diÁrio illustrado - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-03-07/j-1244-g_1874-03-07_item2/j... ·...

4
-— - ~ —^ m . m 1 mez 500 réis 3 mezes 1*400 réis A correspondência sobre administração a LO KEN A QUEIROZ, calçada do Coinbro, 10, 1.°. Romero dado das devastações da cheia tin 1856. Tem uma inscripçao commemorativa,que por muito extensa não transcrevo. É co- roada pela estatua de Nossa Senhora. «Esta bclla e riquíssima propriedade é actualmente do senhor barão d'Aleoche- te, neto do fundador, de quein acima fal- lei.» Diz o Imparcial que a conmiissão de senhoras, estabelecida em Lisboa para soc- correr os feridos carlislas, nào pôde con- siderar-se de maneira alguma senão co- mo um acto particular e privado de meia •luzia d»'devotas que nào representam nem a opinião nem as aspirações de nossos vi- sinhos. Pode ser verdade, mas em lodo o caso representa o santo principio da caridade. % Falleceu lio nu m o sr. Joaquim José Maria, proprietário de uma conhecida pa- pellaria na rua da Prata. Era homem muito estimável. Deixou uma fortuna avultada. Sairam de Madrid pura Santander um batalhão de marinha, um outro de caça- dores das Navas, forças de artilheria, tim trem sanitario, e difti rentes olliciaes que vão encorporar-se ao quartel general de Serrano, com o lim de montar a tele- graph ia de campanha, de que se espera o melhor resultado. Saiu também á noite para Santander o bata Ih.mo de caçadores de Estella, que ti- nha chegado de manhã a Madrid. Atravessaram o canal de Suez, de 21 a 31 df janeiro 45 navios, os quaes me- diam um total de 88:900 rondadas. De 1 a 40 de fevereiro atravessaram o mencionado canal 20 navios, e 40 do dia 11 ao dia 20. O total dos rendimentos da companhia subiu a 2.100:000 francos. Foram transportados pela pequena ve- locidade nos caminhos de ferro do norte e leste, no anno lindo, 2:795 cavallos, 17:052 bois, 14:400 vitellos e porcos, e 1:665 carneiros e cabritos. A senhora condessa de. Fonte-Bella, residente na ilha de S. Migue! enviou á com missão de soccorros aos vnriolosos da ilha Terceira, a quantia de 1003000 réis. A senhora condessa também enviou 50^000 réis á irmandade do Espirito Santo, da mesma ilha. Ambas as quantias foram entregues pelo senhor conde da Praia. A senhora condessa de Fonte-Bella é uma das damas mais consideradas dos Açores e o seu nome é bemdito por todos os açorianos. Chegou a Madrid, com as forças sob suas ordens, o general Soria Santa Cruz, BARROCA D'ALVA depois de ter operado com a columna do seu rommando em Sacedon, Priego e Be- teta, em cujos pontos oíTereccu batalha á facção de San lés, sem que esta a accei- tasse. O general Soria Sanla Cruz permane- cerá por emquanto em Madrid com o fim de organisaros batalhões da reserva. Também chegou áquella cidade o ge- neral Lopez Pinio com as forças do seu commando, e esperav.vse também, ali, a vinda de Lopez Dominguez, que, segundo o dizer das folhas hespanholas, hoje deve estar. Serrano telegraphou do Santander ao alcaide popular e circulo constitucional de Madrid, agradecendo as felicitações que lhe foram dirigirias. A condessa da Torre contmuaa ser al- vo das maiores provas de consideração e estima, pcloacio patriotic© praticado por seu marido, indo incorporar-se ás forças que combatem o carlisuio. Segundo o dizer d-; um jornal de Ma- drid, teem se apresentado ;J4:200 mance- bos, depois do rhamamento da reserva, e desss remiram 't:717 e foram dados por ine:ipaze<. 2 .V>7. Também decifrou as charadas postas a premio o.» !i.)<so numero de quarta feira o sr. G^rva.-io da llosa, de Leiria. HIGH-LIFE Os srs. condes de Penamacor não rece- bem esta noite. —Fez liontem annos a ex. 1 "* sr." vis- condessa de Barcellinhos. —Faz hoje annos o sr. I). Alexandre de Saldanha da Gama, lillio dos srs. condes da Ponte. Faz hoje annos o sr. Ernesto Driesel Sehroter. Retiraram-se liontem para Braga as ex. m " sr." I). Victoria Guedes Rebello e D. Amelia Pimentel, mãe e esposa do sr. engenheiro Frederico Augusto Pimen- tel. Foram despedir-se de s. ex." á estação os seus parentes e muitas pessoas das suas relações. Hoje á uma hora da tarde ha baile infantil no salão da Trindade, onde se está estabelecido o basar dirigido por damas da nossa mais distincta sociedade e cujo producto é applieado á educação de creanças pobres de ambos os sexos. liontem tocou ali á noite, como disse- mos, a banda de musica da fragaia Nor- thumberland, attraindo grande concor- rência. As senhoras que dirigem o basar estão penhoradissimas com a amabilidade dos olliciaes inglezes, por o auxilio que lhes prestaram na obra caridosa em que estão empenhadas. O sr. Heitor Arrocliella deu liontem um jantar de despedida a alguns olliciaes da esquadra ingleza, no Hotel Central. Assistiram a este banquete alguns ca- valheiros da nossa primeira >ocíedade. —Parte brevemente para Paris o sr. ba- rão de Ménard, secretario da legação de França em Lisboa. Publicamos raiso, que nos um de Valpa- mais de e que se havia desencaminhado. Falleceu hontem pelas 6 horas da ma- nhã o sr. Mauricio Leonardo Fernandes Rodrigues, conselheiro do Tribunal de Contas. Era um ravalheiro muito respeitável e deixou saudosas lembranças aos seus nu- merosos amigos. j A sua família damos os nossos peza- mes. Os carlislas conibovos de Souguésa. poucos dias, procedentes de Em New-Castle foi deitadojao mar no dia 17 de fevereiro um vapor monstro, chamado Faraday, em memoria do gran- de physico inglez. (3 novo vapor tem 110 metros de com- prido, 10 de largo, II de profundidade: e o seu lote é de 5:000 toneladas. E' destinado á immersão de cabos te(e- graphicos; tem! 2 machiuas, e é movido por dois helices. FOLHETIM HOMENS E COISAS DE CARTAGENA por J. LUCIANO COMBATZ DA COMMIXA DE PARIS IV Continuação O aspecto do calabouço nada tinha de phantastico ou de mysterioso, nem se apresentava á imaginação senão como ò que era na realidade: uma habitação de cinco metros quadrados, toda abobadada, e tendo pendente de um dos arcos da abo- bada uma cadeia, a cuja extremidade es- tava presa a alampada nocturna. Uma grande janella, gradeada e guarnecida de grossas barras de ferro, abria sobre o pa- teo de entrada da enfermaria; mas a vis- ta d'este pateo e do seu pequeno jardim era-nos vedada por um tabique, que se levantava da parte de fóra, encostado aos varões de ferro, até á cornija da janella. Quando rne encerraram n'este dormitorio, porque para dormitorio dos escreventes do presidio serviu até ha mui poucos dias este calabouço, não penetrava a luz senão por uma fenda de dez renliuieiros, aberta horisontalniente em toda a largura do tabique. Então estava eu e em ri- gorosa incommunicação, porque, a dar-se .aos periodicos, púnica pol- eia, se fizera de mim um animal um ser que tinha um tanto ou quanto do Ferragus de Balzac e do javali dos Ar- dennes. Como eu ria, no meio da minha angus- tia, do medo louco que o meu nome inspirava a estes benévolos que tornaram, cheios de vingança e de. orgulho, a tomar posse de seus logares, que não tinham sabido defender! Quantas paginas de his- toria a escrever! Quantas reputações usur- padas atravez dos séculos! Quantas esta- tuas que atirar á lama, e quantos nomes que arrancar do pelourinho! Quem sabe se não é um santo o cardeal de Retz e uni grandíssimo velhaco algum dos que Selas suas chamadas virtudes veneramos! uem decifrará os niysterios das lendas do medo atravez «la liistoria, em épocas relativamente chegadas a nós, quando em pleno secuk XIX, em plena historia, es- cripta e sellada com o sello judicial, me attribuem a morte do arcebispo de Pa- ris, e aqui, em Cartagena, o commando de 400 forcados, que, sob o disfarce col- lectivo de bombeiros, estão encarregados de afundir a cidade nos horrores de um immenso incêndio final?... O medo faz tudo, e até milagres! Quem provara que não é este agente febril e irreflexivo que operou o milagre do ecli- pse lotai de um documento clamado alto e bom som cidade por um brigadeiro hoje em ço 1 Também o medo operou esle outro milagre, menos milagroso na verdade, de rne reter debaixo de chave, quando pes- soas olliciaes teem provado a minha com- pleta nào intervenção no movimento can- tonal. Mas eu reflicto c pergunto: se lagre um milagre da politica?... caso, caluda! Paulo Luiz Courrier disse: «se alguém me accusasse de ter roubado a torre de Noire Da me, eu começaria por fugir.» Creio que será muito diílicil provar a existeneja destes bombeiros incendiários. Appello para os raros incêndios que hou- ve durante o bombardeamento, do que se queixavam era da falta absoluta de bombeiros. * * * * «Então Del Balzo não morreu? A Cor- respondendo aflirma que vive...» «Ora! Del Balzo esta morto e bem mor- to, responderam alguns dos meus com- panheiros de calabouço; e se a competen- te diz o contrario tresvaria como uma ve- lha rabujenta que é...» «Que tem sido e será sempre» gritaram em coro todos os presos. Alguns discípulos inconscientes de Spi- nosa entraram a duvidar. «Mas uma vez que o periodico diz que foi visto...» «Famosa a III r mação, por minha fé! Poi não nos havia aílirmado também que o senhor era um celebre communista de Pa- ris e quo tinha fuzilado o arcebispo?» «Bem! E eu alllrrao que Del Balzo es- morto e enterrado» disse então Fran- cisco Sevilla. «E Sevilla sabe muito bem o que diz, porque era um dos amigos de Del Balzo; não é verdade, Sevilla?» objectaram al- guns. «Vejamos, Sevilla, conta-nos o que sa- bes de Del Balzo, de sua vida, da sua morte e enterro...» «Querem dizer, do seu pseudo enterro, porque elle nem morreu, nem foi enter- rado, e primeiro que Sevilla nos prove o contrario vou dizer-Iheso que eu ouvi no arsenal ácerca d'este mysterioso persona- gem.» O que fal lava assim era Maximiliano Barba, official reformado quando reben- tou o cantonalismo. Um esbelto mancebo de cabeIIos louros e olhos azues, constan- temente levantados para o ceu... do nos- so calabouço, porque a prisão incommo- da-o sobremaneira. O pobre acreditou que a federação era um facto e metteu-se na alhada com a certeza do triuinpho, sem pensar um instante nos desastres do ámanhà. E' um tanto coxo, mas, como homem, coxéa sobre as lages do calabou- Terceiro Ànno I mez 300 róis 3niezes.. .. 900 » Avulso 10 » UM LINBOA Annuncios, linha 20 réis Publicações no corpo do jornal, por linha 6o réis SABBAD0 7 DE MARÇO DE 1874 ço com a mesma graça com que em tem- pos antigos coxeava sobre os—' dos de Versalhes a poética de la Valliere. E' romântico, terno, e mui- to apreciador das historias sobrenaturaes, principalmente quando no desfecho dão o triumpho á virtude perseguida, C'est le doux dans le tragique! Ouçamol o agora fallar: Antes do vigessimo dia do bombardea- mento sube eu da morte de Del Balzo. Confesso que me impressionou; mas os projectis eram tão frequentes que depres- sa a esqueci, apesar do que me havia sur- prehendido. As circumstancias era tão extraordinarias! Dois dias depois foi-me annunciada a morto de Carreras. Está visto; vão esti- cando todos, pensei eu comigo; e seguin- do o meu caminho encontrei-me com um amigo que me affirm ou da maneira a mais cnergica que Del Balzo não linha morri- do. Para escapar ás garras de seus ami- gos, perparára e tomara um narcolico...» «Mas isso é uma historia das Mile uma noites• exclamou o ex-director de thea- tros, rindo a mais não poder. «O que Barba conta é a verdade pura e authentica «bradou Frederico Fernan- dez, ex-official administrativo da Numan• cia, cujo typo descreverei a seu tempo. «Vamos senhores, basta de historias de apparições! Isso é uma galga. Sevilla, que falte Sevilla! «disse um. «Falle, falle!» exclamaram os o ntros - (Continue) Barroca li'Alv.i A barroca d Alva é uma nequena po- voação no c<*a*"elho de Alcochete. Xo co- meço do secuio passado apenas tinha 5 fogos e uma capella dedicada a Santo An- tonio. Couta hoje para cima de 50 fogos. A propositi doesta povoação tè-se o se- guinte artigo no excelleute JJiccionaiio c/e Portugal antigo e moderno, do sr. Pinho Leal, a que pedimos vénia pela transcri- pção que fazemos. «Jacome (ou Jaques) Ration, vendo que se podia aqui fazer um importante esta- belecimento de marinhas'ricgsal. e a faci- lidade das comniuuicaçôcs com Lisboa, pelo Tejo e pelo rio das Enguias, onde entram as marés, aforou aqui em 1707 grande extensão de terrenos incultos.(mais de uma légua quadrada). «Enxugou e cultivou os pantanos, se- meou pinheiros nos arneiros, planlou vi- nhas, olivaes, pomares, hortas, etc., etc., edificou uma boa casa para sua residên- cia, onde cabem 50 famílias; finalmente reduziu isto a um valiosíssimo estabeleci- mento agrícola e industrial. Tem 4 exten- ças marinhas, que podem render annual- menlc 15:000 moios de sal. O seu vasto pinhal é dos mais bellos e melhores d'es- tes sitios. Tem também um grande sobrei- ral. «O pinhal levou mais de 30 moios de penisco do semeadura, vindo a maior par- te, do pinhal de Leiria. «Jacome Ratton era francez, natural da cidade de Briançon, no Delfinado. Vivia em LiVboa, e teve de sua mulher, D. Fran- cisca Bellon. outro Jacome Ratton, que casou com I). Anna Clamov.se (filha de Bernardo Clamouse, consul francez, no Porto. «Foi seu filho, t)ii>go Ratton, primeiro barão d'Aleochete, que tem mais irmãos. Tem por armas em campo azul, chefe de prata, carregado de um rato, negro, an- dante; eontra chefe de ondas, com um atum negro, nadam--. Timbre, meio rato. «Ha aqui uma bellissima lagoa, de uns 3 ou 4 kilometros de circuinferencia. Na sua margem e cercada de frondoso arvo- redo está a antiquíssima Capella de Santo Antonio da Ussa (Ursa) provavelmente erecta em cumprimento d'algum voto. (E esta capejla que representa a nossa estampa). «ft de fórma circular, sem o minimo ornato, e guardada por um muro ameiado, havendo entre elle e a capella um pas- seio. O senhor Ration achando-a desman- tellada a reedificou, eonservando-lhe toda a sua bella simplicidade originaria. É de abobada e tem uns 5 m ,50 de altura. «Em frente do palácio, em um bonito terreiro, está uma columna erecta pelos proprietários da quinta, em 21 de maio de 1859, dedicada á Virgem, em acção de graças por haver preservado esta proprie-

Upload: dothuan

Post on 09-Dec-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIÁRIO ILLUSTRADO - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-03-07/j-1244-g_1874-03-07_item2/j... · — Hoje á uma hora da tarde ha baile infantil no salão da Trindade, onde se está

— -— - ~ — — — — —^ m . m

1 mez 500 réis 3 mezes 1*400 réis A correspondência sobre administração a LO

KEN A QUEIROZ, calçada do Coinbro, 10, 1.°. Romero

dado das devastações da cheia tin 1856.

Tem uma inscripçao commemorativa,que

por muito extensa não transcrevo. É co-

roada pela estatua de Nossa Senhora.

«Esta bclla e riquíssima propriedade é

actualmente do senhor barão d'Aleoche-

te, neto do fundador, de quein acima fal-

lei.»

Diz o Imparcial que a conmiissão de

senhoras, estabelecida em Lisboa para soc-

correr os feridos carlislas, nào pôde con-

siderar-se de maneira alguma senão co-

mo um acto particular e privado de meia

•luzia d»'devotas que nào representam nem

a opinião nem as aspirações de nossos vi-

sinhos.

Pode ser verdade, mas em lodo o caso

representa o santo principio da caridade. %

Falleceu lio nu m o sr. Joaquim José

Maria, proprietário de uma conhecida pa-

pellaria na rua da Prata.

Era homem muito estimável.

Deixou uma fortuna avultada.

Sairam de Madrid pura Santander um

batalhão de marinha, um outro de caça-

dores das Navas, forças de artilheria, tim

trem sanitario, e difti rentes olliciaes que

vão encorporar-se ao quartel general de

Serrano, com o lim de montar a tele-

graph ia de campanha, de que se espera

o melhor resultado.

Saiu também á noite para Santander o

bata Ih.mo de caçadores de Estella, que ti-

nha chegado de manhã a Madrid.

Atravessaram o canal de Suez, de 21 a

31 df janeiro 45 navios, os quaes me-

diam um total de 88:900 rondadas.

De 1 a 40 de fevereiro atravessaram o

mencionado canal 20 navios, e 40 do dia

11 ao dia 20.

O total dos rendimentos da companhia

subiu a 2.100:000 francos.

Foram transportados pela pequena ve-

locidade nos caminhos de ferro do norte

e leste, no anno lindo, 2:795 cavallos,

17:052 bois, 14:400 vitellos e porcos, e

1:665 carneiros e cabritos.

A senhora condessa de. Fonte-Bella,

residente na ilha de S. Migue! enviou á

com missão de soccorros aos vnriolosos da

ilha Terceira, a quantia de 1003000 réis.

A senhora condessa também enviou

50^000 réis á irmandade do Espirito

Santo, da mesma ilha.

Ambas as quantias foram entregues

pelo senhor conde da Praia.

A senhora condessa de Fonte-Bella é

uma das damas mais consideradas dos

Açores e o seu nome é bemdito por todos

os açorianos.

Chegou a Madrid, com as forças sob

suas ordens, o general Soria Santa Cruz,

BARROCA D'ALVA

depois de ter operado com a columna do

seu rommando em Sacedon, Priego e Be-

teta, em cujos pontos oíTereccu batalha á

facção de San lés, sem que esta a accei-

tasse.

O general Soria Sanla Cruz permane-

cerá por emquanto em Madrid com o fim

de organisaros batalhões da reserva.

Também chegou áquella cidade o ge-

neral Lopez Pinio com as forças do seu

commando, e esperav.vse também, ali, a

vinda de Lopez Dominguez, que, segundo

o dizer das folhas hespanholas, já hoje lá

deve estar.

Serrano telegraphou do Santander ao

alcaide popular e circulo constitucional

de Madrid, agradecendo as felicitações

que lhe foram dirigirias.

A condessa da Torre contmuaa ser al-

vo das maiores provas de consideração e

estima, pcloacio patriotic© praticado por

seu marido, indo incorporar-se ás forças

que combatem o carlisuio.

Segundo o dizer d-; um jornal de Ma-

drid, teem se apresentado ;J4:200 mance-

bos, depois do rhamamento da reserva, e

desss remiram s» 't:717 e foram dados

por ine:ipaze<. 2 .V>7.

Também decifrou as charadas postas a

premio o.» !i.)<so numero de quarta feira

o sr. G^rva.-io da llosa, de Leiria.

HIGH-LIFE

Os srs. condes de Penamacor não rece-

bem esta noite.

—Fez liontem annos a ex.1"* sr." vis-

condessa de Barcellinhos.

—Faz hoje annos o sr. I). Alexandre de

Saldanha da Gama, lillio dos srs. condes

da Ponte.

— Faz hoje annos o sr. Ernesto Driesel

Sehroter.

— Retiraram-se liontem para Braga as

ex.m" sr." I). Victoria Guedes Rebello e

D. Amelia Pimentel, mãe e esposa do sr.

engenheiro Frederico Augusto Pimen-

tel.

Foram despedir-se de s. ex." á estação

os seus parentes e muitas pessoas das

suas relações.

— Hoje á uma hora da tarde ha baile

infantil no salão da Trindade, onde se

está estabelecido o basar dirigido por

damas da nossa mais distincta sociedade

e cujo producto é applieado á educação

de creanças pobres de ambos os sexos.

liontem tocou ali á noite, como disse-

mos, a banda de musica da fragaia Nor-

thumberland, attraindo grande concor-

rência.

As senhoras que dirigem o basar estão

penhoradissimas com a amabilidade dos

olliciaes inglezes, por o auxilio que lhes

prestaram na obra caridosa em que estão

empenhadas.

— O sr. Heitor Arrocliella deu liontem

um jantar de despedida a alguns olliciaes

da esquadra ingleza, no Hotel Central.

Assistiram a este banquete alguns ca-

valheiros da nossa primeira >ocíedade.

—Parte brevemente para Paris o sr. ba-

rão de Ménard, secretario da legação de

França em Lisboa.

Publicamos

raiso, que nos

um

de Valpa-

mais de

e que se havia desencaminhado.

Falleceu hontem pelas 6 horas da ma-

nhã o sr. Mauricio Leonardo Fernandes

Rodrigues, conselheiro do Tribunal de

Contas.

Era um ravalheiro muito respeitável e

deixou saudosas lembranças aos seus nu-

merosos amigos. j

A sua família damos os nossos peza-

mes.

Os carlislas

conibovos de

Souguésa.

poucos dias,

procedentes de

Em New-Castle foi deitadojao mar no

dia 17 de fevereiro um vapor monstro,

chamado Faraday, em memoria do gran-

de physico inglez.

(3 novo vapor tem 110 metros de com-

prido, 10 de largo, II de profundidade: e

o seu lote é de 5:000 toneladas.

E' destinado á immersão de cabos te(e-

graphicos; tem! 2 machiuas, e é movido

por dois helices.

FOLHETIM

HOMENS E COISAS DE CARTAGENA

por J. LUCIANO COMBATZ

DA

COMMIXA DE PARIS

IV

Continuação

O aspecto do calabouço nada tinha de

phantastico ou de mysterioso, nem se

apresentava á imaginação senão como ò

que era na realidade: uma habitação de

cinco metros quadrados, toda abobadada,

e tendo pendente de um dos arcos da abo-

bada uma cadeia, a cuja extremidade es-

tava presa a alampada nocturna. Uma

grande janella, gradeada e guarnecida de

grossas barras de ferro, abria sobre o pa-

teo de entrada da enfermaria; mas a vis-

ta d'este pateo e do seu pequeno jardim

era-nos vedada por um tabique, que se

levantava da parte de fóra, encostado aos

varões de ferro, até á cornija da janella.

Quando rne encerraram n'este dormitorio,

porque para dormitorio dos escreventes

do presidio serviu até ha mui poucos

dias este calabouço, não penetrava a luz

senão por uma fenda de dez renliuieiros,

aberta horisontalniente em toda a largura

do tabique. Então estava eu só e em ri-

gorosa incommunicação, porque, a dar-se

fé .aos periodicos, fé púnica pol-

eia, se fizera de mim um animal

um ser que tinha um tanto ou quanto do

Ferragus de Balzac e do javali dos Ar-

dennes.

Como eu ria, no meio da minha angus-

tia, do medo louco que só o meu nome

inspirava a estes benévolos que tornaram,

cheios de vingança e de. orgulho, a tomar

posse de seus logares, que não tinham

sabido defender! Quantas paginas de his-

toria a escrever! Quantas reputações usur-

padas atravez dos séculos! Quantas esta-

tuas que atirar á lama, e quantos nomes

que arrancar do pelourinho! Quem sabe

se não é um santo o cardeal de Retz e

uni grandíssimo velhaco algum dos que

Selas suas chamadas virtudes veneramos!

uem decifrará os niysterios das lendas

do medo atravez «la liistoria, em épocas

relativamente chegadas a nós, quando em

pleno secuk XIX, em plena historia, es-

cripta e sellada com o sello judicial, me

attribuem a morte do arcebispo de Pa-

ris, e aqui, em Cartagena, o commando

de 400 forcados, que, sob o disfarce col-

lectivo de bombeiros, estão encarregados

de afundir a cidade nos horrores de um

immenso incêndio final?...

O medo faz tudo, e até milagres! Quem

provara que não é este agente febril e

irreflexivo que operou o milagre do ecli-

pse lotai de um documento

clamado alto e bom som

cidade por um brigadeiro hoje em

ço 1 Também o medo operou esle outro

milagre, menos milagroso na verdade, de

rne reter debaixo de chave, quando pes-

soas olliciaes teem provado a minha com-

pleta nào intervenção no movimento can-

tonal.

Mas eu reflicto c pergunto: se

lagre um milagre da politica?...

caso, caluda!

Paulo Luiz Courrier disse: «se alguém

me accusasse de ter roubado a torre de

Noire Da me, eu começaria por fugir.»

Creio que será muito diílicil provar a

existeneja destes bombeiros incendiários.

Appello para os raros incêndios que hou-

ve durante o bombardeamento, do que

se queixavam era da falta absoluta de

bombeiros.

• * * * *

«Então Del Balzo não morreu? A Cor-

respondendo aflirma que vive...»

«Ora! Del Balzo esta morto e bem mor-

to, responderam alguns dos meus com-

panheiros de calabouço; e se a competen-

te diz o contrario tresvaria como uma ve-

lha rabujenta que é...»

«Que tem sido e será sempre» gritaram

em coro todos os presos.

Alguns discípulos inconscientes de Spi-

nosa entraram a duvidar.

«Mas uma vez que o periodico diz que

foi visto...»

«Famosa a III r mação, por minha fé! Poi

não nos havia aílirmado também que o

senhor era um celebre communista de Pa-

ris e quo tinha fuzilado o arcebispo?»

«Bem! E eu alllrrao que Del Balzo es-

tá morto e enterrado» disse então Fran-

cisco Sevilla.

«E Sevilla sabe muito bem o que diz,

porque era um dos amigos de Del Balzo;

não é verdade, Sevilla?» objectaram al-

guns.

«Vejamos, Sevilla, conta-nos o que sa-

bes de Del Balzo, de sua vida, da sua

morte e enterro...»

«Querem dizer, do seu pseudo enterro,

porque elle nem morreu, nem foi enter-

rado, e primeiro que Sevilla nos prove o

contrario vou dizer-Iheso que eu ouvi no

arsenal ácerca d'este mysterioso persona-

gem.»

O que fal lava assim era Maximiliano

Barba, official reformado quando reben-

tou o cantonalismo. Um esbelto mancebo

de cabeIIos louros e olhos azues, constan-

temente levantados para o ceu... do nos-

so calabouço, porque a prisão incommo-

da-o sobremaneira. O pobre acreditou

que a federação era um facto e metteu-se

na alhada com a certeza do triuinpho,

sem pensar um só instante nos desastres

do ámanhà. E' um tanto coxo, mas, como

homem, coxéa sobre as lages do calabou-

Terceiro Ànno I mez 300 róis 3niezes.. .. 900 »

Avulso 10 »

UM LINBOA

Annuncios, linha 20 réis

Publicações no corpo do

jornal, por linha 6o réis SABBAD0 7 DE MARÇO DE 1874

ço com a mesma graça com que em tem-

pos antigos coxeava sobre os—'

dos de Versalhes a poética

de la Valliere. E' romântico, terno, e mui-

to apreciador das historias sobrenaturaes,

principalmente quando no desfecho dão

o triumpho á virtude perseguida,

C'est le doux dans le tragique!

Ouçamol o agora fallar:

Antes do vigessimo dia do bombardea-

mento sube eu da morte de Del Balzo.

Confesso que me impressionou; mas os

projectis eram tão frequentes que depres-

sa a esqueci, apesar do que me havia sur-

prehendido. As circumstancias era tão

extraordinarias!

Dois dias depois foi-me annunciada a

morto de Carreras. Está visto; vão esti-

cando todos, pensei eu comigo; e seguin-

do o meu caminho encontrei-me com um

amigo que me affirm ou da maneira a mais

cnergica que Del Balzo não linha morri-

do. Para escapar ás garras de seus ami-

gos, perparára e tomara um narcolico...»

«Mas isso é uma historia das Mile uma

noites• exclamou o ex-director de thea-

tros, rindo a mais não poder.

«O que Barba conta é a verdade pura

e authentica «bradou Frederico Fernan-

dez, ex-official administrativo da Numan•

cia, cujo typo descreverei a seu tempo.

«Vamos senhores, basta de historias de

apparições! Isso é uma galga. Sevilla,

que falte Sevilla! «disse um.

«Falle, falle!» exclamaram os ontros-

(Continue)

Barroca li'Alv.i

A barroca d Alva é uma nequena po-

voação no c<*a*"elho de Alcochete. Xo co-

meço do secuio passado apenas tinha 5

fogos e uma capella dedicada a Santo An-

tonio.

Couta hoje para cima de 50 fogos.

A propositi doesta povoação tè-se o se-

guinte artigo no excelleute JJiccionaiio c/e

Portugal antigo e moderno, do sr. Pinho

Leal, a que pedimos vénia pela transcri-

pção que fazemos.

«Jacome (ou Jaques) Ration, vendo que

se podia aqui fazer um importante esta-

belecimento de marinhas'ricgsal. e a faci-

lidade das comniuuicaçôcs com Lisboa,

pelo Tejo e pelo rio das Enguias, onde

entram as marés, aforou aqui em 1707

grande extensão de terrenos incultos.(mais

de uma légua quadrada).

«Enxugou e cultivou os pantanos, se-

meou pinheiros nos arneiros, planlou vi-

nhas, olivaes, pomares, hortas, etc., etc.,

edificou uma boa casa para sua residên-

cia, onde cabem 50 famílias; finalmente

reduziu isto a um valiosíssimo estabeleci-

mento agrícola e industrial. Tem 4 exten-

ças marinhas, que podem render annual-

menlc 15:000 moios de sal. O seu vasto

pinhal é dos mais bellos e melhores d'es-

tes sitios. Tem também um grande sobrei-

ral.

«O pinhal levou mais de 30 moios de

penisco do semeadura, vindo a maior par-

te, do pinhal de Leiria.

«Jacome Ratton era francez, natural da

cidade de Briançon, no Delfinado. Vivia

em LiVboa, e teve de sua mulher, D. Fran-

cisca Bellon. outro Jacome Ratton, que

casou com I). Anna Clamov.se (filha de

Bernardo Clamouse, consul francez, no

Porto.

«Foi seu filho, t)ii>go Ratton, primeiro

barão d'Aleochete, que tem mais irmãos.

Tem por armas em campo azul, chefe de

prata, carregado de um rato, negro, an-

dante; eontra chefe de ondas, com um

atum negro, nadam--. Timbre, meio rato.

«Ha aqui uma bellissima lagoa, de uns

3 ou 4 kilometros de circuinferencia. Na

sua margem e cercada de frondoso arvo-

redo está a antiquíssima Capella de Santo

Antonio da Ussa (Ursa) provavelmente

erecta em cumprimento d'algum voto.

(E esta capejla que representa a nossa

estampa).

«ft de fórma circular, sem o minimo

ornato, e guardada por um muro ameiado,

havendo entre elle e a capella um pas-

seio. O senhor Ration achando-a desman-

tellada a reedificou, eonservando-lhe toda

a sua bella simplicidade originaria. É de

abobada e tem uns 5m,50 de altura.

«Em frente do palácio, em um bonito

terreiro, está uma columna erecta pelos

proprietários da quinta, em 21 de maio

de 1859, dedicada á Virgem, em acção de

graças por haver preservado esta proprie-

Page 2: DIÁRIO ILLUSTRADO - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-03-07/j-1244-g_1874-03-07_item2/j... · — Hoje á uma hora da tarde ha baile infantil no salão da Trindade, onde se está

DIÁRIO ILLUSTRADO

BOLETIM DO DIA

A camara electiva consumia hontem a

sessão com a magna e complexa questão

—Aveiro e Vizeu! Yizeu c Aveiro! Elei-

ções dos procuradores ás juntas quaes

d'estes distinctos! Recursos decididos e

por decididos!

Em duas palavras: a opposiçao perdeu

as eleições dos seus amigos, e incomuio-

dou-se*com isso.

Parece que ambiciona o poder para fu-

zilar não só o administrador do concelho

de Mondim, que o sr. ministro do reino

se contentou em demittir, mas também

grande numero de regadores.

Elles commetteram o attentado^ de nao

obedecer às intimações da opposiçao e nao

coagir o povo a escolher para camaristas

e procuradores ás juntas geraes os ami-

gos da opposiçao!

E o sr. ministro de reino esta tranquil-

lo; nào castiga os eleitores; não demiite

os seus delegados; e nào nomeia gover-

nadoras civis e administradores de conce-

lho da confiança dos srs. José Luciano e

Saraiva de Carvalho!

Porque assim nào acontece, enjoa-se o

sr. Bandeira Coelho; e o sr. Luiz de Cam-

pos ameaça com uma clavina.

O sr. ministro do reino teve o mau gos-

to de se rir d'estes denodados campeões;

e o caso nào era para rir.

Vejam: o governador civil de Vizeu nào

faz reuniões em casa e anda escondido

pelos pinhaes; e o sr. Luiz de Campos nao

o quer assim.

Este illustre deputado, se nao foi logi-

co e eloquente, foi bravo; berrou, gesti-

culou, apostrophou, e ameaçou.

Parece que foi buscar este feitio á re-

uniào ultimamente celebrada por historis-

tas e reformicos... perdão!... por históricos

e reformistas; reuniào em que foi adopta-

do moto seguinte—guerra ao governo por

que dim e por que não.

O sr. José Luciano nào poude levar á

paciência que o sr. Dias Ferreira defen-

desse o governador civil de Aveiro, e jul-

gou milagrosa e providencial a aproxi-

mação dos srs. Dias Ferreira e Sampaio.

S. ex.a esquece decerto que mais mila-

grosa e mais providencial é a uniào do

sr. José Luciano com os reformistas, que

em 1870 lhe dirigiram as mais graves ac

cusações por causa dos fusil amentos pro-

v id en cia es em Ovar e na Madeira!

O sr. Adriano Machado, que esteve para

fugir do parlamento, mas sacrificou á pa-

tria e aos carinhos da opposiçao os seus

mais sinceros desejos, e se deixou ficar,

também berrou, contente por mais uma

vez entorpecer os trabalhos da camara.

E o sr. Saraiva de Carvalho, o homem

dos e script os, sonhando com capitàes-mó-

res, contentou se em querer saber se o

sr. Osorio de Yasconcellos era capitão-

mór.

Francamente: a opposiçao eslá repre-

sentando um papel pouco invejável e mos-

trando que tem em mais conta as conve-

niências partidarias do que os interesses

do paiz. • • ■■ J

Em conselho de ministros, em Hespanha

decidiu-se deixar completa men to ã ini-

ciativa do paiz a idéa e os meios de roa-

lisar a subscripçào nacional para occor-

rer ás desppzas da guerra.

Entre os mendigos que perseguem os

viajanies em Villa Nova de Gaya, no ca-

minho das Devozas para a ponte pênsil,

ha um que possue bens no valor de 4 con-

tos di- réis.

Durante o anno lindo consumiram-se

no districts do Porto 17:954 bois. 8:717

vitellos, 8:353 carneiros, 2:100 chibatos,

e 4:420 porcos.

O governador civil de Madrid não per-

mittiu que os republicanos federaes do

bairro latino, se reunissem politicamente

com o fim de analvsar os successos oc-

corridos no norte de Hespanha.

Nào nos admira a pretençào federal. O

que seria para estranhar era que os ini-

ciadores das gentilezas de Aleov, Sevilha,

Cartagena, etc., se lembrassem de pedir

auctorisaçào para se incorporarem ás for-

ças que combatem o carlismo.

FOLHETIM

T11EÀTH0S PARTICULARES

Com este titulo nào pretendemos por

forma alguma oíTerecer a prespicaeia dos

nossos leitores, os diversos estratagemas

com que nos pretendemos illudir e enga-

nar uns aos outros na sociedade.

Nào trataremos agora do desgosto que

experimentamos, quando procurando um

individuo para negocio urgente, nos diz o

criado: que o patrão não falia a ninguém

por ter passado mal a noite! Nem do pra-

zer que nos causa a nào esperada visita

d'aquelles, que sem cerimonia se olTere-

cem a fazer-nos companhia durante o jan-

tar, e ainda menos do reconhecimento, que

tributamos ao curioso, que sem lhe pedir-

mos, tem a amavelcondescendence de im-

provisar quatro horas ao pianno,sem dei-

xar tomor folego ao teclado, ou que nos

recita um kilometro de peças de poesia

requentada.

Vamos-nos oceupar exclusivamente da

espinhosa tarefa de theatros particulares

— Se a tanto nos ajudar engenho e arte.

De todos os prazeres de convenção, a

Uma empreza de rapazes briosos vae

dar 6 corridas de toiros, no Terreiro das

Freiras, em Vizeu.

A primeira funcçào é no mez de maio.

Serão bandarilheiros José Joaquim Pei-

xinho, e seu filho.

CORTES

CAMARA DOS SRS. DEPUTADOS

Reuniu hontem a camara á uma ho-

ra da tarde sob a presidencia do sr. Sá

Vargas, estando presentes 47 senhores

deputados.

Foram apresentadas pelo governo 7

propostas de lei:

!.•—auctorisando o Banco do Porto a

intentar, além das operações de desconto

e depositos e outras próprias dos estabe-

lecimentos bancarios consignados nos seus

estatutos, operações de circulação, respei-

tando os privilégios do banco'de Portu-

gal, emquanto estes existirem legalmente;

podendo emittir leiras á ordem e notas

pagaveis ao portador. A- notas serão de

réis 3 $000, 10,5000, 20^000, 50á000, e

100^000. A importancia total das letras á

ordem ou notas em circulacào, nunca po-

derá exceder tres quartas partes do fun-

do social emittido e realisado. E o banco

terá sempre nos seus cofres em metaes

de oiro ou prata, pelo menos uni terço do

que dever por letras á ordem, notas em

circulação e depositos sem praso.

2 a fazendo egual concessão ao Banco

Portnguez.

3.*—idem ao Banco do Douro.

4.a—ao Banco Commorcial de Vim ma.

0."—ao Banco Industrial do Porto.

6.---á Sociedade geral agrícola e finan-

ceira de Portugal.

7.a—ao Banco Lusitano.

A present ara in-se diferentes pareceres

de commissões:

1.°—sobre a proposta de !ei que tem

por fim augmentar 6 officiacs ao quadro

da arma de cavallaria. e 12 ao da de in-

fanteria; estabelecer o quadro e o modo

de promoção dos offlciaes que devem co-

adjuvar os serviços das armas de enge-

nharia, etc.

2 "—sobre a proposta de lei de aueto-

nsaçao ao governo para rever e modi ficar

o regulamento disciplinar decretado em

30 de setembro de 1850.

3.-—sobre a proposta de lei acerca da

convenção celebrada com a Suissa.

t.6—sobre as emendas propostas ao or-

çamento.

?;C77™!ír0..0 l)r°iecl° de ici, que eleva a iikj&ooo reis os ordenados dos profes-

sores de instrucçào primaria.

0.°—-sobre o projecto de divisão do con-

selho de Arruda em duas assembléas èlei-

toraes.

Entrou em discussão a moeào de cen-

sura ao governo, apresentada pelo sr. Lu-

ciano de (-.astro na sessão «antecedente.

loinorain parte na discussão os srs.

Luiz de Campos, Fortunato das Neves,

Bandeira Coelho, Dias Ferreira. Francis-

co Mendes Saraiva de Carvalho, ministro

do reino, Mananno de Carvalho, visconde

de Arriaga. Telles de Yasconcellos, Ma- nanno de Carvalho (segunda vez), minis-

tro do reino (segunda vez), Adriano Ma-

chado e Luciano de Castro, que ainda

reservou a palavra para hoje.

Durante a discussão foram apresenta-

das dmerentes propostas:

,P.e'° sr. Luiz de Campos para se auditar as palavras da moção—«a cama-

ra, lamentando os attcntadbs contra a li-

berdade eleitoral e contra as leis, pratica-

dos no distrieto de Aveiro, etc.—as pala-

vras e no distrieto de Vizeu.

pelo sr. Dias Ferreira:—«A cama-

rá, ouvidas as explicações do governo e

reconhecendo que o poder executivo nào

pode mtrometter-se com a resolução de

assumptos que são da competência dos

tnbunaes administrativos passa á ordem

do dia.*

3.«—pelo sr. Marian no de Carvalho: «A

camara, reconhecendo que na portaria de

1» de outubro de 1856 nào estão reprodu-

zidas as palavras que o sr. ministro do

reino lhe atlribuira, passa á ordem do

dia.»

Esta ultima foi apresentada depois de

representação particular é o mais diíTlcil

e escabroso. Talvez seja esta a causa por-

que é mais procurado do que encontrar

ervilhas no mez de janeiro, ou ouvir can-

tar um grilo, no mez de agosto ou se-

tembro.

Organisar uma companhia de curiosos

é mais difiicil do que se imagina; dá mais

que fazer do que organisar um ministé-

rio, mesmo um ministério sédiço, e cho-

cho. #

Combinar, reunir, pôr em acção, entes

de dilTerentes edades, pertenções, e cara-

cteres desiguaes; fazei-os concorrer to-

dos para o mesmo fim, com o mesmo zel-

lo, e boa vontade; impingir a alguns, pa-

peis secundários; offerecè uma tal dillicul-

dade, que não duvidamos alíirmarsem

comprometimento de consciência, que pa-

ra o conseguir é necessaria a mais hábil

diplomacia; aquelles que tal obtém devem

reputar-se dignos emulos deTalleyran de

eternas laminarias, e de saudosa memo-

ria.

Na verdade é bem pouco galante offe-

recer a uma dama, de edade equivoca o

papel de confidente. E' espinhoso, mais do

que espinhoso o encarregar um janota,

um leão, um Marialva, de aceitar o papel

de um personagem designado na come-

dia como ridículo.

regeitado por 50 votos contra 30, em vo-

tação nominal, um requerimento do sr.

deputado, para se lerem na mesa a por-

taria referida e um trecho do discurso

proferido pelo sr. ministro do reino na

sessão de 8 de janeiro.

Resolveu-se, contudo, a requerimento

do sr. Telles de Vasconcellos, que forem

publicados no Diário do Governo a porta-

ria, o discurso do sr. ministro, e a consul-

ta do procurador geral da ceroa que ser-

viu da base á mesma portaria.

Um protesto do sr. ministro do reino

contra a classificação de trapaça que o

sr. Bandeira Coelho fez do seu procedi-

mento depois das promessas des.ex." em

relação aos acontecimentos de Aveiro e

Vizeu, deu logar a alguma agitação e su-

surro pretendendo alguns srs. deputados

da opposiçào que o termo tinha sido em-

pregado com propriedade, e declarando

o sr. president»- que, se o tivesse ouvido

pronunciar, tel-o hia feito retirar.

E levantou-se a sessão ás 5 horas da

tarde.

A ordem do dia para hoje é a conti-

nuação da que estava dada.

Compareceram hontem na camara 88

srs. deputados.

Representou ás cortes a camara muni-

cipal de Côa, pedindo que para o cami-

nho de ferro da Beira Alta ou se adopte

o traçado indicado no projecto de lei do

sr. Teixeira, ou de Coimbra a Miranda,

Louzà, Goes, Arganil, Coja Oliveira do

Hospital,% Céa, Gouvéa, a Celorico a Al-

meida.

Os empregados municipaes e adminis-

trativos do conselho de Villa Viçosa, ad-

heriram á representação dos empregados

da camara municipal de Lisboa, para que

na medida que su adoptar relativamente

ádeducçào sobre os vencimentos desem-

pregados do estado se comprehendam os

vencimentos dos empregados públicos de

corporações administrativas.

Solicitaram do parlamento:

L°—D. Maria Emilia Lopes da Silva,

filha do fallecj.do tenente coronel refor-

mado Rafael José Lopes da Silva uma

pensão.

2.°—D. Delfina Rosa Botelho de Lacer-

da Ferreira, viuva do marechal Anselmo

Ferreira Lopes—idem.

3.°—D. Maria da Piedade Simões, viu-

va do major reformado Ignacio Porphyrio

Simões—idem. 1

4.°—João Martiniano Ferreira Machado

Flambó, sargento quartel mestre tio ba-

taHiào de caçadores n.° 11—a extineç-io

da classe a que pertence, indo os indiví-

duos que a compõe oceupar as vaca-

turas de aspirantes da administração mi-

litar.

0.°—José Manoel Lopes Ribeiro—pe-

dindo que se conceda a reforma no posto

de alferes aos indivíduos que foram pro-

movidos a l.°» sargentos depois do dia (i

de outubro de 1816 e estiveram ao servi-

ço da junta do Porto.

Mandou-se prevenir o sr. ministro da

marinha de que o sr. Luciano de Castro

pretendo interpelai o sobre os abusos e

prepotências praticadas pelo actual gover-

nador de S. Thomé para fazer eleger um

certo deputado.

O sr. Francisco Mendes declarou que

tinha votado contra a proposta apresenta-

da pelo sr. Pires de Lima, por occasiào

da discussão do orçamento, para se au-

gmentar em 70^000 réis o ordenado do

vigário geral do patriarchado, como tem

votado e continuara a votar contra todas

as propostas de augment os de despeza,

que nào sejam de reconhecida utilidade

"publica.

A meza da eamsra electiva requisitou

do governo:

1.°—a pedido do sr. Nogueira—satisfa-

ção aos requerimentos dirigidos ao mi-

nistério das obras publicas pela camara

dos srs. deputados em 16 de maio e 5

de junho de 1862, ácerca da represenla-

Nào ha unta só mulher (pela nossa sal-

vação o attestamos) que nào se julgue

com direitos adquiridos para bem desem-

penhar os papeis de grande coquette, não

ha uma só quarentona de pé pesado, que

nào pretenda representar de ingénua! Em

todas as comedias temos sempre uma mu-

lher requestada (são favas contadas) e por

consequência é de rigor um amante. Se

essa mulher é casada, o marido quer a

todo o custo representar d'amantel Este

marido (com raras excepções) é barrigu-

do; e as pobres donas das casas veem-se

entre a cruz e a caldeirinha, para lhe fa-

zerem comprehender, que no século XIX,

nào são admissíveis amantes barrigudos;

teem de recorrer ao ardil (com custo, já se

sabe) de lhe fazer ver, que o sr. fulano,

fôra quem tivera a lembrança da repre-

sentaçào, motivo porque lhe pertence de

direito o papel de galan. O pançudo aceita

as razões e lica casmurro durante oito

dias.

E as dilficuldades da toilette! A menina

que recusa o papel principal se o vestuá-

rio de rigor, lhe nào disser com a còrdo

cabello, ou nào lhe agradar, pouco lhe im-

porta que a comedia vá bem ou mal o

escencial é que o penteado lhe vá a ma-

tar.

O theatro particular é o pomo de dis-

em que a camara municipal do concelho

de Alemquer. pedia indemnisaçào dos pre-

juisos que soíTreu, por occasiào da cons-

trueçào do caminho de ferro no sitio e

vales do Carregado.

2."—do sr. Pereira de Miranda—escla-

recimentos sobre se do 1.° de janeiro ul-

timo até hoje se fez alguma reforma de

supprimentòs de empréstimos da divida

fluctuantê ou se acceitaram novos suppri-

mentòs. c quaes as sommas que até 28 ae

fevereiro estavam á disposição da junta

do credito publico para o pagamento de

juros da divida fundada, relativa ao 1.°

semestre de 1874.

3.°—do mesmo sr. deputado—informa-

ção do andamento em que estão os tra-

balhos da ronunissào encarregada do es-

tudo da reforma do codigo commercial e

especialmente ein relação á parte em que

se trata «las fallencias.

O ministério do reino remetteu á câ-

mara'electiva os documentos relativos á

prisão do jornalista Santos Nazareth no

theatro de S. Carlos.

O ministério do reino oflleiou á cama-

ra declarando,

L° — nào poder remetter os documen-

tos ácerca do conllieto entre os soldados

da guarda municipal e gente do povo na

feira do Campo Crande, porque os envia-

ra ao poder judicial.

2.°—que não se julgára necessário pro-

ceder a inquérito administrativo em rela-

ção ao conllieto occorrido no Castello de

S. Jorge, entre soldados da guerda mu-

nicipal e do batalhão de caçadores n.° 3.

3.*—que não existem n'aquella secreta-

ria requerimentos de Bernardo José Cor-

rêa de Sá, queixando se, ein 1863, de abu-

sos e prepotências praticados contra eile

pelo administrador do concelho da Feira,

José Corrêa Leite Barbosa.

Reúne hoje a assembléa da Caixa de

Credito Industrial.

No anno lindo foram transportados nos

caminhos de ferro do norte e leste pela

grande velocidadd 1:152 cavallos, 59 bois,

25't vilellas e porcos, e 134 carneiros e

cabras.

El Gobierno lamenta que se tenham

creado em Portugal, Austria e outros

pa zes, associações com o lim de fornecer

recursos sanitarios aos que se empenham

em fazej-triumpbar a causa carlista. Diz

mais aquelle jornal que éde esperar que

o; governos, onde se acham formadas taes

associações, façam entender aos seus súb-

ditos que lia muitos meios de romper a

neutralidade, e um d'elles consiste pre-

cisamente em auxiliar os rebeldes de ou-

tra naçào, ainda quando nào esteja reco-

nhecida ollicialineníe a sua forma de go-

veriio.

A Politica f izendo eôro com t> que diz

o Gobierno classifica aquelle acto como

uma violação -das leis de neutralidade, e

eh una sobre este ponto a attençaodo mi-

nistério hespanhol adegando que a cari-

dade devo ser egàal na maneira como é

exercida.

Não achamos razão ás folhas do paiz

visinho, quando consideram que o nosso

govern ■» deve impedir que um certo nu-

m •»•«> de pessoas sòceorram os feridos

car listas com auxílios sanitarios. A pai-

xão de partido obriga-os a exigir o que

nenhum governo pode praticar.

Na ultima guerra franco prussiana,

muitas associações se formaram em na-

ções perfeitamente ncutraes ás «Juas belli-

gerantes, e alcançaram soccorro, a favor

dos feridos franeezes. Os meetings, as ma-

nifestações thentraes e tantos outros actos

de iniciativa particular, e mesmo da im-

prensa jornalística, provaram em dilTeren-

tes paizes a sympathia pela causa france-

7.u, sem que o governo allemâo se lem-

brasse de reclamar contra as manifesta-

ções e pensar particular de cada tini.

A republica hespanhòla não pode nem

deve exigir que se eoacte a liberdade in-

dividual de cada um, ainda mesmo que

phra isso offereça como exemplo, o que

lhe vae por casa.

Pôde instar unicamente para que o go-

verno portuguez nào auxilie essas mani-

festações de sympathia, e d'esse trabalho

cordia lançado no meio de uma sociedade

»le pessoas mais ou menos relacionadas;

são inevitáveis os arrufos, os amuos por

essas occasiões.

Os maridos zelosos, essa raça de tigres

da Hyrcania, imaginam assistir sempre a

uma scena symbolica entre os amantes da

comedia; e lindo o espectáculo durante o

qual estão no purgatorio, ao entrarem

cm casa segue-se outra comedia com vi-

zos de tragedia; que é a de uma scena

conjugal,porque segundo ellesa innocen-

te mulher tomou a serio as expressões

amorosas do galan! embora esta lhe diga,

ser exigencia do papel, não acreditam.

Olham para si, fazem comparações, e é

então, que reconhecem ter engordado de

mais; e no dia seguinte vingam-se nào al-

moçando!

As actrizes só tratam de eclipsar as

suas rivaes, cuidando pouco no espirito

do papel.

Os que se sacrificam a estar sentados

horas eternas em uma sala, apertados,

empurrados, e quasi asphixiados, sem ter

outro direito mais do que dizer—bra vol—

é para elles de rigorosa cortezia, repetir,

que tudo correu o melhor possível, em-

bora pensem o contrario.

Os donos da casa são os que menos se

divertem, mas teem a satisfação de terem

está perfeitamente livre, em presençad ir

completa neutralidade que se mantém offi-

cial mente n*este paiz.

Estimamos tanto que haja entre nós

quem exerça a caridade a favor dos de-

fensores do absolutismo, como dos parti-

dários da republica, apesar de nos desa-

gradarem egualmente aquellas duas for-

mas de governo.

Os jornaes madrilenos de procedencia

liberal são concordes em attenuar o mau

efleito da derrota das forças de Moriones,

no «lia 25 do mez passado. Adegam pre-

sentemente que as baixas nas forças do

governo não excedem a 800: e a Ibéria

baseia-se para isso na declaração do te-

nente coronel do estado maior Moreno

Caracjolo, que por determinação do ge-

neral Moriones foi mandado a Madrid

conferenciar com o ministro da guerra,

para informal-o oficialmente das minu-

ciosidades occorridas durante a acção.

O mesmo jornal publica uma carta, da-

tada de Alar. de um dos indivíduos que

compõem o séquito do duque de la Torre,

em que se invoca o testemunho do co-

coronel Soria, ferido na ultima acção,

que confirma também que houve exage-

ro nas perdas primeiramente annuncia-

das.

E' hoje o beneficio da actriz Emilia dos

Anjos no theatro do Gymnasio.

Nào escrevemos estas linhas para lem-

brar ao publico o esplendor d esta festa

artística. Quando uma actriz como Emilia

dos Anjos, (pie tem já um logar distineto

na scena, se apresenta n'uma comedia de

Molièrc, enearregando-se de um dos pri-

meiros papeis, é plenamente sabido que o

publico nào deixa decorrer pressuroso a

admirar as bellezas da producção drama-

tica e a festejar a actriz que tão digna se

torna do acolhimento publico.

Assim acontece efectivamente. Ha mui-

to tempo que não ha logar algum disponí-

vel para esta festa.

O papel de Emília dos Anjos, na come-

dia o Doente de scisma, é cheio de viva-

cidade e malícia, e sae do genero de alta

comedia em que a beneficiada até hoje

tem sabido revelar qualidades scenicas

perfeitas.

Fecha o espectáculo a comedia os Di-

reitos do homem, já ali represeutada e em

que Emília dos Anjos faz o papel de Ca-

rolina de Lussand. A comedia é finíssima,

e ha de conseguir o agrado pleno de to-

dos os (pie teem bom gosto e sentidos

apurados.

N esta noite, pois, de verdadeira festa

para a art" dramatica, enviamos sinceras

felicitações á actriz, que tão estudiosa se

tem mostrado, e que tantas esperanças dá

para o futuro da scena portugueza. *

A Politica, de Madrid,confirma que mr.

Lesseps,a quem se deve o grande melho-

ramento do canal de Suez, vae estabele-

cer uma linha férrea que atravessará a

Asia, pelo seu centro, sendo auxiliado

neste intento com o poderoso apoio do

czar da Russia.

Este grande emprehendimento, em que

tem também a sua parte a China, geral-

mente remissa em aeceitar as reformas

consentâneas com o progresso, vae pro-

duzir uma revolução completa nas rela-

ções dos povos europeus e asiaticos.

São satisfatórias as noticias agrícolas

que o governo tem recebido dos inten-

dentes de pecuaria dos diversos districtos

do reino.

Nao se recebeu hontem senão a corres-

pondência de Hespanha.

A direcção da sociedade humanitaria

de Mattosinhos o Leça da Palmeira pro-

moveu um espectáculo no theatro Leeen-

ce em beneficio da mesma sociedade.

Os jornaes hespanhoes recebidos hon-

tem, incluindo a Gaceta, nào dão noticia

de novos movimentos efTeetuados junto

de Bilbau. Lemitam-SO a asseverar que

tanto os carlistas como as tropas do go-

verno conservam as suas respectivas posi-

ções.

A camara municipal de Lisboa rosol-

veu estabelecer talhos para a venda de

carne de gado bravo.

divertido os outros. Em uma palavra, a

não serem os namorados que aproveitam

o momento opportuno de catra-piscarem

mais á vontade, o que mais se diverte, e

mais partido tira das representações em

theatros particulares, é o fornecedor dos

refrescos, quando lhe pagam!

Se no dia immediato áquelle da repre-

sentação, um jornal qualquer dando conta

da soirée, prodigalisa um louvor mais li-

songeiro ao representar d esta ou d'aquel-

la dama, á toilette da interessante vis-

condessa de Tibiquoque, cae o Carmo e a

Trindade, e findo o trimestre perde o jor-

nal um bom par de assignantes.

Lisboa é uma cidade semsaborona, sem

vida, e nós nào podemos deixar de ap-

plaud ir tudo quanto forem distracções e

nào deixamos de reconhecer o grande

serviço que prestam á sociedade os que

promovem quaesquer passatempos.

Quanto aos que tem a nobre e alta co-

ragem para organisar uma companhia de

curiosos, e de lhe franquearem as suas

salas, para nellas representarem; a esses

diremos que além da palma do martvrio

que lhes está reservada, quits out bién

meritê de la patrie.

Valparaiso.

Page 3: DIÁRIO ILLUSTRADO - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-03-07/j-1244-g_1874-03-07_item2/j... · — Hoje á uma hora da tarde ha baile infantil no salão da Trindade, onde se está

DIÁRIO ILLUSTRADO

Vieram do Porto coin destino á expo-

sição que lia de veriíicar-se em Londres,

9 barris e 3 caixões com vinhos de pasto,

pertencentes aos expositores os srs. Anto-

nio Guedes da Costa e José Taveira de

Carvalho Pinto de Menezes, de Amarante;

Joaquim Augusto da Cruz, de Cantanhe-

de; Manuel Pedro Guedes, de Penafiel; e

José Custodio Monteiro, do Baixo Corgo.

Foi julgado terça feira em audiência

cerai na cidade de Coimbra Manuel de

Miranda, do julgado de Condeixa.

E' um rapas de 12 annos, preso ha

mais de um anno.

Fôra accusado de ter tirado quatro li-

bras de uma arca, que achou aberta -em

casa do amo.

Dos depoimentos constou que o accu-

sado linha ido para a rua brincar com as

libras, julgando que eram tentos; e que

as dera eiíi troca de uma carapuça a uma

mulher que lhe propoz essa transacção.

O jury absolveu-ò e o juiz abriu uma

subsmpçào, que lhe rendeu quatro mil e

tantos réis.

Um pontapé que um catraeiro deu no

dono de uma loja de bebidas da rua no-

va do Carvalho, conduziu o dador ao ca-

Jabouço do Carmo.

Hào estamos em tempos de obséquios

taes.

Um menor, de 11 annos, tendo perdido

300 réis, que devia entregar a sua fa-

mília, andava fugido de casa, com re-

ceio... das bolachas de seu pae.

A policia fel-o entrar no bom caminho,

que foi o caminho de casa.

Deu no dia 1 do corrente em Monte-

mór-o-Novo um concerto de canto o barí-

tono italiano, Alfredo de Hossi.

Executou algumas peças com muita

bravura.

Foi muito applaudido pelo publico.

O Petroline feriu na cabeça o sr. Anto-

nio José de Almeida, que teve de ir cu-

rar-se ao hospital militar permanente; e

deu ás de Villa Diogo.

A policia, se consegue apanhai-o, che-

ga-lhe lume, e o Petroline nca perdido.

O único candidato ao logar de ajudan-

te privativo da conservatória de Benguel-

la foi o sr. Fulgêncio José de Carvalho e

Silva.

Foi ha dias atropelada em Ovar uma

pequena de G annos, que ali tinha ido

guiando uns bois novos.

Apanhada debaixo das patas, succum-

biu iminediatamente.

O caminho de ferro de sueste produziu

na semana linda em 31 de janeiro, réis

7:427$i3o, isto é, mais 1:218M80 réis do

que em egual período do anno passado.

O caminho de ferro do Minho, com

quanto nfto possa estar concluído até Bra-

ga tfio brevemente como se calculara, de-

ve ser aberto á circulação ainda este anno.

O sr. Ernesto Chardron, do Porto, é o

•correspondente em Portugal de uma util

e curiosa publicação mensal, de duas fo-

lhas de impressão, e no formato da Revista

<los Dois Mundos, que ?e intitula o Jornal

das Famílias, e conta já doze annos de

existencia, o que é uma garantia da sua

continuação.

O sr. Garnier, do Rio de Janeiro, é o

editor d'esta curiosa publicação, que ape-

sar de ser impressa em Paris, é regular-

mente collaborada por alguns dos mais

distinctos éscriptores brasileiros.

O Jornal das rami/ias divide-se em tres

partes : uma dedicada ã litteratura amena,

outra á economia domestica, e a terceira

e ultima á descripçào dos figurinos e das

estampas que abundam n'elle.

O ultimo numero, que temos presente,

tem quatro estampas; além dos ligurinos

e diversas peças de musica.

O Jornal das Famílias é, no seu gene-

ro, o mais completo que conhecemos, sen-

do ao mesmo tempo o mais variado.

Considerado como jornal de modas,

ponpa ás senhoras o trabalho da interpre-

tação do texto, por ser escripto em portu-

guez.

Nem La Mode lllustrée, nem o Journal

des Dames et des Demoiselles, dào tanta

nem tao agradavel leitura como o Jornal

das Famílias.

Recommendal-o ás nossas leitoras, é

pois um dever de consciência.

Entra hoje de ronda superior á guarni-

Sào da capital, o sr. major do regimento

e infanteria 7.

A ronda de visita é fornecida pelo ba-

talhão de caçadores 2 e pelo regimento de

infanteria 16; e em Belém por infanteria

n.° 1.

Diz-se que Dorregaray foi o comman-

dante das forças carlistas que ultimamente

se bateram com as do general Mori ones.

Dorregaray passa por ser um dos mais

valentes caudilhos cartistas.

Ámanhà vae o batalhão de caçadores o

á missa do meio dia á egreja de S. Do-

mingos.

Por essa occasião o mestre d'aquella

banda, o sr. Raphael Croner, deverá exe-

cutar no saxophone, umas novas variações

de grande effeito.

O sr. Luiz Zorrilla fez aos feridos do

exercito do Norte, o donativo de todos os

cobertores e lençóes que tinha na casa da

sua residencia em Madrid, e ordenou tam-

bém ao seu procurador que entregasse

no thesouro a quantia de dez mil reales,

para attender ás necessidades da guerra.

Começou a ser publicado em Angra do

Heroísmo um novo jornal intitulado — O

Correio da Terceira.

No dia 5 do corrente chegou a Cezim-

bra uma força de caçadores n.° 1, coni-

mandada por um sargento, para render

o destacamento que ali estava.

Pediu a sua exoneração o antigo dire-

ctor do correio da Ribaldeira.

No correio ger.il pensa-se em tornar

este. serviço uma delegação do Correio de

Torres Vedras.

A nós, que conhecemos a locadidade,

afligura-se-nos que o serviço do correio

de Ribaldeira não pôde, por conveniên-

cia publica, ser uma delegação do correio

de Torre Vedras.

Veremos o que confirma a este respeito

a competente auctoridade.

O sr. conselheiro Fradesso da Silveira,

nào tem experimentado em Cintra nenhu-

mas melhoras.

É actualmente regular o estado sanita-

rio na cidade de Coimbra.

Na noite de sabbado passado foi levada

em procissão para a egreja de S. Francis-

co, em Leiria, a veneranda imagem do

Senhor dos Passos, acompanhada de uma

força de caçadores n.° 6 e da respectiva

banda.

No domingo de tarde saiu a procissão

da#egreja de S. Francisco para a de Santo

Agostinho, percorrendo as ruas do costu-

me, acompanhada também por uma força

do referido corpo, commandada pelo sr.

capitão Costa, sendo subalterno o sr. alfe-

res Bello, levando na frente a competente

banda.

Houve os sermões do estylo, Pretorio,

Encontro e Calvário, sendo este pregado

pelo reverendo padre capei Ião de carado-

n.° 6.

A concorrência foi bastante numerosa.

O sr. Queiroz e Silva decifrou as chara-

das novíssimas publicadas na nossa folha

de hontem.

Verifica-se esta noite no Circo Price o

beneficio do professor de equitação e di-

rector da companhia, mr. A. Loyal.

O programma do espectáculo é convi-

dativo. Quasi todos os trabalhos annuncia-

dos são novos. No fim da funeção é offe-

recido ao publico, como brinde, um poney

de raça ingleza.

O offered mento deve veriíicar-se por

meio de sorteio, a que presidirá a aucto-

ridade administrativa.

Não faltará concorrência.

Chegou a Aldeia Gallega uma força do

batalhao de caçadores n.° 1 commandada

por um ollicial, para ali substituir a que

estava destacada naquella localidade, e

que recolhe ao seu respectivo quartel.

Sáe hoje do Tejo a esquadra ingleza.

Em rasão de terem tido os corpos da

guarnição, hontem de tarde, formatura ge-

ral no cemiterio occidental, para prestarem

as honras fúnebres ao fallecido sr. conse-

lheiro Silva Ferrão, deixaram de realisar-

se algumas outras formaturas para exer-

cícios e passeios militares que deviam ter

logar.

É ámanhã a segunda reunião de famí-

lias no Club Familiar deBelem, estabele-

cido no palacio da sr." condessa de La-

vradio, á Junqueira.

Esta sociedade, que occupava o rez-de-

ehausée do palacio, tem agora arrendado

o palacio todo.

Hontem depois do meio dia, manifes-

tou-se começo de incêndio n'uma porção

de palha d'um caixote, no deposito de

drogas, da travessa da Palha n.° 161.

O fogo foi extincto pelos moços da

casa.

Compareceram as bombas n."° 6 e 8,

que retiraram em acto continuo.

Não houve prejuízos.

Realisa-se hoje no theatro da rua dos

Condes o beneficio da actriz Luiza Lopes,

com a primeira representação do drama

original de grande espectáculo O Cura

Santa Cruz.

O scenario é deslumbrante, e tem sce-

nas de magnifico eITeito.

Recommendamos não só a actriz bene-

ficiada, como o drama que tem além d'ou-

tros o grande merecimento da originali-

dade.

Começou hontem o assentamento dos

rails, na rua do Ouro, para a exploração

do caminho de ferro americano.

Voltou hontem de Setúbal onde tinha

ido cm serviço o sr. Luiz Victor Lecoq,

director das obras publicas do districto.

Estreia-se amanhã no theatro do Prin-

cepe Real uma comedia original em 2

actos do popular eespirituoso auctor Luiz

d'Araujo, intitulada 0 Circo Price.

Junta-se a isto veriíicar-se ifesta mes-

ma noite o beneficio do sympathico actor

Samuel.

Estes dois incentivos bastam para cha-

mar a este theatro numerosa concorrên-

cia.

Não faltarão applausos ao actor e ao

auctor.

Auguramos-lhes uma completa ovação.

Deixou de fazer parte da redacção do

jornal A Actualidade o sr. J. M. Tedes-

chi.

de seja que este ultimo instrumento nào

é considerado como arma branca, ou de

outra cor.

Hoje reúne a assembléa geral da Com-

panhia Lisbonense de tabacos, para a

apresentação do relatorio e contas da ge-

rencia do anno findo.

Foi conduzido em maca ao hospital

• de S. José o serralheiro José Gomes, mo-

rador na rua da Quintinha, que tinha

bebido uma porção de petroleo na offli-

cina em que trabalhava.

0 capitão general do districto de Bur-

gos approvou a sentença do conselho de

guerra constitnido em Soria, e pelo qual

foi condemnado á morte o cabo de enge-

nheiros Julião Quadra; ficando a appli-

cação da pena dependente de resolução

do governo.

Uma Rosa, do Porto, atirou com um

tamanco á cara de uma Angelina.

Que força de expressão!

O regimento de infanteria n.° 5 dá

hoje a guarda de honra do costume para

o palacio das cortes.

Deve apparecer hoje á venda a ma-

im ifica versão, A Oração da tarde, de M.

Pinheiro Chagas.

O original íiespanhol é um primor, a

traducçào do nosso collega é mais do que

um primor, e a edição è luxuosa como

todas as do intelligente editor Paulo Plan -

tier.

Torna-se por tanto desnecessário re-

commendar o livro.

Os jornaes allemàes publicam o resul-

tado do recente censo pecuário na Prus-

sia, com referencia ao dia 10 de janeiro

do corrente anno.

Existem na Prussia 2.970.496 famílias

que possuem gados, do seguinte modo:

2.278:924 cavallos, dos quaes 1.948:473

teem mais de tres annos áe edade, sendo

por consequência considerados capazes

de serviço; 934 mulas: 8.774 burros;

8.616.140 cabeças de gado vacum, sendo

d estas 505.744 vatcas de mais de dois an-

nos; 19.624:738 cabeças de gado lanigero:

4.278:431 porcos; um milhão 477:335

cabras; e 1.443:764 colmeias de abe-

lhas.

Os cavallos de montar e os das carrua-

ens particulares são 68:429, sendo d'el -

es 2:285 em Berlim.

N'esta mesma cidade se contam 26:987

cavallos de mais de tres annos.

Foi capturado na rua direita do Rato

por desordem, um individuo, que era uma

panóplia ambulante.

Encontraram-se-llie dois canivetes, uma

navalha de volta, e uma tjrquez: verda-

fe

Celebrou-se com grande pompa domín-

io passado a procissão dos Passos em

loimbra.

TELEGRAMMAS

Serviço continental

MADRID 6, ás 10 h. e 40 m. da m.

A Caceia confirma a chegada de Ser-

rano a Castro-Urdiales.

A Época foi multada por causa d'um

artigo publicado hontem a noite. .

O telegrapiío da linha da Valencia es-

tá restabelecido.

PARIS, 5.

O banco de França reduziu o desc onto

a 4 1/2.

O príncipe das Astúrias chegou a Pa-

ris.

Meglia, antigo nuncio no Mexico, foi

nomeado nuncio em Pari§.

Fabra.

MADRID 5, ás 10 li. e 48 m. da m.

Serrano embarcou esta manlift ás 9 ho-

ras e meia em Santander para Castro,

aonde chegou ás 3 horas.

Serrano irá ámanhã a Vigada visitar

Moriones que está doente.

MADRfD 5.—Interior, 14,70. Exterior,

17,95. Bilhetes hvpotheearios,99,10. Bonds

do thesouro, 52,00. Cambio sobre Lon-

dres, 49,75. Idem sobre Paris 5,18.

Reuter.

Serviço submarino

LONDRES 5, ás 5 h. e 20 m. da t.

Abriu-sc o parlamento.

Foi reeleito sem opposição o ultimo

«Speaker.»

Gladstone felicitou-o.

LONDRES, 5—Consolidados inglezes,

92 3/8. Hespanhoes externos 18 7/8. Por-

tuguezes 45 1/2.

Reuter.

Foi designada a letra — M — para ser-

vir no corrente anno no afilamento de

todas as medidas.

Despachos em deposito na estação tele-

graphica principal, em 6 de março de

1874:

Eternidade, rua da Paschoa, 4.

Julio Diniz, travessa de S. Nicolau.

26.

João Gallas, rua da Prata 199.

BOLSA DE LISBOA

6 de março

FUNDOS POItTUGUEZES

InscripçÕes grandes 44,97,98,99

» pequenas

FUNDOS IIESIWNHOKS

Titulos de 10:000 escudos.. 14,63

« pequenos

Cambio 940.

CHARADAS

A PREMIO

Para os assignantes de Lisboa

PREMIO

forniit-H jc9i»èi>sK€?

De H. CONSCIENCE

OITereeida á lllunlre million»

ria charada M.1

do novo «Almaaacli «lo LenibrauçaH»

pura ltt?4

(Em um pic-nic no alio de um pico

e a preposilo d'oulros picos)

Prima parte é synonymo de pico,—1

E de pico a segunda passa além:—2 Sabem todos que o todo tem seu pico,

E que è pico que a todos sabe bem.

Ponta Delgada Andkè no Queatal.

BXPL1CAÇÕES DO NUMERO ANTECEDENTE

Charada* in>vl**liiia«— |.« Lagôa—2.*

Marnola—3.» Leigo—4.* Parlamento—5.* Ta-

mancos—6.a Socegado—7.* Tolosa—8.* Ven-

cedor.

ESPECTÁCULOS

HOJE

Theatro de H Carlo*—42* recita d'assi-

gnatura—Os Puritanos—As Slioras* Theatro do (âymnaMlo — Beneficio da

actriz Çmilia dos Anjos—0 doente de scisma

—Os direitos do homem—As 8 horas. Theatro da rua (Ion CondCM —Beneficio

da aclriz Luiza Lopes—0 cura Santa Cruz —

As 8 horas. Theatro do l*rinelj»e Real —Beneficio

do actor Samuel — 0 circo de Mr. Price — 0

homem das cautellas—0 Bombeiro,

rimo UK FKICK

Grande e variado espectáculo em beneficio

de Mr. Loyal.—Brinde a sorte de um -avalio

inglez.

as 8 horas.

TYP. DE J. tí. SOUSA NJCVI»

65, Bua da Atalaya. 67

ANTIGA AGENCIA

DE

BB

Alfredo Valadin

65 ,Travessa de Santa Jusla, 65

2.° andar

RECEBE annuncios, communicados,

correspondências, assignalura^ pa-

ra • Dlarlo IlluMtrado. Jornal da

liolte, Correupondencln de Por-

tugal e para os demais periodicos da

cantai, e também para a Gazeta do Aiicarve, (Lagos) Kotirtowo, (Valen-

ça i e Jornal de KotlcliiM (Pimta-

beigada.)

0 cscriptorio está aberto todos os

dias não santificados das 9 horas da

manhã ás 7 da tarde. 1

"THEATRO

AM. de Souza, eraprezario dosthea-

. ir os Baquet e do Principe Heal,

(no Porto), a-ceita até ao dia 18 do

corrente, propostas de artistas dramá-

ticos da ambo< os sexos, e para os

cargos de ponto e. contra-regra, para

a fui ura epocha theatral, que tem de

começar no proximo mez d'abril

Porto, 4 de março de 1874. 2

POH Luiz hnault, 1 vol. — Preço 400

réis.—Vende-se na typographia de

Sousa Neves, rua da Atalaya. 05, e re-

mette-se ranço de porte "a quem en-

viar a sua importancia. 3

FURTADO & IRMÀO

99-PRAÇA DE D. PEDRO-ÍOO

ARMAZÉM BE FAZENDAS

PRETAS

VÉUS BORDADOS, MANTILHAS E MANTELETES

c variado sortimento

em rendas <le seda e IS, tules e outros artigos proprios para quaresma

Faille preta shigella, U fios metro W00 > » ■ 14 » » l£'»"0

» * duble 18 » » lsS60U

» 18 - » léSOO

18 » 0,704 de largo 2#

Glacé preto, largura 0,704 metro

0,754 •

0,504 .

0,004 .

»

»

»

»

»

a

1£900

2$000

I£I00

12400

Além d'estes artigos, temos completo sortimento de fazendas de lã, linho, algodão, e seda

Venda a dinheiro, e não damos amostras

Companhia tramways a vapor

i0 domin

AviftO ao publieo

go 8 do corrente, sae de Lisboa, (Portas do Rego), um comboyo de

íiros, para Cintra ás 7,20 da manhã, regressando de Cintra ás 3,10 i\- l\ passageiros

da tarde.

Lisboa, 6 de março de 1874.

0 director da exploração

Francis E. Fenn.

POZZOLANA DOS AÇORES

Ou eimento hydraulico

VENDEM-SE desde 15 kilos até qualquer porção de metros cúbicos, no es~

criptorio de Germano Serrão Arnaud, 84, Caes do.Sodré, 2.® andar. 6

rill PA P PKItnln CoPedia—por PedroC.de Alcantara Chaves, LI I I A fj 1 LIÍ1MU. —Preço 160 réis—Vende-se na typographia

ue Sousa INeves, rua da Ataiaia, 65. ^

RAMALHETE

DO

CHílISTÃO

qKMANARIO religioso dedicado áa

O família* cathollca*—director O

rev. padre prégador F. da S. Figuei-

ra, prior da freguezia d'Ajuda.

Pubiicou-se o n.o 16 do 3.° vol. con-

tendo os seguintes artigos: Real ba-

silica de Mafra (com gravura).—Bispos de Castello Branco. 3.° bispo D. Joaquim

José de Miranda Coutinho. — A fé.—

Kr. Luiz ds Sousa (conclusão).—Phi-

lipina de Dampierre (continuação).— S. Francisco Xavier.—Uma historia

verdadeira (continuçãoi,—Não—0 ta-

baco — Qua iro chronologico dos Pa-

pas (continuação).—Misericórdia! (poe-

sia).—Curiosidades portuguezas.—No-

ticiário. —Expediente.

0 Ramalhete do ChrUtâo, é

uma encyclopedia religiosa util a to-

das as famílias cathohcas, e muito

própria para dar de premio nas esco-

las.—Vende-se unicamente no escri- ptorio da empresa—rua d'Atalaya, 65

—Preço tlooo réis cada volume.

0 l.° e 2.® vol. tem 104 bellas «ra- vuraa, côptas de quadros dos melho-

res auclores e perto ae 800 artigos

religiosos e moraes, romances, poe-

sias, etc.

Remette:se, FRANCO DE PORTE, a

uem enviar a importancia em vales

io ' orreio, e na absoluta impossibi-

lida je d'estes, em estampilhas.—Re-

cebem-se assignaturas para o 3.® vol.. sem dependencia do 1.® ou 2.®—Cada

S mezes ou 13 números 500 réis. Cor-

respondência ao director do jornaL

rua da Atalaya, 65. g

Page 4: DIÁRIO ILLUSTRADO - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-03-07/j-1244-g_1874-03-07_item2/j... · — Hoje á uma hora da tarde ha baile infantil no salão da Trindade, onde se está

DIÁRIO ILLUST RADO

VA L E N T

ARMAZÉM DE FAZENDAS

10(1 BO 0110-508

Participa a lodos os seus freguezes, e ao publico cm geral, que

tem as seguintes fazendas:

Kc<las pretas

Faille preta para vestidos de senhoras a 1£000 réis o metro

Dita » » » 1£100 » »

Dita . > » W00 »

e lia d'aqui para cima muita variedade de qualidades e preços.

Di los de cores, diversas qualidades e preços, a começar em 1 £500, 1£800

até ?£400 réis o metro.

Cachc mires e merinos francczcs prelos

Ditas e ditos pura lã. para vestidos e costumes completos, de diversas

qualidades e preços a começar em <300,7(0,800, 900, Ij&OOO, 1£200 réis o me-

tro e mais preços.

flendas pretas de lã verdadeiras tanto cm Cluny, como em Guipure, mui-

to sortimento e muita variedade de feitios e preços; assim como ha também

entremeios da menna qualidade.

Passementerie de seda prelos, para enfeites de vestidos e mais confecções,

deversidade de feitios e pieços.

Guarnições d'Astrekan pretas para guarnecer paletós, vestido, etc. diver-

sas larguras.

Mantilhas pretas «Je filó, bordadas,

hespauholas

Ditas de filó bordadas diversas, a 8£000, 9*000,10£0C0,15*750 alé 22*500

réis.

Lenços de seda da índia, bonito sortimento, diversos preços; tia também

franceze's de muito bonito gosto.

Espartilhos ou coletes para senhoras, muito sortimento e diíierentes ta-

manhos. brancos a 400 réis, e ha de mais preços, assim como ha alvadios.

Yelltides xnglezes côr de castanha e de mais algumas còres a l&OOO réis

o metro.

Chapéus (le sol para homem e senhora

Ditos para homem, de seda, sendo as côres preto, castanho e verde

garrafa, a l£800 réis e mais preços.

Ditos para senhoras, tanto para passeio como para vi>ila, ultimas novi-

dades n'este artigo, differentes qualidades e preços.

Filas pretas de velludo deseda, differentes larguras e preços; mas sendo

é mais ha: por peça

diffeientes

to. Chalinhos de mallia de lã brancos, para senhoras,

feitios e preços.

16*000 réis.

Yéos d

de renda preia verdadeira, de 3f£GC0, 31*500 até 36*000 réis.

de tulle prelo bordadas ccmprioas em íórn.a de mania, de 5*000

d« filó preto, bordados para cabeça de senhora, a l*?00 réis e mais

preços.

fiitos de lulle branco bordados próprias para noiva, diversos preços.

Chalés de mei ino e de cachcmir prelos bordados com franja de trossal,

diversas qualidades e preços; mas ha o melhor que se tem fabricado.

Ditos de toukim branco bordados, Jegilimos da India, a 10*000 réis e

mais preços.

Tem para liqeiiriar as seguintes fazendas

com grande redueção

Velludos de seda de côr proprios para confecções, que se tem vendido a

3*600 réis e hoje vende-se a 1*000 réis o metro.

Dito inglez deseda encarnado,que se tem vendido a2*000, e agora ven-

de-se a 1*000 réis o melro. Pelúcias de seda de côres, de 1*500 a 1*000 réis o metro.

Lãs para vestidos de senhoi'as, lisas em popeline. de riscas, e mais algu-

mas qualidades, que se tem vendido a 500, C00,100 e 800, e agora vendem-se

a 400 réis o metro.

Ditas de lã e seda diíTerentes qualidades, que se tem vendido a /00, 800

e 900, e agora vendem-se a Í00 e 600 réis o metro.

Diias d versas, um pequeno saldo, que se tem vendido a 240 e SOO e

agora vendem-se a ISO e 200 réis o metro Mantinhas de seda pretas com ponta

vendido a 360 e 400 e agora vendem-se a 240

Ditas estreitinhas de seda pretas, para '

100 réis. , , ,

Ha muita variedade de mantinhas de seda de cores, largas, tanto para

senhora, como para homem, muita variedade de preços.

Franjas de seda preta para guarnecer vestidos, casacos e mais confec-

ções, que tem vendido a 300, 360, 400 e 500 e agora vendem se a 240 réis o

metro.

para homem, que se tem

, rapazes e meninos a 80 e

Banco commercial

de Coimbra

Sociedade anonyma

de responsabilidade limitada

Capital social 600:000á>000 a

2.000:0000000 réis.—1."

emissão de 600:000-5000 rs,

divididos em 12:000 acções

de 505000 rs. cada uma.

ASUBSCMPÇÃO para os tomadores de

acc;òes tanto de Coimbra como de

fóra abriu no dia 5 e fecha no dia 10

do corrente mez de março desde as

9 horas da manhã até ás 3 da tarde,

em casa dos srs. commendador Ma-

noel dos Santos Junior, Praça de S. Bartholomeu n.* 56; José Barbosa Li-

ma, rua da Calçada n.® 106; e José Ma-

ria Simões Leite, largo da Feira n.« 32

e33- . , O subscriptor. no acto de inscre-

ver se, entrará logo com 1*000 rs. de

cada acção, quantia esta que lhe será

levada em conta no acto da ratifica-

tão ou pagamento da 1.* prestação. A

2* prestação p<dir-se-ha antes que o

Banco comece a funcionar, e ambas

ellas serão de 5 por cento ou de 2*o00

rs. por acção.

A31 prestação e as subsequentes

só serão exigíveis no caso em que as otoerações do Danço avultem de tal

modo que se necessite de maior ca-

pital, nao se podendo, entretanto, pe-

dir aos accionistas mais de 5 a 10 por

cento, e isto com um interval lo de 60

a 90 dias entre cada uma das presta- ções.

Aos indivíduos encarregados de re-

ceberem a subscripção ou a qualquer

dos membros da comrmssão installa-

dora se poderão dirigir os que pre-

tenderem outros esclarecimentos.

Coimbra 5 de março de 1874.

tia commlMftuo

Inntalludora

Santos Junior.

Antonio Ferreira Manso.

Oliveira. %bosa Lima.

José de Sonsa.

MelcJiiades Ferreira Santos.

Corria de Lemos. 10

CHRISTIN 41 TOL-Íta}3

réis. — Vende-se na typographia de

Sousa Neves, rua da Atalaya, 65.

PARIS E STOCKHOLM

Visivel todos os dias

das 10 horas da manhã ás 10 da noite

no magnifico

Salão do Casino Lisbonense

(LARGO DA ABEGOARIA)

Areheologia, elhologSa,

anatomia. paihologSa

E' incontestavelmente a maior collecção que até hoje tein viajado. Con-

tém aproximadamente 2:000 objectos de arte e naturaes.

ENTRADA SÓ PARA HOMENS^

■•reco da entrada 3©0 réis 12

BIBLIOTHECA UNIVERSAL

DE LUCAS & FILHO

edicaçAo pupilar

DIRECTOR LITTEKAMO

X»lCHAGAS

i;STÃO publicados, e á venda em te-

Cj das as livrarias o 1.* e 2." volumes, correspondentes a janeiro e fevereiro.

0 3.°—o» drama* «lo mar—corres-

pondente a março deve estar á venda

no dia 9. Preço de cada volume por

assignatura K0 rs., avulso 200 rs

(Franco de portei 13

Esmola aos

MARIA do Livramento

radora na rua da

pobres

Pinheiro, ™

seio Publico, 59, loja, achantío-se en-

trevada e muito inchada com dores rheumaticas, e tendo em sua

nhia sua mãe, viuva, também

te entrevada e doente de cama, e tendo ambas já que vender, estãc

duzidas à maior miséria, sem pode-

rem ganhar o pào de cada dia, e por

isso roga ás pessoas caridosas que se dignem soccorrel-aj com alguma es-

mola, asquaes sentirão depois as suas

almas consoladas por este acto de be-

niflcencia. N'esta redacção acha-se pa-

tente um attestado do parocho certifi-

cando que as supplicantes são dignas soccorridas. 14

VÃO á calçada do Duque. 43, que ali

verão um horroroso quadro de fo-

doença e afllicção. 16

Red Cross Line

Steamers

Pavá e Ceará

DAI

L C

CA1W DE CREDITO L\l)USHíl\L

Sociedade anonynia de responsabilidade limitada

MEZA DA ASSEMBLÉA GERAL

POR ordem do ex.B# sr. presidente é convocada a assembléa geral para a

noite de 7 do corrente, pelas 7 horas, para dar cumprimento ao n.® 2 do

artigo 23.° dos estatutos. n ,

A reunião verilicar-se-ha na sala da socidaede, rua dos Douradores,

72. l.° andar.

Lisboa. 5 de março de 1874. 0 secretario

15 Gastão da Fonseca,

RA os portos

acima sairá de-

pois da indispen-

sável demora n'es-

te porto, o vapor raenne. de 1507to-

Brooking, que se

Liverpool no dia 20 do

Para carga e passageiros de 1.' e 3.°

classes trata-se no escriptori dos agen-

tes,

Pereiras & La Rocqiic

120, rua dos Capellistas. 2.* 17

Para Southampton

SAÍRA' depois da

indispensável

demora em L

o paquete i Lcftvnliz, q

de 5 a 8 do corrente,

carga ou passagens trata-se

; rua do Alecrim, 10.

Os agentes — Garland Laldley €.• 18

Bahia, Rio de Janeiro.

Montevideu e Boenos-

Ayres.

Recebendo também car^í e

passageiros para o ES to

Cirande do *iul.

* vARA os porto> f acima saire 110

dia 8 do corren-

te, o paquete in

&& glez «iber», que

se espera dè Liverpool em 7.

Para carga ou passagens trata-se na

rua do Alecrim, 10.

OS agentes - «arland I.aldle?

&c.' 19

CHARíiEtRs REUNIS

Pernambuco, (descar-

regando dentro do

porto) Bahia, Bio

de Janeiro e San-

tos.

rí ESPERADO em

th Lisboa no dia 9

ou 10 de março

o vapor paquete francez mie do

_ de 1:500 toneladas,

capitão Fleury, qiie saíra para os por-

tos acima depois da indispensável

demora n este porto.

Recebe.carga e passageiros para

os quaes tem excei lentes acommoda-

ções

Dão-se todos os esclarecimentos no

escriptorio dos

espera*i o' I líi^Pdi

Para carga ou

120, rua dos Capellistas. 2.®

Para LONDRES

O vapor Cadiz.

SAIRÁ sabbado

do corrente.

Pereiras & La Rocque

20

21

PARA LIVERPOOL

O vapor inglez Georgian

ESPERA-SE a 8 do corrente e sairá depois de curta demora. Para carga e passageiros trata-se na agencia, calçada

do Ferregial, 7, 1.® andar.

0 agente

22 J. M. Alcohla,

Capas grandes de lá e seda. em riscas largas, para senhora, próprias pa-

saidas de theatro, visitas, etc., de 12^000 e 13&>00; agora vendem-se a

Ditas superiores, que se vendiam a 600,700 e e 800 e agora vendem-se a

500 réis o metro.

Chalés de renda prela, que se tem vendido a 35000 e 3£500 e agora ven-

dem-se a 1^00 réis, e ha mais alguns objectos de renda de seda preta, que- tudo se vende baratíssimo, etc.

Capas de cacliemir pvela bordadas com franja de seda, que se venderam

a G£000, agora vendem se a 3£l»00 réis.

Pechinchas

Tunicas ou polonaises de còr bordadas, para senhora, que se venderam o ultimo preço a 22£500, 27£0O0, 3I£500 e 3»:>#n00réis, vendem-se agora a

6£000 -

cò ■■

Bolõcs proprios para easacos de senhora e mais applicaçòes, que se

venderam a 480, 600, 720 e 960, vendem-se agora a 100 réis a «luzia.

Mantinhas de lá escocezas, tanto para homem como para senhora, a 80

réis.

Ditas estreitinhas escocezas para meninos e meninas, a 20 réis.

Cortes de veludo de seda de côr para colletes de homem, de 2£400, ago-

ra vendem se a 800 réis.

Tulles e bobinetes pretos dalgodão, proprios para viezes e mais appli-

cações. que se vendiam a 160, 200 e 240 e agora vende-se a 20 réis o metro.

Fitas de seda de cores, um pequeno resto de 300 e 400 e agora vendem-

se a 40 réis o metro.

Coifas de transa e trossal para senhora, que se tem vendido a 300, 360 e

400 e agora vendem-se a 160 e 200 réis.

Ligas elasticas, de seda infeitadas, para senhora, um pequeno resto, que

tem vendido a 800, 1£000 e 1£200 e agora vendem-se a 500 réis.

Pannos brancos, patente* e abrclanliados

Com a marca—m 11 valente—que é a primeira vez que appareeem no

mercado, díTerentes qualidades e preços; mas se ao dono do estabelecimento

não lhe aliançassem a qualidade e os preços muito rasoaveis, decerto se não

encarregaria d'este negocio.

Alem de todas as fazendas annunciadas, tem todas as outras de

seu commercio, que sempre vende a preços muito rasoaveis.

Boletins do ministério das obras publicas

VENDF.-SE a collecção completa na loja de Lino Joaquim Cardoso, em Lisboa

travessa do Conde de Soure, 3.

1N0 mesmo estabelecimento compra-se e vende-se toda a qualidade de

livros. 23

PARA HAVRE

. DIRECTAMENTE

Tomando também carga para BUNKERQUE,

AiiVERS, ROTTERDAM,

HAMBURGO e outros portos do norte

FRETES DIRECTOS

O vapor-paquete francez ViWc du Ua\re

Capiaão SEGUIN

ExTIUDO hoje, sairá no sabbado 7 do corrente.

Para carga e passagens, para o que tem magnificas

acommodações. trata-se na agencia, Largo do Pelourinho,

19, 1.° andar.

Preços das passagens

1.' Classe—de Lisboa a Paris (caminho de ferro comprehendido) rs. 30£000

2.» Classe—idem 22£700

24

0 agente,

•Pultel.

THE PACIFIC S1EMI MUGSTI I COMPANY

Para Pernanbuco, Bahia,

Bio de Janeiro, Hfiontevicku. Buenos Ayres,

Valparaizo, Arica, Sslay e Callao.

carga e

trata-se no

do Sodré, 64.

Os Agentes

Pinto Bailo & C.«

PAQUETES

sobata, 18 de março. | cuimdorazo, 1 de abril.

Para Pernambuco só recebem malas e passageiros.

A velocidade d'estes vapores é já bem conhecida, costumam gastar de

Lisboa ao Rio de Janeiro 13 dias.

Para carga e passagens trata-se no Caes de Sodré, 64.

0 agente no Porto

▼asco Ferreira rimo Basto. Os agentes em Lisboa

E. Piuto Basto & €.•