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GRUPOS PEQUENOS Por Evaristo Filho SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO BÍBLICO SETEB Global http://seminarioevangelico.com.br [email protected]

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GRUPOS PEQUENOS

Por Evaristo Filho

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO BÍBLICO

SETEB Global http://seminarioevangelico.com.br

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© 1999-2011. Seminário Teológico Evangélico Bíblico. Direitos Reservados. [email protected]

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Apresentação da Disciplina

Informações Gerais

Pré-Tarefas Antes do estudo principal da disciplina, há uma série de questões e/ou exercícios e/ou tarefas que foram elaboradas para prepará-lo, tanto mental quanto espiritualmente, para o conteúdo central da disciplina. Você deverá completar estas pré-tarefas antes de iniciar o estudo principal e realizar as tarefas que exigirão mais de você. Siga todas as instruções e guarde todo o material escrito que você produzir. Mais tarde ele será examinado por seu tutor/professor.

Questões Para Revisão

Ao concluir o estudo principal, complete as questões para revisão. O propósito delas é ajudá-lo a focalizar nos principais pontos do estudo e prepará-lo para o projeto final. Você pode usar suas notas pessoais, sua Bíblia ou o conteúdo do estudo principal. Quando as respostas exigem que você use o estudo principal, procure respondê-las, primeiramente, sem consultar o manual. Se você não conseguir, ache as respostas no texto e estude estas partes mais uma vez antes de prosseguir.

Projeto Final

No final da disciplina existe um projeto final que foi elaborado para ajudá-lo a viver e ministrar este tema. As ideias e conceitos que você aprendeu são muito importantes para nós. Deste modo, o projeto final é importante para sabermos o que você aprendeu e como você está aplicando ou aplicará este material no seu ministério.

Procedimentos da Disciplina

O procedimento para essa disciplina é o seguinte: Unidade I: Passo 1 Faça as pré-tarefas Passo 2 Estude o conteúdo do estudo principal.

Complete todos os espaços em branco para completar. Unidade II: Passo 1 Leia todas as questões para revisão antes de começar a respondê-las. Passo 2 Complete as questões para revisão. Unidade III: Passo 1 Leia o projeto final. Passo 2 Realize o projeto final.

Recursos Opcionais

Todos os nossos manuais são autodidáticos, dispensando a obrigatoriedade de obter qualquer outro recurso externo além de um exemplar da Bíblia. No entanto, para o seu próprio enriquecimento educacional, nós sugerimos o uso dos seguintes recursos opcionais para este disciplina:

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Bíblia de Estudo NVI (Editora Vida)

Bíblia On-line 3.0 – Módulo Avançado (Sociedade Bíblica do Brasil)

Dicionário Vine (CPAD)

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Grupos Pequenos

INTRODUZINDO A DISCIPLINA Mais um estudo sobre grupos pequenos ou celulares? Precisamos disto? Essa pergunta você somente poderá responder após estudar este material. Embora hoje em dia não se fale tanto em grupos pequenos ou grupos celulares como há alguns anos atrás, ainda há igrejas, pastores e membros em geral debatendo sobre a necessidade de um ministério com grupos pequenos na igreja local ou na transição de uma igreja “de programas” para uma igreja em células. Nossos estudos e experiências com grupos pequenos (de vários tipos) e igrejas em células (puras ou não), bem como com grupos pequenos, nos têm ensinado que todas estas formas de se fazer igreja são válidas e nenhuma é sacramentada nas Escrituras. Portanto, não deveria haver razões para medo ou controvérsias nesta questão. Infelizmente, muitos cristãos fanáticos, não apenas nesta questão, mas também em outras, fazem um desserviço muito grande à comunidade cristã no geral, por transformar um método numa disputa irracional. Assim, nós sentimos a necessidade de produzir (na verdade, reformular) um documento sobre o tema que atendesse algumas necessidades básicas da Igreja em nossos dias:

A maioria da literatura disponível enfoca grandemente em dois polos: a) nos benefícios pragmáticos dos grupos pequenos ou b) na estruturação de tais grupos. Nós precisamos de um estudo que se fundamente nos princípios bíblicos e forneça alguns trilhos para uma abordagem prática ao ministério com grupos pequenos ou células. Nós devemos pensar primeiramente não nos benéficos e vantagens para a igreja e nem mesmo em como organizar a igreja em ou com células (grupos pequenos), mas sim no que a Bíblia ensina sobre o funcionamento da Igreja e como os princípios bíblicos podem ser aplicados a este ministério específico da igreja. Nós temos que nos preocupar primeiramente e mais do que tudo com os princípios bíblicos do funcionamento da Igreja. Depois, com a ajuda do Espírito, nós podemos pensar na melhor maneira de aplicar estes princípios.

Nós precisamos ter algo mais do que apenas um bem elaborado método de crescimento para a igreja. Precisamos dar prioridade ao fundamento bíblico das razões para a existência de grupos pequenos em uma igreja local.

Nós precisamos também refletir e realizar aquilo que deriva de nossa missão e valores enquanto uma comunidade local de crentes que deseja, acima de tudo, glorificar a Deus por realizar a Sua completa vontade sobre a terra. Não devemos seguir um método sem qualquer identificação com a nossa missão e os nossos valores. Grande parte dos problemas nas igrejas que rejeitam ou não se deram bem com grupos celulares se deve ao fato de tentarem aplicar um método ou sistema que estava em contradição com sua missão e valores. Seja qual for o método e a sua aplicação, tudo deve ser adaptado para que funcione de acordo com os princípios bíblicos e segundo a missão e valores primordiais da congregação local. Aceitar plenamente um método qualquer não somente não é sábio como também pode destruir uma igreja local. Nós precisamos fundamentar nossos grupos pequenos sobre as bases teológicas que encontramos nas Escrituras para a sua existência e a partir daí estabelecermos como eles podem funcionar de maneira que expresse a vontade de Deus, nossa missão e nossos valores.

Por causa destas percepções e necessidades acima é que nós reestruturamos nosso manual e nosso ministério de grupos pequenos. E apresentamos este material ao corpo de Cristo, para que ele seja útil onde se fizer necessário.

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OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Ao concluir esta disciplina você será capaz de:

Compreender a razão de ser dos grupos pequenos.

Enfatizar a importância da igreja local.

Mostrar como os grupos pequenos devem ser aplicados ao contexto da missão da igreja local.

Compreender os princípios básicos de um grupo pequeno.

Participar ativamente de uma reunião de grupo pequeno.

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Unidade I

PRÉ-TAREFAS Leia e estude Atos 2.40-47. Elabore 10 perguntas tomando como base o texto acima. Concentre-se em como a igreja nasceu e viveu seus primeiros dias dentro de uma estrutura celular. Considere que estas perguntas poderiam ser usadas num grupo de discussão.

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Unidade I

ESTUDO PRINCIPAL

Algumas pessoas mal informadas tentam levantar problemas com o ministério de grupos pequenos a partir das diferentes nomenclaturas dadas aos mesmos e às diferentes metodologias ou abordagens dadas aos mesmos. Mas isso não deveria ser um problema. O termo “grupos pequenos” é um termo geral que pode ser aplicado a qualquer abordagem ou metodologia que trabalha com grupos de poucos cristãos que se reúnem regularmente para comunhão, ensino da Palavra, evangelização e ministério. Nós defendemos a ideia de que uma igreja precisa ter um ministério de grupos pequenos, mas a terminologia e o método empregado não são tão importantes como o é a prática dos princípios bíblicos envolvidos. Chamar um grupo pequeno de “grupo pequeno”, “grupo de comunhão”, “grupo celular ou célula”, não é tão importante quanto o funcionamento dos mesmos, o qual deve ser baseado em princípios bíblicos. Nós cremos que uma igreja tem o dever de suprir todas as necessidades de sua membresia e a melhor maneira de fazer isso é através de grupos pequenos. Os grupos pequenos podem ter ênfases diferentes, mas todos eles são válidos. Algumas igrejas trabalham apenas com células que seguem um determinado padrão e isso geralmente limita o seu ministério à evangelização ou mantém a vida dos seus membros na superfície da experiência cristã. Outras trabalham apenas com “estudos bíblicos” e isso também limita o ministério da igreja e o suprimento da necessidade de todos os seus membros. A única maneira de suprir todas as necessidades de toda a igreja é trabalhar com grupos pequenos com interesses, ênfases, propósitos e pessoas diferentes. Isso deve e pode ser feito sem deixar de lado as características básicas que todo grupo pequeno deve ter. Assim, uma igreja pode ter “grupos pequenos” ao mesmo tempo em que tem “grupos de estudo da Bíblia”, “células de evangelização”, “grupos de discipulado”, “grupos holísticos”, “grupos de treinamento de liderança”, “grupos de música e adoração” e etc. Neste manual, nós veremos como isso é possível e como é eficaz. I - POR QUE GRUPOS PEQUENOS?

Antes de tudo, nós precisamos estar cientes de que um grupo pequeno não é um fim em si mesmo. Eles não existem para si mesmos, mas sim para a igreja. Os grupos pequenos existem para glorificar a Deus por evangelizar os perdidos e edificar os salvos:

Os grupos pequenos existem para glorificar a Deus - Isaías 43.7; Efésios 2.10; 1 Coríntios 10.31; Romanos 11.36.

Os grupos pequenos existem para evangelizar os perdidos - Atos 5.42; Atos 10.

Os grupos pequenos existem para edificar os crentes - Mateus 28.18-20. “Edificação” é o mesmo que crescimento espiritual. Isso inclui a prática das disciplinas espirituais básicas de ensino, comunhão, adoração, oração e serviço; a santificação progressiva (Romanos 8.29); o cuidado mútuo. A edificação espiritual é o resultado do ministério do Espírito Santo em e através de cada membro da igreja que se congrega em um grupo pequeno.

Seja qual for o tipo de grupo usado na igreja, ele deve atender a este propósito geral.

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II - A IGREJA É A GRANDE COISA

Uma coisa tem que ficar bem clara, especialmente para os líderes de grupos pequenos: eles não existem para si mesmos. Um grupo pequeno não é um fim em si mesmo. Ele existe pela e para a igreja local. Quando nós edificamos grupos pequenos como um fim em si mesmos, nós estamos criando „pequenos reinos‟ subversivos dentro da igreja local. Nós entendemos que cada cristão deve ter uma clara visão de compromisso para com uma igreja local. Isso significa que os membros de um grupo pequeno não podem ser membros apenas do grupo, esquecendo as demais atividades da igreja. Muito pelo contrário! O grupo pequeno pode e dever ser a principal reunião da igreja, mas não pode ser a única. E ninguém pode isolar o funcionamento de um grupo pequeno dos demais ministérios da igreja. Um grupo pequeno expressa e pode funcionar como uma igreja, mas não é a igreja local. E nós precisamos ter um claro entendimento sobre isso. Muitas pessoas estão convencidas e querem nos convencer de que a igreja primitiva era uma “igreja em células”, mas isso não é verdade. E mesmo que tivesse sido não há qualquer ordem bíblica direta ou indireta para que uma igreja se torne uma igreja em células. Porém, por outro lado, nós vemos claramente que a igreja primitiva percebeu a sua necessidade de funcionar em grupos pequenos e, se formos sábios, considerando certos princípios bíblicos, é impossível termos uma igreja saudável e equilibrada sem alguma expressão de grupos pequenos. No entanto, o grupo pequeno não é a igreja local. A igreja de Jerusalém se reunia no “templo” (no pátio dos gentios) e de casa em casa (Atos 2.46; 5.42; 8.3; 12.12). Dentro de uma mesma cidade – uma só igreja por cidade – havia “grupos pequenos”, grupos pequenos de irmãos que funcionavam como uma igreja local, mas que não era a totalidade da igreja e sim parte da igreja na cidade (Romanos 16.5, 14-15; 1 Coríntios 16.19). As grupos pequenos (não células) eram edificadas juntas para serem a habitação de Deus no Espírito (Efésios 2.22). Nenhum grupo isolado era “a igreja”, ainda que funcionasse plenamente como tal. Deus dá grande valor à Igreja e não devida a Sua atenção com nada mais além da Sua Igreja. A Igreja de Deus está espalhada (e em grande parte dividida) entre denominações e grupos independentes. No entanto, todos os cristãos formam um só Corpo. Cada cidade tem apenas uma Igreja de Deus, formada por todos os salvos ali. Numa cidade pode haver diversas igrejas ou congregações locais, e algumas podem se reunir até mesmo como uma igreja numa casa, mas ainda assim somos uma mesma igreja. Portanto, os grupos pequenos de uma igreja, não podem ser considerados e nem existir como entidades distintas e independentes da igreja local. Os grupos são partes de e formam a igreja local, mas individualmente não constituem a igreja local. A igreja local é que a é grande coisa, a grande atração e quem deve ter todo o nosso zelo. Um grupo pequeno deve existir e funcionar para o benefício de toda a igreja e não somente para o grupo.

A - ACRESCENTADOS À IGREJA

A Bíblia nos mostra claramente que todos os salvos são nascidos no Reino de Deus (João 3.1-8; Colossenses 1.13-14). Isso acontece automaticamente quando cremos. Além de nascermos no reino de Deus, nós também somos batizados no corpo invisível de Cristo (Efésios 4.4; 1 Coríntios 12.12-13), a Igreja Universal. Porém, nós precisamos ser acrescentados à igreja local (Atos 2.38-42, 47). Nós somos acrescentados ao grupo pequeno, por mais importante que ele seja, mas sim à igreja local.

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B – DEDICAÇÃO À VIDA DA IGREJA

Ser acrescentado à igreja implica necessariamente tornar-se parte atuante de uma igreja local. Ser acrescentado à igreja local é assumir um compromisso com o corpo local de crentes. Esse compromisso não pode ser apenas falado; ele deve ser demonstrado. O compromisso tem que ser concreto e visível. Ele tem que ser comprovado por meio do batismo, inicialmente, e em seguida por:

Estar junto - Atos 2.42-47 e 4.32-37.

Se reunir estrategicamente para glorificar a Deus por evangelizar os perdidos e edificar os salvos.

Participação comum nas atividades - 1 Coríntios 14.26.

Isso reforça o nosso pensamento de que um grupo pequeno não dever ser um local para o exílio dos crentes da igreja local, mas sim um lugar para que o crente coopere ativamente para o crescimento espiritual e numérico de toda a igreja local.

III - GRUPOS PEQUENOS NO CONTEXTO DE NOSSA MISSÃO

Para que os grupos pequenos não percam a visão de que não existem para si mesmos, mas para a igreja local, nós precisamos deixar claro para todos os membros da igreja qual é a missão da nossa igreja local. Cada comunidade cristã local existe para cumprir uma missão específica. Tomando a IEB - Igreja Evangélica Bíblica como exemplo, vejamos como os grupos pequenos existem para cumprir a missão da igreja. Deus tem dado a IEB uma quíntupla missão e os grupos pequenos existem para cumprir estrategicamente esta missão, que é:

Manifestar plenamente a soberana e superabundante graça de Deus.

Proclamar a realidade atual do Reino de Deus através de palavras e obras.

Construir relacionamentos verdadeiros.

Equipar o corpo de Cristo para a obra do ministério.

Plantar igrejas segundo o modelo do Novo Testamento.

A sua igreja também deve ter uma declaração de missão, pois ela tem um chamado específico de Deus. Se não tem, o melhor é juntar-se com outra igreja, pois, afinal, não precisamos de mais igrejas sem propósitos; já estamos cheias delas e elas só têm causado vergonha ao Senhor Jesus. Se você nunca escreveu uma declaração de missão ou propósito para sua igreja, faça isso agora. Pare este estudo e receba alguma ajuda nos manuais “Liderança Cristã”, “Princípios de Administração Bíblica” e “Plantação de Igreja 2”. Agora, reveja os cinco pontos da declaração de missão da IEB. Como ela cumpre esta missão no contexto de seus grupos pequenos? Vejamos: Como a IEB manifesta plenamente a soberana e superabundante graça de Deus no grupo pequeno: por meio de palavras e ações - Efésios 4.29; Efésios 5.18-21, Filipenses 4.8 e Colossenses 3.16; Romanos 12.13-18, Efésios 4.25 e 32, e Colossenses 3.9 e 13. Como a IEB proclama a realidade atual do Reino de Deus através de palavras e obras no grupo pequeno: a Bíblia descreve o reino de Deus como alegria, paz e justiça no Espírito Santo (Romanos 14.17). Esse reino consiste de poder e não de palavras (1 Coríntios 4.20). Como discípulos desse reino, nós devemos demonstrá-lo por palavras e obras, assim como Jesus o fez (Lucas 4.18-19; Atos 2.22; 10.38). Nós demonstramos o reino de Deus através de obras quando curamos os quebrantados de

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coração, libertamos os cativos do diabo e socorremos aos necessitados (Lucas 4.18-19; Atos 10.38) – entre outras coisas. Quando pessoas são salvas ou transformadas, ali nós vemos o reino de Deus em ação. Os grupos pequenos se tornam, portanto, agentes da agência do reino – que é a igreja local. Como a IEB pode construir relacionamentos verdadeiros no grupo pequeno: a vida eterna é um relacionamento, não uma mera doutrina – João 17.3; 1 João 1.2-3. Não é possível ter comunhão sem relacionamento; porém, comunhão é muito mais do que relacionamento. Nós podemos ter um relacionamento com pessoas não-salvas, mas não comunhão (2 Coríntios 6.14-16). Os primeiros cristãos se dedicavam à comunhão (Atos 2.42). Comunhão entre os cristãos só é possível por causa da nossa união com Jesus e do ministério do Espírito Santo. Se o nosso relacionamento com Deus for superficial, religioso, assim será também o nosso relacionamento com os irmãos. Se nosso relacionamento com Deus for verdadeiro, honesto, transparente, ele também será com nossos irmãos. Para que haja este tipo de relacionamento é preciso que aprendamos a confessar nossos pecados uns aos outros (1 João 1.7; Tiago 5.16; Colossenses 3.9). Deve existir um espírito de amor e perdão para que os pecados sejam confessados em um ambiente seguro, sem condenação (Colossenses 3.13; Romanos 8.1; Gálatas 6.1-2). Nós confessamos nossos pecados uns aos outros para sermos curados (Tiago 5.16) e não para ficarmos ainda mais feridos. A confissão de pecados deveria seguir o compartilhar da Palavra (Tiago 1.22-23). Adorar a Deus também é um meio de comunhão uns com os outros (Efésios 5.19-21 e Colossenses 3.16), de construir relacionamentos verdadeiros. Orar uns pelos outros é outro meio de comunhão. O uso dos dons espirituais também facilita a comunhão. Nós devemos servir uns aos outros com nossos dons (1 Pedro 4.10-11). Levar as cargas uns dos outros (Gálatas 6.1-2) também ajuda. Compartilhar nossas experiências espirituais com os irmãos no grupo pequeno pode trazer muita edificação espiritual e aumentar nossa comunhão. Correção também é uma maneira de expressar comunhão (Gálatas 6.1). Isso nem sempre é agradável, mas é necessário (Hebreus 121-6). Servir aos outros de maneira prática também é um meio de comunhão. Como a IEB equipa o corpo de Cristo para a obra do ministério através do grupo pequeno: Efésios 4.11-16 - um consistente resumo do plano de Deus para a edificação da igreja. Deus tem concedido os ministérios fundamentais (Efésios 4.11) para que as igrejas locais sejam edificadas. A obra do ministério (Efésios 4.12) é a função da igreja; é o desempenho do seu serviço, ou seja, o cumprimento do seu chamado através dos meios e estratégias ensinadas por Deus através dos ministérios fundamentais. A igreja cresce quando cada membro do corpo compreende e exerce a sua função dada por Deus sob a orientação, encorajamento e treinamento dos ministérios fundamentais. Como a IEB planta igrejas segundo o modelo do Novo Testamento através do grupo pequeno: O Senhor Jesus nos enviou (a Igreja toda) para fazermos discípulos de todas as nações (João 15.16; Mateus 28.19-20). Ele nos deu o esquema geográfico do avanço missionário em Atos 1.8 – a partir de nossa cidade até os confins da terra. Exemplos bíblicos: Filipos - Atos 16.11-15, 40; Cesaréia - Atos 10.

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IV – PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS GRUPOS PEQUENOS

Uma grande parte da polêmica sobre grupos celulares diz respeito ao método utilizado ou como os grupos são estruturados. Nenhum método é sagrado, portanto, nenhuma estrutura feita por homens merece compromisso total com ela. Nós devemos entender que ser e funcionar como igreja inclui elementos divinos e humanos, bíblicos e tradicionais. E o mesmo se aplica a qualquer estrutura e atividade desenvolvida pela igreja local. Devido à natureza divina e humana da igreja, não é possível construir um ministério frutífero se não aplicarmos corretamente esses elementos. Assim, com respeito aos grupos pequenos, de qualquer tipo, eles devem funcionar primeiramente de acordo com os princípios bíblicos (elemento divino) de depois com a organização humana que melhor convém à igreja local. E nisso cada igreja local poderá diferir sem, necessariamente, uma ser mais “bíblica” do que a outra. Porque o que faz uma igreja ou grupo ser mais bíblico não está no elemento humano (organização), mas sim no elemento divino (princípios bíblicos). Portanto, ao pensarmos em começar ou aperfeiçoar uma estrutura de grupos pequenos – de qualquer tipo – nós temos que iniciar com os princípios e valores bíblicos; só então devemos definir a estrutura que melhor se encaixa e atende a estes valores.

A - EDIFICANDO SOBRE VALORES

Seja qual for a estrutura ou organização usada para seu ministério de grupos pequenos, você deveria começar com os valores bíblicos. Se você decide primeiro pela estrutura que “ganha mais pessoas para a igreja” ou que “está dando mais resultados”, você já começa errado. Ganhar mais pessoas para Jesus e não para a Igreja é um objetivo bíblico. Buscar resultados é uma coisa importante. Porém, a glória de Deus vem em primeiro lugar. E, às vezes, mais gente na igreja e resultados grandiosos não significa que Deus está sendo glorificado. O Senhor é glorificado quando tudo é feito de acordo com a vontade Dele, segundo a Sua Palavra, da Sua maneira. Assim, nós devemos medir nosso sucesso em ganhar almas e alcançar resultados no desenvolvimento da igreja com base na glória de Deus e não com base nos resultados como um fim em si mesmo. Para que possamos edificar uma igreja e/ou grupos pequenos que glorifiquem a Deus, nós temos que edificar sobre valores bíblicos. Há muitos valores bíblicos que devemos praticar, porém, há sete que são essenciais e, como tais, devem ser considerados como prioritários. 1. Adoração como estilo de vida. Adoração é, antes de tudo, dar amor a Deus. É entregar-se a Deus e expressar gratidão e amor através de louvores. Nosso louvor pode ser através de orações, cânticos e declarações de exaltação. Mas nada é mais importante do que uma entrega total, verdadeira e diária ao Senhor. Na igreja e no grupo pequeno, portanto, nós queremos que cada discípulo tenha o hábito de adorar em casa em seus momentos devocionais, assim como na igreja, seja através de cânticos e orações, etc. Adorar a Deus apaixonadamente está no topo de nossas prioridades. Nós fomos criados e salvos para adorar e glorificar a Deus (Isaías 42.7; 1 Coríntios 10.31). Nós devemos ter fome e sede de buscar a Deus (Salmos 63.1-5). Nós devemos adorar a Deus em espírito (guiados e inspirados pelo Espírito Santo) e em verdade (com sinceridade e segundo as orientações bíblicas). Nós devemos “derramar-nos” na presença do Senhor em adoração, com cânticos e orações, e gestos como, por exemplo, se ajoelhar, etc. Nós devemos valorizar a adoração a Deus com todo o nosso ser, o que inclui nosso intelecto, emoções e corpo (Marcos 12.30-31). E nós devemos trabalhar para que cada grupo pequeno possa adorar a Deus apaixonadamente.

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2. Ser e servir como Jesus. Nós devemos valorizar que cada discípulo na igreja e no grupo pequeno cresça para ser e servir como Jesus. Isso implica em ajudar cada crente a exercer Seu ministério segundo o modelo encontrado em Jesus Cristo. Ministério é o serviço espiritual e/ou prático prestado a Deus e aos outros. Existem os ministérios comuns que todos os crentes possuem e os ministérios específicos. Oração é um ministério comum; todos os crentes devem orar, mas algumas pessoas recebem a capacidade especial de interceder intensamente e constantemente pelos outros. Um ministério (serviço) deve ser baseado nos seus dons espirituais “permanentes”. Alguém que tem o dom de ensinar deverá dedicar-se a ministérios de ensino, etc. Nós devemos valorizar que os discípulos, com a ajuda e supervisão dos líderes da igreja, formem equipes de ministério para suprir as mais diversas necessidades da igreja e/ou alcançar grupos específicos. É necessário „aprovação‟ pastoral para iniciar uma equipe de ministério em nossa igreja. Nós queremos evitar que tempo, dinheiro e energia sejam mal-usados ou que entrem em competição com as atividades, reuniões, projetos e equipes ministeriais existentes ou em desenvolvimento. Treinamento é necessário para liderar equipes ministeriais ou outros tipos de grupos. 3. Ser e fazer discípulos. Nós devemos discipular os novos seguidores de Jesus Cristo para que eles sejam capazes de - facilmente, naturalmente e constantemente – (1) viver, (2) proclamar e (3) demonstrar a realidade do Reino de Deus, com ênfase especial no (a) caráter transformado, (b) conhecimento bíblico sólido, (c) desenvolvimento de capacidades ministeriais e (d) carismas (dons espirituais).

Um discípulo é alguém que não somente está unido a Cristo pela fé, mas também é capaz de viver a realidade do reino de Deus, ou seja, de viver em obediência a Jesus Cristo nas coisas do dia a dia, expressando sempre uma forma de pensar de acordo com os princípios e verdades bíblicas, e um compromisso inegociável com os valores bíblicos. Viver no reino de Deus implica em compromisso com Cristo, com a causa de Cristo e com o corpo de Cristo; implica em dedicar sua energia, seu tempo e seus recursos materiais (inclusive dinheiro!) para o avanço do reino de Cristo na terra.

Um discípulo também é alguém que anuncia a realidade atual do reino de Deus, ou seja, ele testemunha verbalmente a respeito do arrependimento e da fé pessoal em Jesus Cristo (o evangelho do reino). Ser um discípulo do tipo bíblico também implica em demonstrar a realidade do reino de Deus. Nós fazemos isso por meio de um estilo de vida de fé, amor e esperança, bem como por meio dos dons espirituais e ministrando às pessoas por meio da oração e ações práticas de ajuda, procedentes da fé e do amor, servindo aos outros em suas necessidades reais.

Tudo isso – viver, anunciar e demonstrar – deve acontecer naturalmente, ou seja, deve se tornar tão comum quanto acordar de manhã, comer e ir estudar ou trabalhar. Deve se tornar um estilo de vida. Também deve acontecer facilmente, ou seja, sem guerras mentais (“faço ou não faço?”, “vou ou não vou?”), sem desculpas, sem pressão, sem comoção, sem “apelo”. E tudo deve ser feito constantemente e não apenas quando há uma programação da igreja ou um evento especial. Tem que se tornar o nosso padrão de vida.

4. Conhecer, viver e ensinar a Palavra de Deus. Nós devemos dar um alto valor à Palavra de Deus. A Palavra de Deus deve ser conhecida, vivida e comunicada. Na igreja deverá sempre haver abundantes pregações e ensinamentos baseados na Palavra de Deus. Nós devemos valorizar e muito o estudo da Bíblia, tanto em particular quanto nas reuniões da igreja, especialmente nos grupos pequenos. Nós queremos que os cristãos de nossa igreja adquiram o hábito de ler a Bíblia diariamente e que a estudem com zelo. Queremos que cada um saiba ler, estudar e interpretar corretamente as Escrituras, assim como ensiná-la aos outros. Porém, o propósito do estudo da Bíblia não é o mero conhecimento. Queremos aprender corretamente para praticarmos corretamente a Palavra de Deus. Queremos fazer discípulos que conhecem muito e corretamente a Palavra de Deus, assim como discípulos que vivem plenamente o que eles têm aprendido na Bíblia.

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5. Relacionamentos verdadeiros. Uma igreja pode ser comparada a uma família ou um grupo de amigos. Uma família não sobrevive sem relacionamentos verdadeiros e saudáveis entre seus membros. Amigos gostam de estar juntos e fazer coisas em conjunto. Na igreja, nós devemos valorizar e buscar a mesma coisa. Nós queremos ter um relacionamento verdadeiro uns com os outros, o que inclui ser transparente e honesto uns com os outros, falar a verdade em amor, demonstrar lealdade uns para com os outros e etc. Nós devemos procurar fazer as coisas em conjunto, sem individualismo ou procurando apenas o sucesso individual. Nós precisamos fazer discípulos que se relacionam verdadeiramente, com interdependência. E o melhor local para desenvolver este valor bíblico é no grupo pequeno! 6. Desfrutar e comunicar a graça. A graça de Deus é um dos temas mais importantes da Bíblia. Porém, mais do que uma doutrina, a graça de Deus é uma realidade para ser desfrutada, experimentada diariamente. Pela graça podemos receber e experimentar salvação, santificação, dons espirituais, força, conforto, paz, e muitas outras bênçãos. A vida cristã deve ser vivida pela influência e poder transformador da graça em nossas vidas. E, além de desfrutá-la por nós mesmos, nós devemos comunicá-la aos outros através de nossas palavras e ações. Devemos comunicar aos outros o evangelho da graça – que Deus nos aceita pela fé em Cristo, sem nenhum tipo de esforço ou obras – e mostrá-la através do perdão, dos dons, da amizade, do compartilhar os nossos recursos – entre outras coisas. 7. Todos são sacerdotes. Servir a Deus como um sacerdote é direito e privilégio de todo cristão. Isso significa servir a Deus em todos os “ministérios comuns” – oração, adoração, testemunho, batismo, etc. Nós todos temos que exercitar-nos constantemente no ministério (serviço sacerdotal) escolhendo os cânticos, fazendo orações, entregando uma palavra de exortação, lendo uma poesia, ensinando a Palavra, orando pelos enfermos e necessitados, e etc. Esta deve ser uma prática constante e cada um deve ser exortado e treinado para isso. Nas reuniões gerais da igreja não há espaço para que todos exerçam seu ministério sacerdotal; por isso o grupo pequeno é o lugar ideal para que todos possam ministrar ao Senhor e uns aos outros, independente de conhecer ou exercitar seus dons específicos. Uma igreja ou grupo pequeno que não é edificado, pelo menos, sobre estes sete valores bíblicos, não pode realmente achar que a edificação está baseada na Palavra de Deus. Se estes valores são cridos, aceitos e há um compromisso por parte da liderança e dos membros da igreja em vivenciá-los em todas as oportunidades, aí nós teremos uma igreja bíblica – uma igreja que glorifica a Deus.

B - FORMATO DA REUNIÃO Considerando que a liderança e a igreja compreendem a importância destes valores acima e estão comprometidos em só fazer aquilo que contribua para que estes valores cresçam e se firmem cada vez mais na vida de cada membro da igreja, nós podemos agora estabelecer a estrutura básica de funcionamento dos grupos pequenos. Basicamente, um grupo pequeno deve ser estruturado com cinco atividades que ajudam a fomentar os sete valores acima: 1. Louvor E Adoração. Depois de saudar os membros do grupo, no início da reunião, deve-se começar o período de adoração. Mais importante do que cantar muitos cânticos é incentivar e permitir que as pessoas se derramem diante de Deus e façam tudo de coração ao Senhor. Uma ou duas canções repetidas algumas vezes até que todos estejam cantando de coração é mais importante do que cantar muitas canções. Adoração não é só cantar, então, deve-se estar aberto a outras expressões de adoração. Deve-se ensinar e incentivar que os participantes orem espontaneamente orações de agradecimento, declarações de amor a Deus e etc. 2. Oração. Depois do louvor, o grupo pode ter um momento de oração cujo foco principal esteja em interceder pela igreja (ministérios, atividades, líderes, etc.) e por

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pessoas e/ou ministérios que não fazem parte da igreja local. Seja criativo e experimente novas maneiras de tornar esta parte excitante. 3. Estudo Bíblico. Primeiramente, deve-se prestar atenção ao fato de que o estudo bíblico no grupo pequeno não pode e não deve ser uma exibição de conhecimentos bíblicos, mas um compartilhar da Palavra. O objetivo é ser transformado pela Palavra e não meramente conhecê-la. O estudo bíblico deve ser indutivo e, consequentemente, interativo. Ele não deve ser preparado e nem ministrado como „sermão‟, mas sim como um compartilhar de perguntas e respostas. O líder que facilita o estudo (não o que „prega‟) deve usar perguntas em todas as três etapas do estudo – observação, interpretação e aplicação. As pessoas devem se sentir livres e encorajadas a participar. Os líderes devem escolher um texto bíblico antes da reunião (seis dias antes seria a melhor ocasião para isso!), estudá-lo detidamente através da observação, interpretação e aplicação pessoal. Ao preparar o estudo bíblico para o grupo, deve-se pensar em maneiras de aplicá-lo aos que já são discípulos e aos que ainda não são cristãos. O esquema da apresentação do estudo bíblico deve seguir o mesmo da preparação: observação, interpretação e aplicação. A aplicação do texto bíblico ao grupo também não pode ser unilateral – do líder para o grupo. Cada um deve ter a liberdade de aplicá-lo para si mesmo. 4. Compartilhar. O período de compartilhar é um dos mais importantes e sérios do grupo. Deve-se usar da máxima seriedade, porém, sem criar um clima tenso ou “tenebroso”. Deve ser sério porque as pessoas podem compartilhar suas falhas, fracassos e problemas pessoais. Porém, este não é um momento apenas para compartilhar problemas e tristezas, mas também para compartilhar bênçãos e vitórias. Este é um momento de troca de experiências, com sinceridade, transparência e com uma perspectiva bíblica. Cada participante do grupo deve ser encorajado a participar, porém, ninguém deve ser pressionado. O líder deve dar exemplo e ser o primeiro a compartilhar. Deve ser mostrada a importância de confessar os pecados uns aos outros para que sejam curados emocionalmente e, às vezes, fisicamente (Tiago 5.14). É preciso mostrar as pessoas que este é um ambiente seguro e que tudo o que for falado ali será mantido somente no grupo. Tudo o que for falado neste período da reunião deverá ser mantido sigilosamente dentro do grupo e somente os problemas mais graves deve ser levado pelo líder do grupo ao conhecimento dos pastores da igreja. 5. Ministério. Após as pessoas compartilharem seus problemas, é importante começar a ministrar umas as outras. Isso significa basicamente orar umas pelas outras, mas pode e deve incluir - se necessário – aconselhamento bíblico “instantâneo”, palavras de conforto e encorajamento, correções ou ajuda material (dinheiro, comida, etc.) e prática (pernoitar com pessoas enfermas, ajudar a arrumar a casa de outra pessoa, etc.). Estas são as coisas importantes que devem existir num grupo pequeno e que são baseadas nos sete valores essenciais de uma igreja bíblica. Qualquer outra coisa que se faça e que seja necessária ao bom funcionamento do grupo deve se manter flexível. Isso inclui o local e horário da reunião, número de pessoas no grupo (que deve permanecer pequeno), quando e como ele deve dividir e multiplicar, e etc. Muitas pessoas hoje em dia criam regras para estas questões, mas nós cremos cada igreja deve estudar e decidir por si mesma como ela administrará estes aspectos. Aqui nós estamos mais preocupados em transmitir os princípios básicos e essenciais. Tudo o mais é negociável. Lembre-se também que um grupo não tem que seguir necessariamente esta ordem, porém, a estrutura acima segue a ordem lógica de uma reunião que realmente

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contribui para promover os valores bíblicos. Você pode mudar a ordem, porém, a experiência nos ensina que colocar o compartilhar depois do estudo bíblico é mais eficaz, pois as pessoas serão preparadas pela Palavra de Deus para esse momento. Também cremos que é mais eficaz colocar o tempo de ministração no final, pois as pessoas estarão mais abertas e equipadas para ministrar umas às outras. Contudo, seja flexível e siga a direção do Espírito.

C – EVANGELIZAÇÃO NO GRUPO PEQUENO

Assim como a igreja local, o grupo pequeno existe para glorificar a Deus por meio da evangelização dos perdidos e edificação dos salvos. Estas duas dimensões do ministério de grupos pequenos devem se manter equilibradas e funcionando ativamente. Da mesma forma que tudo mais que diz respeito à igreja e ao grupo pequeno, a evangelização deve ser baseada em princípios e valores, e não simplesmente no método mais eficaz. O mais importante é que sigamos os princípios bíblicos relacionados a esta área e que, sob a direção do Espírito, busquemos a melhor maneira de administrar os detalhes organizacionais. A evangelização no grupo pequeno deve ter as seguintes características (baseadas em princípios bíblicos): 1. Deve ser um estilo de vida e não somente uma programação. Em muitas igrejas, a evangelização só ocorre quando a igreja cria e executa um evento evangelístico. Contudo, cada um foi chamado para pregar o evangelho, a tempo e fora de tempo; assim, cada um deve ser ensinado, incentivado e treinado para fazer da evangelização um estilo de vida. Isso significa que cada um deverá considerar seriamente que é uma testemunha de Jesus em todos os lugares e em todas as ocasiões e, sob a direção do Espírito, deve aproveitar cada oportunidade para comunicar Jesus aos outros. Um grupo pode fazer uma programação ou evento de evangelização, mas é mais saudável, bíblico e eficaz quando cada um é equipado para ser uma testemunha em todo lugar e em toda e qualquer ocasião. 2. Dever ser intencional. Isso significa que não devemos esperar somente pela direção do Espírito, mas devemos criar oportunidades e iniciar conversações evangelísticas com as pessoas, seja na rua, na fila do banco, na lanchonete, na escola, com a vizinha, etc. Cada um no grupo deverá ser incentivado a evangelizar pelo menos uma pessoa por semana. Cada um deveria planejar uma visita evangelística a um amigo, um contato da semana, ou simplesmente bater na porta de um estranho e anunciar a mensagem do evangelho. Isso é evangelismo intencional. 3. Orientado Para As Necessidades. Isso significa que devemos ser sensíveis às necessidades das pessoas e dirigir a mensagem evangelística de acordo com estas necessidades. Por exemplo, se uma pessoa está com problemas conjugais eu deveria mostrar como Deus pode ajudar e, partindo daí, mostrar a importância de ter um relacionamento correto com Deus. Nunca devemos comprometer a mensagem do evangelho, porém, devemos aproveitar cada necessidade das pessoas como um trampolim para anunciarmos a salvação pela graça mediante a fé em Cristo. É claro, nós devemos ter um interesse sincero pelos problemas das pessoas e procurar sinceramente ajudá-las, conforme pudermos. Anunciar o evangelho é o mais importante, porém, não é a única coisa importante. Ajudar um casal em dificuldades de relacionamento ou financeiras também é importante. Jesus deve ser apresentado sempre como Salvador e Senhor, mas também como nosso ajudador e confortador, Aquele que está sempre pronto a ajudar-nos em toda e qualquer situação. Devemos lembrar que a evangelização não é somente a transmissão de informações, mas o compartilhar da vida (1 Tessalonicenses 2.8). Nós devemos estar dispostos a nos envolvermos com as pessoas em suas necessidades e ajudá-las. E devemos fazer isso

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não somente com o propósito de ganhá-la para Jesus, mas por verdadeiramente nos interessarmos pelos outros, pois Jesus nos mandou amarmos aos outros. Portanto, compartilhe a sua vida e não somente a mensagem do evangelho. 4. Nenhuma metodologia é sagrada. Portanto, use o que funciona no momento e arquive o que não está funcionando. Não adote um método somente porque ele funcionou para alguém mais. Analise-o de acordo com os valores bíblicos que já estudamos. Veja se ele está de acordo e se contribui para o fortalecimento destes valores e dos valores evangelísticos específicos que estamos considerando agora. Ter diversidade nas abordagens, na dependência do Espírito, é vital. 5. O verdadeiro evangelismo não termina com a decisão de uma pessoa para seguir a Jesus. É preciso conduzir a pessoa através de um processo de discipulado. Veja a seguir alguns princípios essenciais do discipulado cristão.

D - DISCIPULADO

Uma das funções mais importantes do grupo pequeno é fazer discípulos. Isso também deve ser feito, primeiramente, com base nos princípios e valores bíblicos. A forma pode variar de igreja a igreja, grupo a grupo; porém, os princípios deveriam ser os mesmos. Alguns princípios básicos do discipulado são: 1. O discipulado é mais eficaz quando é feito de um a um. Não é errado discipular um grupo de pessoas – Jesus fez isso. Porém, hoje em dia, é mais seguro, fácil e eficaz discipular uma pessoa por vez. Isso faz com que não sobrecarreguemos aquele a quem discipulamos e nem a nós mesmos, e possibilita uma interação maior com a pessoa. 2. O discipulado é relacional. Isso significa que ele não é simplesmente “dar um curso” para uma pessoa e depois desaparecer da vida dela. Fazer um discípulo significa relacionar-se com esta pessoa em nível pessoal e íntimo. Significa partilhar sua vida, seus pensamentos, sentimentos, problemas, sucessos e fracassos, dúvidas, medos, experiências e etc. Isso deve ser feito com pureza, respeito, transparência, compromisso, amor fraternal e com base na Palavra de Deus. 3. O discipulado deve ser biblicamente fundamentado (2 Timóteo 2.2; 3.10). O discipulado deve ser baseado na Palavra de Deus. O discipulado não pode ser apenas relacional, pois do contrário ficará sem conteúdo. É preciso que a Palavra de Deus seja ensinada de maneira informal e formal. É necessário que o discípulo aprenda como relacionar a Palavra de Deus à sua vida diária. Ele deve aprender as doutrinas básicas da fé cristã e as práticas devocionais. Deve aprender a estudar, interpretar e aplicar a Palavra de Deus por si mesmo. 4. O discipulado deve ser prático. Além de trabalhar as áreas de estudo da Bíblia e relacionamento, o discipulado também inclui tarefas práticas. Não adianta somente o discípulo receber informações, ele deve ter oportunidades de praticar o que tem aprendido. Assim, se você ensina-o a como estudar a Bíblia, peça-o para estudar certo texto bíblico e depois mostrar a você o que ele conseguiu. Se você o ensinou a evangelizar, vá com ele numa visita evangelística e deixe-o cuidar da situação. Tudo o que for ensinado ao discípulo deve ser “cobrado” na prática. Se não há aplicação prática do que se está aprendendo, isso não é discipulado. 5. O discipulado tem que ser transferível. O propósito do discipulado é reproduzir cristãos do mesmo calibre. Portanto, ele deve ser facilmente transferível. Não ensine nada ao discípulo que ele não seja capaz de ensinar aos outros. Se o discipulado não for transferível, ele simplesmente não é discipulado. O discípulo bem discipulado deve ser capaz de ensinar para outras pessoas aquilo que ele aprendeu na teoria e prática com o seu discipulado. Se ele não for capaz de fazer isso, ele não foi verdadeiramente discipulado.

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E - OS LÍDERES DO GRUPO PEQUENO

Os líderes dos grupos pequenos são as peças-chave para um bom funcionamento. Não adianta ter os valores corretos e uma boa metodologia se não temos os líderes preparados para a tarefa. As igrejas evangélicas diferem entre si quanto à quantidade e nomenclatura de líderes “oficiais” que uma igreja deve ter. Nós cremos que só existem dois ofícios ou “cargos” bíblicos numa igreja local: pastores ou presbíteros e diáconos (Atos 6.1-6; 14.23; 20.17, 28; 1 Timóteo 3.1-13; 5.17; Tito 1.5-9; Tiago 5.14). Os pastores se responsabilizam pela supervisão geral da igreja, enquanto os diáconos cuidam da liderança dos ministérios específicos e grupos pequenos. Os líderes de um grupo pequeno são diáconos e eles existem para auxiliar a obra pastoral dos presbíteros da igreja. Alguns são escolhidos pela igreja (Atos 6.1-6). Outros são recomendados pelos pastores (Romanos 16.1-3, 6, 9, 12; 2 Coríntios 8.22-23). Eles existem para estender (não substituir) a obra pastoral na igreja. Devemos compreender também que os diáconos ou líderes de grupos pequenos, como em toda e qualquer posição de liderança da igreja, lideram sempre em pluralidade. Nós entendemos que os líderes de um grupo pequeno estão ali para facilitar o crescimento espiritual ou edificação dos membros do grupo. Se eles não fizerem isso bem, eles poderão arruinar com o grupo. Mark Mullery descreve em O Que Faz Um Grande Líder, quatro coisas que arruínam um grupo pequeno:

Faça tudo por si mesmo. Não divida as tarefas com o outro líder e nem deixe os membros do grupo participar ativamente.

Se esforce para que o grupo se torne uma mini-igreja local centrada em si mesma. Mark escreve, “Grupos pequenos pode ser um grande escape para o ambicioso, porém frustrado líder. Ao invés de ver a si mesmo como parte de uma equipe – trabalhando em aliança com outros líderes de pequenos grupos para glorificar a Deus por cumprir a visão que Deus deu aos seus pastores – se imagine como o único que realmente compreende a vontade e a direção de Deus para seu grupo. Faça cada esforço para edificar os membros do grupo dentro de uma lealdade singular a você e ao seu estilo pessoal de liderança. Mantenha a si mesmo (seu charme e sabedoria especial) no centro de tudo o que acontece. Tente fazer seu grupo autossuficiente de modo que as pessoas não sintam necessidade de participar do restante das atividades da igreja” e isso arruinará o grupo.

Tenha todas as respostas. Os líderes arruínam facilmente um grupo pequeno quando durante o estudo bíblico eles mostram seu extenso conhecimento da Bíblia, teologia, história e (das últimas notícias também!). Responda sinceramente: quando uma pergunta é feita, as pessoas esperam que você seja o único que poderá responder? E quando elas agem assim, o que você faz? Devolve a questão para o grupo primeiramente ou tenta mostrar todo o seu arsenal de conhecimentos? Faça isso e você matará o crescimento espiritual do grupo!

Não encoraje demais as pessoas. Encorajamento é uma parte muito importante do grupo pequeno. Encorajar aos outros para participarem ativamente da reunião facilmente tirará o líder do centro da reunião, então, se você quer arruinar o grupo, você não pode permitir que isso aconteça. Desanime as pessoas focando em si mesmo como o grande conhecedor das coisas e que sem a sua presença as coisas não funcionam. Estabeleça também regras, regulamentos e expectativas que os demais não possam cumprir.

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F - QUALIFICAÇÕES PARA LÍDERES DO GRUPO PEQUENO

Devemos lembrar que os líderes de grupos pequenos não são pastores, são diáconos. Não se exigem deles os mesmos requisitos que são exigidos para um pastor. Os requisitos bíblicos para diáconos são registrados em 1 Timóteo 3.8-13. Em adição a estes, nós cremos que os requisitos de Atos 6.3 são plenamente válidos para os dias atuais, assim como os requisitos de Êxodo 18.21. Outros requisitos poderiam ser:

Algum nível de convicção de chamado para este ministério.

Um nível de compromisso apropriado – deve ser capaz de assumir responsabilidade.

Caráter aprovado.

Submisso à liderança pastoral.

Amar as pessoas.

Se casado, deverá ter um casamento recomendável. Se pai de filhos, ele deverá ter seus filhos bem disciplinados.

Dever ser treinado antes de começar seu ministério.

Dever um modelo o exercício das disciplinas espirituais básicas.

Dever ser capaz de liderar.

Dever ser um contribuinte fiel – tanto em dinheiro, quanto em tempo, dons e recursos em geral.

Dever ser um jogador de equipe e se esforçar mais pelo todo do que pela sua parte.

G - RELACIONAMENTO ENTRE IRMÃOS

A Bíblia nos revela a igreja como uma família (Efésios 5.19). É assim que ela deve funcionar antes de tudo! Muitos hoje em dia transformam as igrejas em “empresas”, mas o que é bíblico - e nós precisamos desesperadamente – é de igrejas tipo “família”. John Loftness diz em Comunhão Redescoberta, que “Uma boa grupo pequeno é como uma boa família. Boas famílias são formadas por pessoas que assumem a responsabilidade umas pelas outras. Boas famílias são formadas por pessoas que são honestas umas com as outras. Elas cuidam umas das outras. Elas tratam com seus problemas. Elas amam umas as outras – ninguém está sozinho. Boas famílias amam e respeitam o chefe da casa – em nosso caso, aquele que nós chamamos de Pai e Senhor”. Como toda família, a igreja tem problemas. Estes problemas surgirão em grande parte do ministério de grupos pequenos. Assim, resolver problemas entre irmãos é uma parte importante do trabalho dos líderes do grupo pequeno. No entanto, todos no grupo deverão estar cientes do que a Bíblia ensina sobre o relacionamento entre irmãos e se comprometerem a agir de acordo com isso. Nas Escrituras, nós encontramos algumas exortações apostólicas sobre coisas que devem orientar o relacionamento entre os irmãos na igreja. Estas são diversas responsabilidades que temos uns para com os outros com as quais todo grupo pequeno deverá estar comprometido. Vejamos algumas de nossas responsabilidades de uns para com os outros. Nós devemos:

Estar em paz uns com os outros (Marcos 9.50).

Amar uns aos outros (João 13.34).

Dedicar-nos uns aos outros (Romanos 12.10).

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Honrar uns aos outros (Romanos 12.10).

Regozijar-nos uns com os outros (Romanos 12.15).

Chorar uns com outros (Romanos 12.15).

Viver em harmonia uns com os outros (Romanos 12.16).

Aceitar uns aos outros (Romanos 15.7).

Aconselhar uns aos outros (Romanos 15.14).

Saudar uns aos outros (Romanos 16.16).

Concordar uns com os outros (1 Coríntios 1.10).

Esperar uns pelos outros (1 Coríntios 11.33).

Cuidar uns dos outros (1 Coríntios 12.25).

Servir uns aos outros (Gálatas 5.13).

Levar as cargas uns dos outros (Gálatas 6.2).

Ser bondosos e compassivos uns para com os outros (Efésios 4.32).

Perdoar uns aos outros (Efésios 4.32).

Sujeitar-nos uns aos outros (Efésios 5.21).

Suportar-nos uns aos outros (Colossenses 3.13).

Ensinar-nos e aconselhar-nos uns aos outros (Colossenses 3.16).

Exortar-nos uns aos outros (1 Tessalonicenses 5.11).

Edificar-nos uns aos outros (1 Tessalonicenses 5.11).

Considerar uns aos outros (Hebreus 10.24).

Ser mutuamente hospitaleiros (1 Pedro 4.9).

Servir uns aos outros com os dons (1 Pedro 4.10).

Ser humildes uns para com os outros (1 Pedro 5.5).

Confessar os pecados uns aos outros (Tiago 5.16).

Orar uns pelos outros (Tiago 5.16).

Ter comunhão uns com os outros (1 João 1.7).

A função mais importante dos líderes do grupo pequeno é facilitar para que haja este tipo de vida em comunidade ensinada e exemplificada no Novo Testamento. Nós também devemos estar conscientes e alertas às coisas que podem impedir este tipo de crescimento e o consequente relacionamento saudável entre os irmãos. J. I. Packer identifica quatro obstáculos que impedem a dinâmica da vida em comunidade:

Autossuficiência. Esse é um tipo de pecado que diz para Deus e para os outros (quer em palavras ou atitudes, ou ambos) que você não precisa de ajuda, que você é adequado em si mesmo. Falta de oração (relacionamento com Deus) e falta de comunhão (relacionamento com os irmãos) são sintomas da autossuficiência. O que deve ser notado, porém, é que a autossuficiência não resiste aos problemas. Quando tudo vai bem, nós podemos demonstrar que não precisamos de ninguém, mas quando os problemas surgem, nós começamos a orar a Deus e/ou pedir (ou cobrar) a ajuda das pessoas. Nós precisamos entender que realmente precisamos uns dos outros, não apenas nas necessidades, mas em cada área de nossas vidas.

Formalidade. Formalidade pode ser vista na maneira como nos vestimos, como falamos e nos „códigos familiares secretos‟, tais como „você não pode falar de sua vida particular ou da família para os outros‟. Esse tipo de coisa impede a comunhão, pois só há comunhão quando andamos na luz e não há coisas escondidas sobre nós (1 João 1.7).

Ressentimento. Não é difícil alguém ficar ressentido em um grupo pequeno. No entanto, as razões para isso são desnecessárias. Algumas pessoas ficam ressentidas por que suas expectativas não são supridas. Elas querem uma maior atenção do que o líder pode dar e acham que ele tem obrigação de dar-lhes o que querem. Outras pessoas ficam com o orgulho ressentido quando são confrontadas pela Palavra de Deus a respeito de seus pecados. Inveja também causa problemas nesta área – „Por que ele é líder do grupo e não eu?‟ Fofocas

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e difamação também geram problemas. Você espalha ou faz uma fofoca quando você privilegia alguém com informações negativas sobre outra pessoa quando esse alguém a quem você conta não é nem parte do problema e nem da solução. Difamação é quando você espalha informações falsas sobre alguém com a intenção de atingi-la. Não é preciso enfatizar demais que todas essas coisas geram ressentimentos e prejudicam o relacionamento entres irmãos.

Elitismo. Essa é uma atitude muito perniciosa e que atinge não somente os líderes, mas outros também. É a atitude de achar que você é espiritual ou maduro demais para receber conselho, correção ou instrução de outra pessoa, especialmente quando esta pessoa é mais nova ou menos conhecedora da Palavra do que você. O elitismo cria uma pseudo-comunhão, de uma via só, ou seja, um relacionamento onde você apenas dá, mas não está disposto a receber dos outros.

V – COMO PARTICIPAR ATIVAMENTE DE UM GRUPO PEQUENO

Não adianta ter os princípios e valores bíblicos, e uma estrutura adequada, se os membros do grupo pequenos não sabem e/ou participam ativamente dos mesmos. Assim, para que tenhamos grupos saudáveis, nós precisamos ter uma ativa participação em cada um deles. Para que isso aconteça, há certos princípios que devemos inculcar em cada participante:

É crucial que cada membro do grupo assuma um compromisso de cuidar das coisas do grupo como se o grupo pertencesse a ele. Cada um deve se preocupar com o grupo como se fosse o líder.

Cada um deve ter uma sólida vida devocional.

Tenha „fome‟ por Deus e pelas coisas de Deus.

As responsabilidades do grupo devem ser divididas entre os participantes. Cada um deve compreender seu lugar no grupo. Há responsabilidades gerais (para todos os participantes do grupo) e responsabilidades específicas (que um ou outro assume por um período ou esporadicamente).

o As responsabilidades gerais podem ser:

Participar de todas as atividades da igreja; Chegar pelo menos 15 minutos antes da reunião e outras

atividades; Participar em projetos de serviço, eventos sociais e

evangelismo nas ruas; Completar as tarefas de discipulado; Preparar-se para participar do estudo bíblico; Construir significativos relacionamentos com outros membros

fora das reuniões; Ser honesto, transparente e ensinável para com os outros; Apoiar a liderança dos líderes do grupo.

o As responsabilidades específicas poderiam ser:

Hospedar semanalmente a reunião, arrumando o local da reunião antecipadamente;

Preparar o lanche; Cuidar das crianças; Tocar, ensinar novos cânticos;

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Dirigir partes específicas da reunião como o período de oração ou do louvor;

Organizar eventos externos.

Tenha expectativas realísticas.

Não fique restrito às reuniões.

Abra seu lar.

Abra sua boca.

Seja construtivo.

Traga sugestões.

Ore pelas reuniões.

Exercite seus dons.

Se ofereça para servir.

Mantenha os propósitos em mente.

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Unidade II

QUESTÕES PARA REVISÃO

Após completar a Unidade I, você deverá responder as questões abaixo. Por favor, use uma folha de papel separada para escrever as respostas. Não precisa transcrever as perguntas; apenas identifique a questão com o número da mesma. 1. Qual é a razão de ser dos grupos pequenos? 2. O que significa dizer que a igreja local é a “grande coisa”? 3. Nós devemos adaptar missão da igreja local ao ministério de grupos pequenos ou este à missão da igreja? Justifique. 4. Quais são os sete valores essenciais de um grupo pequeno? 5. Quais são as cinco atividades básicas de um grupo pequeno? 6. Você pode citar 3 princípios da evangelização a partir da igreja local? 7. Você pode citar 3 princípios do discipulado a partir da igreja local? 8. Qual é a importância do líder para o grupo pequeno? 9. Quais são 3 textos bíblicos que apontam os requisitos dos líderes da igreja/grupos pequenos? 10. Quais são 3 coisas que devemos fazer “uns aos outros”? 11. Como participar ativamente de um grupo pequeno?

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Unidade III

PROJETO FINAL

Devido à natureza deste método, não existe um exame ou prova final no estilo de “perguntas e respostas”. Contudo, exige-se que você complete este projeto final abaixo. As informações que você recebeu durante a disciplina foram planejadas para providenciar um fundamento básico de compreensão sobre o tema estudado. Nós queremos que você interaja com o que você aprendeu, a partir de suas próprias experiências. Todo o material desta disciplina foi elaborado para ajudá-lo a viver e ministrar este tema. Portanto, as ideias e conceitos que você aprendeu são muito importantes para nós. Deste modo, o projeto final é importante para sabermos o que você aprendeu e como você está aplicando ou aplicará este material no seu ministério.

Projeto Final: Escreva uma redação (mínimo 30 linhas) sobre o tema: “A Igreja Volta ao Lar: A Importância de Grupos Pequenos na Igreja Local”.

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO BÍBLICO O Programa SETEB Global é uma iniciativa do nosso ministério para capacitar as igrejas locais a treinarem seus próprios membros, por um custo mínimo, mas com máximo impacto. O SETEB é um ministério comprometido a ensinar e treinar os filhos de Deus para a obra do ministério (Efésios 4.11), disponibilizando uma força tarefa capacitada para segar nos campos da colheita mundial. Por meio de nossa metodologia de treinamento queremos cooperar para que cada igreja local possa crescer e se multiplicar através do treinamento de líderes e obreiros que aprendem enquanto fazem, em um efetivo método de discipulado bíblico. Para maiores informações, entre em contato com:

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