gentrificação, racismo e mobilidade social
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Susgestão de trabalho para alunos do 2º grau do curso de Sociologia.Temas:GentrificaçãoRacismo,Mobilidade socialdistribuição de rendaTRANSCRIPT
SOCIOLOGIA
GENTRIFICAÇÃO, RACISMO E TRANSPORTE PÚBLICO
“:::8 DE MARÇO - A MULHER E O TRANSPORTE PÚBLICO:::
ROSA PARKS (1913 – 2005)
Foi uma mulher negra que viveu nos
Estados Unidos e trabalhava como
costureira. Na época, pessoas negras
sofriam, por lei, uma discriminação e
eram proibidas de sentarem nos mesmos
lugares que os brancos no transporte
público.
Há 60 anos, Rosa Parks se negou a dar
seu lugar do ônibus para um homem
branco. Por enfrentar a opressão, foi
presa. Isso marcou a luta negra pelos direitos civis, marcando o início do boicote dos
ônibus de sua cidade, que durou mais de um ano. A luta por transporte público
conseguiu acabar com as leis racistas, permitindo que negras e negros pudessem sentar
onde quisessem!
Junto com o Movimento Passe Livre, sua morte completa 10 anos em 2015. No dia
internacional da mulher, lembramos sua luta por transporte público e contra o racismo.
E O QUE A MÁFIA DOS TRANSPORTES TEM A VER COM ISSO?
Nos locais mais distantes dos grandes centros, o acesso aos direitos fundamentais só
pode ser concretizado através do transporte coletivo. A tarifa cumpre seu papel na
exclusão de pessoas negras e pobres das periferias. Vemos que no Rio de Janeiro a
presença de trabalhadores mais pobres em locais centrais e elitizados é visto como uma
ameaça e invasão, que fere os privilégios da elite. Condições que lembram a escravidão.
Com o único objetivo de defender o lucro empresarial, esse transporte segrega também
as mulheres, não levando em conta que ganham, aproximadamente, 30% menos que os
homens no Brasil.
Assim como os excluídos do transporte (37 milhões de pessoas andando a pé nas
cidades brasileiras), os assédios e a violência contra mulheres nos espaços públicos
gritam que aquele lugar não as pertence. Os empresários cortam gastos, manutenção e
empregos. Para ter mais lucro com a lotação de pagantes girando a catraca por modal,
circulam menos metrô (vai para R$3,70 em Abril), trem(R$3,30), ônibus (R$3,40) e
barcas (R5,00). Não levam em conta o conforto e nem a violência, física ou verbal,
contra mulheres que a lotação facilita. O transporte noturno é essencial para muitas
pessoas que moram na periferia. A falta dele serve como um "toque de recolher" na
cidade, principalmente para mulheres, que não se sentem seguras nas ruas pelas
ameaças machistas.
Existimos e exigimos! A TARIFA ZERO é urgente e já existe em algumas cidades do
Brasil, mas não é aplicada aqui por interesses políticos. Basta taxar mais impostos dos
mais ricos, que só lucram, e menos dos mais pobres, que mais necessitam dela. Para
garantir transporte gratuito à todas e todos. Circulando quando e onde decidirmos!
Por uma vida sem opressão e sem catracas!
É o povo que vai mandar no transporte!”
Retirado da página do Movimento Passe Livre do Rio de Janeiro (MPL-Rio)
https://www.facebook.com/passelivre.rj - publicado no dia 07/03/2015 às 16:36
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O movimento Passe Livre surge em 2005 durante o Fórum Mundial Social que ocorria em
Porto Alegre, RS. Uma de suas diretrizes básicas é a democratização do transporte público,
que além de ser um Direito Humano, é um direito assegurado pela Constituição brasileira. Isso
significa que todas as pessoas têm que ter garantido o seu direito de se locomover utilizando o
transporte público, seja ônibus, metrô, trem, barcas etc.
No entanto, a realidade brasileira está muito distante disso. Uma enorme parcela da
população não tem acesso ao transporte, seja por não chegar até onde a pessoa mora ou por
ser de péssima qualidade, ou ainda pelos elevados preços, como mostra o texto do MPL-Rio.
Em toda a região metropolitana do Rio de Janeiro, uma quantidade muito grande de pessoas
não pode pegar ônibus devido ao elevado preço do transporte. Por exemplo, muitos
moradores do Complexo do Alemão nunca saíram de sua comunidade, e mesmo morando em
uma cidade litorânea, nunca viram o mar.
Para apresentar essa realidade, no dia 21 de novembro de 2014, o Centro de Mídia
Independente do Rio de Janeiro (CMI-Rio – www.facebook.com/indymediario) fez uma
matéria e um vídeo sobre a passeata pelo dia da Consciência Negra realizada no Leblon por
famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de São Gonçalo ( acesse pelo link
http://cmirio.tk/fwiuf ).
O vídeo mostra trabalhadores sem teto indo à praia do Leblon (o lugar mais caro do Rio de
Janeiro) para tomar banho de mar e se divertir. Mas, muitas pessoas se assustam com a
presença “dessas pessoas”, por que?
Segundo a matéria que acompanha o vídeo, podemos ler o seguinte:
“Para muitos frequentadores da praia e moradores da região, a presença dos sem-
teto assustou. Embora os olhares de estranhamento fossem muitos, isso não
intimidou as famílias que vieram de longe e já esperavam ter que lidar com o
preconceito. Na verdade, este ato em pleno feriado de Zumbi era uma afronta aos
estigmas históricos e a segregação que envolve as diferenças sociais e étnicas.
“Invadimos a sua praia playboyzinho”, disse uma moça no instante em que todos
estavam indo do calçadão à praia.”
A matéria também relata sobre “o nosso passado vergonhoso de escravidão” que apesar de ter
acabado ainda deixa suas marcas pelos “espaços segregados entre ricos e pobres, isto é, entre
os tataranetos dos senhores e os tataranetos dos escravos”, representado pela separação que
existe entre quem mora em São Gonçalo e quem mora no Leblon.
A matéria ainda completa:
“Grande parte desses Sem-Teto nunca tinha entrado no mar da Zona Sul do Rio de
janeiro e era nítida a alegria de todos: “esse é o dia mais feliz da minha vida”, disse
uma senhora que nunca tinha ido a praia do Leblon; “a gente está
maravilhosamente bem aqui, olha só a alegria do povo”, foi o discurso de Elizabete
que ganha R$ 400 por mês e paga R$ 200 de aluguel para o dono do terreno em
São Gonçalo, onde está a casa que ela mesma construiu.”
“Apesar de São Gonçalo e Leblon não serem tão distantes de fato (apenas 40 km),
para quem pode pagar os altos preços das tarifas de transporte coletivo, mas para
Elizabete, com seus R$ 200 que sobra por mês para viver, os aproximados R$ 17
que ela precisaria para ir e voltar ao Leblon de sua casa torna a distância entre os
dois lugares muito maior. Esse é um dos muros que separam a “casa grande” da
“Senzala” do Brasil do século XXI.”
No século XXI pode não existir mais a senzala, como diz o texto, mas ainda existem os lugares
dos “pobres” (em sua maioria negros) e os “ricos” (quase sempre brancos). São muitos os
motivos que promovem essa separação, entre eles está o acesso ao transporte público que é
inexistente para muitos. A mobilidade existe para aqueles que podem pagar por isso,
enquanto para muitos, o seu “mundo” se restringe, muitas vezes, ao seu bairro.
Como diz o nome, o transporte é público, no entanto, a maioria das cidades brasileiras
“concedem” à uma empresa privada o direito de “explorar” esse serviço, com isso, essas
empresas fornecem o serviço de transporte e cobram um preço por isso. Só que nem sempre
esse preço é justo, e como o único interesse da empresa é o “lucro” ela não se empenha em
dar um transporte de qualidade.
Por isso o MPL pede por um transporte gratuito, como acontece em diversas cidades do
mundo e até mesmo do Brasil, entre elas a cidade de Maricá, localizada na região oceânica do
Rio de Janeiro.
Baseado no texto do MPL-Rio (localizado acima) e do CMI-Rio (localizado em
http://cmirio.tk/fwiuf), responda:
1) Segundo a matéria do CMI-Rio “a presença dos sem-teto assustou” aos moradores e
frequentadores da praia do Leblon. Por que você acha que esse estranhamento
aconteceu? O que há nos Sem-Teto que fez as pessoas do Leblon acharem “estranho”
e “diferente”?
2) Você concorda que a cidade do Rio de Janeiro é dividida entre lugares para ricos e
pobres? Por que?
3) Em qual parte você se acha localizadx, na dos ricos ou na dos mais pobres? Por que
você acha isso?
4) Como é a realidade do transporte para você e a sua família? Você tem acesso fácil ao
transporte público? Você tem facilidade para pagar a tarifa?
5) Se o transporte público do Rio de Janeiro fosse gratuito e de boa qualidade, isto é, se
ele não fosse lotado, se os ônibus fossem confortáveis com ar condicionado, se os
pontos fossem seguros e cobertos etc. Como você acha que isso mudaria a sua vida e a
vida das pessoas em geral?