guerra e paz a busca da conciliação

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  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    1/12

    Divulgao

    BH NOVEMBRO 2015ANO 23 NMERO 210

    ublicao da Secretaria do Tribunale Justia do Estado de Minas Gerais

    Conciliao: a velha

    forma de fazer o novoTodo ser humano eventualmente enfrenta guerra e paz, mesmo que isso representeapenas sua ciso interna como indivduo. Isso porque aquele assim chamado pelo idiomapor supostamente ser uno, indiviso, abriga em si paixes, papis, presses e impulsosque o atravessam em direes por vezes opostas. Para alm disso, o confito com outras

    pessoas, que pode ser tanto a expresso da diversidade de interesses e vises quanto amanifestao de uma ruptura com a comunidade, no deixa de ser, surpreendentemente,oportunidade para o recomeo e o dilogo. Veja matria sobre a conciliao, justia que

    volta s origens e busca encontrar acordo e respeito na vida em sociedade.

    Pginas 4 a 6

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    2/1202 NOVEMBRO/2015

    Em 2015, o apoio do ConselhoNacional de Justia (CNJ) ao movimen-to pela conciliao, empreendido pelaJustia mineira, completa dez anos.A prtica, que busca a paz social pormeio do acordo, era incentivada antessomente em mobilizaes anuais naSemana de Conciliao. Atualmente,tornou-se digna, aos olhos do Conselho,de ser incorporada rotina de cada co-marca do pas.

    Conra nas pginas 4, 5 e 6 doTJMG Informativo deste ms matria

    sobre as formas alternativas de soluode conitos, que, embora ainda nosejam aplicadas de modo generaliza-do e amplo, j fazem parte da rotinados fruns, dos Centros Judicirios deSoluo de Conitos e Cidadania (Ce-jus) e dos juizados especiais, por meioda conciliao, da mediao e da justiarestaurativa.

    Esta edio traz tambm matriasobre as medidas que o Tribunal de Jus-tia de Minas Gerais tem adotado parapotencializar a segurana dos milharesde cidados que transitam diariamentenos prdios da instituio. Essas medi-das integram o Plano de Segurana doTribunal, cujo gestor o Gabinete Militardo TJMG, que atua com o Centro de Se-gurana Institucional (Cesi). Entre elasest a confeco de novos crachs deidenticao para magistrados, servi-dores e estagirios, de maneira a iden-

    ticar de forma segura o seu portador.O juiz Srgio Henrique Cordeiro

    Caldas Fernandes, da 23 Vara Cvel deBelo Horizonte, o entrevistado destems. Ele um dos magistrados que re-presentam o TJMG no desenvolvimentode atividades referentes ao Termo deCooperao Tcnica (TCT), assinadopelo Tribunal mineiro, Ministrio Pblico

    Tribunal de Justia de Minas Gerais

    Presidente:

    Desembargador Pedro Bitencourt

    Marcondes

    1 Vice-Presidente:

    Desembargador Fernando Caldeira Brant

    2 Vice-Presidente:Desembargador Kildare Carvalho

    3 Vice-Presidente:

    Desembargador Wander Marotta

    Corregedor-Geral:

    Desembargador Antnio Srvulo

    Ouvidor

    Desembargador Moacyr Lobato

    Expediente

    Assessora de Comunicao

    Institucional:Letcia Lima

    Gerente de Imprensa:

    Daniela Lima

    Coordenador de Imprensa:

    Raul Machado

    Editores:

    Daniele Hostalcio e Lucas Loyola

    Revisor:

    Patrcia Limongi

    Design Grfco:

    Narla Prudncio

    Fotolito e Impresso:

    Globalprint Editora Grca Ltda

    Ascom TJMG:

    Rua Gois, 253 Trreo Centro,

    Belo Horizonte/MG

    CEP 30190-030

    Tel.: (31) 3237-6551

    Fax: (31) 3226-2715

    E-mail: [email protected]

    Ascom TJMG/Unidade Raja Gabaglia:

    (31) 3299-4622

    Ascom Frum BH:

    (31) 3330-2123

    Tiragem:

    3 mil exemplares

    Portal TJMG:

    www.tjmg.jus.br

    EDITORIAL

    Segundo dados apurados em outubro, o PJe conta com 29.471 usurios ativos, e foram distribudos

    158.024 processos a 204 rgos julgadores em 19 comarcas. So nmeros expressivos, diz o gerente

    de Sistemas Informatizados do TJMG, Dalton Luiz Fernandes Severino. Integrante do Ncleo Tcnico do

    PJe (NTPJe), ele esclarece que a Primeira Instncia do TJMG ocupa a quinta posio no rankingdos

    tribunais estaduais que adotaram o processo eletrnico.

    Desde o ltimo dia 3 de novembro, as Comarcas de Patos de Minas, Coronel Fabriciano, Timteo

    e Ipatinga ampliam a lista daquelas que j possuem o PJe. At o momento, so 23 comarcas. Em 30 de

    novembro, ser a vez de Caratinga, Governador Valadares e Telo Otoni. A prtica de atos judiciais dire-

    tamente no sistema, com ecincia e celeridade, e a valorizao do capital humano institucional fazem do

    PJe uma ferramenta que revoluciona o Poder Judicirio, comenta o gerente Dalton Luiz.

    A busca pela paz social

    Expanso 2015

    de Minas Gerais e Servio Voluntriode Assistncia Social (Servas), para apromoo de direitos das pessoas emsituao de rua.

    Leia ainda nesta edio matriasobre o curso Competncias Geren-ciais do TJMG Modelo e Tcnicas deGesto para Melhoria de Resultados,promovido pela Escola Judicial Desem-bargador Edsio Fernandes (Ejef). Ocurso, iniciado em 22 de outubro, visapromover a capacitao dos gestoresconforme o Modelo de Competncias

    Gerenciais desenvolvido pelo TJMG.J a pgina de Cultura traz matria

    sobre a exposio de nove rplicas dasobras do escultor francs Auguste Rodin,na Galeria de Arte do Frum Lafayette,resenha do lme Um Estranho No Ninho,que ser exibido em 26 de novembro noCineclube TJ, e a coluna Click do Leitor.

    Boa leitura!

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    3/12

    Novos crachs integramPlano Segurana do Tribunal

    03NOVEMBRO/2015

    Vanderleia Rosa

    Entre as medidas do plano de segurana esto ainstalao de equipamento de controle de acesso (ca-traca eletrnica), detectores de metal xos, cancelasde controle de garagem, sistema de monitoramentopor meio de cmeras, alarme anti-intruso e a aloca-o de vigilantes, vigias e porteiros, conforme a neces-sidade de cada unidade predial.

    A confeco de novos crachs de identi-cao para magistrados, servidores e estagirios,de maneira a identicar de forma segura o seu por-tador, tambm integra as medidas de segurana.Com um leiaute moderno, eles iro substituir o atual,permitindo o acesso s dependncias dos fruns eunidades administrativas por meio de um softwa-re. Alm do nome do titular, constaro dos novoscrachs fotograa, cdigo de barras e chip de apro-ximao para liberao das catracas de acesso.

    A segurana um tema que preocupa toda asociedade, uma vez que a amplitude dos problemasdecorrentes da sua falta tem alertado para a neces-sidade da adoo de medidas que possam minimizarseus efeitos. Atento a esse cenrio, o Tribunal de Justi-a de Minas Gerais (TJMG) tem adotado medidas parapotencializar a segurana dos milhares de cidadosde diferentes pers que transitam diariamente nosprdios do TJMG: operadores do direito, servidores,estagirios, partes envolvidas em processos, jornalis-tas e pessoas em busca de algum tipo de orientao.

    Foi pensando em uma forma de registrar oacesso desse pblico a todas as suas unidades juris-dicionais e administrativas e, dessa forma, garantir ummelhor nvel de segurana para o exerccio de suasatividades que o TJMG deu incio a uma srie de me-didas na capital e no interior. Elas integram o PlanoSegurana do Tribunal, cujo gestor o Gabinete Militardo TJMG, que atua em conjunto com o Centro de Se-gurana Institucional (Cesi).

    INSTITUCIONAL

    A impresso do primeiro lote de novos crachsser destinada aos magistrados, servidores e estagi-rios das comarcas de Santa Luzia, Conselheiro Lafaie-te, Bicas, Leopoldina, Muria, Poo Fundo e Lambari.Conforme explicou o diretor de Segurana do Gabine-te Militar do TJMG, major Edmar Pinto de Assis, essascomarcas foram indicadas por j contarem com osequipamentos necessrios ao funcionamento comple-to do sistema.

    O jurisdicionado e os usurios em geral entra-ro nos prdios com o crach de visitante e com oemprego de cdigo de cores para compartimentaodo acesso. Essas cores vo variar de acordo com anecessidade de cada unidade e com a estrutura pre-dial. O TJMG est estudando tambm a melhor formade atender aos representantes do Ministrio Pblico,da Defensoria Pblica e da Ordem dos Advogadosdo Brasil, prossionais que tambm devero utilizar ocrach de identicao para acessar as unidades doPoder Judicirio.

    Implantao

    Novo crach visa permitir a identificao segura de seu portador

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    4/12

    CONCILIAO E MEDIAO

    04 NOVEMBRO/2015

    Guerra e paz: a busca da conciliao

    Tendas montadas para a Rua dos Direitos apresentaram projetos,entre eles a mediao, do TJMG para a populao de rua

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    5/1205NOVEMBRO/2015

    comum escutar que dilogo signica fala dedois, mas o que o vocbulo grego quer dizer de fato por meio da palavra. Como lgos tem sentido

    vasto, poderamos traduzir o termo por atravs dareexo, pelo raciocnio. Esse apenas um dos mal--entendidos que cercam uma realidade bsica emque vivemos e existimos: a linguagem. As palavrastm peso: quem no se recorda de circunstncias emque algo que lhe foi dito tornou-se fonte de sofrimentoou alegria?

    A conciliao, noo que engloba uma srie deaes e tcnicas de resoluo dialogada de coni-tos, foi amide saudada como estratgia inovadora.Estudiosos, porm, tm ressaltado que ela no umaforma alternativa, mas a preferencial, mais econmi-ca e menos desgastante para os envolvidos, pois,

    mesmo que no alcance o acordo, que atende a am-bas as partes, ela promove a discusso civilizada erespeitosa.

    Em 2015, completa dez anos o apoio do Con-selho Nacional de Justia (CNJ) ao movimento pelaconciliao, empreendido pela Justia mineira pelomenos desde 2002 se desconsiderarmos a im-plantao, em 1987, dos juizados de conciliao earbitramento, que antecederam os Juizados Espe-ciais (Jesps). O curto prazo de l para c foi sucien-te para que a prtica,incentivada antes so-mente em mobiliza-es anuais na Sema-

    na da Conciliao, setornasse digna, aosolhos do conselho, deser incorporada ro-tina de cada comarcado Pas.

    Hoje, so estimu-ladas as chamadasformas autocomposi-tivas, em que ladosopostos numa deman-da encontram juntosuma soluo, ou a mo-dalidade em que umterceiro, devidamentecapacitado e considerado isento, decide a disputa.Ainda que por enquanto essas formas de soluo deconitos no sejam aplicadas de modo generalizadoe amplo, elas j fazem parte da rotina dos fruns, dosCentros Judicirios de Soluo de Conitos e Cida -dania (Cejus) e dos Juizados Especiais, por meio daconciliao, da mediao e da justia restaurativa.

    Um outro exemplo da fora da poltica de paci -cao e de aproximao do Judicirio com a socieda-de o projeto Rua do Respeito, parceria selada em

    Manuela Ribeiro

    A resoluo deconitos por meio daconversa, frequente emsociedades tradicionais,remonta origem dosagrupamentos humanos

    maio deste ano entre o TJMG, o Ministrio Pblico eo Servio Voluntrio de Assistncia Social (Servas). Ainiciativa sensibiliza a sociedade para a causa e ar-

    ticula esforos em prol das pessoas que vivem nasruas, promovendo a prossionalizao, o acesso Justia, a proteo dos direitos, a reconstruo davida e a incluso social. Um evento do projeto, emsetembro, levou informaes populao de rua so-bre alguns de seus servios, incluindo o Cejus e osJuizados Especiais.

    Numa terra de concentrao de renda e corrup-o alarmantes, baixa escolaridade, pouco acesso abens culturais, marginalizao e discriminao; numa

    repblica com histrico de autoritarismo e taxa de ho-micdio superior de pases em guerra, pode parecernatural a agressividade. Mas, a despeito da brutalida-de originria de nossa colonizao e de algumas denossas instituies, existem sadas.

    Segundo o terceiro vice-presidente do TJMG esuperintendente da Assessoria de Gesto da Inova-o (Agin), desembargador Wander Marotta, duranteo Imprio, Pedro I j lamentava a morosidade da Justi-a e as condies precrias de encarceramento, mas

    a Constituio de 1824 contempla,com a gura do juiz de paz, a con-ciliao. Marotta considera que aresoluo de conitos por meio da

    conversa, frequente em sociedadestradicionais, remonta origem dosagrupamentos humanos e s vis-ta como no convencional a partirdo momento em que, com o acessofranqueado pela Carta Magna de1988, cresceu a judicializao dosdesentendimentos.

    O magistrado explica aindaque uma sentena judicial, mesmoque tecnicamente correta, podeimpor um deslinde que no agradaa nenhuma das partes. Nessassolues, o cidado no decideo que acontecer. Contudo, esse

    caminho da fora nunca o ideal. A soluo ideal construda pelos envolvidos, em contrapartida, acabacom o litgio e no simplesmente com o processo. Odesembargador acrescenta que os Cejus, que vmsendo instalados em todo o estado at agora, tota-lizam 37 , so uma tentativa de responder ao anseiopor um servio pblico prximo do povo, clere e dequalidade.

    De acordo com o juiz auxiliar da 3 Vice-Presidn-cia, Carlos Donizetti Ferreira da Silva, a sociedade

    contempornea est perdendo a capacidade de conversare, por isso, procura o Judicirio a cada vez que um proble-ma surge. um desao para a Justia tentar mudar essatendncia no apenas por suas prprias atividades-m,mas estimulando os magistrados a familiarizar-se com

    procedimentos mais exveis de resolver impasses e intro-duzindo s novas geraes modelos distintos da litigiosi-dade, por meio da cooperao com instituies de ensino.

    O Cejus possui trs linhas de atuao: cidadania, pr-processual e processual. O jurisdicionado recebido nosetor de cidadania. Se, numa triagem, o caso no puderser enviado ao pr-processual, o prprio setor de cidada-nia o encaminha para uma audincia prvia no JuizadoEspecial ou na Justia comum ou orienta a parte para queprocure o rgo que pode ajud-la (Defensoria, MinistrioPblico). O pr-processual prope a conciliao antes dehaver processo na Justia. A fase processual quando jexiste um feito judicial. Mas em qualquer etapa possvelconciliar, defende.

    Outra proposta coordenada pela Agin por meio doNcleo Permanente de Mtodos Consensuais de Solu-o de Conitos (Nupemec) a mediao, desenvolvidaquando as partes em conito mantm laos que devem serpreservados, como parentes e ex-cnjuges. Um terceirohabilitado atua para ajud-las no consenso. Por lidar comvnculos importantes, trata-se de uma operao delicadacom benefcios duradouros.

    Chamado para a concrdia

    Mediao

    RenataCaldeira

    O desembargador Wander Marotta ressaltaque a conciliao a forma ideal de soluopara um problema

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    6/1206 NOVEMBRO/2015

    Mediadora judicial do Cejus de Belo Horizonte,sede do projeto-piloto da iniciativa no TJMG, iniciadoem 2012, Cleide Rocha de Andrade dene a mediaocomo um auxlio gratuito que favorece a construo de

    um entendimento para atender de modo efetivo a inte-resses em conito. Segundo a prossional, reconhecera prpria parcela de erro difcil, o que aponta para anecessidade de uma mudana de cultura.

    Na capital, as sesses acontecem no Frum La-fayette e no Jesp Criminal e podem ser processuaisou pr-processuais. Cada um dos lados convidadoa dizer o que pensa e a ouvir o outro. O mediador, porser imparcial, compreende melhor a dinmica da ani-mosidade e facilita a retomada do dilogo para resolverproblemas como partilhas, guardas, interdies, visitase penses alimentcias.

    Cada tribunal, por meio do seu Ncleo Permanen-te, organiza a capacitao de mediadores e cursos deformao de juzes a partir de uma metodologia deacompanhamento estatstico para avaliao de resul-

    tados. At hoje, houve em torno de 40 turmas. O Nupe-mec, na seleo dos interessados, leva em conta suasensibilidade ao tema, sua capacidade de escuta, suaabertura para aprender novos mtodos.

    Cleide Andrade explica que o treinamento inclui umcurso de 40 horas com instrutores certicados, a leituraorientada do Manual de Mediao Judicial do CNJ evdeos institucionais sobre o tema. Depois, o candidato,que deve ser graduado ou estar matriculado em umagraduao, precisa atender dez casos sob a supervi-so dos instrutores e redigir um relatrio detalhando astcnicas adotadas e o aprendizado extrado da expe-

    rincia. Finalmente, ele se compromete a oferecer acontrapartida de um ano de servio voluntrio.

    As ocinas de pais e lhos, uma das mais bem-sucedidas realizaes do setor de mediao, so

    oportunidades de restabelecer a comunicao entreex-parceiros, tendo em vista o bem-estar dos lhos. possvel se inscrever espontaneamente, mas os juzestambm indicam casos que estejam examinando emsuas varas. Os encontros peridicos tm a nalidadede mostrar aos excasais que o casamento acabou, masa paternidade e a maternidade se mantm e, em nomedas crianas e dos adolescentes, preciso achar o ca-minho da harmonia. Os ex-cnjuges so acolhidos emhorrios diferentes, e uma ocina oferecida aos lhos,para que eles partilhem suas vivncias com pessoas damesma idade.

    A Semana Nacional da Conciliao, de 23 a 27 de novembro, registrou um total de 18.390 audincias agendadas. Destas, 10.033 so nos Juizados Especiais; e 8.357, na Justiacomum. No Cejus de Belo Horizonte, esto previstas 1.200 audincias.

    MarceloAlbert

    MarceloAlbert

    Para a mediadora Cleide Andrade, as ocinas de parentalidade provocam a reexo e em poucosencontros podem modicar por completo a conduta de ex-parceiros em relao um ao outro

    Para o juiz auxiliar da 3 Vice-Presidncia, Carlos Donizetti, a sociedade est perdendo acapacidade de conversar e, por isso, procura o Judicirio a cada vez que um problema surge

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    7/1207NOVEMBRO/2015

    ENTREVISTA juiz Srgio Henrique Cordeiro Caldas Fernandes

    TJMG Informativo Qual a impor-

    tncia de o TJMG ter abraado a cau-

    sa de dar efetividade Poltica Na-

    cional para a Populao em Situao

    de Rua? O TJMG est a cumprir suamisso de realizar aes efetivas, emobservncia ao Decreto 7.053/09 e LeiEstadual 20.846/13, que versam sobre apoltica para as pessoas em situao derua e tm como primeira diretriz a pro-moo dos direitos civis, polticos, eco-nmicos, sociais, culturais e ambientaisdo referido grupo social. A participaoda instituio TJMG e de seus membros,magistrados e servidores, a comearpela atuao do seu prprio presidente,desembargador Pedro Bitencourt, ofer-

    tou um peso absurdo para a mobilizaodos demais parceiros, bem como paraa interlocuo com os rgos estatais,as instituies de ensino e a sociedadecivil em geral.

    Como o Judicirio pode contribuir

    para o resgate da cidadania dessas

    pessoas?

    De vrias maneiras. Na atividade judi-cante, pois o prprio Supremo TribunalFederal (STF) j pacicou a possibilida-de de interveno do Poder Judicirio,em ordem a viabilizar a todos o acesso

    aos bens cuja fruio lhes haja sidoinjustamente recusada pelo Estado.

    Por consequncia, de grande valia arecomendao conjunta emitida pelanossa Corregedoria, atravs do desem-bargador Antnio Srvulo, que tambmabraou a causa, e pela Corregedoriado Ministrio Pblico de Minas Gerais.Tambm atravs dos seus projetos ins-titucionais, como o Centro Judicirio deSoluo de Conitos e Cidadania (Ce-jus), a Rede Judicial de Proteo e oCentro de Reconhecimento de Paterni-dade, sempre na busca do restabeleci-mento de laos h muito perdidos. Naao voluntria dos juzes e servidores,tanto na construo das audincias p-blicas, que sero realizadas at o naldo ano em vrias importantes cidades

    de Minas Gerais, quanto na participa-o de aes como a Rua dos Direitos,que reuniu centenas de pessoas emsituao de rua em Belo Horizonte ematividades de comunho e incluso so-cial. Na participao na formulao depolticas pblicas para tal grupo, j que aatuao do TJMG contribuiu para a cria-o do Comit PopRua-MG. Pela dis-cusso qualicada do fenmeno. Comautorizao do desembargador KildareCarvalho e coordenao do desembar-gador Manoel dos Reis Morais, foramlanadas as sementes para um curso

    multidisciplinar, a Rua do Saber, termocunhado por um dos artces do TCT,

    Daniele Hostalcio

    promotor Paulo Csar Vicente de Lima.No h limites para as possibilidades departicipao do Judicirio.

    Como ser a dinmica do projeto Rua

    do Respeito, nascido a partir do TCT?

    Pessoas em situao de rua, por deni-o legal, compem um grupo popula-cional adulto heterogneo que tem emcomum a pobreza extrema, os vnculosfamiliares interrompidos ou fragilizadose a inexistncia de moradia convencio-nal regular. Conforme o ltimo censorealizado pela UFMG/Prefeitura de Be-lo Horizonte, 94% dos entrevistadosapresentaram o desejo de sair das ruas,se possvel pela moradia e/ou trabalho

    assalariado, no perdendo de vista quemais de 80% vivem de alguma atividadelaborativa, sendo injustamente chama-dos de mendigos ou pedintes. Pois bem,a atuao do TCT passa pelo combateao preconceito, descortinando essaspessoas da invisibilidade social, peloacesso a direitos, j que a maioria, atpela fratura de sua vontade, no buscaas garantias legais bsicas que possui ea incluso pelo trabalho. Mas no s.Vrios desaos se apresentam, como ofato do sofrimento mental, do envelheci-mento precoce e do abuso de lcool e/

    ou drogas que acomete parte signicati-va dessa populao.

    Nesses casos, como pode ser a atua-

    o psicossocial da Justia?

    Os motivos alegados normalmente soproblemas familiares, abuso de lcool edrogas, desemprego e falta de moradia.Mas a desiluso uma constante, o quese nota pelo alto ndice de deprimidos.O pior que a pessoa acaba por introje-tar o que os outros dele pensam, sendotragado cada vez mais para o isolamen-to. A vontade maculada, pois a ruano distingue ningum, seja analfabetoou graduado, jovem ou idoso, agela atodos com violncia. s vezes, falta al-gum estender a mo.

    A iniciativa contar fortemente com

    o apoio de voluntrios. Como parti-cipar?

    A base do projeto o voluntariado,atravs da ao em rede e da criaode pontes, portanto s pedimos a boavontade e a criatividade dos membrosdo Judicirio. Para as instituies, foiconfeccionado um termo de adesoe boas prticas, disponibilizado porqualquer dos parceiros. Para as pesso-as fsicas, lembrando que dezenas demagistrados e servidores j esto enga-jados no projeto, s procurar um dosrepresentantes do TCT. Entre outros, eu

    e a juza auxiliar da Presidncia LilianMaciel estamos disposio.

    RenataCaldeira

    A base do projeto o voluntariado, arma o juiz SrgioFernandes. Na foto, o magistrado com a equipe da 23 VaraCvel da Comarca de Belo Horizonte

    Srgio Henrique Cordeiro Caldas Fer-

    nandes ingressou na magistratura em

    1997, tendo passado pelas Comarcas

    de Ipatinga, Salinas, Passos e Montes

    Claros. Hoje juiz da 23 Vara Cvel da

    Comarca de Belo Horizonte, ele um

    dos magistrados que representam o

    Tribunal de Justia de Minas Gerais

    (TJMG) no desenvolvimento das ativi-

    dades referentes ao termo de coopera-

    o tcnica (TCT) assinado pelo Tribu-

    nal mineiro, pelo Ministrio Pblico de

    Minas Gerais e pelo Servio Voluntrio

    de Assistncia Social (Servas) para a

    promoo dos direitos das pessoas em

    situao de rua, tema sobre o qual fala

    na entrevista abaixo.

    Na luta pelos direitos dapopulao em situao de rua

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    8/12

    Dezenas de crianas e adolescentes, em umaquadra, danam ao som de um samba. H uma har-monia de movimentos, os meninos e as meninas exe-cutam os passos no mesmo ritmo, enquanto se aque-cem e treinam movimentos. A tcnica se chama ba-mon, e utilizada nos treinos de um esporte poucoconhecido no Brasil, o badminton. Quem as v, noconsegue imaginar que, em meio ao grupo, sem per-der os compassos, danam dois jovens surdos: BrunoCosta e Thuan Bernard.

    Bruno e Thuan, amigos desde a infncia, conhe-ceram o esporte por meio de um projeto social reali-zado por voluntrios da Associao de Apoio Crian-a e ao Adolescente da Comarca de Santos Dumont(Criap), instituio fundada em 2008 pelo ento juizda Vara da Infncia e da Juventude, Jander Maur-cio Brum. A entidade foi criada com o objetivo de ofe-recer s crianas e aos adolescentes da comarca aoportunidade de se desenvolverem de forma digna,

    por meio do esporte, e de reforarem valores ticose morais.

    Com a aposentadoria do idealizador da iniciati-va, a atual juza da infncia e da juventude da Co-marca de Santos Dumont, Maria Cristina de SouzaTrlio, deu sequncia ao proje-to e abraou a iniciativa. O pro-jeto atende hoje, em mdia, a250 crianas e adolescentesna comarca, que, alm de San-tos Dumont, integrada pelosMunicpios de Aracitaba, Ew-bank da Cmara, Oliveira For-tes e Paiva, alm dos Distritosde Conceio do Formoso, Do-res do Paraibuna, Mantiqueirae So Joo da Serra. As ativi-dades acontecem no espao f-sico do 4 Esquadro de Cava-laria Mecanizada, por meio deparceria rmada com a instituio.

    O badmintondescortinou para os dois jovens sur-dos um novo mundo de possibilidades. H um ano e

    Projeto na Comarca de Santos Dumontmuda a vida de jovens surdos

    A defcincia auditivano empecilho paraque dois jovens surdostreinem com meninos emeninas ouvintes

    meio, Thuan, de 19 anos, comeou a praticar o es-porte; Bruno, de 17 anos, juntou-se ao grupo seis me-ses depois. Hoje, os dois meninos colecionam me-

    dalhas locais e regionais, novosamigos, no apenas entre a co-munidade surda, e a sensaode que a surdez no precisa li-mitar suas possibilidades. Pormeio do badminton, z novosamigos que me ajudaram mui-to a superar obstculos. Em umcampeonato recente em Juiz deFora, quei em terceiro lugar,comemora Thuan. Bruno com-pleta: O esporte me proporcio-nou a convivncia com ouvin-tes, sem que a surdez seja umempecilho.

    As mudanas so sentidas tambm pelos fami-

    liares dos meninos. O esporte foi muito bom na vidado meu lho. Antes ele vivia apenas fechado no mun-

    08 NOVEMBRO/2015

    Daniele Hostalcio

    RESPONSABILIDADE SOCIAL

    O projeto social na comarca atende hoje a cerca 250 crianase adolescentes e nanciado por penas pecunirias

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    9/12

    Penas pecunirias fnanciam o projeto

    O projeto social na Comarca de Santos Dumont nanciado por penas pecunirias. De acordo com

    o desembargador Jos Antnio Braga, coordenadordo Programa Novos Rumos do Tribunal de Justiade Minas Gerais (TJMG), todos os valores arrecada-dos com a aplicao da pena de prestaes pecuni-rias, objeto de transaes penais e sentenas conde-natrias, podero ser utilizados pelo juzo da execu-o, nos termos do Provimento Conjunto 27/2013 doTJMG/CGCMG e da Resoluo 154 do Conselho Na-cional de Justia (CNJ), para melhoria do sistema pri-sional de sua rea de jurisdio e tambm para con-

    do dele, mais dentro do quarto e convivendoapenas com colegas surdos. Agora, ele tem

    amigos que so ouvintes e no est mais sdentro de casa; assumiu novos compromis-sos e responsabilidades, quer ir adiante. Is-so abriu as fronteiras dele, contribuiu para eleperceber que pode ter uma vida normal, co-mo qualquer outro jovem, apesar da surdez.No h mais limites pra ele, atesta Valescade Arajo, me de Thuan.

    Na avaliao do treinador dos meninos,Walter Gonalves de Moraes, que ocialde justia na comarca, a experincia comos dois jovens com decincia auditiva mos-tram a importncia do esporte para a inclusode jovens em adultos com decincia. Wal-ter Moraes explica que o projeto social esco-lheu o badmintoncomo modalidade esportivaporque ele requer muita concentrao e dis-ciplina. Alm disso, por ser um esporte pou-co conhecido, gera curiosidade nas crianas.

    Desaador para os dois meninos, obadminton considerado o esporte de raque-

    te mais rpido do mundo, por isso requer mui-ta concentrao e velocidade. semelhante

    ao tnis, sendo praticado com raquete e pe-teca. Formando uma dupla de badminton, osmeninos contam, para treinar, com a ajuda deuma intrprete de libras. Mas, a cada dia, acomunicao entre eles e o treinador se tor-na mais uida.

    Os planos para a dupla so ambiciosos.O treinador disse que pretende credenci-los na Federao Mineira Esportiva dos Sur-dos, em 2016, para que possam participarde competies estaduais e nacionais. Em2017, acontece o campeonato mundial debadminton, na Turquia, e o desejo que Bru-no e Thuan estejam l, lutando por uma me-dalha. Ainda um sonho, mas vamos ten-tar. Superao, essa a palavra, declara otreinador.

    Para quem no conhece as regras do jo-go, o objetivo do competidor fazer a pete-ca tocar na quadra adversria aquele quea deixar cair dentro do seu lado da quadraou rebat-la para fora perde a jogada. Masesses jovens no esto dispostos a deixar apeteca cair.

    templar projetos sociais que favoream a infncia e ajuventude, como tambm os idosos.

    Por meio das penas pecunirias, vrios projetossociais ganham vida. O Poder Judicirio no pode li-mitar a sua atuao esfera punitiva. preciso in-vestir no ser humano, contribuir de alguma forma pa-ra a convivncia harmnica entre as pessoas. Todasas instituies, pblicas ou privadas, bem como os ci-dados em geral, tm sempre algo a fazer para con-tribuir com a paz e a justia social, acredita a juzaMaria Cristina de Souza Trlio, da Comarca de San-tos Dumont.

    Na avaliao da magistrada, as diferenas eco-nmicas e a falta de acesso educao criam abis-

    mos no meio social, e o Poder Judicirio no pode ig-norar isso. Por isso, a juza defende que uma pos-tura proativa por parte dos integrantes do Poder Ju-dicirio de uma comarca pode fazer toda a diferen-a, minimizando problemas sociais que acabam porculminar muitas vezes na prtica de ilcitos penais.Assim, a utilizao das verbas oriundas das presta-es pecunirias em projetos sociais locais possibilitamaior dilogo com a comunidade, revelando transpa-rncia e comprometimento do Poder Judicirio.

    Divulgao

    Concentrao e disciplina

    09NOVEMBRO/2015

    Bruno Costa e Thuan Bernard colecionam medalhas locais e regionais no badminto

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    10/1210 NOVEMBRO/2015

    Alinhamento institucional

    Mapeamento de

    competncias

    Compreender a sistemtica e ametodologia do Planejamento Estratgicoe entender como se inserir nele e contri-buir para o seu desenvolvimento. Essesso os objetivos bsicos do curso Com-petncias Gerenciais do TJMG Modelo

    e Tcnicas de Gesto para Melhoria deResultados, promovido pela Escola Judi-cial Desembargador Edsio Fer nandes(Ejef).

    Trata-se de um curso direcionadoa todos os gestores da Segunda Instn-cia, com proposta pedaggica e recursostcnicos prprios da educao distncia(EAD). Iniciado no dia 22 de outubro ecom trmino previsto para 4 de dezem-bro, o curso visa promover a capacitaodos gestores nos conhecimentos, habili-dades e atitudes que sero esperados

    conforme o modelo de competncias ge-renciais desenvolvido pelo TJMG.

    Marcos Xavier

    Os gestores sero capacitados de modo a contribuir para oalcance das metas do Planejamento Estratgico

    EJEF

    Disponibilizado no ambiente virtu-al do programa EAD-Ejef, o curso temcarga horria total de 32 horas-aula,divididas em quatro mdulos: Planeja-mento Estratgico, Gesto para Resul-tados, Gesto de Processos e Gesto

    de Pessoas.

    O mapeamento das competn-cias necessrias instituio e aosgestores foi iniciado em 2010 pela Ejefe posteriormente foi aprovado comometa pelo Conselho Nacional de Jus-tia (CNJ).

    Por meio de consultoria externa,a Ejef realizou o mapeamento aps ou-vir 234 pessoas, entre magistrados dadireo do Tribunal, desembargadores,

    diretores de foro, juzes, secretrios ediretores executivos, servidores queocupam cargos de gesto, contadorese escrives, englobando uma amos-tragem com contribuies de 131comarcas.

    Oito competncias para os gesto-res do TJMG foram mapeadas: gestode pessoas e liderana de equipes,competncia tcnica, gesto do proces-so de trabalho judicial, orientao pararesultado, gesto da informao, visosistmica, ao inovadora e comunica-o e integrao institucional.

    Apenas a competncia tcnicano abrangida pelo curso, uma vezque a Ejef j oferece capacitao aten-dendo a demandas de cada rea doTJMG.

    A capacitao nas competn-cias gerenciais para todos os gestores

    do TJMG est prevista no PlanejamentoEstratgico.

    Segundo a Secretria Executiva

    de Planejamento e Qualidade na GestoInstitucional (Seplag), Ana Paula Villela deVilhena, o curso contribui para a dissemi-nao de metodologia de gesto com focoem resultados e para a melhoria contnuade processos. Tambm aborda conceitosfundamentais sobre o sistema de gestode uma organizao, perpassando pelaelaborao da estratgia e pela operacio-nalizao.

    Para Ana Paula Vilhena, o desen-volvimento desses temas visa promovero alinhamento institucional e assegurar a

    perspectiva sistmica no desenvolvimentodo trabalho.

    Curso alinha gestores da SegundaInstncia a modelo de competncias

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    11/12NOVEMBRO/2015

    A Galeria de Arte do Frum Lafayette recebe, de18 de novembro a 20 de dezembro, nove rplicas dasobras do escultor francs Auguste Rodin. As escultu-ras, feitas em bronze, so autenticadas pelo Museudo Louvre e fazem parte de um acervo adquirido pelaVallourec no Museu Rodin, localizado em Paris.

    A mostra ser aberta em 17 de novembro, s19h. A visitao gratuita e estar aberta ao pblico desegunda a sexta-feira, exceto feriados, das 8h s 18h.

    Nascido em Paris, em 1840, Rodin conside-rado um dos escultores mais notveis de seu tempo.Sua inclinao para as artes se deu ainda na infncia,quando entrou para uma academia de arte. Alm dosestudos de artes plsticas, o escultor se dedicou pes-quisa da anatomia humana para produzir suas obras.

    Auguste Rodin era particularmente habilidoso emcompor cenas e conferir aos seus personagens senti-mentos intensos de poder e paixo. A fora do impres-

    11

    sionismo e do simbolismo em suas obras tambm uma marca de seu estilo.

    A exposio composta por rplicas das peasO Filho Prdigo, O dolo Eterno, O Burgus de Calais,O Banho, O Beijo, As Sereias, A Danaide, A Toalete deVnus e O Pensador.

    Tanto O Filho Prdigo quanto as obras O Beijo,A Danaideee O Pensadorforam feitas para a compo-

    sio do monumentoA Porta do Inferno, e, posterior-mente, tornaram-se esttuas individuais.Encomendada pelo governo francs, em 1880,A

    Porta do Inferno homenageava a Divina Comdia, deDante. A inteno era que a porta de bronze fosse ins-talada no Museu de Artes Decorativas de Paris. No en-tanto, embora tenha devotado o resto da vida ao proje-to, Rodin morreu em 1912 deixando a obra inacabada.

    Considerada uma das obras-primas do artista, OBeijorefora seu estilo impressionista e, de acordo com

    CULTURA

    Frum Lafayette expe obras de Rodin

    o prprio Rodin, um testamento fora do amor eao sonho de romance, os quais tanto desejamos.

    Por sua vez, a escultura O Pensador, anteschamada O Poeta, tornou-se um cone popular daimagem de um lsofo. No toa: a obra represen -ta a gura humana carregada de sincera preocupa-o e profunda reexo sobre o seu destino.

    No perodo da exposio, o projeto institucional

    Toque Especial promove a incluso cultural dos de-cientes visuais. Servidores, alunos do Instituto SoRafael e a comunidade de portadores de decinciavisual tero a oportunidade de visitar a Galeria deArte do Frum Lafayette e conhecer atravs do toqueas obras do artista.

    Mais do que promover a igualdade, o projetovisa ampliar o relacionamento entre a Casa da Jus-tia e a comunidade de decientes visuais de BeloHorizonte.

    Auguste Rodin

    Obras

    Toque especial

    Marcelo

    Albert

    Rebeca Figueiredo

    O Burgus de Calais uma das nove rplicas dasobras de Rodin expostas na amostra

  • 7/25/2019 Guerra e Paz a Busca Da Conciliao

    12/12

    IMPRES

    SO

    CULTURAEm novembro, o Cineclube TJ traz ao pblico o lme One Flew Over the Cuckoos Nest, do diretor Milos Forman. A pelcula,

    que cou conhecida no Brasil pelo ttulo Um Estranho no Ninho, ser exibida no dia 26, s 19h, no auditrio do anexo 2 daUnidade Gois (Rua Gois, 253). Conra, abaixo, resenha do lme.

    Caso queira participar da coluna Clique do Leitor, envie uma foto de sua autoria, acompanhada de um texto de at dez linhas sobre a imagem,para [email protected]. Preencha o assunto com Clique do Leitor. As melhores fotos sero publicadas neste espao.

    CLIQUE DO LEITOR

    Difcil encontrar palavras paradescrever a Cachoeira do Bicame,localizada na buclica Lapinha daSerra Santana do Riacho/MG.Surge imponente entre as serras

    e o cerrado majestoso da Serra doCip. Seu imenso poo com grandevolume de gua embriaga o esprito.

    Israel Tomaz Ferreira, gerente

    administrativo do Frum Lafayette

    Jos Rubens Costa*

    D

    ivulgao

    Um estranho no ninho

    * Advogado

    One Flew Over the Cuckoos Nest, escrito em 1962 por Ken Kesey, etransposto para o cinema pelo diretor Milos Forman, em 1975, representaas tenses, o controle social e os ideais dos anos 60. O ttulo em ingls de -rivou da expresso one few east, one few west, one few over the kukoosnest, que signica algum cou muito louco.

    A temtica, desenrolada por meio de loucos e da loucura, pode man-ter uma relao, embora paradoxal, com Le Roi de Coeur (Esse Mundo dos Loucos), do diretor Philipe de Broca.

    No universo da loucura, os manicmios de antanho, desenvolve-se aloucura do personagem ou do protagonista, que levou Jack Nicholson aoOscar de melhor ator e perene identicao dele com o protagonista; e olme, a quatro outras premiaes.

    A trama se desenvolve com os temas da represso institucional indivi-dualidade e rebelio contra o conformismo, enquanto acontecia a guerra

    fria. A crtica de Kesey, no entanto, se ope s instituies americanas, mo-delo do mundo ocidental.Jack Nicholson (de touca preta) ganhou o Oscar de melhor ator por sua atuao no filme