conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

61
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CONTEÚDOS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA CIDADE DE PORTO VELHO JOSÉ FERREIRA FILHO MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO Porto Velho – Rondônia 2009

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Page 1: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CONTEÚDOS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA NA CIDADE DE PORTO VELHO

JOSÉ FERREIRA FILHO

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO

Porto Velho – Rondônia

2009

Page 2: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

CONTEÚDOS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NA CIDADE DE PORTO VELHO

Autor: José Ferreira Filho

Orientadora: Prof.ª Ms. Eurly Kang Tourinho

Monografia de Graduação apresentada ao

Departamento de Educação Física, Núcleo

de Saúde da Universidade Federal de

Rondônia (RO), como requisito parcial para

obtenção do título de Licenciado em

Educação Física.

Porto Velho, Rondônia

2009

Page 3: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

FICHA CATALOGRÁFICA

BIBLIOTECA PROF. ROBERTO DUARTE PIRES

Bibliotecária Responsável: Ozelina Saldanha CRB11/947

F3831c

Ferreira Filho, José Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física na cidade de Porto Velho / José Ferreira Filho. Porto Velho, Rondônia, 2009. 59f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) Fundação Universidade Federal de Rondônia / UNIR.

Orientadora: Profª. Ms. Eurly Kang Tourinho

1. Ginástica artística 2. Desenvolvimento motor 3. Aprendizagem motora I. Tourinho, Eurly Kang II. Título.

CDU: 796:612.766.1

Page 4: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

ii

Page 5: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

iii

DEDICATÓRIA

Marilene Marques Rodrigues: companheira

amorosa, vencedora, forte, compreensiva,

dedicada, incentivadora, amiga. Mulher essa,

a qual sinto satisfação em tê-la ao meu lado

como esposa e aos meus filhos, grande razão

pela qual supero todos os obstáculos.

Page 6: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

iv

AGRADECIMENTOS

• Religioso:

- A Deus, razão de toda existir e acontecer, que iluminou os meus caminhos

até vencer mais esta etapa da minha vida.

• Pessoal:

- Aos meus pais: José Ferreira e Maria Neuza; meus irmãos e demais

familiares, que compreenderam a minha ausência; a minha cunhada Dailva,

pelo auxilio nas horas precisas; aos colegas de trabalho e profissão pelo

incentivo para continuar nos estudos, em especial ao meu amigo Paulo.

• Acadêmico:

- A Profª. Ms. Eurly, minha orientadora que persistiu nesse orientando tão

ausente, ao Prof. Ms. Ramon que sempre acreditou na minha capacidade e

incentivou-me nos trabalhos acadêmicos, ao Prof. Bernardino que me

aproximou da realidade da regência nas escolas incentivando o

desenvolvimento de trabalhos no contexto escolar. E todos os demais

professores que contribuíram para minha formação. E aos meus amigos

acadêmicos da turma de 2006 que sempre estiveram unidos a mim durante o

curso.

• Institucional:

- Universidade Federal de Rondônia – UNIR, que propiciou minha formação

acadêmica; a REN/SEDUC, pelas informações sobre as escolas e os

professores de Educação Física da rede pública estadual; a SIEDE/SEMED,

pelas informações sobre as escolas e os professores da rede pública

municipal, em especial ao Prof. Bispo do SIEDE pela atenção e presteza e a

Profª. Rosemar do DADE; a todas as escolas da rede pública municipal e

estadual e da rede particular de ensino da cidade de Porto Velho, que me

atenderam com presteza e atenção.

Page 7: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

v

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................... vi

ABSTRACT .............................................................................................................. vii

LISTA DE ANEXOS ................................................................................................. viii

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9

1.1 O Problema e sua Importância ............................................................................ 9

2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13

3. OBJETIVOS ........................................................................................................ 14

3.1. Objetivo Geral ................................................................................................... 14

3.2. Objetivos Específicos ....................................................................................... 14

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 15

4.1. Origem da Ginástica Artística ........................................................................... 16

4.1.1. Precursores da Ginástica Artística ................................................................ 16

4.1.2. O Pai da Ginástica Artística ........................................................................... 19

4.1.3. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) .............................................. 20

4.2. Educação Física e Ginástica Artística .............................................................. 21

4.3. Ginástica Artística e Desenvolvimento Motor ................................................... 24

4.4. Ginástica Artística e Aprendizagem Motora ...................................................... 27

4.5 Fundamentos da Ginástica Artística ................................................................... 33

5. METODOLOGIA .................................................................................................. 39

5.1. Caracterização da Pesquisa ............................................................................. 39

5.2. População e Amostra ....................................................................................... 39

5.2.1 Seleção da Amostra ....................................................................................... 39

5.3. Instrumento de Coleta de Dados ...................................................................... 43

5.3.1. Tabulação dos Dados .................................................................................... 43

6. RESULTADADOS ............................................................................................... 44

6.1. Análise e Discussão dos Dados ........................................................................ 44

7. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 50

8. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 52

ANEXOS .................................................................................................................. 55

APÊNDICE .............................................................................................................. 59

Page 8: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

vi

CONTEÚDOS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NA CIDADE DE PORTO VELHO.

Autor: José Ferreira Filho

RESUMO

O objetivo deste estudo foi investigar a aplicação dos conteúdos da Ginástica Artística (GA) nas aulas de educação Física na cidade de Porto Velho/RO, tendo em vista a melhoria das capacidades físicas e ampliação do repertório motor dos alunos. Para atingir esse objetivo foi realizado um estudo bibliográfico baseado em literaturas que abordassem o tema, e uma pesquisa de campo, no período de 29 de Setembro a 15 de Novembro do ano de 2009, com 23 professores da pública estadual, 18 da municipal e 6 da rede particular da cidade de Porto Velho. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário misto contendo 8 questões. Para análise estatística, foram tabulados os percentuais obtidos nas respostas dos professores nas questões do instrumento de coleta de dados, com base na estatística descritiva para estabelecer as características da amostra. Os resultados demonstraram que 58,3% dos professores da rede particular aplicam os conteúdos da GA nas aulas e outros 41,7% não aplicam, na da rede pública estadual 23,8% dos professores aplicam enquanto 76,2% não aplicam os conteúdos da GA em suas aulas. Na rede pública municipal 14,3% dos professores aplicam a GA nas aulas enquanto outros 85,7% não aplicam. Demonstrando que a maioria dos professores de Educação da rede pública da cidade de Porto velho, tanto do estado, como do município, não aplicam os conteúdos da Ginástica Artística nas aulas de Educação Física.

PALAVRAS - CHAVE: Ginástica Artística, Desenvolvimento Motor, Aprendizagem

Motora

Page 9: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

vii

CONTENTS OF ARTISTIC GYMNASTICS IN PHYSICAL EDUCATION CLASSES

IN THE CITY OF PORTO VELHO.

Author: José Ferreira Filho

ABSTRACT

The objective of this study was to investigate the application of the contents of Gymnastics (GA) in physical education classes in the city of Porto Velho, in order to improve physical capacity and expansion of the motor repertoire of the students. To achieve these objectives were a literature study based on literature about the theme, and a field survey, from 29 Sectember to 15 November in the year 2009, with 23 teachers of the state government, municipal and 18 of 6 the private network of the city of Porto Velho. The instrument of data collection was a questionnaire containing 8 questions mixed. Statistical analysis was performed descriptive statistics to establish the characteristics of the sample. The results showed that 58.3% of private school teachers apply the contents of GA in the classroom and other 41.7% do not apply in the public school teachers 23.8% 76.2% apply while not applying the contents the GA in their classes. The public health system 14.3% of teachers apply the GA in class while other 85.7% do not apply. Demonstrating that the majority of teachers in public education in the city of Porto Velho, both the state, and the city do not apply the contents of Gymnastics in Physical Education Classes.

KEY WORDS: Gymnastics, Motor Development, Motor Learning.

Page 10: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

viii

LISTA DE ANEXOS

ANEXO I - Ofício de apresentação à Seduc ......................................................... 55

ANEXO II - Ofício de apresentação à Semed ...................................................... 56

ANEXO III - Ofício de apresentação às escolas ................................................... 57

ANEXO IV - Autorização do Autor ........................................................................ 58

Page 11: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

9

1. INTRODUÇÃO

1.1. O Problema e sua Importância

Este trabalho teve como objetivo verificar a aplicação dos conteúdos da

ginástica artística nas aulas de Educação Física nas redes pública e particular da

cidade de Porto Velho/RO.

A Ginástica Artística (GA), assim denominada de acordo com os estatutos da

Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), a partir de 2006, é mais conhecida no

Brasil como Ginástica Olímpica (GO), teve sua origem na antiguidade, nessa época

o homem já realizava acrobacias como habilidade natural. Fora utilizada com várias

finalidades, tanto para entretenimento, como para treinamento militar na Antiga

Grécia e em Roma. Mas foi na Alemanha por volta de 1793 que Guts Muths

introduziu a Ginástica pedagógico-didática constituindo a base sistemática da

Ginástica educativa.

Iniciada por Basedow e Guts Muths, a Ginástica se desenvolveu na

Alemanha, porém, cabe a Friedrich-Ludwig Janh1 o mérito da propagação da

Ginástica Artística pelo mundo inteiro até chegar ao Brasil trazida como parte da

cultura dos imigrantes alemães em 1824 ao chegarem a região sul.

Como modalidade desportiva a GA encanta o público pela beleza de seus

movimentos demonstrando leveza, agilidade e força em exercícios de alta

complexidade. No ambiente escolar, alguns autores entre estes Marcassa (2004)

corroborando com Soares (1998) e Nista-Piccolo (2005) apud Lopes (2007), a

consideram como um importante instrumento nas aulas de Educação Física para o

desenvolvimento e o aprimoramento motor humano. Visto ser este um importante

conteúdo da Educação Física escolar e expressivo componente da cultura corporal

1 Friedrich Ludwig Christoph Jahn – Pedagogo alemão nascido em 11 de agosto de 1778 - No ano de 1811, sistematizou a prática da ginástica e a transformou em modalidade esportiva. É considerado o pai da ginástica olímpica, hoje artística.

Page 12: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

10

de movimento. Por apresentar características que possibilitam várias alternativas

de movimento, como saltar, rolar, girar, mudar de apoios e posições.

A GA em nível competitivo nacional e internacional é dividida em duas

categorias distintas; masculino e feminino. Os ginastas masculinos disputam em seis

aparelhos: solo sem fundo musical, barra fixa, cavalo com alças, barras paralelas,

argolas e salto sobre a mesa. As femininas disputam em quatro aparelhos: o solo

com fundo musical, a trave de equilíbrio, as barras paralelas assimétricas e o salto

sobre a mesa.

No contexto escolar levando em conta as possibilidades que GA pode

oportunizar a quem a pratica, Nista-Piccolo (2005) cita que por essa modalidade ser

uma atividade em que a criança sente prazer em executar, além de estimula a

criatividade pela expressão corporal dos elementos ginásticos, além de socializar o

praticante desde da aprendizagem, quando há necessidade dos companheiros se

ajudarem na execução dos fundamentos, não pode deixar desse contexto

educacional. Contribuindo com o assunto Hostal (1982) afirma, que a GA nas aulas

de Educação Física põe a criança em relação com o próprio corpo, permitindo a ela

a descoberta de diversos seguimentos, a ação do conjunto das articulações, dando

oportunidade de aprimoramento dos vários movimentos desencadeados por ela.

A respeito do benefício motor que a GA propicia Nista-Picollo (2005, p.32)

afirma:

A GA é composta por elementos considerados fundamentais para o desenvolvimento motor do ser humano, tais como o rolar, o equilibrar-se, o saltar, o girar, entre outros elementos. Aprender executá-los, combinando-os em seqüência de movimentos, facilita o aprimoramento das capacidades físicas mais complexas e amplia as possibilidades de desempenho de habilidades motoras.

O embasamento em documentos oficiais para utilização da GA como

conteúdo nas aulas de Educação Física apóia-se nos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN’s) da Educação Física, e nas Matrizes Curriculares de Educação

Física do Estado de Rondônia e do Município de Porto Velho. Segundo os PCN’s

(1997) para integrar o aluno na cultura corporal do movimento, os professores

devem se utilizar do jogo, do esporte, das atividades rítmicas, da dança, das

ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de vida. Já a

Page 13: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

11

Matriz Curricular de Educação Física do Estado de Rondônia e do Município de

Porto Velho, engloba todos os conteúdos a serem ministrados nas aulas de

Educação Física na Educação Básica, onde a Ginástica está incluída.

A formação dos professores de Educação Física no que tange aos

conhecimentos sobre GA é um ponto importante para que se possa ter o suporte

teórico e prático sobre essa modalidade. Sobre o assunto os estudos de Nunomura

(2003) apontam que, a maioria dos cursos de graduação em Educação Física

oferece a disciplina GA ou GO em suas grades curriculares. De acordo com as

ementas desses cursos, são desenvolvidos os fundamentos básicos da GA,

subsidiando aos futuros profissionais a orientarem programas de iniciação à

modalidade.

Mesmo com esses conhecimentos básicos sobre GA, segundo Schiavon e

Nista-Picollo (2007) em uma pesquisa realizada em Campinas-SP, a maioria dos

profissionais em Educação Física têm dificuldade de visualizarem essa modalidade

além do caráter competitivo, ou seja, eles desconhecem as contribuições da

aprendizagem da GA para o desenvolvimento motor dos alunos.

Quanto à formação dos professores de Educação Física no estado de

Rondônia, no que se refere aos conhecimentos da modalidade em questão, os

cursos de graduação em Educação Física das instituições de Ensino Superior em

Porto Velho-RO entre as quais a Universidade Federal de Rondônia – UNIR,

oferecem a disciplina GA na grade de curso, de acordo com a ementa da disciplina

de Ginástica Olímpica, como é denominada na ementa da grade da UNIR, são

desenvolvidos os fundamentos básicos da GA.

Considerada uma modalidade esportiva básica a GA, engloba experiências

diferenciadas de movimento em relação a outras modalidades esportiva, além de

proporcionar também domínio corporal, flexibilidade, força, coordenação, equilíbrio e

concentração. Criando possibilidades cada vez maiores de melhoria e ampliação do

repertorio motor dos seus praticantes Nista-Piccolo (2005). Nesse sentido nas aulas

de Educação Física Escolar essa modalidade é um importante meio de introduzir e

integrar o aluno na cultura corporal do movimento. Para isso ela busca o pleno

domínio do corpo exigindo uma constante integração entre o físico e o intelecto,

proporcionando prazer em praticar as atividades.

Page 14: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

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Partindo deste contexto, meu problema se formula como segue: Tendo em

vista a Educação Física Escolar ter dentre seus conteúdos a Ginástica como

preconiza os PCN’s e como manifestação da cultura corporal ela proporcionar

valiosas experiências corporais além do desenvolvimento e o aprimoramento motor

humano. São aplicados ou não, os conteúdos de Ginástica Artística nas aulas de

Educação Física na cidade de Porto Velho-RO?

Page 15: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

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2. JUSTIFICATIVA

A presente investigação é justificada por vários motivos, um deles numa visão

histórico-cultural e pedagógica é que o termo “Ginástica” existe há milhares de anos

como prática cultura das antigas civilizações. Atualmente uma das manifestações

clássicas da cultura corporal que compõem o rol de conhecimentos da Educação

Física é a Ginástica que, na nossa concepção, pode provocar valiosas experiências

corporais, enriquecendo o universo de conhecimento do ser humano. Incluída nos

Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) como disciplina formadora, pois ajuda a

desenvolver o equilíbrio, a resistência, a flexibilidade e a força.

Entre os motivos desencadeados pela prática dessa modalidade. O primeiro a

ser destacado é por existir uma lacuna referente à pesquisa na Educação Física

Escolar sobre questões relacionadas aos conteúdos da Ginástica Artística.

O segundo motivo justifica-se pela escassez de literatura especifica sobre os

conteúdos da Ginástica Artística no desenvolvimento Motor. Desse modo esse

beneficio é pouco conhecido pelos profissionais e formandos em Educação Física.

O terceiro motivo, é que os dados levantados poderão ser apresentados, nas

reuniões pedagógicas das instituições com a finalidade de criar alternativas para

aplicação dos conteúdos da GA nas aulas de Educação.

O quarto, diz respeito à utilização dos dados da presente investigação pelas

Instituições de Ensino Superior. Estes servirão de base a essas instituições, a fim de

promoverem cursos e/ou oficinas sobre Ginástica Artística com a finalidade de

oportunizar conhecimento nessa área.

O último motivo em destaque para que se justifique a pesquisa, situa-se na

importância dos conhecimentos sobre os conteúdos da GA para o professor de

Educação Física Escolar, a fim de que possa desenvolver um trabalho competente,

com bases cientificas e capaz de contribuir para o desenvolvimento integral do

educando.

Page 16: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

14

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral:

Verificar a aplicação dos conteúdos da Ginástica Artística nas aulas de

Educação Física Escolar na rede pública e particular de ensino da cidade de Porto

Velho/RO.

3.2. Objetivos Específicos:

- Levantar informações quanto ao nível de experiência dos professores de

Educação Física das redes pública e particular de ensino da cidade de Porto Velho

no tocante a GA.

- Diagnosticar dificuldades encontradas pelos professores para a inclusão dos

conteúdos da GA, nas aulas de Educação Física;

- Levantar informações se os professores de Educação Física da rede pública

e privada direcionam as aulas de acordo com os PCN’s e com as Matrizes

Curriculares de Educação Física do Estado de Rondônia e do Município de Velho;

- Verificar o grau de importância atribuído pelos professores de Educação

Física das redes de ensino pública e particular aos conteúdos de GA para o

aprimoramento e/ou desenvolvimento motor de seus alunos.

Page 17: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

15

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica desse estudo está organizada inicialmente por cinco

tópicos. O primeiro deles abordará a origem histórica da Ginástica Artística na

concepção de Publio (1998), Bregolato (2002), destacando alguns conceitos, os

precursores dessa modalidade, bem como, a propagação da GA pelo mundo até

chegar ao Brasil.

O segundo tópico abordará conceitos e definições sobre a Educação Física

na concepção de alguns autores como, Souza (1989), Gonçalves (2002) e Tojal

(2004) os quais destacarão a Educação Física como ciência e como ato Educativo,

buscando a relação dos conteúdos da GA nas aulas Educação Física sob o ponto de

vista dos direcionamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das Matrizes

Curriculares de Educação de Educação Física do Estado de Rondônia e do

Município de Porto Velho.

No terceiro tópico será destacada a contribuição da Ginástica Artística no

desenvolvimento motor, buscando relacioná-la com esses benefícios de acordo com

a visão de alguns autores da teoria desenvolvimentistas como Gallahue (2003) e a

teoria dos sistemas dinâmicos como Gonçalves (1995). Bem como os que

consideram o movimento essencial ao ciclo da vida como Shumway-Cook (2003) e

Santos et all (2004).

Num quarto momento será dado destaque a aprendizagem motora

relacionando com as possibilidades que GA proporciona nesse sentido, segundo

alguns autores como, Gallahue (2003), Shmidt (2001) e Teixeira (2005) que

consideram a interação entre o individuo, a tarefa e o ambiente, como determinantes

da aprendizagem motora.

Finalmente, serão enfocados os fundamentos da GA, destacando as

ferramentas que possibilitam a aprendizagem dessa modalidade, servindo de

proposta nos programas de iniciação a essa modalidade, bem como a inclusão nas

aulas de Educação Física Escolar, com bases em autores como Carrasco (1982),

Russel e Kinsman (1986) e Leguet (1987), citados por autores que vivenciaram a

GA, seja como atleta, técnico ou docentes universitários como: Nunomura e Russel

(2002), Nista-Piccolo (2005) e Nunomura & Tsukamoto (2005). A abordagem dos

Page 18: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

16

fundamentos de maneira simplificada e prática, visando atingir a todos os

profissionais da área da Educação Física que se interessem em iniciar um programa

de GA, seja no alto rendimento ou para que seus alunos possam usufruir dos

benefícios dessa modalidade.

4.1. Origem da Ginástica Artística

Esse tópico tem a finalidade de citar os estudos históricos de alguns autores

sobre o surgimento da Ginástica e como os conhecimentos sobre exercícios físicos

nas épocas passadas contribuíram para o surgimento e o desenvolvimento da

Ginástica Artística.

De acordo com Publio (1998) o termo “Ginástica”, “Esportes” e “Educação

Física” são freqüentemente confundidos na linguagem de vários filósofos, lingüistas

e pedagogos. Isso pode se dá pelo fato da Ginástica ter suas origens há milhares de

anos.

Segundo Meuret apud Publio (1998), o termo Ginástica remonta há milhares

de anos, seja ela como, uma Ginástica educativa, de formação do corpo, conhecida

também com o nome de Educação Física ou como Ginástica médica ou terapêutica,

praticada nas antigas civilizações com a finalidade de manter e melhorar a saúde.

Bregolato (2002), afirma que, na antiguidade o homem já realizava

acrobacias, como habilidade natural. No transcurso dos tempos elas foram

introduzidas em danças sacras, pelo fato das danças por muito tempo fazerem parte

das missas e rituais místicos. No Egito, na Grécia e em Roma os acrobatas,

conhecidos como saltimbancos se exibiam nas feiras e nos circos.

A ginástica, como prática de exercícios físicos veio da Pré-história em que

essa prática era necessária por motivo de sobrevivência. Na Antigüidade o homem

já realizava acrobacias como habilidade natural. Estacionou na Idade Média,

fundamentou-se na Idade Moderna e sistematizou-se nos primórdios da Idade

Contemporânea, Wikipédia (2009).

Como a prática freqüente da Ginástica desenvolvia habilidades corporais

importantes, como a força e a elasticidade, então, ela passou a ser adaptada ao

Page 19: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

17

treinamento militar. Na Grécia Antiga ela foi praticada com os mesmos objetivos, de

desenvolvimento das habilidades corporais, onde a ginástica continuou a

desenvolver-se. No entanto, em Roma, a estima, dispensada a essa modalidade

como forma de treinamento caiu em desuso. Desse modo a ginástica passou a ser

utilizada apenas em apresentações de circo, como inspiração aos soldados antes

das batalhas, enquanto estes davam para a ginástica outros valores, não mais

sendo utilizada em termos de preparação militar.

O surgimento da Ginástica na Era Moderna seria de inicio ligado à arte. Na

época do Renascimento, os principais artistas cultuavam ao corpo humano, assim

como suas formas. De modo que a prática da ginástica nas escolas tornou-se

freqüente e dia a dia a modalidade ganhava espaço entre os homens, Wikipédia

(2009).

Publio (1998), em seus estudos sobre as origens da Ginástica, cita que

alguns autores trazem à lembrança as acrobacias praticadas em todas as épocas,

no mundo todo. Outros relatam a condição física avaliada necessária em todos os

tempos. Também são citados os cautelosos ensinamentos chineses, as experiências

dos egípcios, demonstradas pelas evidencias na America do Sul. Todos admitem a

importância da antiguidade grega. Assim como não podem se ignoradas as teorias

de pensadores gregos como as de Platão (428 - 348), de Aristóteles (384 - 322), as

de Galeano (132 - 201), entre outros sábios gregos.

4.1.1. Precursores da Ginástica Artística

A Ginástica no seu sentido mais amplo envolve todas as atividades praticadas

como forma de exercícios físicos de todas as épocas, mas Publio (1998), cita

cronologicamente a contribuição de alguns autores que se destacaram em suas

épocas no campo da Ginástica.

No Século XVI, os franceses François Rabeais (1493 -1533) e Michel de

Montaigne (1533 – 1592), além do escritor italiano Jerônimo Mercurialis (1530 –

1606), cuja obra “De Arte Ginástica”, publicada em 1569, na cidade de Veneza,

Page 20: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

18

consta preciosas informações históricas, principalmente sobre a história dos gregos

e dos romanos.

Também é destacado por Publio (1998), Archangelo Tuccaro por ter escrito

sobre os exercícios acrobáticos que eram praticados em sua época em um livro

intitulado “Trois dialogues del l’exercice de sauter et voltiger em l’air avec lês figures

que servente à La parfaicte démonstratduct artion et inteligence dudict art”. Em

português “Três diálogos de exercício de saltar e voar com figuras que são usadas

para perfeita demonstração e dedução inteligente da arte”.

Dois filósofos no Século XVII devem ser citados como precursores da

Ginástica, o britânico iluminista John Locke (1632 – 17040 e o educador tcheco

Comenius (1592 – 1670) Publio (1998).

Somente no Século XVIII, foram estabelecidas as bases pedagógicas da

Ginástica entre eles se destacam o filósofo genovês Jean-Jacques Rousseu (1712 –

1778) por sua audácia e inovação no domínio da Educação Física, o pedagogo

suíço Jean-Henri Pestalozzi (1746 – 1827) por introduzir exercícios da Ginástica em

sua escola e Jean-Bernard Basedow por fundar um ginásio na Alemanha e propagar

a Ginástica na Rússia durante o reinado de Catarina II (Publio, 1998).

Por volta do final do Século XVIII, surgiram os criadores da Ginástica

moderna, cabendo esse mérito ao alemão Johann-Cristoph Guts Muths (1759 –

1839) por ter sido o introdutor da Ginástica pedagógico-didática, cuja obra

“Gynminastik fur Jugend” (Ginástica para Juventude) publicada em 1793,

estabeleceu a base sistemática que serve de base à Ginástica Educativa. E ao

espanhol Francisco Amóros Y Ondeano (1769 – 1849), tornou-se cidadão francês

em 1816, fundou uma escola de Ginástica em Grenelle. Influenciou a Educação

Física na França até o Século XX (Publio, 1998).

Segundo Publio (1998), a Ginástica iniciada por Basedow e Guts Muths se

desenvolveu na Alemanha pela impulsão dada por Jahn. O professor Friedrich

Ludwig Jahn (1778 - 1852) fundou em Berlim, na Alemanha, o primeiro clube voltado

apenas à prática da ginástica. Inspirado pelo espírito patriota advindo de seu pai e

pelos escritos de Guts Muths - pai da ginástica pedagógica.

Page 21: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

19

4.1.2. O Pai da Ginástica Artística

A ginástica Artística surgiu graças a “Batalha de Jena” como Publio (2005, p.

16) afirma:

Não fosse a Batalha de Jena (1806), provavelmente esta modalidade esportiva tão linda, denominada Gymnastique Artistique pela Federação Internacional de Ginástica e popularizada e Homologada no Estatuto da Confederação Brasileira de Ginástica, como Ginástica Olímpica, (16/03/1979), não existisse hoje.

A derrota vergonhosa sofrida pelos prussianos na Batalha de Jena motivou

muito as atitudes do professor Johann Friedrich Ludwig Cristoph Jahn, denominado

o “Pai da Ginástica” [grifo do autor] (Turnvater) que resolveu motivar os jovens

prussianos para se prepararem fisicamente a fim de uma revanche contra as tropas

de Napoleão. Jahn era filho de um pastor protestante, teórico, nacionalista e homem

político. Inventou o termo “Turnen” e escreveu o livro “Die Deuctsche Turkunst” ( A

arte da Ginástica) Publio (1998).

De acordo com Publio (1998), foi a influencia exercida por Guts Muths muito

importante para Jahn, pois ele tomou muito dos exercícios publicados na obra de

Muths, exercícios esses que foram inspirados na Ginástica Grega, com a corrida, o

salto, a luta, o disco, o dardo; com os acrobatas de quem tomou os equilíbrios; as

atividades profissionais dos marinheiros lhe forneceram o mastro, a escalada, as

vergas, as cordas e as escadas de trepar; das Cruzadas na Idade Media tomou o

tiro e o arco; da cavalaria, a esgrima .

Publio (1998) afirma que pelo conteúdo da obra de Jahn, percebe-se que ele

introduziu um bom numero de aparelhos, alguns já conhecidos e outros inventados e

adaptados por ele. Entre esses a barra horizontal, apesar de conhecida

anteriormente fora introduzida e tornou-se popular no seu campo de treinamento de

Ginástica ao ar livre (playground). As barras paralelas surgiram lá, mas não se sabe

quem as inventou.

O trabalho de Jahn foi sem duvida a “célula mater” [grifo do autor] da

Ginástica Olímpica (gymnastique artistique), denominada Ginástica Artística,

Ginástica Desportiva ou Ginástica de Solo e Aparelhos, Publio ( 2005, p. 16)

Page 22: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

20

4.1.3. A Federação Internacional de Ginástica (FIG)

Foi graças aos esforços de Nicolas J. Cupérus em propagar os exercícios

físicos que compõem a Ginástica, que ela foi se expandindo. Começando na

Antuérpia, depois em toda a Bélica, na Europa e por fim no mundo inteiro (Publio,

2005).

Nicolas Cupérus concebia a Ginástica como a manifestação do esforço pelo

prazer da prática da atividade física em beneficio da saúde, sem nenhum interesse

competitivo.

Fundada em 1891, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) sendo

denominada inicial como Federação Européia de Ginástica (FEG), passou a se

chamar FIG somente em 1921. Cinco anos depois, a modalidade seria incluída no

programa dos primeiros Jogos Olímpicos modernos, realizados em Atenas, na

Grécia. Por razões da origem do nome, a entrada das mulheres nas competições, só

se deu na edição de 1928 das Olimpíadas, que aconteceu em Amsterdã, na

Holanda. O referido nome incluía a prática nua por parte dos ginastas. Por esta

razão, os homens, nos primeiros Jogos, competiam despidos da cintura para cima.

Com a providência de vestirem-se por completo, as mulheres puderam estrear nos

campeonatos.

A partir daí, a evolução da ginástica enquanto desporto se deu ao longo de

poucos anos. 1950 foi um momento em particular: As mulheres competiram em

alguns aparelhos masculinos - como as argolas - e a ginástica rítmica ainda fazia

parte das apresentações artísticas. Em seguida, algumas provas foram

acrescentadas e outras retiradas. Os aparelhos foram definidos para cada evento. E

por fim, seu aprimoramento não para e a cada revisão das regras, a dificuldade e a

beleza dos movimentos aumenta. Atualmente, a ginástica artística é um dos mais

populares esportes - não apenas nos Jogos Olímpicos - e um dos mais exigentes

para com seus atletas e praticantes. Baseada nessa rápida evolução e

popularização, principalmente entre as mulheres, a modalidade artística tornou-se a

rainha da FIG entre as demais práticas da ginástica. Surgida como um esporte

tipicamente masculino, a modalidade artística globalizou-se como um desporto

feminino, que hoje possui maior destaque, um maior número de praticantes e atletas

mundialmente reconhecidas, Wikipédia (2009).

Page 23: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

21

No Brasil de acordo com Públio (1998) a GA, iniciou com colonização alemã

no Rio grande do Sul, em 1824, dando origem a Sociedade Ginástica de Joinville,

Santa Catarina, fundada em 16 de novembro de 1858, a mais antiga da América do

Sul. A partir de então a GA foi criando adeptos em todo país através dos primeiros

torneios, da oficialização da Ginástica com sua filiação à Federação Internacional de

Ginástica em 1951. Através da então Confederação Brasileira de Desportos, até a

fundação da Confederação Brasileira de Ginástica em 25 de novembro de 1978,

depois da repercussão da participação de ginastas brasileiros nos Jogos Pan-

americanos, Luso-brasileiros, Sul-americanos. E atualmente com a representação

expressiva dos ginastas brasileiros nos mundiais e nos jogos olímpicos.

4.2. Educação Física e a Ginástica Artística

Alguns autores justificam os conteúdos da GA nas aulas de Educação Física,

entre eles, Marcassa (2004) corroborando com Soares (1998), destaca que a

Ginástica no contexto da Educação Física Escolar deve ser pensada como um tema

que insere os alunos na cultura corporal, nessa perspectiva, essa modalidade

gimnica2 deve ser conhecida e experimentada.

Nista-Piccolo (2005) reforça citando que por ser uma atividade na qual a

criança sente prazer na execução de acrobacias, estimulando a criatividade a

expressão corporal combinada aos seus elementos gímnicos, além de socializar o

educando desde o momento da aprendizagem, quando há necessidade de ajuda

mútua entre os companheiros. Se tratando de uma visão educativa, esses

elementos gímnicos tornam-se fundamentais nas aulas de Educação Física Escolar.

Hostal (1982) reforça a idéia afirmando que a GA, nas aulas de Educação

Física, põe a criança em relação com o próprio corpo, permitindo descoberta de

diversos partes do corpo, seguimentos e membros, assim como a ação de grupos

musculares e das articulações, oportunidade o aprimoramento de vários movimentos

exigidos pelos fundamentos da citada modalidade.

2 Modalidade gímnica - que faz parte do rol de modalidades das ginásticas de competição olímpica.

Page 24: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

22

Alguns conceitos e definições da Educação Física, nos aspectos legais e na

visão de alguns autores, vão a favor dos conteúdos da GA nas aulas, de acordo com

as justificativas dos autores citados acima. Os quais destacaram alguns pontos em

comum. Como o estímulo à criatividade, o desenvolvimento motor e das

capacidades físicas, além do prazer na execução dos exercícios.

A Educação Física no ambiente escolar é um importante meio de introduzir e

integrar o aluno na cultura corporal do movimento, formando o cidadão que irá

usufruí-la. Para isso ela se utiliza do jogo, do esporte, das atividades rítmicas, da

dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de vida

(PCN’s, 1997).

“A educação física como ciência é a educação global do indivíduo, ou seja, a

educação do físico, do intelecto e a educação social”, Souza (1989). Entendida

como forma de desenvolvimento da aptidão física, ou seja, possibilitar ao indivíduo o

melhoramento para exercer suas tarefas cotidianas e também para o lazer, a

recreação e o desporto.

Gonçalves (2002) define a Educação Física como a prática sistêmica de

atividades físicas, desportivas ou lúdicas no âmbito educacional que está

relacionada dialeticamente com alguns campos de conhecimentos advindos de

diferentes ciências, como: Biologia, Sociologia, Biomecânica, entre outras.

O mesmo autor, afirma que, a Educação Física como ato educativo relaciona-

se diretamente com a “corporalidade” e o movimento humano. Implica, portanto,

uma atuação intencional sobre o homem como ser corpóreo e motriz, abrangendo as

formas de atividade física, como, o jogo, a dança, a ginástica e o desporto.

Segundo, Tojal (2004), na sociedade brasileira, a expressão “Educação

Física” é utilizada para representar as atividades físicas desenvolvidas no sistema

escolar formal, que levam à obtenção da saúde e o desenvolvimento biopsicossocial

do indivíduo.

O Manifesto Mundial da Educação Física FIEP – 1970, definiu:

“... A Educação Física como o elemento da educação que utiliza, sistematicamente, as atividades físicas e a influência dos agentes naturais: ar, sol, água etc. como meio específicos, no qual a atividade física é considerada um meio educativo privilegiado, porque abrange o ser na sua totalidade;” (cev, 2008).

Page 25: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

23

Do ponto de vista legal, a Educação Física é componente curricular

obrigatório da Educação Básica (Ensino Infantil, Fundamental e Médio), através da

lei 9394/96, sobre Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN’s) de Educação Física, orienta de Forma organizada as

principais questões a serem consideradas pelo professor de Educação Física no

desenvolvimento do seu trabalho. Outros documentos que orientam o ensino de

Educação Física Escolar a nível estadual e municipal são as Matrizes Curriculares

de Educação Física do Estado de Rondônia e do município de Porto Velho. Dentre

os conteúdos indicados por esses documentos estão inclusos a GA.

Em nível nacional de acordo com os PCN’s, os conteúdos da Educação Física

Escolar estão organizados em três blocos: Esportes, jogos, lutas e ginásticas;

Atividades rítmicas e expressivas e Conhecimentos sobre o corpo, a GA é abordada

no primeiro bloco, com finalidades diversas como preparação para outras

modalidades, podendo ser feita de forma recreativa, competitiva e de convívio social,

envolvendo ou não a utilização de materiais e aparelhos.

Em Rondônia a nível estadual a Matriz Curricular de Educação Física, aborda

os conteúdos dessa disciplina em quatro Núcleos, nos quais a ginástica é abordada

no Núcleo II nos anos iniciais do ensino fundamental, com seus conteúdos

elementares e no Núcleo IV no nono ano, com seus conteúdos mais complexos e

por fim abordado no Núcleo III final do ensino médio com a elaboração e

apresentação de séries.

A Matriz Curricular de Educação Física do município de Porto Velho aborda

os conteúdos da referida disciplina em quatro Núcleos com temas distintos, O

movimento em construção e estruturação; O movimento nas manifestações lúdicas e

esportivas; O movimento em expressão e ritmo e O movimento e a saúde. A

ginástica está inserida no Núcleo O Movimento e as manifestações lúdicas e

esportivas do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental. Desse modo como

preconiza as literaturas oficiais a nível nacional, estadual e municipal a GA esta

inserida como conteúdo da Educação Física Escolar.

Segundo Betti, (1991), as aulas de Educação Física devem auxiliar o aluno a

compreender o seu sentir e o seu relacionar-se na esfera da cultura corporal de

movimento. Logo, a Educação Física escolar é um processo, com conteúdos e

Page 26: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

24

objetivos específicos, os quais devem ser direcionados para promover o

desenvolvimento integral do aluno em todo o período da educação básica, e

segundo os PCN’s, também devem respeitar os níveis de desenvolvimento e as

características individuais dos alunos.

4.3. Ginástica Artística e Desenvolvimento Motor

De acordo com Gallahue (2003), o desenvolvimento é um processo contínuo

que se inicia na com a fecundação e termina com a morte. O desenvolvimento,

segundo esse autor, inclui todos os aspectos do comportamento humano, e como

resultado, somente artificial pode ser separado em áreas, fases ou faixas etárias. A

aceitação crescente do conceito de um desenvolvimento permanente é muito

importante deve ser acatado. Da mesma maneira como o estudo do movimento no

período neonatal, na infância, e na vida posterior. O ganho com o aprendizado do

desenvolvimento motor em todas as idades e com a análise desse processo dura a

vida toda.

O campo de estudo do desenvolvimento motor humano enfoca as mudanças

no comportamento motor no decorrer do ciclo da vida Clark & Whit All, Clark e

Haywood apud Gonçalves (1995). O estudo do desenvolvimento motor torna-se

fundamental uma vez que trabalhamos essencialmente com atividades corporais nas

aulas de Educação Física. Nelas o movimento se expressa como fator essencial da

aprendizagem e da vida.

Gallahue (2003) reforça que o processo de desenvolvimento e, mais

especificamente, o do desenvolvimento motor, deveria lembrar-nos constantemente

da individualidade do aprendiz, pois muitos fatores que envolvem habilidades

motoras e desempenho físico interagem de maneira complexa com o

desenvolvimento cognitivo e afetivo. Cada um desses fatores é, por sua vez, afetado

por ampla variedade de exigências relacionadas a tarefas específicas, biológicas e

ambientais.

Nesse sentido Papalia et al. (2006), afirma que fatores como:

Hereditariedade; Ambiente e a Maturação influenciam no desenvolvimento humano.

Page 27: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

25

O primeiro diz respeito à dotação genética dos pais biológicos de uma pessoa, o

segundo compreende a totalidade de influencias externa, ou seja, não genéticas que

determinam o desenvolvimento. O último relaciona-se a maturação do corpo, ou

melhor, dos desdobramentos de uma sequência genética influenciada e muitas

vezes relacionada à idade cronológica, de mudanças físicas e padrões de

comportamento, incluindo a prontidão de comportamento para adquirir novas

habilidades.

Gallahue (2003) destaca sobre o assunto, ser importante conhecer os

produtos do desenvolvimento, ou seja, como as pessoas são tipicamente nas fases

e nos estágios particulares do desenvolvimento e também como essas alterações

acontecem. Para essa finalidade o autor destaca duas abordagens da teoria do

desenvolvimento. A teoria de Sistemas Dinâmicos e a Ecológica, também conhecida

como teoria Contextual. Do início ao fim da vida, o comportamento motor muda.

Algumas destas mudanças são drásticas e ocorrem na fase da infância e

adolescência, outras são mais modestas e acontecem na fase adulta,

posteriormente percebe-se uma regressão nos movimentos com o avanço da idade.

Na primeira, o desenvolvimento ocorre através da auto-organização entre

outros princípios, desencadeando um processo não linear e descontínuo, isto é a

alteração individual ao longo do tempo, não é necessariamente simples e

hierárquica e não envolve mover-se em direção a níveis superiores de complexidade

e competência no sistema motor. E sim como citado anteriormente pela auto-

organização, nela os seres humanos ficam inclinados a lutar pelo controle motor e a

habilidade motora.

A segunda teoria entende o desenvolvimento humano ocorrendo em função

do contexto ambiental e da estrutura temporal histórica na qual se vive, ou seja, se

relaciona com o individuo e seu meio ambiente, bem como, o desenvolvimento

integral dos domínios cognitivos, afetivo e psicomotor. Esses domínios interagem no

desenvolvimento do individuo. Ambas as teorias têm um ponto em comum, o

movimento integrando todas as fases da vida.

Segundo Santos et al. (2004), O movimento está presente em todos os

momentos da nossa vida com seu grau de significância sendo alternado, modificado

e adaptado durante o ciclo da vida, desde o significado de ficar de pé pela primeira

Page 28: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

26

vez e a dificuldade de em levantar-se na velhice. Essas mudanças, modificações e

adaptações durante o ciclo vital, são o foco desses estudos sobre o

desenvolvimento humano.

Para Shumway-Cook (2003), o movimento é um aspecto essencial da vida.

Ele é indispensável na nossa capacidade de locomoção, seja no caminhar, correr e

brincar, na procura pelos alimentos que nos nutrem; na comunicação com as

pessoas do nosso convívio social.

Do início ao fim da vida, de acordo com Gonçalves (1995), o comportamento

motor muda. Algumas destas mudanças são drásticas e ocorrem na fase da infância

e adolescência, outras são mais modestas e acontecem na fase adulta,

posteriormente percebe-se uma regressão nos movimentos com a senilidade.

Conforme Barela, apud Gonçalves et al. (1995), as mudanças ocorridas no

comportamento motor do indivíduo durante a vida, são mudanças na forma e na

execução do movimento. Alterando assim a organização ou controle e a

coordenação dos movimentos.

Na infância o desenvolvimento motor se caracteriza pela aquisição de grande

número de habilidades motoras, que possibilitam a criança um amplo domínio do

seu corpo em diferentes posições e/ou posturas estáticas e dinâmicas. O que lhes

permite locomover-se no ambiente de variadas formas, andando, correndo, saltando

etc. bem como manipular objetos de variadas formas, texturas e tamanhos.

Segundo Grespan apud Peixoto (2006) no primeiro ano do ensino

fundamental, normalmente aos seis anos de idade a criança já tem desenvolvido sua

noção de esquema corporal, reconhece as partes do corpo e relaciona-se bem com

objetos. Nesta fase ela está apta a se envolver em uma intensa gama de atividades,

tem apreço pela reprodução e imitação de ações e está aberta a aprendizagem

escolar, por que seus interesses tornam-se mais sistemáticos.

De acordo Gallahue apud Peixoto (2006), a partir dos 10 anos de idade, há

um grande salto de evolução das estruturas anatômicas e nervosas. Nesta fase a

criança possui um domínio psicomotor equivalente ao adulto, seu domínio motor

global é bem favorecido pela facilidade de assimilação e disponibilidade motora,

favorecendo a prática de atividades mais complexas que envolvem deslocamentos,

precisão e equilíbrio.

Page 29: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

27

Sabe-se que, dos 6 aos 10 anos de idade, as exigências de movimento,

segundo o autores da teoria desenvolvimentista, como Gallahue, são compatíveis

com as atividades que a GA proporciona, Nista-Piccolo (2005 p. 113).

Lopes (2007) reforça, afirmando que a Ginástica Artística contribui para o

desenvolvimento da criança, pois apresenta variedades de movimentos e demanda

muitas capacidades físicas e motoras, as quais podem facilitar a aquisição de

habilidades importantes para as demais modalidades esportivas. Nista-Piccolo

(2005) afirma essa importância quando cita a possibilidade de se ampliar o

repertório motor da criança através da riqueza de materiais e da grande variedade

de movimentos proporcionados pela GA.

A GA, de acordo com Werner apud Nunomura & Tsukamoto (2003) é uma

modalidade que desenvolve, de maneira bastante eficaz, as capacidades motoras. A

variedade dos exercícios influi sobre todo o aparelho locomotor, bem como auxilia

no desenvolvimento do domínio cognitivo e da propriocepção. Ela também estimula

outras qualidades como, a criatividade, a perseverança e a coragem. Brikina apud

Nunomura & Tsukamoto (2003) confirma, que a combinação ilimitada dos

movimentos, suas variações e complexidade, permitem a aplicação de um grande

número de exercícios físicos diferentes por sua forma e coordenação, levando seus

praticantes a valorizarem suas possibilidades motoras.

Desse modo confirmando que a Ginástica Artística possui um amplo

repertório de exercícios que podem ser executados através de combinações de seus

elementos básicos de movimento, os quais podem produzir diferentes tipos de ações

motoras, contribuindo ao desenvolvimento motor.

4.4. Ginástica Artística e Aprendizagem Motora

A aprendizagem motora segundo Shumway-Cook (2003) é descrita como

uma serie de processos associados à pratica ou à experiência, que levam a

mudanças relativamente permanentes na capacidade de produzir uma ação hábil.

Vários autores entre os quais, Gallahue (2003), Shmidt (2001) e Teixeira

(2005), são de acordo que a aprendizagem motora é uma interação entre o individuo

Page 30: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

28

(aluno, educando), a tarefa (atividade a se desenvolvida) e o ambiente (contexto no

qual será desenvolvida a atividade).

As habilidades motoras são movimentos voluntários do corpo e/ou dos

membros (seguimentos) para atingir um objetivo segundo Richard (2002). Ou seja,

executar uma tarefa previamente solicitada e/ou criada uma situação ambiental que

exija essa tarefa.

Gallahue (2003), afirma que a aptidão motora de um individuo tem efeito

decisivo no desempenho de qualquer atividade motora que requeira reações

rápidas, velocidade de movimento, agilidade e coordenação de movimento, força

explosiva e equilíbrio. Nesse sentido com relação à aprendizagem motora o autor

destaca princípios mecânicos considerados como base para a aprendizagem

motora.

Entre os fatores físicos e mecânicos o autor destaca, a influência gravitacional

da terra sobre três fatores primários de preocupação no estudo do equilíbrio, são

eles, o centro da gravidade, a linha de gravidade e a base de apoio. O primeiro

existe em todos os objetos, em formas geométricas localiza-se no centro do objeto,

nos assimétricos como é o caso do corpo humano esta constantemente mudando

conforme o movimento. O centro da gravidade do nosso corpo sempre se desloca

na direção do movimento ou do peso adicional. Nas crianças em pé na posição

ereta, está aproximadamente no alto dos quadris, mais precisamente entre a parte

da frente e a parte da trás do tronco.

Em atividades nas quais o centro da gravidade permanece em posição

estável, como sustentar-se em um pé ou plantar bananeira, são chamadas de

atividades estáticas de equilíbrio. Caso o centro da gravidade se desloque

constantemente, como o ato de pular corda, caminhar, rolar, fazer cambalhota, são

chamadas atividades de equilíbrio dinâmico.

O segundo diz respeito à linha imaginária que se estende verticalmente do

centro da gravidade ao centro da terra. A relação mútua entre esses dois centros até

a base de apoio determina o grau de estabilidade do corpo.

O último é a parte do corpo que entra em contato com a superfície de apoio.

Se a linha de gravidade estiver situada na base de apoio, o corpo estará em

Page 31: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

29

equilíbrio. Se esta estiver fora dessa base, o corpo estará fora de equilíbrio. Quanto

mais ampla for à base de apoio, maior a estabilidade.

Teixeira apud Teixeira (2005) justifica a interação da tríade, individuo, tarefa

e o ambiente, na aprendizagem motora afirmando, que inicialmente o indivíduo

precisa identificar o problema motor que, a titulo de exemplo, esse autor coloca a

tarefa de ficar em posição invertida, com as mãos apoiadas no chão e os pés para

cima. Em seguida, essa pessoa precisa formular um plano de ação, em que gerará

uma hipótese de como seria possível realizar tal objetivo. Isso é feito imaginando-se

as possíveis formas de atender a essa e tarefa.

O mesmo autor afirma que o estágio de aprendizagem é especifico a tarefa

motora, o que significa dizer que o fato de alguém estar em um estágio avançado

em uma habilidade, não diz absolutamente nada sobre o estágio de aprendizagem

desse individuo em uma tarefa posterior, a menos que essas habilidades possuam

elementos em comum. A detecção correta do estágio por parte do orientador permite

a ele formular estratégias apropriadas de organização entre a tarefa e o ambiente da

prática.

Teixeira (2005), destaca quatro critérios mais usados para classificar uma

tarefa, são eles: a demanda de precisão, a identificação do ponto de inicio, o

processamento de feedback e a estabilidade do ambiente. O primeiro critério diz

respeito ao tamanho do grupo muscular no controle dos movimentos na execução

da aprendizagem motora. Como em qualquer ação há a participação tanto de grupos

musculares pequenos, como os músculos das mãos e das faces, com de grandes

grupos musculares, como os das costas e das pernas, a classificação entre

habilidades finas e habilidades globais, é feita de acordo com a importância da

participação desses grupos musculares no controle da tarefa.

O autor cita como exemplo a tarefa de escrever ou pintar, o controle

diferenciado de pequenos músculos é essencial para produção de movimentos

precisos e de pequena magnitude, apesar de necessária a estabilidade postural

gerada através da musculatura do torso e das pernas. Trata-se de uma tarefa

tipicamente fina. De mesmo gênero o, o giro gigante3 na barra fixa envolve ação

3 Giro Gigante – giro transversal de 360° com empunhadura das mãos nas barras fixas e nas barras assimétricas.

Page 32: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

30

manual, mas a demanda maior da ação é gerada por meio da contração de grandes

grupos musculares para impulsionar o corpo todo. Além disso, os movimentos

manuais são empregados para manter-se agarrado à barra e não para

manipulações que requeiram controle refinado dessa musculatura, por essas

características a habilidade descrita é classificada como global.

O segundo critério de classificação da tarefa a partir da identificação do ponto

de inicio da ação distingue as habilidades motoras em discreta, seriadas ou cíclicas.

O referencial empregado nesse critério é se existe na tarefa um ponto de inicio bem

definido, é classificada como habilidade discreta. Nessa categoria de habilidade, um

observador tem condições de reconhecer o momento em que a tarefa é inicia e

quando é encerrada. Um exemplo dessa categoria de habilidade é o salto simples,

como descreve Teixeira (2005), a tarefa é iniciada com um movimento preparatório,

realizando-se simultaneamente agachamento e extensão dos braços para trás, e se

encerra com a flexão das pernas após a fase de vôo, amortecendo o impacto da

queda. Na habilidade cíclica de tarefas motoras dessa categoria uma vez iniciada a

ação, não é possível reconhecer os pontos de inicio ou de fim, pois sua

característica repetitiva, em que alguns movimentos são executados várias vezes,

ou seja, de forma cíclica, é sua marca registrada. Dentre essas habilidades estão as

empregadas para locomoção, como, andar, correr, uma seqüência de flic-flac4 ou

giros na barra. Já a terceira categoria desse critério de classificação de tarefas

motoras envolve a combinação de duas tarefas motoras ou mais, sejam elas

discretas ou cíclicas. Desse modo, tanto ações que envolvam poucos componentes,

como o rodante que é composto por uma corrida (habilidade 1) e mais o movimento

principal passando pela posição invertida (habilidade 2), assim como, tarefas

possuindo várias partes elementares, como é o caso de uma série de GA no solo,

são classificadas como tarefas seriadas.

Quanto ao terceiro critério da disponibilidade de informação de feedback, é

definido por Teixeira (2005), como um tipo de informação especial, a qual é gerada

durante a execução de um movimento, que retorna ao executante por diferentes vias

4 Flic-Flac – salto com apoio dos pés com projeção de ombros passando pelo apoio invertido e terminando com o apóio dos pés, podendo ser executado para frente ou para trás como ligação a outros saltos.

Page 33: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

31

sensoriais, ou seja, a visual, a auditiva, a tátil e a proprioceptiva. O individuo executa

a ação e, em condições normais observa a reações desencadeadas, tais como, a

sensação de pressão de partes de seu corpo contra o solo e ouve o som de

impactos provenientes de aterrissagens. O autor lembra que o processamento de

informações não é instantâneo, leva-se tempo para identificar, analisar e converter o

resultado dessa análise em movimentos corretivos. Por esse motivo um fator

decisivo para classificação da habilidade quanto ao uso do feedback é o tempo para

se completar uma ação. Em movimento de curtíssima duração, realizados em uma

fração de segundos a informação de feedback só será aproveitada na tentativa

seguinte. Como uma habilidade que representa bem essa categoria, pode-se citar o

salto mortal, no qual o executante realiza um ou mais giros em torno do eixo

transversal do corpo em um curto intervalo de tempo. Uma vez iniciada a ação não

é mais possível se fazer ajustes de rota ou de tempo caso o executante tenha

cometido algum erro de programação dos movimentos, habilidades com essas

característica são classificadas como de circuito aberto de feedback. Já as

habilidades com tempo com tempo bastante longo, requerendo alguns segundos

para que a execução seja completada é classificada como de circuito fechado de

feedback, uma vez que vários ciclos de processamento de informações podem ser

concluídos, seja fechando o circuito, do inicio ao final da execução da tarefa. Isso

pode ser notado na ginástica de solo e em todos os aparelhos da GA, que implica a

capacidade de promover ajustes durante o movimento, corrigindo-se erros

eventualmente cometidos em fases prévias da execução.

O quarto critério de classificação de habilidades, destacado por Teixeira

(2005) está baseado na estabilidade do ambiente em que a tarefa é realizada.

Considera-se como estabilidade ambiental a freqüência com que os elementos

críticos para a execução da tarefa são modificados durante a execução. Dessa

forma, habilidades de ambiente estável (fechado), são aquelas em que não ocorrem

alterações que exijam o ajustamento dos movimentos, ou seja, o ambiente

permanece estático do inicio ao fim da ação motora, de modo que todas as decisões

são tomadas antes do inicio da ação. Nessa categoria estão todas as tarefas

realizadas na GA. Outra categoria que o autor menciona dentro desse critério de

classificação é o que se denomina tarefas de ambiente instável (aberto), são

Page 34: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

32

aquelas em que o executante necessita avaliar continuamente o que acontece no

ambiente à sua volta durante o desdobramento do ato motor, a fim de que consiga

tomar decisões apropriadas e atingir seu objetivo. Nessa categoria estão as tarefas

de interceptar e rebater objetos como, a bola e a peteca, o objetos em que toque

deve ser evitado também, assim como jogos em movimento.

Logo, segundo Shmidt (2001) a aprendizagem motora requer o aprendizado

de ações integrais do ser humano que possibilitem a execução de uma variedade de

movimentos voluntários para que possam atingir os seus objetivos.

De acordo com Teixeira (2005), um dos princípios fundamentais da

motricidade humana é que o comportamento motor é adaptável. A adaptação, no

entanto, só ocorre à medida que existam situações que desafiem a capacidade de

movimento já adquirida, requerendo que novas estruturas de ação tenham que ser

formadas para atender às exigências impostas pelo ambiente.

O mesmo autor explica a relação da GA com a aprendizagem motora, ao

afirmar que, ao se falar em aprendizagem motora, referimo-nos a alterações

observáveis no desempenho motor, que freqüentemente são quantificadas de forma

qualitativa, como se faz em torneios de GA. Onde se observa a execução de uma

série e/ou habilidade isolada.

Nista-Piccolo (2005), afirma ser extremamente importante aprimorar o

equilíbrio corporal da criança em atividade que exigem equilíbrio dinâmico, estático e

recuperado. A trave de equilíbrio, trabalhada com movimentos simples e de fácil

execução, oferece grandes possibilidades de atingir esse objetivo, aumentando

sempre a complexidade dos exercícios dados buscando alcançar o equilíbrio

desejável para a aprendizagem motora.

A mesma autora cita que na evolução sensório-motora, a criança elabora seu

esquema corporal, mas, para tanto, é preciso ter as noções espaciais e temporais

bem trabalhadas. Para organizar essas percepções relativas ao próprio corpo, de

acordo com a autora, é imprescindível vivenciar atividades no solo, em colchões ou

gramado. Nesta perspectiva os elementos de GA desenvolvidos no solo trazem

experiências fantásticas em relação à noção espacial.

Perceber os pés na posição vertical invertida da parada de mãos pode proporcionar consciência do corpo, difícil de ser

Page 35: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

33

experimentada. Além disso, os elementos ginásticos e acrobáticos que compões os fundamentos da GA são básicos para a evolução motora de qualquer criança. Nista-Picollo (2005, p. 118).

Nessa perspectiva a GA nas aulas de Educação Física Escolar pode

contribuir para formação integral da criança com base numa aprendizagem motora

eficiente.

4.5. Fundamentos da Ginástica Artística

Segundo, Tsukamoto & Nunomura (2005), assim como a base da casa é o

alicerce, os fundamentos da GA são as ferramentas essenciais para o aprendizado

das habilidades avançadas dessa modalidade. Ainda que para muitos profissionais

os rolamentos, a parada de mãos, a estrela, rodante, as reversões no solo; as

oitavas os giros e os kipes na paralela; o salto grupado, afastado e carpado; entre

outras habilidades, no solo e/ou aparelhos, entendam como fundamentos. De acordo

com essas autoras existem outros anteriores a esses, que representam o conteúdo

essencial para a progressão na GA. Esses fundamentos receberam denominações

distintas, conforme seus autores.

Seguindo uma ordem cronológica de autores mais citados em trabalhos

acadêmicos e por profissionais da área que vivenciaram essa modalidade, seja

como atleta, técnico ou arbitro. Temos Carrasco (1982) citado por Tsukamoto &

Nunomura (2005), o qual aprofundou os fundamentos da GA em exemplos

concretos com a que todos profissionais da Educação Física, atuantes ou não na

modalidade pudessem entender.

Desse percebe-se que o autor segundo Tsukamoto & Nunomura (2005),

pretendeu sistematizar a GA, levando em conta a heterogeneidade dos movimentos

de forma lógica, progressiva e coerente.

Carrasco (1982) entende a estruturação lógica dos fundamentos da GA nas

principais formas de ações que compõem o conteúdo essencial de todo gesto

ginástico, que geralmente são combinadas. As quais foram classificadas pelo autor

como:

Page 36: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

34

- As cinco ações musculares principais, Fechamento, Abertura, Retropulsão,

Antepulsão e Repulsão;

- A posição da bacia, para fixação do quadril em contrações muscular global

e/ou bloquear o impulso e controlar a posição de báscula;

- Posição do dorso, levar ou conservar o tronco no prolongamento dos braços

em apoio invertido;

- Repulsão de braços, elevação dos ombros, braços erguidos acima da

cabeça;

- Repulsão das pernas, impulsão máxima de uma perna (impulsão alternativa)

e impulsão das pernas (impulsão simultânea).

Desse modo segundo Carrasco apud Tsukamoto & Nunomura (2005), essas

ações musculares permitem a realização dos elementos ginásticos. Em geral, por

serem na maioria das vezes combinadas, dependendo da habilidade uma prevalece

mais do que outras. Assim segundo Carrasco (1982), a segmentação aparente da

habilidade ou elemento ginástico permite ao profissional identificar as ações

musculares desencadeadas. Desse poderá definir a preparação física adequada.

Entre os autores mais citado em trabalhos acadêmicos, sobre sistematização

estão Russell e Kinsman (1986), citados por Nunomura (2000), Nunomura & Russell

(2002) e Tsukamoto & Nunomura (2005). Eles elaboraram programa de iniciação há

mais de trinta anos no Canadá, o qual foi denominado de “Padrões Básicos de

Movimento” (PBMs). Nesses PBMs, Russel & Kinsman apud Nunomura & Russel

(2002), consideram que esses padrões são modelos ou temas básicos da GA, pois

há entre eles os mais comuns de todos os tipos de movimentos da ginástica.

Esses citados autores dividem os fundamentos da GA em seis Padrões

Básicos de Movimento, destacando seu tipos e o princípio mecânico:

1- Aterrissagens, sobre os pés sobre as mãos, com rotação, sobre as costas,

cujo principio mecânico é utilizar mais tempo e mais partes do corpo para absorver o

momento da aterrissagem;

2- Posições Estáticas, apoios, suspensões e equilíbrio. Tem como principio

mecânico a relação entre o Centro da Gravidade (CG) e a Base de Apoio (BA),

quanto mais próximo a CG da BA, maior a estabilidade;

Page 37: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

35

3- Deslocamentos, sobre os pés, em apoio e em suspensão. Com o principio

mecânico da aplicação da força interna (contração muscular) para mover o CG;

4- Rotações, no eixo longitudinal, no eixo transversal e no eixo ântero-

posterior. O principio mecânico diz que para iniciar uma rotação, aplicar uma força

que não passe pelo CG, quanto mais longe a força for aplicada do CG, maior o

efeito da rotação.

5- Saltos, com as duas pernas, com uma perna e com as mãos. Com o

principio mecânico da aplicação de força interna ou externa para produzir um

deslocamento rápido do CG. Essa força deverá ser de magnitude suficiente, na

direção desejada e aplicada em um corpo rígido.

6- Balanços, da suspensão e do apoio. O principio mecânico diz que na fase

ascendente o momento é diminuído, na fase descendente o momento será

aumentado.

Segundo Nunomura & Tsukamoto (2005), os autores constataram que todas

as habilidades da GA partem desses PBMs. Assim o domínio dos desses padrões

permite a evolução para qualquer habilidade na GA. Desse seria possível construir

qualquer habilidade especifica dessa modalidade através de combinações destes

PBMs.

Outra abordagem sobre os fundamentos da GA, por Russel e Nunomura

(2002), É uma abordagem útil para a aprendizagem do movimento humano,

tentando reduzir o número de temas para que o professor trabalhe com aqueles que

tenham um valor realmente significativo. A intenção é alinhar o movimento ou as

habilidades e ensinar os que são necessários para o contínuo aprendizado da

ginástica.

Os autores consideram os modelos ou temas dos movimentos básicos da

ginástica na visão de Laban 5 são: Primeiramente, o mais comum de todos os tipos

de movimentos da ginástica. As aterrissagens, além de ser a mais comum dos tipos

de movimentos executados no contexto da ginástica, as aterrissagens representam

aquele ponto da ginástica em que a maioria das lesões ocorre. As crianças,

5 Rudolf Laban – bailarino austríaco nascido em 1879, aos 30 anos mudou-se para Munique e passou a dedicar-se ao estudo do movimento humano dando ênfase aos aspectos psíquicos e fisiológicos.

Page 38: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

36

normalmente, não se machucam enquanto estão no ar ou em algum aparelho

somente, quando estão aterrissando. No entanto, os professores devem

compreender os mecanismos das aterrissagens (em alguns casos caindo) [grifo do

autor] e devem ensinar as crianças a estarem aptas a aterrissarem sobre os pés;

aterrissarem sobre as mãos; aterrissarem enquanto estão executando rotações e

aterrissarem chapados sobre suas costas.

Outro tema dominante na ginástica é o da posição estática. Os professores

deveriam compreender e desenvolver o equilíbrio, a suspensão e o apoio. O

equilíbrio se explica pelo fato de seu desenvolvimento ser importante para a

ginástica. A suspensão e o apoio, os outros dois componentes do tema posição

estática, não são muito bem compreendidos, mas de fato, mais habilidades

evoluíram a partir deles. A suspensão pode ser definida como qualquer atividade de

suspensão na qual os ombros estão abaixo do ponto de suspensão. O apoio pode

ser definido como qualquer posição estável (se instável, é um equilíbrio) [grifo dos

autores] que não seja uma suspensão. Todos os balanços evoluíram das

suspensões e dos apoios.

O balanço é um tema ou modelo de movimento auto-explicativo e ao mesmo

tempo único, muito indicativo do tipo de movimento da ginástica. O deslocamento

consiste de mudanças repetitivas do corpo no espaço, como nadar, escalar e

aparelhos de locomoção. A rotação é o quinto tema, representada por qualquer giro

ou rodopio em torno de um dos nossos três eixos primários. Se um professor

compreende os princípios mecânicos básicos associados à rotação inicial e

mudança de rotação, ele compreenderá que tudo o que vier depois serão

meramente rotações ao redor de um dos eixos: giros, rodopios, saltos mortais,

rolamentos, rodas, rotações em torno de um eixo, voltas e piruetas. Basicamente,

todos são o mesmo modelo de movimento, mas executados ao redor de eixos

diferentes.

O último tema ou modelo de movimento do salto abordado pelos autores é o

deslocamento rápido do corpo, seja das pernas ou dos braços. Mais uma vez, o

conhecimento de alguns princípios de mecânica é o bastante para entender coisas

como saltar, saltitar, repulsão, saída rápida do chão etc.

Page 39: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

37

Por fim entre os autores que abordam a ginástica sem os objetivos de alto

rendimento, temos Leguet (1987), citado por Nista-Piccolo (2005) e Nunomura &

Tsukamoto (2005), a proposta oferecida por este autor, denominada “Ações

Motoras” não têm finalidade competitiva, procura sempre utilizar as formas mais

naturais do movimento. Na concepção de Leguet apud Nista-Piccolo (2005) é

possível ensinar ginástica criando-se um ambiente gímnico, em que os processos de

desenvolvimento das atividades estejam centrados na motricidade, cujas ações e

suas coordenações extrapolem os objetivos da competição.

O autor esclarece de acordo com Nunomura & Tsukamoto (2005) que o ponto

comum entre as habilidades simples e as habilidades complexas da ginástica é o

comportamento motor dos indivíduos, pois tanto o habilidoso como o iniciante agem

em situações e ambientes em comum. O que diferencia cada um deles seria o ritmo

de controle e de domínio de suas ações e potencial motor natural individual.

Leguet apud Nunomura & Tsukamoto (2005, p. 44), afirma,

Ainda que haja diferenças na dificuldade ou na complexidade das situações encontradas, no nível das respostas motoras nessas situações e nas dosagens e prioridades segundo o setor considerado e o tempo que se dispõe (iniciação, treinamento), em todas as situações, a questão é aumentar o poder de ação, de ajustar suas ações em uma determinada tarefa e de estar disponível para realizar outras tarefas.

Levando em conta a preocupação de evitar a incorporação de gestos

específicos de alto rendimento da modalidade, Leguet apud Nunomura & Tsukamoto

(2005) o autor aborda as habilidades da GA pelas Ações Motoras: aterrissar e

equilibra-se; girar sobre si mesmo; balancear em apoio; balancear em suspensão;

passar pelo apoio invertido; passar pela suspensão invertida; deslocar-se em

bipedia; equilibrar-se; passagem sobre o solo ou trave; abertura e fechamento;

volteio e saltar.

De acordo com o autor, citado por Nunomura & Tsukamoto (2005), essas

ações podem ser realizadas isoladas ou em combinação entre elas, abordando o

conjunto da especialidade, e cada uma delas representa a totalidade significativa

para o praticante. Considerando a relação que o praticante mantém com o

implemento e o contexto, a unidade comportamental que pode ser ampliada pela

Page 40: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

38

transformação e distinção por níveis de prática, a base motora e a gênese particular,

ou seja, a individualidade biológica do praticante.

Nota-se a estreita relação entre os fundamentos da GA com aprendizagem

motora como cita Gallahue (2003), sobre os três fatores primários de preocupação

no estudo do equilíbrio. Já que eles, o centro da gravidade, a linha de gravidade e a

base de apoio. São constantemente alterados pelas exigências dos movimentos

desencadeados na prática dos conteúdos da GA.

Page 41: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

39

5. METODOLOGIA

5.1. Caracterização do Estudo

De acordo com Ávila (2000) esta pesquisa caracteriza-se como descritiva,

uma vez que, tem a finalidade de descrever de forma sistematizada os fatos e

características de uma dada população e de uma determinada área de interesse, de

maneira real e correta. De forma a proporcionar subsídios para responder aos

objetivos deste estudo através da análise quantitativa e qualitativa dos dados

coletados.

5.2. População e Amostra

A população alvo deste estudo foi constituída por professores de Educação

Física da cidade de Porto Velho-RO, da rede pública estadual; da rede pública

municipal e da rede particular.

5.2.1. Seleção da Amostra

Primeiramente, foram averiguadas quantas escolas havia, nas redes públicas

estadual, municipal e particular de ensino e dentro delas, quantos professores

ministravam a disciplina de Educação Física, para que fosse delimitada a amostra.

As Escolas da Rede Estadual da cidade de Porto Velho estão divididas de

acordo com a Secretaria de Estado da Educação em 9 (nove) Pólos, as quais

somam um total de 71 (Setenta de uma), de acordo com da SEDUC, distribuídas da

seguinte forma:

• POLO I

APAE, Carmela Dutra, Branca de Neve, Marise Castiel, Padre Moretti,

Samaritana, Duque de Caxias, Barão do Solimões, Castelo Branco.

Page 42: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

40

• POLOII

Nações Unidas, São Sebastião I, 21 de Abril, Major Guapindaia,

Osvaldo Piana, CENE;

• POLO III

Rio Branco, John Kennedy, Murilo Braga, N. Srª. Das Graças, Pestalozzi;

• POLO IV

Eduardo Lima e Silva, Tancredo Neves, Bela Vista, Sebastiana L. de

Oliveira, Claudio M. da Costa, D. Pedro I, Heitor Villa Lobos, CE Mª de

Nazaré, Helio Neves Botelho, João Bento da Costa, Jorge Vicente Salazar

dos Santos.

• POLO V

José Otino de Freitas, 04 de Janeiro, Tiradentes, Roberto Pires, Eloisa

Bentes, Brasília, Casa de Davi, Mundo Mágico, Santa Marcelina, Enio

Pinheiro.

• POLO VI

Herbet de Alencar, Orlando Freire, N. Srª do Amparo, Juscelino

Kubitschek, Petrônio Barcelos, Jesus B. Hosannah, Araújo Lima, Bom Jesus.

• POLO VII

Getúlio Vargas, Estudo e Trabalho, Pe. Mario Castagna, Manaus,

Franklin Roosevelt, Cel. Carlos A. Weber.

• POLO VIII

Risoleta Neves, Daniel Néri, São Luiz, Mariana, Flora Calheiros

Contrin, Jânio Quadros, Mª. Carmosina Pinheiro, Ulisses Guimarães.

• POLO IX

Jorge Teixeira, Marcos Freire, São Francisco de Assis, Santa Clara de

Assis, Marcelo Cândia-BR, Marcelo Cândia-MF, Paulo Leal, Princesa Isabel.

Constituindo segundo a REN/SEDUC 137 (cento e trinta e sete) professores

de Educação Física.

As Escolas da Rede Municipal da cidade de Porto Velho estão divididas de

acordo com a Secretaria Municipal de Educação em 4 (quatro) Pólos, as quais

somam um total de 52 (cinqüenta e duas), distribuídas da seguinte forma:

Page 43: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

41

• POLO I

Antônio Ferreira da Silva, Maria Isaura, Prof. Antônio A. Rebelo, São

Pedro, Nacional, Pequeno Polegar, Meu Pequeno Jones, Semente do Araçá.

• POLO II

Saul Bennesby, Rio Guaporé, Joaquim Vicente Rondon, Manoel

Aparício N. de Almeida, Krys Damares, Nova República, Padre Chiquinho,

Raimundo A. da Silva, Areal da Floresta, Dr. Tancredo Neves, Pequeno

Mestre, Tucumã, Estela do Manhã, Broto do Açaí, Cor de Jambo, Pequenos

Talentos, Alegria e Moranguinho.

• POLO III

Professor Pedro Tavares Batalha, Senador Olavo Pires, Rio Madeira,

Engº Francisco Erse, João Ribeiro Soares, Senador Darcy Ribeiro,

Guadalupe, Esperança, Encanto do Ipê.

• POLO IV

Chapeuzinho Vermelho, Bom Principio, Ulisses Soares Ferreira, São

Miguel, Pingo de Gente, Prof.ª Estela de Araújo Compasso, Auta de Souza,

Jornalista Fernando Escariz, Vovó Helena, 08 de Março, Engº Waldih Darwich

Zacarias, Pe. Geovane Mendes, 12 de Outubro, Flor do Piquiá, Elenilson

Negreiros, Vôo da Paz. Constituindo segundo a SIEDE/SEMED 111 (cento e

onze) professores de Educação Física.

As Escolas da Rede Particular da cidade de Porto Velho foram mapeadas

através de lista telefônica atualizada da cidade, sendo descartadas as creches e

consideras as escolas com as séries iniciais do ensino fundamental por haver maior

possibilidade destas últimas terem em seu quadro docente professores de Educação

Física. O levantamento do quantitativo de professores dessa rede de ensino foi

realizado através de visitas a estas instituições nas quais se verificou um total 34

professores e 15 escolas distribuídas da seguinte forma:

Colégio Adventista, Colégio Objetivo, Escola Infantil DG e Centro de Ensino

Mineiro, no bairro Flodoaldo Pontes Pinto; Instituto Maria Auxiliadora, Colégio Classe

A, Colégio Dom Bosco, Colégio Interação e Centro de Ensino Pleno Êxito no Centro;

Instituto Laura Vicuña e Sesc, no bairro Olaria; Instituto de Educação Marise Castiel,

Page 44: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

42

no Park Alphaville; Colégio Mojuca no Nossa Senhora das Graças; Sesi no Lagoa e

Colégio Terra Nova no bairro Caiari.

A entrega dos questionários foi realizada em cada escola, segundo a

informação da direção de quantos professores de Educação Física havia e após

verificação de quantos se dispunham a responder era marcado um dia para recolhê-

los. Foram entregues 61 (sessenta e um) questionários e 53 (cinqüenta e três) foram

recolhidos perfazendo um percentual de 86,8% dos questionários entregues.

Desse modo com base em Berquó et al. (2005), fora selecionada uma

amostra probabilística proporcional estratificada simples de 47 (quarenta e sete)

professores, sendo 23 (vinte e três) da rede pública estadual, 18 (dezoito) da rede

pública municipal e 06 (seis) da rede particular, cuja razão calculada fora baseada

na fórmula ( n/N =h => 47/282 = 0.16666) como demonstrado no quadro abaixo:

Quadro 1 – Demonstrativo da seleção estratificada da amostra dos professores

ESCOLAS POPULAÇÃO % VALOR AMOSTRA

Escolas Estaduais 137 16.66 22,82 23

Escolas Municipais 111 16.66 18.49 18

Escolas Particulares 34 16.66 5.66 6

TOTAL 282 - 46.97 47

Page 45: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

43

5.3. Instrumento de Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada entre os dias 29 de setembro a 15 de

novembro do ano de 2009 em 9 (Nove) escolas da rede Pública Estadual, uma de

cada pólo, 4 (quatro) escolas da rede Municipal, uma de cada pólo e 5 (cinco) da

Rede Particular da cidade de Porto Velho. Como instrumento de coleta dados foi

utilizado um questionário misto, composto por 08 (oito) questões, o qual foi

elaborado com base nos objetivos desse trabalho, assim com, em pesquisas

bibliográficas de autores que tratavam especificamente de questões sobre o tema

desse estudo.

Este questionário foi elaborado exclusivamente para este estudo e validado

no período de 13 a 20 de setembro de 2009, nas escolas, Eloisa Bentes, João Bento

e Marcelo Cândia. O modelo do questionário segue em apêndice (p. 59).

5.3.1 Tabulação dos Dados

A tabulação dos dados obtidos por meio dos questionários ocorreram em 3

(três) níveis: Professores de Educação Física da Rede Pública Estadual e

Municipal, e da Rede Particular de Ensino, com base nas respostas com maior

freqüência para cada nível.

Os dados foram analisados e depois tabulados através de percentuais

quantitativos abordando de forma qualitativa a maneira de verificar as questões do

instrumento de coleta de dados referentes: ao nível de ensino que atuam; o tempo

que atuam na docência a experiência que os professores tiveram com GA; os

conhecimentos que a graduação proporcionou sobre os conteúdos da GA; a

aplicam os conteúdos da GA nas aulas; grau de importância dado aos conteúdos da

GA para o aprimoramento e/ou desenvolvimento motor dos alunos; as dificuldades

para aplicar os conteúdos da GA nas aulas e por fim em quais literaturas se apóiam

para o direcionamento das aulas de Educação Física.

Page 46: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

44

6. RESULTADOS

A estatística descritiva foi utilizada para analisar os dados deste estudo. Os

resultados das questões serão apresentados em tabelas pelos percentuais da

freqüência das respostas das questões.

6.1. Análise e Discussão dos Dados

A tabela 1 representa o percentual das respostas referente à pergunta 1:

“Nível de Ensino que atua”. 25% dos professores da rede particular que comporam a

amostra atuam no ensino fundamental do 5º ao 9º anos, outros 25% no ensino

fundamental do 1º ao 5º ano e no ensino médio, 16,7% no fundamental do 1º ao 5º

ano, 16,7% no médio, 8,3% no fundamental do 1º ao 9º e 8,3% outros no ensino

fundamental. Na rede pública estadual 38,1% dos professores atuam no ensino

fundamental do 6º ao 9º anos e no médio, 23,8% no ensino fundamental do 6º ao 9º

ano, 14,3% no ensino médio, 9,5% no fundamental do 1º ao 9º ano, 4,8% no

fundamental do 1º ao 5º e no médio e outros 9,5% no ensino fundamental e médio.

Já na rede pública municipal 42,8% dos professores atuam no ensino fundamental

do 1º ao 5º ano, 28,6% no fundamental do 6º ao 9º ano e os outros 28,6% no

fundamental do 1º ao 9º ano. Demonstrando que a maioria dos professores da rede

particular e pública estadual atua nos anos finais do ensino fundamental e no ensino

médio, e os da rede municipal a maioria atua nos anos iniciais do ensino

fundamental.

Tabela 1 – Nível de ensino que atua

OPÇÕES PARTICULAR (%) ESTADUAL (%) MUNICIPAL (%)

Fundamental 1º ao 5º ano 16,7 - 42,8

Fundamental 6º ao 5º ano 25 23,8 28,6

Médio 16,7 14,3 -

Fundamental 1º ao 9 º ano 8,3 9,5 28,6

Fund. 1º ao 5º e Médio - 4,8 -

Fund. 6º ao 9º e Médio 25 38,1 -

Fundamental e Médio 8,3 9,5 -

Page 47: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

45

A Tabela 2 referi-se ao percentual das respostas referente à pergunta 2:

“Tempo de atuação na docência”. 41,7% dos professores da rede particular

componentes da amostra têm atuado na docência no período de 3 a 6 anos, 16,7%

de 1 a 3 anos, 16,7% de 9 a 12 anos, 8,3% atuam de a menos de 1 anos, outros

8,3% de 6 a anos e os demais 8,3% atuam há mais de 15 anos. Os da rede pública

estadual 23,8% atuam há mais de 15 anos, 19,1% atuam de 1 a 3 anos, 14,3% de 3

a 6 anos, 9,5% de 6 a 9 anos, outros 9,5% de 9 a 12 anos e os 9,5% têm atuado de

12 a 15 anos. Na rede pública 35,8% dos professores atuam na docência de 1 a 3

anos, 21,4% há menos de 1 ano, outros 21,4% há mais de 15 anos, 14,3% de 9 a 12

anos e 7,1% atuam de 3 a 6 anos na docência. Demonstrado que na rede particular

o tempo de atuação dos professores se contra entre 3 a 6 anos, na rede pública

estadual apesar de haver tempos de atuações distintos a maioria atua há mais de 15

anos. Já na rede pública municipal a maioria dos professores atuam de 1 a 3 anos

na docência havendo também valores para menos de 1 ano e mais 15 anos de

atuação como segundo percentual mais alto.

Tabela 2 – Tempo de atuação na docência

OPÇÕES PARTICULAR (%) ESTADUAL (%) MUNICIPAL (%)

Menos de 1 anos 8,3 14,3 21,4

De 1 a 3 anos 16,7 19,1 35,8

De 3 a 6 anos 41,7 14,3 7,1

De 6 a 9 anos 8,3 9,5 -

De 9 a 12 anos 16,7 9,5 14,3

De 12 a 15 anos - 9,5 -

Mais de 15 anos 8,3 23,8 21,4

A Tabela 3 representa o percentual das respostas referente à pergunta 3: “Já

tiveram alguma experiência com Ginástica Artística (GA) ou Ginástica Olímpica

GO?”. 75% dos professores da rede particular de ensino que comporam a amostra

tiveram essa experiência na graduação, outros 16,7% como escolar e acadêmico e

8,3% como atleta e acadêmico, os da rede pública estadual 80,9% tiveram

experiência com essa modalidade como acadêmico, 9,5% como atleta e acadêmico,

Page 48: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

46

4,8% como escolar e acadêmico e 4,8% não tiveram experiência com essa

modalidade. Na rede municipal os resultados demonstraram que 85% dos

professores tiveram experiência com GA na graduação, e outros 7,1% como escolar

e acadêmico e 7,1% como atleta e acadêmico. Logo, os dados demonstraram que a

maioria dos professores do total da amostra tiveram experiência com a GA, e essa

experiência em 80,8% dos entrevistados ocorreu na graduação.

Tabela 3 - Experiência com a GA

OPÇÕES PARTICULAR (%) ESTADUAL (%) MUNICIPAL (%)

Como escolar - - -

Como acadêmico 75 80,9 85,8

Como atleta - - -

Não teve - 4,8 -

Como escolar e acadêmico 16,7 4,8 7,1

Como atleta e acadêmico 8,3 9,5 7,1

A tabela 4 mostra o percentual das respostas da questão 4: “A graduação lhe

proporcionou os conhecimentos necessários para aplicação dos conteúdos da

Ginástica Artística nas aulas de Educação Física? Justifique”. A maioria dos

professores não justificou sua resposta, mas, 66,7% os da rede particular opinou

que sim e 33,3% opinou que não, na rede pública estadual 66,7% opinou que sim e

33,3% que não. Na rede pública municipal 64,3% dos professores opinou que sim e

35,7% que não. Os resultados revelaram haver um consenso quanto à opinião em

todos os níveis, apontando que mais de 64% do total da amostra opinou que sim, ou

seja, a graduação proporcionou os conhecimentos necessários à aplicação dos

conteúdos da GA, nas aulas de Educação Física.

Tabela 4 - Conhecimentos necessários para aplicação da GA obtidos na graduação

RESPOSTAS PARTICULAR (%)

ESTADUAL (%)

MUNICIPAL (%)

Sim 66,7 66,7 64,3

Não 33,3 33,3 35,7

Page 49: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

47

A tabela 5 mostra o percentual das respostas da questão 5: “Nas suas aulas

são aplicados os conteúdos da Ginástica Artística?”. Verificou-se que 58,3% dos

professores da rede particular aplicam os conteúdos da GA nas aulas e outros

41,7% não aplicam, na da rede pública estadual 23,8% dos professores aplicam

enquanto 76,2% não aplicam os conteúdos da GA em suas aulas. Na rede pública

municipal 14,3% dos professores aplicam a GA nas aulas enquanto outros 85,7%

não aplicam. Demonstrando que a maioria dos professores de Educação da rede

pública da cidade de Porto velho, tanto da estadual, como da municipal, não aplicam

os conteúdos da Ginástica Artística nas aulas de Educação Física.

Tabela 5 - Aplicação dos conteúdos da GA nas aulas

RESPOSTAS PARTICULAR (%)

ESTADUAL (%)

MUNICIPAL (%)

Sim 58,3 23,8 14,3

Não 41,7 76,2 85,7

A Tabela 6 referi-se ao percentual das respostas da questão 6: “Qual

importância você daria aos conteúdos da GA nas aulas de Educação Física, para o

desenvolvimento motor dos alunos?”. Constatou-se que 50% dos professores da

rede particular atribuíram ser importante, 41,7% de ser muito importante, enquanto

8,3% responderam ser de média importância, na rede pública estadual 47,6%

opinaram ser a GA muito importante, 28,6% de ser importantes, 14,3% de ser de

média importância e outros 9,5% foram indiferentes a essa questão. Na rede pública

municipal 57,1% dos professores atribuíram ser importante e outros 42,9% de ser

muito importante. Mostrando que a maioria dos professores da cidade de Porto

Velho reconhece a importância da GA para o desenvolvimento e/ou aprimoramento

motor dos alunos.

Tabela 6 - Importância da GA para desenvolvimento e/ou aprimoramento motor

RESPOSTAS PARTICULAR (%)

ESTADUAL (%)

MUNICIPAL (%)

Media importância 8,3 14,3 -

Importante 50 28,6 57,1

Muito importante 41,7 47,6 42,9

Indiferente - 9,5 -

Page 50: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

48

A Tabela 7 representa o percentual das respostas da questão 7: “Quais

dificuldades o impedem de incluir os conteúdos da GA nas aulas de Educação

Física?”. Levantou-se que 41,6% dos professores da rede particular atribuíram ser a

falta de material específico, 25% de ser a falta de espaço físico adequado e outros

16,7% a falta de aceitação dos alunos e outros 16,7 opinaram não terem

dificuldades, na rede pública estadual 28,6% opinaram ser a falta de espaço físico

adequado e material especifico, 23,8% de ser a falta de materiais específicos e

conhecimento da modalidade, 14,3% a falta de materiais específicos, 14,3% a falta

de tempo e 9,5% de não terem dificuldades. Na rede pública municipal 57,1% dos

professores opinaram ser a falta de materiais específicos como dificuldade para

aplicação dos conteúdos da GA nas aulas, 21,4% de ser a falta de materiais

específicos e conhecimento da modalidade e outros 14,3% opinaram ser a falta de

tempo. Constatando que na rede particular a dificuldade maior é a falta de material

especifico, já na rede pública estadual e municipal a maior dificuldade além da falta

de espaço físico adequado e materiais específicos é a falta de conhecimentos sobre

a modalidade.

Tabela 7 - Dificuldades na inclusão dos conteúdos da GA

RESPOSTAS PARTICULAR (%)

ESTADUAL (%)

MUNICIPAL (%)

Materiais específicos 41,6 14,3 -

Materiais específicos e conhecimento - 23,8 21,4

Conhecimento do professor - - -

Espaço físico adequado 25 - -

Aceitação dos alunos 16,7 - -

Espaço físico e Materiais específicos - 28,6 57,1

Tempo - 14,3 14,3

Nenhuma 16,7 9,5 -

A Tabela 8 refere-se ao percentual da respostas da questão 8: “Os PCN’s, as

Matrizes Curriculares de Educação Física do Estado e do Município orientam para

seleção dos conteúdos e no planejamento das aulas de Educação Física. Cite em

qual ou quais documentos se apóia”. Observa-se que 41,6% dos professores da

rede particular se apóiam nos PCN’s, 16,7% nos PCN’s e a Matriz Curricular do

estado, 16,7% nos PCN’s e a Matriz Curricular do município, 16,7% em outras

Page 51: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

49

referencias e outros 8,3% na Matriz Curricular do estado, na rede pública estadual

38,1% se apóiam na Matriz Curricular do estado, 38,1% nos PCN’s e a Matriz

Curricular do estado, 19% em outras literaturas e 4,8% nos PCN’. Na rede pública

municipal 28,6% dos professores se apóiam na Matriz Curricular do município,

28,6% nos PCN’s e a Matriz Curricular do município, 21,4% nos PCN’s, 14,3 em

outras literaturas e outros 7,1% nos PCN’s e a Matriz Curricular do estado. Nota-se

que a maioria dos professores adotam os PCN’s e as Matrizes Curriculares Estadual

e a Municipal e menos de 20% dos professores adotam outras literaturas, como

livros, sites da internet e manuais. Demonstrando que conhecem o que preconiza os

essa literaturas oficiais como conteúdos a serem abordados nas aulas de Educação

Física.

Tabela 8 - Literaturas que se apóiam para direcionamento das aulas

RESPOSTAS PARTICULAR (%)

ESTADUAL (%)

MUNICIPAL (%)

PCN’s 41,6 4,8 21,4

Matriz curricular do estadual 8,3 38,1 -

Matriz curricular do município - - 28,6

PCN’s e Matriz curricular do estado 16,7 38,1 7,1

PCN’s e Matriz curricular do município 16,7 - 28,6

Outros 16,7 19,0 14,3

Page 52: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

50

7. CONCLUSÃO

Um dos princípios fundamentais do desenvolvimento motor humano é que se

permita em nossa vivência corporal, várias possibilidades de movimento. Esse

estudo demonstrou que a Ginástica Artística é uma modalidade que propicia a quem

a pratica uma variedade de possibilidades motoras e de desenvolvimento das

capacidades físicas. De acordo com Werner apud Tsukamoto & Nunomura (2005),

Nista-Picollo (2005), Teixeira (2005) entre outros autores referenciados nesse

estudo os fundamentos da Ginástica Artística são muito importante para o

desenvolvimento e para a aprendizagem motora dos alunos, uma vez, que as

tarefas motoras dessa modalidade são compatíveis com os requisitos básicos do

desenvolvimento e da aprendizagem motora do ser humano. Levantou-se que

apenas 23,8% dos professores da rede pública estadual e 14,3% da rede pública

municipal aplicam os conteúdos da GA nas aulas de Educação Física na cidade de

Porto Velho, apesar de mais de 90% do total dos professores que comporam a

amostra terem vivenciado essa modalidade esportiva na graduação. Na opinião de

mais da metade dos professores, essa disciplina na graduação lhes proporcionou os

conhecimentos necessários para aplicação dos conteúdos em suas aulas de

Educação Física.

Constatou-se que a maioria dos professores se apóiam nos PCN’s e nas

Matrizes Curriculares de Educação Física do estado e do município para o

planejamento das aulas o que se supõe que conheçam o que preconiza essas

literaturas a respeito dos conteúdos para as aulas de Educação Física em toda

educação básica. Visto que a maioria dos professores da rede particular e pública

estadual atuam nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, e os da

rede municipal a maioria atua nos anos iniciais do ensino fundamental. Desse modo

pode-se concluir que a principal dificuldade para inclusão desses conteúdos nas

aulas de Educação Física seja a falta de estrutura nas escolas, no diz respeito a

espaço físico adequado e materiais específicos, principalmente na rede pública.

Outro fator que contribui para o não desenvolvimento dessa modalidade tão

importante para ampliação do repertorio motor e das capacidades físicas dos alunos

é a falta de conhecimento mais aprofundado da modalidade. Uma sugestão a que se

Page 53: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

51

propõe esse trabalho é de oferecer subsídios para que os profissionais de Educação

Física conheçam a relação que têm os elementos básicos da Ginástica Artística com

o crescimento e o desenvolvimento motor e das capacidades físicas de quem a

pratica, principalmente em idade escolar.

Page 54: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

52

8. REFERÊNCIAS

ÁVILA, V. F. de. A Pesquisa na Vida e na Universidade. 2ª Edição. Campo Grande: Ed. UFMS, 2000.

BERQUÓ, E. S.;PACHECO J. M. de SOUZA; GOTLIEB S. L .D. Bioestatística. 2. ed. rev. São Paulo: EPU, 2005.

BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da Ginástica. São Paulo: Ícaro, 2002.

GALLAHUE, D. O., J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adultos e idosos. São Paulo: Phorte, 2003.

GONÇALVES, G. de A. C. et al Desenvolvimento Motor na Teoria dos Sistemas Dinâmicos. Rev. Motriz – Volume 1, Número 1, 08-14, junho/1995

GONÇALVES, M. A. S. Sentir, Pensar, Agir – Corporalidade e Educação. Campinas: Papirus, 2002.

HOSTAL, P. Pedagogia da Ginástica Olímpica. São Paulo: Manole, 1982.

LOPES, P. & NUNOMURA, M. Motivação para a prática e permanência na ginástica artística de alto nível Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.21, n.3, p.177-187, jul./set. 2007

Manifesto Mundial da Educação Física (2000) – FIEP 2000. Disponível em: <http://cev.org.br/biblioteca/manifesto-mundial-educacao-fisica#apresentacao>. Acesso em: 23 mai. 2008.

MARCASSA, L. Metodologia do ensino da ginástica. In: Pensar a Prática 7/2: 171-186, Jul./Dez. 2004.

Matriz Curricular de Educação Física. Governo do Estado de Rondônia. Secretaria de Estado da Educação, 2002.

Matriz Curricular de Educação Física. Prefeitura do Município de Porto Velho. Secretaria Municipal da Educação, 2002.

NISTA-PICCOLO, V. & SCHIAVON, L. A Ginástica vai à escola. Rev. Movimento, Porto Alegre, v. 13, n. 03, p. 131-150, setembro/dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br >. Acesso em 16 fev. 2009.

NISTA-PICOLLO, V. L. Crescendo com a Ginástica. In: _____. (ORG.). Pedagogia dos Esportes. São Paulo. Papirus: 2005. p. 13

Page 55: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

53

NISTA-PICOLLO, V. L. Pedagogia da Ginástica Artística. In: NUNOMURA, M. & NISTA-PICOLLO, V. L. (ORG’s.). Compreendendo a Ginástica Artística. São Paulo. Phorte: 2005. p. 27 – 36.

NUNOMURA, M. & NISTA-PICOLLO, V. L. (ORGs.). Compreendendo a Ginástica Artística. São Paulo. Phorte: 2005.

NUNOMURA, M. & TSUKAMOTO, M. H. Fundamentos da Ginástica Artística. In: NUNOMURA, M. & NISTA-PICOLLO, V. L. (ORGs.). Compreendendo a Ginástica Artística. São Paulo. Phorte: 2005. p. 37 – 58.

NUNOMURA, M. A Ginástica Artística e a Formação Profissional no Brasil. In: Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 24, n. 3, p. 175-194, maio 2003.

NUNOMURA, M. e RUSSEL, K. Uma Tentativa de Abordagem da Ginástica na Escola. In: Rev. da Educação Física/UEM Maringá, v. 13, n. 1, p. 123-127, 1. setembro. 2002.

Origem da Ginástica Artística. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org> acesso em: 11 fev. 2009.

PAPALIA, Daiane E. et al. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artemed, 2006.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEL, 1997.

PUBLIO, N. S. Evolução histórica da ginástica olímpica. São Paulo. Phorte: 1998.

PUBLIO, N. S. Origem da Ginástica Olímpica. In: NUNOMURA, M. & NISTA-PICOLLO, V. L. (ORGs.). Compreendendo a Ginástica Artística. São Paulo. Phorte: 2005. p. 15 – 26.

RICHARD, A. M. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher. 2002.

RUSSELL, K. & NUNOMURA M. Uma alternativa de abordagem da ginástica na escola in: Rev. da Educação Física/UEM Maringá, v. 13, n. 1, p. 123-127, 1. Sem. 2002. Disponível em: <http://www.periodico. uem.br >. Acesso em 06 mar. 2009.

Secretaria Estadual de Educação. Escolas da Zona Urbana de Porto Velho 2009. Governo do Estado de Rondônia: Representação de Ensino, 2009.

Secretaria Municipal de Educação. Zonas das Escolas Urbanas De Porto Velho 2009. Prefeitura do Município de Porto Velho: Departamento de Educação, 2009.

SOUZA, R. R. de. Avaliação Biométrica em Educação Física. Ministério da Educação e Cultura (MEC). Secretaria de Educação e Desporto, 1989.

Page 56: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

54

TEIXEIRA, L. A. Aprendizagem de Habilidades Motoras na Ginástica Artística. In: NUNOMURA, M. & NISTA-PICOLLO, V. L. (ORGs.). Compreendendo a Ginástica Artística. São Paulo. Phorte: 2005. p. 77 – 128.

TELELISTAS. Lista Telefônica do Estado de Rondônia 2009, Seção Classificada. Porto Velho, 2009. p. 52 – 53.

TOJAL, João Batista. Da Educação Física à Motricidade Humana. Instituto Piaget. 2004.

TSUKAMOTO, M. H. C. & NUNOMURA, M. Aspectos maturacionais em atletas de ginástica olímpica do sexo feminino in: Motriz, Rio Claro, v.9, n.2, p. 111 - 116, mai./ago. 2003. Disponível em: <http:// http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/> . Acesso em 13 ago. 2009.

Page 57: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

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ANEXO I

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

OF. n. /DEF/UNIR Porto Velho, de Setembro de 2009.

Exma. Sra. MARLI FERNANDES DE OLIVEIRA CAHULLA

Secretaria de Estado da Educação – SEDUC.

Senhora Secretária,

Ao tempo em que cumprimentamos Vossa Excelencia, venho por meio deste,

apresentar o acadêmico JOSÉ FERREIRA FILHO, do curso de Educação Física da

Universidade Federal de Rondônia – UNIR. A finalidade da visita a esta secretaria

será realizar um levantamento das escolas da rede pública de ensino, bem como,

dos professores de Educação Física do estado, os dados levantados comporão a

pesquisa de campo da monografia de graduação do referido acadêmico.

Cordialmente,

RAMÓN NÚÑES CÁRDENAS

Chefe do Departamento de Educação Física

EURLY KANG TOURINHO

Orientadora

Page 58: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

56

ANEXO II

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

OF. n. /DEF/UNIR

Porto Velho, de Outubro de 2009.

Exma. Sra. EPIFÂNIA BARBOSA

Secretaria Municipal de Educação de Porto Velho – SEMED.

Senhora Secretária,

Ao tempo em que cumprimentamos Vossa Excelência, venho por meio deste,

apresentar o acadêmico JOSÉ FERREIRA FILHO, do curso de Educação Física da

Universidade Federal de Rondônia – UNIR. A finalidade da visita a esta secretaria

será realizar um levantamento das escolas da rede pública de ensino, bem como,

dos professores de Educação Física do município, os dados levantados comporão a

pesquisa de campo da monografia de graduação do referido acadêmico.

Cordialmente,

RAMÓN NÚÑES CÁRDENAS

Chefe do Departamento de Educação Física

EURLY KANG TOURINHO

Orientadora

Page 59: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

57

ANEXO III

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

OF. n. /DEF/UNIR Porto Velho, de Outubro de 2009.

Senhor Diretor (a),

Ao tempo em que cumprimentamos Vossa Senhoria, venho por meio deste,

apresentar o acadêmico JOSÉ FERREIRA FILHO, do curso de Educação Física da

Universidade Federal de Rondônia – UNIR. A finalidade da visita a esta conceituada

instituição de ensino, será de fazer um levantamento da opinião dos professores

sobre as aulas de Educação Física. Os dados levantados comporão a pesquisa de

campo da monografia de graduação do referido acadêmico.

Atenciosamente,

EURLY KANG TOURINHO

Cref8 000060/G-RO

Orientadora

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58

ANEXO IV

AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial da presente obra por

meio convencional ou eletrônico. Desde que citada a fonte.

Nome: José Ferreira Filho

Assinatura do autor: Ferreira Filho

Instituição: Universidade Federal de

Rondônia

Local: Porto Velho – Rondônia

Endereço: Rua Silas Shockness, 2827 –

Flodoaldo P. Pinto

E-mail: [email protected]

Porto Velho, 16 de Dezembro de 2009

Assinatura

Page 61: Conteúdos da ginástica artística nas aulas de educação física

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APÊNDICE

Prezado (a) Professor (a): Este Questionário tem a finalidade de levantar informações sobre a aplicação dos conteúdos da Ginástica Artística (GA), mais conhecida como Ginástica Olímpica (GO) nas aulas de Educação Física, bem como saber sua opinião sobre a importância e as barreiras que dificultam o desenvolvimento desses conteúdos. Os resultados encontrados irão compor o meu trabalho de Conclusão de Curso, acadêmico José Ferreira Filho.

Obrigado pela participação! Se quiser entrar em contato: [email protected]

I- Identificação

Graduação no ano: _______ Sexo ( ) M ( ) F Data Nascimento:___/___/____

Cursou em Instituição de Ensino Superior:

( ) Pública na UF:______ ( ) Particular na UF:______

Rede de Ensino que atua:

( ) Pública Estadual ( ) Pública Municipal ( ) Particular.

II- Por favor responda:

01. Nível de Ensino que atua.

( ) Fundamental de 2º ao 5º ano.

( ) Fundamental de 6º ao 9º ano. ( ) Médio.

2. Tempo de atuação na docência:

( ) Menos de 1 ano. ( ) Entre 0 e 3 anos. ( ) Entre 3 e 6 anos. ( ) Entre 6 e 9 anos. ( ) Entre 9 e 12 anos. ( ) Entre 12 a 15 anos. ( ) mais de 15 anos.

3. Já teve alguma experiência com Ginástica Artística (GA) ou Ginástica Olímpica (GO)?

( ) Como escolar. ( ) Como atleta. ( ) Como acadêmico.

( ) Especialização. ( ) Não teve.

4. A graduação lhe proporcionou os conhecimentos necessários para aplicação dos conteúdos da Ginástica Artística nas aulas de Educação Física? Justifique.

( ) Sim. ( ) Não.

5. Nas suas aulas são aplicados os conteúdos da Ginástica Artística?

( ) Sim. ( ) Não.

6. Qual importância você daria aos conteúdos da GA nas aulas de Educação Física, para o desenvolvimento motor dos alunos?

R:________________________________________________________________

__________________________________________________________________

7. Quais dificuldades o impedem de incluir os conteúdos da GA nas aulas de Educação Física?

R:________________________________________________________________

__________________________________________________________________

8. Os PCN’s, as Matrizes Curriculares de Educação Física do Estado e do Município orientam para seleção dos conteúdos e no planejamento das aulas de Educação Física. Cite em qual ou quais documentos se apóia.

R:__________________________________________________________________