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Page 1: FUNDADOR : PEDRO CORREIA DA SILVA - Últimas obras ...purl.pt/14328/1/j-1244-g_1898-09-25/j-1244-g_1898-09-25_item2/j... · ro conquistar. Em geral conquis- ... um homem de tão alto

27.° anno

Aftftiffiiatiira* cm Lisboa

1 mez... 3C0 réia. Annuiicios: linha, 20 rs.; 1.*

3 mezes . 900 » pag., 100 rs ; coipo do jor-

Avulso.. *10 » nal com travessão, 60réis.

Annuncios mundanos, linha 40 rs. Communicados

e outros artigos, contractam-se na administração.

FUNDADOR : PEDRO CORREIA DA SILVA

TELEPHONE N.° 117

Domingo 2i> de setembro de 1898

Editor responsável — José Maria Romão

Typ. e impressão, Empreza Edilora, T. da Queimada, 35

AsNlgnaturas nan províncias

3 mezes, pagamento adiantado 1£150

A correspondência sobre a administração, ao

director da Empreza Editora, travessa da Quei-

mada, 35, 1.° andar.

Numero 9:171

Congresso Internacio-

nal da Imprensa

Antonio times

I'reNideiite do «comité»

local

Damos hoje o retrato de um dcs

vultos maiores do congresso An

tonio Ennes.

Foi escolhido para presidente

do comité local. Não podia recahir

melhor a escolha.

Antonio Ennes, em absoluto, ó

um graude jornalista. Antonio

Ennes, relativamente falando, é

nm dos chefes do jornalismo por-

tuguês.

Chamámos-lhe chefe Não vá

julgar-se que o estamos a analysar

em politic i. Não. Falamos do jor

rialista, do homem de penua, do

escriptor diário, do trabalhador

de palavra expontânea, da phrase

rapids, do au jour lejour jorna

iistico.

Falamos do jornalista moderno,

capai de lançar de um jacto: o

artigo de fuodo suggestivo, o

suelto de espirito, a chronica de

gosto, ou a critica litteraria.

Falamos do trabalhador infati

gavel, do talento de élite, capaz de

impor o seu nome através a frieza

de um jornal, attrahindo os olha-

res do publico sobro a sua prosa,

para alli o estimular, o prender,

o subjugar n'um prompto, em

duas columnas, em tres, em quin-

ze linhas.

E' d'esse que falamos, abstra-

hindo o que disse, para só ver

como o disse, pondo de parte o

€ fiei to para só tratar da causa.

Sob esse ponto de vista, Anto-

nio Eones é digno de todos os

adjectivos, Antonio Ennes é o

jornalista.

lia n'elle tudo para isso. Tem

todas as condições. Os seus arti-

gos, feitos sob impressões, citam

se como modelos, ao acaso. São

todos modelos.

Ligou a politica e a litteratura

•com tal arte, que os seus artigos

politicos são modelos de polemica

o de eatylo, quentes omo artigos

de combate, quentes como trechos

de prosódia.

Escrevendo em Lisboa, os seus

artigos encontram tantos gour-

mets na Arcada como no Suitsso; e

por isso, entre os conselheiros dos

centros politicos é tido por um

polemista de nome, e entre os só-

cios di Academia por um estylis

ta de fama

N'isto de antigos diários, é ra

ro conquistar. Em geral conquis-

tam pelo escândalo, pelo que

diz. Os d'ello conqnistam por si

próprios, pela forma porque di-

zem Os seus artigos gosam-se

Lôl os é siborear um acepipe,

qualquer coisa dos trechos de

Vieira, como que uma imagem de

Herculano, ou um soueto de João

Penha.

Na sua passagem pelo Correio

da Noite, na sua direcção do Dia,

deixou uma obra.

Artigos feitos á pressa, do am

pulheta á frente, são todos, em

geral, dignos de figurar entre oa

clássicos d'uma futura sciencia de

Imprensa. Dizcmol o tanto mais

affoitamente, quanto cão milita

mos no mesmo partido. Mas repe-

timos: a politica deva aqui a al-

ternativa á Arte. Vimos Antonio

Ennes como um artista de penna

e um burilador da phrase, e u'eaae

encadrement, n'esse meio, illumi

nado a essa ribalta, é elle uma

das figuras mais typicas, uma das

mais salientes da Imprensa Por-

tuguesa.

Não quizemos fazer uma bio

grapbia. Tentámos apenas não

deixar sair um retrato sem o ko

dvk, ao menos, do retrato.

E como se trata d'um con

gre880 de jornalistas, pozemoã de

parte o Antonio Ennes dramatur-

go, o Antonio Ennes ministro, o

Antonio Eunes diplomata, e o An-

tonio Ennes commissario Régio,

para eô ver o Antonio Ennes jor

naiista, porque é ahi que elle ac

centua a sua individualidade, e

foi por ahi que chegou a ser tudo

quanto quiz—o qua o honra tinto

a elle como á classe que perten

ce!

A conferencia na So-

ciedade de Geograplifta

Estava anuunciada para hon<

tem, na Saciedade de Geographia,

a conferencia dos srs. Gandolphe

e Julio Claretie, da Academia

Franceza, sobre Alphonse Dau-

det, o brilhante escriptor que

foi um dos mais privilegiados es

piritos do seu tempo. O illustre

director da Comedia Franceza

não poude, porém, chegar a Lis

boa, hontem de manhã, como se

esperava, em virtude de um con

tratempo de viagem. Ficou em

Burgos, com o sr. Victor Taunay,

secretario geral do congresso, e

deve estar era Lisboa no dia 28.

Para não se addiar a conferen

cia, o sr. Gandolphe, prestou se,

gentilmente, a tomar também a

seu cargo a parte que competia a

Julio Claretie, discursando du

ranto mais de uma hora, com a

proficiência d8 um pensador hors

ligne, de um critico abalisado e de

um iitterato de subido valor.

A's 9 horas da noite, o sr. Fer-

reira do Amaral, presidente da

Sociedade de Geographia, tendo

á sua direita o sr. Charles R >u

vier, ministro de França, decla

rou aberta a sessão. Evplicou a

ausência forçada do sr. Julio Cla-

retie, a quem se referiu em ter-

mos altamente lisongeiros, e apre

sentou á assembléa o sr. G*ndol-

phe, colleborador da Revistados

Dois Mundo3 e delegado da Al-

liança Francezr, a quem, em se-

guida, deu a palavra.

O sr. Gandolphe é um parleur

elegante e despretencioso, que

tem o condão de prender e inte-

ressar vivamente os que o escu

tam. A sua conferencia, em que

afiirmou dotes litterarios muito

notáveis foi deveras interessan-

te

Começou o orador expondo as

circumstancias em que se via

obrigado a substituir, de impro

viso, um homem de tão alto valor

como Julio Claretie. R-feriu se

em palavras captivantes á hospi-

talidade portuguesa, que já tive-

ra occasi&o de apreciar e passou

a cccupar se da Alliança France

za, de que é membro, uma socie-

dade fundada em França ha deze

annos, por escriptores e artistas

franceze8 para a propagação da

sua Jingua e da sua litteratura A

Alliança Franceza estende a sua

propaganda ás colónias e ao es

trangeiro e tem por fim colher

adhesões em toda a parte, á cau

sa da França intellectual. Portu-

gal não poderia ser esquecido,

porque está intimamente ligado,

pelo espirito e pelo coração, á na-

ção franceza.

Tem a certeza de que, em Lis

boa, como em quasi todas as ' u-

tras cidades da Europa, se esta-

belecorá um comité local para fo-

mentar a obra da Alliança Fran-

ceza.

Refere se á sympathia da Fran-

ça por Portugal aiud* recente

mente demoustrada na sessão so-

lemne de Sorbonue, por occasiàj

do centenário de Vasco da Gama,

e entra, em seguida, propriamen

te, no assumpto da conferencia,

promettendo fazer uma causerie

rapida ácerca de Daudet, como

homem e como escriptor.

Descreveu a entrada de Al-

phonoe Daudet, em Paris, aos 18

annos, pobre, igoorado, ingénuo,

com a bagagem litteraria desco-

nhecida; os seus primeiros esfor-

ços para conquistar um nome il-

lustre e a aura de felicidade que

começou a bafejai-o depois da

publicação dos Premiers contes e

das Lettres de mon moulin, verda-

deiros poemas em que ha mara-

vilhas de precisão e harmonia

de côr. Passou em revista a

vida litteraria de Alphonse Dau-

det, apój o seu casameuto com

uma senhora altamente talentosa

e illustrada que muito o coadju-

vou na factura da sua obra, e foi

extremamente feliz ao comparar

o trabalho dos dois esposos em

commum ao fabrico de um leque

japonez, no qual os artifices se

completam.

Fallou de Daudet como secre

tario particular do Duque de

Morny, a segunda élape da sua

carreira, que precedeu a publica-

ção do soberbo volume Les Róis

en exil. Em palavras repassadas

de fina critica e justa observação

analysou essa obra, accentuando

os seus traças característicos, e

fez o mesmo com relação ao Na-

bob, a Numa Roumestan, ao Fro•

montjeune et Risler ainé, um pri-

mor de delicadeza poética traba-

lhado sobre o mais abstracto e

brutal dos assumptos; ao Tarla-

A sessão terminou cerca das 10

horas e meia da noite.

#

Chegou a Lisboa e está hospe-

dado no Avenida Palace o sr. J.

M. Alonso de Beraza, vice presi-

dente do comité de direcção do

jornal o Liberal, de Madrid.

*

Alguns congressistas estrangei-

ros tem manifestado desejos de

visitar a Batalha.

#

A commissão de jornalistas que

promove o sarau em honra dos

congressistas estrangeiros, foi

convidar o distincto guitarrista

Carmo Dias para fazer um dos

números, e mostrar aos nossos il-

lu8tres hospedes, com a sua arte

extraordinária, o que ó essa deli-

&

íVAdVAVi; : VÍM

ANTONIO ENNES

riu, encarnação magistral dos

traços dominantes de uma raça,

etc

Não podemos acompanhar o sr.

Gandolphe em toda a sua oração,

que foi, a todos os respeitos, in-

teressantíssima, e que nos apre-

sentou nitidamente desenhado o

vulto superior do finíssimo con-

tista, do romancista insigne e do

adorável pintor de costumes da

Amoureu8e, do Jack e do Soutien

de famille. O illustre conferente

terminou classificando Alphonse

Daudet como o maia poeta de to-

dos os escriptores da sua epocha

e como o mais poeta doa roman-

cistas do naturalismo.

No fiaal do seu discurso o sr.

Gandolphe fez o elogio de Portu-

gal e repetiu as palavras que Ju

lio Claretie lhe dissera, ha quin

ze dias, em Amsterdam, ao sffir-

mar-lhe que tinha o maior prazer

em filiar a um auditório portu-

guez de coisas de Frauçs.

A assembléa, que se compunha

dos congressistas portuguezes e

estrangeiros, e de grande numero

de aocios e convidados da Socie

dade de Geographia, fez uma ca-

lorosa ovação ao conferente.

O sr. Ferreira do Amaral, usan-

do novamente da palavra, agra-

deceu ao sr. Gandolphe a sua bri-

lhante conferencia, e declarou

que, na primeira sessão ordinária

da Sociedade de Geographia, pro

poria um voto de louvor ao illus-

tre jornalista francez. Secretaria-

vam o sr. presidente da Socieda-

de de Geographia os srs. Luciano

Cordeiro e Estevão de Vasconcel-

los.

ciosa musica que se chama um

fadinho portuguez, e como geme

esse encantador instrumento que

se chama a guitarra portuguezal

Foi uma excellente idéa.

Carmo Dias faz se acompanhar

pelo grande tocador de viola, D.

Rebel Fernandez.

*

A conhecida casa Ferrari, hoje

do sr. Pereira, é a fornecedora do

jantar que ó dado em Cintra de-

pois de ámanbã

Sabemos que o sr. Pereira ca-

pricha em apresentar um finíssi-

mo serviço.

»

Os membros do congresso in-

ternacional da imprensa e os re-

dactores dos jornae8 de Lisboa

tem de mandar buscar á Socie

dade de Geographia (gabinete de

informações) os bilhetes para a

admissão no sarau da camara mu-

nicipal.

Qualquer reclamação pôde ser

feita ao secretario da camara, sr.

dr. Pedroso de Lima, que estará

no edifício da mesma camara to-

dos os dia9, desde as 9 horas da

manhã.

Xo Aveiitda-Palace

Os congressistas que se acham

hospedados no hotel Avenida Pa-

lace o os que já tCm quartos mar-

cados no mesmo hotel são os se-

guintes:

Singer, Yanwialwack e esposa,

Bauwogeat, Gaeniare de Key ser,

T. F. Parveur, Beckoman, A

Lange Bealtié, Wach, J. Janson,

Moutaut, Staaf, Wahlind, Alonso

de Beraza, Mad. Lorgoe, Boufa-

lin, Merchett Ferraut, Herman

Ring e esposa, Frederic Rotiers,

H. Feller, Paul Chambert, Tou

rielé, Poof Roh, O. Hert, Taunag,

dr. Frassati e esposa, Joseph

Mollet, Louis de Maaliwski, Louis

Lzezepauski, Alfred Lzezepauski,

L. MorelJRoby, M. Vent, Louis

Perier, Morallea e esposa, Robert

Mar, Luoien Merlet, Butaille,

Gaston Joliver, A. Cambert, Char

les Constant e esposa, L. Lunari

guier, Ottilie jBondy, dr. Albert

Oaterreth, Felix de Monnecade,

Gabriel Mont Louis, dr. Bernhard

Lundstedte, Anton Pernsfter, Ju

les Repon, Paul Strauss, Oasep

Lourié, Baron V. de Constantin,

J Froenkel, Risekeermann e ir-

mã, Paul Oecfcier e Joh Frid Hag-

fors.

O que hontem fizeram

on congreNNiNtaN

Grande numero de congressis-

tas andou deixando cartões de vi-

sita nas redacções dos jornaes

diários. Agradecemos aos illustreo

collegss que tiveram essa defe-

rência para comnosco.

—Os srs. Guilherme Singer,

Torelli Viollier e Bourgeat visi-

taram de manhã o jardim da Es-

cola Polytechnics, cujo aspecto

os deixou encantados.

Outros congressistas, entre el-

lee os srs. dr. Koch, Goemare de

Kreyser e Beekman, foram a Be

lem, admirando as bellezas ar-

chitectonics do mosteiro dos Je-

ronymos, que lhes causou a mais

bella impressão artística.

Ainda um outro grupo de con-

gressistas esteve de manhã, por

0CC88Í&0 das exequias, na egreja

da Só, visitando as dependências

do magestoso templo.

—O sr. Janzon, secretario do

congresso, com outros delegados

suecos, partiu para Cintra, onde

tenciona demorar-se dois dias.

—Alguns dos congressistas es-

trangeires estiveram em Cintra,

acompanhados pelos membros do

comité local. Outros foram a Cas

cães e ao Estoril. Todos elles es-

tão agradavelmente impressiona-

dos com o nosso pais.

—Hoje grande numero d'elles

tencionam jantar to Estoril, e ou

troa ir á tourada de Cascaes.

—Hontem, tres congressistas

estiveram ao pôr do sol na grade

da Patriarchal, que dá sobre o

cccidente da cidade, Estrella,

Lapa, etc.

O espectáculo do céo em san-

gue, picado pelas torres e altos

edifícios d'aquelles bairros, era

na verdade tão grandioso, que

elles tiveram que dizer o espon-

tâneo cyest beiul característico de

quem se sente suggestionado a

valer.

Indicações theatraes

Thealro da Avenida.—

O a Ali... á preta» está a termi-

nar a sua carreira triumphal sen-

do hoje o seu ultimo e definitivo

domingo.

Eden concerto. — Deve

sgradar extraordinariamente o

espectáculo de hoje no Eden con

certo, em S. Pedro de Alcantara,

em que figurará um variado re-

portório de cançonetas do notável

duetto Vargas Bisaccia, que du

rante o verão tem feito as delicias

de todo o publico, que tem con

corrido em grande numero ao

aprazível recinto.

m

0 "Commissario de Policia"

e o Valle

Hoje lá os temos no D. Ame-

lia!

Um e outro são inseparáveis,

e assim como não póie haver

Commissario de policia sem o Val-

le, o Valle também não pôde se-

parar-se do Commissariol

Dinheiro

Empresta se sobre oiro e prata.

Rua do Oiro, entrada pela rua da

Victoria, 94, 1.° andar.

Notas Ml

As nossas sinas.

2.5 de Setembro.—Sinas de quem

hoje fizer annos:

Se for mulher, terá vida de fo-

lha de grande circulação —modes-

ta a principio, escandalosa de-

pois, ricaça em seguida, e por

fim .. my8terio8a!

Se for homem, começará por

grandes pimponices sociaes, mui-

ta massa, carros, cavallos, etc., e

acabará a vender jornaes pelas

ruas!...

Don Mvsrasxo.

O Gymnasio ao que se diz

Inaugura a gargalhada!

Vamos ver, não tarda nada,

Os olhos da Beatriz,

O Cardoso tão faceto,

As grpças da Juliana,

A barriga do Sant'Annna,

E o cantar do Gato Pretol

Rua da Victoria

Manteiga de Nandufe

Cabelleireira

(penteando nos domicilios)

Maria do BoNario

Rua do Teixeira, n.° 35, 3.°

Os nossos folhetins

Fromont Junior e BIS-

ler Senior-t.1 pagina.

«Rocambole»—I.1 e d.1

pagina*.

«Sete Peecados Mor-

tae«»—5.» pagina.

agias de mmm

Infalliveis na cura da diabetes,

gotta, albuminuria, anemia, e de

todas as enfermidades do estôma-

go, fígado, rins e bexiga.

32—cm ADO—.TI

Liquidadora Universal

Este importante estabelecimen-

to da rua de Santo Antão, a pri-

meira casa indubitavelmente no

seu genero, acaba de organisar

uma poderosa Empreza, destina-

da a adeantamentos de dinheiro

sobre os artigos alli expostos para

venda.

Não ha duvida de qne o publi-

co e as classes trabalhadoras

muito têm a lucrar com tão sym-

pathies iniciativa, tanto mais que

n'este estabelecimento muito ga-

nham em expor os seus objectos,

já pela amplitude dos seus salões,

já pç la clientela escolhidissima

que alli concorre.

Vinho "Rocheira"

E' para recommendar-se o ar-

mazém d'este vinho na rua Serpa

Pinto, 30 e 32. A um fioo gosto

de genial e característica orna-

mentação, ha mais para admirar

a constância que os nossos ami-

gos A. Andrade & C.a lem sabido

manter no typo do seu vinho de

pasto de muito justificada fama,

bem como nos azeites de Santa-

rém e Castello Branco, por preços

muito aquém do seu valor.

Mercòs honorilicas

Official da ordem civil de mé-

rito industrial, Gusfcav Maveroth.

Visconde de Almeida Araujo

Joaquim Palhares de Almeida

Araujo.

Gran cruz da Conceição, Mau-

ricio Paul François Ramaix.

Ordem do mérito industrial,

Bernat Wolf.

Alfredo Martins

MEDICO

Mudou o seu coosultorio da

praça Luiz de Camões, 22, para

a R. Xova da Trindade*

». I.° (esquina do Chiado).

Doenças de gargants, nariz,

ouvidos, bccca e dentes.

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^XO ILLU8TRADO

De gesso

A miude repelem as gazetas ministeriaei de Lisboa e Porto:

que semsaboria de per íodo politico!

Isto, pouco mais ou menos, chegou a constituir uni legar

commum da sua litteratura jornalística.

Hão sabemos ee para as contentar será necessário que se

mande esfaquear os ministros, enviando-os d'esta para melbor!

Pois tem-se-lhes dito tudo quanto merecem os que se foram,

os que ficaram e 03 que vieram!

Mas acham pouco!

Tem-se demonstrado que com expedientes, que nada resolve-

ram e tudo peioraram, conduziram o paiz a uma situaçSo afllictiva,

a ponto de só encontrar lenitivo, no tocante a câmbios e a cota-

ções, na perspectiva de uma enorme de?graça—a perda, directa ou

indirecta, mas de facto, da província de Moçambique.

Mas isto nada vale!

A inépcia tradicional do Presidente do Conselho, que sonha

com regedores, que tem o ideal das eleições, que preside incons-

ciente ao drama das perseguições, demittindo e transferindo, tem

sido posta no realismo que merece, com episódios alegres junto de

incidentes tristes.

Mas isto não lhes faz mo3sa!

Afiirma-se, com os maiores viso3 de verdade, que já se fazem

adiantamentos por conta de futuros contractos que substituam ou-

tros que fiadam para o século que vem, prendendo assim á respe-

ctiva Companhia a acção do governo.

Mas isto não os impressiona; são de gesso!

A desgraçadíssima administração do sr. Cunha, um homem

honrado mettido nas mãos das bruxas, desdobra-se em promeno-

re8 que são a vergonha do3 mais rudimentares princípios de bom

governo!

Mas isto é como se nada fo3se!

Faz-se a conta da liquidação de todos, todos os valores que o

ministério progressista encontrou, e que arderam, como arde o di-

nheiro na mão do3 que parecem desconhecer-lhe o valor.

Mas isto o que é e o que vale—interrogam?!

Assiste-se á exautoração, que se põe em relevo, de tudo quan-

to clle3 disseram e escreveram, evidenciando-se um partido intru-

jão, um partido sem palavra, sem convicções, desleal, traiçoeiro,

sacrificando as idéas aos expadientes impudicos de cala dia.

Mas isto é comesinbo!

Representa-se em publico, sem bastidores, a lucta de um ban-

queiro e de um ministro, descompondo-se, diffamando-se, insul-

tando-se, como não ha memoria de acontecer em paiz algum do

mundo.

Mas isto não os affecta!

Chegam á nota irrisória de negarem a paternidade de um ar-

tigo que publicaram, apresentaado-o como sendo de geração espon-

tânea.

Mas isto não tem valor!

Confirma-se que na praça de Paris estiveram por pagar letras

do thesouro portuguez.

Mas isto é pelos modos coisa corrente!

Os homens que diffamaram, que achincalharam, que cobriram

de injurias, chegam a ser premiados pelo3 diffimadores.

Mas isto, ao que se conclue, é coisa naturalissima!

Ora com este espirito, com este deslavameato, com este cy-

n'i8mo relapso de políticos comprehende-se que elles considerem

como sendo sem valoro período que atravessamos, e que ainda

queiram sensações mais fortes arrancadas da chronica das suas

proezas!

interna se alastrar no paiz vizi-

nho.

Portanto, mais razão de queixa

têm cs hespanhoes cootra nós do

qa* nós temos contra ell 38—se por

ventura algumas vozes isoladas

podessem significar alguma coisa

com reepeito ao sentimento nacio-

nal.

Pela politica

e pela administração

Porlngal e llespanlia. -

Dois jornaea madrilenoe, seDdo

um d'elles de caricaturas, lembra

ram se de Portugal, a titulo de

compensação para oa desastres de

Cuba e Filippinas. Vinham por

ahi fóra os nnestro* hermanos, e

conquistavam nos de vez, como

aliás nunca poderam fazer, nem

na Edade Media, nem na Renas

cença!

Esta hespanholada tem sido no

entanto tomada mais a serio do

que merecia sel-o pelos nossos pa

triotas susceptíveis. Primeiro, por

que duas vozes isoladas nada cer-

tificam dos sentimentos dallespa-

nba para com Portugal; segundo,

porque em voz de dois jornaes,

todos quantos se publicam para

ahi, commungando no credo repu-

blicano, levaram o periodo da

guerra em desalmada propaganda

contra cb hespanhoes, na aspira-

ção mim de pescarem nas aguss

turvas, dado o caso da anarchia

• #

Queixas contra magislra-

d0§t — S->b esta epigraphe en

contrámos hontem a

seguinte informação no Diário de

Noticias:

«Consta-nos que deram entrada

no ministério da Justiça graves

queixas contra alguns delegados e

juizes das comarcas do continente,

tendo já algumas d'essas queixas

parecer da procuradoria geral da

corôa e devendo o respectivo mi-

nistro dar a tal respeito, muito

brevemente, as devidas providen- cias.».

Temos grande receio dos resul-

tados, sabido, como é, por tradic

cional, que o génio perseguiste

sempre que qualquer magistrado

não faz a sua politica, se irrita e

denuncia.

Quando na opposição, descom-

pôs os juizes nas gazetas; quando

no governe, exige transferencias,

passagens ao quadro, processos,

etc.

E' por isso que temos grande

receio.

• •

Câmbios c cotações. —

Londres cheque (comp.), 33 7j8;

(vended.), 33 13|1G; Londres 90 d|v

(comp.), 34 1|8; Paris cheque (com-

prad.), S40; (vended.), 843; Allema-

nha cheque (comp.), 345; (vend.),

347; Madrid cheque (coinp.), 910;

(veud-J, 920; Rio sjLondres, 7 3j4; desconto Ranço de Ingla-

terra, 3 0(0;

Boina* porluguezaK.-

Ojjicinl:

Acções do Banco Ultramarino,

102£800; acções da C.â Credito Pre-

dial Portuguez, 39£500; prediaes 4

lj2, 90£000.

Commercial:

Acções do Banco de Portugal,

123£S00; acções da C.a Credito Pre-

dial, 39£40Ó e 39£500; acções da

C.a dos Phosphoros, 52£300, acções

da C.a dos Tabacos, coupon, 82£500

e 82£000; obrig. da C.ft das Aguas,

coupon, 7G£5U0: obrig. da C.a Norte

e Leste, 3 0|0, f.° g., /5£200; acções

da C.a dos Phosphoros, 80£000;

pred. 4 1|2, 90£000; obrig. 4 0|0,

1890, conpons, 39£000; obrig. 4 1|2,

assent., 43£000; obrig. 4 Ii2, exter-

no, 43£500; libras, 7£000.

As provas praticas dosaspiran

tes a logaras de amanuenses da

direcção geral de contabilidade

publica hão de verificar-se no dia

5 de abril. Foram desde já consi

deradoa concorrentes:

Alvaro Eugénio Leão Prestes

Cabreira, Izidoro Augusto de Sá

e Santos Grillo, Joté Maria de

Paiva Corrêa Nobre e Julio Co

leatino Vaz da Silva.

—O Diário publicou hentem o

regulamento da empreza das

aguas mineraea do Melgsç).

—Pelo ministério da Marinha

foram concedidos 30 dias de li

cença ao sr. Conde da Pente, 2 o

tenente da armada.

—O sr Bispo de Meliapor está

trabalhando na reforma dos or

phanotropios para desvalidos na

sua diocese.

— Foram spprcvados 03 estatu-

tos da Associação da Claese das

Costureiras de Lisboa.

— Está aberta a matricula na

Escola Industrial Rodrigues Sam

paio, cujo cur so é preparatório

para gb institutos iniustriaes e

commerciaes ató ao dia cO do

corrente.

Politica das províncias

Alemquer

Ah próxima* prepolcn-

cln*

Na n^ssa anterior correspoa

dencia demos a noticia dos pro

jectos que se tramam com relação

ás próximas eleições, o hrje va-

mos tratar de mexeiÍ3oe e intri-

gas que se relacionam com o as-

sumpto.

Numa lccal do Canudo de do-

mingo ultimo, deparamos com um

artigalho do ar. Alvaro de Castro,

administrador substituto d'este

concelho. S. ex.a escolheu para

titulo do seu arrasoado, a phrase

do redemptor da humanidade «a

Deus o que é de Deus e a Cesar

o que é de Cesar».

Tudo aquillo dá vontade de rir

e faz somno. Começa por «Accei-

tei este cargo.. -.» mas, não diz

que cargo é. A gente que adivi

nbe.

Depois de tornar a repetir que

pediu a sua demissão pela cen-

teseima vez—que sabemos lóí—

e que o que sempre pretendeu foi

harmonisar e não pol ticar. vae

ao arame pelo facto de alguns

indivíduos, na occasião da posse

da camara, deitarem foguetes.

S. tx a embirra com os fogue-

tes, e tinha preparado as coisas

para não permittir que uinguem

os deitasse. Porém, o administra

dor proprietário apparece na oc

casino propicia e pespega-lho a

desconsideração—assim lbe cha-

ma elle—de passar uma licença

para foguetes, com todas as for-

malidades, a um nosso amigo que

lh'a requereu. O sr. Alvaro, deu

por paus e por pedras e... pediu

a demissão!

Este sr. Alvaro de Castro, pres-

tava-se immenso para um perso-

nagem de comedia, em que devia

entrar nas cccasiões difficeis.

N'um dialogo, por exemplo, em

que fosse necessário cortar uma

conversação maçadora, entrava o

Alvaro e.. peco a minha demis-

são!

Olhem que era de um ccmico

irresistível U-m vista aos dra-

maturgos e artes correlativas.

Mas como iamos dizendo. O ar.

Alvaro chama desconsideração to

facto do ar. administrador effecti-

vo paessr licença para se deita-

rem f: guetes, e diz que se couti-

tuasse servindo que elles não se

deitariam.

Está enganado. Com o sr. IIol-

beebe houve a attenção de se lhe

pedir licença, ccm o ar. Alvaro de

Castro nada d'isso haveria, e os

foguetes deitar se hiam da mesma

íórma.

S. ex a falia que toda a sua con

ducta foi barmonisar. Intrigar é o

que s. ex a quer dizer. O sr. Alva

ro não ignora decerto os segredi-

nhos com que nos vinha a respei-

to dos seus correligionários de

quem dizia mal, assim ccmo nói

não igncr> mos as intrigas que

tem feito junto do sr. governador

civil, que o levou agora a metter

se nas próximas eleições, a des-

peito do sr. Duarte Holbeche o

ter informado de que perderia

aqui a eleição por 80J votes.

O sr. Alvaro de Castro ccm

aquella8 palavrinhas mansas, uma

eepecic de esperteza saltia, tem

iodo intrigando uns e outros.

Admira nos apenas que o sr. D

Jcâo d'Alarcâo, que deve ver um

palmo diante do nariz, se deixe

xlludir.

E' o faccioeismo que não o dei

xa.

Continuaremos.

(Correspondente).

Conselho

de ministros

Iloje pela 1 hora da tarde reu

ne o conselho de ministros em

casa do er. Conselheiro José Lu

ciano de Castro.

Loteria de hontem

Relação dos numeres mais pre-

miados:

184. 12:000£000l1293. 100£000

37» 0. 1:000£000 1700. 100£000

1906. 400£000 1852. 100£000

3318. 200£000 2758. 100£000

183. 100£000 2971. 1( 0£000

185. 100£0003354. 10 £000

371. 100£ 000 5041. 100£000

533. 100£0L0 5046. 100£000

Abuso de confiança

Jceé Bugalho, sem domicilio,

fjibontem preso,por gastar em seu

proveniento a quantia de 16£G00

réis, provinto da venda de pão,

que devia entregar ao sr Joeé

Gonçalves Montes, dono da pada-

ria na rua do Amparo, 56.

Novos concursos

II

Trovas para guitarra

Já de ha muito que se prova

N'este tempo alegre e calmo,

Que toda a menina nova

Cresce mais de meio palmo!

Como é belle, e faz ardor,

Ver as donzellas nadando,

E na frente, o deus do amor

Alegremente cantando!

No céo estrellas cadentes,

No mar o rc flexo d'ellas!...

Reflectindo em mim ardente3

Teus olhos, duas estrellas!...

Eu nunca mais te acompanho

NEliKOLObilA

Falleceram:

Em Caxias, o sr. tenente d'arti-

lharia 4, Ildefonso do Lago.

A sua morte é muito sentida,

não só n'squella localidade, como

também entre ts seus collegas,

pois que pelas suas excedentes

qualidades de caracter, gosava de

geraes fympathias.

Os restos mortaes do desventu-

rado meço partem hoje d'alli no

comboio que deve chegar ao caes

do Sodré, pela uma hora da tar-

de.

—Em Monaão, o sr. Manuel Au

tonio Moreira Marques.

— No lig.r do Marco, a sr." D.

Maria Pereira Fernandes.

—No Porto, a sr.a D. Maria do

Patrocínio Pires.

—Em Esgueira, o sr. capitão-

tenente da armada reformado,

Manuel Luiz Mendes Leite.

— Em Braga, a sr.a D Ursula

Maria Rodrigues.

—Em Ponta Delgada a sr.a D.

Maria Izabel do Carmo Motta e

os srs. Francisco Rodrigues Pe

reira, Francisco Raposo Furtado

e José da Rocha.

Furtos

Leonor Monteiro Anacleto, mo-

radora na rua Se:pa Pint , apre-

sentou hontem queixa na policia,

de que estando para embarcar na

estação de Belem, lhe surripia

ram uma carteira com 25£000

réis.

—Joaquim Alves Adelino de

Carvalho, menor de 9 annoe, mo-

rador na travessa da Cascalheira,

foi preso por furtar uma bolsa de

prata.

—Manuel Castanheira, morador

na rua da Assumpção, queixou

so á policia de que lhe furtaram

hontem na estação da Avenida

uma carteira com 2£800 réis.

—José Apollinario, morador no

largo do Contador nór, também

ee queixou á policia de que seu

filho, menor de 15 annes, lhe fur-

tou uma carteira com 11 £000 réis

Al la nde »a

Procedente do Chili pelo vapor

«Ibéria» deve chegar ao Tejo o

secretario da legação de Hespa-

nha n'aquella republica, sr. Cons-

tantino Vallein, que d'aqui segui

rá para Madrid.

Acompanha-o sua Lmilia.

A direcção da alfandega provi

denciou já para que á sua chega-

da se concedam todas as facilida-

des de uso.

—Em viagem de S. Vicente pa

ra a Madeira falleceu no dia 18

do corrente mc-z pelas 10 horas

da manhã o passageiro Arthur

Teixeira Guimarães que havia

embaicado em Cabinda.

A' praia da Ericeira,

Se... a preparar te pr'o banho

Não fores sempre a primeira!

Na Real praia do Alfeite

O banho, dobrado vale,

Primeiro:—porque é deleite,

Segundo:—porque ó Real!

Quizera, porque ardo em fragoa,

Ser qual outro caranguejo,

P'ra viver debaixo d'agua

E ver... o quo assim vão vejo!

Joaquim dos Melões.

A sorle grande

Foi o n 0 184, o feliz que apa-

nhou os deze centos.

A sorte grande visita amiuda-

damento a casa João Candido da

Silva.

Hontem na rua do Oiro, em

frente da sualcja, era tanta a areia

encimada que parecia a procissão

do Corpo de Deus. ^

Festa na Charneca

Hoje, no largo da Charneca,

adiante da Ameixoeira faz-se uma

festa que ha 18 aunos já n?o se

fazia.

Além da festa de egieja, pro-

cissão e sermão prégado pelo rev.

prior o sr. padre Delphim, ha

grande arraial e fogo de vistas.

O grupo philarmonico, A Por-

tugueza, composto de hábeis ama-

dores, tocará era toda a funeção.

A festa de egrtja ó a instrumen-

tal.

E' hoje a grande festa com cy-

rio,mu8icas, danças, e mil attracti-

vo8 populares na praia das Ma-

çãs.

L. A.

Naturalmente não viete o an-

nuncio de 22; por isso mais uma>

Vfz te peço por tudo que ha de"

mais sagrado que me attendas e

escrevas sem demora, porque o

estado de excitação em que me

encontro é tal que, assim como a

tua preoeDça me dará allivio, as-

sim também a tua falta de atten-

ção para commigo que te tenho

sido o sou tão dedicada me leva-

rá ao desespero. Abraça-te com

muita saudade a

Sempre tua F.

Condecorações

Joaquim Augusto da Cosis-:

FABRICANTE

Fornecedor exelastv»

do Ministério do* Nb

godo* Estranseiroo.

Sociedade de tteofTA*

pliia, etc.

Com oDiciua na rua d« S.

Julião, 110, 3,°, onde tem ass

completo sortimento no sei

enero e para onde deve ser

iirigida toda a correspondei-

cia.

Snccnrsal no Porto, rot

das Flores, 201 e 203, cas»

de Albino Coutinho.

7-Folhetim do Diário Uluslrado-23-9-98

ALPHONSE DAUDET

FROMONT JUNIOR

RISLER SENIOR

II

Historia da Chèbesinha.—Tres famílias

n'um patamar

A pobre também o não ganhava, mas sabia pou-

pal-o como poucas, e a sua maravilosa economia

suppria de tal modo a tudo, que nunca a miséria,

convisinha do seu apertado viver, conseguira pe-

netrar n'aquellas tres casinhas sempre aceada, des-

truir a roupa cuidadosamente cosida, os velhos

moveis cobertos com as suas capas de chita.

Fronteiras á porta da família Chébe, cujo botão

de metal amarello reluzia burguezmente, viam-se

outras duas mais pequenas.

Na primeira, n'um bilhete de visita pregado com

quatro taxas, segundo o costume dos industriaes,

estava escripto o nome de *Risler, desenhadores

de fabricasd. Na outra, em letras douradas sobre-

postas numa tira de couro, lia-se o seguinte:

MADAMES DBLOBBLLE

Passaros e moscas para modistas

A porta dos Delobelles estava muitas vezes aber

ta deixando ver uma vasta casa quadrada onde

duas mulheres, mãe e filha, esta ultima muito

nova, ambas egualmente pallidas e fatigadas, tra-

balhavam n'um d'esses peqneno3 mesteres fanta-

sistas de que se compõem os chamados artigos de

Paris.

Era então moda enfeitar os chapéus e os vesti-

dos de baile com aquellas lindas moscas e passa-

rinhos da America do Sul, de côres variegadas,

com reflexos de pedras preciosas. As sr.âS Delo-

belle tinham aquella especialidade.

Uma casa que recebia directamente das Antilhas

aquella mercadoria, enviava-lbes, sem as abrir,

grandes caixas que, apenas destapadas, exhjla-

vam um cheiro suffocante, um pó de arsénico,

onde reluziam as moscas empilhadas, e os passa-

rinhos encarnados, com as azas seguras por uma

cinta de papel de seda. Era necessário montar tudo

isto, sobrepor as moscas em tenues arames para

lhes dar oscillação, frisar as pennas dos passari-

nhos, lustral-as, segurar com um fio de retrós uma

perna casualmente deslocada, collocar no logar

dos olhos apagados duas pérolas scintillantes, res-

tituir ao insecto ou á ave a sua attitude graciosa e

vivaz.

A mãe preparava o traba lio sob a direcção da

filba; porque Désirée, não obstante os seus pou-

cos annos, tinha um gosto finíssimo, invenções de

fada. Ninguém melhor do que ella sabia applicar

dois olhos de pérolas áquellas cabecinhas de pas-

sarinhos, abrir-lhes as azas entorpecidas.

Côxa desde a infancia, em resultado de um ac-

cidente que em nada prejudicara a graça de seu

rosto regular e fino, Désirée Delobelle devia á sua

immobilidade quasi forçada, á sua continua pre-

guiça de sair uma certa aristocracia de pelle; ti-

nha as mãos mais brancas. Muito bem penteada

sempre, passava os dias enterrada n'uma grande

pojtrona, diante da sua mesa atulhada de gravu-

ras de modas, de passarinhos de todas as córes

achando na elegância caprichosa do seu mester o

esquecimento da sua penúria e como que uma

desforra da sua vida amargurada.

Parecia-lhe que todas aquellas azazinlias iam

evolar-se da sua mesa iminovel para emprelien-

derem verdadeiras viagens á roda de Paris, rebri-

lharem nas festas, ã luz dos lustres; e bastava Yér

a maneira como ella prendia as suas mosquinbas

e os seus passarinhos, para se adivinhar a orien-

tação dos seus pensamentos. Nos dias de abati-

mento, de tristeza, os bicos afilados estendiam-se

para diante, as azas abriam se de par em par

como que a librarem um vôo audacioso, longe,'

muito longe das mansardas, dos fogareiros de

barro, das privações, da miséria. Outras vezes,

quando estava contente, dir-se-ia que os seus

passarinhos respiravam a alegria da vida, o ar

petulante e travesso de um capricho da moda...

(Continua).

Page 3: FUNDADOR : PEDRO CORREIA DA SILVA - Últimas obras ...purl.pt/14328/1/j-1244-g_1898-09-25/j-1244-g_1898-09-25_item2/j... · ro conquistar. Em geral conquis- ... um homem de tão alto

JjSPHbltO 3

Exéquias solcmnes

Na Sé Patriarchal celebraram-

86 hontem as ezequias solenmes

8uffragando a alma de Soa Ma-

gestade Imperial o Senhor D Pe-

dro IV.

Oilicioa Sua Eminência o ar.

Cardeal Patriarchs, acolytado pe-

las dignidades da Sé.

Sua Msgestade El-Rei chegou

á Só acompanhado pelo siu offi-

cial áa ordens o sr. capitão Wad-

dington.

Seguia a carruagem um esqua-

drão de lanceiros 2.

El Rei era esperado na Sé pelo

Senhor Infante D. Affonao, minis

ferio, altos dignitários e offioiali-

dade de mar e terra.

Entre os assistentes viam-se

ali os srs. Presidente do Conse

lho de ministros, Conselheiro Jo-

sé Luciano de Castro, ministros

da Justiça, Marinha, Obras Pu-

blicas, Estrangeiros, Faienda e

Guerra; Duque de Palmella, Mar-

quez de Pombal, addido militar

doa Estados Unidos, governador

civil interino D. Jorge de Mello,

Visconde de Villa Nova da Cer-

veira, Conde de Ficalho, general

Queiroz, commandante da 1.* di-

visão, Ressano Garcia, Antonio

de Cflropos, D. Luiz de Mesqui-

tella, presidente da Camara mu-

nicipal e vereador Oliveira, almi-

rante Ferreira Marques, officiali-

dade superior de marinha, gene-

raes, commandantes dos corpos da

guarnição, Fernando de Vascon-

cellos, secretario do sr. Presiden-

te do Conselho; offioiaes ás or-

dens do sr. ministro da Marinha,

corpo diplomático, ministros da

Russia, Allemanha, Inglaterra,

alto funccionalismo, juizes, des-

embrrgadores do Supremo Tribu-

nal e da Relação, vários directo-

res geraes, major Correia e alfe

Incêndio

Hontem, pelas 2 3(4 da tarde,

de engenharia, sua esposa a sra

Maria Julia Lobato, e uma meni

na de 2 annos.

A sr." Maria Julia foi ao pri-

Momentos depois aquella se

nhora desceu á loja, e, notando

cheiro a queimado, subiu imme

diatamente ao 1.° andar, onde viu

fíc&ndo-se então que felizmente a

pequeuina não tinha sido attiugi-

da pelo fogo.

Aos toques de ap\to acudira®

ger;

Tei res Teixeira, commissario de po-

licia Teixeira, contingentes de

tados os corpos da guarnição e

corpo de marinheiros, diversas

escolas e collegios, etc.

0,templo estava replecto de po-

vo.

Executou se a missa e «libera-

me» do compositor italiano Car-

cano, sob a regencia do maestro

Cs rios de Araujo.

A ceremonia religiosa torminou

á meia hora da tarde, dando as

descargas do estylo o regimento

de infsnteria 16, que fazia a guar-

dade honra no largo da Sé

—No Terreiro do Paço uma

bateria do regimento de artilha-

ria 1 deu as salvas, assim como

os navios de guerra surtos no

Tejo.

Quedas

Augusto dos Santos, menor de

6 aniioa, morador no beco de Mil

Fontes, 12, 2.®, recebeu hontem

curativo no hospital da Marinha,

em consequência de ter cahido

Eor uma escada, ferindo-se no

raço direito.

—Manuel Carlos Carvalho, mo-

rador no beco do Possollo, 8, 3.®,

cabiu hontem na escada da sua

residência, ferindo-se no rosto.

Foi pensado no hospital da Es-

trella.

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1

2^

Ardeu parte da mobilia, duas

camas, um berço e a linhagem

forrada a papel que formava o

tecto e que servia de divisória.

A mobilia não está segura.

O prédio pertence á si." Benta

Carmo, com seguro na Previ-

dência.

Compareceu o material da ca-

serna da Graça e das estações 3

e 29. r

Estiaram presente» oa ara Au-

gosto Ferreira, inspector dcs in-

cêndios, e o chefe de divisão An-

tonio Machado Vieira.

ROCAMBOLE—Embora cegue de todo, reconhecerei os meus inimigos pelo simples contacto

(Vide folhetim hontem na 3." pog.)

Na freguezia das Mercês é hoje

cantado o Te-Dtum que foi offe-1 manifestou-se incêndio na loja e

recido ao sr. Domingos José de 1.® andar do prédio n ° 2 do Ca

Moraes para a festa da reabertu- minho de Baixo da Penha, onde

ra da egreja da Ariosa em Vian-1 residem o sr. Manuel de Sousa

na do Castello.

meiro andar com um fogareiro ac-

ceso, afim de defumar a casa, e

collocou-o proximo da jsnel'a;

perto estava um berço onde dor-

Lobato, 2 0 sargento do regimento | mia a pequenita soa filha.

já a arder o edredon de algodão

em rama que cobria a creanci-

nha.

Rapidamente tomou esta nos

braços e fugiu para a rua, certi-

Campo Pequeno, Cascaea e Al-

gés,

Distribuição das corridas:

Campo Pequeno:

1° toiro — Farpeado por Fer- nando d'Oliveire.

2.°—Bandarilhadopor Raphael

e lorres Branco.

3.°— Bandarilhado por Soeiro

e Guilherme Thadeu.

4 ° — Bandarilhado por João

Calabaça a sós.

5;®-"-Farpeado por Fernando

Ricardo Pereira.

Bandarilhado pelos bene-

ficiados.

lntervallo

7.® toiro—Farpeado por F. de

Oliveira a ferros curtos.

5 0-Bandarilhado por Manuel dos Santos a sós.

2-®—Bandarilhados pelosespa-

das.

10.°—Farpeado por Fernando

Ricardo Pereira.

11.» —. Bsndarilhado por Ra-

phael e Torres Branco.

12 °—Bandarilhado por Soeiro

e Guilherme Thadeu.

Cascaes:

1° toiro—Farpeado por Manuel

Casimiro a Almeida.

2 Bandarilhado por Theodo-

ro e Cadete.

3 ®—Bandarilhado por C. Gon-

çalves e Pescaderito.

4.®—4Farpeado por Francisco

Simoes Serra.

5.°—Para o espada Bonar tilo.

6.® toiro—Farpeado por Manuel

Casimiro d'Almeida.

7 ° — Bandarilhado por Theo-

doro e Cadete.

8.® — Farpeado por Francisco

Simões Serra.

—Para os bandarilheiros de

Bonarillo e Pescaderito.

10.®—Bandarilhado por Theo-

doro, Cadete e Carlos Gonçalves.

Em Algés á vontade do intelli-

gente.

• •

Passes de caatigo

E' hoje distribuído pelos assi-

gnantes e posto á venda avulso

na casa editora, papelaria Palha-

res, rua do Oiro, 141 e 143, o fas-

varios populares, algumas praças I ciculo 8.® dos Passes de castigo,

do corpo de marinheiros e os bom I criticas alegres e ligeiramente

beiros n.0> 229, 133 e 141, que I irónicas de Santonillo, antigo afi-

servindo se de vasilhas com agua, I cionado e escriptor taurino conhe-

apagaram o fogo. rcido.

2o0—FolheliM do Diário lllostrado-25-9 98

OS DRAMAS DE PARIS

ROCAMBOLE dq

Fanaonfdu TerraII

TERCEIRA PARTE

AS PROEZAS DE ROCAMBOLE

—Então deves comprehender, meu velho, que

não hesitei em apoderar-me do meu oráculo. Con-

fiar-te-hei os meus negocios, e tu me aconselha-

rás. Em primeiro logar porém deixa-me communi-

car-te uma idéa que até aqui tem sido a base da

minha conducta.

—Vejamos! pareceu dizer a phisionomia de sir

Williams.

—E' uma idéa nova, creio eu, disse modesta-

mente Rocambole. Ouve com attenção.

E o mancebo estendeu-se mais commodamente

sobre o sophá.

—Até agora, disse elle, creio que tu e eu não

vencemos, porque obedecemos ao provérbio parvo

de que para fazer um guizado de lebre, è preciso

ter a lebre.

O cego poz-8e a rir.

—Isso é completamente falso, proseguiu Rocam-

bole, e provo o que avanço com essas casas de

pasto que dão aos freguezes gato por lebre. O sr.

de Sartines, intendente da policia, foi o primeiro

ue pensou em crear agentes secretos entre os la-

rões. Applicava o mal em serviço do bem e tinha

razão. Nós fizemos o contrario. Servimo-nos d'uma

grande porção de meliantes para alcançarmos os

nossos fins, e foi isso que nos perdeu. Ora a mi-

nha idéa é a seguinte: O melhor meio de praticar

o mal com toda a segurança é fazer-se ajudar por

pessoas de bem.

Sir Williams fez um gesto de approvação.

—Por consequência, ha quatro mezes que habi-

to na pelle d'um marquez, dou-me perfeitamente

com isso, e cerquei-me da mais sã virtude. Minha

irmã é um anjo, meu cunhado um perfeito cava-

lheiro, tenho já alguns amigos da melhor socieda-

de, e quando te tiver posto ao facto dos nossos ne-

gocios, que se achara um tanto complicados, tra-

taremos de fazer operar todas essas excelleutes

pessoas em nosso interesse, e com ellas compo-

remos um jogo de xadrez em proveito da nossa

ambição.

O rosto de sir Williams continuava a exprimir

a maior satisfação. Se o bom homem tivesse lin-

gua e olhos, certamente que teria cumprimentado

o seu discipulo sobre os progressos que fizera em

philosophia poética.

—Agora, continuou Rocambole, vou contar-te

o que tenho feito em Paris depois do dia em que

cheguei, como no final do quinto acto d'um melo-

drama, muito a proposito para pôr fòra de casa o

sr. Rossignol, e chorar a morte de minha mãe.

Sir Williams tomou uma posição mais commo-

da, e dispoz-se para ouvir coisas que promettiam

elevado interesse.

XV

Pepita de Sallandrera

—Palavra de honra! disse Rocambole á laia de

exordio, comprehendo que haja pessoas que amem

a virtude, esse sentimento tem o seu lado bom.

Pronunciando estas palavras, olhou para sir

Williams e viu que o cego encolhia ligeiramente

os hombros.

—Bom, pensou elle, o homem não mudou.

E accrescentou em voz alta:

—A virtude, da qual se faz um uso rasoavel e

moderado, tem o seu merecimento. Por isso mi-

nha irmã, um anjo, uma pérola, fará tudo quanto

eu quizer, e o marido idem! Mas voltemos á mi-

nha lllyada. Chorei tão conscienciosamente minha

mãe, que grangeei logo a affeição da minha irmã

de empréstimo, e a estima do seu noivo. Isso po-

rém não bastava. Possuía a estima da minha fa-

mília, mas era me necessário a estima do mundo.

Na volta do cemitério fui provocar o barão de Cha-

mery-Chameroy; deixei-me ferir no hombro e no

baixo ventre, depois estendi o no chão com o fa-

moso bote dos mil luizes que inutilmente empre-

gara em tempo contra teu irmão. O barão porém

não morreu. Começa jã a sair, segundo dizem,

mas como esteve em perigo de vida, o effeito pro-

duzido foi exactamente o mesmo Tornei-me o leão

da estação. A morte da raarqueza de Chamery re-

tardava naturalmente o casamento de sua filha,

mas ao mesmo tempo o isolamento de Blanche e

a minha mocidade, não permittiam que se espe-

rasse pelo fim do luto. Tirei dispensas na egreja,

que me foram concedidas visto a urgência, e o

casamento foi celebrado sem pompa tres mezes

depois da morte da marqueza, isto é, ha seis se-

manas.

Combinou-se que Fabien e sua mulher ficariam

em minha casa até expirar o luto. Sómente n'essa

epocha Fabien irá tomar posse do palacio que

comprou na rua de Babylonia, que n'outro tempo

pertenceu a uma mulber da moda da qual te de-

ves lembrar, a baroneza de Saint-Luce. No dia do

casamento não houve no palacio de Chamery nem

jantar nem recepção. No dia seguinte partimos os

tres para a nossa propriedade da Orangerie onde

passamos quinze dias. Ilavia exactamente pouco

tempo que d ali voltara, quando te encontrei. Ora,

meu velho, ha um mez que minha irmã está casa-

da, que eu levo uma perfeita vida de rapaz soltei-

ro, e frequento o mundo. Temos entrada franca

em casa do duque de Sallandrera, fidalgo hespa-

nhol que possue milhões sem conto em Cuba, e

uma filha capaz de fazer morrer de amor um im-

becil. Com essa é que eu pretendo casar.

Um ligeiro movimento de sir Williams deu logo

a conhecer a Rocambole que o seu preceptor o

achava muito ambicioso.

Rocambole, porém, não fez caso e proseguiu:

—O duque de Sallandrera é um homem de cia-

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UlABIO ALUSTHADD

!

i

è

—Estão cm Paço d'Arcos os srs

Condes d'Avila.

—Está no

bispo d'Evora 1 i'-.i — i»

ro da Cunha, Jorge O'Neill, D. Ma-| d«; As 5, sermão pelo rev. Bjrges

nuel de Menezes, D. Fernando de e Te-Deam

Alandroal o sr. Arce- Serna, Jayme Seguier, D. Antonio —^as Albertas, festa á Seoho-

- yfrs cs„, „ ^ iBSSfW» ÉS . - K°u sLu •

HontB°fao o'arCqMdSIsljra toUd 0°MeilL d! CarlaVde Sousa Couli- —Nos Mstlyro», ás 10, missa

de Vilhena. nll° (Linhares) c irmão, D. Luiz e solemne. Ê' esperado hoje em Lisboa, D. Manuel d'Assis Mascarenhas (Sa-1 —Em Odivellas, festa a 8. Sa

vindo de Villa Ileal, o sr. Conse- bugal), D. Jorge de Menezes, Vasco | bastião por instrumental orando o

Sua Magestade El-Rei veiu hon-

tem de manhã de Cascaes, tendo

recebido no Real Palacio das Ne-

cessidades o commandante e ofíl-

cialidade do navio allemão Mollke.

Deu depois assignatura aos minis-

tros.

Sua Magestade regressou no com-

boio da tarde a Cascaes.

Sua Mageslade a Rainha recebe

lioje, pelas 2 horas da tarde, no

Ileal Palacio da Pena. cm audiên-

cia particular, que lhe foi solicita-

da pelo respectivo ministro n esta

Côrte, o commandante e ofílciali-

dade do navio de guerra allemão

Mollke, surto ha dias no Tejo

Assistem ao acto os srs. Conse-

lheiro Francisco da Veiga Beirão e

Conde de 'fallenbacli.

Sua Magestade a Rainha começa

cm Cascaes com as suas recepções semanaes na terça feira, 4 do pro-

ximo mez de outubro, das 2 as 4

horas da tarde.

»

# •

Em consequência do luto da Côr-

te, pelo attentado de que foi victi-

ma Sua Magestade a Imperatriz da Austria, não ha sotrêe na cidadclla

de Cascaes no dia 28, anniversario

de Suas Magestades El-Rei o Senhor

D. Carlos e da Rainha a Senhora D. Amelia.

Fazem amanhã annos as sr.44:

Condessa de Geraz de Lima.

D. Maria lzabel de Mello (Tavei-

ro). I). Anna Moniz Cardoso Pignatel-

ly da Cunha de Tavares Osorio Lo

bo de Mello (Palme).

José de

. Antonio,

leredia (Ri-

tiao po

rev dr. Farinha.

—Em Oeiras, festa a S. Sebas-

instrumental orando o

lheiro Antonio de Azevedo Castello de Mello (Sabugosa), D. pranco Sousa Coutinho de Serpa,

—Reirressou a Faro o rev. cone- Francisco e Sebastião Hei .... . .

go Manuel Bernardo Cardoso Bote- beira Brava), José Homero, Gui- tião por instrumental

liio Furtado lherme Ferreira Pinto, D. Fernan- rev. dr. Lopes da Silva. —Regressou a Lisboa o sr. Luiz do de Castello Branco (Pombeiro), —Em Samora Correia, festa ao

Godinho Cabral de Sá. José de Mello (Sabugosa),.Costa Senlnr dos Lavradores por ins-

—Está no Estoril o sr. Francisco I Motta, D. Diogo. Manuc^ jAtalayah | trum0nta| 0raQíj0 0 rev. Napo-

Izidoro Vianna.

—Está em Londres

dos Olivaes e de Penha Longa

—Estão em S. Pedro

I D. João e D. Vicente Pinheiro de I r ~ ™

0 sr. Conde Mello (Arnoso), André Mayer, Jorge ieawV, 1 ^ I \UnniAl trtf Mnvo PordAGA àncmstnl —ri* VYanzeller. Maya Cardoso, AugustoI -"2* ?°ua f°S

« • « 4 # i • . i _i 2.1 I Aa a WamAn M amo \1 a rrA a Inno ngp

T de Cintra os de Saldanha Bandeira, Antonio Luz ta a Santa Maria Magdalena pc o e Oliveira. (Coruche), Guilherme Ferreira Pin- instrumental orando o rev. L^

seu nae. re- to, D. Antonio Avillez de Mello e rio. srs. Viscondes de taro ,--- . . ....

—Acompanhada de seu pae, re- to, D. Antonio Avillez de Mello e. IIU.

gressou de Paris á sua casa em Ca- Castro, Carlos Pinto Coelho, L). nu- —Em Linda a-Pastora, festa á D. Albertina Ferreira no d'Almada, Benarus, M. Seruya e geahora da Luz por musica oran-

.... mwura filho, Cantj e Castro, ternando de , n*rlr,« Fm^osn

a~FofraSw" D ° Maria ^Antónia6 de StoW' CoeC^ofo^elbrTc. "E™ fe. t. a Santo

»° MarianEmiliafrnandeS ° SU& PaíifaHvanze?ler,eD?Tutó'deSCarva^ ^rOT^Carsdò? ^

—0 'sr. coronel de engenheria, lho Daun e Lorena (Pombal), João —Nos Fieia de Deus, festa a b.

Conselheiro Carlos Augusto Moraes lloquette, D. Caetano de Lencastre «^bastião p0r instrumental oran-

d'Almeida, já regressou á sua casa (Alcáçovas), Sebastião Salema, Jose do 0 rey Nogaeira. 'de Castro Guimarães, Luiz Vaz de _Na 0rd%m Terceirã de S.

Academia Jjâo de Deus.

Feira de Belem.—Conti

nua hoje esta popular feira, uma

das mais concorridas. Ha barracas

de comes e bebes, qiinqnelherias,

theatros e outras diverso as.

* ff

a

em Lisboa.

ia— Regressam hoje da Anadia oslges da Costa, Pinto Leite, Figuei-

srs. drs. Paulo Cancella, Pedro Ma- ras Freires, Antonio Ramos, D. Mi-

—Regressou de Cintra o sr. Con- Carvalho Crespo, Mario Greenfield I p * * © nratica nove-

de de Tatenbach ministro d'Alle- de Mello, João Ferreira Pinto, João * rancisco, as D pratica, nove

minha n'esta Côrte cSm sua fami- Berquó (Cantagallo), D. Fernando na par musica e butimm» ex-

lia. Ide Soronha (Atalaya),f AlbertoJtor-1 posto. _

Campo Grande

O restaurant do sr. Gomes, no

fim do Campo Grande, apresenta

hoje novos e variados pratos nos

seus jantares, que alli dá a ca-

pricho.

nuel Coentro e Fernando de Vas- guel de Mello (Murça), D. Nuno de

concellos ' Carvalho Daun e Lorena (Pombal), —Regressaram hontem de manhã 1). Miguel de Noronha (Paraty), dr.

a Lisboa o sr. dr. Fernando Corte José Monteiro Soares d Albergaria,

Real e sua esposa. I G. Dufner, etc. —Regressou hontem dos Açores

o rev. padre Thomaz Borba. | * #

—Partia do Porto pa-a a sua egreia matriz de Montemór-o-

quinta da Igreja, em a. Cosme de fl0vo rea(isou-se o casamento da

óondomar, o sr. Conselheiro Ma- sr.» D. Maria do Carmo Lopes Bre-

nuel Carneiro Alves Pimenta. i0 filha do sr. commendador íNico-

—Está cm Ponta Delgada o sr. dr. iau Brejo, com o sr. Albino Pimen-

Francisco Patricio Junior. ta d'Aguiar, nosso collega do Me-

—Regressou ao Fayal o sr. Con- ridionaí.

sei hei ro Antonio Patricio da Terra Serviram de

"SPORT"

Regata na Trafaria

Hoje ha uma regata do outro

lado do rio, na altura da Trafa-

ria promovida pelas fiinilias alli

a banhos. Ha corridas de velas e

de remos, tomando parte os pri-

meiros barcos nSo eó da Trafaria

como de Porto Brandão e Caci-

lhas, c n'estea baleeiros tripula

dos por amadores Eutro as corri-

das de vela desperta curiosidade

um8, entre duas canoas da Trafa-

ria, as mais bonitas e as mais afa-

madas d'aquella prais; e entre &b

de remos, um desafio entre dois

grupos de meninas

Iher do deputado Calvados, foi á

redacção da «Lanterne« procurar o

sr. Milleraud, o qual estava au-

sente.

Depois de algumas palavras tro-

cadas entre cila e o redactor Thi-

vier, a sr.â Paulmier puchou de

um revolver e disparou dois tiros

ferindo o sr. Thivier no ventre.

0 ferido ficou em estado gravís-

simo, receaudo-se que não sobre-

viva.

A sr.â Paulmier foi presa e nos

interrogatórios declarou que que-

ria matar Milleraud por causa de

umlartigo injurioso publicado pela

«Lanterne» relativo a uma carta

pedindo a Chauvinet para reprimir

os ataques contra o exercito pro-

vocados pela questão Drevfus.

(1davas).

Doeuças das vias urinarias

Consultas das 2 ás 5, por J.

M Ribeiro, medico cirurgião.Cal-

çada do Carmo, 6, !.• (Rocio).

Espectáculos

A's 8 3j2. - D. AMELIA.

Commissario de Policia.

A's 8 3|2.—AVENLDA.

Alli... á preta.

EDEN-CONCERTO (Jardim de S..

Pedro d'Atcantara).—Todas as noi-

tes ás 8 horas: bailado e canto pela

troupe de hespanholas. Concerto-

"ff©

0 dia de hoje

Pinheiro. , ... I noiva, sua mãe, D. Maria do Carmo

—Está em Yizeu o sr. dr. Adol-Lopes Brejo; e do noivo; seu tio, o

pho Carlos Barroso da Silveira. sr. Visconde da Amoreira da Tor- —Está no Porto o sr. dr. Tito Au- rGj e seu sogro, o sr. commenda-

gusto Fontes. dor Nicolau Brejo. —Regressou a Paredes de Loura nossas felicitações,

o sr. Conselheiro Miguel Dantas | #

Bluftftca no» pa»«efo».—

Tocau hoje das 5 ás 7 horas da

I tarde as seguintes bandas;

Avenida da Liberdade, caçado-

res 2, passeio da Estrella, iúfau-

taria 16, e infantaria 1 na praça

do D. Fernando em Belem.

Uu»euN. — Estão patentes:

Mubou das Bellas Artes, Archeo

D Maria da Graça de Assis Si- Gonçalves Pereira. • * logico ao Carmo, Agrícola e Fio-

íiucira e Lorena (S. Vicente). —Ençontra-se nos Arcos o sr. vis- Q gr Jayme Thompson, quo esta restai, Souiedade de Geographia, D. Anna Cardoso Moniz José Oso- conde do mesmo titulo. • ■

em

rio de Sousa Mello.

D. Candida Augusta Paes da Cos-

ta Nunes. , , ...

D. Maria da Conceição Guedes | e sua lamina. Quinhones de Mattos Cabral. p. .

D. Maria José Gonçalves de Gou-1 Gaetano unto

veia.

D. Marianna da Motta e Silva.

D. Marianna da Conceição e

va.

D. Delphina Adelaide Paes.

D. Amelia Maria Sauvinet.

E os srs:

Visconde de Sanches de Baena.

D. Antonio da Camara (Carva-

lhal). , „ Thomaz Cvnriano da Costa.

Cascaes, acha-se ha dias has- Nacional, ás Janellas Verdes e )or mo- iQCjufttrial em Belem.

reu ao | ^|ro civil.—Do meio dia ás

, q * r . ._ | -E- com verdadeiro prazer que I 3 1|2 exercício de tiro civil na -Está nas Caldas da Rainha o sr. d noticia de ter dado ia o carreira do Pedrouçoa.

Í ' o sr. Albino I Jogo «I© pau.—No Ciub

apparecerâo a tripular os seus

barcos, cada uma com o seu ves

taario uniforme.

Os prémios são pecuniários pa-

ra os prefiasionaeB e medalhas

para os amadores.

A seguir haverá varias diver

soes, como mastro de cocagne,

corridas de saccos etc.

Para alli ha hoje quatro carrei-

ras feitas pelo vapor do sr. Frei-

tas, os quaes partem:

De Lisboa: 6 lj2 e 10 da ma-

nhã, meio dia e meia hora e 5 da

tarde.

Da Trafaria: 8 1(2 e 11 1(4 da

manhã 4 e 6 e Ij4 da tardo.

Pelo estrangeiro

TELEGRÃSMAS

por um magnifico sextteto.

, . . THEATRO LISBONENSE (FEIRA DE solteiras que BELEM).

Os dois marotos.

-Parte na próxima semana para (ante doenlc do pé direit0),,,

„ seu chalel, no Mont hstoril, oi sr- tlVo de um enlalão que solf

Conselheiro Marianno de Carvalho degccr dQ conlboio.

ciauu iiuiu. j, n, I seu primeiro passeio o sr. muniu i •«»« . i Assegura-se que est • assignaao o -Uegressaram da quinla da ua- d,Anjrade e A|meida que, como Salreu, pelo profeascr Domingos accordo entre a Republica Argen-

liAn nm A7Pllan SI1RS Ciiáao I -• • ... - - r AcoMrn n % I .. •• 1 v

A' ultima hora

BUENOS-AYRES, 23, t.

Assegura-se que est • assignado o

calhòa, em Azeitão, as soas casas noticiamos, foi victima do desastre saireu.

Sil- na Luz e Estoril os srs. D. LuíZj D. caminh0 de ferro em Sete Rios. Jlàr

Bernardo e D. João da Costa Mes- Jardim Zoologleo.—Ex

tina e o Chile.

foi

com às festas feitas á Senhora da S^ama. Solré©*.—Na Sociedade Mu

Saúde. —Encontram-se veraneando cm

S. Martinho do Porto as sr » Con-1 C«caes

SrsapKtTw I gaSraliS | co^n

. r ctn\ nrrvr:a srs. Condes de S. Mamede e filho, João de Castro Osorio. Perfeito de Magalhães, Plantier e

Antonio Jacintbo Nilhaha. fi|ho dr Henrique Pinto Ayres Val-

* dez, Pinto da Cunha e família, Ca- * * bral Sampaio, dr. Alfredo Neves,

Faz hoje annos o sr.: | AvellarFroes, Andrades, Pedro Igna-

. cio Lopes c Domingos Briffa e fa- Jeronvmo Delphim de Gouveia | milia.

Gama Freixo.

SOCBliiaA

nense, Academia D;amatica Mu gentina assignaram hoje um accor-

eic&l Luís de Sousa, Academia | do submettendo a questão da fron-

Recreativa Portugueza, Acade

mia Recreativa de Lisboa, Socie-

dade Raphael Croner e Sociedade

União do Beato, Grémio Commer

ciai Lisbonense, Grupo de dança

João Qaiatana, Academia Fenians

teira a uma arbitragem com certas

reservas.

PARIS, 23, n.

Debelidade, anemia

dyspepsia

Curam-se usando os CALDOS NU-

TRITIVOS K VINHO T0N1C0-NUTRITI-

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pouco tempo, por muito antigas

que sejam, usando as CAPSULAS \NTI-BLENORRHAGICAS de Guerrei-

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d anas, GRATIS para para os pobres

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issociações e Misericórdia. ll.# dis-

tricto.

S. P. d'Alcantara

C ÃO as iniciaes da Coruja, não

^ é preciso dizer mais nada,

mas no cmtanto faço-te todos os

I juramentos que desejas e da me-

I llior vontade. 5.® feira é bom; na

4.a não pelo motivo de hontem. Es-

te na mesma. Cada vez mais e mais.

Milhões e milhões de saudades lo-

Está desde hontem no Alandroal,

a ministrar o santo sacramento da

Chrisma, o sr. Arcebisno de Évo-

ra, D. Augusto Eduardo Nunes.

—0 sr. Guilherme Ferreira Pinto

Basto e sua esposa regressaram de

Sap (Allemanha), onde estiveram a

fazer uso das aguas.

Chronica religiosa

Na Sé, áa 11, missa do coro por I Sociedade Aluamos de Minerva e mU8Íca Sociedade Carlos O Suhvand.

—Na freguesia das Mercês, Balle» campe»lre» - So

sta á Sinhora das Mercês a ciedade Masictl 1* de Janeiro,

grande instrumental orando o Sociedade da Fabrica de Fortu

. rev. B>rges: ás 6, sermão pelo Ural, Academia Recreativa r ami•

noso, das Galveias, da Guarda, de rev< Cari08 Fragoeo e Te Daum. liares, Academia Jorge Cadete,

Lagoaça, e de Bobone (Carlos), \ is- _En Peuha de Françs, ás 12, S ciedade dos Operários dos Ca /<'ar>«toiD? n n,hA,r» Rra-1 1 mioho8 de Ferro do Norte e Leste,

Cavalheiros que assistiram ao ul-1 festa á Ssnhora

timo baile no Sporting:

Marquez do Faval, C Condes d'Ar-

Antonio Ferreira Pinto, José Rihei- instrumental orando o rev. berne Grupo de Guitarristas o Povo e

Esta tarde a sr.4 Paulmier, mu-1 das só, só para ti

AGUIA D OURO

Novas marcas para "cotillon"

67, Rua Nova do Almada, 67

B. PME.

a

coenta annos, e um perfeito fidalgo em toda a ex- Rocambole observou sir Williams, e viu no seu

tensão da palavra. A' sua immensa fortuna reúne rosto pintar-se uma expressio de odio eroz.

grandes capacidades politicas. E' deputado ás côr- -Armando continua a gosar uma felicidade in-

tcs. Como só tem uma filba, e o seu nome se ex- solente; é sempre philantropico, amado sempre

tingue com elle, tenciona obter da rainha, casando por sua mulher e pelo seu filho. A nossa Daccarat

menina Pepita Dolores Conception, a auctorisa- ó hoje a condessa ArtolT, mas essa união é quasi

um mysterio. .

0 nome de Baccarat produziu era sir Williams

uma impressão de odio e de terror.

—Ah! exclamou Rocambole, bem se vê que te

lembras do Fmvler e aires de te dizer mais alguma

coisa a seu respeito, vou dar-te um conselho.

0 cego permaneceu immovel, mas no rosto lia-

se lhe uma grande curiosidade.

—0 teu odio por teu irmão, continuou o falso

marquez de Chamery, foi por duas vezes a tua per-

da. No teu logar deixaria em paz o sr. de Kergaz,

e só me occuparia de Baccarat... Ah! a essa pode-

mos fazer lhe boa guerra, porque ella incommoda-

me nos meus projectos sobre a menina Conception

de Sallandrera como já me incoramodou quando

era o visconde de Cambolh. K o que ha de singu-

lar em tudo isto, é que ella está bem longe de

pensar que a sua presença em Paris é muito noci-

va ao marquez de Chamery.

Como é que Baccarat podia servir de entrave

ao3 projectos de Rocambole? Como é que se acha-

va ella em Paris? E' o que nós vamos dizer breve-

menle> • Ttr-ii- r • Na tarde d'esse dia o cego sir Williams foi

installado no palacio de Chamery, rua de Ver-

neuil. |

0 duque de Sallandréra de quem Rocambole fal-

lára, habitava ua rua de Babylonia um palacio que

çáo de traosmittir ao genro esse mesmo nome, a

sua gra .deza, e o seu li'.ulo de duque. Ah! Ali!

em pouco tempo ver-me-has duque de Sallandre-

ra, grande de flespanha e ministro plenipotenciá-

rio em qualquer parte. .V menina Conception aco-

Jhe-me favoravelmente; creio que me ama A du-

queza sua mãe, acha-me encantador por motivos

que cm tempo e logar te direi; ma3 não fiz ainda

a conquista do duque, pelo menos no que diz res

peito a cas»mento. Comtudo, é possível que eu

recorde ao duque a'gumas coisas pouco agradayeis

do seu passado, comprehendes, meu tio?

bir Williams fez um gesto affirmativo com a ca-

beça.

—Tenho dois grandes negocies entre mãos Um

pôde levar me ao complemento do outro 0 meu

querido cunhado Fabien está ameaçado sem o sa-

ber, de uma herança de duzentas ou trezentas mil

libras de renda; sobre isso tenho cá uns projectos

de que fadaremos mais tarde. Agora fallemos de

ti, ou antes dos teus inimigos, que são também os

meus. Deves acreditar que ha tres mezes tenho

colhido alguns esclarecimentos...

Sir Williams agitou-se convulsamente na pol-

lrona.

—E' que tive a curiosidade de saber o que era

feito do teu querido irmão o conde de Kergaz.

pertencera por muito tempo a lord El... gentle-

man que dera brado em Paris pelas suas numero-

sas excentricidades. 0 palacio era situado á ilhar-

ga do palacio Saint-Luce que o visconde Fabien

d'Asmolles acabava de comprar, aconselhado por

seu cunhado, o marquez de Chamery.

Este tivera provavelmente para isso suas vistas

secretas.

Ora o duque de Sallandrera que habitava em

Paris havia tres annos, despendera sommas fabu-

losas no 6eu palacio, fizera d'elle uma maravi-

lha.

A parte mais faustosa, mais cuidada, e mais ar-

tística, nos seus menores detalhes de ornamenta-

ção e de mobília, era sem duvida alguma todo o

segundo andar, reservado á menina Pepita Dolores

Concepcion. A filha do duque concebera e ordena-

ra, e o pae pagara.

0 sr. de Sallandrera, grande senhor na mais

completa acepção da palavra, compreheadia em

larga escala o fausto e a elegância, mas faltava-lhe

o gosto, e se a menina Pepita se não tivesse en-

carregado de lb'o inspirar, certamente que o for-

moso palácio da rua da Babylonia não seria consi-

derado como uma maravilha de luxo delicado e

bem entendido.

A menina Pepita era artista. Pintava como ver-

dadeira discípula de Murillo e de Velasques e es-

tudara a architeclura mourisca na Alhambra.

Seja-me permittido um ligeiro esboço d'este

novo personagem da nossa historia.

muito depressa, a ponto de se lhe poderem dar

vinte e tres ou vinte e quatro annos.

A menina de Sallandrera nascera em Sevilha;

era formosa como uma andaluza; o seu corpo fle-

xível possuía as ondulações mysteriosas que os

hespanhoes traduzem pela palavra mtnèo. Os ca-

bellos negros de azeviche, os olhos de um azul

carregado e esverdeado como o azul do mar medi-

terrâneo, 03 lábios de um encarnado tão vivo

como o carmin, as mãos adoráveis, um verdadeiro

pé de andaluza, faziam de Pepita uma dessasbel-

lezas características, resumindo um typo que a

tornara notável em Paris.

No primeiro anno, em que a juvenil hespanho-

la apparecera no mundo parisiense, escudada pelo

seu immenso dote, fôra assaltada por milhares de

pedidos era casamento. Condes, marquezes, ba-

rões, financeiros e industriaes haviam entrado na

liça.

Pepita, porém, não distinguira nenhum, e o du-

que de Sallandrera, seu pae, despedira cortezmen-

te todo* os candidatos. A andaluza aununciara for-

malmente que contava apenas dezeseis annos, c

não queria casar-se ainda.

Além d'isso o duque e a duqueza que tinha só

trinta e cinco annos, era irlandeza, e muito for-

mosa ainda, tiaham adoptado para a filha a edu-

cação ingleza.

Pepita vivia em Paris como uma joven miss que

a ninguém dava conta das suas acções. Montava a

cavallo pela manhã, acompanhada por um sócrea-

do.

Pepita tinha dezenove annos, mas as tépidas hri-,

sas e o sol do seu paiz, haviam-n'a feito mulher, (Continua).

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DIÁRIO Z&MJSTRADO

DnmnQ francisco Manuel Pereira d'Almeida, único inventor do pó jo arroz giycerina e de outros preparados de perfumarias,

faz publico que 9s prmcipaes artigos de toilette que os estrangeiros nos

mandam são falsificados.

Os pós de arroz veloctines, cremes e outras preparações semelhan-

tes, que ainda preenchem.as columnas dosjornaes, além de outras sub-

stancias nocivas á pelle, a analyse encontrou matérias calcareas que ap-

plicadas produzem efleitos cáusticos.

E para que o publico não seja mais illudido com estas falsificações,

torpes explorações do povo, exponho os meus artigos de toilette, que

dente das damas, se cilas tôem um hálito puro. Todas as pessoas que

í$G.CA l,6em..° desgosto de perder os DKN- gp_„ vM 4/uH.

em pouco tempò. Este elixir é anti-escorbulico," tonico e adstrin-

gente; precioso para todas as aflecções de BOCCA, dá ao hálito um chei-

ro agradavel, cura, as aphías das GENGIVAS; o emprego diário d este

v»L r Rrev,ne a ÇARIE dos DENTES, as dòrcs e incoinmodo das GENGI- VAS lívidas e purulentas, molles e cnsangueutadas; fortifica as GENGIVAS

dispostas a relaxação e ao escrobuto e segura os DENTES descarnados-

dissipa o mau cheiro da ROCCA e impede a accommularâo do tartaro que

«tractor não só garanto [as suas propriedades como" também a sua pu- ("iK.NGIVAS^Kste eli?i> toconv" ieíte!áTpSas^fiimam Vor-

rw 1 1 . (,,!c « l'ra 0 mau cheiro da bocca, produzido neto uso continuo do

Pos de arroz glycerina, fofaeJ"a

c fe: I d;':i

r dos dentes rapidamente Preço 400 róis. lte-

commendado pelos nossos distinctos medicos para a toilette das damas. a m j ' ,mCI rua Magdíiíena, 134.

As suas propriedades para a pciie são muito importantes; suavisa a, J^udS Cie COIODIB.

amacia-a, refresca-a, preservando a de quaesquer affecções provenien- Os processos particulares do fabrl-/A©ua de colonia violeta, 600.

les da atmosphere. Preço, caixa grande 500 réis, e pequena 250. Remet- brico que me são especiaes pcr-[ASua de co'enia opoponax, 600.

te-se pelo correio. Pharmacia e perfumaria Almeida, rua da Magdale- mitteni-me obter em toda a sua >A£ua de colonia jamirn. G00.

na, 13*. # frescura e suavidade o aroma dasi A£ua de colonia rosa. 600.

PÓ Cie arroz filvcerina rnOrano*0 s fl- Rlanlas é flores para compor a de-lA8"ua <\e colonia patchouly, 600. ... . ©âJ tclllld " n 1 ss imo, liciosa AGUA DE -COLOMA, que apre-lASua de colonia almíscar 600.

alen; de possuir as mesmas propriedades, da a pelle a côr de rosa na- sento corn differentes aromas

tural. Estes preparados nada teem de commum com os pós de arroz e 1 TT* - •

veloutines, que importamos de França, em cuja composição a analyse Vina ore de toilpflp by£'enico, balsâmico e salutar. 0 magic UC lUilt/llty vinagre hvgicnico, composto de

suave e

\\nmrnl csircga-se com elle as mãos e o rosto Preço 400re? Remette-se pelo correio: Pharmacia Almeida, rua da Magdalena, 134.

Espirito de DeilS !Fh!!FP,K ])} MULHER). Este perfume 1^ . . « de uma odonferacao desr.nn inrirla unia odoriferaçâo desconhecida

suavidade ó aprasivel

é sensível e delcitan- 0 perfume da MULHER, único

moída, rua da Magdalena, 134.

Hygiene e belleza da pelle, Sriíí.de arr6z gly"

O creme de arroz

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tro côres fixas e do mais fino colorido, as

quaes não indicam ou não deixam vesligios

de uma còr artificial, estabelecendo-se por

completo a confusão dos observadores e dos

críticos, motivos principaes que me leva a

recommendar a celebre

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o perfume das plantas e das mais odoríferas llores. No (,e <iue se .^em u^° l,ara aromatisar os lenços, etc. E para se conceber banho dá frescura, bem estar e perfume suave ao organismo da moei- os factos apontados, basta collocar entre a roupa o SA-

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cam completamente impregnados do seu delicado e sentidíssimo perfu-

me, nao sendo fácil destruir tão singular cheiro ou aroma que se des-

loca do sabonete e se divide por todo o ambiente de,um quarto ou de uma

>aia, saturando a atmosphera de riquíssimas essências impressionáveis,

o que constitue uma das mais agradaveis surpresas ás pessoas que não

conhecem as interessantes particularidades do SABONETE SIMPLES. Nas lavagens das rnaos, do rosto ou do corpo deixa o SABONETE SIMPLES os

seus mais assignalados benefícios, que ennobrecem e encantam a pes-

soa ou dama que d elle faz uso. A sua espuma é expontânea, excessiva-

mente abundante e sedosa; no acto das lavagees o sabonete tem a ri-

(luissinia propriedade destruir e desinfectar os poros cutâneos, deixan-

uo-os totalmente limpos; a pelle apparece então como se fosse comple-

tamente renovada, límpida, escorregadia, macia c aveludada, as mãos e

o rosto purificados dos elementos que lhes obscureciam a candura e a

elegância, ou esterilisados por tão fecundante sabonete, seduzem ou por

apparencia d uma d essas côres que se assemelham aos mármores rosa-

dos, ou então por uma d essas cores diaphanas, e que tanto se distin-

guem pela brancura de suas pétalas, como são as rosas brancas; os Iv-

rios alvos e os iasmins côr de neve, llores que, pela sua uniforme bel-

leza, tanto se destacam nos peitos gentis da sociedade elegante. Este

fvcT^vt^» \'r P 0 peio processo da minha invenção: a SAPONIFiCACÃO .ni,,ííA?Í'.^S ,od?s 08 ma,s sabonetes de (iue já ha fabricados: SABO-

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230—FolDetim do Diário llluslrado-25-9-08

DE

EUGENIO SUE

OS MILLIONARIOS

Quando se preparava para sabir, entrou um dos

collegas, exclamando:

—Ab! meus amigos, que acontecimento! que

desgraça!

—0 que foi?

—Acabo de fallar com uma pessoa que vem da

estaçáo do caminho de ferro de Versailles.

—Do caminbode ferro!=disse Luiz estremecen-

do!—E então, o que aconteceu?

—Um terrível desastre.

—Meu Deus!—exclamou Luiz empallidecendo.

—Acabe.

ê— Descarrillou o comboio que voltava para Pa-

ris; oswagons cabiram uns sobre os outros, a for-

nalha da maebina pegou-lbos fogo, e diz-se que

quasi todos os viajantes Gearam esmagados ou

queimados, e que... (Vide gravura amanhã na

ÍSpag )

Luiz, preso d'uma angustia mortal, não poude

ouvir mais. Esquecendo-se do cbapeu, precipitou-

se para fora do cartorio, saltou para o primeiro

trem de praça que encontrou, dizendo ao cochei-

ro:

—Vinte francos de goigeta se me levares a toda

a brida, ã esração do caminho de ferro de Versail-

les... e de lá... ainda não sei onde... Mas par-

tamos, em nome do ceu, partamos!

—Margem direita ou esqeerda?—perguntou o

cocheiro fustigando os cavallos.

—0 que?

—lia duas estações, a da margem direita e a

da margem esquerda.

—Quero ir para aquella onde acaba de succe-

der um terrível desastre.

—E' a primeira vez que ouço tal noticia!

Luiz fez-se conduzir ao seu cartorio, afim de se

informar pelo seu collega que trouxera a noticia

do acontecimento; mas, não tendo já encontrado

ninguém lá, o filho do avarento tornou a subir

para o carro com uma recrudescência d'angustia

—Freguez,—disse-lhe o cocheiro,—soube ago-

ra mesmo que foi na margem esquerda.

Luiz mandou bater immediatamenle para a mar-

gem esquerda. Ali confirmaram-lbe o acontecimen-

to; soube também em que sitio da linha se déra

esse terrível accidente. A estrada primeiro, um

caminho transversal depois permittiram-lbe avan-

çar até pequena distancia do Baixo Meudon, ao

cahir da noite. Atirou-se fóra do carro, e, guiado

pelos últimos clarões do incêndio dos wagons

amontoados, achou-se em pouco tempo no logar

do sinistro.

Esta catastrophe já tem sido descripta tanta vez

que é inútil entrar aqui em noyas descripções, di-

remos sómeote que, durante toda a noite, Luiz

procurou debalde seu pae entre esses corpos cal-

cinados, desfigurádos ou horrorosamente feri-

dos.

Pelas quatro horas da manhã, o pobre rapaz, al-

quebrado pela dôr, pela fadiga, voltou para Paris,

apenar com uma esperança: que seu pae tivesse

escapado ao perigo, como um pequeno numero de

viajantes, e tivesse voltado para casa durante a

noite.

—Assim que chegou á porta da casa, Luiz apei-

ou sedo trem e correu ao cubículo do porteiro e

as suas primeiras palavras foram:

— Meu pae já voltou?

—Não, senhor Luiz.

—Não ha que duvidar!—murmurou el!e abafan-

do os soluços;—está morto!... morto!...

E os joelho9 vergaram lhe a ponto que teve que

se sentar.

Depois de ter descançado alguns instantes no

cubículo do porteiro, que lhe disse as banalidades

do costume em taes casos, Luiz subiu lentamente

para o seu quarto.

Ao vôr essa pobre habitação, tanto tempo parti-

lhada com um pae que elle amava tão ternamente,

e que acabava de perecer d'uma morte horrorosa,

a dor de Luiz attingiu o seu auge, atirou-se para

cima da cama, escondendo o rosto nas mãos, e

deu livre curso ás suas lagrimas.

llavia meia hora que se abysmava neste pro-

fundo desespero, quande ouviu bater á porta, o

porteiro entrou.

—0 que é que quer?—perguntou Luiz enxugan-

do ai lagrimas.

—Sr, Luiz desculpe-me vir incommodal-o n'es-

ta occasiào mas é o cocheiro que...

—0 que?—perguotou Luiz, que, todo entregue

á sua dôr se esquecera do trem.

—0 cocheiro?

—Sim, o oocbeiro que o serviu toda a noite?

Ao que parece o senhor prometteu-lhe vinte

francos de gorgeta, o que faz, com as suas horas

de carreira, de houtem e d'esta noite, quarenta e

nove francos, de que elle está á espera.

—0b! senhor!—disse o rapaz com dolorosa im-

pacieacia,—dé-lbe o dinheiro, e deixe-me!

—Mas, senhor Luiz, quarenta e nove francos, é

pesadito!

E eu não os tenho!

,£—Oh! meu Deus! que heide eu fazer?—excla-

mou Luiz, chamado por esse pedido aos interesses

materiaes da vida.

—Não tenho dinheiro.

E dizia a verdade, porque nunca tivera á sua

livre disposição nem a quarta parte da quantia

quantia que devia ao cocheiro.

(Continua).

Page 6: FUNDADOR : PEDRO CORREIA DA SILVA - Últimas obras ...purl.pt/14328/1/j-1244-g_1898-09-25/j-1244-g_1898-09-25_item2/j... · ro conquistar. Em geral conquis- ... um homem de tão alto

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