contabilidade para pequenas e medias empresas

Upload: kernell2000

Post on 05-Apr-2018

226 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    1/234

    CONTABILIDADE PARA PEQUENAS EMDIAS EMPRESAS

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

    2012

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    2/234

    CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

    NBC TG 1000

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    3/234

    Normas Brasileiras de ContabilidadeNBC TG 1000 Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas

    2 Edio 2012

    Publicao do Conselho Federal de ContabilidadeSAS Quadra 5 Bl. J Edicio CFC70070-920

    Site: www.cfc.org.br

    E-mail: [email protected]: 20 mil

    Reviso tcnica: Hlio Corazza

    Reviso gramatical: Maria do Carmo Nbrega

    Colaborao: Fabrcio Santos e Tiago Castro

    Projeto grco e diagramao: Laerte S. Martins

    Conselho Federal de Contabilidade

    ConsContabilidade para pequenas e mdias empresas: normas brasileiras de contabilidade: NBC TG1000/ Conselho Federal de Contabilidade. -- 2. ed. -- Braslia: Conselho Federal de Contabilidade, 2012.

    228 p. : il.

    1. Normas Brasileiras de Contabilidade - Brasil. 2. Pequenas e mdias empresas. I. Ttulo.

    CDU 657:334.012.63/.64(81)(083.74)

    Ficha Catalogrfca elaborada pela Bibliotecria Lcia Helena Alves de Figueiredo CRB 1/1.401

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    4/234

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Palavra Presidente

    O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) apresenta, na ntegra, a Norma Brasileirade Contabilidade NBC TG 1000 Contabilidade para pequenas e mdias empresas, apro-vada pela Resoluo CFC n. 1.255/09.

    A NBC TG 1000 Contabilidade para pequenas e mdias empresas, decorre da con-verso em norma pelo CFC, entidade legalmente responsvel pela edio de Normas Bra-sileiras de Contabilidade de natureza tcnica e prossional, do Pronunciamento TcnicoPME Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas, do Comit de PronunciamentosContbeis CPC, elaborado com base na IFRS for SMEs do International Accouting Stan-dard Board(IASB).

    Representa, ainda, o coroamento dos esforos despendidos pelo Pas na busca daconvergncia das normas contbeis brasileiras aos padres internacionais, instituda peloGoverno Federal e de extrema utilidade e necessidade para a execuo dos trabalhos porparte dos prossionais de contabilidade, em todas as reas de atuao.

    O termo pequenas e mdias empresas adotado na norma no inclui as companhiasabertas, reguladas pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM), as sociedades de grandeporte, como denido da Lei n. 11.638/07, as sociedades reguladas pelo Banco Central doBrasil, pela Superintendncia de Seguros Privados e outras cuja prtica contbil ditada

    pelo correspondente rgo regulador.

    A NBC TG 1000 aborda, dentre outros, assuntos como Conceitos e Princpios Gerais,Apresentao das Demonstraes Contbeis, Balano Patrimonial, Demonstrao dos Flu-xos de Caixa, Demonstraes Consolidadas e Separadas, Polticas Contbeis, Mudana deestimativa e reticao de erro, etc.

    Por dever de justia deve-se, na oportunidade, louvar o trabalho da Comisso cons-tituda pelo CFC, composta pelos Contadores Nelson Zafra, Guy Almeida Andrade, NelsonPfaltzgraff, Paulo Schnorr e Ricardo Julio Rodil que, juntamente com os membros tcnicosdo CPC, muito contriburam para que a publicao dessa importante ferramenta fossecoroada de xito.

    Ao nal do livro, publicado o glossrio de termos utilizados na NBC TG 1000, quepermitir ao prossional de contabilidade e aos leitores em geral, uma melhor compreen-so da Norma.

    Juarez Domingues CarneiroPresidente do CFC

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    5/234

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    6/234

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    RESOLUO CFC N. 1.255/09

    Aprova a NBC TG 1000 Contabilidade para Peque-nas e Mdias Empresas.

    O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerccio de suas atribuies legaise regimentais,

    CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade, em conjunto com outrasentidades, membro do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC), criado pela Reso-luo CFC n. 1.055/05;

    CONSIDERANDO que o CPC tem por objetivo estudar, preparar e emitir Pronuncia-mentos Tcnicos sobre procedimentos de contabilidade e divulgar informaes dessa na-tureza, visando permitir a emisso de normas uniformes pelas entidades-membro, levandosempre em considerao o processo de convergncia s normas internacionais;

    CONSIDERANDO que o Comit de Pronunciamentos Contbeis, a partir da IFRS forSMEs do IASB, aprovou o Pronunciamento Tcnico PME Contabilidade para Pequenas eMdias Empresas,

    RESOLVE:Art. 1 Aprovar a NBC TG 1000 Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas.

    Art. 2 Esta Resoluo entra em vigor nos exerccios iniciados a partir de 1 de janeirode 2010.

    Braslia, 10 de dezembro de 2009.

    Contadora Maria Clara Cavalcante BugarimPresidente

    Ata CFC n. 932

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    7/234

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    8/234

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

    NBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    ndice

    Introduo ................................................................................................................................................................................9

    Seo 1 Pequenas e Mdias Empresas ..................................................................................................................11

    Seo 2 Conceitos e Princpios Gerais....................................................................................................................13Seo 3 Apresentao das Demonstraes Contbeis ....................................................................................23

    Seo 4 Balano Patrimonial ......................................................................................................................................28

    Seo 5 Demonstrao do Resultado e Demonstrao do Resultado Abrangente ...........................31

    Seo 6 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido eDemonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados .......................................................................34

    Seo 7 Demonstrao dos Fluxos de Caixa .......................................................................................................36

    Seo 8 Notas Explicativas s Demonstraes Contbeis ..............................................................................41

    Seo 9 Demonstraes Consolidadas e Separadas ........................................................................................43

    Seo 10 Polticas Contbeis, Mudana de Estimativa e Reticao de Erro ............................................49

    Seo 11 Instrumentos Financeiros Bsicos ...........................................................................................................54

    Seo 12 Outros Tpicos sobre Instrumentos Financeiros ...............................................................................69

    Seo 13 Estoques ............................................................................................................................................................76

    Seo 14 Investimento em Controlada e em Coligada ......................................................................................80

    Seo 15 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) ......................84

    Seo 16 Propriedade para Investimento ...............................................................................................................88

    Seo 17 Ativo Imobilizado ..........................................................................................................................................91

    Seo 18 Ativo Intangvel Exceto gio por Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwill)..............97

    Seo 19 Combinao de Negcios e gio por Expectativa deRentabilidade Futura (Goodwill) ...........................................................................................................102

    Seo 20 Operaes de Arrendamento Mercantil ........................................................................................... 108

    Seo 21 Provises, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes ........................................................... 116

    Apdice da Seo 21 - Guia sobre reconhecimento e mensurao de proviso ...................................... 120

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    9/234

    Seo 22 Passivo e Patrimnio Lquido ................................................................................................................. 125Apndice da Seo 22 - Exemplos de tratamento contbil parao emissor de instrumento de dvida conversvel ................................................. ................................................... 130

    Seo 23 Receitas .......................................................................................................................................................... 132

    Apndice da Seo 23 Exemplos de reconhecimento de receita ............................................... ..................... 140

    Seo 24 Subveno Governamental.....................................................................................................................146

    Seo 25 Custos de Emprstimos............................................................................................................................ 147

    Seo 26 Pagamento Baseado em Aes ............................................................................................................ 148

    Seo 27 Reduo ao Valor Recupervel de Ativos .......................................................................................... 154

    Seo 28 Benefcios a Empregados ........................................................................................................................ 162

    Seo 29 Tributos sobre o Lucro .............................................................................................................................. 174

    Seo 30 Efeitos das Mudanas nas Taxas de Cmbio eConverso de Demonstraes Contbeis .........................................................................................181

    Seo 31 Hiperinao ................................................................................................................................................187

    Seo 32 Evento Subsequente..................................................................................................................................187

    Seo 33 Divulgao sobre Partes Relacionadas............................................................................................... 190

    Seo 34 Atividades Especializadas ........................................................................................................................ 194

    Seo 35 Adoo Inicial desta Norma ................................................................................................................... 198

    Glossrio de Termos da NBC TG 1000 .......................................................................................................................205

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    10/234

    9

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Introduo

    P1 O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emite suas normas, interpretaes e co-

    municados tcnicos de forma convergente com as Normas Internacionais de Conta-bilidade emitidas pelo IASB e promoo do uso dessas normas em demonstraescontbeis para ns gerais no Brasil e outros relatrios nanceiros. Outros relatriosnanceiros compreendem informaes fornecidas fora das demonstraes contbeisque auxiliam na interpretao do conjunto completo de demonstraes contbeis oumelhoram a capacidade do usurio de tomar decises econmicas ecientes.

    P2 As normas, interpretaes e comunicados tcnicos denem as exigncias de re-conhecimento, mensurao, apresentao e divulgao relacionados a transaese outros eventos e condies que so importantes em demonstraes contbeis

    para ns gerais. Elas tambm podem denir as exigncias para transaes, eventose condies que surgem principalmente em segmentos especcos. So baseadasna NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL - Estrutura Conceitual para Elaborao e Di-vulgao de Relatrio Contbil-Financeiro, que aborda os conceitos subjacentes informao apresentada em demonstraes contbeis para ns gerais.

    P3 O objetivo da NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL facilitar a formulao consistentee lgica das normas. Ele tambm fornece uma base para o uso de julgamento nasoluo de problemas de contabilidade.

    Demonstraes contbeis para ns gerais

    P4 As normas, interpretaes e comunicados tcnicos so elaborados para serem apli-cados s demonstraes contbeis para ns gerais e outros relatrios nanceiros detodas as empresas com ns lucrativos. As demonstraes contbeis para ns geraisso dirigidas s necessidades comuns de vasta gama de usurios externos entidade,por exemplo, scios, acionistas, credores, empregados e o pblico em geral. O obje-tivo das demonstraes contbeis oferecer informao sobre a posio nanceira(balano patrimonial), o desempenho (demonstrao do resultado) e uxos de caixada entidade, que seja til aos usurios para a tomada de decises econmicas.

    P5 Demonstraes contbeis para ns gerais so aquelas direcionadas s necessidadesde informao nanceira gerais de vasta gama de usurios que no esto em posi-o de exigir relatrios feitos sob medida para atender suas necessidades particu-lares de informao. As demonstraes contbeis de uso geral incluem aquelas queso apresentadas separadamente ou dentro de outro documento pblico como umrelatrio anual ou um prospecto.

    Contabilidade para pequenas e mdias empresas (PMEs)

    P6 O CFC est emitindo em separado esta Norma para aplicao s demonstraescontbeis para ns gerais de empresas de pequeno e mdio porte (PMEs), conjuntoesse composto por sociedades fechadas e sociedades que no sejam requeridas a

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    11/234

    10

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    fazer prestao pblica de suas contas. Esta Norma denominada: Contabilidadepara Pequenas e Mdias Empresas (PMEs).

    P7 O termo empresas de pequeno e mdio porte adotado nesta Norma no inclui (i) as

    companhias abertas, reguladas pela Comisso de Valores Mobilirios CVM; (ii) associedades de grande porte, como denido na Lei n. 11.638/07; (iii) as sociedadesreguladas pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendncia de Seguros Privadose outras sociedades cuja prtica contbil ditada pelo correspondente rgo regu-lador com poder legal para tanto. Ver Seo 1.

    P8 As PMEs muitas vezes produzem demonstraes contbeis apenas para o uso deproprietrios-administradores ou apenas para o uso de autoridades scais ou outrasautoridades governamentais. Demonstraes contbeis produzidas apenas para es-ses propsitos no so, necessariamente, demonstraes contbeis para ns gerais.

    P9 As leis scais so especcas, e os objetivos das demonstraes contbeis para nsgerais diferem dos objetivos das demonstraes contbeis destinadas a apurar lu-cros tributveis. Assim, no se pode esperar que demonstraes contbeis elabo-radas de acordo com esta Norma para PMEs sejam totalmente compatveis com asexigncias legais para ns scais ou outros ns especcos. Uma forma de compa-tibilizar ambos os requisitos a estruturao de controles scais com conciliaesdos resultados apurados de acordo com esta Norma e por outros meios.

    Aplicabilidade desta Norma para PMEs

    P10 Uma denio clara por parte dos reguladores e autoridades que aprovarem a adoodesta Norma para a classe de empresas para a qual a NBC TG 1000 se destina comodenido na Seo 1 desta Norma essencial para que (a) o CFC possa decidir sobrerequisitos de contabilidade e divulgao apropriadas para aquela classe de empresase (b) as autoridades legislativas e regulatrias, preparadores, e empresas que emitemdemonstraes contbeis e seus auditores estejam cientes do alcance da aplicabilidadeda NBC TG 1000 para PMEs. Uma denio clara tambm essencial para que empresasque no so de pequeno e mdio porte, e, portanto, no so elegveis para usar a NBCTG 1000 para PMEs, no armem que esto em conformidade com ela (ver item 1.5).

    Organizao desta Norma

    P11 Esta Norma para PMEs est organizada por tpicos, cada tpico sendo apresentadoem seo numerada em separado. Referncias cruzadas para itens so identicadaspelo nmero da seo, seguido do nmero do item. Os nmeros dos itens esto noformato xx.yy, onde xx o nmero da seo e yy o nmero sequencial do itemdentro daquela seo. Em exemplos que incluem quantias monetrias, a unidade demedida apresentada como sendo $.

    P12 Todos os itens na Norma tm igual autoridade. Algumas sees incluem apndicesde orientao para implementao, que no so parte da Norma, mas sim orienta-o para sua aplicao.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    12/234

    11

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Manuteno do contedo da Norma

    P13 O CFC espera fazer uma reviso abrangente da experincia da adoo da Contabi-lidade para PMEs depois de um perodo de dois anos de utilizao. O CFC espera

    propor emendas para abordar problemas de implementao identicados nessareviso. Ele tambm considera novas normas e emendas s existentes que possamvir a ser adotadas.

    P14 Depois da reviso inicial de implementao, o CFC espera propor emendas pelapublicao de uma minuta para discusso aproximadamente uma vez a cada trsanos. No desenvolvimento dessas minutas para discusso, ele espera considerar asnovas normas e as emendas s existentes que foram adotadas nos trs anos ante-riores, assim como problemas especcos que tenham sido trazidos sua atenoa respeito de possveis melhorias a esta Norma. A inteno que esse ciclo de trs

    anos seja um plano probatrio, e no um compromisso rme. De acordo com aocasio, ele pode identicar um problema para o qual uma emenda possa precisarser considerada mais cedo do que no ciclo normal de trs anos. At que esta Normaseja alterada, quaisquer mudanas que o CFC possa fazer ou propor com respeito assuas normas, interpretaes e comunicados tcnicos no se aplicam Contabilida-de para PMEs.

    P15 O CFC considerar que haja um perodo de pelo menos um ano entre o momentoem que as emendas Contabilidade para PMEs venham a ser emitidas e a dataefetiva de adoo dessas emendas.

    Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas (PMEs)

    Seo 1Pequenas e Mdias Empresas

    Alcance1.1 Esta Norma se destina utilizao por pequenas e mdias empresas (PMEs). Esta

    Seo descreve as caractersticas das PMEs.

    Descrio de pequenas e mdias empresas

    1.2 Pequenas e mdias empresas so empresas que:

    (a) no tm obrigao pblica de prestao de contas; e

    (b) elaboram demonstraes contbeis para ns gerais para usurios externos.Exemplos de usurios externos incluem proprietrios que no esto envolvi-dos na administrao do negcio, credores existentes e potenciais, e agnciasde avaliao de crdito.

    Seo

    1

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    13/234

    12

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    1.3 Uma empresa tem obrigao pblica de prestao de contas se:

    (a) seus instrumentos de dvida ou patrimoniais so negociados em mercado deaes ou estiverem no processo de emisso de tais instrumentos para nego-

    ciao em mercado aberto (em bolsa de valores nacional ou estrangeira ouem mercado de balco, incluindo mercados locais ou regionais); ou(b) possuir ativos em condio duciria perante um grupo amplo de terceiros

    como um de seus principais negcios. Esse o caso tpico de bancos, coo-perativas de crdito, companhias de seguro, corretoras e distribuidoras dettulos, fundos mtuos e bancos de investimento.

    Portanto, no Brasil as sociedades por aes, fechadas (sem negociao de suasaes ou outros instrumentos patrimoniais ou de dvida no mercado e que no pos-suam ativos em condio duciria perante um amplo grupo de terceiros), mesmo

    que obrigadas publicao de suas demonstraes contbeis, so tidas, para nsdesta Norma, como pequenas e mdias empresas, desde que no enquadradaspela Lei n. 11.638/07 como sociedades de grande porte. As sociedades limitadas edemais sociedades comerciais, desde que no enquadradas pela Lei n. 11.638/07como sociedades de grande porte, tambm so tidas, para ns desta Norma, comopequenas e mdias empresas.

    1.4 Algumas empresas tambm podem possuir ativos em condio duciria peranteum grupo amplo de partes externas, em razo de possuir e gerenciar recursos nan-ceiros conados a eles pelos clientes, consumidores ou membros no envolvidos

    na administrao da empresa. Entretanto, se elas o fazem por razes incidentais aum negcio principal, (como, por exemplo, pode ser o caso de agncias de viagensou corretoras de imveis, escolas, organizaes de caridade, cooperativas que exi-jam um depsito nominal de participao, e vendedores que recebem pagamentoadiantado para entrega futura dos produtos, como empresas de servios pblicos),isso no as faz ter obrigao de prestao pblica de contas.

    1.5 Se a entidade obrigada prestao pblica de contas usar esta Norma, suas de-monstraes contbeis no podem ser descritas como se estivessem em conformi-dade com a Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas (PMEs) mesmo que

    lei ou regulamentao permita ou exija que esta Norma seja usada por empresasobrigadas prestao pblica de contas.

    1.6 Uma controlada cuja controladora utiliza as normas do CFC de forma integral, ouque parte de grupo econmico que as utiliza, no est proibida de usar estaNorma para PMEs na elaborao das suas prprias demonstraes contbeis seessa controlada no tiver obrigao de prestao pblica de contas por si mesma.Se suas demonstraes contbeis forem descritas como estando em conformidadecom esta Norma para PMEs, elas devem estar em conformidade com todas as regrasdesta Norma.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    14/234

    13

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Seo 2Conceitos e Princpios Gerais

    Alcance desta Seo

    2.1 Esta Seo descreve o objetivo das demonstraes contbeis de pequenas e mdiasempresas (PMEs) e as qualidades que tornam teis as informaes nas demonstra-es contbeis. Ela tambm dene os conceitos e princpios bsicos que suportamas demonstraes contbeis das PMEs.

    Objetivo das demonstraes contbeis de pequenas e mdias empresas

    2.2 O objetivo das demonstraes contbeis de pequenas e mdias empresas oferecer

    informao sobre a posio nanceira (balano patrimonial), o desempenho (resulta-do e resultado abrangente) e uxos de caixa da entidade, que til para a tomadade deciso por vasta gama de usurios que no est em posio de exigir relatriosfeitos sob medida para atender suas necessidades particulares de informao.

    2.3 Demonstraes contbeis tambm mostram os resultados da diligncia da adminis-trao a responsabilidade da administrao pelos recursos conados a ela.

    Caractersticas qualitativas de informao em demonstraes contbeis

    Compreensibilidade

    2.4 A informao apresentada em demonstraes contbeis deve ser apresentada demodo a torn-la compreensvel por usurios que tm conhecimento razovel denegcios e de atividades econmicas e de contabilidade, e a disposio de estudara informao com razovel diligncia. Entretanto, a necessidade por compreensibi-lidade no permite que informaes relevantes sejam omitidas com a justicativaque possam ser de entendimento difcil demais para alguns usurios.

    Relevncia2.5 A informao fornecida em demonstraes contbeis deve ser relevante para as

    necessidades de deciso dos usurios. A informao tem a qualidade da relevnciaquando capaz de inuenciar as decises econmicas de usurios, ajudando-os aavaliar acontecimentos passados, presentes e futuros ou conrmando, ou corrigin-do, suas avaliaes passadas.

    Materialidade

    2.6 A informao material e, portanto tem relevncia se sua omisso ou erro puderinuenciar as decises econmicas de usurios, tomadas com base nas demonstra-es contbeis. A materialidade depende do tamanho do item ou impreciso julgadanas circunstncias de sua omisso ou erro. Entretanto, inapropriado fazer, ou deixar

    Seo

    2

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    15/234

    14

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    sem corrigir, desvios insignicantes das prticas contbeis para se atingir determinadaapresentao da posio patrimonial e nanceira (balano patrimonial) da entidade,seu desempenho (resultado e resultado abrangente) ou uxos de caixa.

    Conabilidade

    2.7 A informao fornecida nas demonstraes contbeis deve ser convel. A infor-mao convel quando est livre de desvio substancial e vis, e representa ade-quadamente aquilo que tem a pretenso de representar ou seria razovel de seesperar que representasse. Demonstraes contbeis no esto livres de vis (ouseja, no so neutras) se, por meio da seleo ou apresentao da informao, elasso destinadas a inuenciar uma deciso ou julgamento para alcanar um resultadoou desfecho pr-determinado.

    Primazia da essncia sobre a forma

    2.8 Transaes e outros eventos e condies devem ser contabilizados e apresentadosde acordo com sua essncia e no meramente sob sua forma legal. Isso aumenta aconabilidade das demonstraes contbeis.

    Prudncia

    2.9 As incertezas que inevitavelmente cercam muitos eventos e circunstncias so reco-nhecidas pela divulgao de sua natureza e extenso e pelo exerccio da prudncia

    na elaborao das demonstraes contbeis. Prudncia a incluso de certo graude precauo no exerccio dos julgamentos necessrios s estimativas exigidas deacordo com as condies de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas nosejam superestimados e que passivos ou despesas no sejam subestimados. En-tretanto, o exerccio da prudncia no permite subvalorizar deliberadamente ativosou receitas, ou a superavaliao deliberada de passivos ou despesas. Ou seja, aprudncia no permite vis.

    Integralidade

    2.10 Para ser convel, a informao constante das demonstraes contbeis deve sercompleta, dentro dos limites da materialidade e custo. Uma omisso pode tornara informao falsa ou torn-la enganosa e, portanto, no convel e deciente emtermos de sua relevncia.

    Comparabilidade

    2.11 Os usurios devem ser capazes de comparar as demonstraes contbeis da entida-de ao longo do tempo, a m de identicar tendncias em sua posio patrimoniale nanceira e no seu desempenho. Os usurios devem, tambm, ser capazes decomparar as demonstraes contbeis de diferentes entidades para avaliar suas po-sies patrimoniais e nanceiras, desempenhos e uxos de caixa relativos. Assim, amensurao e a apresentao dos efeitos nanceiros de transaes semelhantes e

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    16/234

    15

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    outros eventos e condies devem ser feitas de modo consistente pela entidade, aolongo dos diversos perodos, e tambm por entidades diferentes. Adicionalmente,os usurios devem ser informados das polticas contbeis empregadas na elabora-o das demonstraes contbeis, e de quaisquer mudanas nessas polticas e dos

    efeitos dessas mudanas.

    Tempestividade

    2.12 Para ser relevante, a informao contbil deve ser capaz de inuenciar as deciseseconmicas dos usurios. Tempestividade envolve oferecer a informao dentrodo tempo de execuo da deciso. Se houver atraso injusticado na divulgao dainformao, ela pode perder sua relevncia. A administrao precisa ponderar danecessidade da elaborao dos relatrios em poca oportuna, com a necessidadede oferecer informaes conveis. Ao atingir-se um equilbrio entre relevncia e

    conabilidade, a principal considerao ser como melhor satisfazer as necessida-des dos usurios ao tomar decises econmicas.

    Equilbrio entre custo e benefcio2.13 Os benefcios derivados da informao devem exceder o custo de produzi-la. A

    avaliao dos custos e benefcios , em essncia, um processo de julgamento. Almdisso, os custos no recaem necessariamente sobre aqueles usurios que usufruemdos benefcios e, frequentemente, os benefcios da informao so usufrudos porvasta gama de usurios externos.

    2.14 A informao derivada das demonstraes contbeis auxilia fornecedores de capi-tal a tomar melhores decises, o que resulta no funcionamento mais eciente dosmercados de capital e no menor custo de capital para a economia como um todo.Entidades, individualmente, tambm usufruem dos benefcios, incluindo melhoracesso aos mercados de capital, efeitos favorveis nas relaes pblicas e, talvez,custos menores de capital. Os benefcios tambm podem incluir melhoria no pro-cesso de tomada de decises da administrao, porque a informao nanceirautilizada internamente frequentemente baseada, ao menos em parte, em infor-maes elaboradas para os propsitos de apresentar demonstraes contbeis

    para ns gerais.

    Balano patrimonial

    2.15 O balano patrimonial da entidade a relao de seus ativos, passivos e patrimniolquido em uma data especca, como apresentado nessa demonstrao da posiopatrimonial e nanceira.

    Eles so denidos da seguinte maneira:

    Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passadose do qual se espera que benefcios econmicos futuros uam para a entidade.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    17/234

    16

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Passivo uma obrigao atual da entidade como resultado de eventos j ocorridos,cuja liquidao se espera resulte na sada de recursos econmicos.

    Patrimnio lquido o valor residual dos ativos da entidade aps a deduo de to-

    dos os seus passivos.

    2.16 Alguns itens que correspondem denio de ativo ou passivo podem no ser re-conhecidos como ativos ou passivos no balano patrimonial porque no satisfazemos critrios para reconhecimento nos itens 2.27 a 2.32. Em especial, a expectativaque benefcios econmicos futuros uam de ou para a entidade deve ser sucien-temente certa para corresponder aos critrios de probabilidade antes que um ativoou um passivo seja reconhecido.

    Ativo

    2.17 O benefcio econmico futuro do ativo o seu potencial de contribuir, direta ouindiretamente, para com o uxo de caixa e equivalentes de caixa para a entidade.Esses uxos de caixa podem vir do uso de ativo ou de sua liquidao.

    2.18 Muitos ativos, por exemplo, bens imveis e imobilizados, tm forma fsica. En-tretanto, a forma fsica no essencial para a existncia de ativo. Alguns ativosso intangveis.

    2.19 Ao determinar a existncia do ativo, o direito de propriedade no essencial. Assim,

    por exemplo, bens imveis mantidos em regime de arrendamento mercantil so umativo se a entidade controla os benefcios que se espera que uam do bem imvel.

    Passivo

    2.20 Uma caracterstica essencial do passivo que a entidade tem a obrigao presentede agir ou se desempenhar de certa maneira. A obrigao pode ser uma obrigaolegal ou uma obrigao no formalizada (tambm chamada de obrigao construti-va). A obrigao legal tem fora legal como consequncia de contrato ou exignciaestatutria. A obrigao no formalizada (construtiva) uma obrigao que decorre

    das aes da entidade quando:

    (a) por via de um padro estabelecido por prticas passadas, de polticas pu-blicadas ou de declarao corrente, sucientemente especca, a entidadetenha indicado a outras partes que aceitar certas responsabilidades; e

    (b) em consequncia disso, a entidade tenha criado uma expectativa vlida, nes-sas outras partes, de que cumprir com essas responsabilidades.

    2.21 A liquidao de obrigao presente geralmente envolve pagamento em caixa, trans-ferncia de outros ativos, prestao de servios, a substituio daquela obrigaopor outra obrigao, ou converso da obrigao em patrimnio lquido. A obriga-o pode ser extinta, tambm, por outros meios, como o credor que renuncia a, ouperde seus direitos.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    18/234

    17

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Patrimnio lquido

    2.22 Patrimnio lquido o resduo dos ativos reconhecidos menos os passivos reco-nhecidos. Ele pode ter subclassicaes no balano patrimonial. Por exemplo, as

    subclassicaes podem incluir capital integralizado por acionistas ou scios, lucrosretidos e ganhos ou perdas reconhecidos diretamente no patrimnio lquido.

    Desempenho / Resultado

    2.23 Desempenho a relao entre receitas e despesas da entidade durante um exerccio ouperodo. Esta Norma requer que as entidades apresentem seu desempenho em duasdemonstraes: demonstrao do resultado e demonstrao do resultado abrangente.O resultado e o resultado abrangente so frequentemente usados como medidas dedesempenho ou como base para outras avaliaes, tais como o retorno do investimen-

    to ou resultado por ao. Receitas e despesas so denidas como se segue:

    Receitas so aumentos de benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob aforma de entradas ou aumentos de ativos ou diminuies de passivos, que resultamem aumento do patrimnio lquido e que no sejam provenientes de aportes dosproprietrios da entidade.

    Despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil,sob a forma de sada de recursos ou reduo de ativos ou incrementos em passivos,que resultam em decrscimos no patrimnio lquido e que no sejam provenientes

    de distribuio aos proprietrios da entidade.

    2.24 O reconhecimento de receitas e despesas resulta, diretamente, do reconhecimentoe mensurao de ativos e passivos. Critrios para o reconhecimento de receitas edespesas so discutidos nos itens 2.27 a 2.32.

    Receita

    2.25 A denio de receita abrange tanto as receitas propriamente ditas quanto os ganhos.

    Receita propriamente dita um aumento de patrimnio lquido que se origina no cursodas atividades normais da entidade e designada por uma variedade de nomes, taiscomo vendas, honorrios, juros, dividendos, lucros distribudos, royalties e aluguis.

    Ganho outro item que se enquadra como aumento de patrimnio lquido, masno receita propriamente dita. Quando o ganho reconhecido na demonstraodo resultado ou do resultado abrangente, ele geralmente demonstrado separada-mente porque o seu conhecimento til para se tomar decises econmicas.

    Despesa

    2.26 A denio de despesas abrange perdas, assim como, as despesas que se originamno curso das atividades ordinrias da entidade.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    19/234

    18

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Despesa uma reduo do patrimnio lquido que surge no curso das atividadesnormais da entidade e inclui, por exemplo, o custo das vendas, salrios e deprecia-o. Ela geralmente toma a forma de desembolso ou reduo de ativos como caixae equivalentes de caixa, estoques, ou bens do ativo imobilizado.

    Perda outro item que se enquadra como reduo do patrimnio lquido e quepode se originar no curso das atividades ordinrias da entidade. Quando perdas soreconhecidas na demonstrao do resultado ou do resultado abrangente, elas sogeralmente demonstradas separadamente porque o seu conhecimento til parase tomar decises econmicas.

    Reconhecimento de ativo, passivo, receita e despesa

    2.27 Reconhecimento o processo que consiste em incorporar na demonstrao cont-

    bil um item que atenda a denio de ativo, passivo, receita ou despesa e satisfaz osseguintes critrios:

    (a) for provvel que algum benefcio econmico futuro referente ao item uapara ou da entidade; e

    (b) tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases conveis.

    2.28 A falha no reconhecimento de item que satisfaa esses critrios no corrigida peladivulgao das polticas contbeis ou por notas ou material explicativo.

    Probabilidade de benefcios econmicos futuros

    2.29 O conceito de probabilidade usado no primeiro critrio de reconhecimento parase referir ao grau de incerteza que os futuros benefcios econmicos associados aoitem uiro de ou para a entidade. As avaliaes do grau de incerteza ligado aouxo de futuros benefcios econmicos so efetuadas com base na evidncia dis-ponvel quando as demonstraes contbeis so elaboradas. Essas avaliaes soefetuadas individualmente para itens individualmente signicativos e para grupo oupopulao de itens individualmente insignicantes.

    Conabilidade da mensurao

    2.30 O segundo critrio para reconhecimento de um item que ele possua um custoou valor que possa ser medido em bases conveis. Na maioria dos casos, ocusto ou valor de um item conhecido. Em outros casos ele deve ser estimado.O uso de estimativas razoveis uma parte essencial na elaborao de demons-traes contbeis e no prejudica sua conabilidade. Quando, entretanto, nopuder ser feita uma estimativa razovel, o item no deve ser reconhecido nademonstrao contbil.

    2.31 Um item que no atenda aos critrios de reconhecimento pode se qualicar parareconhecimento em data posterior como resultado de circunstncias ou eventossubsequentes.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    20/234

    19

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    2.32 Um item que no atenda aos critrios de reconhecimento pode, de qualquer modo,merecer divulgao nas notas explicativas ou em demonstraes suplementares.Isso apropriado quando a divulgao do item for relevante para a avaliao daposio patrimonial e nanceira, do desempenho e das mutaes na posio nan-

    ceira da entidade por parte dos usurios das demonstraes contbeis.

    Mensurao de ativo, passivo, receita e despesa

    2.33 Mensurao o processo de determinar as quantias monetrias pelas quais a entidademensura ativos, passivos, receitas e despesas em suas demonstraes contbeis. Mensu-rao envolve a seleo de uma base de avaliao. Esta Norma especica quais bases deavaliao a entidade deve usar para muitos tipos de ativos, passivos, receitas e despesas.

    2.34 Duas bases comuns para mensurao so custo histrico e valor justo:

    (a) Para ativos, o custo histrico representa a quantidade de caixa ou equivalen-tes de caixa paga ou o valor justo do ativo dado para adquirir o ativo quandode sua aquisio. Para passivos, o custo histrico representa a quantidade derecursos obtidos em caixa ou equivalentes de caixa recebidos ou o valor justodos ativos no monetrios recebidos em troca da obrigao na ocasio em quea obrigao foi incorrida, ou em algumas circunstncias (por exemplo, impostode renda) a quantidade de caixa ou equivalentes de caixa que se espera sejampagos para liquidar um passivo no curso normal dos negcios. O custo hist-rico amortizado o custo do ativo ou do passivo mais ou menos a parcela de

    seu custo histrico previamente reconhecido como despesa ou receita.(b) Valor justo o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um pas-

    sivo liquidado, entre partes independentes com conhecimento do negcio einteresse em realiz-lo, em uma transao em que no h favorecidos.

    Reconhecimento e princpios gerais de mensurao

    2.35 As exigncias para o reconhecimento e mensurao de ativos, passivos, receitas edespesas nesta Norma so baseadas em princpios gerais que derivam da EstruturaConceitual para a Elaborao e Apresentao de Demonstraes Contbeis. Na au-

    sncia de exigncia nesta Norma que se aplique especicamente a uma transao ououtro evento ou condio, o item 10.4 fornece orientao e o item 10.5 estabeleceuma hierarquia para a entidade seguir quando estiver decidindo sobre a prtica con-tbil apropriada nas circunstncias. O segundo nvel dessa hierarquia exige que a enti-dade veja as denies, critrios de reconhecimento e conceitos de mensurao paraativos, passivos, receitas e despesas e os princpios gerais denidos nesta Seo.

    Regime de competncia

    2.36 A entidade deve elaborar suas demonstraes contbeis, exceto informaes de uxode caixa, usando o regime contbil de competncia. No regime de competncia, ositens so reconhecidos como ativos, passivos, patrimnio lquido, receitas ou despe-sas quando satisfazem as denies e critrios de reconhecimento para esses itens.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    21/234

    20

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Reconhecimento nas demonstraes contbeis

    Ativo

    2.37 A entidade deve reconhecer um ativo no balano patrimonial quando for provvelque benefcios econmicos futuros dele provenientes uiro para a entidade e queseu custo ou valor puder ser determinado em bases conveis. Um ativo no reconhecido no balano patrimonial quando desembolsos tiverem sido incorridosou comprometidos, dos quais seja improvvel a gerao de benefcios econmi-cos para a entidade aps o perodo contbil corrente. Ao invs, essa transao reconhecida como despesa na demonstrao do resultado e na demonstrao doresultado abrangente.

    2.38 A entidade no deve reconhecer um ativo contingente como ativo. Entretanto,

    quando o uxo de futuros benefcios econmicos para a entidade praticamentecerto, ento o ativo relacionado no um ativo contingente, e seu reconhecimento apropriado.

    Passivo

    2.39 A entidade deve reconhecer um passivo no balano patrimonial quando:

    (a) a entidade tem uma obrigao no nal do perodo contbil corrente comoresultado de evento passado;

    (b) seja provvel que a entidade transra recursos que representem benefcioseconmicos para a liquidao dessa obrigao; e

    (c) o valor de liquidao possa ser mensurado com conabilidade.

    2.40 Um passivo contingente tanto uma obrigao possvel mas incerta quanto umaobrigao atual que no reconhecida por no atingir uma ou ambas das condi-es (b) e (c) no item 2.39. A entidade no deve reconhecer um passivo contingentecomo passivo, exceto para passivos contingentes de entidade adquirida em combi-nao de negcios (ver Seo 19 Combinao de Negcios e gio por Expectativade Rentabilidade Futura (Goodwill).

    Receita

    2.41 O reconhecimento de receita resulta diretamente do reconhecimento e mensuraode ativos e passivos. A entidade deve reconhecer uma receita na demonstrao doresultado ou demonstrao do resultado abrangente quando houver aumento nosbenefcios econmicos futuros relacionados a um aumento no ativo ou diminuiono passivo e possa ser avaliado conavelmente.

    Despesa

    2.42 O reconhecimento de despesas resulta diretamente do reconhecimento e mensura-o de ativos e passivos. A entidade deve reconhecer uma despesa na demonstra-

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    22/234

    21

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    o do resultado ou demonstrao do resultado abrangente quando houver dimi-nuio nos benefcios econmicos futuros relacionados a uma diminuio no ativoou aumento no passivo e possa ser avaliada conavelmente.

    Resultado e resultado abrangente

    2.43 O resultado abrangente total a diferena aritmtica entre todas as receitase todas as despesas. Ele no um elemento separado das demonstraescontbeis, e no necessrio um princpio especco para o seu reconheci-mento. O resultado abrangente total a soma do Resultado com os OutrosResultados Abrangentes.

    2.44 O Resultado a diferena aritmtica entre receitas e despesas outras que no asreceitas e as despesas que esta Norma classica como itens de Outros Resultados

    Abrangentes. Ele no um elemento separado das demonstraes contbeis, e no necessrio um princpio especco de reconhecimento para ela.

    2.45 Esta Norma no permite o reconhecimento de itens no balano patrimonial que noatendam s denies de ativos ou passivos, independentemente de resultarem daaplicao da noo comumente chamada confronto entre receitas e despesas paraa mensurao do lucro ou do prejuzo.

    Mensurao no reconhecimento inicial

    2.46 No reconhecimento inicial, a entidade deve avaliar ativos e passivos ao custo his-trico a no ser que esta Norma exija a avaliao inicial sobre outra base, tal comovalor justo.

    Mensurao subsequente

    Ativos nanceiros e passivos nanceiros

    2.47 A entidade mensura ativos nanceiros bsicos e passivos nanceiros bsicos, comodenido na Seo 11 Instrumentos Financeiros Bsicos, ao custo amortizado de-

    duzido de perda por reduo ao valor recupervel, exceto investimentos em aespreferenciais e aes ordinrias no resgatveis por deciso do portador que sonegociadas em mercados organizados (em bolsa de valores, por exemplo,) ou cujovalor justo possa ser mensurado de modo convel, que so avaliadas a valor justocom as variaes do valor justo reconhecidas no resultado.

    2.48 A entidade geralmente mensura todos os outros ativos nanceiros e passivos nan-ceiros a valor justo, com as mudanas no valor justo reconhecidas no resultado, ano ser que esta Norma exija ou permita mensurao sobre outra base, como custoou custo amortizado.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    23/234

    22

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Ativos no nanceiros

    2.49 A maioria dos ativos no nanceiros que a entidade inicialmente reconhece aocusto histrico so, subsequentemente, avaliados sobre outras bases de mensura-

    o. Por exemplo:

    (a) a entidade avalia o ativo imobilizado pelo menor valor entre o custo depre-ciado e o seu valor recupervel;

    (b) a entidade avalia estoques pelo menor valor entre o seu custo e o preo devenda estimado menos despesas para completar a produo e vender;

    (c) a entidade reconhece a perda por reduo ao valor recupervel relacionada aativos no nanceiros que esto em uso ou mantidos para venda.

    A mensurao de ativos aos menores valores tem a inteno de garantir que um ati-

    vo no avaliado a um valor maior do que aquele que a entidade espera recuperarpela venda ou uso desse ativo.

    2.50 Para os seguintes tipos de ativos no nanceiros, esta Norma permite ou exigemensurao a valor justo:

    (a) investimentos em coligadas e em empreendimentos controlados em con-junto (joint ventures) que a entidade avalia a valor justo (ver itens 14.10 e15.15 respectivamente);

    (b) propriedades para investimento que a entidade avalia a valor justo (ver item 16.7);

    (c) ativos agrcolas (ativos biolgicos e produtos agrcolas no ponto de colheita)que a entidade avalia pelo seu valor justo menos despesas estimadas de ven-da (ver item 34.2).

    Passivos no nanceiros

    2.51 A maioria dos passivos que no so passivos nanceiros mensurada pela melhorestimativa da quantia que seria necessria para liquidar a obrigao na data dasdemonstraes contbeis.

    Compensao de saldos

    2.52 A entidade no deve compensar ativos e passivos, ou receitas e despesas, a no serque seja exigido ou permitido por esta Norma:

    (a) mensurar ativos, lquidos de provises - por exemplo, provises por obsoles-cncia de estoque e provises por contas a receber de liquidao duvidosa no compensao;

    (b) se as atividades normais de operao da entidade no inclurem a compra ouvenda de ativos no correntes, incluindo investimentos e ativos operacionais,ento a entidade reporta os ganhos e perdas na baixa desses ativos, deduzin-do o valor contbil do ativo e despesas de venda relacionadas.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    24/234

    23

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Seo 3Apresentao das Demonstraes Contbeis

    Alcance desta Seo

    3.1 Esta Seo detalha a adequada apresentao das demonstraes contbeis, o que exigido para que essas demonstraes estejam em conformidade com a NBC TG 1000 Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas e o que um conjunto completodessas demonstraes contbeis.

    Apresentao

    3.2 As demonstraes contbeis devem representar apropriadamente a posio patri-monial e nanceira (balano patrimonial), o desempenho (demonstrao do resul-tado e demonstrao do resultado abrangente) e os uxos de caixa da entidade. Aapresentao adequada exige a representao convel dos efeitos das transaes,outros eventos e condies de acordo com as denies e critrios de reconhe-cimento para ativos, passivos, receitas e despesas tal como disposto na Seo 2Conceitos e Princpios Gerais:

    (a) presume-se que a aplicao desta Norma pelas entidades de pequeno e m-dio porte, com divulgao adicional quando necessria, resulte na adequadaapresentao da posio nanceira e patrimonial, do desempenho e dos u-xos de caixa da entidade;

    (b) conforme esclarecido no item 1.5, esta Norma Contabilidade para PMEs declaraque a aplicao desta Norma por entidade que possui responsabilidade pblica deprestao de contas no resulta na adequada apresentao. Consequentemente,no deve utiliz-lo, e sim o conjunto completo das demais normas do CFC.

    A divulgao adicional referida em (a) necessria quando a adoo de uma exi-gncia particular desta Norma for insuciente para permitir que os usurios com-preendam os efeitos de transaes, outros eventos e condies especcas sobre a

    posio nanceira e desempenho da entidade. No caso da divulgao da demons-trao do valor adicionado devem ser observadas as disposies constantes da NBCTG 09 Demonstrao do Valor Adicionado.

    Adequao norma Contabilidade para PMEs

    3.3 A entidade cujas demonstraes contbeis estiverem em conformidade com estaNorma deve fazer uma declarao explicita e sem reservas dessa conformidade nasnotas explicativas. As demonstraes contbeis no devem ser descritas como emconformidade com esta Norma a no ser que estejam em conformidade com todos

    os requerimentos desta Norma.

    3.4 Em circunstncias extremamente raras, nas quais a administrao vier a concluir quea conformidade com um requisito desta Norma conduziria a uma apresentao to

    Seo

    3

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    25/234

    24

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    enganosa que entraria em conito com o objetivo das demonstraes contbeisdas entidades de pequeno e mdio porte, conforme disposto na Seo 2, a entidadeno aplica esse requisito conforme disposto no item 3.5, a no ser que esse proce-dimento seja terminantemente vedado do ponto de vista legal e regulatrio.

    3.5 Quando a entidade no aplicar um requisito desta Norma de acordo com o item 3.4,ela deve divulgar:

    (a) que a administrao concluiu que as demonstraes contbeis apresentam,de forma apropriada, a posio nanceira e patrimonial, o desempenho e osuxos de caixa da entidade;

    (b) que cumpriu com a NBC TG 1000 Contabilidade para Pequenas e MdiasEmpresas, exceto pela no aplicao de um requisito especco, com o pro-psito de atingir uma apresentao adequada;

    (c) a natureza dessa exceo, incluindo o tratamento que a NBC TG 1000 Con-tabilidade para Pequenas e Mdias Empresas exigiria, e a razo pela qualesse tratamento seria inadequado nessas circunstncias por conitar com oobjetivo das demonstraes contbeis disposto na Seo 2 e o tratamentoefetivamente adotado.

    3.6 Quando a entidade no aplicar um requisito desta Norma no perodo anterior, eessa no aplicao afetar os montantes reconhecidos nas demonstraes contbeisno perodo corrente, ela deve proceder divulgao disposta no item 3.5(c).

    3.7 Em circunstncias extremamente raras, nas quais a administrao vier a concluirque a conformidade com um requisito desta Norma inadequado por entrar emconito com o objetivo das demonstraes contbeis estabelecido na Seo 2, mashouver do ponto de vista legal e regulatrio proibio no aplicao do requisito,a entidade deve, na mxima extenso possvel, reduzir os aspectos inadequadosidenticados por meio da divulgao das seguintes informaes:

    (a) a natureza do requisito desta Norma e a razo pela qual a administrao con-cluiu que o cumprimento desse requisito inadequado nessas circunstnciaspor conitar com o objetivo das demonstraes contbeis estabelecido naSeo 2;

    (b) para cada perodo apresentado, os ajustes de cada item, nas demonstraescontbeis, que a administrao concluiu serem necessrios para se obter umaapresentao adequada.

    Continuidade

    3.8 Ao elaborar as demonstraes contbeis, a administrao deve fazer uma avaliaoda capacidade da entidade continuar em operao em futuro previsvel. A entidade

    est em continuidade a menos que a administrao tenha inteno de liquid-la oucessar seus negcios, ou ainda no possua alternativa realista seno a descontinu-ao de suas atividades. Ao avaliar se o pressuposto de continuidade apropriado,a administrao deve levar em considerao toda a informao disponvel sobre o

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    26/234

    25

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    futuro, que o perodo mnimo, mas no limitado, de doze meses a partir da datade divulgao das demonstraes contbeis.

    3.9 Quando a administrao, ao fazer sua avaliao, tiver conhecimento de incertezas

    materiais relacionadas com eventos ou condies que possam lanar dvidas signi-cativas acerca da capacidade da entidade de permanecer em continuidade, essasincertezas devem ser divulgadas. Quando as demonstraes contbeis no foremelaboradas no pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado, junta-mente com as bases com as quais as demonstraes contbeis foram elaboradas ea razo pela qual no se pressupe a continuidade da entidade.

    Frequncia de divulgao das demonstraes contbeis

    3.10 A entidade deve apresentar um conjunto completo de demonstraes contbeis

    (inclusive informao comparativa ver item 3.14) pelo menos anualmente. Quan-do a data de encerramento do perodo de divulgao da entidade for alterada e asdemonstraes contbeis forem apresentadas para um perodo mais longo ou maiscurto do que um ano, a entidade deve divulgar as seguintes informaes:

    (a) esse fato;(b) a razo para a utilizao de perodo mais longo ou mais curto;(c) o fato de que os valores comparativos apresentados nas demonstraes con-

    tbeis (incluindo as notas explicativas) no so inteiramente comparveis.

    Uniformidade de apresentao

    3.11 A entidade deve manter a uniformidade na apresentao e classicao de itens nasdemonstraes contbeis de um perodo para outro, salvo se:

    (a) for evidente, aps uma alterao signicativa na natureza das operaes daentidade ou uma reviso das respectivas demonstraes contbeis, que ou-tra apresentao ou classicao seja mais apropriada, tendo em vista oscritrios para seleo e aplicao de polticas contbeis da Seo 10 PolticasContbeis, Mudana de Estimativa e Reticao de Erro; ou

    (b) esta Norma exija alterao na apresentao.

    3.12 Quando a apresentao ou a classicao de itens das demonstraes contbeis foralterada, a entidade deve reclassicar os valores comparativos a menos que a reclas-sicao seja impraticvel. Quando os valores comparativos forem reclassicados, aentidade deve divulgar as seguintes informaes:

    (a) a natureza da reclassicao;(b) o valor de cada item ou grupo de itens reclassicados;(c) a razo para a reclassicao.

    3.13 Se a reclassicao dos valores comparativos for impraticvel, a entidade deve di-vulgar a razo da reclassicao no ser praticvel.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    27/234

    26

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Informao comparativa

    3.14 Exceto quando esta Norma permitir ou exigir de outra forma, a entidade deve divul-gar informao comparativa com respeito ao perodo anterior para todos os valores

    apresentados nas demonstraes contbeis do perodo corrente. A entidade deveapresentar de forma comparativa a informao descritiva e detalhada que for rele-vante para a compreenso das demonstraes contbeis do perodo corrente.

    Materialidade e agregao

    3.15 A entidade deve apresentar separadamente nas demonstraes contbeis cadaclasse material de itens semelhantes. Os itens de natureza ou funo distinta, salvose imateriais, devem ser apresentados separadamente.

    3.16 Omisses ou declaraes incorretas de itens so materiais se puderem, individualmenteou coletivamente, inuenciar as decises econmicas dos usurios tomadas com base nasdemonstraes contbeis. A materialidade depende da dimenso e da natureza da omis-so ou declarao incorreta julgada luz das circunstncias a que est sujeita. A dimensoou a natureza do item, ou a combinao de ambas, pode ser o fator determinante.

    Conjunto completo de demonstraes contbeis

    3.17 O conjunto completo de demonstraes contbeis da entidade deve incluir todas asseguintes demonstraes:

    (a) balano patrimonial ao nal do perodo;(b) demonstrao do resultado do perodo de divulgao;(c) demonstrao do resultado abrangente do perodo de divulgao. A demons-

    trao do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativoprprio ou dentro das mutaes do patrimnio lquido. A demonstrao do re-sultado abrangente, quando apresentada separadamente, comea com o resul-tado do perodo e se completa com os itens dos outros resultados abrangentes;

    (d) demonstrao das mutaes do patrimnio lquido para o perodo de divulgao;(e) demonstrao dos uxos de caixa para o perodo de divulgao;

    (f) notas explicativas, compreendendo o resumo das polticas contbeis signi-cativas e outras informaes explanatrias.

    3.18 Se as nicas alteraes no patrimnio lquido durante os perodos para os quaisas demonstraes contbeis so apresentadas derivarem do resultado, de distri-buio de lucro, de correo de erros de perodos anteriores e de mudanas depolticas contbeis, a entidade pode apresentar uma nica demonstrao dos lucrosou prejuzos acumulados no lugar da demonstrao do resultado abrangente e dademonstrao das mutaes do patrimnio lquido (ver o item 6.4).

    3.19 Se a entidade no possui nenhum item de outro resultado abrangente em nenhumdos perodos para os quais as demonstraes contbeis so apresentadas, ela podeapresentar apenas a demonstrao do resultado.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    28/234

    27

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    3.20 Em razo de o item 3.14 requerer valores comparativos com respeito aos perodosanteriores para todos os valores apresentados nas demonstraes contbeis, umconjunto completo de demonstraes contbeis requer que a entidade apresente,no mnimo, duas demonstraes de cada uma das demonstraes exigidas, de for-

    ma comparativa, e as notas explicativas correspondentes.

    3.21 No conjunto completo de demonstraes contbeis, a entidade deve apresentarcada demonstrao com igual destaque.

    3.22 A entidade pode utilizar ttulos diferentes aos utilizados por esta Norma para asdemonstraes contbeis, desde que isso no venha a representar uma informaoenganosa e desde que obedecida a legislao vigente.

    Identicao das demonstraes contbeis

    3.23 A entidade deve identicar claramente cada demonstrao contbil e notas explica-tivas e distingui-las de outras informaes eventualmente apresentadas no mesmodocumento. Alm disso, a entidade deve evidenciar as seguintes informaes deforma destacada, e repetida quando for necessrio para a devida compreenso dainformao apresentada:

    (a) o nome da entidade s quais as demonstraes contbeis se referem, bemcomo qualquer alterao que possa ter ocorrido nessa identicao desde otrmino do exerccio anterior;

    (b) se as demonstraes contbeis se referem a uma entidade individual ou a umgrupo de entidades;

    (c) a data de encerramento do perodo de divulgao e o perodo coberto pelasdemonstraes contbeis;

    (d) a moeda de apresentao, conforme denido na Seo 30 Efeitos das Mu-danas nas Taxas de Cmbio e Converso de Demonstraes Contbeis;

    (e) o nvel de arredondamento, se existente, usado na apresentao de valoresnas demonstraes contbeis.

    3.24 A entidade deve divulgar as seguintes informaes nas notas explicativas:

    (a) o domicilio e a forma legal da entidade, seu pas de registro e o endereode seu escritrio central (ou principal local de operao, se diferente doescritrio central);

    (b) descrio da natureza das operaes da entidade e de suas principais atividades.

    Apresentao de informao no exigida por esta Norma

    3.25 Esta Norma no trata da apresentao de informao por segmentos, lucro porao, ou demonstraes contbeis intermedirias para as entidades de pequeno emdio porte. A entidade que realize essas divulgaes deve descrever as bases deelaborao e apresentao da informao.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    29/234

    28

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    Seo 4Balano Patrimonial

    Alcance desta Seo

    4.1 Esta Seo dispe sobre as informaes que devem ser apresentadas no balano pa-trimonial e como apresent-las. O balano patrimonial apresenta os ativos, passivos epatrimnio lquido da entidade em uma data especca o nal do perodo contbil.

    Informao que deve ser apresentada no balano patrimonial

    4.2 O balano patrimonial deve incluir, no mnimo, as seguintes contas que apresen-tam valores:

    (a) caixa e equivalentes de caixa;(b) contas a receber e outros recebveis;(c) ativos nanceiros (exceto os mencionados nos itens (a), (b), ( j) e (k));(d) estoques;(e) ativo imobilizado;(f) propriedade para investimento, mensurada pelo valor justo por meio do resultado;(g) ativos intangveis;(h) ativos biolgicos, mensurados pelo custo menos depreciao acumulada e

    perdas por desvalorizao;(i) ativos biolgicos, mensurados pelo valor justo por meio do resultado;( j) investimentos em coligadas. No caso do balano individual ou separado,

    tambm os investimentos em controladas;(k) investimentos em empreendimentos controlados em conjunto;(l) fornecedores e outras contas a pagar;(m) passivos nanceiros (exceto os mencionados nos itens (l) e (p));(n) passivos e ativos relativos a tributos correntes;(o) tributos diferidos ativos e passivos (devem sempre ser classicados como

    no circulantes);(p) provises;(q) participao de no controladores, apresentada no grupo do patrimnio l-

    quido, mas separadamente do patrimnio lquido atribudo aos proprietriosda entidade controladora;

    (r) patrimnio lquido pertencente aos proprietrios da entidade controladora.

    4.3 A entidade deve apresentar contas adicionais, cabealhos e subtotais no balanopatrimonial sempre que forem relevantes para o entendimento da posio patrimo-nial e nanceira da entidade.

    Distino entre circulante e no circulante4.4 A entidade deve apresentar ativos circulantes e no circulantes, e passivos circulan-

    tes e no circulantes, como grupos de contas separados no balano patrimonial,

    Seo

    4

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    30/234

    29

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    de acordo com os itens 4.5 a 4.8, exceto quando uma apresentao baseada naliquidez proporcionar informao convel e mais relevante. Quando essa exceose aplicar, todos os ativos e passivos devem ser apresentados por ordem de liquidez(ascendente ou descendente), obedecida a legislao vigente.

    Ativo circulante

    4.5 A entidade deve classicar um ativo como circulante quando:

    (a) espera realizar o ativo, ou pretender vend-lo ou consumi-lo durante o ciclooperacional normal da entidade;

    (b) o ativo for mantido essencialmente com a nalidade de negociao;(c) espera realizar o ativo no perodo de at doze meses aps a data das de-

    monstraes contbeis; ou

    (d) o ativo for caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso paraliquidao de passivo seja restrita durante pelo menos doze meses aps adata das demonstraes contbeis.

    4.6 A entidade deve classicar todos os outros ativos como no circulantes. Quando ociclo operacional normal da entidade no for claramente identicvel, presume-seque sua durao seja de doze meses.

    Passivo circulante

    4.7 A entidade deve classicar um passivo como circulante quando:

    (a) espera liquidar o passivo durante o ciclo operacional normal da entidade;(b) o passivo for mantido essencialmente para a nalidade de negociao;(c) o passivo for exigvel no perodo de at doze meses aps a data das demons-

    traes contbeis; ou(d) a entidade no tiver direito incondicional de diferir a liquidao do passivo

    durante pelo menos doze meses aps a data de divulgao.

    4.8 A entidade deve classicar todos os outros passivos como no circulantes.

    Ordem e formato dos itens no balano patrimonial

    4.9 Esta Norma no prescreve a ordem ou o formato para apresentao dos itens nobalano patrimonial, mas lembra a necessidade do atendimento legislao vigen-te. O item 4.2 fornece simplesmente uma lista dos itens que so sucientemente di-ferentes na sua natureza ou funo para permitir uma apresentao individualizadano balano patrimonial. Adicionalmente:

    (a) as contas do balano patrimonial devem ser segregadas quando o tamanho,a natureza ou a funo de item ou agregao de itens similares, for tal que,sua apresentao separada seja relevante na compreenso da posio patri-monial e nanceira da entidade; e

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    31/234

    30

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    (b) a nomenclatura de contas utilizada e sua ordem de apresentao ou agrega-o de itens semelhantes podem ser modicadas de acordo com a naturezada entidade e de suas transaes, no sentido de prover informao que sejarelevante na compreenso da posio nanceira e patrimonial da entidade.

    4.10 A deciso acerca da apresentao separada de itens adicionais deve ser baseada naavaliao de todas as seguintes informaes:

    (a) dos valores, natureza e liquidez dos ativos;(b) da funo dos ativos na entidade; e(c) dos valores, natureza e prazo dos passivos.

    Informao a ser apresentada no balano patrimonial ou em notas explicativas

    4.11 A entidade deve divulgar, no balano patrimonial ou nas notas explicativas, obede-cida a legislao vigente, as seguintes subclassicaes de contas:

    (a) ativo imobilizado, nas classicaes apropriadas para a entidade;(b) contas a receber e outros recebveis, demonstrando separadamente os va-

    lores relativos a partes relacionadas, valores devidos por outras partes, erecebveis gerados por receitas contabilizadas pela competncia, mas aindano faturadas;

    (c) estoques, demonstrando separadamente os valores de estoques:

    (i) mantidos para venda no curso normal dos negcios;(ii) que se encontram no processo produtivo para posterior venda;(iii) na forma de materiais ou bens de consumo que sero consumidos no

    processo produtivo ou na prestao de servios;

    (d) fornecedores e outras contas a pagar, demonstrando separadamente osvalores a pagar para fornecedores, valores a pagar a partes relacionadas,receita diferida, e encargos incorridos;

    (e) provises para benefcios a empregados e outras provises;(f) grupos do patrimnio lquido, como por exemplo, prmio na emisso de

    aes, reservas, lucros ou prejuzos acumulados e outros itens que, confor-me exigido por esta Norma, so reconhecidos como resultado abrangentee apresentados separadamente no patrimnio lquido.

    4.12 A entidade que tenha seu capital representado por aes deve divulgar, no balanopatrimonial ou nas notas explicativas, as seguintes informaes:

    (a) para cada classe de capital representado por aes:

    (i) quantidade de aes autorizadas;(ii) quantidade de aes subscritas e totalmente integralizadas, e subscri-

    tas, mas no totalmente integralizadas;(iii) valor nominal por ao, ou que as aes no tm valor nominal;

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    32/234

    31

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    (iv) conciliao da quantidade de aes em circulao no incio e no mdo perodo;

    (v) direitos, preferncias e restries associados a essas classes, incluindorestries na distribuio de dividendos ou de lucros e no reembolso

    do capital;(vi) aes da entidade detidas pela prpria entidade ou por controladasou coligadas;

    (vii) aes reservadas para emisso em funo de opes e contratos paraa venda de aes, incluindo os termos e montantes;

    (b) descrio de cada reserva includa no patrimnio lquido.

    4.13 A entidade que no tenha o capital representado por aes, tal como uma sociedadede responsabilidade limitada ou um truste, deve divulgar informao equivalente

    exigida no item 4.12(a), evidenciando as alteraes durante o perodo em cadacategoria do patrimnio lquido, e os direitos, preferncias e restries associadoscom cada uma dessas categorias.

    4.14 Se, na data de divulgao, a entidade tiver contrato de venda rme para alienaode ativos, ou grupo de ativos e passivos relevantes, a entidade deve divulgar as se-guintes informaes:

    (a) descrio do ativo ou grupo de ativos e passivos;(b) descrio dos fatos e circunstncias da venda ou plano;

    (c) o valor contabilizado dos ativos ou, caso a alienao ou venda envolva umgrupo de ativos e passivos, o valor contabilizado desses ativos e passivos.

    Seo 5Demonstrao do Resultado e Demonstrao do Resultado Abrangente

    Alcance desta Seo

    5.1 Esta Seo exige que a entidade apresente seu resultado para o perodo contbilde reporte isto , seu desempenho nanceiro para o perodo em duas demons-traes contbeis: a demonstrao do resultado do perodo e a demonstrao doresultado abrangente. Esta Seo dispe sobre as informaes que devem ser apre-sentadas nessas demonstraes e como apresent-las.

    Apresentao do resultado e do resultado abrangente

    5.2 A entidade deve apresentar seu resultado abrangente para o perodo em duasdemonstraes - a demonstrao do resultado do exerccio e a demonstrao doresultado abrangente sendo que nesse caso a demonstrao do resultado doexerccio apresenta todos os itens de receita e despesa reconhecidos no perodo,

    Seo

    5

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    33/234

    32

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    exceto aqueles que so reconhecidos no resultado abrangente conforme permitidoou exigido por esta Norma.

    5.3 Eliminado.

    Aspectos relativos apresentao das demonstraes do resultado e do resultadoabrangente

    5.4 A demonstrao do resultado abrangente deve iniciar com a ltima linha da de-monstrao do resultado; em sequncia devem constar todos os itens de outrosresultados abrangentes, a no ser que esta Norma exija de outra forma. Esta Normafornece tratamento distinto para as seguintes circunstncias:

    (a) os efeitos de correo de erros e mudanas de polticas contbeis so apre-

    sentados como ajustes retrospectivos de perodos anteriores ao invs decomo parte do resultado no perodo em que surgiram (ver Seo 10 PolticasContbeis, Mudana de Estimativa e Reticao de Erro); e

    (b) trs tipos de outros resultados abrangentes so reconhecidos como parte doresultado abrangente, fora da demonstrao do resultado, quando ocorrem:

    (i) alguns ganhos e perdas provenientes da converso de demonstraescontbeis de operao no exterior (ver Seo 30 Efeitos das Mudanasnas Taxas de Cmbio e Converso de Demonstraes Contbeis);

    (ii) alguns ganhos e perdas atuariais (ver Seo 28 Benefcios a Empregados);

    (iii) algumas mudanas nos valores justos de instrumentos de hedge (verSeo 12 Outros Tpicos sobre Instrumentos Financeiros).

    5.5 Eliminado.

    5.6 A entidade deve divulgar separadamente na demonstrao do resultado abrangen-te os seguintes itens, como alocaes para o perodo:

    (a) resultado do perodo, atribuvel:

    (i) participao de acionistas ou scios no controladores;(ii) aos proprietrios da entidade controladora;

    (b) resultado abrangente total do perodo, atribuvel:

    (i) participao de acionistas ou scios no controladores;(ii) aos proprietrios da entidade controladora.

    Abordagem de duas demonstraes

    5.7 Dentro dessa abordagem de duas demonstraes, a demonstrao do resultado do exer-ccio deve apresentar, no mnimo, e obedecendo legislao vigente, as contas a seguirenunciadas que apresentem valores, com o lucro lquido ou prejuzo como ltima linha:

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    34/234

    33

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    (a) receitas;(b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos servios vendidos;(c) lucro bruto;(d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas

    operacionais;(e) parcela do resultado de investimento em coligadas (ver Seo 14 Investimentoem Controlada e em Coligada) e empreendimentos controlados em conjun-to (ver Seo 15 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto(Joint Venture), contabilizada pelo mtodo de equivalncia patrimonial;

    (f) resultado antes das receitas e despesas nanceiras;(g) despesas e receitas nanceiras;(h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;(i) despesa com tributos sobre o lucro excluindo o tributo alocado nos itens (k)

    deste item e (a) e (b) do item 5.7A (ver item 29.27);

    ( j) resultado lquido das operaes continuadas;(k) valor lquido dos seguintes itens:

    (i) resultado lquido aps tributos das operaes descontinuadas;(ii) resultado aps os tributos decorrente da mensurao ao valor justo

    menos despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ati-vos disposio para venda que constituem a unidade operacionaldescontinuada;

    (l) resultado lquido do perodo.

    5.7A A demonstrao do resultado abrangente deve comear com o resultado do pero-do como primeira linha, transposto da demonstrao do resultado, e evidenciar, nomnimo, as contas que apresentem valores nos itens a seguir:

    (a) cada item de outros resultados abrangentes (ver item 5.4(b) classicado pornatureza;

    (b) parcela dos outros resultados abrangentes de coligadas, controladas econtroladas em conjunto, contabilizada pelo mtodo de equivalncia pa-

    trimonial;(c) resultado abrangente total.

    Exigncias aplicveis

    5.8 De acordo com esta Norma, os efeitos de correo de erros e mudanas de prticascontbeis so apresentados como ajustes retrospectivos de perodos anteriores aoinvs de como parte do resultado do perodo em que surgiram (ver Seo 10).

    5.9 A entidade deve apresentar contas adicionais, cabealhos e subtotais na demons-trao do resultado abrangente e na demonstrao do resultado do exerccio, quan-do essa apresentao for relevante para o entendimento do desempenho nanceiroda entidade.

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    35/234

    34

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    5.10 A entidade no deve apresentar ou descrever qualquer item de receita ou despesacomo item extraordinrio na demonstrao do resultado ou na demonstrao doresultado abrangente, ou em notas explicativas.

    Anlise da despesa

    5.11 A entidade deve apresentar uma anlise das despesas utilizando uma classicaobaseada na natureza dessas despesas, ou na funo dessas despesas dentro daentidade, devendo eleger o critrio que fornea informaes conveis e mais rele-vantes; a legislao brasileira leva apresentao por funo.

    Anlise de despesa por natureza

    (a) De acordo com esse mtodo de classicao, as despesas so agregadas na

    demonstrao do resultado de acordo com sua natureza (por exemplo, de-preciaes, compras de materiais, despesas com transporte, benefcios a em-pregados e despesas com publicidade), e no so realocadas entre as vriasfunes dentro da entidade.

    Anlise de despesa por funo

    (b) De acordo com esse mtodo de classicao, as despesas so agregadas deacordo com sua funo, como parte do custo dos produtos e servios ven-didos, por exemplo, das despesas de distribuio ou das atividades adminis-

    trativas. No mnimo, a entidade divulga seu custo dos produtos ou serviosvendidos, de acordo com esse mtodo, separadamente de outras despesas.

    Seo 6Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido e Demonstrao de

    Lucros ou Prejuzos Acumulados

    Alcance desta Seo

    6.1 Esta Seo dispe sobre as exigncias para a apresentao das mutaes no patri-mnio lquido da entidade para um perodo tanto na demonstrao das mutaesdo patrimnio lquido quanto, caso condies especcas forem atendidas e a enti-dade opte, na demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados.

    Demonstrao das mutaes do patrimnio lquido

    Objetivo

    6.2 A demonstrao das mutaes do patrimnio lquido apresenta o resultado da entida-de para um perodo contbil, os itens de receita e despesa reconhecidos diretamente

    Seo

    6

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    36/234

    35

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    no patrimnio lquido no perodo, os efeitos das mudanas de prticas contbeis ecorreo de erros reconhecidos no perodo, os valores investidos pelos proprietriose os dividendos e outras distribuies para os proprietrios durante o perodo.

    Informao a ser apresentada na demonstrao das mutaes do patrimnio lquido

    6.3 A entidade deve apresentar a demonstrao das mutaes do patrimnio lqui-do contendo:

    (a) o resultado e os outros resultados abrangentes do perodo, demonstrandoseparadamente o montante total atribuvel aos proprietrios da entidadecontroladora e a participao dos no controladores;

    (b) para cada componente do patrimnio lquido, os efeitos da aplicao retros-pectiva ou correo retrospectiva reconhecida de acordo com a Seo 10

    Polticas Contbeis, Mudana de Estimativa e Reticao de Erro;(c) para cada componente do patrimnio lquido, a conciliao entre o saldo no incio

    e no nal do perodo, evidenciando separadamente as alteraes decorrentes:

    (i) do resultado do perodo;(ii) de cada item dos outros resultados abrangentes;(iii) dos valores de investimentos realizados pelos proprietrios, e dividen-

    dos e outras distribuies para eles, demonstrando separadamenteaes ou quotas emitidas, de transaes com aes ou quotas em te-souraria, de dividendos e outras distribuies aos proprietrios, e de

    alteraes nas participaes em controladas que no resultem em per-da de controle.

    Demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados

    Objetivo

    6.4 A demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados apresenta o resultado da en-tidade e as alteraes nos lucros ou prejuzos acumulados para o perodo de divul-gao. O item 3.18 permite que a entidade apresente a demonstrao dos lucros

    ou prejuzos acumulados no lugar da demonstrao do resultado abrangente e dademonstrao das mutaes do patrimnio lquido, se as nicas alteraes no seupatrimnio lquido durante os perodos para os quais as demonstraes contbeisso apresentadas derivarem do resultado, de pagamento de dividendos ou de outraforma de distribuio de lucro, correo de erros de perodos anteriores, e de mu-danas de polticas contbeis.

    Informao a ser apresentada na demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados

    6.5 A entidade deve apresentar, na demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados,os seguintes itens, adicionalmente s informaes requeridas pela Seo 5 Demons-trao do Resultado e Demonstrao do Resultado Abrangente:

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    37/234

    36

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    (a) lucros ou prejuzos acumulados no incio do perodo contbil;(b) dividendos ou outras formas de lucro declarados e pagos ou a pagar durante

    o perodo;(c) ajustes nos lucros ou prejuzos acumulados em razo de correo de erros de

    perodos anteriores;(d) ajustes nos lucros ou prejuzos acumulados em razo de mudanas de prti-cas contbeis;

    (e) lucros ou prejuzos acumulados no m do perodo contbil.

    Seo 7Demonstrao dos Fluxos de Caixa

    Alcance desta Seo

    7.1 Esta Seo dispe sobre as informaes que devem ser apresentadas na demons-trao dos uxos de caixa e como apresent-las. A demonstrao dos uxos decaixa fornece informaes acerca das alteraes no caixa e equivalentes de caixada entidade para um perodo contbil, evidenciando separadamente as mudanasnas atividades operacionais, nas atividades de investimento e nas atividades denanciamento.

    Equivalentes de caixa

    7.2 Equivalentes de caixa so aplicaes nanceiras de curto prazo, de alta liquidez, queso mantidas com a nalidade de atender a compromissos de caixa de curto pra-zo e no para investimento ou outros ns. Portanto, um investimento normalmentequalica-se como equivalente de caixa apenas quando possui vencimento de curtoprazo, de cerca de trs meses ou menos da data de aquisio. Saldos bancrios adescoberto decorrentes de emprstimos obtidos por meio de instrumentos comocheques especiais ou contas-correntes so geralmente considerados como atividadesde nanciamento similares aos emprstimos. Entretanto, se eles so exigveis contraapresentao e formam uma parte integral da administrao do caixa da entidade,devem ser considerados como componentes do caixa e equivalentes de caixa.

    Informao a ser apresentada na demonstrao dos uxos de caixa

    7.3 A entidade deve apresentar a demonstrao dos uxos de caixa que apresente osuxos de caixa para o perodo de divulgao classicados em atividades operacio-nais, atividades de investimento e atividades de nanciamento.

    Atividades operacionais7.4 Atividades operacionais so as principais atividades geradoras de receita da entida-

    de. Portanto, os uxos de caixa decorrentes das atividades operacionais geralmente

    Seo

    7

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    38/234

    37

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    derivam de transaes e de outros eventos e condies que entram na apurao doresultado. Exemplos de uxos de caixa que decorrem das atividades operacionais so:

    (a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestao de servios;

    (b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorrios, comisses e ou-tras receitas;(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e servios;(d) pagamentos de caixa a empregados e em conexo com a relao empregatcia;(e) pagamentos ou restituio de tributos sobre o lucro, a menos que possam

    ser especicamente identicados com as atividades de nanciamento oude investimento;

    (f) recebimentos e pagamentos de investimento, emprstimos e outros contra-tos mantidos com a nalidade de negociao, que so similares aos estoquesadquiridos especicamente para revenda.

    Algumas transaes, como a venda de item do ativo imobilizado por entidadeindustrial, podem resultar em ganho ou perda que includo na apurao doresultado. Entretanto, os uxos de caixa relativos a tais transaes so uxos decaixa provenientes de atividades de investimento.

    Atividades de investimento

    7.5 Atividades de investimento so a aquisio ou alienao de ativos de longo prazoe outros investimentos no includos em equivalentes de caixa. Exemplos de u-

    xos de caixa que decorrem das atividades de investimento so:

    (a) pagamentos de caixa para aquisio de ativo imobilizado (incluindo os ativosimobilizados construdos internamente), ativos intangveis e outros ativos delongo prazo;

    (b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangvel eoutros ativos de longo prazo;

    (c) pagamentos para aquisio de instrumentos de dvida ou patrimoniais de ou-tras entidades e participaes societrias em empreendimentos controladosem conjunto (exceto desembolsos referentes a ttulos considerados como

    equivalentes de caixa ou mantidos para negociao ou venda);(d) recebimentos de caixa resultantes da venda de instrumentos de dvida ou patri-

    moniais de outras entidades e participaes societrias em empreendimentoscontrolados em conjunto (exceto recebimentos referentes a ttulos considera-dos como equivalentes de caixa ou mantidos para negociao ou venda);

    (e) adiantamentos de caixa e emprstimos concedidos a terceiros;(f) recebimentos de caixa por liquidao de adiantamentos e amortizao de

    emprstimos concedidos a terceiros;(g) pagamentos de caixa por contratos futuros, contratos a termo, contratos de

    opo e contratos de swap, exceto quando tais contratos forem mantidospara negociao ou venda, ou os pagamentos forem classicados como ati-vidades de nanciamento;

    (h) recebimentos de caixa derivados de contratos futuros, contratos a termo,

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    39/234

    38

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    contratos de opo e contratos de swap, exceto quando tais contratos foremmantidos para negociao ou venda, ou os recebimentos forem classicadoscomo atividades de nanciamento.

    Quando um contrato contabilizado como contrato de proteo (hedge) (ver Se-o 12 Outros Tpicos sobre Instrumentos Financeiros), a entidade deve classicaros uxos de caixa do contrato da mesma maneira que os uxos de caixa do itemsendo protegido.

    Atividades de nanciamento

    7.6 Atividades de financiamento so as atividades que resultam das alteraesno tamanho e na composio do patrimnio lquido e dos emprstimos daentidade. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades de finan-

    ciamento so:

    (a) caixa recebido pela emisso de aes ou quotas ou outros instrumentospatrimoniais;

    (b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar aes ou quo-tas da entidade;

    (c) caixa recebido pela emisso de debntures, emprstimos, ttulos de dvida,hipotecas e outros emprstimos de curto e longo prazos;

    (d) pagamentos para amortizao de emprstimo;(e) pagamentos de caixa por um arrendatrio para reduo do passivo relativo a

    arrendamento mercantil (leasing) nanceiro.

    Divulgao dos uxos de caixa das atividades operacionais

    7.7 A entidade deve apresentar os uxos de caixa das atividades operacionais usando:

    (a) o mtodo indireto, segundo o qual o resultado ajustado pelos efeitos dastransaes que no envolvem caixa, quaisquer diferimentos ou outros ajustespor competncia sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passadosou futuros, e itens de receita ou despesa associados com uxos de caixa das

    atividades de investimento ou de nanciamento; ou(b) o mtodo direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos

    de caixa e pagamentos brutos de caixa so divulgadas.

    Mtodo indireto

    7.8 Pelo mtodo indireto, o uxo de caixa lquido das atividades operacionais deter-minado ajustando-se o resultado quanto aos efeitos de:

    (a) mudanas ocorridas nos estoques e nas contas operacionais a receber e apagar durante o perodo;

    (b) itens que no afetam o caixa, tais como depreciao, provises, tributos di-feridos, receitas (despesas) contabilizadas pela competncia, mas ainda no

  • 7/31/2019 Contabilidade Para Pequenas e Medias Empresas

    40/234

    39

    NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TG 1000 CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    recebidas (pagas), ganhos e perdas de variaes cambiais no realizadas,lucros de coligadas e controladas no distribudos, participao de no con-troladores; e

    (c) todos os outros itens cujos efeitos sobre o caixa sejam decorrentes das ativi-

    dades de investimento ou de nanciamento.

    Mtodo direto

    7.9 Pelo mtodo direto, o uxo de caixa lquido das atividades operacionais apresen-tado por meio da divulgao das principais classes de recebimentos e pagamentosbrutos de caixa. Tal informao pode ser obtida:

    (a) dos registros contbeis da entidade; ou(b) ajustando-se as vendas, os custos dos produtos e servios vendidos e outros

    itens da demonstrao do resultado e do resultado abrangente referentes a:

    (i) mudanas ocorridas nos estoques e nas contas oper