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CONTO BRASILEIRO CONTEMPORANEO

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MORTAL WARRIORSVERSO 2

Obs.: Esta segunda verso de Mortal Warriors deveria ser na verdade a primeira. No entanto a fora dos personagens impediu que eu coloca-se este final que esta aqui. No fiquei satisfeito com a primeira verso porque ela acabou no cumprindo o conceito inicial da histria que era um questionamento sobre o absurdo e a sua resignao. evidente que este conceito no o central pois esta, se algum um dia ler talvez ir perceber, uma novela que exprime vrias conceitos.

TELA 1: O JOGO

Gustavo Rancine tocou a campainha da manso. Uma camera olhou para ele.-O que foi? - Disse uma voz no alto falante.-Sou amigo do Frederico.-Um minuto. - Passou-se algum tempo.- Certo pode entrar.A porta de ao destravou dando passagem para um corredor. Uma senhora casa encheu o seus olhos, tinha quatro andares e deveria ter pelo menos 2.000 metros quadrados cada um. At chegar nela vislumbrou um imenso jardim povoado de hortencias e betunias. A porta principal, feita de cavalho envernizado, abriu-se e mostrou um rapaz franzino, magro, com cabelos ruivos e sardas no rosto. Era Frederico. -Que demora! J estava ligando para voc. - Disse ele.-Voc me encheu tanto o saco no colgio que fui obrigado a vir. O que ? No tenho todo tempo do mundo.-No se preocupe, logo mais saber. Mas entre por favor.Apesar de ser bem nascido Gustavo se impressionou com a sala: era decorada de maneira barroca com estofados de couro antigo, armaduras, quadros e espadas colgadas nas paredes. Sentaram-se em uma mesa suntuosa feita de madeira de lei, o criado chegou servindo yougurte e cookies. -Moro aqui com minha tia que a propsito esta de viagem no Rio.- Disse Frederico.- A casa era do meu pai e ele me deixou como herana. Minha me morreu com ele em um acidente de avio. -Que pena. Sinto muito, mesmo.-Todos os dias eu me lembro deles aqui,minha me assistia TV quase o dia todo enquanto ele se esbaldava na suas invenes.-Seu pai era inventor?-Sim, e o melhor, patenteou vrias coisas e por isso que tenho esta fortuna. Logo mais saber o quanto ele foi genial. -Realmente voc me deixou curioso. Aliais, se voc me explicasse o motivo de me chamar aqui eu certamente lhe agradeceria.-Mas claro, depois de terminarmos este lanche j vou te levar para sala de sonhos.-Sala de que?-Coma Gustavo, coma, logo mais voc ira precisar destas calorias.Gustavo ento silenciou e continou a comer imerso na sua ansiedade. Alm do yougurte e dos cookies o criado trouxe caf preto, leite,queijo e po frances, deliciaram-se pois aquela idade assim exigia. Depois de termimarem caminharam at um longo corredor, este dava acesso a vrios aposentos, a caminhada parecia no terminar at que Frederico convidou-o a entrar em uma sala a esquerda. -Este lugar que voc ir conhecer supersecreto.- Falou Frederico.- Por isso bico calado depois ok?- Apertou um boto que estava fixo a uma escrivaninha e as cortinas que antes estavam fechadas se abriram para mostrarem uma porta dupla branca, da cor das paredes.- Abre-te Polanski.- Disse em voz alta e as portas se abriram.- Este sistema s abre com a minha voz e possuo pelo menos umas dez senhas. Tudo isso para guardar a obra prima do meu pai.- Desceram uma longa escadaria que parecia leva-los a lugar algum.-Ento isso, vou conhecer a obra prima do seu pai?-Uma das vrias. Mas nessa realmente ele se dedicou. Usou todos os seus conhecimentos em fsica clssica e quantica alm de bioqumica, mecanica e eletrnica. Talves um dia eu seja como ele, bem isso que eu quero.-Para mim voc um boc do segundo ano Frederico. A esta hora eu poderia esta acessando o redtube.-Pare com isso! Use sua energia sexual para coisas mais construtivas!-No existe nada mais construtivo que as garotas!-Voc quis dizer destrutivo no ? - Riram-se como velhos amigos apesar de se conhecerem a apenas algumas semanas.Entraram em uma espcie de antessala, um pouco maior que uma antesala comum talvez, que parecia mais um labortrio. Possuia mesas espalhadas por todos os lados sustentando placas e circuitos eletronicos, umas exibiam tubos de ensaios e microscpios enquanto outras mostravam livros e folhas com imensas anotaes: tudo a merce de em uma baguna sem tamanho. Luzes piscavam nas paredes tentando vencer uma densa penumbra.-Tudo bem.- Disse Gustavo.- Seu pai era dono de um parque de diveses. Posso ir agora?-Pare de ser cago! No v pelas aparencia, esta vendo aquela entrada? l que comea a diverso.-Deixe eu adivinhar, a sala dos sonhos.-Isso mesmo, bom garoto! Gosta de games? Pois este o melhor videogame de todos os tempos!-Mesmo?-Acompanhe-me.Constrastando com a escurido da ultima, a sala dos sonhos era totalmente iluminada, chegava a ficar branca de tanta intensidade. Entrarem um um biombo exentricamente circular, como se fosse um cilindro e Frederico iniciou as explicaes.-O que voc esta vendo coloca todos os outros consoles no chinelo. Chama-se Caboclo 1.5, meu pai o deixou quase terminado. Tive que fazer vrios ajustes at ele ficar perfeito. Agora tome e vista isto aqui.- Entregou uma luva, uma touca e um culos.- Perceba agora, a luva como se fosse o joystick, a touca possui alguns eletrodos que iro trabalherem um pouco com o seu crebro e finalmente os culos iro lhe mostrar as imagens.- Agora olhe para baixo, isso, voc esta em cima de uma esteira que permite os movimentos xy e suas inumeras variantes. Tome cuidado, esta parte ainda no esta bem definida e esta em fase de teste, voc ir vestir este colete aqui que como pode ver amarrado a uma corda que fica presa no teto para lhe dar estabilidade e evitar as possveis quedas.-Me parece interessante. Deixa eu adivinhar, estes equipamentos so conectados via wirelles por um computador central que gera as imagens e faz o programa rodar. Mas esta touca, bem, no entendi muito sobre isso.-Este o diferencial, meu pai conseguiu uma maneira de trabalhar as ondas cerebrais para elas simularem certas sensaes, isto que a touca faz. Mas tem um pequeno detalhe.- Tirou uma injeo do avental e deu um leve toque com o dedo mdio na ampola.- Tem uma substancia aqui que age quimicamente nos seus neurotranmissores, a combinao entre a touca e esta substancia o que faz acontecer as sensaes.-Nada disso colega, brincar de viedogame tudo bem mas sem drogas, sou careta.-No uma droga, cara! apenas uma maneira de ajudar no jogo. Eu lhe garanto que no tem efeitos colaterais, eu j testei vrias vezes em mim!-Pelo que vejo estou sendo a segunda cobaia.-No isso! Acredite no um tarja preta, no vai lhe causar dependencia!-Tudo bem!- Disse Gustavo respirando fundo.- O que no fazemos pela ciencia no ? Manda bala! Ai! Mas vai com cuidado com isso p!-Pare de chorar seu maricas, agora fique aqui e coloque o culos s quando eu mandar.- Saiu da sala e subiu em um mesanino que possuia uma janela de vidro feita exatamente para visualizar o jogador. Acenou um jia para que Gustavo coloca-se os culos, estes eram acompanhados de um fone fone de ouvido. Neste meio tempo ele tinha vestido as luvas e a touca. Ao colocar os oculos e os fones Gustavo pareceu ser tranportado para um outro lugar: era uma rua realisticamente perfeita onde se viam transeutes, prdios e carros caminhando como se estivessem em uma cidade normal.-Por Deus! - Exclamou Gustavo.- Como conseguiu isto?-Trabalho meu colega, muito trabalho.- Eles se conversavam agora via microfone. - O jogo se chama Policia e Ladro, original no acha? A histria simples, voc assaltou um banco e leva uma mochila repleta de grana, muitos policiais esto ao seu encalo por isso voc vai ter que correr e derrubar tudo o que vem pela frente!-Realmente uma histria bem diferente ein Frederico.- Ironizou Gustavao- Mas realmente a sensao demais, parece que estou em outro lugar mesmo! Posso ver minhas mos e sentir o peso da mochila em minhas costas, sinto minhas botas, minha roupa, meu colete, isso uma tremenda loucura!-Espere um pouco.- Uma arma apareceu nas mos de Frederico neste instante.- Viu? uma metralhadora do Rambo, esta sua ajuda para se livrar dos caras. Repare que ela no esta to pesada assim, claro, posso regular os seus nveis de sensaes para no deixar o jogo to real e quando levar os tiros no se preocupe, a dor ser mimma, mas ter se no no tem graa! Outra coisa, qual ser seu nick?Despois de erguer um pouco a cabea e pensar um pouco Frederico respondeu: -Chuck Nurris! o meu nick prefererido. -Disse sorrindo e depois exclamou: Nossa! Meu Deus apareceu aqui derrepende o nome no meu colete ! Uau isso demais! Vamos logo para ao, no vejo a hora! Voc me pegou Frederico, adoro jogos de tiro.-Logo percebi, voc tem cara de louco mesmo! Hahaaha! Vai para o arrebento!Ento Gustavo correu com aquela super metralhadora nos braos. Podia ouvir o som dos seus passos nitidamente, a fora dos seus musculos se esticando e sua respirao ficando cada vez mais ofegande diante do esforo. Realmente as coisas ficavam meio estranhas pois a esteira no conseguia lhe proporcionar o equilbrio que ele tinha no mundo real mas a corda amarrada no colete lhe ajudou a se sentir seguro. Apesar do seu temperamento brando Gustavo sempre se deliciava nos jogos violentos e apreciava muito aqueles em que ele podia ter a liberdade de fazer o que quiser como por exemplo entrar em um carro, pilotar uma moto ou um helicpitero, isso realmente o fazia se exaltar. Ento, entusiasmado com aquela possilbilidade comeou a abrir fogo a esmo causando todo o tipo de destuio,- isso a Gustavo.- Falou Frederico.- Pegou o esquema do jogo, faa o que quiser.E realmente ele o fez. A primeria a sofrer as consequencias foi uma velhinha que andava na calada. Apesar do coice no ser o mesmo o efeito do projtil atingindo o ser humano era bem parecido: a senhora explodiu em pedaos. Gustavo riu ensandecidamente e se empolgou: liberou uma rajada em um carro prximo e o fez capotar at parar em uma loja de roupas, os clientes saram completamente assustados . Assim todos, desnorteados, comearam a correr diante daquele ataque sem sentido, o que fez com que os disparos fossem mais aleatorios no entando no menos perigosos. Com isso muitos sofreram: velhinhos, moas com carrinhos de bebes, guardas de transito, motoboys, cachorros, gatos, pombas, formigas etc... Nada escapava da impidedosa metralhadora de Gustavo, ela cantava com seus disparos estridentes e suas capsulas esfumaadas que caiam no cho. Depois de algum tempo apareceram os policiais com seus uniformes alinhados e suas armas bem lustradas e dispararam contra. O colete de Gustavo conseguiu resistir a muitos tiros, alm do que como nos games o protagonista no morre diante de um disparo de fuzil pode ter a chance de um bom contraque. Foi um longo tiroteio, muitos policiais foram atingidos. A mira de Gustavo era to precisa que as vezes ele acertava na cabea dos seus inimigos e falava o tradicional: -Headshot! Contente por ter ganhado mais pontos. Finalmente ele foi alvejado demais e o seu nvel vital acabou, o jogo tinha terminado, pelo menos aquela partida. Gustavo pediu mais porm Frederico pediu uma pausa pois tinha que fazer alguns ajustes na esteira.-Mas agora que eu estou me divertindo! Deixa isso para depois! - Disse Gustavo irritado.-Espere um pouco, voc no ter uma boa experiencia com esta esteira dando problemas.-Pare com isso! Viu o estrago que fiz? Alias mostre a tela de pontuao.E abriu-se uma tela mostrando seus feitos:Mortes:................56Policiais...............40Civis:.................16Heashots.............10Feridos................80Destruio.. ....15%Categoria: ....Assassino em massa-Aha! - Comemorou Gustavo.-Chuck Norris o cara!- Tirou os culos e os apetrechos. Sentia-se contente porm tremulo, aquelas emoes foram-lhe muitos reais.Subiu at o mesanino para entabular uma conversa com Frederico.-Que coisa esta! Se voc colocar isso no mercado ir vender milhes! Estava l cara, me senti um completo Rambo! Resolva logo este problema da esteira seno vou surtar!- s questo de fazer alguns ajustes, enquanto isso coma umas bolachas. Sabia que ia gostar, a sua cara. Quando ouvi voc falando dos jogos que curtia logo percebi que seria uma boa cob... ou melhor, que voc iria se divertir bastante heheh-Cara como voc conseguiu tamanha perfeio, parecia mesmo que eu estava matando todas aquelas pessoas! Senti at um peso na conscincia.-Relaxa.- Respondeu Frederico pigarreando um pouco. - apenas fantasia!- E continuou por cerca de uma hora fazendo os ajustes no emaranhando de engrenagens da esteira e afinando os dados no programa.-Senhor Frederico!- Interviu o criado chegando de repente.- Desculpe intrometer mas a policia esta na porta, eles querem falar com voc.-Comigo? Mas o que querem.- Apertou um boto no teclado e o monitor exibiu o que estava acontecendo prximo do muro da manso. -Mas que porra esta!- Eram vrias viaturas ocupadas por policiais com uma expresso de que no estavam muitos satisfeitos. Um deles, um capito, falava alto no interfone: - Vamos logo, abre esta porta, sei que esto a!Frederico e Gustavo entreolharam-se, alguma coisa estava errada.

TELA 2: A CONFUSO

Gustavo engoliu seco quando o capito da polcia entrou na sala junto com o seu squito e perguntou por um tal de Chuck Nurris.-No existe ningum com este nome aqui.- Disse Frederico com voz tremula.-O que ? Pensam que sou idiota?- Respondeu vociferante o capito.- lgico que isto um apelido! O nome correto do indivduo Gustavo Rancine! -Mas sou eu capito! Sou eu! O que eu fiz? - Gaguejou Gustavo.-O que voc fez? - Gritou o capito com um rosto insano e maquinalmente tirando um papel do bolso.- O que voc fez? Simplesmente em um dia matou 56 pessoas, 40 policiais, 16 civis, sendo que dez destes com tiro certeiro na cabea, deixando oitenta feridos em um rastro de destuio de cerca de 15% em uma importante rua do centro da cidade! Tudo isso empunhando ensandecidamente uma m249! Voc, senhor Gustavao Racine com esta carinha de inocente um assassino em massa!-Espere um pouco capito!- Retorquiu Gustavo.- Voc esta enganado! Isso pontuao do game que acabamos de jogar! -Game?- Questinou o policial.- Game?- Pegou umas fotos que estavam no seu bolso e jogou na mesa de centro.- Isso aqui parece um game para vocs?- Eram imgens de pessoas mortas, homens, mulheres, velhinhos, velhinhas, cachorros, gatos, pombas e at formigas. Gustavo calou-se diante daquela situao assombrosa.-E mais.- Continuou o policial.- Pelo que vemos aqui este o seu comparsa, Frederico! -Do que esta falando! - Gritou Frederico.- Somos inocentes, deve haver algum engano aqui!-Vocs tem um mandato pelo menos?- Interviu o criado.-Isto aqui?- Disse o capito enquanto tirava o mandato do bolso e mostrava para os meninos boquiabertos.- Hoje em dia a internet facilitas as coisas!- Gargalhou e olhou para os soldados que riram juntos tambm em plena concordancia. -Volto a dizer.- Falou Frederico enquanto levava disfaradamente Gustavo at um ponto determinado ponto da sala.- Volto a dizer que isso no passa de um tremendo engano! Nunca que fariamos isso! Aguardem um pouco que vou ligar para minha tia e logo mais resolveremso isso.- Colocou discretamente a mo no bolso. -Ningum vai ajudar vocs agora, nem o melhor advogado do mundo. Esto presos! Soldados peguem estes assassinos e jogem os no xadrez!Enquanto os policias correram na direo deles com suas mos em forma de garras, Frederico apertou um boto de um pequeno controle remoto que estava em seu bolso e abriu-se de repente um alapo que rapidamente sugou os dois para baixo e fechou em seguida. Todos ficaram pasmos olhando para o criado.-Querem alguns cookies?- Perguntou ele para tentar quebrar o gelo. Gustavo e Frederico desceram, no sem gritar, em um escorregador at chegarem em um lugar parcamente iluminado bem parecido com a antessala laboratrio que tinham estado antes de entrarem na sala do sonhos. -Hei Gustavo, mostramos para ele ein? -Do que voc esta falando, eles vo nos caar at arrancar nossos ossos!-Meu pai realmente era um gnio, agora percebo o porque de ele colocar vrios alapes epalhados pela casa conectados a esta carverna. Certamente previu que iam persegui-lo por causa das suas invenes!-O que? Ento o Cabolclo 1.5 no era um jogo! Era uma espcie de interferidor da realidade ou algo parecido?!-Opa, opa, vamos com calma! Para mim sempre foi nada mais que um jogo. Nunca imaginei que esta era a funo principal do Cabloco. E ele nunca me falou disso. Alm do mais no acredito que ele faria uma coisa destas para matar pessoas, no o meu pai, eu acho... Deve ter mais respostas, eu vou pesquisar sobre isso.-Pesquisar? Se no fugirmos do planeta vamos ser trucidados pela polcia, em que mundo voc esta Frederico?-Esta sua ansiedade vai acabar te matando amigo. Vamos para uma casa de frias da minha tia no Rio, l ela vai nos ajudar, ela sempre me ajudou no agora que...-E o que a sua tia tem em casa? Tanques de guerra? Um F-16, um desintegrador?- Colocou as mos no rosto.- Por Deus isso um pesadelo!-No um pesadelo amigo, mas pode ser um jogo. Nunca imaginou que todos ns podemos ser marionetes de um imenso jogo sem fim?-Pare de filosofar e arranje um jeito de sairmos daqui j que voc o gnio da histria!-Como quiser missieu, acompanha-me.- Levou-o at uma sala de armas que exibia todo o tipo de equipamento blico que se possa imaginar: fuzis, escopetas, espingardas, pistolas e at bazucas e lana chamas. Gustavo ficou boquiaberto.-Pelo visto este seu pai tinha inimigos poderosos, porque ele teria guardado tantas armas?-Cale a boca e coloque tudo isso nestas bolsas, tem um carro aqui perto, vamos levar para l e no se esquea das caixas, elas contem munio.Depois de encherem as moxilas as levaram at uma garagem o mais rpido que puderam, sempre ofegates e sempre com as reclamaes de Gustavo. -Isso muito pesado!- Dizia ele.-, estas da no so feitas de pixels, hahahah.A garagem protegia um belo Maverick 75.-Repare s nos detalhes Gustavo, motor v8, rodas largas, faris originais alm de estar tunado com mais uma trao traseira, vidros e carroceria blindados, teto solar e mais outras surpresas. Uma obra prima.-S espero que isto nos leve so e salvos para casa da sua tia.Fizeram mais duas viagens lotanto o porta-malas, nos bancos trazeiros deixaram os fuzis, pistolas e um lana foguetes, todos previamente carregados. Frederico mostrou-se um verdadeiro expert em armas sabendo maneja-las como um soldado treinado a despeito dos seus dezesseis anos. -Matar eu no sei.- Disse ele.- Mas manusear comigo mesmo.Vestiram seus coletes a prova de bala que ficaram muito grandes para eles e desconfortaveis deixando-os muito desengonados.Assim estavam prontos para fuga, tinham que ser rpidos porque seno logo mais os policiais iriam pega-los: nenhum lugar era inacessivel para aqueles legtimos ces de caa.-Antes de tudo me acompanhe-me. - Disse Frederico.

INTERLDIO: PAUSA PARA UMA PRECE-Meu pai levou-me aqui um dia.- Sussurou Frederico.- Era um dia cinza e minha me tinha lhe dado com o pau de macarro na sua cabea.- Estavam em uma sala minuscula iluminada apenas por um facho vermelho feito somente para uma imagem colocada em um pedestal. - Este aqui.- Apontou para a imagem.- Este daqui o santo que ele falou para que eu rezasse nos dias em que no houvesse sada para mais nada.- Tratava-se de um entalhe de madeira artesanalmente pintado, a figura era de um cowboy segurando duas armas nas mos.- Apresento-lhe.- Disse com voz tiunfal.- O Santo dos Assassinos, aquele no qual vamos dedicar nossa prece.-Mas que por...-Shhhhh, quieto, este aqui matou at o prprio Deus! Apenas repita o que vou falar. Lembre-se no temos tempo!E disse em voz alta:-Querido mestre!-Querido mestre. - Repetia Gustavo.-Fazemos esta orao para que nos livre dos inimigos!-Fazemos esta orao para que nos livre dos inimigos.-Para que possamos sobreviver aos tiros de escopeta!Para que possamos sobreviver aos tiros de escopeta.-De calibre 12!-De calibre 12.-E de at .50!-E de at .50.-Nos livre de toda covardia!-Nos livre de toda covardia.-De toda hesitao!-De toda hesitao.-E que possamos fazer!-E que possamos fazer.-O bom e saudvel trabalho de matar!-O bom e saudvel trabalho de matar!?-Que todo tiro seja certeiro!-Que todo tiro seja certeiro.-E que possamos!-E que possamos.-Superar a todos os nveis de headshots!-Superar a todos os nveis de headshots. Mas que besteira essa!-Agradece-mo-lhe senhor pela oportunidade!-Agradece-mo-lhe senhor pela oportunidade.-Em nome de Exu!-Em nome de Exu?-De Odim!-De Odim?-E de Cratus!-E de Cratus?

Amm!A- Amm!-Sabe.- Disse Frederico olhando ternamente para Gustavo com olhos marejados.- Tenho que confessar... Sempre tive vontade de ver novamente meu pai e minha me, aonde quer que eles estejam. Gustavo olhou inquisitivamente para Frederico e prepararou-se para lhe dar uma boa resposta quando este o cortou pegando-o pela mo:-Vamos, hora!E correram at o carro.

TELA 3: A FUGA

O ronco dos dois V8 reverberava na garagem, a fumaa se espalhava quase impedindo a viso. Frederico se deliciava com o aquele som que para ele era uma musica suave. Sentia seu corao bater cada vez mais forte. -Ento alm de usar armas voc sabe dirigir tambm?- Indagou Gustavo.- O que mais voc sabe fazer, pilotar helicpitero?-Confesso que no sei matar, e pelo jeito nisso voc bom.-Ento isso no ? Voc no tinha coragem de fazer aquele massacre e por isso me chamou!-Para com isso! Nunca imaginei que aquele jogo iria se tornar realidade. Meu pai sem dvida me escondeu algo.-Pode falar o que for mas eu no acredito em voc, tuda esta baguna esta me parenendo premeditada.-Nem nos meus sonhos! Esta escutando? Eles esto se aproximando, hora de ir! O capito e os policiais apareceram descarrgando suas armas. O Maverick derrapou suas rodas traseiras quando Frederico afundou o p no acelerador. O ronco ficou ensurdecedor e o carro avanou afundando os garotos nas plotronas. Seguiu at o porto da garagem que abriu automticamente. Estavam em uma que dava acesso a rodovia.-Por Deus! - Impressinou-se Gustavo!- Quem era seu pai? O Batman? -O meu pai daria um pau no Batman companheiro. Vamos laaaa!! - E acelerou mais ainda o carro: o ponteiro demonstrava interesse em chegar aos 200km. No demorou muito quando chegaram na rodovia e pareciam estar seguros. No entando ouviram os sons das sirenes. Deu-se incio a perseguio, os projteis comearam a ricochetear no carro.-Merda! - Disse Gustavo.- Era s o que faltava, eles no poderiam ir com mais calma?-O que esperava ein? Tiros de paintbol? Olhe s: a atraz tem uma AK-47, faa o favor de pega-la e responder ao fogo. -Esta louco? Isso aqui vida real e no videogame!-Por isso mesmo, o que voc acha que eles vo fazer quando nos pegarem? Dar-nos amor, carinho e compreenso? Leve em conta que j estamos mortos amigo, agora s resta lutar.-Mas porque s eu tenho que fazer o servio sujo?-Quer dirigir?Gustavo no sabia dirigir, mas sabia apertar o gatilho, pegou o fuzil, atravessou o teto solar e comeou a disparar. -Que coisa essa!- Disse ele.- como se eu estivesse segurando um gato louco!-Hei colega, vai com calma, como no game lembra? Atirar aos poucos e no tudo de uma vez!-Eu sei! Eu sei!- O vento espalhava seus cabelos, a instabilidade do carro no dava chance para ele mirar, as balas zuncavam nos seus ouvidos e algumas at ricochetavam prximas.-Mire nos pneus!-Se voc tentar pilotar em linha reta talvez eu consiga!-No posso, seno eles atingem os pneus.Bem que Gustavo tentou, mas seus tiros nunca atingiam o alvo. O pente acabou rpido fazendo-o voltar para o banco do carona. Frederico ligou o som para distrair um pouco, puxou do mp3 uma msica do Raimundos: - Eu quero ver o ocoooooo!!!!!!!!!!! disputava com os tiros de automtica que atingiam a trazeira do Maverick 75.-Veja s.- Disse Frederico.- Vou lhe mostrar uma coisa.- Apertou um boto no painel, da trazeira do carro abriram umas tampas que liberaram centenas de bolinhas metlicas que se espalharam pela pista indo chegar finalmente em uma das viaturas. Ouviu-se um exploso.- isso a, uma a zero para ns! - Gritou Frederico.- Viu l? Eles capotaram diante das bolinhas malucas!- isso a!- Ironizou Gustavo.- Mais um motivo para virarmos carne moda!Seguiram ento uma trajetria guiada por gps, buscando os caminhos alternativos e atalhos para se desvenciliarem dos seus perseguidores. Conseguiram certo exito por algum tempo at perceberem que estavam sendo seguidos por um helicpitero.-No ainda o da polcia;- Observou Frederico enquando ligava a pequena TV do painel.- Veja s.A tela mostrou um apresentador de TV irritado que dizia o quanto aqueles meninos eram vagabundos, inconsequentes e traioeiros. A foto dos dois foi posta em destaque, logo em seguida viram a imagem do carro sendo captada pelo helicpitero. -Esse cara um saco.- Disse Felipe. - Gustavo faa-me um favor, deixei um lana foguetes a esta vendo? Pois , tente atingir aquele helicptero, destesto sensacionalismo.Mais uma vez Gustavo reclamou, porm, pegou o lana foguetes,era pesado e difcil de manusear, foi uma tortura tentar faz-lo passar pelo teto solar, mas enfim consegui, mirou o apertou o gatilho. O piloto sentiu o perigo e tentou escapar, mas foi em vo, o foguete atingiu a calda do helicptero que caiu como uma pedra no cho. Gustavo gritou entusiasmado com o tiro certeiro.-Hahahahah! - Gargalhou Frederico. - O Ibope caiu de vez.Tambm .- Esnobou.- Este foguete segue o calor, s assim mesmo para voc acertar-Do que esta falando? Estou comeando a aprender! Logo mais serei o melhor!-Se estivermos vivos at l.Porm a alegria dos amigos foi breve. Aps alguns minutos um novo comboio de carros se aproximou. Estavam a uns quinhetos metros de uma ponte que atravessava um largo rio. No entando esta ponte estava repleta de carros de polcia.-Acabou a festa Frederico, chegou a vez deles.-Ainda no.- Apertou outro boto no painel e avanou para o rio aumentando cada ves mais mais a velocidade. Gustavo abriu a boca de espanto. Ouviu-se um barulho, o carro estava sendo vedado e debaixo dele apareceu um compacto motor de navio. Quando o Maverick atingiu o rio sequer deu meno de afundar. -Heheheh.- Gargalhou Frederico.- Outra surpresa! O Maveca aqui um anfbio!O Maverick 75 navegou tranquilo pelo rio, atravessando-o diante dos olhares perplexos dos policiais e dos seus tiros tambm. Seguiram pela esquerda at fujirem da vista dos seus perseguidores , quando chegaram na margem oposta viram uma rua de terra e decidiram seguir caminho por ela. O capito estava em um dos carros de polcia e xingou improprios quando soube da nova fuga. Estavam sendo ludibriados por dosi adolescentes e teria que fazer alguma coisa para terminar com aquela piada. Pegou o celular e ligou para um velho conhecido seu do rio: o capito Nan.-Nn? Ola sou eu esta lembrando de mim? Capito Navalha, pois viu o noticirio? Ento pode me ajudar? Claro que tomamos uma cerveja depois para celebrar os velhos tempos! Sim, sim, eu sei que isso uma brincadeira de criana para voc mas sabe como , estamos sem sorte! At logo e boa caada!-Chamou o capito Nan?- Perguntou o cabo que dirigia o carro.- Desta vez eles vo se dar mal.-Hehe, eles so a elite e ningum os supera, vai ver, aqueles muleques vo aprender uma boa lio! Na na verdade a ultima misso deles, hahahah!Enquanto isso Frederido, alucinado, refletia e dizia para Gustavo:-Talvez ocorreu uma falha no continuom espao tempo e da o desatre aconteceu. Ou no momento que voc comeou a usar o Caboclo segui-se uma unio entre dois mundos paralelos e histria deste outro mundo se fundiu a nossa..ou talvez...-Que porra voc esta falando?!-Ora estou tentando achar alguma teoria para explicar o que acoteceu...-Espero mesmo que consiga provas, aqueles caras l traz vo querer mais do que teorias para explicar todos aqueles assassinatos! Apesar que acho que voc esta escondendo alguma coisa...-Gustavo!- Fitou os seus olhos.- As vezes a vida parece ser escrita por um deus que esta apenas preocupado com suas coincidencias e no com suas explicaes!

TELA 4: O ULTIMO DESAFIO

Andaram por uma trilha tenebrosa repleta de bosques desmatados e chacaras abandonadas at perceberem que o combustvel estava acabando.-E agora? - Questinou Gustavo.- Qual a nova surpresa do batmvel?-Nenhuma, o jeito e escolher um lugar para ficar e esperar a morte.-Como? Este carro s falta voar e no tem mais nenhum recurso? Um combustvel adiconal de hidrogenio por exemplo?Frederico enconlheu os ombros e fez uma expresso de desgosto para dizer que no tinha mais nenhum truque escondido.-Esta na reserva.- Disse ele.- Fomos burros, deveramos ter procurado em outras chcaras, agora tarde, esta vendo aquela casa l em cima daquele monte, parece estar vazia, acho melhor irmos para l. Vai anoitecer, quem sabe teremos sorte e arranjamso combustvel por a. Mesmo claudicante o Maverick 75 conseguiu subir at casa que estava abandonada como previsto. Descarregaram tudo o que tinham da maneira mais rpida que puderam at verem alguns faris de carro se aproximando.Eram seus perseguidores novamente. Foram at a sala e ficaram de ccoras junto as janelas obsevando a movimentao. A noite tinha chegado e os cricris dos grilos disputavam com o falatrio frentico dos policiais. Fizeram uma megaoperao sitiando o monte, daquela vez ningum escaparia. Ficaram a postos apontando os seus fuzis aguardando somente a ordem final. -Por Deus! - Disse Frederico colocando seus culos de viso noturna.- Voc no vai acreditar! So a elite!-, percebi, no tem mais escapatria.-No vamos ficar aqui esperando.- Pegaram as submetralhoras e firmaram mira aguardando o momento certo para atirar.Dentre a multido de de policiais saiu um homem alto, corpulento, de nariz aquilino e voz de trovo: o capito Nana. -Homens! - Gritou ele em tom de discurso.- Mais uma vez estamos aqui para salvar este pas dos safados e dos meliantes. Tragam-me a cabea destes assassinos agora, custe o que custar! Fogo!Deu-se inicio ao tiroteio, a fuzilaria espocou como uma chuva diante dos garotos que responderem imediatamente.Frederico gargalhou parecendo estar em uma festa, atirava desmesuradamente para o nada.Gustavo, mais seguro, conseguiu atingir vrios, alm da posio os culos de viso notura ajudavam. Os policiais descarregavam surpresos diante de muitos dos seus amigos que caiam diante de tiros certeiros. -Sabe.- Falou Frederico ainda rindo nervosamente.- Esta situao me lembra um filme que meu pai assistia muito. Era um faroeste em que dois amigos lutavam contra todo um exrcito se no me engano na Bolvia.-E como era o final?-Morriam!Continuaram atirando, as vezes recarregando, outras vezes pegando outras armas j carregadas. As balas ricochetavam nas paredes magoando a madeira em pequenas exploses, atingindo os velhos mveis e zuncando nos ouvidos tensos dos dois amigos.Os soldados decidiram avanar protegidos por fogo de cobertura, caminharam sorrateiramente aos poucos tentando ao mximo desviarem do ataque. Percebendo a manobra Fredrico disse:-Pegue a Barret!- E os dois pegaram uma Barret para cada. Aquela arma era grande e foi com muita dificuldade que conseguiram encaixa-las nas suas respectivas janelas. Gustavo fixou sua mira e abriu fogo escolhendo uma a uma suas vtimas. Cabeas explodiam ao som estridente dos disparos. Setiram-se verdadeiros snpers!-Headshot!- Gritava ele triunfante a cada tiro certeiro. Dentre os policiais via-se uma pessoa vestindo uma camiseta branca com os dizeres: Paz para todos. Gustavo no perdoou e explodiu a cabea dele tambm.-Mas o que isso Gustavo! Aquele cara era dos direitos humanos!-Amigo, para quem esta arrombado um caroo de azeitona serve de calo!-Eu ein, cara louco...A ttica deu certo e finalmente os soldados recuaram por um tempo. Porm, para se vingarem, trouxeram a M209 e montaram um fogo to cerrado que fez os dois amigos deitarem para se proteger.-Finalmente.- Murmurou Frederico.- Finalmente vou poder ver meus pais.Gustavo, imerso na sua misso estremeeu diante deste comentrio e voou no pescoo de Frederico que no demosntrou surpresa mas riu como uma criana.-Seu idiota! - Rosnou Gustavo sufocando seu companheiro.- Tudo isso culpa sua! Voc no tem coragem de matar ningum por isso me chamou para testar esta mquina assassina do seu pai! E esta histria de estar com seus pais? Esta completamente maluco! Acha que vai ve-los no cu, isso? isso seu louco?Frederico ficou roxo e sinalizou para Gustavo parar pois tentava falar algo. -Ca-Calma, no sou to ingenuo assim...- Disse ofegante- No nada disso, por que no confia em mim?-No tenho o porque confiar. Tudo se encaixa perfeitamente. Vou morrer a toa aqui e nem sequer comi uma menina!-Vamos sair desta, eu prometo! No entanto, quebrando o dialogo, ouviram um barulho diferente dos tiros e do ricochetar das balas. Frederico fez um sinal, o som vinha da parte de traz da casa. O que vinha at eles era a tacada final dos seus inimigos: um furgo preto blindado subia feroz a encosta.-Por Deus! - Exclamou Frederico.- o caveiro!O blidando seguia altivo, medonho, disparando pretotentemente da torre .-Bazuca nele! - Disse Gustavo. -No desta vez amigo. Precisamos de algo mais potente.- Correu at uma um canto e pegou um bloco preto e pesado. - Isso aqui uma explosivo C4, explode um quarteiro inteiro. J abusei demais de voc, agora minha vinha vez. -Entendi, de repente virou o heri. Voc vai virar peneira quando pensar em sair!-Lhe devo essa.- Tirou o adesivo do explosivo.- Agora me faz um favor, pegue a m209 e faa um fogo de cobertura decente. - Fitou os olhos do seu amigo e disse friamente:- Eu voltarei!- Espereou uns segundos at Gustavo preparar a metralhadora e seguiu em frente.O tempo pareceu passar mais devagar quando Frederico rolou em direo ao caveiro. O tiros raspalhavam-lhe o corpo, e salteavam aos seus lados. Gustavo cumpriu bem a cobertura tendando segurar com toda a foa aquela arma que tremia ferozmente. Ficou abismado ao ver a desenvoltura do seu amigo se desviando dos projteis. -Columbine fichinha perto disso aqui.- Gritou Frederico em meio a gargalhadas.- Megulhou embaixo do blindado e colocou o c4 em uma quina. Correu com toda fora at a cabana salteando e ziguezaguando. Seu brao esquerdo e sua orelha direita sangravam-No dar para ser perfeito.- Resfolegou.- Minhas orelhas so muito grandes. Vamos para atraz daquele sofa, eles esto vindo furiosos. Gustavo obedeceu mesmo estando pasmo pela sorte do amigo. O ruido do blindado chegando cada vez mais fez tremer os dois amigos. Entreolharam-se como se fosse a ultima vez. Sem dvida aquela situao evidenciava que no havia mais nenhuma alternativa de fuga. Tudo o que tinham a fazer aguardar aqueles segundos que pareciam eternos e esperar pelo pior. Persignarem-se porm atentos ao terror que se aproximava.A parede da casa arreganhou-se diante do impacto. Pedaos de madeira, vigas e fibras vibraram no ar. Ergueu-se uma densa nuvem de poeira. Pequenas pedras bateram nas paredes restantes. O cho pareceu vitima de um terremoto. Os gatoros no conseguiram reprimir a violento ataque de tosses que se seguiu. Mesmo assim Frederico, sempre atento, pegou o controle remoto e aguardou o momento propcio.O blindado ficou imvel por um bom tempo. Os soldados pareciam conversar entre si para sairem da maneira mais perfeita possvel. Ouvi-se o barulho de algum subir na torre e engatilhar um fuzil. Leves sussuros reverberaram na cabana semidestruda. Saram pela porta de trs gritando ensandecidos, apontando para tudo que parecia um alvo. O soldado da torre evocava gritos de alerta. Seguiram assim, dando passos comedidos porm decididos em um objetivo fatal.Aquele era o momento pensou Frederico.-Droga!- Disse ele em voz alta.- Por causa deste pulhas eu perder o House hoje!- E apertou o boto.O morro acendeu em uma chama nica. Os soldados da retaguarda ficarem surpresos com a chuva de escombros e braos, pernas, olhos e cabeas que caiam. Seguiu-se uma negra fumaa no ar: todos ficaram boquiabertos: a imprensa, a polcia, os curiosos, os do direitos humanos, os polticos e os do povo. O fogo se espalhoum em um raio de muitos metros. Em meio aquela confuso de vigas e cadaveres Gustavo, gravemente ferido, acordou e comeou a se arrastar procurando por Frederico, foi ach-lo em um canto, estava soterrado por muitas pedras como se formassem um tumulo improvisado. Deu-lhe uns tapas no rosto para tentar acorda-lo. Abriu os olhos.-Ei seu babaca.- Disse Gustavo vom voz tremula.- Parece que tudo acabou. Peo desculpas por ter desconfiado de voc. que eu s gostaria de saber a verdade...-A verdade...bem...a verdade..- Olhou-o com um semblante claro, lvido, como se fosse falar a coisa mais importante da sua vida. Porm seus olhos congelaram e sua boca insinuou um esgar de agonia. No iria falar mais nada naquela breve vida.Gustavo, j sem foras, caiu no peito repleto de predras do seu amigo, o jogo tinha acabado. GAME OVER