frei fidêncio vanboemmel

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AGOSTO DE 2021 | ANO LXIX | Nº 08 PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL REVISTA Frei Fidêncio Vanboemmel Dom Frei Paulo Evaristo Arns De volta ao serviço de Ministro Provincial Abertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento

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Page 1: Frei Fidêncio Vanboemmel

AGOSTO DE 2021 | ANO LXIX | Nº 08PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

R E V I S T A

Frei Fidêncio Vanboemmel

Dom Frei Paulo Evaristo ArnsDe volta ao serviço

de Ministro Provincial

Abertura do Ano Jubilardo Centenário de Nascimento

Page 2: Frei Fidêncio Vanboemmel

histórico para resgatar, conhecer e reco-nhecer o profetismo deste incansável Homem da Esperança. Dom Paulo, numa celebração festiva na Província, disse aos confrades que a história da sua vida pode ser resumida em três partes: a família, a vida franciscana e o pastoreio de bispo a serviço da Igreja”, disse.

Segundo Frei Fidêncio, celebrar o Centenário do nascimento de Dom Paulo é trazer para a realidade de hoje o desdobramento destes três eixos fundamentais da sua vida:

1º) Recordar a vida familiar deste 5º � lho dentre 13 irmãos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Família que zelou pela vida cristã e procurou dar aos � lhos aquilo que deve ser o direito de todas as famílias: oferecer qualidade de formação e estudos.

2º) Celebrar a vocação franciscana e a caminhada formativa de Frei Paulo Evaristo Arns na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, da Ordem dos Frades Menores, desde a sua entrada no seminário de Rio Negro

Para celebrar o 1º Centenário de Nascimento (1921-2016) de Dom Frei Paulo Evaristo Arns, tem início no próximo dia 14 de setembro o Ano Jubilar na Arquidiocese de São Paulo e na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Esse momento histórico

será vivido, às 10 horas, com a Missa de abertura na Catedral de São Paulo. No mesmo dia, às 20 horas, esse momento terá continuidade com uma live: “Paulo, Profeta e Pastor” pelas mídias da Arquidiocese.

Um folheto litúrgico especial facilitará a participação na celebração. Haverá, ainda, uma edição especial do jornal “O São Paulo”, desta-cando a vida, a obra e o legado deixados por Dom Paulo para o presente e o futuro da Igreja na cidade. Entre os eventos programados estão debates, re� exões, a obra literária de Dom Paulo e as iniciativas pastorais que ele e seus colabora-dores tomaram e que ainda hoje existem. Além disso, ao longo do ano, a Arquidiocese marcará presença em tantas outras iniciativas progra-madas pela Província Franciscana da Imaculada Conceição e de entidades ligadas aos direitos humanos.

Frei Fidêncio Vanboemmel, que participou da Comissão do 1º Centenário da Arquidiocese de São Paulo, lembra que a Província se une à iniciativa da Arquidiocese, junto com outras entidades e organizações sociais.

“Juntos queremos celebrar este momento

entronizado no dia 14 de setembro de 2021 para ser utilizado em todas as instituições da Província (Paróquias, Santuários, Colégios, Universidade, Rádios, Obras Sociais, Casas de Forma-ção, etc.). Ao mesmo tempo, será aberta a Exposição Itinerante “Dom Paulo, o Irmão Menor”, apresentando o frade menor e suas provocações. Promover seminários, mesa-redonda, conversas, programas locais, etc., (nos locais da exposição).

Na Arquidiocese será dado des-taque à obra literária de Dom Paulo, com a possível reedição de um de seus livros, e uma exposição fotográ� ca mostrará momentos marcantes do seu pastoreio. Até mesmo um concerto musical na Sala São Paulo foi programa-do, faltando apenas con� rmar a data.

Esses momentos celebrativos também já mobilizam entidades religiosas e civis da sociedade brasi-leira. O senador Flávio Arns enviou convite à Província informando que o Senado Federal promoverá, no dia 13 de setembro de 2021, às 10h, Sessão Especial em alusão ao centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns. “A iniciativa vem se somar às diversas homenagens programadas para lembrar a vida, a trajetória, as obras e o belo legado deixado por Dom Paulo, que completaria 100 anos no dia 14 de setembro deste ano”, destaca o convite, lembrando que em decorrência das medidas restritivas de acesso ao Senado Federal em função da pandemia, não será possível o acesso presencial de convidados ao Plenário da Casa. Todavia, a Sessão Especial poderá ser acompanhada de modo virtual, ao vivo, pelo canal da TV Senado no YouTube no link https://www.youtube.com/c/tvsenado.

“Desta forma, convidamos a todos para prestigiarem o evento e agradece-mos o apoio na divulgação do convite para os membros desta entidade que tanto contribui para a defesa dos prin-

(PR) 1934, o seu Noviciado em 1940, a sua formação � losó� ca-teológica e os seus estudos de pós-graduação na França, bem como os diferentes servi-ços prestados à Fraternidade Provincial: professor em Rio Negro, Agudos e Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966 quando foi nomeado bispo auxiliar da cidade de São Paulo.

3º) Rememorar o pastoreio pro-fético de Dom Paulo como bispo da Arquidiocese de São Paulo numa Igreja que, desde a sua nomeação como Bispo, começou a respirar os novos ares e as grandes transformações provindas do Concílio do Vaticano II. Um pastoreio e profetismo que, como � el � lho de São Francisco, fundado na radicalidade da vivência do santo Evangelho, foi voz dos sem voz em tempos difíceis de um regime de “Brasil nunca mais”.

Segundo o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, um vídeo neste dia abre a série durante todo o Ano Jubilar para falar da vida deste frade francis-cano. Um banner comemorativo será

Dom Paulo Evaristo ArnsAbertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns

497Dom Paulo Evaristo Arns

comunicaçõesAGOSTO | 2021

(PR) 1934, o seu Noviciado em 1940, a sua formação � losó� ca-teológica e os seus estudos de pós-graduação na França, bem como os diferentes servi-ços prestados à Fraternidade Provincial: professor em Rio Negro, Agudos e

a sua formação � losó� ca-teológica e os seus estudos de pós-graduação na França, bem como os diferentes servi-ços prestados à Fraternidade Provincial: professor em Rio Negro, Agudos e Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966 quando foi nomeado bispo auxiliar da cidade

entronizado no dia 14 de setembro de 2021 para ser utilizado em todas as instituições da Província (Paróquias, Santuários, Colégios, Universidade, Rádios, Obras Sociais, Casas de Forma-ção, etc.). Ao mesmo tempo, será aberta a Exposição Itinerante “Dom Paulo, o Irmão Menor”, apresentando o frade menor e suas provocações. Promover seminários, mesa-redonda, conversas,

ção, etc.). Ao mesmo tempo, será aberta

Irmão Menor”, apresentando o frade menor e suas provocações. Promover seminários, mesa-redonda, conversas,

(PR) 1934, o seu Noviciado em 1940, a sua formação � losó� ca-teológica e os seus estudos de pós-graduação na França, bem como os diferentes servi-ços prestados à Fraternidade Provincial: professor em Rio Negro, Agudos e Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966 quando foi nomeado bispo auxiliar da cidade de São Paulo.

entronizado no dia 14 de setembro de 2021 para ser utilizado em todas as instituições da Província (Paróquias, Santuários, Colégios, Universidade, Rádios, Obras Sociais, Casas de Forma-

Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966 quando foi nomeado bispo auxiliar da cidade

de 2021 para ser utilizado em todas as instituições da Província (Paróquias, Santuários, Colégios, Universidade, Rádios, Obras Sociais, Casas de Forma-ção, etc.). Ao mesmo tempo, será aberta a Exposição Itinerante “Dom Paulo, o Irmão Menor”, apresentando o frade menor e suas provocações. Promover seminários, mesa-redonda, conversas,

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entronizado no dia 14 de setembro

França, bem como os diferentes servi-ços prestados à Fraternidade Provincial: professor em Rio Negro, Agudos e Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966 quando foi nomeado bispo auxiliar da cidade

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S U M Á R I O

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASILRua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SPwww.franciscanos.org.br [email protected]

MENSAGEM DOMINISTRO PROVINCIAL

447 “Gratidão duas vezes”, Frei Fidêncio Vanboemmel

FORMAÇÃO PERMANENTE

450 Carta do Ministro Geral para a Solenidade de Santa Clara

452 “Por que educar ao Humanismo Solidário?”, artigo de Frei Claudino Gils

453 “Atos dos Apóstolos e o Espírito Santo”, artigo de Frei Luiz Iakovacz

SAV

454 Encontro vocacional reúne 27 jovens em Guaratinguetá

456 Live dos frades do tempo de Teologia encerra Mês Vocacional

GOVERNO PROVINCIAL

458 Frei Fidêncio toma posse com mensagem de esperança

FORMAÇÃO E ESTUDOS

461 Angola: Admissão da nova turma de postulantes na Fraternidade da Porciúncula

462 Encontro dos Frades Estudantes

FRATERNIDADES

469 Primeira Celebração do Perdão de Assis no Santuário Frei Galvão

470 ESPECIAL SANTA CLARA DE ASSIS

480 Penha: Frei Paulo: “Mais do que nunca é hora de celebrar o Perdão de Assis”

482 Frades se reúnem para o Encontro Regional do Rio de Janeiro

483 Padroeiro dos colonos e motoristas é homenageado em Xaxim

484 Sorocaba: Paróquia Bom Jesus dos Aflitos celebra 95 anos de fundação e 85 anos da presença franciscana

486 Coral dos Canarinhos celebra 79 anos e ganha de presente a volta aos ensaios presenciais

488 Frades do Espírito Santo se reúnem no encontro do Regional

490 Petrópolis: Celebração do Ano Jubilar recorda a história das imagens que adornam a Igreja do Sagrado

EVANGELIZAÇÃO

492 Meet da Frente de Evangelização da Educação em 30 de julho

495 Notícias da Rede Celinauta de Pato Branco

496 Ano Jubilar do Centenário de Nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns

CFMB

502 A presença franciscana da Custódia São Benedito

FALECIMENTO

504 Frei Abel Schneider

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

506 Dominicanos nos caminhos do Evangelho e do mundo há oito séculos

506 Movimento Laudato si’: uma realidade consolidada que se renova

507 AGENDA

ESPECIAL DOM PAULO 496

Capa: Foto Dom Paulo/Luciney Martins/O São Paulo

Page 3: Frei Fidêncio Vanboemmel

1. Frei César Külkamp, muito obrigado! Na mensagem desta edição das Comuni-

cações e em nome da Fraternidade Provincial, quero expressar o nosso agradecimento a Deus pelo serviço de Ministro Provincial tão bem exer-cido e conduzido por Frei César Külkamp. Mes-mo não tendo completado o primeiro triênio, você foi muito importante para todos nós, frades e pessoas das nossas Frentes de Evangelização, porque, mesmo atravessando os tempos turbu-lentos da pandemia provocada pela Covid-19, inclusive com perdas de vidas de confrades, familiares e colaboradores e colaboradoras, você soube conduzir a Província com maestria, cla-reza e espírito de serviço, da forma como São Francisco nos interpela na Regra: “Os irmãos que são ministros e servos dos demais irmãos visitem e admoestem a seus irmãos e corrijam-nos com humildade e caridade...” (RB 10,1).

Sabemos o quanto lhe custou pronunciar seu “SIM” em pleno Capítulo Geral para assumir com generosidade o serviço de Definidor Geral na Ordem dos Frades Menores. Perdemos? Sim! Mas também temos consciência de que a nossa Profissão religiosa é a de viver a vocação evan-gélica e a missão evangelizadora na Ordem dos

Frades Menores, deixando-nos conduzir pela obediência ao Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar. Por isso, nas nossas orações, nos unimos a você para bem desempenhar este novo serviço em favor de toda a Ordem dos Frades Menores, com particular atenção à nossa realidade franciscana na América Latina.

Gratidão duas vezes

No último dia 4 de agosto, encontrava-me concelebrando a Missa na Igreja do Convento e Santuário São Francisco, SP, quando recebi uma insistente chamada telefônica do Vigário Provincial, com este apelo: “Frei Fidêncio, você foi eleito para o serviço de Ministro Provincial”. Indaguei: “Frei, dá para pensar um pouco ou dizer um ‘não’”? A resposta que recebi foi esta: “Você já foi eleito por unanimidade, venha até aqui, à sala do Definitó-rio, onde lhe aguardamos para a celebração de posse”. Mesmo tendo re-cebido uma sondagem anterior, após consulta às bases, no meu íntimo

negava terminantemente reassumir este serviço já prestado por 9 anos. Nessa hora, além do temor, uma crise silenciosa tomou conta do meu coração. Afinal, gostava do trabalho que realizava em comunhão com a Fraternidade do Convento São Francisco. Coube-me, portanto, reassumir na obediência o serviço de Ministro para conduzir o processo eletivo do Capítulo Provincial, em substituição a Frei César Külkamp, eleito Definidor Geral no último Capítulo da Ordem dos Frades Menores.

Page 4: Frei Fidêncio Vanboemmel

MENSAGEM

448 | COMUNICAÇÕES | AGOSTO | 2021

Além do serviço de Ministro Provin-cial, também somos gratos a Deus pelos diferentes serviços prestados à nossa Fraternidade Provincial, destacando o Co-légio dos Canarinhos de Petrópolis, o Se-minário Santo Antônio, as guardianias nas casas de formação de Rondinha e Petró-polis, o Secretariado para a Formação e os Estudos, a formação dos professos tem-porários, o Definitório e Vigário Provincial. E, juntos, “rendamos graças ao Altíssimo e sumo Deus eterno” (Rnb 23,32).

2. Dom Paulo Evaristo Arns, o frade profeta e pastor

A partir do próximo dia 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa

quem pouco convivemos fora das fraternidades de São Paulo. Muitos de nós nem éramos nasci-dos ou brincávamos como crianças quando este frade professor de Petrópolis foi nomeado Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (1966). Ou-tros de nós tiveram a graça de tê-lo como profes-sor e de trabalhar na Arquidiocese de São Paulo quando ele foi Bispo e Cardeal da Igreja. Muitos de nós que passamos pelo Convento São Francis-co sabemos o quanto ele amava aquele convento e que na porta do Santuário plantou um ipê bran-co, símbolo da paz pela qual lutou como fiel filho de São Francisco. Gostava de entoar com alegria e convicção o canto “Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz”.

Celebrar o Centenário de Nascimento de Dom Paulo é resgatar os valores franciscanos que inspiram o pastoreio de Dom Frei Paulo

Evaristo e que encontram eco e sintonia na voz do Papa Francis-co quando este usa expressões como “pastores com cheiro de ovelhas” e “Igreja em saída”.

Celebrar o Centenário do Nascimento de Dom Paulo é dar “graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor” (Papa Francisco): pastor que esteve à frente da Igreja alimentando o seu povo de “esperança em es-perança”; pastor sendo voz pro-fética dos que eram calados pela violência, particularmente nos tenebrosos tempos de um “Bra-sil nunca mais”; pastor e profeta da paz a todos os injustiçados; pastor e profeta que, ao lado de Dom Helder, Dom Luciano Men-des e outros bispos, apresentaram

à Igreja de São Paulo e do Brasil as novas luzes emanadas do Concílio Vaticano II.

Que nós, frades, possamos concretizar em nós este pensamento de Dom Frei Paulo Evaristo Arns: “São Francisco de Assis, o encanto de toda a minha vida”.

Frei Fidêncio Vanboemmel, ofmMINISTRO PROVINCIAL

Cruz e já nos preparativos da festa de São Francisco das Chagas, queremos unir-nos à Arquidiocese de São Paulo para dar início às celebrações do primeiro Cente-nário do Nascimento de Dom Frei Paulo Evaristo Arns.

Para muitos de nós, frades da Provín-cia, talvez Dom Paulo Evaristo é o lendário Bispo da Arquidiocese de São Paulo com

Page 5: Frei Fidêncio Vanboemmel

AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 449

MENSAGEM

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São Paulo, 04 de agosto de 2021.Caros confrades, Paz e Bem!

No dia 04 de agosto estivemos reunidos em Definitório para eleger o Ministro Provincial que assume o serviço até o nosso Capítulo, previsto para novembro deste ano. A neces-sidade surgiu a partir da eleição de Frei César Külkamp para o ofício de Definidor Geral da Ordem, ocorrida no dia 15 de julho, em Roma.

Atendendo ao que prescrevem nossos Esta-tutos Gerais (EEGG art. 188) e Particulares (EEPP art. 61), a eleição foi precedida por uma consulta às fraternidades, realizada pelos Definidores. Dado o pouco tempo disponível, tal consulta fi-cou restrita às fraternidades do Brasil.

Além do resultado da consulta, o Defini-tório avaliou as circunstâncias da Província e, levando em consideração diversos pontos, elegeu por unanimidade Frei Fidêncio Vanbo-emmel. Dentre os aspectos que motivaram esta eleição, estão:

O Ministro Provincial seria eleito para um mandato com pouco mais de três meses. Desta maneira, sua tarefa principal seria a de dar os encaminhamentos necessários, junto com o visitador e a Comissão Prepa-ratória, à boa realização do Capítulo Provin-cial que, diante do novo cenário, passa a ser eletivo.

Como Vigário Provincial, acumulo as fun-ções de Secretário para a Evangelização, Secretário Provincial e Visitador para a Província do Santíssimo Nome de Goiás. De maneira semelhante, os Definidores também possuem diferentes atribui-ções em suas frentes de trabalho. A elei-ção de qualquer um deles provocaria um número considerável de mudanças na configuração das fraternidades, o que não seria produtivo para um período de tempo tão curto.

Frei Fidêncio, que por nove anos exerceu

este ofício, conhece bem a Província, goza de credibilidade e aceitação junto aos frades e tem condições de oferecer uma excelente contribuição neste tempo de discernimento.Consultado sobre a possibilidade e com

espírito de generosidade e amor à Província, Frei Fidêncio respondeu positivamente à con-vocação dos irmãos do Definitório e, mais uma vez, colocou-se com coragem à disposição de nossa Fraternidade.

Desta maneira, em nome do Definitório, expresso minha imensa gratidão a Frei Fidên-cio e, junto com os demais irmãos, coloco-me à sua disposição a fim de que bem realize o ofício para o qual foi escolhido.

Com estima fraterna e gratidão, em nome do Definitório,

Frei Gustavo Wayand MedellaVIGÁRIO PROVINCIAL

CARTA À FRATERNIDADE PROVINCIAL

ELEIÇÃO DO NOVO MINISTRO

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Em 2021, recordamos os 800 anos da Regra não bulada, um precioso texto que ainda nos fala, em maneira extraordinária, da inspiração evan-gélica de São Francisco e, ao mesmo tempo, nos

faz olhar para Santa Clara.

No prólogo lemos (RnB Prólogo 2):

Esta é a vida, que Frei Francisco pediu do Se-nhor Papa lhe fosse concedida e confirmada; e ele a concedeu e a confirmou para ele e para os seus irmãos presentes e futuros.

E na conclusão escutamos: Peço a todos os irmãos que aprendam a carta e o significado das coisas que nesta vida foram escritas para a salvação de nossa alma, e de chamá-la fre-quentemente à memória.

São Francisco fala de uma vida, a qual entrega aos seus irmãos e que encontra sua fonte e inspira-ção no seguir o ensinamento e os rastros do Senhor nosso Jesus Cristo (RnB 1,1).

A ligação que, na Regra não bulada amarra o Evangelho à vida e a vida ao Evangelho, é cons-tante em Francisco, que o propõe também a Clara e às suas irmãs em dois breves e intensos escritos:

Pois, por divina inspiração ... tendes escolhido viver segundo a perfeição do santo Evan-gelho, quero e prometo de sempre ter a vós como meus irmãos, por meio meu e por meio deles, cuidado diligente e solicitude especial (Forma de vida 1-2).

Eu, Frei Francisco pequenino, quero seguir a vida e a pobreza do altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e de sua santíssima Mãe e per-

severar nela até o fim. E vos peço, minhas senhoras, e vos aconselho que vivais sempre nessa santíssima vida e pobreza (Última von-tade 1-2).

É um conselho que Francisco dirige àque-las que ele chama de minhas senhoras e junto está o núcleo carismático que une numa mesma forma de vida – vivida em modalidades e condições dife-rentes – os irmãos e as irmãs.

O Pobre promete ter cuidado diligente e soli-

CARTA DO MINISTRO GERALPARA A SOLENIDADE DE SANTA CLARA

Vivamos segundo aperfeição do Santo Evangelho

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citude especial pelas irmãs exatamente dentro dessa comunhão no carisma, que une irmãos e irmãs no sentido mais genuíno.

Se na Regra não bulada tem confluído o percurso dos primeiros anos de experiência evan-gélica dos frades, sedimentando-se naquele texto através de um contínuo confronto entre a vida, que é movimento por definição, e a regra, que lhe fixa os fundamentos, Francisco sabe que Clara in-tui e vive essa circularidade de vida e Evangelho e a propõe sem medo.

Aquilo que nos une é, então, exatamente essa ligação entre vida e Evangelho, onde uma ilu-mina o outro e dele recebe inspiração contínua. Se for verdadeiro, de fato, que o Evangelho orienta a vida à conversão, é também verdadeiro que a vida nos ajuda a escutar a palavra evangélica no cami-nho sempre novo da existência, imersa na mudan-ça da história.

A palavra evangélica ilumina e transforma a vida e é, por vez, iluminada pela palavra da vida dos varões e mulheres que encontramos, os pequenos e os pobres de nosso tempo, da criação e também de todos os que encontramos no caminho de busca do sentido e da verdade.

Temos necessidade de um pouco mais de vida verdadeiramente acolhida, vivida, amada, doada, partilhada a fim de acolher a palavra evangélica, sem a qual o livro de nossa existência permanece selado.

Não nos podemos embrulhar a nós mesmos na busca de nossa identidade franciscana claria-na, sem o confronto e o diálogo contínuo com o caminho na vida, nosso e de muitos outros, neste tempo único.

O Evangelho nos chama à conversão e acen-de em nós o chamado à radicalidade da fé, feito de busca da face do Senhor no seguimento de Jesus; o dom da vida chamanos à radicalidade do dom de si mesmo como cifra decisiva para uma exis-tência plena.

O seguimento radical de Cristo pobre e cruci-ficado associou Francisco e Clara, no espaço de uma fraternidade vivida na minoridade e na pobreza, como a de quem renuncia a apoios e garantias.

O claustro de Clara vivido com suas irmãs em São Damião e aquele de Francisco vivido com os seus irmãos nas estradas do mundo, nos pe-

dem buscar juntos aquilo que verdadeiramente nos une e de ser, com a vida, palavra profética para nosso tempo.

Percebo profundamente que essa é nossa comum vocação na Igreja de hoje para o mun-do, que Deus ama: escutar e acolher a palavra evangélica, para que a vida seja transformada e permita exprimir a força do Espírito que nela ha-bita e a deseja levar rumo à sua plenitude que é a vida eterna, o amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo, eterna dança aberta a todas as criaturas. E essa plenitude tem o nome de vidas libertadas e remidas, capazes por isso de tornar-se verda-deiramente fraternas e fermento de Fraternidade para muitas e muitos, hoje.

Caras Irmãs Pobres!

Nesta primeira mensagem que a vós dirijo com simplicidade, peço-vos de fazermos juntos esse percurso entre a vida e o Evangelho e custodiar-nos como irmãos menores, vossos irmãos, na confiança que é possível ainda hoje de viver nossa vocação, tão bonita e carregada de esperança para este tempo.

Empenhar-me-ei em ter para convosco, em nome de São Francisco, aquele cuidado e solicitude que estão fundados na vida segundo o Evangelho, nossa comum e extraordinária vocação. Sejamos memória uns para com as outras desse fogo.

Enquanto confio à vossa fiel intercessão o ca-minho de nossa Ordem, que no recente Capítulo Ge-ral encontrou um ponto importante de inspiração e novo recomeço, prometo-vos recordar cada dia ao Senhor, para que nossas vidas sejam evangelizadas e transformadas pela potência do Espírito do Senhor e se tornem muita transparência de Sua Misericórdia.

A Virgem feita Igreja nos acompanhe neste caminho. Com minha fraterna saudação e abraço a todas vós, com a ênção de São Francisco e o cuidado de Santa Clara.

Roma, 11 de agosto de 2021

Solenidade de Santa Clara

Frei Massimo Fusarelli, ofm Ministro Geral e Servo

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O humilde intento de procurar responder à pergunta tema “Por que educar ao humanismo solidário?” parte da cons-tante necessidade de considerarmos alguns pressupostos já conhecidos de todos nós, tais como: a ideia de que o ser humano1 está à mercê de constante desenvolvimento; a

compreensão cristã e franciscana2 da criação; a finalidade da edu-cação conforme a LDB/963, entre outros.

A expressão humanismo solidário remonta, do ponto de vista histórico, à educação grega4, cujo objetivo visava oportunizar pro-cessos não só em termos de aprendizagem da leitura, da escrita, da hermenêutica crítica, do cálculo e da retórica aos cidadãos. Este princípio também contemplava o desenvolvimento de qualidades hu-manas mais apuradas, por exemplo, a bravura e a lealdade.

Em 16 de abril de 2017, durante a solenidade da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Congregação para a Educação Católica lançou o documento “Educar ao Humanismo Solidário – para cons-truir uma civilização do amor”5. De acordo com o referido documen-to, é relevante educar ao humanismo solidário para, ao menos,1 - se alcançar um olhar mais amplo em relação a instauração de “um

novo modelo ético-social, capaz de abraçar parcelas cada vez maiores da humanidade, onde se faz necessário trabalhar pela paz, justiça e solidariedade.” (n. 1).

2 - se contrapor ao cenários atual, multifacetado e em constante mudança, atravessado por intolerâncias de naturezas diversas, por múltiplas crises (econômicas, financeiras, políticas, demo-cráticas, ambientais, demográficas e migratórias), pelo terro-rismo, pelo aumento da miséria, do desemprego e das desigual-dades sociais, por ataques irracionais a provocar instabilidades emocionais e sentimentos de ódio etc. (cf. n. 3, n. 4 e n. 5).

3 - se alavancar o desenvolvimento de atividades educativas vol-tadas à promoção de redes de cooperação, à instauração de uma cultura solidária junto às atuais gerações escolares e uni-versitárias, de modo a contrapor ao individualismo, à ideologia

do conflito e à relativização dos princípios religiosos (cf. n. 25).4 - se educar tendo em vista o alcance de uma convivência fra-

terna, alimentada pela cultura do diálogo, pela globalização da esperança, pela viabilidade da inclusão, por “relações que com-põem uma comunidade viva, interdependente, vinculada a um destino comum.” (n. 8).Embora a busca pelo cumprimento da missão na educação leve

a constantes desassossegos e inquietações, é louvável todo e qual-quer esforço para se educar ao humanismo solidário. O Projeto Vir-tudes (lançado em 2002), o Projeto Bom Jesus Social6 (implantado em 2016) e o Projeto FAE Social7 (proposto em 2018) têm sido algu-mas das iniciativas a corroborar para o alcance de tão desafiadora finalidade. Finalidade essa capaz de tornar cada vez mais viável tan-to a sensibilização para o verdadeiro, o bom e o belo8 como o desen-volvimento integral da pessoa humana9.

Nesse sentido, educar ao humanismo solidário é um propósito muito digno e sagrado que – constituído de motivações existenciais, religiosas e profissionais – renova todos os dias em nós a disposi-ção para contribuir com a formação acadêmica das atuais gerações escolares e universitárias. Porque trabalhar na educação exige pre-sença impregnada de alma, de amor, de sensibilidade, de compro-metimento, de humildade, de espírito criativo, de ousadia empreen-dedora, de prudência, de sabedoria, de atitude dialógica e de doação (cf. João 15,13).

Fraternalmente,

Frei Claudino Gilz

1 “[...] um ser histórico, um ser que está se fazendo continuamente. [...] Estamos sempre nos projetando para fora (ex), construindo nosso ser. Nós não o ganhamos pronto. Nós o moldamos mediante a nossa liberdade, mediante os enfrentamentos e intimidações do real. Ao reagir, as-sumir, rejeitar e modelar, vamos construindo a nossa ex-istência.” (BOFF, Leonardo. Tempo de transcendência: o ser humano como um projeto infinito. Rio de Janeiro: Sextante/ Lumensana Publicações Eletrônicas, 2000, p. 6).

2 “Se nos aproximarmos da natureza e do meio ambiente sem esta abertura para a admi-ração e o encanto, se deixarmos de falar a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo, então as nossas atitudes serão as do dominador, do consumidor ou de um mero explorador dos recursos naturais, incapaz de pôr um limite aos seus interes-ses imediatos.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Laudato Si: sobre o cuidado da casa comum, maio de 2015, n. 11. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.pdf>. Acesso em: 16/8/2021).

3 “[...] A educação [...], inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade hu-mana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDU-CAÇÃO NACIONAL, n.º 9394 de 20/12/1996. Disponível em: <https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=9394&ano=1996&ato=3f5o3Y61UMJpWT25a>. Acesso em: 16/08/2021.

4 Cf. GAUTHIER, Clermont e TARDIF, Maurice. A pedagogia: teorias e práticas da antiguida-

de aos nossos dias. Tradução de Lucy Magalhães. Petrópolis: Vozes, 2010. CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Ed. da UNESP, 1999, p. 41-138; GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 1995, p. 21-50. MONROE, Paul. História da educação. 6.ª ed. São Paulo: Nacional, 1983.

5 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Educar ao humanismo solidário - para construir uma ‘civilização do amor’: 50 anos após a Populorum Progressio. Roma: Institutos de Estudo, 2017. Disponível em: <https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_20170416_educare-umanesimo-solidale_po.html>. Aces-so em: 16/08/2021.

6 Cf. RELATÓRIO BOM JESUS SOCIAL 2020. Disponível em: <https://bomjesus.br/relato-rio-2020/index.html>. Acesso em: 16/08/2021.

7 Cf. RELATÓRIO FAE SOCIAL 2020. Disponível em: <https://fae.edu/relatorio-2020/index.html>. Acesso em: 16/08/2021.

8 DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS ESTUDANTES E PROFESSORES DAS ESCOLAS ITALIANAS – Praça de São Pedro, 10/5/2014. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2014/may/documents/papa-francesco_20140510_mondo-della-scuola.html>. Acesso em: 16/08/2021.

9 DISCURSO DO PAPA FRANCISCO NA PLENÁRIA DA CONGREGAÇÃO PARA A EDUCA-ÇÃO CATÓLICA – Sala Clementina, 13/2/2014. Disponível em: <https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2014/february/documents/papa-francesco_20140213_congregazione--educazione-cattolica.html>. Acesso em: 16/08/2021.

POR QUE EDUCAR AO HUMANISMO SOLIDÁRIO?

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FORMAÇÃO PERMANENTE

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FORMAÇÃO PERMANENTE

outras vezes, tomando decisões com eles. Logo após Pentecostes, membros do Siné-

drio, intrigados com a cura de um coxo, prendem os apóstolos Pedro e João, questionando-os em ‘nome de quem realizaram o milagre’ (cf. 3,1-11). Respondem que foi em nome de Jesus e, ‘cheios do Espírito Santo’, os acusam de serem os auto-res da morte de Jesus, mas “Deus O ressuscitou e disso nós somos testemunhas” (Cf. 4,5-10). Vendo a firmeza de suas palavras e a estima que o povo lhes tinha (cf. 4,13ss), o Sinédrio, median-te severa ameaça, os proíbe de “ensinarem em nome de Jesus. Eles, porém, respondem: julgai-o vós mesmos se é justo obedecer mais aos ho-mens que a Deus. Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (cf. 4,13-22). Quando este fato foi contado à comunida-de que estava em oração “tremeu o lugar onde estavam reunidos, ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam, com firmeza, a Palavra de Deus” (4,31). Assim, a comunidade inteira toma consciência de que ela é uma prolongação do Pentecostes das 120 pessoas (1,15; 2,4).

Por desacatarem a proibição de pregar, os apóstolos são, novamente, presos e a decisão do Sinédrio é de matá-los. Ouvindo, porém, o conselho de Gamaliel, deram-lhes a liberdade, mas, antes, os açoitaram. Saíram “contentes por sofrerem afrontas em nome de Jesus. E não cessavam de anunciar a Boa Nova no Templo e nas casas” (5,33-42).

Na escolha dos Sete Diáconos, o principal cri-tério é que sejam “cheios do Espirito Santo e de sabedoria” (6,3). Estevão era um “homem cheio

de fé e do Espírito Santo (6,5). As lideranças da sinagoga não resistiam “à sabedoria e ao Espírito que inspiravam suas palavras”. Por isso, levaram--no ao Sinédrio. Estevão não se intimidou e acusou seus membros de “cerviz dura, incircuncisos de coração e ouvidos. Vós sempre resistis ao Espíri-to” (7,51). A estas palavras “rangeram os dentes, taparam os ouvidos, levaram-no para fora da ci-dade e o apedrejaram”. Estêvão, cheio do Espírito Santo os perdoou e entregou seu espírito ao Pai (cf. 7,54-58), assim como Jesus fez, na cruz.

O Espírito Santo, também, ilumina as etapas da missão. É ele que impele Felipe a se aproximar do etíope que voltava de Jerusalém e, em seu carro, lia as Sagradas Escrituras. Após as explica-ções, pede e recebe o batismo (8,26-40).

O mesmo sucede com o centurião Cornélio e sua família, descrito pormenorizadamente nos capítulos 10 e 11.

Após os sonhos de Cornélio e Pedro, é o Es-pírito Santo que impele este último dizendo: “Es-tão à porta três homens enviados por Cornélio. Levanta-te, vá com eles, sem duvidar, porque fui Eu que os enviei” (10,20). Cornélio “reunira paren-tes e amigos íntimos” (10,24), recepcionou Pedro e pediu-lhe que lhes anunciasse ‘o que o Senhor lhe ordenara´ (v.34). Estando a pregar, “eis que o Espírito Santo desceu sobre eles. Os fiéis circun-cisos, que tinham ido com Pedro, admiravam-se de ver que a graça do Espírito Santo também foi difundida sobre os gentios. E Pedro mandou que fossem batizados” (vv. 44-47).

Quando retornaram a Jerusalém, a comunida-de os questionou severamente. Pedro relatou-lhe

ficar nas regiões da Ásia e, obstinadamente, resistia. Após muita insistência, consentiu (16,1-10). Para aqueles que lhe obedecem, o Espírito Santo os aguarda com surpresas. Filipos, a pri-meira cidade evangelizada do Ocidente, tornou--se a comunidade preferida de Paulo e só dela e de Tessalônica aceitava doações para prover suas necessidades (Fp 2,25; 4,15-18). Por opção pessoal, trabalhava com “suas mãos” (18,1-3) e não queria ser “pesado a ninguém” (2 Cor 11,9).

Por fim, no Concílio de Jerusalém (15,1-34), o Espirito Santo e todas as lideranças decidem que, para batizar os pagãos, não lhes será exigido a circuncisão e, consequentemente, a observância da Torá e suas tradições (613 preceitos). Porém, para uma melhor convivência entre os cristãos judeus e cristãos pagãos, propõem que estes se abstenham das carnes imoladas aos ídolos, dos casamentos ilegítimos e das carnes sufocadas (cf. 15,20). Na carta dirigida à comunidade de Antioquia e, automaticamente, às demais, escre-vem: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor nenhuma outra exigência, além destas indispensáveis” (15.28).

O Espírito Santo sopra onde quer, quando e como quer (cf. Jo 3,8). Umas vezes sopra com ra-jadas fortes como fez no Monte Sinai e em Pente-costes (Ex 19,16; At 2,2). Outras, como brisa suave, como aconteceu com Elias (1Rs 19,12). Urge estar-mos atentos, pois Santo Agostinho adverte-se a si mesmo e a nós: “Tenho medo que a graça de Deus passe por mim e eu não a perceba”.

Frei Luiz Iakovacz

Atos dos Apóstolos e o Espírito Santo

a história da Igreja, até meados do Século II, o livro Atos dos Apósto-los teve vários nomes, entre eles, o de “Evangelho do Espírito San-to”. De fato, ele é citado 55 vezes,

ora animando missionários e comunidades, ora iluminando os passos a serem dados e,

tudo e concluiu: “Quem sou eu para me opor a Deus, uma vez que o Espírito Santo desceu sobre eles, da mesma forma que a nós em Pentecostes” (11,15-17)? A comunidade, ou-vindo isso, “aquietou-se e glorificava a Deus dizendo: Deus concedeu, também, aos gen-tios a penitência a fim de que tenham vida” (11,18). É o Pentecostes pagão!

O Espírito Santo também desperta a comunidade de Antioquia para a missão: ‘Separai-me Barnabé e Paulo para a obra que os destinei’ (13,1-3). Este último reali-zou quatro grandes viagens missionárias, sendo que na segunda o Espírito insistia para que, através da Macedônia, começas-se a evangelizar o Ocidente. Paulo preferia

Apóstolo Paulo, Rembrandt (Domínio público)N

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ntre os dias 13 a 15 de agosto, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) organizou o encontro vo-cacional franciscano, em Guara-tinguetá – SP, no Convento Nossa

Senhora das Graças, com a participação de 27 candidatos à vida religiosa, residentes nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

O encontro foi coordenado por Frei Die-go Atalino de Melo e Frei Leandro Costa, do Serviço de Animação Vocacional Provincial; Frei Jhones Lucas Martin, animador vocacio-nal do Convento São Francisco, em São Pau-

lo - SP; Frei Ruan Felipe Sguissardi, fazendo o Ano Missionário no Seminário Frei Galvão e Frei Alisson Luís Zanetti. Foi o primeiro en-contro presencial desde a pandemia do co-ronavírus e seguiu os protocolos sanitários de distanciamento social.

À tarde do dia 13 de agosto, os vo-cacionados foram acolhidos no local do Encontro e participaram da Pastoral de Rua, organizada pelo Santuário Frei Gal-vão, para levar quentinhas às pessoas em situação de rua, nas cidades de Guaratin-guetá e Aparecida.

O segundo dia foi itenso para os voca-

cionados: reflexões, orações e atividades. Os trabalhos foram abertos com a Santa Missa, seguida de momentos de reflexão, deserto e partilha. Entre as temáticas tra-balhadas, aprofundou-se a vocação de São Francisco de Assis e conheceram mais so-bre o processo de conversão do Seráfico Pai. Frei Leandro apresentou um vídeo sobre a Província da Imaculada, destacando as di-versas Frentes de Evangelização. À tarde, os vocacionados conheceram a Igreja Matriz de Guaratinguetá e também a casa de Frei Gal-vão e, nesses dois lugares, foi apresentada a vida de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão.

Encontro vocacionalreúne 27 jovens em Guaratinguetá

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Ao retornarem ao Convento, os candidatos à vida religiosa fizeram trabalhos externos de manutenção da casa de encontro. À noite, houve a reza do terço vocacional no claustro do convento e um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento.

O encerramento deu-se no domingo, 15 de agosto, com a oração da manhã e a Santa Missa no Santuário Frei Galvão, pre-

sidida por Frei Diego Atalino de Melo. Após a Celebração Eucarística, os vocacionados avaliaram o encontro, conheceram o Par-que Laudato Si’ (onde será construído o novo Santuário Frei Galvão).

Nos dias 20, 21 e 22 de agosto, haverá o Encontro Vocacional Franciscano no Semi-nário São Francisco de Assis, em Ituporanga – SC, onde funciona as etapas do Ensino Mé-

dio e do Aspirantado, para os vocacionados dos estados do Paraná e Santa Catarina.

Que o Senhor que os chamou continue lhes dando perseverança e coragem para corresponderem com generosidade a essa tão bela proposta de vida.

Frei Leandro Costa e Lucas A. Santos

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ma noite franciscana. Assim foi a 3ª edição da Live Vocacional pro-movida pelo Serviço de Animação Vocacional da Província da Ima-culada Conceição do Brasil, que

desta vez contou com o apoio e a força dos jovens frades do Tempo da Teologia. Com muita espontaneidade, os internautas pu-deram conhecer mais sobre a vida e a regra dos Frades Menores e sobre a vida e missão evangelizadora dos religiosos franciscanos. Com transmissão pelas redes sociais da Paróquia do Sagrado, Santuário Frei Galvão e pela TvFranciscanos no YouTube, o even-to que aconteceu no dia 21 de agosto, às 20h30, congregou espiritualidade, fraterni-dade e músicas franciscanas.

A live começou do lado de fora do Con-vento do Sagrado Coração de Jesus, quando os apresentadores Frei Gabriel Dellandrea e

Frei Felipe Medeiros Carretta acolheram a todos os internautas com a conhecida sau-dação franciscana de “Paz e Bem”. Eles ca-minharam até o interior da Igreja do Sagra-do, enquanto isso, conduziram um momento reflexivo sobre a realidade vocacional de cada um, com perguntas próprias de jovens. “Teve um jovem que há muito tempo já se fez essas perguntas”, lembrou Frei Gabriel. “Esse jovem foi Francisco de Assis”, com-pletou Frei Felipe.

Com velas acessas, já no interior da igreja, os apresentadores dirigiram-se até o presbitério onde o coral dos Frades Estu-dantes estava a postos para entoar a músi-ca, Salve Sancte Pater, uma antífona tradi-cional dos franciscanos, cantada no trânsito de São Francisco. O maestro do Instituto dos Meninos Cantores, Marco Aurélio Lischt, fe-z-se presente e regeu o coro.

trópolis três frades, nesta que seria uma das mais belas páginas da história franciscana de nossa Província. Eles se instalaram na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, comunidade de fé que atendia, em especial, os colonos ale-mães que aqui já residiam”, narrou Frei João Manoel Zechinatto.

InteratividadeInteratividade também fez parte da

Live Vocacional. Com a pergunta: “Que tipo de frei/irmã você seria?”, Frei Felipe e Frei Gabriel lançaram o primeiro filtro da Província Franciscana no Instagram. Nele, os internautas puderam brincar so-bre a vocação de ser um frade ou irmã. As respostas são bem variadas e engraça-das, visto que a inspiração nasceu de Frei Junípero, um santo homem do tempo de Francisco de Assis. A canção, Cristo quero

Live dos frades do tempo de Teologia encerra Mês Vocacional

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ANO JUBILAREm seguida, já no inter-

valo, foi exibido um vídeo institucional da Fraternida-de do Sagrado Coração de Jesus, que neste ano com-pleta 125 anos de presen-ça franciscana em terras imperiais. “Francisco, vai e restaura a minha Igreja”, assim começa o vídeo, que faz memória dos primór-dios da Ordem Franciscana. Foi também com esse apelo que, no final do século XIX, os missionários alemães vieram restaurar a Provín-cia da Imaculada Concei-ção. “Assim, há 125 anos, chegava à cidade de Pe-

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ser instrumento, de Frei Fabretti, coroou esse momento.

Momento formativoOs importantes passos que os frades

dão no Tempo da Teologia, como por exem-plo a Profissão Solene na Ordem dos Frades Menores e a formação para os ministérios ordenados, foram abordados neste mo-mento formativo. Os frades também expli-caram como funcionam os estudos, traba-lhos fraternos internos, bem como sobre a atuação junto às Frentes de Evangelização da Província, dado que a fraternidade contempla grande parte destes trabalhos evangelizadores. Este espaço contou com a presença de Frei Evaristo, Frei Jonas, Frei João Manoel e Frei Thiago. Já Frei Fá-bio Vasconcelos conduziu, durante toda a live, o quadro das interações em frente de um painel de leterring, com frases francis-canas, fazendo a leitura de comentários e respondendo perguntas dos que acompa-nhavam a live.

A Missão de AngolaOs frades da Fundação Imaculada Mãe

de Deus de Angola (FIMDA) abrilhantaram

a noite com duas apresentações sobre a vida e a missão dos franciscanos em terras angolanas. Além disso, Frei André Mingas contou resumidamente a história da FIMDA, que em 2020 completou 30 anos. Segundo ele, foi em 1990 que chegaram os primeiros frades brasileiros para fazer missão em An-gola. “Hoje, os frades estão situados em três províncias (estados), distribuídos entre cin-co fraternidades”, explicou, lembrando que só no Brasil, entre as etapas da Filosofia e Teologia, 30 frades estão fazendo o proces-so formativo. Siomara de Azevedo escreveu: “ Que saudades dos freis que passaram por aqui, e que agora estão nesta linda missão em nossa mãe África”.

Vem e segue-meJá se encaminhando para o final da live,

o animador vocacional local, Frei Thiago da Silva Soares, fez um apelo aos jovens e ado-lescentes que desejam ser frades francis-canos e como devem fazer para encontrar orientações vocacionais: “Ser franciscano é uma resposta de amor dado ao Nosso Se-nhor Jesus Cristo”. Segundo ele, os candida-tos que desejam ser frades podem escrever para os endereços oficiais da Província e do

Serviço de Animação Vocacional: “Você que tem esse desejo de seguir a Jesus Cristo, ao modo de Francisco de Assis, procure a nossa fraternidade provincial”.

“Linda e emocionante live. De arrepiar. Parabéns a todos vocês por trazer música, oração e paz aos nossos corações”, disse Conceição Costa. “Está sendo muito gra-tificante assistir está live de orientação sobre a vocação franciscana”, afirmou Gri-selda Eyng. “Sou mãe de três filhos e dois escolheram ser freis franciscanos. Sou muito grata a Deus por essa escolha de-les”, revelou Terezinha Dellandrea, mãe de Frei Gabriel e Daniel. “Parabéns, confrades. Uma megaprodução à altura da importân-cia desse tema vocacional”, parabenizou Frei Diego Melo.

A Live Vocacional encerrou com a músi-ca “Quando o fogo do amor”, de Pe. Geraldo e Pe. Joãozinho, SCJ. O refrão expressa a ale-gria e certeza de que se pode ser sim muito mais feliz, seguindo o exemplo de Francisco de Assis.

Frei Augusto Luiz Gabriel (texto) Frei Andrei Nascimento

dos Anjos (fotos)

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GOVERNO PROVINCIAL

inistro Provincial por nove anos, Frei Fidêncio Vanboemmel está de volta a este serviço da Pro-víncia da Imaculada Conceição do Brasil. Ele foi escolhido por unanimidade durante a reunião,

no dia 4 de agosto, memória de São João Maria Vianney e Dia do Padre, do Definitório Provin-cial com o Vigário Provincial Frei Gustavo Me-della e o Definidor e Visitador Geral Frei César Külkamp. Junto com Frei Gustavo, ele estará à frente do serviço de animar a vida e missão da Fraternidade Provincial, pelo período necessá-rio para completar o triênio 2019-2021, quando será celebrado o próximo Capítulo ordinário, em novembro.

A escolha do novo Governo foi necessária

devido à eleição do então Ministro Provincial, Frei César Külkamp, para o serviço de Defini-dor Geral para a América Latina, no último dia 15 de julho, durante o Capítulo Geral em Roma. Na mesma reunião, na Sede Provincial em São Paulo, foi realizada a celebração de posse de Frei Fidêncio como Ministro Provincial. Este momento simples e histórico para a Província terminou com a bênção de Frei Fidêncio a to-dos os frades.

Esta é a terceira vez que os seus confrades o escolhem para este serviço. Na primeira vez cumpriu um mandato de seis anos, de 2010 a 2015, e quando já estava de ‘malas prontas’, novamente seus confrades o elegeram para mais três anos: de 2016 a 2018. O terceiro cha-mado veio no dia 4, quando celebrava a Missa

das 10 horas no Convento São Francisco. “Não esperava essa eleição, embora fui consultado se poderia prestar colaboração nessa fase de transição. Havia dito que pela experiência vivi-da nesses nove anos como Ministro Provincial me colocava à disposição para auxiliar naquilo que fosse necessário”, contou Frei Fidêncio, revelando que no mesmo dia de manhã ha-via partilhado com Frei Mário Tagliari, que é Definidor, que se pudesse evitar, ele preferia. “Quando Frei Gustavo (Medella) me ligou, senti um frio na barriga. Eu até cheguei a falar: ‘Pos-so pensar um pouco?’ Ele disse: ‘Não, já está eleito. Foi unanimidade no Definitório’. Naque-le momento, minhas pernas ficaram moles. Eu pensei que ainda perguntariam se poderia aceitar ou não”, confessou.

Frei Fidêncio toma posse com mensagem de esperança

M

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GOVERNO PROVINCIAL

Perguntado se essa confiança dada pelos frades o deixava feliz, disse que ela é recípro-ca. “Então, se depositam confiança em mim, devo transmitir isso à Fraternidade Provincial e que eles sintam isso para trabalharmos jun-tos. Eu tenho minhas limitações, e são mui-tas, tudo mundo sabe disso, mas no meio de tudo isso é importante a gente ter clareza do nosso projeto evangélico como uma missão que a Província tem nas casas e nas diferen-tes Frentes de Evangelização”, explicou Frei Fidêncio.

Segundo ele, não esperava por esse mo-mento e sua busca foi se lançar integralmente na missão que lhe foi confiada depois que en-cerrou os nove anos como Ministro Provincial. “Esse tempo fora do governo procurei, de fato, voltar a ser frade na Fraternidade. Sinto muito deixar o Convento São Francisco, que agora é uma casa de encontros e retiros. Tinha uma paixão pelo local, pelo trabalho, pela presen-

ça, pelas confissões, pela OFS”, declarou. Frei Fidêncio era Vigário da Casa no Convento São Francisco e Moderador da Formação Perma-nente.

Na entrevista quando encerrava o seu último mandato, usou quatro verbos para res-ponder à pergunta que conselhos daria ao novo

Ministro Provincial: “Abraçar com coragem e fé o serviço que a Fraternidade lhe confia; Acredi-tar que nunca se está sozinho: o Espírito Santo é conselheiro maior que age em comunhão com o corpo dos definidores; Confiar em Deus e nunca tomar decisões precipitadas. Mesmo quando se perde um pouco do sono, Deus sem-pre aponta uma saída; Guardar os segredos necessários, e quando não mais houver es-paço no seu coração, depositá-los no coração misericordioso do Senhor”. Agora, perguntado se continua valendo esses conselhos para ele, disse que sem dúvida alguma tem a mesma va-lidade. “São princípios. A questão é acreditar e me lançar naquilo que Deus me propõe. Então, esses verbos continuam atuais e vou ter que conjugá-los, quem sabe, de uma nova forma, mesmo que seja por uma mandato-tampão”, observou.

Para o Ministro Provincial, esse pouco tempo à frente do governo não pode ser uma

“procrastinação”. “O Capítulo vem aí e é im-portante preparar bem a Fraternidade Provin-cial para a eleição do novo provincial, do novo governo, das propostas que vêm da Ordem, do nosso Plano de Evangelização com seus desafios, e daquilo que a Comissão Prepara-tória está trabalhando e que veio das bases”,

acredita, lembrando a importância de Frei Cé-sar Külkamp como Visitador da Província, para dar continuidade à Visita Canônica que já tinha iniciado: “Então, de certa forma, as decisões serão tomadas com Frei César, que está aqui em nome do Ministro Geral”.

Neste tempo de pandemia e discernimen-to, Frei Fidêncio deixou a seguinte mensagem aos frades: “A minha mensagem, em primeiro lugar, é de esperança porque nós vivemos, praticamente nesses dois últimos anos, todas as problemáticas da pandemia. Perdemos fra-des, perdemos paroquianos, pessoas próximas de nós. Então, acho que temos de renascer de novo. Vejo muito isso e até coloquei esse tema na Novena de Santa Clara do Largo São Francis-co, pensando em Santa Clara como luz para a nova humanidade. Acho que temos de retomar aquele projeto originário “O Dom da Vocação” e sermos novamente uma nova luz e esperança para que haja uma nova humanidade. Em pri-meiro lugar entre nós mesmos, como irmãos em fraternidade, reanimar a própria vocação e sermos esperança de uma nova humanidade. Acho que o Papa Francisco tem falado muito isso. Não podemos sair dessa pandemia do jeito que estávamos, quer dizer, ou vamos sair piores ou melhores. A minha mensagem é que a gente abrace, juntos, o nosso projeto evangé-lico para construirmos uma nova humanidade na Província, com coragem profética, com ou-sadia, com paixão pelo Evangelho, com paixão pela evangelização. Temos muitos enfermos e doentes, mesmo assim não podemos de-sanimar, não podemos perder a força, perder a alegria de viver. Pelo contrário, temos que abraçar ainda com mais paixão essa humani-dade. Eu me lembro que citava, num momento de formação permanente, que uma secretária na Conferência Episcopal Italiana falou que se continuássemos a usar o mesmo discurso de antes, o povo não iria mais nos escutar. Isso foi muito forte e me chamou a atenção. Então temos que ter uma resposta, principalmente para essa humanidade diante dos grandes de-safios sociais, políticos, econômicos, religiosos e diante de tanto radicalismos”, completou.

Frei Fidêncio recebe o carimbo da Província, usado para selar documentos e cartas oficiais

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GOVERNO PROVINCIAL

No teu imenso amor, Francisco, um dia,Quiseste em ti o amor e a dor da Cruz,Provar a Paixão que sofreu Jesus,Diante de sua Mãe e tua Mãe Maria.

Esse dom te concedeu teu Senhor,Gravar-te em teu corpo viva ferida,Chagas que curam a dor desse mundo,Mistério da Redenção, tão profundo!...Pra ser contemplado por toda a vida.

Francisco de Assis, da Chagas agora,Mas, pra nós, é sempre o mesmo de outrora,São Francisco, o Poverello de Assis.

Nosso Francisco também dos leprosos,Da esperança e da paz de dias gloriosos,Para o amanhã desse mundo sofrido.

Frei Walter Hugo de Almeida

14 DE SETEMBROEXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Crucifixo no refeitório do Convento Santo Antônio, RJ

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sempre um momento de alegria cada vez que rece-bemos um novo irmão em nossa casa, pois, é mais

um irmão para conviver”, saudou Frei António B. Zovo Baza, presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), a nova turma de pos-tulantes que foi acolhida na Fraterni-dade de Viana (Postulantado): Amil-ton Ambrósio, João da Costa, João kahamba, Lucas Mununga, Moises Satula, Pedro José e Turíbio Da Cruz. Eles farão o ano de Postulantado jun-to com outros setes postulantes que já iniciaram esta etapa nesta Frater-nidade. A admissão oconteceu dentro da Celebração Eucarística, no final de julho, presidida pelo Frei António B. Zovo Baza e concelebrada pelo mes-tre do Postulantado, Frei Laurindo Lauro da Silva Júnior.

À luz do Evangelho de São Mateus no seu capítulo 13, Frei António ressal-tou as palavras “tesouro” e “pérola”, exortou os neopostulantes a preserva-rem e procurarem, diariamente, estes dois elementos. “São elementos que simbolizam a nossa vocaçao. Do mes-mo modo que se cuida da pérola e do tesouro, assim devemos cuidar da vo-cação pessoal”, orientou o presidente da FIMDA.

Frei Antonio também mostrou-se satisfeito com o trabalho dos formado-res e com o crescimento de vocações na Província e, em particular na Fun-dação, pois, para ele é mais um motivo de ação de graças. Terminando a Cele-bração Eucarística, fez-se um pequeno convívio no pátio da Fraternidade.

Angola: Admissão da nova turma de postulantes na Fraternidade da Porciúncula

“É

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

ENCONTRO DOS FRADES ESTUDANTESela primeira vez na Provín-cia da Imaculada Conceição, o Encontro dos Frades Estu-dantes do Tempo da Teologia, Ano Missionário e Filosofia

aconteceu de forma virtual. Entre os dias 28 a 31 de julho, os frades que estão no processo de forma-ção refletiram sobre a temática

escolhida para Capítulo Provin-cial, previsto para acontecer em novembro, que tem como tema: “Fraternidade contem-plativa em missão: nossa regra é o Evangelho, nosso claustro é o mundo” e lema: “Juntos se constroem os sonhos”. O En-controu contou com dias de

retiro, oração, partilhas, forma-ções, lazer e também com mo-mentos de encontro presencial entre os frades que residem na mesma fraternidade. No final, todas as sugestões e propostas foram encaminhadas à Comis-são Preparatória do Capítulo Provincial 2021.

PO Encontro dos Frades Estudantes da

Província teve início no dia 28 de julho, envolvendo os frades do tempo da Filo-sofia, do Ano Missionário e da Teologia, de forma remota e virtual, para estreita-rem os laços fraternos e se aprofundarem

na espiritualidade e missão franciscana.Após um momento de oração, Frei César

Külkamp, Definidor e Visitador Geral, e Frei Gustavo Wayand Medella, Vigário Provincial, motivaram os confrades a usufruírem deste tempo de encontro para se entenderem como

membros ativos da Fraternidade Provincial, a fortalecerem os laços fraternos entre si, bem como analisarem em profundidade a Regra franciscana na missão provincial.

A partir do tema e lema do Capítulo Provincial deste ano, os frades tiveram a

RETIRO E PARTILHAS MARCAM O 1º DIA

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

oportunidade de abordar e aprofundar as dimensões próprias da vida de um frade menor, com um dia inteiro de reflexão, de-serto e partilha.

Tendo como pregador o Definidor Provin-cial, Frei Daniel Dellandrea, e valendo-se do Evangelho segundo Marcos 6, 7-13, que nar-ra o envio dos discípulos dois a dois, de um trecho dos textos de São Boaventura e das Mensagens do Papa Francisco, em especial, a destinada aos frades do Capítulo Geral – ocor-rido de 3 a 18 deste mês no Colégio Interna-cional São Lourenço de Brindisi, em Roma -, Frei Daniel destacou a importância da dimen-são contemplativa na vocação de cada frade menor. O pregador também refletiu sobre o tema e o lema do Capítulo Provincial.

Segundo ele, o tempo em que vivemos nos chama a recuperar nossas forças, o âni-

mo e a esperança. “E é neste sentido que de-vemos sonhar juntos. É um sonho que deverá novamente desafiar a nossa Província a bus-car esse encantamento pela contemplação mas também pela missão”, ressaltou. “É pre-ciso renovar nosso compromisso de irmãos em fraternidade. E isso acontece concreta-mente em nossos trabalhos evangelizadores, mas também em nossa vida contemplativa e missionária”, destacou, acrescentando: “É preciso colocarmos nossa vida em missão”.

Para o Definidor Provincial, é necessário zelar por um ambiente fraterno que propicie viver no “espírito da santa oração e devoção”. “Colocar a oração no centro da vida da Fra-ternidade, sobretudo, através da Eucaristia e da Liturgia das Horas. Valorizar, preparar bem, celebrar bem”, mencionou. “Que a nos-sa vida possa ser uma resposta ao Evangelho

do Senhor nos dias de hoje. Mas não sozinhos, e sim em fraternidade. Nos sintamos jun-tos e queiramos sempre buscar o sonho de Francisco, que também é de cada um de nós hoje”, concluiu Frei Daniel.

Frei Vinícius de Oliveira Betim, frade do Tempo da Filosofia, afirmou que, mesmo de forma virtual, “reencontrarmo-nos é sempre uma alegria e meditarmos sobre a nossa pró-pria vida é sempre uma oportunidade de con-vivência franciscana que, tal como afirmou Frei Daniel, nos ajuda a acendermos nossa chama buscando no outro essa alegria e fé que em alguns momentos nos falta”. Para Frei Josielio da Silva Oliveira, um dos frades organizadores do encontro, um dos pontos principais é pensarmos como Província, como fraternidade em si, e não apenas como frades estudantes.

À tarde, após um tempo de recolhimento e deserto, os frades se reuniram novamen-te, mas em pequenos grupos virtuais para partilharem suas experiências, percepções e impressões a respeito da vida de oração pessoal e comunitária, bem como a partir das interpelações feitas pelo pregador. Além dis-so, apresentaram sugestões concretas que visam uma melhor qualificação da vida con-templativa e da missão em fraternidade. O dia encerrou-se com a oração em fraternidade das Vésperas e da Celebração Eucarística.

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

FREI CÉSAR FALA AOS FRADES ESTUDANTES NO 2º DIANeste segundo dia (29/7), que teve iní-

cio com a oração da manhã conduzida pelos frades da Teologia, as reflexões ficaram sob a responsabilidade do Visitador e Definidor Geral, Frei César Külkamp, do Guardião da Fraternidade São Boaventura, Frei Jêa Paulo Andrade, e do Coordenador da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhi-mento, Frei Antônio Michels.

Frei César, recém-chegado do Capítulo Geral que aconteceu em Roma, começou explicando o que é um Capítulo e fez um resgate histórico desde os tempos de São Francisco. Para Frei César, Capítulo é um encontro sempre em busca de mais fide-lidade à própria forma de vida e à própria Regra. “Nós conhecemos aquele famoso Capítulo das Esteiras em Assis, onde par-ticiparam mais de cinco mil frades, que não tinham lugar e por isso estenderam ‘esteiras’ no chão para que eles se acomo-dassem”, lembrou. Explicitou que desde o início a Ordem chamava essas reuniões de Capítulo de Pentecostes, tendo em vista que é o próprio Espírito Santo o Ministro Geral da Ordem. “É no encontro que o Espí-rito se manifesta”, frisou, lembrando que o próprio Cristo pede isso no Evangelho e que depois se torna uma característica da comunidade cristã. “Sempre que a Igreja precisa tomar uma decisão convoca um Sínodo onde quem fala é o próprio Espírito Santo”, mencionou. Segundo ele, essa é a motivação também para os capítulos ge-rais, provinciais e locais.

Sobre o Capítulo Geral, Frei César lem-brou que teve como tema: “Renovemos nos-sa visão. Abracemos nosso futuro” e lema: “Desperta… e Cristo te iluminará” (Ef 5,14), e destacou que foi um evento muito impor-tante. Disse que neste tempo de pandemia, a Ordem dos Frades Menores foi a primeira a conseguir fazer uma reunião desse porte e que os próprios capitulares atribuem isso como um sinal do próprio Espírito. “Procu-

ramos olhar a partir da temática que foi escolhida para o futuro de nossa vida, como Ordem dos Frades Menores. Nosso carisma continua atual, ele pode dar respostas mui-to mais vigorosas ao mundo de hoje apesar dos desafios que cada instituição tem”, disse, observando que o discipulado do Papa Francisco colocou em evidência, nos últimos tempos, nosso carisma franciscano através de Documentos e Encíclicas.

Força da identidade FranciscanaSegundo Frei César, dois grandes ele-

mentos foram trabalhados no Capítulo Ge-

ral: “A força da identidade franciscana e a necessidade de resgatar essa identidade para o nosso tempo, bem como a dimen-são da fraternidade a luz da própria Fratelli Tutti”. O Definidor Geral lembrou que na abertura do Capítulo, o ex-Ministro Geral, Frei Michael Perry, pediu para que os frades se reconhecessem como irmãos da única fraternidade universal da Ordem. “Essa ne-cessidade apareceu em vários relatórios da Ordem. E este é um convite para irmos além e fazermos a experiência com o outro que é nosso irmão”, ressaltou. “A partir disso nas-

ceu a expressão: ‘Ecologia Fraterna e Inte-gral’”, partilhou Frei César, afirmando que o próprio Papa Francisco já fala de uma ecolo-gia integral em seus documentos, onde tudo está interligado.

Frei César destacou ainda que o novo Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, insis-tiu na necessidade de se pensar sempre em nível de Ordem. “Nós dependemos uns dos outros”, citou, lembrando da dimensão da interdependência como irmãos e também com a criação.

O Visitador Geral abordou alguns de-safios como a tendência ao individualis-

mo, personalismos, clericalismo, o uso de funções de forma autoritária, a perda da identidade e da força do carisma francis-cano, o fechamento às realidades locais e o peso das estruturas. “A Ordem pede de nós coragem”, destacou. “O grande con-vite do Capítulo é este: abraçar o futuro da Ordem, com coragem, abertura e com a identidade forte de nosso carisma”, revelou, lembrando que a Ordem passa por um realidade mundial de diminuição de frades. “Hoje, somos 12.500 frades e se faz necessário renovar o próprio entu-

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

siasmo, a nossa visão e disposição, para que assim possamos responder a este futuro com novas vocações. Esse é um grande apelo e empenho que deverá ser feito por todos os frades, principalmente por vocês jovens”, indicou.

Dentro das propostas que apareceram, Frei César mencionou que somos uma fra-ternidade a serviço da Igreja. Com relação à formação e estudos, as indicações que o ca-pítulo fez são diversas, informou Frei César, como por exemplo a reformulação e revisão da Ratio Formationis.

Por fim, os frades estudantes puderam fazer perguntas para Frei César que, no fi-nal, agradeceu a todos pela oportunidade. “Que vocês continuem com um encontro muito profícuo para refletirem sobre a nos-sa realidade”, desejou.

“Entre fidelidades e abandonos”Frei Jeâ Paulo Andrade abriu o segundo

momento da manhã com reflexões sobre o Documento “Entre fidelidades e abando-nos”, bem como sobre as perspectivas a partir desse documento. Segundo o frade,

este tema já vem sendo estudado por toda a Ordem. Neste sentido, informou que exis-tem dois documentos com essa temática, o da Ordem, lançado em 2015, e o da Pro-víncia em 2019.

Fazendo um resgate dessa reflexão na Ordem, Frei Jeâ informou que para a reda-ção do subsídio, teve-se presente o ca-minho que foi desenvolvido no sexênio de 2009-2015, sendo apresentado no Relatório do Capítulo Geral de 2015, onde se mostrou algumas hipóteses de interpretações des-tes fenômenos dos abandonos e algumas sugestões para reagir de modo construtivo. “Esse subsídio tem o objetivo de refletir sobre o fenômeno dos frades que decidem abandonar a Ordem e sobretudo as motiva-ções dessa decisão”, salientou.

Sobre o Documento da Província, Frei Jeâ, que escreveu enquanto exerceu o ser-viço de Secretário Provincial em 2019, des-tacou que o mesmo foi pensado a partir da carta pós-conciliar, de Frei Michel Perry, es-crita em maio de 2019, sobre o movimento considerável de diminuição de frades.

Assim sendo, segundo Frei Jeâ, em uma

das reuniões do Conselho de Formação e Es-tudos, o então Ministro Provincial, Frei César Külkamp, pediu que a Província fizesse um estudo e reflexão para identificar fatores que contribuem para a perda da vocação franciscana, tanto na formação inicial como permanente.

Frei Jeâ frisou que esta é também uma realidade na Igreja, apresentando o docu-mento “O dom da fidelidade, a alegria da perseverança”, da Congregação para os Insti-tutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica”. Citando a introdução, disse que é decisivo pôr-se em atitude de escuta e de discernimento, implorando, com confian-ça, à luz do Espírito Santo, para que nos ajude a ler a realidade com seriedade e serenidade.

Partilha e reflexões sobre o Capítulo Provincial

À tarde, os frades se reuniram nova-mente com a presença de Frei Antônio Mi-chels, presidente da Comissão Preparatória Capitular e coordenador da Frente de Evan-gelização das Paróquias e Santuários, para um momento de partilha e reflexões sobre o Capítulo Provincial – que será realizado em novembro deste ano. Frei Toni, como é conhecido, compartilhou as análises e os processos de maturação de pensamentos, propostas e execuções que a organização para o Capítulo está fazendo, como o levan-tamento de algumas situações, percepções e questionamento que surgiram da consulta individual dos frades da Província.

Em clima interativo, os frades parti-lharam suas ideias e impressões entre si, bem como suas dúvidas. Aproveitando a presença de Frei Toni, os frades sanaram al-gumas questões a respeito da reelaboração do Plano de Evangelização, o espaço que a Formação – tanto inicial quanto permanente dos frades – e a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola têm no Capítulo. Tanto de manhã como à tarde, os frades foram divi-didos em grupos para partilhas, reflexões e indicações.

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

Após um momento de oração, conduzi-do pelos religiosos franciscanos de Petrópo-lis (RJ), todos os frades partilharam a vida e caminhada de suas fraternidades e suas ex-periências pessoais nestes anos da forma-ção inicial. As conclusões foram enviadas depois para Comissão Preparatória do Capí-tulo. A programação do dia contou também com momentos de lazer e descanso.

No período da manhã, Frei Gabriel Dellandrea, secretário, membro da orga-nização do encontro e representante dos frades estudantes na Comissão Prepara-tória, fomentou um momento interativo e fraterno onde foram expressos e ouvidos os pensamentos, sentimentos e desafios na vi-vência do carisma franciscano nas variadas etapas da formação dos frades.

A respeito disso, Frei Januário de Car-valho, frade do Tempo da Filosofia, disse: “Sobre estes momentos de partilhas das caminhadas de cada frade e fraternidade, digo que está sendo boa. Cada um de nós tem seus pontos de vista e há uma grande base sólida de ideias das diversas fraterni-dades que podem vir a ser suporte para a formação em geral”. Frei Januário é frade da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola e chegou ao Brasil há um mês para cursar Filosofia, compondo a Fraternidade São Bo-aventura de Rondinha (PR).

Os frades do Ano Missionário e em perío-do de estudos relataram o cotidiano de cada fraternidade, os desafios e beleza da etapa formativa de cada um e os pilares do caris-ma como o espírito de oração e devoção e o próprio da vida fraterna. Emergiram diversas experiências ricas de responsabilidade, fé e esperança, dentre elas, Frei Hugo Câmara dos Santos, frade do 4º ano do Tempo da Te-ologia, que compartilhou: “Deus me encantou com a vida franciscana e é Deus que me faz continuar. Acho que todas as dificuldades e limitações que encontro no caminho são uma prova que a perseverança vem de Deus. E que também há muita alegria quando a reconhe-cemos nos irmãos, na missão, na nossa vida”.

Frei Hugo compõe a Fraternidade São Francis-co, de Duque de Caxias (RJ).

Compartilhando o Ano Missionário, Frei Ruan Felipe Sguissardi, que faz sua expe-riência no Seminário Frei Galvão de Guara-tinguetá (SP), disse: “Estar nessa experi-ência, para mim, é algo que nos ajuda e nos impulsiona, pois, a mesma nos amadurece como frade menor. Estar nessa etapa do Ano Missionário é alimentar o nosso chamado vi-venciando a cada dia o nosso sim com mais convicção e, sem dúvida, nos dá ainda mais motivações para a nossa vida consagrada franciscana”.

Em clima de gratidão por este encon-tro que desvela a vida fraterna, Frei Gabriel

PARTILHAS E TROCA DE EXPERIÊNCIAS NO 3º DIA

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

No encerramento do Encontro virtual dos Frades Estudantes, foram revisadas e encaminhadas as propostas à Comissão Preparatória do Capítulo Provincial. Além disso, o dia contou com a presença e par-

tilha do Definidor Provincial e Secretário para a Formação e Estudos, Frei João Fran-cisco da Silva, e de uma breve avaliação do encontro.

Com a oração da manhã, preparada pe-

los frades de Rondinha (PR), deu-se início à revisão das propostas, bem como a lei-tura das atas de todos os dias do evento. Frei Gabriel Dellandrea, informou que, após aprovação dos estudantes, enviaria o tex-

comentou: “Um aspecto que me salta aos olhos dentro do nosso carisma e que ainda me conduz e me embala muito é a capacida-de de vivermos em fraternidade. Fraternida-de entendida como Fraternidade-Casa dos Frades, com o seu andamento, com sua es-trutura, mas também a fraternidade numa visão maior, a fraternidade enquanto Igreja, enquanto criaturas, partilhando a vida com os demais membros da Casa Comum. E isso me faz refletir sobre valores franciscanos que nós temos como muito caros e que são atuais hoje e, talvez, sejam uma grande resposta do carisma franciscano para as inquietações do ser humano de hoje que é o respeito, o diálogo, a tolerância, a capacida-de de se colocar no lugar do outro”.

Este terceiro dia do encontro entre os confrades contou com uma análise sobre a caminhada formativa em geral: o que está bom, o que pode ser melhorado e o que está dificultando a realização da missão de cada fraternidade. Tal atitude, recordou Frei Ga-briel, é uma postura muito incentivada pelo atual governo da Ordem dos Frades Meno-res – constituído há poucos dias no Capítulo Geral - de se entenderem todos os frades como membros vivos e ativos da caminha-da e vida da Província e da Ordem, como foi ressaltado por Frei César Külkamp, Defini-dor e Visitador Geral.

O testemunho de Frei Gabriel Noguei-ra Alves, do 3º ano de Filosofia, ilustra um sentimento positivo dos confrades: “A for-

ma como estamos caminhando é sempre de progresso, em alguns aspectos os passos são bem lentos, mas os apontamentos são cada vez mais postos sob a luz de nossas discussões. O que me deixa muito animado. Sendo assim, não fica difícil imaginar no futuro uma caminhada que nos leve à uma formação que integre todos os confrades, com seus dons, em benefício do carisma”.

A programação da manhã encerrou-se com as felicitações dos confrades ao Frei Pedro Domingos Caiungue Mugiba, frade do 1º ano da Teologia, que completou 28 anos de idade. À tarde, os frades, em suas frater-nidades, reuniram-se para um momento de lazer e esporte. À noite, rezaram as Véspe-ras e celebraram a Eucaristia.

ENCERRAMENTO COM BOAS PERSPECTIVAS

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

to final para quem é de direito. Dentre as reflexões, destaca-se uma preocupação dos estudantes com o baixo número de formandos. Assim sendo, deu-se pistas para aprimoramento na animação vocacio-nal, tarefa de todos os frades e fraternida-des. Além disso, evidenciou-se a assertiva busca da Província e de seus formadores em oferecer uma formação franciscana aberta às necessidades atuais e aos ‘sinais dos tempos’.

Frei João Francisco expressou a alegria de estar presente e de saber que, mesmo em meio aos desafios dos tempos atuais, os

da formação inicial dedicar um tempo para os estudos. Então, essa identidade só vai acontecer quando cada um de nós tiver consciência de que o nosso papel funda-mental, dentro das questões prementes da nossa espiritualidade e do nosso carisma, será vivenciado no dia a dia de nossas vi-das”. Para Frei João, as pessoas olham para nós como homens de Deus, como pessoas que amenizam a dor dos irmãos. “E, se as pessoas nos identificam assim é porque nos veem como filhos de São Francisco e percebem essa identidade franciscana”, observou.

“Essa maturidade que vocês já de-monstram agora é a mesma maturidade que nós precisamos depois para que possamos responder às questões da Província, da Ordem, como um todo”, explicou Frei João. Ele lembrou que, após a formação inicial, todos farão parte da formação permanente. “Lá na frente, depois, não poderão esquecer do que refletimos hoje. Essa mesma pertinên-cia não pode secar, ser diminuída, nem deixar de existir”, ensinou.

Sobre a diminuição dos formandos, Frei João afirma que cada vez mais teremos frades mais adultos e com certa formação acadêmica, o que pressupõem outras exi-

gências de formação e novas modalidades de se fazer o acompanhamento. “Perfil do formando muda, logo o perfil do formador também deve mudar”, ressaltou.

Por fim, Frei João agradeceu aos es-tudantes pelo trabalho destes dias. “Me parece que o resultado foi exitoso e penso que esse encontro pode ser repetido, com momentos intermediários, no triênio. As questões apontadas que devem ir para a Comissão Preparatória do Capítulo são bastantes pertinentes e elas espelham também aquilo que nós desejamos e es-peramos da parte de vocês: uma participa-

ção massiva dos formandos no que tange à vida da Província como um todo. De bom grado acolhemos”, concluiu.

O Encontro dos Frades Estudantes en-cerrou com os agradecimentos da equipe organizadora e com a oração e bênção de Frei João Francisco.

Antes, os formandos congratularam--se com o aniversariante Frei Bruno Dias de Deus, nascido em 2000. Também fizeram uma avaliação do encontro e deram desta-que ao bom aproveitamento das reflexões, partilhas e troca de experiências.

Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Bruno de Deus

formandos se encon-traram e refletiram sobre a vida e missão da Província. “Isso enriquece muito para nós que acompanha-mos a formação”, declarou, lembrando que os estudantes fazem parte de todo o processo de forma-ção da Província. “O Capítulo Provincial é uma motivação para este encontro, que acontece a cada três anos, mas o que con-ta mesmo são as reflexões e partilhas que aconteceram nestes dias. Vejo uma disposi-ção muito bonita para aquilo que é a nossa realidade de Província e vocês conseguiram tocar, perceber e acolher”, avaliou. “É uma alegria saber que no futuro teremos pesso-as que também vão dar respostas às ques-tões da Província. Todas as inquietações, no que tange à revisão e avaliação de cada fra-ternidade, merecem uma atenção maior”, acrescentou.

Sobre o tema da identidade francis-cana, abordado por Frei César no segundo dia do encontro, Frei João comentou que ela acontece nos meandros do cotidiano: “Nossa Província ainda tem esse privilégio

O aniversariante Frei Bruno Dias de Deus

“O

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FRATERNIDADES

Sol nascente nos veio visitar” (Lc 1, 67-79). Foi com o nascer do sol que os frades e os devo-tos de Frei Galvão reuniram-se na manhã de 2 de agosto para o

início das celebrações do Perdão de Assis. A missa começou na parte interna do Santuá-rio. Após os ritos iniciais, como motivações e cantos, todos se dirigiram ao terreno onde será construído o novo Santuário. Antes da Proclamação do Evangelho, as costas do ce-lebrante, aos olhos do povo, o Sol desponta-va radiante. O astro luminoso não fez outra coisa senão um convite para uma louvação.

Em meio aos fiéis, encontravam-se paren-tes de Frei Galvão. Estes trouxeram as cinzas do Senhor Edson Galvão, também parente do Santo. Edson Galvão foi quem pôde receber

os frades neste Santuário, no ano passado. Grande incentivador da vida e devoção a Frei Galvão. Frei Diego Atalino de Melo, reitor, esteve por alguns meses em contato direto com o se-nhor Edson Galvão. Pôde acompanhá-lo até os últimos dias de sua vida.

Na celebração das exéquias do sr. Edson, a família expressou o desejo de poder deixar as cinzas no Santuário. A fraternidade, consentin-do e reconhecendo o grande valor deste gesto, concordou. Contudo, fizeram um pedido à fa-mília: que construísse uma capela dedicada a São José. E, nesta mesma capela, seria deposi-tada as cinzas do seu parente.

E foi nessa missa que o Filho Fernando e Frei Diego confirmaram o surgimento desta ca-pela provisória dedicada a São José, enquanto não surge o Santuário. A capela será simples,

em vista do seu tempo provisório. O dia do Perdão de Assis foi celebrado

também no Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista, na Canção Nova. Ao meio-dia, os frades Diego e Leandro celebra-ram para todo o Brasil, por meio da emissora do Santuário. Frei Diego, ao seu modo, fez a pregação; e Frei Leandro Costa, com o violino, ao seu modo, contribuiu durante a pregação. Ainda na Canção Nova, Frei Leandro participou do programa “Juntos somos mais”, refletindo acerca da temática do Perdão de Assis.

Um dos maiores e exigentes serviços do Santuário Frei Galvão são as confissões. Na celebração das 15h, propositalmente neste dia do Perdão, foram inauguradas três capelas penitenciais (confessionários). Esteve presen-te Dom Diamantino de Prata de Carvalho, OFM, bispo emérito da diocese de São Lourenço - MG.

Para finalizar o dia, foi celebrado o Perdão de Assis com a temática da Esperança. Todas as primeiras segundas-feiras de cada mês, o San-tuário recorda os falecidos, juntamente com as famílias enlutadas. Essa celebração nasceu nes-te contexto de pandemia, ao perceber as dores e tristezas das pessoas que acorriam ao San-tuário. Celebração ideal, que veio ao encontro do Perdão de Assis. Uma vez que a indulgência plenária pode ser destinada aos falecidos.

Por essas e tantas outras coisas ocorridas na vida deste Santuário, somos tomados pela ideia de que aqui, a seu modo, é uma pequena Porção, onde Deus e sua Bem-Aventurada Mãe comunica-se com o seu povo.

Texto: Comunicação Santuário Frei Galvão

Fotos: Tv Web Frei Galvão

Primeira Celebração do Perdão de Assis no Santuário Frei Galvão

“O

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Frei Fidêncio Vanboemmel pre-sidiu, no dia 11 de agosto, a sua primeira solenidade franciscana como Ministro Provincial. “Nós necessitamos, sim, de uma humanidade reconciliada e

pacificada. Quantas discórdias, quan-tas divisões, quantos radicalismos! Necessitamos de uma humanidade transfigurada, mais transparente, mais nítida, mais clara, mais justa, mais fra-terna. Necessitamos de uma humani-dade compadecida como Santa Clara tantas vezes se compadeceu diante da dor”, disse Frei Fidêncio na Missa solene de Santa Clara de Assis, às 10 horas, no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, que teve como concelebrantes o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella e o guardião da Fraternidade São Francisco, Frei Mário Tagliari.

Na sua acolhida, Frei Mário falou da

Ministra da Fraternidade das Chagas da Ordem Franciscana Secular, Maria Aparecida Crepaldi. Falou às Irmãs Clarissas, especialmente as que estão no território da Província: “Que Deus as abençoe e as santifique para que possam, a partir de seus respectivos mosteiros, serem luz para a humanida-de de hoje”.

A festa de Santa Clara, no Conven-to do Largo São Francisco, foi prepa-rada com uma Novena, tendo como tema: “Santa Clara, luz para uma nova humanidade”. “Além das invocações que fazíamos ao longo da novena, a partir da Ladainha dedicada a Santa Clara, procuramos também, inspirados na Palavra de Deus, meditar aspectos da vida de Santa Clara para dizer do quanto o brilho de Santa Clara conti-nua a clarear os nossos dias”, explicou o celebrante.

Para o Ministro Provincial, como

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Santa Clara de Assis

Frei Fidêncio: Santa Clara é exemplo e inspiração para uma nova humanidade

eleição de Frei Fidêncio e lembrou que ele e Frei Medella residiram neste tra-dicional Convento. “É com uma alegria muito grande que nós os acolhemos”, saudou, pedindo uma salva de palmas.

Frei Fidêncio saudou os fiéis paro-quianos, de forma presencial ou virtual através das mídias sociais do Convento e também dirigiu sua saudação à

São Paulo

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no seu tempo, na Idade Média, Clara de Assis continua a ser para nós luz e inspiração, tanto para os homens como para as mulheres, “para juntos construirmos uma nova humanidade”.

“Por que uma nova humanidade?”, perguntou. “Todos nós sabemos do grande estrago causado pela pan-demia Covid-19 com suas variantes. Além das perdas humanas, essa pandemia também mexeu com todas as nossas estruturas sociais, econômi-cas e até religiosas. Doeu muito ver as igrejas vazias e a pouca presença de fiéis, exatamente pelo cuidado, pelo respeito, que nós devemos ter uns aos outros. Então, essa pandemia, além das grandes perdas humanas, mexeu

com todos. E muitas das feridas, já presentes na vida da humanidade, agravaram-se, especialmente as feridas das pessoas mais pobres, mais vulne-ráveis, que perderam o seu trabalho ou faliram nos seus empreendimentos. Basta olhar a Rua São Bento aqui na nossa frente”, avaliou o celebrante.

“Também não podemos negar, justamente nesse tempo da pande-mia, o gemido da nossa Mãe Terra, que no mundo inteiro acolheu mais de 4 milhões e 300 mil vidas, sendo só no Brasil mais de 565 mil vidas”, ressaltou, lamentando que mesmo assim essa Mãe Terra continuou sendo agredida, ferida e machucada com as grandes queimadas dos biomas naturais. “Nós

vimos muito de perto, através das redes sociais, as grandes queimadas da Amazônia, do Pantanal e de outras regiões. Ninguém pode negar essa realidade”, lamentou.

Segundo Frei Fidêncio, em meio a muita desesperança e tristeza, Santa Clara é fonte de inspiração para uma nova humanidade. Para isso, tomou como referência a carta de Santa Clara para Santa Inês de Praga: “Não se deixe envolver pela amargura e o desâni-mo, senhora amada em Cristo”. “Essa expressão, ‘amargura e desânimo’, que havia na Idade Média, também existe no nosso tempo. E Clara de Assis vem ao nosso encontro como luz, para dizer aos homens e mulheres de hoje que não nos deixemos envolver por esse discurso, muitas vezes, negacio-nista, discurso de pessoas derrota-das e desanimadas. Não se deixem envolver pela amargura e desânimo. E ela diz nesta mesma carta: ‘Devemos ser sustentáculos para os membros vacilantes no seu corpo inefável’. Clara se entende assim dentro da Igreja e no mundo, mesmo vivendo recolhi-da no claustro. Ser sustentáculo dos corpos vacilantes. É a nossa realidade, é o nosso tempo, a nossa história, a nossa vida. É a vida de tantas famílias”, observou Frei Fidêncio.

Frei Fidêncio descreveu a história de Santa Clara a partir do próprio nome, que é caracterizado pela luz. Citou a bula de canonização que confirma essa luminosidade. “Clara, preclara por seus claros méritos, clareia claramente no céu pela claridade da grande glória, e na terra pelo es-plendor dos milagres sublimes”. E na mesma bula se diz: “O mundo recebeu de Clara um claro espelho de exem-plo: Brilhou no século, brilhou na vida, irradia depois da morte. Foi clara na terra e reluz no céu!”.

Para Frei Fidêncio, uma nova humanidade só é possível de ser construída quando o coração huma-

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A Paróquia Santa Clara de Imbariê, bairro da cidade fluminense de Duque de Caxias, realizou uma intensa preparação e uma bonita festa para a sua Padroeira. O tema da festa desse ano foi: “Santa Clara e a vocação de cada um de nós”.

O lema, por sua vez, foi tirado do Testamento de Santa Clara: “Entre os benefícios que recebemos diariamente do Pai das misericórdias, está a nossa vocação, que quando maior, mais a Ele é devida”. Ambos surgem para reafirmarem a importância da reflexão vocacional neste mês de agosto, bem como também para recordar os grandes dons que Deus concedeu à comunida-

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Duque de Caxias

Paróquia Santa Clara de Imbariê celebra a sua Padroeira

no se deixa transformar a partir das virtudes que podemos ler em Nosso Senhor Jesus Cristo. “Foi isso que fez Clara de Assis. Nós necessitamos, sim, de uma humanidade reconciliada e pacificada. Quantas discórdias, quan-tas divisões, quantos radicalismos! Necessitamos de uma humanidade transfigurada, mais transparente, mais nítida, mais clara, mais justa, mais fraterna. Necessitamos de uma humanidade compadecida como Clara tantas vezes se compadeceu

diante da dor, seja das irmãs interna-mente no mosteiro seja dos homens e das mulheres do lado de fora do mosteiro. Basta de violências, de agressividades, de guerras malucas, de interesses. Sim, precisamos de uma humanidade mais compadecida com as dores dos irmãos, das irmãs e de toda a criação”, pediu.

“Meus irmãos e irmãs, que San-ta Clara nos ajude, nos inspire e, se pudermos, vamos procurar nos aprofundar um pouco mais na mística

de Santa Clara, creio que ela tem pa-lavras, assim como São Francisco, para cada um de nós. Ela é exemplo, ela é inspiração, mesmo vivendo recolhida num mosteiro. Ela resplandeceu para fora. Ela foi aquela árvore frondosa que estendeu seus ramos através de novos mosteiros pelo mundo afora. Ela é essa luz que brilha para nós e ilumi-na nossas vidas e nossos corações”, completou.

A Celebração Eucarística terminou com a bênção do pão de Santa Clara.

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de paroquial com a vida e vocação de cada pessoa.

E para bem vivenciar essa festa foram realizadas algumas ações de preparação. Uma delas foi a Trezena on-line de Santa Clara, com vídeos publicados na página do Facebook da Paróquia. Foram 13 vídeos com mulheres da Paróquia para exaltar ainda mais o protagonismo femini-no, inspirado em Clara de Assis. Nes-ses vídeos, uma mulher da comuni-dade partilhava um trecho da vida de Santa Clara e outra partilhava um pouco de sua vocação. Foram mães, enfermeiras, catequistas, lideranças leigas que contaram um pouco do

seu sim a Deus. No último dia da Trezena, a Irmã Catequista Francisca-na Terezinha Boni completou o ciclo de partilhas vocacionais, contando a sua trajetória de vida como consa-grada.

Uma outra ação, desta vez presencial, foi o tríduo nas co-munidades. No primeiro dia, em comunhão com a comunidade São Domingos, que celebrou nessa data o seu Padroeiro, cada comunidade confeccionou um “Presente para Santa Clara”: uma cesta de materiais de higiene e alimentos que serão enviados às Irmãs Clarissas de Nova Iguaçu. No segundo dia, cada comu-nidade rezou um terço vocacional. E no último dia houve uma celebração de ação de graças pelas vocações presentes na comunidade. Tudo isso envolto num clima simples, alegre e fraterno.

Por fim, no dia de Santa Clara (11/08), a comunidade paroquial se reuniu por representantes (para respeitar os protocolos da pande-mia) no centro paroquial, às 19h30. Numa linda missa festiva, aos embalos de cantos franciscanos, os paroquianos puderam observar uma linda ornamentação, compondo ela com símbolos levados na procissão

de entrada que representavam a vida de Santa Clara. Também alguns artistas da Paróquia expuseram suas artes sobre a Padroeira na exposição: “Santa Clara por nossos olhos”.

Na homilia, o pároco, Frei João Reinert ressaltou algumas caracte-rísticas fortes da espiritualidade Cla-riana: a) Clara manifesta marcas de santidade: por isso nossas comuni-dades devem realçar esse modo de ser através da amizade, do cuidado, da determinação para aquilo que é certo; b) Clara ilumina as trevas: a sua clareza estava em seu caráter, na sua visão de mundo. Diante de tanta “escuridão” hoje, somos convidados com Clara a iluminar as situações tenebrosas e que nos envolvem, como o negacionismo, o egoísmo, o discurso de ódio… c) São Damião não é só lugar geográfico mas indica uma postura de vida: é uma espi-ritualidade, uma forma de ser. São Damião é cada comunidade nos seus espaços de trabalho e pastorais. São Damião é cada casa. São Damião são os espaços onde acontece a transformação do mundo, pois essa transformação vem dos pequenos espaços e não dos palácios.

Ao final da celebração, Frei João conduziu um breve momento de bênção da imagem de Santa Clara, introduzida na celebração, e que agora vai compor o espaço do centro paroquial. A imagem foi uma doação da família de Frei João em gratidão pelas orações da comuni-dade como apoio durante o tempo em que a mãe do frade, D. Beatriz, esteve hospitalizada por conta da Covid-19. Hoje, graças a Deus, ela se encontra bem e com a família. Em seguida, como de costume, as Irmãs Catequistas Franciscana cantaram a Bênção de Santa Clara de Assis.

Frei Gabriel Dellandrea

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“Assumir a missão evangeliza-dora seguindo a grandeza do carisma franciscano”, esse é o objetivo deste San-tuário. E são as recordações das grandes festas litúrgicas

da Família Franciscana, que farão deste espaço sagrado um grande centro de propagação do Evangelho, conforme a intuição carismática de Francisco, Clara e Frei Galvão.

Santa Clara de Assis, a “plantinha de São Francisco”, ganha espaço pela primeira vez neste Santuário. A vida e

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Guaratinguetá

Santa Clara de Assis celebrada no Santuário Frei Galvão

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ensinamentos de Santa Clara passa-rão a ser sinais aos devotos e peregri-nos deste Santuário de Frei Galvão. Frei Diego Melo, durante a missa solene das quinze horas, pôde dizer: “Ao lado de Francisco de Assis estava uma grande mulher, Clara. Dela, a for-ça de uma mulher na vivência desta nova forma de vida”. São os dois, Clara e Francisco, que darão sentido e dire-ção à vida e Pastoral deste Santuário.

O Tríduo em preparação à festa teve os temas: “Santa Clara e a Eu-caristia’’, “Santa Clara e o Espelho” e “Santa Clara e a pobreza”. No primei-ro dia do Tríduo, estiveram presentes as Irmãs Clarissas, do mosteiro “Mater Christi”, de Guaratinguetá.

Existem muitas coisas atreladas à história e tradição dos santos. Daí dependendo do santo poderão exis-tir costumes, devoções, cultura e até mesmo culinária. Sim, culinária.

Ligado ao nome de Santa Clara, temos os “pastéis de Santa Clara”, que nasceu num mosteiro de Clarissas, em Portugal. Numa aventura junto aos voluntários, os frades buscaram essa receita e fizeram chegar às pessoas esse do-cinho durante a festa deste ano. As pessoas que celebravam o Tríduo, eram convidadas a experimentar esse docinho. Foi um sucesso de primeira, confirmam os frades.

Para o coroamento desta festi-vidade, após a Missa solene, houve uma live dedicada a Santa Clara de Assis: “Noite Clara”, foi o nome. Uma iniciativa da Conferência da Família Franciscana do Brasil, região de São Paulo, com produção e transmissão da TV Web Frei Galvão, do Santuário.

Frei Florival Mariano e banda puderam cantar e tocar canções que exaltavam a vida de Santa Clara

de Assis. O repertório com muitas canções, arranjadas pela própria banda. Dentro da programação da live, houve alguns depoimentos e testemunhos de irmãos e irmãs que, tributavam à vida de Santa Clara louvores e reconhecimento a partir de sua claríssima vida e santidade. Dentre alguns depoimentos, tivemos a fala de uma clarissa, Irmã Maristela, que naquela noite fazia seus votos perpétuos. Esse depoimento foi gravado antecipadamente e transmi-tido dentro da live.

Com abertura para o povo, algumas pessoas que frequentam o Santuário fizeram-se presente. Pela primeira vez muitos tiveram conta-to com a espiritualidade de Santa Clara de Assis. Como foi uma live, a transmissão teve grande adesão. Mais uma vez percebe-se a criativi-dade neste período de pandemia. Assim como Clara de Assis, que no final de sua vida, limitada pela doença, impossibilitada de sair de casa para celebrar a missa junto às irmãs e irmãos; os fiéis, simpatizantes e religiosos da Família Franciscana, mesmo que a distância, participaram de suas casas desta “noite clara’’!

Rogamos a Deus pedindo-lhe bênçãos e graças pela valorosa inter-cessão Santa Clara de Assis, fiel serva de Cristo. Que sua vida, delicada e vigorosa, seja um sinal eloquente às nossas vidas. Que as noites de nossas vidas sejam iluminadas segundo à luz do Santo Evangelho.

Santa Clara de Assis, rogai a Deus por todos nós. Em especial por este Santuário de São Frei Galvão. Que “o Senhor que deu o bom começo, nos dê a graça do crescimento e da perseverança até o fim”.

Texto: Comunicação Santuário Frei Galvão

Fotos: Tv Web Frei Galvão

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Com muita alegria, a Comuni-dade Santa Clara se reuniu na noite da quarta-feira (11/8) para celebrar a Solenidade de sua Padroeira. Como bem lembrou o pároco, Frei Djal-

mo Fuck, que presidiu a celebração, é uma alegria encontrar a comuni-dade reunida, já que no ano passado não foi possível. Este ano, graças às flexibilizações das normas sanitárias e ao avanço da vacinação contra a Co-vid-19, foi possível celebrar de forma presencial, respeitando o distancia-mento e o uso de máscara e álcool, mas também no formato virtual, com transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube da Paróquia Nossa Senhora do Rosário.

Em sua homilia, Frei Djalmo des-tacou a feliz coincidência de celebrar a Festa de Santa Clara na Semana Nacional da Família, já que Clara sem-pre procurou viver em comunidade. O pároco lembrou que, além da nossa família de sangue, temos também a família espiritual que é chamada de Igreja, dada a Deus por nós, e que, em ambas as famílias, passamos por tribulações, mas não podemos jamais perder a esperança.

Esta Comunidade, amparada por sua Padroeira, jamais perdeu a esperança. ‘Podem nos tirar tudo, só não podem nos tirar a esperança’. […] É como olhar para Santa Clara com o Ostensório na mão: podem lhe tirar tudo, menos aquilo que ela carrega de mais importante, que é Jesus no Santíssimo Sacramento.

Dando continuidade à sua reflexão,

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Vila Velha

Santa Clara é celebrada em Comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Rosário

o frade recordou que Santa Clara sem-pre encontrou na comunidade e em Jesus forças para permanecer firme e fez um importante lembrete aos fiéis: “Ninguém pode viver longe da família ou da comunidade. Na família encon-tramos o alimento necessário para existirmos enquanto seres humanos e, na comunidade, o espaço para viver-mos nossa fé. Ainda não conseguimos nos reunir plenamente, mas sabemos da necessidade de viver em comuni-dade. Estamos habituados a acompa-nhar tudo pelas redes sociais, mas o grande desafio que permanece assim que tudo isso for passando é resgatar a vida em comunidade que se faz no encontro, para rezar, receber a Eucaris-tia, ouvir a Palavra, festejar. Não existe uma realidade que substitua o encon-tro por mais belo que seja participar

das celebrações em casa. Isso não é suficiente, pois os discípulos de Jesus precisam uma hora se encontrar, não podemos viver uma fé ‘delivery’, pois uma hora precisamos ir para o fogão. Olhando para Santa Clara, precisamos recuperar a alegria do encontro!”

Ao final da Missa foram sorteados terços e uma bicicleta para os paro-quianos que participaram dos dias de festejo na Comunidade. A cada dia, ao chegar para a celebração, eles receberam um número para concorrer aos prêmios no dia Solene. Além dos brindes, ao sair da Igreja, eles também puderam receber um delicioso bolo preparado por voluntários da Comuni-dade, o bolo de Santa Clara.

PASCOM - Paróquia Nossa Senhora do Rosário

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Santa Clara de Assis foi celebrada na Paróquia Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba, na Missa das 18 horas, presidida pelo pároco Frei Alexandre Magno. Na

sua homilia, recordou a história da fundadora da segunda Ordem e mostrou que a imagem dela ocupa lugar de destaque no interior da igreja, ao lado de São Francisco em Santa Maria dos Anjos (foto acima).

Frei Alexandre ressaltou a humil-dade e pobreza de Clara, que não queria exercer a função de mando. Segundo ele, ela agia como mãe. “Outra exigência que queria era viver com o trabalho das próprias mãos e com as esmolas. Esse estilo de vida

não existia na Igreja, e os mosteiros viviam de suas posses. Por isso, a Igreja tinha dificuldade de aceitar esse projeto”, recordou o frade.

“Mas ela lutou muito por isso e foi a primeira a escrever uma Regra própria, onde queria que fosse man-tido o privilégio da santa pobreza. A Igreja aprovou sua regra de vida um pouco antes de sua morte”, lembrou.

“Clara, como diz alguns biógrafos, foi muito determinante na vida e nas escolhas de Francisco. Clara tinha um cuidado com os mais necessi-tados e com a dor do outro. Essa atitude influenciou São Francisco”, contou, acrescentando: “É impossível pensar o franciscanismo sem essa dupla face: Francisco e Clara”.

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Curitiba

“É impossível pensar o franciscanismo sem essa dupla face: Francisco e Clara”

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Com as Irmãs Clarissas

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Colatina

A Fraternidade da Paróquia Santa Clara de Colatina, constituída pelo guardião Frei Jeferson Palandi Broca, pelo pároco Frei Roberto Aparecido Pereira e Frei

João Lopes da Silva, celebrou com as Irmãs Clarissas do Mosteiro da Santíssima Trindade no dia de Santa Clara de Assis, às 7 horas. Mais tarde, às 16 horas, na Comunidade São Vicente de Paulo.

Residem atualmente no Mos-teiro Santíssima Trindade 22 Irmãs

Clarissas, que se dedicam totalmente à vida de oração e contemplação, trabalho e vida fraterna. Vivendo a mesma inspiração divina que viveu Clara de Assis, como “guardiãs do carisma Clariano, sendo sentinelas da manhã, faróis na noite escura da humanidade, raios de luz do Coração da Trindade”.

A comunidade das Irmãs Claris-sas do Mosteiro Santíssima Trindade teve início no ano 1991, através de um pedido do então Bispo Diocesa-no da cidade de Colatina – ES, Dom

Geraldo Lyrio Rocha, que em sua car-ta/pedido dizia: “Julgo uma grande bênção de Deus poder contar, desde o início da Diocese, com a presença orante de uma comunidade con-templativa. A meu ver uma Igreja local está incompleta se nela não houver uma comunidade contem-plativa, sinal luminoso do Reino e convite permanente à oração e à penitencia”.

A Paróquia de Santa Clara cele-brou sua Padroeira com o tríduo nos dias 12, 13 e 14 de agosto.

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Imitar o exemplo de Santa Clara de Assis para responder fielmente ao chamado do Senhor. Este foi o convi-te do Santo Padre dirigido a todos nós na Audiência Geral deste dia 11 de agosto, quando é celebrada a memória litúrgica da fundadora das Clarissas e Padroeira da televisão:

Hoje celebramos a memória de Santa Clara de Assis, modelo lumi-noso de quem soube viver com co-ragem e generosidade a sua adesão a Cristo. Imitem seu exemplo para que possam, como ela, responder fielmente ao chamado do Senhor.

A primeira mulher a escrever uma Regra era forte e determinada; ela obteve a aprovação, por parte de Gregório IX - sigilada em 1253 com a Bula de Inocêncio IV - do “privilégio da pobreza” e do ardente desejo de “observar o Evangelho”.

Santa Clara faleceu no dia 11 de agosto de 1253 no chão nu do Mosteiro de São Damião. Seus lábios sussurram a última oração de ação de graças: “Senhor, vós que me criastes, sede bendito”. Dois anos mais tarde foi proclamada Santa por Alexandre IV.

Ao visitar a Basílica de Santa Clara em Assis, em 4 de outubro de 2013, o Papa Francisco dirigiu-se às monjas de clausura afirmando que a contemplação das religiosas é “a realidade de Jesus Cristo. Não ideias abstratas, porque elas tornam a cabeça árida. A contemplação das chagas de Jesus Cristo! E levou-as para o Céu, sim, levou-as! Este é o

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Papa Francisco

Papa: exemplo de Santa Clara nos ensina a responder ao chamado do Senhor

caminho da humanidade de Jesus Cristo: sempre com Jesus, Deus-ho-mem”: “Sempre com Jesus Cristo, sempre. A humanidade de Jesus Cristo! Porque o Verbo veio na car-

ne, Deus fez-se carne por nós, e isto dar-nos-á uma santidade humana, grandiosa, bonita e madura, uma santidade de mãe. E a Igreja quer que vós sejais assim: mães, mães, mães! Deveis dar vida. Quando vós orais, por exemplo, pelos sacerdo-tes, pelos seminaristas, mantendes com eles uma relação de materni-dade; mediante a oração vós contri-

buís para fazer deles bons Pastores do Povo de Deus”.

É muito bonito – disse ainda Francisco – “quando as pessoas vão ao locutório dos mosteiros, pedem

orações e falam dos seus problemas pessoais. Talvez a religiosa nada diga de extraordinário, mas uma palavra que lhe brota precisamente da con-templação de Jesus Cristo, porque a religiosa – como a Igreja – percorre o caminho que a leva a tornar-se perita em humanidade.”

Vatican Media

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FRATERNIDADES

erca de quinhentos fiéis subiram ao Convento da Penha para a Celebração do Perdão de Assis que teve início às 19h do dia 30 de julho. Apesar do frio, todos foram convidados a alargar os

ouvidos para acolher o desejo expresso por Francisco de Assis há mais de 800 anos: “Ir-mãos, quero levar-vos ao Paraíso”.

Tudo foi preparado por uma equipe de voluntários do Convento e da Paróquia Nos-sa Senhora do Rosário de Vila Velha. Desde o portão principal de acesso até o Campinho, os fiéis eram orientados sobre a necessida-de de utilização de máscara de proteção fa-cial sobre o nariz e a boca, bem como a não utilizar velas, por conta do risco de incêndio.

Na chegada ao Campinho eram acolhidos com os cantos “Doce é Sentir”, “Onde Reina o Amor” e “Ó Luz do Senhor”.

A voluntária Valéria Tanure e o guar-dião da Penha, Frei Paulo Roberto, fizeram a apresentação, abertura e motivações iniciais. “A celebração do Perdão de Assis, que normalmente acontece na sexta-feira que antecede o dia 02 de agosto, tornou-se tradicional para uma multidão de fiéis que anualmente se dispõe a rezar conosco”, lembrou Frei Paulo.

A encenação preparada pelos jovens paroquianos do Rosário deu sequência à ce-lebração. O jovem Mateus Maretto, interpre-tando São Francisco, encenou o encontro com Santa Clara (interpretada pela jovem Luana Ferreira Reis) diante da Cruz de São Damião. Em seguida, em quatro cenas, os dois encontraram uma pessoa esfomeada e

Frei Paulo: “Mais do que nunca é hora de celebrar o Perdão de Assis”

PENHA

C

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FRATERNIDADES

Francisco lhe entrega um prato de comida; um enfermo pelo caminho foi acalentado pelo abraço sincero do Pobrezinho de Assis. A terceira cena ilustrou jovens abandonados e marginalizados sendo abraçados por Clara e Francisco. Por fim, a última cena da pri-meira parte da encenação foi um momento marcante num contexto que se fala tanto de armas, violência, “justiça armamentista”. Francisco entregou flores para dois rapazes armados, ou seja, a paz sempre prevalece sobre a guerra.

Logo após a primeira encenação, ao som de “Ninguém Te Ama Como Eu”, teve início a parte litúrgica com a proclamação da Pala-vra de Deus (Evangelho das Bem-Aventuran-ças) e a exortação feita pelo Frei Paulo Ro-berto. “Os tempos que vivemos exigem que nossos relacionamentos sejam regidos por maior lucidez, fraternidade, perdão. A pan-demia do novo coronavírus trouxe doença física que, só no Brasil, levou à morte quase seiscentas mil pessoas. Uma tragédia que a todos entristece. A pandemia não trouxe só a morte, ela também desencadeou pro-cessos de dissensão que aprofundaram as distâncias entre pessoas, famílias e comu-nidades. Além disso, o medo, a insegurança, o sentimento de impotência e de abandono

corroeram o equilíbrio das pessoas. Por isso, mais do que nunca, é necessário a reconci-liação. Mais do que nunca é hora de celebrar o Perdão de Assis”, disse Frei Paulo no início da reflexão.

O frade enfatizou bastante a importân-cia de perdoar, assim como o próprio Cristo manda. “As páginas do Evangelho estão re-cheadas de experiências do acolhimento e do perdão. Através das suas palavras e de seus gestos Jesus vai desvelando o rosto misericordioso do Pai. Quem acolhe o per-dão de Jesus se faz discípulo dele: quantas vezes devemos perdoar? 70 x 7”, e com-pletou: “O perdão dado ao outro é gesto de grandeza sem par. No entanto, o perdão dado a si mesmo é incomparavelmente mais transformador. Não se trata de mera aceitação fatalista ou aquele sentimento de satisfação consigo mesmo que anula a capacidade de conversão. O autoperdão é encontro com as fragilidades e limitações da própria vida, não para morar nelas, mas encontro capaz de gerar compreensão, entendimento, oferecimento, dádiva. Por vezes somos cruéis conosco mesmos, nos cobramos além das nossas forças, não nos permitimos o fracasso, não acolhemos nos-sa fraqueza, nossa carência”.

Ainda durante a exortação, Frei Paulo pediu: “Hoje é dia de um aceno de reconci-liação àquele que me ofendeu ou foi ofendi-do por mim. Hoje é dia de dizer, por favor, me desculpe, ou, por amor eu desculpo você. Hoje é dia de deixarmos de lado rixas cul-tivadas ao longo desses últimos anos. Hoje é dia dos casais rezarem cantando assim: ‘que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão’”, concluiu.

Após a exortação, Valéria e Frei Paulo leram alguns versículos bíblicos que con-têm a experiência do perdão em diferentes situações. A celebração se fez também li-túrgica e não apenas representação, afinal aos que rezaram no Campinho e na internet, estava reservada a Reconciliação. Assim que Frei Pedro de Oliveira convidou os fiéis a professarem publicamente a fé na oração do Credo, o rito de perdão foi iniciado. Frei Pedro conduziu a Renovação das Promessas Batismais, abençoou a água (que no final foi aspergida sobre os devotos) e concluiu a oração.

Antes da bênção final devotos foram convidados a espalhar a alegria desta notí-cia: reconciliados e enviados a gerar recon-ciliação.

Cristian Oliveira

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FRATERNIDADES

Na tarde do dia 19 de agosto, reali-zou-se o Encontro do Regional do Estado do Rio de Janeiro (RJ). Os frades das Fraternidades de Petró-polis, São João do Meriti, Rocinha,

Rio de Janeiro, Niterói e de Duque de Caxias estiveram presentes no evento que acon-teceu de forma virtual e com momentos de encontro entre as próprias fraternidades. O Ministro Provincial e Moderador da Formação Permanente, Frei Fidêncio Vamboemmel, e o

alizou-se entre os frades das fraternidades, de modo presencial, uma partilha acerca dos pontos apresentados pelo texto. A pergunta que norteou as reflexões foi: A síntese pro-posta espelha os anseios de todos os frades da Província? Sendo assim, após a partilha por residências, cada frade representante de sua respectiva fraternidade pôde apresentar para todos os presentes as sugestões, refle-xões, desafios e alegrias que envolvem o todo da missão evangelizadora da Província.

que está sendo feito a partir da leitura da síntese apresentada pela Comissão Prepara-tória”, garantiu. “Creio que essa é uma forma concreta onde nós queremos de fato nos fortalecer naquilo que nos une e buscar um caminho novo, a partir do que nos diferencia e que precisa ser solucionado”.

Explicou que a previsão era que o Capítu-lo fosse intermediário, mas que se transfor-mou em um Capítulo Eletivo, após a eleição de Frei César Külkamp para Definidor Geral da

Frades se reúnem para o Encontro Regional do Rio de Janeiro

Definidor Provincial e Secretário para a For-mação e Estudos, Frei João Francisco da Sil-va, também marcaram presença na reunião.

Em clima de alegria, os frades foram aco-lhidos pelo coordenador Frei Ivo Müller, que após as boas vindas explicou a dinâmica dos trabalhos do dia, evidenciando que as refle-xões seriam em torno da síntese apresentada aos frades, pela Comissão Preparatória do Ca-pítulo Provincial, previsto para acontecer em novembro. O texto final foi elaborado a partir das consultas às bases, realizadas no primei-ro semestre deste ano.

Já no segundo momento do encontro, re-

O Ministro Provincial começou sua reflexão a partir do artigo 188 das Constituições Gerais, da Ordem dos Frades Menores, afirmando que o Capítulo deve ser o primeiro sinal de comu-nhão fraterna. “Comunhão fraterna porque nos unimos a partir das forças que nós temos, daquilo que nos somos, daquilo que cada um pessoalmente vive, bem como a partir de nos-sas fraternidades nas suas diferentes missões e trabalhos evangelizadores”, ressaltou.

Para Frei Fidêncio, no Capítulo se quer fortalecer aquilo que une os frades e ao mes-mo tempo encontrar uma saída nos caminhos de diferenças e desafios. “Esse é o trabalho

mos adiante e tecermos um novo caminho”, frisou. “Vemos que o horizonte é bastante positivo entre os frades. Por isso, é preciso nos debruçarmos sobre certas questões e nos envolvermos na discussão daquilo que é próprio nosso. Vamos crescendo juntos en-quanto Província”, afirmou.

No final, apresentou-se um vídeo do Coral dos Canarinhos de Petrópolis, que no último dia 15 de agosto completou 79 anos. A bênção final do Ministro Provincial encer-rou o encontro.

Frei Augusto Luiz Gabriel

Ordem e Visitador para a Província da Imaculada. Fez menção dos traba-lhos que vêm sendo re-alizados na organização do Capítulo, bem como a visita canônica de Frei César às fraternidades.

Para Frei João Fran-cisco é importante fazer o exercício de olhar para a Província com espe-rança. “Temos muito vi-gor para isso. E isso nos enobrece enquanto Pro-víncia. É preciso pensar-

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FRATERNIDADES

Paróquia São Luiz Gonzaga celebrou, no dia 25 de julho, São Cristóvão, o santo Padroeiro dos colonos e mo-toristas. Em carreata, os veículos saíram de frente da igreja Matriz de

Xaxim, SC, e seguiram até o bairro Ari Lunardi, na Comunidade de São Cristóvão. O pároco Frei Gilson Kammer presidiu a celebração em fren-te à igreja da Comunidade.

A 38ª Festa de São Cristóvão teve início no dia 21 de julho com o Tríduo. A cada dia, um tema era refletido. As celebrações foram na igreja do bairro Ari Lunardi, às 19h, com transmissão pela página do Facebook da Comunidade.

Xaxim possui muitas empresas de transpor-te rodoviário e deixam as carreatas mais belas. E neste ano a tradição não foi diferente! Os veícu-los seguiram em procissão atrás da imagem de São Cristóvão levada por um trator até o bairro, onde receberam a bênção.

A Santa Missa teve início às 10h30. Em cima da carroceria do caminhão foi montado o altar para a celebração. A comentarista iniciou apre-sentando o tema: “São Cristóvão e a Comunida-de”. Depois, os jovens apresentaram um breve histórico desses anos de festa. Em sua homilia, Frei Gilson, agradeceu a todos que estavam pre-sentes pela bonita festa. “Hoje, além de São Cris-

tóvão, Padroeiro do colono e motorista, também vamos celebrar o Dia dos Avós”, disse o pároco.

Conforme o frade, o Evangelho do dia é bastante atual ao falar da partilha do pão e do cuidado que temos para com a nossa família. “As maneiras como produzimos o pão, que é o pão da alegria. Lembramos que no evangelho de hoje Jesus usa o pão como sinal de partilha no milagre da multiplicação, como cuidado”, afirmou Frei Gilson.

Para o celebrante, Deus nos pede para que partilhemos o pouco que temos, o que somos. “Quando falamos de pão lembramos da hóstia,

da Eucaristia de Cristo, que lembra a vida, a fé, o cuidado e a paciência. Devemos valorizar o que temos e o que somos”, disse. E seguiu: “Hoje, também lembramos de nossos avós, que par-tilham seus ensinamentos para que possamos ser melhores netos e filhos. Eles cuidam de nós e nos protegem. Quando falamos dos avós, lembramos de Sant’Ana e São Joaquim, avós de Jesus. São pessoas tão especiais na vida de todos nós, pois nos recordam amor e alegria em família. Que Deus abençoe a Comunidade, os motoristas, os colonos e os avós”.

A 38ª Festa de São Cristóvão teve animação do Grupo de Jovens Missionários e da Pastoral da Juventude da Comunidade nas leituras.

Pascom da Paróquia São Luiz Gonzaga

Padroeiro dos colonos e motoristasé homenageado em Xaxim

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FRATERNIDADES

Arcebispo de Sorocaba, Dom Jú-lio Endi Akamine, SAC, presidiu a Missa Solene no dia 6 de agosto, festa do Padroeiro da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos, que recor-

dou também os 95 anos de fundação desta Paróquia e os 85 anos de presença dos Fra-des Menores nesta cidade, conhecida como a Manchester paulista em virtude das seme-lhanças com a inglesa Manchester, uma das pioneiras na implantação de extenso parque industrial.

Presentes toda a Fraternidade Fran-ciscana - Frei Benedito Gonçalves, pároco da Paróquia Bom Jesus, Frei Gilberto Pisci-telli, guardião e pároco da Paróquia Santo Antônio, Frei Rozântimo Antunes Costa e Frei José Raimundo de Souza - e os fiéis paroquianos, que participaram observan-

SOROCABA

Paróquia Bom Jesus dos Aflitos celebra 95 anos de fundação e 85 anos da presença franciscana

do as normas sanitárias. Quem não esteve presente, pôde acompanhar pela página do Youtube da Paróquia.

Segundo o Arcebispo, hoje, em vários lugares se celebra a Festa do Bom Jesus. “É o caso desta Paróquia, no dia da Transfigu-ração do Senhor. E hoje também rendemos graças a Deus pelos 85 anos de presença dos frades franciscanos aqui na nossa Ar-quidiocese de Sorocaba. Queremos render graças a Deus por essa presença tão frutuo-sa, tão boa para esta Igreja particular. Reze-mos ao bom Deus para que abençoe muito a Ordem dos Frades Menores, e tenha muitas e santas vocações, para que continue pre-sente nesta Igreja particular de Sorocaba, de modo especial nestas duas paróquias aqui de Bom Jesus dos Aflitos e de Santo Antônio. Então, aos freis franciscanos, nos-

sa saudação e a nossa sentida e profunda gratidão em nome não só meu, mas de toda a Arquidiocese de Sorocaba ao longo desses 95 anos”, saudou Dom Júlio.

Para o celebrante, a Transfiguração O

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FRATERNIDADES

do Senhor nos convida, principalmente, a repensar a nossa relação com Deus. Como é a nossa relação com Deus? Nos convida a rever os conceitos que a gente tem de Deus e também rever os modos como nós damos testemunhos de Deus aos outros. “Quem é Deus? Qual é a nossa relação com ele? Como nós damos testemunho de Deus? Muito frequentemente nós pensa-mos Deus segundo a nossa medida. O con-ceito que temos de Deus reflete o conceito que nós temos de nós mesmos e também dos nossos semelhantes. Ou seja, nós pro-jetamos em Deus aquilo que nós somos ou aquilo que nós pensamos ser. O evangelho de hoje inverte as coisas: Deus se revela quem é para que se revele quem nós so-mos”, explicou.

Para Dom Júlio, em relação a Jesus de-vemos ter duas importantes atitudes. ”É o Pai que diz: ‘meu Filho muito amado, escu-tai-O’. São duas atitudes importantes: amar

e ouvir. Jesus se revela como Filho porque ele, ao se revelar como Filho, nos insere nessa relação com o Pai. Nossa relação com Deus é filial. Não somos servos, escravos, somos filhos no Filho Jesus”, recordou.

“Por isso a nossa atitude é esta de amar como o Pai e de ouvir porque o Pai nos man-da ouvi-Lo. Sem amar e ouvir nunca teremos encontro pessoal com Jesus”, completou, convidando a todos a subir à montanha com os apóstolos.

Bom Jesus dos AflitosA Paróquia instituiu o “Mês do Padroei-

ro” para festejar Bom Jesus dos Aflitos. Ela foi fundada por Dom José Carlos de Aguir-re no dia 6 de agosto de 1926, na festa do Padroeiro. Já os primeiros franciscanos na cidade foram Frei Conrado Schiwiora e Frei Zeno Kohr, que chegaram por volta do Na-tal de 1936.

Segundo o historiador Aluísio de Almeida,

pároco de Votorantim era o próprio superior, Frei Conrado, mas quem residiu em Votoran-tim foi Frei Zeno, que viveu entre os operários das fábricas. A ida de Frei Conrado para o Bom Jesus é de 24 de dezembro de 1937.

Em janeiro de 1941 chegou o vigário Frei Eugênio Becker. Ele resolveu, com a aprovação de Dom Aguire, construir a igreja definitiva num local melhor, mais central, na rua cel. Nogueira Padilha. A primeira pedra da nova igreja do Bom Jesus foi lançada a 9 de abril de 1942. Frei Eugênio Becker, que já tinha sido pároco antes, voltou para ficar de 1952 a 1959 e terminou as obras da Igreja, inclusive a torre inaugurada em 1956/57. Frei Eugênio, neste período, iniciou a cons-trução das igrejas de São Francisco de Assis e de Santo Antônio, acompanhando o desen-volvimento respectivamente, da Vila Assis e da Vila Barcelona.

A imagem do Bom Jesus é do século XVIII e também servia na Catedral para a tradicional procissão do fogaréu ou do Se-nhor preso, em que as pessoas, quase só homens, andavam correndo com a imagem no andor depois do lava-pés da Quinta--feira Santa, para imitar aquele gesto da Paixão.

A Paróquia Santo Antônio começou a ser criada por iniciativa de Frei Eugênio Be-cker na década de 50, na antiga capelinha de Santo Antônio. Depois de muitas lutas, conseguiu-se a doação do terreno. No dia 11 de outubro de 1964 foi lançada a pedra fun-damental e iniciada a construção da atual igreja matriz.

em artigo no “Diário de Sorocaba”, por ocasião do cinquentenário do Bom Jesus, Dom Aguirre deu-lhes todo o curato de Votorantim e a pequena capela de Santa Rita para exercerem o seu ministé-rio. A sede da residência ficava em Santa Rita, numa chácara genero-samente doada a eles pelo major Abílio Antunes Soares. Oficialmente, o

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FRATERNIDADES

a Solenidade da Assunção de Nos-sa Senhora e celebração de ani-versário de 79 anos do Coral dos Canarinhos em Petrópolis (RJ), o presidente do Instituto dos Meni-

nos Cantores (IMCP), Frei Marcos Antonio de Andrade, emocionado, surpreendeu a todos ao anunciar que, após um longo período de ‘portas fechadas’, o coro de meninos mais antigo do país retornará suas atividades, com todos os cuidados sanitários, nesta se-gunda-feira, 16 de agosto. “Queremos pedir a Deus para iluminar todos os profissionais que trabalham com os nossos meninos. O

coro não é apenas de nossa Paróquia, Igre-ja, Província e da nossa cidade, mas sim, do Brasil e do mundo inteiro”, declarou.

A celebração foi realizada às 10 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, onde o Coral faz a maioria de suas apresentações. Atualmente, o Coral dos Frades do Tempo da Teologia anima as missas com a entoação de cânticos, antífonas e músicas litúrgicas. A regência ficou a cargo experiente maestro Marco Aurélio Liscth, que até então dividia sua rotina entre os ensaios do Coral dos Canarinhos, de modo remoto, e dos frades teólogos, presencialmente. Os estudantes

de Teologia também serviram na celebra-ção como acólitos e na transmissão da celebração pelas redes sociais da Paróquia do Sagrado, do IMCP e da Rádio Imperial da cidade.

Sobre a festa litúrgica do dia, Frei Mar-cos falou da importância da figura de Maria na fé cristã. Para o presidente da celebra-ção, esta festa faz lembrar do Natal, da en-carnação de Deus que se dá na Igreja, que se dá em nós. “Mas como faremos isso? Seguindo os passos de Maria, seguindo os passos de Jesus, seu filho”, ensinou.

Para o presidente do IMCP, celebrar o aniversário do Coral dos Canarinhos no dia da Assunção de Maria faz lembrar a missão do coro, de que também na liturgia o coral ajuda a experimentar um pouquinho do céu, da glória. “Todos nós sabemos disso, a música tem esta força. A música na voz das crianças é muito mais forte. E Maria, nesta festa, com certeza, cuida e sempre cuidou dos nossos meninos, do nosso coro, para cumprir esta missão e este serviço de nos conduzir com ela até o Senhor”, obser-vou. “Que Maria nos ajude a continuarmos o nosso caminho de serviço de vivência do Evangelho para, com ela, chegarmos um dia à glória da ressureição. Que no início das atividades e no retorno do nosso coro dos meninos, ela possa estar conduzindo, abençoando e protegendo todas as nossas crianças”, concluiu.

A gestora do IMCP Rose Mello explica que sem poder fazer apresentações ao vivo, o que o coral faz com grande maes-tria, o aniversário de 79 anos não poderia deixar de ser comemorado, afinal, são muitas décadas de história. Segundo ela, em um momento tão difícil para a huma-nidade, o coro vai até à comunidade para

Coral dos Canarinhos celebra 79 anos e ganha de presente a volta aos ensaios presenciais

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FRATERNIDADES

agradecer. “A intenção é agradecer direta-mente a cada um que fez e faz parte desta história e, por isso, a instituição criou o projeto ‘Canarinhos na Caixa’, que levou a representantes desta história uma cai-xinha com um vídeo comemorativo e um mimo”, frisou.

No entanto, as comemorações e prepa-rativos dos 79 anos do coral já começaram há muito tempo. A identidade visual do evento foi criada pelo voluntário e designer Alexandre Campos, que pensou na riqueza de detalhes como o número ‘79’ que está destacado em ouro, seguindo a tabela pe-riódica. Já o número ‘9’ está representando uma nota musical, a semibreve. Além disso, imagens que representam os meninos can-tando foram transformadas em deliciosos biscoitos pela Beatriz Ribeiro Eckhardt, da “Biscoitize”.

“Dentro da caixinha ainda vai um QR code através do qual as pessoas assis-tem um vídeo de agradecimento, tendo como fundo musical a música Canção da América de Milton Nascimento, gravada pelos Canarinhos”, explicou Rose, des-tacando que alguns cartazes comemo-rativos também foram espalhados pela cidade.

Especial dos 79 anos dos Canarinhos

Já às 18 horas, foi ao ar pelo canal do YouTube do IMCP, o Especial de 79 anos do Coral dos Canarinhos. Com um repertório produzido pelo coro nestes últimos tempos, o vídeo fez uma homenagem, desde o início do mês agosto, a representações das quase oito gerações. Com participações de frades, pais, canarinhos, ex-canarinhos, colabora-dores e voluntários, o especial mostrou que o Coral dos Canarinhos é feito de pessoas sensíveis que acreditam na arte, na música e na formação humana.

Frei Cesar Külkamp, Definidor Geral da Ordem dos Frades Menores, também já foi presidente do IMCP, e escreveu: “Parabéns ao Coral dos Canarinhos e a todo o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis! Vida longa a esta querida instituição que tanto bem leva através da música, do trabalho social e da evangelização franciscana.

Sinto muito orgulho por fazer parte desta história”.

“Linda homenagem, lindas palavras do Frei Marcos e do maestro Lischt! Que re-pertório foi esse? Em minutos me peguei chorando também, junto com os homenage-ados. Tudo responsabilidade dessas doces vozes angelicais que possuem a chave de acesso à nossa sensibilidade! Parabéns! Que nas comemorações dos 80 anos possamos nos abraçar”, saudou Ana Maria Assunção Carneiro.

Silvia Corrêa parabenizou o coro dos Canarinhos de Petrópolis pelos 79 anos. “Que todos que fazem e fizeram parte dessa história sejam abençoados. Tenham certeza que esse coro faz toda a diferença na vida não só dos meninos, mas de todos que estão aí fazendo acontecer”.

Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Felipe Medeiros Carreta

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FRATERNIDADES

s Fraternidades de Colatina e Vila Velha (Convento da Penha e Santuário Divino Espírito Santo) se reuniram no dia 16 de agosto para mais um encontro do Regio-

nal Espírito Santo, que teve como sede o Santuário Divino Espírito Santo. Como os frades já estão imunizados, optaram por fazer as reuniões de um jeito próprio, em fraternidade.

O tema principal do encontro foi o Ca-pítulo Provincial que será realizado de 22 a 30 de novembro em Agudos, São Paulo. A presença de Frei Fidêncio Vanboemmel motivou as discussões e os encaminha-mentos capitulares. “Eu vim em nome do Frei César e também como Ministro Pro-vincial para conversar e motivar os frades para o próximo Capítulo Provincial que tem como tema: ‘Juntos nós construímos os nossos sonhos’. A minha presença junto

aos confrades foi para motivá-los, orien-tá-los nesse processo eletivo, nesse pro-cesso capitular que já está em andamento desde o início do ano”, explicou.

Frei Fidêncio comentou sobre a oportu-nidade de retornar ao Espírito Santo depois de alguns anos. “É uma alegria estar aqui no Espírito Santo, lugar que vim tantas ve-zes quando era Ministro Provincial durante os nove anos que exerci esse ministério. Esse Regional, de fato, é o único que con-seguiu se reunir porque são três Frater-nidades pequenas e estão se cuidando, embora a Fraternidade do Convento tenha passado por momentos dolorosos. Outros Regionais, maiores, ainda estão fazendo encontros de forma virtual”, disse.

De acordo com o coordenador do Re-gional, Frei Djalmo Fuck, esse segundo encontro neste ano acontece numa oca-sião oportuna de viver a fraternidade. “O

Regional é sempre um tempo de encontro, de partilha das nossas vidas, um tempo de oração e sobretudo, esse, foi especial pois recebemos a visita do Frei Fidêncio motivando para o Capítulo Provincial, ex-plicando a forma da eleição de irmãos nos-sos para ocupar o Governo Provincial e o Definitório, as datas do Capítulo e depois também os protocolos que vamos precisar seguir porque a Ordem exige que esse en-contro seja presencial, uma vez que será eletivo. Vamos tomar uma série de cuida-dos até o mês de novembro para que essa reunião possa acontecer com segurança”, detalhou Frei Djalmo.

No início do Encontro Regional, os fra-des relataram intenções e experiências vivenciadas durante a Festa de Santa Clara de Assis. Os freis lembraram os confrades e padres da Arquidiocese que perderam a vida por conta da Covid, como Frei Luiz

Frades do Espírito Santo sereúnem no encontro do Regional

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FRATERNIDADES

Flávio Adami Loureiro (do Convento da Penha) e os jovens padres Kleber Júnior e Fernando Souza. Em seguida, partilha-ram acontecimentos em suas realidades e finalizaram a primeira parte da reunião com a leitura da ata do Capítulo anterior.

Frei Fidêncio, na segunda parte, fez motivações espirituais e abordou assuntos capitulares. Em seguida, foram realizadas as comunicações, os avisos da vida e mis-são de cada Fraternidade. O Encontro Re-gional foi encerrado com uma oração final e um almoço festivo.

Cristian Oliveira

A coleção “Iniciação à Teologia”, em sua nova reformulação, conta com volumes que tratam das Escrituras, da Teologia Sistemá-tica, Teologia Histórica e Teologia Prática. “O Espírito Santo Deus-em-nós”, de Frei Volney J. Berkenbrock, é o lançamento deste projeto.

Segundo a Vozes, uma coleção de teolo-gia, escrita por autores brasileiros, leva-nos a pensar a função do teólogo no seio da Igre-ja. “Tal função só pode ser entendida como atitude daquele que busca entender a fé que professa, e, por isso, faz teologia. Esse teólogo assume, então, a postura de pro-duzir um pensamento sobre determinados temas, estabelecendo um diálogo entre a realidade vivida e a teologia pensada ao lon-go da história, e se caracteriza por articular os temas relativos à fé e à vivência cristã a partir de seu contexto. Outra característica que o acompanha é a de ser filho da comu-nidade eclesial, e, como tal, deve fazer de seu ofício um serviço aos cristãos”, define a apresentação desta obra.

O leitor, segundo a Vozes, encontrará

neste livro um manual de pneumatologia. “Volney J. Berkenbrock sintetiza as ques-tões bíblicas, históricas e sistemáticas que formulam o estatuto da pneumatologia, mas também articula esses elementos com as motivações eclesiais e humanas, não se limitando a uma simples exposição dos elementos que formam o estatuto pneu-matológico, mas busca introduzir o leitor na construção do raciocínio teológico. Assim, a pneumatologia possibilita-nos, aos cristãos ou à teologia, a consciência da dinâmica e do movimento que nos habita, seja no âm-bito pessoal, na relação com os outros, na comunidade eclesial ou na sociedade, ou ainda no âmbito universal e cósmico”.

“Vivei e convivei sempre alegres e em equilíbrio com todas as formas de vida emanadas pelo Deus-em-nós. Em todas as circunstâncias daí graças e espaço ao Reino de Deus e ao sopro do Espírito. Não extingais o Espírito, sua dinâmica e seus impulsos de vida. Não desprezeis as profecias e escutai sempre de novo a voz dos profetas. Examinai

tudo e ficai com o que é bom, com o que é belo, com o que é saudável, com o que é justo, com o que é amoroso. Abstende-vos de toda espécie de mal, de injustiça, de opressão, de morte”, convida Frei Volney, que é é doutor em Teologia pela Rheinische Friedrich-Wilhel-ms-Universität, Bonn, Alemanha.

O Espírito Santo Deus-em-nósFrei Volney na coleção “Iniciação à Teologia”

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FRATERNIDADES

a Festa da Transfiguração do Senhor (6/8), a comunidade do Sagrado celebrou o Jubileu de 125 anos de presença dos frades menores fran-ciscanos, vindos da Alemanha para

Petrópolis (RJ), e dos 75 anos de criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. A San-ta Missa foi presidida pelo pároco Frei Jorge Paulo Schiavini e foi concelebrada por Frei Abílio Antunes do Amaral, às 18 horas.

Com a presença de lideranças de movi-mentos e pastorais, bem como das Irmãs de Nossa Senhora do Amparo que animaram a missa com a condução dos cantos, a cele-bração mensal do Ano Jubilar, após uma bre-

PETRÓPOLIS

Celebração do Ano Jubilar recorda a históriadas imagens que adornam a Igreja do Sagrado

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FRATERNIDADES

ve pausa no mês de julho, fez memória da história das imagens santas que adornam a Igreja, como o Sagrado Coração de Jesus, o Sagrado Coração de Maria, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora da Imaculada Conceição.

Antes, porém, Frei Jorge iniciou sua re-flexão discorrendo sobre a Festa da Transfi-guração do Senhor. Segundo o pároco, todos são convidados para este momento íntimo de oração com o Senhor. “Ele também se transfigura a nós através dos sacramentos, na eucaristia, nos momentos de oração em que nos colocamos de todo o coração diante de Deus”, acrescentou.

Frei Jorge explicou que na 1ª sexta-fei-ra de cada mês, a igreja celebra a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e em especial neste ano, a Fraternidade do Sagrado vive o Ano Jubilar: “Junto com a festa da Trans-

figuração, fazemos a memória da Igreja do Sagrado, onde o Senhor se transfigura para muitas pessoas. Nessa Igreja muitas pesso-as fazem a experiência de Deus. Por isso, queremos render graças a Deus por este ‘monte’ que é a Igreja do Sagrado Coração de Jesus”.

O Sagrado Coração de JesusEm seguida, Frei Jorge falou sobre a te-

mática do dia fazendo memória da história das imagens que adornam a Igreja do Sagra-do. Segundo o celebrante, o Sagrado remete ao Santo, à santidade; o Coração, à humani-dade. “Ao coração que pulsa, existe um for-te símbolo de vida, de amor, de atenção, zelo e de dedicação. A simbologia do Coração de Jesus indica, pois, proximidade, encontro entre Deus e a pessoa, entre o humano e o divino, entre divino e humano”, ressaltou.

O pároco explicou que o Sagrado Cora-ção de Jesus é representado, desde 1877, pela imagem do altar-mor, que foi recondu-zida em nicho próprio, e, desde 1892, tam-bém pelo vitral do Sagrado, ao lado direito de quem entra pelo corredor central.

Maria, Mãe de Jesus e da IgrejaNa Igreja do Sagrado, a devoção maria-

na está representada pelo vitral do Sagrado Coração de Maria, que desde 1892 ladeia o Sagrado Coração de Jesus. Antigamente, onde hoje é a capela do Santíssimo, havia a Capela de Nossa Senhora das Dores, com a cena alusiva à presença de Maria tendo nos braços o Senhor morto, motivo que na tra-dição da arte sacra ficou conhecido como Pietá. “A dor de Maria é também a dor das pessoas: a dor das pessoas é representada na dor de Maria”, lembrou Frei Jorge.

Em uma das reformas na Igreja, decidiu--se pela colocação da imagem de Nossa Se-nhora das Dores na capela dedicada a Santo Antônio de Sant’Ana Galvão. “Essa imagem é muito expressiva, pois demonstra toda a proximidade de Deus e de Maria”. Também é centenária, explicou Frei Jorge, lembrando que a cada década se faz necessário restau-rar a imagem, pelo fato de que as pessoas tocam na mesma. “Mas o importante é que as pessoas se sintam tocadas pelo amor de Deus, pela intercessão maternal de Maria”, enfatizou.

“Que possamos sentir, nessa Eucaristia, que celebramos o amor do Sagrado Coração que nos sustenta. Que possamos praticar esse amor em nossa vida”, concluiu.

A missa teve continuidade com as pre-ces seguidamente da liturgia eucarística. Após a comunhão, Frei Jorge convidou a comunidade para rezar pelos falecidos. A bênção final de Frei Abílio encerrou a cele-bração que foi transmitida pelo Facebook e YouTube da Paróquia e pela Rádio Imperial da cidade.

Frei Augusto Luiz Gabriel

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EVANGELIZAÇÃO

s confrades que atuam pela Frente de Evangelização da Edu-cação estiveram reunidos na modalidade on-line em 30 de julho último. O referido meet teve a seguinte programação:

14h - oração e acolhida - Frei Claudino 14h05 - Mensagem do Definidor Geral, Frei César Külkamp, trazendo proposições oriundas do último Capítulo Geral à Frente da Educação. 

14h25 - Mensagem do Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização, Frei Gustavo W. Medella.

14h40 - Constituição dos Frades em três diferentes gru-pos visando identificar aspectos a serem atualizados no Plano de Evangelização 2016-2021 em relação à Frente da Educação (pág. 39 a 44), o que para tanto foi solicitado aos Confrades a realização de uma leitura prévia. 15h20 - Plenário 16h - Agradecimentos, Bênção e Encerramento.

Após uma breve memória da caminhada da Frente de Evange-lização da Educação no triênio (2019-2021), Frei César alegrou-nos ao mencionar o esforço que temos feito para empreendermos uma “caminhada enquanto Frente da Educação nos últimos anos a partir das bases, numa comunhão fraterna cada vez mais convergente en-tre frades e leigos.”

Lembrou-nos a relevância de que, durante âmbito de Capítulo Geral, os confrades participantes se ativeram à busca e ao resgate tanto da “identidade do carisma franciscano” como da “Frater-nidade”, a partir da metodologia SWOT, ou seja, uma estratégia promissora utilizada por diferentes grupos de estudo com o ob-jetivo de – em relação a uma determinado tema ou problemática – identificar/avaliar

“forças” (strengths), “fraquezas” (weakness), “oportunidades” (opportunities) e “ameaças” (threats).

Segundo Frei César, “o Capítulo Geral de julho de 2021 foi muito rico em discussões fraternas e proposições em ter-mos de evangelização e de renovação de sentido existencial e religioso (convite à conversão)... Em termos de forças, percebeu-se a disposição de, seja enquanto nossa Província, seja enquanto Frente da Educação, evidenciar cada vez mais a força da identidade do carisma franciscano nas diferen-tes atividades que temos procurado desenvolver: o cuidado da Criação, o diálogo inter-religioso, a solidariedade com os mais pobres, entre outras”.

Convidou-nos também Frei César a dispormos – dentre vários aspectos relevantes compartilhados por ele enquanto ressonân-cias do Capítulo Geral – de todos os recursos necessários para “promovermos uma formação de excelência alinhada à identidade do carisma franciscano em todas as nossas instituições de ensino, buscando uma integração maior com os quatro ramos da família franciscana... Não menos importante que a contribuição francis-cana à formação intelectual, acadêmica e profissional estaria a necessidade de avaliarmos e revitalizarmos o sentido da Pasto-ral da Educação em nossos Colégios e Universidades como meio de evangelização de toda a Ordem”. As ressonâncias oriundas do último Capítulo Geral proferidas por Frei César aos participantes do Meet dos Frades da Frente da Educação em 30/07/2021 foram muito oportunas à identificação de aspectos a serem atualizados no Plano de Evangelização 2016-2021 em relação à Frente da Edu-cação (pág. 39 a 44).

Meet da Frente de Evangelização da Educação em 30 de julho

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EVANGELIZAÇÃO

Dentre os vários aspectos identificados e sugeridos pelos confrades a serem atualizados ou mesmo complementados no Plano de Evangelização 2016-2021 em relação à Frente da Educa-ção (pág. 39 a 44), destaco aqui alguns deles:

compreender a educação como um modo de conhecer, acolher, amar, sentir, servir e promover o desenvolvi-mento do ser humano em todas as duas dimensões, não obstante as complexidades e os mais diversos desafios inerentes a tal propósito. considerar o quanto a educação escolar e universitária sempre estiveram historicamente no centro da proposta de evangelização da Igreja Católica e da Ordem Francis-cana. reafirmar a importância de estarmos em e como Frater-nidade, a partir de um projeto fraterno de vida e missão, com espírito de proximidade1 e comunhão com os colabo-radores leigos, trabalhando em rede2 e somando forças; educar em e como em Fraternidade com a força do nosso carisma, enquanto peritos, testemunhas e artífices de um projeto de comunhão em vista da consolidação do Reino de Deus no mundo;

promover uma educação libertadora, sendo coerentes com os valores que verdadeiramente libertam e promo-vem a vida integral das pessoas e o cuidado da criação3;

dar mais visibilidade ao carisma franciscano nas entida-des de ensino, sendo o testemunho a melhor maneira de educar e ensinar; criar mais espaços de encontro e diálogo intercultural e inter-religioso, respeitando as crenças, valores, aptidões e vicissitudes de cada pessoa;

compreender as novas tecnologias, provenientes das transformações da sociedade atual, como um ambiente cultural propício à inclusão4; fortalecer as atividades pastorais, promovendo em todas as unidades educacionais a familiaridade com a Palavra de Deus, por meio de encontros de reflexão, de retiros, de celebrações litúrgicas, da promoção vocacional5 franciscana, do diálogo, do respeito às di-ferentes confessionalidades religiosas e da promoção do ser humano;

ampliar a presença missionária desta frente de evan-gelização para além das nossas entidades, compro-metendo-se, por exemplo, em ajudar estudantes de instituições de ensino públicas e de lugares periféricos a superar lacunas6 em termos de aprendizagem, entre outras mazelas.

Antes mesmo de nos atermos a tal atividade durante o Meet, o Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização Frei Gustavo W. Medella iniciou sua mensagem mobilizando-nos a considerar vários fatores do atual momento pandêmico como ponto de partida partida para uma revisão da nossa presença como evangelizadores francis-canos na educação. Disse-nos ele que

não podemos deixar passar despercebido este período (tempo) pandêmico ainda em curso...;

precisamos repensar a ideia de que o Plano de Evangeli-zação vem a ser um processo por meio do qual queremos caminhar em e como Fraternidade a partir de um projeto de vida e missão, abrindo espaço para o protagonismo dos leigos...; precisamos retomar o propósito de uma maior inte-gração entre as cinco Frentes de Evangelização da Província por meio de iniciativas práticas e atividades em comum;

precisamos tornar mais visível o perfil de aluno a ser for-mado em nossas instituições de ensino, contemplando os sonhos e ideais desse aluno em vista de educarmos ao testemunho de vida alinhado ao carisma franciscano...”. precisamos, enfim, nos sentirmos os guardiões da ale-gria e da esperança por meio do diálogo e do respeito às diferenças nos diferentes setores de nossa instituições de ensino.

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EVANGELIZAÇÃO

à caminhada da Frente da Educação, ajudando-nos a redescobrir a importância de nos unirmos sempre mais a um propósito comum: evangelizar/educar em e como em Fraternidade com a força do nos-so carisma, enquanto testemunhas do Evangelho e disseminadores da esperança, da solidariedade e paz.

Agradecido,

Frei Claudino GilzCOORDENADOR DA FRENTE

DE EVANGELIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

1 “A recente pandemia permitiu-nos [...] re-conhecer como as nossas vidas são teci-das e sustentadas por pessoas comuns que, sem dúvida, escreveram os acon-tecimentos decisivos da nossa história compartilhada: médicos, enfermeiros e enfermeiras, farmacêuticos, empregados dos supermercados, pessoal de limpeza, cuidadores, transportadores, homens e mulheres que trabalham para fornecer ser-viços essenciais e de segurança, voluntá-rios, sacerdotes, religiosas... compreende-ram que ninguém se salva sozinho.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social (n. 54). Assis (Itália), 3 de outubro de 2020. Disponível em: <http://www.vatican.va/con-tent/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-frate-lli-tutti.html>. Acesso em: 11/08/2021).

2 “Criar rede significa proporcionar lugares de encontro e diálogo no âmbito das ins-tituições educativas e promovê-los exter-namente, com cidadãos provenientes de outras culturas, tradições, religiões dife-rentes.” (PAPA FRANCISCO. Discurso do Papa Francisco aos membros da fundação “Gravissimum Educationis”. Sala do Con-sistório, Roma, 25/6/2018. Disponível em:

<http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2018/june/documents/papa--francesco_20180625_gravissimum-edu-cationis.html>. Acesso em: 11/08/2021).

3 “Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecolo-gia integral, vivida com alegria e autentici-dade. É o santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecolo-gia, amado também por muitos que não são cristãos.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Laudato Si: sobre o cuidado da casa comum, maio de 2015. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/frances-co/pt/encyclicals/documents/papa-frances-co_20150524_enciclica-laudato-si.pdf>. Acesso em: 11/08/2021).

4 “Dia a dia enfrentamos a opção de ser bons samaritanos ou viandantes indiferentes que passam ao largo.” (PAPA FRANCIS-CO. Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social (n. 69). Assis (Itália), 3 de outubro de 2020. Dispo-nível em: <http://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa--francesco_20201003_enciclica-fratelli-tut-ti.html>. Acesso em: 11/08/2021).

5 “As instituições educativas e formativas não são apenas o lugar onde os jovens

passam a maior parte do tempo, mas são, sobretudo, um espaço existencial que a sociedade coloca à disposição para o seu crescimento intelectual e hu-mano e sua orientação vocacional.” (SÍ-NODO DOS BISPOS – XV Assembleia Geral Ordinária. Os jovens, a fé e o dis-cernimento vocacional – Instrumentum laboris / Cidade do Vaticano – 2018 / n. 18. Disponível em: <http://www.vatican.va/roman_curia/synod/documents/rc_sy-nod_doc_20180508_instrumentum-xvas-semblea-giovani_po.html>. Acesso em: 12/08/2021).

6 “O ser humano contemporâneo experi-mentou que o que acontece numa parte do mundo pode ter consequências noutras, e que ninguém pode, a priori, sentir-se segu-ro num mundo onde há sofrimento e misé-ria.” (CONGREGAÇÃO PARA A EDUCA-ÇÃO CATÓLICA. Educar ao humanismo solidário - para construir uma ‘civilização do amor’: 50 anos após a Populorum Pro-gressio. Roma: Institutos de Estudo, 2017, n. 28-29. Disponível em: <http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_20170416_educare-umanesimo-soli-dale_po.html>. Acesso em: 11/08/2021).

Ao final, os confrades participantes foram lembrados de que no próximo dia 1º de setembro irá ocorrer o Encontro Ampliado da Frente da Educação das 14h às 17h com a presença e a parti-cipaçaõ signficativa de vários dos nossos colaboradores leigos. Por volta das 16h, tivemos o encerramento do Meet da Frente da Educação com a mensagem de Frei Gustavo, dando-nos a bênção de São Francisco.

Aproveito para agradecer imensamente a todos os Confrades que não só no último dia 30 de julho, mas durante o triênio (2019-2021) estiveram presentes em cada um dos encontro e muito contribuíram

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EVANGELIZAÇÃO

Como pioneira da radiofusão no Sudoes-te do Paraná, inicialmente com o nome de Rádio Colmeia, a Rádio Celinauta comple-tou, no dia 31 de julho, 67 anos de história de democratização da informação. Numa

pandemia nos trouxe, além de muitos desafios que ainda en-frentamos, a dor para muitas fa-mílias que perderam seus entes queridos seja pela Covid-19 ou

por suas consequências. Sem poderem ter os devidos momentos para velarem seus fa-miliares, muitas pessoas sentem que, para a sociedade, eles se tornaram somente nú-meros de uma grande tragédia.

Como uma tentativa de resposta a esse desafio, a Rede Celinauta de Comunicação, elaborou uma homenagem às vitimas da Covid-19: o Memorial da Vida. Esse projeto foi pensado para dar visibilidade e um rosto a tantos irmãos e irmãs que deixaram nos-sas famílias e que não puderam receber, por causa dos protocolos sanitários, as devidas homenagens. Muitos são pais, filhos, avós, mães de alguém que sentem no coração a dor e saudade.

Iniciativa da Rede Celinauta homenageia vítimas da Covid-19

A proposta foi de que cada pessoa en-viasse uma foto e uma descrição de seu ente querido que seriam usados na elabo-ração dessa homenagem, para que nossos telespectadores pudessem perceber que para além dos números existem histórias, pessoas concretas com sonhos e futuros

que foram prematuramente interrompidos.A Rede Celinauta deseja dessa forma

se fazer solidária às famílias enlutadas, partilhar de nosso espaço de comunicação e também demonstrar que a pandemia não pode nos tirar a capacidade da empatia, do amor ao próximo e do cuidado com a vida.

A

Rádio Celinauta: 67 anos de história no Sudoeste do Paranáhistória que remete a nomes como Frei Po-licarpo Berri e Frei Nelson Rabelo pelos seus longos anos à frente da rádio, os passos de evolução e modernização deste veículo continuam a ser a marca do pioneirismo da Celinauta.

A importância da comunicação radiofô-nica se dá por ela ser “um veículo que ajuda a mobilizar as comunidades, as pessoas. O rádio é uma grande referência para nossa comunidade quando se trata de informação, música, esporte e também espiritualidade como uma emissora franciscana”, afirma Frei Neuri Reinisch, presidente da Rede Ce-linauta de Comunicação.

A partir desses quatro pilares - informa-ção, esporte, música e espiritualidade -, a

Rádio Celinauta criou a sua identidade que é reconhecida como a marca da Celinauta, seja pelas autoridades seja pela comunida-de do Sudoeste do Paraná.

A Celinauta, dando continuidade à sua modernização, também se encontra em processo de migração de rádio AM para rá-dio FM. Mais um passo na direção de melho-rar e qualificar ainda mais a comunicação da rádio-mãe do Sudoeste do Paraná, que bus-cou nesses 67 anos realizar um trabalho de qualidade e credibilidade, fazendo com que informação de qualidade e espiritualidade que edifica cheguem aos lares dos nossos ouvintes.

Frei Alan Leal de Mattos

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Para celebrar o 1º Centenário de Nascimento (1921-2021) de Dom Frei Paulo Evaristo Arns, tem início no próximo dia 14 de setembro o Ano Jubilar na Arquidiocese de São Paulo e na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Esse momento histórico

será vivido, às 10 horas, com a Missa de abertura na Catedral da Sé. No mesmo dia, às 20 horas, esse momento terá continuidade com uma live: “Paulo, Profeta e Pastor” pelas mídias da Arqui-diocese.

Um folheto litúrgico especial facilitará a participação na celebração. Haverá, ainda, uma edição especial do jornal “O São Paulo”, desta-cando a vida, a obra e o legado deixados por Dom Paulo para o presente e o futuro da Igreja na cidade. Entre os eventos programados estão debates, reflexões, a obra literária de Dom Paulo e as iniciativas pastorais que ele e seus colabora-dores tomaram e que ainda hoje existem. Além disso, ao longo do ano, a Arquidiocese marcará presença em tantas outras iniciativas progra-madas pela Província Franciscana da Imaculada Conceição e de entidades ligadas aos direitos humanos.

Frei Fidêncio Vanboemmel, que participou da Comissão do 1º Centenário da Arquidiocese de São Paulo, lembra que a Província se une à iniciativa da Arquidiocese, junto com outras entidades e organizações sociais.

“Juntos queremos celebrar este momento

Dom Paulo Evaristo ArnsAbertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns

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histórico para resgatar, conhecer e reconhecer o profetismo deste in-cansável Homem da Esperança. Dom Paulo, numa celebração festiva na Província, disse aos confrades que a história da sua vida pode ser resu-mida em três partes: a família, a vida franciscana e o pastoreio de bispo a serviço da Igreja”, disse.

Segundo Frei Fidêncio, celebrar o Centenário do nascimento de Dom Paulo é trazer para a realidade de hoje o desdobramento destes três eixos fundamentais da sua vida:

1º) Recordar a vida familiar deste 5º filho dentre 13 irmãos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Família que zelou pela vida cristã e procurou dar aos filhos aquilo que deve ser o direito de todas as famílias: oferecer qualidade de formação e estudos.

2º) Celebrar a vocação franciscana e a caminhada formativa de Frei Paulo Evaristo Arns na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, da Ordem dos Frades Menores, desde a sua entrada no seminário de Rio Negro

cano. Um banner comemorativo será entronizado no dia 14 de setembro de 2021 para ser utilizado em todas as instituições da Província (Paróquias, Santuários, Colégios, Universidade, Rá-dios, Obras Sociais, Casas de Formação, etc.). Outras iniciativas serão definidas durante o Ano Jubilar.

Na Arquidiocese será dado des-taque à obra literária de Dom Paulo, com a possível reedição de um de seus livros, e uma exposição fotográfica mostrará momentos marcantes do seu pastoreio. Até mesmo um concerto musical na Sala São Paulo foi programa-do, faltando apenas confirmar a data.

Esses momentos celebrativos também já mobilizam entidades religiosas e civis da sociedade brasi-leira. O senador Flávio Arns enviou convite à Província informando que o Senado Federal promoverá, no dia 13 de setembro de 2021, às 10h, Sessão Especial em alusão ao centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns. “A iniciativa vem se somar às diversas homenagens programadas para lembrar a vida, a trajetória, as obras e o belo legado deixado por Dom Paulo, que completaria 100 anos no dia 14 de setembro deste ano”, destaca o convite, lembrando que em decorrência das medidas restritivas de acesso ao Senado Federal em função da pandemia, não será possível o acesso presencial de convidados ao Plenário da Casa. Todavia, a Sessão Especial poderá ser acompanhada de modo virtual, ao vivo, pelo canal da TV Senado no YouTube no link https://www.youtube.com/c/tvsenado.

“Desta forma, convidamos a todos para prestigiarem o evento e agradece-mos o apoio na divulgação do convite para os membros desta entidade que tanto contribui para a defesa dos prin-cípios que marcaram a vida de nosso querido e saudoso Dom Paulo”, convida o senador.

(PR) 1934, o seu Noviciado em 1940, a sua formação filosófica-teológica e os seus estudos de pós-graduação na França, bem como os diferentes serviços prestados à Fraternidade Pro-vincial: professor em Rio Negro, Agudos e Petrópolis, Mestre dos Clérigos e Vigário provincial, quando, em 1966, foi nomeado bispo auxiliar da cidade de São Paulo.

3º) Rememorar o pastoreio profético de Dom Paulo como bispo da Arquidiocese de São Paulo numa Igreja que, desde a sua nomeação como Bispo, começou a respirar os no-vos ares e as grandes transformações provindas do Concílio do Vaticano II. Um pastoreio e profetismo que, como fiel filho de São Francisco, fundado na radicalidade da vivência do santo Evangelho, foi voz dos sem voz em tempos difíceis de um regime de “Brasil nunca mais”.

Segundo o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, um vídeo neste dia abre a série durante todo o Ano Jubilar para falar da vida deste frade francis-

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Também a Comissão de Le-gislação Participativa da Câmara dos Deputados aprovou, ainda em março, homenagem aos 100 anos de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns por sugestão da deputada Luiza Erundina (PSOL/SP).

No dia 10 de agosto o Encontro Virtual sobre Dom Paulo reuniu o ex-ministro e ex-secretário estadual (de São Paulo) de Justiça, José Carlos Dias, atual presidente da Comissão Arns, o jornalista Juca Kfouri, a ativista Mar-garida Genevois – que recentemente ganhou biografia, escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi – e o presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog (IVH), Ivo Herzog. No texto de Vitor Nu-zzi, da Rede Brasil Atual, Dias lembrou da formação da Comissão Justiça e Paz (CJP), na Arquidiocese de São Paulo. Ele recebeu convite para participar de reunião na residência do cardeal – “Uma casa modesta na rua Mococa, no Sumaré” – com outros advogados, como Dalmo Dallari, Fabio Konder Comparato, Mári Simas, José Gregori, Hélio Bicudo. “Dom Paulo falou da ne-cessidade de ter um grupo de pessoas que pudesse dar apoio a ele na defesa dos direitos humanos e protegendo aqueles perseguidos políticos”, recorda. “Foi uma conversa tensa, mas muito for-te, que mexeu com cada um de nós.”

Outra lembrança foi de uma viagem a Brasília, ao lado do carde-al-arcebispo, para uma reunião com várias famílias de presos políticos. Eles iriam se encontrar com o então poderoso ministro Golberi do Couto e Silva. “Chega Golberi, ele senta, aí dom Paulo fala: ‘Ministro, estas pessoas que aqui estão vão dar testemunho de violência praticada contra pessoas de sua família. Quero que o senhor ouça”. Então aconteceu um fato impressio-nante: o Golberi chorou. E disse: eu me comprometo a tentar achar essas pessoas. Claro que isso ficou só na promessa. Mas foi uma cena que eu

guardo presente na minha lembrança de uma forma indelével.”

Ivo Herzog conheceu Dom Paulo quando criança, em circunstância triste: no ato ecumênico em memória de seu pai, morto sob tortura no DOI-Codi paulista em outubro de 1975. Lembra--se dele “acolhendo minha mãe, que tinha acabado de perder o marido, dois filhos pequenos… Sempre me senti muito acolhido por ele.”

Quando surgiu a proposta de criar o IVH, Ivo foi com a mãe, Clarice, e com o jornalista Ricardo Carvalho visitar o já “aposentado” cardeal, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Dom Paulo, conta, já tinha ideias na cabeça sobre a futura entidade. “O instituto tinha que promover a paz, a liberdade, o respeito e a democracia. Essa é a nossa missão até hoje, contra essa cultura estabeleci-da de ódio e violência.”

Margarida conta que conheceu Dom Paulo por meio de convite feito por Comparato, que a convidava para integrar a CJP. Ela não sabia do que se tratava, e foi com o jurista para uma reunião com o cardeal. “Uma casinha pequena, modesta, um piso só, um portãozinho mínimo…” A reunião foi na cozinha, um lugar mais discreto da casa. Durante duas horas, ouviu relatos de prisões, torturas, desaparecimentos. “Eu

nem desconfiava que aquilo fosse pos-sível. Era proibido falar disso no jornal. A quem recorrer?” Depois de formada a comissão, “as pessoas contavam seus dramas, suas angústias, procurando as pessoas da família que tinham desapa-recido”, recorda.

Uma dessas famílias era do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. “Eu me lembro dele, pequenininho, devia ter uns 2 anos, nos braços da mãe.” O pai do advogado, Fernando Santa Cruz Oliveira, militante político, desapareceu durante a ditadura.

Margarida lamenta que os jovens atualmente não se interessem tanto pelo assunto, pelas memórias desse tempo. “E isso me machuca muito, sabe? É preciso não esquecer essas dramas que vivemos”, pediu.

O FRADE MENORDom Paulo e Flávio são filhos do

casal Gabriel Arns e Helena Steiner, pequenos agricultores descendentes de imigrantes provenientes da Alema-nha (região de Rio Mosela), que tiveram treze filhos. O quinto filho foi Dom Paulo ao nasceu no dia 14 de setembro de 1921 em Forquilhinha, Criciúma, SC.

Dom Paulo realizou seus estudos fundamentais em Forquilhinha e

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ingressou no Seminário Seráfico São Luís de Tolosa de Rio Negro (Paraná). Em 1940, entrou no noviciado, em Rodeio (Santa Catarina), onde fez os votos tem-porários na Ordem dos Frades Menores. Em seguida, cursou Filosofia em Curitiba e a Teologia em Petrópolis.

Foi ordenado presbítero no dia 30 de novembro de 1945, em Petrópolis, por Dom José Pereira Alves, arcebispo de Niterói. Por cerca de uma década exerceu seu ministério, assistindo a população desfavorecida da Baixada Flumi-nense e Petrópolis, onde também lecio-nou no Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis. Depois disto, foi para a França para cursar Letras na Sorbonne, onde se doutorou em 1952. Retornando ao Brasil, o então Frei Eva-risto Paulo Arns trabalhou no interior de São Paulo, onde lecionou e cuidou da formação dos frades franciscanos no Seminário Menor de Agudos. Mas foi em Petrópolis (RJ) que, além de cuidar da formação dos teólogos, ele dedicou parte do seu tempo ao trabalho pasto-ral e “se apaixonou pelo povo humilde”, como afirma Maria Angela Borsoi, que por mais de 40 anos foi secretária de Dom Paulo.

No pequeno livro “Um padre em sete morros abençoados”, de mais de 80 páginas, Dom Paulo conta como era o trabalho que realizava junto ao povo, desde o atendimento aos doen-tes, as catequeses para as crianças, a preocupação com a falta de escola e o alto índice de analfabetos da região. “O principal era a escola: de cem crian-ças, 91 não a frequentavam, como já contei. As escolinhas se resumiam a uma sala e a professora sacrificada, gritando entre as crianças sentada na terra batida. Preparei um projeto de reforma das escolas e fui apresentá-lo ao bispo local, homem de muita bon-

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dade. Aceitou logo a proposta, pois reconhecia os estudos e a experiência de seu frade amigo. Em que consis-tia? As salas de aula passariam, por um comodato, à Igreja. O município nomearia os professores e os pagaria. Mas só poderiam nomear aqueles que figurassem na lista do povo que descobre, indica e controla”, contou o frade franciscano.

Segundo recorda no livro, em 1966, quatro meses de chuvas provocaram uma calamidade na cidade. Rochas despencaram, rolando morro abaixo e por onde passaram, deixaram um rastro de morte, lama e destruição. Ao receber uma ligação pedindo socorro, Frei Evaristo convocou os estudantes. Todos trocaram os hábitos, por calças, camisas e botas. Os feridos foram enca-minhados para o hospital, já os mais de 40 mortos foram velados no salão do convento franciscano. “Fizemos escala, e os frades, após o banho, trajando seus hábitos religiosos, passaram a noite ao lado dos mortos, no salão da Ordem Terceira. Rezaram e cantaram a noite inteira para evitar a confusão do choro e a reclamação contra Deus, que não havia evitado essa quase insuportável calamidade”.

Nesse aspecto, ela cita uma entre-vista dada por Dom Paulo, em 1989, para a revista Grande Sinal, da Editora

Vozes, onde Dom Paulo, na época comemorando 50 anos de vida religiosa, afirma que “foi a partir do momento que recebi como presente o texto completo do Novo Testamento. Gostei sempre da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo, por isso afeiçoei-me com intensidade a todos aconte-cimentos que tanto empolgaram a São Francisco: o Natal de Jesus na vida terrena; a cruz como fonte de esperança; e a eucaristia como expressão plena de amor”.

Na sua autobiografia, descre-ve-se assim: “Qualquer coisa que

eu tenha feito em minha vida ou ainda chegue a realizar explica o fato de eu ser padre. Fui por longos anos professor, mas sempre padre-professor, ao ensinar Literatura, Teologia ou Didática. Escrevi livros e milhares de artigos mesmo antes da ordenação sacerdotal. Trazem a marca de padre. Amei muito na vida e passei por situações humilhantes, por calúnias graves e muito difundi-das, mas sempre como padre, porque desejei cumprir a missão que Cristo me confiou. Meu lema de bispo, arcebispo e cardeal – ‘De esperança em esperança’ – foi escolhido na época eu que eu era um simples padre”.

Em 2 de maio de 1966 foi eleito bispo titular de Respecta e auxiliar de São Paulo, aos 44 anos. Recebeu a orde-nação episcopal em 3 de julho de 1966, na igreja matriz do Sagrado Coração de Jesus em Forquilhinha. Tinha início uma nova trajetória de vida na Igreja, sempre com as bases franciscanas: Profeta e pastor em defesa dos oprimidos e dos Direitos Humanos, contra a censura, a favor da liberdade, incentivando a orga-nização do povo em comunidades de base, apoiando os movimentos sociais, denunciando a tortura e enfrentando militares, independentemente das patentes, oferecendo a Catedral da Sé para missas e cultos ecumênicos de repúdio à ditadura.

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omemorar significa, literalmente, trazer à memória juntos, lembrar juntos. Em 14 de setembro de 2021 estaremos comemorando o cente-nário do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, quinto arcebispo metropolita-no de São Paulo.

Nascido em 1921, em Forquilhi-nha (SC), Dom Paulo fez seus estudos preparatórios para a vida religiosa nos

seminários da Ordem Franciscana dos Frades Menores, sobretudo em Petrópolis (RJ), e foi ordenado sacerdote em 30 de novembro de 1945. Em seguida, fez o doutorado em Letras na Universidade de Sorbonne, em Paris, com uma tese sobre “a arte do livro em São Jerônimo”, tor-nando-se especialista em literatura cristã antiga, ou patrística.

De volta ao Brasil, foi professor de Filosofia e Teologia em Petrópolis, até ser eleito bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, em 2 de maio de 1966, pelo papa Paulo VI. Trabalhou ao lado do cardeal Agnelo Rossi, arcebispo da época, até que, em 1970, Rossi foi chamado a Roma para assumir a condução da Congrega-ção para a Evangelização dos Povos e acompa-nhar as frentes missionárias da Igreja Católica, sobretudo na África e na Ásia. Dom Paulo tor-nou-se, então, arcebispo de São Paulo, em 22 de outubro de 1970. Pouco tempo depois, em 5 de março de 1973, foi nomeado membro do Colégio Cardinalício pelo mesmo papa Paulo VI, com quem o cardeal Arns teve sempre grande proximidade e estreita sintonia.

Como arcebispo, Dom Paulo procurou renovar a vida da Igreja e dinamizar o trabalho pastoral na Arquidiocese, atendendo às circuns-tâncias e necessidades da cidade de São Paulo, que crescia vertiginosamente e carecia de atenção especial às imensas periferias. Arns pro-curou traduzir em novas práticas organizativas e pastorais as orientações do Concílio Vaticano II no que se refere à participação do povo na vida e na missão da Igreja. Dedicou atenção especial aos pobres e desvalidos, estimulando

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o surgimento de numerosas obras voltadas para a promoção da caridade e da dignidade humana.

Sua atuação pastoral em São Paulo se deu em pleno regime militar, quando as liberdades democráticas, o respeito à dignidade humana e aos direitos fundamentais da pessoa foram desrespeitados de forma preocupante. Dom Paulo foi voz firme e respeitada na denúncia desses males e na defesa da dignidade da pessoa e de seus direitos fundamentais. Sua atuação se somou à de muitos que clamavam pelo retorno à normalidade democrá-tica no Brasil.

Não deve ficar em segundo plano a figura de Dom Paulo como bispo e pastor dedicado à Igreja. Ele amava seu rebanho e tinha alegria em estar com o povo. Promoveu a evange-lização e a organização pastoral, a formação do clero e dos religiosos, incentivou o protagonismo dos leigos para ocuparem com coragem seu lugar na Igreja e na sociedade. Dom Paulo queria a liturgia celebrada com esmero e dignidade, a palavra de Deus anunciada com dedicação e fervor e que o Evangelho de Cristo fosse força e transformação para uma sociedade melhor.

Além da sua palavra fácil e ca-lorosa, Dom Paulo escreveu nume-rosos livros e publicou frequentes artigos e entrevistas. Sua atuação em favor dos direitos humanos e das liberdades democráticas rendeu-lhe prêmios e reconhecimento nacio-nais e internacionais.

Tendo permanecido por quase 28 anos à frente da Arquidiocese de São Paulo, o cardeal Arns marcou-a pro-fundamente com seu carisma pessoal e suas diretrizes pastorais. Foi um

profeta da esperança, conforme o seu lema episcopal, “Ex spe in spem” – de esperança em esperança. Ele nunca renunciou ao sonho de ver um Brasil melhor e um mundo melhor.

Em 15 de abril de 1998, tendo já superando a idade canônica da renúncia ao seu encargo, tornou-se arcebispo emérito, retirando-se da cena pública. Viveu ainda longamen-te, vindo a falecer serenamente em 2016. Seu corpo repousa na cripta da catedral metropolitana.

501Dom paulo Evaristo Arns

comunicaçõesAGOSTO | 2021

derão ser promovidas para lembrar dom Paulo e valorizar o seu legado.

A Igreja de São Paulo recordará o cardeal Arns no ano do seu centenário dando graças a Deus por sua vida e ação e para destacar novamente a herança espiritual que ele aqui deixou. Uma comissão da Arquidiocese de São Paulo está organizando a agenda de eventos e iniciativas para come-morar a efeméride ao longo de todo o ano. A abertura oficial será feita com uma solene celebração eucarística na Catedral da Sé no próximo dia 14 de

Dom Paulo Evaristo Arns é um ilustre personagem que honra a Igreja Católica. Mas também é uma personalidade pública que teve pro-tagonismo singular no seu tempo. Ele agora pertence à História. Na iminência da celebração de seu cen-tenário, estes brevíssimos traços de sua biografia e da trajetória de sua vida têm o propósito de convidar para fazermos juntos a sua memória, daquilo que fez e significou para São Paulo e o Brasil. Muitas iniciativas po-

setembro, às 10 horas, com a presença de representantes da Igreja, autori-dades públicas, de outras instituições religiosas, sociais e culturais.

É preciso recordar Dom Paulo porque ele ainda tem muito a dizer ao nosso tempo.

Cardeal Odilo Pedro SchererARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO PAULO

Publicado no jornal “O ESTADO DE S. PAULO” no dia 14/08/2021

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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502 | COMUNICAÇÕES | AGOSTO | 2021

CFMB

om uma presença centenária na Amazônia, os Frades Menores, seguem sua vocação no fluir dos rios desta abençoada região. Na história da Custódia se pode con-

tar gerações de irmãos que, vindos de fora ou nativos, testemunham a mensagem do Evangelho no chão amazônico.

Em março de 1990, o Ministro Geral Frei João Vaughn erigiu uma nova entidade franciscana autônoma na Amazônia, trans-formando a Custódia do Sagrado Coração

de Jesus em vice-Província São Benedito da Amazônia. Frei Miguel Kellett foi eleito como primeiro Ministro Provincial da nova entidade e a dirigiu até o primeiro Capítulo Provincial, realizado em janeiro de 1993, quando foi eleito um novo governo para a vi-ce-Província. O objetivo principal da ereção da nova vice-Província fazia parte da polí-tica do Governo Geral da Ordem dos Frades Menores, durante a década de oitenta e co-meço da década de noventa, de erigir novas entidades nas áreas de missão da Ordem, a

fim de incrementar a fundação e implanta-ção da Ordem nestas áreas.

E nesses 31 anos, a Custódia tem buscado ser fiel às suas raízes franciscanas e amazô-nicas. Do passado ao presente, o Pobrezinho de Assis e os povos dessa terra querida são a força e companhia para que os frades possam vencer os ‘banzeiros’ dos tempos. “E aqui es-tamos, para partilhar da nossa vida e missão. Contar e guardar com amor nossa memória é o que queremos comunicar”, revela Frei Fábio Melo Vasconcelos, frade da Custódia São Be-nedito que atualmente reside em Petrópolis e cursa o 2º ano de Teologia.

A Amazônia não é só uma realidade, mas é uma multiplicidade de encontros, de cida-des, de vilas. “E nos encontramos imersos nessa imensa diversidade. Os frades resi-dem tanto no Oeste como no extremo Leste da região. Ao longo dos rios, nas capitais e cidade dos interiores podemos viver a vida franciscana”, explicou.

As fraternidades da Custódia estão três estados da denominada Amazônia legal. Amazonas, Pará e Roraima. Pode-se encon-trar os frades menores nos seguintes locais: Boa Vista,RR (Fraternidade interprovincial Conferência dos Frades Menores do Brasil CFMB); Itaituba, PA; Missão São Francisco do Rio Cururú (PA); Monte Alegre (PA); Óbidos (PA); Santarém (PA): Cúria Custodial e Pos-tulantado Kabiará em Manaus (AM) – Junio-rato e Frades em Estudos fora da Custódia em Petrópolis(RJ) e Chicago (Illinois, EUA).

Em todos esses lugares onde os frades estão só desejam uma coisa: testemunhar o Evangelho em pobreza, obediência, sem nada de próprio e em castidade. “Que nes-ses caminhos da Amazônia nos acompanhe

A presença franciscana da Custódia São Benedito na Amazônia

C

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Novo site mostra o trabalho pastoral dos frades

No dia 2 de agosto, festa franciscana da Porciúncula, os frades da Custódia São Benedito da Amazônia, entida-de franciscana presente na região norte do país, apre-sentaram ao povo de Deus e as pessoas de boa vontade o seu novo site: franciscanosamazonia.org.br. O evento de lançamento aconteceu às 8h30 na sede custodial, Convento São Francisco, situado na cidade de Santarém (PA) com a oração das Liturgia das Horas. A celebração foi transmitida em tempo real pelo Facebook e Youtube da Custódia. Dentro da liturgia, presidida pelo custódio, Frei Edilson Rocha da Silva, OFM, evidenciou-se o Perdão de Assis comemorado hoje e a difusão do modo de ser franciscano no contexto amazônico por meio dessa nova plataforma digital.

No site podem ser encontradas as páginas com conte-údo sobre a vida e missão dos frades menores na Amazô-nia brasileira. Além disso, apresenta conteúdos históricos, elementos do carisma franciscano e atualidades sobre a Custódia. Um Diferencial do site é que nele podem ser en-contrados elementos de espiritualidade amazônica. Com esse material os frades esperam dispor de um espaço para evangelizar e interagir com seus parceiros e parceiras na missão de testemunhar Cristo na querida Amazônia.

Com essa “repaginação” do site não se busca apenas uma “cara nova”, um layout mais moderno, mas um es-paço que seja um Tapiri, isso é uma casa de conversa e de bom encontro com os frades menores na Amazônia. Com esse recurso se almeja também a promoção huma-na, social e cultural dos povos da floresta e das realidades urbanas. Assim, os frades da Custódia convidam a todos para embarcar com eles nessa canoa e navegar juntos na busca de um anúncio e vivência do evangelho com rosto amazônico.

Equipe de Comunicação Custodial

sempre a força divina que une os povos e culturas para que viva-mos como anunciadores da paz”, deseja Frei Fábio.

Semear a espiritualidade franciscana é espalhar no mundo um outro modo de pensar e agir. A espiritualidade franciscana é itinerante, não está presa a um lugar somente. A história, o ca-risma e a força da figura de Francisco e de seus seguidores abra-çam o mundo todo e dialogam com os mais diversos ambientes.

Por sua vez, a Amazônia é um berço, uma mãe que acolhe tantos que aqui chegam, e São Francisco aqui se instalou por meio dos seus seguidores e seguidoras. Todas as marcas da espiritualidade francisca-na brilham e refletem no profundo contexto amazônico. Uma sintonia entrelaça está imensa floresta com os vales da Úmbria. “A encarnação, a cruz e a ressurreição, eixos do carisma franciscano, resplandecem nas dores, alegrias e esperanças da nossa gente. É isso que queremos compartilhar com todos, uma espiritualidade franciscana enraizada no coração da irmã e mãe Amazônia”, destacou.

Custódia em númerosA Custódia São Benedito da Amazônia conta com 38 frades

menores franciscanos. Desses 38 religiosos, 6 são de votos tem-porários, 2 noviços e 30 de votos solenes. Além desses 38, a Cus-tódia tem 3 frades de outras entidades que moram em Roraima (RA) e conta ainda com 8 postulantes neste ano de 2021.

Frei Adriel e Frei Fábio, estudantes em Petrópolis

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504 | COMUNICAÇÕES | AGOSTO | 2021

FALECIMENTO

Frei Abel Schneider 19.07.1921 + 28.07.2021

o último 19 de julho, Frei Abel Sch-neider celebrou cem anos, tornan-do-se o segundo frade centenário da Província. Ele e a Fraternidade do Noviciado de Rodeio, contudo, nem

puderam celebrar a data, porque nesse dia Frei Abel foi internado no Hospital da cidade. Seu estado de saúde piorou muito com vômi-tos e dores muito fortes renais. Nesse tempo de internação, não apresentou melhoras e, no início da tarde do dia 28 de julho, ele veio a falecer.

Seu velório foi realizado a partir das 6h30 do dia seguinte, na Igreja matriz da Pa-róquia São Francisco de Assis de Rodeio. Às 7 horas, a Fraternidade do Noviciado rezou as Laudes e, às 10 horas, a Missa de Exéquias. O corpo de Frei Abel foi sepultado, às 11 horas, no jazigo dos frades no Convento de Rodeio.

O Frade MenorFrei Abel nasceu em Selbach, RS, no dia

19 de julho de 1921. Era o filho mais velho do casal Fridolino e Agnes Schneider (fale-cidos) teve nove filhos (8 homens e 1 mu-lher). Agricultores, os pais eram, segundo o frade “profundamente” cristãos católicos. Seu discernimento vocacional, acreditava, começou desde criança, através da prática religiosa, do trabalho, da honestidade e da boa convivência. “Todos da minha peque-na comunidade eram católicos praticantes e dali saíram muitas vocações. Para se ter uma ideia, até 1963, éramos 27 padres, 45 religiosos (as) e 1 bispo que nasceram ou moraram lá. O bom exemplo dos francisca-nos e sua piedade também influenciaram na minha decisão”, contou em sua ficha auto-biográfica.

“Desde criança tive a ideia de ser padre e apresentei-a ao meu pai. Para a minha

surpresa, ele gostou muito e me encaminhou para os franciscanos. A paróquia onde morávamos era dos fra-des; hoje não é mais. Em Selbach, no Rio Grande do Sul, havia muitos seminaristas, companheiros que eu conhecia e outros que não conhecia, mas quase todos da Diocese de Santa Maria. Então, pensei: vou lá para Santa Maria! Pensei que era a mesma coisa. Mas o pai me fez mudar de ideia e disse: ‘Não, você vai para os Franciscanos!’ Eu aceitei. No seminário, a gente apren-deu o que era ser franciscano e como ser frade menor. Nesse tempo, tinha 13 anos e ingressei na etapa do ensino fundamental. Mas aprendi pouca coisa, pois em casa só falávamos alemão. Fui para o seminário sem saber o português”, disse em entrevista a Frei Augusto Luiz Gabriel, em 2018. Frei Abel ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 14 de dezembro de 1946 e fez a profissão solene no dia 18 de dezembro de 1950, sendo ordenado sacerdote no dia 1° de julho de 1954.

Sobre a sua longa caminhada como religioso, defi-ne: “Toda pessoa humana enfrenta provações. Passei também as minhas, e se até aqui venci, espero ser fiel até o fim”.

Para ele, viver bem em fraternidade, é “aceitar a si mesmo e corrigir os erros, buscar a perfeição sempre, fazer penitência, saber que a renúncia faz parte da vida consagrada para não perder o objetivo maior que

N

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AGOSTO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 505

FALECIMENTO

é seguir Jesus e, com isso, ser fiel ao chamado, ao plano de Deus, à vocação que ele nos deu”.

Segundo ele, a fórmula para ser um bom frade menor é ser fiel ao ideal de vida. “Ser firme e convicto: eu quero ser isso, então persisto! Essa é a fórmula. Não se pode ficar na indecisão do ‘vou não vou, não vou, vou, não vou…’. Decida e seja firme! É claro que vai esbarrar em dificuldades, obs-táculos, mas isso se encontra em qualquer situação de vida. Por isso é importante ter bem claro à nossa frente o que que-remos”, ensina.

A longevidadePara ele não há segredo na longevidade: “A vida é um dom

que Deus dá a cada criatura. Para uns, Deus deu a brevidade, para outros, a longevidade. Então, que cada um viva e respei-te a vontade do Criador”.

Para ele, não mudaria nada nessa caminhada centenária: “Não faria nada de novo! É melhor continuar caminhando do que repetir, voltar para trás não permitiria que se chegasse ao fim. Então, o que estava errado vou corrigir para o futuro ser melhor”.

Nesses cem anos, um fato marcante para ele foi o Concí-lio Vaticano II: “O Concílio Vaticano trouxe muita euforia en-tre o clero, isso me lembro bem! Depois, quando as reformas começaram a ser implementadas, muitos largaram a batina precipitadamente. As reformas foram feitas lentamente e deram muito certo”. Mas sobre a vida de nossos governantes faz questionamentos: “O governo deveria orientar e dirigir a sociedade toda, mas segue os seus próprios interesses. Aí que está a nossa missão: anunciar o Evangelho perante isso tudo!”

Nos 100 anos de vida, confessa estar realizado na Ordem Franciscana: “O ideal franciscano me basta. Não sou ‘tops-tar’! A Ordem é o nosso ideal para seguir a Palavra de Cristo. Sede santos como o nosso Pai é santo. Como ser santo? É uma boa pergunta! Então temos à nossa frente meios e ca-minhos para a santidade, que é a Ordem que São Francisco nos deixou. Nós o conhecemos e procuramos segui-lo. Tro-peçamos muitas vezes, mas seguimos firmes, não olhando para trás”.

Um conselho que deixou a um jovem que quer seguir a vida religiosa: “Questione-se bastante. O que quero e por que quero entrar na Ordem? Aliás, isso é para toda e qualquer forma de vida”.

R.I.P

Da Secretaria Provincial

Dados pessoais, formação e atividades

19/07/1921 – Nascimento em Selbach, RS (100 anos)

14/12/1946 – Admissão na Ordem dos Frades Menores em Rodeio, SC (74 anos de Vida Religiosa)

18/12/1947 – Profissão simples na Ordem dos Frades Menores

18/12/1950 – Profissão Solene (70 anos)

1º/07/1954 – Ordenação presbiteral (67 anos)

1949-1950 - Filosofia (Curitiba)

1951-1955 - Teologia (Petrópolis)

Atividades na Evangelização

26/01/1956 – Luzerna

20/01/1959 – Duque de Caxias

27/11/1960 – São João de Meriti

30/07/1962 - Indaial, SC, vigário paroquial

16/02/1963 - Chopinzinho, PR, vigário paroquial

15/01/1965 – Porto União, SC

03/05/1966 – Xaxim, SC

15/07/1966 – Coronel Freitas, SC

17/12/1966 - Jaborá, SC

06/01/1970 – Abdon Batista, SC, vigário paroquial

30/08/1972 – Luzerna e Água Doce, SC, vigário paroquial

28/01/1974 - Major Vieira, Canoinhas, SC, vigário paroquial

07/12/1979 - Água Doce

15/12/1982 - Jaborá

31/01/1984 - Coronel Freitas, SC, vigário paroquial

04/04/1990 - Lages, Aparecida, SC, vigário paroquial

17/01/1992 - Atendimento Conventual em Lages, SC

22/03/2000 - Agudos, SP, tratamento de saúde

19/03/2001 - Rodeio, SC, atendente conventual

07/11/2003 - Balneário Camboriú, SC, atendente conventual

07/12/2004 - Rodeio, SC, atendente conventual

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NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

“Inspirar e mobilizar a comunidade católica para cuidar da nossa casa comum e alcançar a justiça cli-mática e ecológica”. Estes são os objetivos da nova fase que se abre para o Movimento Católico Global pelo Clima, que muda seu nome para Movimento Laudato si’.

Fundado em 2015 por um grupo de 17 organizações católicas e 12 líderes de re-alidades universitárias e sociais de todos os continentes, empenhados em ajudar os fiéis a responder às exortações da encí-clica do Papa Francisco sobre os cuidados

Dominicanos nos caminhos do Evangelho e do mundo há oito séculos

Passaram-se, exatamente, 800 anos da morte de São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores. Frei Gerard Fran-cisco Timoner, Mestre Geral da Ordem disse recentemente: “Na Carta que o Papa Fran-cisco escreveu, de modo eloquente, à Ordem Dominicana, por ocasião do oitavo centenário do falecimento de São Domingos, destacou alguns títulos a ele atribuídos, entre os quais o de ‘Pregador gratiae’ (Pregador da graça), pela sua consonância com o carisma e a missão da Ordem que fundou. Eis o nosso dom à Igreja: a ‘graça da pregação’ e a ‘pregação da graça’, ou seja, o anúncio de Deus, Graça não criada, que se transmite à humanidade. Ao cultivar e com-partilhar este carisma e missão, Domingos tor-nou-se uma verdadeira Luz da Igreja”. Nestes tempos difíceis, em que as pessoas parecem perder a esperança, São Domingos oferece a “spem miram”, uma maravilhosa esperança!

Hoje, os Dominicanos são cerca de cinco mil, espalhados em 80 países do mundo. A família religiosa é composta também de monjas, que se dedicam à vida contemplati-va, e religiosas engajadas apostolado. Entre os ilustres filhos de São Domingos desta-cam-se Santo Tomás de Aquino e Francisco de Vitória, um dos pais do Direito internacio-nal. O caminho de São Domingos foi percor-rido entre o Evangelho e o mundo: é o que ressalta Frei Gerard Francisco Timoner, em entrevista ao Vatican News, dizendo, entre outras coisas, que São Domingos é um santo “atemporal”.

A Ordem dos Pregadores (Dominicanos) reunida em Capítulo Geral no Vietnam elegeu, em 13 de jul 2019, Frei Gerard Timoner como Mestre Geral da Ordem. Frei Gerard tem 51 anos e é de nacionalidade filipina e pertencente à Província das Filipinas. O novo Mestre Geral dos

dominicanos sucede a Frei Bruno Cadoré e é o terceiro frade dominicano não-europeu a ser eleito como Mestre Geral nos longos 800 anos de história da Ordem

“Muitos pensam que São Domingos é um santo medieval, pelo contrário, é um santo “clássico”, atemporal, não porque vai para além das vicissitudes históricas, mas porque é um marco significativo, em cada momento da história. Há, precisamente, 300 anos da morte de São Domingos, Santo Inácio de Loyola, ao ler as biografias de São Francisco e São Domingos, obteve a graça da conversão. Se Domingos ins-pirou um homem, que viveu centenas de anos depois, a ser santo, então também pode ser fonte de inspiração para todos nós, hoje; tem muito a dizer também às pessoas do nosso tempo”, diz Frei Gerard.

Vatican News

Movimento Laudato si’: uma realidade consolidada que se renova

da casa comum, publicada naquele mesmo ano, o Movimento conta hoje com mais de 800 organizações.

Em tempos recentes, passou por “um caminho de discernimento que durou mais de 18 meses”, explica ao Vatican News To-más Insua, co-fundador e diretor executivo

do Movimento: uma reflexão sobre identidade, missão, nome e estru-

turas. O nome anterior, continua, “além de ser longo era difícil de

recordar. Pensando no trabalho de conversão ecológica e na ecologia inte-

gral que a Laudato si’ invoca e que catalisa nosso trabalho, em colaboração com vários parceiros eclesiais decidimos nos chamar de Movimento Laudato si’”, depois de examinar uma lista de 25 nomes possíveis.

Do Papa Francisco, um incentivo cons-tante para continuar o compromisso do Movimento.

Angelo Lion/Domínio Público

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Agenda 2021 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO

SETEMBRO

01 Encontro on-line da Frente da Comunicação

01 Encontro Ampliado on-line de Leigos e Frades da Frente da Educação.

14 Abertura do Ano Jubilar do Centenário de Nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns - 10h - Catedral da Sé

15 Reunião do Conselho de Formação e Estudos

23 e 24 Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo

27 a 29 Reunião do Definitório Provincial

OUTUBRO

04 São Francisco de Assis

16 a 25

Novena e Festa no Santuário Frei Galvão -

Guaratinguetá

23

Live Vocacional – Ituporanga (SC)

e Rodeio (SC)NOVEMBRO

NOVEMBRO

22 a 30 Capítulo Provincial em Agudos

Há 80 anos, precisamente no dia 14 de agosto, São Maximiliano Kolbe morreu para salvar um pai de família. Em homenagem ao gesto heroico de Kolbe, está sendo pu-blicado o livro “Escritos de São Maximiliano Kolbe”. Este livro servirá para estudantes e pesquisadores, bem como para quem deseja conhecer e aprofundar sobre a es-piritualidade de São Maximiliano Kolbe. Para Matilde Luvistto que traduziu a obra, “trata-se de um material impressionante colocado à nossa disposição para podermos colher o pensamento do fundador da Milícia da Imaculada, as riquíssimas reflexões que permanecem muito atuais e nos estimulam; sua espiritualidade voltada para a santidade e sobretudo para a missão, sua paixão pela Imaculada e sua particular mariologia”.

O livro contém mais de 2.500 páginas com tudo o que foi possível recolher daqui-lo que São Maximiliano escreveu. Há breve apresentação do livro por Frei Raffaele di Muro, OFM Conv., que é especialista em São Maximiliano Kolbe; também Frei Sebastião Benito Quaglio, OFM Conv., co-fundador do Instituto Missionários da Imaculada-Padre

Milícia da Imaculada no Brasillança Escritos de São Maximiliano

Kolbe, deixa uma mensagem ao leitor. O Ministro Geral da Ordem dos Frades Meno-res Conventuais, Frei Carlos Trovarelli, OFM Conv., e o Assistente Internacional da Milícia da Imaculada, Frei Gilson Miguel Nunes, OFM Conv., introduzem e incentivam a leitura. Para Frei Sebastião Benito Quaglio, “o seu modo de viver foi surpreendente e só pode ser entendido em profundida de, mergulhan-do no interior de seu coração. A publicação deste livro visa favorecer aos mílites de lín-gua portuguesa esse ‘mergulho’ na alma do santo fundador da Milícia da Imaculada”.

Os escritos de São Maximiliano foram traduzidos a partir de uma versão italiana que compilava o que Kolbe escreveu em diversas línguas como italiano, polonês e la-tim. Matilde Luvisotto e Sara Caneva se dedi-caram por longo tempo para a tradução fiel; Frei Ari Pintarelli, OFM, que já havia revisado grandes obras, deu sua contribuição para a correta versão em português. “Aplaudimos esta obra extraordinária que pode agora estar à disposição da florescente Milícia da Imaculada do Brasil e também de toda a Igreja do Brasil, e, certamente, também em

outras nações de língua portuguesa em ge-ral. Desejo sucesso a esta precisa obra que vai difundir admiravelmente a herança de São Maximiliano Kolbe e torná-lo ainda mais conhecido e apreciado”, diz Frei Raffaele di Muro, OFM Conv., Diretor da Pontifícia Facul-dade São Boaventura, que também dirige a Cátedra Kolbiana na mesma instituição.

Page 64: Frei Fidêncio Vanboemmel

Deus Onipotente, que estais presente em todo

o universo e na mais pequenina das vossas

criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o

que existe, derramai em nós a força do vosso amor para

cuidarmos da vida e da beleza.

Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem

prejudicar ninguém.

Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos.

Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição.

Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra.

Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos

com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita.

Obrigado porque estais connosco todos os dias.

Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz.

Papa Francisco, Laudato si’

ORAÇÃO PELA NOSSA TERRA

1º de setembroDIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO