grupos da igreja nos lares: início rápido · 8.5. a multiplicação de líderes dos grupos 32...

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grupos da igreja simples GIS INÍCIO RÁPIDO Misael Batista do Nascimento — 2 a Edição 2018 —

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grupos da igrejasimples

GISINÍCIO RÁPIDO

Misael Batista do Nascimento— 2a Edição 2018 —

Grupos da igreja simples: Início rápido

Misael Batista do Nascimento— 2a Edição 2018 —

Grupos da igreja simples: Início rápido. Copyright © 2016 Misael Batista do Nascimento. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Dedicado a todos os que oram e trabalham por uma família de discípulos de Jesus.

As citações bíblicas foram retiradas da Bíblia de Estudo de Genebra, 2a edição, tradução de João Ferreira de Almeida (revista e atualizada).

Capa e editoração: Misael Batista do Nascimento.

São José do Rio Preto, SP: 2a Edição. Janeiro de 2018.

1. Cristianismo 2. Teologia pastoral 3. Missões urbanas 4. Grupos da igreja simples 5. Grupos pequenos 6. Grupos familiares 7. Células

iii

Sumário

Introdução 1I1. Três questões importantes 1I2. Os GIS e os projetos recentes da igreja 3I3. Tudo em amor e como Igreja Presbiteriana do Brasil 4

1. O que são os grupos da igreja simples 51.1. Conceituação 51.2. O que são as ordenanças divinas 61.3. O Espírito Santo e o discipulado de Jesus 7

2. Missão, agenda, atribuições e princípios de convivência dos grupos 92.1. A missão dos grupos 92.2. A agenda dos GIS 102.3. As atribuições dos grupos da igreja simples 112.4. Os princípios de convivência dos grupos 11

3. Pilares e tipos de grupos 133.1. Os quatro pilares bíblicos 133.2. Os três pilares operacionais 133.3. Os tipos de grupos da igreja simples 143.4. Grupos pais e grupos filhos 17

4. Calendário, locais, treinamentos e recursos dos grupos 184.1. Calendário e locais dos GIS 184.2. Os recursos dos grupos 19

5. As reuniões dos grupos 215.1. Duração das reuniões e atividades dos GIS 215.2. As reuniões de reflexão (estudo) 215.3. As reuniões de iniciativa cristã (ação) 22

6. O início de um GIS 246.1. Como surge um novo grupo 246.2. As pessoas necessárias para o início de um grupo 246.3. Detalhes importantes sobre a primeira reunião 25Anotações 26

7. Novas igrejas e multiplicação dos grupos 277.1. Os grupos e o início de novas igrejas 277.2. O princípio bíblico de fecundidade e multiplicação 27

8. A liderança dos grupos 298.1. A estrutura de liderança dos grupos 298.2. O (a) coordenador (a) dos grupos 298.3. O líder de grupo 30

iv

8.4. O líder-auxiliar e os líderes em potencial 328.5. A multiplicação de líderes dos grupos 328.6. O (a) secretário (a) do GIS 33

9. Algumas falhas e a correção dos grupos 349.1. Indisposição e murmuração 349.2. Falhas de liderança 349.3. Falhas dos participantes 379.4. Correção de GIS 37

Considerações finais 39

Referências bibliográficas 40

v

Introdução

Parabéns por participar do treinamento para a liderança de grupos da igreja sim-ples (GIS) da IPB Rio Preto! Nossa oração é que você seja motivado e capacitado pelo Espírito Santo a fazer discípulos, na estrutura de grupos pequenos da IPB Rio Preto.

I1. Três questões importantesEm circunstâncias normais, nós iniciamos uma viagem sabendo para onde va-mos. Além disso, viajamos com uma motivação (mergulhar no mar azul daquela praia paradisíaca, rever a mãe ou cumprir uma responsabilidade de trabalho). Os viajantes mais experientes gostam também de conhecer alguns detalhes do itinerário (em que pontos de estrada há postos de combustível, banheiros limpos e bons restaurantes). Estas três coisas, aonde ir, por que ir e por onde ir, devem ser consideradas quando pensamos nos grupos da igreja simples (figura 01).

A pessoa não pode ir anenhum lugar se não sabe...

aonde vai por que vaia esse lugar

por ondevai passar

Objetivo: Andar comDeus no mundo de Deus(cumprir a missão)Desempenho desejado:Envolvimento da membre-sia nos grupos pequenosEvangelização DiscipuladoPastoreio Ação Social Cidadania

Motivação: Compromissocom a glória de Deusno mundoDisposição para marcartodas as áreas da vida como nome de JesusObediência aos mandatosespiritual, social e cultural

Itinerário com pontos dereferência: Conhecer ocaminho a ser percorridoO modo de funcionamentodos grupos pequenos

Figura 01. Aonde ir, por que ir e por onde ir, com relação aos grupos pequenos.1

I1.1. Aonde vamosAfinal de contas, aonde nós vamos? Nós vamos andar com Deus cumprindo a

missão de Deus. A declaração é muito ampla e não se encaixa como “alvo” em um planejamento estratégico. No entanto, esta é nossa meta nesta terra. Os que ca-minham com Deus e cumprem a missão aqui, viverão com ele no reino celestial.

A Bíblia fala sobre isso desde suas primeiras páginas. O verbo “andar” aparece pela primeira vez em Gênesis 3.8. Deus comungava com o homem “andando” no jardim. Notemos que “morreu” é uma palavra destacada em Gênesis 5 (cf. v. 5, 8, 11, 14, 17, 20, 27, 31). O que se contrapõe à ideia de morte é: “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si” (Gn 5.24). No capítulo seguinte, a única esperança de preservação de vida planetária é um homem chamado Noé, que “andava com Deus” (Gn 6.9). Logo depois, a redenção do mundo é vinculada a Abrão, que recebe a seguinte convocação: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda 1 Esquema adaptado de CHEVALIER, Brigitte. Leitura e Anotações. São Paulo, Martins Fontes, 2005, p. 28.

vi

na minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1). Em todas estas instâncias, a Escritura antecipa o chamado cristão do discipulado, “segue-me”, bem como a experiência de santidade prática, “andai no Espírito” (Mc 2.14; Gl 5.16).

Outros vocábulos são usados para sublinhar a comunhão do crente com Deus, mas “andar” precede tudo o mais. Andar com Deus vem antes de “sentar-se à mesa” com ele. Primeiro o salmista “anda” com o Senhor no “vale da sombra da morte”. Depois ele se assenta em uma mesa “preparada” pelo próprio Deus (Sl 23.4–5). Nos Evangelhos, palmilhar por três anos a senda do discipulado ante-cede o sentar-se com Jesus na última ceia (e receber a promessa preciosa da ceia no reino de Deus; cf. Mt 26.26–30). No Apocalipse, Jesus bate à porta da igreja por ele disciplinada e restaurada, a fim de “entrar […] e cear” (Ap 3.17–20). Em Salmos 1 encontramos um belo quadro da santidade “negativa” (deixar de fazer determinadas coisas para o agrado de Deus). “Andar” vem primeiro, “deter-se no caminho” vem em segundo, e “assentar-se”, em último (Sl 1.1). Se, por um lado, “andar” com ímpios conduz à “roda dos escarnecedores”, por outro, “andar” com Deus conduz à vida feliz (Sl 1.2–3).

“Andar” evoca movimento, dinamismo. Comungar com Deus na vida real, co-tidiana, não apenas eclesiástica, mas também na gerência individual, na famí-lia, nos estudos, nos negócios e na existência política e civil. Sabemos que isso transcende a mera participação em uma atividade da igreja, no entanto, os GIS são formatados para canalizar esforços e iniciativas para esta finalidade. Eles abrem espaço e estabelecem uma rotina para tornar isso palpável. Por esta razão, oramos para que Deus motive as pessoas para a participação nos GIS. Seria revo-lucionário termos os membros da igreja envolvidos neste trabalho!

I1.2. Por que vamosNossa motivação é a glorificação de Deus no mundo, marcar todas as áreas da

vida com o nome de Jesus, em obediência aos mandatos espiritual, social e cul-tural. Uns chamam isso de utopia; a Bíblia chama de fidelidade (Mt 25.21, 23; 1Co 4.1; Ap 2.10).

I1.3. Por onde vamosDeus conduz nossa caminhada, e este material mostra como ver isso acon-

tecendo nos GIS. Tais grupos são um dos modos de operação da missão da IPB Rio Preto. Eles contêm uma proposta bíblica, missional2 e pastoral, ansiosa pela felicidade eterna dos crentes e chorosa pela degradação da cultura e infortúnio dos pecadores. Os GIS nos ajudam a cumprir nossas responsabilidades cristãs, listadas nas alíneas “a” e “b”, do Art. 14, da Constituição Interna da IPB:

Art. 14º - São deveres dos membros da igreja, conforme o ensino e o espírito de Nosso Senhor Jesus Cristo:

2 Keller nos informa que “o termo *missional* tornou-se popular em 1998, logo após a publicação do livro Missional Church [Igreja Missional] e desde essa época foi amplamente adotado e usado” (KELLER, Timo-thy. Igreja Centrada: Desenvolvendo em Sua Cidade um Ministério Equilibrado e Centrado no Evangelho. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 297). Ele afirma ainda (op. cit., loc. cit.) que “a palavra tem muitos significados diferentes e é usada de maneiras diferentes por diferentes autores, organizações e igrejas — causando muita confusão quanto ao significado exato do termo missional”. Stetzer explica que o termo missional “enfatiza a abordagem, e não o público. Em outras palavras, […] ser missional implica assumir a perspec-tiva de um missionário — que acolhe a cultura local, que procura compreender e aprender, que adapta métodos para o campo missionário —, mas culmina com a forma bíblica de uma igreja” (STETZER, Ed. Plantando Igrejas Missionais: Como Plantar Igrejas Bíblicas, Saudáveis e Relevantes à Cultura. São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 14).

vii

a) Viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada; b) honrar e propagar o evangelho pela vida e pela palavra.3

I2. Os GIS e os projetos recentes da igrejaOs GIS auxiliam na realização do planejamento da igreja, iniciado em 2004, e que resultou na declaração de visão da IPB Rio Preto:

Uma família de discípulos de Jesus, fundamentada na Bíblia, comprometida com a Reforma, que proclama as boas-novas da salvação, atua na restauração de pessoas e coopera na edificação do reino de Deus.

I2.1. O lugar e o limite dos planejamentos humanosFalando de planos, entendamos que planejar é divinamente recomendado (Lc

14.28–32). Ao mesmo tempo, planejar é também humanamente limitado (Pv 16.1; Lc 12.16–20). Administradores, economistas e até filósofos contemporâneos afirmam que o planejamento com garantia absoluta de execução é uma falácia:

[…] a falácia do planejamento […] predomina onde quer que certo tipo de atitude do “eu” assuma o controle sobre o “nós”. Trata-se da resposta natural às dificuldades coletivas na mente de qualquer pessoa que não reconheça que as soluções consensuais não são, como regra, impostas, mas sim descobertas, e que elas são descobertas ao longo do tempo. A falácia do planejamento consiste na crença de que podemos avançar coletivamente rumo a nossos objetivos adotando um plano comum, e dedicando-nos a ele sob a liderança de alguma autoridade central tal como o Estado. Trata-se da falácia de acreditar que as sociedades podem ser organizadas da mesma forma que os exércitos são organizados, com um sistema de comando de cima para baixo e um sistema de prestação de contas de baixo para cima, assegurando uma coordenação bem-sucedida de muitas pessoas em torno de um plano criado por poucas.4

Eis a dificuldade quádrupla dos planejamentos humanos:1. O estrategista humano não consegue prever todos os eventos e circunstân-

cias externas, que influenciarão na execução do plano.2. O estrategista humano não pode garantir que cada pessoa envolvida no

projeto funcione exatamente como planejado.3. O estrategista humano não consegue controlar as dinâmicas e resultados

de todas as relações entre os indivíduos vinculados à execução do plano.4. O estrategista humano não tem conhecimento pleno do decreto que orien-

ta a providência de Deus.

Só raramente, e em casos especiais, a ordem do plano vai ao encontro de suas próprias necessidades ou obedece aos princípios elementares do raciocínio coletivo prático. Ainda assim, nosso mundo está cada vez mais sujeito aos planos de burocratas e idealistas, que supõem que podem nos apresentar objetivos coletivos e depois criar os meios para realizá-los.5

Sendo assim, empreendemos cada planejamento orientados por Tiago:

Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por

3 Constituição Interna da Igreja Presbiteriana do Brasil, Capítulo III, Art. 14. In: SUPREMO CONCÍLIO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. Manual Presbiteriano. 4. reimp. 2016. São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p. 14.

4 SCRUTON, Roger. As Vantagens do Pessimismo: E o Perigo da Falsa Esperança. São Paulo: É Realizações, 2015, p. 91. (Abertura Cultural). Grifos nossos.

5 SCRUTON, op. cit., p. 94.

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instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna. Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando (Tg 4.13–17).

O v. 17 fecha o ensino com solenidade: Se sabemos que devemos depender de Deus e não demonstramos dependência, nós pecamos.

Resumindo, este Guia deve ser entendido não como um plano infalível, mas como um itinerário que será seguido de acordo com o desígnio soberano de Deus.

I2.2. Os GIS e o crescimento da igrejaConstatamos três coisas, do ponto de vista ministerial:1. Nos cultos regulares, existem lugares vagos nos bancos do templo atual.2. Nem todos os crentes praticam regularmente a evangelização, o disci-

pulado e a ação cristã na cultura. Nem todos se envolvem em atividades ligadas à igreja, entre a segunda e a sexta-feira.

3. Deus está levantando um corpo de crentes dispostos a mudar o quadro descrito no item anterior.

Dito de outro modo, não basta declamar uma declaração de visão. O cresci-mento da igreja exige a agregação de mais pessoas, dispostas a funcionar biblica-mente. Somos chamados a colaborar para a edificação de uma igreja dedicada a servir a Deus neste novo tempo.

I3. Tudo em amor e como Igreja Presbiteriana do BrasilIsso não enseja qualquer tipo de ruptura com a tradição presbiteriana, nem o desmonte das sociedades internas da igreja. Estas continuam funcionando de acordo com o Guia do Trabalho das Sociedades Internas da Igreja Presbiteriana do Brasil (GTSI). Trata-se mais de revitalização orgânica, útil para a manutenção da vida. Entre outras iniciativas, a vida de Deus fluirá nos GIS com observância estrita da doutrina apostólica:

Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica; e que em nada estais intimidados pelos adversários. Pois o que é para eles prova evidente de perdição é, para vós outros, de salvação, e isto da parte de Deus (Fp 1.27–28).

Minha oração é que o Senhor aqueça seu coração e lhe capacite a servi-lo — com alegria e fruto abundante — em um grupo da igreja simples.

Pr. Misael Batista do Nascimento. 81 anos de organização da IPB Rio Preto. Janeiro de 2018.

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1. O que são os grupos da igreja simples

Conceituação. O que são as ordenanças divinas. O Espírito Santo e o discipulado de Jesus.

1.1. ConceituaçãoGrupos da igreja simples (GIS) são ajuntamentos de discípulos de Jesus, dependen-tes do Espírito Santo e comprometidos com a obediência às ordenanças divinas.

1.1.1. Igreja simplesDeus nos despertou para a proposta de igreja viva e simples no acampamento

de 2013 (figura 02). A igreja viva e simples é o corpo de crentes centrado na glória de Deus, na Bíblia e na missão de Jesus.6

Figura 02. O tema do acampamento 2013.

Desde então, em cada acampamento, Deus tem dado a nota do ministério da igreja para os anos seguintes:

• Acampamento 2014: Vivendo a Igreja Simplesmente Unidos.• Acampamento 2015: Vivendo a Verdade em Amor.• Acampamento 2016: Além da Religião: A Verdade de Deus Para Todas as

Áreas da Vida.7

6 Usamos o acrônimo GIL (Grupos da Igreja nos Lares) desde 2003 e a frase igreja viva e simples desde 2013, mas isso não tem qualquer relação com o movimento contemporâneo de Igreja Orgânica, Igreja Simples ou Igreja nos Lares, iniciado na década de 70 (cf. SIMSON, Wolfgang. Casas Que Transformam o Mundo: Igreja nos Lares. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2001; COLE, Neil. Igreja Orgânica: Plantando a Fé Onde a Vida Acontece. Rio de Janeiro: Habacuc, 2007; DALE, Tony e Felicity; BARNA, George. O Coelho e o Elefante: Por Que o Pequeno é o Novo Grande na Igreja de Hoje. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2013). O movimento contemporâneo de Igreja Orgânica, Igreja Simples ou Igreja nos Lares é útil quando enfatiza a dependência de Deus, bem como o foco na missão, na mutualidade e na simplicidade dos processos e estrutura da igreja do Novo Testamento. Porém, sua doutrina da igreja (eclesiologia), apesar de sincera, é exegeticamente deficiente e historicamente imprecisa. Para complicar, agradeço a Deus por autores como Thom S. Rainer e Eric Geiger (cuja obra estou começando a ler agora, em 2016), que defen-dem a ideia de que mesmo igrejas tradicionais históricas, podem e devem desenvolver ministérios mais bíblicos e descomplicados; cf. RAINER, Thom S.; GEIGER, Eric. Simple Church: Returning To God´s Process For Making Disciples. Updated Edition. Nashville, Tennessee: B&H Publishing Group, 2011.

7 Os estudos bíblicos dos acampamentos fornecem um alicerce bíblico e conceitual para o entendimento do lugar das ordenanças divinas na vida prática do cristão. Você pode ouvir os estudos e fazer download dos slides no site da IPB Rio Preto, em http://www.ipbriopreto.org.br/sermoes/.

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Início rápido GIS

Mais do que um slogan ou tema, Igreja Viva e Simples resume quem somos como Igreja Presbiteriana de São José do Rio Preto, bem como o DNA das novas igrejas que geramos, enquanto evangelizamos dentro e fora de nossa cidade.

1.1.2. Unidades menoresOs GIS são unidades menores porque agrupam poucas pessoas, propiciando o

desenvolvimento mútuo a partir da comunhão fraterna periódica.• Cada grupo é formado com um mínimo de quatro (líder, líder-auxiliar, se-

cretário e anfitrião) e um máximo de 15 pessoas.• O tamanho exato do grupo (dentro dos limites aqui estabelecidos) depen-

derá das possibilidades de acomodação e pastoreio.O grupo com mais integrantes deve dialogar, orar e dar início aos procedi-

mentos de abertura de um novo grupo.

1.1.3. Quem participa dos gruposTanto os membros, quanto os visitantes da igreja, podem participar dos GIS.

Há liberdade para que cada um escolha o grupo que desejar. Obs.: Não é objetivo dos grupos integrar membros de outras igrejas de nosso presbitério.

1.2. O que são as ordenanças divinasAbraham Kuyper compartilhou o desejo de seu coração, escrevendo o seguinte:

Que apesar de toda oposição terrena, as santas ordenanças de Deus serão estabelecidas novamente no lar, na escola e no Estado para o bem do povo; para esculpir, por assim dizer, na consciência da nação as ordenanças do Senhor, para que a Bíblia e a Criação deem testemunho, até a nação novamente render homenagens a Deus.8

Estas “ordenanças” afetam não apenas o indivíduo, mas também a família e todas as áreas da vida. Biblicamente, podemos mencionar três ordenanças divi-nas, quais sejam:

• O mandato espiritual: Amar a Deus sobre todas as coisas e obedecê-lo (Dt 6.4-9; Sl 40.8; Jo 14.15).

• O mandato social: Amar ao próximo como a si mesmo (Lv 19.18; Jo 13.35; cf. Mt 22.36-40).

• O mandato cultural: Desenvolver pensamento bíblico e marcar a socie-dade e a cultura com o nome de Jesus (Rm 12.1-2; 1Co 10.31; Cl 3.17).

Os crentes da Bíblia foram agentes para o cumprimento destes mandatos. Mas Jesus Cristo é a figura central, que os cumpriu e continua cumprindo como “varão perfeito” (Ef 4.13). Sendo assim, obedecer às ordenanças divinas equivale ao discipulado — “ser semelhante a Jesus no caráter e na vida”.9 Andar com Deus no mundo de Deus, assim como Jesus andou. Pensar, sentir, falar e agir como Jesus. Ainda que isso não seja totalmente possível antes da glorificação, este é o alvo bíblico para o cristão e a igreja (Mt 5.48; Fp 2.1-11; 3.12-16).

É por isso que as palavras do irmão Oak, relacionadas ao treinamento de discipulado, são plenamente aplicáveis ao discipulado que acontece nos grupos da igreja simples:

O treinamento de discipulado deve ser o trabalho de transformar uma pessoa. Precisa tornar um filho de Deus em uma pessoa madura perfeitamente equipada

8 KUYPER, Abraham. Calvinismo. 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014, p. 11. Grifos nossos.9 OAK, John Han Hum. Chamado Para Acordar o Leigo. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 124.

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1 O que são os grupos da igreja simples

para toda boa obra mediante a influência da Palavra e do Espírito (2Tm 3.17). Nesse sentido, o treinamento de discipulado pode ser considerado um tipo de combate espiritual [...]. [...] Ainda não atingimos um estado de perfeição livres de falhas ou manchas. Estamos em um estado de ser quebrados, desintegrados e remodelados à semelhança de Jesus nas mãos do Espírito Santo. Por essa razão, o treinamento de discipulado em si é um trabalho de nascer de novo, um ambiente de arrependimento e confissão, um revestimento da graça de Deus nas montanhas do Getsêmani.10

Deus ordena na criação, Jesus cumpre as ordenanças de Deus na redenção e agora nós, cristãos, obedecemos aos mandatos no discipulado.

1.3. O Espírito Santo e o discipulado de JesusEm todo esse processo, consideramos a obra multifacetada do Espírito Santo:

• Ele age na providência, criando e renovando a face da terra (Sl 104.30).• Na graça comum, ele opera até sobre os perdidos (Is 45.1-7).• Ele ungiu Jesus para o ministério e o ressuscitou dentre os mortos, garan-

tindo nossa redenção (Is 61.1-3; cf. Lc 4.16-21; At 10.38; Rm 1.4; 1Pe 1.3).• Ele aplica o evangelho em nós, unindo-nos a Cristo e nos ungindo para o

testemunho e o serviço com os dons espirituais (Jo 16.7-15; 2Co 3.16-18; Rm 12.3-8; 1Co 12.1—14.40; 1Pe 2.9-10; 4.10-11).

O Espírito opera em nós e por meio de nós. Ele nos chama e capacita para cum-prir as ordenanças divinas não apenas dentro da igreja, mas no mundo de Deus. No âmbito do discipulado, “aprender a ser como Jesus e segui-lo”,11 o Espírito produz quatro coisas:

1. Ele nos conduz ao culto, que é adoração “em espírito e em verdade” (Jo 4.23-24).

2. Ele nos capacita para a evangelização que resulta em regeneração e conversão (At 2.47).

3. Ele inicia e possibilita nossa comunhão com outros cristãos (Ef 4.1-6; cf. Gl 5.22—6.10).

4. Ele nos unge para o serviço na igreja e fora dela, como “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5.13-16).12

Rick Warren é bíblico ao propor uma igreja norteada por cinco propósitos:

Magnificar: Celebramos a presença de Deus na adoração. Missão: Comunicamos a Palavra de Deus através do evangelho. Membresia: Integramos a família de Deus em nossa comunhão. Maturidade: Educamos o povo de Deus através do discipulado. Ministério: Demonstramos o amor de Deus por meio do serviço.13

Preferimos, no entanto, entender que as ordenanças bíblicas convergem para o discipulado, e que, no discipulado, o Espírito Santo opera quatro resultados: Adoração, evangelização, comunhão e serviço (figura 03).

Resumindo, o GIS não é apenas para “estudo bíblico”,14 nem deve ser confun-dido como “um curso para fazer técnicos leigos competentes e habilidosos no

10 OAK, op. cit., p. 125. Grifo nosso.11 Ibid., p. 120.12 Com exceção de Efésios 4.1-6, nem sempre o Espírito Santo é citado nos textos vinculados a estes itens.

O fato bíblico, porém, é que nenhuma destas coisas pode ser implementada sem o Espírito Santo.13 Cf. WARREN, Rick. Uma Igreja com Propósitos. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Vida, 2008, p. 95.14 OAK, op. cit., p. 119.

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Início rápido GIS

evangelismo e ensino”.15 Os membros de um GIS são diariamente desafiados a praticar as ordenanças divinas, assumindo o discipulado de Jesus:

Os leigos devem ter em mente as seguintes questões durante todo o dia: Será que estou desenvolvendo a maturidade do caráter de acordo com o padrão demonstrado por Jesus? Eu aceito o fato do meu chamado que inclui tanto a responsabilidade social como a missionária?16

Ordenanças: Mandatos espiritual, social e cultural

DiscipuladoAdoração

EvangelizaçãoComunhão

Serviço

Figura 03. Quatro resultados da obra do Espírito Santo, no círculo do discipulado.

Anotações______________________________________________________________________________________

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15 Ibid., p. 120.16 Ibid., p. 121. Grifos nossos.

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2. Missão, agenda, atribuições e princípios de convivência dos grupos

A missão dos grupos. A agenda dos GIS. As atribuições dos grupos da igreja simples. Os princípios de convivência dos grupos.

2.1. A missão dos gruposOs grupos existem para glorificar a Deus por meio de uma agenda de cumpri-mento das ordenanças divinas. Eles concretizam a declaração de visão da igreja, mencionada na seção I2.

2.1.1. A glória de DeusAcima de tudo, os GIS são estabelecidos para o agrado e glória de Deus (Rm

11.36; 1Co 10.31; Cl 1.10).É bonito dizer isso, aliás, cristãos reformados repetem com frequência que

temos de “fazer tudo para a glória de Deus”. O difícil é transformar essa declara-ção em algo prático. Falando espiritual e administrativamente, toda prática exige uma agenda.

2.1.2. A necessidade de uma agendaO Dicionário Aurélio compreende “agenda” como “os compromissos de al-

guém, anotados ou não”.17 Estabelecer o que fazer e quando, demanda estrutura e organização. O fato é que todo organismo precisa de estrutura (o corpo humano, por exemplo, não funciona sem um esqueleto). É ótimo que uma igreja concorde com os ensinos da Bíblia e subscreva declarações de missão e visão. Isso, porém, ainda não é suficiente para praticá-la.

A fim de modelar a obediência em diferentes contextos, cada geração trans-formou as ordenanças em programas. Moisés articulou uma liderança distribuída e construiu o tabernáculo. Josué empreendeu a conquista de Canaã. Os juízes orde-naram a vida civil e lideraram campanhas militares. Ao ungir Saul e Davi, Samuel instituiu a monarquia. Cada rei até Salomão (do Israel unificado) ou a partir de Roboão (de Israel ao Norte ou de Judá, ao Sul), foi responsabilizado para organizar a vida do povo em torno das ordenanças divinas. Foi assim na reconstrução nacional, após o exílio, com Zorobabel e Jesua, seguidos de Neemias e Esdras. E os profetas do Antigo Testamento aferiram a obediência — motivaram os reis e o povo, quan-do obedeceram a Deus, e os repreenderam, quando desprezaram as ordenanças. A igreja estabeleceu estrutura — agenda e rotina — imediatamente após o Pentecos-tes, e prosseguiu fazendo isso, como lemos em Atos e nas epístolas.

Na história eclesiástica não foi diferente. Cada lugar e tempo demandaram arranjos estruturais, com vistas a encarnar a doutrina. Isso nem sempre foi feito conscientemente. Até os grupos que nasceram despreocupados com uma “orga-nização”, ou contrários a modos de governo eclesiástico, assumiram algum tipo de formatação de agenda. No fim das contas, a vida sob as ordenanças sempre é historicamente organizada.17 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Agenda. In: Dicionário Aurélio Eletrônico 7.0. Curitiba: Editora

Positivo, 2009. CD-ROM.

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Início rápido GIS

Isso é assim porque Deus é organizado. Naquilo que denominamos “vida real”, unem-se razão e intuição, o Espírito como impulso e, simultaneamente, organizador (1Co 12.11; 14.40). Assim como no Gênesis, Deus tanto cria quanto organiza (Gn 1.6–10).

Isso deve ser dito por duas razões:1. O trabalho dos GIS exige compromisso com rotina e responsabilidades.2. Nós somos iludidos pela caricatura do “cristão” brasileiro indisciplinado

e irresponsável.Em diálogos com pastores, ouço que estruturas de grupos pequenos ou de

discipulado funcionam bem na Coreia do Sul, mas isso não tem aplicação no Bra-sil. O problema, dizem, reside na diferença entre as culturas coreana e brasileira. Os coreanos são contidos e disciplinados. Os brasileiros são mais espontâneos e indispostos a funcionar em ministérios que impõem rotina e responsabilidade.

Eu esclareço que há igrejas no Brasil que desenvolvem ministérios de grupos pequenos pujantes. Penso que é necessário admitir que a dificuldade maior para implementação de qualquer programa de obediência às ordenanças bíblicas está dentro de nossos corações — a resistência à prática da Palavra de Deus no con-texto de mutualidade organizada e frutífera dos grupos. O obstáculo não é nem mesmo, como dizem, o tradicionalismo da cultura eclesiástica, e sim o “indisci-plinado” e “preguiçoso” “que habita em mim” (Rm 7.20–21).

O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta. O justo aborrece a palavra de mentira, mas o perverso faz vergonha e se desonra. A justiça guarda ao que anda em integridade, mas a malícia subverte ao pecador (Pv 13.4–6).

A passagem começa acentuando que o preguiçoso não realiza nada (v. 4). Em seguida menciona a mentira, perversidade e falta de integridade, com suas devidas consequências (v. 5–6). Tudo isso está ligado. A maior parte de nossas derrotas decorre de nossa lassidão.

Por todas estas coisas, nós assumimos uma agenda de trabalho para os GIS.

2.2. A agenda dos GISAplicando o que foi dito, os GIS são articulados com ordem. Princípios são trans-formados em resoluções. Resoluções são incluídas e cumpridas como itens na agenda dos grupos. A prática destas resoluções forma hábitos de obediência às ordenanças divinas. O cultivo destes hábitos conduz à frutificação que agrada e glorifica a Deus (figura 04).

Resolução HábitoAgendaincluir e cumprir

Frutoglória de Deus

Figura 04. Resolução, agenda, hábito e fruto para glória de Deus.

2.2.1. A participação nos GIS é livreOs membros da igreja são forçados a participar de um GIS? Além disso, os GIL

(grupos nos lares) atuais são obrigados a tornar-se GIS? Ambas as perguntas são respondidas com “não”. Os GIS são estabelecidos sem qualquer tipo de manipu-lação. Assim como ninguém é induzido contra sua vontade a assumir uma dieta

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2 Missão, agenda, atribuições e princípios de convivência dos grupos

saudável, cada pessoa é livre para participar ou não de um GIS. O cristão é livre para se filiar de acordo com o juízo de sua consciência ancorada na Bíblia e ilumi-nada pelo Espírito Santo. Por meio da relação com Deus, “uma pessoa se vê livre de constrangedores motivos de medo e é conduzida aos enobrecedores impulsos do amor e da esperança”.18

Ainda que na introdução tenhamos dito que desejamos o envolvimento da membresia, a participação nos GIS não é obrigatória e os atuais GIL (grupos da igreja nos lares) não são obrigados a se tornar GIS (grupos da igreja simples).

2.2.2. O modo tranquilo e aberto de instalação dos GISCada líder de GIL deve explicar a proposta dos GIS a seus membros. Após

oração, meditação na Palavra e diálogos esclarecedores, o GIL decidirá sobre sua transformação ou não em um GIS.

• Os GIL funcionam como reuniões regulares de comunhão e estudo bíbli-co, sem finalidade declarada de reprodução, e continuarão recebendo su-porte pastoral. Os conteúdos para estudo, bem como as listas de GIL, se-rão disponibilizados na página dos GIS, em www.ipbriopreto.org.br/gis/.

• As coordenações, os treinamentos e reuniões de líderes, são vincula-das aos GIS.

2.3. As atribuições dos grupos da igreja simplesO que é pertinente aos grupos da igreja simples?

• Ajudar seus participantes a conhecer, amar e servir a Jesus.• Consolidar o conhecimento e prática das ordenanças divinas.• Auxiliar a igreja a trabalhar unida (Jo 17.21; Ef 4.15–16).• Reunir-se semanalmente, uma vez para reflexão (Palavra) e outra para ini-

ciativa cristã (ação).• No caso do GIS pioneiro, em pontos de pregação e congregações, o ciclo

de reuniões é triplo: Uma semana para reflexão (Palavra), outra para ini-ciativa cristã (ação) e outra para providências de organização do trabalho em igreja.

2.4. Os princípios de convivência dos gruposPara cumprir a missão e dar conta das atribuições dos grupos, seus integrantes subscrevem cinco princípios de convivência:19

1. Para participar do GIS a pessoa não precisa ser “religiosa”, nem especia-lista em Bíblia. O importante é querer aprender.

2. Respeitamos o ritmo de aprendizagem, bem como a personalidade e pri-vacidade de cada um, sem manipulação.

3. No GIS as pessoas estudam dialogando e discutindo o texto bíblico. Todas podem dar opiniões, levantar questões e expor dúvidas. As descobertas de uma estimulam outras a compreender a Bíblia melhor. Sendo assim, ninguém pode monopolizar as participações.

4. Expressamos cordialidade, mansidão e empatia. Mesmo sendo conhece-dores e servos da Verdade (Jo 14.6; 1Jo 2.20), os crentes da IPB Rio Pre-

18 HODGE, A. A. Confissão de Fé de Westminster Comentada por A. A. Hodge. 2. ed. São Paulo: Editora Os Puritanos, 1999, p. 354.

19 Estes princípios são adaptados de KUNZ, Marilyn; SCHELL, Catherine. Como Começar Um Estudo Bíblico Com os Vizinhos. São Paulo: ABU Editora, 1983, p. 3-8. (Estudos Bíblicos — Série QUELUZ — nº 1).

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Início rápido GIS

to não tratam com desprezo ou desrespeito as pessoas que abraçam outras crenças e valores.

5. Também não criamos polêmica em torno de doutrinas secundárias ou mui-to complicadas. Se determinada discussão começar a estender-se além da conta, o líder explicará a posição doutrinária da Igreja Presbiteriana do Brasil, motivará para a participação na escola dominical e cursos da igreja (ou para uma conversa com os pastores ou presbíteros) e retornará rapi-damente para o roteiro do estudo.

Cada participante providencia um material básico:• Um exemplar da Bíblia, preferivelmente na versão Revista e Atualizada,

da Sociedade Bíblica do Brasil.• Um caderno, lápis ou caneta, para anotações.• Um exemplar do hinário Novo Cântico (membros da igreja).Timothy Keller resume muito bem o perfil de um grupo pequeno verdadeira-

mente ”missional”:

A perspectiva missional pode e deve invadir todas as áreas da igreja. Por exemplo, analisemos como um pequeno grupo missional poderia ser. É mais do que simplesmente um grupo de pessoas envolvidas em um programa específico de evangelismo (embora isso seja um bom aspecto). Ao contrário, seus participantes amam a cidade e falam de modo positivo sobre ela; falam numa linguagem livre de frases e termos tribais ou técnicos que denotem um sentimento de superioridade. Também não usam linguagem desdenhosa e beligerante. No estudo bíblico, aplicam o evangelho às histórias e preocupações dos membros de sua cultura. Esse grupo é nitidamente interessado e engajado com a literatura, as artes e a filosofia da cultura ao redor, e conseguem discutir tudo isso de maneira apreciativa, mas crítica. Revelam imensa preocupação com os pobres, são generosos em suas finanças, exibem pureza e respeito pelo sexo oposto e são humildes em relação às pessoas de outras raças e culturas, assim como em relação a outros cristãos e igrejas.20

GIS que funcionam assim podem, na dependência de Deus, virar a localidade e as cidades de cabeça para baixo.

Anotações______________________________________________________________________________________

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20 KELLER, op. cit., p. 308.

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3. Pilares e tipos de grupos

Os quatro pilares bíblicos. Os dois pilares operacionais. Os tipos de grupos da igreja simples. Grupos pai e grupos filhos.

3.1. Os quatro pilares bíblicosOs grupos são firmados em quatro pilares bíblicos:

1. O desfrute do evangelho nos capacita a amar a Deus. O resultado disso é devoção (oração e culto; Sl 5.3; Mt 6.5–15; At 2.46–47; Ef 5.18–20; Cl 3.16).

2. O desfrute do evangelho nos conduz a amar pessoas. O resultado disso é co-nexão com a igreja e com os perdidos (comunhão cristã, não uma existência focada no eu, mas uma vida na igreja, entrelaçada com outras pessoas; e também evangelização e discipulado; Jo 13.35; Rm 12.9–10; 1Jo 4.19–21).

3. O desfrute do evangelho liberta e purifica. O resultado disso é transforma-ção de vida (santificação; Jo 8.34–36; Rm 6.12–14; 2Co 5.17; Cl 1.13).

4. O desfrute do evangelho nos mobiliza para agir para glória de Deus e em nome de Jesus (serviço prático e ação na cultura; Rm 12.1–2; 1Co 10.31; 15.28; Ef 1.15–23; Fp 2.14–16; Cl 3.17; Tg 2.26).

Uma coisa é abraçar os pilares teoricamente, outra é vê-los aplicados na vida cotidiana. Por esta razão, firmamos três pilares operacionais.

3.2. Os três pilares operacionaisOs grupos são radicados em três pilares operacionais:

1. Para viver os quatro pilares bíblicos, nós nos reunimos para adorar, ler, compartilhar e orar, ou seja, os GIS se encontram quinzenalmente para estudar.

2. Para viver os pilares bíblicos, nós nos reunimos para trabalhar, ou seja, os GIS se encontram quinzenalmente para executar uma tarefa.

3. No caso do GIS pioneiro, em pontos pontos de pregação ou congregações, para efetivar a organização da nova igreja, há uma reunião para reflexão, seguida de outra para iniciativa cristã (ação) e outra para providências de organização.

Este arranjo é um diferencial dos GIS. Ainda que as propostas contemporâ-neas de grupos pequenos sejam diferentes doutrinariamente, quanto ao modo de funcionamento,21 ou quanto ao foco,22 de modo geral, grupos pequenos são foca-dos em reflexão — um ajuntamento periódico de estudo da Bíblia. Procuramos imagens relacionadas a grupos ou células e encontramos muitos infográficos e logos com sofás e pessoas sentadas e conversando sobre a Bíblia. Até mesmo o logo dos GIL, de 2014, representa cadeiras em torno uma mesa em cujo centro encontra-se uma Bíblia aberta — uma ênfase majoritariamente informativa e re-flexiva (figura 05).

Os GIS são focados em discipulado (nas ordenanças de Deus). Consequentemen-te, eles são voltados para o saber (o conhecimento bíblico) e o fazer (a ação cristã

21 Desde estruturas simples, até organizações de alta complexidade de implementação e controle.22 Uns destacam a evangelização; outros, a integração e crescimento dos cristãos.

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Início rápido GIS

visível e concreta). Esta é uma aplicação do tema do acampamento 2016: Além da Religião: A Verdade de Deus Para Todas as Áreas da Vida.

A igreja é o corpo de Cristo(Rm 12.4-5; 1Co 12.12-13).

Essa metáfora apontapara dois fatos

importantes.Primeiro, apesar

do cuidado legítimocom estruturas físicas

e organizacionais, a igreja não pode ser

identi�cada absolu-tamente com um

prédio ou...

A igreja é o corpo de Cristo(Rm 12.4-5; 1Co 12.12-13).Essa metáfora apontapara dois fatosimportantes.Primeiro, apesar do cuidado legítimocom estruturas físicase organizacionais, a igreja não pode seridenti�cada absolu-tamente com um prédio ou...

Figura 05. O logo dos GIL.

Estes pilares são bíblicos: O salmista ama a Palavra (ele medita na lei de Deus; reflexão). E a Palavra de Deus transforma sua prática (ele toma decisões melhores e desvia seus pés do mal, implementando o preceito divino; iniciativa e ação cristã):

Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos. De todo mau caminho desvio os pés, para observar a tua palavra (Sl 119.97-101).

O autor da carta aos Hebreus ensina que os cristãos amadurecidos (“adul-tos”) unem a reflexão com a ação: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5.14).

O dito fundamental sobre a questão é pronunciado pelo Senhor Jesus Cristo:

Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína (Mt 7.24-27).

Jesus tem autoridade porque o que ele ensina, ele faz (Mt 7.28-29; At 1.1). E olhando para Jesus, os grupos se encontram uma vez para o ensino, e outra, para a prática. Por esta razão, os GIS são agora representados por uma figura que alude à caminhada dinâmica do discipulado (figura 06). Os que fizeram o curso Disci-pulado Integral notarão que esta mudança nos GIS é também uma aplicação do modelo de discipulado de Jesus.

E os GIS não apenas assumem uma nova marca, mas também apresentam diferentes perfis.

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3 Pilares e tipos de grupos

3.3. Os tipos de grupos da igreja simplesHá cinco tipos de grupos, como segue:

1. GIS pioneiro.2. GIS recém-nascido.3. GIS em consolidação.4. GIS consolidado.5. GIS multiplicador.

Figura 06: A figura atual dos GIS.23

Estes diferentes tipos de GIS servem a Deus atentos para as características e necessidades da cidade. Entendamos cada um deles.

3.3.1. O GIS pioneiroO GIS pioneiro é o grupo estabelecido por um líder desbravador ou pelo pastor

ou voluntário plantador de uma nova igreja. Este tipo de grupo lida com muitas demandas de evangelização, discipulado, diaconia e outras iniciativas pertinen-tes ao seu contexto.24

O líder do GIS pioneiro é o irmão ou irmã disposto a evangelizar e discipular em um grupo pequeno.

• Ele (a) é chamado (a) de líder desbravador (a). Recebe treinamento e é aprovado (a) pelos coordenadores, pastor titular e Conselho.

• Este líder tem por objetivo primordial estabelecer o grupo em bairros onde haja pouca ou nenhuma presença de nossa igreja.

O líder do GIS pioneiro é sempre o pastor ou o voluntário plantador da nova igreja. Seu objetivo principal é colocar em prática as medidas da seção 7.1.

3.3.2. O GIS recém-nascidoGIS recém-nascido é o grupo com menos de dois meses de existência.

23 LDS MEDIA LIBRARY. Abundance of Bread and Fish. Uso não comercial. Disponível em:<https://www.lds.org/media-library/images/bible-films-christ-walking-disciples-1127657?lang=eng>. Acesso em: 20 fev. 2016.

24 Isso não significa que tais necessidades não existam em outros grupos. Elas são enfatizadas aqui porque o GIS pioneiro é um abridor de caminhos, normalmente estabelecido em um ambiente com presença mínima ou nula da igreja.

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Início rápido GIS

• O GIS recém-nascido é cuidado pelo GIS multiplicador, como explicamos na seção 3.4.

• Caso não provenha de um grupo anterior, o GIS recém-nascido é acompa-nhado de perto pelos pastores e coordenadores.

3.3.3. O GIS em consolidaçãoO GIS em consolidação é aquele cujos integrantes ainda estão conhecendo

uns aos outros, bem como recebendo as informações preliminares sobre a missão e modo de funcionamento dos GIS.

O fato é que, a não ser que nasça a partir de um grupo anterior, o GIS pode agregar pessoas que não se conhecem muito bem. No início, é provável que não haja confiança mútua e a proposta e modo de operação dos GIS ainda não tenha sido absorvida. Neste caso, não é incomum que o compromisso dos integrantes seja pouco profundo. Com o passar do tempo, se tudo correr bem, as pessoas se sentirão mais seguras e interagirão mais e melhor.

O líder deve acolher a todos nos termos do evangelho e sublinhar a realidade da igreja como família de Deus (Rm 17.7; Ef 2.17–22). Nesse ínterim, o líder pode investir nas seguintes tarefas:

• Abrir espaço para o compartilhamento e a oração.• Sempre que possível, explicar a proposta de trabalho e modo de funcio-

namento do GIS.• Começar a explicar o significado e importância da oração e trabalho de

todos em prol da reprodução do grupo.• Orar pedindo sabedoria para identificar pessoas para serem treinadas pela

liderança de novos grupos. Após a oração, rapidamente separar pessoas e começar a treiná-las.

Quando tudo transcorre bem, a proposta e modo de operação dos grupos é entendida e gradualmente absorvida. Também gradativamente, o compromisso dos integrantes é tanto aumentado quanto aprofundado. A frequência torna-se estável. Inicia-se, ainda que lentamente, o crescimento e fortalecimento do grupo.

3.3.4. O GIS consolidadoO GIS consolidado é semelhante a uma árvore carregada próxima do tempo de

amadurecimento. Ela apresenta robustez e promete frutos saudáveis e saborosos.Os integrantes de um GIS consolidado sentem uma ligação espiritual e afeti-

va entre si. Cada um se vê como parte de uma família de amor. A proposta de tra-balho dos GIS é não apenas conhecida, mas abraçada com sinceridade. O grupo cresce naturalmente; novas pessoas são acrescentadas com regularidade. Um ou mais líderes estão sendo ou já foram treinados e trabalham com entusiasmo. O grupo ora e se aplica ao cumprimento das ordenanças divinas. Começa também a busca de Deus e os diálogos sobre o melhor tempo e modo para implementar sua reprodução.

3.3.5. O GIS multiplicadorGIS multiplicador é o grupo que amadureceu e chegou ao ponto de repro-

dução, gerando outro GIS. Ele está pronto para iniciar grupos filhos e retomar suas atividades como um grupo menor, envidando esforços em convidar, orar,

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3 Pilares e tipos de grupos

evangelizar, discipular e trabalhar para um novo ciclo de crescimento, segundo o desígnio e para a glória de Deus.

No GIS multiplicador:• Pelo menos três pessoas foram treinadas e testadas para assumir as fun-

ções de líder, líder-auxiliar e secretário (a) do novo grupo.• Os detalhes quanto à instalação do novo grupo foram providenciados.• O novo grupo foi divulgado e os convites para a primeira reunião foram

distribuídos.• As pessoas estão entusiasmadas com o “aumento para edificação” da igre-

ja “em amor” (Ef 4.16).• Há bom entendimento e consenso sobre a separação dos amigos e irmãos

que irão para o novo grupo.

3.4. Grupos pais e grupos filhosIsso quer dizer que temos, a partir daqui grupos multiplicadores pais e grupos filhos. Como acontece na vida comum, os pais assumem responsabilidade para com os filhos. O objetivo é gerar novos grupos responsavelmente, diminuindo ao máximo o impacto do novo ambiente no grupo iniciante. Isso é importante, uma vez que alguns podem se abater com o decréscimo numérico e a ruptura de relacionamentos com pessoas queridas do grupo pai. É possível até que alguém mencione o desejo de voltar ao “ninho anterior”.

Sendo assim:• O GIS Pai cuida do GIS Filho durante os primeiros dois meses de seu “nas-

cimento”.• Durante dois meses, os líderes do GIS multiplicador mantêm contatos re-

gulares com os líderes do grupo filho.• Durante dois meses, o GIS multiplicador envia emissários quinzenais às

reuniões do grupo filho.• O grupo filho dá continuidade às atividades anteriormente desenvolvidas

no grupo pai.• Os líderes dos grupos filhos oram e conversam a fim de manter o entu-

siasmo.

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4. Calendário, locais, treinamentos e recursos dos grupos

Calendário e locais dos GIS. Os treinamentos e cursos para líderes. Os recursos dos grupos.

4.1. Calendário e locais dos GISOs grupos observam o seguinte calendário:

• Encontros semanais.• Dois recessos facultativos.• Reunião mensal de pastores com coordenadores e líderes.• Cursos para formação de líderes em março, junho, agosto e setembro.• Reuniões dos grupos na igreja.

4.1.1. Encontros semanais dos gruposOs grupos se encontram em qualquer dia e local, conforme combinado entre

seus integrantes.• Os integrantes do GIS são livres para se encontrar em um endereço fixo,

ou em locais diferentes, a partir de um rodízio combinado entre eles.• As reuniões podem ser conduzidas em qualquer dia e hora, evitando-se

choque com as atividades divulgadas no Boletim e no site da igreja, em www.ipbriopreto.org.br.

4.1.2. Recessos facultativosOs grupos terão dois recessos facultativos, o primeiro iniciando na terceira

semana de dezembro e finalizando na semana seguinte ao feriado de carnaval. O segundo durante o mês de julho.

Nestes recessos, os grupos que desejarem continuar se reunindo poderão es-tudar temas alternativos, aprovados previamente pelo pastor efetivo da igreja.

4.1.3. Encontros da liderançaOs coordenadores e líderes se encontram com os pastores, na igreja, todo ter-

ceiro sábado de cada mês, na igreja, das 20 às 21h30. Exceções, meses de janeiro e julho.

Pauta: Devoção (Palavra, louvor e oração); recebimento das listas; agenda de visitas; avaliação; estudo de temas; providências deste Guia e direção estratégica.

4.1.4. Cursos para formação de líderesSão disponibilizadas três versões de cursos, para atender diferentes grupos

de interessados:• Intensivo, 8 horas de duração. Sábado das 8h às 12h e das 13h às 17h.

Em março.• Tardes de domingo (para os que trabalham nos sábados): Quatro en-

contros de 2 horas cada, das 14h às 16h. Em junho.• Noites de segunda-feira, no Centro de Treinamento Presbiteriano

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4 Calendário, locais, treinamentos e recursos dos grupos

(CTP). Oito encontros de 1 hora cada. Em agosto e setembro de cada ano. Posses de líderes. Após formação e aprovação do Conselho, nos cultos regu-

lares da igreja, conforme divulgação no Boletim.

4.1.5. Reuniões dos grupos na igrejaPrimeira terça-feira após os recessos facultativos. Convocadas pela Coorde-

nação dos GIS. Com exceção destas reuniões, não são permitidas reuniões de grupos na igreja.

4.2. Os recursos dos gruposOs grupos podem e devem utilizar as mídias e serviços da igreja para divulgar e colaborar com suas atividades: Site, Boletim e secretaria (elaboração de cartas, convites etc.).

4.2.1. A página dos GIS no site da igrejaVocê encontra este Guia, estudos, notícias, fotos, vídeos, áudios, textos e ou-

tros recursos úteis em www.ipbriopreto.org.br/gis/.

4.2.2. Grupos do WhatsAppOs participantes dos GIS são integrados a grupos do WhatsApp.

4.2.3. Caderno de cânticosOs GIS utilizam um Caderno de Cânticos, disponível em: www.ipbriopreto.

org.br/musica/.

4.2.4. Boletim da igrejaO Boletim é usado para atualização de informações sobre calendário, aniver-

sariantes, pedidos de oração e outras questões relevantes.

4.2.5. Lista de participantesA lista de participantes registra os nomes, telefones e e-mails dos partici-

pantes. Ela deve ser entregue ao pastor presente nos encontros da liderança, nos terceiros sábados de cada mês.

4.2.6. Secretaria da igrejaA secretaria fornece suporte tanto aos líderes quanto aos integrantes dos

grupos. O secretário é acessado de segunda a sexta-feira, no horário comercial, pelos fones 17 3214–1410 ou 98149–4334, e pelo e-mail [email protected].

4.2.7. Os conteúdos estudados nos GISOs GIS estudam os sermões pregados nos cultos dominicais da IPB Rio Preto.

Além destes, são disponibilizados conteúdos aprovados pelo pastor efetivo.

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5. As reuniões dos grupos

Duração das reuniões e atividades dos GIS. As reuniões de reflexão (estudo). As reuniões de iniciativa cristã (ação).

Como vimos, os GIS realizam reuniões semanais, alterando entre estudo e ação.

5.1. Duração das reuniões e atividades dos GISAs reuniões e atividades não devem ultrapassar noventa minutos. O líder precisa insistir neste tempo, mesmo que os membros queiram encontros ou atividades mais longas. Reuniões ou atividades demoradas afastam aqueles que acordam muito cedo, bem como os visitantes.

5.2. As reuniões de reflexão (estudo)A reunião de estudo é relativamente simples. Eis o roteiro:

• Abertura (5 min).• Estudo bíblico (55 min).• Oração (20 min).• Encerramento e confraternização (10 min).

5.2.1. A abertura da reuniãoA abertura é rápida e objetiva.• O líder cumprimenta a todos, ora e transmite os avisos.• Os visitantes são apresentados.• O grupo lê um texto bíblico e canta um hino ou cântico.

5.2.2. O estudo bíblicoO tempo para o estudo é de cinquenta e cinco minutos. O objetivo é ministrar

a Palavra de Deus, suplicando a Deus que salve, santifique e console os presentes.• Entenda-se que o GIS não é uma instância para discussão teológica de

difícil compreensão.• Temas de Bíblia e teologia avançada são abordados em cursos do CTP,

com um pastor ou presbítero, ou na escola dominical.• O estudo no GIS deve ser ministrado em linguagem simples, com aplica-

ções práticas e motivando o participante a fazer perguntas e dar opiniões.• Em todo tempo é preciso atentar para os Princípios da seção 2.4.• Os grupos devem se esforçar por finalizar os estudos de acordo com o pla-

nejamento proposto pelos coordenadores.• Espera-se que, em cada estudo, haja provisão espiritual para os membros

da igreja e para os visitantes.• Os líderes tem de explicar o texto apresentando Jesus Cristo e os deveres

e privilégios pactuais.

5.2.3. Momento de oraçãoApós o estudo bíblico, inicia-se a oração.

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Início rápido GIS

Eclesiastes 3.1 diz que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”.

• Acontece agora o oposto do momento anterior. Se antes todas as opiniões e falas eram bem-vindas, agora o líder não consente que alguém aprovei-te a ocasião para “admoestar” ou proferir um “pequeno sermão”.

• Se uma pessoa quiser contar uma bênção recebida, o líder não deixa que isso ocupe mais do que três minutos. Entendamos que o grupo pode de-liberar que a reunião seguinte, de iniciativa cristã ou ação, seja dedicada a testemunhos e ações de graças, uma prática de adoração. No encontro de reflexão ou estudo, os pedidos são mencionados rapidamente e a maior parte do tempo é dedicada à oração.

Falando em tempo, este deve ser respeitado, ou seja, o período de oração é finalizado às 21h20. Repetindo, o grupo pode separar a reunião seguinte somente para intercessão ou, quem sabe, para jejum e oração. No caso, o encontro será para uma prática do jejum e oração. O que não deve ser feito é extrapolar o tempo total de 90 minutos para a reunião inteira do GIS.

Esta parte é encerrada com um hino ou cântico.

5.2.4. Encerramento e confraternizaçãoO líder conclui informando sobre a reunião da semana seguinte. Se o grupo

combinar assim, pode ser servido um café. É importante salientar que servir co-midas e bebidas não é obrigatório. Depende da dinâmica social, disponibilidade de lugar e recursos de cada GIS.

5.2.5. As crianças do grupoOs GIS não contemplam ministração especial às crianças.• Como as reuniões não são longas, os filhos podem permanecer juntos

dos pais.• Havendo voluntários e espaço físico, é possível providenciar uma escala

para o cuidado dos bebês ou crianças menores.A igreja disponibiliza histórias bíblicas, brinquedos pedagógicos, vídeos e

outros materiais de ensino. A requisição destes materiais deve ser encaminhada, com tempo hábil, ao almoxarifado da igreja.

5.3. As reuniões de iniciativa cristã (ação)Na reunião de iniciativa cristã o grupo se encontra e faz algo prático, como apli-cação do estudo da semana anterior, ou para atender a uma necessidade publica-da na igreja ou levantada pelo próprio grupo.

Ideias de atividades para a reunião de ação cristã:• Visitar uma pessoa.• Realizar um culto evangelístico ou visitar uma congregação.• Levar uma oferta ou ajuda material aos domésticos da fé.• Visitar a Associação Evangélica Lar de Betânia ou outra instituição.• Ajudar alguém em um serviço doméstico (organização da casa etc.).• Desenvolver uma ação de misericórdia, social ou de cidadania cristã.• Realizar um trabalho na igreja (auxiliar um departamento, pintar uma

parede, plantar um jardim etc.).

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5 As reuniões dos grupos

• Qualquer outra ação que o grupo entenda que pode e deve ser realizada como cumprimento dos mandatos espiritual, social e cultural.

As atividades levam em conta a configuração de cada grupo.• Há liberdade para que os integrantes proponham e realizem o que acha-

rem melhor, desde que toda programação seja conhecida e aprovada pelos coordenadores e pastor titular.

• O importante é que o grupo não abandone os dois pilares operacionais: Estudar a Bíblia em uma semana; desenvolver atividade cristã prática, na semana seguinte.

A reunião de iniciativa ou ação cristã é uma mobilização, ou seja, coloca o grupo em movimento.

• A igreja deixa de apenas anunciar sua declaração de visão e começa a implementá-la.

• Visitantes podem participar desta reunião. No encontro de reflexão o visitante conhece a doutrina da igreja; no de ação, sua prática.

Toda reunião de iniciativa cristã (ação) deve iniciar com leitura bíblica, lou-vor com um cântico ou hino e oração e finalizar com a entrega do serviço a Deus, em oração.

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6. O início de um GIS

Como surge um novo grupo. As pessoas necessárias para o início de um grupo. Detalhes importantes sobre a primeira reunião.

6.1. Como surge um novo grupoGIS podem ser iniciados de diversas maneiras:

• Convite. Uma pessoa pode solicitar a abertura de um grupo em sua casa ou escritório. Esse pedido deve ser feito à Coordenação. A partir daí será providenciado um líder, ou o próprio dono da casa ou estabelecimento será treinado com o conteúdo deste Guia, para a condução das reuniões.

• Disponibilidade de líder desbravador. Uma outra possibilidade é o grupo iniciar pela iniciativa de uma pessoa que queira ser treinada como líder, ou que já tenha feito o curso de liderança e se disponha a “desbravar” no-vos setores da cidade.

• Multiplicação ou reprodução. Quando um grupo cresce ao ponto de não poder mais se reunir em um lugar só, e amadurece ao ponto de GIS multi-plicador. Nestes casos, os líderes e coordenadores iniciam as providências para o início de um novo grupo.

• Uma nova igreja. O primeiro passo de uma nova igreja é o estabelecimento de um GIS. Isso significa que todos os pastores e plantadores voluntários de igrejas devem ser treinados em liderança de grupos.

O estabelecimento de novos grupos dependerá sempre da disponibilidade de liderança capacitada e aprovada nos termos deste Guia.

6.2. As pessoas necessárias para o início de um grupoUm GIS é iniciado com pessoas interessadas e recursos relativamente simples.

6.2.1. Um líder treinado e aprovadoO grupo deve ser conduzido por alguém que tenha sido treinado. A capaci-

tação para liderança é fornecida pelos pastores da igreja. O conteúdo do treina-mento é o guia Grupos da Igreja simples: Início Rápido, que pode ser obtido no site da igreja em três versões:

• Versão em PDF para uso em computadores e dispositivos eletrônicos (arquivo menor e de visualização rápida).

• Versão em PDF para impressão (tamanho A4, arquivo maior para impressão).• Versão em ePub para uso em computadores e dispositivos (com possibilidade

de ajuste ao tamanho e formato de telas, copiar e colar, alterar tipo e tama-nho de fonte e cor de fundo).

Depois de treinado, o candidato à liderança deve ser aprovado pelo Conselho.

6.2.2. Um líder-auxiliar treinado e aprovadoTodo líder deve preparar um auxiliar para ajudá-lo em suas atribuições, subs-

tituí-lo em suas ausências e assumir um novo grupo. O líder-auxiliar também deve participar do treinamento com os conteúdos deste Guia.

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6 O início de um GIS

Antes de destacar alguém para iniciar o treinamento, o nome do candidato a líder-auxiliar deve ser aprovado pelo (a) coordenador (a), que o submeterá ao conhecimento e aprovação do Conselho.

6.2.3. Um (a) secretário (a)O GIS precisa de um (a) secretário (a) para organização da lista de participantes

e atendimento de outras requisições da coordenação.

6.2.4. Um anfitriãoO GIS precisa de um anfitrião (alguém que abre as portas de sua residência,

escritório ou estabelecimento para o funcionamento do grupo).O anfitrião deve:• Acolher o grupo com disposição, de forma amorosa, simpática e agradável.• Manter TV e som desligados durante a reunião.• Evitar atividades paralelas durante a reunião e ser solícito às necessida-

des do grupo.

6.3. Detalhes importantes sobre a primeira reuniãoA Coordenação, líderes e anfitriões devem atentar para a preparação em oração, divulgação e roteiro da primeira reunião.

6.3.1. A oração para a primeira reunião dos gruposA prática da oração é importante para a vitalidade dos GIS. Para que os gru-

pos sejam implementados e consolidados, precisamos de direção, proteção e mo-tivação diárias (Ne 1.1–11; Dn 10.1–13; Mc 1.35; Lc 6.12–13; At 4.23–31; 12.12; 13.1–3; 2Co 6.5; Ef 6.10–20; 1Ts 5.17; Ap 8.1–5). Especialmente os líderes preci-sam buscar o Senhor (Lc 11.9–13).

• Todo GIS deve ser iniciado com oração.• Uma semana antes da primeira reunião, o Conselho, os pastores, Coorde-

nação, líderes e anfitriões devem se dedicar à oração e jejum em favor do trabalho.

6.3.2. A divulgação da primeira reuniãoO objetivo é ter o maior número possível de convidados, nesta e nas demais

reuniões. Sendo assim:• O início de todo grupo deverá ser divulgado para a igreja.• Além disso, devem ser convidadas as famílias dos membros da igreja que

residem próximas ao endereço do novo grupo.• O grupo deve também convidar amigos e conhecidos.• O anfitrião poderá visitar seus vizinhos.

6.3.3. O roteiro da primeira reuniãoNo primeiro encontro, os participantes recebem esclarecimentos básicos. É a

ocasião adequada para informar o que é, para que serve e como funciona um grupo da igreja simples.

A primeira reunião exige a observância deste roteiro.

Introdução da reunião. Inicie o encontro assim:

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Início rápido GIS

• Comece com uma saudação. Apresente a si mesmo e a igreja.• Ore (ou peça a alguém para orar).• Convide os presentes a dizerem seus nomes e a cumprimentarem uns aos

outros. Os crentes devem acolher os visitantes com gentileza.• Cante uma ou duas músicas (hinos ou cânticos).

Explicação sobre o GIS. Leia e explique as seguintes parte deste Guia:

• O conceito de grupo da igreja simples, seção 1.1.• Quantas pessoas participam dos grupos, subseções 1.1.2 e 1.1.3.• A missão do GIS e o seu foco na glória de Deus, seção 2.1 e subseção 2.1.1.• Quais são as atribuições dos GIS, seção 2.3.• Os princípios de convivência dos GIS, seção 2.4.• Reforce que o grupo realiza, intercaladamente, reuniões para reflexão

(estudo da Palavra) e iniciativa cristã (ação), seção 3.2.

Conclusão do primeiro encontro:

• Convide para a próxima reunião, reforçando o dia, local e horário.• Agradeça a presença de todos e faça uma oração final.• Se houver lanche, convite a todos para ficarem mais um pouco.

Finalize tudo em 90 minutos. Explique que este é o tempo de duração de cada reunião (as pessoas poderão ficar por mais tempo, mas aquelas que precisam dormir cedo estarão liberadas a partir das 21h30).

Anotações______________________________________________________________________________________

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7. Novas igrejas e multiplicação dos grupos

Os grupos e as novas igrejas. O princípio bíblico de fecundidade e multiplicação.

7.1. Os grupos e o início de novas igrejasAlém de se estabelecer em cada região da cidade, os GIS contribuem com o início de novas igrejas, em Rio Preto e cidades próximas.

Os GIS fornecem suporte a diversas atividades pertinentes ao início de uma nova igreja, tais como integrar e discipular pessoas. Sendo assim, um grupo deve ser iniciado desde o primeiro semestre de atividades de um ponto de pregação.

7.2. O princípio bíblico de fecundidade e multiplicaçãoA ordem divina na criação, “produza” (Gn 1.11, 24), evidencia que Deus cria vida produtiva. Sua bênção ao primeiro casal tem ligação com fecundidade e multipli-cação (Gn 1.22, 28).

Jesus também menciona o mesmo princípio. A semente do evangelho é fe-cundada e produz muito fruto na “boa terra” (Mc 4.8, 20). O ramo que, estando nele, não produz fruto, é cortado; e o que dá fruto é limpo para frutificar ainda mais (Jo 15.2). Em outro lugar, aludindo ao Israel estéril, Jesus amaldiçoa uma figueira infrutífera (Mt 21.18–20).

Os registros estatísticos em Atos revelam acréscimo, crescimento e multi-plicação (At 2.41, 47; 4.4; 6.7; 9.31; 12.24). Além disso, há ocasiões em que Deus produziu crescimento a partir de rupturas:

• A igreja foi forçada a espalhar-se por causa de perseguição; isso conduziu a uma nova experiência de expansão, ou seja, a divisão (forçada) dos cren-tes resultou em nova multiplicação (At 8.1–4).

• Paulo e Barnabé foram dirigidos pelo Espírito Santo a deixar o pastora-do da igreja de Antioquia, a fim de empreender uma viagem missionária (At 13.1–4).

Só para termos uma ideia da multiplicação que se seguiu ao desligamento de Paulo e Barnabé do pastoreio de Antioquia, entendamos que a narrativa desta primeira viagem cobre o período de 46 a 48 d.C.25 Considerando apenas Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, e reconhecendo que há espaço para a inclusão de outras localidades (Derbe, por exemplo), pode ser afirmado que, em dois anos, foram organizadas — com presbíteros eleitos — três igrejas.

Não é sem razão que Paulo descreve a igreja como um corpo que “segue a verdade em amor” e trabalha unido (os temas de nossos acampamentos em 2014 e 2015), efetuando “o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15–16).

Os GIS aplicam este princípio de fecundidade e multiplicação. A reprodução de grupos é reconhecida como boa e desejável. Eles glorificam a Deus e cumprem a missão espalhando agências de obediência às ordenanças divinas. O alvo dos GIS é estabelecer pelo menos um grupo em cada região de São José do Rio Preto.

25 DOWLEY, Tim. (Ed.). Atlas Vida Nova da Bíblia e da História do Cristianismo. 1. ed. reimp. 1998. São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 68. ALLEN, Roland. Missionary Methods: St. Paul’s or Ours? Grand Rapids, Michigan: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 2001, p. 3, entende que a primeira viagem foi iniciada em 47 d.C.

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Início rápido GIS

É vital que cada grupo persiga o alvo de multiplicação. Na prática, isso quer dizer que cada GIS ora e trabalha para gerar um novo GIS a cada 36 meses.

Anotações______________________________________________________________________________________

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8. A liderança dos grupos

A estrutura de liderança dos grupos. A coordenação dos grupos da igreja simples. O líder de grupo. O líder-auxiliar e os líderes em potencial.

A multiplicação de líderes dos grupos. O (a) secretário (a) do GIS.

A chave para o desenvolvimento saudável dos grupos é a resposta de cada um ao seu governo. Todo grupo possui um líder e caminha para a formação de uma liderança compartilhada.

8.1. A estrutura de liderança dos gruposA liderança dos grupos é supervisionada pelo Conselho e implementada pelos pastores, coordenador (a), líder de grupo, líder-auxiliar, líder potencial e secre-tário (a) (figura 7).

Conselho (governo da igreja)

Pastor efetivo (gestão e doutrinação)

Pastores-auxiliares (auxílio ao pastor efetivo)

Coordenador (a) (supervisão geral dos grupos)

Líder (quem conduz o grupo semanalmente)

Líder-auxiliar (quem auxilia ao líder)

Líder potencial (em treinamento)

Secretário (a) (organização geral)

Figura 7. A liderança dos GIS.

A gestão e doutrinação dos grupos cabe aos presbíteros docentes (pastores). O (a) coordenador (a) e líderes conduzem sob supervisão. Eles pastoreiam sendo pastoreados. Trabalham dentro dos limites acordados com os pastores e não car-regam seus fardos sozinhos, mas os compartilham e são ajudados.

Os pastores visitam os grupos regularmente e se reúnem com o (a) coorde-nador (a) e com os líderes sempre que necessário (um líder de grupo pode solicitar suporte pastoral em qualquer ocasião). Além disso, reuniões gerais, com todos os coordenadores e líderes, são realizadas nas ocasiões mencionadas na seção 4.1.

8.2. O (a) coordenador (a) dos gruposA cada ano, o pastor efetivo encaminha ao Conselho uma recomendação de no-meação de coordenador (a). O número de coordenadores varia de acordo com a demanda do trabalho.

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Início rápido GIS

O (a) coordenador (a) assume as seguintes atribuições:• Amar ao Senhor e segui-lo em obediência. Zelar por sua própria integri-

dade e buscar apoio dos pastores e presbíteros da igreja em suas lutas e tribulações.

• Orar diariamente pela igreja e pelos GIS.• Abraçar sinceramente a doutrina, liturgia e sistema de governo contidos

na Sagrada Escritura, conforme interpretação e ensino da Igreja Presbite-riana do Brasil, devidamente documentados na Confissão de Fé, no Breve Catecismo, no Catecismo Maior de Westminster e no Manual Presbiteriano.

• Conduzir os grupos de acordo com as orientações dos pastores.• Planejar, tomar iniciativas e executar medidas para o bom andamento

dos grupos.• Divulgar a visão e atividades dos GIS, motivando a igreja a participar.• Visitar periodicamente os grupos sob seus cuidados, verificando se as

reuniões estão sendo conduzidas de acordo com este Guia.• Motivar e administrar o início de novos grupos.• Verificar se a página dos GIS, no site da igreja, está atualizada e funcio-

nando devidamente. Propor mudanças para melhoria do site.• Reunir-se com os pastores e acompanhar o modo como os grupos estão

utilizando o material estabelecido.• Caminhar com os líderes, motivando-os.• Resolver os problemas apresentados. Levar as questões que julgar perti-

nentes ao conhecimento do pastor efetivo.• Agendar e dirigir reuniões administrativas, sempre que necessário.• Convidar pessoas para os treinamentos com os pastores da igreja.• Encaminhar aos pastores os nomes das pessoas que estão prontas

para liderar.• Escrever e enviar um relatório semestral ao Conselho, nas primeiras

semanas de julho e dezembro.

8.3. O líder de grupoOs GIS podem ser liderados por cristãos ensináveis, capacitados pelo Espírito Santo e movidos por amor a Deus e ao próximo.

8.3.1. Quem lidera as reuniõesOs GIS podem ser liderados:• Por presbíteros (ativos e em disponibilidade) e diáconos.• Por irmãos ou irmãs cujo conhecimento doutrinário, maturidade e teste-

munho sejam conhecidos e aprovados pelo Conselho.

8.3.2. O perfil do líder de grupoO Senhor habilita os indivíduos conscientes de sua incapacidade, mas dis-

postos a servir. Um bom líder se esforça para aprimorar-se e servir melhor. Ele anda com Deus, em busca de santidade e habilidades.

É importante que o líder participe da vida dos grupos, conheça e aplique este Guia e seja testado no trabalho.

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8 A liderança dos grupos

Eis o perfil de um líder bíblico:• Compromisso absoluto com a glória de Deus (Jo 5.41–44; 1Co 10.31;

2Co 5.9–10). Motivação na realização da vontade de Deus e não em objetivos egoístas (Mt 26.39; 1Co 4.2; 2Co 4.2).

• Caráter santo, ao invés de um comportamento condicionado pelas circunstâncias (1Pe 5.1–4; 2Pe 1.3–11).

• Humildade para ser conduzido e ensinado (Mt 11.29; Fp 2.1–11; 4.9).• Alegria e fé, a capacidade de lidar com frustrações e de estimular as

pessoas a amar ao Senhor e a igreja (Fp 3.1; 4.8, 11–13).• Lealdade que se manifesta em fala compassiva, que une e motiva

(Ef 4.29—5.2; Fp 2.14–16; Tg 3.13–18; 4.11–12).• Responsabilidade (Mt 5.37).• Assiduidade e pontualidade (Mt 25.1–13; 1Tm 3.2).• Amor, interesse genuíno pelas pessoas (1Jo 3.11–18; 4.7–8).

8.3.3. Os pré-requisitos para a liderançaUm líder deve atender aos seguintes pré-requisitos:• No mínimo um ano de frequência à igreja; ser membro há pelo menos seis

meses (excetuando-se pastores ou evangelistas recém-designados).• Indicação por um membro da igreja, coordenador (a), oficiais ou pastores.• Desejo expresso de servir como líder de GIS.• Saber trabalhar em equipe (liderar e ser liderado; saber ouvir).• Ser testado e aprovado por seu líder e líder-auxiliar, por período nunca

inferior a seis meses, na condição de líder potencial de grupo.• Participar dos treinamentos para líderes.• Ser aprovado pelo (a) coordenador (a) e Conselho.

8.3.4. Atribuições do líder de grupoConfiramos a lista de atribuições do líder:• Amar ao Senhor e segui-lo em obediência. Zelar por sua própria

integridade e buscar apoio dos coordenadores, pastores e presbíteros da igreja em suas lutas e tribulações.

• Orar diariamente pela igreja e por seu grupo.• Abraçar sinceramente a doutrina, liturgia e sistema de governo contidos

na Sagrada Escritura, conforme interpretação e ensino da Igreja Presbiteriana do Brasil, devidamente documentados na Confissão de Fé, no Breve Catecismo, no Catecismo Maior de Westminster e no Manual Presbiteriano.

• Conduzir o grupo de acordo com este Guia e as orientações da Coordenação e dos pastores.

• Supervisionar o trabalho do líder-auxiliar.• Supervisionar o trabalho do (a) secretário (a).• Separar, a cada trimestre, novas pessoas para serem treinadas para a

liderança.• Apoiar e capacitar o líder-auxiliar e os líderes potenciais, para que estes

assumam a liderança de um novo grupo.

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Início rápido GIS

• Organizar as atividades de iniciativa cristã (ação).• Liderar a oração do grupo.• Participar das reuniões e atividades convocadas pelos coordenadores.• Orar e trabalhar para que a visão da igreja seja consolidada no grupo,

nos parâmetros de uma igreja viva, simples e unida em Cristo.

8.4. O líder-auxiliar e os líderes em potencialO líder-auxiliar alterna a condução com o líder principal. Em cada etapa de seu envolvimento, ele está sendo treinado para assumir uma nova liderança.

8.4.1. Atribuições do líder-auxiliar• Amar ao Senhor e segui-lo em obediência. Zelar por sua própria integri-

dade e buscar apoio de seu líder, dos coordenadores, pastores e presbíte-ros da igreja em suas lutas e tribulações.

• Orar diariamente pela igreja e por seu grupo.• Abraçar sinceramente a doutrina, liturgia e sistema de governo contidos

na Sagrada Escritura, conforme interpretação e ensino da Igreja Presbite-riana do Brasil, devidamente documentados na Confissão de Fé, no Breve Catecismo, no Catecismo Maior de Westminster e no Manual Presbiteriano.

• Conduzir o grupo de acordo com este Guia e as orientações da Coordena-ção, dos pastores e de seu líder de grupo.

• Ajudar o líder na supervisão do trabalho do (a) secretário (a).• Ajudar o líder a separar, a cada trimestre, novas pessoas para serem trei-

nadas para a liderança.• Ajudar o líder a apoiar e capacitar os líderes potenciais.• Alternar a condução das reuniões com seu líder.• Participar das reuniões de coordenação dos grupos.• Participar das reuniões e atividades convocadas pelo (a) coordenador (a).• Orar e trabalhar para que a visão da igreja seja consolidada no grupo, nos

parâmetros de uma igreja viva, simples e unida em Cristo.

8.4.2. Os líderes em potencialQualquer integrante do grupo que se encaixe no perfil e pré-requisitos das

subseções 8.3.2 e 8.3.3 pode ser destacado como um líder em potencial. Pelo menos uma vez a cada trimestre, o líder e líder-auxiliar selecionam uma ou duas pessoas para serem treinadas como líderes em potencial.

8.5. A multiplicação de líderes dos gruposPaulo admoesta Timóteo a capacitar novos líderes (2Tm 2.2). Christian Schwarz nos informa que “os líderes de igrejas que crescem concentram seus esforços em capacitar outras pessoas para o ministério”.26 O treinamento de líderes é vital para o desenvolvimento dos GIS. O Espírito Santo chama e capacita os cristãos para liderar e estes multiplicam liderança passando adiante o ensino recebido.

Sendo assim, duas ações são fundamentais:1. A igreja ora para Deus levantar “obreiros” (Mt 9.37–38).

26 SCHWARZ, Christian. O Desenvolvimento Natural da Igreja: Guia Prático Para as Oito Marcas de Qualidade Essenciais das Igrejas Saudáveis. 3. ed. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2010, p. 24.

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8 A liderança dos grupos

2. Os líderes e líderes-auxiliares levam a sério sua responsabilidade de sepa-rar, a cada trimestre, uma ou mais pessoas para serem treinadas.

8.5.1. Líderes treinando líderesOs pastores, presbíteros regentes, coordenador (a) e voluntários capacitados

realizarão três treinamentos por ano.Todo líder ou candidato a líder deve possuir sua cópia deste Guia. Em cada trei-

namento, devem ser encomendadas cópias deste material, na Secretaria da igreja.

8.5.2. Alternância e avaliações de liderançaA condução das reuniões é alternada entre o líder, líder-auxiliar e líder potencial.O líder sempre fornece um retorno, ao líder-auxiliar, de seus pontos fortes e

fracos, ajudando-o a aperfeiçoar seu trabalho. O líder e o líder-auxiliar ajudam o líder em potencial a conhecer seus pontos fortes e fracos, ajudando-o também a melhorar.

8.5.3. Verificação dos frutos de liderançaOs líderes-auxiliares são colocados em situações reais de gerência, evangeli-

zação, discipulado e cuidado de pessoas. Somente depois da demonstração práti-ca de serviço é que um líder-auxiliar está pronto a ser nomeado líder (1Tm 3.10).

8.6. O (a) secretário (a) do GISÉ a partir dos dados fornecidos pelos (as) secretários (as) que os coordenadores e pastores agem para consolidar a expansão dos grupos.

Atribuições do (a) secretário (a) do grupo de igreja simples:• Organizar e manter atualizada uma lista dos integrantes do GIS.• Zelar para enviar a lista de presença à Secretaria da igreja, até o dia 05 de

cada mês.• Registrar os dados dos visitantes.• Ajudar os líderes na organização das reuniões e atividades gerais do GIS.

Anotações______________________________________________________________________________________

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9. Algumas falhas e a correção dos grupos

Indisposição e murmuração. Falhas de liderança. Falhas dos participantes. Correção dos GIS.

GIS que não se desenvolvem estão doentes e podem até mesmo morrer. Deve-se procurar a razão do bloqueio de seu desenvolvimento, para que as devidas corre-ções sejam efetuadas rapidamente.

A maioria dos problemas pode ser resolvida. Eles tem a ver com posturas, atitudes, hábitos e comportamentos dos líderes ou integrantes dos grupos.

Dê uma boa olhada na lista abaixo e reflita sobre sua própria vida. Analise o seu “jeito de ser” e peça ao Espírito Santo que o transforme em um cristão conforme o coração de Deus. Ore para que Cristo atue poderosamente e seu GIS caminhe de acordo com os propósitos divinos. Por graça, o Senhor nos aperfeiçoa para o seu serviço.

Antes de tratar de falhas específicas de liderança ou dos membros dos GIS, pensemos juntos sobre dois problemas: Indisposição e murmuração.

9.1. Indisposição e murmuraçãoA indisposição e a murmuração provocaram a morte de toda uma geração de is-raelitas no deserto (Nm 13.1—14.45).

É legítimo questionar uma orientação com a finalidade de compreendê-la. As discordâncias devem ser compartilhadas diretamente com as pessoas envol-vidas com amor, humildade e respeito, sob a direção bendita do Espírito Santo. Observe-se, no entanto, que qualquer decisão proferida pelo Conselho, depois de analisada e constatada sua biblicidade, deve ser obedecida. Graciosamente, o Senhor conduz seus filhos a uma doce vivência de submissão mútua e obediência aos líderes da igreja (Gl 5.13-15; Ef 4.1-3, 5.15-21; Fp 1.27; Hb 13.17; Jd 8-11). O discípulo analisa seu coração e pede a Deus que lhe conceda boas palavras que procedem de um coração contente, espírito voluntário e ânimo fervoroso (Sl 19.14, 51.12 e 100.2; Rm 12.10-12).

9.2. Falhas de liderançaO líder é o responsável principal pelo GIS. Não existe liderança perfeita; os líde-res precisam constantemente pedir perdão e graça a Deus e aos seus liderados, avaliando e reformando frequentemente seus serviços. Líderes cometem erros dos mais variados tipos e têm de aprender com eles. Algumas falhas, porém, são muito prejudiciais se não forem corrigidas a tempo. Abaixo segue uma relação dos erros que devem ser evitados.

9.2.1. IsolamentoOs GIS funcionam com base na interdependência. Eles não se desenvolvem

quando seus líderes trabalham de forma isolada. Aceitar a liderança de um GIS implica em concordar em trabalhar segundo as regras definidas neste Guia, fa-zendo parte de um “todo” que se desdobra para o alcance de uma visão comum. Partes do corpo que insistem em se isolar definham e morrem.

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9 Algumas falhas e a correção dos grupos

9.2.2. Desconsideração da visão da igreja e dos gruposDepois de ser verdadeiramente convertido e caminhar devocionalmente com

o Senhor, a maior responsabilidade do líder de grupo é conhecer, abraçar e divul-gar a visão da igreja e dos grupos (cf. cap. 1 e 2 deste Guia). Esta visão define um modo de funcionamento orgânico que deve ser aplicado com diligência.

GIS cujos integrantes não conhecem ou desconsideram tais orientações, e cujo funcionamento destoa das diretrizes dos pastores, sinalizam líderes que desconhecem, ignoram ou trabalham contra as orientações recebidas. Se o GIS não for lembrado periodicamente dos princípios dos cap. 1 e 2 deste Guia, serão perdidas a motivação e o foco das reuniões. O líder precisa repassar regularmen-te os conteúdos deste Guia a seus liderados.

9.2.3. O perigo da mediocridadeA igreja funciona com base no serviço voluntário. Como seus membros são

normalmente ocupados, lidando com inúmeras pressões de produtividade em seus empregos e ambientes de estudo (horários a cumprir, prazos para entrega de serviços, supervisores, gerentes e diretores cobrando resultados etc), há o perigo do serviço na igreja ser nivelado na média: As coisas são feitas sem preocupação com a qualidade.

Nesse caso, o líder pode aceitar a mediocridade com roupagem devocional. Ele pode passar a pensar que as coisas de Deus “não podem” produzir estresse. Ele pode considerar “desnecessárias” tudo que envolva sistematização e organi-zação. O resultado disso é desastroso, pois o desenvolvimento da igreja é defi-nido em termos de ajuste, sincronismo de ações e serviço ordenado (Ef 4.15-16). Igrejas saudáveis buscam servir com excelência.

9.2.4. IrresponsabilidadeO líder demonstra irresponsabilidade quando seu GIS apresenta os se-

guintes sinais:• Horários descumpridos. Reuniões que começam ou terminam fora do

horário. Sempre que for possível, horários devem ser cumpridos à risca.• Despreocupação com novas lideranças. Se o líder não treinar novos

líderes, o grupo jamais poderá se multiplicar e não haverá ninguém para substituir o líder em caso de enfermidade, viagens etc.

• Ausência às reuniões de coordenação. A presença dos líderes nos encontros de coordenação não é opcional. Quando um líder falta a uma reunião sem justificativa ele está comunicando, indiretamente, que não se preocupa com as diretrizes do trabalho. Líderes ausentes das reuniões de coordenação produzem grupos desordenados.

• Desobediência às das orientações recebidas nas supervisões e co-ordenações. Os parâmetros de trabalho devem ser seguidos. Qualquer discordância dos mesmos, ou sugestões para ações diferenciadas, devem ser comentadas e estabelecidas nas próprias reuniões de supervisão ou coordenação. Líderes que concordam, aparentemente, com formas de procedimento, e na prática agem contrariamente ao que foi combinado devem mudar de procedimento ou ser destituídos da liderança. A vida orgânica exige que cada parte do corpo funcione de maneira coerente com sua posição ou responsabilidade.

32

Início rápido GIS

• Desleixo com listas de presença e outros relatórios. Líderes irrespon-sáveis não se importam com relatórios, deixando o Conselho da igreja sem informações confiáveis e impossibilitado de tomar decisões impor-tantes para o gerenciamento do trabalho. Estratégias cruciais deixam de ser implementadas, tempo valioso é perdido e ocorre desmotivação dos líderes pontuais.

9.2.5. Má condução das reuniõesUma reunião é mal conduzida quando se constata o seguinte:• Desorganização. O local ou materiais necessários à reunião não são

preparados com antecedência.• Despreparo. O líder improvisa na condução da reunião. Os líderes de-

vem ser zelosos no planejamento das reuniões do GIS.• Insegurança. Grupos sofrem com líderes fracos, que não conseguem

conduzir. Algumas situações exigem posicionamento firme e convicto. Líderes devem liderar e não deixar as coisas correrem frouxamente. Com muito amor, gentileza, humildade e abertura aos irmãos, o líder deve conduzir o seu grupo com segurança.

• Dispersão. Muitas vezes decorrente do despreparo citado acima, a dis-persão ocorre quando o líder se perde tratando de assuntos irrelevantes. As reuniões devem ter sequência, seguindo a pauta orientada por este Guia ou nas supervisões e coordenações.

• Reuniões maçantes. Ninguém gosta de coisas enfadonhas e sem graça. Bons líderes entusiasmam e não estimulam bocejos. É preciso orar para que o Espírito Santo gere despertamento e interesse, bem como ser cria-tivo, desenvolvendo formas agradáveis de conduzir as reuniões.

9.2.6. Desordem interiorA vida interior fica desorganizada quando ocorrem dois problemas, pecado e

esgotamento.O pecado na vida do líderEsse é o problema mais sério que pode ocorrer com um líder de grupo: Du-

plicidade com Deus e com a igreja, quando a vida espiritual do líder está corroída pelo pecado, ou quando há dificuldades de relacionamento entre o líder e um ou mais dos seus liderados. No Antigo Testamento, lê-se que somente depois de sa-crificar para si, é que o sacerdote podia sacrificar pelo povo (Lv 9.7). Ao escrever ao seu conservo e amigo Timóteo, Paulo o exortar a ter “cuidado de si mesmo e da doutrina”, para que, procedendo assim, salve a si mesmo e seja usado por Deus para salvar a outros (1Tm 4.16).

O líder só pode passar aos liderados aquilo que ele possui. Se ele não tem vida espiritual autêntica, não tem nada a compartilhar. Será um mero autômato repetindo ensinos mortos a um grupo de famintos espirituais. O líder que vive em pecado deve buscar arrependimento e restauração urgentemente, sob pena de arruinar-se e ainda levar muitos com ele.

Líderes esgotadosOutra dificuldade: Líderes desgastados — servos de Deus que estão cansados

física, mental, emocional e espiritualmente. Nessa situação não existe pecado especificamente, mas uma necessidade de recarregar as baterias para a retomada

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9 Algumas falhas e a correção dos grupos

das atividades. O supervisor ou pastor deve ser notificado imediatamente, para ver se há necessidade de substituir temporariamente o líder cansado, providen-ciando a provisão espiritual imediata. Em um GIS no qual sejam treinados líderes de acordo com as instruções acima, sempre haverá pessoas para a substituição de um líder que precisa de restauração de forças.

9.3. Falhas dos participantesAlguns grupos podem ter seu crescimento prejudicado por atitudes e posturas de seus integrantes.

9.3.1. Orgulho e indiferençaOs visitantes devem sentir pleno acolhimento no GIS. Nenhuma pessoa pode

ser deixada de lado, ou no canto, sem que se estabeleça com ela uma comunica-ção significativa. Ninguém pode ser desrespeitado ou zombado. Toda e qualquer atitude nesse sentido deve ser corrigida pelo líder, bíblica e energicamente.

Algo está errado quando num GIS somente algumas pessoas se entrosam. O grupo precisa ser orientado sobre isso, o mais rapidamente possível.

9.3.2. Oposição às orientaçõesÉ possível ainda que o GIS não concorde com as orientações da igreja ou com

a própria orientação deste Guia. Essa é uma situação-limite, que exigirá a inter-venção amorosa, paciente e firme dos pastores.

9.3.3. Falsos crentesHá pessoas que se identificam como cristãs, mas interagem nos GIS com o

intuito único de atrapalhar. São mensageiras de Satanás, enviadas para causar prejuízo à obra de Deus. São contaminadas pela síndrome de Sambalate, Tobias e Gesém, opositores de Neemias, que tentaram a todo custo desacreditar o projeto de Deus (Ne 4 e 6). Tais pessoas devem ser confrontadas com vistas à conversão e arrependimento. Caso não mudem de posição, devem ser excluídas do grupo ou, sendo membros da igreja e dados os passos bíblicos e do Código de Disciplina da IPB, devem ser excluídas da lista de membros da IPB Rio Preto.

9.4. Correção de GISComo afirmamos no início, tanto a participação, quanto a criação de grupos é voluntária. Ao assumir-se como GIS, o grupo concorda com os termos deste Guia. Participantes que discordem ou deixem de implementar este Guia devem ser afastados dos grupos. Grupos que discordem ou deixem de implementar este Guia serão desfeitos.

Os pastores da igreja são os responsáveis para, junto do (a) coordenador (a), avaliar a saúde e bom andamento, bem como encaminhar providências para re-gular e corrigir cada Grupo da Igreja Simples.

Entendemos que Deus pode bloquear o desenvolvimento de um GIL por di-versas razões. Pode ocorrer disciplina por pecados acobertados, ou talvez Deus esteja abrindo uma oportunidade para que o GIL o busque mais intensamente, suplicando por revitalização e novos frutos. Se verificamos todas as possíveis fa-lhas humanas, citadas acima, buscando corrigi-las, nos esforçando ao máximo, e mesmo assim o trabalho prossegue sem progredir, é hora de ouvirmos ao Senhor, entendendo que o Espírito Santo é quem guia a nossa caminhada (At 13.1-2;

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Início rápido GIS

16.6-10). Isso é assim para que a glória das realizações seja exclusivamente de Deus (Sl 115.1; 1Co 3.6; Rm 11.36).

Anotações______________________________________________________________________________________

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Considerações finais

Os GIS apresentam um desafio bíblico e repleto de boas possibilidades. Ao deci-dir trabalhar com grupos da igreja simples, abrimos um espaço para a prática de nossa declaração de visão.

Espera-se que compreendamos, assumamos e propaguemos os grupos, cami-nhando como igreja viva e simples; simplesmente unidos no evangelho.

É possível obedecer às ordenanças bíblicas, vendo pessoas e culturas trans-formadas pela graça e para glória de Deus. É possível enxergar nossa declaração de visão não apenas no papel, mas no cotidiano da igreja. É possível aumentar o número de membros e plantar sementes eternas, que produzirão frutos doces e abundantes no reino. Deus está nos dando uma oportunidade. Sirvamos a Deus com alegria!

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