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França Síntese setorial de calçado de couro 1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO 106 111 100 105 110 115 2013 2014 2015 2016 2017 Mundo França Evolução das importações de calçado de couro - França vs Mundo (2013=100) 1 268 1 345 1 451 1 507 1 644 2 949 3 071 3 157 3 189 3 273 -1 681 -1 726 -1 706 -1 682 -1 629 -2 000 -1 000 0 1 000 2 000 3 000 2013 2014 2015 2016 2017 Milhões de Euros Exportações Importações Saldo Balança comercial calçado de couro - França Posição da França no comércio mundial de calçado de couro (NC 6403) em 2017: Importações: 3º importador mundial (7,3% do total em valor) Exportações: 7º exportador mundial (3,5% do total em valor) 3,6% 3,4% 5,8% 5,9% 6,9% 7,3% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 7,0% 8,0% 2013 2014 2015 2016 2017 Total Calçado Calçado de couro Quota do França nas importações mundiais totais, de calçado e de calçado de couro 12,7% 10,5% 11,9% 10,1% 7,6% 8,8% 5,5% 6,2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 2013 2014 2015 2016 2017 Portugal China Vietname Índia A quota da Itália passou de 30% em 2013 para 32,9% em 2017 5,6% 5,0% 3,0% 3,9% 3,9% 3,9% 2,1% 1,7% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 2013 2014 2015 2016 2017 Espanha Alemanha Indonésia Tunísia Quotas dos principais fornecedores de calçado de couro à França Itália 32,9% Portugal 10,5% China 10,1% Vietname 8,8% Índia 6,2% Espanha 5,0% Alemanha 3,9% Indonésia 3,9% Tunísia 1,7% Outros 17,0% Principais fornecedores de calçado de couro ao França em 2017

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França

Síntese setorial de calçado de couro

1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO

106

111

100

105

110

115

2013 2014 2015 2016 2017

Mundo França

Evolução das importações de calçado de couro - França vs Mundo (2013=100)

1 268 1 345 1 451 1 507 1 644

2 949 3 071 3 157 3 189 3 273

-1 681 -1 726 -1 706 -1 682 -1 629 -2 000

-1 000

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2013 2014 2015 2016 2017

Milh

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Eu

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Exportações Importações Saldo

Balança comercial calçado de couro - França

Posição da França no comércio mundial de calçado de couro (NC 6403) em 2017: Importações: 3º importador mundial (7,3% do total em valor) Exportações: 7º exportador mundial (3,5% do total em valor)

3,6%

3,4%

5,8% 5,9%

6,9%

7,3%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

6,0%

7,0%

8,0%

2013 2014 2015 2016 2017

Total Calçado Calçado de couro

Quota do França nas importações mundiais totais, de calçado e de calçado de couro

12,7%

10,5%

11,9%

10,1%

7,6%

8,8%

5,5%

6,2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

2013 2014 2015 2016 2017

Portugal China Vietname Índia

A quota da Itália passou de 30% em 2013 para 32,9% em 2017

5,6%

5,0%

3,0%

3,9% 3,9% 3,9%

2,1%

1,7%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

2013 2014 2015 2016 2017Espanha Alemanha Indonésia Tunísia

Quotas dos principais fornecedores de calçado de couro à França

Itália 32,9%

Portugal 10,5% China

10,1% Vietname

8,8%

Índia 6,2%

Espanha 5,0%

Alemanha 3,9%

Indonésia 3,9%

Tunísia 1,7%

Outros 17,0%

Principais fornecedores de calçado de couro ao França em 2017

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aicep Portugal Global

França - Síntese Setorial

Calçado de couro (outubro 2018)

Fonte: International Trade Centre

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33 676

37 618

34 278

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43 036

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2013 2014 2015 2016 2017Preço médio Portugal Espanha

Alemanha Vietname

22 626 24 507

17 581

20 341

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2013 2014 2015 2016 2017

China Índia Indonésia Tunísia Preço médio

O preço médio do calçado italiano passou de 67 mil € em

2013 para 66 mil € em 2017

Preços médios de importação da França por país fornecedor (€ por tonelada)

Principais aspetos a salientar:

De acordo com o ITC – International Trade Centre, em 2017, França foi o 6º maior importador mundial de bens e o 3º tanto de calçado (NC 64) como de calçado de couro (NC 6403) com, respetivamente, 3,4%, 5,9% e 7,3% do total.

Entre 2013 e 2017, o crescimento médio anual das importações francesas foi inferior ao mundial nos bens (1,7% versus 2,6%), semelhante no calçado (6,5% contra 6,4%) e no calçado de couro (1,6% que compara com 1,7%). Em contrapartida, as exportações francesas tanto no calçado, como no calçado de couro aumentaram a ritmos superiores aos mundiais.

No mesmo período, a balança comercial de bens foi sempre deficitária. Também no calçado e no calçado de couro, as importações foram sempre muito superiores às exportações. O défice no calçado de couro fixou-se em 1 630 M€ em 2017 (1 681 M€ em 2013).

No quadro dos maiores fornecedores, Itália mantém-se como líder de mercado e foi o que mais reforçou quota entre 2013 e 2017, passando de 30% para 32,9%. Com um aumento médio anual de 5% ao ano, as importações francesas de calçado italiano subiram de 885,6M€ em 2013 para 1077M€ em 2017.

Ao longo do período Portugal foi, por norma, a segunda origem de calçado de couro importado por França. Exceto no último ano, os valores baixaram sucessivamente, encerrando 2013-2017 com uma redução média anual de 2,2%, com efeitos na erosão da quota de mercado que desceu de 12,7% em 2013 para 10,5% em 2017. No último ano, as importações francesas de calçado de couro português fixaram-se em 343 M€ (375 M€ em 2013).

As importações à China (3º fornecedor em 2017), com uma queda acentuada em 2016 (-20,2% face ao ano anterior), registaram uma redução média anual de 0,7% entre 2013 e 2017, de que resultou uma descida de quota de 11,9% para 10,1% (o valor recuou de 351,2M€ em 2013 para 330,7 M€ em 2017).

Já no caso do Vietname (4º) e da Índia (5º), as compras francesas de calçado de couro entre 2013 e 2017, aumentaram em termos médios anuais, respetivamente, 6,9% (de 223,1€ para 288,3€) e 5,8% (de 163M€ para 204M€), com reflexo no reforço das quotas de 7,6% para 8,8% no primeiro caso e de 5,5% para 6,2% no segundo.

Seguem-se, Espanha (6º), com uma leve redução das importações francesas, de 164,4 M€ em 2013 para 163,3 M€ em 2017, e de quota de mercado, de 5,6% para 5%; a Alemanha (7º), com crescimento de 87,7 M€ para 126,7 M€, entre o início e o final do período, e subida da quota de 3% para 3,9%; a Indonésia (8º) com aumento de 116,2 M€ para 126,8 M€, e manutenção da quota de mercado entre o início e o final do período (3,9%).

As compras francesas de calçado à Tunísia (9º) baixaram de 60,8M€ em 2013, para 55,9M€ em 2017 e a quota de mercado desceu de 2,1% para 1,7%.

O preço médio do calçado de couro importado por França fixou-se em 37,6 M€/tonelada em 2017 (33,7 M€/ton. em 2013), seguindo uma tendência de aumento entre a maioria dos fornecedores listados.

Com preços acima da média, em 2017, destacam-se três países europeus, Itália (66,2 M€/ton), Alemanha (39,8 M€/ton), Portugal (38,6 M€/ton) e, além destes, a Indonésia (39,2 M€/ton). Espanha praticou preços entre 43 e 44,8 M€/ton até 2016, mas em 2017 o preço médio baixou para 26 M€/ton. Os fornecedores asiáticos praticam, em geral, preços inferiores à média: Índia (20,3 M€/ton); China (24,5 M€/ton); Tunísia (24,8 M€/ton) e Vietname (34,3 M€/ton).

O preço médio do calçado de couro português em 2017, fixou-se em 38,6 M€/ton, um aumento médio anual de 3% face aos 34,3M€/ton registados em 2013.

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aicep Portugal Global

França - Síntese Setorial

Calçado de couro (outubro 2018)

2. RELACIONAMENTO BILATERAL

- Antártica - Empresa Produtora de Calçados, SA

- Cort-Gin - Indústria de Cortes e Sapatos de Ginástica, Lda

- Donaire Portugal - Manufacturas de Calçado, Lda

- Duarte, Mesquita & Filhos, Lda

- Fábrica de Calçado Shoe-Me, Lda- Jóia - Calçado, SA

- Mephisto Portuguesa - Fábrica de Calçado, Lda

- Pedro Almeida Sociedade Unipessoal, Lda

- Sojor - Fábrica de Calçado, Unipessoal, Lda

- Vitorino da Silva Coelho, SA

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

3

Maiores exportadoras portuguesas de calçado de couro para França em 2017

(ordem alfabética)

Observação: Esta informação considera apenas pessoas coletivas (sociedades) e

exclui as empresas não identificadas e as que pediram confidencialidade. Fonte: INE

392 387 363 365 354

11 14 17 16 16

381 373 346 349 338

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2013 2014 2015 2016 2017

Milh

ões

de

Euro

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Exportações Importações Saldo

Balança Comercial de calçado de couro - Portugal / França

112

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2013 2014 2015 2016 2017

Mundo França

Evolução das exportações portuguesas de calçado de couro para o mundo vs para a França (2013=100)

Principais aspetos a salientar: De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2017, França foi o 2º cliente das exportações portuguesas de bens (6 888 M€) e o 3º fornecedor (5 105 M€), com uma quota de 12,5% nas saídas e de 7,3% nas entradas. No mesmo ano, posicionou-se como 1º cliente tanto de calçado como de calçado de couro português, com aquisições de, respetivamente, 421 M€ e 354 M€ (aproximadamente 21% do total das saídas nos dois casos). Entre 2013 e 2017, a variação média anual das expedições de bens de Portugal para França fixou-se em 5,8%, um crescimento superior aos 3,9% registados para o total das exportações portuguesas. No caso do calçado, as saídas para o mercado baixaram 0,8% em média ao ano, em contraciclo com o desempenho do setor cujas exportações cresceram a um ritmo médio anual de 3,1%. Este comportamento foi ainda mais díspar no calçado de couro, com as expedições para França a recuar 2,5% em média ao ano, contra um aumento de 2,9% no total das exportações portuguesas destes produtos. As importações portuguesas de calçado de couro de França não são representativas, pelo que o superavit da balança comercial reflete o comportamento das exportações.

Posição da França no comércio externo português de calçado de couro em 2017: Exportações: 1º cliente (20,7% do total em valor) Importações: 6º fornecedor (7,3% do total em valor)

11,6% 12,5%

24,5%

20,9%

25,6%

20,7%

11,0%

16,0%

21,0%

26,0%

2013 2014 2015 2016 2017

Exportações totais para França / Mundo

Exportações de calçado para França / Mundo

Exportações de calçado de couro para França / Mundo

Quota da França nas exportações portuguesas totais, de calçado e de calçado de couro

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aicep Portugal Global França - Síntese Setorial

Calçado de couro (outubro 2018)

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3.DESTAQUES DO MERCADO O mercado do calçado tem sofrido várias mutações, que têm obrigado os diferentes intervenientes a adaptar-se à realidade

atual. As transformações têm as mais diversas origens, desde a alteração da relação entre os canais de distribuição, à

instabilidade dos padrões de consumo, sem esquecer as dificuldades/oportunidades que o desenvolvimento tecnológico

constante traz consigo.

Ao analisar o panorama global de 2016, é possível observar que a Europa se apresenta como o 3º produtor mundial de

calçado, com 4% da produção mundial, estando atrás da América do Sul com 5% e da Ásia que domina o mercado com 87%

do volume total. No entanto, o volume de negócios europeu deste setor representa um peso significativo, visto que a

produção europeia é caracterizada por ser de alta gama e especializada em calçado em couro. Os restantes continentes

fabricam, maioritariamente, calçado em material sintético e com menor valor por unidade.1

3.1. Produção

O calçado produzido em França distingue-se pela sua qualidade e nos seus pontos fortes incluem-se a inovação e a

criatividade, sendo o seu processo de criação considerado uma forma de arte e os produtos que dela resultam uma referência

para o mundo da moda.2

Os valores nacionais franceses apontam para um decréscimo de 1,9% do volume de negócios deste setor em 2016,

comparativamente com 2015, ficando pelos 867 milhões de euros3. O volume total de pares produzidos também sofreu uma

diminuição relativamente ao ano anterior, alcançando os 22,2 milhões de unidades contra 23,1 em 20154. O número de

trabalhadores efetivos revelou-se igualmente inferior ao ano precedente, caindo 2,1%, para os 5 163.5

No entanto, o número de empresas produtoras de calçado aumentou entre 2011 e 2016 (de 82 para 101 empresas), sendo na

sua maioria pequenas e médias empresas.

Em 2016, a distribuição geográfica das indústrias deste setor estava concentrada em 3 regiões: Nouvelle-Aquitaine (39

empresas), Pays de la Loire (23) e Grand Est (6). No que diz respeito ao volume de negócios, a sua participação corresponde a

28%, 27% e 20%, respetivamente, totalizando uma produção de 18,5 milhões de pares de sapatos.6

Fonte: Fédération Française de la Chaussure

2016/2017

1 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 2 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 3 Conseil National du Cuir 4 Conseil National du Cuir 5 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 6 Conseil National du Cuir

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aicep Portugal Global França - Síntese Setorial

Calçado de couro (outubro 2018)

5

Relativamente à distribuição da produção, consoante o tipo de utilização do calçado, destaca-se o “calçado urbano e de lazer”

que responde por 54% da produção (65% com a parte superior em couro, 26% em material sintético e 9% em tecido); a

segunda categoria mais relevante é a de utilização doméstica com 30% da produção, seguida do calçado de ”trabalho e

segurança” (14% do total) e o calçado de “Desporto e diversos” com os restantes 2%.7

Fonte: Fédération Française de la Chaussure

2016/2017

3.2. Comércio Externo

Como já foi referido, a produção europeia é reconhecida no mercado internacional pela sua qualidade sendo que o seu forte

é o calçado com a parte superior em couro. É de salientar que, entre 2010 e 2015, o peso destes produtos em couro nas

trocas comerciais em valor desceu de 60% para 42%. Ainda assim, a Europa representa quase um terço do valor das

exportações e França é um dos quatro países que mais contribuem para esta parcela (juntamente com Itália, Alemanha e

Espanha).8

Apesar de um pequeno abrandamento nos últimos anos, as exportações francesas de calçado têm verificado um crescimento

constante desde 2010. Em 2016, aumentaram 8% relativamente ao ano anterior, atingindo 2 989,2 milhões de euros, sendo

que 74% deste valor teve como destino países da União Europeia. Neste contexto, Portugal é o 10º cliente de França, com

56,5 milhões de euros e um crescimento de 28,3% face a 2015.9

No top 5 dos países importadores do calçado francês, está em 1º lugar a Itália com 433,6 milhões de euros (+17% que em

2015), em 2º a Alemanha, com 416,3 milhões (+12% face a 2015), em 3º Espanha, com 346,8 milhões de euros (+5%), em 4º o

Reino Unido, com 259,9 milhões (+11%) e em 5º lugar a Bélgica, com 211,1 milhões (+18% que o ano precedente).10

As exportações francesas de calçado em couro atingiram 1 524,3 milhões de euros em 2016 (+4% comparando com 2015), as

de calçado em tecido fixaram-se em 735,6 milhões (+18% face a 2015), as de calçado em material sintético representaram

542,8 milhões de euros (+2%), as de pantufas chegaram aos 100,1 milhões de euros (+26% que em 2015) e as restantes

ficaram pelos 86,4 milhões (+15% comparando com o ano anterior).11

7 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 8 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 9 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 10 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 11 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure

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Calçado de couro (outubro 2018)

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Assim, mais de 50% do valor das exportações francesas é de calçado em couro. A única categoria em que Portugal se encontra

no top 10 dos consumidores de calçado francês (em 8º lugar) é o calçado em couro para criança.12

As importações francesas de calçado subiram 3% em 2016, atingindo os 6 416,6 milhões de euros. Todavia, a este aumento

em valor correspondeu uma descida em volume: de 511 milhões de pares em 2014, para 419 milhões em 2016. A maioria das

importações tem origem na Ásia (cerca de 54%), providenciando a Europa cerca de 41% dos 419 milhões de pares já

referidos.13

No top 5 de fornecedores de calçado a França estão, a China, com 1 669,8 milhões de euros (-9 % que em 2015), Itália com 1

300,4 milhões (+9% comparando com 2015), o Vietname com 959,4 milhões (+10%), Portugal, em 4º lugar com 377,2 milhões

(+1% que o ano anterior) e a Indonésia com 332,1 milhões (+16% comparando com 2015).14

Do total das importações francesas, 3 159,8 milhões de euros corresponderam a calçado com parte superior em couro (+1%

relativamente a 2015), 1 606,7 milhões a calçado com a parte superior em tecido (+12%), 1 397,7 milhões de euros com a

parte superior em material sintético (-1% face ao ano anterior), 244 milhões em pantufas (+7%) e 8,3 milhões de euros (-17%

que em 2015) a calçado composto pelo outro material.15

Em relação às importações francesas de calçado em couro, há dois pontos a salientar: o 1º é o peso deste produto no valor

das importações (quase 50%) e o 2º é a relevância de Portugal. Portugal é o 3º fornrcedor nas sandálias em couro, ficando

apenas de fora do top 10, no calçado de segurança em couro.16

Tendo em conta os valores totais das importações e das exportações, no ano de 2016 a taxa de cobertura atingiu os 46%

(bastante próxima dos 45% de 2015), com tendência para melhorar de forma sistemática desde 2011 (ano em que se fixou

nos 35%).17

3.3. Comércio Interno

3.3.1. Canais de Distribuição

Os canais de distribuição são constantemente influenciados por diversos fatores que podem ir desde o comportamento dos

consumidores, ao desenvolvimento das tecnologias de informação e até à localização dos próprios pontos de venda.

Fonte: Bilan Économique, 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure

12 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 13 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 14 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 15 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 16 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure 17 Conseil National du Cuir

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aicep Portugal Global França - Síntese Setorial

Calçado de couro (outubro 2018)

7

As lojas de desporto, superfícies que concentram o maior volume de vendas no mercado francês, têm sido o canal com maior

progressão, prevendo-se que este panorama continue em 2018. Esta crescente popularidade deve-se, por um lado, ao

aumento do número de praticantes de atividade física como corrida, jogging e outras, que aumentam a necessidade de

adquirir equipamento adequado para a sua prática e, por outro, à tendência para usar este tipo de calçado no dia-a-dia.18

As grandes superfícies especializadas (GSE) são o segundo canal de distribuição com maior volume de vendas. Estão a ser

prejudicadas pela forte concorrência no mercado, nomeadamente pela emergência do calçado nas lojas de pronto-a-vestir e

pela crescente popularidade das vendas online, não sendo as GSE capazes de competir com os preços destes concorrentes.19

Outra desvantagem para estes espaços comerciais é a sua localização: estando maioritariamente localizados na periferia dos

centros urbanos, perdem terreno para os canais de venda à distância que, cada vez mais, têm melhorado a proximidade ao

cliente.

As cadeias de lojas especializadas têm verificado uma evolução positiva; o volume de negócios cresceu 0,5% em 2017 e as

previsões apontam para um aumento de 1% em 2018. Este quadro favorável resulta da utilização de estratégias de “cross

canal”, que passam pela criação de plataformas online interligadas com os espaços de venda físicos, como resposta à

evolução das plataformas de venda online. Esta presença no mundo digital permite ainda a estas entidades, que abranjam um

espectro de clientes que não conseguiriam alcançar anteriormente. Outra componente da estratégia das cadeias de lojas

especializadas é a rápida renovação das suas coleções.20

Os retalhistas especializados independentes enfrentaram algumas dificuldades em 2017 com a perda de 2% da receita,

concretizando o 5º ano consecutivo em quebra. A previsão para 2018 mantém-se negativa (com a descida de 1%). Estes

canais de distribuição estão a ser fortemente prejudicados devido à fraca capacidade para negociar preços com os

fornecedores, de modo a que lhes seja possível dar resposta às políticas de preços agressivas praticadas pelos novos

concorrentes, nomeadamente os portais de venda à distância e as marcas generalistas de vestuário. Os retalhistas estão,

também, a ser prejudicados pelo crescimento de popularidade das lojas de artigos desportivos e pela afirmação dos portais

de venda online. Esta concorrência tende a captar clientes das lojas especializadas e implica, consequentemente, uma pressão

sobre os preços.21

No que diz respeito ao comércio online, prevê-se a continuação do crescimento do volume de negócios em 2018. Além dos

preços bastante atrativos, a sua estratégia passa pela criação de lojas de venda físicas, para complementar as plataformas

online, a oferta das despesas de devolução, o pagamento de artigos apenas se não forem devolvidos, entre outros benefícios

para atrair cada vez mais clientes. Estas plataformas praticam constantes promoções e existem websites que vendem

produtos, por norma, a preços muito mais baixos do que nos restantes canais de distribuição, exercendo grande pressão

descendente sobre os preços. É ainda relevante salientar que o calçado é o 3º tipo de produto mais comprado no comércio

online em França.22

As marcas de pronto-a-vestir têm-se destacado pela oferta crescente de calçado, posicionando-se com uma qualidade média

e sem grande variedade. No entanto, os preços praticados são bastante competitivos quando comparados com as marcas

especializadas.23

3.3.2. Consumo

O calçado de senhora é o que responde pela maior parcela das vendas (43,5% do total); o público feminino dá primazia à

estética em detrimento do conforto; o calçado masculino representa cerca de 38,5% das vendas sendo, neste caso, o conforto

18 La distribution de la Chaussure – Xerfi France 19 La distribution de la Chaussure – Xerfi France 20 La distribution de la Chaussure – Xerfi France 21 La distribution de la Chaussure – Xerfi France 22 La distribution de la Chaussure – Xerfi France 23 Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure e La distribution de la Chaussure – Xerfi France

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Calçado de couro (outubro 2018)

8

prioritário; o calçado para criança, com cerca de 18% do total de vendas, posiciona-se em 3º lugar24

e tem sofrido uma

descida nos últimos anos, justificada pela quebra da taxa de natalidade.

O calçado urbano e de lazer procurado é, maioritariamente, de alta gama. Os produtos para senhora dominam as vendas

deste tipo de calçado.25

As grandes superfícies alimentares constituem o principal canal de venda do calçado de utilização doméstica. Embora haja

uma maior percentagem de vendas de produtos para senhora, a diferença face ao calçado masculino e infantil não é

significativa.26

O calçado de desporto e outdoor é uma das categorias que mais se tem destacado nos últimos anos. Embora o aumento da

prática desportiva ao ar livre tenha contribuído para esta evolução, o facto é que dois terços dos produtos vendidos são

utilizados como calçado casual e não em contexto desportivo. A distribuição das vendas deste calçado está equilibrada entre

os produtos para homem e para criança, sendo o calçado desportivo para senhora o que apresenta menor peso.27

3.4. Dificuldades, tendências e sugestões

3.4.1. Dificuldades

As alterações climáticas têm vindo a transformar os padrões de consumo, atrasando a venda das coleções sazonais e

dificultando o planeamento dos produtores e distribuidores. 28

As ameaças de terrorismo têm tido um impacto negativo no fluxo das cargas e encomendas devido a inspeções dos

transportes mais rigorosas, por vezes com efeitos nos prazos de entrega.29

A multiplicação dos canais de distribuição (em estabelecimentos não especializados e no comércio online) tem dificultado a

atividade das lojas tradicionais.30

Nos últimos anos o preço do calçado em couro subiu cerca de 17,7%, o que, segundo a imprensa especializada, se deve ao

aumento do preço dos materiais utilizados na produção, como ao reconhecimento do valor acrescentado do calçado

produzido na União Europeia. 31

Com o aumento da popularidade do calçado desportivo, mesmo que para uso casual, a comercialização do calçado em couro

tem recuado, obrigando os retalhistas especializados a adaptarem-se às preferências dos clientes.32

3.4.2. Tendências

- Prevê-se uma ligeira descida do preço por unidade do calçado em pele.33

24

Bilan Économique 2016/2017 – Fédération Française de la Chaussure e La distribution de la Chaussure – Xerfi France 25

La distribution de la Chaussure – Xerfi France 26

La distribution de la Chaussure – Xerfi France 27

La distribution de la Chaussure – Xerfi France 28 Boletim de conjuntura 3º trimestre 2017 - APPICCAPS e Chaussures: le marché ne tient pas ses promesses, THEMECO 29

CBI - Center of the Promotion of the Imports 30

Chaussures: le marché ne tient pas ses promesses, THEMECO 31

Chaussures: le marché ne tient pas ses promesses, THEMECO 32

La distribution de la Chaussure – Xerfi France 33 Statista – Le Portail de Statistiques

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Calçado de couro (outubro 2018)

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- Até 2021, as vendas online em França deverão atingir 41% do total das vendas34

, não apenas pelo desenvolvimento linear do

e-commerce mas, também, pelo facto dos vendedores e cadeias baseadas em lojas físicas criarem os seus sites de venda

online. 35

- O consumidor francês sénior atribui cada vez mais importância à saúde e bem-estar, considerando este aspeto no calçado

que compra.36

- Os avanços tecnológicos da produção deste setor, têm permitido uma personalização cada vez mais versátil, capacitando as

marcas para se adaptarem às múltiplas preferências dos clientes relativamente à estética do calçado.37

- A tecnologia tem aberto um novo mercado para o calçado. Há cada vez mais empresas a investir na criação de um produto

com aplicações tecnológicas, tornando-o um objeto conectado e permitindo que as áreas do desporto, da saúde e outras,

sejam utilizadoras deste novo tipo de calçado.38

- O calçado ecológico tem ganho popularidade crescente na Europa, com cada vez mais consumidores a procurar produtos

fabricados com materiais e métodos de produção ambiental e socialmente responsáveis. No calçado em pele, as preferências

passam por uma produção à base de couro reciclado, livre de químicos e assente em processos ecologicamente

sustentáveis.39

- Existe um clima económico favorável ao crescimento do mercado do calçado em consequência do aumento do poder de

compra que permite aos agregados familiares gastos maiores para além das despesas com bens essenciais. Prevê-se, assim,

um aumento de 1% das despesas dos agregados familiares em calçado.40

- Umas das estratégias mais usadas pelas marcas para combater a constante pressão sobre os preços, é a inovação e

adaptação estimulando a procura através de produtos novos e cada vez mais variados.41

- O padrão de consumo tem-se caracterizado pela procura das melhores opções face aos preços, que geralmente se

encontram em saldos, promoções, escoamento de stocks e até a procura por produtos de gama mais baixa.42

3.4.3. Sugestões

Tendo em conta a evolução do setor, e não esquecendo que a economia francesa está a passar por um clima económico

favorável para o consumo das famílias, torna-se pertinente listar algumas sugestões dirigidas a possíveis interessados no

aproveitamento das oportunidades que possam surgir neste mercado.

Em relação ao tipo de calçado, calçado casual é o que mais se tem destacado nas vendas e que poderá revelar-se uma

oportunidade para novas empresas neste mercado. O segmento sénior também poderá representar uma boa aposta, tendo

em conta que está em crescimento. Como já foi referido, o consumidor sénior tem mostrado preferência por calçado com

benefícios para a saúde e que promova o bem-estar.

34 Statista – Le Portail de Statistiques 35

Chaussures: le marché ne tient pas ses promesses, THEMECO e La distribution de la Chaussure – Xerfi France 36

Chaussures: le marché ne tient pas ses promesses, THEMECO 37

Chaussures: le marché ne tient pas ses promesses, THEMECO 38

Chaussures: le marché ne tient pas ses promesses, THEMECO e CBI - Center of the Promotion of the Imports 39

CBI - Center of the Promotion of the Imports 40

La distribution de la Chaussure – Xerfi France 41

La distribution de la Chaussure – Xerfi France 42

La distribution de la Chaussure – Xerfi France

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Calçado de couro (outubro 2018)

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A análise dos melhores canais de distribuição deverá merecer uma análise aprofundada. No âmbito da crescente relevância

do comércio online, e considerando as tendências que se têm observado, é possível identificar dois contextos dos quais se

poderá tirar proveito:

- O primeiro é a multiplicação das plataformas de venda online e a sua crescente importância e popularidade. Caracterizadas

pelas inúmeras referências de produtos que oferecem, necessitam alargar o leque de produtos para continuar a assegurar

esta variedade.

- O segundo é a crescente procura pela melhor relação qualidade-preço. Ao seguir este comportamento, o consumidor

concentra a pesquisa em plataformas que permitem adquirir produtos de uma gama superior, a preços consideravelmente

mais baixos do que seria esperado. Com a emergência de websites orientados para promoções, escoamento de stocks e

saldos, é através do aprovisionamento destas entidades que se poderá encontrar uma oportunidade de negócio.

Uma vez que uma das estratégias das lojas de retalho, é a frequente renovação das coleções, que implica a diversificação

constante dos produtos, esta pode representar uma porta de entrada para novos fornecedores, apesar das dificuldades que

estão ser sentidas por alguns retalhistas.

No abastecimento de lojas/cadeias de retalho, é essencial destacar a importância dos agentes comerciais especializados, que

são os principais fornecedores destas lojas. Servem de intermediário entre os fabricantes e os pontos de venda e têm como

principais vantagens o conhecimento tanto do mercado de retalho, como da geografia em que prestam os seus serviços (para

chegar a várias regiões, é necessário recorrer a diferentes agentes).

A F.N.A.C. – Fédération Nationale des Agents Commerciaux, é uma plataforma onde se podem encontrar indicações sobre

estes agentes comerciais e que, além de ser uma fonte de informação, dispõe de anúncios e contactos que permitem

operacionalizar a comunicação entre estes profissionais e os fabricantes.

Outra instituição que poderá ser útil neste aspeto é a C.C.I.L.F. – Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, que promove

ações para relacionar agentes franceses com marcas portuguesas.

Existe, ainda, a CTC -Comité Professionnel de Developpement Cuir, Chaussure Maroquinerie, que dispõe de um espaço online

que, não sendo embora especificamente sobre agentes, inclui anúncios, fóruns e informações sobre o setor.

Face á dinâmica do mercado do calçado em França e à sua importância para as empresas portuguesas deste sector,

aconselha-se um acompanhamento de proximidade dos principais atores e da evolução dos canais de distribuição, uma maior

aposta, em termos promocionais, da oferta portuguesa, se possível agregando outros sectores da fileira da Moda, e um

contacto regular com a Delegação da AICEP em Paris que continuará a seguir a evolução deste mercado, ao nível das suas

principais tendências, desafios, oportunidades e formas mais eficazes de promoção e venda deste produto.

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Calçado de couro (outubro 2018)

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4. ASPETOS REGULAMENTARES

Regime de Importação

Tributação aduaneira

Direitos Aduaneiros:

Não há lugar ao pagamento de direitos aduaneiros, pois está em funcionamento o mercado interno, onde as mercadorias

circulam livremente sem haver lugar a qualquer controlo alfandegário.

Outras Taxas:

IVA: A União Europeia (UE) aplica um Sistema Comum do IVA, sendo que, no entanto, os países da UE beneficiam de uma

certa flexibilidade, incluindo a determinação das taxas do IVA. Em França este tipo de bens está sujeito à taxa normal de 20%.

Fontes:

Administration Fiscale / Taux TVA;

Point of Single Contact – France.

Formalidades de Importação

Não obstante a liberdade de circulação de mercadorias no território comunitário é necessário cumprir algumas exigências.

A Fatura Comercial assume uma importância vital no âmbito destas trocas, uma vez que foram suprimidos todos os

documentos aduaneiros de controlo na Alfândega, servindo, assim, como único documento comercial onde se encontra a

descrição completa das mercadorias transacionadas.

Com a entrada em vigor do Mercado Único, foi publicada legislação sobre o IVA intracomunitário, tendo sido necessário que

todos os Estados-membros atribuíssem um número de IVA aos respetivos sujeitos passivos (antecedido das iniciais de cada

país). Assim, no contexto das trocas intracomunitárias as faturas comerciais devem sempre indicar os números de registo em

IVA do vendedor e do adquirente, com indicação do país em causa e correspondente expressão codificada. Informação

disponibilizada no Portal Europa – FAQ’S – pergunta n.º 11.

Na página da Comissão Europeia podem ser consultados os números de identificação fiscal dos operadores de todos os

Estados-membros da UE: Sistema de Intercâmbio de Informações sobre o IVA (VIES) – Validação n.º IVA / Perguntas Mais

Frequentes sobre o VIES.

Para mais esclarecimentos sobre esta matéria os interessados podem contactar a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)

(contactos).

Para além da fatura comercial, é também importante que o vendedor português apresente junto do Instituto Nacional de

Estatística (INE) a Declaração Intrastat. O Sistema Intrastat é o método de recolha da informação estatística sobre as

transações de bens entre os Estados-membros da UE e aplica-se às mercadorias em livre circulação no território comunitário.

Assim, todas as pessoas singulares ou coletivas que intervenham numa transação de bens intracomunitários que esteja

abrangida pelo IVA e que ultrapasse os valores (anuais) dos limiares estatísticos de assimilação (para o ano de 2018: chegadas

de €350 000 a € 4 999 999 / expedições de €250 000 até €6 499 999) estão legalmente obrigadas a fornecer informação

estatística ao INE, através do preenchimento da Declaração Intrastat.

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Calçado de couro (outubro 2018)

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No que se refere aos requisitos legais para a comercialização do produto é de destacar:

- Não é obrigatória a marcação CE do calçado de couro ou de outro tipo;

- As etiquetas devem apresentar as informações em língua francesa e observar os requisitos previstos na Diretiva n.º

94/11/CE, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-membros

respeitantes à rotulagem dos materiais utilizados nos componentes principais dos artigos de calçado para venda ao

consumidor (JO L n.º 100, de 19 de abril de 1994), transposta para o ordenamento jurídico francês através do Décret n 96-477

du 30 mai 1996 relatif à l'étiquetage des matériaux utilisés dans les principaux éléments des articles chaussants proposés à la

vente au consommateur;

- Para mais informação, os interessados podem consultar a página da European Commission – Enterprise and Industry –

Footwear;

- Podem existir restrições à comercialização de produtos de couro que utilizem espécies selvagens em vias de extinção,

impondo a União Europeia, através do Regulamento (CE) n.º 338/97 (com alterações posteriores), regras mais restritas do que

as indicadas na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção

(CITES). Para mais esclarecimentos sobre esta matéria contactar em Portugal o Instituto da Conservação da Natureza e das

Florestas (ICNF) ou, em França, o Ministère de la Transition Ecologique et Solidaire.

De resto, no site da Association Française de Normalization (AFNOR) deteta-se a existência da norma AFNOR/G62A, referente

a Cuir et chaussures.

De salientar, finalmente, que as empresas portuguesas devem inquirir junto dos seus clientes no mercado francês sobre a

necessidade de cumprir eventuais normas/requisitos técnicos específicos nacionais e processos de certificação.

Fontes:

Autoridade Tributária e Aduaneira (AT);

Instituto Nacional de Estatística (INE);

Instituto Português da Qualidade (IPQ) / Marcação CE / Produtos que devem ter a designação “marcação CE” / O que é uma Diretiva “Nova

Abordagem” / Marcação CE (Portal Europa);

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF);

EUR-Lex (Acesso ao Direito da União Europeia);

Diretiva n.º 94/11/CE, relativa à Aproximação das Disposições Legislativas, Regulamentares e Administrativas dos Estados-membros

Respeitantes à Rotulagem dos Materiais Utilizados nos Componentes Principais dos Artigos de Calçado para Venda ao Consumidor (JO L n.º

100, de 19 de abril de 1994);

European Commission – Enterprise and Industry – Footwear;

Footwear Labelling (European Union);

Regulamento (CE) n.º 338/97, relativo à Protecção de Espécies da Fauna e Flora Selvagens através do Controlo do seu Comércio (com

alterações posteriores);

Décret n.º 96-477, du 30 mai 1996, relatif à l'étiquetage des matériaux utilisés dans les principaux éléments des articles chaussants proposés

à la vente au consommateur;

Association Française de Normalisation (AFNOR).

Entraves

Não são conhecidos entraves na venda de calçado de couro para França.

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Calçado de couro (outubro 2018)

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4. OUTRAS INFORMAÇÕES PRÁTICAS SOBRE O MERCADO

Principais produtores locais de calçado de couro

Hermes Sellier;

Mephisto;

Rautureau Apple Shoes;

Cleon ;

J.B.Martin;

Lemaitre Securité (calçado de segurança);

Arche;

Humeau Beaupreau;

Jallatte;

Noel France;

ETS Richard Pontvert et CIE;

Gaston Mille;

Bellamy SAS;

GEP;

GBB;

Ateliers Heschung;

Boissy;

Bossi;

Fargeot&Cie;

Colonnier Coifard;

Boche;

John Lobb;

De Clermont SAS;

Danse Asur SARL;

Adige;

Solidur (calçado de segurança);

K’Jacques;

Azuree;

Kidshoes;

Rouchette;

ETS Constant Bossi;

Hirica;

Sodopac;

Etche Sécurité;

Fontes: Classement des plus grosses entreprises du secteur Industrie du cuir et de la chaussure e Verif.com

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Calçado de couro (outubro 2018)

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Importadores e distribuidores

- Especializados em calçado

Grupo Vivarte:

Marcas: André, Minelli, San Marina, La Halle, Besson chaussure, entre outras.

Volume de negócios de 2016 (31/08/2016): 2 200 milhões de euros

Grupo ÉRAM:

Marcas: Éram, Texto, Bocage, Heyraud, Gémo, entre outras

Volume de negócios de 2016: 1 480 milhões de euros

Chaussea:

Marca: Chaussea.

Volume de negócios de 2015: 318 milhões de euros

Desmazières:

Marca: Chaussexpo.

Volume de negócios de 2013: 136 milhões de euros

Dresco:

Marcas: Kaporal, Soline, Terre de Marins, Initiale Paris, entre outras.

Volume de negócios de 2016: 39,8 milhões de euros

KSGB Europe:

Marca: Palladium.

Volume de negócios de 2016: 21 milhões de euros

Karine Jonak:

Marca: Jonak. Volume de negócios de 2016: 16,5 milhões de euros

Grupo Royer:

Marcas: Aster, Charles Jourdan, Kickers, PSG.

Volume de negócios de 2016 : 15,2 milhões de euros

Eurasia Trading International:

Marca: Reqins.

Volume de negócios de 2016: 13,1 milhões de euros

Maison Pierre Hardy:

Marca: Pierre Hardy.

Volume de negócios de 2016: 10,7 milhões de euros

Famille Gozlan:

Marca: Loding.

Volume de Negócios de 2016: 10,2 milhões de euros

Ateliers Heschung:

Marcas: Sioux, Gabor.

Volume de negócios de 2015: 10,2 milhões de euros

Chausty:

Marcas: Droking, Gabor, Mam’zelle,Reqins, iOU, entre outras.

Volume de negócios de 2016: 8,6 milhões de euros

Menport:

Marcas: Murati, Coco et Abricot, Rose Metal.

Volume de negócios de 2016: 7,3 milhões de euros

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Calçado de couro (outubro 2018)

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Tortora Augusto Jeune:

Marcas: Pierre Cardin, Yves Desfarge, Xavier Danaud.

Volume de negócios de 2016 : 5.9 milhões de euros

Societe ACB:

Marcas: Suave, Pedro Torres.

Volume de negócios de 2016: 5,3 milhões de euros

Salac:

Marca: Kimberfeel.

Volume de negócios de 2015: 4,6 milhões de euros

Nordways:

Marca: Nordways.

Volume de Negócios de 2015: 4,4 milhões de euros

Sansha:

Marca: Sansha.

Volume de negócios de 2016: 3,8 milhões de euros

Societe Fabre:

Marcas: Victoria, Marila, Le Loup Blanc, MKD, entre outras.

Volume de negócios de 2015: 1,4 milhões de euros

Dyag:

Marcas: George Reach Synonyme, Butterfly, Beefly, Starfly, entre outras.

Volume de negócios de 2016 : 1 milhão e euros

- Especializados em moda

Céline:

Marca: Céline.

Volume de Negócios de 2016: 429,6 milhões de euros

TechniSynthese:

Marca: TBS

Volume de negócios de 2016: 53,1 milhões de euros

C.C.V.:

Marcas: Converse, Timberland, TBS, Bugatti, Guess, entre outras.

Volume de negócios de 2015: 32,6 milhões de euros

Fontes: La distribution de la chaussure, Xerfi-France; Kompass.com; Societe.com e Verif.com

Principais sites de venda online de calçado

- Especializados em calçado

Chaussmoi;

Chaussuresonline;

Julie-Stock;

La Bonne Pointure;

Modatoi;

Sarenza;

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Calçado de couro (outubro 2018)

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Shoes.fr;

Spartoo;

TendanceChaussures;

VoShoes;

Zalando.

- Especializados em moda

Bazarchic;

Brandalley;

LaModeuse;

LaRedoute;

Melijoe;

Modz;

Monshowroom;

PlaceDesTendances;

Showroomprive;

Vente-privée;

- Não especializados

3suisses;

Atlasformen;

Bonprix;

Bonton;

Cdiscount;

PriceMinister;

RueduCommerce;

Amazon;

Principais feiras e eventos setoriais no mercado

Crecendo Expo ; (Feira de agentes comerciais especializados)

Première Classe;

Première Vision;

Who’s Next

Principais entidades relacionadas com o setor

CNC – Conseil National du Cuir; (Informação do setor; Analise estatística; Estudos de mercado; Espaço de imprensa).

CNI – Conseil National de l’industrie ; (Focado na indústria ; Análise estatística; Espaço de imprensa; Informação do setor).

CTC – Comité Professionnel de Développement Économique Cuir Chaussure Maroquinerie Ganterie (Auditoria;

Consultoria; Informação do setor; Formação; Fóruns; Plataforma de anúncios).

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aicep Portugal Global França - Síntese Setorial

Calçado de couro (outubro 2018)

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FFC – Fédération Française de la Chaussure (Informação do setor; Analise estatística; Estudos de mercado; Espaço de

imprensa).

Insee – Institut National de la Statistique e des Études Économiques (Análises estatísticas; Estudos de mercado)

Fontes complementares de informação

Imprensa especializada

Chausser Magazine;

HEBDOCUIR;

L’Essentiel de la Chaussure & l'Essentiel de la Maroquinerie.

Estudos de mercado do setor

Bilan économique 2016/2017(150€ -> 180€) (FCC – Fédération Française de la Chaussure);

La distribution de chaussures à l'horizon 2018 (1600€) (Groupe Xerfi);

Le Marché du commerce de Chaussures en France(499€)(Businesscoot);

Le Marché du Cuir en France(499€) (Businesscoot);

Outra informação económica sobre o mercado

França – Flash País

França – Síntese País

França – Ficha de Mercado

França – Oportunidades e Dificuldades do Mercado

França – Guia Prático de Acesso ao Mercado