestre de 2014, poucos
meses antes do Mundial, que se inicia em junho. Seu financiamento contará com
empréstimos da Caixa Econômica Federal e do BNDES. O consórcio VLT
Cuiabá/Várzea Grande formado pelas construtoras CR Almeida, Santa Bárbara, CAF
(Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles), Magna e Astep terá a responsabilidade
de executar todos os projetos, serviços, relatórios de impactos e complementares para
a instalação do modal, assim como fornecer o material rodante (vagões).
No projeto de mobilidade original apresentado junto à FIFA, o modelo de
transporte coletivo adotado para integrar Cuiabá à Várzea Grande era outro: o BRT -
Bus Rapid Transport; um sistema de média capacidade, constituído de ônibus
urbanos articulados, ou biarticulados, que trafegam em faixas de rolamento
específicas, ou em vias elevadas. As verbas, para sua implantação, seriam oriundas
do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
Entretanto, o Governo de Mato Grosso se empenhou para alterar o modal
estabelecido pelo VLT, assim como seus recursos, que migraram para a nova
escolha; os R$454 milhões iniciais passaram para cerca de 1,47 bilhão, quantia que
ainda poderá sofrer com retificações e aditivos (KONCHINSKI, 2012).
Dentre as justificativas utilizadas pelo Governo para a sanção de sua nova
escolha, destaca-se: a ideia de que o VLT, embora seja mais caro, é mais moderno,
menos poluente, exige menos manutenção de sua frota e sua implantação exigiria
menos desapropriações365
, cerca de 90% a menos que o BRT (para se ter uma calha
de transporte do tipo BRT são necessárias duas pistas de 7m de largura, uma em cada
sentido, mais o canteiro central, com os pontos de embarque e desembarque; no VLT
esta calha cai para 3m, em cada sentido). Já, a defesa do BRT, feita por parte do
Ministério das Cidades, é de que Cuiabá não tem demanda para o VLT, o que seria
traduzido em um elevado valor da passagem; argumento este rebatido pela SECOPA,
que, embora não divulgue o valor previsto, afirma, apenas, que a nova tarifa será um
pouco mais elevada do que os atuais R$2,70 dos ônibus municipais – custo,
atualmente, já considerado alto para a maioria dos trabalhadores (SILVA, 2011).
365
Algumas manifestações em defesa do VLT foram organizadas pela Associação de Empresários e
Locatários da Prainha (AELP), região da Avenida Tenente Coronel Duarte, no Centro da cidade, que
teriam parte dos seus imóveis desapropriados pela implantação do BRT (SILVA, 2011).
145
Outro modal importante é o aéreo, o Aeroporto Internacional Marechal
Rondon, que atende a Região Metropolitana de Cuiabá e fica localizado no
município de Várzea Grande, distante cerca de 8 km do centro da capital mato-
grossense, receberá investimentos de 85,260 milhões de reais, até dezembro de 2013,
sendo 82 milhões oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do
Governo Federal. Seu terminal de passageiros aumentará de 5.460m², para 18.550m²
com capacidade anual de passageiros saltando de 1,6 milhão, para 2,3 milhões. Já, o
estacionamento passará das atuais 405 vagas, para 1.447 vagas (LOPES, 2009). As
obras já começaram com a inauguração, em novembro de 2011, de um Módulo
Operacional Provisório - MOP, com 675 m², uma edificação a parte, com duas novas
esteiras e quatro banheiros, de forma a facilitar o desembarque local.
Além das intervenções já citadas e a referente à Arena Pantanal, a qual se
discorrerá na próxima seção, a FIFA faz mais duas exigências para as cidades-sedes:
os Campos Oficiais de Treinamento (COTs) e a FIFA Fan Fest®.
A primeira exigência refere-se à estrutura adequada para treinamento e
preparação física dos atletas das seleções participantes do Mundial que, segundo a
FIFA, deve distanciar-se, ao máximo, 20 minutos do seu estádio sede. Mato Grosso
disponibilizará, segundo a SECOPA (2012b), de três Campos Oficiais de
Treinamento. O primeiro deles, orçado em R$ 25 milhões, na localidade de Barra do
Pari, em Várzea Grande, distante 2,7km do Verdão (Figura 29), será facilmente
acessado pelo corredor Mário Andreazza, contará com uma área de 52 mil metros
quadrados; estrutura para receber até cinco mil torcedores e as demais necessidades
do programa. Em Cuiabá, no bairro Morada da Serra, próximo ao Centro Político
Administrativo (CPA), o COT terá capacidade para 1.600 pessoas e também será
utilizado como centro de ensino e treinamento do Corpo de Bombeiros. O outro
(Figura 30), ficará localizado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com
1.500 assentos, e revitalizará a área esportiva do campus, contemplando, ainda, a
construção de uma pista oficial de atletismo de padrão internacional, a primeira desta
unidade federativa (SECOPA, 2012b). Originalmente, seriam instalados COTs nos
municípios de Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço e nos arredores da represa
do Lago do Manso, todavia, estas propostas não progrediram (SINAENCO, 2009).
146
Figura 29: COT-Barra do Parí, em V. Grande. Figura 30: COT-UFMT, em Cuiabá.
Fonte: SECOPA, 2012. Fonte: SECOPA, 2012.
A segunda exigência, refere-se à capacidade do município de assegurar a
realização de eventos de entretenimento, culturais e esportivos, bem como a
transmissão de jogos oficiais, de forma gratuita, segura e confortável para seus
envolvidos, por meio de telões, conforme especificações da entidade máxima do
futebol (SECOPA, 2012c). Este projeto, denominado FIFA Fan Fest®, surgiu em
2002, na Coréia do Sul. Era originalmente, apenas um evento de apoio, pequeno,
destinado a animar os torcedores, que não conseguiam lugar nos estádios. Em 2006,
na Alemanha, o projeto foi ampliado para mais de 18 milhões de pessoas, em doze
cidades, que contaram com telões instalados. O sucesso foi tão satisfatório que a
FIFA, para 2010, além das nove cidades sedes da África do Sul376
, internacionalizou
o evento para seis metrópoles mundiais: Rio de Janeiro, Roma, Paris, Berlin, Sydney
e Cidade do México (FIFA, 2010a). Hoje, este evento é considerado uma prioridade
para a FIFA, sendo o segundo lugar mais importante (depois da Arena), pela
capacidade agregadora de turistas e fãs de futebol (SECOPA, 2012c). No Mato
Grosso, este será instalado na área do atual Parque de Exposições Jonas Pinheiro, no
bairro Dom Aquino, a 2,5 km da Arena Pantanal, nas proximidades do Rio Cuiabá e
funcionará durante os 31 dias de competição. Sua dimensão, de quatro hectares, terá
capacidade para comportar 56 mil pessoas por dia, telão de alta definição, lojas
oficiais da FIFA, estacionamento, praça de alimentação, atividades culturais, shows,
além de sistema completo de segurança e emergência-médica (SECOPA, 2012c).
376
As nove cidades da Copa de 2010 foram: Durban, Mangaung/Bloemfontein, Johannesburgo, Nelson
Mandela Bay/Port Elizabeth, Nelspruit, Polokwane, Rustemburgo, Tshwane/Pretória e Cape Town.
147
Entretanto, a sustentabilidade de uma Copa do Mundo não se resume apenas
a dimensão econômica (estádio e toda a infraestrutura arrolada). As dimensões social
e ambiental, também, precisam ser trabalhadas. Em Mato Grosso, a SECOPA vem
desenvolvendo uma série de ações que buscam alcançar esta sustentabilidade.
Segundo a SECOPA (2012d), o “Copa em Ação” é o maior programa social
de capacitação já realizado em Mato Grosso, de forma gratuita, com foco nas
oportunidades profissionais do Mundial. Este programa, que foca a dimensão social,
vem qualificando cerca de 10 mil pessoas (jovens e/ou desempregados), nas áreas de
turismo, hotelaria, construção civil, comércio e serviços, em todo o Estado. A carga
horária média destes é de 200 horas por aluno e os formandos, ao final, são
disponibilizados no cadastro nacional de trabalhadores, para serem acessados de
forma mais simples, por empresas que os inserirão de volta ao mercado de trabalho.
A preocupação aqui valoriza um legado muito maior que apenas para o evento em si.
Outro programa de grande destaque é o “Ação Integrada pela Qualificação e
Inserção Social dos Egressos de Trabalho Escravo”, que envolve a contratação de
trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão, em Mato Grosso, para
a construção da Arena Pantanal. Vinte e cinco operários foram capacitados e estão
recebendo salários, carteira de trabalho assinada, além de apoio e moradia na obra. O
empreendimento é pioneiro, no país, em receber trabalhadores em situação de
vulnerabilidade, em seu quadro de funcionários; outro exemplo é a inserção de
reeducandos (pessoas que cumprem pena em prisões) nas obras da Copa de 2014.
Desde agosto de 2010, 12 homens trabalham regularizados, após passar pela
capacitação e pelo treinamento do “Programa Começar de Novo”. Todos os
processos licitatórios realizados em Cuiabá, para o Mundial, obrigam a contratação
do percentual mínimo de 5% de mão de obra prisional (PORTAL2014, 2011a).
Nesta dimensão social, alguns programas apresentam cunho educacional,
como o “Tô na Área”, que abre a oportunidade para que estudantes e grupos
comunitários visitem o canteiro de obras da Arena Pantanal e se sintam
familiarizados com o estádio, antes de sua inauguração; e o “Pintando a Copa”, que
premia desenhos feitos por estudantes da rede pública do ensino fundamental de
Cuiabá e Várzea Grande, com a temática de 2014 (SECOPA, 2012d).
148
Já, na dimensão ambiental, um dos maiores destaques é o projeto “Copa
Verde”, lançado em junho de 2011. Aqui, todas as preocupações ambientais,
apresentadas com o LEEDTM
, o FIFA Green GoalTM
e a sustentabilidade de
megaeventos, estão sendo colocadas em prática. Este projeto tem como principal
objetivo realizar o inventário e a total neutralização das emissões de carbono da
Arena Pantanal (SECOPA, 2012d). Fato que já é sinalizado por CO2Zero (2012), em
um estudo prévio dos impactos das emissões de gás carbônico, durante 2014; nele, o
estádio de Cuiabá, postulante ao conceito “Certificado” LEEDTM
é apontada como o
estádio mais sustentável de todo o Mundial, com uma emissão de 37,70t de CO2,
considerando o ciclo de vida como de 30 anos e os quatro jogos que sediará; taxa 3.5
vezes menor, que o terceiro maior poluidor, o Estádio Nacional de Brasília (139,24t
CO2), que pleiteia uma certificação LEEDTM “
Platinum”, muito superior ao apenas
“Certificado” do Verdão. O representante cearense será o mais poluente, com
197,98t de CO2, seguido de Natal, com 153,18t de CO2 (CO2Zero, 2012).
Para o “Copa Verde”, a SECOPA vai recuperar cerca de mil hectares de
Áreas de Preservação Permanentes (APPs), através de uma parceria com o Instituto
Ação Verde38
,7ao plantar 1,4 milhão de mudas nas margens dos rios São Lourenço,
Paraguai e Cuiabá, contribuintes do complexo hídrico do Pantanal. O cultivo, realiza-
do por quase três mil famílias ribeirinhas, creditará carbono, que será comprado pela
Secretaria para compensar as 711 mil toneladas de gases, estimadas, provenientes das
obras do Estádio Governador José Fragelli. Em média, as árvores a serem plantadas
sequestrarão, individualmente, 138 quilos de carbono durante um período de 30 anos.
Os mil hectares recuperados pela SECOPA serão capazes de sequestrar 12 toneladas
de carbono, ao ano. Hoje, com técnicas modernas de estatística, já é possível calcular
a emissão total de carbono de um empreendimento, com precisão (SECOPA, 2012d).
Tal iniciativa se mostra tão positiva que o Instituto já concedeu à SECOPA o
Certificado de Neutralização de Carbono, através do selo “Floresta Viva”, que
reconhece este empenho e esta responsabilidade da empresa, com a emissão nula de
poluentes. Além disto, o Programa Copa Verde resolverá quatro problemas,
simultaneamente: integrará estas famílias às leis de proteção do meio ambiente;
criará uma nova fonte de renda; contribuirá para a preservação da natureza,
387
Este Instituto estadual é responsável pela execução e pelo cadastro dos grupos e dos estoques de
carbono por meio da Plataforma de Negociações de Bens e Serviços Ambientais e Ecossistemas.
149
principalmente com a recuperação de matas ciliares; e regularizará, ambientalmente,
os sítios à beira dos rios, já que 90% destes estão em APPs, há décadas.
A origem de toda esta ação sustentável está na comunidade de Barranco Alto,
no município de Santo Antônio de Leverger, a 35 km da capital. Seus moradores
foram os primeiros a receberem as doações de mudas, aulas de educação ambiental e
a assistência técnica necessária. Após a finalização do ciclo de trabalho, esta
comunidade, ou qualquer outra, recebe o pagamento pelos serviços ambientais
prestados; podendo este montante ser repassado em parcelas anuais para o grupo, ou
individualmente. Porém, caso estes apresentem um projeto considerado de utilidade
pública ao Ministério Público Estadual (MPE), o valor é liberado integralmente. No
Barranco Alto, este dinheiro foi aplicado na compra de dois poços artesianos e duas
caixas d'água, que vão beneficiar cerca de 300 famílias da região (SECOPA, 2012d).
De forma a fiscalizar esta “ação verde” e todas as outras referentes à
realização da Copa do Mundo, executadas ou não pela SECOPA, o Governo do
Estado instituiu, através do Decreto 777/2011, de 18 de outubro de 2011, as Câmaras
Temáticas, que têm por objetivo formular políticas e planos para a implementação de
ações nas suas respectivas área de atuação, bem como acompanhar e articular ações
interinstitucionais, através de uma hierarquização de poderes (SECOPA, 2012e).
A Copa do Pantanal, de Cuiabá representa um contexto muito maior do que
de uma obra específica, do que de uma única ação isolada; o “legado” pós-copa é o
que retrata a herança que seus governantes deixarão para a população e para as
gerações futuras. Uma grande transformação, aliada a um bom planejamento e a uma
correta gestão podem ser ratificados com este megaevento, com efeitos positivos
para a história da cidade; é claro, que, ao longo do caminho, percalços deverão ser
ultrapassados, assim como a paciência deverá resistir a uma cidade em obras.
Todavia, a menor entre as doze cidades-sedes, com esta seção, mostrou que é
possível conciliar desenvolvimento e progresso com a sustentabilidade, seja esta
econômica, social, ou ambiental. Indicou que uma mudança maior está por vir e que
o município poderá se ajustar, com facilidade, ao mercado mundial de cidades. Um
modelo que prioriza a excelência no atendimento às necessidades do cidadão daqui,
ou de fora, com eficiência na gestão e respeito ao meio ambiente. Esta compreensão
é fundamental para o Estado e deve ser assumida por todos os mato-grossenses.
150
5.4. A ARENA PANTANAL
Nesta seção será apresentado o principal objeto da pesquisa em questão: o
Estádio Governador José Fragelli, popularmente conhecido como “Verdão” e
comercialmente, pela FIFA, por “Arena Pantanal”. Este processo dar-se-á através da
apresentação de um breve histórico, de sua contextualização urbanística, de sua
concepção arquitetônica atual e de sua proposta renegada. Ao final, os parâmetros de
avaliação da sustentabilidade, apresentados no Capítulo 04, serão aplicados aqui,
para verificar se a Arena Pantanal é realmente um projeto sustentável, como apontam
seus idealizadores, ao tratarem tais questões como premissas para a concepção
projetual; juntamente com a síntese do levantamento mundial de Ecoarenas.
5.4.1. Retrospectiva Histórica e Urbanística
Com a ratificação oficial de Cuiabá, em 31 de maio de 2009, como uma das
sedes da Copa do Mundo FIFATM
Brasil 2014, em um embate travado com a capital
do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, mais uma vez, a rivalidade histórica e
política entre estas duas cidades aflorou (DOURADO, 2009).
Ao analisar jornais depositados no Arquivo Público de Mato Grosso, Portela
(2008) constatou que a disputa política entre estas duas cidades já era bastante
acalorada, na década de 1970, quando faziam parte de um único estado, o Mato
Grosso. Campo Grande, na época, era um centro urbano maior que sua capital e isso
incomodava, e muito, Cuiabá, que buscava, a qualquer custo, incrementar sua
população, seja com obras de modernização e infraestrutura, seja com a expansão das
fronteiras agrícolas. Entretanto, a corrente separatista do sul, que ambicionava a
divisão do Estado, ganhou força e, em 11 de outubro de 1977, o temor dos cuiabanos
se concretizou. A divisão veio muito mais como a imposição de um regime ditatorial,
que do desejo popular, emanado do então sul mato-grossense (PORTELA, 2008).
A construção do Estádio Governador José Fragelli representa este desejo de
se modernizar e de mostrar a Campo Grande seu poderio; já que esta inaugurara, em
1971, em homenagem ao governador que o concebeu, o Estádio Universitário Pedro
Pedrossian, localizado dentro da Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT),
151
atual Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Respectivamente, era
“Verdão” contra “Morenão”; o sufixo “ão” de imponência foi associado às perífrases
pelas quais eram conhecidas as duas cidades: “Cidade Verde”, Cuiabá e “Cidade
Morena”, Campo Grande, como forma de marcar a rivalidade, seja no campo da
política, seja no campo desportivo (PORTELA, 2008).
O interesse de Cuiabá pelo estádio era tão grande que a 1ª Dama do
Estado, dona Maria de Lourdes Ribeiro Fragelli, foi escolhida como sua
madrinha. Afinal de contas, Cuiabá,... não poderia ficar atrás em
modernidade, e faltava um estádio de futebol à altura. O velho “Estádio
Presidente Dutra”, o “Dutrinha”, já não comportava mais uma cidade em
pleno crescimento. O “inha” precisava ser “ão” (PORTELA, 2008).
O “sonho que se tornou realidade”, como diziam os jornais da época, tinha
capacidade para 50 mil pessoas e foi construído em terreno desapropriado na Cidade
Alta (um bairro de ocupação rarefeita, com edificações residenciais de tipologia
térrea, ou dois pavimentos, predominantemente), na Região Oeste da capital - zona
de expansão natural da cidade - pelo então governador José Fragelli, através do
decreto n. 379, de 29 de fevereiro de 1972 (Figura 31).
Figura 31 - Localização da Arena Pantanal e de seu complexo esportivo (em relação à área urbana do
município, Regiões Administrativas de Cuiabá, Mato Grosso, Região Centro-Oeste e Brasil).
Fonte: Adaptado de Google Earth, 2012.
Região Centro-Oeste / Brasil Cuiabá / Mato Grosso Complexo Arena Pantanal /
Regiões Administrativas de Cuiabá
152
Dois foram os projetos apresentados: o primeiro, formado por um consórcio
de 13 arquitetos, representados por Ari Veiga Costa Campos foi recusado; o segundo
(Figuras 32 e 33) e vencedor, fora assinado pelo arquiteto Silvano José Wendel, que
o projetou de forma a atender as condições climáticas de Cuiabá, com possibilidades
de expansão (ampliação que nunca se concretizou). A cobertura metálica da tribuna
de honra e das cabines de transmissão foi realizada pelo calculista Cedric Marsh,
autor dos estudos do Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo
(DOURADO, 2009). Seu orçamento ficou a cargo, na época, da Companhia de
Desenvolvimento de Mato Grosso (CODEMAT) que para levantar a verba necessária
vendeu grandes parcelas de terra no extremo norte do Estado (PORTELA, 2008).
Figura 32 - Concepção original do “Verdão”. Figura 33 - Estádio Governador José Fragelli.
Fonte: www.hisrel.blogspot.com.br. Fonte: www.rdnews.com.br Acessos 06/10/2012
A obra foi iniciada em 1973, em uma depressão do terreno, e seu nome
homenagearia o único cuiabano que chegou a presidência do país, o presidente
Eurico Gaspar Dutra. Contudo, terminou por homenagear o governador que o
construiu, José Manuel Fontanillas Fragelli. Mesmo com estas honras, Fragelli foi
extremamente criticado quanto ao valor final da obra Cr$ 1.200.000,00391
. Sua
inauguração oficial ocorreu em 08 de abril de 1976, já no governo de José Garcia
Neto, com a participação do Presidente da República Ernesto Geisel, sendo
transmitida para todo o país, por várias rádios e emissoras de televisão. Os jogos de
inauguração, assistidos por mais de 44 mil pessoas, foram disputados em um
quadrangular entre o Flamengo e os clubes da capital: Mixto, Operário e Dom Bosco.
391
Valor equivalente a aproximadamente 2 milhões de reais. A atualização desta importância ocorreu
com base no Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas.
153
Antes, porém, em 12 de março de 1975, o então governador, que não poderia deixar
o governo sem algum tipo de inauguração parcial, promoveu o jogo entre o
Fluminense, do Rio de Janeiro, e a Seleção de Cuiabá (PORTELA, 2008).
Figura 34 - Obras iniciais do Estádio “Verdão”. Figura 35 - Construção do Estádio Verdão.
Fonte: www.rdnews.com.br Acesso 06/10/2012. Fonte: www.rdnews.com.br Acesso 06/10/2012.
“o ‘Verdão’, que é um dos maiores sonhos da população cuiabana, faz
parte apenas de um grande conjunto olímpico, que compreende as mais
diversas atividades, inclusive a cultural, pois até será construído um teatro
ao ar livre, com capacidade para três mil pessoas. Além do futebol, no
mencionado centro esportivo existirão, de acordo com o projeto, quadras
para disputas simultâneas de oito modalidades esportivas, sem contar os
locais, no fundo de cada gol, destinados a esportes que exigem menores
espaços, como lançamento de disco, dardos, martelos, arremessos de peso
e assim por diante” (PORTELA, 2008 apud MACIEL, 1976, p. 7).
Infelizmente, o Verdão (Figura 36) não alavancou o sucesso das equipes
mato-grossenses em campeonatos nacionais como idealizavam seus contemporâneos;
consumia apenas R$ 50 mil, por mês, dos cofres públicos, para sua manutenção, que
permitia que este tivesse usos rarefeitos (PORTAL2014, 2009).
Figura 36 - O José Fragelli, o Verdão, é o principal estádio de Mato Grosso.
Fonte: www.globoesporte.globo.com/Esportes/Fotos/ Acesso: 06/10/2012.
154
O projeto do novo “Verdão”, que sancionou Cuiabá como uma das sedes de
2014 (Figura 37), apresentado à FIFA pelo Governo do Estado, fora desenvolvido
pelo experiente escritório em arenas e equipamentos esportivos, Castro Mello
Arquitetos, de São Paulo (o mesmo do Estádio Nacional de Brasília), em colaboração
com a empresa Schlaich Bergermann und Partner, da Alemanha, que participou de
vários projetos estruturais das Copas do Mundo de 2006 e 2010. Elaborado em
menos de um mês, sua concepção arquitetônica adota PTFE, na cobertura, com seção
inspirada em um arco-e-flecha, componente que remete visualmente à cultura
ancestral dos bororos, habitantes indígenas desta região (MELENDEZ, 2009).
Figura 37 - Projeto da Arena Pantanal desenvolvido por Castro Mello Arquitetos.
Fonte: www.globoesporte.globo.com/Esportes/Fotos/ Acesso: 06/10/2012.
Este novo complexo esportivo, orçado, inicialmente, em US$ 150 milhões,
seria implantado na mesma área do antigo estádio, que seria totalmente demolido,
preservando-se apenas seu campo de jogo e o nome. Dentre as diretrizes da obra,
destacam-se: a capacidade para 48,5 mil pessoas, a proximidade da plateia, em dois
níveis, com o campo de jogo; o posicionamento de camarotes, tribunas e autoridades
em um setor intermediário; a visão plena da partida, de todos os setores; a forma
retangular, com as quinas abauladas; colunatas de concreto na periferia de todo o
projeto; o estacionamento radial, ao redor do conjunto; e, principalmente,
fundamentos de sustentabilidade em sua concepção, em função das altas
temperaturas de Cuiabá (MELENDEZ, 2009). Outro desafio importante de sua
concepção foi o balanceamento do investimento de sua construção, com o retorno
proveniente do turismo, uma vez que o futebol mato-grossense não tem, por si só,
ainda, potencial para sustentar uma obra desta magnitude (SINAENCO, 2009).
155
Dentre as questões de preocupação com o meio-ambiente, citam-se: a
cobertura ligeiramente afastada do nível superior das arquibancadas, o que
favoreceria a ventilação natural; a proposta de captação/armazenamento da água de
chuva, para uso na irrigação do gramado e em bacias sanitárias; e a construção de
dois jardins de vegetação nativa, nas áreas de acesso de público, tanto no nível
inferior das arquibancadas, como no superior (MELENDEZ, 2009).
Este projeto de candidatura, aliado ao objetivo comum do governador do
estado Blairo Maggi, dos prefeitos de Cuiabá, Wilson Santos e de Várzea Grande,
Murilo Domingos, em trazerem a Copa para Mato Grosso, com o aval da FIFA e da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), teve o apoio de toda a sociedade. Esta
participou de forma ativa e contribuiu para que Cuiabá fosse a escolhida, ao
responder aos apelos das autoridades e ir às ruas, em fevereiro de 2009, para receber
a comitiva da FIFA e da CBF; o que causou uma boa impressão, mostrando a alegria
e o interesse dos mato-grossenses em receber o Mundial (DOURADO, 2009a).
No entanto, dois dias depois de Cuiabá ser anunciada como a sede do
Pantanal para a Copa 2014, seus coordenadores de candidatura, através do Secretário
de Turismo e presidente do Comitê Pró Copa do Mundo, Yuri Bastos, dispensaram,
sem explicações formais, o escritório Castro Mello Arquitetura. A notícia
surpreendeu os arquitetos, a mídia e membros do comitê gestor da Copa no Brasil,
que associam esta atitude ao desejo de se baratear o custo da obra. Procurados, na
época, seus projetistas informaram que efetivaram o projeto básico em apenas 15
dias - entre as festividades de natal de 2008 e o início do ano de 2009 - para que
pudessem atender ao cronograma da FIFA e que, em nenhum momento, foram
procurados pelos responsáveis da candidatura da cidade para fazerem modificações,
no projeto, as quais, se fossem solicitadas, seriam atendidas (PRADA, 2009).
Em 04 de maio de 2010, o antigo Verdão, que já fora casa de quatro
amistosos da seleção brasileira, começou a ser desmontado, para dar lugar a um novo
estádio para a Copa do Mundo FIFATM
Brasil 2014 - se aterá a este na próxima
seção. Duas escavadeiras rompedoras, da empresa mineira Destroy, se dedicaram as
arquibancadas e em um prazo de, aproximadamente, 90 dias demoliram todo o
complexo. O grande marco desta demolição foi o rompimento das duas torres de 33
metros, que sustentavam os refletores, através da quebra da base destas, com o
156
equipamento “rompedor” e, posteriormente, foram amarrados cabos a tratores de
esteiras, que as levaram ao chão. A estrutura metálica, que cobria parte da
arquibancada principal fora desmembrada e será utilizada em outras praças
esportivas do Estado, assim como cadeiras, refletores e outros (24HorasNews, 2010).
Após esta etapa foram iniciadas as obras de terraplanagem, marcações e
fundações. Para isso, uma máquina chamada de britador móvel, chegou ao local das
obras para reciclar, aproximadamente, 24 mil m³ de concreto, em dois meses,
resultantes da demolição do antigo Verdão (Figuras 38 e 39). Uma economia de R$
1,2 milhão, no reaproveitamento de concreto, já que cada metro cúbico custava, na
época, cerca de cinquenta reais e todo este material fora utilizado na formação da
sub-base, que precede a implantação das fundações da nova Arena. Materiais como
ferro e aço também foram separados e encaminhados para usinas de reciclagem. Até
mesmo, o antigo gramado fora encaminhado para dois miniestádios, em Cuiabá; e as
árvores foram replantadas no Horto Florestal Municipal (PORTAL2014, 2010).
Figura 38 - Demolição das torres de iluminação. Figura 39 - Desmonte da cobertura metálica.
Fonte: www.copanopantanal.com.br Fonte: www.colegioevolucaovg.com.br
Este novo empreendimento vem atraindo uma nova dinâmica espacial e uma
nova centralidade geográfica na cidade, através de investimentos públicos e privados,
na forma de infraestrutura, atividades econômicas e da especulação imobiliária, nas
vastas reservas de terrenos vazios, ao redor do estádio; principalmente, ao longo de
seu principal eixo de circulação: a Avenida Doutor Agrícola Paes de Barros, que
planejada, originalmente, para um arruamento residencial, vem diversificando seus
usos, se valorizando e recebendo uma população com melhor poder aquisitivo,
atraída por investimentos em infraestrutura (SIQUEIRA, 2012).
157
5.4.2. A Concepção e o Projeto Arquitetônico
Com o descarte do projeto de Castro Mello Arquitetos, pelo Governo do
Estado, um novo projeto fora solicitado, desta vez, para o também escritório
paulistano GCP Arquitetos, em parceria com o Stadia Projeto Engenharia e
Consultoria. A autoria é do Arquiteto & Urbanista Sérgio Coelho, com Adriana
Oliveira, Danilo Carvalho e Maurício Reverendo, de coautores. A elaboração dos
projetos básico e executivo envolveu mais de 120 profissionais e especialistas
nacionais e de companhias estrangeiras, para atender aos requerimentos
especificados pela FIFA, contemplar os aspectos de infraestrutura, segurança física e
dos envolvidos no evento, tecnologia, controle e monitoramento, sustentabilidade,
acessibilidade, dentre outros. A estrutura ficou a cargo dos escritórios Sinclair Knight
Merz e Ponto de Apoio, as instalações pelo MHA, a luminotécnica pelo grupo
Acenda, o paisagismo de responsabilidade de Koiti Mori e Klara Kaiser, a
consultoria LEEDTM
pelo CTE, a infraestrutura com o Interact e a gestão de fluxos
ficou a cargo dos ingleses Steer Davies Gleave (GRUPOSTADIA, 2012).
O projeto fora desenvolvido em 2009 e suas obras foram iniciadas em 2010,
após a demolição do antigo estádio, com previsão inicial de entrega para dezembro
de 2012. Entretanto, esta já fora postergada para o segundo semestre de 2013, em
função da não participação de Cuiabá na Copa das Confederações 2013, evento teste
da FIFA, a ser realizado também no Brasil, em junho. A área total do
empreendimento é de 307 mil m², atualmente subutilizada e terá uma nova área
construída de 101 mil m², com requalificação urbana do entorno. O custo estimado
de todo o complexo, para 43.136 expectadores, é de 518,9 milhões de reais, com 285
milhões402
destes financiados pelo governo federal (BRASIL, 2012a).
O moderno estádio que abrigará somente quatro partidas da primeira fase413
da Copa do Mundo da FIFA™ Brasil 2014 teve sua concepção baseada na inserção
de um equipamento de última geração, em um amplo conjunto arquitetônico
402
Outros R$100 milhões virão do Governo do Estado através do Fundo de Desenvolvimento Estrutu-
ral e Social de Mato Grosso; um fundo criado em 2005, que recebe os rendimentos da receita estadual. 413
No sábado, 13 de junho de 2014, às 19h, as Seleções 3 e 4 do Grupo B se enfrentam na Arena
Pantanal. No dia 17 de junho, terça-feira, às 19h, é a vez das Seleções 3 e 4 do Grupo H, assim como,
no dia 21, sábado, à 19h se enfrentam as Seleções 2 e 4 do Grupo F. No dia 24 de junho, terça-feira, às
17h, o cabeça de chave do Grupo C duela com a Seleção 4 de sua chave (horários de Brasília UTC-3).
158
adequado a realidade local, sem tradição futebolística; e essencialmente
comprometido com a sustentabilidade, com a responsabilidade socioambiental e com
a requalificação urbana da cidade. Este espaço multiuso, por exemplo, terá parte das
arquibancadas superiores, nas áreas de fundo de campo, em estrutura modular
metálica, montada com perfis aparafusados, que poderão ser desmontados após o
Mundial e reportadas a outras arenas, com redução de sua capacidade em 30%
(aproximadamente 15 mil pessoas). Um marco de inovação tecnológica, utilizado
pela primeira vez em um Mundial com o aval da FIFA, diretamente ligado à
sustentabilidade econômica do empreendimento e à baixa demanda de público local.
Outrossim, poderá receber, além de partidas de futebol, outros eventos diferenciados
como: feiras, exposições e shows; acompanhando a tendência mundial de operação
do setor (arenas multiusos), por empresas de iniciativa privada (VITRUVIUS, 2012).
Sua viabilização foi possível graças a um projeto racional e estruturalmente
mais econômico, ao conceber quatro módulos de arquibancada e cobertura separados
e idênticos, dois a dois: Leste e Oeste; Norte e Sul (fundo de campo), sem afetar e
comprometer a sua integridade estrutural (Figura 40). Este arranjo arquitetônico
funcional possibilitou a abertura das quinas da Arena, com visibilidade para a área
externa e a total integração da edificação com o paisagismo circundante; com
destaque para a ventilação cruzada e o conforto ambiental passivo da edificação.
Figura 40 - Setorização com a parte superior da arquibancada sul desmontada.
Fonte: www.stadiumguide.com Acesso: 23/10/2012.
159
Com exceção das arquibancadas superiores Norte e Sul, desenvolvidas em
perfis metálicos, todas as demais foram projetadas em concreto pré-moldado, com
modulação estrutural de 8m x 8m. Os quatro pórticos independentes, que sustentam
os 26.000 m² de cobertura, também, foram desenvolvidos em estrutura metálica, com
vãos a serem vencidos nos Setores Norte e Sul, de 96m e de 136m nos Leste e Oeste.
O projeto fora desenvolvido em níveis, para facilitar a sua concepção e
construção, que serão reproduzidos, aqui, de forma a promover seu completo
entendimento. Estes sete níveis correspondem às plantas “00”, “10”, “20”, “30”,
“40”, “50” e de cobertura, que serão a seguir detalhadas e esmiuçadas (Figura 41).
Figura 41 - Corte esquemático com a apresentação de todos os níveis da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012), pelo autor.
O “Nível 00” corresponde ao subsolo do estádio, caso o referencial esteja do
lado externo do estádio, ou ao pavimento semienterrado, caso o referencial esteja no
gramado de jogo. É constituído pelos seguintes ambientes, de forma resumida:
campo; túnel de jogadores; banco de reserva e de oficiais; áreas de aquecimento;
mesa de informações, posições de fotógrafos; vestiários; 400 vagas privativas de
estacionamento; salas para a FIFA, Comitê Local, Mídia, médicos e voluntariados;
áreas técnicas e administrativas; escritórios e salas de reuniões; depósitos; estúdios
de TV e salas de conferência da FIFA; guaritas de controle de acesso; espelhos
d’água; e os halls de recepção da mídia e de convidados VIPs (Figura 42).
Nível “00”
Nível “10”
Nível “20”
Nível “30”
Nível “40”
Nível “50”
Cobertura
Gramado
160
Figura 42 - Planta “00” do Projeto da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
O “Nível 10” corresponde ao primeiro andar da arena, caso o referencial
esteja do lado externo do estádio, ou seja, ao andar de acesso de torcedores em geral.
É constituído pelos seguintes ambientes, de forma resumida: arquibancadas
inferiores (próximas ao campo de jogo); banheiros públicos; acessos ao meio
externo; bares, depósitos e lojas; sala médica; sala da polícia e guarda; e circulações
horizontais e verticais do estádio (Figura 43).
Figura 43 - Planta “10” do Projeto da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
161
O “Nível 20” corresponde ao segundo andar da arena, ou seja, ao andar de
cadeiras de autoridades e camarotes. É constituído pelos seguintes ambientes:
camarotes; cozinha comercial; lounges e tribunas VIPs e de pessoa(s) extremamente
importante(s) (VVIPs); camarotes dos presidentes da FIFA e do Comitê Organizador
Local; local de entrevistas da área VIP; sala médica, recepção e cozinha das Áreas
VIPs; quiosques de alimentos e bebidas; banheiros; depósitos; salas técnicas;
circulações e casa de máquinas da climatização. (Figura 44).
Figura 44 - Planta “20” do Projeto da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
Estas áreas internas e exclusivas ao público, VIP e VVIP, foram concebidas
com elementos arquitetônicos, que remetem a contemporaneidade do design e da
decoração, através de elementos cenográficos simples e requintados (Figuras 45 e
46). Esta característica é notada, também, na recepção exclusiva, que dará acesso aos
lounges, no piso do estacionamento (Nível “00”). A comunicação visual adotada para
todos estes ambientes proporcionará, segundo seus idealizadores, um aspecto
cenográfico inovador, pela presença de grandes bancos com iluminação pontual e
placas de cristal preto fixadas ao teto. As paredes serão revestidas com placas de aço
corten e pontos de luz em LED. A relação do espaço com a cultura brasileira se dará
através de painéis iluminados por LED, com imagens de fotógrafos nacionais,
retratando temas de futebol e da natureza pantaneira (Vitruvius, 2012).
162
Figura 45 - Vista Lounge VVIP - Setor Oeste. Figura 46 - Vista Lounge VIP - Setor Oeste.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
O “Nível 30” corresponde ao terceiro andar da arena, ou seja, é constituído
por: camarotes; estúdios televisivos de apresentação; salas de comentaristas e
depósitos correspondentes; plataforma de filmagens externas; quiosques de alimentos
e bebidas; salas de controle de som e segurança; casa de máquinas da climatização;
cozinha e restaurantes; sanitários e vestiários; depósitos; lounge e cozinha restaurante
da mídia; além das circulações horizontais e verticais (Figura 47).
Figura 47 - Planta “30” do Projeto da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
O “Nível 40” corresponde ao quarto andar da arena, ou seja, é constituído
pelas arquibancadas superiores; circulações verticais e horizontais; sanitários, para o
público em geral; salas técnicas; e quiosques de alimentos e bebidas (Figura 48).
163
Figura 48 - Planta “40” do Projeto da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
O “Nível 50” corresponde ao quinto andar, à laje técnica da Arena Pantanal,
estando este localizado sob as arquibancadas mais elevadas. Nele, encontram-se os
reservatórios superiores, sanitários de funcionários e equipamentos técnicos vitais
para a manutenção e a viabilização de eventos, neste complexo (Figura 49).
Figura 49 - Planta “50” do Projeto da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
A cobertura de toda a arena corresponde ao último nível, seus materiais
constituintes são o policarbonato e uma membrana termoplástica autolimpante. Há
164
um estudo para a implantação de placas fotovoltaicas, neste nível, de forma a garantir
uma autonomia parcial de todo o complexo (Figura 50).
Figura 50 - Planta de cobertura do projeto da Arena.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
Dos 43.136 assentos totais, previstos neste projeto - muito mais próximos da
linha de campo do que seu projeto original, que dispunha de um largo fosso ao seu
redor - 735 posições são para convidados VIP e 108 posições para VVIP, limitando o
público pagante a 40.815 pessoas. Os camarotes correspondem a 104 unidades, com
capacidade para até 1644 espectadores (sendo 100, para 15 pessoas e 04, para 36
pessoas) e a imprensa ocupará 768 arranjos em mesas e 654, em cadeiras. Dentre
outros dados técnicos deste projeto destacam-se: o número de escadas, 20; de
elevadores, 12; guichês, 24; e de banheiros, 948 posições para o público em geral e
66, para portadores de necessidades especiais (SECOPA, 2012f).
Projeto este, que já recebeu vários prêmios, inclusive um internacional, o
Americas Property Awards, em novembro de 2010, em Londres, na categoria
Empreendimentos Públicos. A medalha de ouro, promovida pela International
Residential Property Awards, em parceria com a Bloomberg Television contempla os
melhores empreendimentos imobiliários da América. A escolha não levou em conta
apenas aspectos como modernidade e beleza, mas, principalmente, o compromisso
com a sustentabilidade e com a responsabilidade socioambiental; destacando este
ainda mais perante as instituições ligadas à arquitetura nacional (LIMA, 2010).
11111
165
As preocupações do escritório GCP Arquitetos vão além da estrutura do
estádio, em si. Todo o entorno, uma área com mais de 300 mil m², também será
requalificado, em duas etapas. A primeira fase corresponde ao uso para o Mundial de
2014. Nele a quantidade de estruturas técnicas e de apoio da FIFA limitam a
diversidade de usos; já que esta necessitará instalar uma série de estruturas
provisórias, juntamente com as equipes de mídia. As novas construções
correspondem a: espelhos d’água, que proporcionarão uma maior umidade local, em
função do clima quente e seco cuiabano; a ratificação e recuperação de uma área
verde, com pista de caminhada; a edificação de uma scalinata, um tipo de mirante de
contemplação e convívio; de um estacionamento com 2.431 vagas automotivas; um
restaurante externo à Arena; uma choperia, com arquitetura em telhado verde; a
pavimentação das áreas técnicas e de hospitalidade; e a implantação de uma
marquise e passarela para pedestres, em uma área de convívio, atrás do Setor Norte.
Na Figura 51, a seguir, é possível verificar todas estas áreas, a serem implantadas ao
redor do Estádio para o Mundial de 2014, neste perímetro do bairro Cidade Alta.
Figura 51 - Implantação do projeto a ser utilizado no Mundial de 2014.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
Perspectivas artísticas deste entorno foram desenvolvidas pelo escritório GCP
Arquitetos e são apresentadas a seguir (Figuras 52 e 53). Cabe frisar que, como
ainda não foram edificadas, modificações decorrentes das etapas de projeto e
LEGENDA:
1- Arena Pantanal
2- Ginásio Esportivo (Existente)
3- Piscina Existente 4- Ginásio de Lutas (Edificação Existente)
5- Secretaria de Segurança (Existente)
6- Espelho d’Água 7- Área Verde
8- Scalinata
9- Estacionamento
10- Restaurante
11- Área Técnica
12- Hospitalidade VIP e VVIP 13- Choperia
14- Marquise 15- TV Compound (Caminhões Transmissivos)
16- CIA Telefônica (Edificação Existente)
166
orçamentária poderão ser ainda implementadas, o que poderá fazer com que os
resultados obtidos sejam diferentes dos apresentados.
Figura 52 - Vista da Passarela e Scalinata. Figura 53 - Vista da Marquise e da Passarela.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
Posteriormente à Copa de 2014, esta área será readaptada à realidade local, o
que seus gestores chamam de “legado”, ou seja, o espaço atualmente subutilizado se
tornará uma área pública de lazer. Assim, serão criadas quadras poliesportivas;
quadras de tênis; um condomínio de edifícios residenciais; uma área para comércio
de rua; além de áreas de playground, convivência e para skatistas (Figura 54). Até
mesmo os fechamentos internos da Arena Pantanal poderão ser remanejados, de
forma facilitada para a sua versatilidade de usos (VITRUVIUS, 2012).
Figura 54 - Implantação do projeto multiuso adequado a Cuiabá, pós 2014.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
LEGENDA:
1- Arena Pantanal
2- Ginásio Esportivo (Existente) 3- Piscina Existente
4- Ginásio de Lutas (Edificação Existente)
5- Condomínio de Edifícios Residenciais 6- Espelho d’Água
7- Área Verde
8- Scalinata 9- Estacionamento
10- Restaurante (Praça de Alimentação)
11- Quadra Poliesportiva (02 Unidades) 12- Quadra Poliesportiva (03 Unidades)
13- Choperia “Teto-Verde”
14- Marquise 15- Quadras de Tênis (04 Unidades)
16- CIA Telefônica (Edificação Existente)
17- Street Mall (Setor Comercial) 18- Skate Park
19- Playground / Convivência
20- Expansão Área Verde (Parque Urbano)
167
A construção de todo este complexo (Figuras 55 e 56) - não exatamente sobre
seu projeto original, mas próximo a este - ficou a cargo do consórcio vencedor da
licitação pública n° 017/2009, homologada em 30 de março de 2010, com 1,8 mil
itens de serviços e materiais exigidos em seu edital (PORTAL2014, 2010a); o grupo
é formado pela empresa mineira Santa Bárbara Engenharia e pela paulista Mendes
Júnior, estando o gerenciamento a cargo da empresa fluminense Concremat. A
proposta financeira apresentada foi de R$ 342 milhões, 15% menor que o valor
definido pelo edital (R$ 405 milhões) e consumirá recursos públicos. A decisão
contraria a orientação da CBF, que recomendou às cidades-sedes que procurassem
parceiros privados para a construção das arenas e reservassem os recursos públicos
para obras de infraestrutura e para investimentos sociais (PORTAL2014, 2009a). A
esse montante ainda serão acrescidos os custos da compra das cadeiras, placar
eletrônico, mobiliário e equipamentos para transmissão de dados.
Atualmente, 650 operários trabalham na obra (DINIZ, 2012). Quando esta
atingir o auge de produtividade, previsto para o início de 2013, serão mais de 1.200.
Figura 55 - Fundos do Setor Oeste - Out/2011. Figura 56 - Setor Oeste concluído - Out/2012.
Fonte: www.acopadopantanal.com.br Fonte: Edson Rodrigues/SECOPA-MT.
Polêmicas envolvendo a Arena Pantanal não são recentes, em função do
emprego de dinheiro público e se arrastam desde sua concepção; por não agradar as
autoridades estatais - que gostariam de uma estrutura permanente e de maior porte,
mostrando o poderio econômico do Estado - nem aos arquitetos locais, que
esperavam uma arquitetura mais simbólica - com intenção iconográfica, que
remetesse à cultura regional, que colocasse Cuiabá no mercado mundial das grandes
168
cidades e metrópoles - e não a adotada, voltada muito mais para a funcionalidade
(PORTAL2014, 2009b). E, certamente, se alastrarão até o seu modelo de concessão.
Juntas, em 2013, as empresas consorciadas concluirão um projeto avaliado
como seguro, acessível e confortável, para atletas e espectadores. Um complexo
multiuso, com instalações esportivas, culturais, educativas e de entretenimento; que,
logo após a Copa, será administrado por meio de concessão privada (SECOPA,
2012f). O Estado, investidor da obra, irá definir o modelo de concessão e, por meio
de licitação pública, elegerá aquele que mais lhe trouxer benefícios. A estratégia do
Governo de Mato Grosso foi erguer o estádio, mostrar que ele é viável
financeiramente e, assim, transferi-lo para a iniciativa privada (DINIZ, 2012).
De acordo com o executivo, isso foi feito porque o apelo de Cuiabá, na gestão
de um estádio, é muito menor do que em outras cidades-sede, que servirão à Copa.
Por isso, como apresentado, o projeto foi concebido de forma funcional, para que
diversas atividades possam ser realizadas neste espaço, independentemente, do
vencedor de sua licitação. Os quatro módulos poderiam ser adaptados por empresas
do setor privado, até as do setor de empreendimento, com usos diversos como: hotel,
escola, escritórios, restaurantes, eventos e etc.
Retomando a análise do projeto e colocando suas questões de privatização de
lado; este, se comparado ao projeto de Castro Mello Arquitetos, abdica de qualquer
simbologia local, em sua concepção, ao propor uma estrutura mais simplificada,
funcional e mais econômica – condizente com a inexpressividade do futebol local e
com a necessidade de se incentivar os setores de comércio e de serviços locais. Dois
exemplos são a já citada remoção das arquibancadas superiores, em estruturas
metálicas e modulares, dos Setores “Norte” e “Sul”, para outros complexos
esportivos do Estado, pós Mundial; e a opção pela construção utilizando boa parte
dos insumos locais, oriundos do próprio Mato Grosso. O entorno, visualmente, do
projeto da GCP Arquitetos é também menos “apelativo” às questões de
sustentabilidade “green washes”, não dispondo de espécies arbóreas distribuídas em
círculos concêntricos. Entretanto, no primeiro idealizado, havia a possibilidade do
estabelecimento de empreendimentos comerciais e de serviços na estrutura inferior
das arquibancadas, de forma a tornar a rentabilidade da Arena maior; neste, lojas,
restaurantes e etc. ficam, em sua grande parte, fora da edificação. O que de certa
169
forma realça uma preocupação maior com o pedestre, em detrimento do primeiro,
que privilegia o automóvel e concentra todas as suas atividades internamente.
Partindo-se, agora, de uma análise macro e generalista de projeto para a
temática de sustentabilidade, verifica-se que o Estádio Governador José Fragelli, da
GCP Arquitetos, busca incorporar conceitos arquitetônicos comprometidos com a
conservação dos recursos naturais. Estando este em uma região de flora e fauna
exuberantes, como a do Pantanal, tais conceitos não poderiam deixar de estar
presentes entre suas metas de construção, projeto, manutenção e fiscalização
(atividade que é desenvolvida pela SECOPA e pela Concremat, neste momento).
O projeto fora desenvolvido, desde o início, dentro de parâmetros
ambientalmente corretos do Programa FIFA Green Goal™, dos pilares da
sustentabilidade (econômico, social e ambiental - apresentados no Capítulo 02) e das
normativas para a certificação LEED™, com foco, principalmente, nos aspectos
relacionados ao uso correto de materiais e da redução do consumo de energia e da
água. Quando o projeto foi licitado, exigiu-se que este atendesse elevados índices de
sustentabilidade - uma novidade na construção civil pública brasileira, já que, em
outros estádios para a Copa, isso foi feito depois do projeto terminado. Segundo a
SECOPA, o BNDES seguiu o modelo da Arena Pantanal para fazer os requisitos de
sustentabilidade das outras arenas, para a obtenção do empréstimo (DINIZ, 2012).
Segundo Sérgio Coelho, autor do projeto cuiabano, apesar do discurso
recorrente destas premissas que abordam a sustentabilidade, estas foram
desenvolvidas com seriedade, pelos titulares dos principais estúdios envolvidos na
concepção de complexos esportivos para a Copa de 2014, principalmente, após esta
ter sido “batizada” de Copa Verde (PORTAL2014, 2010b).
Na capital do Mato Grosso, o projeto pioneiro a tratar da sustentabilidade
aplicada a sua concepção, encontra-se em construção, com prazo de entrega adiado
para o segundo semestre de 2013; todavia, tais medidas já são contabilizadas desde
sua etapa anterior, quando 38 pontos foram ratificados. Espera-se, com esta obra
finalizada, alcançar mais doze pontos, o que tornaria o projeto merecedor da
certificação “Silver” do LEEDTM
, ou, no mínimo, apenas “Certificado”. Seus
consultores de sustentabilidade, disponibilizados pela CONCREMAT, vêm se
esforçando para que Cuiabá obtenha o maior reconhecimento ambiental possível.
170
5.4.3. Parâmetros de Avaliação da Sustentabilidade da Arena Pantanal
O paradigma da sustentabilidade induziu, nos últimos anos, associado ao
estímulo de financiamento bancário, a incorporação de práticas ecológicas, em
estruturas poliesportivas preparadas para sediar grandes eventos mundiais.
A seguir, apresentam-se os parâmetros de avaliação da sustentabilidade da
Arena Pantanal, que almeja alcançar 38 pontos, apenas na etapa de projeto da
certificação LEEDTM
e mais alguns pontos, na etapa de construção (valor ainda não
creditado); através da exposição das ações que possibilitam a minimização de
prováveis impactos a serem gerados, bem como, da necessidade de uma mudança de
comportamento e da adoção de atitudes de cunho ecológico.
Considera-se, aqui, a questão econômica como vital para a viabilização de
empreendimentos deste porte, bem como a integração e a conscientização das mais
diversificadas equipes envolvidas e de seus aparatos tecnológicos sustentáveis (ex.:
redução do uso de energia; maximização do reuso de recursos hídricos; busca por
materiais de menor impacto; e etc.); além do investimento necessário para tais ações,
de forma continuada, na busca por melhores resultados (CESAR; OBATA, 2012).
5.4.3.1. Ação 01: Ambiente Urbano e Paisagístico
Uma das maiores preocupações dos idealizadores deste projeto foi a
integração da Arena com seu entorno imediato e como esta poderia potencializar o
desenvolvimento urbano do bairro Cidade Alta. Não somente através de um legado
esportivo, mas de forma a incentivar a criação de um foco de atratividade de
serviços, de lazer, de comércio e de entretenimento da comunidade.
Para isso, a preocupação com o ambiente urbano e paisagístico foi salientada,
já nas etapas de projeto e de gerenciamento de obras, ao promover a educação
ambiental, a conscientização de seus trabalhadores e a difusão dos benefícios da
construção sustentável aos visitantes e à população, em geral.
A implantação, por exemplo, priorizou o desnível natural do terreno, de
forma a evitar o consumo desnecessário de energia, gastos econômicos com a
movimentação de terra e com o despendimento de poluentes na atmosfera.
171
Esta preocupação atende, exatamente, ao pré-requisito obrigatório dos
créditos da categoria “Espaço Sustentável” do LEEDTM
; ou seja, prevenir, ao
máximo, a poluição gerada pelas atividades da construção civil.
Esta prevenção se deu na fase de instalação do canteiro de obras e se dá
durante a execução de todo o complexo, com o intuito de controlar os possíveis
impactos provenientes das atividades da construção, como os oriundos: de processos
erosivos; da movimentação e descarte de solo; da sedimentação; da geração de
poeira; do assoreamento da drenagem pluvial; da contaminação do solo e da água; da
geração de ruído e da vibração; dos incômodos gerados à vizinhança; da poluição do
ar atmosférico; e da alteração do tráfego local (SECOPA, 2012g).
Dentre os principais exemplos práticos de sustentabilidade, destacam-se: o
lava-bicas e o lava-rodas (Figura 57), que são executados para evitar o carreamento
de sedimentos para as vias do entorno e o lançamento destes nas redes de drenagem
pluvial; a própria água utilizada passa, depois, por um processo de decantação e é
reaproveitada (SECOPA, 2012f). A estabilização dos acessos e áreas de
estacionamento, para evitar poeira e promover a correta percolação da água no solo.
A umidificação das vias de circulação (Figura 58), para evitar a geração de poeira
pela circulação de veículos, principalmente no inverno seco. A limpeza e
manutenção das vias do entorno, para evitar distúrbios à vizinhança. A proteção de
taludes com grama em placas, corpos de prova e outras técnicas, para evitar erosão e
o carreamento de sedimentos para a rede de drenagem e corpos hídricos presentes. A
execução de uma rede provisória para drenagem das águas pluviais e a proteção da
rede definitiva com bacias de contenção de sedimentos e elementos filtrantes.
Figura 57 - Lava-rodas de caminhões. Figura 58 - Umidificação das vias de circulação.
Fonte: SECOPA, 2012. Fonte: SECOPA, 2012.
172
Ademais do monitoramento da qualidade do ar e das emissões de poluentes
dos veículos e equipamentos utilizados na construção. O controle da qualidade das
águas potáveis e efluentes, para evitar fontes de contaminação. A utilização de um
sistema pré-fabricado, instalado no canteiro, para tratamento dos efluentes gerados
durante a construção. A contenção de vazamentos, com lonas e/ou bandejas, para
evitar a contaminação do solo. A proteção do contato direto de materiais, corpos de
prova e equipamentos com o solo, para evitar desperdícios e contaminações. A
presença de kits de emergência ambiental, ao longo do canteiro de obras, para
controlar e remediar focos de contaminação. A capacitação de envolvidos com
treinamentos e cursos sobre o meio ambiente e sustentabilidade. A divulgação de
campanhas permanentes sobre a redução do consumo de água e sobre a coleta de
óleo de cozinha utilizado. A promoção de eventos sobre o meio ambiente, a exemplo,
do dia da árvore, onde mudas foram distribuídas. O armazenamento de produtos
perigosos em locais impermeáveis, protegidos da intempérie, com ventilação e com
sua respectiva Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico - FISPQ. O
monitoramento constante da qualidade do ar e do solo. Além da preocupação com o
“top soil” (a camada mais superficial de solo), que está armazenado e protegido
contra o carreamento e será reutilizado para o plantio de mudas, na etapa de
recomposição vegetal (SECOPA, 2012g). Com todas estas medidas práticas
adotadas, o apelido “Verdão” dificilmente será esquecido.
Com o pré-requisito LEEDTM
atendido verifica-se a pontuação da categoria.
Nesta, a certificação incorpora, além dos 14 créditos correspondentes ao “Ambiente
Urbano e Paisagístico” - ação estabelecida, nesta pesquisa, para averiguar a
sustentabilidade da Arena Pantanal - mais 12 relacionados a transportes, totalizando
26 pontos. De forma a facilitar este estudo, os créditos relacionados à mobilidade
serão analisados no próximo item.
Assim, dos 14 pontos possíveis, seus projetistas esperam alcançar nove. Um,
pela seleção do terreno, já que neste local já se dispunha de um complexo esportivo
subutilizado. Cinco, pela “Densidade urbana e conexão com a comunidade”,
decorrentes da localização estratégica do complexo, próximo à centralidade de
Cuiabá, do aeroporto e das principais redes hoteleiras. Outro ponto é oriundo da
maximização dos espaços abertos e de seu desenvolvimento.
173
Aqui, deve-se levar em consideração a latitude e a longitude da edificação, as
sombras projetadas por outras edificações, a presença de obstáculos, o clima local, a
capacidade de armazenagem que a edificação tem, em relação ao ganho solar
disponível, a insolação natural, a ventilação cruzada, nas mais díspares épocas do ano
e etc. Quanto mais ventilado e iluminado, naturalmente, um local, menor será seu
consumo energético e mais ecológico este será. O fechamento lateral da Arena
Pantanal, por exemplo, é constituído por uma estrutura metálica, onde serão fixados
brises metálicos e painéis de Cloreto de Polivinila - PVC perfurados, que garantirão
uma boa ventilação, sombreamento e a visualização do exterior, além de realçar sua
qualidade estética. Este item foi estratégico e influente para a abertura das quinas da
Arena, com vegetação nativa e comunicação com o meio externo; buscou-se, assim,
a total integração da edificação com o paisagismo e o ambiente urbano circundantes.
O paisagismo, detalhadamente, fora pensado com a utilização de espécies
nativas e adaptáveis às condições climáticas de Cuiabá, ou seja, oriundas dos biomas
locais: Pantanal, Cerrado e Amazônico; o que favorecerá, principalmente, nas áreas
de estacionamento e circulação, ao aumento da taxa de permeabilidade do solo,
tornando o ambiente menos propício a desastres urbanos. Ao mesmo tempo em que a
opção, em projeto, por tais espécimes reduz a necessidade de irrigação no período do
inverno - quente e seco - e evita problemas referentes à sua adaptabilidade. Estima-se
que 2080 mudas serão implantadas, para a ampliação da área verde existente; todas
terão seus nomes em destaque, para favorecer o uso do complexo para atividades
educacionais. Áreas degradadas, segundo a agência fiscalizadora, também serão
recompostas, com vegetação de mata tipicamente ciliar (SECOPA, 2012g).
Incoerentemente, após toda esta análise do entorno da Arena, o ponto
referente à proteção e a restauração do habitat não será creditado pela agência
certificadora. Outros pontos que não serão contabilizados são a remediação de áreas
contaminadas (01 ponto), que não se aplica; projeto para águas pluviais e seu
controle de qualidade (02 pontos) e a redução da poluição luminosa (01 ponto).
Destes 05 pontos, talvez os referentes às águas pluviais pudessem estar em projeto,
caso houvesse um empenho maior de seus projetistas em destinar estas para seu
corpo hídrico receptor, da melhor forma, com seu correto controle dos poluentes e
resíduos, principalmente pela proximidade do Estádio com córregos da região.
174
Os últimos dois créditos a serem obtidos correspondem à redução do efeito de
“ilha de calor”, ou seja, áreas de concentração térmica relacionadas à pavimentação e
a cobertura (SECOPA, 2012f). As especificações do piso externo e da cobertura, para
evitar tal efeito (que aumenta o desconforto no clima tropical e interfere no aumento
das precipitações), levaram em consideração o Índice de Refletância Solar, ou em
inglês, Solar Reflectance Index (SRI), que valora o quanto uma superfície aquecida
se comporta em relação a uma superfície branca e preta, na reflexão e na emissão de
calor. Na Arena Pantanal, o piso terá SRI mínimo, de 29, e a cobertura, considerando
sua inclinação, SRI máximo de 78. Alguns exemplos destes, que ainda poderão ser
substituídos são a concrebrita, seixos e intertravados (VITRUVIUS, 2012).
Figura 59 - Exemplos de pavimentos a serem utilizados, na área externa, com controle de SRI.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
A ação “Ambiente Urbano e Paisagístico” é claramente atendida pelos
projetistas da Arena Pantanal, assim como no processo LEEDTM
; várias medidas
foram adotadas e apresentadas, nesta seção, de forma a ilustrar o envolvimento pleno
de seus arquitetos e engenheiros com estas ações. Cabe frisar, mais uma vez, que
muitas das medidas adotadas podem ter desdobramentos sobre outras áreas, através
de uma rede complexa de influências; que, aqui, foram simplificadas de forma a
facilitar sua apresentação, entretanto, estas poderão vir a ser analisadas nos próximos
itens, através de um novo viés relacionado à sua área de abordagem.
LEGENDA:
Concrebrita
Seixos
Intertravados
175
5.4.3.2. Ação 02: Transporte
Cuiabá e Várzea Grande, na Região Metropolitana, estão recebendo um
pacote de obras de mobilidade para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
, que
aspira transformá-las em um aglomerado urbano organizado, com total infraestrutura
viária e servido de transporte coletivo adequado às necessidades de sua população.
O plano original previa a construção de dois corredores de BRT e quatro
novos corredores viários (LIMA, 2011). Entretanto, após uma polêmica nacional,
este modal fora substituído pelo VLT; a mudança triplicou o valor orçamentário
inicial, de R$ 454 milhões, para cerca de R$ 1,47 bilhão (KONCHINSKI, 2012).
Com este novo projeto modal, a Arena Pantanal, centro desta análise, ficará a
uma distância média de 2,5 km da estação mais próxima do VLT, na área central da
cidade, o que equivale a uma caminhada de aproximadamente 25 minutos. Se este
dado aparenta ser confortável para pessoas jovens, pode não ser para pessoas idosas e
com problemas de locomoção. Todavia, o estádio e suas proximidades estão
inseridos no itinerário de alguns coletivos públicos das duas cidades, que através de
um sistema de bilhetagem única se integram a toda frota de ônibus.
Esta facilidade, a rede de transportes públicos, possibilitou que, dos doze
pontos máximos referentes a transporte, no LEEDTM
, a Arena Pantanal alcançasse
seis. Outros três pontos serão obtidos pela presença de vagas preferenciais, no
projeto do estacionamento do estádio, para usuários que possuam veículos movidos a
álcool, que são difundidos por ambientalistas como uma das alternativas mais
sustentáveis em relação à frota de automóveis convencionais.
Dois pontos serão obtidos pela preocupação com áreas de estacionamento.
Internamente, a Arena comportará até 400 veículos (368 carros, 03 ônibus e 29
motocicletas); externamente serão mais 2.431 vagas automotivas, além dos
estacionamentos remotos. Nestes os torcedores deixarão seus veículos e seguirão
para a arena em micro-ônibus disponibilizados pela organização; para tal, terrenos do
Exército serão desapropriados futuramente (BRASIL, 2011).
O estádio só não receberá um ponto referente à alocação de bicicletários e
vestiários para seus ocupantes, já que este não apresenta usuários fixos; no entanto, é
notável a preocupação com a sustentabilidade referente à ação “Transportes”.
176
5.4.3.3. Ação 03: Água - Racionalização
A racionalização da água é uma das questões ambientais mais importantes da
atualidade e diversas empresas vêm desenvolvendo projetos a respeito desta
temática. Na Arena Pantanal, desde a etapa de projeto, os sistemas hidráulicos já
foram detalhados para que todo o complexo entre em funcionamento com o máximo
aproveitamento de seus recursos hídricos, o equivalente a uma economia mínima de
40% do consumo de uma edificação semelhante (SECOPA, 2012g).
Dentre os principais dispositivos economizadores a serem utilizados no
projeto do novo Verdão destacam-se: válvulas de descarga, com limitador de fluxo -
nelas é oferecido um sistema duplo de acionamento, permitindo a dosagem de água
de acordo com a opção de uso (menos água para resíduos líquidos, mais para
sólidos); válvulas eletrônicas para mictórios, que são acionadas automaticamente
após a saída do usuário do campo de detecção do sensor; torneiras anti-vandalismo,
acionadas hidromecanicamente com leve pressão manual; torneiras elétricas, que
permanecerão abertas enquanto o usuário lava as mãos, cessando seu fluxo quando
este se afastar; torneiras de acionamento restrito, utilizáveis apenas para aqueles que
possuam sua chave destacável; além de mecanismos semelhantes (Figura 60).
Figura 60 - Elementos controladores de vazão de água da Arena Pantanal.
Fonte: GCP Arquitetos.
Programas como o Green GoalTM
e o LEEDTM
destacam a importância do uso
racional da água. Nesta certificação supracitada, a redução do consumo de água é
pré-requisito para a ratificação de um projeto sustentável. Tanto que, dos quatro
pontos disponíveis para a redução do consumo, em até 40%, a Arena obterá todos.
Este índice retrata a preocupação de seus projetistas em relação à utilização da água.
177
5.4.3.4. Ação 04: Água - Conservação e Reuso
A minimização da dependência da rede pública de abastecimento e a
autonomia consciente parcial, ou total, de uma edificação é um dos índices que mais
refletem sua sustentabilidade. Medidas como: captação e reuso das águas de chuva;
utilização de águas subterrâneas; e tratamento de águas residuais, para usos não
potáveis; são medidas que, apesar de terem custo de aplicação inicial elevado,
reduzem o custo com manutenção e operação e contribuem para o meio ambiente.
O reuso da água, hoje, se afirmou como uma tendência internacional,
irreversível no mercado da construção civil; contudo, apresenta-se tímido no
mercado nacional, sem previsão de tornar-se uma diretriz para sistemas mais
eficientes de uma sociedade ainda nada consciente de suas responsabilidades.
Poucas empresas, no país, concebem e executam sistemas de reuso de água, já que o
mercado consumidor deste serviço limita-se a, somente, algumas grandes empresas.
Dentre as principais ações de sustentabilidade aplicadas na conservação e
reuso da água, no estádio da capital mato-grossense, destacam-se:
O reaproveitamento da água de chuva. Este já está presente, desde a etapa de
construção do estádio, à medida que, boa parte da água consumida no canteiro de
obras é produto de reuso. Dois tanques, com capacidade para 2.500 litros, recebem as
águas pluviais captadas e, após processos de decantação e filtragem, liberam-na para
usos como a cura do concreto e a lavagem dos caminhões betoneiras. Após estas
atividades, esta água volta para os tanques, para um novo ciclo (BRASIL, 2012).
Com a finalização das obras, a cobertura do estádio e o gramado, também,
terão esta função de captar as águas de chuva para usos menos nobres; entretanto,
para isso, o estudo de um sistema eficiente de reaproveitamento foi necessário.
Primeiro, levou-se em consideração o clima da região, a localização do complexo e a
identificação do volume pluviométrico registrado no local; o que influiu no
dimensionamento do sistema. Segundo, levaram-se em consideração os materiais a
serem empregados e a manutenção da rede hidráulica do sistema, que sempre deverá
ter uma comunicação com a rede de água tratada da concessionária local, para que o
abastecimento não seja afetado em tempos de seca. Geralmente, é estabelecido um
sistema de instalações prediais de água fria não potável, paralelo ao sistema
178
convencional de águas potáveis da concessionária; já que a primeira pode conter
poluentes presentes na atmosfera e coliformes. Em áreas de grande porte, como esta,
aproveitar a água de chuva é unir os benefícios ecológicos aos econômicos.
A água a ser armazenada em reservatórios, nos períodos de chuva, depois de
passar por um tratamento primário, poderá ser utilizada para usos que não necessitem
de água potável, como: a irrigação de jardins e gramados; resfriamento de
equipamentos e máquinas; no reservatório contra incêndio; lavações de pisos e
veículos; e nas descargas de banheiros. Com isso, haverá a redução do consumo de
água da rede pública e do custo de fornecimento da mesma; encorajando, até mesmo,
outras edificações, em Cuiabá, a terem uma postura ativa perante os problemas
ambientais da cidade, ao conservarem água e serem autossuficientes. Até mesmo nos
dias de chuva intensa, as cisternas poderão funcionar como "buffers" (áreas de
contenção), diminuindo, ou até evitando, alagamentos e a sobrecarga da rede pluvial.
O retorno, com este sistema, de um recurso escasso, em grande parte das
cidades ocorre após dois anos e meio; no entanto, para obras mais complexas, como
estádios, os investimentos com tempo, precauções e dinheiro são mais consideráveis
que a grande maioria das coberturas de edificações residenciais e comerciais.
O tratamento de efluentes. Para alcançar os 40% de índice de redução de
consumo de água, citados na ação anterior, o projeto da Arena Pantanal fará o reuso
de seus efluentes, de forma a integrar todos os seus sistemas. Processo este já
iniciado no canteiro de obras, uma vez que, uma miniestação foi construída, para
captar o esgoto originário dos banheiros dos operários e de outras atividades
desenvolvidas na construção. A exemplo do lava-bicas e do lava-rodas, citados na
ação “Ambiente Urbano e Paisagístico”, como formas de evitarem o carreamento de
sedimentos; estes mecanismos têm a sua própria água reutilizada, após um processo
de decantação (SECOPA, 2012f). A intenção é que o complexo, como um todo,
prejudique o sistema hídrico e o lençol freático o menos possível (BRASIL, 2012).
Com a conclusão deste empreendimento, todos os efluentes coletados serão
tratados em uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), com alto padrão de
qualidade, a ser instalada em seu perímetro (PORTAL2014, 2009b). A água utilizada
para irrigação do gramado do campo terá como uma de suas origens os efluentes
produzidos, coletados, tratados e armazenados neste estádio (VITRUVIUS, 2012).
179
Figura 61 - Integração dos recursos hídricos. Economia de consumo de água.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
Ao comparar esta ação com os pontos constituintes do LEEDTM
, percebe-se
que, dos seis pontos disponíveis, a Arena Pantanal creditará todos; dois, pelo
importante trabalho de aplicação de tecnologias inovadoras para o tratamento de
águas servidas, que já fora abordado anteriormente; e quatro, pelo uso eficiente de
água não potável, ou sem irrigação para o paisagismo, já que o gramado e os jardins
do entorno contarão com o aproveitamento da água da chuva e o reuso tratado dos
efluentes para esta atividade. Aqui, cabe frisar que esta certificação norte-americana
não está adaptada à realidade climática brasileira e que a região onde se localiza
Cuiabá sofre com um período agudo de estiagem, entre os meses de março e
setembro, onde os índices pluviométricos são baixos e as temperaturas elevam-se, o
que obrigará os gestores da futura Arena a irrigarem suas áreas verdes e o campo de
jogo com água potável, disponibilizada pela concessionária da capital.
As duas ações que abordam a temática água são atendidas pelos seus
projetistas, seja pelo conjunto, à luz desta pesquisa, seja os 100% “quantificáveis” da
metodologia LEEDTM
. Contudo, ressalta-se que os quatro pontos referentes à
redução do consumo de água, em 40%, só serão creditados posteriormente à
conclusão desta obra e com sua eventual verificação. As medidas obtidas nesta
investigação foram apresentadas nesta seção e esclarecem o quanto a água é um
elemento importante nas questões de sustentabilidade.
180
5.4.3.5. Ação 05: Energia - Fontes Renováveis
A utilização de energia renovável, originária de fontes naturais, se tornou
uma preocupação de projetistas de arenas, já que estas consomem, em um período de
duas horas (o equivalente a uma partida de futebol), em torno de 6 a 8 MW de
energia elétrica (DINIZ, 2012). Ao contrário dos combustíveis de origem fóssil que
suprem boa parte dos complexos esportivos mundiais, as fontes de energias
renováveis, no geral, causam impactos considerados mais brandos ao meio ambiente,
pois suas “matérias-primas” possuem grande capacidade de regeneração (renovação).
Portanto, são excelentes alternativas ao sistema energético tradicional, tornando estes
empreendimentos totalmente, ou parcialmente independentes da rede local de
abastecimento, principalmente em uma época de luta contra a poluição atmosférica e
o aquecimento global, que têm os hidrocarbonetos como seus maiores antagonistas.
A Arena Pantanal e as outras arenas, como já explanado, tiveram o
empréstimo para a construção de suas principais estruturas para a Copa, liberado
mediante a ratificação de um acordo com o BNDES, de que estas produziriam parte
da energia “limpa” a ser consumida nas suas próprias instalações (BILENKY, 2010).
A cobertura do equipamento cuiabano, que já teve seus pórticos de
sustentação iniciados, deverá abrigar, quando concluída, uma estação de geração de
energia solar, a partir do uso de placas fotovoltaicas. Os estudos estão sendo
efetivados, em parceria com a Eletronorte, empresa que atua no segmento da geração
e da transmissão de energia elétrica na Região Amazônica, na qual o estado de Mato
Grosso também faz parte, e que tem disponibilidade financeira para investimentos
em soluções inovadoras que garantam a sustentabilidade ambiental. A expectativa é
que a usina possa gerar 1,2 megawatts/hora de energia, o que corresponderia a quase
20% do consumo da arena em situações normais (BRASIL, 2012b).
Pela localização geográfica da Arena os painéis fotovoltaicos deverão estar
direcionados para o hemisfério norte, com uma inclinação de 15° 33’, para que
captem a energia solar e convertam-na em energia elétrica, de forma mais eficiente.
Além do que, estes serão conectados à rede pública de abastecimento, através de um
sistema interligado, para que o excedente produzido, quando esta não estiver em
operação, seja utilizado por edificações do entorno, através da subsidiária local.
181
O sistema projetado, em função da média do consumo, das limitações da
cobertura e dos aparelhos eletrônicos utilizados, é beneficiado pelas características de
insolação e clima de Cuiabá, onde o sol é predominante; no entanto, contará com
placas fotovoltaicas tradicionais, importadas, tecnologia ainda não dominada pelas
empresas nacionais (REDAÇÃO ECOD, 2012). Países que detêm tais conhecimentos
investem na flexibilização de painéis fotovoltaicos, ou seja, o utilizam em muitos
elementos construtivos, tais como telhas, cortinas de vidro e painéis decorativos,
aumentando sua difusão no mercado da construção civil (MONTEIRO, 2010).
Outra utilização da energia solar na Arena Pantanal corresponde aos coletores
solares térmicos - estruturas que captam a energia térmica do sol e a transformam em
calor - poupando até 70% da energia elétrica necessária para o aquecimento da água.
Assim como na instalação de painéis fotovoltaicos, estes coletores deverão estar
direcionados para o hemisfério norte, onde serão mais eficientes. Em ambos os casos,
a cobertura foi projetada e calculada prevendo o sobrepeso destes painéis.
A Ação 05 “Energia - Fontes Renováveis”, é atendida nesta pesquisa, tem
grande destaque no Programa FIFA Green GoalTM
e no LEEDTM
; contudo, ao
analisarmos este último, esta ratificação se torna um pouco mais complexa. Como a
construção encontra-se em andamento, muitos dos detalhes da obra estão em projeto,
são sigilosos, ou estão sendo revisados constantemente, o que faz com que sistemas
elétricos e a instalação de fontes renováveis, um dos últimos itens a serem
executados, possam vir a ser retificados. Em um dos últimos “Status de Pontuação
Certificação LEED”, que fora disponibilizado pela Concremat Engenharia, empresa
gerenciadora, supervisora, fiscalizadora e coordenadora da sustentabilidade da obra,
através de uma palestra, nenhum dos nove créditos referentes às categorias “Energia
Verde” e a “Geração de Energia Renovável” foram creditados até agora.
Todavia, foi apresentado, nesta seção, que o BNDES obrigará os estádios que
adquiriram financiamento para a execução de seus projetos, de instalarem
mecanismos para a geração de energia limpa em seus empreendimentos (BILENKY,
2010). A Arena Pantanal que, inicialmente, não instalaria uma usina de energia
fotovoltaica, em sua cobertura, foi obrigada a fazê-lo e, com isso, certamente sua
pontuação será alterada e estes pontos serão creditados, elevando assim, a pontuação
final do estádio e, talvez, até a sua classificação para a categoria “Silver”.
182
5.4.3.6. Ação 06: Energia - Demanda Minimizada
Combater o desperdício de energia elétrica não significa abrir mão do
conforto, seja de uma grande edificação como esta, seja de uma pequena edificação
residencial. Os benefícios provenientes da geração de energia elétrica podem ser
aproveitados de forma racional, através de atitudes simples, como utilizar lâmpadas
mais econômicas; e quando isto acontece, o consumidor está preservando os recursos
do país, ao mesmo tempo, que evitando problemas de abastecimento (EDM, 2012).
A Arena Pantanal busca, através de sua concepção arquitetônica e de sua
construção sustentável, estabelecer dispositivos economizadores, que reduzirão em
até 20% o consumo energético de sua utilização, se comparada a estádios de mesmo
porte (PORTAL2014, 2009b). Para o sucesso da minimização do consumo, o projeto
levou em consideração o estabelecimento de modelos das atividades futuras de seus
usuários, nos mais diversos ambientes projetados, variando de acordo com as
necessidades energéticas e luminotécnicas de cada um deles. As condições climáticas
locais de Cuiabá, obviamente, acabam favorecendo a iluminação natural dos
ambientes e a redução natural do consumo energético.
Segundo a GCP Arquitetos, dar-se-á, por exemplo, a utilização de lâmpadas
de baixo consumo e procurar-se-á utilizar iluminação localizada em pontos
indispensáveis. Priorizar-se-á lâmpadas fluorescentes compactas, pois elas têm o
mesmo potencial de iluminação de lâmpadas incandescentes e das lâmpadas
fluorescentes, mas consomem menos energia; e a iluminação em LED, que tem baixo
consumo e emissão de dióxido de carbono (10 a 30 vezes mesmos que uma lâmpada
convencional), não produz calor (evitando o envelhecimento dos componentes e dos
materiais envolventes: difusores, acrílicos, cabeamento, suportes e etc., aumentando
sua vida útil), gera menos carga térmica (o que reduz a necessidade de utilização de
aparelhos climatizadores, para compensação de temperatura) e reduz drasticamente
os custos com lâmpadas de substituição e serviços associados.
Outras medidas referem-se a: a utilização de aparelhos eletrônicos e sistemas
de condicionamento de ar mais eficientes, disponíveis no mercado; a programação
dos doze elevadores, para economizar, durante os percursos percorridos, com a
utilização de comandos eletrônicos e sensores de presença; a ratificação de que os
183
sistemas elétricos atendem as normas da American Society of Heating, Refrigerating
and Air Conditioning Engineering (ASHRAE), com especificação de componentes e
sistemas que garantam e evitem desperdícios de consumo; além do estabelecimento
de limite de potência dos projetos luminotécnicos das áreas internas e externas, o que
reduzirá o consumo energético exagerado da edificação (SECOPA, 2012g).
Igualmente à ação anterior, a Arena Pantanal atende aos critérios
simplificados adotados nesta pesquisa e no Programa FIFA Green GoalTM
; entretanto
mais uma vez, apresenta uma certa complexidade, se analisada à luz do LEEDTM
. A
categoria analisada corresponde a “Energia e Atmosfera” e, excluindo-se os nove
pontos referentes a energias alternativas, analisados na seção anterior, 26 pontos
estão disponíveis. Estes pontos exigem o cumprimento de três pré-requisitos básicos:
“Comissionamento dos Sistemas de Energia”: Assegura que os sistemas
relacionados à energia sejam instalados e tenham desempenho de acordo com os
requisitos do proprietário e os projetos dos engenheiros responsáveis.
“Performance Mínima de Energia”: Estabelece que objetivos iguais devem
ser realizados com o mínimo de energia, de forma mais eficiente e sustentável.
“Gestão Fundamental de Gases Refrigerantes/Não Uso de CFCs”:
Preocupação com gases que, mesmo não tendo cloro em sua composição e sendo
menos prejudiciais à camada de ozônio, contribuem para o aumento do efeito estufa.
O projeto em análise atende a todos os pré-requisitos, caso contrário não
receberia nenhuma classificação desta certificação norte-americana. Assim, segundo
seus projetistas, dos 26 pontos disponíveis, cinco serão atingidos: dois por melhorias
no comissionamento dos sistemas de energia e três por medições e verificações
realizadas durante a obra. Já, 21 pontos não seriam atingidos: 19 por otimização da
performance energética e dois por melhoria na gestão de gases refrigerantes.
Contudo, pelo projeto ainda se encontrar em andamento, muitas destas
informações poderão ser corrigidas, ou alteradas, até a sua versão definitiva. Um
empreendimento de grande porte como este apresenta uma série de variáveis e
restrições internas e externas, podendo sofrer, ainda, pelo envolvimento político que
esta obra tem, na dinâmica das três esferas de governo, pela sua magnitude. Podemos
citar como as variáveis mais importantes para o gerenciamento deste projeto: o
tempo de término da obra; o seu orçamento; e o seu escopo.
184
5.4.3.7. Ação 07: Materiais Ecológicos
Os materiais utilizados na construção da Arena Pantanal atendem, a princípio,
a critérios de regionalização, preservação, recuperação e de responsabilidade
socioambiental (ou seja, não comprometem o meio ambiente e a saúde de seus
ocupantes e contribuem para tornar o estilo de vida cotidiano mais sustentável). Isto
significa que estes foram elencados, em projeto, considerando os sistemas
construtivos predominantes locais, sua geografia, questões culturais, preocupações
ambientais e a sua disponibilidade no mercado. Boa parte destes apresenta tecnologia
biocompatível; ou seja, melhoram as condições de conforto de seus usuários e/ou, no
mínimo, não agridem o meio ambiente em seu processo de fabricação, nem durante
seu ciclo de vida. Materiais que reconhecidamente estão envolvidos com graves
problemas ambientais foram evitados, quando possível, ou utilizados, na ausência de
outras opções, de maneira criteriosa e de forma bastante controlada.
Dos 14 pontos totais disponíveis na categoria “Materiais e Recursos” do
LEEDTM
, 06 correspondem à utilização de materiais ecológicos e os outros oito
referem-se a “Resíduos e Reciclagem”, ação a ser abordada no próximo tópico.
Destes seis em análise, segundo o “Status de Pontuação Certificação LEED”,
quase todos serão atendidos. Um, pela utilização de madeira certificada; ou seja, toda
esta matéria-prima terá sua origem controlada e certificada pelos órgãos de controle
ambiental. Buscar-se-á alcançar, neste item, a utilização de 100% de madeira legal e
50% de madeira certificada pela Forest Stewardship Council (FSC), já que este item
é abundante no Estado e de grande importância na obra (SECOPA, 2012f).
Outro ponto, virá pela utilização de materiais de rápida renovação; insumos
que tenham curto ciclo de renovação e substituam matérias-primas finitas. A
utilização de madeira de reflorestamento, para fôrmas de concreto e para tapumes,
foi uma das medidas adotadas; assim como, a utilização de lâmpadas LED, em
detrimento das outras, que apresentam como uma de suas vantagens ambientais a não
produção de materiais para reciclar, como: reatores, bulbos e etc.
Os últimos dois pontos, apesar da gerenciadora da obra esperar obtê-los,
integralmente, para o uso mínimo de 20% de materiais regionais (extraídos,
processados e manufaturados a menos de 800 km de distância da construção),
185
representam uma das maiores dificuldades encontradas. O conceito, aparentemente
simples, que estimula o desenvolvimento econômico sustentável de Mato Grosso e
atende aos anseios do setor empresarial da região esbarra no processo de Certificação
LEEDTM
, que demanda que todas as ações sejam comprovadas e, para isso, a
utilização de materiais ditos ecológicos exige que estes sejam apresentados,
acompanhados de suas respectivas Declarações Ambientais do Produto (DAP).
Entretanto, tal prática ratificadora de sustentabilidade não é comum no Estado. As
DAPs seriam os documentos emitidos pelas empresas, para divulgação dos impactos
ambientais gerados por um produto, ao longo do seu ciclo de vida, além de sua
origem, conteúdo incorporado, etc. (ALMEIDA et al., 2011).
Assim, a SECOPA vem trabalhando para que alguns materiais utilizados por
ela, na construção da Arena Pantanal, sejam certificados por suas empresas de
origem. Por exemplo, tijolos cerâmicos a serem utilizados para o fechamento de
vãos, que, hoje, não são certificados, têm a consultoria especial da SECOPA em suas
empresas de origem. Nelas, engenheiros e arquitetos instruem seus administradores
sobre como providenciar os laudos comprobatórios, perante as entidades ambientais
responsáveis e que, posteriormente, serão utilizados para a comprovação LEEDTM
.
Dois pontos não estão sendo creditados, referentes ao reuso de materiais. No
entanto, algumas medidas práticas foram tomadas para que tal ação fosse ratificada.
A concepção modulada e simplificada de todo o complexo, por exemplo, fez com
que o uso da madeira, em fôrmas, fosse reduzido no canteiro de obras, ao se utilizar
pré-moldados com estruturas metálicas, em quase todos os elementos estruturais.
Entretanto, este conceito simples de reuso de madeira, para a concepção de fôrmas de
peças idênticas e numerosas em concreto não fora creditado até o momento, podendo
ser revertido até o momento da certificação final, no segundo semestre de 2013.
Esta seção apresentou que o princípio de sustentabilidade de materiais
ecológicos é corretamente empregado na Arena Pantanal, por seus projetistas, ora
pela metodologia desenvolvida para esta pesquisa, ora pela certificação americana. O
emprego, por exemplo, de tintas, selantes, vernizes e derivados com baixa, ou
nenhuma emissão de COV, atende a preocupações muito mais relevantes que as
relacionadas à estética, preço e funcionalidade. Atendem a um novo paradigma: o
impacto ambiental dos produtos em seu processo de fabricação (SECOPA, 2012f).
186
5.4.3.8. Ação 08: Resíduos e Reciclagem
A grande produção de resíduos, aliada à falta de tratamento e a disposição
adequada destes, é hoje, uma das maiores preocupações ambientais. Porém, a gestão
integrada de resíduos - podendo envolver conteúdos sólidos, líquidos e gasosos - é
uma das principais metodologias, com vistas a reduzir os efeitos nocivos destes sobre
a saúde humana e o meio ambiente, no sentido de atingir um equilíbrio entre a
necessidade de produção e os seus impactos na natureza.
Dentre uma série de métodos de recuperação de recursos, que estão sendo
desenvolvidos, continuamente, podemos destacar, decrescentemente, através das
opções mais eficientes: a prevenção, a minimização, a reutilização e a reciclagem.
A reciclagem de materiais inertes da demolição, gerados no canteiro de obras,
e a incorporação destes em elementos construtivos, por exemplo, se tornou uma das
principais diretrizes aplicadas a (re)qualificação de arenas esportivas. Nestes espaços,
a produção de resíduos, durante a construção e na fase de operação, deve ser levada
em consideração por seus projetistas, logicamente, partindo de formas mais
eficientes, para formas menos eficientes de tratamento e disposição final. Esta
temática recebe, atualmente, grande destaque; não somente na análise desta ação
pesquisada, mas, também, em toda a revisão bibliográfica, nos requerimentos e
normativas técnicas exigidas pela FIFA e nas principais certificações ambientais.
Dentre as medidas adotadas pela Arena Pantanal com a sustentabilidade de
resíduos e a reciclagem destacam-se: o controle do transporte; a identificação de
quantidades, destinos e empresas; a reciclagem de insumos; a utilização de 20% de
novos materiais, que apresentem em sua composição conteúdo reciclado; o programa
de coleta seletiva de escritórios, canteiro de obras e frentes de serviço; a utilização de
recipientes com cores, para facilitar a compostagem; a instalação de baias de
armazenamento identificáveis e protegidas de intempéries; e a averiguação das
licenças das empresas transportadoras e receptoras, além de sua destinação correta,
evitando aterros sanitários, lixões e a sua completa incineração (SECOPA, 2012g).
Cuidados foram adotados antes da construção do novo Estádio, já incluídos
nas premissas de projeto, ainda no período da demolição do antigo Verdão, onde
definiu-se que nenhum detrito seria descartado; priorizando-se assim, a reciclagem e
187
o reuso, evitando a poluição de outros locais (SECOPA, 2012f). Estruturas metálicas,
assentos, refletores e até o gramado, por exemplo, foram destinados para praças
esportivas do interior do Estado (24HorasNews, 2010). Já materiais como ferro e aço
foram separados e encaminhados para reuso em usinas siderúrgicas (PORTAL2014,
2010). Entretanto, o maior destaque ficou a cargo dos 24 mil m³ de concreto e
alvenarias, que foram reciclados e reaproveitados no aterro e na pavimentação de
vias de acesso ao complexo, em uma área de aproximadamente 300 mil m².
A gestão de resíduos do antigo Verdão foi de aproximadamente 100%,
segundo dados da SECOPA; menos de 5% destes materiais tiveram como destinação
final o aterro sanitário da cidade. Esta ação teve como objetivo atender a já citada
normativa brasileira CONAMA 307/02, ao promover a reciclagem e/ou a reutilização
de resíduos gerados no canteiro, desviando do aterro e da incineração, pelo menos
75% do volume total gerado (SECOPA, 2012g).
Inclusive, o novo projeto, desde sua etapa de terraplanagem, já priorizava a
racionalidade e a sustentabilidade desta ação, ao permitir a compensação entre corte
e aterro, eliminando a importação e/ou o bota-fora de materiais de escavação, o que
evitou os impactos ambientais que uma obra deste porte acarretaria.
Ao partir de uma análise qualitativa como esta, para uma mais quantitativa,
como a LEEDTM
, verifica-se que, na categoria “Materiais e Recursos”, dos oito
pontos possíveis relacionados a resíduos e reciclagem, quatro pontos não poderiam
ser alcançados, já que o estádio original fora totalmente destruído e estes créditos são
correspondentes ao reuso de elementos parciais, ou totais da edificação original.
Dois pontos foram possíveis, desta categoria, por especificarem, em projeto,
que a gestão da construção destinaria 75% dos resíduos para reuso. E outros dois, por
utilizar em obra 20% do conteúdo reciclado - ação ratificada em projeto.
Assim, dos oito pontos disponíveis, a Arena Pantanal atende, até o momento,
a 50% destes. No entanto, como as obras encontram-se em andamento, algumas
destas bonificações podem vir a deixar de ser pontuadas por seus avaliadores.
O LEEDTM
impõe apenas um pré-requisito para este item, o correto depósito
e coleta de materiais recicláveis. Caso este não seja atendido, automaticamente - ao
contrário do que foi visto neste objeto de pesquisa - a edificação não pontua neste
item e é eliminada do processo de certificação.
188
5.4.3.9. Ação 09: Conforto Ambiental Passivo
O conforto ambiental nas edificações é uma temática cada vez mais em voga
para aqueles que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem. Pode
ser entendido como a adequação deste espaço ao uso; respeitando condições
térmicas, de ventilação, de insolação, de acústica e visual, capazes de alterar o seu
desempenho e o seu contexto urbano. Nesse sentido, segundo Oliveira e Ribas
(1995), todo conhecimento desenvolvido acerca do conforto ambiental para
edificações pode ser definido através de elementos de controle passivo (materiais,
brises e etc.), a serem estudados neste item; e de controle ativo (condicionadores de
ar, umidificadores, ventiladores e etc.), que virão a ser abordados na próxima ação.
Este assunto difundido, vastamente, na literatura sobre edificações de uso
residencial, também se aplica em grandes obras e complexos esportivos, como é o
caso da Arena Pantanal, entretanto, com uma escassez maior de fontes bibliográficas.
O estádio da capital mato-grossense, por localizar-se em uma área com
características climáticas específicas, onde predominam temperaturas médias
elevadas, requereu cuidados maiores em sua etapa de projeto, favorecendo,
principalmente, ações de conforto ambiental passivo, que são menos onerosas e
desprendem menos gastos energéticos que as de controle ambiental ativo. Dentre as
principais medidas adotadas, destacam-se: a busca pelo melhor aproveitamento dos
condicionantes naturais, que favorecem a eficiência energética; o emprego de
materiais com baixa condutibilidade térmica; a concepção da forma arquitetônica
mais arejada e permeável em relação às correntes de ar; e o posicionamento da
edificação e do campo, protegidos da insolação mais forte (DINIZ, 2012).
Neste tipo de projeto, na América do Sul, para se manter uma temperatura
constante em seu interior, deve-se evitar perdas de calor, no inverno, e ganhos de
calor, no verão. A incidência constante de raios solares, por exemplo, fez com que o
design da arena se tornasse mais arejado, com a substituição das arquibancadas entre
os módulos “Norte”, “Sul”, “Leste” e “Oeste”, por vegetação, de forma a facilitar a
ventilação cruzada. Este fenômeno natural e suas variantes (velocidade, direção e
variações sazonais) são um dos elementos mais importantes deste tipo de conforto e
transformarão as áreas suprimidas em pequenos microclimas, contribuintes da
189
manutenção de uma temperatura interna mais agradável, através de processos de
resfriamento e de renovação do ar (SECOPA, 2012f).
No entanto, uma ressalva se faz necessária; a vegetação a ser empregada será
de baixo-médio porte, disponibilizada em vasos próprios para paisagismo, ou em
uma estreita camada de substrato, propícia, apenas, para espécies rasteiras e
gramíneas. Esta limitação é imposta por áreas de circulação e permanência, em seu
andar inferior, e pelo limite de carga máximo possível para as quatro lajes em
concreto, de cada uma das quinas. Uma solução que contemplasse a vegetação
diretamente no solo seria muito mais plausível, pois permitiria a arborização com
espécies de médio-grande porte, mais eficientes para o combate ao calor; reduziria a
quantidade de estruturas construídas necessárias; minimizaria a possibilidade de
eventuais infiltrações, decorrentes de impermeabilizações mal executadas; e de
rompimentos casuais em função da expansão das raízes das espécies a serem fixadas.
Caso as quatro coberturas do estádio, a serem constituídas de estrutura
metálica e lona tensionada, não apresentassem vãos livres de grandes dimensões
(Setores “Norte” e “Sul”, 64m de largura e 70m de comprimento; Setores “Oeste” e
“Leste”, 64m de largura e 110m de comprimento) poderiam receber, também, um
mecanismo de conforto ambiental passivo denominado “telhado verde”. Neste
dispositivo arquitetônico são aplicadas camadas de solo e vegetação sobre um meio
impermeável. No entanto, neste caso, a grande dimensão disponível sobrecarregaria a
estrutura; e pela sua altura (44m), dificultaria processos de manutenção, mesmo
sendo, uma excelente solução para as condições climáticas de Cuiabá (DINIZ, 2012).
Os materiais escolhidos para a cobertura buscam uma boa relação entre durabilidade,
á resistência à água e a forte ação do sol, que poderia ressecar materiais como o PVC
e o policarbonato. Suas cores claras trarão, também, um maior benefício térmico.
Voltando à ventilação, outra a ser promovida será a vertical, ou seja, a
retirada de ar quente do interior da edificação se dará através de um fluxo de ar
ascendente, mediante ondas de convecção, com diferença de pressão. Dispositivos
como espelhos d’água internos, aberturas zenitais e o distanciamento da cobertura do
último nível de assentos serão utilizados para tal fim. Os vãos citados anteriormente,
que tiveram atenção redobrada na sua alocação estratégica, poderão, até mesmo,
favorecer a iluminação natural e o alcance visual, exceto claro, em locais, que devam
190
prevalecer a segurança e a privacidade (PORTAL2014, 2009b). Segundo a SECOPA
(2012g), o índice de visibilidade externa e de iluminação natural de todas as áreas
construídas, com exceção das arquibancadas, será de 90%.
Figura 62 - As preocupações com o conforto térmico da Arena Pantanal.
Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012).
Entretanto, é a proteção aos efeitos do sol a maior preocupação dos
idealizadores deste projeto. A concepção da Arena Pantanal prevê que coberturas e
fachadas sirvam de anteparo de sombreamento dos raios solares, evitando o acúmulo
de calor nos ambientes internos. A exemplo, toda a envoltória será constituída de
brises, que, originalmente, seriam em madeira certificada, mas que, em função de
mudanças de projeto, serão em estrutura metálica associados a uma lona tensionada,
para proteger os fundos das arquibancadas do calor e da incidência de sol
diretamente no concreto. Segundo João Paulo Curvo Borges, engenheiro-geral
responsável pelo projeto do estádio, a medida criará uma área de ventilação entre a
fachada e a arquibancada, evitando o aquecimento da estrutura (DINIZ, 2012).
O material escolhido, inicialmente, caso fosse certificado e tratado para
intempéries seria bem mais adequado; primeiro, pela riqueza desta matéria-prima no
Estado; segundo, pelas suas propriedades físicas mais adequadas para o isolamento
da condutibilidade térmica, que chapas de estrutura metálica, mesmo que
apresentassem custos iniciais e de manutenção mais elevados.
191
Em alguns trechos da fachada, também, serão utilizados vidros, que, apesar
de não serem elementos construtivos adequados para Cuiabá, em alguns locais se
fazem necessários. Teve-se uma preocupação com a relação entre o ganho de calor e
as áreas envidraçadas, o que está diretamente relacionado com o clima local. Vidros
adequados ao conforto térmico interno foram buscados e deverão possuir fator de
ganho solar (SHGC - Solar Heat Gain Coeficcient) de, no máximo, 0,48, para não
contribuírem com o ganho interno de calor dos ambientes.
Esta preocupação com o conforto proporcionado por alguns materiais está
presente, também: nas arquibancadas, que receberam em sua composição, adicionado
ao concreto, elementos reflexivos; na cobertura, que sofrerá o mesmo procedimento;
nas paredes, que estão recebendo alvenarias mais espessas, para terem a capacidade
de reter o calor; nas cores de envoltórias e da cobertura, já que tintas mais claras
absorvem menos calor que as escuras; etc. Estas mesmas tintas serão à base de água,
menos tóxicas, por serem isentas de solventes químicos; portanto, isentas de COVs,
que agridem a camada de ozônio e prejudicam a saúde dos que as manipulam e do
ambiente onde são aplicadas (DINIZ, 2012).
Outra preocupação refere-se à qualidade do ar nas atividades de construção,
de forma a prevenir a poluição do ar e a contaminação de sistemas de refrigeração a
serem utilizados, futuramente. Para isso, é proibido fumar no canteiro de obras, em
ambientes internos; a geração de poeira, nas atividades de limpeza e acabamentos, é
controlada; e dutos de ar condicionados são limpos e protegidos de contaminantes,
durante suas etapas de montagem e instalação.
A ação analisada é atendida, diversas vezes, por medidas empregadas pelos
projetistas da Arena Pantanal. Logo, há uma busca para que o “Conforto Ambiental
Passivo” seja atendido, da melhor forma possível em prol da sustentabilidade.
Ao ser analisado à luz do LEEDTM
, o novo estádio cuiabano atende aos
únicos dois pré-requisitos obrigatórios: “Desempenho Mínimo da Qualidade do Ar
Interno” e “Controle de Fumaça do Cigarro” da categoria “Qualidade Ambiental
Interna” com as premissas expostas anteriormente. Oito pontos, dos 15 disponíveis,
serão analisados nesta ação, os outros sete serão verificados no próximo item.
Todos os créditos desta categoria têm a mesma pontuação, ou seja, apenas um
ponto. Seus projetistas buscam alcançar pontos pelos créditos de: “Iluminação
192
Natural e Paisagem (Vistas)”, pelas medidas já apresentadas; pelo “Conforto
Térmico” aplicado na concepção do projeto; e mais dois pontos, por “Materiais de
Baixa Emissão (adesivos e selantes)” e também pelo crédito “tintas e vernizes”. Estes
últimos 02 pontos vêm pelo empenho aplicado da não utilização de produtos tóxicos.
Quatro pontos, até o momento, não serão alcançados em “Qualidade
Ambiental Interna”, correspondentes à ação de “Conforto Ambiental Passivo”, por
seus projetistas. São eles: “Materiais de Baixa Emissão (Carpetes e sistemas de
piso)”; “Materiais de Baixa Emissão (Madeiras Compostas e Produtos de
Agrofibras)”, estes dois não serão ratificados, pela não utilização destes materiais na
construção. Um ponto é pela falta de “Controle Interno de Poluentes e Produtos
Químicos” e outro, pela ausência de luz do dia em “Iluminação Natural e Paisagem”.
Das ações possíveis, o LEEDTM
contempla 50% delas; ou seja,
quantitativamente a preocupação com o conforto ambiental passivo da edificação,
também é atendido pelo processo de certificação ambiental.
5.4.3.10. Ação 10: Conforto Ambiental Ativo
O conforto ambiental ativo abarca mecanismos que apresentam certo
desprendimento energético, para adequarem os princípios físicos do ambiente
envolvidos com as necessidades práticas do ser humano. Sistemas de aquecimento,
ventilação, umidificação e refrigeração são seus principais exemplos.
Países localizados em zonas temperadas têm preocupações maiores com
calefação e sistemas de aquecimento; na Arena Pantanal esta preocupação é mínima.
Baixas temperaturas dificilmente são registradas em Mato Grosso, o que dispensa
sistemas de calefação; no entanto, água quente será necessária nos vestiários dos
jogadores e em atividades de cozinhas e restaurantes, como principais usos. A
instalação de um sistema de aquecimento solar usa coletores para absorver energia
do sol e aquecer a água a ser utilizada na edificação. Um sistema bem projetado e
dimensionado permite seu uso com os mesmos benefícios e características da água
aquecida pelos sistemas tradicionais. Um investimento inicial maior, na aquisição de
um sistema como este, é pago, através da redução expressiva no consumo de energia
elétrica, em alguns anos; além de preservar o meio ambiente.
193
Outro sistema importante é o de climatização e refrigeração, talvez, este seja
o mais importante mecanismo de conforto ambiental ativo da Arena. Todavia, será o
maior consumidor de energia elétrica, também. As altas temperaturas da cidade
obrigam que áreas técnicas, camarotes e áreas de impressa sejam refrigerados. O
desprendimento energético, logicamente, será alto; mas, há medidas para que estes
gastos se tornem mais racionais e, consequentemente, mais sustentáveis; todo este
mecanismo foi projetado para atender a normativa ASHRAE 90.1-2007 quanto à
chillers, unidades condensadoras, sistemas de automação e controle, isolamento,
dimensionamento de dutos, balanceamento e comissionamento do sistema, de forma
a garantir a qualidade do ar interna (SECOPA, 2012g). Já, a ventilação de ambientes
internos, será realizada associada ao sistema de refrigeração do prédio.
Uma preocupação por parte de seus projetistas deveria ser referente a
equipamentos de resfriamento evaporativo, que são excelentes redutores de
temperatura, em climas quente-secos, como o de Cuiabá. O princípio consiste em
induzir a umidificação do ar mediante pressurização da rede hidráulica e
vaporizadores especiais, que criam minúsculas gotas de água, na forma de névoa. A
névoa úmida reduz a temperatura do ambiente, ao mesmo tempo em que aumenta a
umidade relativa, preocupação bastante relevante para a cidade (VIGGIANO, 2010).
Externamente, fontes d’água e chafarizes auxiliarão no aumento da umidificação.
A sustentabilidade de uma ação como “Conforto Ambiental Ativo” é
dificultosa; contudo, seus projetos apresentam soluções para o cumprimento deste
item. No LEEDTM
, dos sete pontos possíveis de “Qualidade Ambiental Interna”, já
que oito foram apresentados anteriormente, apenas um, até o momento, será atendido
o referente ao “Plano de Gestão de Qualidade do Ar (Durante a Construção)”. Ou
seja, apenas 14% das ações LEEDTM
têm preocupações com este tipo de conforto.
Os seis pontos que não serão atendidos nesta categoria correspondem aos
créditos de: “Monitoramento do Ar Externo”; “Aumento de Ventilação”; “Plano de
Gestão de Qualidade do Ar (Antes da Ocupação)”; dois, pelo “Controle de Sistemas”
de projeto e de ventilação; e mais um, pela verificação do “Conforto Térmico”.
Pelo projeto se encontrar em sua fase de execução, muitos destes pontos
apresentados, nesta categoria e nas anteriores, poderão ainda ser retificados.
Apresenta-se, na próxima seção, a avaliação final das diretrizes de todas as ações.
194
5.4.4. Avaliação Final das Diretrizes Projetuais de Sustentabilidade
Além das ações de sustentabilidade desenvolvidas para esta pesquisa, a
certificação ambiental norte-americana LEEDTM
apresenta ainda mais duas
categorias, as quais, os projetistas da Arena Pantanal almejam serem bonificados:
“Inovação e Processo do Projeto” e “Créditos Regionais”. Estas ações, por não
abordarem a sustentabilidade, em si, não são relevantes para o desenvolvimento desta
metodologia; entretanto, quando alguma destas medidas adotadas, por seus
projetistas, abrangia tal temática esta fora considerada na sua matriz de origem.
Na primeira categoria, a aplicação de experiências inéditas nas etapas de
projeto e de canteiro de obras geram pontos, à medida que são incluídos processos
novos e renovadores em atividades técnicas, em prol de sua qualificação e
aprimoramento. Dos seis pontos disponíveis, nesta categoria, até o momento, o
projeto já alcançou cinco, todos eles com apenas um ponto de bonificação, pelas
seguintes ações: a utilização de um profissional acreditado LEEDTM
, para o
desenvolvimento da metodologia, já que este poderá tornar o projeto o mais
sustentável possível e evitará que sejam cometidos erros em seu desenvolvimento; a
presença do dobro da área livre disponível no entorno da edificação,
complementando a categoria “Espaço Sustentável”; a aplicação de tecnologias
inovadoras para o tratamento de efluentes, como já aludido anteriormente, na ação
“Água - Conservação e Reuso”; pela implantação de um programa de educação
ambiental, citado quando se abordou a Copa em Cuiabá; e por último, pela ampliação
do programa de reciclagem, durante a etapa de obras. Um ponto ainda não fora
creditado, referente à recuperação exemplar de APPs, no entono da Arena, já que
esta medida ainda não fora executada, o que impede que seu ponto seja concedido.
Já na segunda categoria “Créditos Regionais”, item que não fora ainda
totalmente adaptado à realidade brasileira, peculiaridades do mercado da construção
civil nacional e do entorno da construção, em Cuiabá, se tornam relevantes e podem
ser creditados. As prioridades regionais abrangem até quatro pontos, distribuídos em
créditos unitários. Segundo, um dos últimos “Status de Pontuação Certificação
LEED”, que fora disponibilizado pela Concremat Engenharia, a Arena Pantanal
buscará três pontos. Um pelo uso eficiente de água no paisagismo, principalmente
pela utilização de espécies nativas dos três biomas que compõem o Estado: cerrado,
195
pantanal e amazônico, acostumados à escassez de água, durante o período seco.
Outro ponto, pela adequação das técnicas de medições e verificações da categoria
“Energia e Atmosfera”. E, finalmente, um, pelo emprego de tecnologias inovadoras
para águas servidas, complementando a categoria “Uso Racional da Água”.
Assim, pela certificação LEEDTM
, a Arena Pantanal obterá, até o momento,
49 pontos, 38 pelo projeto e 11 pela etapa de construção. Estes 49 pontos
correspondem à categoria de “Certificado”, entretanto, como a certificação “Silver”
inicia-se com 50 pontos, há um esforço das equipes de sustentabilidade de
alcançarem um reconhecimento maior. Esta pontuação poderá ser retificada enquanto
as obras não forem concluídas, já que a avaliação final só é realizada ao final do
processo. Se alguma das exigências previstas nos pré-requisitos não for cumprida,
todo o esforço com a sustentabilidade do projeto pode ser perdido. Para que isso não
ocorra, regularmente, as ações desenvolvidas são monitoradas, evitando que
ocorrências graves possam colocar em risco a certificação e anos de empenho.
Todos os requisitos de projeto apontados deverão ser comprovados depois da
execução das obras, em auditoria própria à matriz americana, onde toda a
documentação será encaminhada. Qualquer tipo de arquivo poderá ser solicitado, na
auditoria final da Arena Pantanal, em língua inglesa, e deverá ser apresentado para
que, de fato, o crédito, em análise, seja sancionado. O simples ato de verificar sempre
as alterações de projetos, em obra, não repercute no atendimento de requisitos da
certificação. A normativa, apesar da sua origem estrangeira, garante sempre o
cumprimento da legislação local, pois se trata de um “requerimento mínimo” de
respeito às leis locais, que deve, obrigatoriamente, ser atendido.
Algumas medidas estão sendo adotadas pelos gestores, como forma de
transcorrer o processo de certificação da melhor forma possível; medidas simples,
envolvendo os processos de gestão burocrática e controle do canteiro. São elas:
evitar, fundamentalmente, todo e qualquer tipo de impacto visivelmente identificável
para evitar notícias de má fé, denúncias ambientais, ou da vizinhança; executar as
ações em suas etapas correspondentes, sem acometer fases; evidenciar o atendimento
dos requisitos, em todas as etapas; controlar as evidências de atendimento, por cada
uma das etapas da construção; rastrear rigorosamente os documentos envolvidos com
o projeto: notas fiscais, dados, licenças, projetos, manifestos; e etc.
196
Este processo de certificação ambiental da Arena Pantanal se tornou mais
lento nos últimos meses, assim como sua obra, uma vez que a Arena Pantanal foi
excluída da Copa das Confederações FIFA 2013TM
, a ser realizada em junho do
próximo ano, nas cidades do Rio de Janeiro-RJ, Belo Horizonte-MG, Brasília-DF,
Salvador-BA, Recife-PE e Fortaleza-CE. Para que o estádio de Cuiabá não ficasse
muito tempo sem ser utilizado, para a Copa do Mundo FIFA 2014TM
, a SECOPA
diminuiu o ritmo das obras, de forma a tornar o estádio o menos ocioso possível. Das
doze cidades-sedes, o Verdão foi o que menos evoluiu, no ano de 2012. Em março,
43% das obras estavam prontas; até outubro, este percentual foi acrescido em apenas
7%. Neste mesmo período (março-outubro), o Castelão, por exemplo, avançou 32%;
o Mineirão, 34%; o Mané Garrincha, 29% e a Fonte Nova, 20% (PORTAL2014,
2012a). Além disso, houve uma preocupação do Governo do Estado em arcar com os
custos elevados de sua manutenção. Caso este ficasse pronto e fechado, durante um
ano e meio, até os jogos oficiais, em junho de 2014.
Já, ao analisar o Estádio Governador José Fragelli, comparativamente, com a
síntese da sustentabilidade das principais ecoarenas pelo mundo, contata-se que a
arena cuiabana é uma exceção aos outros complexos esportivos levantados e a única
onde foram encontradas todas as ações comuns, desenvolvidas na metodologia desta
pesquisa. É claro, que estas ações foram ratificadas através do material bibliográfico
levantado, podendo alguma delas apresentar um maior número de itens de
sustentabilidade, que, infelizmente, não foram levantados pela escassez de
divulgação destes e/ou pela limitação imposta para averiguar ,cada um deles, in loco.
Se das 8181 unidades examinadas, cerca de 1,13% apresentam algum atributo
relevante de sustentabilidade associado ao seu projeto, menos de 0,14% dos estádios
pesquisados contemplam todas estas; o que faz com que a Arena Pantanal destaque-
se no cenário mundial de complexos esportivos ambientalmente corretos.
Das 81 amostras levantadas, que apresentaram, como média, 62,6% de ações
sustentáveis, complexos como: o Moses Mabhida Stadium, na África do Sul; a Arena
do Grêmio, em Porto Alegre; o CenturyLink Field, em Seattle, nos EUA; o Aviva
Stadium, na Irlanda; a Stockholm Arena, na Suécia; e a Signal Iduna Park, na
Alemanha, se destacaram por apresentar 90% das ações contempladas. Índice 10%
menor, na média, do que o apresentado pela subsede cuiabana (TABELA 08).
197
TABELA 08: Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das ecoarenas mais sustentáveis.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.
Ao analisar-se a TABELA 08, apura-se que preocupações com aspectos de
sustentabilidade, como: “Ambiente Urbano e Paisagístico”, “Transporte”, “Água -
Racionalização”, “Energia - Demanda Minimizada”, “Materiais Ecológicos”,
“Resíduos e Reciclagem” e “Conforto Ambiental Passivo” são comuns nas oito
arenas mundiais levantadas, ambientalmente, mais corretas. O grande diferencial da
Arena Pantanal, frente aos outros sete complexos, é apresentar mutuamente as ações
“Água – Conservação e Reuso”, “Conforto Ambiental Ativo” e “Energia – Fontes
Renováveis”. Ações que minimizam a quantidade de água e energia, provenientes da
rede, necessária para o abastecimento da Arena Pantanal, reduzem a quantidade de
gases poluentes desprendidos, além de fazerem jus aos desprendimentos econômicos
elevadíssimos, investidos para a construção de todo o seu complexo.
A Ação 05: Energia – Fontes Renováveis é exatamente a que menos aparece,
em todos os 8181 estádios levantados. Das 81 ecoarenas mundiais selecionadas,
apenas 33,3% destas apresentam este processo de utilização alternativa de energia.
Até mesmo em Cuiabá, sua presença, através de placas fotovoltaicas, ainda não foi
ratificada, mas se tornará uma obrigação, em função do financiamento
disponibilizado pelo BNDES, que em suas cláusulas exige a adoção de tal medida. Já
a Ação 04: Água - Conservação e Reuso é um pouco mais presente e aparece em
58% das ecoarenas mais sustentáveis. O que faz com que o CenturyLink Field, o
Signal Iduna Park e a Stockholm Arena apresentem um diferencial maior, perante as
outras arenas, ao se destacarem em uma ação difundida, ainda de forma limitada.
198
Ao fim das análises dos parâmetros de sustentabilidade, presentes no projeto
da Arena Pantanal e de sua comparação com as principais ecoarenas mundiais,
constatou-se que a adoção destas práticas é muito mais eficiente, se tomada desde a
sua concepção e planejamento, onde os custos de implementação são menores e as
possibilidades de intervenção são maiores. Percebeu-se também, a importância de
estudos de viabilidade confiáveis, aliados à análise qualitativa do empreendimento,
os quais suportam o processo de tomada de decisões de projetistas, engenheiros e
arquitetos. Ou seja, construir, ou não, uma edificação mais sustentável deve ser uma
decisão inicial de seus gestores, ou proprietários, a qual guiará todo o
empreendimento, desde suas origens. Esta deliberação foi praticada pelo Governo de
Mato Grosso, seu empreendedor local, e por toda a sua rede de integrantes, que vêm
trabalhando em conjunto. Ao descartarem, prematuramente, o projeto desenvolvido
por Castro Mello Arquitetos para representar Cuiabá, em seu processo de candidatura
para sediar a Copa do Mundo, seus gestores estavam preocupados com a Arena
Pantanal se tornar um “elefante branco”, pela fragilidade do futebol no Estado. Risco
este apontado por importantes consultoras financeiras, como a Crowe Horwarth RCS
em seu relatório “Gestão do Ativo Estádio – Viabilidade Econômico-Financeira de
Estádios e Arenas para a Copa de 2014” e pelo próprio Tribunal de Contas da União
(PORTAL2014, 2010b). Tamanhas preocupações com o contexto cuiabano e com as
peculiaridades implícitas em seu sítio já ambicionavam que medidas ditas
sustentáveis seriam adotadas e incorporadas ao seu novo produto final, que acabou
sendo desenvolvido pelo escritório GCP Arquitetos.
Uma construção sustentável, seja um moderno estádio de futebol, seja um
edifício multifamiliar, nasce a partir destas atitudes ecológicas. Para isso, os
envolvidos na sua concepção (empreendedores, profissionais, construtores, operários,
fornecedores, futuros usuários e equipes de manutenção) tiveram, como meta, esta
premissa. Entende-se este processo de forma holística, ao se buscar minimizar os
impactos, sem prejuízo da qualidade da obra (CESAR; OBATA, 2012).
Infelizmente, a construção sustentável ainda não é uma realidade no Brasil,
uma vez que a adoção de práticas vinculadas a esta temática é dificultada por normas
e empresas não preparadas, o que onera o custo da implantação destas ações. A
dificuldade dos gestores da Arena Pantanal em conseguir tijolos cerâmicos
199
certificados, para o fechamento de ambientes internos, dentro do próprio Estado, é
um exemplo desta falta de preparo. Em contrapartida, os benefícios decorrentes de
práticas como esta, não são considerados ao longo do ciclo de vida da edificação,
assim como, o da qualificação da indústria local, já que há o estimulo a produção de
materiais sustentáveis, no próprio Mato Grosso, para outros empreendimentos.
Hoje, um empreendimento que não adota a sustentabilidade deixa de ser
competitivo, principalmente porque seus usuários estão mais conscientes e exigentes,
quanto à importância de se escolherem práticas que preservem o meio ambiente e
que adotem, não só medidas compensatórias, para minimizar seus impactos
negativos, mas que, realmente, demonstrem, através de relatórios de sustentabilidade,
ter colocado em prática os compromissos assumidos em relação aos riscos que seu
negócio representa (CESAR; OBATA, 2012).
É esta conscientização e sensibilização, movida pela reeducação de sua
população, que estimula a edificação de empreendimentos ditos “verdes”, através de
uma mudança de postura, voltada para o compromisso com as futuras gerações, na
forma de se projetar e edificar. Construtoras, por exemplo, vêm se tornando cada vez
mais competitivas e acreditam que tal atitude, com base em ações vinculadas a
campanhas de marketing, fará com que sejam mais bem aceitas por toda a sociedade.
Estas ações, sejam os parâmetros utilizados neste trabalho para estádios,
sejam os destacados de cada empresa, devem ser muito bem gerenciados e, com a
compreensão total de que um, não deve ser totalmente desvinculado do outro. Caso
isso ocorra, teremos exemplos de “green washes”, ou seja, de práticas pouco efetivas
rodeadas de discursos fervorosos e marqueteiros sobre sustentabilidade. É comum, o
levantamento de arenas ditas sustentáveis, em seus discursos, mas que de fato, na
prática, não apresentam informações coerentes e de fato críveis. Geralmente, estas
acabam sendo limitadas a textos carentes de técnica e atendendo sempre aos mesmos
itens, considerados abrangentes: ventilação natural, aproveitamento da luz natural e
proteção do entorno. Todavia, nenhuma informação mais detalhada é revelada.
Outro ponto a ser levantado é que ações de sustentabilidade, muitas vezes,
tem um custo inicial maior e se pagam ao longo de um determinado tempo; todavia,
a construção civil ainda se preocupa muito com o curto prazo e o retorno imediato de
seus investimentos, o que descarta muitas destas ações (NASCIMENTO, 2010).
200
Segundo Blanco (2008), ações, por exemplo, referentes à economia de água e
de energia elétrica, como as implantadas na Arena Pantanal, ou até mais
desenvolvidas, devem ser altamente levadas em consideração, pois, apesar do seu
custo maior de implantação, se refletem na redução de custos, com a operação e
manutenção da edificação, onde estes itens representam seus maiores gastos. Se a
ação referente à utilização racional de água na Arena Pantanal é bem atendida, o
mesmo não se pode dizer do sistema de energia elétrica. Pelo LEEDTM
, a pontuação
é baixa e não vai ao encontro das ideias apresentadas por John; Sheard; Vickery
(2007) e FIFA (2011), que almejam a independência do estádio da rede elétrica local.
A inovação tecnológica é indispensável e um dos principais aliados na busca
de horizontes de sustentabilidade para a arquitetura e para o meio urbano. Não se
pode mais aceitar os prejuízos causados à cidade e à população, devido à falta de
investimentos na concepção de projetos particulares sustentáveis. O estabelecimento
de uma arquitetura “mais verde”, aliada ao meio ambiente circundante, é um dos
primeiros passos (OLIVEIRA, 2006). Pesquisas e investimentos em novos materiais,
acabamentos, posicionamento da edificação, etc, retratam uma nova forma de pensar
e de minimizar os impactos negativos das construções sobre o meio ambiente.
A arquitetura não deve ser prisioneira de valores plásticos e formais, como os
apresentados por Castro Mello Arquitetos, no primeiro projeto cuiabano, frutos de
uma globalização de valores padronizados e associações a utopias culturais. Esses
valores descontextualizados e meramente simbólicos, dissociados de uma função
mais plena, podem conduzi-los a inadequações ambientais (OLIVEIRA, 2006). Os
paradigmas de desenvolvimento, padrões de consumo, os conceitos de conforto e
segurança necessitam ser revistos, como, acertadamente, o escritório GCP Arquitetos
parece ter se envolvido. Estes itens precisam ser mais racionais e menos estéticos; a
função deve se sobrepor à forma em períodos de crises energéticas e ambientais,
como as quais, continuamente, somos afligidos. Em épocas de escassez de materiais,
a sustentabilidade deve ser o caminho e a principal vertente a qual devemos seguir.
A tecnologia tem capacidade para a resolução destes problemas, mas deve
ser aplicada de forma crítica e questionadora, não ignorando técnicas tradicionais e
comprovadamente eficientes, mas se aliando a elas, levando os espaços construídos à
sustentabilidade espacial, econômica e ambiental.
201
6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou explorar os possíveis impactos da adoção de um modelo
de sustentabilidade em estádios de futebol, com foco na Arena Pantanal, em Cuiabá-
MT, em prol do meio ambiente e da inovação do setor brasileiro da construção civil.
Acredita-se que o objetivo central deste trabalho foi atendido, ao refletir que a
adoção de propostas de projetos sustentáveis, desde a concepção da obra
arquitetônica, facilita a criatividade, maiores índices de qualidade, o
desenvolvimento de novas técnicas construtivas, assim como, da manutenção e da
operação da edificação, ao longo de seu ciclo de vida, sem afetar o seu ecossistema
circundante em grande escala. Afinal, nenhum projeto de grandes proporções, como
este, é 100% sustentável; podendo sim, ter seus impactos amenizados.
Os indicadores de sustentabilidade utilizados, nesta pesquisa, como
ferramentas para esta avaliação, pela sua simplicidade, facilitaram a compreensão do
tema, proporcionaram a apreciação de que o estabelecimento de metas e estratégias
pode ser fundamental para se alcançar bons resultados e poderão contribuir, até
mesmo, com a avaliação de outras arenas. Mesmo que, a princípio, neste estudo de
caso, trabalha-se apenas com a certificação mais básica do LEEDTM
; isto já é um
avanço para um Estado, que não apresenta nenhuma edificação com tal “selo”.
Arenas como as em construção/reforma, para a Copa do Mundo FIFA Brasil
2014TM
e para as Copas de 2018 e 2022, que apresentam um maior número de ações
de sustentabilidade e tem esta preocupação desde a sua concepção, necessitam de
uma metodologia mais aprofundada para serem comparadas entre si, ou, até mesmo,
com a Arena Pantanal. Talvez, aqui, estas ações necessitassem ser desmembradas, de
forma mais criteriosa, para atender a um maior número de itens pré-existentes.
Pode-se demonstrar com este estudo da Arena Pantanal que, mesmo seu
projeto tendo ainda muitas medidas a serem potencializadas, para contribuir
202
plenamente com o desenvolvimento sustentável, sua aplicação, na realidade da
construção civil brasileira, já é um avanço. Com este estádio constatou-se que ações
ecológicas não deveriam ser mais tratadas como uma questão de escolha (opcionais),
para grandes empreendimentos, e, sim, de obrigação. O meio ambiente necessita
deste tipo de esforço, ou investimento sustentável, principalmente em um dos setores
que mais contribuem para a poluição do planeta. Só assim, se reduzirá a quantidade
de insumos, de energia aplicada, de poluentes liberados, e de resíduos produzidos em
grandes complexos, em prol do pleno desenvolvimento das próximas gerações.
A reflexão sobre a sustentabilidade mostra que esta deve ser tratada como um
requisito de projeto (integrado, e não pensado em partes), com apoio de um aparato
jurídico, quando necessário, e não como um diferencial, pois se não, esta não
conseguirá se sustentar, em virtude de muitas das técnicas construtivas adotadas
serem mais onerosas que as tradicionais, fazendo com que, muitas vezes, o retorno
econômico, só seja alcançado após muitos anos de operação e com a redução de
custos com manutenção. Aqui, cabe frisar que a preocupação com o empreendimento
deve se esforçar para atender positivamente e hipoteticamente ao tripé apresentado
no Capítulo 02: economia, sociedade e meio ambiente; o que representaria uma
mudança de paradigma no setor da construção civil.
Em relação aos objetivos secundários da pesquisa, acredita-se, também, que
foram atendidos. Ao abordar o contexto da sustentabilidade, desde sua
contextualização histórica, passando pela sua aplicação na construção civil, até
chegar às arenas, lançou-se um olhar sobre a problemática da limitação dos recursos
naturais para as futuras gerações, e da construção civil, como uma das principais
atividades humanas responsáveis pela degradação do planeta.
Acompanhou-se, ao longo deste trabalho, a evolução do conceito de
sustentabilidade, em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as
Olimpíadas; processo este, que reflete grande parte das experiências políticas
(modelos) de planejamento, urbanismo e economia que se estabeleceram em nossa
história, no decorrer das décadas. Abrangendo, desde o total descaso das autoridades
com o conceito base, até uma mudança de postura, focando o meio ambiente, como
uma das suas principais vertentes. Alternando apenas em função dos atores
envolvidos (públicos e privados) e do posicionamento da sociedade, o que beneficia
203
determinados grupos em detrimento de outros, conforme a mobilização política.
Infelizmente, os impactos oriundos destes acabam sendo muito maiores que os
retornos previstos e prometidos421
.
Apontou-se, também, a importância do papel estratégico dos Estados, por
meio de financiamentos nos projetos de sustentabilidade, ligados, por exemplo, a XX
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM
, mesmo que repassados à iniciativa privada. E
de entidades provedoras de grandes eventos esportivos, como o COI e a FIFA,
através de suas normativas e de Agências Certificadoras (mesmo que a mais
internacionalmente aceita, a LEED, não seja a mais adequada para a realidade
brasileira, de país periférico), de promoverem a sustentabilidade, a inovação dos
equipamentos esportivos e de toda a infraestrutura necessária para a realização destes
marcos midiáticos, em seus respectivos países e cidades-sedes.
Estas cidades/países, hoje, se tornaram quase que verdadeiras
“multinacionais”, exportando sua imagem, modelos de gestão, planejamento e
urbanismo. O projeto da Arena Pantanal, por exemplo, é uma clara iniciativa do
governo mato-grossense de tornar sua capital mais competitiva, de mostrar ao
mundo, ao longo de quatro partidas, quando esta será o foco das atenções do planeta
(mesmo que estas sejam bem mais futebolísticas), que o “celeiro do país” cresce
economicamente e urbanisticamente de forma sustentável, integrado a logística
nacional. Muito mais que um paraíso ecológico, o Estado tenta se (a)firmar, através
de uma nova imagem, um “rótulo”, como sede de uma metrópole regional, de um
forte entreposto comercial, além do Distrito Federal, fluxo de mercadorias e riquezas.
Um discurso muito mais político, em prol de interesses privados e da especulação
imobiliária, do que com as preocupações do desenvolvimento sustentável em si; e,
para isso, se apoia em um projeto bastante simbólico.
A “Copa Verde”, a “Copa do Pantanal”, como ficou conhecida a subsede
cuiabana, assim como a “Copa da Amazônia”, como é retratada a subsede manauara,
evidenciam que a inclusão destas neste torneio futebolístico não se deve ao seu
futebol pouco expressivo e sim a um projeto de desenvolvimento nacional maior dito
421
Como exemplo, podemos citar: os Jogos Pan-Americanos de San Domingo, na Republica
Dominicana, em 2003; os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007; a Copa do Mundo
FIFA 2010, na África do Sul; os Jogos Olímpicos de Verão de Beijing, 2008, na China e os de Atenas,
na Grécia, 2004, pelas suas gestões conturbadas. Para maior aprofundamento destaque-se
Mascarenhas; Bienenstein; Sánchez (2011).
204
“sustentável”, que engloba seus respectivos biomas, visando lucros. As respectivas
capitais do centro-oeste e do norte são vendidas a partir de “imagens síntese”, ou
“ideias força”, a fim de se promoverem perante as outras entidades federativas e no
mercado mundial de cidades (SÁNCHEZ, 2003). Mesmo que no período do
megaevento correspondente, a adornada “vitrine” possa se revelar “vidraça”.
Caso Cuiabá, seja bem sucedida com seus preparativos e com o evento em si,
poderá se tornar um símbolo de cidade verde e ecológica. Podendo atrair diversos
outros eventos nacionais e internacionais, além de qualificar seu turismo para todo o
mundo. Segundo Mascarenhas; Bienenstein; Sánchez (2011) esses marcos são
enaltecidos pelos gestores e empreendedores como valorosos legados, que podem
atrair novos investimentos, colocando em vantagem, a capital do Mato Grosso, no
cenário competitivo de cidades-mercadorias.
Este trabalho buscou contribuir com observações da sustentabilidade, em um
campo pouco explorado, o qual ainda necessita evoluir muito; através de um convite
à reflexão e à discussão de uma nova maneira de se pensar eventos e projetos de
grande impacto e envergadura, no mundo e em nosso país. Ressaltando a importância
do setor da construção civil, seja através de financiamentos públicos, seja através da
iniciativa privada (através de estímulos governamentais), na promoção da cidadania,
da inovação e, principalmente, da promoção do desenvolvimento sustentável.
Concluiu-se que a adoção de um estudo exploratório e de pesquisa de
modelos de sustentabilidade, adotados em estádios de futebol edificados em outros
países, como referência para avaliar o objeto de pesquisa em questão, foi adequado;
uma vez que o ineditismo da questão fora dificultador na obtenção de bases teóricas
e de um modelo de comparação e análise. Soma-se a este fato, o adiamento da
conclusão das obras da Arena Pantanal para meados de 2013, em função da exclusão
de Cuiabá para a realização da Copa das Confederações FIFA 2013, em detrimento
ao prazo original, final de 2012, o que impediu possíveis medições necessárias. Além
da dificuldade de acesso, a informações do projeto e do acompanhamento das obras
da construção do Estádio Governador José Fragelli, por parte das autarquias do
governo do Estado de Mato Grosso. Talvez, com a conclusão de todos os projetos e
com o encerramento da XX Copa do Mundo FIFATM
Brasil 2014, um estudo
quantitativo possa vir a ser realizado, o que contará, também, com os relatórios de
205
análise e impacto a serem produzidos por cada uma das cidades-sede e pelas esferas
de governo responsáveis, em função da repercussão do evento.
A conclusão deste é que a adoção de propostas de projeto, “ditas
sustentáveis”, traduzidas, neste trabalho, pelas iniciativas para se obter uma
pontuação mais elevada de certificação LEED, ou de atender um maior número de
ações consideradas sustentáveis é altamente benéfica para o meio ambiente, desde
que estejam elencadas nas premissas de idealização e concepção do projeto. O que
torna o país inclusivo, ao harmonizar suas ações industriais com as demandas/limites
naturais, através das inovações do setor da construção civil (BISMARCHI, 2011).
Ainda que muito desta “sustentabilidade”, fundamental para o recebimento de
financiamento do BNDES, tenha, por trás, muito de pesadas campanhas de
marketing do que de mecanismos de redução de impactos ambientais. Entretanto,
estas medidas tão escassas, de preocupação com o meio ambiente, como a do objeto
pesquisado, são um avanço e servirão de referencial teórico para que novos/futuros
projetos possam vir a ser estudados, caso-a-caso, em seu ambiente circundante, em
seus pormenores, não havendo uma fórmula/lei geral para ser aplicada.
Com a evolução desta pesquisa, alguns pontos relevantes foram identificados,
abrindo uma gama de possibilidades para novos estudos decorrentes do processo de
sustentabilidade, que se planeja pesquisar em próximas oportunidades, a saber:
Uma análise do “durante” e do “pós-copa”, em Cuiabá, principalmente de seu
estádio e de seu entorno (infraestrutura disponibilizada, saneamento,
drenagem, sistema viário). Consistirá este equipamento de um “elefante
branco” (SALGADO, 2011), sem uso, como é duramente apontado? Será que
a Arena Pantanal e seu usufruto estarão acessíveis para toda a sociedade? Ou
somente seu entorno será passível de atividades esportivas? Como ocorre, na
metrópole fluminense, com o Maracanã e o Estádio Olímpico João Havelange
(Engenhão), como apontam Mascarenhas; Bienenstein; Sánchez (2011).
Um estudo a respeito das preocupações com estádios e com a
sustentabilidade, da Copa do Mundo do Brasil 2014, e sua influência direta
em países também em desenvolvimento, que virão a receber os próximos
206
mundiais: Rússia, 2018 e Catar. E, principalmente, aos países limítrofes
Argentina e Uruguai, que se propuseram a sediar conjuntamente o mundial de
2030, que marca o centenário das copas e da sede uruguaia de 1930.
Uma metodologia própria para a análise comparativa ambiental e econômica
de estádios de futebol, respeitando as peculiaridades culturais, bioclimáticas e
geográficas, não necessariamente por somatório de pontos, e sim, por
auditorias presenciais, sistemas de gestão e cálculos matemáticos relevantes.
De forma a qualificar, quantitativamente, que arena é mais sustentável e de
que forma o êxito fora alcançado. Esta mesma metodologia poderia ser
aprimorada, para poder trabalhar com arenas que apresentem quesitos de
sustentabilidade, desde sua concepção, como as do Mundial de 2014.
As coberturas são cada vez mais exigidas em estádios de futebol, não só pela
proteção a intempéries, mas pelo conforto ambiental e pelo isolamento
acústico gerados e por mecanismos associados a elas como: recuperação e
coleta de água pluviais; instalação de placas de energia solar e fotovoltaicas;
dentre outros. Desta forma, sua concepção, materiais empregados e estrutura
são uma temática que já conta com certa dedicação de pesquisadores,
principalmente estrangeiros, mas ainda tem muito para ser explorada.
A análise detalhada, de cada um dos subsistemas de um estádio de futebol, ou
de uma edificação análoga, providos por seus projetistas: desde a sua
concepção, passando pela sua execução e gestão, até alcançar o
funcionamento e a manutenção. Englobando, por exemplo: sistemas de
reaproveitamento e captação de águas pluviais, sistemas de uso de energia e
eficiência, sistemas de reaproveitamento de dejetos líquidos e sólidos, dentre
outros detalhes importantíssimos para a construção de um futuro sustentável.
O estudo dos meios de transporte utilizados no deslocamento de uma Copa do
Mundo; já que, comparativamente à centralidade dos Jogos Olímpicos, sua
dispersão, em diversas cidades-sedes, agrava e contribui com a emissão de
207
gases de efeito estufa, de forma mais danosa que a construção de uma arena.
São estes gases, provenientes destes deslocamentos, os maiores geradores da
poluição atmosférica associada a grandes eventos esportivos mundiais.
O papel das barreiras e empecilhos criados dentro da estrutura da construção
civil, para soluções de edificações mais sustentáveis: o costume de se projetar
em equipes isoladas, onde o projeto deveria ser integrado; a cultura
administrativa da licitação e contratação pelo menor preço; a ausência de uma
fiscalização adequada; a descontinuidade dos contratos, que finalizam antes
do término da obra; a falta de consciência ambiental por parte dos órgãos
públicos e das empresas de projeto e obras; a ausência de uma gestão
ambiental da administração pública; a continuidade de um aparato legislativo
ultrapassado; a necessidade da incorporação de critérios ambientais, ainda
renegados; a necessidade de se requalificar a mão-de-obra para mudanças na
cultura da construção, que privilegia materiais tradicionais; a documentação,
avaliação e análise de todas as etapas, de forma a prover subsídios para
projetos futuros; este é outro importante tema a ser aprofundado, a partir de
pesquisas.
208
209
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223
ANEXOS
ANEXO 1. LEED para Novas Construções 2009 – Registro Projeto Checklist.
224
225
APÊNDICES
APÊNDICE 1. Fichas dos principais estádios de futebol sustentáveis, do Mundo.
Continente/País: África/África do Sul
Cape Town Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.blitzbokke.com
Acesso 15/04/2012
Entorno: Destacado em uma paisagem
marcante, no centro de um parque urbano
de 60 hectares, próximo ao mar.
Água: Proporciona uma economia de
27% no consumo de água. Foram
instalados vasos sanitários com duas
opções de descarga, assim como
chuveiros e torneiras de baixo fluxo de
vazão. Além disso, as águas do
manancial de Oranjezicht, nas encostas
da Table Mountain, cadeia de montanhas
que marca o relevo da cidade, passaram a
irrigar o parque do Green Point, o que
representa uma economia de 580 milhões
de litros de água potável por ano.
Energia: O projeto do estádio proporcio-
na uma economia estimada em 15% no
uso da eletricidade em função da ilumi-
nação em LED e pela automação de
sistemas.
Resíduos: Foram reaproveitados 95%
dos materiais do antigo estádio (aço,
plástico, concreto e madeira).
Conforto Ambiental: O estádio é ainda
marcado pelo aproveitamento racional da
iluminação e da ventilação naturais,
assim como das áreas refrigeradas.
Localização: Cidade do Cabo (cidade)
Western Cape (província)
Capacidade: 66.000 pessoas (Copa)
55.000 pessoas (hoje)
Estimativa: 609 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): GMP, Louis Karol, Point
Início da obra: 26 de março de 2007
Inauguração: 14 de dezembro de 2009
Outros nomes: Green Point (referência
ao antigo estádio demolido)
Mandante: Ajax Cape Town (futebol)
Finalidade: Multiuso: futebol, rúgbi,
eventos no geral e concertos musicais.
Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010,
Campeonato Sul-africano de Futebol.
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: FIFA - FÉDÉRATION
INTERNATIONALE DE FOOTBALL
ASSOCIATION. Divulgado o Relatório
do Programa Green Goal 2010 na
Cidade do Cabo. 20 jul. 2012.
Disponível em: <http://pt.fifa.com/world
cup/archive/southafrica2010/news/news
id=1477807/index.html>. Acesso em: 21
mar. 2012.
226
Continente/País: África/África do Sul
Mbombela Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.blitzbokke.com
Acesso 15/04/2012
Água: O estádio conta com o
reaproveitamento da água de chuva para
irrigação do gramado e de áreas verdes,
através de tubulações especiais, e uma
reserva para até 30.000m³. Recupera
calor da refrigeração, por sua vez, para o
aquecimento de água para os mais
variados usos da edificação.
Energia: Utiliza painéis solares conecta-
dos diretamente à rede do edifício.
Materiais: Uma pegada de carbono de
baixo impacto foi alcançada através da
minimização da utilização de
componentes vindos do exterior, ou seja,
utilizaram-se insumos locais, tanto
quanto possível.
Conforto Ambiental: A cobertura, em
material transparente para facilitar a
iluminação, fica localizada a seis metros
de altura do último assento, favorecendo
também, a ventilação natural, através de
uma ancoragem em suportes desenhados
para se assemelharem a girafas.
Localização: Nelspruit (cidade)
Mpumalanga (província)
Capacidade: 43.589 pessoas
Estimativa: 140 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): R&L Architects
Início da obra: Fevereiro de 2007
Inauguração: 16 de maio de 2010
Outros nomes: “Estádio Girafa” (apelido
referente aos 18 suportes da cobertura).
Mandante: Bidvest Wits (futebol) e
Pumas (rúgbi)
Finalidade: futebol, rúgbi, eventos no
geral e concertos musicais.
Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010,
Campeonato Sul-africano de Futebol
Acesso e Transporte: Westaffin Station
(sistema ferroviário de Nelspruit)
Fonte: SOUTH AFRICA. National
Legacy Report for the Greening of the
2010 FIFA World CupTM
. 2011 South
Africa: Environmental Affairs
Department. 120 p.
227
Continente/País: África/África do Sul
Moses Mabhida Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.chuteagool.wordpress.com
Acesso 15/04/2012
Entorno: Localizado ao final de um
parque urbano linear de 2.5 km de
extensão, junto ao Oceano Índico, tem
sua arquitetura marcada por um arco
emblemático com bondinho turístico (sky
car), sobre o campo, de 106 m de altura.
A sua construção levou em consideração
o controle de resíduos e a proteção de
80% da cobertura vegetal nativa.
Água: Apresenta um sistema de
conservação de água de 70% dos recur-
sos e reaproveitamento de água de chuva.
Energia: A iluminação em LED, por
exemplo, em seu grande arco com 15 mil
lâmpadas, representa uma economia de
20% com o consumo energético.
Algumas outras facilidades são: a
automação de sistemas e a eficiência
energética - podendo ser refrigerado, ou
aquecido facilmente.
Materiais: É o único estádio da África
do Sul considerado “carbono neutro”,
pois 85% dos insumos vieram de fontes
locais.
Resíduos: Projetado e construído em prol
do respeito ao meio ambiente utilizou 30
mil metros cúbicos de concreto do
estádio local, anteriormente demolido.
Conforto Ambiental: A cobertura
apresenta uma membrana revestida com
Politetrafluoretileno (PTFE), ou
simplesmente Teflon®, o que permite
50% da luz natural através da superfície,
proporcionando proteção contra os raios
solares e a chuva. A fachada, que segue
as ondulações do volume, protege contra
as frequentes correntes de vento e
permite a ventilação natural.
Localização: Durban (cidade)
KwaZulu-Natal (província)
Capacidade: 62.760 pessoas (Copa)
54.000 pessoas (hoje)
85.000 (ampliação futura)
Estimativa: 450 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): GMP Arquitetos, Ambro-
Afrique, Theunissen Jankowitz
Início da obra: 01 de abril de 2007
Inauguração: 28 de novembro de 2009
Outros nomes: Durban Stadium (podem-
do se tornar olímpico, caso seja sede).
Mandante: AmaZulu (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, eventos,
lazer, uso social e concertos musicais.
Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010,
Campeonato Sul-africano de Futebol
Acesso e Transporte: Umgeni Station
(sistema ferroviário de Durban)
Fonte: GREENING2010. Durban. 2008
Disponível em: <http://www.greening
2010.co.za/index.php?option=com_conte
nt&task=view&id= 327&Itemid=338>.
Acesso em 15 abr. 2012.
228
Continente/País: África/África do Sul
Nelson Mandela Bay Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.celsojunior.net
Acesso 15/04/2012
Entorno: Localizado em um Parque
Urbano, próximo a um espelho d’água,
teve suas medidas de sustentabilidade
amplamente divulgadas na sociedade.
Água: Sua cobertura permite a captação
e reuso da água de chuva com até 35%
de economia do consumo regular.
Energia: Quanto ao setor energético
foram instalados sensores de presença
em corredores e escritórios, assim como
lâmpadas florescentes compactas. Além
da construção e da instalação de sistemas
de gestão, que permitem o controle de
zonas e espaços subutilizados, o que
favorece a minimização do consumo
energético, do consumo desnecessário e
do aquecimento durante períodos de
baixa utilização.
Conforto Ambiental: A cobertura em
estrutura de PTFE é orientada para as
melhores condições climática; o que
protege seus espectadores não apenas dos
raios solares, mas também das frequentes
e violentas rajadas de vento do Índico.
Localização: Port Elizabeth (cidade)
Eastern Cape (província)
Capacidade: 48.459 pessoas (Copa)
42.486 pessoas (hoje)
Estimativa: 159 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Architectural D. Associates
Dominic Bonnesse Archit
Início da obra: 2007
Inauguração: 06 de junho de 2009
Outros nomes: “Sunflower” (Estádio Gi-
rassol) em função do design da cobertura
Mandante: Eastern Prov. Kings (rúgbi)
Finalidade: Multiuso: futebol, rúgbi e
concertos musicais.
Eventos: Copa das Confederações FIFA
2009, Copa do Mundo FIFA 2010.
Acesso e Transporte: Sydenham e North
End Station localizadas a 2km da Arena
(sistema ferroviário de Port Elizabeth).
Fonte: SOUTH AFRICA. National
Legacy Report for the Greening of the
2010 FIFA World CupTM
. 2011 South
Africa: Environmental Affairs Depart-
ment. 120 p.
229
Continente/País: África/África do Sul
Peter Mokaba Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.br.taringa.net
Acesso 15/04/12
Entorno: Os calçamentos são
permeáveis facilitando a percolação do
lençol freático. No paisagismo fora
utilizado vegetação nativa, o que reduz
os gastos com irrigação.
Água: O estádio faz a coleta da água de
chuva, em um tanque de 50 m³, para fins
de irrigação. Os equipamentos sanitários
também apresentam baixo fluxo de
vazão.
Energia: Apresenta o monitoramento
dos gastos energéticos e da climatização.
Materiais: Na sua construção, monito-
rada por um consultor ambiental, foram
utilizados resíduos locais para aterros e a
utilização de pedras locais para material
de enchimento de formas.
Resíduos: O complexo apresenta
separação de resíduos, por categoria, dos
eventos que lá ocorrem, para reciclagem.
Conforto Ambiental: Como forma de
manter o conforto ambiental interno
utiliza a ventilação cruzada e a
iluminação natural, como medidas de
baixo custo.
Localização: Polokwane (cidade)
Limpopo (província)
Capacidade: 41.733 pessoas
Estimativa: 150 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): AFL Architects
Início da obra: 2007
Inauguração: 2010
Outros nomes:
Mandante: Black Leopards (futebol)
Finalidade: Multiuso: futebol, rúgbi e
atividades culturais e comerciais.
Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010,
Campeonato Sul-africano de Futebol
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: POLOKWANE MUNICIPALI-
TY. Greening Plan for the 2010 Soccer
World Cup. Pretoria, Província de
Limpopo, África do Sul Mar. Edição:
Future Works. 54 p. 2009.
230
Continente/País: África/África do Sul
Soccer City Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.basf-cc.ae/en/News2/Pages/BASF
SoccerStadiuminSA.aspx. Acesso 15/04/12
Entorno: Construído originalmente em
1987 foi reformado em função da
identidade local e de seu entorno. O
projeto conceitual remete a um pote
cerâmico típico, a cabaça. A única cida-
de, da Copa do Mundo FIFA 2010TM
,
que apresentava dois estádios na compe-
tição: o Soccer City e o Ellis Park Stadi-
um plantou 200 mil árvores como forma
de minimizar a emissão de carbono das
construções e reformas para a Copa.
Água: Quanto ao uso de água, o
reaproveitamento da água da chuva
envolveu a transformação de um fosso
descoberto em um reservatório de água
coberto para a irrigação do gramado e
atividades de limpeza. O estádio trabalha
com uma meta de utilização de 80% de
água reciclada para a irrigação do campo,
dos 100 mil litros diários necessários. Os
equipamentos sanitários apresentam
controle do sistema de fluxo e vazão,
podendo este ser ajustado de acordo com
a necessidade e a frequência.
Energia: Quanto ao setor energético, o
Soccer City utiliza lâmpadas compactas
fluorescentes; além de ter instalado e
construído um sistema de gestão de
zonas que permite o controle individua-
lizado, minimizando custos com
eletricidade e aquecimento de áreas não
operantes, em períodos de uso reduzido.
Materiais: A fachada é revestida com 40
mil painéis de fibra de vidro e concreto,
mais ecológicos e com potencial de
aquecimento global 40% menor que os
tradicionais de fibra de vidro, cimento
e/ou alumínio, atualmente utilizados.
Conforto Ambiental: Controle de áreas
refrigeradas e aquecidas e favorecimento
da ventilação e da iluminação naturais.
Localização: Johanesburgo (cidade)
Gauteng (província)
Capacidade: 94.787 pessoas (Copa)
88.460 pessoas (hoje)
Estimativa: 440 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Boogertman Urban Edge
and Partners e Populous
Início da obra: Fevereiro de 2007
Inauguração: Dezembro de 2009
Outros nomes: FNB Stadium (naming
rights de uma rede bancária sul-africana)
Mandante: Kaizer Chiefs (futebol) e a
Seleção Sul-africana de futebol
Finalidade: Multiuso (futebol, rúgbi,
eventos religiosos e concertos musicais).
Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010,
Campeonato Sul-africano de Futebol
Acesso e Transporte: Nasrec Station
(sistema metroviário de Johanesburgo)
Fonte: SOUTH AFRICA. National
Legacy Report for the Greening of the
2010 FIFA World CupTM
. 2011 South
Africa: Environmental Affairs Depart-
ment. 120 p.
231
Continente/País: América/Argentina
Estádio Ciudad de La Plata Eco Medidas:
Fonte: www.globoesporte.globo.com/platb/fute
bolargentino/2011/02/18/principal-palco-da-co
pa-america-e-reaberto-na-argentina/
Acesso 15/04/12
Entorno: Está inserido em um parque
urbano arborizado.
Materiais: A cobertura usa o PTFE
tensionado em forma de duas tendas
amarradas. A solução é mais barata e
mais leve que as coberturas de estádios
tradicionais que consomem maior
quantidade de materiais.
Conforto Ambiental: Esta mesma
cobertura tem propriedades térmicas
melhores que as executadas com
materiais metálicos tradicionais e é
menos poluente que as de policarbonato.
Sua acústica também é melhor, pois em
uma tempestade este material ameniza o
som, ao contrario da metálica, que o
realça.
Localização: La Plata (cidade)
Buenos Aires (província)
Capacidade: 50.000 pessoas
Estimativa: 216 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Roberto “Nolo” Ferreira
Início da obra: Construído em 1987
Abertura parcial 2003
Inauguração: 12 de fevereiro de 2011
Outros nomes: Est. Único de La Plata
Mandante: Estudiantes de La Plata e
Gimnasia y Esgrima de La Plata (futebol)
Finalidade: Multiuso: futebol, eventos
esportivos, comerciais e shows musicais.
Eventos: Copa América 2011, Copa
Santander Libertadores da América 2009
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: ARCH DAILY. Estadio Único
Ciudad de La Plata / Roberto Ferreira
& Arquitectos Asociados. 12 nov. 2011.
Disponível em: <http://www.archdaily.
com/ 183538/estadio-unico-ciudad-de-la-
plata-roberto-ferreira-arquitectos-asocia
dos/?utm _source=feedblitz&utm_medi
um=FeedBlitzEmail&utm_campaign=0
&utm_content=383045>. Acesso em: 15
abr. 2012.
232
Continente/País: América/Brasil
Arena Grêmio Eco Medidas:
Fonte: www.globoesporte.globo.com/futebol/
times/gremio. Acesso 15/04/12
Entorno: O projeto busca a certificação
LEED, sendo assim, destacam-se as
seguintes medidas sustentáveis: estacio-
namento com mais de 50% das vagas
cobertas, reduzindo o efeito da ilha de
calor e vagas preferenciais para veículos
de baixa emissão de poluentes e de
incentivo a caronistas. O projeto infiltra
mais água de chuva para dentro do
terreno em comparação às condições
originais do terreno, reduzindo cheias.
Água: A cobertura capta água de chuva
para 50% da irrigação do gramado, que é
automatizada, economizando mais 30%
de água potável. As águas pluviais
captadas, também são utilizadas em
aparelhos sanitárias. Quanto ao
esgotamento sanitário este terá seu fluxo
reduzido em 20%, ao utilizar metais,
louças e válvulas mais eficientes.
Energia: Quanto às questões energéticas
há pelo menos 10% de redução do
consumo de energia anual, através do uso
de ar condicionados de alta eficiência e
iluminação com baixos níveis de
potência.
Materiais: Sua construção está
incorporando o máximo de materiais
regionais, reciclados, e certificados, além
de tintas, selantes e vernizes com baixa
emissão de compostos voláteis.
Resíduos: A arena contará com áreas
permanentes de segregação de resíduos e
promoverá campanhas de conscienti-
zação, para seu público, das medidas
sustentáveis adotadas.
Conforto Ambiental: Cobertura na cor
clara, de alta refletividade, minimizando
os ganhos com calor e reduzindo a carga
térmica da construção.
Localização: Porto Alegre (cidade)
Rio Grande do Sul (estado)
Capacidade: 60.540 pessoas
Estimativa: 465 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): Antônio Monteiro,
Pedro Santos
Início da obra: 20 de setembro de 2010
Inauguração: 08 de dezembro de 2012
Outros nomes:
Mandante: Grêmio Foot-Ball Porto
Alegrense (futebol)
Finalidade: Multiuso: futebol, shows, e-
ventos, conferências, espaços comerciais
Eventos: Centro de Treinamento para a
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014
Acesso e Transporte: Estação Anchieta
(sistema metroviário de Porto Alegre)
Fonte: GRÊMIO ARENA. Certificação
LEEDTM
. In: Arena Grêmio, 17 jun,
2011. Disponível em: <http://arena.gre
mio.net/#!/diferenciais/288-certificacao-
leed>. Acesso em: 01 ago. 2012.
233
Continente/País: América/Brasil
Arena Palestra Itália Eco Medidas:
Fonte: www.legiaopalestrina.blogspot.com.br/
Acesso 15/04/2012
Entorno: O projeto prevê uma ampla
integração com a malha urbana da Zona
Oeste paulistana. A Arena que apresenta
gramado elevado, em relação ao nível do
solo, está se preocupando com o
remanejo de espécies arbustivas.
Água: Dentre as questões referentes à
redução do consumo de água destacam-
se: a utilização de torneiras com tempo-
rizadores, captação de água de chuva e
louças com baixo fluxo de vazão.
Energia: A iluminação racionalizada
contará com lâmpadas de LED.
Resíduos: O novo estádio do Palmeiras
está reciclando e reutilizando mais de 20
mil m³ de concreto e 4 mil toneladas de
aço do antigo estádio para os mais
diversos fins, dentre eles destacamos a
execução de sub-base de calçamentos e
de projetos dos empreendimentos em
anexo, ao complexo.
Conforto Ambiental: A envoltória é
permeável facilitando a iluminação e a
ventilação naturais.
Localização: São Paulo (cidade)
São Paulo (estado)
Capacidade: 45.000 pessoas (previsão)
Estimativa: 330 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): Tomás Taveira
Início da obra: Outubro de 2010
Inauguração: Outubro de 2013 (prev.)
Outros nomes: Parque Antárctica
Mandante: Sociedade Esportiva
Palmeiras (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
concertos e outros eventos coorporativos
Eventos: Centro de Treinamento para a
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014
Acesso e Transporte: Estação Palmeiras-
Barra Funda (linhas de metrô e trem)
Fonte: NOVA ARENA. Nova Arena: o
Complexo Multiuso Mais Moderno da
América Latina. 2012. Disponível em:
<http://www.novaarena.com.br/2012/pro
jeto.asp>. Acesso em: 15 abr. 2012.
234
Continente/País: América/Brasil
Estádio Governador Roberto Santos Eco Medidas:
Fonte: www.saofrancisconoticias.com.br.
Acesso 15/04/2012
Entorno: Dentre as poucas medidas
sustentáveis adotadas, nesta reforma,
destaca-se: a criação do esgotamento
sanitário, até então inexistente.
Energia: A colocação de 1,7 mil
módulos de placas solares em sua
cobertura, com carga de 630 MWh/ano,
equivalente a uma produção 75% maior
que a do estádio, em um ano. O primeiro
da América Latina, a usar este tipo de
tecnologia, com o apoio de uma equipe
técnica alemã, o que representa uma
economia de cerca de R$ 120 mil por
ano, sob a coordenação da Universidade
Federal de Santa Catarina. Ocorreu
também a troca de lâmpadas por modelos
mais eficientes, melhorando a
luminosidade.
Conforto Ambiental: Seu formato de
arquibancada em ferradura facilita
questões de conforto ambiental.
Localização: Salvador (cidade)
Bahia (estado)
Capacidade: 31.677 pessoas
Estimativa: 21 milhões (R$ reais)
5,5 milhões (R$ reforma)
Arquiteto(s): Estado da Bahia
Início da obra: 2011
Inauguração: 1979 e 2012 (Reforma)
Outros nomes: Estádio do Pituaçu (nome
do bairro, onde está localizado)
Mandante: Bahia F. C. (futebol) em fun-
ção das reformas da Arena Fonte Nova
Finalidade: Multiuso: futebol, shows,
feiras e outros eventos sociais
Eventos: Centro de Treinamento para a
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: MAIA, G. Estádio de Pituaçu,
em Salvador, Inaugura Sistema de
Energia Solar Nesta Terça-feira. In:
NE10/Bahia, 10 abr. 2012. Disponível
em: <http://ne10.uol.com.br/canal/cotidia
no/nordeste/noticia/2012/04/10/estadio-
de-pituacu-em-salvador-inaugura-siste
ma-de-energia-solar-nesta-tercafeira-336
733.php>. Acesso em: 15 abr. 2012.
235
Continente/País: América/Brasil
Estádio Olímpico João Havelange Eco Medidas:
Fonte: www.minhaalmacanta.blogspot.com
Acesso 15/04/2012
Água: Apresenta poucas medidas que o
tornam ecologicamente sustentável,
dentre elas, sobressai-se a coleta de água
de chuva da cobertura para duas
cisternas, com capacidade de 470 mil
litros de água, que retêm até um milhão e
meio de litros. Esta água, que representa
uma economia de 11 milhões de litros
anuais do sistema público de
abastecimento e R$ 20 mil mensais, é
destinada a irrigação dos gramados,
limpeza, sistema de combate a incêndio,
refrigeração e ao uso em descargas e
aparelhos sanitários. O sistema é
composto de filtros, acessórios e
cisternas de armazenamento, desenvol-
vido por uma empresa alemã e fabricado
no Brasil. Toda esta água captada, se não
fosse aproveitada, escoaria em direção as
galerias pluviais de drenagem da Zone
Norte carioca, já saturadas.
Energia: Na parte energética, telões em
LED e uma gestão mais econômica
também foram pensadas por seus
arquitetos em sua concepção.
Localização: Rio de Janeiro (cidade)
Rio de Janeiro (estado)
Capacidade: 46.931 pessoas (hoje)
60.000 (ampliação 2016)
Estimativa: 380 milhões (R$ reais)
Arquiteto(s): Carlos Porto
Início da obra: 2003
Inauguração: 30 de junho de 2007
Outros nomes: Stadium Rio, Engenhão
(nome do bairro, onde fica localizado).
Mandante: Botafogo de Futebol e
Regatas (futebol)
Finalidade: Multiuso: futebol, atletismo,
shows, feiras e outros eventos culturais
Eventos: Jogos Pan-americanos de 2007,
Jogos Parapan-americanos de 2007
Acesso e Transporte: Estação Engenho
de Dentro (sistema ferroviário do Rio)
Fonte: FUTEBOL INTERIOR. Grama-
do do Engenhão Será Irrigado com
Água de Chuva. 2007. Disponível em:
<http://www.futebolinterior.com.br/canal
/futebol_brasil/15877+Gramado_do_En
genhao_sera_irrigado_com_agua_de_chu
va>. Acesso em: 09 abr 2012.
236
Continente/País: América/Brasil
Eco Estádio Janguito Malucelli Eco Medidas:
Fonte: www.panasonic.com.br/ecoideas/blog/
Acesso 15/04/2012
Entorno: É o primeiro estádio ecológico
do Brasil, nas proximidades do Parque
Barigüi, na capital paranaense, onde se
encontra totalmente inserido, com
simplicidade em seu contexto, com área
aproximada de 1,4 milhões de metros
quadrados. Sua arquibancada foi erguida
no desnível taludado natural da lateral do
terreno, onde os assentos foram fixados
diretamente sobre o gramado, como
forma de causar o menor impacto
ambiental possível.
Materiais: Concreto só fora utilizada em
áreas obrigatórias por lei como nos
calçamentos de circulação dos
torcedores. Toda a madeira utilizada, na
construção, teve como origem áreas de
reflorestamento.
Resíduos: Reutilizou ferro proveniente
de dormentes de ferrovias desativadas.
Conforto Ambiental: Pelo seu contexto
urbano e arquitetura simplificada tem a
ventilação e a iluminação naturais
potencializadas e exploradas ao máximo.
Localização: Curitiba (cidade)
Paraná (estado)
Capacidade: 6.000 pessoas (hoje)
Estimativa: 1,2 milhão (R$ reais)
Arquiteto(s): Grupo J. Malucelli
Início da obra: Início da obra: 2007
Inauguração: 07 de julho de 2007
Outros nomes: Eco Estádio, Janguitão
Mandante: Sport Club Corinthians
Paranaense (futebol)
Finalidade: Multiuso: futebol, lazer e
outros eventos culturais
Eventos: Jogos do Campeonato
Paranaense de Futebol
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: JMALUCELLI. EcoEstádio
Janguito Malucelli. 2012. Disponível
em: <http://www.jmalucelli.com.br/in
dex.php?pag=empresas&t_cod=99&subg
rupo= eco_estadio_janguito_malucelli>.
Acesso em: 15 abr. 2012.
237
Continente/País: América/Canadá
BC Place Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.flickr.com.
Acesso 16/04/2012
Entorno: A partir de 2011, a Arena se
tornou carbono neutro, principalmente
em função da sua preocupação com o
desperdício de insumos.
Energia: A cobertura recém-reformada é
muito mais eficiente, analisando os
aspectos energéticos, do que a original,
poupando 25% de energia (ou cerca de
US 350.000 milhões de dólares por ano).
Um adicional de 100.000 de dólares, por
ano, será salvo em custos de manutenção. A nova iluminação da cobertura, em
LED, apesar do alto investimento inicial
representa uma grande redução de custos
com o consumo energético.
Materiais: O gramado é sintético feito
com material ambientalmente correto e
de melhor adaptação às condições
climáticas locais e ao seu fechamento.
Conforto Ambiental: Foi a primeira
arena coberta de seu país e possuía a
maior cobertura inflável do mundo até 04
de maio de 2010, quando após alguns
incidentes, foi proposta a sua
substituição. Após a reforma, se tornou o
estádio com o maior cabo de aço
sustentando uma cobertura retrátil de
ETFE, o que permite a iluminação
natural da arena e o fechamento de sua
cobertura, em 20 minutos, em dias
chuvosos e no rigoroso inverno local.
Localização: Vancouver (cidade)
C. Britânica (província)
Capacidade: 54.320 (futebol americano)
21.000 (futebol)
Estimativa: 260 milhões (US dólares)
563 milhões (reforma)
Arquiteto(s): Phillips Barratt (1983)
Stantec Architecture (2010)
Início da obra: Abril de 1981 (original)
Abril de 2010 (reforma)
Inauguração: 19 de junho de 1983 (ori-
ginal) /30 de setembro de 2011 (reforma)
Outros nomes:
Mandante: British Columbia Lions (fut.
americano), Vancouver Whitecaps (fut.)
Finalidade: Multiuso: esportes, comer-
cio, shows, eventos e automobilismo
Eventos: Expo 1986, Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos de Inverno de 2010
Acesso e Transporte: Stadium China-
town Sky Train Station (sistema metro-
viário da cidade de Vancouver)
Fonte: BC PLACE. The New Stadium.
2011. Disponível em: <http://www.bcpla
ce.com/index.php/roof.html> Acesso em:
16 abr. 2012.
238
Continente/País: América/Chile
Est. Nacional Julio Martínez Prádanos Eco Medidas:
Fonte: www.panasonic.com.br/ecoideas/blog/
Acesso 15/04/2012
Entorno: Em 15 de junho de 2009, a
então presidente Michelle Bachelet
apresentou um plano de intervenções em
todo o conjunto que foi cumprido
parcialmente em função do terremoto
que atingiu o Chile em 27 de fevereiro de
2010, o que inverteu as prioridades. Sua
reinauguração parcial ocorreu em 12 de
setembro de 2010. Com a posse do atual
presidente, Sebastián Piñera, foi proposto
em 03 de junho de 2011, o aumento da
capacidade para 70 mil, além da inserção
deste em um contexto sustentável com
63,5 hectares, com a disposição de 15
mil novas espécies arbóreas, um
complexo recreativo e desportivo. Este
complexo denominado “Parque de la
Ciudadanía” custará 25 milhões de
dólares, sendo escolhido em um concurso
internacional de arquitetura, vencido pela
equipe formada por Teodoro Fernández,
Rodrigo Pérez de Arce e Owar
Arquitectos; para equiparar o principal
estádio chileno as principais arenas
mundiais de qualidade. A previsão da
entrega deste parque urbano também é
para 2014, quando o Chile sediará os
Jogos Sul-Americanos, um evento
multiesportivo, no estilo das Olimpíadas.
Energia: Nesta reforma o estádio contará
com uma iluminação mais moderna e
eficiente.
Conforto Ambiental: A nova proposta
prevê que o estádio receba cobertura
favorecendo as questões de conforto
ambiental e facilitando a iluminação
natural e a ventilação cruzada; já que este
se localiza no centro de um parque
urbano.
Localização: Santiago (cidade/região)
Capacidade: 70.000 pessoas (original)
47.000 pessoas (hoje)
Estimativa: 38 milhões (US dólares)
42 milhões (reforma)
Arquiteto(s): Karl Brunner (1938) /
Álvaro Costa, Francisco Romero e Max
Decombe (Atual Remodelação)
Início da obra: 1937 (original) / 15 de
junho de 2009 (reforma)
Inauguração: 03 de dezembro de 1938
(original) / Reforma 2014 (previsão)
Outros nomes: Est. Nacional do Chile,
El Coloso de Ñuñoa, El Pasional
Mandante: Club Universidad de Chile
(futebol) e Seleção de Futebol do Chile
Finalidade: Multiuso: futebol, atletismo,
concertos, eventos religiosos e shows
Eventos: Copa do Mundo FIFA de 1962,
Copa América 1991 e 2015
Acesso e Transporte: Estación Ñuble
(sistema metroviário de Santiago)
Fonte: VARAS, C. ¿El Cóndor de Pi-
ñera y Mardones en el Estadio Nacio-
nal? Concurso Público Por Favor… In:
Plataforma Urbana, 02 fev., 2010. Dispo-
nível em: <http://www.plata formaurbana
.cl/archive/2010/02/02/el-estadio-naciona
l-de-pinera-y-mardones-condores-volcan
es-y-regiones-se-toman-el-complejo-dep
ortivo/#more-14431>. Acesso: 01/04/12.
239
Continente/País: América/Costa Rica
Estádio Nacional da Costa Rica Eco Medidas:
Fonte: www.google.com.br
Acesso 21/08/2012
Entorno: Localizado integrado ao Par-
que Metropolitano de La Sabana, uma
grande área verde da capital San José,
Sua construção se sucedeu através de
uma doação proporcionada pela China,
após acordos internacionais bilaterais
entre estes dois países
Energia: É o estádio mais moderno e
tecnológico (telões de LED e iluminação
de última geração) da América Central e
do Caribe, respeitando os preceitos
ambientais e esportivos do COI.
Conforto Ambiental: Apresenta
cobertura que favorece a penetração de
iluminação e ventilação naturais.
Localização: San José (cidade)
San José (província)
Capacidade: 35.175 pessoas (hoje)
Estimativa: 110 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Anhui Foreign Economic
Construction (Group) Co.
Início da obra: 12 de março de 2009
Inauguração: 10 de janeiro de 2011
Outros nomes:
Mandante: Seleção da Costa Rica
Finalidade: Multiuso: futebol, atletismo,
museu, concertos, eventos e shows
Eventos: Copa do Mundo Feminina Sub-
17 FIFA 2014
Acesso e Transporte: Parada del Tren
Urbano del MAG (sistema ferroviário)
Fonte: RODRÍGUEZ, J. L. China
Entregó el Estadio com un Mes de
Antecipación. In: La Nación, 11 jan.
2011 Disponível em: <http://www.naci
on.com/2011-01-11/Deportes/NotasDes
tacadas/Deportes2647793.aspx>. Acesso
em: 21 ago. 2012.
240
Continente/País: América/Estados Unidos da América
CenturyLink Field Eco Medidas:
Fonte: www.seahawknationblog.com
Acesso 21/08/2012
Entorno: Palco de alguns amistosos da
seleção brasileira de futebol, a redução
das emissões de carbono deste projeto
ultrapassam 1.346 toneladas métricas por
ano, principalmente ao estimular o
abundante transporte público local.
Água: Economizam, 1.342,660 litros de
água, anualmente, com equipamentos
eficientes e mais 1,8 milhões de dólares
com o gramado artificial, o que dispensa
serviços de aquecimento e irrigação.
Energia: Em sua cobertura foram
instalados 3750 painéis solares com
capacidade energética para 830.000
kWh; aliada a uma iluminação de alta
eficiência. Conta ainda com a
mecanização dos sistemas o que permitiu
uma redução da dependência dos
serviços públicos em 21%, anualmente.
Materiais: Sua construção incorporou o
máximo de materiais regionais,
reciclados, e certificados.
Resíduos: Foi construído com a recicla-
gem de quase metade dos resíduos de seu
estádio antecessor. Quanto à gestão de
resíduos sólidos, estimula a conscientiza-
ção de seus usuários com programas de
reciclagem de resíduos e compostagem.
Conforto Ambiental: A cobertura apenas
nas laterais do gramado facilita a
incidência de iluminação natural e da
ventilação cruzada.
Localização: Seattle (cidade)
Washington (estado)
Capacidade: 38.500 pessoas (soccer)
67.000 (fut. americano)
72.000 (expansão)
Estimativa: 360 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Ellerbe Becket,
LMN Architects
Início da obra: Setembro de 1998
Inauguração: 28 de julho de 2002
Outros nomes: Seahawks Stadium,
Qwest Field
Mandante: Seattle Seahawks (fut. ameri-
cano) e Seattle Sounders FC (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, mostras,
shows, edifício-garagem e feiras
Eventos: Copa Ouro da CONCACAF
2005 e 2009
Acesso e Transporte: Seattle King Street
Station (sistema ferroviário de Seattle)
Fonte: CENTURYLINK FIELD.
Sustainability at CenturyLink Field. 2012. Disponível em: <http://www.centu
rylinkfield.com/sustainability-at-century
link/>. Acesso em: 22 ago. 2012.
241
Continente/País: América/Estados Unidos da América
Cowboys Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.twistedsifter.com
Acesso 22/08/2012
Entorno: Dentre as preocupações com o
seu entorno destaca-se a pavimentação
com materiais permeáveis o que facilita a
drenagem e reduz áreas de inundação.
Água: Há o consumo de um milhão de
litros de água anuais focado em
iniciativas verdes.
Energia: O estádio é capaz de consumir
20% menos energia do que estádios da
mesma magnitude.
Materiais: Insumos locais foram
utilizados na sua construção ao máximo.
Resíduos: Dentre as questões de gestão
de resíduos destacamos um biorreator de
compostagem para matéria orgânica, um
programa de reciclagem abrangente e a
redução de 25% de seus resíduos sólidos.
Conforto Ambiental: Foi construído com
o maior teto retrátil do mundo, pode
fechar seus painéis em 12 minutos,
dependendo das condições climáticas.
Esta facilidade permite um maior número
de eventos realizados com iluminação
natural, ao mesmo tempo, em que
impede que o gramado seja natural. A
operacionalidade de sua envoltória e a
presença de portas retráteis proporciona a
circulação de ar durante seus jogos.
Localização: Arlington (cidade)
Texas (estado)
Capacidade: 80.000 pessoas
110.000 (expansível)
Estimativa: 1,3 bilhão (US dólares)
Arquiteto(s): HKS Sports &
Entertainment Group
Início da obra: 20 de setembro de 2005
Inauguração: 27 de maio de 2009
Outros nomes: The Palace in Dallas,
Cowboys Cathedral
Mandante: Dallas Cowboys
(futebol americano)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
outras atividades do entretenimento.
Eventos: Copa Ouro da CONCACAF
2009 e 2011, XLV Super Bowl 2011
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: ARLINGTON. Cowboys Stadi-
um Construction. City of Arlington,
Texas, USA. 2012. Disponível em:
<http://www.arlingtontx.gov/cowboys/co
nstruction.html>. Acesso em: 22 ago.
2012.
242
Continente/País: América/Estados Unidos da América
Lincoln Financial Field Eco Medidas:
Fonte: www.lincolnfinancial.rockandbus.com/
Acesso 22/08/2012
Entorno: A equipe de projetistas
calculou as emissões de gases provenien-
tes das atividades de uso de seu
complexo e planta árvores para
compensar a pegada de carbono. O
estádio fica localizado em um complexo
esportivo ao lado de um parque urbano.
Energia: O estádio produz 97% de toda
a sua energia através de fontes
renováveis, o que representa, a nível de
comparação, ao utilizado por 26 mil
residências ao longo de um ano. Dentre
as medidas adotadas destacam-se: a
instalação de 80 turbinas eólicas, ao
longo da fachada superior do estádio e
2.500 painéis solares em balanço; além
de uma subestação de 7,6 megawatts
dual-fuel no local.
Materiais: Na gestão de materiais, houve
a substituição por recicláveis, por
exemplo, os copos plásticos foram
substituídos por um à base de milho, ou
seja, mais biodegradável.
Resíduos: Atualmente, 80% dos resíduos
gerados são reciclados, entretanto a
administração objetiva alcançar 95% do
total. Todas estas mudanças acarretaram
30 milhões de dólares em despesas, mas
significarão uma economia de 60
milhões de dólares nos próximos 20
anos. E para o meio ambiente serão
poupados o equivalente a 500.000 barris
de petróleo em gás carbônico
Conforto Ambiental: A ausência de
cobertura facilita a permeabilidade de
raios solares e da ventilação cruzada.
Localização: Filadélfia (cidade)
Pensilvânia (estado)
Capacidade: 67.594 pessoas
Estimativa: 512 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): NBBJ e
Agoos Lovera Architects
Início da obra: 07 de maio de 2001
Inauguração: 03 de agosto de 2003
Outros nomes: The Linc (naming rights),
Philadelphia Eagles Stadium
Mandante: Philadelphia Eagles
(futebol americano)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
outras atividades do entretenimento
Eventos: IV Copa do Mundo FIFA EUA
de Futebol Feminino 2003
Acesso e Transporte: A T and T Station
(sistema metroviário da Filadélfia)
Fonte: BANERJEE, N. Philadelphia
Eagles Go Greener With Eco-friendly
Stadium. In: Los Angeles Times, 09 jan.
2011. Disponível em: <http://articles.lati
mes.com/2011/jan/09/nation/la-na-envir
onmental-eagles-20110109>. Acesso em:
13 abr. 2012.
243
Continente/País: América/Estados Unidos da América
Lucas Oil Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.stonycreeklifestyle.com
Acesso 22/08/2012
Água: Há a utilização de torneiras
temporizadoras, sanitários eficientes e a
correta infiltração da água de chuva.
Energia: Quanto aos sistemas
energéticos, há um controle de
climatização e da iluminação de áreas
que não estão sendo utilizadas; e a
utilização de lâmpadas fluorescentes
compactas.
Materiais: Materiais sustentáveis são
sempre preferidos, o que faz com que,
por exemplo, produtos de limpeza
utilizados sejam apenas biodegradáveis.
Resíduos: Na demolição do estádio
antecessor, parte da cobertura foi doada
para abrigos, assim como seu mobiliário.
O estádio, atualmente, conta com um
programa gestão de resíduos, o que faz
com que bebedouros sejam utilizados ao
em vez de garrafas de água, como forma
de evitar o desperdício.
Conforto Ambiental: Foi construído com
teto retrátil de 9 minutos e paredes de
janela de vidro operáveis, em função das
condições climáticas e do conforto
ambiental natural.
Localização: Indianapolis (cidade)
Indiana (estado)
Capacidade: 63.000 pessoas
70.000 (expansível)
Estimativa: 720 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): HKS Inc e A2so4
Início da obra: 20 de setembro de 2005
Inauguração: 16 de agosto de 2008
Outros nomes: New RCA Dome
Mandante: Indianapolis Colts
(futebol americano)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
centro de convenções
Eventos: XLVI Super Bowl 2012
Acesso e Transporte: Indianapolis
Antrak Station (sistema ferroviário).
Fonte: FRITZE, J. City Quietly
Studying Designs for Colts Stadium. In: Ballparks, 23 jul. 2004. Disponível
em: <http://football.ballparks.com/NFL/
IndianapolisColts/newindex.htm>. Aces-
so em: 22 ago. 2012
244
Continente/País: América/Estados Unidos da América
MetLife Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.totalprosports.com
Acesso 22/08/2012
Entorno: Poupou 1,68 milhões de t de
CO2 no seu primeiro ano de operação.
Hoje, volta-se para questões de gestão
com baixo impacto ambiental. Ademais,
houve uma preocupação com o plantio de
espécies nativas, o ecossistema circun-
dante e com a utilização de máquinas
com combustíveis menos poluentes. O
complexo desenvolve programas de
conscientização ecológica de seus usuá-
rios e funcionários e só adquiri produtos
e serviços que tenham esta preocupação.
Água: Reduziu a demanda média em
cerca de 11.000 m³ por ano, ou seja, 25%
se comparado ao antigo estádio. A
recarga do lençol freático foi facilitada,
através da utilização de pedriscos para
forração, uma economia de 2 milhões de
litros de água, por ano. O gramado sinté-
tico economiza 3.500 m³ de água ao ano.
Energia: Com uma metragem quadrada,
duas vezes maior que seu antecessor
economiza 30% a mais de energia. O
sistema de energização é descentralizado
e com lâmpadas florescentes compactas,
reduzindo custos de áreas não utilizadas.
Os equipamentos de ventilação, calefa-
ção e iluminação são 25-50% mais efici-
entes. Está sendo estudada a implan-
tação de um sistema de energia solar.
Materiais: A construção incorporou
materiais ecológicos. Destacam-se a uti-
lização de assentos fabricados com
plástico reciclado e sucata de ferro e
produtos com baixa emissão de COVs.
Resíduos: Reutilizou cerca de 40.000t de
aço reciclado (50% de seu percussor, o
Giants Stadium) e reciclou 82% dos
resíduos gerados na construção. Das 70t
médias produzidas em uma partida, 25%
já fazem parte de um programa de
redução, além da matéria orgânica já ser
encaminhada para composteiras.
Conforto Ambiental: Eficiência dos
aparelhos de calefação e aproveitamento
da iluminação e ventilação naturais.
Localização: East Rutherford (cidade)
New Jersey (estado)
Capacidade: 82.566 pessoas
Estimativa: 1,6 bilhão (US dólares)
Arquiteto(s): EwingCole, Skanska AB,
360 Architecture
Início da obra: 05 de setembro de 2007
Inauguração: 10 de abril de 2010
Outros nomes: New Meadowlands Stad.
Mandante: New York Giants e New
York Jets (fut. americano)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
eventos midiáticos
Eventos: XLVIII Super Bowl 2014,
Amistosos da Seleção Americana
Acesso e Transporte: Meadowlands
Sports Complex Station (ferrovia).
Fonte: NJSEA - NEW JERSEY
SPORTS AND EXPOSITION AUTHO-
RITY; NMST - NEW MEADOW-
LANDS STADIUM COMPANY, LLC.
New Meadowlands Stadium Project -
Scoping Document. 2006. East Ruther-
ford - New Jersey , USA. 35 p.
245
Continente/País: América/Estados Unidos da América
University of Phoenix Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.football.ballparks.com
Acesso 23/08/2012
Entorno: Um dos estádios mais
modernos do mundo apresenta gramado
móvel que pode ser recolhido para
atividades não esportivas. Visitas e
atividades de manutenção substituíram os
tradicionais carros elétricos, ou a gás por
bicicletas, transporte mais ecológico.
Água: Como forma de reduzir o
consumo de água apresenta materiais, ou
sistemas a vácuo de limpeza (25% mais
econômicos e ecológicos), demonstrando
a preocupação ambiental de seus
gestores. Equipamentos sanitários, tam-
bém buscam economizar água, através de
dois acionamentos de descarga distintos.
Energia: Há uma intensa utilização de
equipamentos eficientes, iluminação em
LED, controle de áreas não utilizadas -
que tem seus circuitos desabilitados; e o
uso de 503 sensores de movimento para
controle e redução de gastos.
Materiais: Materiais locais e com parte
de seu conteúdo reciclado foram
preferidos; por exemplo, o plástico
constituinte dos assentos apresenta 10%
de sua composição de material reciclado.
Resíduos: O estádio gera 120 toneladas
de material reciclável por ano, tanto que
campanhas de direcionamento correto de
resíduos e a conscientização de seus
usuários são frequentes.
Conforto Ambiental: Seu teto retrátil
pode fechar em 15 minutos, o que facilita
a entrada de iluminação e ventilação
naturais.
Localização: Glendale (cidade)
Arizona (estado)
Capacidade: 63.400 pessoas
78.600 (expansão)
Estimativa: 455 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Peter Eisenman
Populous (HOK Sport)
Início da obra: 12 de abril de 2003
Inauguração: 01 de agosto de 2006
Outros nomes: Cardinals Stadium
Mandante: Arizona Cardinals
(futebol americano)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
exposições e eventos midiáticos
Eventos: XLII e XLIX Super Bowl
(2008 e 2015), Amistosos da seleção
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: UNIVERSITY OF PHOENIX.
Cardinals Stadium Design. 2010.
Disponível em: <http://www.azcardinals.
com/stadium/design.html>. Acesso em:
23 ago. 2012.
246
Continente/País: América/México
Estádio Omnilife Eco Medidas:
Fonte: www.msn.mediotiempo.com/negocios
Acesso 23/08/2012
Entorno: Sua inserção na paisagem é
constantemente comparada a um disco
voador em pouso, ou um vulcão, pelo
desenho da cobertura, já que seu Estado
localiza-se em uma área geológica
instável. O estádio está inserido em uma
área verde com sete hectares de mata
nativa; a preocupação com o “verde”
pode ser percebida, também, em sua
envoltória.
Água: A mesma cobertura que é
sinônimo de ironias é capaz de captar
30.000 m³ de águas pluviais, anualmente,
para fins não potáveis como: limpeza,
irrigação e aparelhos sanitários. Quanto
às águas residuais, estas são tratadas nas
proximidades do Estádio e utilizadas em
usos não potáveis.
Materiais: O estádio que tem seu nome
patrocinado por uma empresa mexicana
de suplementos alimentares apresenta
gramado sintético, considerado uma
“afronta” ao futebol deste país, mesmo
que resista a usos consecutivos e
necessite de pouca água para sua
manutenção.
Conforto Ambiental: O distanciamento
da cobertura do último assento facilita a
ventilação cruzada e permite a entrada de
iluminação natural neste equipamento.
Localização: Zapopan (cidade)
Jalisco (estado)
Capacidade: 49.850 pessoas
Estimativa: 146 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): VFO Arquitectos (HKO),
Jean Marie Massaud e Daniel Pouzet
Início da obra: 09 de maio de 2007
Inauguração: 29 de julho de 2010
Outros nomes: Volcano Stadium, Chivas
Stadium e Estádio Guadalajara
Mandante: Club Deportivo Guadalajara,
Chivas Rayadas (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
cinema infantil, lojas e salões de beleza
Eventos: XVI Jogos Pan-Americanos
Guadalajara 2011, Libertadores 2010
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: OLIVEIRA, L. Volcano
Stadium. In: Blog Gol de Arquitetura,
23 ago. 2009. Disponível em: <http://gol
daarquitetura.blogspot.com.br/2009/08/v
olcano-stadium.html>. Acesso em: 23
ago. 2012.
247
Continente/País: América/Peru
Estádio Nacional do Peru Eco Medidas:
Fonte: www.foroperu.com
Acesso 23/08/2012
Entorno: Através de um acordo firmado
entre o Instituto Peruano de Desportes e
a Universidade Nacional de Engenharia,
o estádio quinquagenário da capital foi
remodelado e ampliado (escritórios e
pista de atletismo), sem perder suas
características originais: como a grande
torre, os louros desportivos e sua
integração ao Parque de la Reserva /
Circuito Magico del Agua.
Energia: A iluminação, telões e efeitos
cenográficos luminotécnicos da fachada
contam com lâmpadas LED que são mais
econômicas e permitem uma ampla gama
de cores.
Materiais: A cobertura foi revestida por
uma manta em membrana geotêxtil que
“flutua” sobre as arquibancadas.
Conforto Ambiental: Uma nova envolto-
ria foi fixada em estrutura metálica e
revestida com chapas metálicas perfura-
das que facilitam a ventilação, o conforto
ambiental e a visão do interior para fora,
contudo o contrário não é possível.
Localização: Lima (cidade/província)
Capacidade: 39.305 pessoas
Estimativa: 70 milhões (US dólares)
Valor da reforma 2011
Arquiteto(s): José Bentín Diez Canseco,
Miguel Dasso
Inauguração: 27 de outubro de 1952
Remodelação: 24 de julho de 2011
Outros nomes: El Coloso de José Díaz,
Estádio Nacional de Lima
Mandante: Seleção de futebol do Peru
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
exposições e eventos midiáticos
Eventos: Campeonato Mundial de Fute-
bol Sub-17 2005, Copa América 2004
Acesso e Transporte: Estación Estadio
Nacional (sistema de BRTs de Lima).
Fonte: DELGADO, C. M. Proyecto
Remodelación Estadio Nacional Lima. In: Bitácora - Arquitectura Peruana, 14
mar. 2009. Disponível em: <http://arqui
tecturaperuana.blogspot.com.br/2009/03/
proyecto-remodelacion-estadio-nacional.
html> Acesso em: 23 ago. 2012.
248
Continente/País: Ásia/Catar
Sheikh Jassim Bin Hamad Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.mltqa.com/up//uploads/images/
Acesso 23/08/2012
Energia: Com uma arquitetura marcada
pelo design passivo, elementos de
construção pré-moldados e por quatro
torres de 45 metros de altura, em cada
uma das quinas do estádio, é uma
raridade no Oriente Médio; placas
fotovoltaicas, instaladas no estádio,
captam energia solar, convergem-na em
eletricidade que resfria o estádio, através
da parte inferior do assento, com emissão
zero de dióxido de carbono.
Conforto Ambiental: Apesar das tempe-
raturas, no verão, alcançarem os 45° C é
climatizado. Em uma partida realizada
com temperatura externa a 39° C, um
espectador poderá assistir a esta com a
temperatura agradável de 19° C. Todo
este sistema demorou 4 meses para ser
totalmente instalado, permitindo medidas
de poupança de energia e conforto
ambiental. A execução ficou a cargo da
empresa Arup Associates, com sede em
Londres, que está trabalhando com um
projeto de máximo aproveitamento de
energia solar de regiões áridas.
Localização: Doha (cidade)
Dawhah (municipalidade)
Capacidade: 17.000 pessoas
Estimativa: Não divulgada
Arquiteto(s): Ali Sharaf
Início da obra: 1974 (original)
2009 (reforma)
Inauguração: 1975 (original)
2010 (reforma)
Outros nomes: Al-Sadd Stadium
Mandante: Al-Sadd (futebol), Segunda
casa da Seleção Nacional431
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
exposições e eventos midiáticos
Eventos: Copa das Nações do Golfo
2004, XV Jogos Asiáticos de Doha 2006
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: QATARCLICK. Qatar to Tap
Solar Energy. In: Qatarqlick, 16 set.
2010. Disponível em: <http://www.qatar
qlick.com/technology/item/510-qatar-to-t
ap-solar-energy.html>. Acesso: 05/04/12.
DONGES STEELTEC. Stadium Roof-
ing- Jassim-Bin-Hamad Stadium, Do-
ha - Qatar. 2012. Disponível em: <http:
//www.donges-steeltec.de/en/product-gro
ups/sports-facilities/stadium-roofs/stadiu
m-roofing-al-sadd/> Acesso: 23/08/12.
43
Foi à casa da seleção até a inauguração do Estádio Internacional de Khalifah, também em Doha,
construído em 1976 e remodelado em 2005. Sua capacidade atual é de 50.000 espectadores e foi
apresentado como uma das subsedes da Copa do Catar 2022, onde terá acrescido 18.030 assentos.
249
Continente/País: Ásia/Cazaquistão
Astana Arena Eco Medidas:
Fonte: www.zerozero.pt/img/estadios/364/
Acesso 23/08/2012
Entorno: Com a preocupação de sua
inserção na paisagem, o estádio de forma
elíptica é o símbolo da cidade.
Energia: O projeto apresenta soluções
inovadoras adotando princípios de alta
tecnologia para a gestão operacional, a
interação com o meio ambiente e,
especialmente, com as condições
climáticas rigorosas do inverno cazaque.
Materiais: O gramado, entretanto, é
artificial, o que favorece pelo menos a
economia hídrica.
Conforto Ambiental: Apresenta
cobertura retrátil de 10 mil m² e 20
minutos de acionamento, em
policarbonato, o que facilita a entrada da
iluminação natural. Suas paredes em
concreto isolam o estádio das baixas
temperaturas externas do inverno.
Localização: Astana (cidade)
Astana (província)
Capacidade: 30.000 pessoas
Estimativa: 185 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Tabanlıoğlu Architects
Início da obra: 2006
Inauguração: 03 de julho de 2009
Outros nomes: Lokomotiv Astana Stad.
Mandante: Lokomotiv Astana (futebol),
Seleção do Cazaquistão
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
exposições e eventos internacionais
Eventos: VII Jogos Asiáticos de Inverno
2011, Campeonato Cazaque de Futebol
Acesso e Transporte: Turan Station
(sistema de transporte público de Astana)
Fonte: ARCSPACE. Tabanlioglu
Architects Astana Arena. In: ArcSpace,
25 jan. 2010. Disponível em: <http://
www.arcspace.com/architects/tabanliogl
u/astana-arena/astana-arena.html>. Aces-
so em: 23 ago. 2012.
250
Continente/País: Ásia/China
Bao'an Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.images.wordlesstech.com
Acesso 29/08/2012
Água: A cobertura, marca deste estádio,
permite a entrada de luz através de seu
material “filme luz”, ao mesmo tempo
em que coleta água de chuva, para reuso.
Energia: Quanto aos recursos
energéticos, há a economia de energia
através de um sistema de consumo mais
eficiente e pelo uso de lâmpadas LED.
Materiais: A referência ao bambu,
matéria-prima abundante e com baixo
gasto de energia, na China, está presente
em todo o estádio, dos elementos
estruturais verticais que sustentam a
cobertura, à produção de mobiliário
interno sustentável.
Conforto Ambiental: A fachada do
estádio é bastante permeável, o que
facilita a circulação de pessoas e da
ventilação natural, ao mesmo tempo em
que evita dificuldades em casos de
chuvas, ou insolações excessivas.
Localização: Shenzhen (cidade)
Guangdong (província)
Capacidade: 40.050 pessoas
Estimativa: 133 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Gerkan, Marg & Partners
Início da obra: 2009
Inauguração: 2011
Outros nomes: Bamboo Stadium
Mandante: Shenzhen Ruby Football
Club (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
exposições e eventos internacionais
Eventos: Jogos Universitários Mundiais
de Verão 2011, Super Liga Chinesa
Acesso e Transporte: Interligada a rede
pública de transporte de Shenzhen.
Fonte: XIMIN, H. Bamboo Forest a
Stage for Football. In: Shenzhen Daily,
24 jun. 2011. Disponível em:
<http://sztqb.sznews.com/page/641/2011
-06/24/E08/20110624 E08_pdf.pdf>.
Acesso em: 29 ago. 2012.
251
Continente/País: Ásia/China
Estádio Nacional de Beijing Eco Medidas:
Fonte: www.globoesporte.globo.com
Acesso 29/08/2012
Entorno: É marcado pela monumentali
dade e pela sua posição estratégica no
centro de um parque olímpico urbano
arborizado.
Água: A cobertura facilita a apreensão
de água de chuva como medida para
reduzir o consumo, assim como, o
complexo tem seus rejeitos líquidos
tratados na Estação de Tratamento de
Esgotos de Oinghe, que processa até
80.000m³, por dia, que são armazenados
em poços subterrâneos adjacentes. Estas
medidas reduzem a necessidade do
estádio de utilizar a água doce tratada, já
que o processado é utilizado para o
paisagismo, incêndios e limpeza.
Energia: O estádio capta energia solar.
Conforto Ambiental: Destaca-se pela
envoltória em estrutura metálica,
facilitadora da ventilação natural, mas
constituída por mais de 110.000
toneladas de aço, medida nada
sustentável. Para a permeabilidade da luz
solar e uma sensação de leveza
estrutural, no estádio, foi fixada entre as
vigas de aço uma membrana dupla,
semitransparente de ETFE, que oferece
maior proteção acústica, resistência aos
ventos, as águas pluviais e aos raios
ultravioleta. Foram utilizados 884 painéis
individuais de ETFE, que cobrem um
total de 38.500 metros quadrados da
envoltória. Já a superfície inferior do
estádio foi revestida com 1,044 painéis
de PTFE, que cobrem 53.000 m² de área,
melhoram a acústica e colaboraram com
iluminação natural, ao diminuir o brilho
e ajudar a sombrear, permitindo um
ambiente mais favorável às competições.
Localização: Beijing (cidade)
Beijing (municipalidade)
Capacidade: 80.000 pessoas (hoje)
91.000 (Olimpíadas 2008)
Estimativa: 457 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Herzog & de Meuron,
ArupSport, Research Group
Início da obra: 24 de dezembro de 2003
Inauguração: 28 de junho de 2008
Outros nomes: Estádio Olímpico da
China e Ninho de Pássaro
Mandante: Não há um mandante de
futebol neste estádio (ocioso)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
exposições e eventos internacionais
Eventos: Jogos Olímpicos e Paraolím-
picos de Verão de Beijing 2008
Acesso e Transporte: Olympic Sports
Center Station (sistema metroviário).
Fonte: ASTON, A. Can China Go
Green? In: BloombergBusinessweek
Magazine, 14 mai. 2009. Disponível em:
<http://images.businessweek.com/ss/09/0
5/0514_green_ china_awar dees/9.htm>.
Acesso em: 07 abr. 2012.
252
Continente/País: Ásia/Coreia do Sul
Jeonju World Cup Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.english.whatsonkorea.com
Acesso 29/08/2012
Entorno: Dentre as poucas medidas
sustentáveis levantadas deste estádio está
sua localização estratégica no centro de
um parque urbano de lazer e recreação.
Água: Destaca-se a incorporação da
coleta de água pluvial, através de um
tanque de armazenamento, com capaci-
dade para 21,3 m³ e o uso de equipa-
mentos sanitários mais econômicos.
Conforto Ambiental: Sua cobertura, em
formato de leque de bambu, um produto
tipicamente local, além de coletar água
da chuva é favorável ao conforto
ambiental passível. Localização: Jeonju (cidade)
North Jeolla (província)
Capacidade: 42.477 pessoas
Estimativa: 141 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): POSCO Architects
Início da obra: 19 de fevereiro de 1999
Inauguração: 08 de novembro de 2001
Outros nomes: "Fort Jeonju"
Mandante: Jeonbuk Hyundai (futebol)
Finalidade: Uso exclusivo do futebol
Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA
2002 Coreia do Sul - Japão
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: SOCCERPHILE. Jeonju World
Cup Stadium. 2002. Disponível em:
<http://www.soccerphile.com/soccerphil
e/archives/wc2002/fo/kv.html#je>. Aces-
so em: 29 ago. 2012.
253
Continente/País: Ásia/Coreia do Sul
Suwon World Cup Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.worldstadiums.com
Acesso 29/08/2012
Entorno: Dentre as poucas medidas
sustentáveis levantadas deste estádio está
sua localização urbana preocupada com o
contexto de inserção.
Água: Destaca-se a retenção da água de
chuva em um tanque de 24,5m³, para
usos de manutenção do estádio, o que de
certa forma contribui para evitar
inundações e desastres naturais. A água
reciclada é utilizada para instalações
sanitárias, rega de jardins e áreas verdes,
bem como para a limpeza de sanitários.
Conforto Ambiental: Sua cobertura, em
formato de um grande pássaro, além de
coletar água da chuva é favorável a
ventilação cruzada.
Localização: Suwon (cidade)
Gyeonggi-do (província)
Capacidade: 43.288 pessoas
Estimativa: 193 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Sam Woo Architects
Início da obra: Junho de 1997
Inauguração: 13 de maio de 2001
Outros nomes: Grande Pássaro
Mandante: Suwon Samsung Blue Wings
(futebol)
Finalidade: Uso exclusivo do futebol
Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA
2002, Copa das Confederações 2001
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: SOCCERPHILE. Jeonju World
Cup Stadium. 2002. Disponível em:
<http://www.soccerphile.com/soccerphil
e/archives/wc2002/fo/kv.html#je>. Aces-
so em: 29 ago. 2012.
254
Continente/País: Ásia/Japão
Estádio Shizuoka Ecopa Eco Medidas:
Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/
Acesso 29/08/2012
Entorno: Erguido em um parque
montanhoso com 269 hectares de
preocupações paisagísticas, apresenta
questões sustentáveis até em sua
denominação. A palavra Ecopa é
formada pela aglutinação dos sufixos
“eco” de ecologia e “pa” de parque. Seu
complexo é voltado para diversas
atividades esportivas e conta com lagos,
áreas para estacionamento, um ginásio
poliesportivo, um estádio auxiliar e áreas
de preservação ambiental e para
entretenimento diverso.
Água: Destaca-se a reutilização da água
de chuva para irrigação, através de uma
cobertura de PTFE com 23 mil m².
Energia: Destaca-se a utilização racional
dos aparelhos condicionadores para o
armazenamento de gelo.
Materiais: Priorizou-se insumos locais e
com algum tipo de material reciclado em
sua composição.
Conforto Ambiental: O aquecimento de
água se dá através do uso de um sistema
de energia solar. A forma arquitetônica
da cobertura facilita o máximo
aproveitamento da iluminação e da
ventilação naturais.
Localização: Fukuroi (cidade)
Shizuoka (província)
Capacidade: 50.889 pessoas
Estimativa: 368 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): AXA SATOW Inc.
Início da obra: 03 de março de 1998
Inauguração: 26 de março de 2001
Outros nomes: Shizuoka Stadium
Mandante: Jubilo Iwata, Shimizu
S-Pulse (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
eventos culturais e artísticos
Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA
2002 Coreia do Sul - Japão
Acesso e Transporte: Aino Station
(sistema ferroviário de Fukuroi).
Fonte: OSPMO - OGASAYAMA
SPORTS PARK MANAGEMENT
OFFICE. Ecopa Stadium / Ecopa Are-
na - Welcome to ECOPA. 2002. 8 p.
255
Continente/País: Ásia/Japão
Estádio Toyota Eco Medidas:
Fonte: www.worldstadiums.com
Acesso 29/08/2012
Entorno: Na implantação do projeto
foram levados em conta questões
ambientais, pela proximidade deste com
um corpo hídrico e um canal de
irrigação.
Água: A arena apresenta coleta e reuso
das águas pluviais, através da cobertura.
Energia: Materiais e sistemas mais
eficientes foram concretizados para
potencializar sua eficiência energética.
Resíduos: Há uma preocupação com os
resíduos gerados, pelo complexo, e sua
correta destinação.
Conforto Ambiental: É marcado por
uma cobertura retrátil em cloreto de
polivinila (PVC), revestida por fibra de
poliéster de alto desempenho, que lembra
um acordeão, leva uma hora para ter seu
acionamento concluído, em condições
climáticas desfavoráveis.
Localização: Toyota (cidade)
Aichi (província)
Capacidade: 45.000 pessoas
Estimativa: 377 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Kisho Kurokawa
Início da obra: 1997
Inauguração: 21 de julho de 2001
Outros nomes: Stade Toyota
Mandante: Nagoya Grampus Eight (fut),
Toyota Verblitz (rúgbi)
Finalidade: Uso exclusivo desportivo
Eventos: Campeonato Mundial de
Clubes da FIFA, Liga Japonesa
Acesso e Transporte: Toyotashi e
Shintoyota Stations (sistema ferroviário).
Fonte: TAKAHASHI, M. Sports
Facilities With a Cultural Aspect /
Toyota Stadium 2002. Disponível em:
<http://www.taiyokogyo.co.jp/wc_stadiu
m/stadium_ e/eng/camp/index. html>.
Acesso em: 06 abr. 2012.
256
Continente/País: Ásia/Japão
Misaki Park Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.google.com.
Acesso 29/08/2012
Água: Utiliza água de poços locais para
usos diversos e para poupar água da rede.
Energia: Desde março de 2010, passa
por testes da empresa japonesa de
comércio eletrônico Rakuten Inc., que
instalou painéis geradores de
eletricidade, através da vibração dos
torcedores, nos pisos das arquibancadas.
Esta energia, a primeira experiência do
gênero, é conduzida para a central
energética do estádio, de onde é
distribuída para os mais diversos usos de
toda a arena.
Conforto Ambiental: O estádio que
originalmente não apresentava cobertura
na parte posterior das linhas de fundo do
gramado, reduziu sua capacidade após o
torneio da FIFA e reinstalou a cobertura
de forma retrátil, com operação de 20
minutos, para proteger seus usuários de
condições climáticas desfavoráveis. A
arena conta com um sistema de ar
condicionado/ aquecimento através do
piso, como forma de economizar energia.
Localização: Kobe (cidade)
Hyogo (província)
Capacidade: 42.000 pessoas (Copa)
30.132 (atualmente)
Estimativa: 280 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Obayashi Corp.
Início da obra: 1997
Inauguração: Outubro de 2001
Outros nomes: Kobe Wing Stadium
Mandante: Vissel Kobe (futebol), Kobe
Steel Kobelco Steelers (rúgbi)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
eventos diversos
Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA
2002 Coreia do Sul - Japão
Acesso e Transporte: Wadamisaki
Station (sistema metroviário de Kobe).
Fonte: SHEPPARD, T. Sports Fans
Generate Electricity in Japan. 2011.
Disponível em: <http://www.asia.youth-
leader.org/?p=2580>. Acesso em: 07 abr.
2012.
257
Continente/País: Ásia/Japão
Nissan Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/
Acesso 29/08/2012
Água: Dentre as poucas medidas
sustentáveis levantadas, destacam-se: a
utilização do esgoto tratado na Estação
de Tratamento de Kohoku, para regar o
relvado e para utilização em louças
sanitárias; combinado com a água
reutilizada da captação do telhado.
Energia: O estádio conta com uma
iluminação eficiente que minimiza gastos
desnecessários da energia da rede.
Conforto Ambiental: Quanto ao
conforto, a envoltória impede a emissão
de ruídos; assim como, a cobertura tem
uma parte móvel e outra estática para
melhorar o conforto interno. Localização: Yokohama (cidade)
Kanagawa (província)
Capacidade: 72.327 pessoas
Estimativa: 600 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Matsuda-Hirata,
Tohata Architecture Office
Início da obra: Janeiro de 1994
Inauguração: 01 de março de 1998
Outros nomes: Yokohama International
Stadium
Mandante: Yokohama F. Marinos (fut.)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows,
eventos culturais e de entretenimento
Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA
2002, Copa das Confederações 2001
Acesso e Transporte: Shinyokohama e
Kozukue Stations (sistema ferroviário).
Fonte: YSA - YOKOHAMA SPORTS
ASSOCIATION. Overview of the Faci-
lity. 2012. Disponível em: <http://www.
nissan-stadium.jp/english/site.php#01>.
Acesso em: 29 ago. 2012.
258
Continente/País: Ásia/Japão
Saitama Stadium 2002 Eco Medidas:
Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/
Acesso 29/08/2012
Água: Conta com um sistema de
drenagem e purificação que recolhe
águas pluviais em tanques de 3.250
toneladas e as utiliza para irrigação do
gramado e sanitários.
Conforto Ambiental: Garante um
ambiente propício, o ano todo, para o
crescimento da grama, através de um
sistema computadorizado de controle de
temperatura do solo. Este corresponde a
40 km de tubos sem costura com 20 mm
de diâmetro, sob a superfície do campo,
onde as águas quente e fria podem ser
distribuídas. Localização: Saitama (cidade)
Saitama (província)
Capacidade: 63.700 pessoas
Estimativa: 350 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Azusa Sekkei Co., Ltd.
Início da obra: 09 de maio de 1998
Inauguração: 13 de outubro de 2001
Outros nomes: Estádio Saisuta,
Saitama Stadium
Mandante: Urawa Red Diamonds (fut.)
Finalidade: Uso exclusivo do futebol
Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA
2002, Liga Japonesa de Futebol
Acesso e Transporte: Urawamisono
Station (sistema ferroviário de Saitama).
Fonte: SAITAMA. Saitama Stadium
2002 - Information. 2012. Disponível
em: <http://www.stadium2002.com/en/
index.php>. Acesso em: 29 ago. 2012.
259
Continente/País: Ásia/Japão
Sapporo Dome Eco Medidas:
Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/
Acesso 29/08/2012
Energia: Marcado por uma cúpula de
grandes dimensões, quando se há
necessidade de se refrigerar o ambiente,
para se economizar energia, o ar frio é
lançado para sua periferia.
Materiais: É utilizada simultaneamente
para o beisebol (através de um gramado
artificial e fixo) e para o futebol (relvado
natural e móvel). Para esta transforma-
ção, o campo desliza para o exterior do
estádio, em aproximadamente cinco
horas, girando 180°.
Conforto Ambiental: Sua cobertura foi
projetada para facilitar a dispersão do
acumulo de neve, sem a necessidade de
gastos com a sua retirada. A ventilação e
a iluminação naturais são facilitadas
através de pequenas aberturas
mecanizadas da cobertura. Em função
das fortes nevascas locais, o aquecimento
foi facilitado enterrando boa parte da
estrutura ao solo.
Localização: Sapporo (cidade)
Hokkaido (província)
Capacidade: 41.484 pessoas
Estimativa: 510 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Hiroshi Hara
Início da obra: 1998
Inauguração: 03 de junho de 2001
Outros nomes: Hiroba Stadium
Mandante: Hokkaido Nippon Ham Figh-
ters (beisebol), Consadole Sapporo (fut)
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
eventos diversos
Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA
2002, Liga Japonesa de Futebol
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: SAPPORO DOME. In Sapporo
Dome, the Use and Device of Eco-
friendly Technique are Performed in
Such a Place. 2012. Disponível em:
<http://www.sapporo-dome.co.jp.e.cx.
hp.transer.com/kankyo/gijutsu.html>.
Acesso em: 06 abr. 2012.
260
Continente/País: Ásia/ Taiwan (República da China)
Kaohsiung National Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.gio.gov.tw
Acesso 30/08/2012
Energia: A arena que se destaca pela sua
cobertura, em formato de dragão, quando
vista de cima, tem nesta um de seus
maiores triunfos. Composta por 8.844
painéis de captação de energia solar, em
uma área de 14.155m². Estes painéis
fotovoltaicos são suficientes para suprir
todas as necessidades de energia do
estádio, composto por 3.300 luzes, em
apenas seis minutos, e dois telões
gigantes. Os 1.14 GW hora produzidos
são capazes, também, de iluminar 80%
das residências do entorno, ou podem ser
armazenados em baterias especiais. O
uso desta fonte de energia renovável e
limpa evita a emissão de 660 toneladas
de CO2, na atmosfera, anualmente.
Materiais: A arena teve outras
preocupações ambientais: foi construída
apenas com matérias-primas locais, e
utilizou elementos reciclados em sua
construção.
Conforto Ambiental: Sua cobertura,
além de favorecer a captação de energia
solar foi projetada para resfriar natural-
mente as arquibancadas e aproveitar ao
máximo a iluminação natural.
Localização: Kaohsiung (cidade)
Kaohsiung (condado)
Capacidade: 40.000 pessoas
55.000 (ampliação)
Estimativa: 150 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Toyo Ito
Início da obra: 2007
Inauguração: Junho de 2009
Outros nomes: Taiwan Solar Power
Stadium, National Stadium
Mandante: Seleção de Taipé Chinês de
Futebol
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
eventos diversos
Eventos: VIII Jogos Mundiais de 2009
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: PHAM, D. Dragon-Shaped
Solar Stadium in Taiwan is 100%
Powered by the Sun. In: Inhabitat, 15
mar. 2011. Disponível em: <http://inhabi
tat.com/taiwan%E2%80%99s-solar-sta
dium-100-powered-by-the-sun/>. Acesso
em: 04 set. 2012.
261
Continente/País: Europa/Alemanha
Allianz-Arena Eco Medidas:
Fonte: www.blog.rklarquitetura.com.br
Acesso 18/12/2012
Entorno: O estádio conta com garagens
de 70 mil m² com telhado verde, preocu-
pações paisagísticas e com o sistema de
infiltração, através de pisos permeáveis,
para promover o ciclo da água.
Água: O gerenciamento de águas
pluviais é abrangente com infiltração,
através de tanques de decantação e
reutilização. Apresenta descargas com
fluxo de vazão reduzido e automáticas.
Energia: A gestão energética reduziu os
gastos pela metade. Dispensou uma
unidade de fornecimento a diesel de
emergência por estar conectado a duas
linhas de fornecimento, independentes.
Resíduos: O estádio preza em sua gestão,
por materiais recicláveis, redução de
embalagens e a coleta seletiva. Conforto Ambiental: A temperatura de
aquecimento interno é automatizada e
recupera calor do sistema de eletricidade.
São utilizadas caldeiras de condensação
de 5 a 10% mais eficientes. O sistema de
refrigeração dos ambientes é controlado
por meio de sondas de CO2, o que
significa que o ar fresco é fornecido, de
acordo com a qualidade do ar e com a
necessidade. Cada área de aquecimento
da arena pode ser controlada individual-
mente, o que economiza eletricidade e
calor.
Localização: Munique (cidade)
Baviera (estado)
Capacidade: 69.901 pessoas (2006-12)
71.137 (hoje)
67.812 (partidas internac.)
Estimativa: 370 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Herzog & de Meuron
ArupSport
Início da obra: 21 de outubro de 2002
Inauguração: 30 de maio de 2005
Outros nomes: München Arena,
Munich Stadium
Mandante: FC Bayern Munich e TSV
1860 München (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Bundesliga, Copa Audi 2009 e
2011, XVIII Copa do Mundo FIFA 2006,
Liga dos Campeões da UEFA 2011-12.
Acesso e Transporte: Fröttmaning
Station (sistema metroviário d’ Munique)
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
262
Continente/País: Europa/Alemanha
AOL Arena Eco Medidas:
Fonte: www.casqueiforapraalemanha.blogspot.
com.br/2010/10/ Acesso 18/12/2012
Entorno: O projeto é integrado ao
Parque Urbano de Altonaer Volkspark
que conta com 205 hectares de área.
Água: Apresenta descargas com fluxo de
vazão reduzido e automáticas. A água de
chuva é desviada para corpos hídricos
receptores adjacentes e será utilizada,
através de poços, para a irrigação do
gramado e instalações sanitárias.
Energia: O estádio é abastecido através
de uma combinação de calor e energia; e
tenta poupar nos gastos de energia.
Resíduos: O estádio preza em sua gestão,
por materiais recicláveis, redução de
embalagens e a coleta seletiva. Conforto Ambiental: O aquecimento do
estádio evita a utilização de energia
elétrica, substituindo esta fonte por
biogás, ou calor recuperado. O biogás é
fornecido através de uma usina moderna
nas proximidades do estádio que
consome 20.000 toneladas de resíduos
biodegradáveis, por ano.
Localização: Hamburgo (cidade-estado)
Capacidade: 75.000 pessoas (original)
57.000 (hoje)
51.500 (partidas internac.)
Estimativa: 132 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Não disponível
Início da obra: 1951(original)
30 de abril de 1998 (ref.)
Inauguração: 12 de julho de 1953 (orig)
02 de setembro de 2000 (ref)
Outros nomes: HSH Nordbank Arena,
Imtech Arena, Volksparstadion
Mandante: Hamburger SV (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Bundesliga, Copa do Mundo de
1974 e 2006, Euro 1988 e UEFA 2010
Acesso e Transporte: Stellingen Station
(sistema ferroviário de Hamburgo).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
263
Continente/País: Europa/Alemanha
AWD Arena Eco Medidas:
Fonte: www.zerozero.pt/estadio.php?id=170
Acesso 18/12/2012
Entorno: É localizado integrado ao
perímetro do parque urbano, onde está
localizado o lago artificial Maschsee.
Água: Quanto a racionalização de água
utiliza mictórios a seco com tecnologia
de diafragma. Utiliza dos rios e do lago
Mashsee para a irrigação do gramado.
Energia: O estádio é abastecido através
de uma combinação de calor e energia; e
recebeu uma gestão energética ardilosa.
Conforto Ambiental: O estádio conta
com um sistema de aquecimento das
cabines. E Cobertura em ETFE
assimétrica para aproveitar ao máximo a
iluminação e a ventilação naturais. Localização: Hannover (cidade)
Baixa Saxônia (estado)
Capacidade: 86.000 pessoas (original)
49.000 (hoje)
43.000 (partidas internac.)
Estimativa: 85 milhões (US dólares)
Valor da reforma de 2003
Arquiteto(s): Heinz Goesmann,
Konwiarz Richard e Rudolf Hillebrecht
(original), Schulitz & Partners (2003)
Início da obra: 1952 (original)
Março de 2003 (reforma)
Inauguração: 26 de setembro de 1954
(original), Dezembro de 2004 (reforma)
Outros nomes: Niedersachsenstadion,
Hannover 96 Arena e Hannover Stadium
Mandante: Hannover 96 (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Bundesliga, Copa do Mundo
FIFA de 1974 e 2006, EuroCopa 1988,
Copa das Confederações FIFA 2005
Acesso e Transporte: Hannover-
Linden/Fischerhof e Stadionbrücke Sta-
tion (sistema ferroviário de Hannover).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
264
Continente/País: Europa/Alemanha
Bay Arena Eco Medidas:
Fonte: www.thetrequartista.files.wordpress.com/
Acesso 19/12/2012
Entorno: É localizado integrado ao
perímetro do Sportpark Leverkusen,
parque urbano e de práticas esportivas.
Água: Utiliza água de poço para a
irrigação do gramado, economia de 5.882
m³ de água, por ano; além de utilizar
mictórios a seco, uma economia de 1,176
m³ de água potável, por ano.
Energia: Lâmpadas de LED são
utilizadas na iluminação da cobertura e
substituíram boa parte das lâmpadas
alógenas dos ambientes internos. Foram
instalados também, sensores de presença.
Já os transformadores são ligados só
quando realmente necessários.
Materiais: Utiliza materiais de limpeza
menos nocivos ao meio ambiente.
Resíduos: Retorna para fornecedores,
por ano, 12 m³ de resíduos e embalagens.
Conforto Ambiental: A cobertura facilita
a proteção a intempéries, ao mesmo
tempo, que permite o aproveitamento da
iluminação natural. A envoltória facilita
a circulação de ar no interior da arena.
Localização: Leverkusen (cidade)
Renânia do Norte-Vestfália (estado)
Capacidade: 20.000 pessoas (original)
30.210 pessoas (hoje)
Estimativa: 93 milhões (US dólares)
Valor da remodelação 2007
Arquiteto(s): Max Bogl e Köster Bau
(original); HPP Hentrich-Petschnigg &
Partner (remodelação 2007)
Início da obra: 23 de abril de 1956 (orig)
1986 (renovação) , 2007 (remodelação)
Inauguração: 02 de agosto de 1958 (ori-
ginal), 1997 (fim da renovação), 15 de
agosto de 2009 (fim da remodelação).
Outros nomes:Ulrich-Haberland-Stadion
Mandante: Bayer 04 Leverkusen (fut.)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA de
Futebol Feminino 2011, Bundesliga
Acesso e Transporte: Leverkusen Mitte
Station (sist. ferroviário de Leverkusen)
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WOMEN'S
WORLD CUP 2011. Football’s
Footprint - Legacy Report. 2011.
Frankfurt, Alemanha. 65 p.
265
Continente/País: Europa/Alemanha
Borussia-Park Eco Medidas:
Fonte: www.skyscrapercity.com
Acesso 19/12/2012
Água: Utilização de mictórios mais
ecológicos, com baixa utilização de água,
uma reserva de 100 m³ de água, por jogo.
E aspersores de água para o gramado,
durante o verão, mais ecológicos, que
economizam 25.000 m³ de água, por ano.
Energia: Substituição da iluminação
convencional por LED, nas áreas VIP, na
esplanada e nos corredores internos, uma
redução de 15,284 kWh de energia/ano.
Conforto Ambiental: Ajusta manual-
mente o aquecimento e a refrigeração do
estádio, com base em condições
meteorológicas. Vinte e oito quiosques
receberam aquecedores elétricos, uma
economia de 4.005 kWh de energia / mês
de inverno.
Localização: Mönchengladbach (cidade)
Renânia do Norte-Vestfália (estado)
Capacidade: 54.019 pessoas (hoje)
45.500 (partidas internac.)
Estimativa: 112 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Planungsgruppe B
Início da obra: 13 de novembro de 2002
Inauguração: 30 de julho de 2004
Outros nomes: New Bökelberg Stadium
Mandante: Borussia Mönchengladbach
(time da primeira divisão da Bundesliga)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA de
Futebol Feminino 2011, Bundesliga
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WOMEN'S
WORLD CUP 2011. Football’s
Footprint - Legacy Report. 2011.
Frankfurt, Alemanha. 65 p.
266
Continente/País: Europa/Alemanha
Frankenstadion Eco Medidas:
Fonte: http://www.hpp.com/de/projekte/
Acesso 19/12/2012
Entorno: Localizado integrado à área do
Volkspark Dutzendteich, parque urbano
e de práticas esportivas de Nuremberg é
um exemplo de adaptação de estruturas
históricas ao conceito de sustentabilidade
conta com 15.000 m² de áreas de
estacionamento revestidas com cascalho
permeável e gramadas. Quiosques do
entorno receberam cobertura verde.
Água: Reutiliza água de chuva para
aspersão do gramado e limpeza, através
de três tanques com volume total de
1.000 m³. Mictórios a seco, também, fo-
ram instalados. A água de chuva é
desviada para os corpos hídricos
receptores adjacentes.
Energia: Utiliza um sistema alternativo
de energia, através de geradores a diesel
e de um sistema de placas fotovoltaicas
instaladas em sua cobertura de 12 mil m²
(250 kWp / 1,68 MWh ao ano).
Apresenta um sistema de aquecimento do
gramado mais eficiente e com menor
desprendimento energético. Poupa
energia, ao fornecer aos quiosques do
entorno, gás e não eletricidade para
aquecimento de água e chapas de cozinha
o que aumenta a eficiência.
Resíduos: Há a gestão ambiental correta
dos resíduos produzidos e uma continua
busca por um melhor desempenho
ambiental.
Conforto Ambiental: O gramado conta
com um sistema de aquecimento, assim
como os ambientes internos, que fora
otimizado. São utilizadas caldeiras de
condensação de 5 a 10% mais eficientes.
Localização: Nuremberg (cidade)
Baviera (estado)
Capacidade: 50.000 pessoas (original)
48.548 pessoas (hoje)
44.308 (partidas internac.)
Estimativa: 75 milhões (US dólares)
Valor da reforma de 2002
Arquiteto(s): Otto Ernst Schweizer-1928
Início da obra: 1925 (original); 1987,
1991, 2002 (renovações)
Inauguração: 1928 (original)
24 de Abril de 2005
Outros nomes: Stadion Nürnberg, Max-
Morlock-Stadion, Städtisches Stadion,
EasyCredit-Stadion (namings rights)
Mandante: FC Nürnberg (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Jogos Olímpicos de 1972, Copa
do Mundo FIFA 2006, Copa das
Confederações FIFA 2005, Bundesliga
Acesso e Transporte: Nürnberg
Frankenstadion Station (sistema
ferroviário de Nuremberg).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
267
Continente/País: Europa/Alemanha
Fritz-Walter-Stadion Eco Medidas:
Fonte: www.my.opera.com/miss2incredible
Acesso 19/12/2012
Entorno: É localizado na borda do Par-
que de Vida Selvagem de Kaiserslautern,
o que mostra a preocupação ecológica do
projeto.
Água: Para a racionalização da água
foram instalados mictórios a seco e
descargas automáticas.
Energia: Apresenta energia fotovoltaica
em três setores de sua cobertura, em uma
área de 6.000 m², com 5.000 módulos de
placas. Em dias ensolarados a produção é
de até 800 kWp, podendo gerar, por ano,
até 720.000 kWh, o suficiente para
abastecer, anualmente, 200 casas.
Lâmpadas fluorescentes de última
geração foram utilizadas e economizam
20% a mais que modelos anteriores.
Resíduos: O estádio preza em sua gestão,
por materiais recicláveis, redução de
embalagens e a coleta seletiva.
Conforto Ambiental: A cobertura facilita
o conforto térmico e o aproveitamento da
iluminação natural.
Localização: Kaiserslautern (cidade)
Renânia-Palatinado (estado)
Capacidade: 49.780 pessoas (hoje)
38.000 pessoas (original)
43.450 (partidas internac.)
Estimativa: 101 milhões (US dólares)
Valor da reforma de 2002
Arquiteto(s): Folker Fiebiger (reforma)
Início da obra: 1920 (original)
2002 (renovação)
Inauguração: 13 de maio de 1920 (orig)
06 de maio de 2006 (fim da renovação)
Outros nomes: Betze, Betzenbergstadion
Mandante: FC Kaiserslautern (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA 2006,
Bundesliga (Liga Alemã de Futebol)
Acesso e Transporte: Kaiserslautern Hbf
Station (sistema ferroviário e de trens de
alta velocidade de Kaiserslautern).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
268
Continente/País: Europa/Alemanha
Glücksgas-Stadion Eco Medidas:
Fonte: www.br.soccerway.com/teams/germany/
Acesso 19/12/2012
Entorno: É localizado integrado ao Par-
que Bürgerwiese, o mais antigo do local.
Água: Utiliza poços subterrâneos para a
irrigação do gramado, uma economia de
1.979 m³ de água, por ano.
Energia: Desenvolveu de um sistema de
monitoramento e gestão de energia e
instalou telões em LED, mais eficientes.
Resíduos: Criou uma área central para o
recebimento de resíduos, já que com a
separação destes, se reduz o custo com
sua eliminação e destinação final. Conforto Ambiental: Conta com um
sistema de aquecimento, refrigeração e
ventilação (95,000m³/h), 30% mais
econômico, o que reduz a emissão de
30.5 toneladas de CO2 e de 665.000 kWh
de energia, por ano. A cobertura com
4.800m² de plástico transparente facilita
a iluminação natural do campo. O
isolamento acústico reduz os ruídos a
100 decibéis.
Localização: Dresden (cidade)
Saxônia (estado)
Capacidade: 32.066 pessoas (hoje)
36.000 (concertos)
27.190 (partidas internac.)
Estimativa: 61 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Beyer + Partner
Início da obra: 12 de novembro de 2007
Inauguração: 15 de setembro de 2009
Outros nomes: Stadion Dresden, Dyna-
mo-Stadion, Rudolf-Harbig-Stadio
Mandante: Sportgemeinschaft Dynamo
Dresden (time da segunda divisão alemã)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo de Futebol
Feminino Sub-20 de 2010, Copa do
Mundo de Futebol Feminino FIFA 2011
Acesso e Transporte: Lennéplatz e
Großer Garten Stations (sistema de trens
elétricos de Dresden).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WOMEN'S
WORLD CUP 2011. Football’s
Footprint - Legacy Report. 2011.
Frankfurt, Alemanha. 65 p.
269
Continente/País: Europa/Alemanha
Gottlieb-Daimler-Stadion Eco Medidas:
Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/
Acesso 19/12/2012
Entorno: Localizado no centro de um
complexo esportivo e de lazer da
montadora de veículos Mercedes-Benz,
apresenta parte de suas coberturas com
telhado verde.
Água: Capta águas pluviais em sua
cobertura de 14 mil m², armazenando-a
em uma cisterna com 350 m³ de volume.
A racionalização da água conta com
monitoramento digital constante,
reguladores de fluxo e mictórios a seco
com tecnologia diafragma.
Energia: Dois telões em LED com
603.136 lâmpadas são encontrados na
arena, assim como lâmpadas fluorescen-
tes de última geração para economizar
20% de energia. A arena busca a máxima
racionalização de suas instalações.
Conforto Ambiental: A cobertura em
PVC revestida em poliéster permite a
transmitância da luz em 8%. Em função
das baixas temperaturas alemãs, sob a
grama (cerca de 20 cm), existem mais de
20 km de tubos de aquecimento
instalados. O isolamento térmico da
envoltória do estádio, com mantas de
fibra mineral com 15 a 20 cm de
espessura, economizam custos com a
energia e o aquecimento, cerca de 20%,
ou 300.000 kWh. A temperatura de
aquecimento interno é automatizada e a
refrigeração utiliza vapor de água. Há a
recuperação do calor para aquecimento.
Localização: Stuttgart (cidade)
Bade-Vurtemberga (estado)
Capacidade: 60.441 pessoas (hoje)
70.000 (original)
54.906 (partidas internac.)
Estimativa: 77 milhões (US dólares)
Valor da reforma de 2006
84 milhões (US dólares)
Valor da reforma de 2011
Arquiteto(s): Paul Bonatz (original)
'asp' architekten Stuttgart (reformas)
Início da obra: 1929 (original) 1971,
1993, 1999, 2004 (reformas), 18 de maio
de 2009 (retirada da pista de atletismo)
Inauguração: 23 de julho de 1933 (orig)
1973, 1994, 2003, 2005, 2011 (fim das
reformas e da retirada da pista atlética)
Outros nomes: Mercedes-Benz Arena,
Adolf-Hitler-Kampfbahn, Neckarstadion
Mandante: VfB Stuttgart (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados.
Eventos: Eurocopa 1988, Bundesliga,
Copas do Mundo FIFA de 1974 e 2006 e
Campeonato Mundial de Atletismo- 1933
Acesso e Transporte: Stuttgart
Neckarpark (Mercedes-Benz) Station
(sistema ferroviário de Stuttgart).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
270
Continente/País: Europa/Alemanha
Olympiastadion Eco Medidas:
Fonte: www.atletismoenmexico.com/
Acesso 19/12/2012
Entorno: Com arquitetura marcante no
centro do Parque Olímpico de Berlim,
construído ainda no período nazista
alemão apresenta preocupações de cunho
ambiental: da pavimentação permeável,
até sua frota de veículos, que fora
substituída, parcialmente, por veículos
elétricos de baixa emissão de carbono.
Água: Acionamentos de descargas foram
otimizados com uma economia anual de
1.200 m³ de água, através de 3 litros de
vazão e origem de águas pluviais. Conta
com uma cisterna para captação de água
de chuva com 1.400 m³ de capacidade,
que permite dez regas do gramado. A
economia anual com a captação de água
de chuva é de 15.000m³.
Energia: Buscou a eficiência energética
do estádio, através da readequação do
sistema de iluminação noturna, uma
economia de 22.600 kWh, por ano, por
exemplo; a instalação de timmers em
escadas e corredores (menos 7.000 kwh);
e a redução do transformador de
voltagem de 420V para 400V. Dispensou
uma unidade de fornecimento a diesel de
emergência por estar conectado a duas
linhas de fornecimento, independentes.
Resíduos: Gere seus resíduos de forma
mais adequada com a redução de 400 m³
de produção por ano. Conforto Ambiental: Parte da cobertura
central de 42.000 m² é transparente como
forma de permitir a entrada de
iluminação natural. O formato de
ferradura facilita a entrada da ventilação
natural. Foram feitos ajustes e a automa-
tização dos sistemas de aquecimento e
refrigeração, o que representa uma
economia anual de 122.000 kWh.
Localização: Berlim (cidade)
Berlim (estado)
Capacidade: 74.244 pessoas (hoje)
110.000 (original)
Estimativa: 330 milhões (US dólares)
Valor da reforma de 2004
Arquiteto(s): Werner March (original),
Gerkan, Marg und Partner (renovação)
Início da obra: 1934 (original)
03 de julho de 2000 (renovação)
Inauguração: 01 de ago. de 1936 (orig.)
31 de julho de 2004 (renovação)
Outros nomes: Est. Olímpico de Berlim,
Deutsches Stadion
Mandante: Hertha BSC Berlin (futebol)
e Seleção de Futebol da Alemanha
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Jogos Olímpicos de Verão de
1936, Copa do Mundo FIFA 1974, 2006
e Copa do Mundo de Atletismo de 2009.
Acesso e Transporte: Olympia-Stadion
Station (sist. ferro/metroviário d’ Berlim)
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
271
Continente/País: Europa/Alemanha
Rewirpower Stadion Eco Medidas:
Fonte: www.st-anna-schule.eu/content/
Acesso 19/12/2012
Água: Apresenta descargas com fluxo de
vazão reduzido e ativação automática.
Energia: Apresenta sistema alternativo
de energia elétrica renovável; e buscou
poupar ao máximo energia através de
lâmpadas, alarmes de detecção e medidas
para reduzir a duração da iluminação.
Resíduos: Apresenta uma gestão mais
adequada de seus resíduos ao utilizar
caçambas de separação e produtos com
menos embalagens.
Conforto Ambiental: A cobertura com
pouca projeção facilita a entrada da
ventilação e da iluminação naturais. Localização: Bochum (cidade)
Renânia do Norte-Vestfália (estado)
Capacidade: 50.000 pessoas (original)
31.328 (hoje)
Estimativa: Não divulgada
Arquiteto(s): Não disponível
Início da obra: Março de 1976
Inauguração: 21 de julho de 1979 (orig)
Outros nomes: Ruhrstadion, Stadion an
der Straße Castroper
Mandante: VfL Bochum (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Eurocopa Sub-21 de 2004,
Copa do Mundo de Futebol Feminino
Sub-20 de 2010 e Copa do Mundo FIFA
de Futebol Feminino Alemanha 2011
Acesso e Transporte: Rewirpower
Stadion Station (sistema de trens
elétricos de Bochum).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WOMEN'S
WORLD CUP 2011. Football’s
Footprint - Legacy Report. 2011.
Frankfurt, Alemanha. 65 p.
272
Continente/País: Europa/Alemanha
RheinEnergieStadion Eco Medidas:
Fonte: www.acdckarten.info/03/
Acesso 19/12/2012
Entorno: Localiza-se no interior do
Parque Esportivo de Müngersdorf, em
meio a extensiva vegetação nativa; o que
fez com que áreas de estacionamento
fossem pavimentadas com material
permeável feito com tapetes treliçados de
plástico reciclado, com grama.
Água: Apresenta descargas com fluxo de
vazão reduzido e automatizadas.
Energia: Apresenta medidas de
poupança de energia através de
lâmpadas, alarmes de detecção e medidas
para reduzir a duração da iluminação.
Conforto Ambiental: Para o aquecimen-
to interno, a energia que seria perdida
com o ar residual é recuperada por meio
de trocadores de calor e reutilizada na
calefação.
Localização: Colônia (cidade)
Renânia do Norte-Vestfália (estado)
Capacidade: 61.000 pessoas (original)
50.997 (hoje)
46.134 (partidas internac.)
Estimativa: 157 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): GMP e Max Bögl
Início da obra: 1972 (original)
2003 (reforma)
Inauguração: 12 de novembro de 1975
(original) 31 de março de 2004 (reforma)
Outros nomes: Müngersdorfer Stadion,
Colônia Stadium
Mandante: 1. FC Köln (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA 2006,
Copa das Confederações FIFA 2005,
Bundesliga (“B”), Copa UEFA 2004/05.
Acesso e Transporte: Rheinenergie-
Stadion Station (sistema metroviário da
região metropolitana de Colônia).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
273
Continente/País: Europa/Alemanha
Rhein-Neckar-Arena Eco Medidas:
Fonte: www.data.motor-talk.de/data/
Acesso 19/12/2012
Água: Racionalização da utilização da
água e verificação dos fluxos d’descarga,
alterando quando necessário, o consumo
de 9 para 6 litros, por acionamento, o que
gerou uma economia de 850 m³, por ano.
Energia: Otimização do acionamento da
iluminação, ventilação e da refrigeração,
uma economia anual de 5.000 kWh.
Utilização de iluminação LED, nas
fachadas e em áreas internas, economi-
zando 13.750 kWh de energia.
Resíduos: Instalação completa e bem
sinalizada de local adequado para
substâncias nocivas ao meio ambiente.
Conforto Ambiental: Controle dos
aquecedores elétricos, nos banheiros de
áreas públicas, com base na temperatura
externa - economia de 90.000 kWh –
assim como do isolamento dos tubos de
aquecimento. Fora efetivado uma
economia de 10-15% do óleo para
aquecimento, com base na redução da
temperatura de fluxo.
Localização: Sinsheim (cidade)
Baden-Württemberg (estado)
Capacidade: 30.164 pessoas (hoje)
25.641 (partidas internac.)
Estimativa: 80 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Eheim Moebel
Sattler Europe
Início da obra: 25 de maio de 2007
Inauguração: 24 de janeiro de 2009
Outros nomes: New Dietmar-Hopp-
Stadion, Wirsol Rhein-Neckar-Arena
Mandante: TSG 1899 Hoffenheim (fut)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA de
Futebol Feminino Alemanha 2011,
Festival de Ginástica Alemão 2013
Acesso e Transporte: Sinsheim
Museum/Arena Station (sistema
ferroviário de Sinsheim).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WOMEN'S
WORLD CUP 2011. Football’s
Footprint - Legacy Report. 2011.
Frankfurt, Alemanha. 65 p.
274
Continente/País: Europa/Alemanha
Signal Iduna Park Eco Medidas:
Fonte: www.zerozero.pt/estadio.php?id=166
Acesso 19/12/2012
Entorno: Localizado no interior do
Parque Esportivo Freibad Volkspark
apresenta preocupações paisagísticas
com seu entorno.
Água: Conta com reguladores de fluxo
em descargas com vazão de cinco litros.
A água de chuva é desviada para corpos
hídricos receptores adjacentes.
Energia: Em 2011, na cobertura, um
sistema fotovoltaico fora construído
sobre o setor norte. A planta tem uma
capacidade de 924 kWp e foi construído
pela empresa de energia solar Q-Cells. O
estádio conta com telões e a publicidade
do gramado em monitores LED. O
número de lâmpadas foi reduzido em
função de um estudo de intensidade
luminosa. O consumo de energia por
jogo é de cerca de 10 mil kWh, um jogo
à noite com holofotes consome 3,5 MW.
Materiais: Dortmund se esforçou para
utilizar produtos e materiais locais.
Resíduos: O estádio preza em sua gestão,
por materiais recicláveis, redução de
embalagens e a coleta seletiva. Conforto Ambiental: A fachada do
estádio, em vidro, facilita o aquecimento
interno, permitindo partidas no inverno.
Localização: Dortmund (cidade)
Renânia do Norte-Vestfália (estado)
Capacidade: 54.000 pessoas (original)
81.264 pessoas (hoje)
65.718 (partidas internac.)
Estimativa: 264 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Planungsgruppe Drahtler,
Ulrich Drahtler, Schulte-Ladbeck
Início da obra: 1971 (original); 1992,
1995, 2002, 2005 (ampliações)
Inauguração: 02 de abril de 1974 (orig.)
Outros nomes: Yellow Wall, Dortmund
Stadium, Westfalenstadion
Mandante: Ballspiel-Verein Borussia
1909 e. V. Dortmund (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA 1974,
2006, Liga dos Campeões da UEFA
2000/01, Bundesliga
Acesso e Transporte: Westfalen Stadion
e Dortmund Signal Iduna Park Stations
(sistema ferroviário e metroviário da
região metropolitana de Dortmund).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
275
Continente/País: Europa/Alemanha
SGL Arena Eco Medidas:
Fonte: www.winsportscommesse.com
Acesso 19/12/2012
Entorno: É o primeiro estádio de
futebol, no mundo, carbono neutro,
construído em etapas, podendo receber
uma ampliação. A neutralidade do
carbono foi conseguida por meio de
bombas de calor que alcançam a tempe-
ratura desejada.
Água: A irrigação do campo é efetivada
através de poços, uma economia de
3.100m³ de água potável, por ano.
Quanto à racionalização da água, os
mictórios passaram a ser acionados
individualmente, uma economia de 2.500
m³ de água e de esgoto, por ano.
Energia: Uma caldeira de biogás fornece
a energia alternativa necessária em jogos,
durante o horário de pico. Quanto à
racionalização, a iluminação interna é
dividida em grupos, que podem ser
acionados separadamente, uma economia
de 15.700 kWh de energia, por ano.
Conforto Ambiental: Em relação ao
conforto térmico, a arena conta com a
verificação de superfícies aquecidas
utilizando câmeras de imagem térmica, o
que reduz o desprendimento energético.
Além de utilizar sistemas de
aquecimento e resfriamento neutros em
emissões de CO2.
Localização: Augsburgo (cidade)
Baviera (estado)
Capacidade: 30.660 pessoas (hoje)
28.367 (partidas internac.)
49.000 (expansão futura)
Estimativa: 60 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Bernhard & Kögl
Início da obra: 16 de novembro de 2007
Inauguração: 26 de julho de 2009
Outros nomes: Augsburg Arena,
Impuls Arena
Mandante: FC Augsburg 1907 (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo de Futebol
Feminino Sub-20 de 2010, Supercopa da
Alemanha 2010, Copa do Mundo FIFA
de Futebol Feminino Alemanha 2011
Acesso e Transporte: Haunstetten
Siemens II Station (sistema de trens
elétricos de Augsburgo).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WOMEN'S
WORLD CUP 2011. Football’s
Footprint - Legacy Report. 2011.
Frankfurt, Alemanha. 65 p.
276
Continente/País: Europa/Alemanha
Veltins-Arena Eco Medidas:
Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/
Acesso 19/12/2012
Entorno: Marcado por um gramado
retrátil que leva quatro horas para sua
operação, localiza-se no meio de um
parque esportivo utilizado para o lazer da
população de Gelsenkirchen.
Água: Reguladores de fluxo foram
utilizados em descargas com apenas 4.5
litros de vazão. A água de chuva é
desviada para corpos hídricos receptores
adjacentes.
Energia: Apresenta um sistema de
aquecimento do gramado mais eficiente e
com menor desprendimento energético.
Resíduos: O estádio preza em sua gestão,
por materiais recicláveis, redução de
embalagens e a coleta seletiva. Conforto Ambiental: A cobertura móvel
facilita o conforto ambiental interno,
assim como isola acusticamente a arena
para shows em 105 decibéis. A
temperatura de aquecimento interno é
automatizada e utiliza gás encanado. Para
o aquecimento interno, a energia que
seria perdida com o ar residual é
recuperada por meio de trocadores de
calor e reutilizada na calefação.
Localização: Gelsenkirchen (cidade)
Renânia do Norte-Vestfália (estado)
Capacidade: 61.481 pessoas (hoje)
53.473 (partidas internac.)
Estimativa: 253 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Hubert Petschnigg, Günter
Kus, Hentrich e Partne
Início da obra: 21 de novembro de 1998
Inauguração: 13 de agosto de 2001
Outros nomes: Arena AufSchalke,
New Parkstadion
Mandante: FC Schalke 04 (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Liga dos Campeões da UEFA
2004, Copa do Mundo FIFA 2006,
Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo
2010, Grand Prix de Motovelocidade
2007 e 2008 e Bundesliga.
Acesso e Transporte: Veltins-Arena
Station (sistema de trens elétricos da
região metropolitana de Gelsenkirchen).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
277
Continente/País: Europa/Alemanha
Volkswagen Arena Eco Medidas:
Fonte: www.vfl-wolfsburg.de/fileadmin
Acesso 19/12/2012
Entorno: Localizado no Autostadt, um
complexo esportivo e de lazer da
montadora de veículos Volkswagen,
apresenta automóveis elétricos preocupa-
dos com o meio ambiente, que
economizam 800 litros de diesel por ano.
Água: Dentre as medidas de economia
de água, destaca-se a instalação de
mictórios a seco em seus banheiros.
Materiais: Utiliza papéis 100%
reciclados para materiais de divulgação.
Resíduos: Efetiva a correta triagem de
seus resíduos para a destinação final.
Conforto Ambiental: A cobertura retrátil
e translucida facilita o aproveitamento
máximo da iluminação natural e facilita o
conforto térmico em dias muito frios.
Tanto o gramado quanto a arena contam
com um sistema eficiente de calefação.
Localização: Wolfsburg (cidade)
Baixa Saxônia (estado)
Capacidade: 30.000 pessoas (hoje)
Estimativa: 70 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Hentrich - Petschnigg &
Partner KG (HPP), Düsseldorf, nb + b
Architekten und Ingenieure, Wolfsburgo
Início da obra: Maio de 2001
Inauguração: 13 de dezembro de 2002
Outros nomes: VFL Stadion
Mandante: VfL Wolfsburg (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA de
Futebol Feminimo 2011, Bundesliga
Acesso e Transporte: Wolfsburg Hbf
Station (sist. de trens de alta velocidade).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WOMEN'S
WORLD CUP 2011. Football’s
Footprint - Legacy Report. 2011.
Frankfurt, Alemanha. 65 p.
278
Continente/País: Europa/Alemanha
Waldstadion Eco Medidas:
Fonte: www.novomilenio.inf.br/real/
Acesso 19/12/2012
Entorno: Obra mais importante de um
parque urbano e esportivo de Frankfurt
que conta com a pavimentação
permeável para reduzir áreas de dilúvio e
apreensões com gases e ruídos gerados.
Água: Conta com um grande sistema de
infiltração subterrânea, de 1.715 m³, de
águas pluviais, em nove mil blocos ocos
de plástico, que está conectado a uma
cisterna, com aprox. 200 m³ de volume,
para as necessidades do complexo.
Oferece descargas com vazão reduzida.
Energia: Dentre as medidas de
racionalização apresenta sensores de
presença, para controle de iluminação;
controladores de fluxo de refrigeradores,
otimização energética e treinou seus
funcionários para lidar corretamente com
equipamentos eletrônicos.
Conforto Ambiental: Apresenta teto
retrátil para facilitar o conforto térmico
interno, seja para dias frios, ou de verão.
E proteção para a incidência solar de
áreas voltadas para a fachada sul. O calor
do ar das cozinhas é recuperado para o
aquecimento interno. São utilizadas
caldeiras de condensação de 5 a 10%
mais eficientes. Já, quanto aos
aquecedores elétricos estes contam com
temporizadores automáticos, conservan-
do 4.000 kWh, por ano. Quanto aos
sistemas de refrigeração e ventilação,
estes apresentam fluxos de saída
controlados, minimizando o consumo
energético em 135.000 kWh.
Localização: Frankfurt (cidade)
Hesse (estado)
Capacidade: 52.000 pessoas (hoje)
48.132 (partidas internac.)
65.000 (concertos)
Estimativa: 166 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): GMP - Gerkan, Marg und
Partner e Max Bögl (remodelação)
Início da obra: 17 de junho de 2002
(reconstrução)
Inauguração: 21 de maio de 1925 (orig.)
15 de junho de 2005 (reconstrução)
Outros nomes: Commerzbank-Arena (na
-ming rights de uma rede bancária alemã)
Mandante: Eintracht Frankfurt (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo FIFA 1974 e
2006, Eurocopa 1988, Bundesliga, Copa
das Confederações de 2005, Copa do
Mundo Feminina de Futebol 2011.
Acesso e Transporte: Frankfurt am Main
Stadion Station (sistema ferroviário da
região metropolitana de Frankfurt).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
279
Continente/País: Europa/Alemanha
Zentralstadion Eco Medidas:
Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/
Acesso 19/12/2012
Entorno: Construído sobre seu antigo
estádio, foi conectado a velha estrutura
através de passarelas em meio a árvores e
áreas de vegetação nativa; de forma a mi-
nimizar os custos com sua manutenção e
não destoar com a paisagem marcada por
um parque urbano e pelo zoológico local.
Água: Apresenta descargas e torneiras
com fluxo de vazão reduzido e auto-
máticas para reduzir o consumo de água.
Energia: O estádio é abastecido através
de uma combinação de calor e energia. E
buscou poupar ao máximo energia
através de lâmpadas, alarmes de detecção
e medidas para reduzir a duração da
iluminação.
Conforto Ambiental: A cobertura facilita
a acústica da arena e a penetração de
ventilação e iluminação naturais. A arena
conta com um sistema de aquecimento
que reduz os gastos com energia elétrica.
Localização: Leipzig (cidade)
Saxônia (estado)
Capacidade: 44.300 pessoas (hoje)
50.000 pessoas (concertos)
Estimativa: 127 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Wirth+Wirth, Glöckner
Architekten, Körber, Barton, Fahle, IPL
Ingenieurplanung Leichtbau, GmbH,
Zech Planungs GmbH Leipzig
Início da obra: Dezembro de 2000
Inauguração: 07 de março de 2004
Outros nomes: Red Bull Arena
Mandante: R Ballsport Leipzig e 1. FC
Lokomotive Leipzig (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa das Confederações FIFA
2005 e Copa do Mundo FIFA 2006.
Acesso e Transporte: Sportforum Station
(sistema de trens elétricos de Leipzig).
Fonte: OC - ORGANIZING
COMMITTEE FIFA WORLD CUP
2006. Green Goal - Legacy Report.
2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p.
280
Continente/País: Europa/Áustria
UPC Arena Eco Medidas:
Fonte: www.itecaudio.si/itecref/upc_arena.html
Acesso 17/04/2012
Energia: A unidade ganhou um prêmio,
em 2002, e foi considerada, até 2006,
como o maior projeto de energia solar do
país. Sua iniciativa vem incentivando
outros países do continente a utilizar a
energia solar para o aquecimento urbano.
É capaz de produzir 540 MWh por ano e
comparado a uma caldeira de óleo reduz
a emissão de gás carbônico, anualmente,
em 250.000 kg.
Conforto Ambiental: Um dos anexos do
complexo apresenta uma cobertura que
conta com um sistema de aquecimento
através de 1407 m² de painéis solares,
que alimentam diretamente a rede
urbana.
Localização: Graz (cidade)
Estíria (estado)
Capacidade: 15.400 pessoas (hoje)
Estimativa: 27 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Jörg Wallmüller, Dietrich
Ecker, Herbert Missoni e Franz Cziharz
Início da obra: 1995
Inauguração: 09 de julho de 1997
Outros nomes: Arnold Schwarzenegger
Stadium e Stadion Graz-Liebenau
Mandante: Grazer AK e SK Sturm Graz
(futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, lazer,
serviços, shows e eventos comerciais
Eventos: Supercopa Austríaca de
Futebol, Copa da Áustria
Acesso e Transporte: Stadion Liebenau e
Dr. Lister Gasse Stations (sistema de
bondes elétricos de Graz).
Fonte: STADION GRAZ. UPC Arena.
2012. Disponível em: <http://www.mcg.
at/en/upc_arena>. Acesso em: 17 abr.
2012.
281
Continente/País: Europa/França
Stadium du Littoral Eco Medidas:
Fonte: www.archdaily.com/179962/
Acesso 23/12/2012
Entorno: Localizado dentro de um
parque esportivo é o primeiro complexo
do tipo erguido no norte da França com a
intenção de integrar vários esportes.
Água: Apresenta uma cisterna para
águas pluviais com 8 m³ de capacidade
para limpeza e aparelhos sanitários.
Energia: Busca a utilização racional de
energia elétrica através de uma
iluminação de baixa emissão e de 700
metros quadrados de painéis
fotovoltaicos que foram embutidos na
cobertura e produzem eletricidade para
suas necessidades e o excedente é
vendido para a concessionária. O sistema
de produção de energia em breve será
concluído com a instalação de uma
turbina eólica, para o norte do complexo,
fazendo com que a edificação produza
mais energia do que consuma.
Materiais: Empregou materiais duráveis
em sua construção para garantir a
durabilidade das estruturas e a facilidade
da manutenção.
Conforto Ambiental: Apresenta 40 m² de
painéis solares responsáveis por 50% das
necessidades energéticas de água quente.
Quanto a calefação utiliza duas bombas
de calor combinadas com um sistema de
ventilação alternativo que evita a perda
de calor. Utiliza, também, PTFE com a
função de delimitar espaços, manter a
transparência, permitir a ventilação; ao
mesmo tempo em que, dependendo da
iluminação, mantém a privacidade.
Localização: Grande Synthe (cidade)
Nord-Pas-de-Calais (reg. administrativa)
Capacidade: 617 assentos (hoje)
Estimativa: 5,2 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): OLGGA Architects
(Alice Vaillant, Guillaume
Grenu, Nicolas Le Meur)
Início da obra: Não disponível
Inauguração: 04 de setembro de 2011
Outros nomes: Não disponível
Mandante: Olympique Grande-Synthe
Football (futebol)
Finalidade: Esportes: BMX, rúgbi, arco
e flecha, futebol, atletismo e ciclismo.
Eventos: Championnat de France Ama-
teur 2 (quinta divisão do futebol francês)
Acesso e Transporte: Estação de trem no
encontro das ruas De la Gare com Du
Chemin de Fer (sistema ferroviário da
cidade de Grande Synthe).
Fonte: ARCH DAILY. Stadium du
Littoral / OLGGA Architects. 01 nov.
2011. Disponível em: <http://www.arch
daily.com/179962/stadium-du-littoral-
olgga-architects/>. Acesso em: 23 dez.
2012.
282
Continente/País: Europa/Holanda (Países Baixos)
Amsterdam Arena Eco Medidas:
Fonte: www.worldstadiums.com/stadium_menu/
Acesso 19/04/2012
Água: A arena passa por um processo de
implantação de um sistema de
reutilização das águas pluviais.
Energia: A arena está implantando um
sistema de captação de energia solar
através de placas fotovoltaicas instaladas
em sua cobertura.
Materiais: No momento, a arena passa
por reformas para tornar-se neutra em
emissões de gases estufa, até 2015.
Dentre as transformações destaca-se: a
substituição dos assentos por um
especial, brasileiro, em plástico, obtido
através da cana-de-açúcar.
Resíduos: O estádio apresenta um
sistema de gestão de resíduos dos
eventos realizados em seu complexo.
Conforto Ambiental: Apresenta cobertu-
ra retrátil, facilitando a iluminação
natural e a ventilação interna, a operação
dura cerca de 18 minutos, entretanto o
gramado é extremamente prejudicado
pela baixa luminosidade.
Localização: Amsterdã (cidade)
Holanda do Norte (prov.)
Capacidade: 52.342 pessoas (futebol)
68.000 pessoas (shows)
Estimativa: 184 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Rob Schuurman e
Sjoerd Soeters
Início da obra: 1993
Inauguração: 14 de agosto de 1996
Outros nomes: “A Arena”
Mandante: AFC Ajax (futebol) e a
Seleção Neerlandesa de Futebol
Finalidade: Multiuso: futebol, concertos,
convenções e exposições
Eventos: Eurocopa 2000 e Liga dos
Campeões da UEFA
Acesso e Transporte: Bijlmer ArenA
Station (sistema metroviário e ferroviário
de Amsterdã).
Fonte: PONTES, N.; SCHOSSLER, A.
Amsterdam Arena Vai Instalar
Assentos Feitos de Plástico Verde
Brasileiro. In: DW - Deutsche Welle, 19
jan. 2012. Disponível em: <http://www.
dw.de/dw/article/0,,15672456,00.html>.
Acesso em: 19 abr. 2012.
283
Continente/País: Europa/Holanda (Países Baixos)
GelreDome Eco Medidas:
Fonte: www.arneym.nl/images/37cagelredo
egacv9w0619.jpg. Acesso 19/04/2012
Energia: Apresenta um sistema de
aquecimento e refrigeração, através de
fontes renováveis, principalmente através
da utilização do lençol freático, o que
favorece o conforto interno, através de
um rigoroso controle de clima.
Materiais: Primeiro estádio do mundo a
utilizar assentos recicláveis de plástico.
Conforto Ambiental: Apresenta
cobertura retrátil, facilitando a
iluminação natural e a ventilação interna.
Seu gramado é móvel, podendo ser
recolhido para shows e concertos, sem
ser danificado, em seis horas.
Localização: Arnhem (cidade)
Gelderland (província)
Capacidade: 25.000 pessoas (futebol)
34.000 pessoas (shows)
Estimativa: 92 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Alynia Architecten
Início da obra: 12 de julho de 1996
Inauguração: 25 de março de 1998
Outros nomes: Karel Aalbers Stadium e
Vitesse Stadium
Mandante: SBV Vitesse (futebol)
Finalidade: Multiuso: futebol, concertos,
convenções e exposições
Eventos: Eurocopa 2000 e Campeonato
Holândes de Futebol (Eredivisie)
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado.
Fonte: BAKEMA, G.; SNIJDERS, A. L.
Field Heating and Space Cooling at
“Gelredome” Multifunctional Stadium
in Arnhem; an Example of Heat-Pump
Application in the Netherlands. 1998.
Disponível em: <http://intraweb.stockto
n.edu/eyos/energy_studies/content/docs/
proceedings/BAKEM.PDF>.
LARIVE, J. Recycling of Old Plastic.
In: Jornal Oficial da União Europeia, 13
out. 1997. Publicado ofic. em: 08 jun.
1998. Disponível em: <http://eur-lex. eu
ropa.eu/LexUri Serv/LexUriServ.do?uri=
CELEX:91997E3137:EN:HTML>.
Acessos em: 19 abr. 2012.
284
Continente/País: Europa/Irlanda
Aviva Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.pmgroup-global.com/aboutus/keypr
ojects/aviva-stadium-redevelopment-ireland.aspx.
Acesso 17/04/2012
Entorno: A preocupação com o entorno
é marcada pela instalação de ninhos
artificiais para pássaros e outros animais
silvestres, no corpo hídrico adjacente ao
estádio.
Água: A arena promove: a coleta e o
armazenamento de 320 mil litros de água
de chuva para irrigação do gramado;
mictórios a seco (economia de 20 mil
litros de água, em um único evento) e o
gerenciamento correto da água.
Energia: O excelente gerenciamento de
energia é demonstrado, por exemplo,
pelas escadas rolantes que só funcionam
quando solicitadas.
Materiais: Empregou concreto com
baixa emissão de gás carbônico em sua
construção.
Resíduos: Construído para substituir o
antigo estádio Lansdowne Road,
reutilizou toda a estrutura metálica de seu
antecessor. Já o gerenciamento estratégi-
co do lixo vem de um fundo anual
comunitário de 100 mil euros, para
estímulo da produção local de bens.
Conforto Ambiental: Conta com um
sistema de transferência térmica que
aquece a água de banheiros e cozinhas,
através do calor produzido na
refrigeração de seus geradores elétricos.
Outro grande realce é o material
transparente que constitui a envoltória,
que permite a melhor penetração e
aproveitamento da luz natural; que
associado a um sistema de isolamento
acústico, abafa o ruído emitido no local e
o reduz para 53 decibéis (semelhante ao
ruído de uma impressora a um metro de
distancia da fachada).
Localização: Dublin (cidade/condado)
Capacidade: 51.700 pessoas (hoje)
Estimativa: 540 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Populous e
Scott Tallon Walker
Início da obra: Março de 2007
Inauguração: 14 de maio de 2010
Outros nomes: New Lansdowne Road
Mandante: Seleções Irlandesas de
Futebol e Rúgbi e Leinster Rúgbi
Finalidade: Multiuso: esportes, shows e
concertos
Eventos: Final da Liga Europa da UEFA
2011, Copa da Irlanda
Acesso e Transporte: Lansdowne Road
Station (sistema ferroviário de Dublin).
Fonte: REDAÇÃO ECOD. Irlanda
Inaugura Estádio Sustentável com
Capacidade para 50 mil Espectadores. In: Portal EcoD, 18 mai. 2010.
Disponível em: <http://www.ecode
senvolvimento.org/noticias/irlanda-inaug
ura-estadio-sustentavel-com#ixzz1qdYF
fJFe>. Acesso em: 30 mar. 2012.
285
Continente/País: Europa/Portugal
Estádio do Dragão Eco Medidas:
Fonte: www.fcporto24.com/fcporto.php
Acesso 02/05/2012
Água: Foram aplicados temporizadores
nas torneiras e reutilização das águas
pluviais, para irrigação do gramado.
Energia: Foi o primeiro estádio europeu
a conseguir a certificação “GreenLight”,
da Comissão Europeia, para esforços
realizados em termos da utilização
racional de energia e da qualidade da
iluminação; tais medidas acarretaram em
uma redução de 18% do consumo
elétrico. No Estádio do Dragão localiza-
se a central de gestão técnica de todo o
complexo, constituído por 142 câmaras
de vídeo-vigilância; deste é possível
assegurar a boa gestão de recursos,
tornando possível, à distância de um
clique, gerir os diversos sistemas de
iluminação, auxiliando, por exemplo, aos
já instalados sensores de presença.
Resíduos: As boas práticas de recicla-
gem e campanhas de conscientização
ambiental, também são um dos destaques
desta arena que produz cerca de quatros
toneladas de resíduos por partida.
Conforto Ambiental: Conta com a
instalação de painéis solares térmicos
para o aquecimento da água; o que
representa uma economia de 30% do
consumo total. A ventilação e a
iluminação naturais tiveram destaque
também em sua concepção.
Localização: Porto (cidade/distrito)
Capacidade: 50.399 pessoas (hoje)
Estimativa: 130 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Manuel Salgado
Início da obra: 2001
Inauguração: 16 de novembro de 2003
Outros nomes: (Novo) Estádio das Antas
Mandante: Futebol Clube do Porto
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos, serviços, shows e eventos comerciais
Eventos: Euro 2004, Campeonato Portu-
guês de Futebol (Liga Zon Sagres)
Acesso e Transporte: Estação Estádio do
Dragão (sistema metroviário do Porto).
Fonte: GREEN SAVERS. A Sustenta-
bilidade do Estádio do Dragão (com
Vídeo). In: Green Savers, 24 jan. 2012.
Disponível em: <http://greensavers. sapo.
pt/2012/01/24/a-sustentabilidade-do-esta
dio-do-dragao-com-video/>. Acesso em:
03 mai. 2012.
286
Continente/País: Europa/Reino Unido - Inglaterra
Estádio Olímpico de Londres Eco Medidas:
Fonte: www.sportv.globo.com/platb/files/
Acesso 09/12/2012
Entorno: O estádio está no extremo sul
do Parque Olímpico Urbano entre rios e
afluentes e visa se tornar uma nova área
de lazer londrino revitalizando uma área
degradada a leste da capital. Durante os
quase três anos de obra, mais de 60% dos
materiais de construção foram levados
por via férrea ou fluvial, reduzindo as
emissões atmosféricas de carbono.
Água: O estádio conta com a coleta e o
armazenamento de águas pluviais para a
irrigação do gramado, lavagem de áreas e
para descargas sanitárias.
Energia: Sete turbinas eólicas foram
instaladas no Parque Olímpico pela
empresa Quiet Revolution para atender
as necessidades do complexo. Cada uma
conta com 18 m de altura, carca de 8kW
de potência por unidade, podendo gerar
atá 7500 kWh/ano de energia com
velocidade média de ventos de 7m/s.
Materiais: Sua flexibilização e a possibi-
lidade do desmonte do anel superior
fazem com que seus materiais possam ser
utilizados em outros equipamentos
esportivos. O material da cobertura é
feito em plástico PVC (em vez de aço -
este quando utilizado fora mais leve)
para reduzir custos e o impacto
ambiental. A envoltória é feita com
tecidos coloridos. O estádio foi
construído usando mais de 50% de
materiais reciclados, incluindo armas
apreendidas pela polícia. A arena,
também possui concreto com teor 40%
menor de carbono do que o habitual, a
partir de resíduos industriais.
Resíduos: As 800 mil toneladas de solo
retiradas para o rebaixamento de 20
metros, para a sua construção, foram
utilizadas no próprio Parque Olímpico.
Conforto Ambiental: A cobertura parcial
do estádio facilita a entrada de ilumina-
ção e ventilação naturais.
Localização: Newham (cidade)
Londres (região)
Capacidade: 60.000 pessoas (hoje)
80.000 (Olimpíadas)
25.000 (capacidade mínima)
Estimativa: 777 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Populous e Peter Cook
Início da obra: 22 de maio de 2008
Inauguração: 05 de maio de 2012
Outros nomes: Stratford Stadium,
Estádio da Ilha
Mandante: West Ham United (time da
segunda divisão do futebol inglês)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Jogos Olímpicos e Para-
olímpicos de 2012, Premier League,
Campeonato Mundial de Atletismo 2017.
Acesso e Transporte: Stratford Station
(sistema ferroviário e metroviário da
região metropolitana de Londres).
Fonte: NEWCOMB, T. O Estádio
Olímpico Mais Leve e Responsável Já
Construído. In: Popular Science Brasil
Tecnologia, 02 ago. 2012. Disponível
em: <http://popscibrasil.uol.com.br/tec
nologia/o-estadio-olimpico-mais-leve-e-r
esponsavel-ja-construido/>. Acesso em:
09 dez. 2012.
287
Continente/País: Europa/Reino Unido - País de Gales
Millennium Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.bbc.co.uk/wales/scrumv/images/
Acesso 15/12/2012
Entorno: O complexo encontra-se
inserido na área central da cidade nas
proximidades do Rio Taff, do Parque
Cardiff Arms e do Castelo de Cardiff o
que redobrou a atenção de seus designers
com sua inclusão na paisagem e entorno.
Água: A grama natural foi colocada em
um sistema modular que contém
irrigação e drenagem próprias e que pode
ser removida para outros eventos. Esta
irrigação é efetivada com água de chuva
captada da cobertura. A racionalização
da água marca a nova gestão do estádio.
Energia: A iluminação dos novos
holofotes é 78% mais eficiente e reduz o
consumo elétrico, assim como, as mais
de 450 luminárias em LED instaladas e
pelo uso de frigoríficos mais eficientes.
O estádio busca o aprimoramento da
gestão e da racionalização energética,
seja por controle eletrônico, seja pela
limitação de áreas sem uso iluminadas.
Materiais: A equipe de manutenção usa
produtos menos nocivos ao meio
ambiente sempre que possível.
Resíduos: A gestão de resíduos prioriza a
reciclagem e a transformação da matéria
orgânica em energia elétrica. Esta busca
pela boa gestão é divulgada entre todos
os funcionários, usuários e fornecedores.
Com isto, 71,52 toneladas de resíduos
deixaram de ir para aterros sanitários.
Conforto Ambiental: A cobertura móvel
facilita a incidência de iluminação e
ventilação naturais, ao mesmo tempo,
que protege seus espectadores das
condições adversas do tempo. Sistemas
de ventilação, refrigeração e
aquecimento foram aprimorados para
reduzir o consumo energético.
Localização: Cardiff (cidade)
Gales do Sul (região)
Capacidade: 74.500 pessoas (hoje)
Estimativa: 200 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Bligh Lobb Sports
Architecture (Populous)
Início da obra: Setembro de 1997
Inauguração: 26 de junho de 1999
Outros nomes: Stadiwm y Mileniwm
Mandante: Seleção Galesa de Rúgbi e
Seleção Galesa de Futebol
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa do Mundo de Rúgbi
1999, 2007, 2015 e Jogos Olímpicos de
Verão Londres 2012 (futebol)
Acesso e Transporte: Cardiff Central
Station (sistema ferroviário de Cardiff).
Fonte: MILLENNIUM STADIUM.
Millennium Stadium Sustainable
Development. In: Portal Millennium
Stadium, 2009. Disponível em:
<http://www.millenniumstadium.com/inf
ormation/sustainability.php>. Acesso em:
15 dez. 2012.
288
Continente/País: Europa/Reino Unido - Inglaterra
Princes Park Eco Medidas:
Fonte: www.providerfiles2.thedms.co.uk/
Acesso 10/12/2012
Entorno: A preocupação com sua
inserção na paisagem começou na sua
concepção. O gramado foi rebaixado dois
metros em relação ao nível da rua para
diminuir a poluição sonora e visual. A
terra retirada foi reutilizada no paisagis-
mo ao redor do estádio. A área onde está
localizado ainda apresenta contornos de
grande preservação ambiental.
Água: Água de chuva é coletada e
direcionada para dois grandes lagos
artificiais localizados ao norte da área do
estádio. Esta água é reutilizada para
atividades de limpeza, descargas e
irrigação do gramado. Os lagos além
desta função foram construídos para
potencializar a estética do complexo e
para servir de atração para a fauna local.
Energia: Possui painéis de energia solar
em sua cobertura que geram sua própria
eletricidade e abastecem diversas áreas.
A Iluminação é de baixo consumo.
Materiais: A cobertura reutiliza madeira
tratada para sua sustentação.
Conforto Ambiental: A cobertura do
estádio recebeu forração vegetal para
fazer a filtragem natural do ar
atmosférico. Caldeiras de condensação
foram utilizadas para fornecer um
sistema mais eficiente de calefação;
assim como, uso do aquecimento
radiante na sede do clube, que recebeu
um isolamento térmico mais eficiente
para manter sua temperatura ideal.
Coletores solares aquecem a água, que
armazenada em cilindros de alumínio,
será reutilizada para necessidades locais.
Localização: Dartford (cidade)
Kent (condado)
Capacidade: 4.100 pessoas (capacidade)
642 assentos (hoje)
Estimativa: 11 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Alexander Sedgley
Início da obra: 14 de novembro de 2005
Inauguração: 11 de novembro de 2006
Outros nomes: Dart Stadium
Mandante: Dartford F.C. (futebol)
Finalidade: Multiuso: campo comunitá-
rio de treinamento, estádio de futebol,
clube privado, campo de golfe e corrida
de rua e permite eventos especializados.
Eventos: Partidas da quinta divisão do
futebol inglês.
Acesso e Transporte: Arena necessita de
transporte de massa mais apropriado,
conta apenas com pontos de ônibus.
Fonte: BRANDON, B. The World
Games Stadium and Eco-friendly Sta-
dia In: Portal Pi, 30 jul. 2009. Disponí-
vel em: <http://pitchinvasion.net/blog/20
09/07/30/the-world-games-stadium-and-e
co-friendly-stadia/>. Acesso: 10/12/2012.
OLIVEIRA, L. Estádios que Visam à
Sustentabilidade. In: Blog Gol de
Arquitetura, 11 ago. 2009. Disponível
em: <http://goldaarquitetura.blogspot.co
m.br/2009/08/estadios-que-visam-sustent
abilidade.html>. Acesso: 10 dez. 2012.
289
Continente/País: Europa/Reino Unido - Inglaterra
Wembley Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.london-attractions.info
Acesso 19/12/2012
Entorno: O estádio equilibrou a
quantidade de cortes e aterros de sua
construção para evitar a retirada de
grandes quantidades de terra. Sua
inserção na paisagem tem sua origem em
um projeto de 1923 que fora demolido.
Água: O estádio trabalha com várias
iniciativas de racionalização para reduzir
o consumo local de água, decorrente de
suas atividades, são processados e esto-
cados 600 m³ de água na própria arena.
Energia: O estádio é alimentado 100%
por energia verde comprada do operador.
Sistemas elétricos e equipamentos são
utilizados da forma mais eficiente
possível. Em dias onde não ocorrem
eventos, toda a iluminação não essencial
é desligada, inclusive a do arco da
cobertura. Assim, desde 2007, o
consumo energético fora reduzido e as
emissões de carbono relacionadas
reduzidas em 28%.
Resíduos: Através de um programa de
recuperação (transformação de restos em
eletricidade) e de reciclagem de resíduos
(taxa atual de 76%), o estádio não envia
mais dejetos para o aterro sanitário local.
Conforto Ambiental: A cobertura retrátil
facilita o aproveitamento da iluminação e
da ventilação naturais no interior do
estado. Protegendo seus espectadores do
rigoroso inverno londrino.
Localização: Brent (cidade)
Londres (região)
Capacidade: 90.000 pessoas (hoje)
86.000 (futebol americano)
75.000 (concertos)
Estimativa: 1,3 bilhão (US dólares)
Arquiteto(s): Foster and Partners,
Populous, Nathaniel
Lichfield and Partners
Início da obra: 30 de setembro de 2002
Inauguração: 09 de março de 2007
Outros nomes: The Venue of Legends,
New Wembley
Mandante: Seleção Inglesa de Futebol
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Liga dos Campeões da UEFA
2011 e 2013, Jogos Olímpicos de Verão
2012, Campeonato Inglês de Futebol.
Acesso e Transporte: Wembley Park,
London Underground e Wembley
Central Stations (sistema ferroviário e
metroviário metropolitanos de Londres).
Fonte: WEMBLEY NATIONAL
STADIUM. Stadium Guide
Sustainability. 2012. Disponível em:
<http://wembleystadium.com/TheStadiu
m/StadiumGuide/Sustainability> Acesso
em: 24 dez. 2012.
290
Continente/País: Europa/Romênia
Cluj Arena Eco Medidas:
Fonte: www.skyscrapercity.com/
showthread.ph p?p=89051899
Acesso 19/04/2012
Entorno: Por estar localizado nas
proximidades do Rio Someşul Mic e a
oeste do Parque Central, a preocupação
com a sustentabilidade advém da
concepção projetual, ou seja, da inserção
do estádio, na cidade, e a sua integração
interior- exterior, marcada pela limpidez
dos elementos construtivos.
Conforto Ambiental: A forma
arquitetônica da cobertura facilita o
máximo aproveitamento da iluminação e
da ventilação naturais.
Localização: Cluj-Napoca (cidade)
Cluj (distrito)
Capacidade: 30.335 pessoas (hoje)
Estimativa: 60 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Dico si Tiganas
Início da obra: 15 de julho de 2009
Inauguração: 11 de outubro de 2011
Outros nomes: Ion Moina (antiga arena)
Mandante: FC Universitatea Cluj (fut.)
Finalidade: Multiuso: esportes, lazer,
shows e eventos comerciais
Eventos: Campeonato Romeno
Acesso e Transporte: Sta ia Uzinei
Electrice e Sta ia Parcul Central (sistema
de transporte público de Cluj-Napoca)
Fonte: CLUJ, S.C. F. C. U. Stadion.
2012. Disponível em: <http://www.uni
versitateacluj.ro/Stadion.html> Acesso
em: 04 set. 2012.
291
Continente/País: Europa/Suécia
Friends Arena Eco Medidas:
Fonte: www.stadiumguide.com/friendsarena/
Acesso 07/01/2012
Entorno: Seu design e sua localização
visam revitalizar e transformar uma área
da Região Metropolitana de Estocolmo,
de origem industrial, em uma das áreas
mais sustentáveis e economicamente
viáveis de toda a Suécia.
Água: Capta água de chuva para a
irrigação do gramado, limpeza e para o
acionamento de equipamentos sanitários
eficientes.
Energia: Conta com iluminação em
LED, uma das técnicas mais eficientes,
modernas e econômicas; não só
internamente, como também ao longo de
toda a sua fachada.
Conforto Ambiental: A arena por contar
com um teto retrátil, o que facilita a
utilização de recursos naturais como o
vento e a luz solar, durante o verão,
funcionará durante todo o ano. Para o
inverno, o estádio conta com um sistema
de aquecimento eficiente e moderno.
Localização: Solna (cidade)
Estocolmo (condado)
Capacidade: 50.000 pessoas (futebol)
67.500 pessoas (shows)
Estimativa: 391 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Berg Arkitektkontor,
Krook & Tjäder,
C. F. Møller e HOK Sport
Início da obra: 07 de dezembro de 2009
Inauguração: 27 de outubro de 2012
Outros nomes: Swedbank Arena,
Arenastaden
Mandante: Seleção Sueca de Futebol e
AIK Fotboll (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes (incluin-
do os de inverno), concertos e outros
Eventos: Campeonato Europeu de
Futebol Feminino 2013, Superliga Sueca
Acesso e Transporte: Solna Station
(sistema ferroviário de Solna).
Fonte: FRIENDS ARENA. Välkommen
Till Friends Arena - De Stora Ögon
blickens Arena. 2012. Disponível em:
<http://friendsarena.se/Arenan/> Acesso
em: 08 mai. 2012.
292
Continente/País: Europa/Suécia
Stockholm Arena Eco Medidas:
Fonte: www.afabonline.com.br/new/
Acesso 04/05/2012
Entorno: Receberá o selo de
sustentabilidade de grau mais elevado da
“Miljöbyggnad”, sistema de classificação
do país, pela mínima influência negativa
para o meio ambiente, buscará também, o
norte-americano LEED.
Água: Contará com gramado artificial
como forma de economizar água e
facilitar a sua manutenção.
Energia: Contará com o uso de energia
renovável e a implementação eficaz de
técnicas de eficiência energética.
Materiais: Está empregando, ao longo de
sua construção, materiais sustentáveis.
Resíduos: Contará com o gerenciamento
estratégico e eficaz de seus resíduos.
Conforto Ambiental: Apresentará teto-
retrátil o que facilitará o conforto térmico
interno (sistemas de aquecimento e
refrigeração), em função das baixas
temperaturas do inverno sueco.
Localização: Globen (cidade)
Estocolmo (condado)
Capacidade: 30.000 pessoas (futebol)
40.000 pessoas (shows)
Estimativa: 380 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): White Arkitekter
Início da obra: 10 de setembro de 2010
Inauguração: Julho de 2013 (projeção)
Outros nomes: Söderstadion
Mandante: Hammarby Fotbol e
Djurgårdens IF Fotboll (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes (incluin-
do equestres, no gelo e motorizados),
concertos, exposições, eventos
empresariais, banquetes e serviços.
Eventos: Superliga Sueca e eventos
internacionais de futebol
Acesso e Transporte: Gullmarsplan T-
bana Station (sistema metroviário e de
bondes elétricos de Estocolmo).
Fonte: WSP GROUP. Sustainability
Strategy for Stockholm Arena. 2012.
Disponível em: <http://www.wspenviron
mental.com/locations/stockholm-arena-p
roject/en>. Acesso em: 04 mai. 2012.
293
Continente/País: Europa/Suécia
Swedbank Stadion Eco Medidas:
Fonte: www.farm4.static.flickr.com/3220/30201
34510_ec9970a8ea_o.jpg. Acesso 08/05/2012
Entorno: A arena busca contribuir para
uma sociedade sustentável através de
políticas de eficiência ambiental, de
informação/educação e de recursos.
Energia: Conta com técnicas de
conservação de energia de forma
responsável.
Materiais: Adquiri bens, materiais e
serviços, considerando seus impactos
ambientais.
Resíduos: Conta com ampla divulgação
e apoio legal de campanhas de
reciclagem e redução de materiais.
Conforto Ambiental: A forma
arquitetônica da cobertura facilita o
máximo aproveitamento da iluminação e
da ventilação naturais.
Localização: Malmö (cidade)
Sverige (condado)
Capacidade: 21.000 pessoas (hoje)
Estimativa: 102 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Fojab Arkitekter
Berg Arkitektkontor
Início da obra: 23 de abril de 2007
Inauguração: 13 de abril de 2009
Outros nomes: Malmö New Stadium
Mandante: Malmö FF (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos e outros eventos.
Eventos: Campeonato de Futebol Mascu-
lino Sub-21 Europeu, Superliga Sueca
Acesso e Transporte: Triangeln Station
(sistema ferroviário de Malmö).
Fonte: MFF - MALMÖ FOTBOLL-
FÖRENING. Swedbank Station Milijö.
2008. Disponível em: <http://www.swed
bankstadion.se/Om_stadion/>. Acesso
em: 08 mai. 2012.
294
Continente/País: Europa/Suécia
Ullevi Stadion Eco Medidas:
Fonte: www.nflstadiumguide.com/ullevi1.jpg
Acesso 08/05/2012
Energia: Desde março de 2007, o
estádio conta com uma das maiores
usinas de energia solar da Suécia,
constituída de 600 metros quadrados de
painéis solares fotovoltaicos, situados na
cobertura das cabines de honra e áreas
VIPs. O rendimento dos 451 módulos é
de 86,4 kW e a produção anual é cerca de
65 000 kWh; o que é suficiente para
cobrir os gastos com a iluminação
artificial de 35 eventos, com um saldo
positivo. Esta pequena iniciativa
sustentável de 841 mil dólares, no
estádio, faz parte de uma iniciativa maior
das esferas de governo, o projeto
“Gotemburgo 2050”, que visa trabalhar
uma transição energética, a longo prazo.
Conforto Ambiental: Pela ausência de
cobertura em grande parte do estádio, o
aproveitamento da iluminação natural e
de mecanismos de ventilação cruzada é
maior do que em muitas arenas cobertas.
Localização: Gotemburgo (cidade)
Västra Götaland (condado)
Capacidade: 43.000 pessoas (futebol)
75.000 pessoas (shows)
Estimativa: 65 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Fritz Jaenecke
Sten Samuelson
Início da obra: Maio de 1957
Inauguração: 29 de maio de 1958
Outros nomes: Nya Ullevi, Ullevi
Mandante: IFK Göteborg, Örgryte IS e
GAIS Göteborg (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos e outros eventos
Eventos: Copa do Mundo FIFA 1958,
Copa Mundial de Atletismo de 1995
Acesso e Transporte: Goteborg Central
Station (sistema ferroviário e de bondes
elétricos de Gotemburgo).
Fonte: GOT EVENT, AB. En av
Sveriges Största Solcellsanläggning
Producerar Grön el på Ullevi. 2012.
Disponível em: <http://www.gotevent.se/
solceller/default.asp>. Acesso em: 09
mai. 2012.
295
Continente/País: Europa/Suíça
AFG Arena Eco Medidas:
Fonte: www.blogestadios.blogspot.com.br/2011
Acesso 17/05/2012
Entorno: Inserido em uma cidade
pequena, apresenta baixa capacidade de
público o que facilita a manutenção, sem
perder sua modernidade tecnológica.
Tem a emissão de gases do efeito estufa,
na atmosfera, controlada e limitada.
Energia: Recebeu na cobertura placas
fotovoltaicas, a pedido da administração
municipal, para a geração de 202,4kWp
de energia elétrica, suficientes para gerar
190,250 kWh, anualmente, para as
necessidades de até 50 residências.
Conforto Ambiental: Apresenta
cobertura descolada da última fileira de
assentos o que facilita a ventilação
cruzada e a iluminação natural.
Localização: St. Gallen (cidade)
St. Gallen (cantão)
Capacidade: 19.694 pessoas (hoje)
Estimativa: 360 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Bruno Clerici,
Bayer Partner AG e
Philippe Joye & Associés
Início da obra: 14 de setembro de 2005
Inauguração: 30 de maio de 2008
Outros nomes: Stadion St. Gallen
Mandante: FC St. Gallen (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos, serviços e lazer
Eventos: Challenge League (A segunda
divisão do campeonato suíço de futebol)
Acesso e Transporte: St. Gallen Winkel
Station (sistema ferroviário d’ St. Gallen)
Fonte: TRITEC GROUP. IKEA flat
roof AFG Arena. 2012. Disponível em:
<http://www.tritec- energy.com/en/refere
nce-cases/1002-ikea-flat-roof-afg-arena-
st-gallen/>. Acesso em: 17 mai. 2012.
296
Continente/País: Europa/Suíça
Arena Thun AG Eco Medidas:
Fonte: www.hrs.ch/typo3temp/pics/
Acesso 09/05/2012
Água: O gramado é artificial em função
de uma economia com o aquecimento e a
irrigação. A arena busca racionalizar
água ao máximo, evitando desperdícios.
Energia: Na cobertura do estádio, com
2624 metros quadrados, foram instaladas
1600 placas fotovoltaicas para geração
de energia. Estas fornecem uma redução
do consumo em 18% e uma produção
anual de 440 MWh, o que corresponde
ao consumo anual de 80 famílias.
Conforto Ambiental: Cerca de 90% do
aquecimento, em função das baixas
temperaturas é feito indiretamente
através de bombas de calor das águas
subterrâneas e os outros 10% através da
condensação a gás. A água quente (65%)
também é obtida indiretamente através
das bombas de calor das águas
subterrâneas, o restante não utiliza
condensação a gás. A pouca capacidade
do estádio proporciona uma cobertura
menor e um maior aproveitamento da
iluminação e ventilação naturais.
Localização: Thun (cidade)
Berna (cantão)
Capacidade: 10.000 pessoas (hoje)
Estimativa: 45 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Itten + Brechbühl AG,
Brügger Architekten AG e
Pool Architekten
Início da obra: Março de 2010
Inauguração: 09 de julho de 2011
Outros nomes: "The Jewel" (A Jóia)
Mandante: F C Thun (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos, conferências e convenções.
Eventos: Superliga Suíça
Acesso e Transporte: Thun Station
(sistema ferroviário de Berna)
Fonte: ARENA THUN AG. Solarstrom
vom Arena-Dach. 2011. Disponível em:
<http://www.arenathun.ch/index.php?sec
tion=news&cmd=details&newsid=19>.
Acesso em: 09 mai. 2012.
MILELLI, A. Fussballstadien Nach
Minergie. 28 jul. 2011. Disponível em:
<http://www.minergie.ch/news/items/fus
sballstadien-nach-minergie.html>.
Acesso em: 09 mai. 2012.
297
Continente/País: Europa/Suíça
Letzigrund Stadion Eco Medidas:
Fonte: www.4.bp.blogspot.com/
Acesso 09/05/2012
Entorno: Em sua concepção as
preocupações ambientais tiveram grande
destaque para a sua correta gestão.
Água: O projeto apresenta preocupações
com as águas subterrâneas, toda a água
de chuva que cai na cobertura é recolhida
e infiltrada no solo, através de galerias.
Energia: Na cobertura, fora instalada,
em 2007, uma usina fotovoltaica com
1276 módulos, 2.500 m² à base da
eficiente tecnologia dos monocristais,
com potência de 223 mil quilowatts.
Materiais: A cobertura apresenta
forração em madeira certificada e tratada.
A construção teve uma preocupação
maior com a gestão de novos materiais.
Resíduos: A arena desde sua concepção
apresenta preocupações com a produção
e gestão de resíduos. Os 350.000 m³ de
materiais originários do rebaixamento do
gramado tiveram reuso na própria obra,
ou foram destinados a locais próximos,
evitando grandes deslocamentos. Já o
concreto do antigo estádio demolido foi
reciclado para novas construções. 29.000
m³ de material foram descartados
corretamente.
Conforto Ambiental: A cobertura com
20.000 m² elevada do último assento e
assimétrica, em direção a incidência dos
raios solares, facilita a penetração da
iluminação e ventilação naturais.
Localização: Zurique (cidade)
Zurique (cantão)
Capacidade: 25.000 pessoas (futebol)
30.000 pessoas (atletismo)
48.000 pessoas (concertos)
Estimativa: 94 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Bétrix & Consolascio,
Frei & Ehrensperger
Início da obra: 15 de novembro de 2005
Inauguração: 30 de agosto de 2007
Outros nomes: Letzi, New Letzigrund
Stadium, Nouveau Stade
Mandante: FC Zürich, Grasshopper
Club Zurich (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos, conferências e convenções.
Eventos: Euro 2008, Superliga Suíça
Acesso e Transporte: Zürich, Freihof-
strasse e Zürich, Letzigrund Stations
(sistema de trens elétricos de Zurique)
Fonte: HOFFMANN, G. A Maior
Usina Solar do Mundo num Estádio de
Futebol. In: Portal Swissinfo.ch 22 fev.
2010. Disponível em: <http://www.swiss
info.ch/por/especiais/a_suica_dos_record
es/recordes_mundiais/A_maior_usina_%
20solar_do_mundo_num_estadio_de_fut
ebol.html?cid=8310648>. Acesso em: 17
mai. 2012.
298
Continente/País: Europa/Suíça
Stade de la Maladière Eco Medidas:
Fonte: www.hrs.ch/index.php?id=163&L=4&
Acesso 09/05/2012
Entorno: As margens do Lago Neuchâtel
o projeto está integrado ao contexto
urbano do centro da cidade ao optar, na
fachada, por elementos em vidro e aço,
como forma de refletir a cidade; por
apresentar um centro de compras em seu
embasamento, corpo de bombeiros e uma
série de outros serviços. Além de criar,
na face leste, uma praça pública.
Água: O gramado é artificial, apesar das
controvérsias a respeito desta temática, a
economia com água e manutenção, além
da racionalização são evidentes na arena.
Energia: A cobertura da arena recebeu
750 m² de placas fotovoltaicas, ou 960
placas, para a geração de 60 MW de
energia elétrica anualmente, suficientes
para abastecer 20 famílias. O estádio
apresenta automação predial e de
monitoramento, o que minimiza as
emissões de dióxido de carbono e reduz
o consumo energético de áreas ociosas,
satisfazendo as normas ambientais cada
vez mais rigorosas.
Materiais: A preocupação com materiais
locais e com alta qualidade está na
concepção do projeto.
Conforto Ambiental: Para a ventilação e
a refrigeração foi utilizado um sistema de
bombeamento de água do solo
alternativo, já que estes equipamentos
não poderiam ficar na cobertura.
Localização: Neuchâtel (cidade)
Neuchâtel (cantão)
Capacidade: 12.000 pessoas (hoje)
Estimativa: 214 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Laurent Geninasca
Bernard Delefortrie1
Início da obra: 27 de maio de 2005
Inauguração: 18 de abril de 2007
Outros nomes: La Maladière
Mandante: Neuchâtel Xamax (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos, serviços e exposições
Eventos: Superliga Suíça
Acesso e Transporte: Neuchâtel Station
(sistema ferroviário e de trens de alta
velocidade de Neuchâtel).
Fonte: NEUCHÂTEL XAMAX 1912.
La Maladière • Le Constructeur. In:
Portal Xamx, 2012. Disponível em:
<http://www.xamax.ch/maladiere-constr
ucteur.php>. Acesso em: 09 mai. 2012.
299
Continente/País: Europa/Suíça
Stade de Suisse Eco Medidas:
Fonte: www.flickr.com/photos/camera_alex/
Acesso 17/05/2012
Entorno: Prédio principal de um grande
complexo esportivo apresenta-se conexo
a uma grande área de lazer de Berna.
Água: O gramado artificial mostra a
preocupação com a racionalização de
água, mesmo com as reclamações, assim
como equipamentos sanitários com baixo
fluxo de vazão de descarga.
Energia: Uma das maiores coberturas
com aplicação de energia solar do
mundo, o que faz com que o estádio seja
autossuficiente em energia. As células
solares ocupam uma área de 12.000 m²,
cerca de 7.000 painéis e produzem 1,3
milhão de quilowatt/h de eletricidade por
ano, livre de subvenção, o que
corresponde ao consumo de 400 casas. O
grau de eficiência dos painéis é de 15%,
isto é, 15% da energia que se encontra na
luz solar é transformada em eletricidade,
o que favorece a relação custo-benefício.
Conforto Ambiental: A cobertura
deslocada do último assento permite a
incidência da iluminação e da ventilação
naturais.
Localização: Berna (cidade)
Berna (cantão)
Capacidade: 32.000 pessoas (futebol)
45.000 pessoas (shows)
Estimativa: 370 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Rodolphe Luscher, Felix
Rebmann e Jean-Pierre Schwaar
Início da obra: 15 de junho de 2002
Inauguração: 30 de julho de 2005
Outros nomes: Estádio Wandkdorf Bern,
The Swiss National Stadium
Mandante: BSC - Berner Sport Club
Young Boys (futebol)
Finalidade: Multiuso: concertos e servi-
ços, esportes (hóquei inclusive)
Eventos: Euro 2008, Superliga Suíça
Acesso e Transporte: Bern Wankdorf
Station (sistema ferroviário de Berna).
Fonte: HOFFMANN, G. A Maior Usina
Solar do Mundo num Estádio de
Futebol. In: Portal Swissinfo.ch 22 fev.
2010. Disponível em: <http://www.swiss
info.ch/por/especiais/a_suica_dos_record
es/recordes_mundiais/A_maior_usina_%
20solar_do_mundo_num_estadio_de_fut
ebol.html?cid=8310648>. Acesso em: 17
mai. 2012.
300
Continente/País: Europa/Suíça
Stade St. Jakob-Park Eco Medidas:
Fonte: www.zerozero.pt/img/estadios/803/67803
Acesso 17/05/2012
Entorno: Prédio principal de um grande
complexo esportivo e do maior centro de
comércio e compras de Basileia, apre-
senta grande variedade de transportes.
Água: Apresenta descargas com fluxo de
vazão reduzido e ativação automática.
Busca a máxima racionalização da água.
Energia: Sua cobertura apresenta
instalada cerca de 1.200 m² de placas
fotovoltaicas. A produção anual é de
cerca de 130 mil quilowatts/hora.
Apresenta ainda, como fonte de
alimentação, um conjunto de geradores a
diesel com 600 kVA de potência. A
fachada apresenta lâmpadas fluorescente
mais econômicas que as tradicionais.
Conforto Ambiental: A cobertura
inclinada facilita a penetração da
iluminação e da ventilação naturais.
Localização: Basileia (cidade)
Basileia (cantão)
Capacidade: 42.500 pessoas (Euro2008)
38.000 pessoas (hoje)
33.433 pessoas (original)
60.000 pessoas (concertos)
Estimativa: 235 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Jacques Herzog,
Pierre De Meuron
Início da obra: 14 de agosto de 1999
Inauguração: 15 de março de 2001
Sofreu uma ampliação entre 2006-07
Outros nomes: Joggeli
Mandante: FC Basel (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos, serviços e exposições
Eventos: Euro 2008, Superliga Suíça
Acesso e Transporte: Basel SBB Station
(sistema ferroviário, de trens de alta
velocidade e elétricos de Basileia).
Fonte: HOFFMANN, G. A Maior Usina
Solar do Mundo num Estádio de
Futebol. In: Portal Swissinfo.ch 22 fev.
2010. Disponível em: <http://www.swiss
info.ch/por/especiais/a_suica_dos_record
es/recordes_mundiais/A_maior_usina_%
20solar_do_mundo_num_estadio_de_fut
ebol.html?cid=8310648>. Acesso em: 17
mai. 2012.
301
Continente/País: Oceania/Austrália
Brisbane Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.footballnews.com.au/stadium.php
Acesso 05/09/2012
Água: Através de sua cobertura, com 22
mil m², recolhe água de chuva para
atividades de limpeza e irrigação do
gramado. Este volume é armazenado em
quatro tanques com capacidade para 1,1
milhões de litros, o que reduz a
dependência do abastecimento municipal
e pode ser preenchido com chuvas de
cerca de 50 mm, suficientes para irrigar o
gramado durante doze semanas.
Resíduos: A arena vem praticando
campanhas de conscientização de seus
usuários a respeito da reciclagem e da
separação de resíduos por todo seu
espaço físico.
Conforto Ambiental: A cobertura,
elevada em relação ao último assento,
facilita a penetração da iluminação
natural e da ventilação cruzada.
Localização: Brisbane (cidade)
Queensland (estado)
Capacidade: 52.500 pessoas (hoje)
Estimativa: 280 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Populous HOK Sport,
Venue e Event
Início da obra: Julho de 2001
Inauguração: 01 de junho de 2003
Outros nomes: Suncorp Stadium,
Lang Park
Mandante: Queensland Rugby, Brisbane
Broncos, Queensland Reds (rúgbi) e
Brisbane Roar (futebol)
Finalidade: Multiuso: esportes (rúgbi,
futebol) e concertos musicais.
Eventos: Copa Mundial de Rúgbi de
2003, Liga Australiana de Rúgbi
Acesso e Transporte: Milton e Roma
Street Stations (sistema ferroviário).
Fonte: SUNCORP STADIUM. Suncorp
Stadium is Undertaking a Number of
Environmental Initiatives. 2010.
Disponível em: <http://www.suncorp
stadium.com.au/The_Stadium/Environm
ent.aspx>. Acesso em: 05 set. 2012.
302
Continente/País: Oceania/Austrália
Estádio Olímpico de Sidney Eco Medidas:
Fonte: www.dailytelegraph.com.au
Acesso 05/09/2012
Entorno: Após uma reforma, em 2003, o
Estádio Olímpico de Sidney que é
integrado ao meio ambiente e foi
construído sobre um antigo aterro
sanitário perdeu sua pista de atletismo e
teve sua capacidade de assentos reduzida
(81.500 espectadores, na configuração
oval, para jogos de críquete e futebol
australiano e 83.500 torcedores, na
configuração retangular, para jogos de
futebol e rúgbi).
Água: O formato da cobertura favorece a
possibilidade de se reutilizar águas
pluviais, através de reservatórios de
apoio, para uso de sanitários.
Materiais: Seus materiais foram
cuidadosamente selecionados, após a
análise de seus “ciclos de vida” para
evitar os que gerassem poluição na sua
fabricação, ou instalação, ou que
consumissem grandes quantidades de
energia. Prezou, por exemplo, pela pouca
utilização de aço, o que deu leveza a sua
cobertura, bem diferente dos Estádios
Olímpicos de Athenas e Beijing.
Conforto Ambiental: O conforto
ambiental interno foi favorecido por
aberturas que facilitam a circulação de ar
e a ventilação natural, através de um
sistema de refrigeração natural.
Localização: Sydney (cidade)
Nova Gales do Sul (estado)
Capacidade: 83.500 pessoas (hoje)
110.000 (Olimpíadas)
Estimativa: 690 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Populous
Início da obra: Setembro de 1996
Inauguração: 06 de março de 1999
Outros nomes: ANZ Stadium (namings
rights), Stad. Australia, Testra Stadium
Mandante: Seleções australianas de
rúgbi e futebol
Finalidade: Multiuso: esportes (motoci-
clismo, rúgbi, futebol, críquete e futebol
australiano), concertos musicais, shows e
eventos religiosos.
Eventos: XXVII Jogos Olímpicos de
Verão Sidney 2000 e Paraolímpicos
Acesso e Transporte: Olympic Park
Station (sistema ferroviário de Sydney).
Fonte: SOCOG - SYDNEY ORGANI-
SING COMMITTEE FOR THE
OLYMPIC GAMES. Official Report of
the Xxvii Olympiad - Volume One -
Preparing for the Games. 2001.
Australia: Paragon Printers Australasia.
1st Edition. 420 p.
303
Continente/País: Oceania/Austrália
Etihad Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.marketingdeportivomd.com
Acesso 05/09/2012
Água: Sua cobertura propicia a coleta da
água de chuva em seus 40 mil m² de
superfície. Sua armazenagem, de 15 a 20
milhões de litros por ano, é feita em 17
tanques enterrados, com capacidade para
um milhão de litros, que serão utilizados
em sanitários e na irrigação do gramado.
O projeto hidráulico da arena é
automatizado e economiza de 20 a 30
milhões de litros, das redes da cidade, e
foi implantado, em janeiro de 2009, com
financiamento de 50% da concessionária
de água local. Pode-se destacar também,
na arena: equipamentos sanitários mais
econômicos, vazões de fluxo reguladas, a
instalação de uma unidade de reciclagem
da água, além de campanhas de
conscientização da importância da água.
Conforto Ambiental: Foi o primeiro
estádio com assentos móveis da
Austrália, o que permite uma
configuração oval, ou retangular,
dependendo da modalidade esportiva,
entretanto, esta flexibilidade acarreta
danos ao relvado. Sua cobertura é retrátil,
no sentido leste oeste, com oito minutos
para a conclusão da sua operação o que
facilita a inserção de iluminação e
ventilação naturais.
Localização: Melbourne (cidade)
Victoria (estado)
Capacidade: 56.347 pessoas (hoje)
Estimativa: 460 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Populous e Daryl Jackson
Início da obra: Outubro de 1997
Inauguração: 09 de março de 2000
Outros nomes: Colonial Stadium, Dockl-
ands Stadium, The Dome e Victoria Stad.
Mandante: Melbourne Victory FC (fut.),
Melbourne Storm (rúgbi), Melbourne
Renegades (críquete), Carlton FC (fut.
australiano)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Jogos da Comunidade Britânica
2006 e Copa Mundial de Rúgbi 2003
Acesso e Transporte: Southern Cross
Station (sistema ferroviário e de bondes
elétricos de Melbourne).
Fonte: AFL - AUSTRALIAN
FOOTBALL LEAGUE. Sustainable
Initiatives With Our Partners. 2012.
Disponível em: <http://www.afl.com.au/
AFL%20Green/tabid/9866/default.aspx >
Acesso em: 05 set. 2012.
304
Continente/País: Oceania/Austrália
Melbourne Rectangular Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.prc-magazine.com
Acesso 05/09/2012
Entorno: Foi levada em consideração,
em sua implantação, uma preocupação
com a inserção da arena, na malha
urbana, nos acessos a bicicletários,
transportes públicos e na disponibilidade
de vagas exclusivas para carros elétricos.
Água: Marcado por uma cobertura
geodésica, sobre boa parte dos assentos,
é capaz de recolher e armazenar água de
chuva como forma de minimizar o
consumo da rede. A utilização de
aparelhos sanitários com vazão
controlada também fora ratificada.
Energia: Sua iluminação é em LED
(com gastos de 1/10 das lâmpadas
comuns), com o que há de mais moderno
em tecnologia, design e economia, em
prol de reduzir a dependência do sistema
de iluminação pública. Em outros locais,
lâmpadas econômicas foram utilizadas
sempre que possíveis, paralelamente a
um sistema de automação predial, para
minimizar o consumo elétrico.
Materiais: Sua envoltória é constituída
de aço bio-frame, 50% mais leve que o
aço comum e desprendeu menos energia
para sua construção do que coberturas
similares, entretanto, esta representa um
limitador para uma possível expansão.
Destaca-se também, em sua construção,
o emprego de materiais reciclados,
sempre que possível; o uso de madeira de
reflorestamento, ou certificada; a
edificação de lajes ocas de concreto, que
incorporam uma menor quantidade de
energia; e a aplicação de carpetes e tintas
com baixo teor de COVs.
Resíduos: A gestão de resíduos é
integrada a um sistema de reciclagem.
Conforto Ambiental: Sua cobertura é um
facilitador para a entrada de iluminação e
ventilação naturais, em seu interior.
Localização: Melbourne (cidade)
Victoria (estado)
Capacidade: 30.050 pessoas
50.000 (expansível)
Estimativa: 268 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Cox Architects e Planners
Início da obra: Final de 2007
Inauguração: 07 de maio de 2010
Outros nomes: AAMI Park (nome
comercial de uma empresa de seguros)
Mandante: Melbourne Victory FC,
Melbourne Heart FC (futebol), Melbour-
ne Rebels, Melbourne Storm (rúgbi)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Liga Australiana de Rúgbi e
Campeonato Australiano de Futebol
Acesso e Transporte: Richmond Station
(sistema ferroviário de Melbourne).
Fonte: AAMI PARK. Construction.
2010. Disponível em: <http://www.aami
park.com.au /desktopdefault.aspx/tabid-
166/115_read-102/>. Acesso em: 05 set.
2012.
ROLFE, P. Stadium of light. In: Herald
Sun, 02 ago. 2009. Melbourne, Australia.
Disponível em: <http://www.heraldsun.
com.au/stadium-of-light/story-fna7dq6e-
1225757119915>. Acesso em: 05 set.
2012.
305
Continente/País: Oceania/Nova Zelândia
Forsyth Barr Stadium Eco Medidas:
Fonte: www.worldstadiums.com
Acesso 05/09/2012
Entorno: Sua área de implantação levou
em consideração a facilidade de acesso
ao transporte público de qualidade, ou a
pé, assim como a sua integração total a
malha urbana da cidade de Dunedin.
Água: A água da chuva é captada a partir
da superfície do telhado com 20.500 m² e
armazenada em tanques especiais para a
irrigação do gramado e necessidades
internas que não necessitem de água
potável.
Energia: Para a eficiência energética,
sempre que possível, os materiais
empregados tem baixa incorporação e
gastos de energia, ou são recicláveis.
Materiais: A cobertura em ETFE, um
polímero leve, dobrado, totalmente
reciclado e translúcido é voltada para a
face norte, o que facilita a iluminação e o
aquecimento do estádio durante o
inverno, de junho a setembro.
Resíduos: O estádio foi construído
reciclando 97% dos materiais utilizados
nas edificações existentes, anteriormente,
em seu perímetro, como: aço, madeiras,
blocos cimentícios e detritos de concreto.
Conforto Ambiental: Conhecido pela sua
semelhança a uma “caixa de vidro”
apresenta assentos móveis, ventilação
natural das arquibancadas e forçada das
áreas internas, que consomem menos
energia (quando estas não necessitam de
condicionadores).
Localização: Dunedin (cidade)
Otago (região)
Capacidade: 30.748 pessoas (hoje)
Estimativa: 163 milhões (US dólares)
Arquiteto(s): Jasmax e Populous
Início da obra: Maio de 2009
Inauguração: 05 de agosto de 2011
Outros nomes: The Glasshouse, Otago
Stadium, New Carisbrook
Mandante: Otago United (futebol),
Highlanders e Otago Union (rúgbi)
Finalidade: Multiuso: esportes, concer-
tos musicais e eventos especializados
Eventos: Copa Mundial de Rugby 2011
Acesso e Transporte: Dunedin Railway
Station (sistema ferroviário de Dunedin).
Fonte: VENUES, D. Eco-friendly
Features - Actually, It is Easy Being
Green. 2012. Disponível em: <http://ww
w.forsythbarrstadium.co.nz/stadium/cons
truction/eco-features>. Acesso em: 05
set. 2012.