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O que é a gentrificação?

A alteração das dinâmicas da composição de um local, através de novos comércios de estilo ou preço

incompatíveis com a média do local, entrada de moradores com maior renda, ou investimentos

públicos que valorizam a região.

Tal valorização é seguida de um aumento de custo de aluguéis, bens e serviços, dificultando a permanência de antigos moradores de renda insuficiente para sua

manutenção no local cuja realidade foi alterada.

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Como diagnosticar a gentrificação?

1. Mudança econômica – Perda de moradia e comércio acessível2. Mudança cultural – Perda da especificidade e caráter3. Mudança social – Perda de valores comunitários

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O Caso do Rio de Janeiro

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“É uma enorme alegria para a gente, poderlibertar áreas da cidade que estavam tomadaspelo poder paralelo.”

-- Governador Sérgio Cabral

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“É uma enorme alegria para a gente, poderlibertar áreas da cidade que estavam tomadaspelo poder paralelo.”

Libertar áreas? Mas para quem? E para quê?

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O que está acontecendo, na prática?

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E daí?

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O que define todas as favelas?1. Bairros que brotam a partir

de uma necessidade não atendida por habitação

2. Sem regulamentaçãoexterna

3. Estabelecida pelosmoradores

4. Evoluindo com base na cultura e no acesso a recursos, empregos, conhecimento e a cidade

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Qualidades de Desenvolvimento“Estilo-Favela"

• Moradia acessível em áreas centrais• Moradia perto do trabalho• Baixa verticalidade, alta densidade• Orientadas para pedestres• Alto uso de bicicletas e transporte público• “Uso misto” (moradia e comércio)• Arquitetura orgânica• Ação coletiva• Incubadoras culturais• Alta taxa de empreendorismo

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“É um afronto àarquitetura da

favela”

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bit.ly/FavelaModelo

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O Que Falta?

EducaçãoSaúde

SaneamentoSegurança

Segurança FundiáriaFormalização

Material e técnicas de construçãoCapacitação para o trabalho

Educação financeiraEtc.

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Segurança

Educação/ Capacitação/

Creches / Emprego / Educ.

Finan.

Saúde: Clinicaslocais

Saneamento: esgoto, água,

lixo

Habitação: acesso à

materiais de construção,

técnicos

Concessionáriasde serviços

básicos: formalização e pagamentosprogressivos

Formalização do comércio local

Titulação (Fundo de PossoColetiva)

Receita paraIntegração

Serviçospúblicos

prestados pelogoverno,

pagos atravésde impostos

Serviçospúblicosprestados ouvoltados parao mercado, pago porconsumidores

Começe aqui

Objetivos:

1. Assegurar que os moradores irão tirar proveito do desenvolvimento

2. Criar a capacidadede pagar e partilhar

3. Evitar exploração

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Segurançaaumento de

aluguel

Concessionáriasde serviços

básicos: formalização e pagamentosprogressivos

Formalização do comércio local

Titulação de terras (titulação

individual definitiva)

Saneamento: esgota, água e

lixo

Educação/ Capacitação / Formação /

Empregos / Ed. Financeira

Saúde

Moradia

Receita paraGentrificação

Serviçospúblicosprestados ouvoltados parao mercado, pago porconsumidores

Serviçosprestados pelo

governo, através dos

impostospagos para os

serviçospúblicos

O que está de fato acontecendo?

Conclusão…

O poder público está ativamente financiando a gentrificação nas favelas sob o pretexto de "combate à pobreza"

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Remoção e Gentrificação

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IMPORTANTE!

Em qualquer grande cidade do mundo pelomenos 20-30% dos moradores não ganham o suficiente para pagarem moradia à preço de mercado. Como resultado, toda cidade bem-

sucedida do mundo desenvolve uma forma de responder à essa demanda obrigatória por

moradia.

Moradia à Preços Acessíveis

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Cada Um do Seu Jeito

• Nova Iorque: 10% em moradia pública + política de controle de alugúeis + novos prédios construídos com 20% das unidades para baixa-renda

• Santiago: 20% moradores recebem subsídios para casa própria

• Zurich: 30% da população mora em cooperativas• Londres: 24% recebe aluguel social, além da habitação

pública (17% p/ Inglaterra)• Hong Kong: 49% da população mora em habitação

pública• Singapura: 90% da população mora em habitação

pública

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“De certa perspectiva, favelas como a Providência, incubadoras históricas do samba e do funk brasileiro, são verdadeiros modelos do que Paes defende: são diversas, densas, organicamente desenvolvidas com habitações acessíveis -o oposto do Minha Casa Minha Vida.” – Michael Kimmelman

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O Potencial de se Criar umaCidade Singular

O Rio como exemplo de um urbanismo…

Criativo

Inclusivo

Sustentável

Como seriam as favelas do Rio com investimento, justiça e criatividade?

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“Aqui (temos) a oportunidade de criar umaexperiência de vida para a humanidade muito boa.”

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Possíveis AçõesInformação

• Conscientização sobre processo de gentrificação e como tirar proveito/conduzir

• Educação financeira – preparando moradores para investirem, venderem, outirarem empréstimos com responsabilidade

Exploração

• Rede comunitária “Cama e Café”

• Qualificação de mão de obra local – e.g. Guias locais, cursos de línguas

• Proporcionar apoio para investimentos pelos próprios moradores – e.g. investimento em quartos para aluguel

• Comércio local à preços acessíveis

Proteção

• Zoneamento mixto – comércio para várias faixas de renda

• Estratégias de titulação coletiva – políticas que mantêm “favelas como moradia àpreço acessível”

• Promoção da cultura local – empregar ações afirmativas que caracterizam a população

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“Temos que fazer com que o morador não precise sair

daqui. Que ele possa ganharem cima deste movimentode forma que não perca a

identidade.”

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Vozes de Moradores do Vidigal

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“Vai melhorar isso aqui. Mas quem vai estar aqui

para aproveitar?”

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“Porque embargaram as obrasdos moradores, mas obras de

hotéis continuam?”

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“O que será da identidadedeste lugar? Todo o sangue

que nós derramamos. Literalmente.”

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“A cultura é bem-vinda. (Mas) até que ponto essa

troca está sendo positiva?”

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“Era quase uma vila. Tinhaprivacidade no local. Agora pessoas entram filmando e

fotografando.”

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“Minha esperança: Todo mundovai estar falando inglês ou

espanhol. Meu medo: Quem éque vai estar aqui falando o inglês

ou espanhol?”

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“Nunca me imaginei saindo do Vidigal. Eu amo o Vidigal.”

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Não quero perder…

Contato humano. Localidade. Geografia. Minha casa. Cosmopolita. Atividades para os

meus filhos. Os trabalhos sociais. Convíviocom vizinhos. Cultura popular e local –

pagode, funk, a cervejinha. A identidade da favela. As relações sociais. A espacialidade. Relação forte de vizinhança. A localização. Minha história, minha identidade. Culturade acolher “quem vem.” A paisagem. Sua

essência. Amizade entre moradores. Podervisitar a orla, conviver com pessoas do

mundo inteiro.

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Como é que seria o Rio se nós realmente

reconhecéssemos a contribuição das

favelas—e seusmoradores—à cidade,

e apoiássemos seufuturo

desenvolvimento de forma que honrasse o

conhecimento e história de seus

moradores? Fotos: Maria Buzanovsky

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O Rio pode servir de exemplo para o

mundo. Um novo padrão de integração

participativa.

Exatamente o legadonecessário com a

ONU prevendo 1/3 da humanidade emassentos informais

até 2050.

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Theresa WilliamsonComunidades Catalisadoras

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