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Gêneros literários Literatura Professora Ana Karina Silva

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Estudo sobre os gêneros literários.

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Page 1: Generos literarios

Gêneros literários

LiteraturaProfessora Ana

Karina Silva

Page 2: Generos literarios

Literatura

A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA

PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA.

Page 3: Generos literarios

Gêneros literários

São os diversos grupos ou categorias em que podemos classificar as obras literárias conforme a sua forma e o seu conteúdo.

Page 4: Generos literarios

Na Antiguidade Clássica os textos literários dividiam-se em três gêneros:

ÉPICO LÍRICODRAMÁTICO

Aristóteles (século IV a.C.)Filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia.

Page 5: Generos literarios

Gênero lírico

Page 6: Generos literarios

Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos.

Textos de caráter emocional, centrados na subjetividade dos sentimentos da alma.

Tem a presença do “eu-lírico”, a voz que fala no poema .

Gênero lírico

Page 7: Generos literarios

Predominam as palavras e pontuações de 1a. pessoa.

Segundo Aristóteles, a palavra cantada.

É importante ressaltar que o “eu-lírico” pode ser masculino ou feminino independente do autor.

Gênero lírico

Page 8: Generos literarios

Eu - líricoAssim, podemos encontrar: Autor masculino eu-lírico masculino Autor masculino eu- lírico feminino Autor feminino eu- lírico feminino Autor feminino eu- lírico

masculino

Page 9: Generos literarios

Exemplo Autor masculino – eu lírico masculino

Trecho do poema Ainda Uma Vez , Adeus, de Gonçalves Dias.

O autor escreveu este poema após encontrar-se pela última vez, em Portugal, com sua amada Ana Amélia. Por imposição da família da jovem, eles tiveram que renunciar a este amor já que eram de diferentes classes sociais. Ana Amélia é, então,   destinada a se casar com outro.

Page 10: Generos literarios

Ainda uma vez adeus..."Enfim te vejo! - enfim posso,Curvado a teus pés, dizer-teQue não cessei de querer-te,Pesar de quanto sofri.Muito penei. Cruas ânsias,Dos teus olhos afastado,Houveram-me acabrunhadoA não lembrar-me de ti!(...)

Page 11: Generos literarios

Louco, aflito, a saciar-meD'agravar minha ferida,Tomou-me tédio da vida,Passos da morte senti;Mas quase no passo extremo,No último arcar da esperança,Tu me vieste à lembrança:Quis viver mais e vivi!

Page 12: Generos literarios

Vivi; pois Deus me guardava Para este lugar e hora!Depois de tanto, senhora,Ver-te e falar-te outra vez;Rever-me em teu rosto amigo,Pensar em quanto hei perdido,E este pranto dolorido Deixar correr a teus pés.

Page 13: Generos literarios

Mas que tens? Não me conheces?De mim afastas teu rosto?Pois tanto pôde o desgostoTransformar o rosto meu?Sei a aflição quanto pode,Sei quanto ela desfigura,E eu não vivi na ventura...Olha-me bem, que sou eu!

Page 14: Generos literarios

Nenhuma voz me diriges!...Julgas-te acaso ofendida?Deste-me amor, e a vidaQue me darias — bem sei;Mas lembrem-te aqueles ferosCorações que se meteramEntre nós; e se venceram,Mal sabes quanto lutei!

Page 15: Generos literarios

Tudo, tudo; e na misériaDum martírio prolongado,Lento, cruel, disfarçado,Que eu nem a ti confiei;"Ela é feliz (me dizia)"Seu descanso é obra minha."Negou-me a sorte mesquinha...Perdoa, que me enganei.

Page 16: Generos literarios

Dói-te de mim, que t'imploroPerdão, a teus pés curvado;Perdão!... de não ter ousadoViver contente e feliz!Perdão da minha miséria,Da dor que me rala o peito,E se do mal que te hei feito,Também do mal que me fiz!

Page 17: Generos literarios

- Adeus qu'eu parto, senhora;Negou-me o fado inimigoPassar a vida contigo,Ter sepultura entre os meus;Negou-me nesta hora extrema,Por extrema despedida,Ouvir-te a voz comovidaSoluçar um breve Adeus!

Page 18: Generos literarios

Lerás porém algum diaMeus versos d'alma arrancados,D'amargo pranto banhados,Com sangue escritos;

— e então Confio que te comovas,Que a minha dor te apiadeQue chores, não de saudade,Nem de amor, — de compaixão,

(Gonçalves Dias, Ainda uma vez adeus)

Page 19: Generos literarios

Exemplo Autor masculino – eu lírico feminino

VEJA A SEGUIR UM EXEMPLO DE OBRA LÍRICA CUJO AUTOR É MASCULINO E O EU- LÍRICO É FEMININO.

Page 20: Generos literarios

Com açúcar, com afetoChico Buarque de

Holanda

Com açúcar, com afetoFiz seu doce prediletoPra você parar em casaQual o quêCom seu terno mais bonitoVocê sai, não acreditoQuando diz que não se atrasa.

Você diz que é um operário, sai em busca do salárioPra poder me sustentar, qual o quê!No caminho da oficina, há um bar em cada esquinaPra você comemorar, sei lá o quê!

Page 21: Generos literarios

Sei que alguém vai sentar juntoVocê vai puxar assuntoDiscutindo futebolE ficar olhando as saiasDe quem vive pelas praiasColoridas pelo sol

Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppoVocê vai querer cantarNa caixinha um novo amigo vai bater um samba antigoPra você rememorar

Page 22: Generos literarios

Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criançaPra chorar o meu perdão, qual o quê!Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vidaPra agradar meu coração

E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratadoComo vou me aborrecer? Qual o quê!Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retratoE abro os meus braços pra você.

Page 23: Generos literarios

OBSERVE AS MARCAS DE 1ª PESSOA

Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criançaPra chorar o meu perdão, qual o quê!Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vidaPra agradar meu coração

Page 24: Generos literarios

OBSERVE COMO HÁ MARCAS DE GÊNERO FEMININO EM VÁRIAS PARTES DO POEMA.

Exemplo Autor feminino – eu lírico feminino

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GARGANTA ANA

CAROLINA Minha garganta estranha Quando não te vejo Me vem um desejo Doido de gritar Minha garganta arranha A tinta e os azulejos Do teu quarto, da cozinha Da sala de estar (2X)

Page 26: Generos literarios

Venho madrugadaPerturbar teu sonoComo um cão sem donoMe ponho a ladrar

Atravesso o travesseiroTe reviro pelo avessoTua cabeça enlouqueçoFaço ela rodar (2x)

Page 27: Generos literarios

Sei que não sou santa Às vezes vou na cara dura Às vezes ajo com candura Pra te conquistar

Mas não sou beata Me criei na rua E não mudo minha postura Só pra te agradar

Page 28: Generos literarios

Vim parar nessa cidadePor força da circunstânciaSou assim desde criançaMe criei meio sem lar

Aprendi a me virar sozinhaE se eu tô te dando linhaÉ pra depois te abandonar...(4x)

Page 29: Generos literarios

RETOMANDO...

Gênero lírico Tem a presença do eu lírico – que

é a voz que fala no poema Expressa os estados de alma, as

emoções , os sentimentos vividos intensamente pelo eu lírico.

Predomínio da 1ª pessoa

Page 30: Generos literarios

Gênero dramático

GÊNERO DRAMÁTICO

Page 31: Generos literarios

Gênero dramático

Drama, em grego, significa "ação". Textos feitos para serem

representados. O Gênero Dramático se assenta

em três eixos importantes: o ator, o texto e o público sem os quais não há espetáculo teatral.

Segundo Aristóteles é a palavra representada

Page 32: Generos literarios

O Gênero Dramático compreende as seguintes modalidades:

Tragédia: É a representação de ações dolorosas da condição humana, no caso são  pessoas comuns. A ação visa provocar no espectador piedade e terror, terminando em geral de forma fatal. O objetivo era provocar a "catarse" ou purificação.

Ex. Édipo Rei, de Sófocles

Gênero dramático

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ÉDIPO REI – SÓFOCLES

Oráculo de Delfos -

Morada do Deus Apolo

O Oráculo de Delfos (espécie de adivinho da antigüidade) previu que o filho de Laio (rei de Tebas) e Jocasta mataria o pai e se casaria com a mãe

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ÉDIPO REI – SÓFOCLES

Para evitar esse trágico destino o servo de Laio deveria matá-lo, abandonando a criança . No entanto, um pastor a encontra e a leva ao rei de Corinto. Este a adota, criando Édipo como seu filho.Já adulto, Édipo fica sabendo de tal maldição e, para não matar os seus pais, foge à Tebas. No caminho é maltratado por Laio, - que também estava de viagem e que acaba sendo morto por Édipo.

Page 35: Generos literarios

ÉDIPO ENCONTRA-SE COM A ESFINGE E CONSEGUE DECIFRÁ-LA.

COM A MORTE DA ESFINGE, ÉDIPO É ACLAMADO PELA POPULAÇÃO, CASA-SE COM JOCASTA E TORNA-SE REI DE TEBAS.

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Porém uma maldição recai sobre a cidade, os deuses enviam uma peste a cidade de Tebas, pois os homens estavam desobedecendo ao Oráculo. Édipo, preocupado com a situação envia seu cunhado, Creonte, ao Oráculo de Delfos para saber qual era a causa da peste que assolava a cidade de Tebas.

Page 37: Generos literarios

A resposta do Oráculo foi que a cidade estava naquela situação por causa da morte de Laio e que para solucionar o problema o assassino deveria ser descoberto e punido.

Édipo vai em busca de assassino de Laio. Ao longo da tragédia, Édipo descobre que Pólibo e Meréope não eram seus pais e que seu verdadeiro pai era Laio e sua verdadeira mãe era Jocasta.

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Não suportando a verdade de ser o assassino de seu pai, Édipo fura os próprios olhos para não ver sua dura realidade, e Jocasta comete suicídio.

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Comédia De origem grega, apresentava originalmente

personagens de caráter vicioso e vulgar, que protagonizavam atitudes ridículas. A comédia é uma sátira de comportamentos individuais e coletivos com o intuito moralizante.

Atualmente a comédia representa aspectos da vida cotidiana como tema, provocando o riso.

Ex. "As Aves" de Aristófanes; "Meno-Male!" de Juca de Oliveira; "O Juiz de Paz na Roça" e "O Noviço" de Martins Pena. 

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Gênero Dramático

Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos.

Farsa: pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que crítica a sociedade e seus costumes, visando provocar o riso. Ex. "Farsa de Inês Pereira" de Gil Vicente.

Page 41: Generos literarios

Gênero Épico

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Gênero Épico A palavra "epopeia" vem do grego épos,

‘verso’+ poieô, ‘faço’ e se refere à narrativa em forma de versos, de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo.

O gênero épico: narrações de fatos grandiosos, centrados na figura de um herói.

Tem a presença de um narrador. Segundo Aristóteles, a palavra narrada.

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É provavelmente a mais antiga das manifestações literárias. Ele surgiu quando os homens primitivos sentiram necessidade de relatar suas experiências, centradas na dura batalha de sobrevida num mundo caótico, hostil e ameaçador.

Gênero Épico

Page 44: Generos literarios

Os elementos essenciais

Na estrutura épica temos: o narrador, o qual conta a história praticada por outros no passado; a história, a sucessão de acontecimentos; as personagens, em torno das quais giram os fatos; o tempo, o qual geralmente se apresenta no passado e o espaço, local onde se dá a ação das personagens.

Neste gênero, geralmente, há presença de figuras fantasiosas que ajudam ou atrapalham no curso dos acontecimentos.

Presença de mitologia greco-latina - contracenando heróis mitológicos e heróis humanos.

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ILÍADA E ODISSÉIA Quando as ações são

narradas por versos, temos o poema épico ou Epopeia.

Dentre as principais Epopeias, temos: Ilíada e Odisséia.

As obras Ilíada e Odisséia são obras atribuídas ao poeta greco-romano Homero, o qual teria vivido por volta do século VIII a. C.

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A Ilíada se passa durante o décimo e último ano da guerra de Tróia e trata da ira do herói e semideus Aquiles, filho de Peleu e Tétis. A ira é causada por uma disputa entre Aquiles e Agamenom, comandante dos aqueus quando este resolve tomar a escrava Briseida de Aquiles.

Helena, a mais bela mulher do mundo era casada com Menelau, rei de Esparta e irmão de Agamenon

Ilíada

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Quando Páris, príncipe de Tróia, foi a Esparta em missão diplomática, se enamorou de Helena e ambos fugiram para Tróia, enfurecendo Menelau.

Os gregos, seguindo a estratégia proposta por Ulisses articularam um plano para resgatá-la por intermédio de um grande cavalo de madeira, chamado de Tróia, o qual é levado à cidade de mesmo nome como presente.

Durante a madrugada, os soldados gregos que estavam dentro da barriga daquele animal madeirado atacam a cidade e ganham a guerra.

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CONCLUINDOAssim, podemos entender que Ilíada é uma

epopeia pois:

É a narrativa de um fato histórico - A guerra de TróiaRepresentado por um herói – AquilesTem a presença do narradorTem a presença de deuses da mitologia intervindo em vários momentos

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Gênero Narrativo

O GÊNERO NARRATIVO é visto como uma variante do Gênero Épico, enquadrando, neste caso, as narrativas em prosa.

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Os elementos essenciais

FOCO NARRATIVO: O narrador relata os acontecimentos como participante (narração em primeira pessoa ) ou observador (narração em terceira pessoa ).

ENREDO: o desenrolar dos fatos, seguindo uma ordem cronológica (sucessão temporal) ou psicológica (sucessão segundo lembranças ou evocações).

PERSONAGENS: Seres reais ou fictícios criados pelo autor com características físico-psicológicas determinadas.

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Os elementos essenciais

ESPAÇO e TEMPO: Local e momento em que ocorrem as ações.

CONFLITO: Toda situação conflituosa entre os personagens da narrativa.

CLÍMAX: O ponto máximo da história. DESFECHO: Os personagens

finalmente encontram seu destino, finalizando a narração.

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Gênero Narrativo

TIPOS DE NARRATIVA:

ROMANCE NOVELA

CONTO FÁBULA

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Quadro comparativo

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“O livro é um pássaro com mais de cem asas para voar…”Ramón Gomez da La Serna (1888-1963)