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Traços Distintivos & Traços Distintivos & Particularidades Particularidades

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Traços Distintivos & ParticularidadesTraços Distintivos & Particularidades

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Gêneros Literários

Lírico Épico Dramático

Soneto Epopeia Tragédia

Elegia Cordel Comédia

Ode Novela Drama

Haikai Romance Auto

Crônica

Conto

Fábula

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Soneto

A Perfeição, de Cruz e Souza

A Perfeição é a celeste ciênciaDa cristalização de almos encantos,De abandonar os mórbidos quebrantosE viver de uma oculta florescência.

Noss’alma fica da clarividênciaDos astros e dos anjos e dos santos,Fica lavada na lustral dos prantos,É dos prantos divina e pura essência.

Noss’alma fica como o ser que às lutasAs mãos conserva limpas, impolutas,Sem as manchas do sangue mau da guerra.

A Perfeição é a alma estar sonhandoEm soluços, soluços, soluçandoAs agonias que encontrou na Terra!

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Haikai

História de algumas vidas, de Guilherme de Almeida

Noite. Um silvo no ar,Ninguém na estação. E o tremPassa sem parar.

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Epopeia

Épico de Gilgamesh, Autor Desconhecido (trecho)

Quando os deuses criaram Gilgamesh, deram-lhe um corpo perfeito. Shamash, o glorioso sol, dotou-o de grande beleza; Adad, o rei da tempestade, deu-lhe coragem; os grandes deuses tornaram sua beleza perfeita, superior à de todos os outros seres, terrível como um enorme touro selvagem. Eles o fizeram dois terços deus e um terço homem. Em Uruk ele construiu muralhas, grandes baluartes, e o abençoado templo de Eanna, consagrado a Anu, o deus do firmamento, e a Ishtar, a deusa do amor. Olhai-o ainda hoje: a parte exterior, por onde corre a cornija, tem o brilho do cobre; sua parte interior não conhece rival. Tocai a soleira, ela é antiga. Aproximai-vos de Eanna, a morada de Ishtar, nossa senhora do amor e da guerra: é inigualável, não há homem ou rei que possa construir algo que se equipare. Subi as muralhas de Uruk; digo, caminhai por cima delas; observai atentamente o terraço da fundação, examinai o trabalho de alvenaria: não é feito com tijolos cozidos, e bem feito? Os sete sábios lançaram suas fundações.

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Romance

Senhora, de José de Alencar (trecho)A moça, com o talhe languidamente recostado no espaldar da cadeira, a fronte reclinada, os olhos coalhados em uma ternura maviosa, escutava as falas de seu marido; toda ela se embebia dos eflúvios de amor, de que ele a repassava com a palavra ardente, o olhar rendido e o gesto apaixonado. - É então verdade que me ama? - Pois duvida, Aurélia? - E amou-me sempre, desde o primeiro dia que nos vimos?- Não lho disse já? - Então nunca amou a outra? - Eu lhe juro, Aurélia. Estes lábios nunca tocaram a face de outra mulher, que não fosse minha mãe. O meu primeiro beijo de amor, guardei-o para minha esposa, para ti... Soerguendo-se para alcançar-lhe a face, não viu Seixas a súbita mutação que se havia operado na fisionomia de sua noiva. Aurélia estava lívida e a sua beleza, radiante há pouco, se marmorizara.- Ou para outra mais rica!... disse ela, retraindo-se para fugir ao beijo do marido e afastando-o com a ponta dos dedos.

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Conto

A causa secreta, de Machado de Assis (trecho)

E com um sorriso único, reflexo de alma satisfeita, alguma coisa que traduzia a delícia íntima das sensações supremas, Fortunato cortou a terceira pata ao rato, e fez pela terceira vez o mesmo movimento até a chama. O miserável estorcia-se, guinchando, ensanguentado, chamuscado, e não acabava de morrer. Garcia desviou os olhos, depois voltou-os novamente, e estendeu a mão para impedir que o suplício continuasse, mas não chegou a fazê-lo, porque o diabo do homem impunha medo, com toda aquela serenidade radiosa da fisionomia. Faltava cortar a última pata; Fortunato cortou-a muito devagar, acompanhando a tesoura com os olhos; a pata caiu, e ele ficou olhando para o rato meio cadáver. Ao descê-lo pela quarta vez, até a chama, deu ainda mais rapidez ao gesto, para salvar, se pudesse, alguns farrapos de vida. Garcia, defronte, conseguia dominar a repugnância do espetáculo para fixar a cara do homem. Nem raiva, nem ódio; tão-somente um vasto prazer, quieto e profundo, como daria a outro a audição de uma bela sonata ou a vista de uma estátua divina, alguma coisa parecida com a pura sensação estética.

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Fábula

O jabuti e a peúva, de Monteiro LobatoBrigaram certa vez o jabuti e a peúva.- Deixa estar! – disse esta furiosa – deixa estar que te curo, meu malandro! Prego-te uma peça das boas, verás…E ficou de sobreaviso, com os olhos no astucioso bichinho que lá se ria dela sacudindo os ombros. O tempo foi correndo… o jabuti esqueceu-se do caso; e um belo dia, distraidamente, passou ao alcance da peúva. A árvore incontinenti torceu-se, estalou e caiu em cima dela.- Toma! Quero ver agora como te arrumas. Estás entalado e, como sabes, sou pau que dura para cem anos…O jabuti não se deu por vencido.Encorujou-se dentro da casca, cerrou os olhos como para dormir e disse filosoficamente:- Pois como eu durmo mais de cem, esperarei que apodreças…

Moral: A paciência dá conta dos maiores obstáculos.

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Tragédia

Édipo Rei, de Sófocles (Trecho)ÉDIPOQue rumores? Eu estimaria conhecer tudo o que então se acreditava. CORIFEU Diziam que Laio foi morto por uns viajantes.

ÉDIPO Também isso ouvi dizer; mas não apareceu uma só testemunha ocular. CORIFEU Por muito pouco sensível que o assassino seja ao temor, quando souber da maldição terrível que proferiste, não resistirá!

ÉDIPO Quem não receou cometer um crime tal, não se deixará impressionar por simples palavras. O CORO Acaba de chegar quem tudo nos vai descobrir! Trazem aqui o divino profeta, o único, entre todos os homens, que sabe desvendar a verdade!

Entra TIRÉSIAS, velho e cego, guiado por um menino. Escoltam-no dois servidores de ÉDIPO.

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Auto

Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente (Trecho)

Vem um Frade com üa Moça pela mão, e um broquel e üa espada na outra, e um casco debaixo do capelo; e, ele mesmo fazendo a baixa, começou de dançar, dizendo: FRADE Tai-rai-rai-ra-rã; ta-ri-ri-rã; ta-rai-rai-rai-rã; tai-ri-ri-rã: tã-tã; ta-ri-rim-rim-rã. Huhá!

DIABO Que é isso, padre?! Que vai lá?

FRADE Deo gratias! Som cortesão.

DIABO Sabês também o tordião?

FRADE Porque não? Como ora sei!

DIABO Pois entrai! Eu tangerei e faremos um serão. Essa dama é ela vossa?

FRADE Por minha la tenho eu, e sempre a tive de meu,

DIABO Fezestes bem, que é fermosa! E não vos punham lá grosa no vosso convento santo?

FRADE E eles fazem outro tanto!

DIABO Que cousa tão preciosa... Entrai, padre reverendo!

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Canções Náuticas

Marujo Borracho, de Vários Autores (trecho)O que faremos com um marujo borracho? (x3)No início da manhã!

(Refrão) Way, hay, e de pé ela está (x3)No início da manhã!

Depile a pança dele com uma navalha velha (x3)No início da manhã!

(Refrão)

Deixe ele no escaler até ficar sóbrio (x3)No início da manhã!

(Refrão)

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Animações

Malária, de Edson Oda

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