geraldo magno mol ferreira adler fujiyama miyaoka

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GERALDO MAGNO MOL FERREIRA ADLER FUJIYAMA MIYAOKA ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DO DOCE DE LEITE À BASE DE SOJA Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia Elétrica e Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências de conclusão do Curso de Engenharia de Produção. Orientador Prof. Afonso Augusto Teixeira de Freitas de C. Lima VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL 2007

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GERALDO MAGNO MOL FERREIRA

ADLER FUJIYAMA MIYAOKA

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DO DOCE DE LEITE

À BASE DE SOJA

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia Elétrica e Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências de conclusão do Curso de Engenharia de Produção. Orientador Prof. Afonso Augusto Teixeira de Freitas de C. Lima

VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL

2007

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GERALDO MAGNO MOL FERREIRA

ADLER FUJIYAMA MIYAOKA

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DO DOCE DE LEITE

À BASE DE SOJA

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia Elétrica e Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências de conclusão do Curso de Engenharia de Produção.

Aprovado em ... de Março de 2007

Profº Luciano José Minette Integrante da Banca Examinadora

Profª Afonso Augusto Teixeira de Freitas de C. Lima Orientador

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 05

1.1 O Produto............................................................................................................... 06

2. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................... 07

2.1. O desenvolvimento de novos produtos................................................................ 07

2.2 Ambiente de marketing........................................................................................ 08

2.3 Desdobramento da função de qualidade............................................................. 09

3. METODOLOGIA........................................................................................................ 12

3.1 Método QFD................................................................................................ 12

3.2 Caracterização do local de estudo........................................................................ 13

3.3 População e amostra.............................................................................................. 13

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 14

4.1 Análise de macro e micro ambiente de marketing, oportunidades e ameaças 14

4.2 Mercado, segmentação e público-alvo do doce de leite à base de soja............. 16

4.3 Identificação das reais necessidades e desejos do público-alvo......................... 16

4.4 Análise do custo de produção do doce de leite à base de soja .......................... 20

5. CONCLUSÕES.................................................................................................. 22

6. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................... 24

7. ANEXOS....................................................................................................................... 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -Média dos itens nas avaliações do grau de importância e desempenho doce de leite à

de soja..............................................................................................................................................

18

Tabela 2 - Custos Fixos.................................................................................................................. 20

Tabela 3 - Custos Variáveis............................................................................................................ 20

Tabela 4 - Custos total de produção................................................................................... ........... 21

Tabela 5 - Equipamentos de produção........................................................................................... 21

Tabela 6 - Mão-de-obra.................................................................................................................. 21

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição das respostas dos consumidores quanto ao grau de importância 17

Figura 2 - Distribuição das respostas quanto ao desempenho do doce. 18

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1. INTRODUÇÃO

As exigências dos clientes de produtos/serviços de melhor qualidade, aliadas à

globalização da economia, o que permite a abertura do mercado para empresas estrangeiras,

vêm aumentando a competitividade entre as organizações. Isso faz com que as empresas se

empenhem na busca por vantagens competitivas e estabeleçam estratégias que garantam sua

sobrevivência no mercado.

Dentre os fatores que contribuem para a sobrevivência das empresas neste cenário

competitivo estão a garantia da qualidade dos produtos, a satisfação das exigências dos

clientes, além do custo de desenvolvimento compatível, manufaturabilidade flexível e

antecipação à concorrência quanto ao lançamento do produto (MIZUTA e TOLEDO, 1999).

De acordo com PORTER (1986), para as organizações que têm o foco em marketing, a

busca de satisfação do cliente é um dos requisitos básicos para se ganhar vantagem

competitiva. A empresa não deve julgar que sua tarefa é fabricar produtos, mas sim

proporcionar satisfação aos clientes. Em outras palavras, as empresas precisam aprender a

considerar que sua função não é simplesmente a produção de bens ou serviços, mas também a

captação e manutenção de clientes, a realização de atividades que levarão as pessoas a querer

trabalhar com ela. Diz-se que é uma miopia em marketing visualizar só o produto e sua

capacidade em produzi-lo. É importante que a empresa também esteja atenta às necessidades

e aos desejos dos clientes.

Em uma empresa voltada para o mercado, que busque constantemente desenvolver

produtos, sejam eles novos para a empresa, sejam novos para o mercado, é imprescindível

uma análise ambiental que permita a compreensão do mercado e da organização. O marketing

assume um papel líder na transformação de habilidades e recursos da organização em

produtos e serviços que desfrutem de uma posição de vantagem no mercado.

Essas constantes mudanças no ambiente empresarial, provocadas por forças e

participantes, como cultura, fatores político-legais, natural, tecnológico, concorrentes,

fornecedores, podem surgir como ameaças quanto oportunidades. Assim, é necessário que as

empresas as identifiquem para que possam adaptar-se rapidamente, minimizando os riscos de

insucesso e otimizando as oportunidades.

Outro fator importante que deve ser considerado é o mercado consumidor, constituído

por pessoas, e estas se diferem quanto às necessidades, aos desejos e ao comportamento de

compra. Isso, somado às dificuldades que as empresas têm em atender o mercado como um

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todo de forma superior à dos concorrentes, obrigam-nas a identificar e oferecer

produtos/serviços a grupos de consumidores com características de compra singulares.

O produto a ser desenvolvido, o doce de leite à base de soja, surge como uma

oportunidade, visto que existem grupos de consumidores que podem beneficiar-se de seu uso.

Esses consumidores são pessoas que possuem intolerância à lactose1, vegetarianos (não

consomem produtos derivados do leite animal), mulheres na fase de menopausa e pessoas que

buscam alimentação mais saudável.

Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo geral estabelecer estratégias para o

desenvolvimento do doce de leite a base de soja, verificando se existe uma real oportunidade

de negócio, identificando o público-alvo e planejando o produto que irá satisfazê-los.

Dentre os objetivos específicos destacam-se:

• Analisar o macro e micro ambiente no qual o produto a ser desenvolvido está inserido.

• Identificar o público-alvo do doce de leite a base de soja.

• Verificar as necessidades e desejos do público-alvo.

• Analisar o custo unitário do produto.

1 - Intolerância à lactose é a insuficiência, por determinação genética, que algumas

pessoas têm em produzir a enzima lactase responsável pela quebra desse açúcar presente no

leite animal. Os principais sintomas dessa anomalia são indigestão, gases e diarréia.

1.1. O Produto

A idéia do doce de leite a base de soja surgiu de duas graduandas, Andréa e Marjorie,

da Universidade Federal de Viçosa do curso Gestão do Agronegócio. Mais precisamente da

tia de Andréa, residente na cidade de Cruzília, sul de Minas Gerais, que faz esse doce para

suas filhas, que possuem intolerância à lactose.

Assim, surgiu à oportunidade de desenvolver esse doce, analisando o mercado no qual

ele está inserido, quem são e onde se encontram as pessoas que possuem intolerância à

lactose, se existe a possibilidade de atender outros nichos de mercado, e como deveria ser o

produto, quanto à embalagem, rótulo, preço, sabor, textura, aroma, cor.

Para a produzir 400g do doce são necessários 1l de leite de soja, 100 g de açúcar

(cristal ou mascavo), 2 colheres de sopa de margarina, 2 colheres de sopa de maisena e 2

colheres de sopa de essência de baunilha. O leite deve ser fervido por 40 minutos e depois

acrescentar o açúcar por mais 5 minutos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. O desenvolvimento de novos produtos

Na economia atual, o processo de inovação de produtos tem se tornado um fator cada

vez mais determinante para o sucesso das empresas. A capacidade de inovação de uma

empresa tem sido vista com maior interesse tanto pelo meio acadêmico como pela indústria.

Para as empresas, o desenvolvimento de novos produtos auxilia na busca de maior eficiência e

rapidez nos seus processos e produtos. Os objetivos seriam o de garantir a qualidade superior

dos seus produtos, satisfação dos clientes e menores custos, sobrevivendo em um mercado

cada vez mais competitivo. (Zuin et al; 2003).

Segundo KLOTER e ARMSTRONG (2005), um novo produto significa originalidade,

melhoria, modificações nos produtos e novas marcas que a empresa desenvolve por meio de

seus esforços em pesquisa e desenvolvimento.

CLARK e FUJIMOTO, citado por ZUIN et al (2003), definem o desenvolvimento de

produtos (DP) como um processo pelo qual uma organização transforma as oportunidades de

mercado e as possibilidades técnicas em informações para a fabricação.

Entende-se como Desenvolvimento de Novos Produtos (DNP) toda ação ou todo

processo total de estratégia, geração de conceito, avaliação do plano de marketing e

comercialização destinado à implementação de uma nova oferta (CRAWFORD, 1997).

Lançar um novo produto é uma situação de risco, pois envolve não só a imagem da

empresa como também a mobilização de forças e, muitas vezes, altos investimentos. ACAR

(1997) salienta que fracassos em lançamento de novos produtos são freqüentes e traumáticos

para qualquer organização, pois, além de perdas financeiras, há abalo da imagem corporativa

e inibição do processo criativo futuro. A obtenção de uma vantagem competitiva envolve um

planejamento do processo de desenvolvimento de novos produtos orientado para o mercado e

para suas competências, por meio de um posicionamento do produto que o diferencie da

concorrência e agregue valor para os clientes.

Segundo KOTLER (1980), “Nas condições modernas de concorrência está ficando

cada vez mais arriscado não inovar (...) a inovação contínua parece ser a única maneira de se

evitar a obsolência da linha de produto da empresa”. Uma empresa voltada para o mercado e

situada numa indústria dinâmica e transformadora necessita de estar continuamente lançando

novos produtos para acompanhar e também criar as tendências do mercado. Assim, entende-

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se que uma empresa voltada à inovação e ao comprometimento em atender as necessidades e

os desejos dos clientes possui vantagem competitiva.

A implementação de novos produtos é uma tarefa ampla, envolvendo todas as

atividades da organização, em especial a administração de marketing, que desempenha um

papel importante neste processo. Sua participação é que fundamenta o produto, trazendo

elementos de mercado que são indispensáveis para o sucesso do produto. Cabe ao marketing

identificar quais são os elementos tangíveis e intangíveis do produto que o mercado considera

importantes, fazendo o elo da empresa com o mercado.“A fabricação de novos produtos de

sucesso requer uma máquina de marketing bem sintonizada.” (COLLINS E PORRAS, 1995).

Com base na análise dos fatores que possibilitam o sucesso e o fracasso de um novo

produto, entende-se que seu sucesso é muito dependente de uma forte orientação para o

mercado, juntamente com uma grande capacidade técnica e produtiva da empresa. A busca

pela inovação não é um passaporte para o sucesso, mas, sem dúvida, é mais um elemento que,

se bem conduzido, pode trazer uma contribuição significativa para criar e sustentar uma

vantagem competitiva e uma rentabilidade superior (PORTER, 1986).

2.2. Ambiente de marketing

A análise do ambiente de marketing consiste em verificar os elementos externos e

internos que influenciam o desempenho do produto.

Na busca por oportunidades, é indispensável que a empresa esteja orientada para o

mercado. Como coloca KOTLER (1980), o mercado diz à empresa o que fazer e como.

Significa a capacidade da empresa se adaptar às mudanças tecnológicas em seus produtos

como resposta às necessidades dos clientes. Estar atento ao mercado, às necessidades dos

clientes, às ameaças dos concorrentes ou produtos substitutos é uma análise necessária para

melhorar a aceitação do produto e diminuir os riscos de fracasso.

Nesse sentido, a análise das oportunidades e ameaças passa pela compreensão dos

clientes e das ações dos concorrentes, bem como pelo conhecimento de tecnologia,

fornecedores, fatores políticos, sociais e econômicos e outros fatores externos que podem

influenciar o comportamento da empresa.

A análise do ambiente, ao contrário de ser um processo estanque, deve estar inserida

em todas as etapas do desenvolvimento do produto. É um processo simultâneo, um olhar

constante para fora e para dentro da empresa. Quando se conhece bem o mercado, com suas

ameaças e oportunidades, e a organização, com suas forças e fraquezas, é possível oferecer

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melhores benefícios aos clientes, bem como conquistar e manter uma vantagem competitiva

sobre os rivais com produtos de sucesso. Como afirmam KOTLER e ARMSTRONG (2005),

a incapacidade de integrar uma estratégia do produto e uma estrutura organizacional, com

uma clara identificação das necessidades dos clientes e um bom plano do projeto pode, muitas

vezes, levar ao fracasso na implementação de um novo produto.

2.3. Desdobramento da função de qualidade

O QFD (Quality Function Deployment) teve início em 1966, no Japão, como um

sistema de qualidade voltado para o desenvolvimento de produtos e serviços que satisfaçam as

necessidades dos consumidores (MAZUR, 1993).

No Brasil, o QFD só começou a ser estudado no final da década de 80 e início de 90,

sendo ainda pouco difundido em nível de aplicação industrial. Sabe-se que grandes empresas

como a Cônsul, do grupo Brasmotor, a IBM Brasil, e algumas empresas automotivas já estão

utilizando esta metodologia no desenvolvimento de novos produtos (FIATES, 1995).

O método QFD ainda é pouco usado pelas indústrias de alimentos do Brasil, porém

algumas empresas já começaram a perceber as vantagens da sua utilização e outras já vêm

adquirindo excelentes resultados com a implantação do método, além de alguns trabalhos

terem sido realizados com o objetivo de implantar a metodologia em empresas alimentícias

(MAGALHÃES, 2002).

Segundo CHENG (1995), a base conceitual desta ferramenta está em traduzir a voz

dos clientes (seus desejos e necessidades) para especificações de produtos ou serviços,

fazendo com que a voz do cliente se propague por entre as funções da organização, com

acompanhamento e documentação eficazes, de modo que esses desejos e necessidades

(também chamados de requerimentos) estejam incorporados aos produtos e serviços finais.

Em suma, QFD é uma metodologia de planejamento estratégico de marketing, que

traz, como conseqüência importante, uma melhoria da qualidade no seu sentido mais amplo,

ou seja, satisfazer os desejos e as necessidades dos clientes: vender o que o cliente quer

comprar e tornar o produto ou serviço disponível no momento em que o mercado quer e antes

que a concorrência o faça (CAMPOS, 1999).

CAMPOS (1999) considera o QFD como uma ferramenta estratégica para o

desenvolvimento de novos produtos, proporcionando às empresas vantagens competitivas,

uma vez que essa metodologia permite oferecer aos consumidores aquilo que realmente

necessitam.

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De acordo com CHENG et al, (1995), os benefícios do QFD já comprovados pelo uso

são redução do tempo de desenvolvimento, redução do número de mudanças de projeto,

redução do número de reclamações dos clientes, redução de custos e perdas de produção,

aumento da comunicação entre departamentos funcionais, crescimento e desenvolvimento de

pessoas através do aprendizado mútuo e maior possibilidade de atendimento a exigências de

clientes.

MACABE (1988), engenheiro de confiabilidade, descreve o método QFD em quatro

fases: planejamento do produto, desdobramento das partes, planejamento do processo e

planejamento de produção.

Na fase de planejamento do produto (projeto), o cliente ajuda a definir os requisitos

importantes do produto ou serviço, com pesquisas qualitativas e quantitativas. A equipe de

projeto faz a tradução das necessidades dos clientes em uma lista de itens “o que”. Na

seqüência, a equipe define as diferentes maneiras para atender aos requisitos do cliente em

uma lista dos itens “como”, ou seja, desenvolve-se a matriz do QFD. Na seqüência, escolhem-

se as características prioritárias que serão desdobradas na próxima fase. As atividades desta

fase, segundo o autor, são elaborar o projeto, determinar a equipe de projeto, determinar a voz

do cliente, organizar e traduzir a voz do cliente, conduzir pesquisas de produtos competidores,

estabelecer os requisitos de projeto, analisar e diagnosticar o planejamento do produto, e

determinar itens que serão desdobrados.

Na segunda fase, desdobramento das partes, os itens “como” da primeira são

detalhados, priorizados e quantificados e se tornam os itens “o que” desta fase. Todos os

detalhes e os componentes necessários para atender aos requisitos do produto ou serviço

exigidos pelo cliente são definidos. As principais atividades desta fase são determinar

requisitos funcionais, fazer análise competitiva do projeto, gerar conceitos alternativos,

selecionar ou sintetizar o conceito do produto, desenvolver relação de materiais, e determinar

características críticas do projeto.

Os itens “como” da segunda fase são detalhados, priorizados e se tornam os itens “o

que” da terceira fase. Nessa fase, selecionam-se os processos críticos que melhor preencherão

os requisitos do produto ou do serviço especificados pelo cliente na primeira fase. As

atividades desta fase consistem em determinar limitações do processo, determinar inovações,

tecnologias e alternativas de processo, selecionar melhores processos e definir parâmetros de

processo.

Na quarta fase são desenvolvidas as exigências de produção para que o produto seja

produzido conforme as exigências do cliente, ou seja, de alta qualidade. Mais uma vez, os

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itens “como” da fase anterior se tornam os itens “o que” desta fase. As atividades desta fase

são: determinar meios críticos de controle, determinar exigências de manutenção, desenvolver

mecanismos à prova de erros, desenvolver educação e treinamento, e escolher características

prioritárias.

Segundo EUREKA (1998), o modelo do QFD das quatro fases prima pela

flexibilidade, pois pode e deve ser adaptado para atender a ampla variedade de aplicações nas

situações do dia-dia de cada empresa. Ainda segundo o autor, sua utilização pode se dar tanto

no desenvolvimento de produtos quanto no de serviços e no planejamento estratégico da

empresa.

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3. METODOLOGIA

3.1 Método QFD

A metodologia adotada neste trabalho consistiu na primeira fase do método QFD

(planejamento do produto e processo), citado no referencial teórico, a fim de identificar os

itens que o público-alvo julgaram mais importantes, assim como o desempenho do doce na

degustação, possibilitando planejar o produto e o processo que irá atender as necessidades

identificadas.

Para isso, essa pesquisa consistiu de duas etapas: qualitativa e quantitativa, as quais

serão descritas subseqüentemente.

A etapa qualitativa visou estabelecer as qualidades exigidas do público-alvo pela

aplicação de questionários estruturados, seguida da degustação. A qualidade exigida é a

transmissão da voz dos clientes, é o ponto de partida para a identificação de suas necessidades

e desejos (AKAO, 1994).

As perguntas objetivaram obter o máximo de informações possíveis sobre o que os

consumidores gostariam de encontrar no produto, tanto no que diz respeito às funções

organolépticas quanto às do rótulo e da embalagem (Exemplo de uma pergunta que compôs o

questionário: Quais informações você espera encontrar no rótulo do produto?).

Em seguida, todos os requisitos ou qualidades exigidas foram dispostos numa tabela,

que continha também a freqüência de cada um; depois estes itens foram agrupados para

facilitar a etapa seguinte.

A etapa quantitativa foi constituída também de entrevistas pessoais, e os questionários

foram compostos dos itens de qualidade exigida, obtidos na etapa anterior. Os questionários

continham uma escala de importância para avaliar o grau de importância destes itens,

variando de “nenhuma importância” a “muito importante”, e uma escala de valores de quatro

pontos para avaliar o desempenho do doce, variando de “ruim” a “ótimo”. Vale ressaltar que

somente as funções organolépticas do doce (sabor, textura, aroma e aparência) foram

avaliadas.

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3.2 Caracterização do local de estudo

A pesquisa foi realizada na cidade de Cruzília, ao sul de Minas Gerais, devido ao alto

nível de incidência da lactosemia, segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento de

Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais, o que possibilitou entrevistar uma

quantidade considerável do público-alvo do doce.

3.3 População e amostra

Para a definição da amostra (n), utilizou-se a seguinte fórmula estatística

(BARBETTA).

n0 = 1

e2

Em que E = 10%, erro da amostra.

A população de Cruzília, segundo dados do IBGE, é de 13086 habitantes, logo foram

aplicados 100 questionários.

A aplicação dos questionários contou com a ajuda de duas moradoras da cidade

que, por conhecer as pessoas que lá residem facilitou na coleta dos dados junto às

pessoas com intolerância à lactose, aplicando-os de casa em casa. Os restantes dos

questionários foram aplicados próximo ao restaurante e pousada Skina Mineira.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Análise de macro e micro ambiente de marketing, oportunidades e ameaças

Mercado consumidor

O mercado consumidor é uma força favorável para o desenvolvimento e a introdução

do doce de leite à base de soja, visto que, segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária), 114 milhões de pessoas consomem regularmente doces resultando

em cerca de US$ 6 bilhões. Ainda segundo o órgão, o doce de leite pastoso é o terceiro mais

consumido com 1,5 kg /ano pessoa, sendo Minas Gerais o maior estado produtor: 50% do

total produzido, e consumidor per capita de 2,0 kg/ano. Esses dados mostram que o doce de

leite goza de uma demanda considerável, principalmente no estado mineiro, que possui os

principais laticínios do País.

Além do doce de leite á base de soja ser altamente digestivo, ele também é isento da

lactose presente no leite de vaca, matéria-prima principal do doce de leite. Estudos recentes

têm comprovado que mais da metade da população mundial adulta tem dificuldade de digerir

leite de vaca e produtos derivados, essas pessoas são intolerantes à lactose. Algumas vezes,

entre as idades de um ano e meio e quatro anos, elas perdem a habilidade de produzir a

lactase, enzima requerida para a decomposição da lactose do leite animal para torná-lo

assimilável pelo corpo humano. As principais reações causadas por esse açúcar no organismo

dessas pessoas são desconfortos digestivos, como gases, diarréias, indigestão e dores

estomacais.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Nutrição, Andréa Galante, no

País descobriu-se que a má absorção da lactose ocorre em 58 milhões de adultos (maiores de

15 anos), dos quais 37 milhões têm intolerância a esse açúcar. Desses, 27 milhões têm

intolerância a um copo de leite – 10 milhões têm intolerância grave. O que esses números

permitem concluir é que, no mínimo, 27 milhões de brasileiros ou 15% do total da população,

por determinação genética, podem ter problemas ao ingerir um copo de leite. Dessa maneira,

o doce de leite à base de soja surge como uma alternativa para essas pessoas em consumirem

um produto similar ao doce de leite.

O mercado de produtos à base de soja, como achocolatados, barras de cereais e

bebidas, movimentou, em 2006, cerca de R$ 225 milhões. Para este ano, a expectativa é de

um crescimento de 64% versus o ano passado.

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Fatores naturais

Tratando-se do ambiente natural em que o doce de leite à base de soja está inserido,

ressalta-se a abundância na disponibilidade da matéria-prima. De acordo com o Ministério da

Agricultura, a produção anual da soja no Brasil, última safra, é de 30 milhões de toneladas,

tendo a região centro-oeste como o maior pólo produtor. A principal vantagem dessa elevada

quantidade de matéria-prima disponível é a possibilidade que a empresa terá de expandir sua

produção na fase de crescimento do ciclo de vida do produto.

Em relação às tendências contemporâneas, a mais apropriada para o caso, segundo

Brain Reserve (Faith Popcorn), seria a “Viver Mais”, que inclui vegetarianismo, medicina

alternativa, consumo de produtos e serviços mais saudáveis pela população.

Segundo a Leatherhead Food Research Association (Reino Unido), alimentos com

alegações de benefícios à saúde representarão, nos próximos anos, cerca de cinco por cento do

mercado mundial de alimentos, com um faturamento anual próximo a US$ 100 bilhões.

Fatores político-legais

No plano político-legal, os produtos que contêm qualquer percentual de soja

modificada geneticamente deverão ter, obrigatoriamente no rótulo, as expressões "pode conter

soja transgênica" e "pode conter ingrediente produzido a partir de soja transgênica". Tal

restrição pertence ao decreto 4.680, que regulamenta o direito à informação assegurado pela

Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, responsabilizando as empresas a informar a

porcentagem de transgênicos contida no produto. Esse decreto pode ser uma ameaça à

aceitação do produto, pois a maioria dos consumidores têm receio quanto ao consumo de

alimentos transgênicos e isso poderá de certa forma inibir o sucesso do doce.

O preço da soja está cotado no mercado nacional, segundo dados do Ministério da

Agricultura, em R$ 14,00 a saca. Dessa forma, provavelmente será possível produzir o doce

de leite à base de soja a um preço compatível com o do mercado.

Fatores tecnológicos

A tecnologia de produção do doce de leite à base de soja é basicamente o mesmo

daquele produzido em laticínios, diferenciando-se apenas na fabricação do leite à base de soja,

que poderá ser feito a partir da máquina Macsoja EPV 30 I, que tem o custo de R$ 11.800,00,

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16

com capacidade de produção de 60l/hora. Isso permitirá à empresa se adaptar rapidamente ao

processo de fabricação do doce, dispensando investimentos elevados em treinamento dos

funcionários, e operar de acordo com a sua disponibilidade de recursos. Todavia, essa

facilidade em produzir o doce possibilitará aos concorrente fabricá-lo rapidamente e

conseqüentemente, ameaçará o desempenho da empresa em estabelecer relações lucrativas

com seu público-alvo.

4.2. Mercado, segmentação e público-alvo do doce de leite à base de soja

O público-alvo do doce de leite à base de soja são as pessoas com intolerância à

lactose. Por não possuir a lactose, açúcar do leite da vaca, o doce atenderá as necessidades

específicas dessas pessoas, que, de acordo com a Associação Brasileira de Nutrição,

correspondem a 15% da população brasileira.

Além desse público-alvo, o doce poderá atender a outros nichos de mercado, como os

vegetarianos, que são pessoas que não consomem alimentos derivados de animais, mulheres

na fase de menopausa e pessoas que buscam uma alimentação mais saudável, seguindo a

tendência Viver Mais, citada anteriormente.

4.3. Identificação das reais necessidades e desejos do público-alvo

Foram entrevistadas 100 pessoas, destas 50 possuem intolerância à lactose, e 80%

deste grupo são mulheres que se encontram na faixa etária de 21-39 anos e todas possuem no

mínimo 2° grau completo. Isso explica o fato de 70% possuírem conhecimento razoável ou

bom sobre os benefícios da soja, como citado pela maioria: diminuição dos sintomas da

menopausa e do nível de colesterol, e ausência de lactose, açúcar do leite animal.

Os desejos e as necessidades do público-alvo foram extraídos de suas respostas

referentes às perguntas de 5 a 11, e os itens ou qualidades exigidas foram agrupados na tabela

1B, juntamente com suas respectivas freqüências, resultando num total de 30, como

informações nutricionais, certificado de qualidade, selo de fiscalização, embalagem de

plástico, sabor parecido com doce de leite.

A etapa quantitativa consistia em obter o grau de importância de cada item exigido na

etapa qualitativa, além de avaliar o desempenho do doce na degustação. A fim de simplificar

o questionário, os 30 itens foram agrupados, tabela 2B, resultando em oito quesitos: rótulo,

exposição do produto, embalagem, preço, sabor, aroma, textura e aparência (cor).

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As qualidades exigidas, consideradas com maior freqüência as mais importantes pelos

entrevistados foram sabor, seguido pela textura e preço.

Os itens considerados de nenhuma importância, com maior freqüência, foram: rótulo,

embalagem e exposição do produto, nessa ordem.

Grau de importância

0%20%40%60%80%

100%

1 2 3 4 5 6 7 8

Itens de Qualidade

Perc

entu

al

muito importante

importante

poucaimportâncianenhumaimportância

Figura 1 - Distribuição das respostas dos consumidores quanto ao grau de importância.

Quanto ao desempenho do doce na degustação, em que as únicas qualidades exigidas

avaliadas foram sabor, textura, aroma e cor, os itens que tiveram melhor desempenho foram a

textura e o sabor; já o aroma obteve o pior desempenho, classificado entre ruim e regular. O

item cor do doce foi classificado praticamente igual em todos os atributos.

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Desempenho

0%

20%

40%

60%

80%

100%

5 6 7 8

Itens de qualidade

Perc

entu

al ÓtimoBomRegularRuim

Figura 2 - Distribuição das respostas quanto ao desempenho do doce.

O grau de importância de cada item foi calculado a partir da média ponderada obtida

nas respostas da etapa quantitativa, adotando como peso 1,2,3 e 4, ou seja, nenhuma

importância, pouca importância, importante e muito importante, respectivamente. As notas

atribuídas ao desempenho do doce, quanto aos quesitos organolépticos (5, 6, 7 ,8), também

foram calculadas através da média ponderada, considerando os pesos de 1 a 4 (ruim a ótimo).

A tabela 1 mostra o grau de importância de cada qualidade exigida, seguido do desempenho

do doce na análise da degustação.

Itens de qualidade Grau de importância Desempenho Sabor 36,8 32,3 Textura 33,8 31,1 Aroma 25,5 22,9 Cor 28,9 24,6 Rótulo 18,2 Exposição do produto 19,2 Embalagem 19,5 Preço 34 Tabela 1 - Média nas avaliações do grau de importância e desempenho doce de leite à base de

soja

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A média do item “sabor” no desempenho do doce foi 32,3. A maioria dos entrevistados

considerou essa qualidade muito importante, tendo como média obtida nessa avaliação 36. O

fato de o doce ter sido elaborado caseiramente, sem auxílio de equipamentos adequados, além

da qualidade do leite á base de soja no qual foi feito, explicam a diferença entre as avaliações,

mostrando que caso seja produzido em condições ideais sua performance poderá melhorar.

O desempenho obtido pelo doce no item cor foi 24,6, um pouco abaixo da média de

seu grau de importância (28,9). Fatores como tempo de cocção, qualidade e quantidade de

açúcar são responsáveis diretos pela coloração do doce, assim é preciso planejar mudanças

para melhorar esse requisito.

O item que apresentou um resultado mais satisfatório foi textura, com desempenho

próximo ao que os entrevistados julgam ser um dos mais importantes no doce. Sua

consistência e viscosidade ficaram próximas às que o público julga ser ideal, que é ser pastoso

e semelhante ao doce de leite.

O item aroma obteve na avaliação de desempenho média igual a 22,9, próxima ao seu

respectivo grau de importância, que é 25,5. Apesar de seu grau de importância ser menor que

o dos demais itens avaliados, essa qualidade exigida deve ser melhorada, uma vez que seu

desempenho foi baixo se comparado com o máximo que se poderia alcançar, 40, além do mais

o aroma influencia o sabor do doce.

Assim, o método QFD revelou que o produto a ser oferecido deverá apresentar

características organolépticas similares ao doce de leite convencional. Para tanto se deve

substituir o amido de milho por goma, a fim de torna-lo mais consistente e pastoso, e

acrescentar essência de caramelo, tornando sua cor semelhante ao doce de leite convencional,

além de melhorar seu sabor. A tecnologia a ser empregada, para alcançar essas melhorias, está

descrita no anexo C.

Apesar dos itens embalagem e rótulo terem sido considerados de pouca importância,

devem ser bem elaborados já que influenciam na atratividade do produto e conseqüentemente

na decisão de compra dos consumidores. Entretanto deve-se evitar investimentos elevados

para esses requisitos, de acordo com a pesquisa a embalagem deverá ser de plástico com peso

líquido de 400g e data de fabricação e validade em locais mais visíveis. O rótulo deverá

conter informações referentes à legislação, como informações nutricionais, selo de

fiscalização e porcentagem de transgênico. Além disso, deve-se acrescentar informações

como produto isento à lactose, não contém glúten, 0% de colesterol e gordura trans, a fim de

incentivar seu consumo não só ao seu público-alvo mas, também a outros nichos de mercado.

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20

4.4 Análise do custo de produção do doce de leite à base de soja.

Para o cálculo do custo unitário do doce de leite à base de soja foi considerado uma

produção anual de 200 mil unidades, com base na análise mercadológica e tecnologia

disponível. Os dados apresentados foram extraídos de informações de forncedores. As tabelas

abaixo demonstram a análise de custo do doce.

Tabela 2 – Custos Fixos 1- 2% da mão-de-obra 2- 2% dos equipamentos

INSUMOS UNIDADE QTDAD UNIT (R$) TOTAL (R$) Matéria-prima Kg 26760 0.19/ Kg 7223,80

Insumos - - - 19.440,00 Manutenção (1) % 2,50% - 7256.14,00

Embalagem - - - 33.000,00 Energia KW 14000 0,53/kW 7.420,00

Água e Esgoto Meses 12 500 6000,00 Despesas Gerais

(2) % 1% 730,80

ICMS (3) % 18% 104.400,00 Outros (4) Meses 12 100 1200,00

Propaganda (5) Meses 12 250 3.000,00 TOTAL 168.070,00

Tabela 3 – Custos Variáveis

1 – 2,5% sobre o valor dos equipamentos 2 - Calculada sobre os custos variáveis operacionais dos itens considerados acima deste na tabela 3 - Calculado sobre a receita bruta anual 4 - despesas com material suplementar para escritório e produtos de limpeza. 5 – Custos com propaganda do produto.

VALOR (R$)Mão de obra fixa 31.584,00Depreciação equipamentos 18.307,60Depreciação equipamentos auxiliares 472,70Impostos (1) 750,00Seguros (2) 2.580,75Total 53.695,05

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Tabela 4- Custos total de produção EQUIPAMENTOS Quantidade VALOR (R$)Balança 1 2.500,00Descascadeira 1 7.500,00Maquina de leite de soja (150/h) 2 40.500,00Tacho (aço inox) 2 30.000,00Bombas auto-aspirantes 2 6.696,00Caldeira a vapor elétrica 1 70.500,00Envasadora 1 12.010,00Rotuladora semi – automática 1 9.580,00Materiais e utensílios (geral) - 8.200,00TOTAL - 162.798,12IPI (2%) incluído - 7.761,60TOTAL EQUIPAMENTOS 358.079,80Tabela 5- Equipamentos de produção

Tabela 6- Mão-de-obra Assim, o custo unitário do produto é R$ 1,10 ( R$ 221.765/200.000 unid.)

Custo fixo total Custo variável total CUSTO TOTAL R$ 53.695,05 R$ 168.070,00 R$ 221.765,00

Função Nº Funcionarios Salário mensal Gasto anual (R$)Gerente 1 700 8.400,00Operacional 2 350 8.400,00Encargos 88% 14.784,00TOTAL 31.584,00

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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A inovação de produtos que atendam as necessidades e os desejos de grupos de

consumidores tem se tornado um fator fundamental para que as empresas ganhem vantagem

competitiva no mercado. Entretanto essa não é uma tarefa fácil. Antes de introduzir um

produto no mercado, é necessário saber se realmente existe uma oportunidade lucrativa, quem

irá consumi-lo, por que e o que eles esperam encontrar nele.

A análise de macro e microambiente de marketing permitiu concluir que existem

grandes oportunidades para o desenvolvimento do doce de leite à base de soja. As principais

oportunidades apresentadas foram o alto consumo per capita de doces no Brasil, facilidade

em produzi-lo (tecnologia acessível), alta disponibilidade e preço baixo da matéria-prima,

além dos benefícios que a soja proporciona à saúde. Além disso, o produto poderá atender a

um nicho de mercado atrativo, que são os intolerantes à lactose, além de outros segmentos

como os vegetarianos e pessoas que buscam uma alimentação mais saudável.

O método utilizado neste trabalho, primeira fase do QFD, permitiu definir o produto e

o processo que irá satisfazer as necessidades do público-alvo. Segundo a pesquisa o produto

deverá apresentar características organolépticas similares ao doce de leite convencional,

deverá ser de plástico com peso líquido de 400g e data de fabricação e validade em locais

mais visíveis. O rótulo deverá conter informações referentes à legislação, como informações

nutricionais, selo de fiscalização e porcentagem de transgênico. Além disso, deve-se

acrescentar informações como produto isento à lactose, não contém glúten, 0% de colesterol e

gordura trans, a fim de incentivar seu consumo não só ao seu público-alvo mas, também a

outros nichos de mercado.

O produto a ser oferecido terá como estratégia proporcionar mais qualidade, por ser

saudável (benefícios da soja), por um menor preço, se comparado com os outros doces de

leite, isso por que o custo unitário do produto é R$ 1,10 ($ 0,53), podendo ter um preço de

venda abaixo da maioria dos demais doces que variam de R$ 2,50 a R$ 3,20. Além disso

estará acessível a outras classes sociais aumentando assim a rentabilidade.

Para a fase de introdução do produto no mercado, recomenda-se que seja produzido e

distribuído, inicialmente, no estado de São Paulo, por estar próximo a Mato Grosso (principal

estado produtor de soja), diminuindo assim custos de transporte da matéria-prima, além de ser

um mercado atraente para a comercialização do produto. Deve-se ainda selecionar e firmar

parcerias com os canais de distribuição, e divulgá-lo nos principais meios de comunicação,

como canais de televisão (rede local), rádio e internet, definindo-o como um produto

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saudável, saboroso e cremoso, podendo ainda ser utilizado para outras funções, como recheio

de bolo, pães e outros. Além disso, seria interessante fundir parcerias com grupos de médicos

para divulgar o produto às pessoas que possuem intolerância à lactose.

O presente trabalho abre espaço para novas pesquisas, como a continuação da

aplicação do método QFD, análise de viabilidade técnica e econômica do produto e, pesquisas

para melhoria do doce.

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6. BIBLIOGRAFIA

BERVIAN, Pedro A., CERVO Amado L. Metodologia Científica. 5ª edição. Editora Prentice

Hall. 2002.

KLOTER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de de marketing. 9ª edição. Editora

Pearson. 2005.

MATDUDA ET AL, Laura Misue. O MÉTODO DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO

QUALIDADE - QFD - NO PLANEJAMENTO DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM. Artigo

publicado na Revista latino-americana de enfermagem - Ribeirão Preto - v.8 - n.5 - p.97-105 –

acessado em 12/12/2006: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v8n5/12374.pdf>

AKAO, Y. Introdução ao Desdobramento da Qualidade – Manual de Aplicação do

Desdobramento da Função Qualidade (QFD) V 1. Belo Horizonte: UFMG, Escola de

Engenharia, Fundação Cristiano Ottoni, 1996, www.ufmg.br/engenharia, acessado em

20/12/2006.

ZUIN E OUTROS, Luis Fernando Soares. Análise crítica do modelo de desenvolvimento

de produto de uma empresa do segmento de massas alimentícias de médio porte. Artigo

apresentado no IV Congresso Brasileiro de Gestão e Desenvolvimento de Produtos -

Gramado, RS, Brasil. 2003.

MAZUR, G. H. Voice of Customer Análisis: A Modern System of Front-end QFD Tools,

with Case Studies. http://www.personal.engin.umich.edu/gmanzur/publishe.htm, acessado

em 05/12/2006.

MAGALHÃES, G. Incorporação da qualidade desejada pelos consumidores ao leite

pasteurizado utilizando o Desdobramento da Função Qualidade, Viçosa 2002.

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6. ANEXOS

AnexoA: Questionário de Pesquisa (Etapa Qualitativa)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

1.Características Pessoais

1.2. Sexo

( ) Feminino ( ) Masculino

1.3. Faixa Etária

( ) 15-21 anos ( ) 22-39 anos ( ) 40-55 anos ( ) 55 a 65 anos ( ) mais de 65 anos

1.4. Formação

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior

2. Você tem intolerância à lactose (pessoas que não podem ingerir leite)?

( ) Não. ( ) Sim.

3. Você conhece os benefícios da soja na alimentação?

( ) Não sei nada a respeito. ( ) Conheço bem os benefícios.

( ) Tenho um razoável conhecimento.

4. Caso tenha respondido que possua conhecimento razoável ou bom na questão anterior, por

favor cite alguns?

5. Se você fosse comprar o doce de leite à base de soja, que tipo de embalagem preferiria?

( ) embalagens unitárias de 250g

( ) embalagens de 400g.

( ) embalagens 800g

6. Em qual local você preferiria encontrar e comprar o doce de leite à base de soja?

( ) Supermercados ( ) Padarias.

( ) Lojas de conveniência. ( ) Mercearias.

( ) Todos os locais citados

7. Quanto estaria disposto a pagar pelo produto?

( ) Igual ao doce de leite tradicional (R$ 4,00). ( ) menos que o doce de leite tradicional

( ) Mais que o doce de leite tradicional

8. Que tipo de informação gostaria que o rótulo dispusesse?

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9. Em qual tipo de embalagem você gostaria de encontrar no produto?

10. Quais qualidades/características gostaria que o doce de leite a base de soja lhe oferecesse?

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Anexo B: Tabelas

Tabela 1B - Qualidades Exigidas da etapa qualitativa

Item N° Qualidade Exigida Freqüência

1 Rótulo deve conter selo de fiscalização 20

2 Rótulo deve conter certificado de qualidade. 15

3 Informações sobre as funções dos nutrientes 15

4 Informações nutricionais 10

5 Data de validade mais legível 10

6 Data de validade em local mais visível. 20

7 Conter a data de fabricação e validade 5

8 Rótulo com procedência do local de fabricação 5

9 Marca deve ser conhecido no mercado 30

10 Disponível em todos estabelecimentos 45

11 Disponível somente em supermercados 30

12 Disponível somente em padarias 25

13 Produto exposto de forma mais visível 5

14 Embalagem de plástico 76

15 Embalagem de metal 15

16 Abrir sem precisar cortar 23

17 Peso : 250g 24

18 Peso : 400g 66

19 Peso: 800g 10

20 Preço próximo ao doce de leite tradicional 53

21 Menor preço 25

22 Ter sabor de doce de leite 82

23 Ter sabor de chocolate 10

24 Ter maior prazo validade 18

25 Ser consistente 69

26 Ser pastoso 84

27 Ser em tabletes 5

28 Ter aroma agradável 52

29 Cor marrom claro 29

30 Cor marrom escuro 12

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Tabela 2B - Agrupamento das Qualidades Exigidas

Item N° Qualidade Exigida Itens que foram agrupados

1 Rótulo 1,2,3,4,5,6,7,8,9.

2 Exposição do produto 10,11,12,13.

3 Embalagem 14,15,16,17,18,19

4 Preço 20 e 21

5 Sabor 22,23,24

6 Textura 25,26,27

7 Aroma 28

8 Aparência (cor) 29 e 30

Tabela 3B - Etapa Quantitativa

Grau de Importância Desempenho do doce de leite a base de

soja Item a ser avaliado

Nenhuma Importância

Pouca Importância

ImportanteMuito Importante

Ruim Regular Bom Ótimo

1 Rótulo 1 2 3 4 - ----- ----- ----- 2 Exposição do produto

1 2 3 4 - ------ ----- -----

3 Embalagem 1 2 3 4 - ----- ----- ----

4 Preço 1 2 3 4 - ----- ----- ---- 5 Sabor 1 2 3 4 1 2 3 4 6 Textura 1 2 3 4 1 2 3 4 7 Aroma 1 2 3 4 1 2 3 4 8 Aparência 1 2 3 4 1 2 3 4

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Anexo C: Fluxograma de produção

FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO

H2O

goma Essência de caramelo

açúcar Análise sensorial

NÃO

sim

Eliminação da casca do grão (Descascadeira).

Maceração (grãos de molho na água por 6 horas)

Produção do leite de soja (máquina mac soja)

Concentração (tacho de aço inox)

Envase do doce

Rotulagem

Alocação nas caixas de papelão

O doce apresenta algum problema?

Estoque Distribuição

Correção

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Anexo D: Rótulo do produto