grupo g - inês, sara, joana - trabalho de psicologia_atração e agressão dividido

21
c Agrupamento de Escolas de Romeu Correia Escola Secundária C/ 3º Ciclo de Romeu Correia 2014/2015 Trabalho realizado por: Inês Caldeira, nº11 12ºA4 Joana Vital, nº13 12ºA4 Sara Teixeira, nº30 12ºB1 Indivíduos e Grupos Relações interpessoais 23 de Fevereiro de 2015 Disciplina: Psicologia B Professor: Francisco Gonçalves

Upload: sara-teixeira

Post on 20-Feb-2016

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

cAgrupamento de Escolas de Romeu Correia

Escola Secundária C/ 3º Ciclo de Romeu Correia

Trabalho realizado por:Inês Caldeira, nº11 12ºA4Joana Vital, nº13 12ºA4Sara Teixeira, nº30 12ºB1

2014/2015

Indivíduos e GruposRelações interpessoais

23 de Fevereiro de 2015

Disciplina: Psicologia B

Professor: Francisco Gonçalves

Page 2: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

Índice1. Introdução 3

2. Relações interpessoais:

2.1. O que são? 4

2.2. Que tipos de relações estabelecemos com os outros? 4

3. Nós e os outros:

3.1. Atração 7

3.1.2. Fatores que nos atraem uns aos outros 7

3.2. Agressão 8

3.2.1. Diferentes conceções sobre a agressividade 9

3.2.2. Fatores que promovem a agressividade 10

3.2.3. Método para controlar a agressividade 11

4. Atração e agressividade ao longo da vida: Análise de inquéritos 12

5. Conclusão 14

6. Bibliografia/Webgrafia 15

Psicologia B 2

Page 3: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

1. Introdução

No âmbito da disciplina de Psicologia B, foi solicitado aos alunos que realizassem um trabalho de grupo com o tema “Indivíduos e Grupos”, de forma a perceberem o que são as relações interpessoais, ou seja, como as pessoas se relacionam entre si nos vários contextos em que estão inseridas, os tipos de relações que as podem ligar, percebendo, no fundo, como funciona uma sociedade/comunidade.

Dentro deste grande tema foi-nos proposto que estudássemos as diferentes relações de atração e agressão. O que nos leva a sentir atração pelo outro? O que nos faz querer agredir o outro? O que está na origem dos dois conceitos? Entre outras questões.

Deste modo, realizámos diversas pesquisas que abordassem estes temas, e, posteriormente, foram elaborados e aplicados inquéritos a vários indivíduos de diferentes faixas etárias, de forma a tentar perceber o que cada sujeito, em cada fase da sua vida, procura e sente em relação ao outro.

Psicologia B 3

Page 4: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

2. Relações Interpessoais2.1. O que são?

Uma relação interpessoal é uma relação que implica, pelo menos duas pessoas, e que pode acontecer em variados contextos: familiar, escolar, de trabalho ou de comunidade. Devido à complexidade do ser humano, estas ligações/relações tornam-se também elas muito complexas, o que fez com que os ramos da psicologia e sociologia as analisassem e estudassem, chegando à conclusão de que implicam um conjunto de normas comportamentais que orienta as interações entre membros de uma sociedade, que podem originar vários sentimentos distintos. O conceito de relação social, da área da sociologia, foi estudado e desenvolvido por Max Weber.

Mas, antes de tentarmos perceber e estudar as relações interpessoais, temos de entender as relações intrapessoais uma vez que, apesar de ser um conceito completamente distinto, influencia em todos os aspetos o primeiro tipo de ligação mencionado.

Uma relação intrapessoal é a forma como o sujeito se vê a si próprio, se aceita como é, e é a forma como lida com os seus sentimentos e emoções. Perceber esta relação que a pessoa tem consigo própria é de extrema importância para se perceber a forma como reage a situações do quotidiano e a forma como trata os outros. Por exemplo, uma pessoa que se sente mal na “sua própria pele”, tem tendência a ser desagradável com os que a rodeiam, uma vez que terá medo de ser julgada. Para além disto, é necessário no dia-a-dia que o sujeito tenha uma relação intrapessoal saudável, para poder praticar, por exemplo, a autoafirmação, a automotivação, o autodomínio e o autoconhecimento, indispensáveis para uma vida em sociedade.

2.2. Que tipos de relação podemos estabelecer com os outros?

Como já vimos, a interação com o outro pode acontecer em diversos contextos e grupos sociais, dependendo de cada pessoa, o que consciente e inconscientemente nos obriga a comportar de formas diferentes, devido à diversidade de personalidades com que contactamos. Tendo em conta os sentimentos que resultam destas interações, podemos estabelecer diferentes relações e sentimentos, por vezes contraditórios.

Uma vez que seria impossível abordar todos os tipos de relações existentes numa sociedade, foram escolhidos os cinco considerados mais importantes, dado que são os mais comuns e que desempenham um papel mais relevante na vida de cada um. Eles são:

Amizade/Amor

Ódio/Animosidade

Na escola/local de trabalho

Psicologia B 4

Page 5: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

Entre colegas (alunos)

Entre professor/funcionários e alunos

Em contexto familiar

Entre os vários membros da família/ Conflito de gerações

Amizade/Amor

No nosso dia-a-dia, conhecemos várias pessoas que nos fazem gostar delas, através das suas características específicas, criando um sentimento de empatia, que se pode desenvolver em amor ou amizade.

A Amizade é a relação mais comum na vida humana, e consiste numa relação afetiva sem características romântico-sexuais. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição.

A origem da amizade está no instinto de sobrevivência da espécie, de proteger e ser protegido pelo outro. Estas relações implicam lealdade e um sentimento de altruísmo e entreajuda. Quando a amizade entre duas pessoas se desenvolve a um ponto de intimidade muito elevado, é comum aparecer o conceito de “melhor amigo/a”, que pode chegar ao termo “irmão”, pois assim os dois amigos se consideram, devido à confiança e lealdade depositadas na outra pessoa.

Apesar de, na sua origem, a amizade não requerer qualquer tipo de interesse romântico-sexual, é comum que se possa desenvolver, através de aspetos como a atracão física e de vínculos emocionais muito fortes, criando relações que, em princípio, serão as “mais saudáveis”, uma vez que uma das componentes necessárias a uma relação amorosa satisfatória seja que existia, antes de qualquer atracão ou “apetite sexual”, uma amizade entre os dois membros da relação. Existem vários conceitos que estão associados ao amor, e que descrevem várias teorias sobre o mesmo.

Segundo Sternberg existem três componentes no amor, que são a intimidade, a paixão e o compromisso, que se completam de forma a existir um amor consumado.

Ódio/Animosidade

Tal como no nosso quotidiano lidamos com pessoas que nos suscitam sentimentos de empatia, também podemos ter de encarar pessoas que nos provocam o efeito contrário, causando sentimentos de antipatia ou até raiva ou ódio. Estas situações tanto podem ser pontuais como animosidades mais prolongadas e que estão ligadas a incompatibilidade de personalidades.

Este segundo caso representa os casos mais graves, pois não são situações de stress que se conseguem resolver rapidamente, sendo facilmente esquecidas, mas sim complicações que podem derivar de alguma situação de conflito grave entre duas pessoas que depois

Psicologia B 5

Page 6: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

influencia de forma negativa toda a sua relação posterior, ou então apenas uma perceção negativa “à primeira vista”. Nestes casos específicos, não existe qualquer tipo de “ponto de rutura” na relação dos dois indivíduos, são apenas as suas formas de ser ou a perceção que têm um do outro que é negativa, podendo esta perceção estar certa ou errada, daí não devermos dar demasiada importância a essa ideia pré-formulada, pois geralmente está ligada a estereótipos, que podem levar a situações de preconceito desmesuradas.

Na escola

- Entre colegas

Durante a infância e adolescência, grande parte do dia é passada na escola, sendo, por isso, de extrema importância que a criança/jovem se sinta confortável e que mantenha uma relação saudável com os colegas, nomeadamente com os da turma, com quem passa quase todo o tempo, e com quem partilha as aulas. Assim, se o aluno não se sentir bem junto dos colegas, vai ser mais difícil explorar as suas capacidades e, consequentemente, de ter um bom aproveitamento académico.

A escola é também a preparação para o mundo do trabalho, daí o aumento, ao longo dos anos, da realização de trabalhos de grupo, o que visa promover o espírito de grupo, partilha de ideias e entreajuda que é bastante importante para o mercado profissional hoje em dia.

- Entre Professor/Funcionário e alunos

A relação estabelecida entre um professor ou um funcionário e um aluno prepara o último para a relação que mais tarde terão com um superior. Isto porque o que é exigido pelos dois lados é muito semelhante: da parte do professor, que respeite os seus alunos, os saiba ouvir e tente ajudá-los a realizar os trabalhos pedidos da melhor. Da parte dos alunos, é necessário que respeitem e reconheçam a hierarquia, trabalhem arduamente, tentando sempre ser o melhor que lhes é possível.

Em contexto familiar

- Relações entre os vários membros da família/Conflito de gerações

Apesar de os laços que unem os membros de uma família serem os mesmos, a forma como tratamos cada um não deve, em circunstância alguma, ser a mesma, uma vez que continuam a ser pessoas individuais, e, por isso, a precisar de tratamentos diferentes. Esta diferenciação deve-se, entre outros aspetos, às idades e experiências vividas serem distintas, pois a forma como devemos falar com a nossa avó será mais cuidada, em princípio, do que com a nossa prima, que terá uma idade próxima da nossa.

É comum existirem também mais conflitos com os membros da família que nos são mais próximos e têm o poder de nos dar ordens, como os pais, pois muitas das vezes não partilhamos das suas opiniões e formas de ver o mundo, o que pode provocar o chamado conflito de gerações. Em relação aos conflitos entre pais e filhos, acontece principalmente na adolescência, na fase de transição em que o jovem já começa a pensar por si e a

Psicologia B 6

Page 7: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

querer tomar decisões para a sua vida, e os pais continuam a ter poder para lhes condicionar a vida, e não os querem deixar crescer, continuando a achar que as opiniões dos filhos deviam ser iguais às suas como foram até então

3. Nós e os outros3.1. Atração

Ao longo da nossa vida, vamo-nos relacionando com diversos indivíduos, seja porque têm os mesmos gostos que nós, ou porque temos a mesma opinião em relação a determinado assunto. Estes aspetos em comum com a pessoa levam a que nos interessemos por ele e que o prefiramos relativamente a outras com as quais não nos identificamos. Sentimo-nos atraídos por essa pessoa.

Este tipo de atração designa-se por atração interpessoal, que é muito estudada a fim de compreender os grupos sociais, e define-se como sendo a avaliação afetiva e cognitiva que fazemos dos outros e que nos leva a procurar a sua companhia.

No entanto, nem todos os investigadores concordam com esta definição, pelo que, após estudos mais aprofundados relativos às emoções, veio a constatar-se o carácter afetivo da atração interpessoal. Isto significa que nos encontramos no domínio dos afetos.

3.1.2. Fatores que nos atraem uns aos outrosComo todos sabemos, a atração relaciona-se com cada um de nós e com a sua própria história mas, na verdade, existem fatores regulares que explicam porque é que nos sentimos atraídos uns aos outros. Enumeramos, em seguida, alguns desses mesmos fatores:

Proximidade: O facto de estarmos perto de alguém, propícia a atração entre os indivíduos. Na realidade, de acordo com vários estudos, temos maior probabilidade de simpatizar e estabelecer relações mais íntimas com pessoas com quem contactamos diariamente. Por outro lado, é importante referir que muitas vezes, podemos ter mais conflitos com estas pessoas por convivermos demasiado com elas.

Familiaridade: Está relacionada com a proximidade que temos com um determinado indivíduo. Ao convivermos regularmente com alguém, é mais provável que nos sintamos atraídos por essa pessoa e estabeleçamos uma relação.

Atração física: A aparência física é, de facto, um dos primeiros aspetos que temos em conta relativamente aos outros. Na realidade, vários estudos demonstram que a beleza física é muito importante na construção de relações interpessoais. As pessoas mais bonitas fisicamente causam melhores impressões e são mais populares. Por outro lado, as pessoas cuja aparência não é assim tão apelativa, tendem a ser desprezadas e não consegue relacionar-se tão facilmente com os outros.

Psicologia B 7

Page 8: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

Semelhanças interpessoais: Dizem respeito à própria relação. Geralmente, sentimo-nos atraídos por pessoas que têm as mesmas opiniões que nós, que se comportam da mesma forma ou que têm as mesmas preferências. Aproximamo-nos de acordo com a afinidade que temos para com os outros.

Complementaridade: Apesar do que foi referido anteriormente, ao longo do tempo as relações vão sendo aprofundadas e passamos a sentir-nos atraídos por indivíduos que nos complementam e que não tenham as mesmas características físicas e intelectuais que nós.

Qualidades positivas: Temos maior tendência a gostar de pessoas que têm características que apreciamos, do que de pessoas cujo caráter é desagradável para nós.

Reciprocidade: Apreciamos e gostamos mais das pessoas que gostam de nós e que nos dão valor e elogiam. Isto leva a que reajamos com mais afeto e calor para com essas pessoas, tornando-nos, por isso, mais simpáticas para com elas. O facto de nos apreciarem positivamente tem muito impacto na atração que os ouros exercem sobre nós. A reciprocidade promove o estabelecimento de fortes relações de confiança e leva ao melhoramento da autoestima do indivíduo apreciado.

A acrescentar a estes fatores, existem ainda alguns aspetos que devem estar presentes em qualquer tipo de relação e que se interligam entre si, promovendo o aumento da atração de uns indivíduos por outros. São eles:

Respeito: Valorização das aptidões, capacidades ou talentos do outro.

Aceitação: Aceitar a outra pessoa tal como ela é, compreender e mostrar-se disponível para o noutro.

Estima: Estimar, preservar, cuidar e simpatizar com o outro.

Gratidão: Estarmos agradecidos ao outro pelo bem que nos faz.

Assim, podemos concluir que ao sentirmo-nos atraídos por alguém, estão em jogo diversos fatores que nos levam a gostar e a preocuparmo-nos com essa pessoa, estabelecendo, assim, uma relação de atração interpessoal com esse mesmo indivíduo

3.2. AgressãoA agressão é um comportamento cujo único objetivo é magoar outras pessoas quer a nível físico, psicológico ou emocional. Assim, podemos distinguir três tipos de agressão, nomeadamente, agressão quanto à intenção do sujeito, quanto ao alvo e quanto à forma de expressão.

Agressão quanto à intenção do sujeito:

Agressão Hostil – é um tipo de agressão emocional e geralmente impulsiva que visa magoar o outro, mesmo que não haja benefício para o próprio. Por exemplo, um condutor não para na passadeira e o peão atira uma pedra contra o veículo, não

Psicologia B 8

Page 9: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

existindo benefício para o próprio na medida em que é considerado vandalismo atirar uma pedra,

Agressão Instrumental – é um tipo de agressão que visa atingir um objetivo, não sendo impulsiva, no entanto na maioria das vezes é uma agressão planeada ainda que a intenção não seja causar sofrimento ao outro, mas que seja apenas como um meio para atingir um fim. Por exemplo, uma criança que tenha em posse um brinquedo que tirou a outra, geralmente não tem a intenção de ferir essa mesma criança.

Agressão quanto ao alvo:

Agressão direta – Como o próprio nome indica, é um comportamento agressivo direcionado para o individuo ou objeto que o originou. Por exemplo, numa discussão quando uma das pessoas possa sentir que está a ser desrespeitada, pode partir para a agressão.

Agressão deslocada – É um comportamento agressivo direcionado para algo externo ao individuo ou objeto que o tenha originado. Por exemplo, uma criança que faça birra e seja repreendida/ castigada pelos pais, em seguida atire um brinquedo para o chão e o comece a pisar.

Autoagressão – É um comportamento agressivo direcionado para si próprio, tornando-o agressor e agredido. Por exemplo, um individuo que se corte, que sofra de bulimia, etc.

Agressão quanto à forma de expressão:

Agressão aberta – A agressão é explicita quer fisicamente quer psicologicamente. Por exemplo, espancamentos, humilhações.

Agressão dissimulada – A agressão é indireta, ou seja, não é explícita. Por exemplo, o agressor recorre à ironia, ao cinismo, ao sarcasmo com intenção de magoar.

Agressão inibida – A agressão não é para com o outro, mas contra si próprio, ou seja, o individuo é o agressor e o agredido. Por exemplo, sentimento de rancor.

3.2.1. Diferentes conceções sobre a origem da agressividadeAo longo do tempo, a origem da agressividade tem sido discutida tanto por civis como por especialistas. As questões que se colocam são: Qual a origem da agressividade? Será hereditário ou será a nossa observação das atitudes mais agressivas que nos da essa mesma aprendizagem? Existem diferentes conceções, nomeadamente a de Freud, Lorenz, Dollard e Bandura que têm tentado responder a estas perguntas.

A conceção de Freud

Psicologia B 9

Page 10: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

Freud, o fundador da Psicanalise, também estudou a agressividade como sendo parte do nosso organismo. Segundo o mesmo, existem dois tipos de pulsões: Eros, as pulsões da vida e Thánatos, as pulsões da morte.

As pulsões da vida abrangem o conjunto de pulsões sexuais e de autoconservação. As pulsões da morte são o oposto, ou seja, são o conjunto de pulsões autodestrutivas, portanto relacionadas com o próprio ser (interior). No entanto, sendo estas impulsionadas para o exterior seriam então consideradas pulsões de agressão.

Esta agressividade, quando impulsionada para o exterior, expressar-se-ia como destrutiva, o que implicaria que existissem atividades sociais onde se pudesse descarregar a carga energética acumulada.

Freud ainda explica que durante o desenvolvimento da sexualidade, no estádio anal, a criança também desenvolve uma componente agressiva, ainda que o objetivo não fosse o sofrimento de outros.

Assim, Freud concluiu que a agressividade teria uma origem biológica, sendo uma parte constitutiva do desenvolvimento do ser humano.

A conceção de Lorenz

Lorenz defendia que existia um “instinto de agressão”, um impulso.

Dentro de todas as espécies animais existem lutas que visam a sua organização. Estas lutas servem principalmente para a defesa de território, hierarquias, entre outros. Ou seja têm um objetivo, a preservação da espécie. Lorenz acreditava que há muito tempo atrás o Homem teve a necessidade de ter estes mesmos conflitos para a sua preservação, no entanto, esse comportamento mais agressivo não se enquadrava na sociedade atual.

Assim, Lorenz concluiu que a agressividade faz parte da Natureza Humana, pois o Homem não possuía mecanismos reguladores no controlo da agressividade, seria por tanto uma explicação para a guerra.

A conceção de Dollard

John Dollard e Neil Miller defendiam que tinha de existir frustração para haver agressividade. Assim os comportamentos agressivos serviriam para atingir aqueles objetivos que poderiam estar a ser impedidos ou de difícil acesso.

Muitas críticas foram realizadas contra esta teoria, pois nem todas as pessoas reagem as situações da mesma forma. Do mesmo modo que existem pessoas que não reagem de forma agressiva em situações de frustração, também existem outras que mesmo não estando frustradas, têm comportamentos agressivos.

A conceção de Bandura

Segundo Bandura a agressividade é um produto da aprendizagem, pois baseia-se na observação e imitação de comportamentos. Para o comprovar, realizou uma experiência em 1961, na qual tinham 32 rapazes e 32 raparigas entre os 3-6 anos divididos em três grupos. O 1º grupo estaria numa sala com um adulto que gritava, que batia com o martelo

Psicologia B 10

Page 11: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

e dava pontapés a um boneco insuflável, o 2º grupo estaria com um adulto que agia sem qualquer comportamento agressivo e o 3º grupo estaria sem qualquer adulto.

Rapidamente se notou que as crianças que faziam parte do 1º grupo imitavam exatamente o que tinham observado. Nos outros dois grupos as crianças não tiveram qualquer alteração no seu comportamento.

Concluiu-se assim que os comportamentos agressivos se aprendiam através de observação e imitação.

3.2.2. Fatores que promovem a agressividadeA agressividade não é transmitida por hereditariedade. Sabe-se que o ser humano tem glândulas suprarrenais, o sistema nervoso simpático, entre outras zonas do cérebro, que segundo estudos estão relacionados com os comportamentos agressivos. No entanto, não é por termos estas características que podemos admitir que somos incapazes de nos controlar perante uma situação menos acolhedora.

O ser humano é caracterizado por ser um ser flexível e moldável e por isso, dentro do mesmo contexto social, esta agressividade pode ser estimulada ou inibida consoante o que o individuo deseja. A par destes componentes biológicos existem fatores que ajudam a promover esta agressividade como:

Hormonas e outras substâncias - que circulam no sangue, que podem afetar o sistema nervoso de modo a ter algum comportamento mais agressivo.

O álcool – quando consumido em excesso, altera as perceções, coordenações motoras e emoções, e pode elevar os sentimentos de poder, de desinibição, de controlo, entre outros, desencadeando respostas mais agressivas às provocações.

A temperatura – Há estudos realizados, que provam que um individuo quando exposto a temperaturas mais altas, tende a ter atitudes mais violentas.

A cultura – O psicólogo Oatley defendeu, na década de 90, que uma cultura individualista tende a ser mais agressiva do que uma coletivista. Numo sociedade em que a agressividade é valorizada, os indivíduos tendem a ser mais agressivos.

Os Media – noticiários constantes sobre violência, o romantizar o sofrimento, e filmes e séries com situações de agressão (Por exemplo, WWE)

Provocações – Insultos, humilhações, baixas de autoestima, provocam o despoletar de comportamentos agressivos.

3.2.3. Método para controlar a agressividadeExistem, atualmente, estratégias para controlar a agressividade. É importante, por exemplo desenvolverem-se competências sociais e de comunicação, tomar medidas sociais alargadas, para que a violência sobre as crianças seja reduzida, o álcool moderado, e para os media não exporem tanta violência presente.

Psicologia B 11

Page 12: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

4. Agressividade e atração ao longo da vida: Análise de inquéritosCom o objetivo de perceber o que cada pessoa considera um comportamento violento, e como essa perceção se modifica nas várias fases da vida, foram realizados inquéritos a civis, separados por faixas etárias escolhidas pelas alunas, sendo estas: dos seis aos onze anos inclusive; dos doze aos dezoito anos inclusive e dos dezanove aos cinquenta anos inclusive. O questionário era composto por duas perguntas. Assim, na primeira pergunta do questionário, estavam descritas cinco situações em que se representava um comportamento violento, e era pedido que se avaliasse esse comportamento de 1 a 5, sendo o 1 um comportamento pouco agressivo e o 5 um comportamento muito agressivo. Na outra questão, estavam discriminados dois perfis com as mesmas características, num deles, os aspetos positivos ocupavam a primeira posição e no segundo as negativas é que apareciam primeiro, e era pedido que se escolhesse um dos perfis tendo em conta por qual cada um se sentia mais atraído/preferia conhecer. O objetivo deste exercício era comprovar se as primeiras impressões são as mais importantes, verificando se o perfil escolhido era ou não aquele em que as características positivas apareciam primeiro.

Apresentamos em seguida os gráficos.

Primeira questão Segunda questãoSituação 1 Atirar uma pedra a uma janela, sem saber se está alguém

do outro lado ou não.Situação 2 Numa discussão entre duas pessoas, uma delas ofende a

outra, chamando-lhe nomes.Situação 3 Na tua turma/local de trabalho existe um colega novo, que

é muito tímido e calado, e por isso todos o gozam e desprezam.

Situação 4 Uma criança fica de castigo sem poder usar os seus brinquedos, e, zangada, dá um pontapé na parede.

Situação 5 Um amigo(a) / namorado(a) / marido (esposa) utiliza o teu telemóvel, vendo as tuas mensagens e fotografias pessoais, sem o teu conhecimento.

Psicologia B 12

A B

Inteligente

Trabalhador

Manipulador

Mal-educado

Arrogante

Manipulador

Arrogante

Mal-educado

Inteligente

Trabalhador

Situações:

Níveis de agressividade:Amostra populacional: 15 pessoas

Perfis:

Page 13: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

Após analisar os gráficos referentes à questão 1, verifica-se que na faixa-etária correspondente à infância, as situações descritas são classificadas como sendo bastante agressivas estando as respostas nos níveis 4 e 5.

Por outro lado, observamos que esta situação se altera na adolescência, período em que as situações são classificadas como sendo menos graves e colocadas maioritariamente nos níveis 1, 2 e 3, o que demostra que as alterações que ocorrem nesta fase, podem fazer com que os jovens menosprezem certo tipo de comportamentos, considerando-os normais e nada ou pouco agressivos.

Esta situação atenua-se na terceira faixa etária, que é também onde se verifica uma maior homogeneidade nas respostas. Isto pode justificar-se por ser uma fase da vida em que as pessoas não sentem tudo de forma tão intensa como na infância, em que tudo é muito agressivo, mas também não descartam as situações, como acontece na adolescência, deste modo, é possível atingir-se um certo equilíbrio.

Deste modo, podemos concluir que, ao longo da nossa vida, a nossa conceção de agressividade vai sendo alterada, e, aquilo que inicialmente considerávamos ser um comportamento extremamente agressivo, vai-se tornando, progressivamente, menos agressivo, até alcançar um meio-termo razoável.

Em relação à segunda questão, apesar de os perfis serem iguais e de apenas se alterar a ordem das características de cada indivíduo, a verdade é que, a maioria dos inquiridos

Psicologia B 13

Situações:

Níveis de agressividade:

Níveis de agressividade:

Situações:

Amostra populacional: 14 pessoas

Amostra populacional: 14 pessoasPerfis:

Perfis:

Page 14: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

preferia conhecer a pessoa correspondente ao perfil A, aquele em que primeiramente eram apresentadas as características positivas. No entanto, nos adultos, existem algumas pessoas que escolheram o perfil B, provavelmente porque preferem conhecer primeiro o lado menos bom da pessoa do que apenas as suas qualidade e mais tarde ficarem desiludidas. Verificou-se ainda, nesta faixa etária, que algumas pessoas não escolheram nenhum dos perfis propostos, desconhece-se no entanto se foi por não se identificarem com nenhum deles, ou por não entenderem a questão

5. Conclusão

Com este trabalho, concluímos que existem diferentes tipos de relações interpessoais que se podem estabelecer entre os indivíduos nos mais diversos meios, os exemplos dessas relações são amizade, amor, animosidade, ódio, relações profissionais entre outras, as quais podem despertar sentimentos de atração, agressão ou ambas ao mesmo tempo.

A atração que sentimos em relação aos outros deve-se a diversos fatores, como é o caso do facto de sermos muito próximos de uma pessoa e de contactarmos com ela várias vezes; as semelhanças interpessoais que temos com as outras pessoas; a relação de complementaridade, o que explica o facto dos opostos se atraírem; e, ainda, a atração física em que nos sentimos atraídos pela outra pessoa pelo seu aspeto físico, mesmo sem a conhecermos.

É ainda importante referir que para que se perpetue qualquer relação, mantendo-se a atração, é necessário que exista respeito, gratidão, aceitação e estima.

A agressão tem como principal objetivo ferir/magoar o outro quer seja fisicamente ou emocionalmente. Destacaram-se vários tipos de agressão nomeadamente em relação à intenção do sujeito, quanto ao alvo e quanto à forma de expressão.

Concluiu-se ainda que a melhor justificação para a agressão foi a tese de Bandura que defende que esta surge devido à observação e imitação, ainda que existam fatores que a ajudam a promover, sendo que a mesma pode ser estimulada ou inibida.

De acordo com os inquéritos realizados, percebemos ainda que a nossa conceção de agressividade se vai alterando ao longo da nossa vida, e que na generalidade sentimo-nos atraídos por pessoas cuja primeira impressão é positiva, mesmo que também tenham defeitos.

Psicologia B 14

Page 15: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

6. Bibliografia/Webgrafia

Bibliografia

MONTEIRO, Manuela Matos, FERREIRA, Pedro Tavares. Ser Humano: Psicologia B – 1ª parte. Porto: Porto Editora, 1ª edição, 2013.

Webgrafia

CABRITA, Marta. “Agressão”, disponível em http://mapadocrime.com.sapo.pt/agressao.html.Consultado a 7 de Fevereiro de 2015.

FLORES, Renato Zamora. “Fatores etiológicos da agressão física: uma revisão teórica”, disponível em http://www.scielo.br/pdf/epsic/v8n1/17248.pdf. Consultado a 10 de Fevereiro de 2015

“Álcool e agressão”, disponível em http://www.cisa.org.br/artigo/208/alcool-agressao.php. Consultado a 10 de Fevereiro de 2015. Este artigo não tem autor, tendo sido realizado pela CISA- Centro de Informação sobre Saúde e Álcool

MOREIRA, Cristina. “Relações Interpessoais entre Grupos e Indivíduos”, disponível em http://pt.slideshare.net/sergiomorais7/relaes-interpessoais-entre-grupos-e-indivduos-presentation. Consultado a 11 de Fevereiro de 2015.

Psicologia B 15

Page 16: Grupo G - Inês, Sara, Joana - Trabalho de Psicologia_atração e Agressão Dividido

Indivíduos e Grupos - Relações interpessoais

“Significado de Relacionamento Interpessoal”, disponível em http://www.significados.com.br/relacionamento-interpessoal / . Consultado a 1 de Fevereiro de 2015. Este artigo não tem autor.

FERA, Ricardo. “Relacionamentos”, disponível em http://www.ricardofera.com.br/artigos/relacionamentos/128-relacoes-interpessoais.html. Consultado a 5 de Fevereiro de 2015.

HELENA, Cláudia. “Relacionamento Interpessoal”, disponível em http://pt.slideshare.net/LeandroLopes3/relacionalmento-interpessoal?related=1. Consultado a 5 de Fevereiro de 2015.

Psicologia B 16

Anexos