france os 15 portugueses de frança que marcaram o ano 2014 · crónica de opinião o filósofo...

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GRATUIT Fr 06 Mário Castilho recebeu a Comenda da Ordem de Mérito das mãos do Secretário de Estado das Comu- nidades José Cesário FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa LusoJornal / Carlos Pereira L’Atelier des Artistes em Romainville Casamento. Ser Português, morar em França e querer casar no outro lado do planeta, pode demorar vários anos de burocracia. 09 Surrealistas. Uma Antologia dos Sur- realistas realizada por Isabel Meyrelles é enfim publicada, 30 anos depois de ter sido realizada. 14 Angola. O Ministro das Relações Exte- riores de Angola, Georges Chikoti, esteve em França para participar no Fórum de Negócios França-Angola. 03 Arte. O artista americano de origem por- tuguesa Mel Ramos, tem atualmente uma exposição numa das mais conheci- das galerias de Paris. 15 11 Edition nº 200 | Série II, du 07 janvier 2015 Hebdomadaire Franco-Portugais PUB Taça de França: Lusitanos de Saint Maur deram espetáculo mas foram eliminados pelo Stade de Reims PUB Os 15 Portugueses de França que marcaram o ano 2014 Pastelaria troca Fava da Galette por Moedas em Ouro 05

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Page 1: FRANCE Os 15 Portugueses de França que marcaram o ano 2014 · Crónica de opinião O filósofo grego Heraclito dizia que tudo flui, que nada permanece. A mu - dança é a essência

G R A T U I T

Fr

06Mário Castilho recebeu a Comendada Ordem de Mérito das mãos doSecretário de Estado das Comu-nidades José Cesário

F R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

LusoJornal / Carlos Pereira

L’Atelier des Artistes em Romainville

Casamento. Ser Português, morarem França e querer casar no outro ladodo planeta, pode demorar vários anos deburocracia.

09

Surrealistas. Uma Antologia dos Sur-realistas realizada por Isabel Meyrelles éenfim publicada, 30 anos depois de tersido realizada.

14

Angola. O Ministro das Relações Exte-riores de Angola, Georges Chikoti, esteveem França para participar no Fórum deNegócios França-Angola.

03

Arte. O artista americano de origem por-tuguesa Mel Ramos, tem atualmenteuma exposição numa das mais conheci-das galerias de Paris.

15

11

Edition nº 200 | Série II, du 07 janvier 2015 Hebdomadaire Franco-Portugais

PUB

Taça de França: Lusitanos de SaintMaur deram espetáculo mas forameliminados pelo Stadede Reims

PUB

Os 15 Portugueses de Françaque marcaram o ano 2014

Pastelaria troca Fava da Galettepor Moedas em Ouro

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02 Opinião

MudarPaulo PiscoDeputado (PS) pelo círculoeleitoral da Europa

[email protected]

Crónica de opinião

O filósofo grego Heraclito dizia quetudo flui, que nada permanece. A mu-dança é a essência da vida e das so-ciedades. As sociedades, os países,transformam-se, umas vezes para me-lhor, outras para pior. É claro quetodos queremos que as coisas evo-luam sempre para melhor.Mas nos últimos anos, devido às du-ríssimas políticas de austeridade, Por-tugal conheceu uma regressão sociale uma emigração sem precedentes.Aumentou a pobreza e as desigualda-des e muitas pessoas passaram a ficarprivadas do acesso à saúde e à edu-cação. As pessoas ficaram mais de-pendentes, seja da ajuda familiar oudos créditos bancários, o que é mau

para uma sociedade que se quer ver-dadeiramente livre e democrática.O meu desejo é que em 2015 hajauma mudança para melhor em que aspessoas possam viver com mais dig-nidade, que sintam que o Estado sepreocupa com elas e não em apenassacar-lhes o dinheiro com mais impos-tos, que sintam que se preocupa ver-dadeiramente com o seu bem-estar ecom os seus direitos.A mudança que desejo para 2015tem de, finalmente, colocar as pes-soas em primeiro lugar e apostar naqualidade da dinâmica do país. Ouseja, uma mudança que ponha fim àregressão social fruto das atuais polí-ticas de austeridade, que ponha fim à

asfixia da atividade económica estu-pidamente sobrecarregada com im-postos, que ponha fim à necessidadedas pessoas terem de emigrar paraconseguir uma vida minimamente de-cente e sem dependências ou angús-tias.A mudança que desejo deve não ape-nas fazer tudo para melhorar o desen-volvimento do país, tornando-o maisjusto e inclusivo, mas também refor-çar efetivamente a ligação com todosos que estão fora de Portugal e an-seiam por serem considerados comoparte integrante da nação, o que atéagora não tem acontecido.O que desejo para 2015, é um paísque use a sua diplomacia como forma

de nos afirmarmos no mundo comvisão e sentido da nossa História, oque agora manifestamente não acon-tece.Um novo ano é sempre o início deuma nova esperança. A esperança quetodos os Portugueses, onde quer queestejam, tenham uma vida melhor,sejam mais considerados e valoriza-dos, numa sociedade aberta e criativa,dinâmica e livre, com respeito e reco-nhecimento de uns pelos outros.Tudo muda, ninguém se banha duasvezes nas mesmas águas de um rio,mas tudo tem de mudar para melhor.Com sentido de humanidade, a bemde todos e do país. É esse o meu de-sejo para 2015.

le 07 janvier 2015

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Alfredo Lima, Ana Catarina Alberto, Angélique David-Quinton, AntónioMarrucho, Aurélio Pinto, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Duarte Pereira (Cyclisme), Eric Mendes, Henri de Carvalho, InêsVaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Manuel dos Santos (Arles), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel doNascimento, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mário Loureiro, Natércia Gonçalves (Clermont-Ferrand), Nathalie de Oliveira, Nuno Gomes Garcia (Sport), Padre Carlos Caetano, RicardoVieira (Musique Classique), Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Sheila Ferreira (Clermont-Ferrand), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits |Agence de presse: Lusa | Photos: Alfredo Lima, António Borga, Mário Cantarinha | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de laporte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Publicidade em Portugal: AJBB Network, Arnado Business Center, rua João de Ruão, nº12-1º Escrt 49. 3000-229 Coimbra. Tel.: (+351)239.716.396 / [email protected] | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: janvier 2015 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | www.lusojornal.com

La Fête au Portugal: entre tradition et renouveau

António MarruchoEmployé de banque à Lille

[email protected]

Chronique d’opinion

Les fêtes de fin d’année sont termi-nées. Cela fut l’occasion pour beau-coup de nos compatriotes de recevoirde la famille venue du pays ou de s’yrendre pour «matar saudades» parta-gées avec amis et parents.Le monde change, le Portugal change,quelques traditions font de la résis-tance, même si parfois elles ont perduen partie leurs caractéristiques pre-mières. Dans la Beira Baixa on conti-nue à allumer le feu le 24 décembre,connu sous le nom de «Madeiro». Cesont les Juntas de Freguesia qui l’or-ganisent, alors qu’il était le devoir,dans un passé récent, que cela soitfait par les jeunes gens qui allaient à«l’inspeção» dans l’année. Le tradi-tionnel plat de morue, pomme deterre et choux est loin d’être resté larègle. Selon la région du pays on man-gera «filhoses», «rabanadas», «formi-gos», «aletria» ou plus généralement«Bolo Rei».Encore de nos jours, même si cela de-vient moins vrai, le Portugal est carac-térisé comme étant le pays des F:Famille, Football, Folklore, Fátima,Fado…Mais tout cela n’est-t-il pas en train dese perdre? Citons ici le cas de la reli-gion et des fêtes. Du petit village à lagrande ville, des fêtes en honneur desSaints et de Marie étaient organiséesle plus souvent pendant les moisd’été, lors de la venue des émigrés. Lebénéfice de ses festivités était partagéentre organisations profanes et reli-gieuses. Le clergé décrétant que tousles bénéfices des dites fêtes devaientleur revenir, beaucoup de ces mani-

festations ont perdu de leur popula-rité, voir disparaissent.Pour pallier cette contrainte et afin decréer des lieux de rencontres et ainsidynamiser un village, une ville, le tissuéconomique, de nouvelles fêtes appa-raissent, ayant souvent pour thème oudéclencheur de l’évènement, la gas-tronomie. Ce sont les fêtes: «daspapas, do borrego, da cereja, do cara-col, do maranho»…Des musées à thème culinaire voientégalement leur apparition: le Muséedu fromage de Peraboa, le Musée dupain de Seia…Parallèlement, de nouvelles formesd’évoquer le passé naissent. Ce sontpar exemple les fêtes médiévales deBelmonte et de Celorico da Beira.Le Portugais aime la fête et aime par-tager les bons moments de la vie. Té-

moignant cela, est le fait que 11% dusalaire est dépensé dans les restau-rants et cafés. Le Portugal a trois foisplus de restaurants que la moyenneeuropéenne.On essaye également de mettre deplus en plus en évidence les particu-larités des cultures minoritaires. Ci-tons ici le Musée et les Fêtesjudaïques de Belmonte.Des circuits se mettent en place pourvisiter des villages selon un thème: lesvillages du schiste, les villages médié-vaux, les plus beaux villages (Mon-santo, Idanha a Velha, Sortelha,Trancoso, Linhares…).Nous citons ici des exemples d’unerégion bien précise du Portugal, laBeira Baixa. Rassurez-vous, nous re-trouvons les mêmes exemples duNord au Sud du Portugal.

Dans ce pays que nous aimons, onpeut encore y faire de belles rencon-tres… de très belles rencontres. Al’exemple de celle que nous avons faità Ladeira cet été, petit village loin detout, lors d’une de nos errances pé-destres. Arrivé au village, nous avonsdemandé de l’eau… on nous a servi«Jeropiga», boisson qui ressemble auPorto et qui est faite de façon artisa-nale. Ce sont des gens qui n’ont«rien» selon la conception matérialistede la civilisation actuelle, pas d’ordi-nateur, pas de super marchés, pas devoiture… mais qui donnent tout cequ’ils ont.Nous sommes toutefois là, à la finprobable d’un cycle. De telles rencon-tres vont devenir de plus en plus rares.L’émigration, l’éclatement des fa-milles ont conduit à ce que de plus enplus de maisons de repos soientcréées. Beaucoup de villageois âgéessont nés dans leurs maisons, maismeurent de moins en moins chez eux.C’est un signe des temps, certainesmœurs se perdent, ainsi qu’une cer-taine fierté.Tout n’est pas négatif dans notreexemple précèdent. Les maisons deretraite permettent d’une certainefaçon de rompre l’isolement auquelbien des grands parents étaient voués.Les fêtes de fin d’année terminées,beaucoup d’entre nous pensent déjàaux vacances d’été et à la pérégrina-tion annuelle au Portugal. Un retouraux racines avec l’espoir d’y rencon-trer familles et amis, en perpétuant latradition ou en adhérant aux nouvellesformes de faire et de faire vivre la fête.

emsíntese

Feliz Ano Novo

Toda a equipa do LusoJornal asso-cia-se a mim para desejar umFeliz Ano Novo aos nossos leitorese aos nossos clientes.2015 tem tudo para ser um BomAno.Certamente que os conflitos a queassistimos no planeta (na Ucrânia,por exemplo) não vão continuar,porque os Homens são inteligen-tes, conhecem o que aconteceucom outras guerras, sabem que asguerras de hoje matariam muitomais inocentes.Certamente que o integrismo islâ-mico não vai progredir, porquecom os meios de comunicaçãoatuais, os Homens sabem que omundo evoluiu, e as Mulheres nãovão aceitar voltarem a ser tratadascomo meros objetos.Certamente que os políticos vãocomeçar a refletir, visto a imagemglobal extremamente negativa deque são vítimas, sobretudo depoisdos escândalos que atingem al-guns de entre eles e que a comu-nicação social tem trazido apúblico, e dos resultados cada vezmais dececionantes que têm nagestão dos países.Certamente que nós não vamoscontinuar a ser meros observado-res e vamos ser cada vez mais in-terventivos, para deixarmos de serapenas “treinadores de bancada”,para sermos também “atores” donosso destino.Vai ser pois, um ano 2015 exce-lente.

Carlos PereiraDiretor do LusoJornal

Cristina Alves,Presidente daRádio Arc en Ciel

Na primeira página da versão im-pressa da última edição do Luso-Jornal trocámos, por erro nosso, onome da nova Presidente daRádio Arc en Ciel. Chamámos-lheCarolina, quando na verdadetrata-se de Cristina Alves.Já apresentámos o nosso pedidode desculpas à principal interes-sada. Agora, apresentamos aosnossos leitores.

Quer comentar [email protected]

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03Políticale 07 janvier 2015

Angola e França assinam acordos de facilitação devistos e parceria económica reforçada

O Ministro das Relações Exteriores an-golano, Georges Chikoti, e o seu homó-logo francês, Laurent Fabius,assinaram no passado dia 18 de de-zembro um acordo para facilitar a en-trega de vistos para empresários e umplano de ação para uma parceria eco-nómica reforçada.Os documentos foram assinados nofinal do Fórum de Negócios França-Angola, que contou com cerca de 250pessoas, incluindo António CarlosSumbula, o Presidente da EmpresaNacional de Diamantes de Angola (En-diama), a empresária angolana Isabeldos Santos e dirigentes de empresasdo setor petrolífero como a Total e a BP.“Não há apenas questões económi-cas”, afirmou Georges Chikoti, no en-cerramento do Fórum, relembrando aimportância da cooperação comFrança para a gestão das crises emÁfrica, tendo em conta que Angola vaiassumir, em janeiro, um assento deMembro não permanente no Conselhode Segurança da ONU.

“Angola e França cooperam em outrosdossiês importantes, no contexto inter-nacional, particularmente na Repú-blica Centro-Africana. Tambémfalamos regularmente sobre a crise naRepública Democrática do Congo. Glo-balmente, partilhamos também todasas posições relativas à luta contra o ter-

rorismo global que afeta o continenteafricano”, declarou Georges Chikoti,falando em francês.O chefe da diplomacia angolana elo-giou “os esforços que a França faz paracombater o flagelo do terrorismo e tam-bém para combater a crise de Ébola naGuiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria”.

O Ministro dos Negócios Estrangeirosfrancês sublinhou que “as relações po-líticas estão ao melhor nível de sem-pre” entre Angola e França, lembrandoa visita do Presidente angolano a Parisem abril e a posterior criação de umgrupo de trabalho bilateral para “refor-çar e diversificar as relações económi-cas”.Por outro lado, Laurent Fabius subli-nhou a vontade de cooperar com An-gola tendo em vista a conferênciainternacional sobre o Clima em Parisem 2015. “Esta cooperação vai serparticularmente útil num dossiê quenos vai mobilizar em 2015: o clima. Éa sobrevivência da humanidade queestá em jogo e África é a primeira afe-tada. É a luta contra as alterações cli-máticas que vamos tratar no próximoano e precisamos do apoio de Angola”,disse Laurent Fabius.Georges Chikoti chegou a Paris no pró-prio dia 18, depois de ter efetuadouma visita oficial aos Estados Unidos,onde foi recebido pelo homólogo norte-americano John Kerry, em Washington.No plano internacional, além de presi-

dir a Conferência Internacional da Re-gião dos Grandes Lagos (CIRGL) desdejaneiro de 2014, Angola assume,desde este janeiro de 2015, um as-sento de Membro não permanente noConselho de Segurança da ONU, es-tando agendados para este ano a Con-ferência internacional sobre a piratariano Golfo da Guiné e o envio de milita-res para a República Centro-Africana.No plano económico, de acordo comdados do Ministério dos Negócios Es-trangeiros francês, o comércio bilateralentre França e Angola atingiu perto de1,47 mil milhões de euros em 2012,contra 3,2 mil milhões de euros em2008. Em 2012, as exportações fran-cesas totalizaram 543,9 milhões deeuros - dominadas pelos equipamen-tos destinados ao uso petrolífero - e asimportações atingiram 933 milhõesde euros.Cerca de 70 empresas francesasestão presentes em Angola, principal-mente no setor petrolífero, com aTotal a ser o primeiro operador no paísao produzir 610 mil barris por dia em2012.

Ministro Georges Chikoti esteve em Paris

Par Carina Branco

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Cívica: Paulo Marques visita autarcas lusos do Languedoc Roussillon e dos Pyrénées OrientalesO Presidente da associação Cívica deluso-eleitos deslocou-se ao sul daFrança entre os dias 19 e 23 de de-zembro com o objetivo “de aproximaros territórios com presença de luso-eleitos nas Mairies”.Paulo Marques assistiu ao Mercado deNatal com Gilbert de Sacramento,Presidente da Comissão para o desen-volvimento económico da comunidadedas Mairies do Le Séronais, nos Pyre-nées Ariègeois, onde Fernand Pereiratambém é eleito na Mairie de Allières.Gilbert de Sacramento, filho de umPortuguês emigrado na região em1927, dedica-se à sua comuna desdeque está aposentado. A presença dePortugueses na Ariège está dinâmica

e é muita antiga, data dos anos 1900.“É importante que a associação de au-tarcas de origem portuguesa se apro-xime de todos os luso-eleitos noterreno. Só assim podemos ter umanoção correta das ligações entre osluso-eleitos, os seus territórios de elei-ção em França e Portugal” diz PauloMarques ao LusoJornal. “Com pertode 40% de novos autarcas nas últimaseleições municipais de março de2014, queremos percorrer o territórioao encontro desses milhares de deci-sores públicos”.Paulo Marques explica que “a criaçãodas delegações territoriais da Cívica vaiservir de facilitador em prol do desen-volvimento de cooperações entre au-

tarcas de origem portuguesa emFrança”. E acrescenta: “Nesta região,sabemos que a Cívica é bem rece-bida”.O também Presidente da Comissão daParticipação Cívica e Política do Con-selho das Comunidades Portuguesas(CCP) encontrou-se também com JeanMagalhães, Maire de Vicdessos, regiãoMidi Pyrénées, na Ariège. O autarcaconfirmou que os encontros “que hãode vir, só podem ser benéficos paraambos”. Paulo Marques disse ao Lu-soJornal que a Cívica vai deslocar-seao sul da França, este ano de 2015,aquando dos festejos dos 15 anos daAssociação de autarcas de origem por-tuguesa.

Georges Chikoti com Laurent Fabius em ParisLusa / Carina Branco

Paulo Marques com Gilbert do Sacramento em CarcassonneDR

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04 Comunidade

lusojornal.com

Morreu Raul JeanMoulin, grandeamigo de CaboVerde

No dia 21 de dezembro morreuem Paris, com 80 anos de idade,o intelectual e crítico de arte fran-cesa Raul Jean Moulin, vítima dedoença prolongada. O funeral tevelugar em Saint Étienne, a sua ci-dade natal.Raul Jean Moulin era casado coma caboverdiana Janine Moulin, na-tural dos Mosteiros da ilha doFogo, e “foi um dos fortes apoian-tes da luta da libertação nacional”como lembrou o ex-Chefe de Es-tado de Cabo Verde, Pedro Pires.Raul Jean Moulin doou a sua bi-blioteca pessoal a Cabo Verde.“Tinha uma ligação afetiva muitoforte com Cabo Verde. Neste sen-tido, doou à Fundação Amílcar Ca-bral a sua biblioteca pessoal, querecheia hoje a Biblioteca das Artesdo Ministério da Cultura na Praia,com mais de cinco mil volumes delivros de arte e sobre a Arte quereuniu durante a sua vida. Paraalém disso, foi um apoiante ativoda nossa luta libertação nacional.Visitou várias vezes o nosso país eda última vez já estava bastantedoente” disse Pedro Pires.Raoul Jean Moulin desenvolveuuma intensa atividade enquantocrítico de arte. Pai da arte contem-porânea no Val-de-Marne, juntoumais de 1.000 obras de pintura,escultura e constituiu uma boaparte da coleção do Musée d’artcontemporain du Val-de-Marne.Lembrando uma conversa que ti-vera com o então Presidente doConseil Général Michel Germa“Michel Germa perguntou-lhe: oque posso fazer para ajudar os ar-tistas? O meu marido respondeu-lhe: comprar as suas obras,simplesmente” lembra JeannineRaoul.Raoul-Jean Moulin, que conviveucom Louis Aragon, assistiu à inau-guração do Musée d’art contem-porain du Val-de-Marne em 2005,mas já estava numa cadeira derodas. “teve grandes problemasde saúde em 2000 que o obriga-ram a parar a sua atividade naarte” explica a esposa.

emsíntese

Ambassade de France à Lisboarend hommage aux «amis de la France»

Jean-François Blarel, Ambassadeurde France au Portugal, a remis la mé-daille de la Défense nationale au co-lonel Sobreira, au lieutenant-colonelCosta Ferreira et aux commandantsFernandes et Santos Faria au coursd’une cérémonie organisée dans lessalons de l’ambassade le 10 décem-bre. Dans son discours, l’Ambassa-deur a rappelé combien l’action deces quatre officiers avait «contribuéà dynamiser la relation bilatéraleentre nos armées de Terre, aboutis-sant à la signature du premier plande coopération entre les deux états-majors le 20 octobre dernier».Deux jours après, l’Ambassadeur deFrance a remis les insignes d’Officier

de l’Ordre National du Mérite à Mariade Fátima Henriques da Silva BarrosBertoldi, Présidente de l’Autorité Na-tionale des Communications (ANA-COM).«Mme Barros est l’une des écono-mistes portugaises les plus réputéesde sa génération» dit une note depresse de l’Ambassade de France.Elle a fait des études supérieurespoussées en économie, d’abord àl’Université catholique de Lisboa,puis à l’Université catholique de Lou-vain, en Belgique. En 2004, Mariade Fátima Barros devient la Direc-trice de l’Université catholique deLisboa. En 2012, elle est nomméePrésidente de l’Autorité Nationale

des Communications (ANACOM),«charge qu’elle exerce, selon les spé-cialistes, avec une grande compé-tence».«Par cette distinction, les autoritésfrançaises ont voulu récompenserune amie engagée de la France, tou-jours disponible pour contribuer audynamisme des relations écono-miques franco-portugaises et pourvaloriser la présence économiquefrançaise au Portugal» a dit l’Ambas-sadeur Jean-François Blarel.Le 16 décembre, Jean-François Bla-rel a remis les insignes de Chevalierde l’Ordre National du Mérite à An-tónio Joaquim Gonçalves, Présidentde la société «Maison au Portugal».

Après avoir dynamisé à Paris deuxmarques que cuir, António Gonçalvesa créé en 2011, l’agence spécialiséedans la vente de biens immobiliersportugais aux francophones, la «Mai-son au Portugal», «ce qui lui permetd’être directement en contact avecnombre de Français intéressés par unprojet immobilier au Portugal. Il metainsi, aujourd’hui, sa culture d’entre-preneur, née en France au début desannées soixante-dix, au profit des re-lations franco-portugaises» expliqueJean-François Blarel. «Les autoritésfrançaises ont voulu par cette distinc-tion récompenser l’amitié indéfecti-ble qui a constamment uni M.Gonçalves à la France».

Plusieurs personnalités ont reçu des insignes à l’Ambassade

Nesta época de Natal e da chegada deum novo ano, somos convocados deuma forma especial para a Família epara o reencontro com a nossa tradi-ção, com as nossas raízes. É umtempo de afeto, de partilha e de cele-bração, mas também de reflexão e derenovação.Para os Portugueses radicados no Es-trangeiro, esta é uma quadra de parti-cular significado.Quero por isso, em meu nome e emnome do Ministério dos Negócios Es-trangeiros, prestar um tributo a todosos nossos compatriotas que nas Co-munidades Portuguesas - num exem-plo de coragem, de mérito e deabnegação que é reconhecido em Por-tugal e nos respetivos países de aco-lhimento -, contribuem para oprogresso e para a projeção internacio-nal do nosso país e da língua portu-guesa.O espírito desta época é universal, epor isso estou certo que todos encon-trarão, em Portugal e no estrangeiro,os mesmos sentimentos de comu-nhão, de paz e de esperança, tão im-

portantes para superarmos as dificul-dades e a incerteza que caracterizameste nosso tempo.Nos últimos anos, o nosso país atra-vessou um período de severas restri-ções, perante a grave crise com quenos defrontámos. Dificuldades quemarcaram a presente legislatura e quetemos vindo a superar com a notávelcapacidade e participação de todos.Reconquistámos a nossa autonomia,recuperámos a nossa credibilidade ecomeçamos já a vislumbrar um futuromais promissor. Mas, no escrupulosorespeito pelos sacrifícios feitos pelosPortugueses neste período de grandesdificuldades, caberá agora sobretudoà classe política uma responsabilidadeacrescida neste caminho de consoli-dação que ainda temos pela frente.No mundo, vivemos num contexto degrande complexidade e incerteza, comconflitos e ameaças que nos remetempara acontecimentos que julgávamosjá ultrapassados pela História - e re-cordo, como exemplo, o que se passana Ucrânia. Outros, por seu lado, apre-sentam-nos novas formas de ataque e

violação dos direitos fundamentais,com recurso a métodos bárbaros e im-piedosos - como na Síria e no Iraque.Todos eles desafiam os valores univer-sais que são partilhados por povos dediferentes continentes e culturas, co-locando em risco as conquistas civili-zacionais do respeito pela pessoahumana e seus direitos indeclináveis.Acredito que a Comunidade Interna-cional saberá responder de forma efi-caz a estes desafios.Nesta época que evoca a Paz, a Jus-tiça e o respeito pelo próximo, façovotos para que o novo ano nos tragauma renovada esperança numa socie-dade global baseada nos valores da so-lidariedade, da liberdade e do respeitomútuo.No que a Portugal diz respeito, e emcoerência com a nossa vocação univer-salista e de abertura a todos os povos,continuaremos a privilegiar o diálogo ea defesa intransigente da dignidade dapessoa humana.A 1 de janeiro de 2015 Portugal iráassumir o seu lugar de membro doConselho de Direitos Humanos.

Esta presença portuguesa em tão im-portante órgão das Nações Unidas é oresultado de um intenso trabalho daDiplomacia portuguesa e do reconhe-cimento internacional da importânciaque o nosso país atribui à defesa dosDireitos humanos. Constitui por issouma mais-valia para a projeção daimagem de Portugal e proporcionauma capacidade de intervenção acres-cida no panorama internacional.Neste ano que agora termina, querodirigir uma palavra de reconhecimentoaos diplomatas e aos trabalhadoresdos serviços do Ministério dos Negó-cios Estrangeiros, pela dedicação comque acompanham as Comunidadesportuguesas e pelo espírito de missãocom que defendem os interesses donosso país nos diversos Estados e or-ganizações internacionais.Espero que o novo ano nos permitauma renovada esperança. Temos ra-zões para acreditar que em 2015 ha-verá uma melhoria sensível das nossascondições de vida.Desejo a todos um Feliz Natal e umexcelente Ano a todos os Portugueses.

Aos Portugueses que residem no estrangeiro

Rui MacheteMinistro de Estado e dosNegócios Estrangeiros

[email protected]

Mensagem de final do Ano

Hommage à António Joaquim Gonçalves par Jean-François BlarelAmbassade de France

Remise de la médaille de la Défense nationaleAmbassade de France

le 07 janvier 2015

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05Comunidade

Os Portugueses de França que marcaram 2014São homens e mulheres - este ano es-sencialmente homens - que marca-ram o ano de 2014. Semana apóssemana, o LusoJornal tem dado conta

da riqueza da Comunidade portu-guesa de França. Estes são alguns dosmelhores exemplos. As 24 páginasdesta edição do LusoJornal não che-

gariam para os listar todos. Escolhe-mos apenas 15, aqui na redação,mesmo se temos a certeza que estaescolha não vai ser consensual. Ne-

nhuma escolha seria consensual.Olhámos para o ano que acabou,lemos as notícias que fomos dando eas ações que estes 15 fizeram, o im-

pacto que têm, pareceu-nos seremmotivo de realce. Mas, claro, cada lei-tor é livre de escolher outros. E éassim que deve ser.

Os melhores do ano

lusojornal.com

Armando PereiraÉ um dos quatro fundadores da Al-tice, a empresa francesa que vaicomprar a Portugal Telecom. Emi-grou para França sozinho, comapenas 14 anos, e agora quer cons-truir um Call Center na sua aldeianatal.

Carlos da SilvaO Deputado do Essonnes, váriasvezes candidato à Mairie de Cor-beil-Essonnes, e homem de con-fiança do Primeiro Ministro ManuelValls foi nomeado em 2014 o Portavoz do Partido Socialista francês.

Carlos de MatosEste investidor lançou em 2014um dos maiores empreendimentosatualmente em curso na região pa-risiense: o Paris Asia Business Cen-ter. Trata-se de um investimentoque associa capitais chineses.

Carlos TavaresDepois de ter deixado a Renault,onde era o número 2 de CarlosGohn, acabou por ser nomeado em2014, o Diretor Geral da marcaPeugeot. Tavares tinha dito quenão queria ser eternamente um nú-mero 2!

Carlos Vinhas PereiraTem dado grande dinâmica à Câ-mara de comércio e indústriafranco-portuguesa (CCIFP). OSalão do imobiliário e do turismoportuguês em França atingiu em2014 níveis de grande visibilidademediática.

Isidoro FartariaEmpresário de sucesso no domíniodos produtos químicos e da hotela-ria, Presidente da CCI do Puits-de-Dôme, foi nomeado pelo Secretáriode Estado José Cesário, Cônsul Ho-norário de Portugal em Clermont-Ferrand.

Jean-François MartinsJá era Conselheiro municipal nomandato anterior, mas após as úl-timas eleições municipais, foi es-colhido por Anne Hidalgo para serMaire adjoint de Paris, com o pe-louro do Desporto e do Turismo.

João HeitorO ex-livreiro João Heitor é a figuracentral do espaço cultural Lusop-holie’s no Acqueduc des Arts, emParis. O espaço foi adotado imedia-tamente pelos principais atoresculturais lusófonos de França. Éum sucesso.

Joaquim BaptistaO dono da rede de restaurantesPedra Alta faz um percurso de su-cesso em França. Acabou o anoabrindo o 12° restaurante, destavez em Ivry. Serviu mais de 2 mi-lhões de refeições em 2014 e vaiabrir mais dois restaurantes.

José Manuel GonçalvesJá foi Diretor da mítica Ferme desBuissons e agora é Diretor do Cent-quatre, o mais recente Centro dearte contemporânea de Paris. Em2014 foi também escolhido paraser o Diretor da Nuit Blanche, nacapital francesa.

Mário CastilhoÉ um dos dirigentes associativosmais carismáticos de França. Foicondecorado pelo Presidente daRepública. Preside a APCS de Pon-tault-Combault e organiza uma dasmaiores festas franco-portuguesasde França.

Nathalie de OliveiraA autarca socialista de Metz as-sume a dupla nacionalidade e foiconselheira de António José Seguropara a organização das eleiçõesPrimárias no Partido Socialista por-tuguês, inspirada na experiênciafrancesa.

Rodolphe LopesO Treinador do Sporting Club deParis Futsal é, de longe, o melhortreinador francês de futsal de todosos tempos. Tem ganho campeona-tos e taças de França, mas emlevou também a equipa às compe-tições europeias.

Ruben AlvesO realizador do filme “La CageDorée” continuou a ganhar prémiosem 2014 e a participar em festi-vais em todo o mundo, levando ahistória da Comunidade portuguesade França aos cinco continentes.

Tony CarreiraA saída em França do álbum “NosFiançailles France Portugal” foium autêntico sucesso mediáticoraramente visto. A série de concer-tos que fez em França em 2014vai continuar em 2015 por maiscidades.

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06 Comunidade

lusojornal.com

Mário Castilho recebeu as insígnias de Comendador da Ordem de Mérito

O Presidente da Associação Portu-guesa Cultural e Social (APCS) dePontault-Combault (77), Mário Cas-tilho, recebeu das mãos do Secretá-rio de Estado das ComunidadesPortuguesas, as insígnias da Ordemde Mérito, com o grau de Comenda-dor.Esta condecoração tinha sido atri-buída no passado dia 10 de junhopelo Presidente da República AníbalCavaco Silva, mas só no dia 16 dedezembro lhe foi entregue na Embai-xada de Portugal em França, numacerimónia à qual assistiram os autar-cas de Pontault-Combault e em par-ticular a Maire Monique Delessard,quase todos os dirigentes da associa-ção, assim como muitos amigos dohomenageado, em particular o Côn-sul Geral de Portugal em Paris, PedroLourtie, o Deputado Carlos Gonçal-ves, o Presidente da Câmara de co-mércio e indústria franco-portuguesa,Carlos Vinhas Pereira, o antigo Em-baixador e antigo Ministro da Cultura

Coimbra Martins, entre muitas outraspersonalidades.“Este é o justo reconhecimento porparte do Senhor Presidente da Repú-blica, a alguém que já é reconhecidopela própria Comunidade” lembrou oEmbaixador de Portugal, Moraes Ca-bral.“O Mário Castilho é admirado portoda a Comunidade portuguesa, e atéem Portugal” repetiu o Secretário deEstado José Cesário. “É um trabalha-dor incansável, um amante da terraque o acolheu, e a da sua terranatal”. Por isso, para José Cesário“esta condecoração é o reconheci-mento daquilo que ele já fez, daquiloque faz agora, mas sobretudo daquiloque ainda vai fazer”.Para além de ser Presidente daAPCS, Mário Castilho é também oprincipal obreiro da Festa franco-por-tuguesa organizada todos os anos nacidade de Pontault-Combalt, e que éconsiderada uma das maiores festasfranco-portuguesas organizadas emFrança. Também é membro do Con-selho das Comunidades Portuguesas

(CCP), membro do Conselho Consul-tivo da área consular de Paris e foi re-centemente fundador da Federaçãoda Diáspora Portuguesa (FAD) daqual é membro da Direção com asfunções de Tesoureiro.“O Mário Castilho é um elemento de-terminante da grande Comunidadeportuguesa de França” argumentouJosé Cesário, ao mesmo tempo quelembrava que a França é um dos paí-ses no mundo onde foram criadasmais associações de Portugueses.“As coletividades foram e continuama ser, casas de acolhimento e deapoio aos Portugueses que conti-nuam a emigrar. Por isso, esta con-decoração a Mário Castilho, étambém um reconhecimento ao as-sociativismo português em França”.Num discurso improvisado, o Secre-tário de Estado lembrou a “capaci-dade de intervenção dos Portuguesesna vida política francesa”.“A minha presença aqui traduz aadmiração da República portuguesapor este homem”, por isso, emnome do Presidente da República,

condecorou Mário Castilho.“A minha ação à frente da APCSsempre teve como prioridade o res-peito pela imigração dos anos60/70, o apoio social, o ensino dalíngua e da cultura portuguesa, asações culturais, a integração na so-ciedade francesa” lembrou MárioCastilho. “Nunca foi objetivo da as-sociação, criar um gueto de Portu-gueses. Não foi fácil, mas temosestado a recolher os frutos da nossaação”.Mário Castilho lembrou a implicaçãodo professor Joaquim Pires, o apoioque tem recebido do Instituto Ca-mões e lembrou a morte de SandraGouveia, há exatamente 4 anos,uma das mais jovens e promissorasdirigentes da associação.“Que orgulho o meu de ver jovensadultos à frente da APCS, jovensque frequentaram os cursos de por-tuguês e que hoje, são os filhos e osnetos destes que os frequentam”disse o homenageado, antes de evo-car também o “apoio incondicional”da esposa e dos filhos.

Entregues pelo Secretário de Estado José Cesário

Por Carlos Pereira

Embaixadores debatem política externaO antigo Presidente da Comissão Eu-ropeia José Manuel Durão Barroso foio orador convidado na abertura do Se-minário diplomático, que reúne desdeontem, terça-feira, até hoje, quarta-feira, em Lisboa membros do Governoe os Embaixadores portugueses.À semelhança de anos anteriores, olema do encontro de dois dias é “Pro-jetar Portugal” e conta com a partici-pação do Ministro de Estado e dosNegócios Estrangeiros, Rui Machete,do Ministro do Ambiente, Ordena-mento do Território e Energia, JorgeMoreira da Silva, da Ministra da Agri-cultura e do Mar, Assunção Cristas, edo Ministro da Economia, AntónioPires de Lima, além de Secretários de

Estado e responsáveis de organismos.O Seminário diplomático, no arranquedo ano, é uma iniciativa anual do Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros emque os Embaixadores de Portugal têma oportunidade de se reunir commembros do Governo e representantesda administração pública, das univer-sidades, da comunidade empresariale demais setores estratégicos para de-bater os principais temas de interessepara a política externa portuguesa, se-gundo fonte oficial do Ministério lide-rado por Rui Machete.O programa inclui uma audiência como Presidente da República, Aníbal Ca-vaco Silva, e um almoço com o Pri-meiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.

Na terça-feira, o encontro decorreu noMuseu do Oriente e arrancou com in-tervenções de Rui Machete e deDurão Barroso, além do Presidente daFundação Oriente, Carlos Monjardino.Participam ainda o Secretário de Es-tado dos Assuntos Europeus BrunoMaçães, o Presidente do Turismo dePortugal João Cotrim Figueiredo, oPresidente da ViniPortugal, JorgeMonteiro, Carlos Moedas, Comissárioeuropeu para a Investigação, Inovaçãoe Ciência, e antigo Secretário de Es-tado adjunto do Primeiro-Ministro, oSecretário de Estado dos Negócios Es-trangeiros e Cooperação Luís CamposFerreira, e o Presidente da Comissãoparlamentar dos Negócios Estrangei-

ros, o Deputado socialista SérgioSousa Pinto.Esta quarta-feira, o Seminário decorreno Palácio das Necessidades, comsessões sobre a modernização dos ser-viços e sobre as políticas para as Co-munidades portuguesas, com oSecretário de Estado José Cesário, edebates sobre os diferentes grupos re-gionais.Na sessão de encerramento do Semi-nário diplomático, os oradores são oPresidente da Agência para o Investi-mento e Comércio Externo de Portugal(AICEP), Miguel Frasquilho, e a Se-cretária geral do Ministério dos Negó-cios Estrangeiros, Embaixadora AnaMartinho.

emsíntese

Tony Carreiracontra a vendada TAP

Perto de uma centena de persona-lidades, entre os quais está TonyCarreira, subscreveu um mani-festo contra a privatização da TAP,promovido pelo cineasta AntónioPedro Vasconcelos.O documento, intitulado “Não TAPos olhos”, pretende travar a inten-ção do Governo de venda da com-panhia aérea portuguesa.Após os primeiros contactos comcinco personalidades, que aceita-ram de imediato o convite para asubscrição do documento, Antó-nio Pedro Vasconcelos foi abor-dado pelo cantor Tony Carreira,que lhe manifestou a intenção dese juntar ao movimento. “O cantoré um dos exemplos de quem sabebem a importância da TAP para acomunidade emigrante portu-guesa”, adiantou.“A TAP é património nacional e oGoverno, qualquer Governo, nãopode dispor do património do paíscomo se fosse dele. O Presidenteda República tem, por isso, nasmãos, e os Portugueses, enquantocidadãos, na voz com que podemexprimir o seu protesto, os instru-mentos para travar esta decisãodanosa para o interesse nacional”,lê-se no texto do manifesto.Assinaram já este documentonomes como Adriano Moreira, An-tónio Arnaut, António Sampaio daNóvoa, Dom Januário Torgal Fer-reira, Francisco Louçã, Mário Soa-res, Lídia Jorge, Siza Vieira ouSérgio Godinho.

CCP estava contra a Greveda TAP

O Presidente do Conselho das Co-munidades Portuguesas (CCP),Fernando Gomes, pronunciou-seantes do Natal contra a greve quea TAP tinha convocado para aquadra festiva. “Milhares de emi-grantes serão afetados e os paísesmais atingidos serão, certamente,os de África (sobretudo Angola eMoçambique) e os sul-americanos(como Brasil e Venezuela) nosquais a TAP tem quase o domíniodos voos para Portugal”, referiu oConselheiro, que reside emMacau.Portugal tem cerca de 2,3 milhõesde portugueses emigrados, nasci-dos em Portugal e a residir no es-trangeiro há mais de um ano,segundo o Relatório da Emigraçãode 2013. Somados os lusodescen-dentes, esta população ultrapas-saria os cinco milhões, indicou omesmo estudo.

José Cesário e o Embaixador Morais Cabral condecoram Mário CastilhoLusoJornal / Carlos Pereira

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08 Comunidade

lusojornal.com

Misericórdia de Paris juntou três toneladasde alimentos para ajudar Portugueses

Cerca de 160 famílias portuguesas aviver na região parisiense contaramcom a ajuda dos cabazes da SantaCasa da Misericórdia de Paris que es-tima ter conseguido acima de três to-neladas de produtos alimentaresdurante a campanha de Natal desteano. “Em relação às quantidades querecebi, penso que vai ultrapassar oque tivemos no ano passado, quandoultrapassámos mais de três mil quilos.Penso que este ano temos mais”,disse à Lusa Abílio Lopes, Vice-Prove-dor da Santa Casa da Misericórdia deParis, durante a operação de triagemdos bens.Abílio Lopes explicou que aqueles querecorrem ao apoio da instituição são,por um lado, “pessoas que estão cá hábastante tempo” mas a quem “a sortenão sorriu” e, por outro, “pessoas queacabam de chegar a França”.“Nestes últimos três anos - ou mais -tem havido, de facto, um aumento depedidos de pessoas que precisam deajuda. A maior parte são Portuguesesque acabaram de chegar”, acrescen-tou o responsável.A mesma constatação é feita por JoséAfonso, Presidente da AssociaçãoFranco-Portuguesa de Puteaux, nosarredores de Paris, onde foram arma-zenadas as caixas com os bens ali-

mentícios reunidos por mais de umadezena de associações portuguesas.“Aqui na associação encontramosmuita gente que vem à procura de tra-balho e alojamento. Temos ajudadomuita gente, mas não conseguimosajudá-los a todos. Por isso, a SantaCasa da Misericórdia está a fazer um

grande trabalho e não podíamos deixarde colaborar com a Santa Casa que éo último refúgio que os Portuguesestêm agora aqui em França”, declarouJosé Afonso.A Associação Franco-Portuguesa dePuteaux nasceu há quase dez anos etem acompanhado a chegada de uma

nova vaga de emigrantes, havendomuitos que “precisam de ajuda masnão se mostram”, acrescentou JoséAfonso, apelando a quem conhecercasos de Portugueses em dificuldadespara contactarem a Misericórdia deParis.O problema é que existe “uma po-

breza envergonhada”, continuou Abí-lio Lopes, explicando que “o Portu-guês prefere viver no seu cantinhosem dar a conhecer as suas dificulda-des do que se mostrar e dizer querealmente tem necessidade deajuda”.França continua a ser um destino pri-vilegiado para a emigração portu-guesa, alimentado pelos relatos decasos de sucesso e por algum exibi-cionismo na hora de regressar a Por-tugal de férias, admitem alguns dosvoluntários da Misericórdia de Parisque participaram na triagem dos pro-dutos alimentares. Por isso, o outroVice-Provedor da Santa Casa, JoséBarros, alerta os Portugueses que es-tejam a pensar emigrar para as difi-culdades que vão encontrar: “Asdificuldades aqui são também muitograndes para encontrar trabalho, paraencontrar casa. Se vierem sem um en-dereço de um familiar ou amigo queos possa acolher - pelo menos nos pri-meiros tempos - é um risco sair deuma situação de dificuldade paraoutra que vão encontrar também”.A Santa Casa da Misericórdia de Parisnasceu a 13 de junho de 1994 e tematualmente mais de 300 voluntários,de acordo com José Barros, não tendoconseguido alcançar a meta dos milassociados - o objetivo anunciado novigésimo aniversário da instituição.

Campanha de Natal teve balanço positivo

Por Carina Branco, Lusa

Un roman sur la Lainière de Roubaix

«Le couloir de l’horloge» est le pre-mier roman de Vincent Di Martino. Cepassionné de lecture, acteur engagédans le combat de tous les travailleurspour leur émancipation, a travaillépendant 13 ans dans une grande en-treprise du textile. Dans ce roman, DiMarino, nous raconte une grève et sessuites, dans une entreprise que res-semble fortement à la Lainière deRoubaix entre les années 1970 et nosjours. Justice, respect et solidaritésont les mots d’ordre des personnagesqui se battent pour faire valoir leursdroits.Nous sommes en 2002, et notrehéros, Tony Vandemart, entre dans uncafé et commande une bière. Un SDFrentre dans le bistrot et s’en fait chas-ser. Là son monde bascule, ce SDF, ille connaît. C’est Jean-Marc. Il a tra-vaillé avec lui, à La Lainière, il y a desannées de cela. Tony sort et suit Jean-Marc dans les rues de Roubaix et petità petit les souvenirs remontent...Dans ce très beau roman, il est diffi-cile à dire où commence la fiction etoù s’arrête la réalité. Peu importante.Le monde du travail y est traité, touten tenant le lecteur en haleine dudébut à la fin.Enrichissant, cette fresque sur cemonde du travail. Nous avons à faireà des personnages qui se nommentMário, José, Tony… Lequel est d’ori-gine française, lequel d’origine ita-

lienne, espagnole ou portugaise?L’action se passe à Roubaix, capitalemondiale de la laine.

LusoJornal: Comment était structuréel’entreprise la Lainière dans les an-nées du «Couloir de l’horloge»?Vincent Di Martino: En 1984, il y avaitdans l’usine encore 3.561 ouvriers,travaillant encore 24/24 heures. Ladiscipline et l’obéissance y était demise. A l’approche de la fermeture,les relations de la Direction envers lepersonnel - qui étaient traditionnelle-ment très paternalistes - se sont dé-gradées. Il restait peu de place pourle dialogue social. Dans des salles im-menses et très bruyantes, les ma-chines sont devenues de plus en plusgrandes, alors que parallèlement lesmembres du personnel diminuaient.Il y avait peu de place pour le repos etla convivialité.

LusoJornal: Comment peut-on décrirele travailleur de la Lainière? Y avait-ilbeaucoup de Portugais?Vincent Di Martino: Il y avait deuxgrandes catégories de travailleurs at-tachés à la production: les femmes, lejour; les immigrés, la nuit. Parmi lesouvrières, il y avait certainement desPortugaises. Cependant, ce qui m’amarqué le plus, c’était le nombre im-portant de Portugais dans l’équipe denuit. C’est pour cela que j’ai choisi«d’inventer» le personnage de Josécomme Délégué de nuit. C’était une

Communauté avec ses propres codes.Quand ils arrivaient le soir un peu enavance sur l’horaire, ils se rassem-blaient en petits groupes et parlaiententre eux en portugais, avant de re-joindre leur poste de travail. C’étaittrès dur de les mobiliser syndicale-ment, car ils se méfiaient des Syndi-cats. Pour y arriver, il fallait passer par«leur» Délégué, véritable relais, en qui

ils avaient confiance et qui était perçucomme un véritable leader. Cepen-dant, lorsqu’un conflit éclatait à pro-pos des mauvaises conditions detravail ou d’une revendication sala-riale, les ouvriers portugais étaientsouvent très combatifs. Plusieurs fois,des conflits démarraient la nuit, puisétaient étendus aux autres équipes.Avec eux, le moins que l’on puisse

dire c’est que c’était viril! Il fallaittoute l’autorité de leur leader syndicalpour canaliser leur colère.

LusoJornal: Avez-vous une anecdotepersonnelle avec les Portugais quevous avez côtoyés?Vincent Di Martino: En tant que res-ponsable syndical, je trouvais regret-table qu’ils ne soient pas plus engagésdans la vie du Syndicat. Dans les an-nées 1980, deux Délégués de nuit,Portugais, avaient été élus et avaientrejoint le syndicat CFDT auquel j’étaisaffilié. Deux José’s d’ailleurs! Ils nes’entendaient pas beaucoup entreeux, je n’ai jamais su pourquoi. Je mesouviens qu’un jour, alors que nousétions tous réunis avec des camaradesd’autres entreprises dans les locauxdu Syndicat, à Tourcoing, une violentedispute éclata subitement entre lesdeux José’s. On ne comprenait rien dece qu’ils disaient, mais ça dégénérait,et ils allaient en venir aux mains. Pourmoi c’était inacceptable de voir celadans notre «maison» et entre deux ca-marades. Je me rappelle, même sic’est difficile à imaginer aujourd’hui,que j’avais bondi au-dessus des tableset je ne sais pas comment, maisj’avais réussi à me retrouver entre lesdeux, pour finalement les séparer. Jepeux dire qu’ils m’ont entendu! Euxont été tellement surpris par ma réac-tion, qu’ils se sont immédiatementcalmés. On en rigole encore parfoisavec des potes de cette époque...

«Le couloir de l’horloge» de Vincent Di Martino

Par António Marrucho

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Vice Provedor Abílio Lopes faz balanço da campanhaLusa / Carina Branco

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lusojornal.com

Comunidade

Casar no outro lado do planeta pode ser longo

O amor é cego. Mas decidir casar comuma pessoa que vive do outro lado doplaneta pode ser um processo longo.Muito longo. Carlos Teixeira está à es-pera há cerca de dois anos de uma“autorização” para casar em Mada-gáscar. O processo está a ser instruídopelo Cônsul Honorário de Portugal nailha que depois deve transmitir um re-latório ao Consulado Geral de Portugalem Paris, do qual depende Carlos Tei-xeira, que reside na região parisiense.Carlos Teixeira, originário de VilaPouca de Aguiar, conheceu Ando Soagraças a um amigo. Namoram por in-ternet. “Falamos todos os dias viaskype, vemos os mesmos filmes, con-versamos sobre tudo como se ela es-tivesse aqui, só que está a 10.000 kmde distância” diz ao LusoJornal.Desde 2013, Carlos Teixeira já foi trêsvezes a Madagáscar. “As viagens sãocaríssimas e a minha situação profis-sional não me permite ir mais vezes”.Por isso decidiram casar.Para que o casamento tenha lugar,Carlos Teixeira abriu um processo noConsulado Geral de Portugal em Paris.Mas Portugal não tem representaçãodiplomática em Madagáscar. Por isso,o Consulado Geral de Portugal emPretória, na África do Sul, encarregouo Cônsul Honorário em Madagáscarde fazer um inquérito sobre Ando Soa.“O processo pode demorar entre 6meses e 3 anos” explica ao LusoJor-nal Frédéric Rabesahala de Méritens,o Cônsul Honorário de Portugal. Com,o relatório resultante da investigação,Carlos Teixeira vai poder obter umaautorização para casar numa Mairieem Madagáscar.Carlos Teixeira recorda a hospitalidade

dos Malgaxes, “Quando fui visitá-lapela primeira vez, em 2013, eu nãofiquei no hotel, mas em casa deles, oque me permitiu ficar a conhecer me-lhor os seus familiares! Se tínhamosainda dúvidas quanto ao nosso amore se realmente nos queríamos casar,essas dúvidas desapareceram de ime-diato”, declara ao LusoJornal. CarlosTeixeira considera que o processo de-mora muito tempo, desde julho 2013,dirigiu-se ao Consulado Honorário deAntananarivo, para lançar processo decasamento com Ando Soa. “Ora em

janeiro 2014, após nova visita, o Côn-sul deu-nos boas expectativas acercado nosso caso e saímos com esperan-ças que rapidamente nos podíamoscasar, mas um ano depois, nada foifeito”, acrescenta desesperado.“Quando se é jovem e se está apaixo-nado, queremos tudo e depressa” co-menta Frédéric Rabesahala. “Eutenho de fazer o meu trabalho e é parao bem deles que eu o faço. O meu tra-balho serve para detetar eventuaisanomalias e até redes de prostituiçãoe proxenetismo. Temos de ter muito

cuidado”.Daniel - nome fictício porque não pre-tende ser identificado - conheceu anamorada durante uma das suas fé-rias em Madagáscar. Como tem adupla nacionalidade decidiu fazer opedido de casamento utilizando a na-cionalidade francesa. “Na altura nempensei bem no assunto, mas sabiaque não há Consulado português emMadagáscar. Ora, como há um Consu-lado francês, pensei que fosse maisfácil” explica ao LusoJornal. Há cercade meio ano que o processo foi aberto,

mas por enquanto ainda não deses-pera! “O Consulado de França faz exa-tamente o mesmo inquérito que eufaço e a França é ainda mais exigentedo que os outros países” explica Fré-déric Rabesahala. Há cerca de18.000 Franceses na ilha e Françasempre foi, tradicionalmente, umaporta de entrada na Europa para qual-quer Malgaxe.Quem chega a Madagáscar para pas-sar férias com alguns euros no bolso“é um Deus”, diz Frédéric Rabesa-hala. “A situação das pessoas é difícil,vivem na miséria. Estão prontas aaproveitar a mínima oportunidade”. Opaís é bonito, as mulheres são bonitase o clima é propício para que nasçamromances. “Eu não quero dar lições aninguém” diz o Cônsul Honorário. “Seas pessoas estiverem apaixonadas,não há qualquer Administração que sepossa opor”.Por isso mesmo, Carlos Teixeiraaguarda impacientemente pela auto-rização de casamento. “Eu gosto daminha namorada, entendemo-nosbem, conheço a família dela e elasabe que eu não sou rico” diz ao Lu-soJornal. Mas, “qualquer europeu ébem mais rico do que os Malgaxes”explica Frédéric Rabesahala. “Com10 euros, em Madagáscar, pode fazer-se muita coisa”. E acrescenta: “Porvezes eu conheço melhor a situaçãoda mulher e da família, do que os pró-prios homens que querem casar comela”.Carlos Teixeira e Ando Soa já imagi-naram como será o casamento, naMairie de Analakely em Antananarivo,com a família mais chegada que sedeslocará de França e de Portugal enão param de fazer projetos juntos...em França!

Autorização do casamento pode demorar anos

Por Carlos Pereira

Cônsul de Madagáscar alerta para casamentos precipitados

Frédéric Rabesahala de Méritens éCônsul Honorário de Portugal em Ma-dagáscar desde 1997. Tem várias em-presas, conhece bem a Administraçãolocal e tem “algumas entradas políti-cas” diz ao LusoJornal.Numa entrevista concedida em Cré-teil, nos arredores de Paris, onde Fré-déric Rabesahala vem regularmentede férias e onde a filha é médica, ex-plica que há cerca de 50 cidadãosportugueses na ilha e 30 de entre elessão religiosos e religiosas “que neces-sitam muito pouco da minha interven-ção”.Em média, Frédéric Rabesahala re-cebe um pedido por ano de cidadãosportugueses que querem contrair ma-trimónio com cidadãs Malgaxes. “Doscasos que tenho tido, são todos Por-tugueses de França, homens que que-rem casar com mulheres deMadagáscar”.A França é um país com fortes liga-ções históricas com Madagáscar, oúnico voo direto para a Europa aterraem Paris e a França tem um Consu-lado geral na ilha. Aliás os visas paraentrada em Portugal passam obriga-toriamente pelo Consulado de França.

Há dois problemas maiores que Fré-déric Rabesahala de Méritens tentacombater: as redes de prostituição eos “casamentos brancos”. “A situaçãode pobreza é muito grande e por isso,todos os meios são bons para sair deMadagáscar e entrar no espaçoSchengen” explica o Cônsul Honorá-

rio. Os representantes dos diferentespaíses têm-se encontrado regular-mente para combater o “tráfico deseres humanos, porque é disto que setrata”.Frédéric Rabesahala fala português -“mesmo se não pratico muito” - masnão é remunerado pela sua atividade

de Cônsul Honorário de Portugal.Ajuda a desenvolver as relações eco-nómicas entre os dois países, repre-senta Portugal sempre que necessário- a frota pesqueira portuguesa ao largoda ilha é sempre muito numerosa eexige algum acompanhamento - e fazeste tipo de inquéritos sobre mulheresque querem casar com cidadãos por-tugueses. “A primeira coisa que tentofazer é confirmar que os documentosapresentados não foram falsificados”explica ao LusoJornal. “Por vezestenho dúvidas sobre a idade das mu-lheres. Se os documentos forem falsi-ficados, podemos estar a lidar commulheres de menor idade”.“Em Madagáscar acontece que mui-tos documentos desapareceram ouforam falsificados, por isso, o nossotrabalho é muito minucioso. Temosmetodologias de trabalho que nãoposso aqui divulgar, e estas coisas de-moram sempre muito tempo” diz oCônsul Honorário. “Uma parte donosso trabalho depende também dacapacidade de resposta da Adminis-tração local”. É um autêntico inqué-rito policial. “Por vezes, a pessoa quenós encontramos disse uma coisa eisso leva-nos a puxar a investigaçãomais longe. Nunca se sabe...”.

Frédéric Rabesahala de Méritensafirma que não quer ser cúmplice de“tráfico de seres humanos”, nem deredes de prostituição. “Estas redesestão prontas a tudo. Pagam até15.000 euros a um Europeu paracasar com uma mulher e quando elavier para a Europa, deixa o marido e éobrigada a prostituir-se. São casosconcretos que temos encontrado” ex-plica ao LusoJornal. “Também temoso caso de mulheres que já estão ca-sadas, aceitam um ‘casamentobranco’ para obter a nacionalidadefrancesa e depois, quando chegam aFrança, vão ter com outro homem”.O Cônsul Honorário diz que já houvequem tivesse feito pressão. “Oferecer-me uma garrafa de vinho para que oprocesso vá mais depressa é uma prá-tica que eu não aceito porque estouacima de qualquer corrupção e por-que essas são precisamente as práti-cas das redes organizadas. Isso só fazcom que eu tenha de puxar maislonge a minha investigação” confessaao LusoJornal.“O melhor mesmo é deixarem traba-lhar a Administração” aconselha oCônsul Honorário. Mas deixa umalerta: “cuidado com as precipita-ções”.

Por Carlos Pereira

Frédéric Rabesahala Cônsul Honorário de Portugal em MadagáscarLusoJornal / Carlos Pereira

Carlos Teixeira com Ando Soa frente ao Consulado HonorárioDR

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10 Empresas

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emsíntese

Loja de produtosportugueses emGolfe Juan(Nice):Portugal a Golfe

Sérgio e Jenny Silva, ambos de Fafe,emigrantes desde 2003, são os jo-vens empresários responsáveis poresta aventura. A boa disposição éuma característica inata e clara-mente reconhecida por quem os vi-sita. Pretendem ser um apoio à forteComunidade que vive na região.Cada vez mais há pessoas que pro-curam viver nos arredores de Nicee que têm de fazer aquela estradapara o trabalho. É um dos pontosfortes!Esta Pro Shop (*) que abriu em2007, vende todo o tipo de produtosportugueses e caboverdianos, taiscomo bacalhau, vinhos, cervejas,queijos, enchidos e até comida parabebé portuguesa!Está aberto todos os dias com exce-ção da quarta-feira e do domingo àtarde. Abre das 9h30 às 12h30 edas 15h00 às 19h30. Ao sábado,das 9h00 às 12h30 e das 14h30 às19h30. No domingo, das 9h00 às13h00.A visitar. Traga o seu Trolley (*)!

(*) Pro Shop e Trolley são termino-logias associadas ao desporto dogolfe, ao qual a loja não está asso-ciada.

Portugal a Golfe180 avenue de la Liberté06220 Golfe Juan

Aigle Azur comnovo website

O novo site da Aigle Azur está on-line. A montra digital da companhiaaérea francesa foi reformulada nasua totalidade, inserindo-se na es-tratégia de desenvolvimento daAigle Azur de responder às expec-tativas dos seus clientes. A versão para telemóvel vai propor-cionar aos clientes da companhiaacesso imediato a todas as informa-ções relevantes e a um conjunto deserviços, acessível em qualquer mo-mento e em qualquer circunstância:check-on online e uma diversidadede serviços complementares.O site internet da Aigle Azur estátambém disponível em Português eInglês.

Por Tiago Ramos

BPI entregou prendas a crianças carenciadas

No âmbito do programa de “respon-sabilidade social”, durante o mês dedezembro, o Banco BPI levou a cabouma campanha de solidariedade in-titulada “Ajude uma criança a sor-rir”. Participaram 651 espaçoscomerciais BPI e os serviços centraisdo banco, abrangendo 400 institui-ções/associações de solidariedadesocial e cerca de 20.000 criançasque receberam um Presente deNatal.Para além da entrega dos Presentesde Natal, o BPI deu um donativosimbólico de 200 euros a cada ins-tituição. No total, neste Natal foramatribuídos 160.000 euros a institui-ções portuguesas de solidariedade.Em França, o Banco BPI também

mobilizou as suas equipas comer-ciais, através das 11 agências e seuescritório de representação em Lyon,

para participarem ativamente nestegrande movimento de solidariedade.E tanto os clientes como os colabo-

radores do BPI foram particular-mente generosos já que o BPI emFrança reuniu 434 Presentes deNatal para crianças carenciadas daIle-de-France.Alberto Torres, Diretor comercial doBPI em França, disse ao LusoJornalque “o BPI só pode agradecer atodos aqueles que tornaram possívelalcançar este extraordinário resul-tado. Estamos todos muito felizes”!Os Presentes de Natal do Banco BPIforam entregues à Santa Casa da Mi-sericórdia de Paris, na AssociaçãoFranco Portuguesa de Puteaux.Abílio Lopes, Vice-Provedor da Mise-ricórdia, afirmou com um sorriso dealegria que “a Santa Casa da Miseri-córdia de Paris vai agora distribuir osbrinquedos pelos meninos e meni-nas mais carenciados”.

Operação “Ajude uma criança a sorrir”

Por Carlos Machado

Foi inaugurado um restaurante Pedra Alta em Ivry

Teve lugar no passado dia 16 de de-zembro, a inauguração do 12° restau-rante da rede Pedra Alta, desta vez emIvry-sur-Seine (94), e no qual partici-pou uma centena de convidados.Ao lado de Joaquim Baptista, o pro-

prietário dos restaurantes, estavam vá-rias personalidades, como por exem-plo o Secretário de Estado asComunidades Portuguesas José Cesá-rio, o Deputado eleito pelo círculo elei-toral da Europa Carlos Gonçalves, o

Cônsul Geral de Portugal em ParisPedro Lourtie, o Presidente da Câ-mara do comércio e indústria franco-portuguesa Carlos Vinhas Pereira, mastambém muitos empresários da Co-munidade portuguesa como por

exemplo o Diretor Geral da EffigestJosé Duarte, o importador de produtosalimentares portugueses Paulo Pe-reira, proprietário também dos vinhosQuinta da Pacheca, comercializadosnos restaurantes Pedra Alta, o casalCarlos e Antónia Gonçalves, da Paste-laria Canelas, o Cônsul Honorário dePortugal em Rouen, José Stuart, entremuitos outros.Este novo restaurante tem uma capa-cidade para servir 180 pessoas masJoaquim Baptista afirma ter servido,só em 2014, cerca de 2 milhões derefeições. Por isso sente-se umhomem “feliz” e “realizado” pelo per-curso que tem conseguido em França.Joaquim Baptista emprega atual-mente cerca de 600 colaboradoresnos 12 restaurantes e anuncia parabreve a abertura de mais dois restau-rantes em Paris: um na Bastille eoutro no Etoile.

Restaurante Pedra AltaAvenue Georges Gosnat94200 Ivry-sur-Seine

Madeirense conquista Paris

António de Macedo Andrade é umdos nomes exemplares de maior su-cesso da conquista da França atravésda restauração e gastronomia portu-guesa.Em 1970, para evitar deveres milita-res, António decide deixar a Madeirae emigrar até França, sozinho. Nopaís de acolhimento, cedo se dedicouà restauração, trabalhando durante12 anos na restauração francesa,onde muito aprendeu.Em 1995, ao lado da sua esposa,Yvette, o português decide comprar orestaurante secular Athenee, datadode 1913, transformando-o num res-taurante português, o Paris-Madeira.Além do seu gosto pela restauração,António quis através da gastronomia,

que bem conhecia e muito acredi-tava, dar uma boa imagem do seupaís de origem aos franceses. O su-cesso estava-lhe reservado, e rapida-mente o nome deste novo restauranteportuguês ecoou entre os parisienses.Um sucesso que lhe valeu a presençade várias celebridades internacionais,tais como o cineasta português Ma-noel de Oliveira, ou a já falecida can-tora caboverdiana Cesária Évora.Neste restaurante, podem-se encon-trar os mais tradicionais pratos portu-gueses, desde a Francesinha ao Bifeà Portuguesa, do Bacalhau à Laga-reiro ao Caldo Verde. A degustar, semdúvida.

Restaurante Le Paris-Madère28 rue de Caumartin75009 Paris

Restaurante Le Paris-Madère

Por Ricardo Vieira

Entrega das Prendas à Misericórdia de ParisDR

Joaquim Baptista com os seus convidados de honraDR

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Empresas 11

emsíntese

Abílio Diniz compra 10% do Carrefour no Brasil

O empresário brasileiro Abílio Dinizcomprou 10% da subsidiária dogrupo Carrefour no Brasil, através dasua empresa Península Participa-ções, por 525 milhões de euros.“Esta transação é um primeiro passoimportante no plano (…) de trazer in-vestidores externos para o capital dasubsidiária brasileira, com o objetivode reforçar os seus laços locais e su-portar o seu crescimento”, referiu oCarrefour num comunicado.Abílio Diniz foi anteriormente parceirocomercial do maior rival francês doCarrefour, a empresa Casino, com aqual partilhava o controlo do negócioda sua família, o grupo Pão de Açú-car.Entretanto, o relacionamento entreAbílio Diniz - filho do fundador dogrupo Pão de Açúcar, o portuguêsValentim dos Santos Diniz - e ogrupo Casino azedou quando osfranceses descobriram que o milio-nário tinha realizado uma aborda-gem ao Carrefour.O Brasil é o segundo maior mer-cado do grupo Carrefour, depois daFrança, tendo gerado 10,2 mil mil-hões de euros em receitas em2013.O grupo Carrefour tem 256 lojas noBrasil e emprega cerca de 72 milpessoas.

Incubadora deModa e Design deSanto Tirso

Ao longo de 3.200 metros quadra-dos, numa antiga fábrica de SantoTirso, a IMOD - Incubadora deModa e Design acolhe projetos dejovens que promovem o “renasci-mento” do têxtil, área que a regiãotão bem conhece, e alguns apos-tam no mercado da saudade comoé o caso das malhas Santo André.A “missão” está a ser cumpridacom “ambição” na Fábrica deSanto Thyrso, de acordo com o di-retor desta infraestrutura remode-lada que antes foi umaemblemática fábrica têxtil da região,a Teles. Após 55 candidaturas, sãoseis os pioneiros. Um deles é DanielCosta.Natural de Santo Tirso, Daniel Costadesenvolve o único dos projetosque parte da indústria para a moda,dado que ali procura “bases” parao plano de modernização da em-presa da família. Desenvolver edi-ções especiais das coleções demalhas Santo André, marca comhistória no têxtil de interiores desde1949, para o chamado “mercadoda saudade” é um dos desafios.

lusojornal.com

Pastelaria de Romainville troca a Fava daGalette por Moedas em ouro

A Padaria e Pastelaria L’Atelier des Ar-tistes, em Romainville, não para desurpreender os seus clientes. Durantetodo o mês de janeiro, Jorge, Luzia eStéphanie trocaram a “Fava” de 8 Ga-lettes por 8 “Napoléons” em ouro,num valor de 200 euros cada um.Esta é mais uma operação de comu-nicação que os três associados deci-diram realizar após a quadra natalícia,para agradar à clientela.Jorge Costa é marido de StéphanieDias e irmão de Luzia Costa. Os trêstrabalhavam na padaria do pai deStéphanie, em Paris, até que este de-cidiu vender o comércio. “Nós que-ríamo-nos instalar por conta própria,temos muita cumplicidade entre nóse somos todos complementares” ex-plicou Stéphanie Dias ao LusoJornal.“Foi por acaso que encontrámos estapadaria à venda, há cerca de um anoe meio” conta.Mas não foi propriamente por acaso.Este bairro, em Romainville, logo àsaída da autoestrada, é chamado “Lepetit Lisbonne” pela grande Comuni-dade portuguesa que ali reside. Ospais de Jorge e Luzia Costa vivem alihá mais de 20 anos. Logo em frenteda padaria está o supermercado “PrimLand” uma das maiores lojas de pro-dutos portugueses da região pari-siense. Jorge e Luzia trabalharam ládurante muitos anos. “O Jorge cercade 8 anos e a Luzia uns 10 anos, ocu-pando-se nomeadamente de assarchurrascos” ri Stéphanie Dias. Erapois o local ideal para iniciar a ativi-dade.Há um ano e meio mudaram o visualda loja, pintaram a fachada e sobre-tudo começaram a receber os clientescom sorriso. “Os antigos proprietáriosestavam cansados e isso ressentia-seno atendimento dos clientes” explicaStéphanie Dias.Os clientes foram aumentando, poucoa pouco. Passaram de 5 empregadospara os 16 atualmente, quase todos

Portugueses. O volume de negóciopassou de 400.000 para 750.000euros por ano. É pois um comércioque funciona bem!“Sempre nos chamaram os artistas”explica Jorge Costa. Daí o nome quedecidiram dar ao comércio que aca-bavam de comprar. “Queremos man-ter a lógica dos produtos artesanais.Aqui fazemos tudo, não compramosnada congelado” explica Jorge Costa.Em novembro L’Atelier des Artistes re-cebeu o prémio da Melhor BaguetteTradicional da Seine Saint Denis. Otrabalho de equipa foi recompensado:Jorge ganhou o 1° prémio na categoriaProprietário, Lucas foi 1° na categoriaAssalariado, Christophe foi 4° na ca-tegoria Assalariado, Victor foi 9° Me-lhor ‘brioche’ na categoriaAssalariado, Jorge foi 14° Melhor‘brioche’ na categoria Proprietário...“Temos muito orgulho na nossaequipa” escreveram nas redes sociais.Jorge, Luzia e Stéphanie tambémpodem ter orgulho nos clientes que osinscreveram no programa de televisão“Le Meilleur Patissier de France”.

“Foi uma agradável surpresa. Não es-távamos nada à espera”. Em cerca de350 participantes, foram seleciona-dos para os 15 melhores. “Perdemoscontra aqueles que venceram o con-curso” congratula-se Spéphanie Dias.E participaram com um clássico por-tuguês: um Bolo de Arroz.O próximo concurso televisivo que osespera é “Top Chef”. “Fomos selecio-nados para fornecer o pão do pro-grama” diz com orgulho StéphanieDias.Os três empresários querem manter a“qualidade superior” dos seus produ-tos. “Queremos que continuem a serprodutos de excelência. Tudo aquitem de ser feito 100% por nós, nãoqueremos produtos congelados” masgarantem que o preço não é afetado.“Um Croissant aqui custa 0,95 ctscomo na maioria das pastelarias e umPain au Chocolat custa 1,05 cts. Jáos vi à venda, congelados, a 1,30 cts”garante Stéphanie Dias.Os produtos portugueses continuam aser o orgulho do estabelecimento. OBolo Rei “com frutos cristalizados que

fazemos vir de Portugal”, os Pasteisde Nata “feitos aqui” ou os Bolos deArroz, são alguns dos doces portugue-ses que Luzia Costa apresenta. “Aminha irmã Luzia morou vários anosem Portugal, por isso sabe o que faz eé a especialista neste setor”. É que aofim de semana, a clientela é 90% por-tuguesa!A Baguette continua a ser o produtomais vendido, como em qualquer pa-daria francesa, seguida de perto peloCroissant. “Vendemos mais de 4.000Croissants por semana” diz JorgeCosta. E os clientes chegam de longe,à procura da qualidade que a casa seimpõe.“Estamos muito orgulhosos comaquilo que conseguimos em tão poucotempo” diz Jorge Costa. Mesmo se éum trabalho com horários não-con-vencionais, nota-se que os três pro-prietários gostam do que fazem.“Nunca me levanto de manhã a la-mentar-me que o meu trabalho éduro” dizem ao LusoJornal.O passo seguinte poderá ser a aber-tura de uma segunda padaria, masJorge Costa não se deixa iludir pelossonhos. “Estamos conscientes queainda podemos evoluir mais neste es-paço e ainda só estamos aqui há umano e meio. É prematuro pensardesde já na abertura de uma segundaloja, mesmo se é a continuação lógicado que estamos a fazer”. Por isso, sea oportunidade surgir...Naturais do Fundão e de Braga, JorgeCosta gostava de investir em Portugal.“Vivi lá até aos 7 anos de idade, sem-pre tive a ideia de regressar e de in-vestir em Portugal, mas a conjunturaatual não é oportuna” comenta.Por enquanto, os três sócios conti-nuam a divertir-se, oferecendo Napo-léons em ouro aos seus clientes... Até31 de janeiro, tudo é possível.

L’Atelier des Artistes73 boulevard Edouard Branly93230 RomainvilleInfos: 01.48.57.07.01

Padaria e Pastelaria L’Atelier des Artistes

Por Carlos Pereira

Conselho da Diáspora reuniu em CascaisO Conselho da Diáspora Portuguesa,criado há dois anos com empresáriosportugueses radicados no estrangeiro ecom o patrocínio de Cavaco Silva reu-niu antes do Natal e no encerramentoestiveram presentes o Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas, o Ministro daEconomia António Pires de Lima, o Mi-nistro da Saúde Paulo Macedo, o Mi-nistro da Educação Nuno Crato e oMinistro do Ambiente Jorge Moreira daSilva.O Conselho conta atualmente commais de 70 Conselheiros de cerca de20 países diferentes.No encerramento do encontro anual, oPresidente da República Cavaco Silva,disse que, “no discurso, pode-se dizertudo aquilo que vem à cabeça, in-cluindo os maiores disparates, mas arealidade acaba sempre por impor-se,às vezes com um certo atraso, e hásempre alguém a pagar a fatura”.

“É por isso que é fundamental que osdecisores atuem com bom conheci-mento da realidade, conhecendo bemas barreiras que o país tem que enfren-tar, as restrições que estão á sua frente.Isso pressupõe uma informação credí-

vel e uma análise fundamentada”, afir-mou, no final do encontro que decor-reu no Palácio da Cidadela de Cascais.Cavaco Silva sublinhou que os deciso-res não podem agir em “meros impro-visos”.

“Neste momento, manter as coisascomo estão e ter medo da mudança éum dos riscos que nós cometemos, éum dos riscos que nós corremos. Pensoque o Conselho da Diáspora pode-nosdar uma ajuda para que Portugal e osnossos decisores políticos não tenhammedo de atuar e não adiem demasiadoas decisões que são fundamentaistomar”, afirmou.Cavaco Silva começou por salientarque “Portugal concluiu com sucessoo programa de assistência, não foi ne-cessário um segundo resgate nem tãopouco um programa cautelar” e querealizou “uma correção significativados desequilíbrios macroeconómi-cos”.“O balanço positivo das nossas con-tas externas reflete uma transforma-ção estrutural da nossa economia nosentido da produção de bens transa-cionáveis”, disse.

le 07 janvier 2015

Stéphanie Dias, Jorge Costa e Luzia CostaLusoJornal / Carlos Pereira

Lusa / Miguel A. Lopes

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14 Cultura

lusojornal.com

Anthologie des Surréalistes d’Isabel Meyrelles

Isabel Meyrelles a publié une pre-mière Anthologie de la Poésie Portu-gaise do XIIème au XXème siècle,chez Gallimard en 1971. Son intérêtpour le Surréalisme est né de façonbizarre en 1948 ou 49, au Portugal,quand elle a exposé six statuettes lorsde la 4ème Exposition Générale desArts Plastiques, où l’on pouvait expo-ser sans le contrôle suspicieux de laPIDE (Police politique de la dictatureportugaise).Isabel Meyrelles nous raconte:«J’avais été quelques années aupara-vant hantée par le souvenir obsédantde la gestuelle de la grande violonisteGinette Neveu et j’ai éprouvé le besoinurgent de transposer cette gestuelleincomparable, disons que c’était del’art brut par ignorance (j’étais trèsjeune à l’époque). J’ai reçu quelquesjours plus tard une lettre dans laquelleétait écrit ‘Nous n’avons pas aimé’ si-gnée ‘Les Surréalistes’. J’ai priscontact avec Mário Césariny pour luiexpliquer ma démarche. Après unelongue conversation, nous sommesdevenus amis».C’est plus tard, continue Isabel Mey-relles, «que j’ai fait la connaissancedes autres membres du groupe quej’ai peu fréquenté à cause de leur mi-sogynie à mon égard. Mais Mário Cé-sariny, Artur do Cruzeiro Seixas etAntónio Paulo Tomás n’étaient pasmisogynes et nous avions de multiplesaffinités. Nous allions souvent à laplage de Caparica où l’un d’entre euxavait découvert un vieux pêcheur quihabitait au bord de la plage et nouslouait une pièce délabrée où nous lo-gions tous les quatre. Le pêcheur nousdonnait du poisson que nous faisions

cuire sur un barbecue improvisé, ali-menté par le bois flotté que nous trou-vions à marée basse. Ce qui nousanimait tous les quatre c’était cettesoif de liberté que nous pouvions vivrepleinement sur cette plage déserte.Cruzeiro Seixas qui n’a jamais sunager se jetait intrépidement dans lesvagues sans notion du danger quecette mer représentait, je le surveillaistoujours du coin de l’œil et j’allais sou-vent le tirer d’un mauvais pas. Pournous, la vie, l’air de la mer tout étaitféerique. J’étais conquise par la créa-tivité poétique de Mário Cesariny etpar l’imaginaire d’Artur do CruzeiroSeixas dans l’exécution de ses des-sins».De cette amitié, longtemps après, àParis, «j’ai eu l’envie de rassemblerdes poètes Surréalistes que jeconnaissais pour la plupart et fairecette Anthologie qui a grossi au fur et

à mesure des années, mais son odys-sée est digne d’être racontée. Elle aété commandée par une Fondation,puis refusée un an plus tard par lenouveau Directeur de la même Fon-dation, puis présentée à trois autresFondations qui l’ont acceptée succes-sivement, sans toutefois donner uneréponse concrète. Deux de ces Fonda-tions ont égaré le manuscrit (qui pe-sait son poids!). Peut-on parler demauvais œil?»Un jour, Isabel Meyrelles parle «tout àfait par hasard» à Carlos CabralNunes, Directeur de la Perve Galeriadans laquelle elle exposait à ce mo-ment là et qui, comme elle, est unpassionné de Surréalisme. «À magrande surprise il a accepté de publiercet énorme ouvrage. Enfin, au bout detrente ans ou plus, mon œuvre allaitfinalement voir le jour par les soins dela Perve Galeria».

Anthologie du Surréalisme

(1er des 4 volumes du livre-objet).Édition artistique bilingue (portugais-français), œuvre monumentale d’Isa-bel Meyrelles, consacrée à l’œuvrepoétique et plastique des Surréalistes,qui a engagé plus de 30 ans de re-cherche et traduction intenses. Tirageà 200 exemplaires, signés et numéro-tés par les auteurs, enrichis d’un en-semble artistique considérable.Sérigraphies de Carlos Clavez, Arturdo Cruzeiro Seixas, António Maria Lis-boa, Carlos Eurico da Costa, Alves dosSantos, Henrique Risques Pereira,Mário Césarinny de Vasconcellos,Mário Henrique Leiria et Pedro Oom.Notes de António Cândido Franco.Présentation de Jean Clarence Lam-bert (Surréaliste français). Publiée parla «Perve Galeria» et «Casa da Liber-dade».

«Poétiques Pós-Pessoa et ses dérivations au Portugal»

Par Maria Fernanda Pinto

“Um estudante emParis”, de CláudioVeiga

C láud i oV e i g a( 1 9 2 7 -2 0 1 1 ) ,um dosprincipaisestudio-sos da li-teraturafrancesa,d i s t i n -g u i u - s e

como Presidente da Academia deLetras da Bahia e como professor delíngua e literatura francesas na Uni-versidade Federal da Bahia. Umagrande parte da sua obra é dedicadaà literatura francesa, principalmenteà poesia (“Antologia da poesia fran-cesa do século IX ao século XX”). Nosanos 1950, estudou na École de Pré-paration et de Perfectionnement desProfesseurs de Français à l’Étranger(Sorbonne). Desta experiência fran-cesa é que surge o livro «Um estu-dante em Paris» (Ed. Record, 2004),no qual o autor conta como foi o seutempo de estudante bolsista emFrança.O texto que serve de introdução aolivro dá-nos uma ideia sobre o seuconteúdo e sobre o estilo do autor:“Era mais ou menos meio-diaquando, no começo de novembro de2000, quis entrar na Sorbonne pelarue des Écoles. Não me foi possível(...). Resolvi então fazer uma pausadescansando na place Paul Painlevé,encravada entre a Sorbonne, oMuseu Cluny e dois pequenos quar-teirões, em um dos quais, em déca-das passadas, estava alojada umasucursal da livraria Larousse. Todacercada de grades, a praça é orna-mentada com uma fonte e um mo-numento dedicado ao pintor Puvis deChavannes. Rente à praça-jardim evoltada para a Sorbonne, estava a co-nhecida estátua de Montaigne. Sen-tado, o filósofo parecia meditar sobrea fraqueza humana, a contradiçãodos julgamentos, murmurando suaindagação: ‘O que é que eu sei?’ Asplantinhas dos canteiros ainda con-servavam algum verdor, mas o arvo-redo, marcado pela estação, exibiafolhas esparsas, quase todas amare-ladas. Um bando de pombos, que seaglomerava em torno de uma gulo-seima deixada por um transeunteamigo, levantava de vez em quandoum voo inesperado, dentro dos limi-tes da praça. Naquele espaço, na-queles momentos outonais, meupensamento também revoou. Para opassado”.É este passado que Cláudio Veiga re-corda, cinquenta anos mais tarde,através de um texto de grande valordocumentário e literário.

Um livro por semana

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

Livre de Luís Coixão: «Mon Père, ce Héros -Petite Histoire de l’immigration portugaise»

Luís Coixão a retrouvé bien plustard une lettre écrite par son père àsa femme restée au Portugal: «J’aile mal du pays. J’ai beau entendreparler notre langue autour de moi.J’ai beau lire les journaux portu-gais. J’ai beau manger comme auPortugal. Je ne suis pas au Portu-gal. Mon village me manque. L’ab-sence de ma famille se fait sentirde plus en plus. Rien ne permet deremplir ce vide. Ni les pensées, niles photos, ni les souvenirs. Pasmême l’espoir de les revoir un jour.Ah, la, Saudade de l’immigré! Apeine parti, on regrette déjà d’êtreparti. Mon pays semble déjà si loin-tain. Ma famille me manque déjàterriblement».Et il a décidé d’écrire donc un livre.«Mon père, dans un lit d’Hôpital,quelques mois avant de mourir, icien France, sa terre d’accueil, m’araconté sa traversée de la frontièreentre le Portugal et l’Espagne. Sonémigration clandestine vers laFrance» explique l’auteur.«Il était avec un autre Portugais,issu du même village. Anacleto, le

maçon, avec sa valise pleine d’ou-tils. C’était l’hiver, il faisait nuit, etils marchaient le long d’un cheminde montagne. En silence. Il ne fal-lait surtout pas faire de bruit. Monpère était habillé avec un long man-teau, qui l’empêchait de marchervite. Tout à coup, les carabiniers es-pagnols les aperçoivent et ils com-mencent à courir à leur poursuite.Anacleto, affolé, abandonne sa va-lise, avec ses outils et rebrousseson chemin. Quand il voit cela,mon père retourne chercher la va-lise de son ami. Elle est lourde et,avec la sienne, l’échappée devintplus compliquée, d’autant que sonmanteau le gène pour courir» ra-conte Luís Coixão. «La Guardia Civilespagnole (Carabiniers) finit par l’at-traper… il raconte aux Carabiniersqu’il était portugais et qu’il allait tra-vailler en France afin de pouvoirnourrir sa famille restée au village.Apitoyés par son histoire ils le lais-sent partir».Son arrivée en France, la venue desa famille et le vécu durant des dé-cennies dans ce pays d’accueil, c’estl’émouvante histoire du père de LuísCoixão, maintenant publiée en livre.

Par Manuel do Nascimento

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Cultura 15

emsíntese

Apresentado olivro “A Covilhã e aI Grande Guerra”

A Câmara Municipal da Covilhã orga-nizou o lançamento do livro “A Covilhãe a I Grande Guerra (1914/1918)”, deAntónio Rodrigues de Assunção eJosé Pinheiro Fonseca. Uma obraonde se procura fazer o enquadra-mento histórico do primeiro conflitobélico mundial, com realce para a par-ticipação de dois batalhões do regi-mento de infantaria 21, que estandocolocado na Covilhã enviou comba-tentes para a Flandres francesa e paraÁfrica.A apresentação teve lugar no dia 20de dezembro, na Biblioteca Municipalda Covilhã.

“Guide du Rou-tard” sugere exposição em Portugal

O “Guide du Routard” destaca, no seusítio ‘online’, a edição portuguesa davídeo-exposição “7 mil milhões de Ou-tros”, que se encontra patente noMuseu da Eletricidade, em Lisboa, atéfevereiro de 2015.O projeto surgiu há cerca de dez anos,quando o fotógrafo e jornalista francêsYann Arthus-Bertrand, mentor daFundação Goodplanet, teve a ideia defazer um retrato expressivo e abran-gente dos habitantes da terra. Umaequipa de jornalistas percorreram omundo para captar imagens e recol-her cerca de 6.000 depoimentos depessoas com profissões diferentes.Em Lisboa, existe um vídeo específicodedicado ao olhar de portugueses eestrangeiros sobre “o que é ser por-tuguês”.

Livro de JulietGrey editado emPortugal

O último volume da trilogia de ficçãohistórica de Juliet Grey sobre a rainhade França Maria Antonieta, intitulado“Confissões de Maria Antonieta”, ini-cia-se em outubro de 1789, quando opovo está nas ruas de Paris, desdejulho, revoltado contra o regime e osreis.“Transformar-se em Maria Antonieta”foi o primeiro título da trilogia, dandoconta do esforço da arquiduquesaaustríaca em agradar e adaptar-se àcorte francesa, após o seu casamentocom o delfim da França, que se tor-naria Luís XVI e, tal como ela, acabariaarrastado à guilhotina, período queeste terceiro volume aborda.O terceiro volume é traduzido por InêsCastro e, tal como os dois anteces-sores, é editado em Portugal pela Pla-neta.

lusojornal.com

Galeria de Paris expõe Mel Ramos,protagonista da Pop Art de origem portuguesa

O artista norte-americano lusodes-cendente Mel Ramos, um dos nomesda Pop Art nos anos 1960 ao lado deAndy Warhol, está em exposição naGaleria Patrice Trigano, em Paris, até17 de janeiro.As pinturas e esculturas representamnus femininos associados aos códigospublicitários, o tema central do artistaque, em 2012, viu um dos seus qua-dros arrebatado num leilão da Sothe-by’s, em Londres, por cerca de 1,7milhões de dólares (aproximada-mente 1,3 milhões de euros).Nos anos 60 do século passado, astelas de Mel Ramos causaram escân-dalo e foi “perseguido pelas feminis-tas” mas, hoje, graças a artistas comoos fotógrafos Robert Mapplethorpe ouHelmut Newton, o seu trabalho “pa-rece muito tímido” e, “quando com-parado com Jeff Koons, mais pareceWalt Disney”, disse à Lusa o artista,em entrevista por telefone.“Jeff Koons, por exemplo, coloca-seem cenas eróticas com a antiga mu-lher, a Cicciolina, algo quase porno-gráfico. Isso não me interessa detodo”, descreveu Mel Ramos, acres-centando que o seu trabalho também“não tem nada a ver com a ideia das‘pin-ups’ popularizadas pelos solda-dos americanos na II Guerra Mun-dial”.“Há uns anos fui ao Museu do Louvree vi uma exposição de Veronese e Tin-toretto. Eram quadros cheios de nusfemininos. Esta longa tradição de pin-tar nus femininos remonta a muitotempo antes do Renascimento. Sinto-me como um pintor que continuaessa tradição. O nu feminino tem sidoum tema muito importante na histó-ria da arte e é isso que faço”, expli-cou.As “musas” de Mel Ramos aparecemsempre associadas a um objeto comconotação sexual e em grande escala,como um charuto (“Hav-a-Havana”)ou uma garrafa de Ketchup (“HeidiHeinz”). “Tem a ver com a noção, naAmérica, de sexo e de publicidade.Interessa-me a forma como as agên-

cias de publicidade usam - ou usa-vam - o sexo para vender produtos. Éuma ideia e uma tradição muito ame-ricana. Vejo-me um pouco como tra-dicional, nesse aspeto”, continuou.O artista teve como “grandes amigos”nomes reconhecidos da Arte Pop,como Roy Lichtenstein e Tom Wessel-mann, ou o britânico Allen Jones,ainda vivo, cujo álbum de figurassurge no documentário “Pink Floydao vivo em Pompeia”.Mel Ramos garante, em declaraçõesà Lusa, que não retrata a mulhercomo um objeto sexual mas como“um íman, uma atração” e, acima detudo, “um fenómeno bonito”.Para Patrice Trigano, o Diretor da ga-leria que acompanha o artista há 15anos, “foi Mel Ramos quem introdu-ziu o ‘kitsch’ e a provocação na arteamericana nos anos 60” e, por isso,“muitos historiadores da arte veemnele um iniciador de certas novastendências”.“Warhol é mais trágico”, afirma Tri-

gano, lembrando estrelas de cinemacomo Marilyn Monroe ou Liz Taylor,“que tiveram problemas” e foram re-tratadas pelo criador da Factory.Quando Warhol “mostra uma garrafade Coca-Cola”, prossegue Trigano, “éuma acusação contra a sociedade deconsumo, com um caráter agressivo”.“Em Mel Ramos há uma provocaçãoreal”, contrapôs o galerista em decla-rações à Lusa. “As mulheres nuas acavalo num charuto e as mulheresnuas que saem de uma banana foramalgo muito provocador na sociedadeamericana”, exemplificou à Lusa.Além da provocação à primeira vista,os nus femininos de Mel Ramos evo-cam muitas obras-primas de outrosséculos. É o caso de “Chiquita Ba-nana” - acrescentou Patrice Trigano -“uma mulher nua que emerge deuma banana e que faz lembrar o‘Nascimento de Vénus’, de Botticelli,em que a mulher nua saía de umaconcha”.No fundo, “para ele o corpo é um

ícone” e deve ser “divinizado em ati-tudes inesperadas, como nos quadrosde François Boucher ou de Rubens”.Mel Ramos nasceu a 24 de julho de1935, em Sacramento, na Califórnia,neto de avós originários do Pico, nosAçores. Em criança, falava um poucode português com a avó, mas la-menta ter esquecido a língua. Hojevive em Oakland, na Califórnia, epassa três meses por ano em Hortade Sant Joan, na Catalunha, em Es-panha.A sua obra está representada em mu-seus de Nova Iorque (Museu de ArteModerna, Museu Guggenheim, Whit-ney Museum), Chicago (Museu deArte Contemporânea), Los Angeles(Museu de Arte Contemporânea), SãoFrancisco (Museu de Arte Moderna),Washington (Galeria Nacional deArte), Toronto (Galeria de Arte de On-tário), Paris (Museu Pompidou),Viena (Museu Albertina e Museu deArte Moderna) e no Museu ColeçãoBerardo, em Lisboa, entre outros.

Até dia 17 de janeiro

Por Carina Branco, Lusa

Novo Circo português subiu ao palco em Paris

Os finalistas da primeira fase do pro-jeto europeu de apoio ao Novo Circo“CircusNext” apresentaram as suascriações de 19 a 21 de dezembro, noThéâtre de la Cité Internationale, emParis.O “CircusNext” conta com nove par-ceiros de França, Itália, Espanha,Reino Unido e República Checa,sendo Portugal representado pela coo-perativa cultural “A Oficina”, que gereo Centro Cultural de Vila Flor e a Pla-taforma das Artes e da Criatividadeem Guimarães. “A Oficina tem já umcaminho de apoio ao Novo Circo.Aquilo que fizemos com este projetofoi relançar um interesse à volta doNovo Circo em Portugal e tentar rea-

grupar entidades que têm interesseneste universo”, disse à Lusa Rui Tor-rinha, Assistente de Programação d’AOficina.O projeto contou com o apoio do pro-grama Cultura da Comissão Europeiae tem por objetivo promover “autoresemergentes” e divulgar uma “arte quetem um potencial enorme, mas nemsempre é vista ao mesmo nível do tea-tro, da dança ou da música”, acres-centou Rui Torrinha.“O Novo Circo é uma abordagem con-temporânea de um processo criativoque incorpora todo um conjunto de in-fluências artísticas, que vão desde asartes visuais, à dança, à música. Háum desenvolvimento na dramaturgianestas peças que o atira para lá da-quilo que era uma espécie de exibição

da técnica ou do humor - porque àsvezes o circo, em si, era um número.O Novo Circo é um espetáculo”, con-tinuou.Ainda de acordo com Rui Torrinha,dos 134 candidatos ao programa, sóseis artistas chegaram à fase final -em que não há Portugueses - e, emParis, apresentaram apenas “umaamostra de uma parte do espetáculo”.“Ainda não há uma data definitivapara a estreia dos projetos. O objetivoé que alguns venham a ser apresen-tados em Guimarães. A ideia é queeste projeto apoie os novos criadorese que, a seguir, consigamos incorpora-los na nossa programação”, acrescen-tou.Além de servirem de palco para asapresentações dos jovens autores, as

instituições parceiras acolhem o tra-balho de bastidores da criação artís-tica, com residências e apresentaçõespúblicas.Por exemplo, em outubro, o Centro deCriação de Candoso, em Guimarães,recebeu, em residência artística, umdos finalistas, Alexander Vantour-nhout, ao lado de mais nove artistasportugueses e estrangeiros, orientadospelo especialista de Novo Circo JeanMichel Guy e pelo artista João PauloSantos.A apresentação de candidaturas paraa próxima edição do CircusNext(2015-2016) decorre entre janeiro efevereiro, num processo que pode seracompanhado através da página dainternet do projeto:http://circusnext.eu/.

Por Carina Branco, Lusa

Estatuetas de Mel Ramos na Galeria Patrice TriganoLusa / Carina Branco

le 07 janvier 2015

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16 Cultura

«Le fado pour seul bagage» sur scène à MontmagnyLa troupe de théâtre «Os Sugos» a trèsbien commencé l’année 2015. Eneffet, la représentation théâtrale dupremier livre d’Altina Ribeiro, «Lefado pour seul bagage» a eu beaucoupde succès à la salle des fêtes de Mont-magny, dans le Val-d’Oise, devant unpublic nombreux.«Il est vrai que cette nouvelle mise enscène est très réussie et que les mem-bres de la troupe étaient particulière-ment en forme» dit Altina Ribeiro auLusoJornal! Quelques spectateurs ontfait plus de deux cent kilomètres pourvenir assister à la pièce. Selon l’au-teure, deux personnes sont venues deSologne et quatre ont fait le déplace-ment depuis l’Aube. Le débat qui asuivi la représentation a été très enri-chissant et la soirée s’est terminée enmusique.«Je suis la personne que vous avezpresque fait pleurer, hier soir en dé-

couvrant votre pièce! J’étais assis der-rière vous, à côté de mon épouse, etnous avons adoré! J’étais un peu émulorsque j’ai pris le micro et il y a long-temps que je n’avais pas ressenti une

telle émotion» a écrit un des specta-teurs à Altina Ribeiro, le lendemain dela présentation. «Merci pour votre at-tention et je vais lire votre livre avecun regard très particulier. Je ne man-

querai pas de vous faire part de monressenti, mais je peux d’ores et déjàvous dire que vous m’avez conquis!»Altina Ribeiro a également remerciéJudith Pires, Présidence de l’associa-tion AF Portugaise Montmagny Se-gunda Aldeia, pour son invitation.Suzana Joaquim Maudslay a faitl’adaptation du texte et la mise enscène, avec les comédiens amateursHenrique Cordeiro, Clara Joaquim,Cristina Joaquim, Tony Fernandes,Tania Martins, Charlène Pereira, Pas-cal Nicol et Wilson Vieira. «Leurbonne humeur a beaucoup contribuéà la réussite de cette soirée» dit AltinaRibeiro au LusoJornal.Devant le succès de la pièce et regret-tant l’absence de certaines personnesencore en congés, la Présidente del’association a décidé d’inviter latroupe une nouvelle fois à Montma-gny.

Théâtre

lusojornal.com

«Graffeuse» d’António Amaralsur Télé Bocal

Le court métrage «Graffeuse» d’An-tónio Amaral a été diffusé sur TéléBocal, le vendredi 19 décembre ausoir, sur la TNT et le samedi 20 dé-cembre en journée, sur l’ADSL.Le film de 20 minutes, dont LusoJor-nal est partenaire, est paru en 2013,réalisé par António Amaral, franco-portugais, né à Pontault-Combaulten 1970, aujourd’hui domicilié àOzoir-la-Ferrière. Il est également en-seignant en lycée professionnel.Le film invite le spectateur à s’inter-roger sur les problématiques écolo-giques et sociales liées aux OGM,tout en soulignant également le dé-clin des activités agricoles depuisplusieurs années et la difficulté deses protagonistes à survivre.

Montpellier acolheu a 7ª edição do FestAfilm

A cidade de Montpellier assistiu emdezembro à sétima edição do Festa-film - Festival de Cinema Lusófono eFrancófono, com o objetivo de lutarcontra a “imagem distorcida” da lu-sofonia, segundo fonte da organiza-ção.“Em França, o cinema lusófono queestá em cartaz não é o cinema querepresenta o que está a acontecerde melhor na atualidade de cadapaís”, sublinhou a Diretora de pro-gramação do evento, Flávia VargasPailhes, em declarações à Lusa,acrescentando que “a ideia é mos-trar um pouco da cultura lusófonaatravés do cinema, fora do circuitocomercial normal”.O festival apresentou mais de 80 fil-mes - entre longas-metragens, do-cumentários e curtas-metragens -do Brasil, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, França, Bélgica, Luxem-burgo.O Festafilm nasceu em 2008 e querdar a conhecer ao público francês osfilmes em língua portuguesa, aindaque Flávia Vargas Pailhes reconheçaque “é muito difícil trazer filmes daÁfrica Lusófona”, porque “não hámuitos filmes produzidos” e porquese trata de um “festival pequeno e émuito difícil entrar em contacto comCabo Verde, Moçambique e mesmocom Angola porque não têm tantointeresse em participar”.O festival também quer dar a conhe-cer os filmes franceses ao público lu-sófono através de parcerias comfestivais de países de língua portu-guesa como o Festival Internacionalde Cinema AVANCA, em Portugal, oFestival Ibero-americano de Cinemade Sergipe - CURTA-SE, no Brasil, eo Festival Internacional de Cinemade Luanda - FIC Luanda.

emsíntese

Jovem flautista portuguesa “conquista”a Orquestra Nacional de FrançaUma jovem flautista de Cabeceiras deBasto rumou até Paris para estudarmúsica mas rapidamente os seusdotes conquistaram os ouvidos maisexigentes, sendo desde 2012 solistana Orquestra Nacional de França.Apesar de somar prémios e reconhe-cimento no estrangeiro, Adriana Fer-reira, 24 anos de idade, não põe delado a hipótese de um dia regressarao seu país, porque acredita que “Por-tugal pode ser um país para jovens”.“A atual conjuntura social, económicae artística em Portugal não é a melhor,mas tempos melhores virão”, atira, fri-sando que não gosta de fazer planosa longo prazo e que neste momentose sente muito bem em França.Desde pequena que Adriana transpira

música por todos os poros: aos 6 anoscomeçou a aprender a tocar piano edois anos depois entrou para a BandaCabeceirense, sendo-lhe atribuído umflautim.Música foi, naturalmente, a área queescolheu no ensino secundário, findoo qual concorreu para o ConservatórioNacional Superior de Música de Parise para a Real Academia de Londres.Foi admitida nos dois mas optou porParis, para onde rumou em 2008.Quando estava no 1º ano do mes-trado, um flautista da Orquestra Na-cional de França reformou-se, foiaberto concurso para preencher avaga e Adriana agarrou a oportunidadecom ambas as mãos. “Fiz a prova, fuiadmitida, entrei”, lembra, com sim-

plicidade, admitindo que não contavaser a eleita, nomeadamente face àsua idade.Agora, toca numa orquestra lado alado com músicos franceses, corea-nos, japoneses, romenos, russos, ale-mães e espanhóis, entre outrasnacionalidades. Tem acumulado pré-mios, os dois últimos dos quais emdezembro, no Concurso Internacionalde Genebra, na Suíça.Ao longo de 2014, obteve ainda o 1ºprémio no Concurso Internacional deFlauta Severino Gazzenoli, em Itália.Em 2010, foi galardoada com o 1ºprémio, o prémio da Orquestra e oprémio do jovem júri no Concurso In-ternacional de Flauta Carl Nielsen, naDinamarca.

Hoje, não diz até onde se estende asua ambição, mas confessa que amúsica há de estar sempre presentena sua vida. “Não consigo imaginar aminha vida sem a música”, atira.Nos tempos livres, e além de músicafrancesa para orquestra do início doséculo XX, ouve também muito fado.“Gosto muito de ouvir fado, é umamúsica que ouço quase todos os dias.Temos realmente uma bela tradiçãoem Portugal no campo do fado”, re-mata.O sucesso parece ser o fado deAdriana, que acaba de ser contem-plada com um outro troféu: a Câmarada “sua” Cabeceiras de Basto decidiuatribuir-lhe a Medalha de Mérito Pú-blico - Grau Ouro.

le 07 janvier 2015

Découverte de l’éveil musical en portugais

L’Académie du Fado organise un goû-ter de découverte de l’éveil musicalen langue portugaise ouvert à tous lesenfants à partir de 4 ans, le samedi31 janvier à 16h00 (entrée libre).«Il s’agit d’une initiation musicale enlangue portugaise» explique Valériedo Carmo, l’une des deux proprié-taires de l’école. «C’est une initiationau travers de la musique portugaise,avec des chansons populaires, dufado, des marches, mais aussi de laguitare portugaise, du cavaquinho,…c’est un accès important à la cultureportugaise. Les enfants chantent,dansent et découvrent des instru-ments portugais».Mais c’est également une pratique dela langue portugaise puisque les ani-

mateurs musicaux parlent en portu-gais aux enfants. Patricia Lestre Silva

est la “musicienne intervenante”dans ce projet, comme explique Va-

lérie do Carmo. «Elle est musicienne,joue du violon et est étudiante àOrsay”. Mais d’autres musiciensviennent en renfort, comme parexemple Nuno Estevens, musicien,accompagnateur de fado et égale-ment professeur de guitare à l’Acadé-mie du Fado.«Nous fonctionnons comme toutesles écoles de musique, en accordavec le calendrier scolaire et fermonspendant les vacances des enfants»explique Valérie do Carmo.Les inscriptions sont donc ouvertespour les enfants à partir de 4 ans!

Académie du Fado9 rue Raymond du Temple94300 VincennesMétro: Château de VincennesInfos: 01.43.28.14.61

Académie du Fado

Par Carlos Pereira

Altina Ribeiro, Judith Pires, Suzana Joaquim et les comédiensDR

Patricia Lestre Silva anime l’éveil musicalLusoJornal / Sylvie Crespo

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Associações

Luísa Semedo é a nova Presidente da AGRAFrA AGRAFr, Association des DiplômésPortugais en France, elegeu por una-nimidade em Assembleia Geral dodia 9 de dezembro, uma nova Dire-ção para 2015.O novo Conselho executivo daAGRAFr que tomou posse dia 1 dejaneiro é constituído pela PresidenteLuísa Semedo, pelas Vice-Presiden-tes Ana Antunes e Rita Furtado, pelaSecretária Ana Filipa Roseira e peloTesoureiro Miguel Lopes.O Conselho da Assembleia geral éconstituído pela Presidente CarinaSantos, pelos Vice-PresidentesAdriano Meira e Sílvia Fernandes epela Secretária Carla Marques.O webmaster da AGRAFr continua aser Rodrigo C. Pereira. No Conselhode administração encontram-seainda a Márcia Dinis, António Fari-nhas e a Maria João Pita.A AGRAFr que já conta com dois

anos de existência e com mais de200 membros, dota-se assim deuma equipa fortalecida e motivadapara levar a cabo todos os projetos

em desenvolvimento. Para 2015 aAGRAFr continuará com o seu en-contro mensal “Um copo com...”,realizará a já incontornável Luso

Journée em Paris e o ambiciosoFórum Anual de Graduados Portu-gueses no Estrangeiro (GraPE) emPortugal. Iniciará já dia 31 de ja-neiro a nova atividade “Conto Con-tigo”, que é uma atividade de leiturapara crianças em língua portuguesa,e fará novas intervenções de cientis-tas nas escolas, em parceria com oprojeto Native Scientist, nomeada-mente depois do sucesso da primeirasessão que teve lugar dia 13 de de-zembro 2014 na Secção internacio-nal de Chaville.A AGRAFr é uma associação inde-pendente e sem fins lucrativos dedi-cada a criar uma plataforma deinteração, valorização e cooperaçãoentre os graduados portugueses e lu-sodescendentes que vivem emFrança.

www.agrafr.fr

A AGRAFr elegeu uma nova Direção

Natal dos alunos de português em Albi

No sul de França existe um grupode irredutíveis otimistas, que con-traria os maus-tratos ao qual o en-sino da língua de Camões tem sidosubmetido estes últimos tempos.As aulas de português da Associa-ção Desportiva e Cultural dos Por-tugueses de Albi vão completardois anos de existência no dia 31de janeiro, e como a coletividadeinaugurou a sua sala em maio de2014, foi o momento ideal parareunir os alunos à volta da árvorede Natal. Cada aluno preparou umtexto em português sobre o Natal,o seu significado, alguns contarama sua experiência em Portugal, ou-tros falaram dos seus hábitos.Cada aluno pendurou uma bola deNatal no pinheiro e pousou ao seupé uma prenda para o “amigo invi-sível”. A professora Aurélie BastosResende, chamou, grupo a grupo,todos os alunos, para lerem os tex-tos, contar adivinhas de Natal, atéa chegada do Pai Natal, que entre-gou prendas e chocolates aos miú-

dos e graúdos.Entre dirigentes, alunos e familia-res, cerca de 70 pessoas estiverampresentes na sala situada no 56route de Teillet, em Albi, e claro,como não pode haver expressãooral sem o prazer do paladar e doconvívio, um lanche ajantarado foioferecido com as mais diversas es-pecialidades portuguesas.A motivação do Presidente AntónioPereira continua intacta para levarmais longe o ensino da língua por-tuguesa na região. As aulas são àsegunda-feira, quinta-feira e sába-dos, divididas em quatro grupos:iniciação, aperfeiçoamento/diá-logo, compreensão e crianças.Como o futuro se prepara com an-tecedência, e este ano letivo estábem avançado, a ‘rentrée’ de se-tembro de 2015 já está a ser pre-parada pela Associação para darmais oportunidades às pessoas in-teressadas, sem limites de idade,para aprenderem ou aperfeiçoarema língua portuguesa.

Infos: 06.73.27.99.14

Por Manuel André

le 07 janvier 2015

Ana e os nervos àflor da pele

Ana tem 42 anos, é casada há 12anos, tem uma filha com 8 anos deidade e trabalha numa loja deroupa.Quando veio à consulta disse-me:“eu decidi vir a esta consulta masnem sei bem se preciso, porque naminha infância não tive nenhumproblema e até penso que tenhouma vida boa, mas sou muito ner-vosa e então falaram destas consul-tas e decidi experimentar”.Passadas algumas sessões, com-preendemos que as preocupaçõesda Ana se centravam no seu malestar e na relação com o seu ma-rido, João.Ana diz-me que se enerva com fa-cilidade com o marido, “implicomuito com ele por coisas sem im-portância, grito muito e às vezesdescontrolo-me ao ponto de partirloiça. Depois sinto-me muito mal co-migo mesma. O João é muito bompara mim, toda à gente o aprecia, eaté me dizem que tenho sorte de oter como marido. Sempre fui muitonervosa, mas gostaria de ser maiscalma”.Com o objetivo de compreendermosse o comportamento de Ana com oseu marido tinha sido sempreassim, ou se tinha começado a par-tir de um determinado momento.Ana recorda: “quando vivíamos nacasa da minha mãe, a relação como João era diferente, íamos aosbailes e convivíamos mais. Depois aMaria nasceu e começamos aconstruir a nossa casa”.Posteriormente, Ana partilha o factode não ter relações íntimas regular-mente com o marido, isso por umlado preocupa-a porque teme a trai-ção, ainda que confie na fidelidadedo marido; e por outro frustra-aporque gostaria de voltar a ter satis-fação na sua vida conjugal. Assim,e não se tratando de um problemade saúde, procuramos perceberesta mudança de comportamentoconjugal e em simultâneo encontrarformas de o ultrapassar.Às vezes, as pessoas encontram-seem situações de sofrimento, masporque não encontram um aconte-cimento que de um ponto de vistasocial o justifique não se permitemprocurar ajuda.Se pretende seguir a história da Ananão perca a próxima crónica. Nãohesite em me contactar para exporas suas questões.

Se tiver alguma questão que desejecolocar, não hesite em contactar-me. Estou disponível para o ouvir eesclarecer:[email protected]

Crónicas para o

Carina da SilvaPsicóloga Clínica

equilíbrio emocional

Un Réveillon magique à Rueil-Malmaison

Le 31 décembre c’est au Café res-taurant Richelieu, à Rueil-Malmai-son (92), que Rita de Oliveira aorganisé le Réveillon de fin d’an-née. «J’ai pour habitude d’organi-ser le Réveillon depuis une dizained’années. Pendant l’année j’orga-nise également d’autres fêtes etsoirées, jamais au même endroit,petit à petit des gens se sont jointà nous, et on est devenus nom-breux». Très vite, Rita de Oliveira aconnu un grand succès. Pour lasoirée de fin d’année, une cinquan-taine de personnes se sont réuniespour faire la fête, «mais souventnous sommes plus de 80. Tout dé-

pend des années», dit-elle au Lu-soJornal.La jeune femme s’entoure bien évi-demment d’une équipe de per-sonnes pour réaliser lesévénements festifs. «Dans ce casle patron du restaurant, le cuisinieret des amis. Le but c’est d’avoir unrepas de qualité et accessible; des’amuser ensuite jusqu’a tard lanuit». Rita de Oliveira se réjouit dubonheur des invités et met tout enoeuvre pour que tout le mondes’amuse et revienne la fois d’après.«Je fais tout cela à titre gratuit,mais je suis ravie de réunir autantde monde et que les gens passentun bon moment», conclu-t-elle sa-tisfaite.

Par Mário Cantarinha

Nova Direção da AGRAFr desde 1 de janeiroAGRAFr

Os mais pequeninos a cantarDR

LusoJornal / Mário Cantarinha

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18 Associações

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Comunidade católica portuguesa de Auteuilajuda crianças em Moçambique

No passado dia 14 de dezembro,realizou-se o Almoço de Natal daComunidade Portuguesa de Au-teuil, em Paris 16, onde participa-ram cerca de 140 pessoas cujosfundos reverteram a favor de crian-ças carenciadas em Portugal,Franca e Moçambique.Esta Comunidade portuguesaexiste há cerca de 40 anos e foifundada por diversos Párocos por-tugueses, até que há cerca de 11anos o último Padre português nãofoi substituído. Para não acabar aComunidade “fundada com tantocarinho”, o Padre Lochuet come-çou a celebrar a missa para as cen-tenas de Portugueses existentesnaquela Paróquia, juntamente como apoio de Isabel Vila, uma paro-quiana que reside perto da igreja

de Ste Bernadete.Entretanto, a Paróquia recebeu a

notícia da chegada do Padre JoséCosta, que na altura se encontrava

numa missão em Moçambique.O Padre José Costa, juntamentecom os elementos desta Comuni-dade, decidiram organizar diversoseventos, nomeadamente a vendade bolos junto à porta da igreja, al-moços e mercados de Paróquia, deforma a angariar fundos para aju-dar as crianças carenciadas de Mo-çambique.Há cerca de 4 anos, Isabel Vilas,juntamente com algumas famíliasdesta Paróquia, decidiram abraçarum novo projeto que consistia emfazer chegar esta ajuda a outraspartes do mundo, nomeadamentea Portugal e França.Isabel Vilas conta, nesta missão,com a ajuda de um grupo de ami-gos que se voluntariaram por umacausa tão nobre, nomeadamente asfamílias Medeiros, Parreiral, Vilanovae Rodrigues. Atualmente prestam

apoio à Obra do Frei Gil em Vila Praiade Mira, em Portugal, e esporadica-mente também ajudam outras insti-tuições e outras causashumanitárias, sempre ligadas àscrianças, sendo isto possível graçasà generosidade de todos aqueles quefrequentam a Comunidade, bemcomo à especial ajuda dos atuais Pá-rocos, Manuel Bomba e Carlos Ponte.A Comunidade Portuguesa temainda o apoio da Comunidade Ca-tólica Francesa da Paróquia de Au-teuil. O lema tem sido “Ajudar” eo espírito de entreajuda é algo queestá bem presente na vida de todosos que se juntam a estas Comuni-dades católicas.

Igreja de Ste Bernardete4 rue d’AuteuilMissa aos domingos, às 11h15

Em Paris 16

Por Ana Costa Martins

Musical “A Ana e os 7” celebrou Natal em St OuenNo dia 21 de dezembro, a igreja pro-testante ADD Paris realizou o musi-cal de Natal “A Ana e os 7”, comuma boa assistência de emigrantesportugueses. Apesar de haver sem-pre o nervosismo normal por parte detodos os participantes, todos deramo seu melhor e isso viu-se em cena!As crianças tiveram a grande respon-sabilidade de serem os apresentado-res! Assistimos primeiro a umacanção cantada com gestos porparte dos mais pequeninos, seguidade uma poesia original contada pelosadolescentes. Ao mesmo tempo querecitaram a poesia, pintaram umquadro natalício.Depois começou então o musicalpropriamente dito, com música aovivo e com um grupo coral. O musi-cal “A Ana e os 7” contou a históriade Ana, uma percetora, recém che-gada a Paris, de origem portuguesa,

que ficou responsável por cuidar de7 crianças muito irrequietas, filhasde um Capitão extremamente rígidona educação. O Natal era proibidonaquela casa, pois nessa mesmadata tinha morrido a mãe das crian-ças... no entanto, a doce Ana conse-guiu ganhar a confiança das criançase ensinar-lhes que “o Natal é muitomais do que uma data”, Natal “é aprova do amor de Deus por nós, queenviou o Seu Filho Jesus para nospoder salvar”!As crianças ficaram fascinadas poresta “boa notícia” e quiseram logopartilhá-la com o seu pai... o que ini-cialmente não correu nada bem.Contudo, pouco a pouco o Capitãocomeçou a deixar que o seu coraçãofosse tocado e também ele se rendeuà “Mensagem do Natal”. No final, afamília unida e com um coraçãotransformado, celebrou o Natal como

nunca antes o havia feito, e claro, apercetora estava lá a partilhar estemomento de alegria e amor comeles.No final, o Pastor Samuel Martinsdeixou uma mensagem natalícia aosespetadores e tudo terminou emfesta com a participação de umgrupo coral africano.A igreja protestante ADD Paris - As-sembleia de Deus de Luso-Francesade Paris - surgiu no ano de 1966com objetivo de “divulgar uma men-sagem cristã de esperança à Comu-nidade emigrante portuguesa naregião parisiense. Atualmente conti-nuamos com a mesma visão procu-rando também alcançar as comuni-dades brasileira e africana de línguaportuguesa”. Está sediada em SaintOuen (93) e presente noutras cida-des em França, como Roubaix, Cler-mont-Ferrand e Lyon.

Organizado pela igreja protestante ADD Paris

Web TV Raiz Lusitana com problemas financeiros

Quatro anos depois de ter criado a webTV Raiz Lusitana, Joaquim Pereira, fazum balanço negativo do projeto e dei-xou de ter um site específico para ocanal. O animador continua a apresen-tar o programa Raiz Lusitana na RádioAlfa.

LusoJornal: Qual é o balanço deste anopara a Raiz Lusitana TV?Joaquim Pereira: O balanço é péssimo,penso que por todo o lado há dificul-dades, mas para mim foi muito difícil.Durante os primeiros 3 anos tive algumapoio, as associações ajudaram umpouco, mas este último ano, não. Omeio associativo tem dificuldades em

acarretar com as suas próprias despe-sas, de modo que dificilmente me po-diam ajudar.

LusoJornal: Para que serviam as aju-das?Joaquim Pereira: Esta televisão pela in-ternet, que como deve calcular dámuito trabalho, permite às associaçõesterem recordações sobre as suas ativi-dades ao longo dos anos. No princípio,as associações solicitavam o meu tra-balho e ajudavam, mas agora não aju-dam. Este é um projeto que fica carojá que pago o domínio, o material, asdeslocações, e... torna-se cada vezmais complicado para mim de manteresta televisão.

LusoJornal: Como vai fazer para man-ter esta televisão?Joaquim Pereira: Vou fazer tudo paracontinuar, mas de modo diferente. Voumudar de site. As pessoas podem con-tinuar a ver através da minha páginaFacebook ou em livestream.com. Po-derão continuar a ver as reportagens defolclore e outros eventos aos quais souconvidado. Isto é um bichinho que játenho em mim há muitos anos, e querocontinuar a fazer. Tive que investir bas-tante em material, é muito dinheiro, evou ter que continuar a fazer esforços.Gosto muito e aprecio as associações,conheço muito bem este meio, e gostomuito de ver folclore. Confesso que co-meço a ser um especialista.http://livestream.com/raizlusitanatv

Joaquim Pereira diz que as associações não têm ajudado

Por Mário Cantarinha

Joaquim Pereira criou a Raiz Lusitana TVLusoJornal / Mário Cantarinha

Um espetáculo para transmitir uma mensagem de NatalDR

Elementos da Paróquia portuguesa de AuteuilDR

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20 Desporto

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le 07 janvier 2015

Saint-Maur tombe face à Reims

Les Lusitanos n’ont pas réussi l’ex-ploit de battre le Stade de Reims en32ème de finale de la Coupe deFrance. Battus 3 buts à 1, les Lusi-taniens s’arrêtent après une cam-pagne historique!Après avoir rêvé de l’exploit, l’US Lu-sitanos de Saint Maur n’a pas réussià bousculer la hiérarchie et les 5 di-visions d’écart pour battre la forma-tion de Ligue 1 du Stade de Reims.Malgré une belle résistance et unerencontre passionnante, les Saint-Mauriens se sont inclinés 3 buts à 1face au 9ème de Ligue 1. Pour l’en-traîneur des Lusitanos, Adérito Mo-reira, la fin de la parenthèse

enchantée de la Coupe de Francedoit surtout être le début d’un nou-veau cycle vertueux en Champion-nat. «On a appris sur nous-mêmes eton aurait pu faire encore mieux. Ilfaut retenir cela pour le Champion-nat. Dès qu’on va remettre le bleu dechauffe pour le Championnat, ilnous faudra deux ou trois jours pourdigérer et il restera des souvenirs dece parcours en Coupe de France».Surtout que Saint Maur a montré unvisage ambitieux face à une belleformation rémoise. Devant plus de3.000 spectateurs au Stade Domi-nique Duvauchelle, à Créteil, le petitpoucet officiel des 32ème de finalen’a pas démérité face au club my-thique de Batteux, Fontaine et Kopa.

Dès les premières minutes, les deuxéquipes se répondent. Mais la pre-mière frappe est bien de Paulino Ta-vares qui frôle le poteau de KossiAgassa (17 min). Après avoir vu Ni-colas De Préville frapper au dessus(28 min), c’est finalement Reimsqui va se montrer réaliste, justeavant la pause, par l’intermédiairede l’intenable Diego Rigonato quiprofite de sa première occasion pourtromper Revelino Anastase (0-1 à la39 min).Un but rémois qui aura le mérite dedécomplexer les Lusitanos. A peinerevenus, les hommes d’Adérito Mo-reira profitent d’un magnifiquecontre emmené par Paulino Tavares,qui trouve Filipe Sarmento qui ne

manque pas son centre pour SitouAyi, seul deuxième poteau, qui éga-lise pour Saint Maur (1-1 à la 48min). Mais la réaction immédiate etle but de Gaëtan Charbonnier vien-dront refroidir l’ambiance trois mi-nutes plus tard (1-2). Au final,Reims s’imposera par deux butsd’écart (1-3) grâce au retourné deNicolas De Préville à l’heure de jeu.Saint Maur tentera bien de relancerle suspense mais manquera deréussite dans la finition. A l’issue dela rencontre, les visages étaient fer-més et la déception pouvait se fairesentir dans les rangs des Rouge etVert. «On aurait voulu que ça sepasse autrement», expliquait Gil-berto Pereira. «Mais leur deuxième

but nous a fait mal, il arrive trop tôtaprès notre égalisation. Si on avaitjoué comme en deuxième mi-temps, ça ce serait peut-être passéautrement. Mais la logique a étérespectée. On a joué contre desjoueurs de Ligue 1 qui s’entraînenttous les jours. Nous, on se lève lematin pour aller travailler. Il y avaittrop de différence entre nous».La logique a été respectée entre leleader de la DH et le 9ème de L1.Mais les Lusitanos peuvent êtrefiers d’avoir écrit une nouvelle pagehistorique du club en Coupe deFrance. Et les larmes devraient ra-pidement laisser place à l’ambitionde remonter en CFA 2 en mai pro-chain.

Coupe de France

Par Eric Mendes

Reims sabre le Champagne

L’équipe de première division, pri-vée de nombreux joueurs commeOdaïr Fortes l’attaquant capverdien,a tout de même réussi à battre lesLusitanos de Saint Maur sur lescore de 3-1. Une victoire en32ème de finale de la Coupe deFrance qui fait du bien à cetteéquipe qui commence 2015comme elle a terminé 2014, c’est-à-dire par une victoire. À la fin de larencontre, nous avons pu intervie-wer Jean-Luc Vasseur, entraîneur deReims, et Diego Rigonato, milieu deterrain brésilien de Reims qui a ou-vert le score face à l’US Lusitanosde Saint-Maur.«C’est un match qui permet de re-partir et sur lequel on va travailler.L’égalisation de Saint Maur a eu lemérite de piquer l’équipe qui aréagi de suite. Il y avait de la margemais c’était un match de repriseavec un terrain compliqué» dit auLusoJornal Jean-Luc Vasseur, en-traîneur de Reims, ancien entraî-

neur de l’US Créteil/Lusitanos.«C’est une belle pelouse mais avecla pluie il devient assez compliquéà jouer, je le sais car je l’ai pratiqué.Un match de reprise sur lequel onva s’appuyer mais on attend beau-coup plus de l’équipe».«Je suis toujours content de revenirau Stade Duvauchelle où j’ai passétrois ans avec Créteil et avec debons souvenirs. Sur le plan sportifet humain. J’avoue que j’auraisaimé revenir pour jouer face à l’USCréteil mais ce ne fut pas le cas.J’ai quand même pu revoir des per-sonnes que j’ai côtoyées pendanttrois ans et ça fait toujours plaisir»a dit Jean-Luc Vasseur. «Je ne saispas si les Lusitanos étaient plus fa-ciles que Créteil qui avait été éli-miné par cette même équipe dansla compétition, mais en tout cas cefut un plaisir d’être présent dans cestade. Les Lusitanos ne m’ont passurpris car ce n’est pas une équipede DH. Les Lusitanos, c’est uneéquipe qui, si elle sort de ce cham-pionnat de DH, pourra aller rapide-

ment en CFA [ndlr: quatrième divi-sion française]. Quant à Reims, iln’y a pas d’objectif en Coupe, onveut passer le maximum de tourspossibles et on verra où cela nousmène».Diego Rigonato, milieu de terrainbrésilien de Reims, considère que«ce match a été très difficile, ce futun match de qualité où les deuxéquipes ont très bien joué. Lesduels ont été intenses mais on aréussi à remporter ce match. Ons’est bien battu et on doit continuerà jouer de cette façon. Les Lusita-nos de Saint-Maur sont une équipetrès bien organisée, rapide encontre-attaque, avec des joueursqui peuvent faire la différence, c’estune équipe qui peut encore allertrès loin dans son Championnat».«Notre équipe essaye de jouer tou-jours au maximum de ses possibili-tés même quand elle prend un but.On ne doit jamais lâcher et toutfaire pour marquer un maximum debuts» explique Diego Rigonato. «Onn’a pas senti les cinq divisions

d’écart avec les Lusitanos, car lefootball aujourd’hui a un niveau trèsproche. On ne peut jamais sous-es-timer une équipe car beaucoup dejoueurs ont de la qualité. On peutdire qu’un match comme celui-ciface à Saint Maur se joue sur desdétails et le détail de ce match a éténotre qualité». Quant à la Coupe,Diego Rigonato explique que «onveut aller le plus loin possible etpourquoi pas rapporter le trophéechez nous?»L’équipe de Reims a réussi à se sor-tir du piège des 32ème de finale,mais cela n’a pas été le cas pourtoutes les équipes. La plus grossesurprise a été l’élimination du lea-der de la première division fran-çaise, Marseille, face à Grenoble,3-3 après les 90 minutes et la pro-longation, et victoire des grenobloisaux tirs au but, 5-4. De noter quedans l’équipe de Grenoble, le luso-descendant Steven Pinto-Borges aété titulaire et a participé active-ment à cette victoire des grenoblois.Toutefois d’autres surprises sont à

noter. Lorient, avec l’internationalportugais Raphaël Guerreiro et le la-téral portugais Pedrinho en tant quetitulaires, a été battu sur le score de1-0 par Avranches, club de troi-sième division. Et autre surprise, laqualification de Valenciennes,équipe de deuxième division, qui aremporté son match face à Nice,club du brésilien Carlos Eduardoque nous avons en interview pour leLusoJornal, sur le score de 2-0.La logique a toutefois été respectéedans d’autres rencontres où lalangue portugaise était présente.Monaco, où jouent les portugais Ri-cardo Carvalho, João Moutinho,Bernardo Silva et dont l’entraîneurest le lusitanien Leonardo Jardim, agagné 2-0 face à Nîmes avec no-tamment un but marqué par Ber-nardo Silva. Bordeaux, club del’international portugais de moinsde 21 ans Tiago Ilori, a battu Tou-louse sur le score de 2-1, et enfinLyon, du gardien et internationalportugais Anthony Lopes, s’est qua-lifié sur le score de 3-2 face à Lens.

Par Marco Martins

L’équipe qui restera dans l’histoire du club lusitanienUS Lusitanos / EM

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21Desporto

Lyon remporte le duel au sommet

Lors des 32ème de finale de laCoupe de France Féminine, l’afficheopposait l’équipe qui est en tête duChampionnat de première division,Lyon, et celle qui caracole devant ausein du Groupe A de deuxième divi-sion, la VGA Saint Maur.Les Saint-Mauriennes, qui jouaientau mythique stade Chéron des Lusi-tanos de Saint Maur, n’ont pu réali-ser l’exploit devant 1.500spectateurs et ont perdu 5-0, lorsd’une rencontre où l’internationaleportugaise Mélissa Gomes et la luso-

descendante Mélanie Hacard-DeCastro ont été titulaires du côté deSaint Maur.Malgré le score, on a eu droit à unmatch très serré tout au long des 90minutes et qui ne s’est défini qu’àcause de la différence au niveauphysique. La VGA a tout de mêmemontré autant de qualités que cer-taines équipes de première divisionqui ont été étrillées par Lyon, commeMetz sévèrement battue 15-0.La Coupe de France s’arrête pourSaint Maur, comme pour leurs homo-logues masculins des Lusitanos. Tou-tefois l’objectif de la VGA reste la

montée en première division. Un ob-jectif qui ne paraît plus aussi difficiled’atteindre.Quant aux autres matchs de Coupede France, nous noterons les victoiresdes favorites, Juvisy et le Paris SaintGermain qui ont battu respective-ment Tremblay (7-0) et Arras (6-0).Du côté des joueuses d’origine por-tugaise, Metz, qui compte dans sesrangs Elodie Martins et Adeline Ja-nela, a battu le Paris CA aux penal-ties après le match nul, 1-1 à la finde la rencontre. Yzeure, de la gar-dienne portugaise Patrícia Morais, aremporté son match face à Vesoul,

sur le score de 7-0.Pour conclure cette série de résul-tats, le plus gros score des 32ème definale jusqu’à maintenant, la victoire13-0 de Soyaux face à Cholet, unduel entre une équipe de D1 et uneéquipe de District.Trois matchs ont également été re-portés, Rouen-Issy les Moulineaux(où jouent les lusodescendantes Ma-rina d’Almeida et Marie Pinto), Ven-denheim-Val d’Orge (des lusodescen-dantes Mathilde Fernandes et Char-lotte Fernandes), et Rouvroy-Le Mans(club des portugaises Rute Botica etLayla Fernandes).

Coupe de France Féminine

Par Marco Martins

emsíntese

Futebol Africano:Três “franceses”a caminho doCAN

Ryan Mendes, avançado do Lille,Odaïr Fortes, avançado do Reims, eJúlio Tavares, avançado do Dijon,fazem parte dos 23 convocados pararepresentar a Seleção Caboverdianano Campeonato Africano das Naçõesque decorre de 17 de janeiro a 8 defevereiro na Guiné-Equatorial.Os três avançados fazem parte dasescolhas do Técnico português dos“Tubarões Azuis”, Rui Águas, que re-cordamos levou Cabo Verde ao pri-meiro lugar do grupo F da fase degrupos de apuramento para o CAN,à frente da Zâmbia, de Moçambiquee do Niger.Nesta segunda participação numCAN para Cabo Verde, o objetivo seráfazer melhor que na estreia em 2013na África do Sul onde os caboverdia-nos chegaram aos quartos-de-final,eliminados pelo Gana, 2-0.Na Guiné-Equatorial, os “TubarõesAzuis” vão ter por adversários, a Zâm-bia, a Tunísia e a República Demo-crática do Congo.Desejamos, claro, boa sorte a esta Se-leção Lusófona na maior prova do fu-tebol africano.

Filipe Albuquerque repete 24h de Le Mans

A Audi Sport confirmou que Filipe Al-buquerque vai voltar a disputar as24h de Le Mans e as 6h de Spa-Francorchamps em 2015, à seme-lhança do que já aconteceu o anopassado com o Audi R18 com o #3.

le 07 janvier 2015

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Mariane Amaro en rééducationAprès son opération fin décembre, l’internationale portugaise Mariane Amaro, qui porte les couleurs de la VGA Saint Maur, part pour Cap Breton jusqu’au 18 janvierpour sa rééducation. En rentrant en région parisienne, elle sera suivie par un kiné de l’INSEP, l’Institut national pour le sport. Son rétablissement devra être totalpour le mois de juillet, à temps pour la saison 2015-2106.

L’équipe de la VGA Saint MaurCarré Marceau

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lusojornal.com

22 Desporto le 07 janvier 2015

O livro “Cristiano Ronaldo - Orgulho,Glória e Preconceitos” é lançado estaquarta-feira em Portugal, quase oitomeses depois de ter sido publicadoem França e a cinco dias da atribui-ção da Bola de Ouro 2014.A obra é da autoria dos jornalistasdesportivos Antoine Grynbaum eMarco Martins, tendo sido publicadaa 15 de maio em França, onde foramvendidos mais de quatro mil exem-plares.“Passaram vários meses até este tra-balho ser traduzido. Esperámos pa-cientemente e um dos nossosobjetivos foi alcançado porque émuito importante ser traduzido e dis-tribuído em Portugal, o país de Cris-tiano Ronaldo, além de ser o meu”,disse à Lusa Marco Martins, que che-gou a França aos quatro anos.Os jornalistas quiseram “dar umaoutra imagem de Cristiano Ronaldo aopúblico francês”, porque, continuouMarco Martins, “como disse o próprioSepp Blatter, Lionel Messi era vistocomo o bonzinho e Cristiano Ronaldocomo o mauzinho, como alguém queé pretensioso, que pensa mais no din-heiro e na sua imagem do que pro-priamente em ser simpático com opúblico”.

O livro tenta dar “outra imagem” doCapitão da Seleção portuguesa dentroe fora das quatro linhas, através deentrevistas a jogadores da “equipadas quinas”, como Miguel Veloso,Hugo Almeida, Anthony Lopes e ou-tros que jogaram com ele (como ofrancês David Bellion, no Manches-ter United) e contra ele (como o an-tigo internacional francês, eCampeão do mundo e da Europa deorigem portuguesa, Robert Pires).“Ao longo das nossas entrevistas,

soubemos que ele é alguém muitopróximo, muito simpático, que gostade rir com os colegas de equipa - emparticular com os da Seleção - queestá disposto a quase tudo pela Se-leção: jogar lesionado e até jogar nodia em que soube que o pai mor-reu”, acrescentou Marco Martins.Em torno do percurso profissional deCristiano Ronaldo, os autores descre-vem o relacionamento com os Trei-nadores desde “técnicos maispaternalistas, como o ‘Sir’ Alex Fer-

guson, Bölöni, até Carlos Queiroz eàs relações mais tensas que tevecom José Mourinho no Real Ma-drid”.Outro aspeto retratado é “a rivali-dade com Lionel Messi, o argentinodo FC Barcelona”, de quem o joga-dor “detesta ouvir o nome”, sendo“quase uma palavra proibida no seiodos próximos de Cristiano Ronaldo”,sublinhou Marco Martins.O jornalista da Radio France Inter-national, da Rádio Alfa e do LusoJor-nal, entregou um exemplar às mãosdo craque do Real Madrid um diadepois do jogo amigável com a Sele-ção francesa no Stade de France, a11 de outubro. “Na conferência deimprensa que ele realizou em En-ghien-les-Bains, tive a oportunidaderápida de lhe dar o livro e de lhedizer: ‘Pronto, foi o livro que escrevi,saiu em França’. Entreguei-lhe olivro. Ele só me fez um sorriso:‘Estou muito contente por ter umlivro a sair aqui. Obrigado’”, relem-brou o autor de 29 anos.O livro “Cristiano Ronaldo - Orgulho,Glória e Preconceitos” é editado pelaPlaneta. O craque português é nova-mente candidato à Bola de Ouro,prémio com que já foi distinguidoduas vezes e que vai ser atribuído a12 de janeiro.

lusojornal.com

Ginástica

No próximo domingo celebraremosa Festa do Batismo do Senhor, umaexcelente ocasião para refletirmossobre o sentido do nosso próprio ba-tismo…Podemos dizer que o batismo é o pri-meiro dia de uma nova vida, o pri-meiro passo de uma longacaminhada. Aliás, não devemos pen-sar que basta batizar e «Já está!»: a féé como um músculo! Se nunca faze-mos ginástica, se não nos aplicamosem exercícios regulares, um dia,quando precisarmos da força da fé,vamos encontrar apenas bíceps atro-fiados que não nos podem ajudar.Celebração frequente da Eucaristia…Catequese, retiros e cursos bíblicos…Confissão e direção espiritual… Parti-cipação ativa na vida da paróquia…Oração comunitária e pessoal… Estessão alguns dos “exercícios” que aju-dam a robustecer a nossa fé!No entanto, se os treinos forem espo-rádicos, dificilmente obteremos bonsresultados. Aliás, a falta de perseve-rança é contraproducente: nunca vosaconteceu ir jogar uma “peladinha”com os amigos, depois de muitotempo sem fazer exercício, e acordarno dia seguinte tão doridos que nemse conseguem mexer? Uma missasolitária, depois de meses e meses deabstinência, pode produzir resultadossemelhantes, ou pelo menos, levar al-gumas pessoas a exclamar «Quecanseira! Nunca mais!».Uma vez, de vez em quando, servede pouco, ou de nada. É na constân-cia e na fidelidade que se descobreo valor e a beleza desta “ginástica”.Nunca sentiremos a alegria de vernascer os frutos se não acreditamosno valor da perseverança. É umaregra que vale para o nosso caminhoespiritual, mas também, para tantasoutras coisas na nossa vida.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Comunidade Católica Portuguesada Paroisse de St. Joseph des Nations de Paris 11161 bis rue Saint Maur75011 Paris

Missa ao domingo, 9h30

boanotícia

Livro sobre Cristiano Ronaldo sai em PortugalLivro de Antoine Grynbaum e Marco Martins já foi lançado em França

Carina Branco, Lusa

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Pour la deuxième saison consécutive,l’Iris Club de Croix, de la banlieuelilloise, se qualifie pour le 16ème de fi-nale de la Coupe de France. L’actuel

7ème au classement de la CFA, groupeA, a été gagner à l’US Saint Omer, parun score sans appel de 0-5. De l’effec-tif Iris font partie deux membres d’ori-gine portugaise, son entraineur JeanAntunes et Julien Araújo, auteur du

premier but à la 19ème minute dumatch.L’Iris, club organisateur d’un des Tour-nois juniors les plus anciens de France,qui a vu défiler toutes les grandeséquipes portugaises, attend avec im-

patience son adversaire pour les16èmes de finale de la Coupe deFrance. Une chose est sûre, cetteannée, ils ne retrouveront pas le voisinlillois, que les a éliminé l’année passée,car ceux-ci ont été battus à Bastia.

Iris Club de Croix qualifié en Coupe de FrancePar António Marrucho

Marco Martins e Antoine Grynbaum, autoresDR

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23Tempo livre

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Jusqu’au 8 janvier Exposition «L’envers de la Réalité» avecdes œuvres de la sculptrice Isabel Mey-relles (Paris) et du peintre Santiago Ri-beiro (Coimbra). Consulat Général duPortugal à Paris, 6 rue Georges Berger,à Paris 17.

Jusqu’au 14 janvier Exposition “Duo It Again” avec des œu-vres du sculpteur portugais Jorge Cas-tronovo et de Gisèle Charmentier.Clinique du Pôle Santé Sud, 28 rue deGuetteloup, Le Mans (72).

Jusqu’au 17 janvier Exposition de Mel Ramos, peintures etsculptures. Galerie Patrice Trigano, 4bis rue des beaux arts, à Paris 6. Infos: 01.46.34.15.01.

Du 17 au 24 janvierExposition de photographies «LaGrande Forêt» dans le cadre des IXRencontres avec l’Amérique Latine, auFoyer Homedome, 12 place de Resens-burg, à Clermont-Ferrand (63).

Le jeudi 8 janvier, 9h00 Conférence «Entre naturalisme et ex-pressionnisme: une lecture du ‘Baisersur l’asphalte’ et ‘Toute nudité serachâtiée’, de Nelson Rodrigues» par leprofesseur João Roberto Faria, de l’Uni-versidade de São Paulo. Institut des

Etudes Lusophones (Salle 304), Uni-versité Sorbonne Nouvelle-Paris 3, 13rue de Santeuil, à Paris 5.

Le mardi 20 janvier, 18h30 Conférence sur La Forêt Amazoniennedans le cadre des IX Rencontres avecl’Amérique Latine, à Homedome, 12place de Resensburg, à Clermont-Fer-rand (63).

Les jeudis, 20h00 «Olá!» ‘one man show’ de l’humoristeJosé Cruz au Café-Théâtre Le Lieu, 41rue de Trévise, à Paris 9. Infos: 01.47.70.09.69.

Le dimanche 18 janvier, à 19h00 «Suicide Artistique» de Francisco eCunha au Point Virgule, 7 rue SainteCroix de la Bretonnerie, à Paris 4. Infos: 01.42.78.67.03

Jusqu’au 14 février, 21h00 “King Lear” de William Shakespeare,mis en scène par Rona Waddington,avec, entre autres, la comédienne bré-silienne Gabriella Scheer. Théâtre deNesle, 8 rue de Nesle, à Paris 6. Infos: 01.46.34.61.04. Du mercredi àsamedi.

Le vendredi 23 janvier, 20h00 Concert d’António Zambujo, à La Ci-gale, à Paris 18. Infos: 01.49.25.89.99.

Le samedi 24 janvier, 18h30 Showcase fado avec Cláudia Costa ac-compagnée par Filipe de Sousa (gui-tarra) et Nuno Estevens (viola).Académie du Fado, 9 rue Raymond duTemple, à Vincennes (94).Infos: 06.10.83.98.68.

Le dimanche 25 janvier, 17h00 Concert de solidarité, fado au piano avecShina, en faveur de l’orphelinat desSoeurs Thérésiennes des Angolares SãoTomé e Príncipe. Organisé par le Conseilde Fabrique de la Paroisse St Urbain,Eglise Saint Urbain, 28 rue Liepvre, àStrasbourg (67). Entrée libre. Infos:06.10.25.35.59

Le vendredi 30 janvier, 21h00 Soirée «Tous les fados du monde... oupresque», présentée par Jean-Luc Gon-neau, avec Conceição Guadalupe, accom-pagnés par Filipe de Sousa (guitarra),Nuno Estevens (viola), et Nella Gia (per-cussions). Plus artistes invités: João Ru-fino, Daniela, Karine Correia et d’autresencore... Plus fado vadio. Les Affiches/LeClub, 7 place Saint Michel, à Paris 5. Infos: 06.22.98.60.41.

Le samedi 7 février, 20h30 21ème Grande fête du Fado organisé parl’Association d’Amitié Franco-PortugaiseNemourienne, avec Rodrigo Costa Felix,Vanessa Alves, Sandra Correia, accompag-nés par Marta Mateus (guitarra), DanielParedes (guitarra) et Artur Caldeira (viola).Salle des fêtes de Nemours, à Nemours(77). Infos: 06.26.33.93.07.

Le samedi 14 février, 21h00 Soirée dîner de La Saint Valentin en fadoavec Vitor do Carmo et Célia do Carmo ac-compagnés par Filipe de Sousa (guitarra)et Nuno Estevens (viola), organisé parl’Academia do Fado. Salle Maurice Tepaz,Stade Léon Bonvoisin, route de la Pyra-mide, au Bois de Vincennes, à Paris 12. Infos: 01.48.08.08.36.

Le samedi 17 janvier, 19h30 Dîner-dansant organisé par l’associationAgora au profit de la Santa Casa da Mi-sericórdia de Paris, avec Jorge Amado etses danseuses, Elena Correia, NelsonCosta, Manuel Campos, Fabricio, GuyAnge, Carlos Pires, José Cunha et Chris-tophe. Salle Jean Vilar, 9 boulevard Hé-loïse, à Argenteuil (95). Infos: 06.24.25.79.27.

Le dimanche 17 janvier, 19h00 Repas dansant animé par le groupe BandaLatina, et par la jeune chanteuse Morgane,organisé par l’Association franco-portu-

gaise de Sens. Salle des fêtes de Sens(89). Infos: 03.86.65.12.06.

Le vendredi 23 janvier, 20h30 Bal avec le groupe Baile Latino, dans lecadre des IX Rencontres avec l’Améri-que Latine, à Homedome, 12 place deResensburg, à Clermont-Ferrand (63).

Le samedi 24 février, 21h00 Spectacle des Némanus, suivi d’un balavec Lusibanda, organisé par l’associa-tion Lusibanda. Salle de la Forge, rueFrédéric Chopin, à Harfleur/Le Havre(76). Infos: 06.86.31.10.60.

Le samedi 7 février, 19h30 Dîner dansant animé par Ary & Lucy, or-ganisé par l’association ‘Portugal emFesta’, Salle Parc des Sports BoulevardDucher, à St Ouen l’Aumône (95). Infos: 01.34.21.85.59.

Le samedi 7 février, 20h30 Diner-dansant animé par José Cunha,organisé par le Centre Pastoral Portu-gais d’Argenteuil. Salle Jean Vilar n°2,9 boulevard Héloïse, à Argenteuil (95).Infos: 06.72.26.23.44.

Le samedi 14 février Concours de chant Lusartist, présentépar Simone de Oliveira et José Figuei-ras (SIC), avec la participation des ar-tistes: Delfim Miranda (sosie deMickael Jackson), José Cruz, Calema,Dan Inger, Eli,… Spectacle organisé par l’AssociationCulturelle Portugaise de Strasbourg.Salle Dôme de Mutzig (67). Infos: 06.72.74.66.21.

Le samedi 21 février Show Cleyton Nunes e Banda. Restau-ration brésilienne et Feijoada. Entréelibre. Le Five Créteil, 1 rue le Corbusier,ZA Europarc, à Créteil (94).

Le samedi 21 février, 19h00 Repas dansant de Carnaval animé parle groupe Latina. Soirée déguisée orga-nisée par l’AMCBL. Salle MauriceRavel, face au 46 rue de la Gare, àIssou (78). Infos: 06.11.43.20.10.

Le dimanche 25 janvier Festival de Folklore organisé par OsDançarinos do Tâmega de Paris 12,avec les groupes Amizades e Sorrisosde Clamart, Barco à Vela de Paris 11,Primavera de Créteil, Portugueses Uni-dos de Soissy-sous-Montmorency, Al-deia do Vez de Rosny-sous-Bois et OsDançarinos do Tâmega de Paris 12, au12 rue des Meuniers, à Paris 12. Infos: 06.52.86.71.20.

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Banda Latina naRádio Enghien

No próximo sábado, dia 10 de ja-neiro, os convidados do programa‘Voz de Portugal’ da rádio Enghien,são Sandra e Bruno, os vocalistas dogrupo musical Banda Latina.Os convidados do sábado seguinte,dia 17 de janeiro sao os artistas Ma-nuel Campos e Jorge Amado.O programa tem lugar aos sábados,das 14h30 às 16h30, e pode ser ou-vido na região norte de Paris em FM98,0 ou por internet em:www.idfm98.fr.

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THÉÂTRE

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le 07 janvier 2015

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