ginÁstica artÍstica: aÇÕes e habilidades motoras...

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GINÁSTICA ARTÍSTICA: AÇÕES E HABILIDADES MOTORAS -10 a 14 ANOS Edson de Jesus do Nascimento, Sebastião Álvaro Galdino. Autores Edson de Jesus do Nascimento e_mail: [email protected] Graduação em Educação física pelo Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino - FAE . Sebastião Álvaro Galdino, Graduação em Educação Física pela Faculdade Náutico Mogiano de Mogi das Cruzes SP. Mestre em Ciência da Educação pela Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes. Especialista em Ciência do Esporte, Natação e Ginástica Olímpica. Professor do curso de Educação Física do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino FAE. e_mail: [email protected]

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GINÁSTICA ARTÍSTICA: AÇÕES E HABILIDADES MOTORAS -10 a 14 ANOS

Edson de Jesus do Nascimento, Sebastião Álvaro Galdino.

Autores

Edson de Jesus do Nascimento e_mail: [email protected]

Graduação em Educação física pelo Centro Universitário das Faculdades Associadas de

Ensino - FAE

.

Sebastião Álvaro Galdino, Graduação em Educação Física pela Faculdade Náutico

Mogiano de Mogi das Cruzes – SP. Mestre em Ciência da Educação pela Universidade

Braz Cubas de Mogi das Cruzes. Especialista em Ciência do Esporte, Natação e

Ginástica Olímpica. Professor do curso de Educação Física do Centro Universitário das

Faculdades Associadas de Ensino – FAE. e_mail: [email protected]

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RESUMO

A Ginástica Artística é uma atividade esportiva com grande variação de trabalho motor,

permite grande controle corporal. Sabe-se que se trata de uma atividade que pode ser

iniciada muito cedo, envolvendo a criança em uma grande variedade de exercícios que

por sua vez tem sido investigado quanto sua contribuição para as habilidades motoras

básicas de crianças. Para o ensino da Ginástica Artística utilizamos da familiarização e

iniciação. A familiarização constitui todo o trabalho de aproximação, contato,

ambientação e experimentação dos aparelhos O objetivo deste trabalho foi compreender

identificar e verificar se a influência da Ginástica Artística nas variáveis motoras das

alunas que vivenciam a Ginástica Artística. Foram observadas 7 alunas com idade entre

12 a 14 anos. Os indivíduos foram divididos em dois grupos sendo 4 alunas do nível

competitivo e 3 alunas iniciantes. As sessões de treinamento consistiram em 30 sessões

de 150 minutos cada. Foram utilizados na coleta de dados o Teste de 50 metros para

mensurar a velocidade, orgoniômetro para a flexibilidade, teste de pista sinuosa para

mensurar a agilidade, teste de equilíbrio (posição de avião) e teste barra, para mensurar a

força de membros superiores. Conclui-se que os resultados encontrados nos pré e pós-

testes, permitiram observar que a Ginástica Artística possui influência nas habilidades

motoras em alunas com idade entre 10 a 14 anos.

Palavras Chaves: Ginástica Artística, Ações Motoras, Habilidades Motoras.

ABSTRACT

Artistic Gymnastics is a sport with great variation of engine work, allows great body

control. It is known that this is an activity that can be started early, involving the child in

a wide variety of exercises which in turn has been investigated for its contribution to the

basic motor skills of children. For the teaching of gymnastics and basic use of

familiarization. Familiarity is all the work of approaching, setting and testing of

equipment. The objective of this study was to understand, identify and verify the

influence of Artistic Gymnastics in motor skills of the students who experience the

artistic gymnastics. We observed seven students aged 12 to 14 years. The subjects were

divided into two groups with four students from the competitive level 3 students and

beginners. The training sessions consisted of 30 sessions of 150 minutes each. Were used

to collect data for the 50-meter test to measure the speed, flexibility orgoniômetro for the

test, winding track to measure agility, balance test (aircraft) and test bar to measure the

force of arms. We conclude that the results found in pre-and post-test, noted that allowed

the Artistic Gymnastics has an effect on motor skills in students aged 10 to 14 years.

Key-words: Gymnastics, Stock Motor, Motor Skills.

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INTRODUÇÃO

A ginástica artística pode ser considerada um aspecto da educação total da criança,

levando-a á aquisição de um conhecimento e domínio do mundo que acerca e de si

mesma, a partir de uma prática elaborada cuidadosamente, permitindo uma progressão a

cada aula. Segundo Hostal (1982, p.12): “nosso corpo nada mais é, na verdade que nosso

modo de ser e de se movimentar, é através dele que aprendemos a se encontrar e

vivenciar a vida”.

O trabalho da ginástica artística aprimora o desenvolvimento das percepções,

graças ao acúmulo de gestos e vivências motoras, tornando-os progressivamente

significativos, fazendo parte desse aprimoramento à experiência em espaços físicos e

situações que promovam o contato com aparelhos de diferente forma; alturas, larguras e

densidades, favorecendo situações de apoio, suspensão, rotações nos eixos transversal,

longitudinal e combinado, posições invertidas, aterrissagens de diferentes alturas através

de saltos. (LEGUET, 1987).

Kreamer (2001) assinala o importante papel desempenhado pelo seu próprio

sistema nervoso central na geração de ganhos de força, onde as crianças aumentam sua

força mediante o aperfeiçoamento de sua capacidade funcional do sistema nervoso, em

vez do crescimento dramático do tamanho do músculo.

Agilidade é a “capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com

mudanças de direção” (BARBANTI, 2003, p. 15).

“A velocidade é um fator de desempenho físico, que sofre perdas visíveis com a

idade, portanto quanto mais cedo ela for trabalhada, melhor será sua eficiência”.

(WEINECK, 2000, P. 382).

A flexibilidade é a habilidade que várias articulações do corpo têm para se

movimentar ao longo de sua escala total de movimento (GALLAHUE E OZMUN,

2001).

O equilíbrio freqüentemente é definido como estático ou dinâmico. O equilíbrio

estático refere-se à habilidade de manter-se em certa posição estacionária, como

equilibrar-se em um pé só, realizar movimentos na trave de equilíbrio são exemplos de

habilidades de equilíbrio estático. Já o equilíbrio dinâmico define-se como a habilidade

do equilíbrio manter-se na mesma posição, quando em movimento de um ponto para o

outro (GALLAHUE E OZMUN, 2001).

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A ginástica artística é uma atividade física de base formativa e educativa, que

favorece uma diversidade de experiências motoras. Por meio de pesquisa de campo

realizada acerca das ações e habilidades motoras da criança, procurou compreender,

identificar e verificar se a mudanças nas ações motoras no aparelho solo em alunas de

faixa etária de 10 a 14 anos, através de uma proposta que apresenta evoluções num

espaço, com aparelhos diversificados específicos e adaptados.

A metodologia utilizada para este estudo foi teste de agilidade, velocidade, força,

flexibilidade e equilíbrio e procurou aplicar em um grupo de alunas de nível competitivo

e iniciantes de Ginástica Artística.

Entretanto, este trabalho buscou verificar se a Ginástica Artística atua sobre

mudanças importantes nas ações e habilidades motoras de agilidade, flexibilidade,

velocidade equilíbrio e força em alunas de 10 á 14 anos.

1. Ginástica Artística

Segundo Teixeira (1997), A ginástica é praticada, ora consciente por meio de

movimentos ginásticos e ora inconsciente por intermédio do trabalho do dia-a-dia. A

moderna ginástica desenvolveu-se na Alemanha impulsionada por Friedrich Ludwig

Jahn, que fundou em 1811, perto de Berlim, o primeiro ginásio ao ar livre para

treinamento físico da juventude prussiana.

Os discípulos, de Jahn, emigraram para outros países, o que acabou contribuindo

para propagar a atividade e o método de Jahn, principalmente no Sul do país. Em 1896,

com o restabelecimento dos jogos olímpicos em Atenas, Grécia, a ginástica foi incluída

no programa oficial competitivo o que foi vital para o seu crescimento em nível mundial.

(NUNOMURA e NISTA-PICCOLO, 2005).

A realização dos primeiros campeonatos e jogos olímpicos, além das provas de

aparelhos, fazia parte do programa de ginástica, provas de atletismo: corrida, salto em

altura, distância e com vara, subida na corda, arremesso de pedras, bem como corrida de

60 metros, salto em distância, lançamento de dardo e natação para o sexo feminino.

Em 1972, o programa da Ginástica Artística foi uniformizado para os jogos

olímpicos e campeonatos mundiais, com programações de séries obrigatórias e séries

livres. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO, 2005.) Ainda segundo o mesmo autor fica

evidente que a mais antiga sociedade de ginástica no Brasil é a sociedade de Ginástica de

Joinville, em Santa Catarina, fundada em 16 de novembro de 1858. Internacionalmente,

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o Brasil iniciou sua participação em 1951, nos I Jogos Desportivos Pan-Americanos,

realizados em Bueno Aires, Argentina. Em 1954 participou do Campeonato Mundial, em

Roma, e em 1980 nos Jogos Olímpicos de Moscou.

A partir de março de 1979, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) assumiu

definitivamente a direção da Ginástica Artística no Brasil. A Ginástica Artística, popular

em países do primeiro mundo, é atualmente uma das modalidades esportivas mais

apreciadas pelo público, principalmente pelos movimentos acrobáticos e pela beleza

geral das apresentações.

“No Brasil, a Ginástica Artística teve inicio com a colonização alemã no Rio

Grande do Sul em 1824, local que até hoje é bem trabalhada, principalmente pela

característica e disciplina do povo Europeu”. (PUBLIO, 1977, p.45).

1.1 Solo

“Os elementos no solo constituem a base para a prática nos aparelhos, eles

desenvolvem todas as capacidades motoras e tem um efeito revigorante orgânico quando

executados com uma intensidade suficiente”. (BORRMANN, 1980, p.183).

Os exercícios de solo abrangem, em sua totalidade, quase todos os exercícios

básicos na formação da ginástica. Os giros ao redor dos eixos longitudinal, transversal e

ântero-posterior necessários nos encadeamentos, exigem em sua preparação geral um

treinamento com auxilio de formas ginásticas apropriadas a fim de educar o sentido de

equilíbrio. (BORRMANN, 1980).

Força de impulsão e força de apoio deve ser suficientemente trabalhada antes de

iniciar o processo de ações motora, do contrário, ocorre o perigo de que, apesar da

cuidadosa seqüência metódica da aprendizagem, o sucesso seja notado em poucos

alunos. (DIECKERT, KOCH, 1981).

O exercício de solo é a forma mais simples da formação. Em virtude da resistência

firme que o solo representa o desvio de determinadas partes do corpo é impedido ou

fortemente limitado. Por este motivo, ele é particularmente utilizado em aulas e nos

treinamentos específicos. Quanto às particularidades da prática da ginástica de solo,

Bormann (1980), cita que ao contrário do que acontece com todos os aparelhos, o ginasta

pode nos exercícios de solo, movimentar-se em espaços amplos e em todas as direções, e

isto, logicamente, desenvolve a dominância lateral e a lateralidade. Para Arnold e Zinke

(1983, p. 118), “a ginástica praticada hoje, é importante para que os exercícios ginásticos

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(rolamentos, parada em dois apoios e outros) estejam coordenados com o sentido dos

elementos acrobáticos (saltos mortais, flic-flac...) e com elementos da ginástica, saltos e

impulsos”.

Na ginástica o corpo encontra-se geralmente em posições incomuns, permitindo

que a criança, descubra os diversos, seguimentos bem como sentir e realizar melhor os

vários movimentos e por esta razão, trabalha-se dentro do esquema corporal (HOSTAL,

1982).

Segundo Carrasco (1987), até mesmo um elemento ginástico simples dentro de um

conjunto complexo está estreitamente ligado ao elemento que o procede, os elementos

acrobáticos no solo são precedidos de um impulso e este determina a qualidade técnica

dos mesmos.

1.2 Motivação

A motivação é muito importante na Ginástica Artística, pois quando se trabalha

com crianças iniciando a modalidade, deve-se motivar o máximo para que no futuro se

consiga revelar talentos. Pois, se a aula não for motivadora, mesmo que o aluno tenha

facilidade para executar os movimentos da Ginástica Artística, não existirá a inclusão

pelo gosto, o que poderá culminar com a desistência do iniciante. (DAVIDOFF, 1983).

È importante ressaltar que o aluno motivado, fará da aula um momento de alegria e

felicidade. Ao se ministrar não só aulas convencionais, mas aulas organizadas por

intermédio da liberdade dos corpos, e com aquisição de responsabilidade no que se refere

à inserção social e de educação atlética.

Segundo Davidoff (1983), a motivação é um estado interno que tem como

resultado a necessidade de ativar ou despertar comportamentos dirigidos à necessidade

ativa do cumprimento.

Segundo Buriti (1997), a recompensa é a chave para a motivação, pois a criança

sabe que se ela superar suas dificuldades recebera uma recompensa, esta teoria de

avaliação cognitiva fornece uma moldura conceitual útil para classificar as relações entre

recompensa externa e motivação interna.

A motivação pode ser analisada de maneira intrínseca e extrínseca, pois a

motivação deve facilitar a pratica esportiva, e logicamente, assume papel preponderante

(expectativa, motivos, necessidades, interesses) e ações do meio ambiente como

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facilidades de execução tarefas atraentes e interações sociais, a motivação é o desejo

consciente de se obter algo, isso determina a forma de comportamento do individuo.

Ela esta envolvida em diferentes comportamentos como: desempenho,

aprendizagem, percepção, atenção, esquecimento, recordação, pensamento, criatividade e

sentimento. Também possuem elementos complexos, conscientes e antagônicos gerando

constantes conflitos. Mas certamente é a motivação que move o homem. (SAMULSKI,

1992).

Segundo Gouvêa (1997), com relação ao ensino e aprendizagem, em qualquer

lugar, momento ou atividade, tem que haver motivação, pois para se alcançar os

objetivos propostos a motivação é essencial.

1.3 A Música nas Aulas de Ginástica Artística

Por intermédio da música o aluno desenvolve sua percepção corporal expressada em

movimentos belos e sutis no aparelho solo. Para Verderi (1998), a música exerce uma

influência muito grande na criança. Para uma volta á calma depois de uma aula, usa-se,

musicas infantis para que a criança deixe a euforia da aula para trás.

Pode-se notar que um bebê, que ao mínimo som, se movimenta, pois a música

estimula suas funções sensoriais e afetivas. É por esse motivo que a música faz parte da

nossa proposta educacional de toda criança, sem levar em conta seu fator estimulante,

pois é muito bom dançar com música, por intermédio da música a criança se movimenta.

(VERDERI, 1998).

Segundo Verderi (1998, p.51):

A Ginástica necessita da música no solo feminino, bem como durante as

aulas e treinamentos. É uma maneira de incentivo para o aluno ter um

fundo musical durante as aulas, pois a música sempre esteve presente, é

uma forma também de estimular a criança a participar das aulas mais

descontraídas. Ela não precisa ficar escutando só a voz do professor dando

as instruções dos exercícios.

2. Ações Motoras e Habilidades Motoras

As ações motoras abordam o conjunto de especialidade e cada uma delas

representa a totalidade significativa para o praticante, considerando-se a relação que o

iniciante mantém com o equipamento e o contexto, a unidade comportamental que pode

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ser ampliada pela transformação e diferenciação por níveis de prática, a base motora e a

gênese particular (PRESTIDGE, 1969).

Para Prestidge (1969), o movimento é ponto principal do domínio motor e com o

objetivo de determinar o envolvimento dos componentes mentais ou cognitivos que

ocorrem na maioria das habilidades motoras, também é chamado de domínio psicomotor.

As habilidades motoras são aquelas que envolvem movimento, porém não se pode

esquecer que estas habilidades ou comportamentos do domínio motor não são realizados

sozinhos, existe uma inter-relação entre os domínios do comportamento cognitivo e do

comportamento afetivo.

A classificação de habilidade motora é baseada na determinação de quais

componentes ou elementos de uma habilidade são semelhantes a outros componentes, ou

outras habilidades.

Marçal (1987) sugeriu que no domínio motor podem ser considerados como

comportamentos aqueles que envolvem algumas ou todas essas ações, contato,

manipular, mover um objeto, controlar ou equilibrar objetos, mover, controlar o corpo ou

partes do corpo no espaço, com controle de tempo numa curta ou longa ação e seqüência

de situações previsíveis ou imprevisíveis.

Cada sistema de classificação de habilidade motora é baseado em sua natureza geral,

e relacionada com aspectos específicos, de habilidades, ficando assim dividida: precisão

do movimento, distinção do começo e ponto final, estabilidade do meio ambiente,

controle de feedback (MARÇAL, 1987).

A precisão do movimento é dividida em duas categorias, habilidade motora grossa

ou global e, habilidade motora fina. Em Ginástica Artística será utilizado basicamente às

habilidades motoras grossas que são caracterizadas pelo envolvimento da musculatura

como base para o movimento, a distinção do começo e ponto final pode ser dividida em:

habilidades motoras discretas, por possuir bem estabelecido um início e um fim da

habilidade, habilidade motora em série, encadeamento de habilidades motoras discretas e

habilidade motora contínua, não há distinção entre o início e o fim da habilidade,

(MARÇAL, 1987).

Na estabilidade do meio ambiente, as habilidades poderão ser abertas (estímulos

previsíveis) ou fechadas (estímulos não previsíveis). O controle de feedback é utilizado

para ajustar por meio de informações sensoriais a ação durante o movimento. As

habilidades motoras básicas, de acordo com Leguet, (1987), para a prática da Ginástica

Artística, são: deslocar-se em bipedia, equilibrar-se, passagem pelo solo (ou trave),

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abertura e fechamento, volteio, saltar, aterrissar, equilibrar-se, girar sobre si mesmo,

balancear em apoio, balancear em suspensão, passar pelo apoio invertido, passar pela

suspensão invertida.

Os elementos da Ginástica Artística ocorrem a partir do encadeamento de ações

motoras, ações executadas coordenadas entre si, tal como os elos de uma corrente,

chamado de cadeia motora, seqüência ordenada destas ações motoras, por exemplo: o

mortal para frente é o encadeamento de 3 ações motoras como, saltar, girar e amortecer.

A abordagem do conteúdo motor em Ginástica Artística, no aparelho Solo, Segundo

Leguet (1987), a inserção das ações mais características são: rolar, saltar, amortecer,

passar pelo apoio invertido, manter equilíbrio, deslocar-se em bipedia, passar próximo ao

solo. Estas ações integradas produzirão uma série simples, porém completa. É possível

reconhecer as principais ações musculares em cada habilidade, e isto com certeza,

caminha em direção a boa formação do aluno, realização de determinadas habilidades

não depende somente da ação muscular em si, mas da coordenação de todas as ações,

ainda que haja uma que sobressaia sobre as outras.

Para Malmberg (2003), o ambiente de prática pode ser alterado e manipulado para

que o aprendizado ocorra de forma eficiente e interagindo as ações que possam ser

adquiridas neste mesmo ambiente por um praticante de ginástica artística.

Segundo Guedes (2000, p.56):

A partir da década de 80, nos Estados Unidos, surgiu um novo modelo

partindo da suposição que o desempenho motor se caracteriza pela elevada

especificidade de cada uma das capacidades motoras isoladamente,

substituindo a noção do desempenho motor geral pelo conceito de que

cada indivíduo apresenta um desempenho motor específico dentro de cada

uma das capacidades motoras.

Gallahue e Ozmun (2001) afirmam que, a experiência motora de cada criança se

caracteriza principalmente aos estímulos extrínsecos vindos do meio ambiente,

proporcionado pela atividade que a criança está envolvida, não podendo ser dada como

uma busca de desempenho, mas sim pela busca de variados estímulos que condicionem

seu aparelho locomotor.

Através dos movimentos busca-se interagir com a prática em si e Leguet (1987, p.

81):

Defende suas colocações acerca da contribuição da Ginástica Artística no

desenvolvimento demonstrando que a Ginástica Artística realiza

movimentos básicos, naturais, como correr, saltar, e movimentos

inabituais como a passagem pelo apoio invertido, inversões de apoio, etc.

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Os movimentos que classificam as ações motoras da ginástica são

importantes para a complementação de exercícios que venham a ser

realizados em série, ou para a evolução de um movimento básico.

O movimento de girar sobre si mesmo, que é identificado como rolamento, por

sua vez, pode ser executado em diferentes direções, para frente e para trás, em diferentes

posturas, grupada, afastada, estendida e carpada, com apoio ou em suspensão, como no

caso dos mortais ou ligados a outros elementos (PEROTTI e PELEGRINI, 2001).

Os exercícios mostram-se em um processo de abordagem, e eis que a genética

oferecerá perspectivas que ultrapassem o próprio processo, uma abordagem analítica

oferecerá parâmetros para um aspecto otimizado do gesto (LEGUET, 1987).

O exercício como o rolamento, trata-se de uma atividade bastante diversa dentre

as habilidades que compõe o repertório motor da criança, as crianças em sua grande

maioria não encontram grandes dificuldades para executar esta habilidade, no entanto a

evolução e a performance mudam no decorrer dos anos (PEROTTI e PELEGRINI,

2001).

A criança consegue adquirir maior controle sobre alguns aspectos do rolamento,

como manutenção do alinhamento do corpo, velocidade e economia do movimento,

aperfeiçoando de forma progressiva esta habilidade, contudo isto infere no ganho de

coordenação motora, pois o produto final do rolamento é a conseqüência da execução

harmoniosa dos membros cabeça e tronco, ao se executar um rolamento (PEROTTI e

PELEGRINI 2001).

As ações motoras fazem a ligação entre a habilidade e a constância de movimentos.

E isto fica evidente por intermédio de Leguet (1987):

As diferentes possibilidades de inversão podem fortalecer-se mutuamente

e suas variantes são bem conhecidas: roda, rodante, parada de mãos, vela,

em direção a ponte para frente, três apoios, reversões, flics, dentre as

ligações. Utiliza ou não de impulsos e estimula naturalmente a força e está

inserido nos quatro aparelhos femininos da ginástica.

O trabalho sempre se inicia de forma global, procurando comprometer a criança

com uma familiarização com o aparelho, uma vez que exige certa confiança para que o

movimento possa ser progressivamente evoluído. Uma condição essencial para a

execução de uma ação é a garantia de que o indivíduo possa em seguida retornar a uma

posição conhecida, assegurar a aterrizagem e recuperar o equilíbrio (LEGUET, 1987).

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Um dos princípios fundamentais da motricidade humana é que o comportamento

motor é adaptável, e segundo Meiriol (1999) o aluno deve ser analisado onde se

encontra, e não onde se deseja que esteja.

Guedes e Guedes (2000) asseguram que o bom desenvolvimento motor durante a

infância e a adolescência (pois constituem nos períodos críticos mais importantes) poderá

contribuir na tentativa elevar os índices de promoção de saúde coletiva entre crianças e

jovens, pois o organismo se encontra especialmente sensível á influência de fatores

ambientais seja quanto a fatores biológicos ou culturais. Para tanto, inicialmente o

indivíduo precisa identificar o problema motor que, a título de exemplo, pode-se colocar

a tarefa de ficar na posição invertida, com as mãos apoiadas no chão e os pés para cima.

(NUNOMURA e NISTA-PICCOLO, 2005).

Em seguida, o aluno precisa formular um plano de ação, em que deverá gerar

uma hipótese de como seria possível realizar tal objetivo. Isso é feito imaginando-se as

possíveis formas de atender a essa exigência, o que poderia ser feito por meio de ações

tais como elevar os pés e tentar permanecer em posição estática, como em uma parada de

dois apoios, ou fazer a inversão de posição em situação dinâmica, como em uma estrela

ou reversão. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO, 2005).

O passo seguinte consiste em colocar em prática um desses planos de ação,

transformando uma imagem mental em movimentos efetivos. Nessa fase tem-se que

coordenar um complexo sistema muscular, a fim de que vários músculos sejam ativados

de forma organizada, a transformação de planos de ação em movimento é perfeita nas

tentativas iniciais, o indivíduo precisa analisar os erros cometidos e tentar corrigi-los nas

tentativas seguintes (NUNOMURA, 2005).

“Quando o ciclo acima descrito é repetido suficientemente, ocorre a transição de

ações mal-coordenadas de grande demanda cognitiva para movimentos altamente

precisos, em que sinergias neuromusculares complexas são ativadas com mínimo

envolvimento da atenção, a esse processo dá-se o nome de aprendizagem”. (NISTA-

PICCOLO, 2005, p. 28).

Quando se fala em aprendizagem, via-de-regra está-se fazendo referência a

alterações observáveis no desempenho motor, que freqüentemente são quantificadas de

forma qualitativa, como se faz em torneios de ginástica artística.

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“Nessas situações, observa-se a execução de uma habilidade isolada ou de uma

série de habilidades encadeadas, e então o avaliador faz uma comparação entre um

padrão de correção que já foi internalizado por ele e a ação que acabou de ser

executada”. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO, 2005).

A partir da comparação entre a última avaliação e as avaliações feitas em

momentos anteriores, pode-se inferir o quanto o aprendiz desenvolveu sua habilidade, o

processo de aprendizagem motora pode ser descrito como uma busca de solução para

uma tarefa que surge de uma interação do indivíduo com a tarefa e o meio ambiente

(BARBANTI, 2003).

O comportamento observável, por seu turno, reflete uma série de modificações no

sistema sensório-motor que são provocadas pela busca sistemática de se atingir um

objetivo, pois se busca enfatizar as melhores formas de se executar um sistema motor e

isto é analisado por meio Nunomura e Nista-Piccolo (2005, p.67):

No decorrer desse processo, várias formas de interligar os diferentes

sistemas sensoriais e motores são testadas, buscando-se aquelas que se

mostrem mais bem-adaptadas para concretizar a meta desejada. Como

conseqüência disso, as sinergias que se revelam mais efetivas e

econômicas em termos de consumo de energia e atenção é selecionadas e

estabilizadas com a prática.

2.1 Equilíbrio

As crianças respondem à melhora no desempenho do equilíbrio através e em

diferentes maneiras, á medida em que as crianças crescem dependem mais da informação

sinestésica e menos da informação visual.

O ambiente e a atividade que cada criança estiver envolvida é que determinará os

números quanto ao desenvolvimento do equilíbrio

“O equilíbrio é uma habilidade em que o indivíduo mantém a postura do seu

corpo inalterada, mesmo quando este é colocado em várias posições, ou seja, equilíbrio é

básico para todo o movimento e é influenciado por estímulos visuais, táteis, cinéticos e

vestibulares”. (GALLAHUE e OZMUN, 2001, p. 32).

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Haywood e Getchell (2004) também colocam que o equilíbrio, bem como a

postura deve ser mantido em infinitas situações, quando parados (equilíbrio estático) e

quando em movimento (equilíbrio dinâmico) e por outro lado deve-se equilibrar sobre

uma variedade de partes corporais, não somente sobre os pés.

Os mesmos autores no parágrafo acima citam como exemplo, as ginastas e todas

as partes corporais sobre as quais trabalharão que contam do calendário. Portanto,

mesmo um indivíduo, quer seja criança ou adulto eventualmente deverá equilibrar-se

sobre superfícies que não sejam o chão, tais como uma escada, ou sem até mesmo todas

as informações que gostariam como seria o caso de caminhar no escuro.

Segundo Fernandes (1998), o equilíbrio estático tem como principal responsável

o sistema nervoso, pois é ele que nos dá a instabilidade para que possamos executar

exercícios de equilíbrio no aparelho solo, sendo assim, o aluno procura buscar a

instabilidade para obter maior sucesso em sua execução, com a ajuda de sua musculatura

e sua estrutura óssea.

Ainda Fernandes (1998), afirma que o equilíbrio dinâmico é o tipo de equilíbrio

que o aluno pode executar em qualquer exercício em movimento, e que depende também

dos processos nervosos. O equilíbrio dinâmico pode ser utilizado como exercícios

técnicos e educativos, mas não serve para a preparação física.

“Equilíbrio é tido como a capacidade do corpo em assumir e sustentar qualquer

posição contra a lei da gravidade. Qualquer corpo se encontra em equilíbrio, quando as

forças que atuam sobre ele se anulam, ou seja, a resultante é igual à zero”. (GALDINO,

2001, pag. 22). “O equilíbrio recuperado é muito usado junto com o equilíbrio dinâmico,

pois o aluno depois de executar qualquer exercício de vôo que requer qualquer tipo de

aterrissagem, imediatamente recupera seu equilíbrio”. (FERNANDES, 1998, p. 38).

2.2 Força

Segundo Weineck (1999) a força nas suas diversas manifestações, força máxima,

força rápida e resistência de força, representam em quase todas as modalidades

esportivas um dos fatores determinantes do desempenho, atribui-se um papel

significativo ao desenvolvimento de acordo com a modalidade esportiva.

Ghorayeb e Barros (1999) mostraram que a força, quanto à qualidade de aptidão

física, como a capacidade de produzir tensão nos músculos esqueléticos, é diretamente

proporcional á capacidade contrátil nas fibras musculares, e da capacidade de ajuntar

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suas unidades motoras. Do ponto de vista físico, a força é o produto de uma massa por

sua aceleração, sendo a força peso e medida em newtons (N), e dada pela massa

multiplicada pela aceleração da gravidade.

Paralelamente ao seu significado para a capacidade imediata de desempenho

específico em um esporte, o treinamento de força tem, tem também em outras áreas,

importantes funções, sendo o aperfeiçoamento das capacidades técnicas e de

condicionamento, como pré-requisito para maior tolerância á carga, como base para a

execução de métodos de treinamento, como por exemplo, o treinamento pliométrico.

Esse processo é, em geral, rápido com explosão, como na rebatida ou no

salto, a segunda combinação, força e resistência, são denominadas

resistência muscular, que resulta na capacidade de desempenhar

resistência muscular, que resulta na capacidade de desempenhar várias

repetições contra uma resistência, como no remo, na natação e no

ciclismo”. (BOMPA, 2002, p. 109).

A força exigida na ginástica artística engloba e exige o fortalecimento de

diferentes regiões musculares, e isto fica evidente segundo Kreamer (2001, p. 231):

É o fato do treinamento de força não buscar hipertrofia, pois a criança não

pode obter da mesma forma que o adulto o aumento da massa muscular e

também não pode ser aumentada mais do que seu crescimento normal.

Seus músculos devem beneficiar se do treinamento através do

aperfeiçoamento e aumento de sua função muscular, melhorando seu

desempenho e condicionamento físico.

Portanto um fator importante apontado por Kreamer (2001) é o fato do treinamento

de força não buscar hipertrofia, pois a criança não pode obter da mesma forma que o

adulto o aumento da massa muscular, e também, não pode ser aumentada mais do que

seu crescimento normal. Mas, se o conceito de força estiver se referindo ao movimento

esportivo, será dividido em Força Interna e Força Externa. A interna é produzida pelos

músculos, ligamentos e tendões; enquanto que a Externa age externamente no corpo

humano como, por exemplo, a gravidade, o atrito, a resistência do ar, a oposição exercida

por um adversário, ou um peso que se queira levantar. (BARBANTI, 1996).

Barbanti (1996) ainda explica de uma maneira geral que força é a característica

humana que pode mover uma massa, seja ele o seu próprio corpo ou um implemento

esportivo.

E ainda, na teoria do treinamento, a força é uma hipótese para o rendimento que

permite superar ou se opor a uma resistência, é essencial em várias modalidades

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esportivas, pois o executante necessita movimentar seu corpo quando parado. Pará-lo

quando está em movimento, acelerá-lo quando houver necessidade, de mudar a direção,

saltar, entre outras ações, desenvolver a força, para as pessoas que procuram melhorar o

desempenho de um atleta, o desenvolvimento desta deve estar em prioridade. (BOMPA,

2002).

Os músculos devem receber benefícios do treinamento por intermédio do

aperfeiçoamento e aumento de sua função muscular, melhorando seu desempenho e

condicionamento físico, a principal preocupação é como aplicar o treinamento da força

por crianças sem prejudicar seu desenvolvimento.

Não sendo utilizado, por exemplo, solicitações musculares de um só grupo

muscular, que não seja compatível aos interesses particulares da criança (MARQUES,

1993). Devendo-se ainda destacar que a criança naturalmente utiliza força ao brincar e

em suas atividades diárias (GALLAHUE, 2001).

A necessidade de se utilizar a força de várias formas na criança estimula e aprimora

os exercícios, facilitando sua evolução.

Para Kreamer (2001, p. 4):

Coloca uma crescente participação de crianças em diversas práticas

esportivas, desde o futebol até a ginástica e o atletismo. Estas atividades

requerem uma necessidade significativa em melhorar a preparação física

para evitar o risco de lesões relacionadas a estas práticas. Neste caso um

treinamento de força adequado apresenta maior possibilidade de atender

essa necessidade durante a prática de variadas atividades físicas.

Weineck (1999) refere-se a uma composição de diversos métodos de treinamento

em que parece ser significativos quanto aos tipos de contração, podendo diferenciar-se

em treinamento de força auxotônico divido em treinamento de força dinâmico positivo e

negativo, métodos americanos clássicos, métodos dos contrastes, métodos das cargas

decrescentes, métodos da pirâmide dentro de uma série, método da pré e pós – fadiga,

método concêntrico puro, combinação concêntrica e excêntrica, excêntrica isométrica,

treinamento de força isocinética, treinamento desmodrônico, treinamento pliométrico,

estático isométrico, treinamento por estações, treinamento de pirâmides.

Para Bompa (2002), há vários tipos de força para qual o treinador tem de estar

capacitado a fim de conduzir um treinamento mais efetivo, a razão entre peso corporal e

força tem uma conseqüência importante, permitindo comparações entre atletas

individuais, indicando se cada um deles tem a capacidade de desempenhar certas tarefas.

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Ainda por intermédio de Bompa (2002), os tipos de força que devem ter importância

para um professor seria a força generalizada em que se refere á força de um sistema

muscular completo, a força específica onde a força dos músculos que são particulares ao

movimento do desporto (os principais movimentos).

A força máxima em que se refere a mais alta força que o sistema neuromuscular

pode executar durante uma contração voluntária máxima, resistência muscular em que a

capacidade muscular tem de sustentar o trabalho por um tempo prolongado. Já a potência

é o produto de duas capacidades, força e velocidade, representando a capacidade de

executar a força máxima no tempo mais curto. Força absoluta em que a capacidade do

atleta para exercer a força máxima independentemente do peso corporal, força relativa

que representa a razão entre a força absoluta de um atleta e seu peso corporal.

2.3. Flexibilidade

A flexibilidade representa uma característica relativamente autônoma do

desempenho esportivo e assume uma posição central dentre as principais capacidades

condicionais e coordenativas. Com o aumento da flexibilidade, os exercícios podem ser

executados com maior amplitude de movimentos, maior força, mais rapidamente, mais

facilmente, com maior fluência e de modo eficaz.

A flexibilidade na Ginástica Artística é essencial, pois, é ela que da maior

amplitude nos movimentos, graça e leveza e qualquer que seja a dificuldade do

movimento, ela também facilita a execução dos movimentos. “Flexibilidade se refere á

amplitude de movimento de uma articulação”. (BOMPA, 2002, p.37).

Em termos científicos Araújo (1990), define a flexibilidade como uma qualidade

que com base na mobilidade articular extensibilidade e elasticidades musculares e sob o

controle do sistema nervoso central, permite o máximo percurso das articulações em

posições diversas, possibilitando ao indivíduo a realização de ações motoras com grande

amplitude.

A flexibilidade como específica das articulações e pode ser melhorada com a

prática. Por outro lado é um processo de longa duração (GALLAHUE e OZMUN, 2001).

Weineck (1999) acrescenta que esta é uma capacidade que também pode atingir um

alto grau desenvolvimento durante a transição da infância para a adolescência. Ressalta

ainda que a otimização dos requisitos motores do condicionamento em força, velocidade,

resistência. Também é colocada a situação de um adequado treinamento de flexibilidade

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em ginastas, não trazendo prejuízos a atleta, mas havendo um notável aumento de massa

muscular (hipertrofia), que em movimentos de grande amplitude requer uma grande

capacidade muscular, sendo a força um fator determinante para a amplitude e o alcance

do movimento.

Há diferentes métodos e programas de treinamento para o aumento da

flexibilidade.

Dentre os métodos de escolha no treinamento da flexibilidade, Weineck (1999),

enfatiza que o melhor método é o das repetições, aconselhando 15 repetições em 3 ou 5

séries, constituindo exercícios de alongamento e exercícios de relaxamento num

programa específico para o desenvolvimento da flexibilidade. Envolvendo o método

ativo de alongamento que trabalha exercícios oscilatórios elásticos para o aumento da

flexibilidade nas articulações, e o método passivo de alongamento que trabalha a

participação de uma forma externa, ou seja, o auxílio de um parceiro para aumentar o

alongamento. Sabe-se que um atleta de Ginástica Artística, a flexibilidade é um elemento

muito importante para o desenvolvimento dos movimentos exigidos nas competições.

Para Dantas (1995), é possível que se atinja os melhores resultados de flexibilidade

por meio do treinamento da flexibilidade estática e da flexibilidade controlada, estas

definidas com estática sendo um tipo de flexibilidade realizada através da relaxação de

toda a musculatura ao redor da articulação onde o movimento e a mobilização seguem de

forma lenta e gradual influenciada por agentes externos na busca do limite máximo.

Bormann (1980), afirma que a flexibilidade passiva se entende por ser a maior

flexibilidade passiva e pode determinar-se o grau de alongamento dos músculos que

limitam a amplitude do movimento, e para a flexibilidade ativa, se entende como a maior

flexibilidade possível numa articulação que o desportista pode conseguir sozinho e sem

ajuda, através da atividade dos seus músculos.

Diante dos métodos apresentados pelos diferentes autores, pode se afirmar que

tanto o método ativo quanto o método passivo são complementos um do outro, sendo

necessário quer haja uma interação entre os dois tipos de treinamentos para obtenção dos

melhores resultados na amplitude da mobilidade articular.

Outro fator influente seria a temperatura ambiente, podendo ou não favorecer a

flexibilidade, idade e sexo afetam a flexibilidade em indivíduos mais jovens. Garotas, em

oposição aos garotos, parecem ser mais flexíveis, os indivíduos alcançam flexibilidade

máxima dos 15 aos 16 anos (MITRA e MOGOS, 1980).

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Para Alter (2000), um programa de treinamento de flexibilidade é definido com

exercícios planejados e regulares que podem aumentar permanente e progressivamente a

amplitude de movimento de uma articulação ou conjunto de articulações durante um

período de tempo.

2.4. Agilidade

Segundo Barrow e McGee (citado por SHEPPARD e YOUNG, 2006), a agilidade

é a habilidade para mudar de direção rapidamente e de forma exata. Mais recentemente,

a agilidade foi definida como a habilidade para manter ou controlar a posição do corpo,

enquanto se muda de direção rapidamente, durante uma série de movimentos (TWIST e

BENICKY, 1996). Ou a habilidade para mudar de direção, arrancar e parar de forma

brusca (GAMBETA, 1996).

“È importante ressaltar que a agilidade se refere à capacidade do atleta de mudar

de direção de forma rápida e eficaz,” (BOMPA, 2002, p. 51). Já Segundo Rigo (1977), a

agilidade é a movimentação do corpo no espaço, ou seja, movimentos que incluam trocas

de sentido e direção.

Agilidade é a “capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com

mudanças de direção” (BARBANTI, 2003, p. 15).

Para Barros (2000, p.24), a agilidade é “uma variável neuro-motora caracterizada

pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura do

centro de gravidade de todo corpo ou parte dela".

Vivenciar a direção compõe vários fatores de decisão corporal sendo para

SCHMID e ALEJO (2002), equilíbrio, força, coordenação e resistência são componentes

necessários da agilidade.

Segundo OLIVEIRA (2000), muitas definições colocam a agilidade como

inserida na velocidade, diferenciando-se apenas quanto às mudanças de direção.

De modo geral, a agilidade é conceituada como a capacidade do indivíduo

realizar movimentos rápidos com mudança de direção e deslocamento do centro de

gravidade corporal (CARNAVAL, 1998; BARBANTI, 2003, DANTAS, 2003,

PITANGA, 2002, HOLLMANN e HETTINGER, 2005).

“A agilidade desenvolve-se por meio de exercícios que exigem uma inversão

rápida dos movimentos com participação de todo o corpo” (KUNZE, 1987, p. 140).

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2.5. Velocidade

Uma importante capacidade biomotora requerida nos desportos é a velocidade ou a

capacidade de se transportar ou mover se rapidamente. Mecanicamente, a velocidade é

demonstrada por meio da relação entre espaços e tempo, o termo velocidade incorpora três

elementos: tempo de reação, freqüência de movimento por unidade de tempo e velocidade

de transposição de uma determinada distância (BOMPA, 2000).

Ozolin (1971), afirma que há dois tipos de velocidade sendo uma a geral e as outras

específicas, os atletas desenvolvem uma velocidade especial, específica para cada

desporto, por meio de métodos específicos.

Para Grosser (1991), Velocidade no esporte é a capacidade de atingir maior rapidez

de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada no

processo cognitivo, na força máxima de vontade e no bom funcionamento do sistema

neuromuscular.

Bompa (2002) ressalta que a velocidade é importante para a maioria dos esportes

porque grande parte dos atletas precisa correr movimentar-se, reagir ou mudar de direção

rapidamente.

Segundo Schiffer (1993), a velocidade é definida em diferentes formas e

subcategorias da velocidade motora, velocidade de reação, velocidade de ação,

velocidade de freqüência, velocidade de força, resistência de força rápida.

A velocidade motora resulta, portanto, da capacidade psíquica, cognitiva,

coordenativa e de condicionamento, sujeitas ás influências genéticas, do aprendizado,

do desenvolvimento sensorial e neuronal, bem como tendões, músculos e capacidade de

mobilização energética.

“Crianças gostam de saber que são velozes, elas se divertem e gostam de praticar

atividades físicas em que a velocidade é importante, tanto durante brincadeiras como

durante circuitos” (BOMPA, 2002, p.75). O corpo quando se desloca para frente tende-se

a uma reação de movimento rápido conforme a ação exigida pelo corpo.

Entende-se por velocidade uma gama variada, incomum e complexa de

capacidades, as quais se apresentam em vários tipos de esportes, de diferentes maneiras,

pugilistas, caratecas, desportistas e atletas destacam-se, na verdade, através de uma alta

velocidade; podem ser diferenciada através de diversas e específicas formas de

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velocidade, velocidade é não só a capacidade de coordenar, o que é de grande

importância, movimentos acíclicos (saltos, lançamentos), seguidos de movimentos

cíclicos (patinação no gelo, patins), (WEINECK, 1999).

Objetivo Geral

Este trabalho teve como objetivo principal, compreender e identificar mudanças nas

ações motoras no aparelho solo em alunas de faixa etária de 10 a 14 anos.

Objetivos Específicos

Objetivos Específicos

Analisar as ações motoras no aparelho solo em alunas de faixa etária de 10 a 14 anos;

Identificar as ações e habilidades motoras necessárias para um bom aprendizado no

aparelho solo;

Verificar se as sessões de treinamento de Ginástica Artística produzem mudanças sobre as

variáveis motoras básicas.

DELIMITAÇÃO

As questões propostas na pesquisa ficaram restritas à pesquisa dos grupos de

Ginástica Artística do Departamento de Esportes da cidade de São João da Boa

Vista – SP.

QUESTÕES NORTEADORAS

Por que compreender e identificar as ações e habilidades motoras em alunas de 10 a 14?

Qual a razão de se analisar as variáveis motoras no aparelho Solo?

Método

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Foram elaborados os protocolos para avaliações motoras, considerando os testes

que melhor se aplicam à faixa etária e aos objetivos do trabalho que está sendo

desenvolvido.

As aulas são aplicadas três vezes por semana em sessões de duas horas e meia. As

atividades são elaboradas e adequadas conforme o repertório motor verificado nas

crianças, através das avaliações.

Voluntários: dados pessoais e idade.

A pesquisa foi composta por 7 alunas, sendo 4 do nível competitivo e 3 iniciantes,

com a faixa etária de 10 a 14 anos, com a média de idade 12 anos do nível competitivo e

de 13,66 anos para as iniciantes. Pesquisa que foi realizada durante as sessões de

Ginástica Artística com o mesmo grupo de alunas do Departamento de Esportes da

cidade de São João da Boa Vista, SP.

Como instrumento central de pesquisa foi utilizado:

Teste de barra para medição da força de membros superior;

Teste de velocidade (Teste de 50 metros);

Teste de agilidade (Pista Sinuosa);

Teste de equilíbrio estático (Posição de Avião);

Teste de Flexibilidade posição ântero-posterior (Espacate)

Cronômetro, trena, caneta, ficha de teste, cones e orgoniômetro.

O objetivo destes instrumentos de pesquisa é analisar as ações e habilidades

motoras nos alunos no aparelho solo.

Procedimento

Antes da realização dos testes todos os responsáveis pelas alunas assinaram uma

autorização, e foram informados de todos os procedimentos dos testes.

Os testes foram aplicados no início de junho de 2010 para as alunas de nível competitivo

e para as iniciantes.

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Resultados e Discussões

Gráfico 1 – TESTE DE CORRIDA 50 METROS: ALUNAS DE NÍVEL COMPETITIVO.

Os dados do gráfico-1, corrida pré-teste em alunas de nível competitivo, mostram

que a média foi 8’’95, já a mediana foi de8’’98. Já em relação ao pós-teste à média foi de

8”52 com mediana de 8”38. Ficou evidente que a v2 teve uma melhora significante do pré-

teste para o pós-teste de 10,92%,já para a v3 houve uma melhora de 4,95% do pré-teste

para o pós-teste, já a v1 teve uma melhora do pré-teste para o pós–teste de 3,26%,e para a

v4 mostra um resultado não expressivo do pré-teste para o pós–teste de*0,84%.

È importante ressaltar que a melhora do pré - teste para o pós-teste possivelmente

tenha se dado por intermédio do treinamento realizado durante 30 sessões, em trinta dias

diferentes. Nota-se por intermédio de Schmid e Alejo (2002 apud Passos e Alonso 2009), a

velocidade é mais complexa do que simplesmente correr o mais rápido possível; inclui,

também, força muscular, tiros curtos, movimentos rápidos em todas as direções, habilidade

de reagir e tempo de reação, e capacidade de parar rapidamente.

Os dados da corrida pré-teste em alunas iniciantes mostram que a média foi de

10”93, já a mediana foi de 11”15. Já em relação ao pós teste a média foi de 10”63 com

mediana de 11”a5. A melhora do pré para o pós-teste foi de 0”91. No resultado total, pré-

teste e pós teste a média ficou em 10”78 e a mediana em 11”15.

Já em relação à pista sinuosa o pré-teste em alunas do nível competitivo ficou com

a média de 7”67, já a mediana foi de 7”36. A média do pós-teste foi de 7”34 com mediana

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

V 1 V 2 V 3 V 4

8"53

9"44 9"53

8"338"268"51

9"08

8"26

PRÉ - TESTE PÓS - TESTE

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de 7”30. Ficou evidenciado que a melhora do pré para o pós-teste foi de 0”80. No

resultado geral, pré e pós-teste a média foi de 7”57 e a mediana de 7”34.

O teste de pista sinuosa para alunas iniciantes mostrou que no pré-teste a média foi

de 9”13 e a mediana ficou em 9”46. O pós-teste mostrou a média de 9”06 e a mediana de

9”43. A melhora do pré para o pós-teste foi de 0”21 e na soma do pré e pós-teste a média

foi de 9”10 e a mediana ficou em 9”44.

Ressalta-se que em relação ao Teste de barra em suspensão para alunas de nível

competitivo mostrou no pré-teste a média de 15”45 e a mediana de 15”83. Em relação ao

pós-teste observou-se a média de 22”23 e mediana de 23”86. A melhora do pré para o pós-

teste foi de 2”10.

Gráfico 6 – TESTE DE BARRA EM SUSPENSÃO: ALUNAS INICIANTES

Os dados do gráfico-6, barra em suspensão pré-teste em alunas iniciantes mostra

que a média foi 9”79, já a mediana foi de 9”10. Já em relação ao pós-teste a média foi

de10”80 com mediana de 10”23. Ficou evidente que a v1 teve uma melhora do pré-teste

para o pós-teste de 12,67%,já a v3 obteve uma melhora de 11,04% do pré-teste para o

pós-teste, já para a v2 mostra um resultado não significativo de*0,53%. A participação

de crianças em programas de treinamento de força está relacionada a questões de apenas

beneficiar o aumento da força muscular, no aumento de sua capacidade de resistência

muscular. Ou seja, na capacidade do músculo realizar movimentos contra uma dada

resistência, na diminuição do risco da ocorrência de lesões durante a prática de

atividades esportivas e aumento da capacidade de desempenho nas mesmas

(KREAMER, 2001).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

É importante ressaltar o valor regulador das ações motoras em prol da descoberta e

da vivência do movimento, bem como a facilitação para a chegada até as habilidades

específicas e complexas. Segundo Leguet (1987), é importante a contribuição da Ginástica

Artística no desenvolvimento motor da criança por intermédio de movimentos básicos e

naturais, como correr, saltar, bem como movimentos inabituais como a passagem pelo

apoio invertido, inversões de apoio e rotações. Os movimentos que classificam as ações

motoras da ginástica dão excelência na complementação de exercícios que venham a ser

realizados em séries, ou mesmo para a evolução de um movimento específico de base.

Em relação aos dados do gráfico-1 mostram na corrida pré-teste em alunas de nível

competitivo, que a média foi 8’’95, já a mediana foi de 8’’98. Já em relação ao pós-teste à

média foi de 8”52 com mediana de 8”38. Ficou evidente que a V2 teve uma melhora

significante do pré para o pós-teste de 10,92%,já para a V3 houve uma melhora de 4,95%

do pré para o pós-teste, já a V1 teve uma melhora do pré para o pós–teste de 3,26%.

Os dados do gráfico-6, barra em suspensão pré-teste em alunas iniciantes mostra que

a média foi 9”79, já a mediana foi de 9”10. Já em relação ao pós-teste a média foi de10”80

com mediana de 10”23. Ficou evidente que a V1 teve uma melhora do pré-teste para o

pós-teste de 12,67%,já a V3 obteve uma melhora de 11,04% do pré-teste para o pós-teste,

já para a V2 mostra um resultado não significativo de*0,53%.

Portanto conclui-se que a Ginástica Artística, é uma modalidade de base para as

demais áreas da Educação Física. Nada vem isolado na Ginástica Artística, pois tudo

deve ser analisado por intermédio da sensibilidade e concretizado por meio das ações e

habilidades motoras.

REFERÊNCIAS

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