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    GUIA PAELABORA

    PROJ M

    DE

    A

    DECOM GERAO DE TRABA

    Metodologias e instrumentos para o desenvolvimento e a

    implantao de projetos de MDL com gerao

    de crditos de carbono, trabalho e renda.

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    As mudanas climticas, a maior ameaa humanidade nas prx

    tambm oportunidades para criar uma sociedade melhor. A busca

    do clima e pela adaptao necessria a ela forar governos, emp

    cidades e modos de produo e a diminuir o desperdcio de recu

    de organizao social, baseadas na solidariedade, devero ser ad

    Essas aes tero impacto econmico em toda a sociedade, que

    desenvolver sistemas sociais e comunitrios mais eficientes e me

    pela sociedade carbo-neutra estar na agenda poltica: reduzir o d

    conforto; preservar a natureza, sem, no entanto, frear o desenvolvde vida das populaes mais pobres; repor a poltica, em vez dos

    principal para melhorar a sociedade.

    No Brasil, vrias iniciativas j vm sendo t omadas para o desenvo

    igualitria, que prope conforto e qualidade de vida para todos.

    A Fundao Banco do Brasil tem tido um papel importante na apl

    para a gerao de trabalho, renda e educao s comunidades qu

    excludas, sempre com respeito s dimenses hu mana, econmic

    Nesse sentido, o tema mudanas climticas merece especial aten

    tanto pelo perigo que elas levam s populaes mais vulnerveis

    de desenvolvimento social que oferecem. Afinal, a adaptao s m

    a adoo de polticas sociais, urbanas e rurais inovadoras e mais

    natureza. Dentre essas est a obteno de crdito de carbono po

    reduza a emisso de gases do efeito estufa.

    APRESENTAO

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    Em 2008, a FBB redigiu a primeira verso de um guia para a preparao de projetos de crdito

    de carbono pelo regime de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL). Elaborado com o

    apoio da Fundao de Apoio Pesquisa e Extenso (Fapex), ligada Universidade Federal da

    Bahia, ele passou por uma atualizao e agora posto disposio do pblico.

    A maior parte dos projetos dessa espcie tem sido implementada no Brasil por meio da

    iniciativa de grandes empresas, mas bastante evidente que eles tambm podem ser

    executados com sucesso por agentes de menor porte, incluindo aqueles empenhados em criar

    oportunidades de trabalho e renda para grupos em situao de excluso social ou com renda

    muito baixa.

    Para a implementao exitosa, em larga escala, de projetos de MDL com gerao de crditos

    de carbono, a presente publicao torna-se uma fonte de referncias, ao apresentar meios e

    instrumentos adequados para a boa compreenso do que o mecanismo de desenvolvimento

    limpo e das principais ideias e conceitos associados a ele. O contedo est organizado de

    modo a permitir uma leitura integral sobre o assunto ou a simples consulta para sanar dvidas

    e esclarecer questes especficas.

    Esperamos que este guia possa servir a prefeitos, secretrios, lderes e comunidades

    produtivas, cooperativas, associaes, consultores sociais e a todos aqueles que identifiquem

    formas de incluso social baseadas na sustentabilidade ambiental.

    A Fundao Banco do Brasil continuar contribuindo com o tema, em particular para

    disseminar as tecnologias sociais relacionadas ao meio ambiente.

    Gostaramos de agradecer s instituies e s pessoas que colaboraram na elaborao deste

    trabalho mpar e fundamental, cujo tema to relevante e urgente.

    Jacques de Oliveira Pena

    Presidente da Fundao Banco do Brasil

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    As alteraes dramticas pelas quais tem passado o clima do no

    dos principais debates polticos da atualidade e resultam num cen

    relaes internacionais. O clima ganha tambm o destaque medi

    avaliam desde os efeitos ambientais do aquecimento global at s

    economia e a agricultura, entre outras atividades.

    As pesquisas revelam a emergncia em conter as mudanas clim

    tidas como uma ameaa ao futuro do planeta e da humanidade, j

    dias atuais. Toda a devastao ecolgica promovida em nome do

    e econmico teve como resultado o fenmeno do aquecimento g

    tem sido a causa de catstrofes naturais de considervel proporpontos da Terra. O que se pode observar a ocorrncia de furac

    e secas em regies anteriormente estveis e seguras. A violncia

    tem intensificado tambm problemas antigos, trazendo consequ

    parcela mais pobre da populao, o que vem a agravar ainda mai

    Comunidades ribeirinhas sofrem com enchentes cada vez mais

    que no s desabrigam e destroem como tambm matam. Nas r

    prolongam-se ainda mais, comprometendo a fertilidade do solo e o

    O nvel dos oceanos vem-se elevando, colocando em xeque a

    inteiras e a sobrevivncia de inmeras espcies.

    O esforo internacional de combate ao aquecimento global result

    de Quioto, um documento que prope a reduo, por parte de div

    dos gases de efeito estufa, responsveis pelo aquecimento globacontrole da poluio do ar, o Protocolo oferece opes de crescim

    em desenvolvimento, como o Brasil.

    PREFCIO

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    A Fundao Banco do Brasil (FBB) reconheceu em uma das ferramentas do Protocolo de

    Quioto, chamada mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), uma oportunidade para gerar

    trabalho e renda a grupos em situao de excluso social ou com renda muito baixa.

    O MDL prope a criao de projetos que eliminem ou reduzam as emisses dos gases de

    efeito estufa gerados pelas atividades humanas e, paralelamente, proporcionem o investimento

    financeiro internacional em aes de desenvolvimento local. Com o objetivo de facilitar a

    compreenso e a aplicao dessa ferramenta, a FBB publica este Guia para a Elaborao de

    Projetos de MDL com Gerao de Trabalho e Renda.

    Uma verso inicial foi preparada pela Fundao de Apoio Pesquisa e Extenso (Fapex), de

    Salvador, em 2008, pela equipe coordenada por Jorge Thadeu Sampaio e Oswaldo Barreto

    e formada por Lara Cristina Loureno Deppe, Sara Godoy Gunfinkel, Maria Teresa Augusti,

    Osvaldo Barreto Filho, Marcela Cristina Arruda e Tiago Duque Estrada. Em 2009 e 2010, com

    o objetivo de facilitar seu uso por prefeitos, lderes comunitrios e cooperativas, houve uma

    atualizao do contedo, representada por esta edio.

    Este guia traz, de forma didtica e simplificada, as principais orientaes necessrias para

    criar um projeto desse tipo.

    Na primeira parte, so apresentados os conceitos que explicam o Protocolo de Quioto, o que

    vem a ser o mecanismo de desenvolvimento limpo e qual a sua aplicabilidade. O guia revela

    ainda os documentos necessrios para formalizar uma proposta de projeto, onde e como ela

    deve ser apresentada, alm de destacar os procedimentos para que seja aprovada e a forma

    como poder atrair investimentos financeiros.

    Na segunda parte, so apresentados dois tipos de projetos de MDL de pequena escala.

    Primeiro, as usinas de triagem e compostagem de lixo; depois, a suinocultura. Ambos tm sido

    realizados com sucesso no Brasil e demonstram grande potencial para a gerao de trabalho

    e renda. Para cada um deles, o guia traz o contexto e as condies gerais de aplicao, bem

    como as vantagens sociais e econmicas de um projeto de crdito de carbono. O ptando por

    um desses exemplos, o leitor encontra aqui apoio para o passo a passo para a criao de seu

    projeto de MDL.

    Ao final, o captulo de anexos apresenta outro suporte para o leitor. Nele est includa uma

    cpia do formulrio do documento de concepo do projeto, alm de uma lista de links

    relacionados ao assunto e de uma bibliografia adicional, teis para a consulta durante a

    preparao do projeto.

    importante destacar que os exemplos aqui mostrados podem ser adaptados a outrassituaes tambm propcias aplicao do MDL, mas que no foram abordadas neste guia em

    virtude da sua especificidade. o caso do setor de florestas, que oferece oportunidades para

    o pequeno fazendeiro. Projetos de florestamento e reflorestamento em pequena escala, muito

    usados no Brasil, so adequados para a obteno de crdito de c

    especfica determina a escolha da metodologia e a forma de com

    crditos de carbono que ser gerado, o que tor na o tema pouco p

    menos importante -para a exposio em um guia.

    O Conselho Executivo do Protocolo de Quioto j aprovou alguma

    em florestamento ou reflorestamento de pequena escala. Um exe

    consorciada, ou seja, o plantio de rvores em pastagens e gleba

    s a manuteno da verba anual do fazendeiro por meio da ativid

    obteno de uma verba adicional proveniente dos crditos de c

    plantio das rvores.

    H ainda outros tipos de projetos de MDL em florestamento ou re

    assentamentos fsicos, que consistem no reflorestamento das ma

    e os assentamentos humanos, inclusive os de reforma agrria, em

    reflorestada com plantio de rvores, como o eucalipto, para a com

    A experin cia de cent enas de projetos de MDL no mundo most

    vantagens sociais, polticas, econmicas e ambientais em inve

    o simples diagnstico ambiental, o esforo de organizar e lider

    a redao de documentos, o acompanhamento da aprovao e

    premiao financeira pelo esforo tm como resposta o fortale

    comunidades detentoras das propostas.

    Para garantir a aprovao do projeto no Conselho Executivo do M

    implantao, sugerimos a colaborao de um consultor, cuja expdeterminante nesse sentido. A Fundao Banco do Brasil oferece

    podem apoiar as comunidades na preparao da documentao

    Est nas mos de vocs, prefeitos, lderes comunitrios, associad

    leitores, a chance de promover a transformao e o empoderame

    por meio do conhecimento. A deciso por levar adiante um projet

    trabalho e renda um desafio, pois exige esforos de organiza

    A compensao ser um passo definitivo na histria da sua regi

    pela gerao de trabalho e renda, as ms prticas ambientais pel

    sustentvel e a estagnao econmica pela movimentao financ

    Este guia oferece possibilidades para um futuro de prosperidade

    identific-las e adapt-las sua realidade.

    Consultor inter

    energia e negociaes m

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    Expediente

    Fundao Banco do Brasil

    Jacques de O

    Jorge Alfredo

    Dnis Corra

    Alfredo Leop

    Jefferson DA

    Mrio Pereira

    Claiton Jos

    Lenira de So

    Jos Climri

    Jos Maurci

    Maria Helena

    Presidente

    Diretor Executivo de Desenvolvimento Social

    Diretor Executivo de Gesto de Pessoas, Controladoria e Logstica

    Secretrio Executivo

    Gerncia de Parcerias, Articulaes e Tecnologia Social

    Gerente de Trabalho e Renda

    Gerente de Comunicao e Mobilizao Social

    Gerente de Pessoas e Infraestrutura

    Gerente de Finanas e Controladoria

    Gerente de Tecnologia da Informao

    Assessora Snior

    Marcos FadaGerente de Educao e Cultura

    Milton NogueConsultor internacenergia e negocia

    Teresa Cristi

    Guilherme W

    Coordenao e contedo

    Cris VieiraAdaptao e edio

    Portugus e estilo

    Projeto grfico

    Saulo Pio LemReviso de contedo

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Guia para a Elaborao de Projetos de MDL com Gerao de Trabalho Fundao Banco do Brasil, 2010

    100 p.: il., retrs., color.

    ISBN 978-85-61534-09-7Palavras-chave: Protocolo de Quioto; mecanismo de desenvolvimento lim

    projetos de MDL, crditos de carbono.

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    Este guia no traz informaes detalhadas sobre o preenchi

    bsicos do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL).

    Tambm no informa sobre a tramitao da documentao n

    Executivo do MDL, sendo essa uma funo especfica das E

    Designadas (EODs).

    Alm disso, ele no fornece informaes tcnicas ou sobre

    relativos s tecnologias utilizadas. Para isso, sugere que s e

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa).

    O objetivo deste guia orientar agentes solidrios na elaborao de documentos de projeto

    que utilizem o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) para gerar trabalho e renda e,

    assim, beneficiar grupos locais em situao de excluso social ou com baixa renda.

    A criao e a implementao de um documento de projeto de MDL so complexas. Poressa razo, este guia, em vez de capacitar diretamente os membros de grupos locais,

    destina-se aos agentes solidrios as pessoas que iro desenvolver e implementar os

    projetos nas comunidades. A eles caber, posteriormente, fazer a transferncia da gesto

    aos membros das comunidades.

    A criao de um documento de concepo do projeto (DCP) que utilize o MDL para

    gerar trabalho e renda requer que vrios atores, externos e internos ao processo, sejam

    acionados e que diversos tipos de conhecimento sejam utilizados. A articulao desses

    atores e das diferentes formas de conhecimento o grande desafio que precisa ser

    vencido para o sucesso do projeto.

    Este guia servir para:

    > Compreender o que o MDL e como ele pode

    ser usado para elaborar e implementar projetos voltados para a gerao de

    trabalho e renda.

    >Apresentar o passo a passo da elaborao de um projeto de MDL desde o

    planejamento e o desenvolvimento at a implantao do DCP.

    > Orientar na redao da documentao necessria: DCP, Anexo III e cartas dos

    agentes envolvidos.

    > Orientar agentes sociais a atuar como interlocutores e articuladores dos demais

    membros envolvidos no projeto.

    > Dois tipos de projetos foram selecionados entre as mais de

    aprovadas e sero usados por este guia como referncia p

    projetos de MDL com gerao de trabalho e renda.

    > Este guia recomenda que o documento de concepo do pro

    com o apoio de uma consultoria especializada na tecnolog

    >A criao de projetos de MDL aqui proposta busca ser coe

    ideias, os objetivos e a aplicao das tecnologias sociais.

    SUMRIO EXECUTIVO

    O que este guia no fornece

    Objetivo

    Pblico-alvo

    Das dificuldades

    Utilidade

    Notas

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    Introduo

    I. O que tecnologia social

    II. O que so projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) com gerao de

    III. O que importante saber para criar um projeto de mecanismo de desenvolvimento

    O que MDL

    Exemplos de projetos de MDL

    Documentos bsicos para especicar um projeto de pequena escala

    O que crdito de carbono

    As duas fases de um projeto de MDL pelas instncias do Conselho Executivo

    O passo a passo do ciclo do projeto

    IV. Criao de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) para gerar trab

    Como criar um projeto de MDL com usinas de triagem, reciclagem e compostagem de res

    Metodologia de MDL utilizvel no projeto

    Como criar um projeto de MDL em suinocultura para produzir energia e adubo

    Metodologia de MDL utilizvel no projeto

    O passo a passo da elaborao de um projeto de MDL de crdito de carbono

    V. Anexos

    Onde encontrar formulrios e exemplos de projetos aprovados

    Formulrio do documento de concepo do projeto (DCP) para atividades de pequena esc

    Principais sitesrelacionados ao assunto

    Bibliograa sugerida

    NDICE

    3

    59

    11

    13

    18

    19

    23

    26

    36

    43

    51

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    Existe atualmente um esforo em escala mundial, coordenado pe

    Unidas (ONU), para diminuir os efeitos devastadores que as ativid

    atmosfera terrestre desde a Revoluo Industrial.

    Esse esforo, denominado Protocolo de Quioto, visa regulamenta

    dos gases de efeito estufa (GEE) e estabelece metas a serem cum

    industrializados.

    Uma das formas de atingir essas metas a implantao, em pase

    atividades que reduzam a emisso de gases poluentes ou que os

    INTRODUO

    Os projetos referentes a essas atividades so criados, validados e

    critrios, as normas e os procedimentos do mecanismo de desen

    No Brasil, a maioria dos projetos de MDL tem s ido implementada

    empresas e por prefeituras, mas agentes de menor porte tambm

    sucesso nesse sentido.

    Tal panorama fez com que a Fundao Banco do Brasil (FBB) se p

    esses agentes a adquirir recursos provenientes do MDL. No intuit

    desenvolvimento local, a FBB prope ainda que tais recursos seja

    gerem emprego e renda para grupos em situao de excluso soc

    e com pouca ou nenhuma qualificao profissional. Essa a final

    MDL e Protocolo de Quioto

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    I. O QUE TECNOLOGIA SOCIAL

    O conceito de tecnologia social compreende produtos, tcnicas o

    que se desenvolvem na interao com a comunidade e representtransformao social.

    As tecnologias so ciais potencializam o us o de insumos e mo d

    meio ambiente, so sustentveis e visam soluo de problemas

    educao, sade, energia, habitao, recursos hdricos, saneame

    e renda, dentre outros. Elas podem aliar saber popular, organiza

    tcnico-cientfico. O que essencialmente importa que sejam e

    desenvolvimento social em grande escala.

    A noo de tecnologia social pressupe a participao democrt

    em projetos que buscam a transformao social significa produzi

    e aprendizagem a todos, com consequente empoderamento e em

    So beneficirios primrios dos empreendimentos que envolvem t

    populacionais, do campo e das cidades, em condies de vulnera

    mais especificamente, agricultores familiares, assentados, quilom

    extrativistas, povos indgenas e catadores de materiais reciclveis

    A metodologia para a elaborao de projetos de MDL com gera

    apresentada neste guia pretende se caracterizar como tecnologia

    coerente com os conceitos, as ideias, os objetivos e o contexto a

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    Esse fenmeno natural -a reteno de calor chamado de efeito estufa.

    O conceito de projetos de MDL com gerao de trabalho e renda simples: ele se refere

    queles projetos que reduzem as emisses de gases de efeito estufa (GEE) e, ao mesmo

    tempo, geram emprego e renda para grupos em situao de excluso social ou com renda

    muito baixa. Para isso, tais projetos devero ser s ustentveis e de rpida implementao, alm

    de possibilitar que os grupos locais possam geri-los futuramente.

    II. O QUE SO PROJETOS DE MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO

    LIMPO (MDL) COM GERAO DE TRABALHO E RENDA

    As propostas contidas em um projeto desse tipo devem ser formalizadas em um documento

    de concepo do projeto (DCP) elaborado em conformidade com o MDL.

    Projetos de MDL com gerao de trabalho e renda

    III. O QUE IMPORTANTE SABER PARA CRIAR UMECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO

    A energia da radiao solar atinge a Terra principalmente na form

    de raio infravermelho (calor) e de raio ultravioleta.

    Uma parcela dessa radiao refletida pela atmosfera, outra ab

    atravessa-a e alcana a superfcie terrestre. Esta, por sua vez, absatinge e reflete o restante, devolvendo-o atmosfera sob a forma

    Parte desse calor que a superfcie terrestre devolve atmosfera fi

    outra atravessa-a novamente e retorna ao espao. O calor retido n

    para a manuteno da temperatura terrestre. Caso isso no acont

    da Terra ficaria entre 15C e 20C negativos, ao contrrio dos 15C

    observados. Alm disso, a atmosfera difunde o calor que retm e

    de temperatura entre os dias (quando a radiao solar sobre a Te

    (quando ela mais fraca).

    1. O que efeito estufa

    Os gases deefeito estufa,principalmenteo CO2,

    permitem quea luz do

    Sol passepor eles.

    Parteda energia solar

    pela superfcieterrestre.

    Esses mesmos gases,porm,retm

    grandepartedo calor gerado pela luz do

    superfciepelas molculas dos gases de

    efeito estufa,gerando calor.

    Sol

    Terra

    Gases de Efeito Estufa

    4

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    GEE so aqueles gases que fazem com que parte do calor irradiado pela superfcie terrestre

    seja aprisionada na atmosfera, onde so naturalmente encontrados.

    Os mais relevantes so o dixido de carbono (CO2), o vapor de gua (H

    2O), o metano (CH

    4)

    e o xido nitroso (N2O).

    Embora a existncia do efeito estufa seja indispensvel vida na

    elevar a temperatura do planeta e, por isso, causar mudanas clim

    O recrudescimento do efeito estufa j ocorreu diversas vezes na h

    diferentes razes. Mas, desde o final do sculo XIX, ele vem eleva

    temperatura do planeta, o que comumente chamado de aquecim

    Diversos resultados catastrficos e preocupantes que vo desd

    polares da Terra at a desertificao de muitas e extensas reas

    Chuvas, nevascas e inundaes mais frequentes e maiores em deocorrem. Fenmenos atmosfricos de grandes dimenses, como

    se tornando cada vez mais constantes, o nvel e a violncia dos o

    vrias regies do globo terrestre, dentro de pouco tempo, correr

    submerso permanente.

    Se h diversos GEE, por que a maioria das referncias feitas a eles destaca quase sempre

    apenas o dixido de carbono (CO2)?

    Ocorre que o impacto de cada gs no efeito estufa diferente. Criou-se ento uma tabela

    que expressa o efeito de uma unidade de cada gs de efeito estufa em unidades de dixido

    de carbono, para este fim denominado CO2e(dixido de carbono equivalente). Dessa forma, o

    CO2epassou a ser a unidade de medida desse fenmeno.

    A Tabela 1 a seguir permite calcular o volume de CO2necessrio para produzir o mesmo

    impacto no efeito estufa que uma determinada quantidade de outro gs. Alm disso,

    possibilita quantificar o impacto dos GEE na atmosfera, o que permite compreender mais

    facilmente os efeitos provocados pela combinao de vrios desses gases.

    J vimos que, em quantidade normal, os gases de efeito estu fa (G

    aquecido e atenuam as variaes de temperatura entre os dias e

    efeito estufa se intensifica muito que passa a ser motivo de preo

    2. O que so gases de efeito estufa (GEE) 4. O que aquecimento global

    3. Carbono, unidade de medida do efeito estufa

    5. O problema

    Gs de Efeito Estufa

    Unidades de CO2e

    (quantidade equivalente de CO2necessria paraobter o mesmo efeito)

    CO2 1

    CH4 21

    N2O 310

    HFC-23 11.700

    HFC-125 2.800

    HFC-123a 1.300

    HFC-152a 140

    CF4 6.500

    C2

    F6

    9.200

    SF6 23.900

    O problema que a concentrao de GEE na atmosfera vem aumrapidamente, produzindo o chamado aquecimento global. A razo

    emisses antrpicas ou seja, emisses diretamente geradas po

    A produo industrial, a pecuria, a agricultura e certos hbitos d

    exemplos de atividades geradoras de emisses de GEE.

    Alm disso, os desmatamentos em grande escala e as queimada

    o efeito estufa porque diminuem, ou mesmo eliminam por comple

    florestas de reter (ou sequestrar) os gases que o provocam.

    Mas a queima de combustveis fsseis, principalmente o carvo

    gerado a maior parte das emisses de CO2resultantes de atividad

    chegam hoje a 360 partes por milho, o que representa 60% do ef

    O problema

    Tabela 1 Clculo do efeito de uma unidade de cada gs de efeito estufa em massa de dixido de carbono equivalente (CO 2e)

    6

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    Embora no seja possvel reverter o efeito estufa, necessrio reduzi-lo ou mesmo interromper

    sua intensificao.

    Para isso ser necessrio:

    i. reduzir as emisses de GEE na atmosfera;

    ii. resgatar emisses, ou seja, retirar da atmosfera, por meio de florestamento e

    reflorestamento, GEE j existentes nela.

    a.Captura e aproveitamento dos gases gerados pela decomposio natural da matria

    orgnica de um depsito de lixo.

    b. Captura e aproveitamento dos gases gerados pela decomposio natural de dejetos animais

    e vegetais, provenientes da criao de animais e de cultivos diversos.

    c.Gerao limpa de energia, por exemplo, em pequenas centrais hidreltricas, usinas

    elicas ou solares.

    d. Reduo do consumo de combustveis fsseis leos diesel e combustvel, gs natural,

    carvo mineral por medidas de eficincia energtica e de troca de combustvel (como a

    troca de leo por gs ou lenha) em edifcios comerciais, residenciais e pblicos.

    e. Melhoria da eficincia energtica de equipamentos agrcolas na indstria e no transporte.

    O resgate de emisses de GEE pode ser feito de duas maneiras:

    i. por meio de florestamento e reflorestamento, atividades que permitem retirar gs carbnico

    da atmosfera pela fotossntese e estoc-lo nas rvores;

    ii. por meio de sumidouros de gs carbnico, que capturam CO2da atmosfera e bombeiam-

    no para dentro de poos de petrleo desativados e de bolses de rocha no porosos

    salinos, onde dever permanecer durante sculos.

    6. Como controlar a intensificao do efeito estufa

    7. Exemplos de projetos de reduo das emisses de GEE

    8. Resgate de emisses de gases de efeito estufa (GEE)

    O Protocolo de Quioto um tratado internacional que estabelece lim

    de efeito estufa (GEE) para pases industrializados (pases do Anexo

    comercializao da reduo ou do resgate de emisses com a partic

    (pases do No Anexo I). Ele subordinado s regras da Conveno-

    sobre Mudanas Climticas (CQNUMC), aprovada em 1992, durante

    A grave ameaa que o aqueciment o global representa e o progre

    diminuio da poluio atmosfrica so os motivos que levara

    negociaes internacionais sobre a necessidade de controlar as

    resultado foi o Protocolo de Quioto.

    Os pases industrializados, os grandes emissores de GEE dese os pases ex-soviticos, chamados de economias em transi

    (Tabela 2).

    9. O que o Protocolo de Quioto

    Alemanha, Austrlia , ustr ia, Blgi ca, Belar us, Bul gria, C

    Europeia, Crocia, Dinamarca, Eslovquia, Eslovnia, Espa

    Federao Russa, Finlndia, Frana, Grcia, Hungria, Irland

    Letnia, Liechtenstein, Litunia, Luxemburgo, Mnaco, Nor

    Pases Baixos, Polnia, Portugal, Reino Unido da Gr-Br

    Norte, Repblica Tcheca, Romnia, Sucia, Sua, Turquia e

    Tabela 2 Pases listados no Anexo I da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudan

    Na Conveno, foi acordado que esses pases assumiriam a lider

    tendncias referentes s emisses de GEE. Duas so as razes p

    per capitaneles registradas so mais elevadas do que as da maio

    desenvolvimento; 2) a capacidade financeira e institucional deles

    do Anexo I comprometeram-se a adotar polticas e medidas nacio

    retornar suas emisses aos nveis de 1990.

    Todos os demais pases, basicamente aqueles em desenvolvimen

    das Partes do No Anexo I. Estes devem relatar em termos geraisao controle das mudanas do clima, mas no esto sujeitos s m

    emisses de GEE.

    A conveno

    8

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    As obrigaes que as Partes do Anexo I (pases desenvolvidos) devem cumprir so, portanto, o

    foco principal da Conveno.

    primeira reunio d a Conven o-Quadro da s Naes Unidas so bre Mudana s Climtic as

    (CQNUMC), em 1992, seguiram-se vrios encontros anuais. Em 1997, foi criado o Protocolo

    de Quioto, proposto para dar sustentao s proposies da Conveno e prover recursos

    para viabiliz-las.

    O Protocolo de Quioto definiu melhor os objetivos inicialmente apresentados na

    Conveno e determinou que as metas de reduo das emisses de GEE deveriam

    ser atingidas at 2012 e com valores em mdia 5,2% abaixo dos nveis de 1990.

    O Protocolo abriu ainda uma oportunidade para que os pases desenvolvidos, por meio

    dos chamados mecanismos de flexibilizao, cumpram suas metas com a reduo das

    emisses de GEE em outros pases. Tais ferramentas baseiam-se no princpio de que a

    poluio atmosfrica mundial pode ser reduzida por aes implantadas em qualquer parte

    do mundo. Assim, para minimizar suas emisses, os pases do Anexo I podem investir em

    projetos em qualquer ponto do planeta.

    O Protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005. Pelo menos 55 pases que tinh am metas

    de reduo o ratificaram, contabilizando mais de 55% das emisses mundiais de CO2 e/ou

    de gases equivalentes, com base nos nveis de 1990.

    O Protocolo de Quioto

    A organizao de um esforo em escala mundial para o controle do aquecimento global o

    benefcio amplo que o Protocolo de Quioto oferece a todas as naes do planeta.

    Para os pases em desenvolvimento, esse esforo pode significar tambm recursos financeiros

    e promoo do desenvolvimento. Isso porque, em geral, os custos de implementao de aes

    de reduo das emisses de GEE so muito mais baixos nessas naes.

    Assim, elas se tornam atrativas para os investimentos dos pases do Anexo I. Esses

    investimentos consistem na transferncia de capital, conhecimento, tecnologia, prticas e

    processos ambientalmente seguros relativos s mudanas climticas, entre outros. Isso eleva

    o nmero e a qualidade dos projetos e aumenta a oferta de crditos de carbono.

    10. Benefcios do Protocolo de Quioto para pases em desenvolvimento

    O Protocolo de Quioto, portanto, promove diretamente o aperfei

    conhecimento tecnolgico nos pases em desenvolvimento e ofer

    nos aspectos econmico e social desses pases.

    Impactos

    O Protocolo de Quioto determina que, at o ano de 2012, os pase

    emisses de gases de efeito estufa (GEE) em 5,2% em relao ao

    Para facilitar o cumprimento dessa meta de reduo, o Protocolomecanismos de flexibilizao. Por meio deles, um pas do Anexo

    com meta de reduo) pode ultrapassar o seu limite de emisse

    uma reduo equivalente em outro pas, chamada de crdito de

    O Protocolo de Quioto tem uma estrutura institucional que prov

    capacidade operacional que o MDL requer.

    Para tanto, a Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mud

    criou um conjunto de agentes e funes, a saber:

    > Conferncia das Partes

    Depois que o Protocolo de Quioto entrou em vigor, em 2005, as reu

    passaram a ser anuais e foram denominadas de Conferncia das

    pases-membros refletem sobre as determinaes da Conveno

    os anteriores. Esse processo permanente e peridico promove a

    o desenvolvimento cientfico, o progresso tecnolgico e as dispo

    11. O que MDL

    12. Estrutura institucional

    O instrumento que regulamenta a realizao tipo em pases em desenvolvimento chamade desenvolvimento limpo (MDL).

    10

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    > Conselho Executivo do MDL

    O Conselho Executivo do MDL supervisiona o funcionamento deste. Rene-se no mnimo

    trs vezes por ano ou de acordo com a necessidade. Em suas reunies, aprova ou no

    metodologias e projetos submetidos para registro.

    O Conselho tem ainda a competncia de desenvolver e manter as regras, os procedimentos

    e as metodologias do MDL, entre outras.

    > Autoridade Nacional Designada (AND)

    A AND determinada pelos pases individualment e e tem por objetivo aprovar ou no osprojetos de MDL no pas hospedeiro.

    No Brasil, foi criada, em 7 de julho de 1999, a Comisso Interministerial de Mudana Global

    do Clima (CIMGC), composta por representantes de nove ministrios. Aos ministros da

    Cincia e Tecnologia e do Meio Ambiente cabem, respectivamente, a presidncia e a vice-

    presidncia da AND.

    > Entidade Operacional Designada (EOD)

    Credenciada pelo Conselho Executivo do MDL, a EOD uma entidade jurdica que faz

    a validao, a verificao e a certificao da atividade do projeto. Seu trabalho uma

    espcie de auditoria.

    No Brasil, a EOD deve estar plenamente estabelecida em territrio nacional e capacitada aassegurar o cumprimento dos requerimentos pertinentes da legislao brasileira.

    Um projeto de MDL, tambm chamado de documento de concepo de projeto (DCP),

    um documento que traz as especificaes de uma atividade de reduo ou de resgate

    das emisses de GEE. Proposto ao Conselho Executivo do MDL da Conveno-Quadro

    das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas (CQNUMC), seu objetivo implementar

    uma ao de reduo das emisses de GEE em um pas do No Anexo I (pas em

    desenvolvimento) e cujos resultados podem ser contabilizados por um pas do Anexo I

    (pas industrializado).

    13. O que um projeto de MDL

    So exemplos de projeto de MDL os listados a seguir:

    > Projeto de melhoria da eficincia energtica em casas de baix

    na frica do Sul: posto em prtica junto com o Programa de D

    Baixo Custo, promove melhorias no rendimento trmico para a il

    da gua por meio da instalao de aquecedor solar, teto solar e

    > Projetos de foges de energia solar, na Indonsia: ajudam a red

    fssil (querosene, diesel e GLP) por meio de coletores e grelhas

    energia para uso na cozinha, alm de aquecer a gua do banhe

    > Projeto de vapor solar para cozinha e outras aplicaes, na nd

    e a operao de cozinhas comunitrias movidas a energia sola

    H substituio de combustvel fssil por energia solar para o p

    mornas para uma comunidade de aproximadamente 28.000 pes

    > Projeto de iluminao eficiente, em Gana: domiclios privados e

    tecnologias de iluminao com os custos iniciais mais baixos, que

    incandescentes. O projeto prev a doao de lmpadas fluores

    cada domiclio cliente da Companhia de Eletricidade de Gana, o q

    do consumo de energia.

    > TransMilenio, o sistema de Trnsito Rpido de nibus de Bogo

    um sistema urbano de transporte de massa sustentvel. Parte d

    mudana do modo de locomoo, que inclui restries dire

    uso do carro, esforos para reduzir o nmero de veculos de

    construo de ciclovias.

    > Projeto de gerao de energia a partir de dejetos de criao

    gerao de energia, a partir dos resduos provenientes da cr

    tanto para o consumo prprio da granja quanto para a venda

    14. Exemplos de projetos de MDL

    De acordo com o estabelecido pelas regras do mecanismo de

    (MDL), todo projeto deve ter um proponente, que ser o respon

    instncias do Conselho Executivo do MDL.

    15. Quem pode propor um projeto de MDL

    12

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    Segundo o Conselho Executivo, um projeto de MDL deve:

    > ter a participao voluntria dos atores envolvidos;

    > contar com a aprovao do pas onde ser implantado;> apoiar os objetivos de desenvolvimento sustentvel definido

    ser implantado;

    > reduzir as emisses de GEE em relao ao que ocorrer se ele n

    > contabilizar o aumento de emisses de GEE que ocorra fora do

    atividades (chamadas fugas) e que seja atribuvel a essas ativ

    > trazer uma estimativa dos impactos de suas atividades as par

    por esses impactos devero ter sido comprovadamente consult

    > gerar benefcios climticos mensurveis, reais e de longo praz

    17. Requisitos gerais que devem ser atendidos por um pro

    16. Quem so os participantes de um projeto de MDL

    frequente que projetos de MDL, principalmente aqueles voltados para a gerao de trabalho e

    renda, contem com a participao de diversos atores em atividades variadas.

    Assim sendo, algumas pessoas tero uma atuao mais decisiva na conduo do projeto e na

    diviso dos recursos que sero obtidos com a comercializao das redues de GEE.

    Por essa razo, alm do proponente, as demais partes envolvidas em um dado projeto e, portanto,

    formalmente declaradas nele sero reconhecidas pelo Conselho Executivo do MDL e referidascomo participantes.

    importante ressaltar que um participante pode, por deciso prpria, abrir mo de opinar sobrea diviso do dinheiro obtido com a comercializao das redues de GEE. Tal deciso dever,

    no entanto, ser comunicada formalmente ao Conselho Executivo do MDL.

    Assim como o proponente do projeto, todo participante dever:

    > ser uma pessoa jurdica;> apresentar documentao completa e atualizada;

    > estar em dia com suas obrigaes legais e fiscais.

    As organizaes aptas a realizar termos de parceria com o Poder Pblico e a ser reconhecidas

    como participantes de um projeto de MDL so:

    > cooperativas;

    > associaes;

    Participantes

    Exemplo: quantidade de gs metano (CH4) emitida por um

    sanitrio durante o ano de 2007.

    A linha de base a referncia para calcu lar a redu o das emis

    implantado um projeto de MDL.

    18. O que a linha de base de um projeto de MDL

    Linha de base uma estimativa da quantidadestufa (GEE) emitida por atividades econmic

    A diferena entre as emisses da linha de base e as emiss es v

    atividades do projeto de MDL, incluindo as fugas, chamada d

    19. O que a adicionalidade de um projeto de MDL

    Emisses da linha de base Emisses aps o projeto de MDL

    O proponente deve ser uma pessoa jurdica o que significa que projetos de MDL podemser propostos por governos, ONGs, cooperativas, associaes e empresas ou outras

    instituies formais, mas no por indivduos ou entidades informais.

    Quando h diversas partes envolvidas em um projeto, as regulamentaes do MDL no

    impem critrios para definir, dentre elas, qual dever ser a proponente do projeto. Aceita-se

    at mesmo que seja criada uma figura jurdica especificamente para desempenhar tal funo.

    O proponente precisa apresentar documentos que comprovem sua situao de legalidadeno pas e sua sade financeira, demonstrando capacidade para levar o projeto adiante

    mesmo antes de ter acesso aos recursos que sero obtidos com a comercializao dasredues de emisses de GEE pela atividade do projeto.

    Proponente > organizaes no governamentais (ONGs);

    > organizaes da sociedade civil de int eresse pblico (Oscips, co

    por pessoas jurdicas);> universidades;

    > empresas.

    14

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    A reduo das emisses de GEE depende das caractersticas de cada projeto, de suadimenso, do tipo de atividade proposta e da metodologia utilizada para aferir essa reduo.

    A adicionalidade um dos principais critrios para a aprovao de projetos de MDL, pois

    comprova a eficcia do mecanismo proposto.

    Para assegurar a adicionalidade de um projeto, preciso:

    > demonstrar que a quantidade de GEE emitida depois de implementado o projeto ser menorque a da linha de base;

    > demonstrar que, na ausncia dos incentivos e dos benefcios do MDL, tal projeto no seria vivel.

    Para fazer o clculo da linha de base e o monitoramento da reduo das emisses de GEE

    de um projeto de MDL, preciso eleger uma entre as diversas metodologias validadas e

    registradas pelo Conselho Executivo do MDL. Tal metodologia responsvel por determinar:

    > a tecnologia que ser usada;

    > as frmulas para estimar as emisses da linha de base e a efetiva reduo das emisses de GEE;

    > qual linha de base ser adotada;

    > como monitorar a atividade.

    H mais de 140 metodologias de linha de base e de monitoramento j registradas pelo

    Conselho Executivo do MDL, e muitas outras esto em estudo. Pode ocorrer que um projeto

    no encontre entre elas a que seja adequada sua atividade-fim. Nesse caso, ser preciso

    propor uma nova metodologia Entidade Operacional Designada (EOD), que a submeter

    avaliao do Conselho Executivo do MDL. Uma vez registrada a nova metodologia, a EOD dar

    sequncia tramitao do registro do projeto.

    20. Metodologias de linha de base e de monitoramento de reduo das emisses

    Os projetos e metodologias de pequena escala podem ser me

    > projetos para gerar energia renovvel, com capacidade instala

    45 MW trmico);

    > projetos de aumento da eficincia energtica que resultem em r

    energia em at 60 Gwh/ano.

    > projetos de reduo de emisso de gases de efeito estufa (GEE) de

    So caractersticas dos projetos de pequena escala:

    > o documento de concepo do projeto (DPC) simples;

    > os clculos de linha de base e de monitoramento tambm s

    > a mesma Entidade Operacional Designada (EOD) pode valida

    quantidades de GEE estimadas pelo projeto;

    > os custos de transao, tais como consultoria, reunies, aud

    verificaes, so reduzidos.

    Vrio s pro jeto s de peque na es cala podem ser agrup ados parno Conselho Executivo do MDL. Esses grupos so tambm c

    (pacote, na traduo literal do ingls) e podem incluir a parti

    entidades ou instituies.

    Exemplo: trs prefeituras entram em acordo para apresenta

    comum, responsvel pela implantao dos respectivos aterr

    prefeitura ter um aterro sanitrio, mas os custos do projeto

    A van tagem do ag rupam ento qu e ser ger ado u m n ico r el

    nico certificado de reduo de emisses (CRE) e um nico

    uma excelente opo para projetos de MDL voltados para a

    renda porque permite unir esforos e diminuir os custos de a

    do agrupamento no poder ultrapassar os limites estabelec

    projeto como de pequena escala, conforme anteriormente de

    21.1 Projetos e metodologias de pequena escala

    10.000 t de CH4menos 7.000 t de CH

    4= 3.000 t de CH

    4(adicionalidade)

    1 t de CH4= 21 t de CO 2e (dixido de carbono equivalente)

    3.000 t de CH4X21 t de CO2e = 63.000 t de CO2e(adicionalidade em massa equivalente de CO2)

    2007

    010.000 t de CH

    47.000 t de CH

    4

    2008

    Projeto de MDLem andamento

    Existem projetos e metodologias de grande e de pequena escala. E

    os de pequena escala, que abrangem a maioria das oportunid

    projetos de MDL voltados para a gerao de trabalho e renda.

    21. Escalas de projetos e metodologiasExemplo: emisses de um a terro sanit rio.

    16

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    Todo projeto candidato a avaliao e aprovao pelo Conselho Executivo do MDL precisa

    contemplar as normas, os critrios e as orientaes desse Conselho. Para comprovar o

    cumprimento dessas exigncias, o proponente dever apresentar a seguinte documentao:

    a. Documento de concepo do projeto (DCP)

    O DCP dever conter o mximo possvel de informaes. o principal documento do projeto,

    pois ser submetido a validao pela Entidade Operacional Designada (EOD) e a aprovao

    pela Autoridade Nacional Designada (AND) e pelo Conselho Executivo do MDL.

    H vrios tipos de projetos de MDL. Para cada um deles, s er preenchido um formulrio

    de DCP especfico.

    No caso de projetos de pequena escala, o DCP poder ser:

    > projeto de pequena escala de reduo de emisses;

    > projeto de pequena escala de florestamento e reflorestamento.

    O formulrio do DCP est disponvel no site do Ministrio de Cincia e Tecnologia (www.mct.

    gov.br>temas>mudanasclimticas). O captulo Anexos, ao final deste guia, traz uma cpia

    do DCP. Ele dever ser preenchido tendo como base uma metodologia de monitoramento de

    reduo de emisses j validada e registrada pelo Conselho Executivo do MDL (ver item 20

    deste captulo).

    Assim, o preenchimento do DCP dever contemplar tambm um plano de monitorament o

    do projeto baseado nessa metodologia. Esse plano especifica os dados que devero ser

    registrados pelos participantes para comprovar a reduo das emisses de GEE observada

    depois de implantado o projeto. Alm disso, o plano dever fornecer os critrios e os

    procedimentos que sero utilizados para monitorar e capturar tais dados.

    Para o adequado preenchimento do DCP, o participante dever utilizar como referncia

    outros DCPs j existentes nos sites do Ministrio de Cincia e Tecnologia ou da

    Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima (http://unfccc.int, em

    ingls), referentes a projetos similares proposta em questo.

    22. Documentos bsicos para especificar um projeto de pequena escala b. Anexo III

    Um projeto de MDL somente ser aceito se promover o desenvo

    determinada regio do pas hospedeiro, ou seja, se propuser a p

    progresso econmico e social daquele pas. O Anexo III o docu

    explicar de que forma isso ser possvel. Para isso, dever enfa

    atividade proposta para cada um dos seguintes aspectos:

    > sustentabilidade ambiental local;

    > condies de trabalho e gerao de empregos;

    > formas de distribuio de renda;

    > capacitao e desenvolvimento tecnolgico;> integrao regional e articulao com outros setores.

    c. Cartas de comprovao de interesse

    Ser necessrio encaminhar, junto com o DCP e o Anexo III, cp

    comprovao de interesse. Escritas pelos agentes envolvidos no

    os comentrios deles sobre a preocupao com a sustentabilida

    encaminhar cartas daqueles que sero afetados pelas atividades

    contribuio do projeto para o desenvolvimento local e a preserv

    As cartas devero ser enviadas pelos propon entes do projeto ao

    > prefeituras e cmaras de vereadores;

    > rgos ambientais estaduais e municipais;

    > Frum Brasileiro de ONGs;

    > associaes comunitrias;

    > Ministrio Pblico.

    23. O que crdito de carbono

    O documento reduo certificada de emisses (RCE) o certi

    Conselho Executivo do MDL que informa a quantidade de red

    gases de efeito estufa (GEE) decorrente da implantao de um

    comumente chamado de crdito de carbono.

    Crdito de carbono

    18

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    Isto , para cada tonelada de CO2e (dixido de carbono equivalente) referente reduo das

    emisses de GEE atingida, atribuda uma unidade de crdito de carbono. A quantidade de

    crditos de carbono depende das caractersticas do projeto: tipo e quantidade de gases, forma e

    metodologia que sero utilizadas.

    O processo o seguinte: um documento de concepo do projeto (DCP), depois de

    aprovado pela Autoridade Nacional Designada (AND), registrado no Conselho Executivo

    do MDL. Durante a implementao da atividade, ele anualmente monitorado e atestado

    por agentes autorizados por uma Entidade Operacional Designada (EOD). Finalmente, o

    Conselho Executivo do MDL emite a RCE, documento que oficializa e declara a reduo

    nas emisses de GEE alcanada pelo projeto, quantificada em massa de CO2.

    O fluxograma a seguir representa o ciclo do projeto.

    Entidade OperacionalDesignada

    Entidade OperacionalDesignada

    Atividades

    do projeto

    AutoridadeNacional

    RCEConselhoExecutivo

    (5) Monitoramento

    (3) Aprovao

    (2) Validao

    (6) Verificao/ Certificao

    (4) Registro dasatividades do projeto

    (7) Emisso

    (1) DCP

    Participantes

    do projeto

    Fluxograma 1 Ciclo do projeto

    Fonte: O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL: guia de Orientao / Coordenao-geral Ignez Vidigal Lopes Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 2002. 90p.

    A reduo certificada de emisses (RCE) pode ser vendida, e seu

    quantidade de emisses de GEE reduzida, da flutuao de merca

    do projeto, entre outros fatores.

    No futuro, emitir GEE ser um custo contabilizvel no balano financ

    Exemplo: uma fbrica que emite 100.000 toneladas de GE

    governo e ter de reduzir a emisso para 80.000 t/ano. Pa

    cota, ela ter duas opes: reduzir fisicamente em 20.000

    ou comprar crditos de carbono para compensar a quantid

    ultrapassa sua cota. Se quiser comprar crditos de carbon

    concretamente, um preo o dos crditos de carbono que

    pas ou de outra empresa para co ntinuar produzindo.

    Crditos de carbono

    Mercado de carbono o comrcio de reduo certificada de em

    compra e venda de crditos de carbono. A comercializao de C

    do Protocolo de Quioto como meio para que os pases do Anexo

    reduo das emisses de GEE.

    A comercializao de RCEs obedece s lei s de mercado e acont

    financeiras, empresas privadas ou pblicas e governos federal, e

    H dois momentos para o comrcio de crditos de carbono:

    i. Depois de certificados pelo Conselho Executivo do MDL:

    > por negociao direta entre o atual detentor dos crditos e

    > por negociao intermediada, feita por terceiros;

    > pela venda em uma das bolsas de crditos de carbono, por

    Valores, Mercado rias e Futu ros (B M&F).

    ii. A venda a futuro, ou seja, antes que as RCEs sejam emitida

    do MDL ou antes mesmo que o projeto seja aprovado por ess

    pode acontecer a antecipao do pagamento. O desgio cost

    isso, o comprador dever estar atento:

    24. O que mercado de carbono e como so comercializa

    20

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    21/44

    > ao perfil dos agentes que comercializam os certificados, para evitar fraudes e calotes;

    > ao risco do registro a possibilidade de um projeto no ser aprovado e registrado pelo

    Conselho Executivo do MDL;

    > ao risco do projeto a possibilidade de o projeto no gerar a quantidade

    esperada de RCEs;

    > origem e data prevista para a obteno dos certificados;

    > aos benefcios sociais e ambientais adicionais que o projeto pode trazer.

    A proba bilidad e de re jeio de um projeto de MDL pelo C onselh o Execu tivo do MDL

    ser muito baixa se o documento de concepo do projeto (DCP) cont emplar as normas

    e os procedimentos do Conselho, se ele for similar a um projeto j aprovado e se for

    demonstrada a necessidade de implementao dele.

    No havendo compradores diretos, o detentor das RCEs dever procurar uma instituio

    que possa auxili-lo a localiz-los, tais como bancos privados ou pblicos, fundos de

    investimento e consultorias privadas especializadas em meio ambiente.

    Exemplos de instituies que negociam crdito de carbono:

    Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F) -em convnio com o Ministrio de

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior e a Fundao Getlio Vargas, organiza o

    Mercado Brasileiro de Reduo de Emisses.

    Banco Mundial (BM)-por meio de seu fundo de captao de recursos, o Prototype

    Carbon Fund(PCF). O BM tambm financia projetos de reduo das emisses de GEEem pases em desenvolvimento.

    Banco Real.

    Bolsa do Clima de Chicago(CCX, sigla para a expresso em ingls Chicago Climate Exchange).

    Bolsa de Mercado de Carbono da Unio Europeia(EUETS, sigla para a expresso em

    ingls European Union Emission Trade Scheme).

    No Brasil, existem bolsas de comercializao de crditos de carbono no Rio de Janeiro e

    em So Paulo.

    Os governos europeus tm agncias de compra de RCEs, m

    Brasil. O governo holands, por exemplo, compra RCEs po

    (sigla para a expresso em ingls Certified Emission Reduction

    Ao lon go de seu ci clo de vida, um proj eto em confor midade c

    desenvolvimento limpo (MDL) passa por duas fases:

    > de aprovao quando a proposta do projeto submetida

    Designada (AND) e ao Comit Executivo do MDL. Para a apr

    a validao da proposta, seguida do registro pelo Conselho

    significa o reconhecimento oficial de que o projeto se enqua

    > de implementao e execuo uma vez aprovado, o projet

    periodicamente auditado por uma Entidade Operacional Des

    e atesta a quantidade de GEE reduzida a cada intervalo de t

    auditoria servir de base para a emisso, pelo Conselho Exe

    certificada de emisses (RCE), que conter o nmero de cr

    pelo projeto.

    Para a validao de uma proposta de projeto de MDL, a EOD:

    > avalia o projeto proposto e at esta ou no que ele est em

    requisitos especificados pelo Conselho Executivo de pr

    pequena escala;

    > agencia a aprovao do projeto pela Autoridade Nacional D

    > providencia que toda a documentao e todas as informa

    submeter o projeto ao Conselho Executivo do MDL para reg

    sejam juntadas ao projeto;

    > emite o documento denominado relatrio de validao. Trat

    a EOD declara que todos os passos administrativos e tcnic

    esto em conformidade com as diretrizes do MDL e que o proj

    EOD. Esse documento uma referncia para a avaliao pelo

    Durante a avaliao, a EOD torna pblica a validao, disponibilizanddo projeto (DCP), durante 30 dias, para comentrios das partes e de

    25. As duas fases de um projeto de MDL pelas instncias do C

    26. Validao da proposta de projeto de MDL por uma E

    Designada (EOD)

    22

  • 7/25/2019 guia de projetos MDL.pdf

    22/44

    Caso considere validado o projeto, a EOD encaminhar AND que, no Brasil, a

    Comisso Interministerial de Mudana Global do Clima os seguintes documentos:

    > documento de concepo do projeto (DCP), em portugus e em ingls;

    >Anexo III relatrio apresentando as contribuies do projeto para o desenvolvimento sustentvel;

    > cpias das cartas de interesse contendo comentrios das partes envolvidas no projeto;

    > declarao, assinada pelos participantes do projeto, atestando que todos tm

    conhecimento dele e esto de acordo com a implantao da atividade de projeto;

    > documentos que assegurem a conformidade da atividade de projeto com a legislao

    ambiental e trabalhista em vigor, quando for o caso;

    > relatrio de validao da EOD.

    Depois de receber toda a documentao pertinente, a Comisso Interministerial de

    Mudana Global do Clima ter at dois meses para:

    > verificar se a documentao est completa;

    > avaliar se o projeto contribui para o desenvolvimento sustentvel;

    > verificar se a participao de todos os envolvidos voluntria;

    > aprovar ou no o projeto.

    Caso o projeto seja aprovado:

    > a aprovao ser publicada no site do Ministrio de Cincia e Tecnologia (www.mct.gov.br);

    > ser emitida a carta de aprovao, documento que atesta que o projeto contribui para o

    desenvolvimento sustentvel e que a participao de todos os envolvidos voluntria.

    Em seguida, a EOD junta a carta de aprovao aos demais documentos e submete toda a

    papelada ao Conselho Executivo do MDL para avaliao e registro. O Conselho Executivo

    do MDL sediado em Bonn, na Alemanha.

    Caso a proposta de projeto no seja validada, a EOD explicar aos participantes as

    razes e sugerir as alteraes necessrias para a aprovao.

    O registro de um projeto a aceitao formal dele pelo Conse

    base no relatrio de validao emitido pela Ent idade Operacio

    carta de aprovao emitida pela Autoridade Nacional Designa

    de registro poder levar at dois meses para ser concludo ca

    apresentada esteja completa.

    Normalmente, o Conselho Executivo do MDL registra a propos

    pela EOD, a no ser que uma das partes envolvidas ou trs m

    requisitem a reviso da atividade de projeto.

    Depois que um projeto de MDL entra em vigor, o Conselho Ex

    tempos em tempos, a reduo certificada de emisses (R CE),

    os crditos de carbono alcanados por esse projeto. Para tal,

    Operacional Designada (EOD) verifique e certifique a reduo

    obtida por ele durante determinado perodo de tempo.

    Para cada projeto de MDL j implantado, a EOD:

    > verifica se o plano de monitoramento da atividade foi seguid

    > audita os dados e as informaes que documentam a quant

    reduzida pelo projeto durante um dado perodo de tempo;

    > certifica a reduo das emisses de GEE alcanada pelo pr

    > solicita ao Conselho Executivo do MDL que emita crditos d

    ao perodo de tempo em questo.

    No h critrio predeterminado para especificar os int ervalos

    os efeitos da atividade de um projeto devam ser medidos. re

    que no sejam menores que o t empo que a EOD leva para ver

    de emisses cada vez que solicitada a faz-lo.

    Aps a certif icao, a EOD emite um rela trio no qu al ate sta a

    reduo das emisses de GEE. Em seguida, a EOD solicita qu

    MDL emita o montante de RCEs.

    27. Registro pelo Conselho Executivo do MDL

    28. Emisso dos certificados de crdito de carbono

    24

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    23/44

    Quando recebe um relatrio de certificao de uma EOD, o Conselho Executivo do MDL

    emite em trs semanas, contadas a partir da data de recebimento da solicitao de

    emisso, o nmero solicitado de RCEs.

    A Tabela 3 a segu ir tr az o p asso a pass o do ciclo do proj eto, desde a elabor ao do

    documento de concepo do projeto (DCP) at a emisso das RCEs.

    28.1 Emisso de RCEs pelo Conselho Executivo do MDL

    Tabela 3 O passo a passo do ciclo do projeto

    Fonte: O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL: guia de orientao / Coordenao-geral Ignez Vidigal Lopes Rio de Janeiro:Fundao Getlio Vargas, 2002. 90p.

    IV. CRIAO DE PROJETOS DE MECANISMO DE DLIMPO (MDL) PARA GERAR TRABALHO E REN

    Conforme definido no item III deste guia, projetos de MDL voltado

    e renda so aqueles que agrupam as seguintes caractersticas:

    > so concebidos e implementados sob as normas do MDL;

    > resultam na reduo das emisses de gases de efeito estufa (G

    > geram emprego e renda para grupos em situao de exclus

    muito baixa, que so os beneficirios especiais do projeto.

    Alm disso, um projeto de MDL com gerao de trabalho e renda

    > enquadrar-se como de pequena escala, por ser mais simples e

    agrupamento de projetos;

    > utilizar uma metodologia de monitoramento j registrada pelo C

    Afinal criar uma metodologia leva tempo e aumenta o custo do

    > ser gerido, depois de implementado, pela associao ou pela co

    o grupo em funo do qual foi criado. Sem contar que essa ser

    social desse grupo;

    > aproveitar a experincia de outros projetos brasileiros similares

    atual estar em conformidade com a legislao federal brasileirargumentos de outros projetos j registrados ajuda a evitar erro

    Entre os projetos e metodologias j registrados no Conselho Exec

    que atendem mais adequadamente a essas exigncias:

    > a implantao de usinas de triagem, reciclagem e compostagem d

    > a implantao de biossistemas integrados para o processamento

    1. Oportunidades de projetos de MDL para gerar trabalho

    1. Documento de concepodo projeto (DCP)

    A elaborao do DCP a primeira etapado ciclo do projeto. Todas as informaes

    necessrias para validao/registro,monitoramento, verificao e certificaodevero estar contempladas. O formulrio

    est disponvel no site do Ministrio daCincia e Tecnologia (www.mct.gov.br).

    Participantes do projeto

    2. Validao/aprovao

    Validao o processo de avaliao dodocumento de concepo do projeto(DCP) por uma Entidade Operacional

    Designada (EOD).

    Aprovao o processo pelo qual aAutoridade Nacional Designada (AND)

    atesta que a atividade proposta contribuipara a reduo das emisses de GEE e o

    desenvolvimento sustentvel.

    EOD

    AND

    3. RegistroRegistro a aceitao formal, pelo ConselhoExecutivo do MDL, de um projeto validado

    como atividade de projeto de MDL.

    Conselho Executivo do MDL

    4. Monitoramento

    Monitoramento o recolhimento e aarmazenagem dos dados necessrios paracalcular a reduo das emisses de GEE

    atribuveis ao projeto.

    Participantes do projeto

    5. Verificao/certificao

    Verificao o processo de auditoriaperidico para revisar os clculos dareduo das emisses de GEE ou daremoo de CO

    2resultantes de um

    projeto de MDL.

    Certificao a garantia, fornecida porescrito, da reduo das emisses de GEE.

    EOD

    EOD

    6. Emisso

    Cumpridas todas as etapas, as reduesde emisses de GEE decorrentes das

    atividades de projetos so reconhecidascomo reais, mensurveis e de longo prazoe, portanto, podem dar origem s redues

    certificadas de emisses (RCEs).

    Conselho Executivo

    26

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    2. Como criar um projeto de MDL com usinas de triagem, reciclagem e

    compostagem de resduos slidos urbanos

    Para compreender a necessidade de implantao de usinas de triagem e compostagem

    de lixo no Brasil e a forma como o tratamento adequado dele pode promover o

    desenvolvimento local ao reduzir a degradao ambiental e gerar emprego e renda,

    preciso observar: a composio do lixo; o modo como sua destinao t em afetado o

    meio ambiente; e de que maneira poss vel beneficiar as comunidades locais com a

    gerao de trabalho e renda a partir da reciclagem.

    a. Resduos slidos urbanos

    Todo material slido ou semisslido indesejvel e descartvel por ser considerado intil

    chamado de lixo ou resduo slido.

    Esse resduo composto de uma parte orgnica e de outra no orgnica. A

    decomposio do lixo orgnico, de origem animal ou vegetal, responsvel por emisses

    de GEE, causadoras da poluio da atmosfera e, por isso, o foco deste guia.

    b. Lixo, um problema ambiental

    A Pesq uisa N aciona l de S aneamen to Bs ico 200 0, real izada p elo I nstit uto B rasilei ro de

    Geografia e Estatstica (IBGE), revela a situao da destinao final do lixo coletado no

    Brasil nos ltimos anos. Naquela data, o lixo produzido diariamente no pas chegava a125.281 toneladas, sendo que:

    > 47,1% era destinado a aterros sanitrios,

    > 22,3 % a aterros controlados,

    > 30,5 % a lixes.

    A depos io em lixes polui o meio ambient e de d iversa s manei ras. Os ga ses n eles

    produzidos, predominantemente o gs metano (CH 4) e o gs ca rbnic o (CO 2) d ois G EE

    podem migrar para o subsolo ou ser liberados para a atmosfera. Ocorre que a emisso

    desses gases vem aumentando por conta de fatores como o crescimento populacional,

    o crescimento das produes industrial e agrcola e a queima em larga escala de

    combustveis fsseis.

    O Brasil pioneiro na implantao de projetos de MDL, princi

    sanitrios e na suinocultura. Desde 2005, o pas mantm a ter

    logo aps a China e a ndia. Vrias Entidades Operacionais De

    estabeleceram no pas para atender demanda por certifica

    documentos. Alm delas, diversas organizaes no governamenta

    qualificaram para apoiar pequenas empresas e prefeituras na anlis

    No entanto a maioria dos projetos brasileiros para o tratamen

    urbanos j aprovada de grande escala. Isso se deve maior

    eles apresentam em termos de custo-benefcio, j que o custoequipamentos no diretamente proporcional ao volume de l

    Apesar de os projet os de MDL de pequen a escal a em a terros

    mais simples, muitos deles nem sempre conseguem cobrir tod

    de implantao. Isso vem explicar a relevncia da comercializ

    carbono, sem a qual seria muito difcil viabilizar a eliminao

    aterros sanitrios, objetivo principal de tais projetos.

    Inicialmente preciso conceituar triagem e compostagem de

    processo de separar os materiais reciclveis dos orgnicos e compostagem a transformao do material orgnico do lixo

    hmus e nutrientes minerais que pode ser utilizado como ferti

    c. O lixo e o trabalho

    A colet a selet iva, isto , a s eparao do lix o a s er reci clado e

    poluio e a incentivar a reciclagem. No Brasil, esse trabalho

    independentes, associaes e cooperativas, pblico-alvo des

    podem se transformar nos beneficirios especiais de um proje

    trabalho e renda. Assim possvel afirmar que quanto mais es

    cooperativa, mais chances existem de aprovar o projeto.

    Importante tambm dizer que a criao de uma usina de rec

    ampliar a renda desses trabalhadores, pois gerar novos post

    o leque de produtos passveis de serem comercializados.

    2.1 Contexto

    2.2 Uma nota sobre a experincia brasileira

    2.3 Exemplo de projeto de MDL voltado para a gerao de emp

    usina de triagem e compostagem de lixo

    28

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    25/44

    Numa usina de triagem e compostagem de lixo, so executados esses dois processos.

    A tri agem do lixo n o se qualif ica par a a ge rao de crd ito de carbon o porqu e no reduz

    as emisses de gases de efeito estufa (GEE). A degradao de materiais reciclveis, tais

    como plsticos, vidros, cermicas e metais, no emite gases de efeito est ufa. Apesar

    disso, a triagem parte importante da estratgia de sustentabilidade desses projetos,

    porque a comercializao dos materiais reciclveis provenientes do lixo gera capital.

    a. Grupos em situao de excluso social e econmica vistos como beneficirios

    especiais do projeto

    No caso de projetos de MDL para a gerao de emprego e renda a grupos em situao

    de excluso social e econmica, importante ter claro quem sero os beneficirios

    especiais uma vez que as especificidades de cada grupo tm impacto sobre os projetos.

    Por exemplo, na criao de usinas de triagem e compostagem de lixo, os beneficirios

    especiais so os catadores de lixo.

    b. Condies favorveis criao do projeto

    As seg uint es con dies favorec em a cr iao d o proj eto:

    1-J existe coleta regular dos resduos slidos urbanos na regio de interesse do projeto.

    Caso contrrio, no haver como encaminhar o lixo para a usina de triagem e

    compostagem a ser criada. importante esclarecer que, se ainda no existir, a coletaprecisa ser implantada pelas prefeituras.

    2-J existe coleta seletiva de resduos.

    Isso reduz o trabalho de triagem na usina, e a atividade pode-se concentrar em melhor-la, o

    que aumenta o valor comercial dos materiais reciclveis selecionados.

    3-H lixo ou o lixo est sendo depositado em aterros sanitrios sem haver

    reduo de emisses.

    Nesse caso, cabe a implantao de uma u sina de triagem e compostagem para o

    tratamento do lixo novo.

    4-Os regulamentos e as normas sanitrias do municpio permitem a implantao de umausina de triagem e compostagem.

    Usina Embora a implantao de uma usina de triagem e compostag

    com a legislao federal, preciso verificar se ela tambm es

    normas ambientais locais. Se no estiver, deve-se alterar o pr

    no ser possvel implant-la.

    5-O lixo a ser processado pela usin a de triagem e compostag

    ser proveniente de domiclios e de est abelecimentos com

    preciso verificar a origem do lixo que a usina ter de proces

    que ela lidar apenas com o lixo domiciliar e o comercial. Por

    hospitalar devem ter tratamento diferenciado.

    6-H mercado para os produtos reciclveis.

    Se o trabalho de coleta seletiva e reciclagem j estiver sendo

    aproveitar e melhorar a estrutura montada. Criar parcerias com

    reciclveis pode ajudar a estruturar o projeto.

    7- Faz-se compostagem e h mercado para o composto (rea

    preciso que o projeto seja implantado onde haja demanda p

    o que, inclusive, ter de ser comprovado. A metodologia exige

    a utilizao do composto, o que ser feito com os recibos de

    se analisar se h demanda pelo composto e buscar estruturar

    comercializao dele.

    8-H catadores de lixo j organizados em uma cooperativa ou

    O projeto poder ento comear a trabalhar com essa entidad

    primeiros passos organizar os catadores em uma cooperativ

    9-Existem outras entidades na regio de interesse que atuam

    conhecimentos especficos e tcnicos em reas relevantes

    usina de triagem e compostagem.

    ONGs, rgos pblicos e universidades que atuem ou que det

    especficos e tcnicos em reas relevantes para a criao de

    compostagem podem, por exemplo, ser parceiros valiosos do

    30

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    26/44

    10- Existe a possibilidade de firmar um cons rcio com municpios vizinhos para a

    utilizao da usina de triagem e compostagem que se pretende criar.

    Se a disposio final do lixo for um problema que afeta toda uma regio e se for possvel

    estabelecer um consrcio com municpios vizinhos, isso pode reduzir os custos e

    melhorar a sustentabilidade da usina que se pretende criar.

    Diferentes agentes podem fazer parte de um projeto de MDL de uma usina de triagem e

    compostagem, conforme a seguir:

    a. Prefeituras

    As prefeituras so responsveis pela gesto dos resduos domiciliares e pblicos, alm daqueles

    provenientes de pequenos empreendimentos, e precisam, portanto, achar uma soluo

    adequada para o lixo. Num projeto de MDL, uma prefeitura ou um consrcio de prefeituras:

    > ajuda a organizar os catadores de lixo;

    > cede um terreno para o depsito de lixo;

    > contrata servios de coleta e gerenciamento de lixo;

    > gere o projeto;

    > articula parcerias.

    b. Associaes e cooperativas

    A part icipa o das associ aes de cat adores ou das coopera tivas de cat adores o

    grupo em situao de excluso social e econmica visto como beneficirio especial do

    projeto consiste em:

    > obter financiamento ou crdito rural;

    > fazer a coleta de reciclveis nas ruas;

    > operar a usina de t riagem e compostagem;

    > comercializar o composto e os reciclveis;

    > controlar e verificar os padres do projeto proposto;

    > prover apoio tcnico e logstico aos cooperados;

    > receber os crditos de carbono;

    > distribuir os crditos de carbono entre os cooperados.

    2.4 Possveis participantes de um projeto de MDL de implantao de uma usina de

    triagem e compostagem

    c. Organizaes no governamentais (ONGs) e organizae

    interesse pblico (Oscips)

    As pri ncipai s ativ idades dessas organi zaes so:

    > contribuir para a estruturao dos catadores e a gesto do

    > buscar recursos e negociar com possveis financiadores;

    > prover conhecimento especializado e suporte tecnolgico;

    > articular parcerias;

    > auxiliar na comercializao dos crditos de carbono.

    d. Empresas

    s empre sas ca bem as fune s de:

    > realizar o estudo de viabilidade de um projeto;

    > elaborar e propor o projeto;

    > validar o projeto;

    > financiar o projeto, tendo como interesse promover a respon

    socioempresarial ou os crditos de carbono;

    > negociar o financiamento do projeto nos bancos;

    > prestar servios especializados.

    e. Universidades

    As funes das universidades na implantao de usinas de triagem

    > realizar o estudo de viabilidade de um projeto;

    > contribuir para a estruturao dos catadores e a gesto do

    > fornecer tecnologia, conhecimento e suporte especializado;

    > articular parcerias.

    2.5 Produtos e servios gerados pelo projeto

    Uma central de triagem e compostagem de resduos gera dois

    i. os materiais reciclveis, que so selecionados e separado

    durante a triagem;

    32

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    ii.o composto orgnico, rico em hmus e nutrientes minerais, que pode ser usado na

    agricultura como recondicionador de solos em razo de ser um potencial

    fertilizante produzido pela compostagem do restante do lixo.

    A parcel a do lixo q ue r eciclada varia um pou co de projeto para p rojeto . Em al guns

    casos, mesmo materiais muitas vezes considerados como no reciclveis so

    reaproveitados. Por exemplo, as pedras, que podem ser transformadas em brita e em

    outros materiais de construo.

    Alm de sses produto s, al guns servi os pod em ser oferecid os pel as as socia es ou

    cooperativas de catadores de lixo ligadas a uma usina:

    i.trabalho em marcenaria (recuperao de mveis);

    ii. produo de peas decorativas;

    iii. servios de limpeza.

    As pri ncipai s recei tas g eradas por um projeto de MDL que en volva uma us ina d e tria gem

    e compostagem de resduos slidos so:

    > os crditos de carbono auferidos;

    > a receita proveniente da comercializao dos materiais reciclveis;

    > a receita proveniente da comercializao do composto orgnico;

    > a receita proveniente da prestao de servios.

    O nmero de postos de trabalho gerados com a implantao d

    compostagem de resduos e a natureza deles v ariam conform

    Em geral, o funcionamento de uma usina de triagem e compo

    seguintes reas:

    > triagem e compostagem do lixo;

    > manuteno da usina;

    > limpeza e conservao da usina;

    > gesto da usina;

    > comercializao dos produtos.

    Vrios so o s impac tos p ositi vos qu e um p rojeto de impl anta

    e compostagem de resduos traz para a comunidade. Entre el

    > a gerao de emprego e renda para os membros da comuni> a reduo das emisses de GEE;

    > o aquecimento da economia local, proveniente da gerao d

    e da comercializao dos produtos da usina;

    > a preservao dos lenis de gua e a reduo dos impactos am

    > a extenso considervel da vida til do depsito em que d

    que no reciclada. Essa parcela normalmente menor que 10%

    processada, o que faz com que o depsito cresa mais lent

    > a possvel multiplicao da organizao de at ividades que b

    local, como a criao de creches e de cantinas para atender a

    H duas possibilidades principais de comercializao das mercadorias produzidas na usina:

    > a venda dos materiais reciclveis, selecionados e separados do restante do lixo durante

    a triagem, a empresas que atuam no ramo da reciclagem ou diretamente a indstrias

    que os utilizam;

    > a venda do composto orgnico, rico em hmus e nutrientes minerais, a indstrias e

    fornecedores de fertilizantes; a prefeituras e a outros rgos pblicos que o utilizam

    diretamente ou que o distribuem a agricultores; ou, ainda, diretamente aos agricultores.

    Cabe ressaltar que o composto orgnico apresenta caractersticas variveis. Assim, preciso controlar a frao orgnica do lixo e a operao do processo de compostagem

    para garantir a qualidade do produto final, essencial comercializao.

    2.6 Receitas geradas pelo projeto

    2.8 Postos de trabalho gerados pelo projeto

    2.9 Impactos positivos do projeto na comunidade

    2.7 Possibilidades de comercializao dos produtos da usina

    A legislao determina que o composto comercializado como fe

    de 40% de matria orgnica, ndice mximo de acidez, ou seja,

    de nitrognio de 1,0% e relao carbono/nitrognio de 18 para 1

    no deve conter patognicos e metais pesados em limites acima

    34

  • 7/25/2019 guia de projetos MDL.pdf

    28/44

    A metodologia mais adequada para criar um projeto de usina de triagem e compostagem

    chamada de Evitando a produo de metano por meio do tratamento biolgico controlado da

    biomassa e tem cdigo AMS III.F1.

    Aplicabilidade:

    1.A decomposio da biomassa ou de outra matria orgn ica pode gerar emisses de

    gases de dois tipos: gs metano, no caso da decomposio anaerbica (sem a presena

    do ar) ou gs carbnico, no caso da aerbica (na presena do ar). Uma vez que 1 grama de

    metano equivale a 21 gramas de gs carbnico (conforme Tabela 1 do captulo III deste guia),

    a alterao da forma de decomposio dos materiais diminui em 21 vezes as emisses de

    GEE. Esta justamente a proposta da metodologia AMS III.F: proporcionar a esse tipo de

    projeto a adoo de medidas que evitem a produo de metano. Sem a aplicao dessa

    metodologia, esses materiais se decomporiam anaerobicamente em um local de disposio

    de resduos slidos sem recuperao de metano.

    A decomposio evitada pela compostagem e pela aplicao adequada do composto no

    solo. A atividade de um projeto que faa uso da metodologia AMS III.F recupera ou queima

    metano (diferentemente da metodologia AMS-III.G) e no realiza a combusto controlada

    do resduo (diferentemente da metodologia AMS-III.E). As medidas se limitam quelas queacarretem reduo de emisses inferior ou igual a 60.000 toneladas de CO2e(dixido de carbono

    equivalente) anualmente.

    2. Esse tipo de projeto inclui a construo de uma usina de compostagem e a expanso da

    produo de composto. Para isso, os participantes do projeto devero demonstrar que esforos

    especiais sero feitos para aumentar a capacidade de uso ser necessrio identific-los

    e descrev-los; que a estao de compostagem existente se enquadra em todas as leis e

    regulaes; e que ela no faz parte de outro projeto.

    3. Essa categoria tambm se aplica cocompostagem de guas residurias e resduos slidos

    de biomassa, em que as guas residurias teriam sido, do contrrio, tratadas em um sistema

    sem recuperao de metano. No cenrio do projeto, essas guas so usadas como fonte de

    2.10 Metodologia de MDL utilizvel no projeto

    AMS III.F Verso 08

    umidade e/ou de nutrientes para o processo de compostagem. Um

    de cachos de frutos vazios, resduo da produo do leo de dend,

    residurias cogeradas na produo desse leo.

    A forma mais p recisa para es timar o metan o ou o equi valent

    um lixo ou por um aterro fazer medies de gs metano di

    local de disposio.

    A gerao de lixo em cidades brasileiras varia de 0,5 a 1,0 kg/dia ppelo tamanho da populao e pelo estilo de consumo da comun

    apresenta uma estimativa da gerao de lixo de cidades de dive

    Com base na populao envolvida e na equivalncia entre gs

    possvel fazer uso da seguin te equao para calcular prelimin

    de CO2eemitida pelo aterro a cada ano:

    Na preparao de um projeto, necessrio t abular, durante u

    estatsticos dirios. Essas sries histricas serviro de base d

    base do projeto. Nos sites do Ministrio da Cincia e Tecnolo

    Conveno da Organizao das Naes Unidas (ONU) para o

    possvel acessar a frmula e as condies exigidas para a apl

    AMS I II.F aqui s ugerid a.

    2.11 Como avaliar o potencial de crdito de carbono do projeto

    Tabela 3 Estimativa da gerao de lixo urbano de acordo com o tamanho da populao da cidade

    Quantidade anual de CO2e

    cuja emisso pode ser evitada = p

    POPULAO URBANA GERAO D

    Pequena (at 30 mil habitantes)

    Mdia (de 30 mil a 500 mil habitantes) 0

    Grande (de 500 mil a 5 milhes de habitantes) 0

    Megalpole (acima de 5 milhes de habitantes) Ac

    1Sigla em ingls para a metodologia aprovada para projeto de pequena escala,da coleo III.F.

    36

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    H vrias tecnologias disponveis para reciclagem e compostagem. Os preos variam de acordo

    com o grau de mecanizao e devem ser calculados separadamente: construo, instalao,

    mquinas e equipamentos. Usinas mecanizadas de reciclagem utilizam, entre outros, esteiras,

    moinhos, prensas e trituradores de vidro.

    No caso da compostagem, deve-se procurar uma tecnologia que permita o uso intensivo de mo

    de obra j que o objetivo social do projeto a gerao de trabalho e renda.

    Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES)

    A principal fonte de financiamento para projetos de triagem e compostagem de lixo o BNDES,

    cujo Fundo Social tem o programa Apoio a Projetos de Materiais Reciclveis. Voltado para

    associaes e cooperativas de catadores de lixo, esse programa pode ser acessado por meio de

    agentes financeiros credenciados. O BNDES j financiou projetos de catadores de papel e de lixo

    em Apucarana (PR), Arax (MG), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e So Paulo (SP).

    Ministrio das Cidades

    Por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), o Ministrio das Cidades

    apoia a implantao e a ampliao dos sistemas de limpeza pblica, acondicionamento, coleta,

    disposio final e tratamento de resduos slidos urbanos em municpios com populao

    superior a 250.000 habitantes ou integrantes de regies metropolitanas.

    O programa Resduos Slidos Urbanos tem tambm como objetivos incentivar a reduo,

    a reutilizao e a reciclagem de resduos slidos urbanos e promover a insero social de

    catadores por meio da eliminao dos lixes e do trabalho infantil no lixo.

    Fundao Nacional de Sade (Funasa)

    A Funasa transfere tecnologia aos municpios interessados na estruturao do sistema de

    limpeza urbana e resduos slidos. Tm prioridade pequenos municpios que apresentem casos

    notificados e confirmados de dengue associados ausncia ou inadequao das aes de

    limpeza urbana.

    As pri ncipai s font es de assis tncia tcnic a para os pro jetos d

    do lixo so:

    Associao de Agricultura Orgnica

    Oferece cursos e palestras sobre o processo de compostagem

    relativas ao assunto. Para associar-se, necessrio pagar um

    em So Paulo.

    Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre)

    Fornece fontes de referncia sobre gerenciamento de lixo. Em

    dvidas por telefone ou por e-mail.

    Fundao Nacional de Sade (Funasa)

    Presta informaes a respeito dos aspectos tcnicos de enge

    e da execuo de obras voltadas ao tratamento e disposi

    como implantao de unidades de reciclagem e compostagem

    Instituto Brasileiro de Administrao Municipal (IBAM)

    Visa d esenvo lver instr umento s de trabal ho e c olabor ar para foao dos governos municipais no gerenciamento de resduos

    Ministrio das Cidades

    A Secre taria Nacion al de S aneament o Ambie ntal (SNSA) , do M

    disponibiliza estudos, planos e projetos para o desenvolvimen

    em resduos slidos urbanos, bem como promove o fortalecim

    e o desenvolvimento institucional e de recursos humanos, a fi

    funcionamento da usina.

    Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    Oferece orientao e capacitao aos interessados em criar c

    microempresas. Presta servios de esclarecimentos sobre a g

    2.12 Investimento nos principais equipamentos e instalaes

    2.13 Fontes de financiamento

    2.14 Fontes de assistncia tcnica

    38

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    Rede de Intercmbio de Tecnologia Alternativa

    Faz a articulao entre os agricult ores locais para que esses t roquem experincias, entre

    outras, aquelas relacionadas compostagem.

    A seguir, apresenta-se uma lista com as principais fontes de referncia para a formulao tcnica

    do projeto de triagem e compostagem:

    Ambiente Brasil

    Portal que dispe de artigos e informaes sobre diversos temas relacionados ao meio ambiente.

    Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre)

    Produz manuais e guias de orientao sobre gerenciamento de lixo, reciclagem e constituio de

    cooperativas, entre outros temas. Destaque merece ser dado aos seguintes:

    > Compostagem: A Outra Metade da Reciclagem;

    > Reciclagem e Negcios;

    > O Sucateiro e a Coleta Seletiva;

    > Guia da Coleta Seletiva de Lixo;

    > Guia da Cooperativa de Catadores.

    Cooperativa dos Recicladores de Penpolis (Corpe)

    Projeto bem-sucedido desenvolvido na cidade de Penpolis, no interior de So Paulo, o Corpe

    objetivava retirar 35 famlias do lixo e oferecer-lhes melhores condies de trabalho. Alm da

    incluso dessas famlias na sociedade, a cooperativa tinha tambm como metas solucionar

    os problemas tcnicos que o aterro sanitrio vinha apresentando e incentivar a comunidade a

    adotar a prtica do reaproveitamento e da reciclagem dos resduos inorgnicos.

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    O Ministrio da Agricultura tem, entre outras, a competncia para inspecionar e fiscalizar a

    produo e a comercializao dos biofertilizantes decorrentes do material composto.

    2.15 Fontes de referncia

    ONG PANGEA

    Um dos objetivos do projeto Rede Catabahia organizar e fortalec

    catadores de dez municpios baianos. A iniciativa compreende a im

    solidria de coleta e comercializao de materiais reciclveis.

    Programa de Reciclagem e Compostagem de Lixo Urbano de Ch

    O programa, implantado em Chapado do Cu (Gois), um exemp

    municpio capaz de articular parcerias para implantar um sistema

    meio da reciclagem e da compostagem.

    Universida de Federal de Viosa (UFV)

    A UFV desenv olve p rojeto s de r eciclag em e di sponib iliza, em

    para venda de materiais reciclveis em algumas regies do B

    triagem e compostagem.

    Institu to para a Democratizao de Informaes sobre Saneame

    (Web-Resol)

    O instituto oferece informaes sobre reciclagem, gesto de resdu

    Em seusite, h uma srie de cartilhas e artigos disponveis para do

    > Manual de Gerenciamento Integrado de Resduos Slidos;> Coleta Seletiva: Guia de Implantao da Prefeitura.

    > Projeto Vega Bahia Projeto de Gs de Aterro de Salvador da Ba

    > Projeto ONYX de Recuperao de Gs de Aterro Trememb.

    > Projeto de Recuperao de Gs de Aterro ESTRE Paulnea (Pro

    > Projeto de Reduo de Emisses de Biogs Caieiras.

    > Projeto de Gs do Aterro Sanitrio Anaconda.

    > Projeto de Gs do Aterro de Bragana Embralixo/Arana.

    > Projeto de Gs de Aterro Sanitrio de Manaus.

    > Projeto de Gs de Aterro CDR Pedreira (Progaep).

    > Projeto de Captura e Queima de Gs de Aterro Sanitrio de Tijuq

    > Urbam/Arana Projeto de Gs de Aterro Sanitrio (Uapgas).

    2.16 Projetos similares aprovados no mbito da Autoridade

    (AND) brasileira

    40

    3 C i j d MDL i l

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    A impla ntao de um projeto de geren ciament o de r esduo s sl idos d eve res peitar

    tanto as normas ambientais estaduais quanto as federais. Alm disso, a preocupao

    da sociedade com o meio ambiente, a exigncia cada v ez maior de uma boa conduta

    ambiental por parte das empresas e a polt ica nacional do meio ambiente tornam

    imprescindvel a correta destinao dos resduos.

    Informao importante se refere ao fato de que, apesar de a legislao brasileira atual

    no exigir que os aterros faam coleta de gases do lixo, ela feita por razes de

    segurana, para evitar exploses.

    O resumo da legislao relevante para o projeto est apresentado a seguir:

    > Decreto Federal 24.643/1934 institui o Cdigo de guas.

    > Lei 6.766/1979 dispe sobre o parcelamento do solo urbano e d out ras providncias.

    > Lei 6.894/1980 dispe sobre a ins peo e a fiscalizao da produo e do comrcio

    de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes destinados

    agricultura e d outras providncias.

    > Lei 9.433/1997 institui a Poltica Nacional de Recursos Hdricos e cria o Sistema

    Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos.

    > Lei 10.257/2001 estabelece diretrizes gerais da poltica urbana e d outras providncias.

    > NBR 8.419/1983 fixa as condies mnimas para a apresentao de projetos de

    aterros sanitrios de resduos slidos urbanos.

    > NBR 10.004/1987 classifica os resduos slidos quanto aos riscos potenciais ao meioambiente e sade pblica para o manuseio e a destinao adequados.

    > NBR 13.895/1997 normatiza a construo de poos de monitoramento e amostragem

    para acompanhar a infiltrao de veculos contaminantes no lenol.

    > Resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) n 005/1988 dispe

    sobre o licenciamento de obras de saneamento bsico.

    > Resoluo Conama n 302/2002 dispe s obre os parmetros, as definies e os

    limites das reas de Preservao Permanente de reservatrios artificiais e o regime de

    uso do entorno.

    > Resoluo Conama n 308/2002 dispe s obre o licenciamento ambiental dos sistemas

    de disposio final dos resduos slidos urbanos gerados em municpios de pequeno porte.

    > Resoluo Conama n 313/2002 dispe sobre o Inventrio Nacional de Resduos

    Slidos Industriais.

    2.17 Legislao relevante para a implantao do projeto 3. Como criar um projeto de MDL em suinocultura para pro

    Para compreender a necessidade de criar um projeto de MDL

    a forma com