grupo escola, 2008.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE CÁSSIA DE ANDRADE ELAINE OLIVEIRA ELVIRA LIMA ÍTALO MAX SIMONY GUIMARÃES GRUPO DA ESCOLA João Pessoa 2008

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CÁSSIA DE ANDRADE ELAINE OLIVEIRA ELVIRA LIMA ÍTALO MAX SIMONY GUIMARÃES GRUPO DA ESCOLA João Pessoa 2008 GRUPO DA ESCOLA João Pessoa 2008 2 2 Relatório do Grupo da Escola do Projeto de Extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB. SUMÁRIO 3 3 4 4

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Page 1: GRUPO ESCOLA, 2008.2

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM

SAÚDE

CÁSSIA DE ANDRADE

ELAINE OLIVEIRA

ELVIRA LIMA

ÍTALO MAX

SIMONY GUIMARÃES

GRUPO DA ESCOLA

João Pessoa

2008

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CÁSSIA DE ANDRADE

ELAINE OLIVEIRA

ELVIRA LIMA

ÍTALO MAX

SIMONY GUIMARÃES

GRUPO DA ESCOLA

Relatório do Grupo da Escola do Projeto de

Extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção

Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela

professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de

Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da

Universidade Federal da Paraíba, apresentado a

PRAC, CCS e DN/UFPB.

João Pessoa

2008

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 04

2 OBJETIVOS 05

2.1Objetivo Geral 05

2.2 Objetivos Específicos. 05

3 METODOLOGIA 06

4 ATIVIDADES REALIZADAS 07

4.1 Visitas Domiciliares 07

4.2 Reuniões de Planejamento 07

4.2.1 Planejamento do Grupo para o semestre 07

4.2.2 Planejamento das Atividades da EMAA para o 2º Semestre Escolar

08

4.3 Segunda Oficina com as Merendeiras 08

4.4 Primeira Oficina com os Professores da EMAA 09

4.5 Segunda Oficina com os Professores da EMAA 10

4.6 Aconselhamento Dietético 11

5 DISCUSSÃO E SUGESTÕES 13

6 CONCLUSÃO 15

REFERÊNCIAS 16

ANEXOS 17

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4 4

1 INTRODUÇÃO

O panorama nutricional atual do Brasil aponta que o país vem sofrendo uma transição

marcada pelo aumento da prevalência da obesidade, que já está entre as maiores ameaças à

saúde mundial, tanto em adultos como em crianças. Tendo em vista que a infância

corresponde a uma fase essencial para a formação dos hábitos saudáveis, a escola é um espaço

em potencial para o desenvolvimento de estratégias educativas e pedagógicas que

contemplem a promoção da alimentação saudável (PAS).

Nesta perspectiva, o Governo Federal vem buscando implantar políticas públicas no

sentido de garantir Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), baseadas no Direito Humano a

Alimentação Adequada (DHAA) da população. Visando se integrar a esta agenda pública,

projetos e ações dos vários setores estão sendo criados, com vistas ao incentivo de hábitos

alimentares saudáveis no âmbito escolar.

A publicação da Portaria Interministerial (Ministério da Saúde e Ministério da

Educação) n° 1010, de 08/05/2006 que institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação

Saudável nas escolas públicas e privadas, representou um reforço importante neste cenário.

O PINAB (Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde) é um projeto

de extensão popular, vinculado ao Departamento de Nutrição da UFPB que vem

desenvolvendo ações e reflexões da Nutrição no campo da Saúde Coletiva

O Projeto tem como espaço de atuação a Unidade de Saúde da Família (USF) Vila

Saúde, a Escola Municipal Augusto dos Anjos (EMAA) e as áreas que lhes são adstritas,

situados no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa – PB. Estudantes do curso de

graduação em nutrição se subdividem em cinco grupos: Escola, Gestantes, Idosos, PBF

(Programa Bolsa Família) e MP (Mobilização Popular) realizando atividades com vistas a

contribuir para a promoção da saúde da comunidade.

O grupo escola, através do referencial da educação popular, vem desenvolvendo ações

de promoção da alimentação saudável com a comunidade escolar, bem como tem buscado

articular temas relativos à nutrição ao currículo escolar anual da EMAA, incorporando assim

o tema alimentação saudável no projeto político pedagógico da escola.

Diante do exposto, o presente relatório sistematiza a experiência vivenciada por este

Grupo. O referido relatório também poderá ser utilizado como guia, para facilitar a

continuidade do trabalho dos extensionistas que irão compor o grupo no período letivo

2008.2.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Desenvolver atividades de promoção da alimentação saudável com a comunidade

escolar.

2.2 Objetivos Específicos

Contribuir para a integração das atividades de promoção da alimentação saudável ao

currículo escolar;

Realizar ações educativas relativas à temática da SAN e da PAS, com a comunidade

escolar (estudantes, merendeiras, professores e famílias dos estudantes);

Valorizar o papel das merendeiras como promotoras da saúde no ambiente escolar;

Valorizar o papel dos professores como agentes multiplicadores da alimentação

saudável;

Promover maior aproximação com a comunidade, acompanhando as famílias

selecionadas;

Acompanhar os aconselhamentos dietéticos realizados na USF, junto ao nutricionista

ou estagiário;

Participar das atividades escolares, como o planejamento pedagógico anual.

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3 METODOLOGIA

As atividades realizadas tomaram como referência a Portaria Interministerial n.º 1010

de 08/05/2006. Utilizamos o referencial teórico-metodológico da educação popular; que

articula o saber popular ao saber científico. Na educação popular o educador e o educando

tem uma importância que se equivalem, já que ambos realizam o ato de ensinar e aprender.

Neste contexto, realizamos visitas domiciliares e aconselhamentos nutricionais individuais

dando ênfase ao diálogo, focando o indivíduo como um todo, não apenas a doença

especificamente.

Dentre as atuações do grupo neste semestre destacamos a segunda oficina com as

merendeiras. A referida atividade teve como temática - Aproveitamento Integral dos

Alimentos, sugerida pelas mesmas no encontro anterior realizado no semestre letivo passado.

Para estimular a participação ativa dos envolvidos foi utilizada a abordagem da

problematização, com uma roda de conversa com dinâmicas, músicas, lanche, entre outros;

além da preparação de receitas retiradas do Livro Cozinha Brasil (SESI, 2007).

Realizamos também duas oficinas com os professores, a primeira com o intuito de

construção de vínculos e a segunda para planejar estratégias educativas voltadas á Semana

Mundial da Alimentação (SMA), cujo tema neste ano de 2008 foi Segurança Alimentar:

Desafios das mudanças climáticas e da bioenergia. Assim como as merendeiras, utilizamos a

técnica da oficina como recurso pedagógico, na qual utilizamos dinâmicas, recursos

audiovisuais (vídeo, apresentando as atividades realizadas na escola) e a roda de conversa,

onde houve trocas de vivências, valores, aspirações e projetos futuros.

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7 7

4 ATIVIDADES REALIZADAS:

4.1 Visitas Domiciliares

13 de junho, 11 de julho e 05 de setembro:

O grupo escola foi dividido em dois subgrupos acompanhados por um ACS (cada grupo

com um ACS) para a realização da visita domiciliar, que teve como objetivo conhecer a

família e construir vínculos com a mesma durante o semestre. Porém, os encontros posteriores

foram realizados pelos próprios extensionistas sem a presença da ACS, uma vez que já havia

uma confiabilidade e proximidade com a família.

Inicialmente, a idéia era de que cada subgrupo acompanhasse quatro famílias. No entanto,

um dos grupos acompanhou uma família e o outro três, devido à dificuldade de articulação

com os ACS. Apesar destas dificuldades operacionais, as visitas em geral foram proveitosas,

fomos todos muito bem recebidos nas casas visitadas e podemos entender um pouco melhor a

importância das visitas domiciliares e assim reconhecer melhor as necessidades, anseios,

enfim, uma gama enorme de questões que nos foram apresentadas pelas famílias visitadas.

4.2 Reuniões de Planejamento

4.2.1 Planejamento do Grupo para o semestre

20 de junho:

Nesta reunião os estudantes integrantes do grupo escola se reuniram com a coordenadora

do projeto PINAB com o intuito de programar a atuação do grupo para o semestre. Assim, as

atividades propostas foram: apresentar à comunidade escolar o trabalho realizado pelo PINAB

na EMAA; articular os professores e merendeiras para as ações da SMA; tentar promover

integração entre famílias e escola, e entre a escola e a USF; avaliar a possibilidade de se

realizar a avaliação nutricional dos estudantes da EMAA anualmente.

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4.2.2 Planejamento das Atividades da EMAA para o 2º Semestre Escolar

04 de julho:

Durante esta reunião realizada na EMAA com professores e direção, foi realizada a

apresentação do novo grupo escola e uma breve explanação sobre o projeto PINAB por meio

de um vídeo exibido à comunidade escolar. Foi realizada a discussão em grupos (que foram

formados por meio de uma dinâmica) sobre a relação entre escola e comunidade embasada no

questionário que deveria ser respondido durante a discussão.

4.3 Segunda Oficina com as Merendeiras

Tendo em vista a continuação do diálogo anteriormente iniciado com as merendeiras

da EMMA, a referida oficina objetivou fortalecer os laços construídos anteriormente, além de

possibilitar reflexões acerca da importância do papel dessas merendeiras, como agentes na

promoção da saúde dos estudantes.

A oficina contou com vários momentos, como dinâmicas, rodas de conversa, receitas

educativas, lanche entre outros, visando estimular a participação crítica de todos os presentes,

Inicialmente realizou-se uma dinâmica de apresentação e integração, onde formaram -

se duplas e cada dupla deu seu significado a ditados populares ligados a alimentação. Logo

em seguida a partir da preparação de receitas que abordavam o aproveitamento integral dos

alimentos como:o suco da horta e o bolo de casca de banana , realizamos uma roda de

conversa ,onde foram abordados temas como: fome, direito humano a alimentação,segurança

alimentar e nutricional e aproveitamento integral dos alimentos.

A discussão contou com o acolhimento e participação ativa das merendeiras, onde as

mesmas debateram junto conosco e houve uma grande troca de idéias e vivencias sobre a

temática abordada. Ao final da atividade as merendeiras receberam um livreto com algumas

receitas de aproveitamento integral dos alimentos. Elas demonstraram bastante satisfação com

este momento dando suas sugestões para os próximos encontros, tais com a continuação de

receitas com aproveitamento integral e outros temas a serem abordados. Encerramos com um

lanche de confraternização, onde foram utilizadas as receitas preparadas durante a oficina,

surpreendendo a todos pelo seu valor nutritivo, aparência e sabor.

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4.4 Primeira Oficina com os Professores da EMAA

Foi realizada no dia 29 de Agosto do referente ano a primeira Oficina com os

Professores da EMAA. A atividade contou com a participação de doze (12) professores do

primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. A referida Oficina objetivou iniciar um

processo de construção de vínculo, além de possibilitar reflexões acerca da importância do

papel dos professores na promoção da alimentação saudável na escola. Iniciamos com uma

apresentação do projeto, seguido de vídeo para resgatar as atividades já desenvolvidas na

escola pelo PINAB. Em seguida, houve uma dinâmica de apresentação onde cada uma relatou

uma comida que tenha marcado sua infância. O momento propiciou que elas descrevessem

marcos alimentares importantes, associados às lembranças, emoções e lugares da vida de cada

uma.

“A coisa que marcou muito minha infância foram as merendas da escola, uma papa

amarela que sentia o cheiro da sala”

“Recordo muito de uma sopa preta, não lembro de que era. Mas até hoje lembro...”

“A recordação da minha infância não é muito boa. Minha mãe era mãe solteira e

pagava a uma pessoa para cuidar de mim até os seis anos porque passava o dia trabalhando.

Eu lembro que ela levava sempre uma feira de frutas para esta casa, mas que eu não via nem

a casca. O que mais me marcou foi à figura de uma menina (eu), no chão, suja, com um prato

de plástico, tendo que comer um cuscuz ralo, no seco e cru para matar a fome (...). Foi

frustrante pra mim, passei muitos anos sem conseguir olhar para um cuscuz. Depois de

adulta é que vim provar, hoje sou louca por cuscuz, mas ele me faz lembrar todo sofrimento

que passei”.

Com isso refletimos como a infância é uma fase importante na construção das práticas

alimentares, tendo em vista que a alimentação tem um significado que extrapola a questão

biológica, dos nutrientes e da dieta balanceada, envolvendo sentimentos, memórias e

emoções. Durante a roda de conversa foram debatidos temas como transição nutricional, a

avaliação nutricional dos alunos da EMAA, mudanças nos hábitos alimentares, aumento das

doenças crônicas degenerativas, políticas públicas de incentivo a Alimentação Saudável,

Portaria 1010, dente outros pontos.

Após a discussão dos temas as profissionais foram estimuladas a seguinte reflexão: Eu

sou importante na Promoção da Alimentação Saudável na Escola por quê? Elas reafirmaram

sua importância no processo, tendo em vista que os alunos se espelham nelas, como um

modelo nos suas atitudes e comportamento.

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“Sou importante porque quero o melhor para os meus alunos. Quero que depois de

alguns anos eles possam olhar para traz e entender tudo o que a gente fez foi para o bem

deles”.

Fez-se em seguida a dinâmica das bolas, no intuito de ressaltar a importância do

trabalho em conjunto, a integralidade e a união.

Encerramos com um lanche de confraternização, onde se serviu bolo com suco da

horta.

A referida prática possibilitou um estreitamento de laços de confiança com os

professores, reafirmando nosso compromisso no processo da Promoção da Alimentação

Saudável na escola.

4.5 Segunda Oficina com os Professores da EMAA

Pautada sob o aspecto da contribuição dos professores para a realização das atividades

na SMA, ocorreu no dia 26 de setembro de 2008 a II oficina com os professores da EMAA.

A oficina iniciou-se de maneira descontraída em um momento no qual cada um foi

convidado a conhecer melhor outra pessoa com a qual não mantém muito contato. Após isso,

foi apresentado o tema da SMA 2008, segurança alimentar: desafios das mudanças climáticas

e da bioenergia a luz da portaria 1010, mostrando a importância desta para a compreensão das

ações necessárias a serem desenvolvidas no âmbito escolar.

Após essa exposição, o tema da SMA orientou uma discussão mais aprofundada,

realizada em pequenos grupos. No decorrer da oficina, duas questões fundamentais foram

levantadas e estas mesmas foram levadas para serem discutidas em conjunto com os

professores. São elas:

1. Que ações podemos pensar para trabalhar a SMA com a comunidade escolar?

2. Como apresentar estas ações?

A maioria dos professores mostrou-se bastante interessado, opinando e

apresentando atividades originais e instigantes, as quais foram expostas por cada grupo para

todos os presentes. Entre as sugestões de ações destacam-se: a apresentação de filmes

educativos, visitas às feiras livres do bairro para pesquisa de preços, lanches coletivos,

jograis, teatro de fantoches, pesquisas sobre a influência da mídia na alimentação e enquetes

sobre os alimentos mais consumidos, realizadas na vizinhança ou na própria família.

Questões importantes foram abordadas para a exposição das atividades, levando

em conta o espaço físico da escola e o aprendizado dos alunos. A proposta seria de criar um

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evento na forma de feira de ciência, tendo como temática central a Alimentação Saudável,

onde cada série apresentará um trabalho, proporcionando a participação dos pais. Citar a

data da apresentação!!!

O comprometimento do grupo com a conscientização e o aprendizado dos alunos

acerca da temática da SMA ficou evidente neste encontro, sendo mais um estímulo ao grupo

e mais um passo a frente à comunidade escolar da EMAA.

4.6 Aconselhamento Dietético

Os aconselhamentos contaram com a orientação de Juliana Marinho integrante do PINAB e

estagiária, da disciplina Estágio Supervisionado em Nutrição em Saúde Pública, do oitavo

período do curso de nutrição.

Julho, dia 25; de 2008:

Neste dia atendemos duas usuárias, ambas primeira consulta. No primeiro caso, a

paciente procurou o serviço da nutrição com o objetivo de ganho de peso, visto que esta

obteve uma perda de peso acentuada (17 quilos), após a gestação. O segundo caso foi de uma

paciente diabética há oito meses e apresentava gastrite, crises alérgicas e alegava cansaço e

dores nas pernas. Durante a atividade esta mostrou-se resistente às orientações da equipe.

Agosto, dia 15; de 2008:

Foi acompanhado um caso de uma adolescente de 13 anos que procurou o serviço de

nutrição, pois estava com a auto-estima baixa devido aos preconceitos sofridos na escola por

está acima do peso. Outro aconselhamento foi efetuado com uma paciente de 36 anos,

encaminhada pelo médico cirurgião visto que esta foi submetida à cirurgia de retirada da

vesícula. A usuária se mostrou bastante motivada em seguir as orientações, visto que devido

ao processo pós-cirúrgico esta obteve uma redução de peso significativa, refletindo uma

melhoria na auto-estima da paciente e na sua qualidade de vida.

.

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12 12

5 DISCUSSÃO E SUGESTÕES

Retomamos nossas atividades na EMAA, passando por um processo de adaptação e

planejamento de atividades para o semestre. O novo grupo deu continuidade ao trabalho que

estava sendo desenvolvido junto à escola, ampliando suas frentes de atuação, fortalecendo a

interação com outros profissionais (direção e merendeiras) e iniciando a construção de

vínculos com os professores.

O grupo da escola esse semestre contou com a presença de quatro novos integrantes do

PINAB. Com a inserção deles, houve a necessidade de se fazer um novo reconhecimento da

área de atuação tanto da USF Vila Saúde como da escola, além da comunidade escolar.

As visitas domiciliares nos permitiram uma aproximação com a realidade da

comunidade, nos confrontando com uma diversidade cultural e social com a qual não temos

muito contato. Um dos pontos favoráveis nesta prática foi à receptividade das famílias,

permitindo uma construção de vínculo, visto que estas foram acompanhadas efetivamente

durante o semestre. Como limite nesta prática destacamos a indisponibilidade dos ACS,

dificultando o acesso as residências previamente selecionadas.

Tivemos dois tipos de planejamento, um entre os extensionistas e a coordenação do

PINAB e outro com a EMAA. O primeiro foi muito relevante uma vez que a partir deste

direcionamos nossa atuação para o próximo semestre. Em um segundo momento, fomos

convidadas a participar integralmente do planejamento semestral da EMAA, juntamente com

a comunidade escolar. O limite encontrado nessa prática foi o não cumprimento das

atividades propostas nas datas previstas pela programação, visto que houve uma necessidade

de adaptação aos imprevistos decorrentes de demandas externas que interferiam no calendário

escolar.

Como atividades coletivas foram realizadas três oficinas, das quais duas foram com os

professores e uma com as merendeiras. Nesses encontros foram debatidos temas como: SAN,

direito humano à alimentação adequada, aproveitamento integral dos alimentos, transição

nutricional, situação nutricional dos estudantes, mudanças nas práticas alimentares, além da

temática da Semana Mundial da Alimentação, Segurança Alimentar: Desafios das mudanças

climáticas e da bioenergia. Estas atividades trouxeram para a agenda da escola a promoção da

alimentação saudável, provocando reflexões acerca de como re-significar essa questão e do

papel dos sujeitos envolvidos neste contexto. Como pontos favoráveis ressalta-se o diálogo

com a gestão escolar e o apoio da comunidade escolar às atividades. Por outro lado, o tempo

reduzido das atividades, devido às demandas da rotina do serviço; a ausência das famílias dos

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estudantes neste processo e a falta de articulação entre a EMAA e a USF, destacam-se como

aspectos limitantes.

O aconselhamento dietético individual proporcionou a nossa interação com a

comunidade, pois o grupo atua na escola, e o aconselhamento atende a população como um

todo, não se restringindo apenas às crianças. Houve um aprendizado mútuo e produtivo já que

são nestes momentos que nos deparamos com o saber que cada pessoa trás consigo nos

possibilitando ponderar essas informações, valorizando o conhecimento prévio e

desmistificando tabus históricos relacionados à alimentação, tornando assim a população mais

“sabida”.

De acordo com o que foi exposto acima, temos as seguintes sugestões:

Construir vínculos com as famílias dos estudantes, através dentre outras atividades, da

participação ativa na reunião com os pais, promovendo a divulgação do PINAB,

durante este semestre não foi possível realizar, por falta de comunicação na divulgação

da reunião por parte da gestão;

Realizar uma nova avaliação nutricional com os estudantes do turno manhã e tarde

(Grupo escola I e II) no intuito de acompanhar a evolução nutricional dos escolares;

Dar continuidade ao processo educativo iniciado com os professores - realizar uma

nova oficina, com a temática solicitada por eles: aproveitamento integral dos

alimentos. Envolver as merendeiras no processo, como facilitadoras visto que estas já

tiveram uma experiência com esta prática;

Dar continuidade ao processo educativo com as merendeiras – realizar uma oficina

com uma proposta de oficina viva onde nos permitiria acompanhá-las durante todo o

processo desde o preparo até a distribuição da merenda;

Revitalizar a horta, potencializando sua utilização, como recurso pedagógico,

inclusive nas atividades curriculares;

Ativar o processo de aproximação da escola com a USF Vila Saúde.

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6 CONCLUSÃO

A promoção da saúde na escola já consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais como

um dos aspectos mais relevantes atualmente. Fatores como condições ambientais, sociais,

psicológicas e comportamentais estão agregados ao atual conceito de saúde, nos indicando a

possibilidade de introduzir ações relacionadas à saúde sob uma nova ótica no âmbito escolar.

Durante o período que atuamos na EMAA verificamos que o cenário escolar é um

ambiente favorável para o fomento de práticas saudáveis, pois além de ser um espaço propício

para a aprendizagem e consolidação de vínculos entre a comunidade escolar e os integrantes

desse projeto, permite reflexões acerca do como re-significar a alimentação saudável e o papel

das merendeiras e dos professores neste panorama.

Dessa forma, o PINAB vem contribuindo para a formação de “educadores” em

nutrição, mais críticos e pró-ativos, a partir da vivência e construção das ações pedagógicas

desenvolvidas com a comunidade escolar.

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15 15

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº. 1010 de 30 de junho de 2005. Disponível

em: <http://www.in.gov.br/materias/xml/do/secao1/1606980.xml>. Acessado em: 07 de maio

de 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. FNAD – Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação. Alimentação Escolar. Disponível em:

<http://www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=alimentacao_escolar.html>. Acessado em:

07 de maio de 2008.

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ANEXOS

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ANEXO 1 – Relato de experiência por Cássia de Andrade Araújo

É com muita alegria e satisfação que concretizo mais um semestre de vivências no

Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica (PINAB), espaço este que tem me

proporcionado lições de vida, despertando um olhar humanístico quanto à realidade da

comunidade. Cada atividade que desenvolvemos serve de novo aprendizado, de experiência,

de reflexão. Isto nos faz crescer não apenas como futuros profissionais, mas também como

seres humanos.

Neste semestre tive a oportunidade de participar do ENEPS, meu primeiro congresso

de educação popular. Foi uma experiência fascinante onde pude compartilhar com pessoas de

outros estados a nossa vivencia no grupo Escola. O evento fugiu de todos os padrões dos

eventuais congressos, onde de maneira “popular” apresentamos nossos trabalhos e tivemos

diversos aprendizados e vivências.

A segunda oficina com as merendeiras foi outra atividade de destaque na nossa

atuação, infelizmente não pude estar presente, devido a mudanças na data da atividade. No

entanto, foi maravilhoso ver o empenho, a dedicação e o entrosamento do grupo, que foram

fundamentais para o êxito da atividade.

As oficinas com os professores representaram um avanço significativo e mais um

espaço preenchido por nós na EMAA. As referentes atividades serviram de base não apenas

para a Semana Mundial da Alimentação, mas também para ter estes profissionais como

aliados na construção da Promoção a Saúde dos estudantes.

O trabalho com a comunidade escolar tem sido enriquecedor, uma vez que

percebemos que é possível extrapolar a teoria, pondo em prática ações de Promoção a

Alimentação Saudável neste âmbito. A sensação de acolhimento por parte da escola em

relação a nós é perceptível. Tal fato reforça o nosso compromisso e responsabilidade com a

referente instituição que tanto nos tem dado apoio e incentivo às nossas ações.

O aconselhamento dietético e as visitas domiciliares utilizaram-se do diálogo e da

contextualização para intervenção quanto ao foco da alimentação equilibrada na atenção

básica. Essa prática tem nos permitido vivenciar algo novo e diversificado, visto que cada

usuário tem suas diferenças, sua maneira de pensar. Tem sido realmente enriquecedor para

mim. Além disso, somos recompensados ao ver os resultados a cada retorno, acompanhando

de forma efetiva cada usuário.

Só tenho a agradecer pela oportunidade de estar tendo essa vivência. Muito obrigada!

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ANEXO 2 – Relato de experiência por Elaine Valdna Oliveira dos Santos

O PINAB está sendo uma experiência fundamental em minha vida, tanto para meu

crescimento pessoal quanto para um maior conhecimento acerca da profissão que escolhi. É

pelo projeto que estou conhecendo melhor a realidade de muitas pessoas carentes e, acima de

tudo, percebendo que essa realidade pode ser mudada a partir do momento em que todos nós

nos sentimos responsáveis por ela.

Todas as atividades realizadas pelo grupo Escola foram de grande importância,

abrindo caminhos para despertar também nos profissionais (merendeiras e professores) a

vontade de fazer diferente, de fazer saúde realmente, e de implantar isso na escola, já que essa

é uma fase de descobertas e de construção do aprendizado.

As visitas domiciliares mudaram muito meu modo de pensar. Acompanhei apenas uma

casa, mas foi o suficiente para que eu enxergasse com outros olhos o que é uma vida saudável,

o que é a superação de grandes problemas e como conviver com eles sem tornar a vida uma

eterna reclamação.

Os aconselhamentos dietéticos dos quais participei me mostraram de perto a grandeza

e a beleza de ser nutricionista. Mostraram que as dietas que um dia irei prescrever (se Deus

quiser) não poderão ser feitas em moldes, mas a partir do conhecimento da realidade da outra

pessoa, de suas condições e de seus desejos.

Só tenho a agradecer a todos que fazem esse trabalho! Agradecer e parabenizar pela

força, pelo cuidado, por toda a atenção dada à comunidade e pela oportunidade que me foi

dada. Com certeza o PINAB ainda vai nos dar muitas alegrias e render muitos frutos.

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19 19

ANEXO 3 – Relato de experiência por Elvira de Lourdes Chaves de Lima

Mais um período de atuação do PINAB termina o que me leva a pensar em tudo que

foi vivido durante estes novos dias que passei na Unidade de Saúde Vila Saúde e na Escola

Municipal Augusto dos Anjos. Essa reflexão me faz perceber melhor tudo quanto foi

realizado pelo meu grupo neste período e o quanto isso foi importante para o PINAB como

também para mim.

Tudo ocorreu da melhor forma possível em todas as atividades realizadas pelo grupo

em que atuei e apesar de algumas dificuldades surgidas pelo caminho, fiquei muito feliz ao

perceber que os obstáculos encontrados serviram simplesmente para aumentar a dedicação

com que trabalhamos.

Assim como no período anterior em que estive no PINAB aprendi muito com meus

colegas de grupo, de projeto e com as demais pessoas com quem convivi. Percebo um pouco

mais a cada dia a tão grande importância da extensão na tarefa de formar pessoas mais

preocupadas com o bem estar do próximo como um todo e não apenas com os problemas que

elas podem estar lhe apresentando em um determinado momento.

Desse modo, me sinto muito satisfeita por ter sido uma componente do grupo escola e

por tudo que realizei e aprendi neste período.

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20 20

ANEXO 4 – Relato de experiência por Ítalo Max

O PINAB para mim foi o inicio de tudo, pois assim que cheguei na universidade tive o

prazer de entrar para este projeto,o que abriu minha mente para ver com outros olhos uma

realidade que está tão próxima e ao mesmo tempo tão distante de nós.

Eu pude olhar com um olhar critico para a comunidade carente em que trabalhamos,e

assim não os ver só como coitados ou infelizes,mas sim como pessoas iguais a mim e que tem

muito a me ensinar,pude desde sempre ver que do mesmo modo que temos nosso

conhecimento(que achamos que é superior),as pessoas também tem o seu conhecimento e nós

devemos aprender também com elas,pois na educação popular existe esta via de mão

dupla,visto que ninguém sabe de tudo.

Outro ponto significante e que me chamou muita a tenção é que independente da área

em que eu for trabalhar vou levar sim um toque de humanização aprendido neste semestre e

que é essencial para a relação com as pessoas de um modo geral,aprendi a respeitar os pontos

de vistas diferentes, os limites do próximo e creio que isto vai me fazer um profissional

melhor, com uma visão de mundo muito mais apurada.

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21 21

ANEXO 5 – Relato de experiência por Simony Guimarães

Cada semestre dentro do PINAB é uma experiência nova, neste não poderia ser

diferente!!! O grupo escola me proporcionou muitos momentos marcantes que refletirão na

minha vida pessoal e profissional.

As oficinas realizadas tanto com as merendeiras como com os professores nos colocou

em situações na qual tínhamos que planejar, articular com a gestão questões burocráticas,

lidar com imprevistos, ser mais maleável em alguns momentos, buscar outros caminhos,

adaptar o planejado, manter a motivação mesmo quando as coisas parecem não dar certo entre

outras. Situações estas que com certeza encontraremos no campo profissional e o aprender a

lidar com este tipo de questões, que envolve também o relacionamento interpessoal, foi muito

enriquecedor!!!

Outro aspecto que destaco das oficinas e que ao final o resultado era sempre acima das

expectativas, a equipe planejava, mas o fazer o “desenrolar” os profissionais (merendeiras e

professores) faziam acontecer. Deste modo, percebemos que a grande maioria dos

profissionais se mostrou verdadeiros parceiros, dispostos a ser parte integrante deste projeto

que é da escola.

Com relação às visitas, percebi o quanto é de extrema importância manter contato com

as famílias, pode compartilhar as situações cotidianas, entender a realidade, a dinâmica

daquela família. Na casa de D. Inácia vivenciei isto bem de perto este semestre, e uma

situação que marcou, foi quando passamos um tempo sem ir na casa, quando retornamos

todos sentiram falta, nos chamava pelo nome e logo começaram a contar fatos que

aconteceram naqueles dias...me sentir orgulhosa por depositarem em mim tal confiança!!!

Conversávamos sobre muitos assuntos que envolviam nutrição, saúde, família, emprego,

relacionamentos dentre outros.

Estas experiências só nos mostram cada vez mais de que somos capazes de superar

nossos medos, obstáculos e desânimos. E esta motivação nos faz crer que ao conquistarmos

nosso espaço profissional com certeza faremos a diferença!! E mesmo em meio às

dificuldades, ao vermos nossas ações se concretizando.. ainda que como uma gota no meio do

oceano nos sentiremos realizados.