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GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, pp. 215 - 232, 2004

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GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, pp. 215 - 232, 2004

TESES DE DOUTORADO E DISSERTAÇÕESDE MESTRADO DEFENDIDAS

(1º e 20 Semestres de 2004)

Teses de Doutorado

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Atlas Ambiental Digital da BaciaHidrográfica do Rio Pirajussara –

São Paulo / Brasil

Bernd Seelhorst

Orientadora: Profª Dra. MagdaLombardo

O objetivo do presente estudo é odesenvolvimento de um Atlas Digital Ambientalda Bacia Hidrográfica do Rio Pirajussara naRegião Metropolitana de São Paulo, Brasil. Oestudo foi inspirado pelo Atlas Ambiental deBerlim.

O Atlas Ambiental Digital deve servir tantopara o planejamento urbano quanto para aeducação no nível médio e universitário.

Para alcançar este objetivo, diferentes

fatores são apresentados em mapasinterativos.

O maior desafio na elaboração é aaquisição dos dados necessários.

Poucos dados são disponíveis para aapresentação espacial de fatores físicos esocioeconômicos.

Os fatores ambientalmente relevantesapresentados foram juntados de fontesdisponíveis ou gerados pelo autor.

O presente estudo pode ser visto comoinício de uma série complexa de trabalhosacadêmicos.

Com a continuação do trabalho serápossível alcançar o objetivo de desenvolver uminstrumento valioso para fins educacionais epara o planejamento urbano.

Os resultados do Atlas Ambiental Digitalestão disponíveis na Internet.

A Questão da Terra em MatoGrosso do Sul: Posse/Uso e

Conflitos

Francisco José Avelino Júnior

Orientado: Prof. Dr. Ariovaldo U. de Oliveira

A acumulação capitalista no Brasil,concentradora de renda, capital e terra, provocaa expropriação crescente de uma massa detrabalhadores, que procuram, por meio demovimentos sociais, reivindicar condições dignasde trabalho e sobrevivência. Esta situação sefaz presente em Mato Grosso do Sul, estadopossui a economia baseada na agropecuária,com uma forte participação da agroindústria.

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Teses de Doutorado

A situação atual fruto da acumulaçãocapitalista baseada na exclusão doscamponeses. Os camponeses excluídos da terrase inserem na luta pela posse e uso da terra,luta pela reforma agrária. Com grandeconcentração de terras nas mãos de poucos, eum número crescente de trabalhadores ruraissendo expulsos da terra, o estado do MatoGrosso do Sul tem na questão agrária o seuprincipal ponto de tensão.

Na década de 70, com o desenvolvimentode projetos (PRODEPAN, PRODREGAN,POLOCENTRO) uma nova organização espaciale econômica se apresenta para o Mato Grossodo Sul. Serão necessários fortes contingentesde mão-de-obra, não qualificada, para formaçãode pastos, para o trabalho no corte da cana-de-açúcar, nas carvoarias etc. E para isso não

se poupou nem mesmo a mão-de-obra demulheres, crianças e índios, o que acarretoudenúncias de exploração de menores e ‘trabalhoescravo’ ou peonagem.

É nesse contexto que se estabelecem oconflito, reavivando a violência e a impunidade,traços marcantes na história de MS. Conformedados do MST/CPT, no período de 1977 a 2001,ocorreram 42 assassinatos em MS, envolvendoo conflito pela posse e uso da terra. Entre osmortos temos advogados, lideranças sindicais,religiosos, lavradores, posseiros, mulheres eíndios ligados à luta pela terra.

A maioria desses assassinatos estãoimpunes até hoje, mesmo sabendo-se, emalguns casos quem são os autores e osmandantes, em sua maioria latifundiários de MS.

A inflexibilidade do espaçocartográfico, uma questão para aGeografia: análise das discussões

sobre o papel da Cartografia

Fernanda Padovesi Fonseca

Orientador: Prof. Dr. Gil Sodero de Toledo

Esta é uma das questões-chave dapesquisa: haveria um consenso que aCartografia é a linguagem ideal para aexpressão da Geografia? O que poderia ser umaóbvia resposta positiva, não o é. Não vivemosem um tempo no qual parece haver umasubtilização da Cartografia pela Geografia? Nãoestaríamos perdendo esse recurso sem quehouvesse reação? Mas, qualquer Cartografiaserve à Geografia? A verificação de qualCartografia serviria à Geografia, um objetivodesse trabalho, leva em consideração amovimentação teórica no interior da disciplinaque pode ser qualificada como de renovação.Nossa preocupação fica mais completamenteexpressa da seguinte maneira: haveria um

desenvolvimento da Cartografia em consonânciacom a renovação da Geografia? Na pesquisa,inicialmente, verificamos se algumastransformações da Geografia escolar, em teseinfluenciadas pela renovação da Geografia,teriam alcançado a Cartografia escolar. Afinal, osegmento de renovação da Geografia queassume um viés mais epistemológico assumiu areconstrução teórica do conceito de espaçogeográfico, o que seguramente trariaconseqüências para a representaçãocartográfica. Nesse sentido, constatamos umaausência de novidade no campo da Geografiaescolar e na Cartografia que se pratica, o quenos obrigou a dirigir nosso olhar para outrosaspectos da relação Cartografia e Geografia, nomundo acadêmico, ambiente em que arenovação da Geografia estaria sedesenvolvendo. Na produção acadêmica,igualmente, após análise crítica exaustiva, seconstatou pouca discussão sobre a relaçãoCartografia e Geografia, sobre a renovação daGeografia e sobre a epistemologia daCartografia nos trabalhos acadêmicosbrasileiros. E uma adesão quase queinconsciente a uma Cartografia naturalizada,tratada como um veículo enrijecido sobre bases

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imutáveis. Conseqüentemente, revelam-selacunas referentes às reflexões sobrerepresentação e linguagem e o papel dessasna produção do conhecimento geográfico quese renova. Que elaborações, gêneros dediscussão e reflexões a Cartografia em Geografiadeveria considerar? O que há para atualizar noscampos em que houve novas aquisiçõesteóricas, tal como o das reflexões sobre

linguagens? Que considerações teóricas podemser produtivas na investigação de caminhospara a constituição de uma Cartografiageográfica, que represente o espaço geográficoentendido como dimensão do social, tal comopropugna a Geografia renovada? Para seresponder essas questões, exige-se algumempenho em Cartografia teórica, campo no qualesse trabalho pretendeu dar uma contribuição.

Xingu-Transamazônica: Linha deQueda, Territorialidades e Conflitos

Reinaldo Correa Costa

Orientadora: Profa Dra. Iraci Palheta.

A área de estudo está localizada nocentro do Estado do Pará, e é formada pelo rioXingu no sentido norte-sul e pelaTransamazônica (BR-230) no sentido leste-oeste; é uma das antigas áreas da fronteira dosanos de 1970 e 1980. Este estudo de caso iráconsiderar a razão pela qual a chegada daenergia elétrica, vinda de Tucuruí, desencadeouuma efervescência na área deempreendimentos, como madeireiras, laticíniose serrarias.

Dentre as interpretações, há os queespeculam que a chegada da energia elétricavirá proporcionar a construção da hidrelétricado rio Xingu e, por isso temem que se repita em

Altamira o que aconteceu em Tucuruí. Permeiamo processo atual as marcas dos projetosanteriores, como a colonização oficial àsmargens da BR-230.

Como estão esses grupos sociais agora?Como está a situação dos índios? Uma atençãoparticular será dada aos que poderão perdersuas terras, caso seja construída ahidroelétrica. Esses são alguns dos pontos deobservação e reflexão para a tese, o estudo doespaço geográfico e das territorialidades neleexistentes, após o período caracterizado comoo avanço da fronteira interna (1970/1980).Agora o estudo do período de consolidação, opós-fronteira (aproximadamente da década de90 [séc. XX] até hoje), na Amazônia brasileira,para cuja compreensão Altamira é um exemploprivilegiado, apesar das dificuldadesapresentadas quando se consideram processosem curso. Essa micro-região já foi tambémconsiderada como exemplo no período deavanço da fronteira econômica, comorepresentativa do processo de ocupação daAmazônia Oriental.

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Carlos Miguel Delgado de Carvalho :imagem como recurso didático - umestudo do caso geografia do Brasil

(1913) e geografia física e humana(1943)

Andréa Lourdes Monteiro Scabello

Orientador: Prof. Dr. Gil Toledo

Esta tese tem por objetivo apresentar oresultado do levantamento documentalreferente ao Prof. Carlos Miguel Delgado deCarvalho. Investida de metodologiaarqueológica, buscou-se as pistas necessáriaspara a localização do arquivo pessoal do referidoprofessor. Após, uma investigação lenta eminuciosa descobriu-se que o Arquivo Delgadode Carvalho encontrava-se depositado no

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Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Riode Janeiro. O acervo documental chamou-nos aatenção pela quantidade e variedade dosdocumentos preservados. Entre elesdestacavam-se os documentos pessoais, acorrespondência que manteve com o familiarese amigos, os cadernos e anotações de aula, osplanos de curso, entre outros.Utilizando-se datécnica de decapagem, tão conhecida dosarqueólogos pré-historiadores, conseguiu-seevidenciar textos referentes à metodologia do

ensino da geografia, um dos temas recorrentesna documentação. E, entre eles, as referênciassobre os compêndios de geografia e o materialiconográfico por ele produzido.Selecionaram-se,então, os livros didáticos “Geografia do Brasil“(1913) e ‘Geografia Física e Humana’ (1943),não só, por apresentarem imagens de autoriade Delgado de Carvalho, mas também, porrepresentarem dois momentos distintos dahistória da geografia no Brasil.

Imagens Orbitais, Cartas eCoremas: uma proposta

metodológica para o estudo daorganização e dinâmica espacial -

aplicação ao Município de Ubatuba,Litoral Norte, Estado de São Paulo,

Brasil

Andrea de Castro Panizza

Orientador: Prof. Dr. Ailton Lucchiari

Toda sociedade deixa marcas sobre asuperfície terrestre. As imagens de satéliteregistram a materialidade das formas eestruturas assim produzidas. O sensoriamentoremoto orbital, associado ao SIG, possibilita aextração e análise de grande quantidade deinformações espaciais. A repetitividade dasimagens permite também a detecção dastransformações e da evolução dos objetosespaciais. A dinâmica interna de uma paisagem

pode ser também detectada por meio dasnoções de agregação, de contigüidade econexão das formas. A análise espacialcomplementa as informações extraídas dasimagens. Essas formas e estruturas sãoorganizadas no espaço. A apreensão da gênesee da dinâmica da organização espacial deve serrealizada através de uma análise diacrônica. Umsistema espacial evolui segundo um campo depressões estabelecido pela sociedade. Ascidades litorâneas apresentam uma estruturaespacial estabelecida, em parte, pela atividadeturística. A função turística age sobre o sistemaespacial gerando formas e estruturasdiferenciadas. O conjunto de metodologiasapresentadas é sustentado pelo conceito deespaço geográfico que engloba as abordagensteóricas do espaço absoluto/posicional, relativo/posicional e relativo/relacional. O roteiro teórico-metodológico proposto tem como objetivoextrair da organização espacial asdiferenciações sociais construídas pelasociedade.

Planos para o império: os planos deviação do Segundo Reinado (1869-

1889)

Manoel Fernandes de Sousa Neto

Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos de Moraes

Este trabalho trata dos planos de viaçãoelaborados nos últimos vinte anos do SegundoReinado no Brasil. Os planos foram propostospor Eduardo José de Moraes (1869), João RamosQueiroz (1874/1882), André Pinto Rebouças(1874), Honório Bicalho (1881) e por umacomissão presidida por Antonio Maria de Oliveira

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Índios da etna terena : agriculturafamiliar no pantanal de

Aquidauana-MS - limitações e pers-pectivas de desenvolvimento sus-

tentável

Medson Janer da Silva

Orientadora: Prof. Dra. Rosa Ester Rossini

A região do Pantanal possui características muitopróprias e homogêneas, principalmente emrelação ao solo e ao clima. No entanto, aspráticas agrícolas a nível familiar são comuns emtodo seu território, tanto os índios Terena comoo caboclo pantaneiro tem em sua origem, abusca da sobrevivência na terra, procurandotrabalhar a mesma sem agredi-la. Porém, com aentrada do homem urbano com suastecnologias, provocou um choque nesta culturae alterou parte deste equilíbrio.Como ametodologia de trabalho, foi realizadoinicialmente um diagnostico, com levantamentoqualitativo e quantitativo, na aplicação de

Índio, questão de majestade : aproblemática indígena e a contra-dição agrária urbana na ocupaçãoprodutiva do Planalto Paulista no

século XVIII

Anselmo Alfredo

Orientadora: Profª. Dra. Amélia Damiani

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Bulhões (1882). Todos os autores dessesprojetos eram engenheiros formados em umatradição politécnica, atuaram profissionalmentecomo funcionários do Estado Monárquico eestavam embebidos daquele espírito do tempoque celebrava a ciência e a técnica nasexposições universais. Os planos de viaçãovisavam modernizar a infra-estrutura detransporte daquela sociedade agroexportadora

e escravista, servindo como parte de um projetomaior das classes senhoriais que visavaestabelecer o pleno domínio do território e ocontrole dos seus habitantes. Em função dascondições físicas do território e dos projetoshegemônicos para aquela sociedade os planosde viação caracterizam-se por serem, além deleituras do Brasil monárquico, propostas deconstrução do Estado Nacional.

questionários fechados e abertos, entrevistascoletivas e individuais, procurando abranger omaior número de pessoas integrantes dos doiscenários onde a pesquisa se desenvolve, o índioTerena e o caboclo pantaneiro e com issoconseguir informações seguras da situaçãolocal. Ressaltando que todo processometodológico foi baseado em leiturasgeográficas e das ciências humanas. A ênfasemaior foi na origem da agricultura familiar queatravés dos tempos foi o elo de ligação terra-homem-natureza, seja ele índio Terena ouPantaneiro. Mas com tudo isso acontecendo emsua volta, ainda os Terena e os caboclospantaneiros sustentam um pouco de suasidentidades culturais, sobrevivendo através daagricultura praticada pela família, procurandouma adequação da globalização nodesenvolvimento de seu território, pela corageme um pouco de coesão social de seu povo emuma relação amistosa com o agricultor familiardo pantanal, preservando suas diferenças ebuscando a coesão territorial para sobrevivênciado local.

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Este trabalho busca compreender oprocesso de ocupação do Planalto Paulista(Brasil) no século XVIII. Trata-se de discutir comoque tal povoamento esteve relacionado tantoà realização de uma ocupação produtiva como,ao mesmo tempo, o monopólio metropolitanoexerceu um papel determinante. Isto porque,como iremos discutir, a busca de inserção destaeconomia na circulação comercial metropolitana,embora realizada indiretamente, pois que se

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Teses de Doutorado

tratava de uma economia predominantementeabastecedora das áreas com produçãodiretamente relacionada ao exclusivo comercial,teve um papel (tal busca) que determinou aforma da ocupação produtiva. Isto gestou umarealidade sócio-espacial específica, cujasociabilidade, ancorada nos pressupostos dodinheiro, particulariza-se, visto que o mesmonão se fazia presente.Porém, a ocupaçãoprodutiva do século XVIII é já um resultado dadesocupação tribal das terras, onde osaldeamentos indígenas do século XVI e XVIItiveram um papel importante. Isto porquediscutimos como que os mesmos realizam-secomo um espaço-tempo urbano que desocupamas terras indígenas e permitem um povoamentoprodutivo, sendo portanto, um momento derealização da propriedade privada da terra paraa formação de uma realidade agrária. Destaforma, pudemos discutir como que na formaçãoda realidade colonial a contradição agrária-urbana foi necessária para a realizaçãoprodutiva do solo do Planalto Paulista, de modoa colocar a questão indígena como momento

particularizador do domínio metropolitano porsobre a colônia, efetivando-a como questão demajestade. Em outras palavras, um momentodo conceito de colonial que estava de fato emprocesso de constituição. O fenecer da presençados aldeamentos no Planalto ao longo do séculoXVIII revela, contudo, a ponência de umasociabilidade que, ainda que sob contingências,estava pressuposta, pois que se realizava comoum projeto de colonização. É sob este plano queos aldeamentos são analisados no terceiroséculo. A descoberta do ouro no século XVIIIcomo um momento dinamizador do processo deocupação através da intensificação da produçãodo solo, revelado pelos conflitos entre posseirospor nós pesquisados, expressa que o tempo decirculação aprofunda as contradições do espaçopostas no processo de ocupação do Planalto eimprime uma maior necessidade da jurisdição aresolver tais conflitos/contradições de modo ajuridificar a realidade planaltina, efetivando oDomínio como um elemento mediático dasociedade já na passagem do XVIII para o XIX.

O dinamismo industrial eexportador de Santa Catarina

Isa de Oliveira Rocha

Orientador: Prof. Dr. Armen Mamigonian

A pesquisa analisa a gênese, a evoluçãoe o cenário atual das exportações industriais deSanta Catarina, relacionando-as com o processode industrialização, mais especificamente aocontexto histórico, econômico e geográficoregional, nacional e mundial. O intensocrescimento do parque fabril catarinense,concentrando indústrias de determinados ramosem regiões específicas, determinou a diversidadeda produção industrial e, por conseqüência, daprópria pauta exportadora. As exportaçõesindustriais manifestaram-se precocemente aosimpulsos exportadores e atualmente somam-sea outras formas de inserção internacional. A

matriz reflexiva norteadora deste estudo degeografia econômica apóia-se no paradigmageográfico formação socioespacial (MiltonSantos) e teoria dos ciclos econômicos longos eo desenvolvimento econômico brasileiro (IgnácioRangel). A síntese de tais perspectivas éobservada na obra de Armen Mamigonian, quede forma singular explicita o dinamismoeconômico não periférico e não dependente doBrasil meridional, a partir do atributo de umaformação socioespacial embasada na pequenaprodução mercantil. As exportaçõescatarinenses e brasi leiras de produtosindustrializados nada têm de “espúrias”; são,antes, o resultado do processo evolutivo dodiversificado parque industrial. Localizadas emdiferentes regiões do Estado, as indústriasexportadoras catarinenses conseguemestabelecer vantagens competit ivas nomercado externo por sua igual ou superiorestrutura tecnológica, gerencial e produtiva,espelhada pela capacitação administrativa,

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qualidade dos produtos, escala produtiva etc.,passando, em determinados casos, a integrar

o seleto grupo de maiores fabricantesmundiais nos seus ramos (Tupy, Weg, Sadia,Embraco, Incasa, entre outras).

Séries geomórficas costeiras doEstado do Espírito Santo e os

habitats para o desenvolvimentodos manguezais: uma visão

sistêmica

Cláudia Câmara do Vale

Orientador: Prof. Dr. Jurandyr Sanches Ross

Este trabalho tem por objetivo identificardiferentes tipologias de desembocadurasmargeadas por manguezais, distribuídas aolongo da costa do Espírito Santo, baseado naTeoria Geral dos sistemas, postulada por Ludwigvon Bertalanffy (1975), que abriu caminho paraum pensamento científico integrador. Soma-sea este pressuposto teórico-metodológico aproposta de Thom (1982,1984) referente áperspectiva geomorfológica sobre o papelexercido pelos fatores geofísicos, geomórficos

e biológicos responsáveis pela distribuição,desenvolvimento e manutenção dosmanguezais. Associada a duas perspectivasacima citadas, utiliza-se a estrutura hierárquicaidealizada por Schaeffer-Novelli et al (2000),cujo enfoque é a preocupação com a definiçãode escalas espaciais e temporais utilizadas nosestudos sobre os manguezais. O Espírito Santoapresenta diversidade geomorfológica costeiraque possibilita o desenvolvimento dosmanguezais, desde o norte até o sul do estado.Tal diversidade permite destacar, entre tantasoutras, três diferentes áreas que foramescolhidas como objeto de estudo, sob oparadigma da Teoria Geral dos Sistemas,aplicada à Geografia. Procura-se, deste modo,caracterizar fitossociologamente os manguezaisdos estuário do rio Mariricu, os do delta do rioSanta Maria da Vitória e os do estuário do rioBenevente, bem como analisar a interaçãodestas características com a bacia hidrográficade cada um dos rios acima citados.

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Seletividade e Desenvolvimento:práticas espaciais na gestão do

território cearense.

Humberto Marinho de Almeida

Orientador: Prof. Dr. Francisco Scarlato

Este esforço de reflexão teórica pretendeabrir um espaço de ponderação e análise acercado uso do território no Estado do Ceará.Particularmente, procura entender a expressãogeográfica do uso a partir de práticas espaciaisseletivas e/ou refuncionalizadas. Para tanto, a

abordagem deter-se-á numa aproximaçãogeográfica tomando o espaço enquanto produtode um conjunto essencial de sistemas deobjetos e ações, concebidos historicamente como objetivo de atender a intencionalidade dosdiversos atores. Procura analisar a formaçãosocioespacial do Ceará e os sucessivos sistemastécnicos, reforçando o papel do espaço comoinstância capaz de influenciar diretamente aspossibilidades do lugar e a dimensão espacialdo desenvolvimento. Focaliza especial atençãoàs novas estratégias de desenvolvimentoindustrial e gestão pública, engendradas noterritório cearense no final da década de 80.

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Dissertações de Mestrado

Dissertações de Mestrado

O Céu aberto na terra: uma leiturados cemitérios de São Paulo na

Geografia Urbana

Eduardo Coelho Morgado Rezende

Orientadora: Profª. Dra. Amélia Damiani

A presente dissertação de mestradotratou os cemitérios da cidade de São Paulo,desde os primeiros sepultamentos nas igreja-cemitérios (século XVI) até os cemitérios atuais(construídos no século XX).

O nosso estudo seguiu dois caminhos, ode verificar a gênese dos cemitérios esimultaneamente os interesses envolvidos nainstalação dos mesmos (formação de patrimônioe valorização do espaço).

As tipologias cemiteriais são datadas eespecíficas das configurações espaciais,estudamos as seguintes tipologias econfigurações espaciais: igreja-cemitério, – acidade como centralidade da Igreja – cemitériopúblico, - espaço da cidade como centralidade– cemitério público geral (sem concessão dejazigo), - centralidades periféricas.

Interações entre a atmosfera e asuperfície terrestre: variações datemperatura e umidade na bacia B

do Núcleo Cunha (IF) – SP.

Gustavo Armani

Orientador: Prof. Dr. Emerson Galvani

Os objetivos desta pesquisa são: a)compreender como a temperatura do ar e aumidade relativa na bacia B do Núcleo Cunha(IF) estão relacionadas aos controles climáticos(altitude, declividade e orientação dasvertentes, vegetação, a configuração do céu,etc.); b) entender qual a importância de cadacontrole climático nas variações de temperaturae umidade relativa sob a ação de diferentessistemas atmosféricos.

A Reprodução do Espaço naPeriferia da Metrópole e a Lógica

da Propriedade Privada

Penha Elizabeth Pacca

Orientadora: Profª. Drª. Amélia Luisa Damiani

O presente trabalho procura compreendera produção e a reprodução do espaçometropolitano, abordando a problemática daevolução da propriedade privada da terra noBrasil e em particular na cidade de São Paulo.

A análise constitui na aferição da formaçãodo espaço metropolitano tendo por objeto

investigativo três assentamentos irregulareslocalizados no vetor nordeste do município. Osloteamentos originaram-se em tempos históricosdiferentes desenvolvendo processos deformação e apropriação do espaço que foramdiversos entre si. A avaliação dos processos dasocupações é analisada por meio da apreciaçãoda vida cotidiana do homem comum.

Dois momentos são marcantes no estudo:o cotidiano como momento precípuo para arealização da apropriação do espaço e areconstrução do espaço urbano por meio dasrelações sociais e culturais as quais possibilitama identidade desse espaço, revelando-o comobairro

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Teses de Doutorado e Dissertaçõesde Mestrado Defendidas (1º e 2º Semestres de 2004), pp. 215 - 232 223

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Os controles microclimáticos produzemalterações no ritmo da temperatura e daumidade relativa de diferentes formas e grausde importância em função do sistemaatmosférico atuante. Entretanto, a combinaçãode controles climáticos específicos pode criarambientes que mantém o ritmo da temperaturae umidade mais “estável”, independente dosistema atmosférico que estiver atuando. Aágua no solo desempenha um papelfundamental na minimização das variações datemperatura e da umidade em ambientes

específicos. A vegetação também desempenhaum papel importante no controle dos valoresde umidade relativa, sendo mais relevante quea declividade e a orientação da vertente.

As unidades climáticas da Bacia B foramdelimitadas como síntese de todas as interaçõesentre os atributos e controles climáticos. Oconceito de unidade climática como um espaçoonde a interação entre os atributos e controlesclimáticos tem uma certa homogeneidadepermitiu a delimitação de quatro topoclimas emuitas unidades microclimáticas na bacia B.

Um Método Preliminar ParaElaboração de Mapa de Risco à

Saúde da População PorContaminantes Atmosféricos: o

Caso de São José dos Campos - SP

Renata Sampaio da Silva

Orientador: Prof. Dr. Tarik de Azavedo

Esse trabalho tem como objetivodesenvolver um método preliminar paramapeamento das áreas de risco à saúde dapopulação por contaminantes atmosféricos.Elaborou-se um estudo da poluição do ar na áreaurbana de São José dos Campos, identificando

as principais fontes poluidoras, analisando suadistribuição no espaço geográfico e a populaçãopor ela influenciada. Com as informaçõesrelacionadas identificou-se os locais de maiorrisco de danos à saúde da população. O mapade áreas de risco foi elaborado a partir dosseguintes parâmetros: localização das fontespoluidoras e sua área de influência; volume depoluentes por elas emitidos; locais favoráveise desfavoráveis à concentração de poluentes;direção predominante dos ventos; locais deconcentração populacional; e característicassócio-econômicas da população. Este mapa sepropõe a apresentar uma síntese do trabalhoanalítico, sobretudo qualitativo, correlativo einterpretativo, sobre os elementosconsiderados.

Agenda 21 Escolar: Um Projeto deEducação Ambiental para a

Sustentabilidade

Débora Olivato

Orientadora: Profa. Dra. Magda A. Lombardo

O presente trabalho visou a análise daimportância da inserção da educação ambientalna escola pública, com ênfase no estudo daAgenda 21 Escolar.

Buscou-se, assim, avaliar a viabilidade deaplicação em instituições de ensino de nívelbásico, de uma proposta organizada no âmbitoda ONU e ratificada por 179 países, a Agenda21 Global. Este documento propõe, entre outrostópicos, a elaboração de agendas desustentabilidade em diversas escalas – nacional,estadual, e local -.

Tendo como base o conceito deinterdisciplinaridade, inerente a projetos/programas de educação ambiental, buscou-seavaliar se esse tipo de trabalho consegue

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ampliar o entendimento das questões sócio-ambientais em escala local pelos diversossujeitos envolvidos (alunos, professores,funcionários, direção, pais, comunidade local,órgãos públicos, etc.), bem como estimular aparticipação e o envolvimento da comunidadeescolar na busca de soluções para os seusproblemas, tal como sugere o referidodocumento.

Foi efetuado um levantamento deinstituições de ensino, no Brasil e no exterior,que desenvolvem projetos educacionais combase na Agenda 21 Global.

Com o intuito de analisar e colaborar como processo de elaboração e implantação doprojeto Agenda 21 Escolar, foi escolhida umaescola pública de ensino médio, a EE Rui Bloem,localizada no município de São Paulo, para arealização de uma pesquisa participante.

Metrô chega ao Centro da Periferia- estudo do Concurso Público

Nacional de Reconversão Urbanado Largo da Batata e da OperaçãoUrbana Faria Lima em sua nova

fase

Ricardo Baitz

Orientadora: Profª. Dra. Amélia Luisa Damiani

Esse estudo recupera a história daformação do privado e de seu antônimo formal,o público, para discutir o processo deurbanização em sua fase avançada: o SoloCriado, a Operação Urbana Consorciada, oDireito de Superfície, a Outorga Onerosa doDireito de Construir e demais figuras jurídicasintroduzidas pelo Estatuto da Cidade, de 2001.Como suporte material, a pesquisa localiza senum bairro paulistano, Pinheiros, e procuradesvendar um momento da Operação Urbana

Faria Lima: quando essa “chega” ao largo dePinheiros, trazendo um Concurso Públicojustificado pela implantação de uma estação demetrô servindo essa centralidade.

Mediante diversos instrumentos jurídicosa cidade ganha certa forma; e nesse aspecto, oprocesso de urbanização, além de jurídico, écompreendido enquanto um processo derealização econômica, realização que emmomento de crise generalizada acaba porredefinir as instituições, dando novos termosaos conteúdos políticos da sociedade (que sevolta ao gerenciamento sócio-espacial).

A ênfase desse estudo está em apontaresse processo enquanto lógica, ou melhor, sócio-lógica, que embora não reflita a sociedade,constitui naquilo que se esforça por realizar.Neste processo lógico, alicerçado na lógicaformal, a propriedade é continuamentefragmentada, abstraída, ainda que sob as novaslegislações se constitua enquanto uma “funçãosocial”, o que é aparentemente contraditório.

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Avaliação da exatidão deprocedimentos automáticos na

classificação do uso e dorevestimento da terra na região de

Cananéia

Carlos Tadeu de Carvalho Gamba

Orientador: Prof. Dr. Ailton Luchiari

A necessidade do homem de representaro meio físico tem crescido progressivamente aolongo de sua existência. Entretanto, por maisque cartografia tenha evoluído nas últimasdécadas, nada se compara à realidade atual. Oincremento de novos recursos fotográficos, asinovações tecnológicas da informática e avariedade de veículos orbitais que imageiam aTerra, trouxeram ao nosso cotidiano um rol detecnologias que nem sempre nos dão a chance

Dissertações de Mestrado

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de avaliá-las por completo. Partindo destapremissa, o trabalho teve como objetivoprincipal avaliar os resultados obtidos com osclassificadores automáticos, baseados naconcepção Fuzzy e da Máxima Verossimilhança,no mapeamento do uso e do revestimento daterra da região do município de Cananéia.

As classes de uso e revestimento da terraforam definidas com base nos níveis 1 e 2, daproposta de Anderson et alli (1979). Para odesenvolvimento da pesquisa foram utilizadasas imagens obtidas pelo sensor ETM+ doLANDSAT 7 (Bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7) e ossistemas de informações geográficas IDRISI 32e ARCGIS 8.0.

Como resultado, obtivemos mapas comboa separação de classes no nível 1, emdetrimento de mapas com considerável confusãode classes no nível 2. Ainda assim os resultadosse mostraram muito animadores em virtude dosíndices de aceitação observados. Além disso,identificamos um grande potencial dosclassificadores baseados na concepção Fuzzy,na individualização das classes de uso e dacobertura da terra. Quanto às classificações,concluímos ser praticamente impossívelobtermos, a partir de imagens geradas pelosatélite LANDSAT 7, resultados satisfatórios paranível 2 da legenda proposta por Anderson etalli (1979).

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Cenários e implicações sócio-espaciais do Rodoanel Mário Covas

Jose Roberto Goes Barroso

Orientador: Prof. Dr. Francisco Scarlato

Este trabalho é um estudo teórico-empírico que aborda o processo de constituiçãoe adensamento da mancha urbana da RMSP apartir de um dos seus novos elementosestruturadores: o Trecho Oeste do RodoanelMário Covas. Neste sentido, o autor analisacriticamente o processo de metropolização daGrande São Paulo, com destaque ao período de1997 (anúncio oficial do empreendimento) a2004. A partir deste elemento e de suasmediações fundamentais (sociedade civil,natureza, Estado, empresas de logística, entreoutras) procura-se reconstruir o movimento daFormação Econômico-Social e Espacial de SãoPaulo.

Mesmo sendo um processo aindaembrionário e uma análise restrita a umsegmento significativo, procuram-se indicadoresque possam projetar futuras mudanças ecenários na evolução da mancha urbanametropolitana, introduzidas ou induzidas pelo

poder urbanizador deste trecho do ‘anel viáriode contorno à RMSP’.

A metrópole é abordada a partir de umaanálise que privilegia seus múltiplos fixos efluxos. Desta maneira, emergem nesta análisealguns eixos temáticos fundamentais:

a) As implicações sociais do processo deimplantação da rodovia em determinadasporções da conurbação Osasco x Carapicuíba.Destacam-se os processos sociais e espaciaisvivenciados por grupos de moradoresreassentados, protagonistas marginalizados daideologia da ‘via expressa de passagem’;

b) O movimento de transferência dealguns importantes CD’s (Centros deDistribuição) e outros fixos do capital produtivohegemônico e a mercantilização do espaçoimprimida pelo setor imobiliário;

c) As implicações ambientais do processode implantação da rodovia ao longo da sub-bacia do Ribeirão Carapicuíba;

d) A ação do Poder Público através daDERSA, indutora de novos fluxos e fixos emáreas periféricas da metrópole.

Em um contexto onde o planejamentourbano oficial muitas vezes desconsidera outrata como unidades matemáticas o habitantee a natureza, torna-se extremamente relevanteo resgate dos amplos sentidos humanos eambientais do território.

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226 - GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, 2004

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Análise de séries temporaishidrológicas em microbacia com

cobertura vegetal natural de MataAtlântica, Cunha – SP.

Valdir Cicco

Orientadora: Profa. Dra. Sonia Furian

Utilizou-se a microbacia hidrográficaexperimental D do Laboratório de HidrologiaFlorestal Engº Agrº Walter Emmerich, localizadono Parque Estadual da Serra do Mar – NúcleoCunha, junto às cabeceiras do rio Paraibuna, umdos formadores do rio Paraíba do Sul, paraavaliar em termos quantitativos a entrada e asaída de água, via precipitação e deflúvio aolongo dos anos hídricos de 1983 a 1998. Astendências nas séries temporais da precipitaçãoe do deflúvio, mensais e anuais, foramanalisadas pelos testes estatísticos nãoparamétricos de Mann-Kendall e Pettitt. Aevapotranspiração real anual foi estimada pelosmétodos de Thornthwaite e Matter (1955) e oBalanço de Massa, bem como aplicado os doistestes estatísticos no segundo método. Osresultados indicaram uma precipitação e umdeflúvio médio anual de 2.205,5 mm e 1.528,2mm, respectivamente. Existe uma variação entreo período de abril a setembro, e de outubro amarço. No período de abril a setembro ocorreuum predomínio do deflúvio, com exceção para omês de setembro, enquanto para o período deoutubro a março a precipitação superou odeflúvio. Através do teste de Mann-Kendall, aprecipitação anual apresentou tendêncianegativa e estatisticamente significativa para onível de 10% nos anos hídricos de 1992, 1993 e

1998. Para o teste de Pettitt o ponto demudança brusca na média ocorreu no ano de1989, mas não apresentou valor significativo.Para o deflúvio anual não foi verificadatendência. Os dois testes não apresentaramsignificância estatística. A mudança na médiaocorreu em 1989, resultado semelhante ao daprecipitação, mostrando coerência dosresultados. A precipitação mensal no período deoutubro a março para o teste de Mann-Kendall,foi estatisticamente significativa para o nível de5% somente no mês de outubro, nos anoshídricos de 1985 e 1986. Para o teste de Pettittnão ocorreram valores estatisticamentesignificativos. No período de abril a setembro,os testes apresentaram tendência negativa eestatisticamente significativa somente no mêsde abril. Para o deflúvio mensal no período deoutubro a março, o teste de Mann-Kendallapresentou valor significativo para o nível de5% em novembro de 1985, e para Pettitt nãohouve significância estatística. No período deabril a setembro, o deflúvio apresentoutendência negativa e foi estatisticamentesignificativa nos meses de junho e julho paraMann-Kendall e, para o nível de 10% no mês dejulho no teste de Pettitt. As estimativas daevapotranspiração média anual pelos métodosde Thornthwaite e Matter e do balanço demassa foram, respectivamente; 775,15 mm(35,15%) e 677,3 mm (30,7%) da precipitaçãototal, mostrando uma discrepância entre osmétodos de 14,4%, entretanto, a microbacia Dapresentou baixas taxas de evapotranspiração.Para os dois métodos a evapotranspiração nãofoi estatisticamente significativa, mostrando umatendência levemente tendência positiva no finalda série temporal. Pelo teste de Pettitt, o pontode mudança brusca na média ocorreu em 1992.

A Construção do Conceito deEspaço Geográfico Por Meio do Uso

de Documentos

Jerusa Vilhena de Moraes

Orientadora: Profa. Dra. Sonia Castellar

Nessa dissertação, pretendo investigar arelação entre ensino e pesquisa por meio doestudo de uma metodologia de ensino deGeografia, que possibilite o entendimento daorganização e produção do espaço geográficoe a construção desse conceito em sala de aula

Dissertações de Mestrado

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Teses de Doutorado e Dissertaçõesde Mestrado Defendidas (1º e 2º Semestres de 2004), pp. 215 - 232 227

mediante o uso de materiais de base e fontesprimárias.

A pesquisa, realizada na 7ª série doEnsino Fundamental II em uma escola estadualda cidade de Jundiaí, partiu de observações emsala de aula para analisar a utilização dosmateriais didáticos. Ao mesmo tempo,realizamos entrevistas com a professora e osalunos, cujo objetivo era conhecer a dinâmicadas relações do processo de ensino e deaprendizagem e leitura e análise dedocumentos, necessários para uma proposta demetodologia de ensino de Geografia. Em umasegunda etapa, realizamos oficinas com osalunos para que eles pudessem construir o

conceito científico de ‘espaço geográfico’. Osmateriais de base utilizados foram quatroplantas cartográficas da cidade de Jundiaí (dosanos de 1657, 1888, 1893 e 2001) e as fontesprimárias foram três livros de memorialistas ecatorze fotografias da cidade (século XIX e XX).

Por existirem hoje diferentes concepçõesa respeito de aprendizagem e currículo,entendemos que essa pesquisa, baseada nateoria da aprendizagem significativa deAUSUBEL, contribui para o ensino de Geografia,já que o trabalho com conceito de espaçogeográfico em sala de aula é fundamental parase entender a relação entre sociedade e formasde produção.

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Povos Indígenas Do Cerrado,Territórios Ameaçados

Terras Indígenas Xavantes:Sangradouro/Volta Grande e São

Marcos

Maria Lúcia Cereda Gomide

Orientadora: Profª Dra. Regina Almeida

Esta pesquisa tem como enfoque a terraindígena Xavante de Sangradouro/Volta Grande,localizada nos cerrados do Mato Grosso.

Os objetivos deste trabalho são:entender a concepção Xavante de território, ea sustentabilidade do mesmo frente adevastação do cerrado, e ainda discutir umaproposta de recuperação das matas ciliares ede cerrado no entorno da terra indígenaSangradouro/Volta Grande (MT).

Nesta proposta foi discutida a estratégiados corredores, e a conservação/recuperaçãodas cabeceiras dos rios que drenam esta terraindígena. Para tanto utilizamos das análisesde imagens de satélite Landsat TM, e trabalhode campo.

Camburi, Território de Negros,Brancos e Índios no Limite do

Consenso Caiçara. Transformaçõesde uma população Tradicional

Camponesa.

Simone Rezende da Silva

Orientador: Prof. Dr. Ariovaldo de Oliveira

O presente trabalho pretende discutir osproblemas vividos pela comunidade de Camburi/

Ubatuba-SP, uma populações tradicionalcamponesa em cujo território foi instalada umaUnidade de Conservação Ambiental, iniciandoum processo de expropriação prática e simbólicade suas terras/território, modo de vida e cultura.

A população de Camburi se autodenomina caiçara e nesta pesquisa foiconsiderada população tradicional camponesa.Agricultores/pescadores instalados nesseterritório há quase 200 anos quando seusancentrais, escravos fugido, fundaram ali a“terra da liberdade”, o tiveram transformado emU.C.A. em 1979 com a instituição do Núcleo

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228 - GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, 2004

Picinguaba do PESM, fato que interferiudrasticamente em seu modo de vida e cultura,pois desde então esta população passou a umasituação de ilegalidade visto que em um parquenão podem haver moradores e nada pode serplantado ou coletado.

Devido a essa origem ligada ao “tempoda escravidão” Camburi pode ser legalmenteconsiderado um território de comunidaderemanescente de quilombo, e portanto, seria

retirado dos limites da U.C.A. Contudo, a maiorparte de seus moradores rejeita assumir aidentidade quilombola em detrimento da caiçarapor eles constituída ao longo desses quase 200anos.

Portanto, mesmo diante das dificuldadesexistentes esta população persiste,reinventando a cada dia seu modo de vidalutando para permanecerem em seus territóriose continuarem a ser caiçaras.

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Dissertações de Mestrado

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A aprendizagem docente deconceitos elementares da geografiafísica e da cartografia de base : umestudo de caso na região do Campo

Limpo-SP

Ana Lúcia de Araújo Guerrero

Orientadora: Profª. Dra. Sônia Castellar

Neste estudo objetivamos identificar eanalisar a articulação de conhecimentos emGeografia e Cartografia por parte de docentesdos níveis fundamental e médio. A hipótesecentral consistia em verificar que o nível deapropriação conceitual em Geografia Física eCartografia de Base de um grupo de professoresde Geografia do Município de São Paulo,principalmente no que concerne à Cartografia eà Geografia Física, pois acreditamos que tal nívelé insuficiente para o exercício de articulações ecorrelações implicadas no processo de ensino eaprendizagem dessa disciplina escolar. Um dos

nossos pressupostos era que a aprendizagemsignificativa em Geografia seja promovidaquando os professores e alunos compreendem,estabelecem e utilizam no seu dia-a-diacorrelações entre aspectos naturais e sociaiscontextualizados na escala temporal. Taiscorrelações podem ser viabilizadas pordocumentos cartográficos e iconográficos. Estapesquisa está configurada no campo dosestudos qualitativos interpretativos emEducação e, para atender às exigências dessametodologia, aplicamos atividades deaprendizagem com professores de Geografia doNúcleo de Ação Educativa 05 num curso deformação continuada. A análise dos resultadosobtidos está pautada em dois pontos relevantespara a formação docente: conceituação emetodologia do ensino, para os quais utilizamosas bases teóricas da Psicologia Sociocultural deVygotsky, da Teoria da AprendizagemSignificativa de Ausubel, da Teoria Psicológicada Atividade de Leontiev e a sistematizaçãoconceitual de geógrafos que se dedicaram aosestudos da natureza e da linguagemcartográfica

O espaço de trabalho a partir dastransformações na fábrica

Gilberto Cunha Franca

Orientador: Prof. Dr. Ariovaldo Oliveira

O mundo do trabalho no Brasil passou porimportantes transformações produtivas,cotidianas e políticas, desde a década de 1990.Esta dissertação pretende estudar a dimensãoespacial dessas transformações, a partir doestudo de caso da General Motors do Brasil,fábrica localizada em São José dos Campos (SP).São abordadas a situação produtiva do trabalho

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Teses de Doutorado e Dissertaçõesde Mestrado Defendidas (1º e 2º Semestres de 2004), pp. 215 - 232 229

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e a condição cotidiana dos trabalhadores nessafábrica. Em seguida, são apresentados osfenômenos de cooperação espacial do trabalhoe de expansão geográfica da indústriaautomobilística, por meio da subcontratação detrabalho acabado e do deslocamento industrial.

Por fim, é abordada a fragmentação social epolítica do operariado, decorrente, não só dasmudanças produtivas e espaciais, mas,sobretudo das mudanças políticas provenientesdo Estado e do movimento sindical, as quaisminaram a unidade do operariado desde o chãode fábrica.

A formação docente e a construçãodo conceito cartográfico

Sonia Maria Munhões Romano

Orientadora: Profª. Dra. Sonia Castellar

Esse trabalho apresenta umainvestigação sobre a compreensão dosconceitos da alfabetização cartográfica comdestaque para os de visão vertical e visãooblíqua, importantes para o ensino da Geografiaescolar.

Nossas hipóteses se fundamentamprincipalmente na importância de osprofessores adquirirem os conceitoscartográficos, para que consigam mediar esseconhecimento junto ao aluno. Por meio de umalinguagem adequada e compreensível para afaixa etária com que trabalha, o docente facilitaa compreensão dos aspectos geográficos e,conseqüentemente, o mais importante, alinguagem do mapa.

A linguagem destes é relevante para queos alunos das séries iniciais possamcompreendê-la e decodificá-la, passando desimples leitores para, também, construtoresdessa linguagem. Dessa forma, poderãoanalisar as relações sociais, políticas eeconômicas refletidas na organização doespaço. O mapa apresenta-se assim como umachave e ferramenta fundamental paraespacializar esse fenômeno.

A pesquisa foi realizada numa escolaestadual, no município de São Paulo, com 15professoras do ensino fundamental I, queparticiparam de várias oficinas, nas quaisadquiriram conceitos importante para o ensinode geografia para os alunos das séries iniciais.

Dessa forma, os resultados obtidos nessainvestigação - um salto qualitativo a partir dasoficinas - comprovam que a formação inicial oucontínua dos professores, deve ser um meio dese aprimorar os trabalhos em sala de aula,levando a uma aprendizagem mais pautada noconcreto e na aquisição de conhecimentos pormeios prazerosos e não simplesmentebaseados em memorização.

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A geografia das lutas metalúrgicasno ABC paulista na virada dos anos

70 do século XX

Nádia Aparecida Lopes de Camargo

Orientadora: Profª Dra Lea Francesconi

A região do ABC paulista foi marcada porelevada concentração de população operária,

desde as primeiras décadas do século XX eacentuadamente nos anos 50 e 60 com ainstalação das montadoras. O ordenamentoespacial relativo à distribuição e localização dasfábricas, combinado ao momento político eeconômico dos anos 70 e 80, potencializaram aemergência de greves que impulsionaram areorganização do movimento sindical. Após maisde 20 anos, esse passado reverbera namemória social do país através da eleição doprimeiro presidente operário da nossa história

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230 - GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, 2004

- Luís Inácio Lula da Silva, que construiu-seenquanto referência naquele processo. Hoje, nocontexto de uma acelerada reestruturação doCapital, cujos impactos tem sido devastadorespara a população trabalhadora, a região do ABCatravessa profundas transformações que seexpressam em inúmeras fábricas fechadas egalpões abandonados, o que denunciam umaredução crescente do contingente operário daregião. Uma transformação que concorre paraapagar a memória daquelas lutas operárias.Pela leitura geográfica percebemos apossibilidade de contribuir com a sua

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preservação. Através de relatos de antigosativistas sindicais desvendamos locais dereuniões e assembléias, piquetes em fábricas eem principais eixos viários. Naquele momento,o próprio arranjo espacial funcional paraviabilizar a acumulação do Capital, serviu parao avanço da luta dos trabalhadores. Além disso,a extensão das atividades para os bairros,sobretudo, apoiadas na estrutura dasparóquias, permitiu ampliar a territorialidade daluta, contribuindo para o enfraquecimento doregime militar

Dissertações de Mestrado

A comunidade caiçara no processoda reclassificação da reserva

ecológica da Juatinga

Lucia Cavalieri

Orientador: Prof. Dr. Ariovaldo Oliveira

A Reserva Ecológica de Juatinga é umaunidade de Conservação localizada no municípiode Paraty, estado do Rio de Janeiro. Abriga,além de uma grande diversidade biológica e depaisagem, especialmente ecossistemasflorestais e litorâneos, uma comunidade caiçaracom mais de 300 famílias vivendo

tradicionalmente. Essa comunidade vivenciou,da década de 50 até a década de 80, uma forteespeculação imobiliária e a chegada de grileiros.A partir da década de 90, somados aosproblemas fundiários surgiram conflitosambientais devido à criação de uma Unidade deConservação de natureza non edificandi.Atualmente, além dos desdobramentos dachegada dos grileiros, dos turistas e da Unidadede Conservação (há um Plano de Gestão emelaboração), os moradores enfrentam mais umdesafio: continuar na sua terra por meio dareclassificação da Unidade, prevista em leifederal de 2000.

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Direita...Esquerda ....Á Direitade...Á Esquerda de...

As Habilidades Cognitivas dedescentração, conservação e

reversibilidade do pensamento esua importância na construção das

noções Geocartográficas deLateralidade e Localização

Espacial.

Luciana Gonçalves da Silva

Orientadora: Profª Dra. Sônia Castellar

Esta dissertação é uma reflexão sobre osprocessos cognitivos presentes na construçãodas noções e conceitos de lateralidade (direitae esquerda) e localização espacial.

Para a Geografia é importante que acriança desenvolva a habilidade de saberlocalizar-se e localizar pessoas, objetos,fenômenos e outros lugares, bem como aprendaa utilizar os diversos referenciais de orientaçãoespacial. Assim, para que esse conhecimentose torne significativo, é essencial que aAlfabetização Geocartográfica aconteça desdeas séries iniciais do Ensino Fundamental Imediante o uso de atividades envolvendo o

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Teses de Doutorado e Dissertaçõesde Mestrado Defendidas (1º e 2º Semestres de 2004), pp. 215 - 232 231

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corpo da criança e os objetos próximos a ela, eque posteriormente avance para referenciascada vez mais complexos e abstratos.

Com o objetivo de diagnosticar osconhecimentos prévios e a habilidadescognitivas que as crianças possuem em relaçãoàs essas noções foi aplicado um jogo comsituações-problema. A metodologia clínica foiescolhida por permitir a atuação direta dacriança sobre o jogo e sua interação com a

examinadora e com os outros colegas notrabalho em grupo.

Considerando que é na escola que acriança aprende e desenvolve as noções ehabilidades cognitivas referentes à lateralidadee localização espacial é necessário que oprofessor conheça as fases de seudesenvolvimento cognitivo e utilize umametodologia de ensino adequada e significativa.

Da cidade e dos lugares desegregação na cidade: no Rio de o

Programa Social da MangueiraJaneiro

Vania Regina Boschetti

Orientadora: Profª Dra. Amália Inés Lemos

Este trabalho faz um estudo do ProgramaSocial da Mangueira, procurando entendê-loenquanto ação direcionada ao atendimento decrianças e jovens moradores das favelas queformam o Complexo da Mangueira, na cidadedo Rio de Janeiro.

Inicialmente, analisa a problemáticaurbana carioca nos seus aspectos maisintensos: o espaço, as desigualdades sociais,a segregação, a violência, música popular e asEscolas de Samba que têm nas favelas oexemplo de maior concretude.

A seguir situa no universo dascomunidades, as alternativas mobilizadoras deuma nova prática social. Essa mobilização éproveniente da iniciativa local, agregada àsmúltiplas parcerias que por meio de projetosesportivos e culturais procuram assegurar odesenvolvimento pessoal, a formação para otrabalho e a construção de novas expectativasde vida.

Por fim estuda o Programa Social daMangueira em toda a sua especificidade , origem, organização , pressupostos e efetivação depolíticas de parcerias. O Programa em seusdezessete anos de atividades, revela namultiplicidade dos projetos e na ação contínuade seus integrantes, uma preocupação socialque ultrapassa a mera perspectiva assistencialao considerar o ser humano na sua condiçãomaior: possibilidade de usufruir dos seusdireitos como pessoa e como cidadão.

?????Mercado De Trabalho Em ViveirosDe Citros No Estado De São Paulo

E Triângulo Mineiro (MG)

Celma da Silva Lago Baptistella

Orientadora: Profª. Dra. Rosa Ester Rossini

Para que o Brasil se mantenha na posiçãode principal exportador de suco concentradocongelado de laranja um dos quesitos é terpreços competitivos e acessíveis a maiorescontigentes de consumidores. Esse cenáriopassa, obrigatoriamente, pelos custos daprodução agrícola cuja produtividade dependede mudas de qualidade. Para obter essa muda,além de investir em capital tecnológico,melhoramento genético, etc, faz-se necessário

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232 - GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, 2004

habilitar e treinar pessoas para assumirem talsegmento de maneira equilibrada e competitiva.O setor viveirista foi escolhido como tema destatese por estar sofrendo grandes mudançasestruturais nas formas e normas de produçãode mudas, nos empresários que dirigem osempreendimentos viveiristas e na ocupação demão-de-obra trabalhadora. As regiõesescolhidas para estudo foram o Estado de SãoPaulo e o Triângulo Mineiro (MG) onde se localizaa maior concentração de viveiros de citros noBrasil. Para obter os resultados e traçar o perfilsócio-econômico dos indivíduos foram

elaborados questionários específicos e astécnicas utilizadas foram amostrasprobabilísticas estratificadas em dois estágios.As análises dos informes indicaram que emperíodo diminuto de tempo o setor reorganiza-se. As formas rudimentares de produção eabsorção da força de trabalho dão lugar a umaprodução altamente embasada na ciência e natecnologia, os espaços necessários à produçãotransformam-se em estruturas fixas onde osefeitos edafo-climáticos e os ritmos dostrabalhos são controlados e planejados. Osprodutores que não assimilarem a nova ordemficarão excluídos do setor.

Dissertações de Mestrado

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