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GESTÃO DA DEMANDA SOB A
PERSPECTIVA DA GESTÃO DA CADEIA
DE SUPRIMENTOS: UMA ABORDAGEM
ALÉM DA PREVISÃO
Daniela de Castro Melo (UFSCAR)
Rosane Lúcia Chicarelli Alcântara (UFSCAR)
A gestão da demanda é um processo do gerenciamento da cadeia de
suprimentos que busca o equilíbrio entre os requerimentos dos clientes
e as capacidades da cadeia de suprimentos. Com uma implementação
eficaz do processo, as empresas se tornaam mais proativas para
atender às necessidades do mercado, como também são capazes de
responder rapidamente a situações de flutuações da demanda. O
objetivo deste artigo é contribuir para a discussão teórica acerca dos
processos operacionais e estratégicos envolvidos na implementação da
gestão da demanda sob a perspectiva da gestão da cadeia de
suprimentos. Além disso, este artigo oferece uma visão mais ampla da
gestão da demanda como um processo integrado e não uma atividade
isolada ou resumida a previsão de vendas. Para isto, são apresentados
e discutidos, neste texto, os trabalhos de alguns autores sobre a
temática da gestão da demanda sob a perspectiva da gestão da cadeia
de suprimentos.
Palavras-chaves: Gestão da Demanda, Gestão da Cadeia de
Suprimentos
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1. Introdução
A gestão da demanda é um tema emergente no campo de conhecimento da gestão da
cadeia de suprimentos. O que se busca com a gestão da demanda é a rápida e adequada
integração das necessidades originadas do mercado na direção dos fornecedores, de modo a
balancear e alinhar estrategicamente a demanda com a capacidade operacional ao longo da
cadeia de suprimentos e, por conseqüência, a vantagem competitiva. Não obstante, com a
dinâmica dos mercados em que os clientes estão cada vez mais exigentes e as
regulamentações das trocas comerciais menos restritivas, o alinhamento da demanda na
cadeia de suprimentos enfrenta dificuldades progressivas tais como falta de precisão nas
informações provocando ineficiência no atendimento a clientes, redução do giro de estoque e
alto índice de obsolescência agravada pela grande diversidade de produtos.
Considerada por Croxton et al. (2002) um dos oito principais processos de negócio da
gestão da cadeia de suprimentos, a adequada Gestão da Demanda torna-se determinante para a
implantação de estratégias de sucesso na cadeia como um todo. No que diz respeito às
estratégias, Walters e Rainbird (2004) afirmam que a combinação entre a capacidade da
cadeia de suprimentos e uma efetiva gestão da demanda permite à empresa posicionar-se
melhor para gerar valor aos clientes e explorar oportunidades de negócio.
Favaretto (2001) e Corrêa, Gianesi e Caon (2007) destacam que os processos de
Gestão da Demanda empregados nas empresas não são corretamente estruturados e as
dificuldades em determinar as incertezas do mercado desestimulam a realização de previsões.
Segundo Parra e Pires (2003), a falta de precisão nas informações na gestão da
demanda provoca ineficiência no atendimento a clientes, redução do giro de estoque e alto
índice de obsolescência agravada pela grande diversidade de produtos. Em conjunto, esses
efeitos causam o comprometimento do retorno do investimento, o aumento do volume de
capital investido e a ineficiência na gestão do ciclo de vida do produto.
O objetivo deste artigo é contribuir para a discussão teórica acerca dos processos
operacionais e estratégicos envolvidos na implementação da gestão da demanda sob a
perspectiva da gestão da cadeia de suprimentos, que capacitem às empresas melhorarem o seu
planejamento e desempenho. Além disso, este artigo oferece uma visão mais ampla da gestão
da demanda como um processo integrado e não uma atividade isolada ou resumida a previsão
de vendas. Para isto, são apresentados e discutidos, neste texto, os trabalhos de alguns autores
sobre a temática da gestão da demanda sob a perspectiva da gestão da cadeia de suprimentos.
Este artigo está estruturado em três partes. Inicialmente serão discutidas as principais
abordagens da gestão da cadeia de suprimentos para que o tema principal deste trabalho possa
ser apresentado na sequência. A última parte é dedicada às conclusões do trabalho.
2. Principais abordagens da Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM)
Após a década de 1970, a logística empresarial começou a se consolidar como área
importante da administração. Fatos como o aumento da competição mundial nos bens
manufaturados, a guerra do Vietnã e a crise do petróleo, fizeram com que o crescimento
americano diminuísse, a inflação aumentasse e a produtividade passasse a crescer mais
devagar. A filosofia dominante passou a ser a melhor administração dos suprimentos
(BALLOU, 1993).
A década de 1980 marca o início de significantes transformações políticas e
tecnológicas: mudanças na regulamentação do transporte, comercialização do
microcomputador, revolução da informação, adoção dos movimentos de gestão da qualidade e
desenvolvimento de parcerias e alianças estratégicas (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Surge
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então o termo „cadeia de suprimentos' (COOPER; LAMBERT; PAGH, 1998; HARLAND,
1996; LAMBERT e COOPER, 2000; NEW, 1997).
Uma cadeia de suprimentos envolve o fluxo desde a extração da matéria-prima,
passando pelos fabricantes, atacadistas, varejistas e usuários finais (CROOM, S.;
ROMANTO, P.; GIANNAKIS, 2000; NEW; PAYNE, 2000). É uma rede de organizações
que produz bens e serviços requeridos pelos clientes finais (CHRISTOPHER, 1997).
Em 1998, o Council of Logistics Management Professionals (CLMP) revisou a
definição do termo logística como sendo “a parte da cadeia de suprimentos que planeja,
implementa e controla o fluxo e o estoque de produtos, serviços e informações do ponto de
origem até o ponto de consumo”. Deste modo, definiu-se que a cadeia de suprimentos é uma
rede que inclui várias empresas e os relacionamentos que ocorrem entre elas (BALLOU,
2006; CHRISTOPHER, 1997; LAMBERT; POHLEN, 2001).
Para o Council of Supply Chain Management Professional (CSCMP, 2009), o
gerenciamento da cadeia de suprimentos, também chamada de Supply Chain Management
(SCM), engloba o planejamento e o gerenciamento de todas as atividades envolvidas com
aquisição e suprimento, transformação e atividades de gerenciamento logístico. Isso inclui a
coordenação e colaboração com membros da cadeia, que podem ser fornecedores,
intermediários, provedores de serviços de terceira parte e clientes.
Mentzer et al. (2001) definem SCM como uma coordenação sistêmica e estratégica
entre as funções tradicionais do negócio (marketing, vendas, pesquisa e desenvolvimento,
previsão, produção, compras, logística, tecnologia da informação, finanças e serviços ao
cliente) e empresas relacionadas à cadeia de suprimentos, com o objetivo de melhorar o
desempenho a longo prazo das companhias individuais e da cadeia de abastecimento como
um todo.
Lambert, García-Dastugue e Croxton (2005) identificaram cinco abordagens de
gerenciamento da cadeia de suprimentos que reconhecem a necessidade de implementar
processos de negócio entre funções da empresa e entre firmas. Segundo Lambert (2006), o
processo de negócio é um conjunto estruturado de atividades com os resultados voltados para
o atendimento das necessidades dos clientes.
Destas cinco abordagens, Lambert, García-Dastugue e Croxton (2005) selecionaram
duas para avaliação porque são as únicas cujos processos são detalhados para serem
implantados. Os modelos são o Global Supply Chain Forum (GSCF) liderado por Douglas
Lambert e o modelo SCOR (Supply Chain Operations Reference) do Supply-Chain Council
(SCC).
Segundo Lambert, García-Dastugue e Croxton (2005), os primeiros ensaios sobre o
SCOR, ou modelo de referência das operações da cadeia de suprimentos, foram
desenvolvidos por Pittiglio, Rabin, Todd e McGrath (PRTM, uma empresa de consultoria) e a
Advanced Manufacturing Research (AMR) em 1996. O modelo de referência da cadeia de
suprimentos está baseado em cinco processos de gerenciamento centrais: planejar, abastecer,
produzir, entregar e retornar. Os objetivos de cada um destes processos são (SCC, 2009):
Planejar: planejamento e gerenciamento da demanda e dos suprimentos. Balancear
suprimentos e demanda para desenvolver cursos de ação que melhor atendam às
necessidades de abastecimento, produção e distribuição. Gerenciamento do
desempenho da cadeia de abastecimento e alinhamento desta com o planejamento
financeiro.
Abastecer: receber materiais; identificar, selecionar e avaliar o desempenho de
fornecedores; gerenciar estoque, ativos, contratos com fornecedores.
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Fabricar: programação e controle da produção; testes; embalagens; gerenciar produtos
em processo, equipamentos e instalações, transporte interno etc.
Entregar: gerenciamento do processamento do pedido; gerenciamento do armazém
com recebimento, separação e expedição do produto.
Retorno: gerenciar retorno de matéria-prima com defeito e do produto acabado.
Efetuar reparos, manutenção e inspeção.
Gerenciamento da Cadeia de Suprimento para o GSCF significa a integração dos
processos-chaves de negócio desde o usuário final até o fornecedor original que provê
produtos, serviços e informações que agregam valor para os clientes e outras partes
interessadas. Essa definição é adotada por vários autores na literatura, como: Aragão et al.
(2004); Croxton, Lambert e García-Dastugue (2002); Lambert (2004); Lambert e Cooper
(2000); Lambert, Cooper e Pagh (1998); Novaes (2007).
Nesta visão, o modelo de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM) proposto
pelo GSCF (LAMBERT, 2004) é baseado na integração de oito processos chaves de negócios
das empresas, por meio de suas cadeias de suprimentos. O Quadro 01 apresenta estes oito
processos com uma breve descrição de cada um.
Processos Características
1- Gerenciamento da relação com
os clientes
Identificar os consumidores chave para direcionar a missão da empresa.
Desenvolver equipes focadas nos clientes que busquem acordos sobre
produtos e serviços que sejam atrativos para os consumidores
considerados estratégicos.
2- Gerenciamento dos serviços aos
clientes
Fornecer um ponto de contato para todos os clientes, atendendo de
forma eficiente a suas consultas e requisições.
3- Gerenciamento da demanda Além da previsão de demanda, este processo inclui a sincronização da
oferta com a demanda, aumentando flexibilidade e reduzindo
variabilidade com objetivo de reduzir incertezas. Coordena os
requerimentos de Marketing e os planos de Produção.
4- Atendimento aos pedidos Atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo acordado,
buscando o menor custo. O processo precisa ser implementado com
integração de outras áreas e coordenado com fornecedores e clientes
chave.
5- Gerenciamento do fluxo de
produção
Relaciona-se com todas as atividades para obter, implementar e
gerenciar a flexibilidade da manufatura na cadeia de suprimentos e
mover produtos ao longo da planta.
6- Gerenciamento da relação com
os fornecedores
Gerenciar relações de parceria com fornecedores para garantir respostas
rápidas e a contínua melhoria de desempenho.
7- Desenvolvimento de produtos e
comercialização
A implementação efetiva deste processo permite a coordenação do fluxo
de novos produtos na cadeia de abastecimento e facilita o suporte de
várias áreas para a comercialização: manufatura, logística, marketing.
8- Gerenciamento do retorno Envolve identificar formas de reduzir o retorno dos produtos. Pode
representar uma vantagem competitiva para a empresa, pois o excesso
de retorno de produtos, pelos mais diversos motivos, gera custos
diversos.
Quadro 01: Os oito processos essenciais para o gerenciamento da cadeia de suprimentos
Fonte: Adaptado de Lambert (2004)
Lambert, García-Dastugue, Croxton (2005) compararam os dois modelos, o SCOR e o
GFSC, em cinco aspectos: escopo, relação inter-funcional, relação inter-empresa e
direcionadores de valor. Donadel et al. (2007) fizeram uma comparação similar em seis
aspectos: foco, alinhamento estratégico, amplitude de atividades, envolvimento inter-
funcional, processo e benchmarking de desempenho e criação de valor.
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Segundo Lambert, García-Dastugue, Croxton (2005), o escopo do modelo de
gerenciamento da cadeia de suprimentos indica o quanto a abordagem contribui para alcançar
os objetivos estratégicos. Para alcançar estes objetivos, as organizações necessitam integrar as
atividades desempenhadas por várias funções da empresa. O alinhamento estratégico no
modelo GSCF é alinhado com a estratégia corporativa e as estratégias funcionais apropriadas
diretamente ou indiretamente através do relacionamento do cliente e processo do
gerenciamento do relacionamento com o fornecedor. (DONADEL et al., 2007; LAMBERT;
GARCÍA-DASTUGUE; CROXTON, 2005). Segundo Bolstorff e Rosenbaum (2003), os
processos do SCOR são baseados na estratégia de operações.
Em termos de amplitude de atividades, o modelo GSCF inclui atividades de
desenvolvimento de produtos, geração de demanda, gerenciamento de relacionamento e
atividades para evitar retornos. Conforme Lambert, García-Dastugue, Croxton (2005), para
todas as atividades, este modelo fornece direções que necessitam ser gerenciadas para
identificar, desenvolver e manter relacionamentos chave com clientes e fornecedores. O
modelo SCOR é mais limitado, a amplitude de atividades está relacionada à movimentação de
produtos e ao planejamento para gerenciar os fluxos de forma eficiente.
Os dois modelos defendem a relação inter-funcional. Porém, no modelo GSCF cada
time de gerenciamento do processo deve envolver representantes de todas as funções
incluindo marketing, produção, finanças compras e logística. Enquanto que o modelo SCOR
busca a integração somente das funções de compras, manufatura e logística, pois seu objetivo
é análise de processos operacionais (LAMBERT; GARCÍA-DASTUGUE; CROXTON,
2005).
Na relação inter-empresa, o modelo GSCF foca no gerenciamento das relações ao
longo da cadeia de suprimentos com clientes e fornecedores, enquanto que o SCOR foca em
alcançar eficiência transacional por meio dos processos de abastecimento, entrega e retorno
(LAMBERT; GARCÍA-DASTUGUE; CROXTON, 2005).
A criação de valor tem quatro meios: aumento de receita, redução de custo
operacional, redução de uso de capital e aumento da eficiência do ativo. No modelo GSCF, as
medidas operacionais são amarradas com o EVA (Economic Value Added) das empresas e os
relatórios de rentabilidade dos clientes e fornecedores. O modelo SCOR busca uma eficiência
operacional, criação de valor por meio da redução de custos e ganhos na utilização dos ativos
(LAMBERT; GARCÍA-DASTUGUE; CROXTON, 2005).
Em síntese, o foco dos dois modelos é a eficiência transacional para o SCOR e o
gerenciamento do relacionamento para o GSCF. O SCOR é uma ferramenta útil para
identificar as áreas de oportunidade de ganho rápido que satisfazem a alta gerência que deseja
a redução de custos e eficiência de ativos. O GSCF é mais estratégico e foca no
relacionamento de longo prazo na criação de valor aos acionistas por meio do relacionamento
inter-funcional com os membros chaves da cadeia de suprimentos (DONADEL et al., 2007).
Considerando a abrangência e a amplitude maior do modelo GSCF, no próximo item
busca-se detalhar o processo da Gestão da Demanda sob a perspectiva da Gestão da Cadeia de
Suprimentos proposta pelo GSCF.
3. A Gestão da Demanda sob a perspectiva da Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM)
Dentre os processos para a gestão da cadeia de suprimentos propostos pelo GSCF
(LAMBERT, 2004), está o gerenciamento da demanda. A gestão da demanda ao longo da
cadeia de suprimentos é um tema emergente nos estudos sobre Supply Chain Management, e é
o tema principal deste artigo.
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Neste processo, também chamado de „Gestão da Cadeia de Demanda‟ ou „Gestão da
Demanda da Cadeia de Suprimentos‟ (Demand Chain Mangement – DCM), o processo
produtivo é desencadeado a partir das necessidades da demanda e, essas necessidades devem
mobilizar toda a cadeia de suprimentos, de modo a atender esses requisitos (CHOPRA e
MEINDL, 2003; CROXTON et al., 2008).
De acordo com Langabeer e Rose (2002), o objetivo da Gestão da Cadeia de Demanda
(DCM) é entender, influenciar e gerenciar a demanda dos consumidores, alcançando resposta
rápida em toda a cadeia de suprimentos. Este conceito indica que a Gestão da Demanda não
pode ser considerada um processo isolado ou uma atividade resumida na previsão de vendas.
Faz-se necessário, portanto, compreender quais são os limites e as interfaces deste processo.
Na Figura 01, Croxton et al. (2002) propõem o modelo de Gestão da Demanda
escolhido para o delineamento do tema neste artigo. A preferência por este modelo se deu
devido à sua completude e visão integrada. É completo na medida em que estuda a Gestão da
Demanda no plano estratégico e operacional. A estrutura do modelo permite que a Gestão da
Demanda seja compreendida a partir de todas as suas interfaces, oferecendo, assim, uma visão
integrada de seu relacionamento com outros processos, funções organizacionais e elos-chave
da cadeia de suprimentos.
Nesta perspectiva, o modelo divide a Gestão da Demanda em dois conjuntos: sub-
processos estratégicos e sub-processos operacionais. Compõem os sub-processos estratégicos:
Definição dos Objetivos e Estratégias da Gestão da Demanda; Definição dos Procedimentos
de Previsão; Plano do Fluxo de Informação; Definição dos Procedimentos de Sincronização;
Desenvolvimento de Sistemas de Gestão de Contingências; Desenvolvimento de Indicadores
de Desempenho.
Figura 01: Modelo de Gestão da Demanda
Fonte: Croxton et al. (2002 p. 53)
Gestão da Demanda
Sub-processos estratégicos Interfaces Processuais Sub-processos operacionais
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Os sub-processos operacionais do modelo são: Coleta de Dados e Informações;
Previsão; Sincronização; Redução da Variabilidade e Aumento da Flexibilidade; Indicadores
de Desempenho.
Vollmann, Berry e Whyberr (1992) e Croxton et al. (2008) propõem uma visão multi-
funcional para o processo ao sugerir um time composto por integrantes de diversos níveis e
setores da organização, bem como representantes de elos-chave da cadeia de suprimentos. Em
função do caráter estratégico, o time deve ser composto pelos gerentes de finanças, marketing,
desenvolvimento de produtos, suprimentos e logística, produção e vendas. No plano
operacional, as áreas mencionadas são representadas por pessoal capacitado para cuidar do
andamento diário do processo. Eventualmente, colaboradores de outras áreas da empresa e
representantes de fornecedores e clientes estratégicos devem participar do time.
A primeira parte do modelo, os sub-processos estratégicos, será estudada a seguir de
acordo com a estrutura proposta pela Figura 02.
Figura 02: Sub-Processos Estratégicos da Gestão da Demanda
Fonte: Croxton et al. (2002, p. 54)
Objetivos e Estratégias
Na visão de Croxton et al. (2002), os objetivos do processo de Gestão da Demanda
consistem em determinar a previsão de vendas, sincronizá-la com a capacidade produtiva da
empresa e da cadeia, incorporar a estratégia da organização e mapear os consumidores e suas
necessidades. As informações sobre a cadeia de suprimentos e os clientes podem ser
extraídas da Gestão de Relacionamento com Fornecedor (Supplier Relationship Management
- SRM) e da Gestão de Relacionamento com Cliente (Customer Relationship Management -
CRM) respectivamente.
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Em termos estratégicos, o processo pode ter duas orientações: aumentar a flexibilidade
do sistema produtivo para atender a demanda ou aperfeiçoar os métodos para redução dos
erros de previsão.
Pires (1995) e Slack (2002) trabalham o conceito flexibilidade como a habilidade de
reagir rapidamente a eventos inesperados e responder efetivamente a mudanças
circunstanciais. Buffa e Sarin (1987); Fogarty, Blackstone e Hoffman (1991); Vollmann,
Berry e Whyberr (1992) enfatizam métodos quantitativos focalizados na redução dos erros de
previsão e aumento na precisão das informações. Sendo assim, cabe ao time de execução
escolher qual será a estratégia para atingir os objetivos propostos.
Procedimentos de Previsão
É responsabilidade do time de execução definir procedimentos para elaboração da
previsão. Croxton et al. (2002) destacam a necessidade de definir o enfoque da previsão. As
decisões que cercam esta definição consistem em determinar o nível de detalhamento,
abrangência da previsão e identificação das fontes de informação.
Plano do Fluxo de Informação
De acordo com Croxton et al. (2008), o processo de formulação da previsão pode
receber importantes inputs de diversas áreas da empresa. O sistema de Gestão Empresarial
(ERP – Enterprise Resource Planning) pode ser considerado um consistente provedor de
dados. Em outros casos, o processo de gestão da demanda depende de informações
provenientes de elos da cadeia de suprimentos. O VMI (Vendor Management Inventory) e a
implementação do CPFR podem facilitar a visualização do estoques ao longo da cadeia
(CROXTON et al.,2008; PIRES, 2004).
Em relação ao compartilhamento de informações sobre as previsões, estas podem ter
valor para auxiliar o pessoal de Marketing a gerenciar o ciclo de vida dos produtos,
determinando qual o melhor timing para o lançamento de novos produtos e planejando a
descontinuidade de outros. No plano estratégico, a empresa pode decidir qual direção tomar
com base nas previsões (CROXTON et al., 2008).
Procedimentos de Sincronização
Na medida em que a Gestão da Demanda se articula de forma multi-funcional, a
existência de sincronismo com outros processos de negócio é fator determinante para o
sucesso. Croxton et al. (2002) ampliam a responsabilidade pelo sincronismo para outras áreas
funcionais, como marketing, finanças, produção, logística e suprimentos.
Frequentemente, o Planejamento de Vendas e Operações (Sales and Operations
Planning – S&OP) se encarrega deste papel. A integração do S&OP com a Gestão da
Demanda dá-se em função da necessidade de: desenvolver uma previsão unificada, identificar
a existência de mudanças significativas da demanda, identificar as tendências e mudanças no
ambiente de negócios e consolidar as bases do plano (TROQUE, 2004).
Croxton et al. (2002) defendem que a sincronização da demanda deve se estender às
políticas de estocagem, quando o fornecimento for superior à demanda, e de reposição,
quando a demanda for superior ao fornecimento. Neste processo de sincronização da
demanda, importa destacar que clientes e fornecedores estratégicos devem ser envolvidos. De
acordo com Pires (2004), sob estas circunstâncias, ferramentas como o CPFR podem fornecer
um suporte significativo.
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Sistema de Gerenciamento de Contingências
Sejam motivados por causas internas ou externas, existem eventos que podem
comprometer a capacidade da empresa em atender a demanda. Nesta conjuntura, é
fundamental a formulação de planos de contingência para gerenciar a conseqüência destes
eventos sobre o balanceamento entre a capacidade de fornecimento e a demanda.
Croxton et al. (2002) dizem que, na verdade, deve ser criado um sistema de
contingência envolvendo clientes (CRM – Customer Relationship Management) e
fornecedores (SRM – Supplier Relationship Management). No que diz respeito aos clientes, é
preciso criar condições para que o atendimento dos pedidos não seja interrompido. Em
relação aos fornecedores, a preocupação é assegurar a continuidade do fluxo de insumos.
Sistema de Indicadores de Desempenho
Os resultados do processo de Gestão da Demanda promovem impactos na
sustentabilidade financeira da empresa. Seria conveniente, portanto, mensurar esta influência.
Croxton et al. (2002) apresentam indicadores para mensurar o impacto da Gestão da
Demanda no desempenho financeiro da empresa com base no Valor Econômico Agregado
(Economic Value Added – EVA). A saber: aumento das vendas provocado pela maior
fidelidade dos clientes; maior disponibilidade do produto pode ocasionar taxas mais altas de
reposição e, conseqüentemente, redução dos estoques; maior constância na reposição de
estoques resulta em maior sortimento dos produtos e exercício de maior atratividade sobre o
consumidor; um número menor de carregamentos e menos mudanças de última hora na
programação da produção podem reduzir o custo do produto acabado; aumento de giro e
menor investimento em estoques que proporcionam redução dos custos; redução do esforço
de contas a receber para cobrar faturas não pagas por entrega de pedidos incompletos e ou por
não cumprimento das datas de entrega.
Sub-Processos Operacionais
Croxton et al. (2002) propõem cinco sub-processos operacionais: Coleta de Dados e
Informações, Previsão, Sincronização, Redução da Variabilidade e Aumento da Flexibilidade
e Indicadores de Desempenho (Figura 03). Orientados pelas decisões tomadas no nível
estratégico, estes sub-processos se encarregam de executar tais diretrizes.
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Figura 03: Sub-Processos Operacionais da Gestão da Demanda
Fonte: Croxton et al. (2002, p. 61)
Coleta de Dados e Informações
A coleta de dados, na avaliação de Croxton et al. (2002), deve compreender um
número significativo de fontes que ofereçam dados confiáveis. A coleta, portanto, torna-se
uma das atividades mais importantes para a construção da previsão.
Técnicas de Previsão
Elaborar uma previsão de vendas assertiva é tarefa de alto grau de dificuldade.
Escolher a técnica mais adequada para este fim parece ser tão complicado quanto. Bowersox e
Closs (2001) apontam que a complexidade ou a simplicidade da técnica não é fator
determinante para o sucesso da previsão.
A revisão bibliográfica oferece várias classificações para as técnicas de previsão.
Porém, parece ser consenso a existência de dois grupos em torno dos quais se agrupam as
mais diversas técnicas: técnicas quantitativas e técnicas qualitativas. Autores como Bowersox
e Closs (2001); Buffa e Sarin (1987); Fogarty, Blackstone e Hoffman (1991); Slack,
Chambers e Johnston (2002); Spedding (2000) defendem que o emprego de cada uma delas
está condicionado às circunstâncias em que são aplicadas.
Sincronização
O modelo proposto por Croxton et al. (2002) implica na sincronização em nível
operacional com outros processos da organização e elementos da cadeia de suprimentos. Esta
atividade consiste em delinear o plano de atendimento da demanda. A sincronização consiste
em cinco medidas: 1) identificar e planejar a partir das restrições de capacidade; 2)
Determinar intervalos confiáveis de previsão; 3) Balancear o risco com restrições financeiras,
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4) Planejar capacidade para novos produtos e 5) Desenvolver a execução do plano agregado
de demanda.
O resultado final da sincronização é o plano de atendimento à demanda que inclui o
plano agregado de produção e o plano de posicionamento dos estoques. Estas informações
devem ser compartilhadas com outras áreas funcionais e com elos-chave da cadeia de
suprimentos.
Redução da variabilidade e aumento da flexibilidade
Acredita-se que a variabilidade compromete o planejamento. Em certa medida, parece
ser fácil planejar por meio de considerações medianas. A causa do problema reside nos
desvios. Para Croxton et al. (2002), os gerentes gastam tempo e dinheiro delineando as
conseqüências da variabilidade. Na verdade, existem duas alternativas para enfrentar o
problema: redução da variabilidade e aumento da flexibilidade. O Quadro 02 relaciona fontes
de variabilidade e soluções potenciais, como também apresenta algumas ações para aumentar
a flexibilidade do sistema produtivo.
Causas de Distorção da Demanda Possíveis Soluções na Cadeia de Suprimentos
Promoções para Clientes Desenvolvimento do planejamento de promoções em conjunto
com os clientes.
Indicadores de Venda Desenvolvimento de indicadores consistentes que evitam ações
como, por exemplo, interrupções no abastecimento.
Condições de Crédito Revisão das condições de créditos para assegurar que as
negociações não afetarão negativamente os padrões de compra
dos clientes.
Precificação / Incentivos Ações junto a vendas e marketing que ofereçam incentivos que
verdadeiramente aumentem as vendas no longo-prazo.
Pedidos em quantidades mínimas Garantir que todos os custos serão incluídos nos cálculos da
quantidade dos pedidos mínimos.
Canais de distribuição extensos Incorporar a volatilidade da demanda na tomada de decisões ao
longo da cadeia.
Quadro 02: Causas de Distorção da Demanda
Fonte: Croxton et al.( 2002, p. 63)
Medidas de Desempenho
De acordo com Croxton et al. (2002), as medidas de desempenho escolhidas no nível
estratégico devem ser aplicadas pelo time de execução. Elas devem ser usadas internamente
para melhorar o processo de Gestão da Demanda e alimentar o CRM, o SRM bem como os
elos-chave da cadeia. Basicamente, estas medidas devem permitir analisar a lucratividade por
cliente, a lucratividade por fornecedor e reportar a custos.
4. Conclusões
O gerenciamento da demanda é um componente importante para o sucesso do
gerenciamento da cadeia de suprimentos. Uma implementação bem conduzida do processo
pode gerar benefícios substanciais para os resultados financeiros da empresa como, por
exemplo, a redução dos níveis de estoque, melhoria da utilização dos ativos e melhoria na
disponibilidade do produto.
Convencionalmente, opta-se por antecipar a demanda através das previsões de vendas.
Apesar de ser uma importante ferramenta, este trabalho evidencia que as previsões, por si só,
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não oferecem os subsídios suficientes para ajustar as decisões que envolvem o sistema
produtivo com o comportamento da demanda. A gestão da demanda deve incluir a
identificação de formas de reduzir a variabilidade da demanda e aumentar a flexibilidade em
reagir com mais rapidez em situações imprevisíveis.
Mesmo sendo possível a implementação de vários sub-processos da gestão da
demanda sem ultrapassar os limites organizacionais, as oportunidades reais surgem quando o
gerenciamento alcança outros membros da cadeia de suprimentos e integra o seu processo
com os processos dos fornecedores e clientes. É por meio destes esforços que os benefícios do
gerenciamento da cadeia de suprimentos serão alcançados.
Neste trabalho, procurou-se discutir os processos operacionais e estratégicos que
envolvem a gestão da demanda sob a perspectiva da gestão da cadeia de suprimentos. Com
isso, espera-se estar contribuindo para uma melhor compreensão e visão mais ampla da gestão
da demanda como um processo integrado que aponta caminhos a serem adotados pelas
organizações para a superação dos desafios atuais de conciliar as necessidades dos clientes e
as capacidades da cadeia de abastecimento.
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