gestao de pequenas e medias empresas

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Agradecimentos Agradeço a todos os docentes da ESCOG que me fizeram chegar a esta etapa e em especial ao Dr. Ganazito Lino Namoro e Elmano Da Conceição Mendes, pela sua determinação e pelo empenho demonstrado para que o presente trabalho fosse uma realidade. Aos meus amigo Muniro, Abdulgani e Rogério Vicente Rogério, a minha tia / cunhada Graça Alufa Júnior Parita, os meus profundos e sinceros agradecimentos, pela boa vontade que sempre demonstraram em ajudar-me na elaboração do presente trabalho.

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Page 1: Gestao de pequenas e medias empresas

Agradecimentos

Agradeço a todos os docentes da ESCOG que me fizeram chegar a esta etapa e em especial ao

Dr. Ganazito Lino Namoro e Elmano Da Conceição Mendes, pela sua determinação e pelo

empenho demonstrado para que o presente trabalho fosse uma realidade.

Aos meus amigo Muniro, Abdulgani e Rogério Vicente Rogério, a minha tia / cunhada Graça

Alufa Júnior Parita, os meus profundos e sinceros agradecimentos, pela boa vontade que sempre

demonstraram em ajudar-me na elaboração do presente trabalho.

Page 2: Gestao de pequenas e medias empresas

Dedicatória

Dedico todo o esforço desprendido para a realização deste trabalho a minha família. A todos os

Gestores das Pequenas e Médias Empresas de Moçambique, e concretamente na nossa província

(Nampula), com votos de sucessos.

Page 3: Gestao de pequenas e medias empresas

Introdução

As Pequenas e Médias Empresas (PME`s) constituem actualmente em Nampula um agente

importante na estratégia de promoção de emprego, na inovação, na criação de rendimentos e no

crescimento e desenvolvimento económico e social. A promoção de incentivos à criação e ao

crescimento de actividade das PME`s são considerados um dos vectores integrantes na redução

da pobreza e a exclusão social, e numa melhoria do nível do bem estar dos residentes de

Nampula, porque crê-se que a sua dinamização incentiva as camadas pobres da sociedade a

criarem os seus próprios negócios e a providenciarem os seus rendimentos.

O sucesso de uma PME está intimamente ligada a uma política de gestão adequada, que começa

com a elaboração de estratégias, e análise entre oportunidade e desafios, para poder atingir os

objectivos traçados. Hoje mais do que nunca as empresas devem ter uma gestão de excelência,

para poderem acompanhar e integrar na economia moderna no mundo globalizado.

O papel estratégico que as PME`s, desempenha na economia Moçambicana actualmente, é

fundamental. Por isso é necessária uma gestão eficaz e eficiente, para poder minimizar os riscos

no ambiente de negócio, aumentar a sua produtividade e consequentemente, ser mais competitivo

no mercado.

Page 4: Gestao de pequenas e medias empresas

Objectivos

O objectivo geral deste trabalho é:

Oferecer subsídio para uma análise das PME’s, numa perspectiva de crescimento de

competitividade e de desenvolvimento da economia.

Em termos específicos, pretendo:

Verificar o enquadramento das Pequenas e Médias Empresas em Moçambique;

Analisar o ambiente de negócio das Pequenas e Médias Empresas em Nampula tendo

em conta as oportunidades;

Apresentar a estratégia de promoção e incentivos oferecidos as Pequenas e Médias

Empresas em Nampula;

Analisar a política de gestão das PME`s em Nampula.

No que toca ao primeiro objectivo, irei apresentar os vários conceitos de PME`s de acordo com

ideias de diferentes autores, ainda expede o conceito da PME`s à luz do ordenamento jurídico

Moçambicano.

Em relação ao segundo objectivo, irei dar a conhecer o ambiente de negócios das PME`s no

nosso pais, tendo em conta as oportunidades existentes nos três sectores de actividades, Primário,

Secundário e Terciário.

No que tange ao terceiro objectivo, irei identificar as estratégias de promoção para as PME`s,

apresentando o papel de Nampula e dando a conhecer os tipos de incentivos existentes em no

nosso pais.

Por último, irei analisar as PME`s na nossa provincia (Nampula), tendo em conta a sua estrutura

e Gestão. A análise dos dados recolhidos ao longo do estudo de caso através de questionário, e

observação participada, evidenciando-se de forma consciente.

Page 5: Gestao de pequenas e medias empresas

Justificação

A escolha do tema deve-se ao facto da importância que as Pequena e Médias Empresas vêm

assumindo no desenvolvimento económico do País, na sua capacidade de criar riqueza, e

fomentar emprego. E por fim dar alguma contribuição, ainda que modesta, para o

desenvolvimento deste tema inovador que em meu entender, carece de estudos aprofundados.

Para efeito da pesquisa, parte-se da premissa seguinte e, que constitui o fio condutor do processo

investigativo em que se baseia este trabalho:

Como as PME’s contribuem para a criação de novos postos de trabalho na cidade de

Nampula?

Hipótese

As Pequenas e Médias Empresas em Nampula estão em condições de acompanhar e aproveitar as

vantagens da globalização.

Metodologia

A presente pesquisa caracteriza-se por ser um estudo qualitativo, de natureza exploratória, uma

vez que são orientados para a descoberta e por não possuir a intenção de testar hipóteses

específicas de pesquisa (HAIR Jr. et. al., 2006).

A principal motivação desta pesquisa foi entender o contributo que geram para os novos postos

de trabalho. Para isso, foi adoptado como critério de seleção as características que mais se

adequam a nossa realidade.

Page 6: Gestao de pequenas e medias empresas

Referencial teorico

Contexto das Pequenas e Médias Empresas

Entende-se por Empresa qualquer entidade que, independentemente da sua forma jurídica, exerce

uma actividade económica. São nomeadamente, consideradas como tal, as entidades que

exercem uma actividade artesanal industrial ou outras actividades a títulos individuais ou

familiares, e ainda as sociedades de pessoas ou associações que exerçam regularmente uma

actividade económica.

A definição das PMEs varia de acordo com a metodologia adoptada por cada país, mais

especificamente, pelo tamanho de cada mercado. O ambiente que caracteriza tais organizações é

melhor descrito de acordo com a forma de propriedade, grau de informalidade, poder de mercado

e nível de sofisticação tecnológica, que não está sempre correlacionado com o tamanho da firma.

O conceito das PME`s tem sido muito discutido e não existe um consenso entre os autores.

Segundo SILVA (1993, p.47) “a pequena empresa é a que emprega menos de 5 trabalhadores, e

a média empresa a que tem entre 5 e 400 trabalhadores”. Entretanto, existe outros critérios para

classificação das PME`s, como por exemplo, volume de negócio e a independência. De acordo

com os Regulamento quando a classificação é feita com base no volume de negócio são

consideradas as Pequenas Empresas aquelas que tem um volume de negócio inferior a 7 milhões

de meticais ou um balanço anual que não ultrapassem 5 milhões de meticais. E as Médias

Empresas o volume de negócio deve ser inferior a 40 milhões de meticais ou o seu balanço anual

inferior a 27 milhões de meticais”.

Conceito de Pequenas e Médias Empresas.

Em Nampula as PME`s são consideradas elementos fundamentais no plano de sustentação

económica e no desenvolvimento regional, uma vez que têm uma enorme capacidade de gerar

riqueza e criar emprego. A legislação Moçambicana reconhece que as PME`s são “todas aquelas

que reúnem as seguintes características: possuir mais de 5 trabalhadores e menos de que 50

trabalhando de forma permanente; as receitas anuais não ultrapassem duzentos milhões de

meticais; o seu capital social seja detido em mais de 75% por investidores de nacionalidade

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Moçambicana; não detenha participações financeiras noutras empresas que não sejam PME`s

nacionais”. O estudo feito pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), existem mais de 3000

empresas em Nampula que operem em diversas áreas, como o comércio, industria, prestação de

serviços, entre outros.

Evolução no domínio das PME’s a Nível Geral.

A Gestão surgiu como disciplina formal no virar do século, quando a rápida industrialização

começou a exigir uma gestão mais hábil dos recursos naturais, do capital e do trabalho. As várias

abordagens da gestão que se desenvolveram podem ser divididas em dois grupos principais:

abordagens clássicas; abordagens contemporâneas. As abordagens clássicas, que se

desenvolveram desde meados do século XIX até ao início da década de 50, surgiram à medida

que os gestores tentavam dominar o crescimento da indústria americana. Estas abordagens foram

a gestão sistemática, a gestão científica, a gestão administrativa, as relações humanas e a

burocracia.

A gestão sistemática representou o início do pensamento formal da gestão nos Estados Unidos.

Sublinha a forma como as empresas fabris operavam, porque a maior parte dos problemas da

gestão estavam centrados na fabricação. A gestão científica foi introduzida na viragem do século

por Frederick Taylor, um engenheiro que aplicou método científicos para analisar o trabalho e

determinar a “ a melhor maneira” de realizar tarefas de produção. As abordagens

contemporâneas de gestão, que foram desenvolvidas depois da Segunda Guerra Mundial,

tentaram superar as limitações das abordagens clássicas. Incluem a gestão quantitativa, o

comportamento organizacional, a teoria dos sistemas e a perspectiva contingencial.

Análise da gestão das PME’s em Nampula.

A política de gestão da empresa requer sempre passos e decisões acertadas, uma vez que è

influenciada permanentemente pelos fenómenos internos e externos de empresa e até muitas

vezes pelo dinamismo dos corpos dirigentes. Anteriormente a mudança não se operava com

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muita rapidez, por exemplo algo acontecia nos Estados Unidos, muitos anos depois passa a ser

aplicado num país de III mundo ou num outro continente.

Entretanto, actualmente devido ao fenómeno da globalização, tudo acontece no tempo real, visto

que todas as comunidades são afectadas pelo que se passa no mundo. Por isso, BULHÕES

(1999, p. 236), afirmou que “a globalização não é uma opção. É uma imposição de progresso

tecnológico nas áreas da comunicação e do transporte”. Pois, não é por acaso, que o mundo é

considerado por muitos estudiosos, como o espaço único e antes como aldeia global. Por

exemplo, a situação da subida constante do preço do petróleo no mundo afecta grandemente o

preço dos combustíveis em Moçambique, o que provoca a inflação e alteração geral a nível

económico e social.

Posto isto, podemos verificar que Moçambique, esta ser influenciado por este fenómeno, que é

designado como a integração acelerada das economias e das sociedades mundiais. Essa

integração leva a eficiência das leis que regem o mercado, ainda trás opções para o

desenvolvimento das tecnologias e parcerias, trazendo futuro seguro para todos.

Ambiente de Negócio das PME’s em Nampula.

Oportunidades de Negócios

Nampula cidade é pequena, complexo por natureza devido a escassez de recursos naturais,

motivo pela qual os promotores devem ser conhecedores do ambiente de negócios, e

oportunidades existentes bem como os apoios e incentivos, para poderem desenvolver e

modernizar o tecido empresarial Moçambicano.

“È crucial que se tenha sempre presente que a actividade negocial nunca deve ser conduzida na

perspectiva de um jogo, em que no fim há sempre um vencedor total e um perdedor absoluto. As

partes envolvidas têm necessidades quer directas, quer indirectas a satisfazer e o sucesso é

conseguido a partir do momento em que sejam consideradas as necessidades de ambas as

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partes”. De acordo com SANCHES, (2004, p. 6). No desenvolvimento dos negócios as PME`s

devem manter uma relação profunda com o meio envolvente, pois, o sucesso de uma empresa

depende, acima de tudo, do conhecimento do seu ambiente interno e externo.

Existem oportunidades de negócios em quase todos os sectores de actividade em Nampula, tendo

em conta a balança comercial do país e a dependência económica do país em relação ao exterior.

Pois, Nampula não produz praticamente nada e possui uma sociedade consumista. É

praticamente senso comum, que em todos os sectores existem mercados tanto para produzir

como para distribuir, sobretudo os produtos de primeira necessidade.

Sector Primário

Dentro deste sector temos Agricultura, pesca e pecuária. Entretanto, dadas as dificuldades e

também alguns constrangimentos ligados ao investimento nestes sectores, verifica-se uma certa

retracção dos investidores. No caso concreto da agricultura, o factor climático tem um peso

relativamente grande. Quanto à pesca, a artesanal revela uma certa ineficácia e voltada apenas

para a sobrevivência. A industrial requer investimento de vulto que nem todos os

empreendedores estão em condições de se aventurar.

Todavia, verifica-se alguns investimentos no domínio das PME’s nas áreas de agricultura como:

fruticultura, horticultura, floricultura e plantas ornamentais. Na área da Pecuária existem

experiências importantes e vários PME’s implantados. Por isso, neste subsector que vai desde da

produção de alimentos para animais, a exploração das mais variadas espécies (bovinos, suínos,

caprinos, exploração avícola), suas transformações e comercializações, consideramos que

existem oportunidades de negócios.

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Sector Secundário

Neste sector as oportunidades são inúmeras, indo desde a indústria de vestuário e calçado para

consumo local e para exportação, passando pela indústria de suporte às unidades existentes,

indústrias alimentares, carpintaria, marcenaria, indústrias gráficas e entre outros.

Muitas dessas unidades industriais podem ser instaladas em regime de Joint Ventures,1 entre

empresários Moçambicanos e estrangeiros visando não só o mercado doméstico, que é bastante

exíguo, mas sobretudo o mercado externo, nomeadamente o da Comunidade Económica e

Desenvolvimento dos Estados da África, (CEDEA) e a Capital de Países de Língua Portuguesa

(CPLP). Assim é de concluir que esse sector oferece algumas possibilidades de negócios, que

podem dar origem muitas PME`s de sucesso em Moçambique. Actualmente existe tendência

para o aumento de negócio nesse sector, principalmente na área da construção Civil.

Sector Terciário

Neste sector as oportunidades mais interessantes relacionam-se com o Turismo. Aí destacam-se

os serviços de Hotelaria nos principais centros turísticos das nossas ilhas. Para se dinamizar o

turismo de montanha e praia, podem ser explorados hotéis pequenos, tipos pensão e pousadas. É

considerado um sector de maior investimento e, consequentemente, onde se encontram maiores

investimentos e iniciativas empresariais.

Este sector é considerado estratégico para o desenvolvimento do país, uma vez que o subsector

do turismo, constitui um potencial para Nampula, particularmente nas Ilhas, que se evidência

com mais peso e, em todas as outras ilhas em geral, através do turismos de montanha, de praia e

outros. O turismo capta a maior fatia do investimento privado. Na base dessas informações

podemos considerar que o turismo proporciona um excelente negócio, para os nossos operadores

e para economia do país.

Page 11: Gestao de pequenas e medias empresas

Contribuições das PME’s para a economia:

A primeira refere-se à criação de novos postos de trabalho e por essa razão, como ponto-

chave para o emprego e redução da pobreza. Em especial, os trabalhos criados pelas

PMEs são mais consistentes em condições de relativa abundância de mão-de-obra e

deficiência de capital.

A segunda contribuição é que as mesmas são fonte de consideráveis actividades de

inovação, o que contribui para o desenvolvimento do talento empreendedor e

competitividade de exportação como base para uma futura expansão industrial.

Finalmente, elas adicionam uma maior flexibilidade à estrutura industrial e promovem

um grande dinamismo na economia.

As principais características das PME’s são:

Produtos e serviços de baixo preço unitário;

Predominam vendas ao consumidor final;

Atendem necessidades básicas da população;

Escalas de produção muito baixas;

Capital, insumos, materiais, mão-de-obra, etc;

Geração de novos empregos;

Fonte de inovação;

Estimula a competição econômica;

Auxilio às grandes empresas;

Produção eficiente de bens e serviços.

As PME’s representam uma importante fonte de geração de riqueza para o país, portanto ignorar

o potencial desses empreendimentos significa desvalorizar um importante agente de fomentação

da economia, que contribui de forma significativa para o seu desenvolvimento.

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Incentivos existentes no domínio das PME’s a nível geral

As PME`s assumem um papel de relevo no desenvolvimento de uma economia saudável, na

promoção do emprego e criação de um mercado interno sólido e sustentável. Para atrair a criação

das empresas numa certa região ou país, são apresentadas as empresas vários tipos de incentivos

e apoios nomeadamente:

Incentivos fiscais (Isenções tributárias ao lucro);

Garantias (Protecção de bens e direitos aos investimentos Externos, transferências para

externos de dividendo de lucro abertura da conta bancária de moeda estrangeira);

Empresas francas (isenção total de quaisquer impostos ou outras imposições sobre os

rendimentos durante um certo período de tempo);

Incentivos aduaneiros (isenção de direitos aduaneiros e impostos de consumo aplicáveis

às importações de equipamentos e materiais diversos).

Ligações e a Contribuição das PME’s para a Economia Nacional

A contribuição das PME’s para economia nacional está, obviamente, relacionada com o seu peso

no investimento, emprego, produção e comércio. No entanto, a riqueza gerada pelas PME’s

pertence às corporações que os possuem e controlam e não à economia como um todo. Portanto,

o impacto da riqueza produzida pelas PME’s na economia nacional é relacionado com o grau de

retenção e absorção dessa riqueza pela economia e não apenas pela quantidade de riqueza

produzida. Quer dizer, o impacto da fundição de alumínio ou da exploração do gás e das areias

minerais depende de como é que a economia retém e absorve parte do valor de produção e das

vendas dessas empresas. Não basta dizer que o impacto é grande porque as PME’s contribuem

com três quartos das exportações de bens.

O tratamento do emprego pela teoria keynesiana

O início dos anos 2000 marcou uma forte mudança no comportamento do emprego formal o que

aguçou a percepção de que o desempenho do mercado de trabalho não poderia ser estendido sem

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maiores cuidados (LOPES FILHO, 2009). Nesse contexto, passou-se a atribuir uma maior

importância às PME’s por ocasião do surgimento de evidências empíricas do importante papel

desempenhado pelas mesmas na criação líquida de empregos, até mesmo em períodos de

recessão (ARAÚJO, 2008).

A teoria econômica debruçou-se na tentativa de explicar essa questão. Assim, as suas

contribuições à temática do emprego podem ser classificadas em dois grandes grupos.

O primeiro considera as questões relativas ao mercado de trabalho como decorrentes da

sua própria dinâmica (emprego e desemprego).

Neste grupo, a questão do emprego é de natureza microeconômica, associado ao funcionamento

do mercado de trabalho. O paradigma neoclássico e suas extensões enquadram-se nesse grupo de

pensamento, ao explicar o problema da falta de emprego como consequência da baixa

lucratividade das firmas, determinada, por sua vez, pelo patamar excessivamente elevado dos

salários reais.

O segundo grupo considera o mercado de trabalho uma esfera subordinada ao ritmo de

crescimento da economia1.

Em suma, no pensamento keynesiano, o desemprego resulta de um problema macroeconômico,

qual seja, a insuficiência de demanda efectiva, e não porque o salário real é elevado, como

propõe o paradigma neoclássico. É a propensão a consumir e o nível de investimento, portanto a

demanda efectiva, que determinam o nível de emprego, sendo que este determina o nível dos

salários reais, não o inverso.

Esta análise nos oferece uma explicação do que Keynes (1985) denominou de paradoxo da

pobreza em meio à abundância, pois a simples existência de uma demanda efectiva insuficiente

pode paralisar, e frequentemente paralisar, o aumento do emprego antes de haver ele alcançado o

nível de pleno emprego. A insuficiência da demanda efetiva inibirá o processo de produção, a

despeito do facto de que o valor do produto marginal do trabalho continue superior à desutilidade

marginal do emprego (KEYNES, 1985, p. 33).

O debate actual em torno da importância das PME’s na criação de empregos divide opiniões.

Para Filho et al.,(2007) enquanto um grupo acha que o problema do crescente desemprego pode

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ser resolvido mediante o estímulo das PME’s, outro grupo acredita que o interesse por esse tipo

de empresa é mais um modismo, motivado pela conjuntura econômica adversa em termos de

criação de postos de trabalho. A expansão do emprego nas PME’s não resulta da simples

mudança sectorial das economias capitalistas, nem pouco dos efeitos do ciclo econômico. As

causas do aumento do emprego nessas empresas decorrem de dois movimentos essenciais:

A descentralização e a verticalização das grandes empresas;

A intensificação do processo de formação de comunidades de pequenos produtores por

meio dos distritos industriais ou de aglomerações regionais de empresas de pequeno porte

(VILELA, 1994; FILHO et al.,2007).

Internacionalmente é reconhecida a importância das PME’s na geração de emprego, como

também, na formação de divisas, nas diminuições das desigualdades regionais e na melhoria da

renda. A forma como são elaboradas as políticas de apoio, contudo, depende da conjuntura

econômica de cada país. Por exemplo, nos Estados Unidos, o apoio teve como finalidade

assegurar o livre mercado; na Itália, a diminuição das desigualdades regionais entre norte e sul;

em Taiwan; finalmente, no México, a integração entre micro, pequenas e médias empresas e as

grandes empresas, visando à substituição de importações (PUGA, 2002; HILDEBRANDO,

2005; FILHO et al., 2007 & ARAÚJO, 2008).

A Importância das PME’s No Desenvolvimento do Pais

As PME’s instaladas no país tem um forte papel, principalmente de alavancar o crescimento do

País. Os pequenos negócios que estão abertos são fundamentais para fomentar o

desenvolvimento do pais, o que contribui para um aumento na arrecadação e na geração de

emprego e renda. O papel das PME’s é importante para redução da desigualdade social, sendo a

principal mola para geração de emprego no país, isso demonstra a capacidade de expansão,

associadas a um espírito empreendedor da sociedade mesmo diante da alta carga tributária e da

enorme burocracia que impende a criação de novos negócios no país. Não basta somente ter a

vontade de abrir um negócio, é necessária a habilidade e a criatividade de viver em ambientes

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altamente complexos e desafiadores, com altas taxas de juros, concorrência, burocracia e falta de

maior apoio governamental para PME´s.

Para que o sector esteja continuamente expandindo suas operações são necessários mecanismos

que permitam que as PME’s, tenham vantagem competitiva em relação às grandes empresas,

principalmente quanto a expansão do crédito, bem como linhas especiais de financiamento,

associadas às garantias, de modo que o governo proporcione condições para que essas empresas

possam buscar melhores condições de empréstimos visando financiar sua produção e seus

serviços.

As PME’s são responsáveis pela grande maioria dos empregos formais em todo o País, segundo

os dados do BM, mais de 3 milhões de trabalhadores, demonstrando a importância de

investimento nas PME´s, associados a políticas publicas voltada para esse sector, visando

aumentar a força e a capacidade de crescimento dessas empresas. Neste em na cidade de

Nampula, as PME’s, representam mais de 60% das empresas instaladas, isso demonstra a força e

a importância que essas PME’s vem desempenhando e contribuindo para o seu desenvolvimento.

Diante do cenário, para que a cidade de Nampula tenha empresas competitivas, seria necessário

um melhor tratamento paras as PME’s, uma carga tributária menor, uma política de incentivo

que atenda com maior amplitude os anseios do sector, bem como realizar uma política de

desburocratização ainda maior e que facilite a abertura de muitas PME’s.

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Conclusão

Os estudos que desenvolvi a pergunta de partida foi “como as PME`s contribui para a criação de

novos postos de trabalho em Nampula”. Dentro da complexidade e vastidão da problemática da

Gestão empresarial, e sobretudo das PME`s, ainda pouco estudada na realidade Moçambicana,

limitei, a dar um pequeno contributo para a reflexão sobre as PME`s em Nampula, tendo em

conta o peso da desta provincia no contexto do País.

Na verdade, 99,2% das PME’s Moçambicanas, empregam cerca de 60% das pessoas

economicamente activas do País, e respondem por 30% do Produto Interno Bruto moçambicano,

geram empregos e rendas para população. Essenciais para a economia moçambicana, as

pequenas e médias empresas (PME’s) têm sido cada vez mais alvo de políticas específicas para

facilitar sua sobrevivência, que prevê a criação de facilidades tributárias para saírem da

informalidade.

NB: Com este trabalho não pretendo esgotar o objecto da abordagem pelo que acredito na

viabilidade de ser base para futuros estudos. Obrigado.

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