geografia | ensino médio - 1º ano

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UNIDADE TEMÁTICA 1 O espaço e a natureza Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Geografia E N S I N O M É D I O 1.ª SÉRIE

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Livro de Geografia do Sistema de Ensino Futuro. Ensino Médio - 1º Ano.

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Page 1: Geografia | Ensino Médio - 1º Ano

UNIDADE TEMÁTICA 1

O espaço e a naturezaMódulo 1

Módulo 2

Módulo 3

Módulo 4

Geografia

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Gênese, evolução e transformação do relevo terrestre iidade e evolução da Terra

A questão da idade da Terra vem sendo objeto de especu-lação desde tempos remotos. Atualmente calcula-se que essa idade gire em torno de 4,5 a 5 bilhões de anos. Só foi possível chegar a essa conclusão com a descoberta da radioatividade de alguns elementos, que permitiu calcular a idade das rochas que formam a crosta terrestre. Na Groenlândia, foram encon-tradas rochas de 3,8 bilhões de anos, o que levou a concluir que a Terra tem entre 4,5 e 5 bilhões de anos, tempo decorrido desde a sua formação, em estado gasoso e superaquecido, até a solidificação das primeiras rochas. Além disso, um meteorito do Arizona foi datado em 4,6 bilhões de anos. Como se supõe

que os planetas e os meteoritos se formaram juntos, acredita-se que essa é a idade aproximada da Terra.

eras GeológicasApós a sua formação, a Terra passou por um longo

período de resfriamento, transformando-se de uma massa gasosa aquecida em um planeta dotado de ar, água, rochas, minerais e solo, isto é, de todas as condições que tornaram possível a existência da vida.

Para sistematizar o estudo, dividiu-se a evolução da Terra em eras, períodos, épocas, idades e fases.

Evolução física ou estrutural da terraEras Características Gerais Acontecimentos no Brasil

CENOZÓICA Quaternário: aparecimento do homem, glaciações Terciário: mamíferos, formação dos dobramentos

modernos (Alpes, Andes, Himalaia, Rochosas)

Quaternário: formação das bacias sedimentares (litoral, pantanal, Amazônica)

Formação das bacias sedimentares terciárias Atividade vulcânica com a formação de ilha

oceânicas (Fernando de Noronha, Trindade, etc.)

MESOZÓICA Répteis gigantescos, mamíferos e aves Intensa atividade vulcânica Início da separação dos continentes Formação das bacias sedimentares e do petróleo

Atividade vulcânica no sul do país (derrames de lavas, formação de petróleo e dos terrenos basálticos que originaram o solo de terra roxa)

Bacias sedimentares

PALEOZÓICA Vida aquática, invertebrados Peixes, anfíbios e vegetação nos continentes Desenvolvimento do processo de sedimentação Formação de jazidas carboníferas

Formação de bacias sedimentares antigas Soterramento de florestas e formação do carvão

mineral no sul do país

PRÉ-CAMBRIANA(Proterozóica e Arqueozóica)

Seres unicelulares (algas e bactérias) Formação de escudos cristalinos (rochas

magmáticas e metamórficas) Formação de minerais metálicos Formação das rochas mais antigas (magmáticas) e

dos dois primeiros continentes

Formação dos escudos cristalinos (Brasileiro e Guiano) e das principais jazidas de minerais metálicos

Formação das serras do Mar e da Mantiqueira

AZÓICA Resfriamento da terra, ausência de vida Fontes: Leins, Viktor e AMARAL, sérgio estanislau do. Geologia geral.p.27; e ALMeiDA, Fernando F. de. os fundamentos geológicos. in: AZeVeDo, Aroldo de (org). Brasil, a terra e o

homem. são Paulo, nacional, 1968. v. i, p. 55-110

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o interior da Terra

A Crosta: É a camada superficial da Terra, com uma espessura que varia de 7 a 35 km, podendo chegar a cerca de 60 km nas regiões montanhosas. Na verdade, a crosta “flutua” nas camadas interiores, como um iceberg no oceano. Ou seja, somente uma parte da crosta está exposta.

O manto: Corresponde a mais de 80% do volume total do planeta. Estende-se de uma profundidade de 10 a 80 km até aproximadamente 2.900 km; a região abaixo dos 1.000 km é conhecida como manto interior. O manto consiste em rocha aquecida, e a temperatura varia de 1.000 oC a 2.200 oC à medida que a profundidade aumenta.

O núcleo: No núcleo do globo a temperatura varia de 2.200 oC na parte superior até cerca de 5.000 oC nas re-giões mais profundas. Apesar da alta temperatura, a parte central do núcleo é formada de níquel e ferro em estado sólido – conseqüência da grande pressão do interior do planeta. O ponto central fica a 6.500 km da superfície.

Teoria da Deriva ContinentalA origem da teoria da Tectônica de Placas ocorreu no

início do século XX com as idéias visionárias e pouco conven-cionais para a época do cientista alemão Alfred Wegener.

Wegener dedicava suas pesquisas à comprovação de uma idéia baseada na observação de um mapa mundi no qual as linhas da costa atlântica e da América do sul e África se encaixavam como um quebra cabeças gigante.

Além do contorno dos continentes, outras evidências reforçavam a teoria de Wegener. No Brasil e na África foram encontrados fósseis de plantas e de animais semelhantes, que não poderiam ter se desenvolvido de modo independente. O mesmo ocorreu na América do Norte e no oeste da Europa. Wegener agrupara os continentes, desenhando-os como um só bloco, próximos ao pólo sul, porque as rochas do Período Carbonífero estavam cobertas de gelo, evidenciando a situa-ção polar dessas massas continentais. Marcas deixadas pelas geleiras indicavam que elas se moviam a partir da África.

De fato, supõe-se que as massas menos densas e mais leves do sial flutuam e se deslocam no substrato mais denso do sima até que ocorra um equilíbrio das camadas. Esse fenômeno recebe o nome de isostasia (iso, “igual”; stásis, “equilíbrio”).

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Os cientistas supõem que a América do Norte estava ligada à Eurásia (Europa e Ásia) e a América do Sul estava ligada à África. A Austrália e Antártida também estavam uni-das ao mesmo conjunto, e a Índia, por sua vez, encaixava-se perfeitamente entre a África e a Austrália atuais.

De acordo com a teoria de Wegener, no final do Pe-ríodo Carbonífero existia uma única e gigantesca massa continental, que ele denominou Pangéia (pan “todo”; gea, “terra”), da qual teriam resultado, inicialmente, dois continentes menores.

A colisão dos continentes e a compressão de suas bordas deram origem às grandes cordilheiras atuais, tais como as Montanhas Rochosas e os Andes (no oeste da Américas), os Alpes e o Himalaia (no sul da Eurásia), a cadeia do Atlas (no norte da África), etc.

Uma parte das ilhas e dos arquipélagos são fragmentos deixados para trás durante o deslocamento dos continentes. As ilhas continentais, como as ilhas Britânicas ou de Madagáscar, estão sobre a plataforma continental ou são restos de antigos continentes. As ilhas isoladas ou oceânicas são as que aparecem em meio ao oceano, não tendo relação direta com os continentes. Podem ser de origem vulcânica ou biológica. Alguns exemplos são a Nova Zelândia e as ilhas ao leste da Ásia.

Na época em que foi apresentada, a teoria de Wegener

não foi aceita, pois não havia indicação de que os continentes se movessem nem uma explicação razoável para tal fato.

Teoria da tectônica de placasNovos estudos e descobertas geológicas levaram à Teoria

da Tectônica de Placas, que considera que a crosta terrestre ou litosfera está dividida e se movimenta em grandes placas, denominadas placas tectônicas. Essa teoria praticamente comprovou a de Wegener e conseguiu explicar como esse processo ocorre.

Analisemos algumas das evidências e descobertas que vieram comprovar a Teoria da Tectônica de Placas.

Como o desenvolvimento da sondagem acústica, pôde-se conhecer o fundo oceânico. Realizou-se o mapeamento das dorsais submarinas, cadeias montanhosas submersas cujos picos mais altos emergem formando ilhas, como por exemplo a Dorsal MesoAtlântica, uma longa cadeia de montanhas submarinas que se estende de norte a sul, no Atlân-tico.

A distribuição das áreas de vulcanismo e de terremo-tos coincide com as dorsais submarinas e acompanha as grandes cadeias de montanhas dos continentes.

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Grandes falhas geológicas nessas regiões confirmam a Teoria da Tectônica de Placas. O movimento dessas imensas placas está ligado ao fenômeno vulcânico.

O território brasileiro ocupa uma posição central na Placa Sul Americana, área onde em geral não se verificam terremotos intensos ou muitos vulcões. Esses dois fenômenos costumam ocorrer nas bordas das placas tectônicas.

No meio das cadeias oceânicas descobriu-se a formação de um assoalho novo. Materiais provenientes de regiões profundas jorravam das falhas no meio dos oceanos e empurravam duas placas, uma para cada lado, indicando que os oceanos estariam se abrindo. Recentemente, satélites comprovaram esse movimento, conhecido como expansão do assoalho oceânico e calculado em cerca de 2 centímetros por ano.

A partir da Teoria da Tectônica de Placas ficou fácil en-tender diversos fenômenos. Forças provenientes do interior da Terra fazem com que as placas se desloquem, provocando várias deformações e fenômenos em seus limites externos, como o surgimento de dobramentos, falhas, erupções vul-cânicas e terremotos. As áreas geologicamente instáveis da crosta terrestre (Andes, Rochosas, Himalaia, etc.) nada mais são do que o resultado de tais colisões ou seccionamentos das placas. Nesses choques, muitos sedimentos marinhos foram incorporados aos continentes.

A estrutura geológicaA estrutura geológica (conjunto e tipos de rochas que

formam o subsolo), a geomorfologia (formas de relevo) e

os demais elementos naturais (clima, vegetação, hidrografia) resultam da dinâmica processada e comandada pela própria natureza ao longo do tempo.

Bacias sedimentares, crátons e dobramentos

Do ponto de vista geológico, os continentes são formados por três tipos básicos de estrutura ou unidade geotectô-nica: as bacias sedimentares, os crátons ou blocos cratônicos e os dobramentos ou cordilheiras.

As bacias sedimentares são depressões preenchi-das por detritos ou sedimentos provenientes das áreas vizinhas (montanhas, planaltos, etc.). Quando formada nas eras Paleozóica e Mesozóica, são consideradas antigas e em geral estão associadas à ocorrência de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, etc.). As bacias sedimentares recentes formam-se na Era Cenozóica.

Normalmente, as camadas de sedimentos depositados nas bacias estão dispostas de forma horizontal ou quase hori-zontal. Exemplos de bacia sedimentar: Amazônica, Parisiense, Russa e Australiana.

Os crátons ou blocos cratônicos são estruturas geológicas muito antigas, a base dos continentes, onde os montes originais sofreram forte erosão. Per-tencem à Era Pré-Cambriana, quando só existia uma única massa continental. Podem ser classificados em escudos cristalinos e plataformas.

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Escudos cristalinos: correspondem aos primei-ros núcleos de rochas emersas desde o início da formação da crosta terrestre. Por ação da erosão, afloraram, permanecendo expostos. Constituídos de rochas muito antigas (magmáticas e metamór-ficas), são áreas estáveis com relação à tectônica. Apresentam jazidas de minerais metálicos. Os principais escudos são o Canadense, Brasileiro, Guineano, Escandinavo e Siberiano.

Plataformas: correspondem às áreas cratônicas mais baixas, que foram recobertas de sedimentos, como a Plataforma Sul-Americana.

Os dobramentos resultam de enormes pressões exercidas no sentido horizontal contra as camadas de rochas mais elásticas, provocando-lhes o encurva-mento. Essa pressão ocorreu, por exemplo, quando os

A Evolução da Terra Principais acontecimentos As Eras A Pangéia – Sua Evolução As Principais Placas

1. sobre a estrutura da Terra, responda:

a) Quais são as grandes camadas que a formam?b) Por que não é homogênea?

2. o conceito de minerais faz referência, exclusivamente, à natureza. Contudo, o conceito de minérios está associado à economia e à história. Por quê?

continentes se separaram ou com a colisão de duas placas tectônicas, formando as cadeias montanhosas ou as cordilheiras.

Os dobramentos modernos são grandes curvamentos côncavos e convexos que existem desde a Era Cenozóica (Terciário), há aproximadamente 60 milhões de anos. Foram formados por movimentos tectônicos, também chamados de movimentos orogenéticos (provocados por forças do interior da Terra que atuam de modo lento e prolongado na crosta) e são responsáveis pela constituição de cordilheiras ou dobramentos (Alpes, Andes, Himalaia, Rochosas). Essas áreas são geologicamente instáveis e por isso estão sujeitas a vulcanismos e terremotos.

Os dobramentos antigos foram formados em eras geo-lógicas mais antigas, como a Pré-Cambriana e a Paleozóica.

Questões de AplicaçãoQuestões de AplicaçãoReunindo as IdéiasReunindo as Ideias

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1. A estrutura geológica, os tipos de rochas e de solos e a morfo-logia do relevo devem ser levados em conta na organização do espaço, pois estão relacionados com a(o):

i. ocorrência ou não de fenômenos como o vulcanismo e terremotos.

ii. ocupação e distribuição geográfica da população.iii. Traçado e implantação de rodovias e ferrovias.Assinale a opção que contém a(s) afirmativa(s) correta(s):a) Apenas i.b) Apenas ii e iii.c) Apenas i e iii.d) Apenas ii.e) Todas.

2. Com o desenvolvimento da Teoria das Placas Tectônicas, nos anos 60 e 70, fenômenos como o vulcanismo, os terremotos e a formação de cadeias montanhosas vêm tendo uma compre-ensão mais aprofundada. isto permite, inclusive, a previsão de eventos de alta intensidade destrutiva, conforme a possibilidade de que a Califórnia, nos próximos anos, venha a sofrer um grande terremoto, já que, nessa região, a crosta terrestre:

a) apresenta uma zona de encontro de placas tectônicas com expansão do assoalho oceânico;

b) se encontra profundamente fraturada pela formação de uma dorsal oceânica;

c) está sendo empurrada para baixo formando uma fossa abissal;

d) forma uma área de separação de placa com forte epirogênese;e) se divide em duas placas que deslizam paralelamente em

sentidos contrários.

3. os freqüentes terremotos que atingem a costa oeste dos estados Unidos e que geram a expectativa do “Big one” nas cidades da região são provocados:

a) pela intensa atividade vulcânica da região do “Círculo do Fogo”;

b) pelo desnível existente entre os oceanos Pacífico e Atlântico;c) pela existência de falhas geológicas no encontro das placas

do Pacífico e da América do norte;d) pela ocupação desordenada do solo;e) pelo deslocamento dos Montes Apalaches.

4. observe a escala do tempo geológico para identificar os proces-sos naturais que ocorreram, respectivamente, nas eras Paleozóica e Cenozóica.

Duração relativa das eras geológicas

Pré Cambriano

Mesozóica

Paleozóica

Cenozóica

a) Formação de jazidas carboníferas e dobramentos do tipo alpino-himalaio.

b) oscilações do nível do mar nos últimos períodos glaciais e formação das bacias petrolíferas do oriente Médio.

c) Configuração atual dos continentes e oceanos e dobramen-tos do tipo alpino-himalaio.

d) Formação das bacias petrolíferas do oriente Médio e soter-ramento das florestas que originaram o carvão mineral.

e) oscilações do nível do mar nos últimos períodos glaciais e configuração atual dos continentes e oceanos.

3. Por que as cordilheiras dos Andes, dos Alpes e do Himalaia, entre outras, são denominadas dobramentos modernos?

4. As bacias sedimentares são estruturas geológicas presentes em todos os continentes.

a) Caracterize esse tipo de estrutura geológica.b) Quais os recursos econômicos que as bacias sedimentares

podem abrigar?c) Qual é o tipo de movimento tectônico geralmente sofrido

pelas bacias sedimentares?

Anotações

Questões ComplementaresQuestões Complementares

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Tipos de RelevoO relevo corresponde às diversas configurações da

crosta terrestre (montanhas, planaltos, planícies, depressões, etc.) A altitude do relevo (distância vertical de um ponto em relação ao nível dos oceanos) é medida em metros e pode ser positiva (acima do nível do mar) ou negativa (abaixo do nível do mar).

Existem diversas classificações das formas de relevo. Elas consideram, entre outros elementos, a estrutura, a constitui-ção, as origens, o estágio ou idade. Em função das altitudes, da morfologia, dos processos dinâmicos predominantes em sua formação, o relevo pode receber as denominações de montanhas, planaltos, planícies e depressões.

Montanhas: áreas elevadas resultantes do choque de placas tectônicas.

Planalto: elevações de altitude variada, normalmente produzidas pela erosão de rochas sedimentares ou cristalinas, limitadas por superfícies rebaixadas em um dos lados.

Planícies: superfícies pouco acidentadas, mais ou menos planas, geralmente situadas a poucos metros do nível do mar, mas que podem ocorrer em altitudes maiores. Nessas áreas, os processos de deposição de sedimentos superam os processos de erosão. Por serem formadas pelo acúmulo contínuo de sedimen-tos, as planícies são áreas de relevo relativamente recentes.

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Depressões: áreas da superfície terrestre localizada em altitude inferior à das demais formas de relevo em volta, denomina-se depressão ou depressão relativa. Quando sua altitude fica abaixo do nível do mar, depressão absoluta.

Agentes internos do RelevoOs agentes internos (ou endógenos) do relevo são

processos estruturais, como o tectonismo, o vulcanismo, os terremotos e os abalos sísmicos, que atuam intensamente do interior para a superfície da Terra, às vezes com grande violência e rapidez, criando ou modificando a fisionomia do relevo. Esses processos estão relacionados ao movimento das placas tectônicas e a fenômenos magmáticos.

Tectonismo ou movimentos tectônicosOs movimentos tectônicos, também chamados de dias-

trofismo (distorções), são provocados por forças do interior da Terra que atuam de forma lenta e prolongada na crosta terrestre. Ocasionam, entre outras deformações, falhas e dobramentos na superfície, produzindo diversos tipos de relevo.

Quando essas forças atuam verticalmente sobre camadas de rochas resistentes e de pouca plasticidade, os blocos con-tinentais podem se fraturar, se deslocar, sofrer levantamentos ou abaixamentos constituindo as falhas ou falhamentos, ou seja, as diversas rupturas e desnivelamentos das camadas do relevo. Esses movimentos verticais são chamados de epirogenéticos.

Quando as pressões agem horizontalmente sobre as camadas de rochas mais elásticas, provocam o encurvamento das camadas rochosas – os dobramentos ou dobras – podendo formar montanhas e cordilheiras. Os movimentos horizontais são chamados de orogenéticos. Uma dobra é constituída por duas partes: a côncava ou sinclinal e a convexa ou anticlinal. As dobras podem estar associadas às falhas, compondo as grandes cordilheiras de dobramentos, como os Alpes, os Pirineus, a Serra Nevada, o Himalaia, os Andes, etc. Esses altos maciços montanhosos nada mais são do que sedimentos que, depositados em antigos mares, foram comprimidos e dobrados por movimentos orogenéticos do Período Terciário, até emergirem do fundo.

VulcanismoO magma pastoso, presente no interior da Terra, ainda

continua a se resfriar lentamente, solidificando-se. Os gases liberados nesse processo acumulam-se e pressionam a crosta até rompê-la nas partes menos resistentes. Vulcanismo é a atividade de expulsão do material magmático do interior para a superfície. Vulcão é a montanha formada a partir das

erupções, com uma cratera pela qual saem lavas (material magmático em estado de fusão), fragmentos de rochas, cinza, gases e vapores.

O material vulcânico que se acumula na superfície produz o chamado relevo vulcânico ou relevo postiço, que geral-mente tem forma de cone e altura muito variável.

Os vulcões que entram constantemente em erupção são denominados ativos e os que se encontram sem atividade são denominados extintos. A maioria dos vulcões localiza-se nas bordas das placas tectônicas, principalmente ao longo das costas oceânicas, sendo menos comum a ocorrência de vulcanismo no interior dos continentes. Onde as placas colidem, ocorrem as erupções mais violentas. Onde elas se separam, as erupções são menos explosivas.

As duas áreas que concentram a maior parte dos vulcões são o Círculo de Fogo do Pacífico e o Círculo de Fogo do Atlântico.

O vulcanismo é um fenômeno de grande importância na história geológica da Terra. É responsável pela formação e expansão do fundo oceânico (composto de lavas) e de dorsais suboceânicas (sucessão ininterrupta de vulcões). Provoca tremores de terra e o soerguimento de montanhas.

Abalos sísmicos ou terremotosSão movimentos naturais da crosta terrestre que se

propagam através de vibrações. Podem ser percebidos direta-mente pelas pessoas ou por meio de instrumentos especiais, os sismógrafos, que captam as ondas sísmicas.

Anualmente registra-se em média 1 milhão de abalos sísmicos, dos quais cerca de 5 mil são perceptíveis diretamente pelo homem e vinte e trinta produzem efeitos danosos.

A intensidade dos terremotos é bastante variável. Os fa-tores que mais influem nessa intensidade são a distância entre o local de origem do terremoto (hipocentro ou foco) e o local onde ele se manifesta (epicentro) e a heterogeneidade das rochas. Quanto maior a distância, menor a intensidade; quanto mais resistentes as rochas, menores os danos.

Atualmente, a escala mais utilizada para medir a intensi-dade dos abalos sísmicos é a Escala de Richter, que mede a quantidade de energia liberada em cada terremoto.

Nessa escala, os números mais baixos correspondem aos terremotos de menor intensidade. Porém, um terremoto de índice 5 não é aquele que liberou cinco vezes mais energia que o de índice 1, porque a quantidade de energia liberada cresce geometricamente. Por exemplo, a energia liberada por um terremoto de índice 8 equivale à energia liberada por 216 mil abalos de índice 5.

O grande número de perdas humanas pode dar uma idéia das proporções catastróficas atingidas por alguns terremotos, como os ocorridos em Lisboa (1755, 60 mil mortes), Krakatoa,

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Indonésia (1883, 80 mil mortes) São Francisco (1906, 1 milhão de vítimas), Tóquio (1923, 200 mil mortos) e China, Guatema-la, Itália, Chile, etc. (1976, 700 mil mortes no total).

Os efeitos dos terremotos sobre o relevo podem ser de grandes proporções. Normalmente, provocam deslizamentos, desmoronamentos, formação de fendas no solo, entre outros. A ocorrência de terremotos está ligada a três tipos de causas: desmoronamentos internos, vulcanismo e tectonismo.

Agentes externos do RelevoO relevo terrestre encontra-se em permanente evolução.

Suas formas, criadas pelos agentes internos, sofrem constan-temente a ação de agentes externos, como o intemperismo, a ação das águas, do vento, do mar, do gelo, dos seres vivos, etc. Esses agentes realizam um trabalho escultural ou de modelagem da paisagem terrestre e têm atuação contínua e prolongada.

Apesar de esses processos atingirem toda a superfície terrestre, é fundamental entender que a participação de cada um dos agentes difere bastante de acordo com a área em que atua. Por exemplo, nas regiões de elevadas latitudes e altitudes, o trabalho do gelo é muito mais importante do que dos demais agentes; nos desertos (como o Saara), o trabalho do vento é que se sobressai; nas regiões equatoriais (como a Amazônia), o trabalho das águas é fundamental.

O conjuntos de processos que provocam o desgaste e a decomposição das rochas recebe o nome de intemperismo ou meteorização. Podem ser químicos, físicos (atuação me-cânica da água, do vento, da temperatura) e biológico (ação dos seres vivos). O processo de modelagem da paisagem, de desgaste, remoção, transporte e acúmulo de sedimentos é chamado de erosão.

Em síntese, podemos dizer que o intemperismo e erosão possuem dupla ação: por um lado, efetuam o desgaste e a destruição das rochas e do relevo e, por outro, são responsáveis pelo transporte, acúmulo e deposição desse material em outros lugares, exercendo assim um papel de construção do relevo. Analisemos alguns tipos de agentes externos do relevo.

Rios. A erosão provocada pelos rios receber o nome de erosão fluvial. Em seu curso, os rios escavam leitos, formam vales, destroem e transportam rochas e sedimentos, depositando-os e produzindo novas feições de relevo, como por exemplo as planícies e os deltas (depósito de sedimentos na foz de um rio, que o levam a se dividir para desembocar). A desem-bocadura do rio por um só canal recebe o nome de estuário.

Geleiras. O trabalho realizado pelas geleiras chama-se erosão glaciária. Grandes blocos de gelo movem-se lentamente, por ação da gravidade, causando desgastes nas rochas. As geleiras cavam profundos vales em forma de “U” ou de “V”, estes últimos conhecidos como fiordes. O congelamento e o degelo também atuam sobre o relevo, fragmentando as rochas. Os sedimentos acumulados nos sopés das montanhas são chamados morainas.

Chuvas. A erosão decorrente das chuvas é deno-minada erosão pluvial. Além de provocar grandes desbarrancamentos, as enxurradas (escoamento superficial das águas das chuvas) e torrentes (curso de água periódico, provocado pela chuva) desgastam o terreno e formam depósitos sedimentares.

Ventos. Seu trabalho no relevo recebe o nome de erosão eólica.

Mar. O trabalho de destruição e de construção do relevo realizado pelo mar nas áreas litorâneas, trans-formando – e por vezes mudando muito rapidamente – as paisagens, chama-se erosão marinha. A partir da deposição de sedimentos, formam-se as praias, os tômbolos (depósitos de areia que ligam uma ilha ao continente), as restingas ou cordões litorâneos (faixas de areia depositada paralelamente ao litoral, podendo originar lagunas ou lagoas costeiras.) Como resultado do trabalho de destruição, denominado abrasão marinha, formam-se as falésias (costas altas e abruptas). O acúmulo de areia e carapaças de animais marinhos dá origem aos recifes, que podem ser de arenito ou coral (ecossistemas constituídos por animais e plantas).

Agentes Internos

Tectonismo

Vulcanismo

Abalos sísmicosTerremotos

Maremotos

Agentes Externos

Chuvas – Pluvial

Rios – Fluvial

Ventos – Eólica

Mar – Abrasão

Homem – Antrópica

Calor – Intemperismo

Reunindo as IdéiasReunindo as Ideias

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1. Quanto às formas de relevo, as Américas do norte e do sul apresentam, em comum, a predominância de:

a) cadeias montanhosas do terciário a oeste e planícies sedi-mentares a leste;

b) grandes planícies sedimentares na porção central e dobra-mentos recentes na porção oriental;

c) cadeias montanhosas do terciário a oeste e planaltos antigos a leste;

d) grandes planícies sedimentares na porção central e planaltos erodidos na porção ocidental;

e) escudos cristalinos a oeste e planaltos antigos a leste.

2. As áreas, onde os processos de deposição sedimentar superam os processos de desgaste, constituem:

a) as planícies;b) os maciços cristalinos;c) os planaltos;d) os vales fluviais;e) as montanhas.

3. o Himalaia, os Andes e as Rochosas são exemplos de cadeias montanhosas:

a) originadas de dobramentos de idade cenozóica;b) resultantes de blocos falhados de idade proterozóica;c) originadas de dobramentos de idade paleozóica;d) resultantes de falhamentos do cristalino de idade mesozóica;e) originadas de fraturamentos e diaclasamentos de idade

cenozóica.

4. A superfície do nosso planeta varia de um lugar para o outro. A começar pelo fato de que é composta por elementos diferentes: sólidos, líquidos e gasosos. esses elementos constituem:

1. A litosfera ou camada sólida da Terra, formada por minerais e rochas. Também é chamada de crosta terrestre e sua espessura não vai além de 60 quilômetros.

2. A hidrosfera ou camada líquida, formada pelos oceanos, mares, rios, lagos e lençóis subterrâneos de água.

Anotações

1. Defina Tectonismo.

2. Como são chamados os movimentos verticais?

3. Por que o circulo do fogo é uma área de freqüentes abalos sísmicos?

4. Como pode ser dividido o intemperismo?

5. Quais os nomes que recebem as desembocaduras dos rios?

3. Atmosfera ou camada gasosa que envolve o planeta, for-mada por uma mistura de gases e cuja espessura chega a aproximadamente 1.000 quilômetros.

Use o código:a) desde que estejam corretas apenas 1 e 2;b) desde que estejam corretas apenas 2 e 3;c) desde que estejam corretas apenas 1 e 3;d) desde que todas estejam corretas;e) desde que todas estejam erradas.

Questões ComplementaresQuestões Complementares

Questões de AplicaçãoQuestões de Aplicação

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Gênese, evolução e Transformação do Relevo BrasileiroA estrutura Geológica do Brasil

O território brasileiro é formado, basicamente, por dois tipos de estrutura geológica: os escudos cristalinos (blocos cratônicos) e as bacias sedimentares.

As formações serranas originaram-se de dobramentos antigos, constituídos antes da Era Cenozóica. Por exemplo: os dobramentos que originaram a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira remontam à Era Arqueozóica, e os que originaram a Serra do Espinhaço, datam da Era Proterozóica.

Áreas cratônicas: terrenos arqueozóicos e proterozóicos

Geologicamente estáveis, os crátons têm grande impor-tância econômica porque abrigam as principais jazidas de minerais metálicos, como ferro, manganês, cobre. Por serem muito antigos, a ação dos agentes externos do relevo (clima, rios, mar, etc.) modelou-os, dando origem a formas arredon-dadas, os planaltos cristalinos. Do território brasileiro, 36% correspondem aos escudos cristalinos, assim distribuídos:

32% são da Era Arqueozóica. Esses terrenos, os mais antigos do país, são constituídos por rochas magmáticas intrusivas ou internas (como o granito) e metamórficas (como o gnaisse) e formam o chamado Embasamento ou Complexo Cristalino Brasileiro;

4% são terrenos da Era Proterozóica, em que pre-dominam as rochas metamórficas. Possuem grande importância econômica porque neles se localizam as principais jazidas de minerais metálicos do país. É o caso das jazidas de ferro do Quadrilátero de Ferro (MG), da Serra dos Carajás (PA) e do Maciço de Urucum (MS); das jazidas de manganês da Serra do Navio (AP); da bauxita de oriximiná (PA); da cassiterita de Rondônia.

Podemos também considerar os escudos cristalinos em dois grandes blocos: o Escudo das Guianas, situado ao norte, e o Escudo Brasileiro, que abrange as porções cen-tral, leste e sul do país e se encontra subdividido em várias partes denominadas núcleos ou escudos propriamente (Sul-Amazônico, Atlântico, Uruguaio-Sul-Rio-Grandense).

Bacias sedimentaresAs bacias sedimentares cobrem 64% da área total do

Brasil e classificam-se, quanto à extensão, em grandes bacias (Amazônica, do Meio-Norte, Paranaica, São Franciscana e do Pantanal) e pequenas bacias (do Recôncavo Baiano, de São Paulo, de Curitiba).

Quanto à idade classificam-se as bacias antigas - paleozóicas (São-Franciscana e Paranaica) - e mesozóica (Meio Norte e do Recôncavo) e bacias recentes – cenozóicas terciárias (Central e Costeira) e quaternárias (Amazônica e do Pantanal).

As bacias sedimentares são estruturas geológicas de grande importância econômica pelo fato de abrigarem jazi-das de recursos minerais energéticos, como o petróleo e o carvão mineral.

O petróleo extraído no Brasil é proveniente de bacias sedimentares tanto continentais (por exemplo, a Bacia do Recôncavo Baiano) quanto marítimas (por exemplo, a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro). No tocante ao carvão mine-ral, as principais jazidas e a quase totalidade da produção encontram-se na Bacia Paranaica, a maioria em Santa Cata-rina e no Rio Grande do Sul.

o relevo brasileiro: formas e altitudesO relevo brasileiro apresenta grande variedade morfológi-

ca (de formas), como serras, planaltos, chapadas, depressões, planícies e outras, resultado da ação, principalmente, dos agentes externos sobre estruturas geológicas de diferentes

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naturezas e idades. Os agentes externos que mais participaram da formação do relevo brasileiro foram o clima (temperatura, ventos, chuvas) e os rios.

Em sua porção continental, o relevo brasileiro não apre-senta formas oriundas da atuação recente dos agentes internos (vulcanismo, tectonismo), como as elevadas montanhas que caracterizam as cordilheiras de tipo andino, alpino e himalaio.

Apesar de as estruturas geológicas que lhe deram origem serem em geral antigas, as formas atuais de nosso relevo foram esculpidas principalmente ao longo do Período Terciário e do início do Quaternário. Esses dois períodos pertencem à mais recente das eras geológicas: a Cenozóica.

No aspecto altimétrico, o relevo brasileiro caracteriza-se pelo predomínio de altitudes relativamente modestas. Apenas um ponto do território ultrapassa 3 mil metros de altitude: o pico da Neblina (3014 m), ponto culminante (mais alto) do Brasil, localizado no estado do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. Mais de 99% do relevo brasileiro possui altitudes inferiores a 1200 metros.

O predomínio de altitudes medianas deve-se, de um lado, à inexistência de dobramentos modernos e, de outro, à intensa ação erosiva que, ao longo do tempo, desgastou as velhas estruturas geológicas mais salientes do território brasileiro, confirmando o caráter modesto dessas altitudes.

A Classificação do Relevo Brasileiro

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1. Quais são as grandes unidades de relevo estabelecidas por Aroldo de Azevedo?

2. segundo os três geógrafos, quais são as duas formas de relevo predominantes no território brasileiro?

3. o relevo brasileiro é conhecido pela “modéstia” em termos de altitudes. Como se explica essa característica?

4. De que forma novas tecnologias permitiram um avanço na produção cartográfica?

5. Conceitue depressão e diferencie os tipos existentes no Brasil.

1. nas formações proterozóicas, que ocupam cerca de 4% do território nacional, encontramos a maior parte dos minerais metálicos do Brasil. no mapa a seguir, a área assinalada pela letra A exemplifica a importância econômica desses terrenos com a produção mineral de:

a) ferro, no Quadrilátero Central, sob o controle da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) associadas a outras empresas;

b) ouro, no Vale do Jequitinhonha, sob o comando da indústria e Comércio de Minérios s.A. (iCoMi);

c) manganês, na serra do navio, sob o controle do Grupo Antunes com capitais nacionais e estrangeiros;

d) ferro e manganês, no Maciço de Urucum, controlada pela indústria e Comércio de Minérios (iCoMi);

e) bauxita, no Distrito de Paragominas, comandada pela Mineração Rio do norte, associação da CVRD com outras empresas.

2. A propósito das grandes planícies e terras baixas brasileiras e de sua distribuição geográfica pode-se afirmar que:

a) predominam em área com relação aos planaltos e a mais contínua é a planície litorânea;

b) ocupam extensões menores do que os planaltos, apesar de sua grande expressão na Amazônia;

c) equivalem em área aos planaltos, com a planície amazônica representando a metade de sua extensão;

d) integram um sistema único e contínuo de depósitos sedi-mentares quaternários;

e) correspondem geologicamente a bacias sedimentares antigas.

3. Predomínio de rochas vulcânicas, ocorrência de derrame de lavas no período mesozóico e intenso intemperismo que resultou na formação da terra roxa são características que marcam o:

a) norte da Amazônia;

b) Planalto nordestino;

c) vale do são Francisco;

d) Planalto Meridional;

e) litoral oriental.

Estrutura Geológica Brasileira

Escudo cristalino 36% Arqueozóico

Bacias Sedimentares 64% Proterozóico

Classificação do Relevo

Aroldo de AzevedoPlanaltos

Planícies

Aziz Ab´Sáber

Jurandyr Ross

Planaltos

Depressões

Planícies

A Classificação do iBGeA partir das informações do Projeto RadamBrasil, em

1996 o IBGE também publicou uma classificação do relevo brasileiro com base em processos morfoestruturais, isto é, interação e correlação entre a morfologia e os aspectos geológicos (estrutura geológica e rochas). Os critérios para caracterizar os compartimentos de relevo foram a identificação de feições similares, a altimetria e a gênese. Para compreender a evolução do relevo empregaram-se análises da interação de aspectos geológicos, climáticos, processos de formação dos solos e ação dos componentes bióticos (fauna e flora).

A classificação do IBGE também reconhece que as for-mas de relevo predominantes no Brasil são os planaltos e as depressões. As planícies ocupam áreas restritas estendendo-se principalmente ao longo das margens dos grandes rios e do litoral.

Questões ComplementaresQuestões Complementares

Questões de AplicaçãoQuestões de Aplicação

Reunindo as IdéiasReunindo as Ideias

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Clima: elementose Fatores iAtmosferaA dinâmica da atmosfera

A atmosfera exerce fundamental importância nas ativida-des humanas e, para entender tal importância a climatologia, estuda seus fenômenos.

A climatologia tradicional classifica o clima de uma região, observando a sucessão dos estados meteorológicos, isto é, o comportamento da temperatura, pressão, umidade, visibilidade e período de um dia ao longo de vários anos.

A climatologia moderna classifica o clima, observando a sucessão dos estados meteorológicos através da movimenta-ção das massas de ar, que são porções da atmosfera com as mesmas características de pressão, temperatura e umidade.

A temperaturaQuanto maior a altitude menor a temperatura.Quanto maior a altitude, menor a temperatura porque o

aquecimento atmosférico é feito de forma indireta.A temperatura também é influenciada pela latitude em

conseqüência da forma arredondada do planeta. Nas regiões de baixa latitude, os raios solares incidem perpendicularmente. Assim, nas proximidades do equador, ocorrem temperaturas elevadas, estações do ano indefinidas e baixa amplitude térmica anual, isto é, pequena diferença entre as médias de temperatura do mês mais frio para o mais quente.

Quanto maior a continentalidade, menor a pluviosidade e maior a amplitude térmica.

A continentalidade e a maritimidade acentuam e ame-nizam a temperatura, respectivamente. A diferença no calor específico do sólido e do líquido nas proximidades do mar atua como regulador térmico, dificultando mudanças bruscas na temperatura.

O afastamento do litoral também reduz a pluviosidade.

As PrecipitaçõesOcorrem como conseqüência das mudanças repentinas

de temperatura no ar.Os principais tipos de chuvas:

Convectiva. Resulta da ascensão vertical do ar, que, ao entrar em contato com as camadas de ar frio, sofre condensação e se precipita. É geralmente intensa (forte), rápida, acompanhada de trovões e às vezes de granizo (chuva de verão ou equatorial).

Frontal. Resulta do encontro de uma massa de ar frio (frente fria) com uma massa de ar quente (frente quente). É menos intensa e mais duradoura.

Orográfica ou de relevo. É resultante do desloca-mento horizontal do ar, que, ao entrar em contato com as regiões elevadas (serras e montanhas), sofre condensação e conseqüente precipitação.

A distribuição das chuvas é bastante irregular, quer do ponto de vista geográfico (mundial ou regional), quer em relação às épocas do ano. De modo geral, podemos afirmar que as chuvas são abundantes nas regiões equatoriais, mo-deradas nas regiões temperadas e fracas nas regiões polares. A pluviosidade é maior nas proximidades dos oceanos do que no interior dos continentes.

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Pressão AtmosféricaEm climatologia nos interessa a sua variação de acordo

com a latitude e com a altitude. Para entendermos a variação com a latitude, devemos partir da idéia de que o ar quente é mais leve em conseqüência da intensa vibração entre suas moléculas. Por outro lado, o ar frio possui maior peso, uma vez que se apresenta mais condensado. Assim, podemos concluir que as regiões com baixa latitude possuem baixa pressão atmosférica, enquanto as latitudes elevadas apresentam alta pressão atmosférica.

As regiões com baixa latitude possuem alta pressão atmosférica devido ao maior peso das camadas de ar, e nas maiores altitudes a pressão atmosférica é menor.

Tipos de Ventos

As principais leis dos ventosOs ventos deslocam-se das áreas com alta pressão para

os de baixa pressão atmosférica.A velocidade dos ventos é diretamente proporcional à

diferença de pressão atmosférica.A circulação dos ventos pode ser local e planetária ou

geral.De acordo com a circulação local, podemos estabelecer

os tipos de vento a partir das diferenças entre a velocidade de aquecimento das massas líquidas e continentais, isto é, os continentes se aquecem e se resfriam com maior velocidade que as massas líquidas. Com isso, podemos identificar zonas de alta ou baixa pressão de acordo com a temperatura do ar em contato com os continentes e oceanos.

As brisas e as monções são exemplos de ventos que formam a circulação local, também conhecida como secun-dária e terciária.

As brisas formam exemplo de circulação terciária, são ventos que sopram durante o dia das altas pressões instaladas sobre o oceano mais frio, para as baixas pressões continentais. Durante a noite, o sentido do vento muda, uma vez que o continente encontra-se mais frio (alta pressão) e o oceano mais quente (baixa pressão).

As monções são ventos sazonais, isto é, deslocam-se de acordo com as estações do ano, na Ásia. As monções de verão são marcadas pelos ventos que sopram das altas pressões oceânicas para as baixas pressões continentais porque, como você já viu, o oceano se aquece e se resfria mais lentamente que o continente. Nessa época do ano, ocorre intensa plu-viosidade facilitando a prática da rizicultura. Nas monções de inverno, os ventos sopram das altas pressões continentais para as baixas pressões oceânicas. São ventos secos.

1. Do grande alongamento do Continente Americano no sentido dos meridianos e da sua posição no globo terrestre resultam uma grande diversidade de clima e vegetação.

Caracterize os tipos climáticos e as formações vegetais neste continente, indicando seu aproveitamento econômico em áreas de:a) baixa latitude;b) alta latitude, no Hemisfério norte.

2. explique a localização das áreas mais chuvosas da Índia e sua relação com o regime dos ventos.

3. A área do continente asiático, assinalada no mapa a seguir, caracteriza-se por determinadas condições climáticas.

os Elementos dos Climas convectivas

Umidade – chuvas orográficas frontais

Temperatura Pressão atmosférica

os Fatores dos Climas Latitude Altitude Continentalidade e Maritimidade Corrente Marítima

Questões de AplicaçãoQuestões de Aplicação

Reunindo as IdéiasReunindo as Ideias

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a) Qual o nome dado ao clima dessa área?b) Quais são as características do mecanismo que determina

a alternância da estação seca e chuvosa?

na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a letra (V) se a afirmativa for verdadeira ou (F) se for falsa.

4. observe a figura e analise as proposições:

frio frio21

quente

Dia

1. frente das brisas marinhas2. brisa terrestre

isóbaros ventos

Noite

( ) As brisas terrestres e marítimas são sistemas de ventos constantes causados pelas diferenças de umidade entre a superfície terrestre e a aquática.

( ) Durante o dia, a terra se aquece mais rapidamente do que a superfície aquática, provocando uma baixa pressão local em superfície, sobre o continente, com ventos soprando do mar para a Terra.

( ) A brisa marítima começa poucas horas depois do nascer do sol e é mais intensa durante o início da tarde.

( ) À noite, a terra se esfria lentamente, enquanto o mar per-manece menos aquecido; o gradiente de pressão é, assim, invertido, e o vento sopra do mar para a terra.

( ) A brisa marítima raramente traz chuva, porém oferece agradável alívio ao calor intenso que durante o dia castiga muitas áreas tropicais.

1. As freqüentes e abundantes chuvas que caracterizam a zona equatorial em todo o globo são explicadas:

a) pelo relevo acidentado;

b) pela proximidade dos oceanos;

c) pelas baixas pressões atmosféricas;

d) pelas altas temperaturas médias;

e) pela dispersão dos ventos.

2. Tratando-se de questões climáticas e hidrológicas, a alternativa verdadeira é:

a) os regimes fluviais das regiões de altas latitudes são influen-ciados, exclusivamente, pelos regimes pluviométricos.

b) o maior adensamento de rios de uma região está subordina-do a terrenos com rochas muito impermeáveis e porosas.

c) Toda diferença de pressão atmosférica tem, por conseqüên-cia, um vento caracterizado por sua força, sua direção e sua duração.

d) os rios intermitentes sazonais têm grande capacidade energética, justificando a ocorrência de vales profundos a eles relacionados.

3. Considere as seguintes afirmativas:

i. A temperatura aumenta dos pólos em direção ao equador.ii. A temperatura diminui à medida que a altitude aumenta.iii. A temperatura do litoral é regularizada pela proximidade das

águas oceânicas.iV. A temperatura do litoral é sempre mais alta que a do inte-

rior.V. Cidades localizadas em latitudes diferentes nunca apresen-

tam temperaturas semelhantes.

são corretas apenas as afirmativas:

a) i, ii e iii; b) i, iii e iV;

c) ii, iii e V; d) ii, iV e V;

e) iii, iV e V.

4. Para entendermos os tipos climáticos e as variações de tempo, é importante o conhecimento a respeito do mecanismo atmosféri-co. Assinale a opção que contém um dos aspectos da dinâmica atmosférica.

a) A região do equador recebe os raios solares com maior intensidade, logo apresenta alta temperatura e alta pressão atmosférica.

b) em maiores altitudes ocorre uma queda na temperatura, o que explica as baixas temperaturas da estratosfera.

c) As partes da atmosfera mais próximas da litosfera e da hidrosfera possuem temperaturas diferenciadas.

d) o movimento ascensional do ar é provocado pelas baixas temperaturas, sendo comum nas regiões polares.

e) As zonas de alta pressão são aquelas que proporcionam melhores condições para a formação de nuvens e, portanto, para a presença de chuvas.

Anotações

Questões ComplementaresQuestões Complementares

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sites

www.cnps.embrapa.br Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada

ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. www.tvcultura.com.br/aloescola/ciências/mar/mar.html

Site sobre relevo e fenômenos naturais.

Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de textos, 2000. Livro trata sobre os aspectos físicos e geológicos da formação

e evolução da Terra.

Livro

O Inferno de Dante (EUA 1997). Harry Dalton (Pierce Brosnan), um vulcanologista (perito em fenômenos vulcâni-

cos), e Rachel Wando (Linda Hamilton), a prefeita de Dante, uma pequena cidade, tentam convencer o conselho dos cidadãos e outros geólogos a declarar estado de alerta, pois um vulcão muito próximo, que está inativo há vários séculos, entrará em erupção. Mas interesses econômicos são contrariados com a notícia, que pode afastar um grande empresário que pretende fazer investimentos que iram gerar 800 empregos diretos na cidade.

Vídeo: Além do Sistema Solar.

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