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Mercados Colômbia Estabelecimento de Empresas Março 2016 informação regulamentar

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Mercados

Colômbia Estabelecimento de Empresas

Março 2016

informação regulamentar

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Índice

1. Internacionalização das Empresas Portuguesas 3

2. Ambiente de Negócios na Colômbia 4

3. Regime de Investimento Estrangeiro na Colômbia 6

3. 1. Quadro Legal de Investimento Estrangeiro 6

3. 2. Constituição de Empresas 7

3. 3. Sistema Laboral e de Segurança Social 8

3. 4. Vistos 9

3. 5. Sistema Fiscal 9

3. 6. Incentivos ao Investimento 10

3. 7. Acordos Bilaterais Portugal / Colômbia 11

4. Fontes e Informações Complementares 11

5. Contactos Úteis 13

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1. Internacionalização das Empresas Portuguesas

Potenciar a competitividade empresarial pela via da internacionalização, constitui um desafio e uma

consequência natural da interdependência das economias e do processo de globalização. No

entanto, a abordagem dos mercados externos deve ser efetuada com cautelas e com base em

informações técnicas seguras para evitar riscos e eventuais dificuldades na tomada de decisão sobre

investir no estrangeiro.

Com vista a apoiar as empresas portuguesas no esforço de internacionalização, a AICEP

disponibiliza no seu site aicep Portugal Global informação geral relevante, cuja consulta se

recomenda, nomeadamente:

Guia da Internacionalização;

Aspetos a Acautelar num Processo de IDPE (Investimento Direto Português no Estrangeiro).

No que se refere ao novo quadro de apoio Portugal 2020, o mesmo assenta em quatro eixos

temáticos essenciais: competitividade e internacionalização; inclusão social e emprego; capital

humano; e sustentabilidade e eficiência no uso de recursos.

No âmbito dos apoios diretos à internacionalização das PME são apoiadas operações nas seguintes

tipologias de ação:

Projetos conjuntos que promovam a presença internacional com sucesso das PME: ações de

promoção e marketing internacional e ações que visem o conhecimento e acesso a novos

mercados, incluindo a utilização de canais digitais e privilegiando os mercados/segmentos

não tradicionais. Esta tipologia de projetos permite que as empresas se capacitem para a

internacionalização, pelo que os principais beneficiários são as empresas diretamente

participantes;

Projetos individuais: ações que visem o conhecimento e a prospeção dos mercados;

Projetos simplificados de internacionalização: apoio à aquisição de serviços de consultoria na

área de prospeção de mercado.

No seu processo de internacionalização as empresas podem recorrer ao Seguro de Investimento

Português no Estrangeiro da COSEC. No que se refere à classificação de risco de crédito da COSEC

a Colômbia surge no Grupo 4 (escala de 1-7 / Grupo 1 correspondendo à menor probabilidade de

incumprimento e o Grupo 7 à maior).

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2. Ambiente de Negócios na Colômbia

No âmbito da internacionalização empresarial, o acesso a novos mercados surge, simultaneamente,

como uma necessidade e uma oportunidade para os agentes económicos. O modo como se

processa essa abordagem varia muito, consoante a motivação, os objetivos visados e o estádio do

processo em que as empresas se encontrem. A fase mais avançada, ou o modo de entrada com o

maior nível de comprometimento de recursos, o Investimento Direto Estrangeiro (IDE), requer, por

parte dos atores intervenientes, uma análise de viabilidade que pondere, entre outros fatores, o

enquadramento legal inerente à constituição de um estabelecimento/empresa no país de destino.

De facto, a existência de condições de contexto favoráveis e facilitadoras do exercício da atividade

empresarial em matéria da envolvente legislativa e regulamentar (por exemplo um ordenamento

jurídico aberto à iniciativa privada; regulamentação laboral flexível; política fiscal estável,

transparente e “amiga” do investidor; bom funcionamento do sistema judicial) é um vetor fundamental

para o sucesso de uma estratégia de competitividade e inovação que passe pela decisão de apostar

na realização de operações de investimento privado no estrangeiro.

Para o enquadramento deste nosso trabalho sobre o estabelecimento de empresas na Colômbia,

considerámos que seria relevante apresentarmos alguns indicadores relativos ao ambiente de

negócios neste país da América do Sul. Para tal recorremos à metodologia Doing Business, proposta

pelo World Bank. Esta metodologia permite analisar, classificar e comparar o quadro regulamentar

aplicável às empresas e o seu cumprimento, em 189 economias e cidades selecionadas, pelo grau

de facilidade de se fazer negócios, sendo que a 1ª posição significa que o quadro legal em vigor no

país é o mais aberto e propício ao exercício e desenvolvimento das atividades económicas por parte

de pequenas e médias empresas e que as posições próximas do fim da tabela refletem, ao contrário,

um ambiente regulador obstrutivo e complexo, não favorável à dinamização da iniciativa privada,

nomeadamente no que respeita ao estabelecimento e desenvolvimento empresarial nesses países.

A Colômbia encontra-se na 54ª posição do Doing Business’ 2016, tendo descido 2 lugares em

relação ao ano transato, sendo esta posição determinada de acordo com a classificação obtida em

10 critérios de ponderação (topics)1 contendo, cada um deles, vários indicadores quantitativos de

avaliação. De acordo com a análise realizada do mercado colombiano pela equipa deste projeto do

World Bank, Doing Business in Colombia’ 2016, apresentamos de seguida o posicionamento da

Colômbia, com base num conjunto de critérios de avaliação, tendo também por referência os casos

de Portugal e de Singapura (país que lidera em 2016 este ranking).

1 Constituição de sociedades, obtenção de alvará de construção, obtenção de eletricidade, registo de propriedade, acesso ao

crédito, proteção dos investidores minoritários, pagamento de impostos, comércio entre fronteiras, execução de contratos e resolução de processos de insolvência.

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Colômbia – Facilidade de Realizar Negócios

Notas: (*) De acordo com o Doing Business in Colombia’ 2016, a Colômbia, com vista a melhorar o ambiente de negócios, introduziu reformas regulamentares nas seguintes áreas: constituição de sociedades (eliminação da necessidade de aquisição e registo de livros de contas quando da constituição societária); obtenção de eletricidade (procedimentos mais simples e rápidos); registo de propriedade (maior rapidez nos prazos quando da realização de transações); acesso ao crédito (adoção de nova legislação relativa à segurança das transações); pagamento de impostos (procedeu-se a uma redução, em termos totais, da incidência tributária e contributiva sobre as sociedades, apesar da introdução do novo Impuesto Sobre la Renta para la Equidad – CREE); resolução de processos de insolência (simplificação e aceleração dos procedimentos em processos judicias por incumprimento contratual).

(**) Posições mais altas refletem um quadro jurídico mais adequado para a concessão de empréstimos. (***) Valores mais altos indiciam maior proteção e transparência dos direitos dos acionistas/investidores minoritários. (****) Posições mais altas evidenciam uma estrutura judicial mais robusta, eficiente e eficaz.

Fonte: World Bank

2 Informação mais pormenorizada, nomeadamente no que respeita aos indicadores de avaliação de cada critério de ponderação (topics), poderá ser consultada no Relatório alargado: Doing Business 2016 – Measuring Regulatory Quality and Efficiency / Economy Profile Colombia

3 Doing Business in Portugal’ 2016 (World Bank)

4 Doing Business in Singapore’ 2016 (World Bank)

Critérios de Avaliação

2

Colômbia (ranking –

54ª)

Portugal

3

(ranking – 23ª)

Singapura

4

(ranking – 1ª)

Constituição de sociedades (*)

Prazo (dias)

11

2,5

2,5

Obtenção de alvará de construção

Prazo (dias)

73

113

26

Obtenção de eletricidade (*)

Prazo (dias)

102

52

31

Registo de propriedade (*)

Prazo (dias)

16

1

4,5

Acesso ao crédito (*)

Índice de segurança dos direitos legais (0-12) **

12

2

8

Proteção dos investidores minoritários

Índice da força de proteção do investidor minoritário (0-10) ***

7,2

5,7

8,3

Pagamento de impostos (*)

Taxa da tributação total (% sobre o lucro)

69,7

41

18,4

Comércio entre fronteiras

Prazo para exportar: despacho alfandegário (horas)

112

1

4

Execução de contratos

Prazo (dias)

Índice da qualidade do processo judicial (0-18) ****

1,288

6,5

547 12,5

150 15,5

Resolução de processos de insolvência

Prazo (anos)

1,7

2

0,8

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3. Regime de Investimento Estrangeiro na Colômbia

3.1. Quadro Legal de Investimento Estrangeiro

As bases em que assenta o regime jurídico colombiano do investimento estrangeiro estão contidas

no Decreto n.º 2080/00 (com alterações posteriores).

Este diploma consagra a igualdade de tratamento entre o capital estrangeiro e o nacional e o livre

acesso dos promotores externos à generalidade das atividades, sendo que, não obstante a maioria

dos setores de atividade estar aberta ao investidor estrangeiro, podendo este deter a totalidade do

capital das empresas, existem, ainda, algumas exceções, como é o caso das áreas da defesa e

segurança nacionais e processamento, disposição e eliminação de resíduos tóxicos (perigosos ou

radioativos, não produzidos no país), serviços de televisão aberta e outras atividades sensíveis à

lavagem de dinheiro. Por sua vez, os serviços de vigilância e segurança privada só podem ser

prestados por sociedades cujos sócios sejam naturais da Colômbia e nos serviços de televisão

aberta a participação estrangeira não pode ser superior a 40% do total do capital social.

Outra característica do sistema é a da realização de operações de investimento estrangeiro ser

automática, isto é, sem necessidade de autorização prévia, salvo as que se verificam nos setores

mineiro, financeiro, segurador e hidrocarbonetos, que requerem, em certos casos, autorização

especial a obter junto dos organismos oficiais.

Para efeitos de repatriação dos lucros gerados pelos seus investimentos e liquidação ou redução do

capital investido, os promotores estrangeiros devem registar-se junto do Banco Central, após

observância de um procedimento bastante simplificado. Para mais informações sobre esta matéria os

interessados podem consultar a página de Preguntas Frecuentes (Inversión Extranjera en Colombia)

do Banco Central.

O repatriamento de lucros obriga à retenção na fonte de 33%, salvo se os mesmos já tiverem sido

objeto de tributação ao nível do Imposto sobre as Sociedades.

A Procolombia é a entidade oficial responsável pela promoção do investimento estrangeiro,

disponibilizando, no seu site, um conjunto diversificado de informações e serviços úteis,

nomeadamente o Guía Legal para Hacer Negocios en Colombia.

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3.2. Constituição de Empresas

Com vista a desenvolver e realizar atividades económicas de carácter permanente na Colômbia, os

investidores estrangeiros deverão formalizar a sua presença no país através da abertura de uma

sucursal (uma das formas de representação da empresa mãe) ou da constituição de uma filial, isto é,

a criação de uma sociedade comercial colombiana.

Ora, se no caso da sucursal bastará a realização de uma escritura pública que atestará, para a sua

concretização, a decisão e poderes dos representantes da “casa-mãe” em implantar-se na Colômbia,

já para o estabelecimento de uma empresa neste país, os interessados necessitam de constituir uma

sociedade comercial, com a consequente escolha de uma forma jurídica de acordo com o direito

local, a elaboração dos respetivos Estatutos ou Contrato Social, o registo da sociedade recém-criada,

entre outras formalidades.

As formas societárias mais comuns no processo de investimento estrangeiro são a Sociedad por

Acciones Simplificada (S.A.S.), a Sociedad de Responsabilidad Limitada (Ltda.) e a Sociedad

Anónima (S.A.), sendo que nos últimos anos a S.A.S. tem sido a mais adotada, em grande parte

devido à flexibilidade na sua constituição, administração e definição pelos acionistas do seu modo de

funcionamento e estrutura.

Para além dos diversos tipos de estabelecimento previstos na lei, é importante mencionar outras

formas de negociar, como por exemplo através de Contrato de Franquia (franchising), dizendo-se,

desde logo, que na Colômbia não existe uma regulamentação expressa deste tipo de contrato, sendo

possível a sua celebração de acordo com o princípio da autonomia privada das partes, sempre e

quando não vá contra a lei ou ordem pública.

Não obstante a informação prestada pela AICEP ou por outras entidades, a empresa deve recorrer a

ajuda jurídica especializada para a concretização e formalização da sociedade ou do seu negócio,

pelo que é essencial que sejam contratados escritórios de advogados, de forma a salvaguardar a sua

posição e os seus direitos.

A Procolombia disponibiliza um Directorio de Servicios Legales, cujos contactos podem ser utilizados

pelos interessados, não assumindo a AICEP qualquer responsabilidade quanto aos honorários

cobrados ou resultados conseguidos.

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3.3. Sistema Laboral e de Segurança Social

A legislação laboral colombiana, que data já de 1950 – Código Sustantivo del Trabajo –, visa o

equilíbrio das relações laborais entre empregadores e trabalhadores, apelando a um espírito de

coordenação económica e social, e tem aplicação a todas as relações de trabalho existentes na

Colômbia, independentemente da origem das partes ou do local da celebração do contrato,

abrangendo as relações laborais individuais de trabalho, assim como as resultantes de acordos

coletivos. Não há, neste sentido, qualquer tipo de desigualdade entre trabalhadores nacionais e

estrangeiros, que detêm os mesmos direitos e obrigações.

A lei colombiana pressupõe que toda a vinculação laboral está materializada num contrato de

trabalho, a termo certo ou incerto, sendo que, em geral, não são exigidas formalidades especiais a

cumprir.

Em termos de Segurança Social, o Sistema de Seguridad Social Integral, instituído pela Ley n.º

100/93, reúne de maneira coordenada um conjunto de entidades, normas e procedimentos, que

constituem as quatro componentes do sistema, a saber:

• Sistema General de Pensiones (destinado a assegurar a cobertura dos riscos e contingências

relacionados com a velhice, invalidez e morte);

• Sistema General de Seguridad Social en Salud (destinado à prestação de serviços de saúde à

população);

• Sistema General de Riesgos Laborales (destinado à cobertura dos riscos laborais –

desemprego, doenças profissionais e acidentes);

• Servicios sociales complementarios (destinado a apoiar idosos indigentes ou com carências).

Em Portugal, os interessados devem obter esclarecimentos sobre trabalhar no estrangeiro no site da

Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP), Portal das Comunidades Portuguesas,

assim como junto dos organismos/serviços indicados no site deste organismo. Pesquisar,

igualmente, os seguintes temas: Trabalhar no Estrangeiro; Conselhos aos Viajantes (Colômbia).

O site da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) portuguesa também fornece informações

sobre o Destacamento de Trabalhadores para o estrangeiro.

Por sua vez, no site da Segurança Social portuguesa as empresas podem consultar, entre outra

informação:

• Destacamento de Trabalhadores para Países com os Quais Não Foram Celebrados Acordos

Bilaterais / Convenções (como é o caso da Colômbia);

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• Guia Prático – Destacamento de Trabalhadores de Portugal para Outros Países (Instituto da

Segurança Social).

3.4 Vistos

Em termos de regime migratório, a Colômbia dispõe de convénios com mais de noventa países

(entre os quais Portugal) através dos quais permite aos respetivos cidadãos a entrada no país

(quando na mera qualidade de visitantes de curta duração) sem necessidade de quaisquer

diligências prévias perante as autoridades competentes locais, tendo lugar apenas a aposição de

selo no passaporte quando da chegada.

Já os estrangeiros que desejem permanecer no país para além de 90 dias deverão suscitar a

emissão de visto, o qual poderá constituir uma de três categorias principais: visa de negocios; visa

temporal; visa de residente.

Assim, por exemplo, a deslocação do representante de uma empresa à Colômbia para, numa

primeira fase, visitar e conhecer o país, pode ter lugar ao abrigo do Permiso de Ingreso y

Permanencia (PIP) de 90 dias, sendo que se a perspetiva for de ida e vinda continuada, então terá

de recorrer ao visa de negocios, para o que necessitará, no entanto, de ter uma sucursal constituída.

3.5 Sistema Fiscal

As empresas estrangeiras que pretendam investir na Colômbia e aí realizar operações comerciais e

industriais, estão submetidas às mesmas obrigações de ordem fiscal que incidem sobre as empresas

nacionais.

No domínio tributário, há a considerar a existência de impostos com uma abrangência nacional

(Impostos sobre o Rendimento, onde se inclui o novo Impuesto sobre la Renta para la Equidad –

CREE, Imposto sobre o Valor Acrescentado, Imposto para a Saúde e Imposto sobre as Transações

Financeiras) e de âmbito regional (Imposto sobre a Propriedade e Imposto sobre a Indústria e o

Comércio).

• Impuesto Sobre la Renta

Recai sobre o lucro tributável, proveniente do exercício de atividades no território colombiano

por sociedades comerciais (ou outras entidades) aí residentes.

A taxa normal de Imposto sobre as Sociedades é de taxa de 25%, sendo que os acionistas

estão isentos fiscalmente, de modo a evitar a dupla tributação da sociedade;

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• Impuesto Sobre la Renta para la Equidad (CREE)

Este é um tributo temporário, similar ao Impuesto Sobre la Renta, que visa o financiamento de

programas de cariz social e ajuda à população necessitada, mediante a tributação das

pessoas coletivas na Colômbia (com algumas diferenças em termos de deduções e

amortizações), incidindo assim uma taxa de 9% sobre os rendimentos, à qual, desde 2015, é

aplicada uma sobretaxa adicional de 5%, a incrementar anualmente até aos 9% em 2018 e a

eliminar em 2019.

Para além dos referidos encargos, há também lugar ao pagamento, entre outros, do Impuesto al

Valor Agregado (às taxas de 0%, 5% e 16%), de aplicação genérica, incidindo sobre todas as

transações de bens e prestações de serviços realizadas no país e importações; do Impuesto

Ganancias Ocasionales, que visa tributar rendimentos como heranças, lotarias e alienação de

imóveis (à taxa 10%); e do Impuesto al consumo, aplicável a certos produtos/setores como veículos,

telecomunicações, comidas e bebidas (às taxas de 4%, 8% e 16%).

Em termos de tributação aduaneira, é de referir que, ao abrigo do Acordo Comercial celebrado neste

domínio, entre as partes (EU Relations with Republic of Colombia), as mercadorias provenientes do

território da União Europeia beneficiam de isenções/reduções das taxas dos direitos alfandegários

quando da importação na Colômbia. Os interessados podem aceder a esta informação, consultando

a Market Access Database (MADB), no tema Tariffs, selecionado o produto e o mercado. As taxas

aplicáveis são as previstas na coluna EU (European Union).

3.6. Incentivos ao Investimento

O Governo colombiano disponibiliza diversas ajudas aos investidores estrangeiros, tais como

benefícios fiscais setoriais (ex.: isenção de pagamento de Impuesto Sobre la Renta em setores como

o turismo, a produção agropecuária e piscícola, a manutenção e reparação de navios, a saúde, o

desenvolvimento tecnológico, a educação, as energias renováveis, a edição livreira, entre muitos

outros), benefícios fiscais e aduaneiros em Zonas Francas (para além de outros, como a redução da

taxa do Impuesto Sobre la Renta para 15%, a isenção de direitos aduaneiros/IVA na importação e

vantagens na venda de bens aí produzidos para o restante território nacional).

O regime legal das Zonas Francas contempla dois tipos de zonas francas, que gozam das mesmas

vantagens, as Zonas Francas Permanentes (Multiusuarios) e as Zonas Francas Permanentes

Especiales (Uniempresariales), que se encontram disseminadas pelas quatro regiões do país,

Andina, Caribe, Ocidental e Pacífico. Paralelamente, existe, ainda, a figura das Zonas Especiales

Económicas de Exportación (ZEEE), situadas em Cúcuta Buenaventura, Valledupar, Ipiales e

Tumaco.

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3.7 Acordos Bilaterais Portugal / Colômbia

Não existe acordo em matéria de proteção e promoção recíproca de investimentos, tendo, porém,

sido assinada entre Portugal e a Colômbia, em 2010, a Convenção para Evitar a Dupla Tributação

sobre os Rendimentos, com entrada em vigor a 30 de janeiro de 2015.

Para aceder aos textos legais das Convenções de Dupla Tributação, os interessados podem,

também, consultar o Portal da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) portuguesa:

Quadro das Convenções para Evitar a Dupla Tributação Celebradas por Portugal;

Formulários para Acionar as Convenções para Evitar a Dupla Tributação Celebradas por

Portugal;

Questões Colocadas com Frequência.

Quanto às questões práticas relativas à operacionalidade das Convenções, o contacto a estabelecer

pelas empresas, em Portugal, é a Direção de Serviços das Relações Internacionais (DSRI), da AT.

Entre as partes é ainda de destacar o Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo, em vigor

desde 30 de junho de 2014.

4. Fontes e Informações Complementares

AICEP:

Página Mercado Colômbia / Colômbia – Ficha de Mercado.

(Em caso de dificuldade no acesso a alguma informação, os utilizadores devem solicitá-la ao nosso

Contact Center, através do e-mail: [email protected]).

OUTRAS:

Geral

Guía Legal para Hacer Negocios en Colombia (2015, Procolombia);

Doing Business in Colombia (2016, World Bank Group);

Como Hacer Negocios en Colombia (2015, Arciniegas, Lara Briceño y Plana Abogados);

Doing Business in Colombia (2015, Deloitte);

Colombia. Guía País (2015, ICEX);

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Colombia: Foreign Investment (2016, Santander Trade Portal);

Legislación (Secretaría General del Senado);

Preguntas Frecuentes (Infomigrante);

Doing Business – Haciendo Negócios Colombia’2016 (Conselho Empresarial do Tâmega e

Sousa);

Viajar a Colombia: Información y Consejos (Procolombia).

Constituição de Empresas

Starting a Business in Colombia / Business Reforms (World Bank Group);

Franquicias (Cámara de Comercio de Cali);

Las Clausulas del Contrato de Franquicia (Pérez & Asociados, Consultores en Franquicia);

Preguntas Frecuentes en Matéria de Franquicia (Triana, Uribe & Michelsen, Abogados).

Sistema Laboral e Segurança Social

Como Contratar su Equipo de Trabajo (Procolombia);

Costos Laborales (Publicaciones Semana, S. A.);

Legalización de Estudios y Reconocimiento de Títulos (Consejo Nacional de Acreditación);

Visas en Colombia (Procolombia).

Sistema Fiscal

Dirección de Impuestos y Aduanas Nacionales / ABC de Rentas Naturales / Registro Único

Tributario (DIAN);

Tasas de Impuestos en Colombia (Procolombia);

Colombia Taxes Highlights 2016 (Deloitte);

Residencia Fiscal en Colombia (Publicationes Semana, S.A.);

Paying Taxes and Contributions (World Bank Group).

Acordos Bilaterais Portugal / Colômbia

• Aplicação Prática das Convenções para Evitar a Dupla Tributação Internacional, junho 2011

(Dr. José Filipe Neves – DGCI – Sessão esclarecimentos AICEP).

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Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA

Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt

Capital Social – 114 927 980 Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120

5. Contactos Úteis

AICEP Bogotá;

Embaixada da Colômbia em Portugal;

Câmara de Comércio e Indústria Luso-Colombiana;

COSEC;

Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) / Direção de Serviços das Relações Internacionais

(DSRI) / Av. Duarte Pacheco, n.º 28, 4.º, 1099-013 Lisboa, telefone: 213 834 200, fax: 213

834 414; CAT.: 707 206 707; Nota: Em caso de dúvidas / esclarecimentos deve ser utilizado

o seguinte e-mail: [email protected].

Nota:

A informação aqui prestada não reveste natureza de assessoria jurídica, recomendando-se o

recurso, sempre que necessário, a aconselhamento especializado, nomeadamente legal, fiscal e

contabilístico.